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1 2 SUMÁRIO Apresentação ................................................................................................................ 3 UNIDADE 1 - Introdução geral ao ESG ....................................................................... 5 Por que desenvolver estratégias que se voltem ao ESG? ........................................ 10 Como incorporar o ESG dentro das organizações? ................................................. 11 Você sabe o que significa ODS? .............................................................................. 13 Você sabe o que significa greenwashing? ................................................................ 16 Referências do capítulo ............................................................................................. 18 Imagens: ................................................................................................................... 18 UNIDADE 2 - O pilar Ambiental no ESG ................................................................... 19 Gestão com responsabilidade socioambiental ......................................................... 21 Vínculo entre responsabilidade socioambiental e gestão ......................................... 22 Impactos positivos e negativos da organização sobre o meio ambiente .................. 23 Temas e critérios relacionados ao eixo Ambiental .................................................... 23 Referências do capítulo ............................................................................................ 25 Imagens: ................................................................................................................... 25 UNIDADE 3 - O pilar Social no ESG .......................................................................... 26 Gestão e responsabilidade social ............................................................................. 28 Áreas de aplicabilidade da responsabilidade social nas corporações ...................... 29 Responsabilidade social como ferramenta estratégica ............................................. 30 Temas e critérios relacionados ao eixo Social .......................................................... 31 Referências do capítulo ............................................................................................ 35 Imagens: ................................................................................................................... 35 UNIDADE 4 - O pilar Governança no ESG ................................................................ 36 Temas e critérios relacionados ao eixo Governança ................................................ 38 Referências do capítulo ............................................................................................ 43 Imagens: ................................................................................................................... 43 UNIDADE 5 - ESG na prática das empresas ............................................................. 44 Cases de sucesso ..................................................................................................... 46 Imagens: ................................................................................................................... 50 Noções Básicas de ESG ............................................................................................ 51 Conclusão ................................................................................................................... 51 3 Apresentação Prezados(as) alunos(as), Desejamos boas-vindas ao curso NOÇÕES BÁSICAS DE ESG. Vamos trabalhar juntos para desenvolver novos conhecimentos e aprofundar as competências que vocês já possuem! O curso possui uma carga horária de 25 horas-aula, divididas em cinco unidades, estruturadas conforme a tabela a seguir: Unidade Carga horária Conteúdo programático Introdução geral ao ESG 5 h/a • ESG: surgimento, história e os três pilares da sigla. • ESG: uma evolução no modelo de negócio nas empresas. • Como o ESG impacta a competitividade de uma empresa. • Passos para incorporar o ESG na organização. O pilar Ambiental no ESG 5 h/a • Gestão com responsabilidade socioambiental. • Vínculo entre responsabilidade socioambiental e gestão. • Impactos positivos e negativos da organização sobre o meio ambiente. • Temas e critérios relacionados ao eixo Ambiental. O pilar Social no ESG 5 h/a • Gestão e responsabilidade social. • Áreas de aplicabilidade da responsabilidade social nas empresas. • Responsabilidade social como ferramenta estratégica. • Temas e critérios relacionados ao eixo Social. O pilar Governança no ESG 5 h/a • Governança corporativa. • Governança corporativa e estratégia empresarial. • Governança corporativa e a relação com os stakeholders. • Temas e critérios relacionados ao eixo Governança. ESG na prática das empresas 5 h/a • Conhecer as boas práticas de empresas que já incorporaram o ESG na organização. 