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Página | 1 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. TURMA SEREI DELTA 4.0 Página | 2 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. MATERIAL DE APOIO ESQUEMATIZADO A finalidade deste material não é exaurir o conteúdo, mas trazer de forma complementar, direcionada e esquematizada, fazendo com que o aluno tenha contato com os temas de maior incidência nas provas de Delegado de Polícia, baseando-se em pesquisas e análise das provas. Além disso, utilizamos o processo de aprendizado avançado, explicitando informações na medida suficiente e necessária para que o aluno consiga estudar, revisar e memorizar com qualidade. Página | 3 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. DIREITO ADMINISTRATIVO SUMÁRIO 1. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................................................................................... 7 1.1. Conceito da Administração Pública .................................................................................................... 7 1.2. Princípios da Administração Pública ................................................................................................ 10 1.3. Administração Pública: Direta X Indireta .......................................................................................... 13 1.4. Órgão X Entidade ............................................................................................................................. 22 1.5. Autarquia X Fundação Pública X Empresa Pública X Sociedade de Economia Mista ..................... 25 1.6. Entidades Paraestatais: Sistema S X OS X OSCIP X Entidade de Apoio ........................................ 32 Página | 4 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. NOVO EDITAL CODIFICADO – TURMA SEREI DELTA 4.0 DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO TÓPICO Administração Pública SUBTÓPICO Conceito da Administração Pública Princípios da Administração Pública Administração Pública: Direta X Indireta Órgão X Entidade Autarquia X Fundação Pública X Empresa Pública X Sociedade de Economia Mista Entidades Paraestatais: Sistema S X OS X OSCIP X Entidade de Apoio MAPA Conceito da Administração Pública A Administração Pública pode ser conceituada: 1) Sentido Objetivo; 2) Sentido Subjetivo. O conceito abrange também: 1) Sentido Amplo; 2) Sentido Estrito. Princípios da Administração Pública Art. 37 da Constituição Federal de 1988: A administração pública direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Esses princípios acima são os princípios explícitos da Administração Pública. Existem também os princípios extraídos da interpretação do texto constitucional, são os princípios implícitos: 1) Presunção de Legitimidade; 2) Razoabilidade; 3) Indisponibilidade do Interesse Público; 4) Motivação; 5) Continuidade dos Serviços Públicos; 6) Especialidade; 7) Supremacia do Interesse Pública; 8) Autotutela. Administração Pública: Direta X Indireta Administração Pública Direta A Administração Direta tem como característica predominante a sua composição que é feita de Órgãos Públicos ligados ao Poder Executivo Federal, Estadual ou Municipal. Os órgãos são responsáveis diretos e imediatos pelas funções administrativas. Esses Órgãos integram a União, Estado, Distrito Federal e Municípios. As Pessoas Jurídicas Políticas não possuem personalidade jurídica própria, já que os orçamentos são subordinados às esferas das quais fazem parte. Administração Pública Indireta A Administração Indireta é caracterizada por entidades com personalidade jurídica própria, as quais, possuem patrimônio, autonomia, administrativa e orçamento para seus fins. Órgão X Entidade Página | 5 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. É importante que você saiba para a sua prova, a diferença entre Órgão e Entidade. O que é Órgão? É a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta. Nasce pela Desconcentração. São centros de competência, sendo partes integrantes da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, das Autarquias ou das Fundações Públicas. O que é Entidade? É a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica. Nasce pela Descentralização. 1) Entidades Políticas: União, Estados, Municípios e DF 2) Entidades Administrativas: Autarquias, 3) Empresas públicas, Sociedades de economia mista, Fundações não autárquicas - Pessoas jurídicas de direito privado (prestadoras de serviços públicos). Autarquia X Fundação Pública X Empresa Pública X Sociedade de Economia Mista Autarquias Quais as características das Autarquias? 1) Pessoas jurídicas de direito público interno; 2) Possuem patrimônio próprio; 3) Criadas e extintas por lei específica; 4) Possuem autonomia administrativa, econômica e financeira; 5) Prestam um serviço público típico do Estado; 6) Possuem capacidade processual; 7) Responsabilidade civil objetiva; 8) Seus bens são considerados públicos; 9) Gozam de personalidade jurídica própria; 10) Gozam de imunidade tributária recíproca em relação ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Fundações Públicas Surgem quando um determinado patrimônio é destacado pelo fundador, ao qual é atribuído uma personalidade jurídica, visando ao atendimento de uma finalidade específica de intuito não-lucrativo. 1) Fundação pública de direito público: Criada por lei, tem natureza de autarquia, aplicando-se as mesmas prerrogativas materiais e processuais conferidas às autarquias. 2) Fundação pública de direito privado: Criação autorizada em lei, regulamentação híbrida, com incidência de normas de direito público e privado. Empresas Públicas (EP): 1) Pessoas jurídicas de direito privado; 2) Constituída com capital exclusivamente público; 3) Criação é autorizada por lei, sob qualquer forma jurídica admitida; 4) Objetivam a prestação de serviços públicos ou a exploração de atividade econômica. Sociedades de Economia Mista (SEM): 1) São pessoas jurídicas de direito privado; 2) Instituídas pelo Poder Público após autorização em lei específica; 3) Sob a forma de sociedade anônima; Página | 6 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 4) Com capitais públicos e privados (maioria pública); 5) Visando à exploração de atividades de natureza econômica ou execução de serviços públicos. ATENÇÃO! A sua prova pode cobrar acerca dos Consórcios Públicos, então se atente. Qual a definição de Consórcios Públicos? É “pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei nº 11.107/05, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com a personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”. (Decreto nº 6.017/07) Entidades Paraestatais: Sistema S X OS X OSCIP X Entidade de Apoio O Estado, apesar de sua complexa estrutura, não possui condições de atender a todas as demandas sociais, desta forma, conta com o apoio de entidades de direito privado. Quais são as entidades paraestatais? Existem várias espécies de entidades paraestatais, sendo as mais relevantes: 1) Os serviços sociais autônomos; 2) As organizações sociais; 3)As organizações da sociedade civil de interesse público; 4) As fundações de apoio. ATENÇÃO! O terceiro setor são as organizações paraestatais, entidades não governamentais, sem fins lucrativos, privadas, que atuam por iniciativa própria prestando atividades de interesse público. DOUTRINA! Conforme destaca Rafael Carvalho1, é possível estabelecer uma organização administrativa dividida em três setores, que são responsáveis pelo atendimento do interesse público e que sofrem a incidência, em maior ou menor medida, do Direito Administrativo: 1) 1º Setor: Estado (Administração Pública Direta e Administração Pública Indireta); 2) 2º Setor: Mercado (concessionárias e permissionárias de serviços públicos); 3) 3º Setor: Sociedade civil (Serviços Sociais Autônomos – Sistema “S”, Organizações Sociais – “OS”, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público – “OSCIPs”, Organizações da Sociedade Civil – “OSCs” etc.). BIZU! 1º Setor: Estado – Coletivo – Direito Público 2º Setor: Iniciativa Privada – Individual – Direito Privado 3º Setor: Privados sem fins lucrativos – Coletivo – Direito Privado 4º Setor: Economia Informal – Individual – Atividades (ilícitas e irregulares) 1 OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Administração Pública, concessões e terceiro setor. 2. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011 Página | 7 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 1.1) Conceito da Administração Pública COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: DOUTRINA! Administração pública em sentido formal ou subjetivo é o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam. No Brasil, só é administração pública: (a) os órgãos integrantes da denominada administração direta (são os órgãos que, em uma pessoa política, exercem função administrativa); e (b) as entidades da administração indireta, que são, exclusivamente, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista.2 ATENÇÃO! Administração extroversa: Relação da Administração com os administrados (atividade fim, ou seja, interesse da coletividade). Administração introversa: Relação da Administração com seus próprios órgãos (atividade meio para gerir a estrutura administrativa). IMPORTANTE! No Brasil, a Administração Pública é composta por órgãos, em sentido amplo, que se dividem entre a administração direta e indireta. TEMA POTENCIAL! Sistemas Administrativos: 1) Sistema Inglês: Unidade de Jurisdição. Fundamentado no artigo 35, XXXV da CR/88; quem define com autoridade de coisa julgada é só o Poder Judiciário. 2) Sistema Francês: Contencioso Administrativo, baseado na dualidade de jurisdição. Há um órgão administrativo que julga questões de índole administrativa. No Brasil, por não existir o modelo da dualidade de jurisdição do sistema francês, há, contudo, uma hipótese de instância administrativa de curso forçado, qual seja, as causas submetidas à Justiça desportiva. PODE CAIR NA PROVA! 1) Sentido Amplo: Abarca as funções Políticas e Administrativas. 2) Sentido Estrito: Apenas funções Administrativas. 3) Sentido Subjetivo diz respeito a "Quem" executa (Órgãos, Agentes, Entidades) 4) Sentido Objetivo corresponde a identificação "Do que" é feito (Serviço Público, Intervenção, Polícia Adm, etc) QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma sintetizada sobre o conceito da Administração Pública: CONCEITO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA CRITÉRIO FORMAL MATERIAL É Administração aquilo que a legislação diz que é Administração. A Administração é formada por quem exerce a função administrativa A Administração Pública é formada pela Administração direta e pelas entidades administrativas (Administração indireta) 2 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo Direito Constitucional Descomplicado. 15ª. edição. São Paulo: Método, 2016. p.344. Página | 8 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja a diferença entre sentido amplo e estrito: SENTIDOS AMPLO ESTRITO Abarca as funções de planejamento, comando e direção da atividade administrativa, bem como a sua execução. Nesse sentido, a Administração pública, sob o aspecto subjetivo, abrange os órgãos de governo (independentes, constitucionais), competentes para traçar com larga discrição as diretrizes gerais da Administração e os órgãos administrativos propriamente ditos (subordinados, legais, em sua maioria), que executam as diretrizes governamentais. Em sentido estrito, a Administração Pública abarca, sob o aspecto subjetivo, apenas os órgãos administrativos e, sob o aspecto objetivo, apenas a função administrativa, excluindo-se os órgãos de governo, no primeiro caso, e no segundo, a função política. Também em sentido amplo, mas agora sob o prisma objetivo, a Administração Pública compreende a função política (fixação de diretrizes governamentais) e a função administrativa, que vai concretizá-las. Em outras palavras: falar-se em Administração Pública stricto sensu é considerar, seja subjetiva seja objetivamente, apenas aqueles órgãos que executam a atividade administrativa, visualizada como atividade de realização concreta e imediata dos interesses coletivos, bem como essa mesma atividade. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja a diferença entre sentido objetivo e subjetivo: SENTIDOS OBJETIVO SUBJETIVO É a própria atividade administrativa ou função administrativa. É o conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e agentes aos quais o ordenamento jurídico atribui a função administrativa. BIZU! Macete: Conceito formal de Administração Pública FOS (Formal, Orgânico, Subjetivo) = OAB (Órgãos, Agentes, Bens) → Editado exclusivamente pelo Poder Executivo. → Sujeito (quem realiza a atividade, ou seja, as pessoas). VAMOS PRATICAR 1. (CESPE - 2018 - Polícia Federal - Agente de Polícia Federal) Acerca da organização da administração pública brasileira, julgue o item subsequente. Sob a perspectiva do critério formal adotado pelo Brasil, somente é administração pública aquilo determinado como tal pelo ordenamento jurídico brasileiro, independentemente da atividade exercida. Assim, a administração pública é composta exclusivamente pelos órgãos integrantes da administração direta e pelas entidades da administração indireta. Certo ou Errado 2. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) O conceito de Administração Pública possui vários sentidos, sendo correto afirmar que: a) sob o sentido formal, a Administração Pública deve ser entendida como o conjunto de funções administrativas exercidas pelo Estado. b) sob o sentido objetivo, entende-se como Administração Pública a estrutura orgânica do Estado, definidora do conjunto de estruturas de competências legalmente definidas. c) sob o sentido empreendedor, a Administração Pública é o conjunto de funções administrativas exercidas pelo Estado de forma empreendedora, visando o atingimento das suas finalidades. Página | 9 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. d) sob o sentido material, a Administração Pública deve ser entendida como a atividade administrativa exercida pelo Estado. e) sob o sentido material, entende-se como Administração Pública o conjunto de órgãos do Estado, isto é, a estrutura estatal. 3. (IBADE - 2017 - PC-AC - Escrivão de Polícia Civil) Quanto aos temas órgão público, Estado, Governo e Administração Pública, é correto afirmar que: a) governo democraticamente eleito e Estado são noções intercambiáveis para o Direito Administrativo. b) um órgão público estadual pode ser criado por meio de Decreto do Chefe do Poder Executivo Estadual ou por meio de Portaria de Secretário de Estado, desde que editada por delegação do Governador. c) fala-se em Administração Pública Extroversa para frisar a relação existente entre AdministraçãoPública e seu corpo de agentes públicos. d) a Administração Pública, sob o enfoque funcional, é representada pelos agentes públicos e seus bens. GABARITOS COMENTADOS 1. COMENTÁRIO: Administração pública em sentido formal ou subjetivo é o conjunto de órgãos e pessoas jurídicas que o nosso ordenamento jurídico identifica como administração pública, não importa a atividade que exerçam. “No Brasil, só é administração pública: (a) os órgãos integrantes da denominada administração direta (são os órgãos que, em uma pessoa política, exercem função administrativa); e (b) as entidades da administração indireta, que são, exclusivamente, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e as sociedades de economia mista”.3 O item está certo. 