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Invalidade e Simulação de Negócios Jurídicos

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FICHAMENTO: Carlos Roberto Gonçalves. Direito Civil Brasileiro. Saraiva.
INVALIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Art. 182, CC – Anulado o negócio jurídico (nulidade ou anulabilidade) restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam e, não sendo possível restituí-las serão indenizadas com o equivalente.
Art. 183, CC - A invalidade do instrumento não induz a do negócio jurídico sempre que este puder provar-se por outro meio. Ex. nulidade da escritura de mútuo de pequeno valor – Não invalida o contrato – provado por testemunhas.
Art. 184, CC - Invalidade parcial do negócio jurídico, não o prejudicará na parte válida se está for separável. A invalidade da obrigação principal implica a das obrigações acessórias.
SIMULAÇÃO. (simular significa enganar, fingir). “é uma declaração falsa, enganosa da vontade, visando aparentar negócio diverso do efetivamente desejado, ou seja o negócio simulado tem aparência contrária à realidade é produto de um conluio entre os contratantes” . Não é vício de vontade, mas sim vício social. 
Características: a)negócio jurídico bilateral – contratos, acordo entre duas partes para lesar terceiro ou fraudar a lei. b) é sempre acordado com a outra parte c) as partes maliciosamente disfarçam seu pensamento. Espécies: Absoluta – a declaração da vontade se destina a não produzir resultado (falsa confissão de dívida perante amigo para livrar-se de credores). Relativa – as partes realizam dois negócios jurídicos – um simulado (procura-se aparentar o que não existe) e o outro dissimulado (oculta-se o que é verdadeiro ) (homem casado para contornar a proibição legal de fazer doação à concubina, simula a venda a um terceiro que transferirá o bem aquela). Subsistirá o negócio dissimulado se válido for na substância e na forma, exemplo: na escritura pública lavrada com valor inferior ao real, anulado o valor aparente, subsistirá o real (artigo 167, CC, ressalva no § 2º do art. 167 os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado). Ad personam ou por interposição de pessoa – Quando o negócio é real, mas a parte é aparente, denominada testa –de- ferro .Obs.: Não mais se distingue a simulação inocente da fraudulenta ou maliciosa. Hipóteses legais: Art. 167, § 1: interposição de pessoa (terceiro que adquire bem casado e o transfere a concubina deste), por ocultação da verdade na declaração (valor inferior na escritura), por falsidade de data. Efeitos da Simulação: art. 167, CC é nulo o negócio jurídico simulado,mas subsistirá o que se dissimulou se válido for na substância e na forma. 
OBS.: É que o negócio simulado ou simulação tem natureza consensual, pressupondo o acordo de vontade, sendo este absolutamente dispensável para a conotação da reserva mental...
Segundo o indiscutível Nelson Nery " Reserva Mental é a emissão de uma declaração não querida em seu conteúdo, tampouco em seu resultado, tendo por único objetivo enganar o declaratário" (Nery, Vícios, n. 3.1, p. 18)
Tem como elementos caracterizadores a declaração não querida em seu objeto e o intento de enganar terceiros ou mesmo o declaratário...
Eis alguns exmplos:
1 - declaração do autor de determinda obra literária, anunciando que o produto da venda dos livros terá destinação filantrópica, mas com o único intuito de obter lucros com boa vendagem...
2 - homem, com o propósito de manter relação sexual com uma mulher, afirma que se casará com ela
3 - estrangeiro que, em situação ilegal no país, casa-se com uma mulher da terra a fim de não ser expulso pelo serviço de imigração
4 - declaração do testador que, com a preocupação de prejudicar herdeiro, dispõe em benefício de quem se diz falsamente devedor
DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA: PRESCRIÇÃO – Artigo 189, CC: “ Violado o direito nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 a 206” Trata-se de instituto de direito material. Importância: estabilidade e consolidação de todos os direitos. REQUISITOS: a) violação do direito, com o nascimento da pretensão, inércia do titular, c) o decurso do tempo fixado em lei. PRETENSÕES IMPRESCRÍTIVEIS: A pretensão é deduzida em juízo por meio da ação. NÃO PRESCREVEM: Os que protegem os direitos da personalidade, estado das pessoas (filiação, separação, interdição, investigação de paternidade), potestativos, bens públicos de qualquer natureza, as que protegem os direitos de propriedade (reivindicatória), as pretensões de reaver bens confiados à guarda de outrem, a título de depósito, penhor ou mandato, as destinadas a anular inscrição de nome empresarial feita com violação de lei ou do contrato. (
Hipóteses legais: O art. 191 não admite a renúncia prévia da prescrição, isto é, antes que se tem há consumado 
 O artigo 219, § 5 do CPC estabelece que: “ O juiz pronunciará de ofício a prescrição” . Se a parte pessoalmente não invoca a prescrição poderá fazê-lo o representante do M.P. em nome do incapaz ou dos interesses que tutela, não poderá quando atuar como custos legis em matéria patrimonial. 
Art. 195: O s relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou representantes legais que derem causa à prescrição ou não alegarem oportunamente” . 
DA DECADÊNCIA: Há a perda de um direito previsto em lei. O legislador estabelece que certo ato terá que ser exercido dentro de um prazo previsto em lei. A decadência é a sanção conseqüente da inobservância de um termo. Ocorre quando “ um direito potestativo não é exercido, são direitos sem pretensão” 
Art. 211 “ Se a decadência for convencional a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação”.

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