4 Nesse sentido, este curso foi desenvolvido para que os alunos construam o entendimento inicial ou aumentem seu conhecimento sobre ESG para ajudar a promover a melhoria do setor de transporte. Para isso, foram utilizadas algumas referências, apresentadas ao final deste material, que serviram como base para seu desenvolvimento e sua elaboração. No início de cada unidade, vocês serão informados sobre o conteúdo a ser abordado e os objetivos a serem alcançados. O curso NOÇÕES BÁSICAS DE ESG está dividido em unidades, para facilitar o seu aprendizado. Esperamos que este curso seja muito proveitoso para vocês! Nosso intuito maior é apresentar dicas, conceitos e soluções práticas para ajudá-los no dia a dia de trabalho. Bons estudos! 5 UNIDADE 1 Introdução geral ao ESG 6 Unidade 1 - Introdução geral ao ESG Nos dias atuais, muito se tem falado a respeito da sigla ESG, porém você sabe o que ela significa? ESG (em inglês Environmental, Social and Governance) é uma sigla que representa um conjunto de critérios ambientais, sociais e de governança corporativa dentro das organizações. Esses critérios tornaram-se um componente central na tomada de decisões do mercado financeiro e são utilizados por investidores para avaliar o desempenho das empresas além do lucro monetário. A importância do ESG tem crescido nos últimos anos, à medida que as grandes organizações ao redor do mundo têm conduzido seu modelo de negócios para reduzir seus impactos perante a sociedade e o meio ambiente. Essas empresas, também, têm atuado no gerenciamento de riscos e oportunidades, tornando- se resilientes diante da dinâmica global. A sigla ESG foi conceituada, pela primeira vez, em 2004, em um relatório do Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas). Desde então, o conceito tem evoluído e se tornado cada vez mais robusto e importante no mundo dos negócios. Hoje, o ESG é visto como uma parte essencial da estratégia de uma empresa para acessar mercados financeiros, e não apenas como uma questão de responsabilidade social corporativa capaz de gerar valor e contribuir para o desenvolvimento sustentável. É importante ter conhecimento de que o ESG não é um termo novo. Ele tem ganhado roupagens diferentes ao longo das décadas. Os conceitos que consolidam esse movimento são ainda mais antigos e amplamente difundidos. Estamos falando do desenvolvimento sustentável, ou seja, atender às necessidades atuais sem comprometer as necessidades das gerações futuras, e da sustentabilidade corporativa, abordagemsustentada por um tripé que compreende questões econômicas, sociais e ambientais. Embora sejam muito próximos, esses termos não são sinônimos. O ESG trata dos aspectos de sustentabilidade que reduzem os riscos financeiros de interesse do mercado. Entretanto, é possível perceber seu uso em substituição à sustentabilidade corporativa, que possui viés estratégico ao modelo de negócio e de inovação, almejando a melhoria da empresa por meio da sustentabilidade. 7 Em 2020, com a eclosão da pandemia da covid-19, vimos esses conceitos ocuparem espaços de destaque seja por conta dos nítidos desafios globais que se relacionam à desigualdade social, às mudanças climáticas, à escassez de recursos, entre outros, seja pelo posicionamento de instituições gestoras de ativos financeiros, que passaram a demandar das empresas maior responsabilidade com seus impactos perante o meio ambiente e a sociedade, juntamente com um sistema de governança corporativa capaz de garantir a melhor tomada de decisão. O ESG ganhou papel de destaque nesse momento, como um modelo direcionador das corporações que desejam apresentar menores riscos aos investidores. Figura 1: ESG – Designed by Freepik Os três pilares do ESG são: 1 - Ambiental; 2 - Social; 3 - Governança. O pilar Ambiental se refere à forma como a empresa gerencia seus impactos positivos e negativos no meio ambiente, o que demanda um olhar para todo o ciclo produtivo, desde a extração e/ou o consumo de recursos naturais até o descarte de resíduos sólidos. 