2. COMENTÁRIO: Futuros Deltas, quanto ao conceito de Administração Pública, pode-se destacar dois principais sentidos explorados pela doutrina: o sentido subjetivo/formal/orgânico que define quem são os entes (pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos) que exercem a função administrativa. Consiste na própria estrutura da Administração Pública. Já o sentido objetivo/material/funcional: é a própria função administrativa, é a atividade administrativa que será exercida pelos entes públicos. Alternativa “d” está correta. a) A alternativa está errada. A assertiva trabalha o sentido material da Administração. b) A alternativa está errada. Aqui a descrição diz respeito ao sentido subjetivo explorado no conceito de Administração Pública. c) A alternativa está errada. A forma "empreendedora" pode se relacionar com a eficiência que o Estado deve ter no cumprimento das finalidades públicas. Ademais, pode-se entender que aqui é trazido o sentido material. e) A alternativa está errada. O sentido formal que se relaciona com a estrutura orgânica da Administração. 3. COMENTÁRIO: Importa considerar que, os órgãos públicos não constituem pessoas jurídicas autônomas, mas são partes integrantes de pessoas jurídicas, cada qual pertencendo a uma delas. Dessa maneira, órgãos públicos não ostentam personalidade jurídica própria, consequentemente não têm aptidão para adquirir direitos e contraírem obrigações em nome próprio, bem como, não são sujeitos de direitos. Alternativa “e” está correta. 3 PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo Direito Constitucional Descomplicado. 15ª. edição. São Paulo: Método, 2016. p.344. Página | 10 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. a) A alternativa está errada. Estado, sinônimo de país/ nação, é pessoa jurídica formada pelos elementos povo, território e governo soberano. Ao passo que, o governo constitui um dos elementos do conceito de Estado, logo, é equivocado afirmar que haja uma relação intercambiável, ou seja, uma relação entre sinônimos, no tocante às expressões Estado e governo. Nas palavras de José dos Santos Carvalho Filho, "Estado é um ente personalizado, apresentando-se não apenas exteriormente, nas relações internacionais, como internamente, neste caso como pessoa jurídica de direito público, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações."4 b) A alternativa está errada. Os órgãos públicos só podem ser criados mediante lei, conforme exigência contida no texto constitucional. Neste sentido, tem-se os artigos 48, XI c/c 61, §1º, II, "e". O primeiro dispositivo estabelece a competência do Congresso Nacional para dispor sobre a criação de Ministérios e demais órgãos da Administração Pública. Já o segundo, define por compete o presidente da República para iniciar o processo legislativo atinente à criação dos Ministérios e demais órgãos públicos, via de regra. Dessa maneira, a matéria deve ser objeto de análise pelo Legislativo, não sendo possível a criação de órgãos públicos por via de decreto e portarias, pois ambos constituem atos normativos infra legais. c) A alternativa está errada. A concepção de Administração Pública extroversa está relacionada com o âmbito externo, isto é, que trava relações com os particulares, como, por exemplo, no exercício do poder de polícia, ao se fiscalizar uma dada atividade empresarial privada. Na realidade, a relação mantida entre a Administração Pública e os órgãos e agentes que a compõem é denominada de Administração Pública introversa. d) A alternativa está errada. A Administração Pública, em sentido objetivo, material ou funcional, significa o conjunto de atividades tradicionalmente consideradas como típicas da função administrativa. Por outro lado, os agentes públicos, por sua vez, estão abarcados pelo conceito de Administração Pública em sentido subjetivo, formal ou orgânico. Assim, sua definição está ligada ao conjunto de órgãos, pessoas jurídicas e agentes tidos pelo ordenamento como integrantes da Administração Pública. Logo, o pertinente aqui é definir quem exerce a atividade. 1.2) Princípios da Administração Pública COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: ATENÇÃO! Os princípios implícitos são aqueles que, embora não encontrem disposição taxativa na respectiva lei, sua aplicação se dá em razão da uniformidade do ordenamento jurídico. IMPORTANTE! Princípios centrais que norteiam a atuação da administração: 1) Supremacia do interesse público sobre o privado. 2) Indisponibilidade do interesse público. TEMA POTENCIAL! A autopromoção viola diretamente o princípio da impessoalidade. Viola indiretamente o princípio da moralidade. Neste sentido, "A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos". (Artigo 37, §1° da CF/88). PODE CAIR NA PROVA! O princípio da legalidade não se confunde com o da reserva legal: O primeiro pressupõe a submissão e o respeito à lei; o segundo se traduz pela necessidade de a regulamentação de determinadas matérias ser feita necessariamente por lei formal. JURISPRUDÊNCIA! A nomeação de cônjuge da autoridade nomeante para o exercício de cargo em comissão ou de confiança na Administração Pública do Estado viola a Constituição Federal. STF. Súmula Vinculante nº 13 "a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em 4 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2013, p. 2. Página | 11 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal." QUADRO ESQUEMÁTICO! Se atente para não esquecer: PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EXPLÍCITOS IMPLÍCITOS Legalidade: Implica na subordinação da Administração Pública à lei Supremacia do poder público sobre o privado: Determina privilégios jurídicos, sobrepondo o interesse público ao particular Impessoalidade: Impede discriminações e privilégios indevidamente dispensados a particulares no exercício da função administrativa. Indisponibilidade do interesse público: Os interesses qualificados como próprios da coletividade, não se encontram à livre disposição de quem quer que seja. Moralidade: Evidencia-se que tanto os agentes quanto a Administração devem agir conforme os preceitos éticos, já que tal violação implicará em uma transgressão do próprio Direito, o que caracterizará um ato ilícito de modo a gerar a conduta viciada em uma conduta invalidada Outros princípios implícitos: 1) Presunção de legitimidade ou de veracidade. 2) Motivação. 3) Razoabilidade e proporcionalidade. 4) Contraditórioe ampla defesa. 5) Autotutela 6) Tutela 7) Segurança jurídica 8) Continuidade do serviço público 9) Especialidade 10) Hierarquia 11) Precaução Publicidade: Os atos praticados pela Administração Pública devem ser publicados oficialmente, para conhecimento e controle da população Eficiência: O agente cumpre com suas competências, agindo com presteza, perfeição, buscando sempre o melhor resultado e com o menor custo possível, no sentido econômico- jurídico QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja alguns princípios importantes da Administração Pública: PRINCÍPIOS LEGALIDADE Cumprimento da Lei. A atividade de todos de todos os agentes públicos está submetida à obediência, cumprimento e prática das leis. IMPESSOALIDADE Tratamento igualitário. A Administração Pública deve tratar todos os cidadãos sem discriminações. É o que diz art. 5º da CF: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes.” MORALIDADE Princípios éticos estabelecidos por Lei. Os Agentes Públicos são obrigados a atuarem em conformidade com os princípios éticos. Os Agentes Públicos são obrigados a atuarem em conformidade com os princípios éticos. PUBLICIDADE Prestação de contas à população. Este princípio garante a transparência na Administração Pública. EFICIÊNCIA Boa gestão dos recursos e serviços públicos. O princípio se resume no conceito da boa administração. Página | 12 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. BIZU! Mnemônico “LIMPE” traz os princípios administrativos dispostos no texto constitucional. Veja: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Princípios Implícitos MACETE: PRIMCESA Presunção de Legitimidade Razoabilidade Indisponibilidade do Interesse Público Motivação Continuidade dos Serviços Públicos Especialidade Supremacia do Interesse Público Autotutela TOME NOTA! Art. 37 da Constituição Federal: A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]”. VAMOS PRATICAR 4. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) “O Direito Administrativo, como é entendido e praticado entre nós, rege efetivamente não só os atos do Executivo, mas também os do Legislativo e os do Judiciário, praticados como atividade paralela e instrumental das que lhe são específicas e predominantes, isto é, a de legislação e a de jurisdição. O conceito de Direito Administrativo Brasileiro, para nós, sintetiza- se no conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado.” (MEIRELLES, Hely Lopes. O Direito Administrativo Brasileiro. 29ª ed., São Paulo: Malheiros Editora, 2004.) Assinale a alternativa INCORRETA: a) Autorização, permissão e concessão são formas de o Estado autorizar, permitir e conceder aos particulares a exploração de bens e serviços públicos. b) A legalidade administrativa é diferente da legalidade civil, uma vez que aquela dita o limite da atuação do administrador público, conforme imposto pela lei e esta permite ao particular aquilo que a lei não proíbe. c) O poder de polícia decorre da capacidade administrativa e concede também a prerrogativa de função legislativa para a positivação de tipos penais em âmbito de direito penal aos agentes de estado que possuem esse poder. d) O princípio da supremacia do interesse público, não desconsidera os interesses particulares/individuais, não obstante informa ao agente administrativo que o interesse público prevalece sobre interesses privados. e) São princípios de direito administrativo a moralidade administrativa, a supremacia do interesse público, a motivação, a publicidade e transparência, a proporcionalidade e razoabilidade administrativas. 5. (Instituto Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia) A administração pública, no Brasil, é regida por uma série de princípios. Tendo em vista a natureza jurídica destes princípios, leia as afirmativas a seguir. I - Legalidade, publicidade, impessoalidade, moralidade e eficiência são classificadas, pela doutrina, como princípios expressos da administração pública por possuírem previsão normativa inserta no texto da Página | 13 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 com aplicação direta ao campo do direito administrativo. II - O princípio da eficiência da administração se aplica ao servidor, para efeito de sua aptidão ao cargo, durante o estágio probatório e ao logo do exercício de sua vida funcional. III - Campanhas ou informes de órgãos públicos que apresentem slogans de promoção pessoal do agente público violam diretamente o princípio constitucional da moralidade administrativa. IV - A supremacia do interesse público é considerada, pela doutrina, como um princípio implícito da administração pública V - Um princípio é considerado implícito ao direito administrativo em razão de este ser aplicável ao campo da administração pública, ainda que tal princípio seja próprio a um outro campo do direito. Marque a alternativa correta: a) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da III. b) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da I. c) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da V. d) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da IV. e) Todas as afirmativas estão corretas, à exceção da II. 6. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área 8) Para o Direito Administrativo, o princípio que determina privilégios jurídicos, sobrepondo o interesse público ao particular, privilegiando a administração pública em face dos administrados e garantindo à Administração Pública prerrogativas e obrigações não extensíveis aos administrados, é denominado a) princípio da supremacia do interesse público. b) princípio da indisponibilidade do interesse público. c) princípio da legalidade. d) princípio da impessoalidade. e) princípio da moralidade. GABARITOS COMENTADOS 4. COMENTÁRIO: Guerreiros, O poder de polícia decorre da capacidade administrativa e concede também a prerrogativa de função legislativa para a positivação de tipos penais em âmbito de direito penal aos agentes de estado que possuem esse poder. Poder de Polícia, sob a perspectiva do conceito amplo, abrange toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida restringir as liberdades individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Não obstante, em relação ao conceito estrito, o poder de polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposição da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem estar geral da coletividade. Ademais, a Polícia Administrativa atua sob os ilícitos administrativos; resguardando bens, atividades, liberdades e direitos, em regra exerce função preventiva, podendo, conduto, atuar repressivamente. Por fim, a Polícia Judiciária, atua nos ilícitos penais, sobre pessoas, em regra exercendo função repressiva, mas pode atuar preventivamente. A alternativa “c” está incorreta. a) A alternativa está correta. Autorização, permissão e concessão são formas de o Estado autorizar, permitir e conceder aos particulares a exploração de bens e serviços públicos. Página | 14 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. b) A alternativa está correta. Visto que o administrador público só poderá fazer o que a leideterminar, a atuação do estado deve ser pautada pela lei para evitar arbitrariedades. d) A alternativa está correta. O interesse público (entendido normalmente como o interesse da maioria) não é absoluto, mas orienta a atividade administrativa com vistas ao bem comum. Logo, é correto afirmar que não desconsidera o interesse particular, uma vez que, a lei resguarda os direitos das pessoas na relação com o Estado, ainda que privilegie o interesse comum. e) A alternativa está correta. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação/transparência, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. 