8 O pilar Social diz respeito à forma como a empresa lida com seus empregados, seus fornecedores, seus clientes e a comunidade onde opera, inserindo esses atores na estratégia dos negócios de modo a gerar valor às partes interessadas. O pilar Governança envolve a liderança da empresa, as práticas éticas, a transparência e a forma como a empresa toma suas decisões e se relaciona com a sociedade e seus acionistas, se assim for o caso. Nos próximos módulos, conheceremos mais profundamente cada um dos pilares do ESG. A princípio, basta entender que esses são os macrodirecionadores para as empresas atuarem na agenda. Figura 2: ESG – Designed by Freepik A adoção de práticas ESG representa uma evolução significativa no modelo de negócios das empresas. Companhias que adotam práticas do ESG tendem a desenvolver suas habilidades para identificar e gerenciar riscos, melhorar o desempenho financeiro a longo prazo, acessar novos capitais, obter maior resiliência em tempos de crise e fortalecer a marca e sua reputação. Vale ressaltar que as práticas do ESG podem ajudar as empresas a atrair e reter talentos, melhorar a satisfação do cliente e abrir novas oportunidades de mercado por meio da eficiência operacional e da inovação para a sustentabilidade. 9 Uma das principais dificuldades que as pessoas enfrentam ao tentar entender o conceito do ESG é a complexidade e a amplitude dos tópicos que ele abrange. O ESG não se trata apenas de ser somente “verde” ou “sustentável”, mas, também, envolve uma série de práticas e políticas que uma empresa deve adotar para ser considerada responsável sob o ponto de vista ambiental, social e de governança. Isso pode ser bastante amplo e incluir desde a redução da pegada de carbono até a garantia de práticas de trabalho justas e a implementação de uma governança corporativa sólida. Paralelamente a esse cenário, por mais que o ESG tenha aparecido pela primeira vez em 2004, observa-se que esse é um campo relativamente novo e em constante evolução seja das metodologias, seja das boas práticas implementadas nas organizações. Figura 3: ESG – Designed by Freepik A adoção das práticas do ESG pode ter um impacto significativo na competitividade de uma empresa. Companhias que adotam práticas do ESG tendem a colher uma série de benefícios, como a redução de custos operacionais, uma melhor reputação e uma maior resiliência em meio às incertezas e vulnerabilidades. Além disso, as práticas do ESG tendem a atrair mais investidores, conforme já citado. A incorporação do ESG em uma organização envolve passos importantes. Em primeiro lugar, é importante entender que uma empresa não se adéqua a esses critérios 10 do dia para a noite. É necessário entender a realidade atual da organização, conhecer suas partes interessadas (stakeholders), priorizar e planejar o melhor caminho para avançar na implementação do ESG na organização. Destaca-se que é fundamental garantir o suporte da alta gestão e incluir os recursos necessários no orçamento. O conceito e as práticas do ESG vieram para ficar. As empresas que adotam essas práticas estão se posicionando para ter sucesso em um mundo cada vez mais focado na sustentabilidade. À medida que avançamos para o futuro, é provável que o ESG se torne ainda mais importante em todo o mundo. Desse modo, não há dúvidas de que as questões ambientais, sociais e de governança (ESG) estão em alta na realidade das organizações, dos clientes, dos investidores e dos governantes, não sendo apenas uma tendência, mas, também, um movimento que se iniciou em prol de um mundo mais justo, inclusivo e sustentável. Por que desenvolver estratégias que se voltem ao ESG? Desenvolver estratégias voltadas para o ESG (Ambiental, Social e Governança) é fundamental por várias razões. Em primeiro lugar, essas estratégias permitem que as empresas operem de maneira mais sustentável e responsável, o que pode levar a uma maior eficiência operacional, à redução de custos e a atuarem em conformidade regulatória. Além disso, as empresas que adotam práticas do ESG tendem a ter uma reputação melhor, o que pode levar a um aumento da lealdade dos clientes e a novas oportunidades de negócios por considerarem as prioridades das partes interessadas. Em segundo lugar, o foco no ESG pode ajudar as empresas a engajarem seus empregados, levando-os a terem uma maior satisfação e uma melhor produtividade. Além disso, pode atrair e reter talentos como resultado de uma cultura organizacional orientada para o ESG. Muitos profissionais, hoje em dia, querem trabalhar para empresas que compartilham seus valores e estão comprometidas com a sustentabilidade. 11 Por fim, cada vez mais investidores estão considerando fatores do ESG em suas decisões de investimento. Portanto, as empresas que adotam práticas do ESG podem ter acesso a novas fontes de capital e podem ser vistas como menos arriscadas pelos investidores. Assim, desenvolver estratégias voltadas para o ESG não é apenas a coisa certa a se fazer sob o ponto de vista ético, mas, também, pode trazer benefícios significativos para os empregados, os clientes, a comunidade e as empresas do ponto de vista financeiro e operacional. Como incorporar o ESG dentro das organizações? Incorporar o ESG (Ambiental, Social e Governança) em uma organização envolve uma série de etapas estratégicas. Para apoiar esse entendimento e a forma de aplicação, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) criou uma prática recomendada referente ao tema. Essa norma foi intitulada de ABNT PR 2030. A norma ABNT PR 2030 é uma diretriz pioneira no Brasil que alinha os principais princípios ambientais, sociais e de governança (ESG) e orienta os passos necessários para incorporá-los em uma empresa. Lançada em dezembro de 2022, a norma é uma prática recomendada, o que significa que não é um normativo ou uma legislação, mas, sim, uma orientação sobre como aplicar o ESG. Figura 4: Sustentabilidade e ESG - Designed by Freepik 12 A sigla PR refere-se à “Prática Recomendada”, enquanto o número 2030 faz referência à Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas), que estabelece os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável(ODS). A norma fornece um conjunto de práticas recomendadas para o setor do ESG no Brasil. Figura 5: ESG como foco - Sustentabilidade e ESG - Designed by Freepik Por meio desse documento, é possível avaliar e direcionar metas e estratégias nas empresas. Isso marca um passo importante para a sustentabilidade e o setor do ESG no Brasil, pois estabelece o primeiro passo para conceituar e orientar a incorporação de práticas sustentáveis em organizações. Em resumo, entendemos que o primeiro passo para incluir o ESG nos negócios é ter conhecimento sobre o tema e, principalmente, o engajamento da alta gestão para tornar as novas práticas uma parte da cultura organizacional. Após conhecê-lo, é necessário que se desenvolva a intenção para o ESG, ou seja, é preciso alinhar esse modelo à visão, ao propósito e ao planejamento estratégico da empresa. Os próximos passos dependem de um diagnóstico capaz de identificar se a empresa possui práticas de sustentabilidade e o seu respectivo grau de maturidade. O diagnóstico contribuirá para planejar quais critérios do ESG serão trabalhados na corporação, considerando os riscos e as oportunidades; os impactos causados às partes interessadas e os objetivos a curto, médio e longo prazos. Para facilitar o entendimento sobre o que é prioritário ou não a uma organização, é necessária a determinação da materialidade por meio de um estudo metodológico, no qual serão definidos os temas pertinentes ao negócio. 13 Após serem identificados os temas a que a empresa direcionará seus esforços, inicia- se a etapa de implementação. Para isso, estabelecer objetivos e metas e implementar políticas, instruções e outros processos contribuirão para o monitoramento das ações e os posteriores relatos e as comunicações da Agenda ESG. Todos os referidos passos requerem um maior aprofundamento para conhecer as especificidades de cada uma das etapas. Neste momento, o importante é saber que há uma lógica e passos indispensáveis para a incorporação do ESG. Você sabe o que significa ODS? O ESG guia as empresas para atenderem a critérios nos eixos Ambiental, Social e Governança Corporativa para a atuação local, mas também cabe a nós conhecermos as iniciativas a nível global. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, com a visão de transformar nosso mundo até 2030. Para isso, o documento traz um conjunto de 17 metas globais a serem perseguidas. Cada objetivo possui metas específicas que abrangem uma variedade de áreas, incluindo a erradicação da pobreza, a promoção da educação de qualidade, a garantia da igualdade de gênero e a luta contra as mudanças climáticas. Esses objetivos servem como um guia para os países e as organizações públicas e privadas se esforçarem para criar um futuro mais sustentável e justo para todos. 