5. COMENTÁRIO: Vamos analisar item por item. I) Correta. Com base no art. 37 da CF/88 “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. II) Correta. O princípio da eficiência da administração se aplica ao servidor, para efeito de sua aptidão ao cargo, durante o estágio probatório e ao logo do exercício de sua vida funcional. III) Incorreta. A situação destacada neste item, diz respeito a violação do Princípio da Impessoalidade. Pois é dever da Administração Pública agir objetivamente em prol da coletividade, visto que, o exercício da atividade administrativa é atribuição da Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Dessa forma, as publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores. IV) Correta. O interesse público é, a grosso modo, a finalidade a qual se destina a atividade pública. Toda a estrutura pública é organizada para alcançar o bem comum. V) Correta. A classificação implícita decorre de não vir expresso na lei atinente a determinada matéria, mas seus reflexos serem aplicáveis pela própria lógica do ordenamento jurídico. A alternativa “a” está correta. 6. COMENTÁRIO: "[...] o interesse público é supremo sobre o interesse particular. A administração goza de supremacia decorrente deste princípio, razão pela qual vige a presunção de legalidade dos atos praticados pela Administração, a possibilidade de desapropriação de bens privados, entre outras prerrogativas".5 Alternativa “a” está correta. b) A alternativa está errada. Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público "no exercício da função administrativa os agentes públicos estão obrigados a atuar, não segundo sua própria vontade, mas do modo determinado pela legislação. Como decorrência dessa indisponibilidade, não se admite tampouco que os agentes renunciem aos poderes legalmente conferidos ou que transacionem em juízo".6 c) A alternativa está errada. Pelo princípio da legalidade, "o administrador só pode atuar conforme determina a lei. Fala-se em princípio, da subordinação à lei. Não havendo previsão legal, está proibida a atuação do ente público".7 d) A alternativa está errada. O princípio da impessoalidade compreende: " Reflete uma atuação que não discrimina as pessoas seja para benefício ou para prejuízo".8 e) A alternativa está errada. O princípio da moralidade "diz respeito à lealdade de conduta do agente no exercício da função pública".9 5 CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 2 ed. Salvador: JusPodivm, 2015. 6 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 7 CARVALHO, op., cit. 8 Idem. 9 Idem. Página | 15 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 1.3) Administração Pública Direta X Indireta Administração Pública Direta A Administração Direta compreende as competências e serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios, assim como os órgãos dos poderes Legislativo e Judiciário União, Estados, DF e Municípios. É composta pelos próprios órgãos dos poderes que desempenham as funções das pessoas jurídicas de Direito Público com capacidade política ou administrativa. Esses órgãos não possuem personalidade jurídica própria e pertencem ao ente público maior (União, Estados, Municípios). A Administração Pública Direta atua através de seus órgãos e agentes que expressam a vontade política da pessoa jurídica a que estão ligados. Os órgãos não têm capacidade jurídica, não constituem pessoa jurídica, apenas possuem competências: são centros de competências despersonalizados, cuja atuação, na pessoa de seus agentes, é imputada à entidade estatal a que pertencem. É importante destacar que os Conselhos também constituem órgãos públicos da Administração Direta, alguns têm origem constitucional, como o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, mas, em regra, são criados por lei e têm como atribuições o assessoramento, a orientação, a deliberação e a fiscalização na sua área de atuação. Ademais, muitos Conselhos, como os de educação, saúde, assistência social etc., exigem a paridade de membros, do setor público e privado, em sua composição. ATENÇÃO! 1) Os Conselhos têm poderes próprios. Deliberar é um termo amplo, que inclui poderes para examinar, discutir e determinar uma questão. As ações da Administração Pública relacionadas à ordem social ocorrem mediante colaboração ou cooperação, materializadas através de convênios, termos de parceria e contratos de gestão. Quando as ações são de caráter econômico, as relações são contratuais, formalizadas por meio de concessão, autorização ou outra forma de contrato. 2) As pessoas da Administração Pública Direta prestam serviços públicos de forma Centralizada a atividade exercida diretamente pelos entes estatais, ou seja, pela Administração Direita. IMPORTANTE! Órgãos públicos: Conjunto de competência; sem personalidade jurídica; resultado da técnica de organização administrativa conhecida como desconcentração; integrantes da estrutura de uma pessoa jurídica. TEMA POTENCIAL! Os órgãos têm capacidade processual? Em regra, não. Porém, existem exceções sobre os órgãos que são titulares de direitos subjetivos, o que lhes confere capacidade processual para a defesa de suas prerrogativas e competências. Duas, na verdade: 1) Órgãos Independentes: Possuem capacidade processual (personalidade judiciária) na defesa de suas prerrogativas constitucionais/institucionais - agindo como sujeito ativo - órgãos titulares de direito subjetivo. 2) Órgãos Autônomos: Possuem capacidade processual (personalidade judiciária) na defesa de suas prerrogativas constitucionais/institucionais - agindo como sujeito ativo - órgãos titulares de direito subjetivo. Desta feita, os citados órgãos podem atuar em juízo, mas apenas para defender os seus direitos institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão. Por fim, existem alguns sujeitos (órgãos) que embora não tenham personalidade jurídica (não são pessoas jurídicas), podem ser parte. Nesse caso, dizemos que gozam de personalidade judiciária. Exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunais de Justiça, Tribunais de Contas, Procon, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, nascituro, massa falida, comunidade indígena. A Câmara de Vereadores, por ser um órgão, não possui personalidade jurídica (não é pessoa jurídica). Apesar de não ter personalidade jurídica (civil), a Câmara pode ser parte em algumas causas judiciais em virtude de gozar de personalidade judiciária. No entanto, essa personalidade judiciária não é ampla e ela Página | 16 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. só pode demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais (aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão). JURISPRUDÊNCIA! Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica,apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui legitimidade e capacidade postulatória para impetrar mandado de segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela respectiva Corte de Contas.10 QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma sintetizada, acerca do assunto, para não esquecer: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA UNIÃO ESTADO DF MUNICÍPIO Órgãos que integram os três poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário Órgãos que integram os três poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário Órgãos que integram os três poderes: Executivo e Legislativo Órgãos que integram os três poderes: Executivo e Legislativo Desempenham função de forma centralizada Desempenham função de forma centralizada Desempenham função de forma centralizada Desempenham função de forma centralizada Possui relação de subordinação Possui relação de subordinação Possui relação de subordinação Possui relação de subordinação Exemplo: STF, STJ, Exemplo: Secretaria Estadual de Educação Exemplo: Secretaria do GDF Exemplo: Prefeitura QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma sintetizada, a diferença entre Administração Direta e Indireta: ADMINISTRAÇÃO DIRETA INDIRETA O Estado presta as atividades diretamente pelos seus Órgãos. O Estado estará prestando as atividades por suas Entidades, seja uma Pessoa Jurídica criada pelo Estado por lei (autarquia e fundação pública) ou autorizadas por lei (fundação privada, empresas públicas, sociedade de economia mista) ou pessoa física. A Administração Direta está subordinada diretamente às pessoas jurídicas políticas (União, Estado, Distrito Federal e Municípios). Esses órgãos não possuem personalidade jurídica própria. Bom ressaltar que a prestação de serviços públicos ocorre diretamente pelo Estado e seus órgãos. BIZU! As pessoas da Administração Direta: MEDU Município Estado DF União TOME NOTA! 10 STJ. 2ª Turma. RMS 52.741-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 8/8/2017 (Info 611). Página | 17 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Art. 18 da Constituição Federal. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. VAMOS PRATICAR 7. (INSTITUTO AOCP- 2019- UFPB- Administrador) Assinale a alternativa que apresenta uma das características da administração pública indireta. a) Administrativamente dependente do governo. b) Administrativa e organizacionalmente vinculada. c) Administrada pelo chefe do executivo estatal. d) Administrativa e financeiramente autônoma. e) Administra serviços do estado para a comunidade. 8. (INSTITUTO AOCP- 2019- PC-ES – Investigador) Assinale a alternativa que corresponda a um órgão/entidade que pertença à Administração Pública Direta. a) Agência Reguladora. b) Agência Executiva. c) Departamento de Estradas e Rodagens – DER. d) Secretaria do Tesouro Nacional. e) Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ. 9. (FGV- 2018 MPE-AL Técnico do Ministério Público – Geral) O conceito de administração indireta está relacionado à criação de entidades administrativas que desempenham atividades de forma descentralizada. Essas entidades estão vinculadas a) a um partido político. b) a uma associação de classe. c) ao poder executivo. d) a uma organização internacional. e) a um instituto privado. 10. (INSTITUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Perito Oficial Criminal - Área 8) Assinale a alternativa que corresponda a um órgão/entidade que pertença à Administração Pública Direta. a) Agência Reguladora. b) Agência Executiva. c) Departamento de Estradas e Rodagens – DER. d) Secretaria do Tesouro Nacional. e) Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ. 11. (VUNESP - 2018 - PC-BA - Investigador de Polícia) O conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado denomina-se a) Administração Indireta. b) Administração Direta. c) Fundação Pública. Página | 18 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. d) Sociedade de Economia Mista. e) Empresa Pública. 12. (CESPE - 2016 - PC-GO - Agente de Polícia Substituto) A administração direta da União inclui a) a Casa Civil. b) o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). c) as agências executivas. d) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). e) a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). GABARITOS COMENTADOS 7. COMENTÁRIO: Guerreiros, lembrem-se a administração indireta é o conjunto de pessoas administrativas com personalidade de direito público ou privado, patrimônio próprio e autonomia administrativa, vinculadas à administração direta, criadas para o desempenho de determinada atividade administrativa. A alternativa “d” está correta. 8. COMENTÁRIO: Guerreiros, a Secretaria do Tesouro Nacional está vinculada ao Ministério da Fazenda e integra a Administração Direta. A alternativa “d” está correta. a) A alternativa está errada. A agência reguladora é uma autarquia em regime especial e, como tal, pertence a Administração Indireta. b) A alternativa está errada. Agência executiva consiste na qualificação dada a autarquia ou fundação que celebre contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se vincula. Portanto, o status de agência executiva está relacionado com a Administração Indireta. c) A alternativa está errada. O Departamento de Estradas e Rodagens - DER é uma autarquia e, portanto, pertence a Administração Indireta. e) A alternativa está errada. A Fundação Oswaldo Cruz – FIOCRUZ foi criada pelo Decreto nº 66.624, de 22 de maio de 1970, possui personalidade jurídica de direito público e pertence a Administração Indireta. 9. COMENTÁRIO: Guerreiros, na questão FGV pede que o candidato assinale a opção que a Administração Pública Indireta sofre uma supervisão ou tutela ministerial - já que não tem hierarquia entre a Administração Pública Indireta com a Adm. Pública Direta - da Adm. Direta. Nesse caso, essas entidades estão vinculadas ao poder executivo. A alternativa “c” está correta. 10. COMENTÁRIO: Futuros Deltas, a secretaria é considerada órgão público. Nos ensinamentos de Alexandre Mazza: "órgão público é um núcleo de competências estatais sem personalidade jurídica própria".11 Ademais, a Secretaria do Tesouro Nacional foi criada em 10 de março de 1986 pelo Decreto nº 92.452. Alternativa “d” está correta. a) A alternativa está errada. Agência Reguladora é autarquia em regime especial, ente da Administração Indireta. Nas palavras de Matheus Carvalho, a agência reguladora "trata-se de autarquia criada em regime 11 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Página | 19 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. especial para fiscalizar, regular, normatizar a prestação de serviços públicos por particulares, evitando, assim, a busca desenfreada pelo lucro dentro do serviço público".12 b) A alternativa está errada. Tendo em vista que, a Agência Executiva é autarquia comum, ente da Administração Indireta. Segundo Alexandre Mazza, “as agências executivas existem apenas em âmbito federal.”13 c) A alternativa está errada. O Departamento de Estradas e Rodagens - DER pode ser entendido como uma autarquia estadual responsável pela conservação, manutenção e administração de rodovias e estradas nos territórios dos Estados e Distrito Federal, com personalidade jurídica própria e autonomia administrativa e financeira. e) A alternativa está errada. Fundação é ente da AdministraçãoIndireta. 11. COMENTÁRIO: Primeiramente é preciso registrar que a Administração Pública Direta é composta pelas pessoas políticas (União, Estado, Município e DF). A questão traz a seguinte disposição: “O conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado denomina-se.” Sabe-se que os órgãos, por não possuírem personalidade jurídica própria, pertencem à estrutura do ente a qual está relacionado, logo, pode-se considerar como verdadeira a afirmação contida no enunciado, por visualizar a estrutura administrativa como ela é organizada internamente, trazendo-a para o conceito que contempla a Administração Pública Direta. Alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. Importa considerar que, a Administração Indireta compreende as entidades que exercem atividade administrativa descentralizada, como as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. c) A alternativa está errada. As Fundações Públicas integram a Administração Pública Indireta. Exercem, pois, atividade administrativa descentralizada. d) A alternativa está errada. Assim como as fundações, as sociedades de economia mista fazem parte da estrutura da Administração Pública Indireta. e) A alternativa está errada. As empresas públicas também são pessoas da Administração Indireta. 12. COMENTÁRIO: A Casa Civil é um órgão integrante da administração direta da União. Alternativa “a” está correta. b) A alternativa está errada. Uma vez que o DNIT é uma autarquia federal vinculada ao Ministério dos Transportes. c) A alternativa está errada. Agências executivas são autarquias sob regime especial que celebram contratos de gestão com o Poder Público, pertencem, portanto, à administração indireta. d) A alternativa está errada. O IBAMA é uma autarquia federal, logo pertence à administração indireta. e) A alternativa está errada. A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) é uma agência reguladora, ou seja, autarquia sob regime especial. Administração Pública Indireta COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: ATENÇÃO! É aplicável o regime dos precatórios às sociedades de economia mista prestadoras de serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial.14 IMPORTANTE! 12 CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 2 ed. Salvador: JusPodivm, 2015. 13 MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 13 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 14 STF. Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017 (Info 858, STF). Página | 20 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Administração Indireta é o conjunto de pessoas jurídicas (desprovida de autonomia política) que, vinculadas à administração direta, têm competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas. TEMA POTENCIAL! "Agências Executivas são autarquias ou fundações públicas que, por iniciativa da Administração Direta, recebem status de agência, e, por estarem sempre ineficientes, celebram contrato de gestão com o Ministério supervisor. Ao celebrar o contrato de gestão, a autarquia comum ganha status de agência executiva, adquirindo vantagens especiais (concessão de mais independência e mais orçamento), mas, em troca, se compromete a cumprir um plano de reestruturação definido no próprio contrato de gestão para se tornar, mais eficiente, o que envolve reduzir custos e aperfeiçoar seus serviços."15 (Grifos nossos). PODE CAIR NA PROVA! Sem integrarem a administração direta e indireta colaboram com o estado no desempenho de atividades de interesse público, de natureza não lucrativa, as chamadas Entidades Paraestatais. TEMA POTENCIAL! Se atente, pois a banca pode cobrar na sua prova sobre os Consórcios Públicos. E qual a definição de Consórcios Públicos? De acordo com o conceito trazido pelo Decreto 6.017/07, Consórcio Público é “pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei nº 11.107/05, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum, constituída como associação pública, com personalidade jurídica de direito público e natureza autárquica, ou como pessoa jurídica de direito privado sem fins econômicos”. Os Consórcios somente podem ser integrados pelos entes federados, sendo certo que a União somente participará dos Consórcios Públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados. Noutro giro, Estados não poderão consorciar-se com Municípios que não estejam localizados em seu território. JURISPRUDÊNCIA! Os servidores concursados de empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos não gozam da estabilidade prevista no art. 41 da CF/88, salvo aqueles admitidos em período anterior ao advento da EC nº 19/1998. No entanto, em atenção aos princípios da impessoalidade e isonomia, a dispensa do empregado de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada. A motivação do ato de dispensa tem por objetivo resguardar o empregado de uma possível quebra do postulado da impessoalidade por parte do agente estatal investido do poder de demitir.16 15 CARVALHO, Matheus. Manual de Direito Administrativo. 2 ed. Salvador: JusPodivm, 2015. 16 STF. Plenário. RE 589998/PI, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 20/3/2013 (repercussão geral) (Info 699). Página | 21 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma resumida: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA AUTARQUIAS FUNDAÇÃO PÚBLICA EMPRESA PÚBLICA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Modo de Criação: Criadas Diretamente por lei específica Modo de Criação: Em regra é AUTORIZADA por lei. Modo de Criação: Autorizadas por lei específica Modo de Criação: Autorizadas por lei específica Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito público Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito privado. Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito privado Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito privado Atuação: Executa serviços do Estado Atuação: Executa serviços de interesse do Estado (âmbito social), de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público Atuação: Exerce atividade econômica ou de interesse do Estado, considerando-as convenientes à coletividade) Atuação: Exerce atividade econômica (de natureza industrial ou atividade econômica de produção ou comercialização de bens, suscetíveis de produzir renda e lucro, que o Estado reputa de relevante interesse coletivo ou indispensável à Segurança Nacional) Peculiaridades: Não exerce atividade econômica Peculiaridades: Não exerce atividade econômica Forma de Organização: Qualquer das formas admitidas em direito Forma de Organização: Apenas Sociedade Anônima (Capital aberto ou fechado) Página | 22 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja as diferenças entre a Administração Pública Direta e Indireta: ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA INDIRETA É o conjunto de pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos que exercem a função administrativa. É formada pelas entidades administrativas, criadas pelas pessoas políticas, como mecanismos de especialização, para que prestem determinada atividade específica, com maior autonomia em relação ao ente central. MEDU Municípios Estados membros Distrito federal União FASE Fundações públicas Autarquias Sociedade de economia mista Empresas públicas Prestação dos serviços públicos por meios próprios e diretamente pelo próprio Estado, seus órgãos e agentes. Prestaçãodos serviços públicos por pessoa jurídica criada pelo poder público para exercer tal atividade, como se Estado fosse. Centralizada a atividade exercida diretamente pelos entes estatais, ou seja, pela Administração Direita. Descentralizada a atividade delegada (por contrato), ou outorgada (por lei), para as entidades da Administração Indireta. Tem competência para legislar Não tem competência para legislar O Orçamento Geral dos entes federativos provém de repasses de dinheiro público provenientes de tributos recolhidos pela União, que são utilizados para custear todas suas despesas administrativas, seus investimentos e gastos com a dívida pública. Possuem patrimônio, autonomia administrativa e orçamento específico para seus fins e de responsabilidade de gestão. Os valores remanescentes dos recursos que a elas são distribuídos constituem superávit (e não lucro) e devem ser revertidos para os mesmos objetivos, visando a sua melhoria, aperfeiçoamento e maior extensão. Tem autonomia Política* Não tem autonomia Política BIZU! Mnemônico formado com as pessoas da Administração Indireta: FASE Fundação Pública Autarquia Sociedades de Economia Mista Empresa Pública VAMOS PRATICAR 13. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia) O regime jurídico constitucional das empresas estatais prevê que a) as empresas estatais não estão sujeitas à regra de concurso público para a seleção de seu quadro de pessoal. b) os empregados das empresas estatais não gozam de estabilidade, devendo, porém, sua demissão ser devidamente motivada. c) as empresas estatais prestadoras de serviço público deverão ser criadas por lei, sendo admitida a formação de consórcio. d) as empresas estatais gozarão do mesmo tratamento jurídico dispensado às autarquias em matéria de regime de pessoal. e) as obrigações não adimplidas de responsabilidade das empresas estatais deverão ser executadas mediante o regime constitucional de precatórios. Página | 23 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 14. (VUNESP - 2018 - PC-SP - Escrivão de Polícia Civil) A Administração Indireta compreende as seguintes entidades, dotadas de personalidade jurídica própria a) autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista. b) agências executivas, fundações de apoio e serviços sociais autônomos. c) autarquias, fundações, organizações sociais e empresas públicas. d) agências reguladoras, empresas públicas e Polícias Civil e Militar. e) autarquias, fundações e organizações sociais. 15. (FUNCAB - 2016 - PC-PA - Investigador de Polícia Civil) “Por mais impopular que seja uma decisão, embasada por estudo técnico dos seus servidores, os dirigentes não poderão ser exonerados à vontade do Chefe do executivo” (PINHEIRO MADEIRA, José Maria. Administração Pública, Freitas Bastos, 12a. Ed.,2014, p. 929). Em relação às entidades que integram a Administração Pública Indireta, nessa citação acima, é correto afirmar que há referência à(ao): a) sociedade de economia mista. b) empresa pública. c) fundação d) órgão autônomo e) agência reguladora. GABARITOS COMENTADOS 13. COMENTÁRIO: Guerreiros, a estabilidade constitui garantia aplicável ao regime estatutário, e não ao regime celetista, próprio das empresas estatais. Repercute aqui à necessidade de fundamentação da despedida de empregados públicos, cujo principal argumento é ponderar acerca da motivação dos atos administrativos, pautando-se principalmente pela salvaguarda da impessoalidade que deve nortear as atividades públicas. Alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. O princípio do concurso público abrange toda a estrutura da Administração, ao contrário do aqui sustentado, no que se refere as empresas estatais. Dessa maneira, é norma destinada a cargos e empregos públicos, regime este aplicável tanto às empresas públicas quanto às sociedades de economia mista. c) A alternativa está errada. Empresas estatais são pessoas jurídicas de direito privado, não são criadas por lei, mas sim têm a sua criação apenas autorizada em lei, de maneira que a efetiva instituição se dá posteriormente, via inscrição dos atos constitutivos no cartório de registro público competente. Conforme teor do art. 37, XIX, da Constituição Federal. d) A alternativa está errada. O regime de pessoas aplicável às autarquias é o do cargo público estatutária. Ao passo que, no tocante às empresas estatais, aplica-se fundamentalmente o regime celetista, próprio das empresas privadas. e) A alternativa está errada. O regime constitucional de precatórios aplica-se tão somente à Fazenda Pública, conceito que abrange as pessoas jurídicas de direito público e, por extensão, de acordo com a jurisprudência do STF, também a ECT.17 Quanto às demais empresas estatais, em vista de sua personalidade jurídica de direito privado, revela-se inaplicável tal técnica de pagamento de dívidas judiciais. 14. COMENTÁRIO: A lei oportunamente definiu as pessoas que integram a Administração Pública Indireta. Observe: Decreto Lei n. 200/67: “Art. 4° A Administração Federal compreende: [...] II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) 17 RE n.º 220.906, Relator Ministro MAURÍCIO CORRÊA, Plenário, 17.11.2000. Página | 24 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista. d) fundações públicas”. (Grifos nossos). Alternativa “a” está correta. b) A alternativa está errada. As fundações de apoio e serviços sociais autônomos, são pessoas jurídicas criadas ou prevista por lei como entidade privada de serviço social. Assim, não fazem parte da estrutura orgânica da Administração Pública. c) A alternativa está errada. As organizações sociais são pessoas jurídicas que não integram a Administração, ainda que com ela coopere. d) A alternativa está errada. As instituições policiais não fazem parte da estrutura de pessoas definida como componentes da Administração Pública Indireta. e) A alternativa está errada. Conforme afirmado anteriormente as organizações sociais não integram a Administração Direta ou Indireta. 15. COMENTÁRIO: As agências reguladoras são autarquias em regime especial, criadas para disciplinar e controlar atividades determinadas. Quanto a situação trazida no enunciado, trata-se do mandato fixo, situação em que, a nomeação é livre, todavia a exoneração não. Dessa maneira, os dirigentes tem que ter nível superior escolaridade e notória especialização na área a ser regulada, uma vez nomeados, exercem mandatos fixos. A alternativa “e” está correta. a) A alternativa está errada. Nas sociedades de economia mista os empregados não possuem estabilidade, pois esta, em regra é prerrogativa dos servidores públicos. b) A alternativa está errada. Empresa pública, tem regime celetista para seus empregados, ou seja, aplica- se as disposições da CLT, inclusive acerca da estabilidade, que é própria dos servidores estatutários, não dos celetistas. c) A alternativa está errada. A fundação pública, tem empregados celetistas. d) A alternativa está errada. Órgão autônomo, são os subordinados diretamente à cúpula da Administração. Têm grande autonomia administrativa, financeira e técnica, caracterizando-se como órgãos diretivos, com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades que constituem sua área de competência. Controle Finalístico X Hierárquico O Poder Hierárquico, sob a ótica de coordenação e subordinação de atividades, é um poder exclusivo da função administrativa, não se admitindo a sua incidência no âmbito legislativo ou jurisdicional. Ou seja, só existe poder hierárquico dentro dos Poderes Judiciário e Legislativo na parte administrativa dos órgãos. A fiscalização hierárquica é a manifestação do controle hierárquico próprio. É ocontrole exercido por órgãos superiores sobre órgãos inferiores da mesma Administração. Conforme salienta Hely Lopes Meirelles: A fiscalização hierárquica é exercida pelos órgãos superiores sobre os inferiores da mesma Administração, visando ordenar, coordenar, orientar e corrigir suas atividades e agentes. É inerente ao poder hierárquico, em que se baseia a organização administrativa, e, por isso mesmo, há de estar presente em todos os órgãos do Executivo.18 O órgão superior analisa a forma de elaboração de atos administrativos, todos os aspectos pertinentes à legalidade, além de avaliar o mérito administrativo. Analisa a observância a regulamentos próprios como estatutos ou regimentos internos da entidade, com uma maior precisão por ser integrante do mesmo sistema de regulação. 