14 Figura 6: Metas ODS - Designed by Freepik Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um chamado global que direciona os olhares para ações contra a pobreza, a favor da proteção do Planeta e em busca da garantia de que todas as pessoas desfrutem de paz e prosperidade até 2030. Anterior aos ODS, o Pacto Global, lançado no ano 2000, já reconhecia que o desenvolvimento deve equilibrar aspectos sociais, econômicos e ambientais. O documento apresenta dez princípios com o objetivo de guiar a atuação das empresas, abrangendo as áreas de Direitos Humanos, trabalho, meio ambiente e práticas anticorrupção. Ao trabalharmos para alcançar esses objetivos, podemos construir um mundo melhor para as gerações futuras. Caso haja interesse em atuar para a responsabilidade social e ambiental a nível global, recomendamos consultar ambos os documentos. Temos a certeza de que esses materiais contribuirão para que as empresas ampliem seus conhecimentos e direcionem suas ações para a construção de uma agenda comum aos demais países. 15 Veja abaixo as 17 metas do ODS: 16 FIQUE ATENTO(A)! Você sabe o que significa greenwashing? Implementar práticas sustentáveis que considerem as questões ambientais, sociais e de governança é uma demanda das empresas, mas você sabe que, para isso, é necessário ter comprometimento e integridade para relatar as ações que são desenvolvidas? Greenwashing é uma prática que tem ganhado cada vez mais atenção à medida que as questões ambientais se tornam mais urgentes. Trata-se de uma estratégia de marketing usada por algumas empresas para parecerem mais “verdes” ou ambientalmente amigáveis do que realmente são. Essas empresas podem fazer alegações enganosas sobre a sustentabilidade de seus produtos ou serviços ou podem exagerar a eficácia de suas iniciativas ambientais. Figura 7: Greenwashing - Designed by Freepik O termo “greenwashing” foi cunhado pelo ambientalista Jay Westerveld em 1986, em um ensaio no qual ele criticou a indústria hoteleira por promover a reutilização de 17 toalhas como uma prática “verde”, quando, na verdade, era uma medida de economia de custos. Desde então, o termo tem sido usado para descrever qualquer tentativa de uma organização de parecer mais ambientalmente responsável do que realmente é. A prática do greenwashing tende a ser muito prejudicial, pois pode levar os consumidores a acreditarem que estão tomando decisões de compra ambientalmente adequadas, quando, na verdade, podem estar apoiando práticas que são prejudiciais ao meio ambiente. Isso também pode desviar a atenção e o apoio dos consumidores das empresas que estão realmente fazendo um esforço significativo para reduzir seu impacto ambiental. Para combater o greenwashing, é importante que os consumidores estejam informados e façam sua própria pesquisa antes de tomarem decisões de compras. Existem várias organizações e recursos disponíveis que podem ajudar os consumidores a identificarem práticas de greenwashing e a encontrarem empresas que estão realmente comprometidas com a sustentabilidade. Além disso, as empresas podem tomar medidas para evitar o greenwashing, garantindo que suas alegações ambientais sejam transparentes, específicas e verificáveis. Isso pode incluir a obtenção de certificações de terceiros para seus produtos ou serviços e a garantia de que todas as alegações ambientais sejam apoiadas por evidências concretas. Em resumo, embora o greenwashing seja um problema significativo, os consumidores e as empresas podem tomar medidas para combatê-lo. Ao nos informarmos e apoiarmos empresas verdadeiramente sustentáveis, podemos ajudar a promover um futuro mais verde para todos. Com o avanço do termo ESG, para além do greenwashing, já é possível verificar práticas denominadas de pinkwashing ou rainbow washing, nas quais as empresas se mostram favoráveis à diversidade e à inclusão em suas equipes, mas, na prática, não é o que ocorre, sendo apenas uma jogada de marketing para cativar o público LGBTQIA+. 18 Referências do capítulo ABNT. Disponível em: <https://www.abnt.org.br/>. How to make ESG real | McKinsey. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/capabilities/sustainability/our-insights/how-to- make-esg-real>. 5 Steps to Creating An ESG Strategy That Will Impress Investors! Disponível em: <https://www.corporateservices.euronext.com/blog/esg/how-to-create- esg-strategy>. 7 Steps to Develop and Implement an ESG Strategy. Disponível em: <https://us.anteagroup.com/news-events/blog/develop-and-implement-an- esg-strategy>. Pacto Global. Disponível em: <https://pactoglobal.org.br/ods/>. PWC. ESG Investor Survey: The economic realities of ESG. Disponível em: <https://www.pwc.com/gx/en/services/audit-assurance/corporate-reporting/esg-investor-survey.html>. Imagens: Freepik | Recursos gráficos para todos. Disponível em: <https://br.freepik.com/>. 