18 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 32ed. São Paulo: Editora Malheiros, p. 670. Página | 25 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. ATENÇÃO! A supervisão ministerial é um meio de controle administrativo exercido sobre as entidades integrantes da Administração Pública indireta em relação ao ministério a que estejam vinculadas. Insta salientar que esta vinculação não reflete subordinação hierárquica, dada à autonomia e independência das entidades da Administração Pública indireta. Trata-se de controle finalístico, controle quanto ao objetivo das atividades desenvolvidas, por parte da Administração que instituiu o ente da Administração Pública indireta. QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma resumida o disposto no tema potencial acima: CONTROLE FINALÍSTICO HIERÁRQUICO É o controle exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração indireta. É aquele que resulta automaticamente do escalonamento vertical, em regra, dos órgãos do Poder Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores. Tutela: Controle externo da Adm. Direta em relação à Adm. Indireta Sinônimos: Controle Finalístico/ Tutela Administrativa/ Supervisão Ministerial Autotutela: Controle interno de anular ato ilegal e revogar ato inconveniente Depende de previsão legal Independe de previsão expressa Restrito, limitado (nos estritos limites da lei) e exercido externamente por relação de vinculação Amplo, ilimitado e exercido internamente Existe Vinculação Não existe Vinculação Não há subordinação e hierarquia Há subordinação e hierarquia Entes descentralizados são administrativamente autônomos e simplesmente vinculados a um órgão da entidade estatal que os criou. Órgãos centralizados são subordinados aos seus superiores Exemplo: As pessoas jurídicas da Administração Indireta (autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista), são controladas finalisticamente pela Administração Direta, sem que haja qualquer hierarquia entre essa e aquelas. Exemplo: Dele decorrem as faculdades de supervisão, coordenação, orientação, fiscalização, aprovação, revisão e avocação das atividades administrativas. VAMOS PRATICAR 16. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO- CFO-DF-QUADRIX 2017) Quanto ao controle da Administração Pública, julgue o item subsequente. O Tribunal de Contas da União é órgão integrante do Poder Legislativo e, no desempenho de suas funções institucionais, atua sob o controle hierárquico do Congresso Nacional. Certo ou Errado 17. (INSTITUTO AOCP- 2019- PC-ES - Assistente Social) Assinale a alternativa INCORRETA acerca do que preconiza o Direito Administrativo sobre a organização administrativa. a) Órgão Público pode ser definido como pessoa jurídica de natureza pública, com personalidade jurídica própria e com atribuições para atuar em prol do interesse público. b) As Secretarias de Estado são órgãos públicos que integram a administração direta. c) As áreas em que poderão atuar as fundações públicas são definidas e estabelecidas por lei complementar. d) As empresas públicas e as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado. https://pt.wikipedia.org/wiki/Administra%C3%A7%C3%A3o_indireta Página | 26 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. e) Um ministério criado no âmbito da União é órgão sem personalidade jurídica própria, sendo componente da administração direta. 18. (ADVOGADO - EBSERH - CESPE 2018) Julgue o seguinte item, a respeito dos poderes da administração pública. O poder hierárquico se manifesta no controle exercido pela administração pública direta sobre as empresas públicas. Certo ou Errado 19. (TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR - MPOG - CESPE 2015) A respeito da administração pública indireta, julgue o item a seguir. A administração pública indireta, na esfera federal, compreende as entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público e privado, as quais mantêm relação de subordinação e controle hierárquico com os ministérios com os quais guardam pertinência. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 16. COMENTÁRIO: O TCU é um órgão auxiliar do Congresso Nacional e não há hierarquia ou subordinação, mas sim vinculação. Ademais, ele não é integrado ao Congresso, e sim, externo. Neste sentido temos a CF: Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União (...). O item está errado. DOUTRINA! Temos posicionamento doutrinário sobre o tema: Os tribunais de contas são órgãos vinculados ao Poder Legislativo, que o auxiliam no exercício do controle externo da administração pública, sobretudo o controle financeiro. Não existe hierarquia entre as cortes contas e o Poder Legislativo. Os tribunais de contas não praticam atos de natureza legislativa, mas tão somente atos de fiscalização e controle, de natureza administrativa.19 17. COMENTÁRIO: Futuro delta, o comando da questão pede afirmativa incorreta, fique atento. Essa é para nunca mais esquecer: órgão público não tem personalidade jurídica. A Alternativa “a” está incorreta. 18. COMENTÁRIO: Não existe hierarquia entre pessoas jurídicas diferentes (Administração Direta e Indireta), apenas na mesma estrutura orgânica. Mas como as entidades públicas não podem ficar sem controle, é assegurado o controle finalístico/ supervisão ministerial que consiste, no controle de legalidade da atuação administrativa. Visa assegurar que a entidade criada não passe a desempenhar funções que não estão previstas na sua lei de criação ou autorização. O item está errado. 19. COMENTÁRIO: Não há o que falar em subordinação ou controle hierárquico em nenhuma forma de descentralização. Na relação entre a administração direta e indireta, diz-se que há apenas vinculação, ou seja, a primeira exerce apenas controle finalístico ou tutela administrativa ou supervisão. 19 ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Administrativo Descomplicado. 24ª. edição. São Paulo: Método, 2016. p.936 https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2018-ebserh-advogado https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/provas/cespe-2015-mpog-tecnico-de-nivel-superior-cargo-22 Página | 27 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. A doutrina20 define que tutela administrativa — materializada, na esfera federal, no instituto da supervisão ministerial — é a “atividade exercida pelo Estado, por intermédio dos órgãos encartados em sua Administração Direta, incidente sobre entidade da Administração Indireta, disciplinada pela lei e sujeita a regime de direito público, com o objetivo de controlar e fiscalizar sua atuação no tocante à consecução das finalidades públicas que justificaram sua criação”. O item está errado. 1.4) Órgão X Entidade COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Os órgãos têm capacidade processual? Em regra, não. Mas existem exceções sobre os órgãos que são titulares de direitos subjetivos, o que lhes confere capacidade processualpara a defesa de suas prerrogativas e competências. Duas, na verdade: 1) Órgãos independentes: Possuem capacidade processual (personalidade judiciária) na defesa de suas prerrogativas constitucionais/institucionais - agindo como sujeito ativo - órgãos titulares de direito subjetivo. 2) Órgãos Autônomos: Possuem capacidade processual (personalidade judiciária) na defesa de suas prerrogativas constitucionais/institucionais - agindo como sujeito ativo - órgãos titulares de direito subjetivo. Desta feita, os citados órgãos podem atuar em juízo, mas apenas para defender os seus direitos institucionais, ou seja, aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão. Existem alguns sujeitos (órgãos) que não têm personalidade jurídica (não são pessoas jurídicas), mas que podem ser parte. Nesse caso, dizemos que gozam de personalidade judiciária. Exemplos: Ministério Público, Defensoria Pública, Tribunais de Justiça, Tribunais de Contas, Procon, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais, nascituro, massa falida, comunidade indígena. A Câmara de Vereadores, por ser um órgão, não possui personalidade jurídica (não é pessoa jurídica). Apesar de não ter personalidade jurídica (civil), a Câmara pode ser parte em algumas causas judiciais em virtude de gozar de personalidade judiciária. No entanto, essa personalidade judiciária não é ampla e ela só pode demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais (aqueles relacionados ao funcionamento, autonomia e independência do órgão). TEMA POTENCIAL! Quais teorias permeiam o Órgão? Teoria do mandato: O agente seria o mandatário. Estado e agente celebram um contrato de mandato. Crítica: o Estado, por si só, não pode manifestar vontade, inclusive a vontade para assinar esse contrato. Teoria da representação: É uma cópia da tutela e da curatela. Crítica: o Estado seria incapaz. O Estado é sujeito capaz, responde pelos seus atos. Teoria do órgão ou Teoria da imputação, defendida pelo jurista Otto Gierke: A atuação do agente e o poder que ele tem de manifestar a vontade do Estado decorre de imputação legal. É a lei que confere ao agente a possibilidade de agir em nome no Estado. Toda a atuação do agente deve decorrer de autorização legal. Se quero saber se a autoridade é ou não competente, devo me socorrer da lei. Imputação volitiva: As vontades do agente e do Estado se confundem, de maneira que a vontade do agente é identificada como a própria vontade do Estado, formando uma única vontade. Destaca-se que atualmente a Teoria do Órgão ou da Imputação é a adotada no Brasil. PODE CAIR NA PROVA! Vamos ver como o tema já foi cobrado em prova: A assembleia legislativa estadual, por se caracterizar como órgão público desprovido de personalidade jurídica, não pode ingressar em juízo em defesa de prerrogativas institucionais concernentes à sua organização e ao seu funcionamento. C ou E? 20 MOTTA, Fabrício. Administração direta e indireta. In: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella; MOTTA, Fabrício. Tratado de Direito Administrativo. Vol.2: Administração Pública e servidores públicos. São Paulo: Thomson Reuters, 2014. Página | 28 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. O item está errado conforme explicado acima. JURISPRUDÊNCIA! 1) Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária, somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais. 2) O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui legitimidade e capacidade postulatória para impetrar mandado de segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela respectiva Corte de Contas. 21 QUADRO ESQUEMÁTICO! É importante que você saiba as diferenças entre Órgão e Entidade, veja de forma resumida: ÓRGÃO ENTIDADE É a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta É a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica Lei 9.784/99, Art.1º, § 2º, I Lei 9.784/99, Art.1º, § 2º, II Nasce pela Desconcentração Nasce pela Descentralização São centros de competência, sendo partes integrantes da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos Municípios, das Autarquias ou das Fundações Públicas. Entidades Políticas: União, Estados, Municípios e DF Entidades Administrativas: Autarquias, Empresas públicas, Sociedades de economia mista, Fundações não autárquicas - Pessoas jurídicas de direito privado (prestadoras de serviços públicos). Não possuem Personalidade Jurídica Possuem Personalidade Jurídica Não possuem capacidade processual Possuem capacidade processual Não gozam de autonomia. Expressam a vontade da entidade a que pertencem. São titulares de direitos e obrigações em nome próprio. Não tem patrimônio próprio Com patrimônio próprio BIZU! Quanto às funções que exercem: 1) Os órgãos ativos são os que editam atos administrativos que dão executoriedade às atividades administrativas. 2) Os órgãos consultivos são os que elaboram pareceres para subsidiar as decisões de outros órgãos. É o caso do Conselho de Defesa Nacional, órgãos consultivos da Presidência da República. 3) Órgãos de controle são os que fiscalizam e controlam as atividades administrativas de outros órgãos, como os Tribunais de Contas. VAMOS PRATICAR 20. (IBADE- 2018 -Câmara de Porto Velho – RO- Procurador) Em relação à organização administrativa, pode-se afirmar que: a) órgãos públicos por serem componentes descentralizados integram a administração pública indireta. b) órgãos públicos são resultantes de desconcentração e são pessoas despersonalizadas. c) desconcentração é a subdivisão interna de uma mesma pessoa jurídica, com a necessidade de se arquivar um “ato constitutivo” em qualquer espécie de registro público. d) os atos praticados por um órgão são inimputados diretamente à pessoa jurídica à qual estes pertencem. e) inadmissível que órgãos públicos tenham capacidade processual ou capacidade judiciária. 21 STJ. 2ª Turma. RMS 52.741-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 8/8/2017 (Info 611). Página | 29 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 21. (CEBRASPE - 2019 - PGE-PE - Conhecimentos Básicos) Com relação à organização administrativa e à administração pública direta e indireta, julgue o item a seguir. Embora dotados de personalidade jurídica, os órgãos públicos não possuem capacidade processual para a defesa de suas prerrogativas e competências institucionais. Certo ou Errado 22. (ATENA-2018- Prefeitura de Presidente Getúlio - SC – Advogado) Quanto à posição ocupada na escala governamental ou administrativa, os órgãos são classificados em independentes, autônomos, superiores e subalternos. É correto afirmar que os órgãos públicos: a) Independentes são originários da própria Constituição, assim como os órgãos autônomos, e representativos dos três Poderes. b) Superiores são os órgãos de direção, controle e comando em relação aos subalternos, mas que não possuem autonomia administrativa, nem financeira. c) Subalternos são aqueles a cargo de uma coletividade de pessoas físicas ordenadas verticalmente. d) Autônomos gozam de autonomia administrativa e financeira, mas não funcional, isto é, não possuem autonomia para cumprir suas funções sem subordinação. 23. (CESPE - 2013 - DPF – Delegado) No que se refere à classificação do órgão público e à atuação do servidor, julgue o item seguinte. Os ministérios e as secretarias de Estado são considerados, quanto à estrutura, órgãos públicos compostos. Certo ou Errado GABARITOS COMENTADOS 20. COMENTÁRIO: Futuros deltas, pode-se afirmar que órgãos são entes despersonalizados. A banca utilizou a expressão "pessoas despersonalizadas", sem se atentar que, no direito, o conceito de pessoa se liga justamente a ter personalidade, isto é, ser sujeitode direitos. Temos outros entes despersonalizados, como massa falida, que não são pessoas. A alternativa “b” está correta. a) A alternativa está errada. Cuidado, órgãos públicos se formam do processo de desconcentração. c) A alternativa está errada. Fique atento, a questão inicia bem, pois, de fato, no processo de desconcentração há divisão interna na mesma pessoa, criando órgãos. No entanto, não há que se falar na necessidade de arquivar ato constitutivo. d) A alternativa está errada. Os atos praticados pelo órgão são imputados à pessoa jurídica. e) A alternativa está errada. Em situações excepcionais, os órgãos públicos possuem capacidade processual ou judiciária, como na defesa de seus direitos. 21. COMENTÁRIO: Excepcionalmente, os órgãos independentes e os autônomos são titulares de direitos subjetivos, o que lhes confere capacidade processual para a defesa de suas prerrogativas e competências (Ex.: Impetração de mandado de segurança), ou seja, não têm personalidade jurídica por serem órgãos (não são pessoas jurídicas), mas podem ser parte. Nesse caso, dizemos que gozam de personalidade judiciária. O item está errado. 22. COMENTÁRIO: Os órgãos superiores são os órgãos de direção, controle e comando em relação aos subalternos, mas que não possuem autonomia administrativa, nem financeira. A alternativa “b” está correta. Página | 30 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. a) A alternativa está errada. Cuidado, independentes e autônomos são diferentes. c) A alternativa está errada. Os órgãos subalternos não mandam em nada e respondem a todos. d) A alternativa está errada. Os órgãos autônomos são órgãos diretivos, dotados de autonomia administrativa e financeira, subordinam-se diretamente aos órgãos independentes. 23. COMENTÁRIO: Quanto à estrutura, os órgãos podem ser: 1) Simples ou unitários (constituídos por um único centro de atribuições, sem subdivisões internas, como ocorre com as seções integradas em órgãos maiores) 2) Compostos (constituídos por vários outros órgãos, como acontece com os Ministérios, as Secretarias de Estado, que compreendem vários outros, até chegar aos órgãos unitários, em que não existem mais divisões). O item está certo. 1.5) Autarquia X Fundação Pública X Empresa Pública X Sociedade de Economia Mista COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: O objetivo central de tais entidades, integrantes das administrações indiretas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, é o desenvolvimento de atividades de interesse social, evidentemente exercidas sem intuito de lucro, ou seja, não devem ser criadas para a exploração de atividade econômica em sentido estrito, tendo em vista que, para esse fim, deve o Estado instituir empresas públicas e sociedades de economia mista, conforme o disposto no artigo 173 da Constituição Federal. No que tange às fundações públicas, é importante ressaltar que o STF entende que é possível a sua criação como pessoas jurídicas de Direito Público ou como pessoas jurídicas de Direito Privado. No primeiro caso, teremos as denominadas Fundações Públicas de Direito Público, instituídas diretamente por lei específica, com regime jurídico em tudo assimilado ao das autarquias, a ponto de serem tidas, pelo STF, como “espécie do gênero autarquias”. No segundo caso, teremos as assim chamadas Fundações Públicas de Direito Privado, com regime jurídico assemelhado ao das empresas públicas prestadoras de serviços públicos. ATENÇÃO! Além disso, passarei a destacar alguns fragmentos da Lei 13.303/16 que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (...) Art. 2º A exploração de atividade econômica pelo Estado será exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia mista e de suas subsidiárias. Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. O Decreto 8.945/16, que regulamenta no âmbito da União, a Lei nº 13.303/2016 (estatuto jurídico da empresa pública e sociedade de economia mista), estabelece em seu art. 11: “A empresa pública adotará, preferencialmente, a forma de sociedade anônima, que será obrigatória para as suas subsidiárias”. Cuidado, se no edital do seu concurso fizer menção a Lei nº 13.303/2016, podem ser cobradas algumas dessas passagens acima. Página | 31 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. PODE CAIR NA PROVA! A sujeição das empresas públicas e das sociedades de economia mista ao regime jurídico próprio das empresas privadas, de acordo com a Constituição da República, abrange, expressamente, os direitos e obrigações civis e comerciais. É o que se extrai da norma do art. 173, §1º, II, da CRFB/88, que a seguir transcrevo: "Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;" JURISPRUDÊNCIA! Súmulas do STJ 333: Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública. QUADRO ESQUEMÁTICO! Vejamos de forma resumida: ENTIDADES ADMINISTRATIVAS AUTARQUIA Modo de Criação: Criadas diretamente por lei específica Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito público Atuação: Executa serviços do Estado Peculiaridades: Não exerce atividade econômica FUNDAÇÃO Modo de Criação: Criadas diretamente por lei específica Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito público Atuação: Executa serviços de interesse do Estado (âmbito social) desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público Peculiaridades: Não exerce atividade econômica EMPRESA PÚBLICA Modo de Criação: Autorizadas por lei específica Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito privado Atuação: Exerce atividade econômica (industriais ou atividades econômicas de interesse do Estado ou que considere convenientes à coletividade) Peculiaridades: 1) Forma de Organização: Qualquer das formas admitidas em direito; 2) Constituição de Capital: Exclusivamente Público SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA Modo de Criação: Autorizadas por lei específica Natureza Jurídica: Pessoa Jurídica de direito privado Atuação: Exerce atividade econômica (de natureza industrial ou atividade econômica de produção ou comercialização de bens, suscetíveis de produzir renda e lucro, que o Estado reputa de relevante interesse coletivo ou indispensável à Segurança Nacional) Peculiaridades: 1) Forma de Organização: Apenas Sociedade Anônima (Capital aberto ou fechado); 2) Constituição de Capital: Público e Privado Página | 32 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. QUADRO ESQUEMÁTICO! Vejamos de forma resumida: FUNDAÇÃO AUTARQUIA SOCIEDADE DE ECONOMIAMISTA EMPRESA PÚBLICA A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. O serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada. A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, autorizada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. A entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, autorizada por lei para a exploração de atividade econômica que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou de conveniência administrativa. podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito ATENÇÃO! É indispensável a leitura do art. 37, XIX da CF/88: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. BIZU! São entes da Administração Indireta: FASE Fundações Autarquias Sociedade de Economia Mista Empresas Públicas VAMOS PRATICAR 24. (FGV- 2018- TJ-AL Técnico Judiciário - Área Judiciária) O Governador do Estado Alfa convocou reunião com os presidentes das autarquias, das sociedades de economia mista e das empresas públicas, bem como com representantes das Secretarias de Estado e as estruturas da Chefia de Gabinete da Casa Civil, e determinou, dentre outras coisas, que, a partir daquela data, os entes da Administração Pública indireta com personalidade jurídica de direito público deveriam apresentar dados quinzenais a respeito da atuação do respectivo ente. À luz da sistemática constitucional, dentre os participantes da reunião, somente são alcançadas pela determinação do Governador do Estado: a) as autarquias; b) as sociedades de economia mista e as empresas públicas; c) as Secretarias de Estado; d) as estruturas da Chefia de Gabinete da Casa Civil; e) as empresas públicas. Página | 33 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 25. (FGV- 2018- AL-RO - Analista Legislativo – Administração) As agências reguladoras são entidades criadas pelo Estado com a finalidade de regular determinados setores da economia, visando assegurar o interesse público. Em relação aos dirigentes das Agências Reguladoras Federais, tem-se o entendimento de que a) são servidores efetivos em cargo de confiança. b) devem ser escolhidos pelo Presidente da República. c) são indicados pelo colegiado de servidores do órgão. d) podem ser exonerados ad nutun por ministros. e) adquirem vitaliciedade após dois anos de exercício. 26. (PROCURADOR - RN - COMPERVE 2019) O texto constitucional de 1988 dedica um capítulo inteiro à administração pública brasileira. Tal fato faz da Constituição um documento jurídico de relevo para o direito administrativo nacional, especialmente ao se considerar a sua não codificação. Assim, de acordo com o texto constitucional, a) somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública e de sociedade de economia mista, cabendo à lei complementar criar fundações e, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. b) é necessária a existência de autorização legislativa, em cada caso, para a criação de subsidiárias das empresas públicas e das sociedades de economia mista brasileiras assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. c) as administrações tributárias dos municípios terão recursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros, na forma da lei, sendo vedado convênio para tal fim. d) a autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta não deverá ser ampliada mediante contrato, sendo essencial a elaboração de lei para essa finalidade. 27. (CESPE - 2008 - PC-TO - Delegado de Polícia) Julgue o seguinte item. Considerando a divisão da administração pública federal em direta e indireta, é correto afirmar que os correios fazem parte da administração direta, por se tratar de empresa pública, sob controle exclusivo da União. Certo ou Errado 28. (FUMARC - 2018 - PC-MG - Delegado de Polícia Substituto - Adaptada) A Lei n. 13.303/2016, em seu artigo 3º, traz o seguinte conceito: “entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios”. A entidade da administração indireta conceituada é uma: a) Autarquia. b) Empresa pública. c) Fundação pública. d) Sociedade de economia mista. GABARITOS COMENTADOS 24. COMENTÁRIO: Guerreiros, em suma a questão quer saber é a qual das alternativas contém uma pessoa jurídica de direito público. Veja, como se sabe, as autarquias são pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da Administração Pública. A alternativa “a” está correta. Página | 34 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 25. COMENTÁRIO: Guerreiros, os dirigentes são nomeados pelo Presidente da República, após aprovação prévia pelo Senado Federal, art. 52, III, "f", CF/88, para cumprir mandato certo (definidio pela lei de criação); portanto, não há livre exoneração de seus dirigentes. A alternativa “b” está correta. 26. COMENTÁRIO: Guerreiros, conforme a CF, art. 37, § 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, cabendo à lei dispor sobre: I - o prazo de duração do contrato; II - os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e responsabilidade dos dirigentes; III - a remuneração do pessoal. A alternativa “d” está correta. 27. COMENTÁRIO: Essa questão é simples, haja vista que a pegadinha está em afirmar que os “correios” fazem parte da Administração Pública Direta, na verdade compõem a Indireta. A administração indireta é o conjunto das entidades que, vinculadas a um ministério, prestam serviços públicos ou de interesse público. Sua existência se baseia no princípio de descentralização ou distribuição de competências e atividades. Ou seja, quando não pretende executar certa atividade através de seus próprios órgãos, o poder público transfere a sua execução a outras entidades. Compõem a administração indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas e sociedades de economia mista. Neste diapasão, as empresas públicas destinam-se à prestação de serviços industriais ou econômicos em que o Estado tenha interesse próprio ou considere conveniente à coletividade. Seu capital é exclusivamente público. São exemplos de empresas públicas a Caixa Econômica Federal (CEF), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômicoe Social (BNDES). O item está errado. 28. COMENTÁRIO: Guerreiros, a entidade da administração indireta conceituada é uma empresa Pública: Entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com capital social exclusivamente público. A alternativa “b” está correta. BIZU! Lei 13.303/2016 - Das Empresas Estatais (Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista) Empresas públicas: 1) Personalidade jurídica de direito privado 2) Criação autorizada por lei 3) Sem fins lucrativos 4) Patrimônio próprio 5) Capital exclusivamente público (100% público) 6) Constituída em qualquer das modalidades empresariais Sociedade de economia mista: 1) Personalidade jurídica de direito privado 2) Criação autorizada por lei 3) Visam lucros para competir com empresas da iniciativa privada 4) Capital público e privado, mas a parte do capital público deve ser majoritária 5) Constituída apenas na forma de S/A Página | 35 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Autarquias: Fundacional X Interfederativa X Territorial COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: Os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público integram a Administração Indireta de todos os Entes da Federação consorciados. Observe pontos importantes sobre “Consórcios Públicos”: Lei 11.107/2005, Art. 1º, §1º - O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. Art. 6º - O consórcio público adquirirá personalidade jurídica: I – de direito público, no caso de constituir associação pública, mediante a vigência das leis de ratificação do protocolo de intenções; II – de direito privado, mediante o atendimento dos requisitos da legislação civil. §1º - O consórcio público com personalidade jurídica de direito público integra a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados. § 2º - No caso de se revestir de personalidade jurídica de direito privado, o consórcio público observará as normas de direito público no que concerne à realização de licitação, celebração de contratos, prestação de contas e admissão de pessoal, que será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT. A Lei 11.101/2005 tem caráter nacional. Portanto, é uma lei de normas gerais e aplica-se a todos os entes da Federação. Lei 11.107/2005, Art. 1º, §1º - Esta Lei dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum e dá outras providências. Os consórcios públicos são celebrados entre entes da mesma natureza ou não. Não haverá, entretanto, consórcio público constituído unicamente pela União e municípios. Art. 1º, §2º - A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados. Também não pode haver consórcio público celebrado entre um estado e um município de outro estado. Contudo, podem ser celebrados consórcios entre o Distrito Federal e municípios. Art. 4º, §1º, IV – (...) considera-se como área de atuação do consórcio público: dos Municípios e do Distrito Federal, quando o consórcio for constituído pelo Distrito Federal e os Municípios O consórcio público será constituído por contrato, cuja celebração dependerá de prévia subscrição de protocolo de intenções. Art. 5º - O contrato de consórcio público será celebrado com a ratificação, mediante lei, do protocolo de intenções. A ratificação poderá ser feita com reserva, desde que os demais entes aceitem. Essa reserva poderá ser parcial ou condicional. Art. 5º, §2º - A ratificação pode ser