19 UNIDADE 2 O pilar Ambiental no ESG 20 Unidade 2 - O pilar Ambiental no ESG A responsabilidade ambiental é um assunto que evoluiu à medida que os impactos da exploração, da produção e do consumo intensivos começaram a ser sentidos pela população. A conduta empresarial tornou-se foco de regulamentação e responsabilização, sendo moldada ao longo dos tempos, para evitar que desastres de cunho ambiental, responsáveis por contaminações e degradação em larga escala, fossem recorrentes. O pilar Ambiental do ESG (Environmental, Social and Governance) é um componente essencial que se concentra em como uma organização interage e influencia o meio ambiente físico e químico. Isso abrange uma variedade de temas, englobando desde o consumo de energia e a emissão de poluentes, até a utilização responsável de recursos naturais, a preservação da biodiversidade, entre outros. A dimensão ambiental do ESG avalia as empresas e seus respectivos compromissos assumidos em respeito ao meio ambiente. O “E” (Environmental ou, em português, Ambiental) deve considerar os potenciais impactos positivos e negativos em todos os processos da organização, seja em suas atividades internas, seja ao longo da sua cadeia de suprimentos. Esse pilar exige indicadores e metas bem estabelecidas, além de ser capaz de influenciar os demais setores da economia rumo à transição para uma economia de baixo carbono. Cada setor da economia possui impactos positivos e negativos que são mais significativos. O setor de transporte, ao longo dos anos, desempenhou um papel fundamental para o desenvolvimento das sociedades modernas, proporcionando mobilidade e conectividade. Entretanto, essa atividade apresenta potenciais impactos ambientais, entre os quais destacam-se: • emissões de gases de efeito estufa; • poluição do ar; • consumo de energia; • perda de biodiversidade. 21 Desse modo, o pilar Ambiental do ESG foca em como uma organização pode minimizar, reparar e compensar seus impactos na natureza, assim como potencializar ações que beneficiem o meio ambiente com o uso de tecnologias, a mudança da matriz energética ou alternativas de deslocamento, no caso do setor de transporte. Gestão com responsabilidade socioambiental A gestão com responsabilidade socioambiental é uma abordagem de negócios estratégica que visa integrar considerações sociais e ambientais nas operações de uma empresa. Isso envolve o engajamento e desenvolvimento da cultura organizacional, o aperfeiçoamento de produtos e processos e a adoção de práticas sustentáveis, visando não apenas ao lucro, mas, também, ao bem-estar geral. As empresas que adotam a gestão com responsabilidade socioambiental reconhecem que suas operações causam efeitos no mundo ao seu redor e se esforçam para minimizar os impactos negativos e potencializar os impactos positivos. Isso pode envolver a implementação de políticas de sustentabilidade, o investimento em tecnologias verdes e a promoção de práticas de trabalho justas e éticas. Essa prática tende a agregar valor à empresa e resulta em um relacionamento benéfico com a comunidade em que está inserida. A gestão com responsabilidade socioambiental melhora a reputação, aumenta a lealdade do cliente e até mesmo promove a redução de custos corporativos. Algumas empresas já nascem com esses valores. Assim, elas são consideradas Empresas B. No entanto, para avançarmos nesse modelo de gestão, devemos considerar os desafios, que se iniciam logo na determinação de fazer diferente, ou seja, na mudança da cultura organizacional. A gestão responsável requer ainda a transparência e prestação de contas, o envolvimento das partes interessadas, a conformidade legal e normativa, entre outros, que podem exigir investimentos em novas tecnologias ou práticas de negócios. Além disso, pode ser difícil medir o impacto das iniciativas de responsabilidade socioambiental e o retorno ao valor da empresa. 22 Apesar desses desafios, a gestão com responsabilidade socioambiental é cada vez mais vista como uma parte essencial dos negócios modernos. À medida que os consumidores e investidores se tornam mais conscientes das questões sociais e ambientais, as empresas que adotam a responsabilidade socioambiental provavelmente estarão mais bem posicionadas para o sucesso no futuro. Vínculo entre responsabilidade socioambiental e gestão A responsabilidade socioambiental está intrinsecamente ligada à gestão de uma organização. A forma como uma organização gerencia seus recursos, trata seus empregados e interage com a comunidade tem um impacto direto em sua responsabilidade socioambiental. A gestão eficaz da responsabilidade socioambiental requer uma compreensão clara dos impactos sociais e ambientais das operações da organização. Isso pode envolver a realização de avaliações de impacto ambiental, o monitoramento do uso de recursos e a implementação de políticas para promover práticas de trabalho justas e éticas. A gestão da responsabilidade socioambiental também envolve a comunicação eficaz desses esforços para os stakeholders. Isso inclui a divulgação regular de relatórios de sustentabilidade, a realização de reuniões com as partes interessadas para avançar na pauta e a promoção dos esforços da organização para melhorar seu desempenho social e ambiental. Além disso, a gestão eficaz da responsabilidade socioambiental requer um compromisso contínuo com a melhoria. As organizações devem estar dispostas a revisar regularmente suas políticas e práticas, aprender com seus erros e fazer os ajustes necessários para melhorar seu desempenho social e ambiental. Por fim, é importante lembrar que a gestão eficaz da responsabilidade socioambiental não é apenas sobre minimizar os impactos negativos. Também é sobre aproveitar as oportunidades para contribuir positivamente para a sociedade e o meio ambiente. 23 Impactos positivos e negativos da organização sobre o meio ambiente Todas as organizações apresentam algum tipo de impacto sobre o meio ambiente, seja por meio do uso de recursos naturais, da poluição do ar ou da água, da redução de habitats naturais, do descarte de resíduos sólidos ou de emissões de gases do efeito estufa. O resultado dessas ações pode ter consequências prejudiciais para os ecossistemas e para as comunidades humanas que dependem dele. No entanto, o grau poderá variar dependendo das práticas adotadas pela organização. Por outro lado, as organizações também podem ter um impacto positivo sobre o meio ambiente. Por exemplo, elas podem implementar práticas sustentáveis que regenerem os ecossistemas, reduzam o uso de recursos naturais, diminuam suas emissões de gases do efeito estufa, minimizem sua produção de resíduos e conscientizem a população no que tange à adoção de práticas igualmente sustentáveis. Elas também podem contribuir para a conservação do meio ambiente por meio do apoio à pesquisa ambiental e ao desenvolvimento de novas tecnologias. É importante que as organizações reconheçam e compreendam os impactos positivos e os negativos que têm sobre o meio ambiente. Isso pode ajudá-las a identificar oportunidades para melhorar suas práticas empresariais e obter destaque no mundo corporativo. Temas e critérios relacionados ao eixo Ambiental Existem vários temas e critérios que são frequentemente considerados ao avaliar o desempenho ambiental de uma organização. Esses podem incluir: Uso de recursos naturais Compreende o uso da água, o consumo de energia, o uso e a ocupação do solo e o consumo deoutros recursos naturais indispensáveis à atividade. As organizações podem ser avaliadas com base na eficiência com que usam esses recursos e nos esforços que estão fazendo para reduzir seu uso. 24 Emissões de gases do efeito estufa As organizações podem ser avaliadas com base na quantidade de gases do efeito estufa que emitem e nos esforços que estão fazendo para implementar medidas mitigatórias e compensatórias dessas emissões. Gestão de resíduos Isso pode incluir a quantidade de resíduos que uma organização produz, quais os esforços que a organização está fazendo para reduzir essa produção, a realização do correto gerenciamento e a garantia da destinação (reutilização, reciclagem, logística reversa etc.) ou disposição ambientalmente adequada de resíduos (aterros sanitários, biodigestores, incineração etc.). Conservação da biodiversidade Compreende os impactos que uma organização tem sobre a biodiversidade local, os esforços que estão sendo realizados para minimizar os impactos sob os ecossistemas, a redução do atropelamento da fauna e a proteção das espécies ameaçadas de extinção. Adaptação às mudanças climáticas Isso pode incluir os esforços que uma organização está fazendo para se adaptar às mudanças climáticas, como a implementação de práticas sustentáveis ou o investimento em tecnologias verdes. Cada um desses temas pode ser avaliado utilizando-se uma variedade de critérios distintos, a depender das circunstâncias específicas da organização. No entanto, todos eles são importantes para entender o desempenho ambiental geral de uma organização e não se esgotam nos que foram citados. 