realizada com reserva que, aceita pelos demais entes subscritores, implicará consorciamento parcial ou condicional. A ratificação só é dispensada, se o Ente da Federação, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio. Art. 5º, §4º - É dispensado da ratificação prevista no caput deste artigo o ente da Federação que, antes de subscrever o protocolo de intenções, disciplinar por lei a sua participação no consórcio público. Percebe-se que, em todos os casos, o Legislativo deve participar para a criação do consórcio. Dec.6.017/2007, Art. 2º - protocolo de intenções: contrato preliminar que, ratificado pelos entes da Federação interessados, converte-se em contrato de consórcio público. IV - ratificação: aprovação pelo ente da Federação, mediante lei, do protocolo de intenções ou do ato de retirada do consórcio público; V - reserva: ato pelo qual ente da Federação não ratifica, ou condiciona a ratificação, de determinado dispositivo de protocolo de intenções; Página | 36 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. PODE CAIR NA PROVA! O controle externo das agências reguladoras será exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União. Quanto à controvérsia sobre ser considerada inconstitucional lei estadual que venha estabelecer que os dirigentes de agência reguladora estadual somente possam ser destituídos de seus cargos por decisão exclusiva da respectiva Assembleia Legislativa Estadual, sem qualquer participação do Governador desse Estado, foi analisada pelo STF, que entendeu que representaria interferência excessiva do Poder Legislativo, junto à Administração Pública, permitir-lhe a destituição, por iniciativa própria e decisão exclusiva de dirigentes de agências reguladoras. Eis o julgado: (...) O dispositivo impugnado prevê a destituição, no curso do mandato, de dirigentes da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul - AGERGS por decisão exclusiva da assembleia legislativa. O Tribunal aduziu que o legislador infraconstitucional não poderia criar ou ampliar os campos de intersecção entre os Poderes estatais constituídos, sem autorização constitucional, como no caso em que extirpa a possibilidade de qualquer participação do governador na destituição de dirigente de agência reguladora e transfere de maneira ilegítima, a totalidade da atribuição ao Poder Legislativo local. (...)22 QUADRO ESQUEMÁTICO! Veja de forma resumida, sobre as Autarquias: AUTARQUIAS Pertencem à Administração Pública INDIRETA FUNDACIONAL INTERFEDERATIVA TERRITORIAL É uma fundação pública instituída por lei específica, com personalidade jurídica de direito público. A Lei 11.107 /05 criou consórcio público e alterou o art. 41, IV, do CC para incluir expressamente entre pessoas jurídicas de direito público interno as associações públicas, acrescentando também, que essas associações públicas são autarquias. São os conhecidos territórios, inexistentes no Brasil. Tratam- se muito mais de entes políticos do que autarquias, porém, se criados, não poderão ter natureza de ente político. Assim, o ente da administração que mais se assemelha à administração é a autarquia. Chamadas de autarquias fundacionais ou fundação autárquicas. São comprometidas com uma finalidade que beneficiará pessoas indeterminadas. A expressão "Autarquia Interfederativa" ou "Autarquia Multifederada" é usada para referir-se a essas autarquias que pertencem a mais de um ente federado. Essa falha não foi corrigida em razão da inexistência de territórios em nosso país atualmente. Exemplos: IBGE, FUNASA Exemplo: Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) Exemplo: Antes de pertencer ao Estado de Pernambuco, Fernando de Noronha era Território. VAMOS PRATICAR 29. (NC-UFPR 2019 - TJ-PR - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS ) Segundo Romeu Felipe Bacellar Filho, “a Administração Pública indireta surge com o escopo de atender uma necessidade prática, verificada principalmente a partir do advento do Estado Social” (BACELLAR FILHO, 2008). Acerca do tema, assinale a alternativa correta. a) A Administração indireta equivale aos órgãos públicos integrantes das estruturasdos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 22 ADI 1949/RS, rel. Min. Dias Toffoli, 17.9.2014. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/322918/lei-11017-05 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728272/artigo-41-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10728096/inciso-iv-do-artigo-41-da-lei-n-10406-de-10-de-janeiro-de-2002 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 Página | 37 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. b) A Administração direta do Poder Executivo é composta pelas Autarquias e Fundações Públicas, enquanto a indireta é composta pelas empresas públicas e sociedades de economia mista. c) Os consórcios públicos também são exemplos de entes que compõem a Administração indireta. d) Os serviços sociais autônomos são exemplos de entidades organicamente estatais, mas que compõem o terceiro setor. e) As organizações sociais são exemplos de entes que compõem a Administração indireta a partir do momento em que firmam o contrato de gestão. 30. (FGV - 2019 - Prefeitura de Salvador - BA - Especialista em Políticas Públicas - Adaptada) No que concerne às Agências Reguladoras, importantes entidades criadas para fiscalizar e regular serviços de determinados setores econômicos, assinale a afirmativa incorreta. a) As agências devem ter necessariamente personalidade jurídica de direito público, dotadas de independência administrativa e autonomia financeira. b) Seus dirigentes devem possuir mandatos fixos, sendo estritamente vedada a possibilidade de exoneração ad nutum. c) As agências são autarquias ou fundações públicas que celebraram contrato de gestão com o Poder Público. d) Seus atos não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo, apenas pelo Judiciário, devendo, no entanto, agir conforme suas finalidades específicas. e) As agências podem existir tanto em âmbito federal quanto estadual e municipal, desde que criadas por lei. 31. (VUNESP - 2019 - ANALISTA LEGISLATIVO - ADAPTADA) Personalidade de direito público: capacidade de autoadministração, porém sob o controle finalístico; atribuições tipicamente públicas, como a prestação de serviço público ou a atividade de polícia administrativa; e patrimônio próprio, sujeito à fiscalização do Estado. Estas são características das a) fundações públicas. b) sociedades de economia mista. c) empresas públicas. d) autarquias. e) permissionárias. GABARITOS COMENTADOS 29. COMENTÁRIO: 28. COMENTÁRIO: Os consórcios públicos com personalidade jurídica de direito público integram a Administração Indireta de todos os entes da Federação consorciados. (CF, Art. 241 e Lei 11.107/05). A alternativa “c” está correta. a) A alternativa está errada. Cuidado, esta é a descrição de administração direta. b) A alternativa está errada. Muito cuidado, a administração direta é composta por órgãos públicos/entes federados, enquanto que a administração indireta é composta por autarquias fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista d) A alternativa está errada. OS serviços sociais autônomos - SESC, SENAI , não são entidade estatais e) A alternativa está errada. Organização social não compõe a administração pública, nenhum ente do terceiro setor faz parte da composição da administração. Página | 38 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 30. COMENTÁRIO: Futuros Deltas, fiquem atentas o comando da questão pede a assertiva incorreta. Veja, agência reguladora já nasce como uma autarquia em regime especial, não precisa de contrato de gestão. A banca tentou confundir agência reguladora com agência executiva, esta última sim, é uma autarquia comum e celebra contrato de gestão, adquirindo o título de agência executiva. Atenção, se a autarquia em questão não cumprir as metas, poderá ser desqualificada. Não há que se falar em desqualificação de agência reguladora. A alternativa “c” está incorreta. a) A alternativa está correta. Agência reguladora é uma autarquia, sendo assim, obrigatoriamente de direito público e com independência administrativa/financeira. b) A alternativa está correta. Dirigentes possuem mandato fixo, sendo vedada a exoneração "ad nutum", ou seja, quando bem entenderem. d) A alternativa está correta. Das suas decisões não cabe recurso hierárquico impróprio para órgão revisor. e) A alternativa está correta. As agências desde que criadas por lei podem existir na esfera federal, estadual, municipal. 31. COMENTÁRIO: Segundo o ilustre mestre Hely Lopes Meirelles “São entes autônomos, mas não são autonomias”. Inconfundível é autonomia com autarquia: aquela legisla para si; esta administra-se a si própria, segundo as leis editadas pela entidade que a criou. Em verdade, há capacidade de autoadministração, com diferenças acentuadas das pessoas jurídicas públicas políticas, como a União e os Estados, na medida em que estas têm o poder de criar o próprio direito dentro de um âmbito de ação fixado pela Constituição Federal.23 A alternativa “d” está correta. 1.6) Entidades Paraestatais: Sistema S X OS X OSCIP X Entidade de Apoio COMPLEMENTAÇÃO DO TEMA: No conceito de entidades paraestatais estão enquadrados o “Sistema S” (Serviços Sociais Autônomos); as Organizações Sociais - Lei Federal nº 9.637/98; as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) – Lei Federal nº 9.790/99; e as Entidades de Apoio (Lei Federal nº 8.958/94). Se a entidade tiver fins lucrativos não será considerada pertencente ao Terceiro Setor, bem como se não receber fomento do Estado. O conceito mais restrito de Terceiro Setor não engloba o que se convencionou chamar de Organização Não-Governamental (ONG). Sobre Entidade de Apoio: De acordo com a doutrina24, o serviço é prestado por servidores públicos, na própria sede da entidade pública, com equipamentos pertencentes ao patrimônio desta última, só que quem arrecada a receita e administra é a entidade de apoio. E o faz sob as regras das entidades privadas, sem a observância das exigências de licitação (nem mesmo os princípios da licitação) e sem a realização de qualquer tipo de processo seletivo para a contratação de empregados. Essa é a grande vantagem dessas entidades; elas são a roupagem com que se reveste a entidade pública para escapar às normas do regime jurídico de direito público. Também chamada de Fundação de Apoio: São pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, instituídas na forma de fundações que exercem atividades sociais relacionadas à ciência, pesquisa, saúde e educação, normalmente, junto a hospitais públicos ou universidades públicas. As instituições federais contratantes poderão autorizar a participação de seus servidores federais nas atividades realizadas pela fundação de apoio, sem prejuízo de suas atribuições funcionais. Além disso, as entidades de apoio poderão utilizar bens e serviços da instituição federal, mediante ressarcimento. TEMA POTENCIAL! 23 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 28ªed. São Paulo 2002, p.325. 24 PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito administrativo. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2010. Página | 39 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Recurso Extraordinário (RE) 789874, com repercussão geral, o Supremo fixou o entendimento no sentido de que os serviços sociais autônomos possuem natureza jurídica de direito privado e não estão sujeitos à regra do artigo 37, inciso II, da Constituição Federal, que exige a realização de concurso público para contratação de pessoal. “Na oportunidade, ressaltou-se que as entidades do Sistema S desempenham atividades privadas de interesse coletivo, em regime de colaboração com o poder público, e possuem patrimônio e receitas próprias”, assinalou, lembrando que essas entidades são patrocinadas pelo setor produtivo beneficiado e têm autonomia administrativa, embora se submetamao controle finalístico do TCU. E, a despeito de não submetidos ao rigor da Lei de Licitações, devem respeitar a principiologia que rege a atuação da Administração Pública em seus processos de contratação, de forma que cabe às próprias entidades do Sistema S aprovar seus regulamentos, os quais devem ser elaborados em atenção aos princípios que orientam o exercício da função administrativa, em especial: Legalidade, impessoalidade, isonomia, moralidade, publicidade e eficiência. Sobre Organizações Sociais: As organizações sociais poderão receber os seguintes incentivos para cumprir o contrato de gestão: 1) Recursos orçamentários: podem receber “dinheiro público”; 2) Cessão de bens públicos, mediante permissão de uso, dispensada licitação: podem receber, sem licitação, bens públicos para serem usados em suas atividades; 3) Cessão especial de servidor, com ônus para o órgão de origem do servidor cedido: servidores públicos podem ser colocados à disposição das organizações sociais para lá trabalharem, continuando recebendo sua remuneração dos cofres públicos; 4) Contratadas sem licitação: as organizações sociais podem ser contratadas, com dispensa de licitação, para prestarem serviço a órgãos e entidades da Administração Pública, recebendo por isso (art. 24, XXIV, da Lei n. 8.666/93). Nos termos da Lei nº 8.666/93, em seu artigo 24, XXIV, é dispensável a licitação “para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão”. Essa dispensa de licitação refere-se à contratação da organização social pela Administração Pública. A organização, por ser uma entidade privada, poderia, a princípio, contratar livremente qualquer empresa para lhe prestar serviços ou fornecer bens. Ademais, o artigo 17 da Lei nº 9.637/98 apenas dispõe que a organização social publicará “regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público”, o que não significa obrigatoriedade de observância das modalidades da Lei nº 8.666/93, mas sim dos princípios da Administração Pública. "As dispensas de licitação instituídas nos arts. 24, XXIV, da Lei nº 8.666/93 e no art. 12, §3º, da Lei nº 9.637/98 têm a finalidade que a doutrina contemporânea denomina de função regulatória da licitação, através da qual a licitação passa a ser também vista como mecanismo de indução de determinadas práticas sociais benéficas, fomentando a atuação de organizações sociais que já ostentem, à época da contratação, o título de qualificação, e que por isso sejam reconhecidamente colaboradoras do Poder Público no desempenho dos deveres constitucionais no campo dos serviços sociais. O afastamento do certame licitatório não exime, porém, o administrador público da observância dos princípios constitucionais, de modo que a contratação direta deve observar critérios objetivos e impessoais, com publicidade de forma a permitir o acesso a todos os interessados" (ADIN nº 1.923/DF Relator Min. Ayres Britto) IMPORTANTE! Ademais, destacam-se outras decisões relevantes sobre a temática: As entidades paraestatais não gozam dos privilégios processuais concedidos à Fazenda Pública. STF. AI 841548 RG, julgado em 09/06/2011. Em regra, a competência é da Justiça Comum Estadual. STF. RE 414375/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 31/10/2006. Súmula 516-STF: O Serviço Social da Indústria (SESI) está sujeito à jurisdição da justiça estadual. O art. 150, VI, “c” da CF/88 prevê que as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, gozam de imunidade tributária quanto aos impostos, desde que atendidos os requisitos previstos na lei. Página | 40 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. PODE CAIR NA PROVA! Qual é a diferença entre OSC e OSCIP? A “organização da sociedade civil” (OSC) faz referência às entidades antes denominadas “organizações não governamentais” (ONG). Essas organizações constituem atores sociais e políticos cada vez mais presentes nas democracias contemporâneas. Enquanto OSCIP é uma qualificação jurídica atribuída a diferentes tipos de entidades privadas atuando em áreas típicas do setor público com interesse social, que podem ser financiadas pelo Estado ou pela iniciativa privada sem fins lucrativos. Ou seja, as entidades típicas do terceiro setor. Essas organizações da sociedade civil podem ser qualificadas como organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP), desde que cumpram certos requisitos estabelecidos conforme a Lei 9.790/1999. QUADRO ESQUEMÁTICO! Trouxemos aqui informações importantes acerca das Entidades Paraestatais: ENTIDADES PARAESTATAIS (Atuam ao lado do Estado) Serviços sociais autônomos (Sistema S) Organizações Sociais (OS) Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) Entidades de Apoio (Sob a forma de fundação, associação ou cooperativa) Pessoas jurídicas de direito privado Pessoas jurídicas de direito privado Pessoa jurídica de direito privado Devem estar em funcionamento há pelo menos 3 anos Pessoas jurídicas de direito privado Áreas de atuação: 1) Indústria 2) Comércio 3) Economia 4) Várias outras áreas, como por exemplo capacitação e opções de entretenimento Áreas de atuação: 1) Ensino; 2) Pesquisa científica 3) Proteção e preservação do Meio ambiente 4) Tecnologia 5) cultura 6) Saúde Atua na Promoção de: 1) Educação 2) Saúde 3) Cultura 4) Assistência social 5) Assistência jurídica complementar e outras Áreas de atuação: 1) Saúde Pública 2) Educação Logo, atuam ao lado de hospitais públicos e Universidades Públicas, auxiliando na execução das atividades destas entidades, por meio da realização de programas de pesquisa e extensão Presta serviços sociais não exclusivos do Estado. Presta serviços sociais não exclusivos do Estado. Presta serviços sociais não exclusivos do Estado. Presta serviços sociais, em caráter privado, não exclusivos do Estado. Não têm fins lucrativos Não têm fins lucrativos Não têm fins lucrativos Não têm fins lucrativos Não compõem a Administração Pública Não compõem a Administração Pública Não compõem a Administração Pública Não compõem a Administração Pública Não exerce atividade Delegada do Poder Público Não exerce atividade Delegada do Poder Público Não exerce atividade Delegada do Poder Público Não exerce atividade Delegada do Poder Público Seus empregados são celetistas Seus empregados são celetistas Seus empregados são celetistas Seus empregados (contratados) são celetistas Página | 41 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. Celebram: Contrato de gestão Celebram: Contrato de gestão Celebram: Termo de parceria Celebram: Convênio Criação: Próprio setor, após autorização legal Criação: A qualificação como OS, depende de ato do Ministério a que está relacionado à área de atuação. Por ato discricionário do Presidente da República, via decreto concede tal qualificação. Criação: Por particulares, mediante habilitação perante o Ministério da Justiça, para obter a qualificação por Portaria Ministerial Criação: *Por servidores públicos (em nome próprio) de determinada entidade estatal, e não por iniciativa do Poder Público. Desse modo, os servidores usam seus próprios recursos Exemplos: Senai, Sebrae Exemplos: ABHU; AFIP etc. Exemplos: Arte e Vida – DF etc. Exemplos: FUNDEPES; FAPEX etc. QUADRO ESQUEMÁTICO! É importante saber sobre os três setores para a sua prova: ESTRUTURA ECONÔMICA EM SETORES PRIMEIRO Governo Questões sociais Dinheiro público para fins públicos. SEGUNDO Privado Questões individuais Dinheiro privadopara fins privados. TERCEIRO Sem fins lucrativos Organizações, fundações, entidades de assistência social e associações Dinheiro privado para fins públicos. BIZU! O STF, por maioria, acolheu, em parte, pedido formulado na ADI25 para conferir interpretação conforme a Constituição e deixar explícitas as seguintes conclusões: 1) O procedimento de qualificação das organizações sociais deve ser conduzido de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF, e de acordo com parâmetros fixados em abstrato segundo o disposto no art. 20 da Lei 9.637/98; 2) A celebração do contrato de gestão deve ser conduzida de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF; 3) As hipóteses de dispensa de licitação para contratações (Lei 8.666/1993, art. 24, XXIV) e outorga de permissão de uso de bem público (Lei 9.637/1998, art. 12, § 3º) são válidas, mas devem ser conduzidas de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do “caput” do art. 37 da CF; 4) Não se aplica às organizações sociais a exigência de concurso público (art. 37, II, da CF/88). No entanto, que o STF decidiu que as organizações sociais, quando forem contratar seus funcionários deverão fazer um procedimento objetivo e impessoal; 5) Qualquer interpretação que restrinja o controle, pelo Ministério Público e pelo Tribunal de Contas da União, da aplicação de verbas públicas deve ser afastada. BIZU! 25 ADI 1923/DF, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o acórdão Min. Luiz Fux, 15 e 16.4.2015. Página | 42 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. A Lei n° 13.019, de 31 de julho de 2014 implementou Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil para a União, estados e Distrito Federal. No geral, o que vem sendo cobrado bastante em provas são três instrumentos jurídicos de parceria próprios para as OSCs (Organizações das Sociedades Civis): 1) Termo de Fomento: Proposto pela OSC (Há transferência de recursos) 2)Termo de ColaboraÇÃO: Proposto pela AdministraÇÃO (Há transferência de recursos) 3) Acordo de Cooperação: Não há transferência de recursos TOME NOTA! Na íntegra: Lei 13.019/2014, art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se: VII - termo de colaboração: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pela administração pública que envolvam a transferência de recursos financeiros; VIII - termo de fomento: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco propostas pelas organizações da sociedade civil, que envolvam a transferência de recursos financeiros; (Inciso com redação dada pela Lei nº 13.204, de 14/12/2015) VIII-A - acordo de cooperação: instrumento por meio do qual são formalizadas as parcerias estabelecidas pela administração pública com organizações da sociedade civil para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco que não envolvam a transferência de recursos financeiros; (Inciso acrescido pela Lei nº 13.204, de 14/12/2015) VAMOS PRATICAR 32. (Quadrix - 2018 - CREF - 13ª Região (BA-SE) - Analista Advogado) No que concerne ao direito administrativo, julgue o item subsequente. Os serviços sociais autônomos são pessoas jurídicas de direito público, sem finalidade de lucro, que atuam na realização de atividade de interesse público não exclusiva do Estado. Certo ou Errado 33. (CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário – Judiciária) Acerca das organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP) e dos atos administrativos, julgue o item seguinte. Situação hipotética: Após celebrar termo de parceria com a União e receber recursos públicos, determinada OSCIP anunciou a contratação de terceiros para o fornecimento de material necessário à consecução dos objetivos do ajuste. Assertiva: Nessa situação, para efetivar a contratação de terceiros, a OSCIP deverá realizar licitação pública na modalidade concorrência. Certo ou Errado 34. (VUNESP - 2019 - Câmara de Serrana - SP - Procurador Jurídico) A Lei nº 9.790/99, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, instituiu uma das principais inovações no Terceiro Setor. É correto afirmar que o enunciado se refere a um novo instrumento jurídico, denominado a) protocolo de intenções. b) acordo de leniência. c) termo de parceria. d) desapropriação indireta. e) contrato de consórcio. Página | 43 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 35. (CESPE - 2013 - PC-BA - Delegado de Polícia) A respeito de administração pública, julgue o item seguinte. Entidades paraestatais são pessoas jurídicas privadas que colaboram com o Estado no desempenho de atividades não lucrativas, mas não integram a estrutura da administração pública. Certo ou Errado 36. (VUNESP - 2015 - TJ-MS - Juiz Substituto - Adaptada) Considerando a recente decisão do Supremo Tribunal Federal em relação à Lei Federal no 9.637/98, que dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações sociais e suas atividades, assinale a alternativa correta. a) A atribuição de título jurídico de legitimação da entidade como Organização Social, por meio da qualificação, configura hipótese de credenciamento, na qual deve incidir a licitação pela própria natureza jurídica do ato. b) Os contratos a serem celebrados pela Organização Social com terceiros, com recursos públicos, devem ser conduzidos de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos de regulamento próprio a ser editado por cada ente federativo contratante. c) O afastamento do certame licitatório não exime o administrador público da observância dos princípios constitucionais, de modo que a contratação direta das Organizações Sociais deve observar critérios objetivos e impessoais, com publicidade de forma a permitir o acesso a todos os interessados. d) As organizações sociais, por não integrarem o Terceiro Setor, fazem parte do conceito constitucional de Administração Pública, razão pela qual devem se submeter, em suas contratações com terceiros, ao dever de licitar. e) Os empregados das Organizações Sociais são equiparados a servidores públicos, por isso que sua remuneração deve ter base em lei, aplicando-se também às Organizações Sociais a exigência de concurso público. GABARITOS COMENTADOS 32. COMENTÁRIO: Cuidado, a pegadinha mais usual das bancas é afirmar que “Serviços Sociais Autônomos são pessoas jurídicas de direito público”. Na verdade, são pessoas jurídicas de direito privado e que prestam serviços não exclusivos do Estado. Volte ao Quadro e veja as principais características. O item está errado. 33. COMENTÁRIO: A celebração do Termo de Parceria não obriga a feitura de prévia licitação com base nas regras da Lei 8.666/1993 para contratar utilizando recursos advindos do Poder Público, bastando que sejam atendidos os princípios administrativos elencados no inciso I do art. 4º da Lei nº 9.790/99, assim como regulamentos próprios, conduzindo os certames de forma pública, objetiva e impessoal, com observância, também, aos princípios da Administração Pública. O art. 14 da Lei nº 9.790/99: “A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, observados os princípios estabelecidos no inciso Ido art. 4º desta Lei (I - a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade e da eficiência)." O item está errado. BIZU! OSCIP: 1) Celebram Termo de Parceria 2) Criação com a denominação de OSCIP vinculada pelo Ministro da Justiça 3) Executam serviços sociais não exclusivos de estado 4) Em funcionamento há pelo menos 3 anos Página | 44 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. 5) Não há previsão de dispensa de licitação na Lei 8.666/93 para as OSCIP (licitam quando recebem recursos públicos) 6) Sem cessão de Servidores pela Administração Pública 7) Há Conselho Fiscal OS: 1) Celebram Contrato de Gestão 2) Criação com a denominação como OS por ato discricionário feito por Ministro de Estado (ato de ministro) 3) Executam serviços públicos não exclusivos de Estado 4) Não há prazo mínimo de funcionamento 5) Há previsão de dispensa de Licitação na 8.666/93 (art. 24, XXIV) 6) Recebem bens e servidores da Administração Pública (art. 14 da Lei 9.637/98) 7) Há Conselho de Administração. SSA: 1) Celebram Contrato de Gestão 2) Criação por Autorização legislativa 3) Constituídas sob a forma de associação ou fundação ou ainda por meio de estruturas não previstas no Direito Civil e reguladas pela Lei específica da entidade. 4) Realizam atividade de fomento, auxílio e capacitação de determinada categoria profissional (sistema S) 5) Possuem a Parafiscalidade - Contribuições Compulsórias - Capacidade de Cobrar Tributos 6) Não possuem Imunidade Tributária e devem licitar quando contratam sem observância das modalidades previstas na lei geral, obedecendo apenas aos princípios gerais de licitação (Lei 8.666/93) 7) Contratam trabalhadores pela CLT 34. COMENTÁRIO: Consta na Lei nº 9.790/99, art. 9: Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no art. 3º desta Lei. A alternativa “c” está correta. BIZU! Instrumento passível de ser firmado: 1) Serviço Social Autônomo: Contrato de Gestão 2) Entidade de Apoio: Convênio 3) Organizações Sociais: Contrato de Gestão 4) OSCIP: Termo de Parceria 35. COMENTÁRIO: Entidades paraestatais: São pessoas jurídicas privadas que não integram a estrutura da administração direta ou indireta, mas colaboram com o Estado no desempenho de atividades de interesse público, mas não exclusivas de Estado, de natureza não lucrativa. Portanto, seriam aquelas pessoas jurídicas que atuam ao lado do Estado, sem com ele se confundirem. Integram o chamado Terceiro Setor. O item está certo. 36. COMENTÁRIO: Guerreiros, de acordo com o item 20 da ADI 1923/2015: Os contratos a serem celebrados pela Organização Social com terceiros, com recursos públicos, devem ser conduzidos de forma pública, objetiva e impessoal, com observância dos princípios do caput do art. 37 da CF, e nos termos do Página | 45 Copyright © 2011-2020 - Alison Rocha. Todos os direitos reservados. regulamento próprio a ser editado por cada entidade (Organização Social). Observe que a pegadinha está na afirmação: “a ser editado por cada ente federativo (União, estados etc.) contratante.” A alternativa “c” está correta. a) Alternativa está errada. As organizações sociais não se submetem a licitação. b) Alternativa está errada. O regulamento não é editado pelo contratante, mas sim pela entidade (a própria OS). d) Alternativa está errada. As organizações sociais integram sim o Terceiro Setor, não fazendo parte do conceito constitucional de Administração Pública. Não se submete ao dever de licitar. e) Alternativa está errada. Os empregados das OS’s não são equiparados a servidores públicos. A remuneração deve ser definida pelo contrato de gestão. Não sendo aplicável às OS’s a exigência de concurso público.