25 Referências do capítulo ABNT, PR 2030. Disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/>. How to make ESG real | McKinsey. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/capabilities/sustainability/our-insights/how-to- make-esg-real>. O que é ESG, a sigla que virou sinônimo de sustentabilidade. Disponível em: <https://exame.com/esg/o-que-e-esg-a-sigla-que-virou-sinonimo-de- sustentabilidade/>. Pacto Global. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg>. PWC. ESG Investor Survey: The economic realities of ESG. Disponível em: <https://www.pwc.com/gx/en/services/audit-assurance/corporate- reporting/esg-investor-survey.html>. Imagens: Freepik | Recursos gráficos para todos. Disponível em: <https://br.freepik.com/>. 26 UNIDADE 3 O pilar Social no ESG 27 Unidade 3 - O pilar Social no ESG O pilar Social do ESG (Ambiental, Social e Governança) é um componente crucial que se concentra no impacto que uma empresa tem sobre as pessoas (empregados, clientes, fornecedores ou membros da comunidade local). Ele abrange uma ampla gama de tópicos e deve ser visto como o propósito principal de uma organização, pois são as pessoas que interagem com os produtos e serviços daquele empreendimento. Esse pilar tem suas premissas apoiadas na Responsabilidade Social Corporativa (RSC), também conhecida como Responsabilidade Social Empresarial (RSE). Esse conceito se moldou com o passar do tempo e, para algumas organizações, é parte integrante do ESG, representado pelo pilar Social. A RSC se refere à maneira como as empresas gerenciam suas operações e tomam decisões considerando o impacto social de suas ações. Isso pode incluir uma variedade de práticas, desde a implementação de políticas de trabalho justo até a contribuição para a comunidade local. Além disso, a RSC não é apenas uma obrigação ética, mas, também, pode ser uma poderosa ferramenta estratégica para as empresas. As empresas que são vistas como socialmente responsáveis podem atrair mais clientes, investidores e empregados. Além disso, ao considerarem o impacto social das decisões empresariais, as empresas podem evitar escândalos ou controvérsias que poderiam prejudicar sua reputação ou seus resultados financeiros. Existem muitos temas e critérios relacionados ao eixo Social do ESG. Isso pode incluir desde o diálogo e engajamento das partes interessadas até a porcentagem de mulheres em cargos de liderança. Outros critérios podem incluir o impacto da empresa na comunidade local, como o investimento social privado ou programas de voluntariado para o desenvolvimento das comunidades. Em uma última ponderação, o objetivo do pilar Social do ESG é garantir que as empresas tenham um impacto social positivo. Isso significa não apenas evitar danos, mas, também, trabalhar ativamente para melhorar a sociedade. Requer, ainda, tomar decisões 28 que beneficiem todas as partes interessadas, incluindo empregados, clientes, comunidades locais e a sociedade como um todo. O setor de transporte possui papel estratégico na construção do impacto positivo na sociedade. Como todo setor da economia, esse apresenta grandes desafios para o desenvolvimento sustentável. Dentre os principais critérios do eixo Social que o setor de transporte deve superar, destacam-se: • infraestrutura inadequada; • falta de acessibilidade; • segurança nas estradas; • relações trabalhistas justas; • inclusão das minorias no mercado de trabalho; • combate à exploração sexual infantil. Gestão e responsabilidade social As discussões no âmbito da responsabilidade social corporativa tiveram maior repercussão com o avanço da conscientização sobre as condições de trabalho e a implementação de regulamentações, tornando-se um tema central nas organizações com o passar dos anos. Inicialmente, a responsabilidade social aplicada por empresas se limitava a iniciativas de cunho filantrópico. Com o avanço da pauta, a maneira na qual as organizações operam e se relacionam com a sociedade se torna parte essencial da estratégia dos negócios. O ESG, nesse contexto, é um fator indispensável para o desenvolvimento das questões sociais, pois já surge com uma abordagem mais abrangente e integrada. O modelo de gestão focado na responsabilidade social envolve práticas para garantir que as operações da empresa sejam éticas e transparentes. Isso pode incluir desde a garantia de uma cadeia de suprimentos justa e sustentável, até a proteção dos dados dos clientes. Além disso, as empresas com forte gestão e responsabilidade social geralmente têm uma reputação melhor, o que pode levar a um maior sucesso dos negócios, considerando 29 que os clientes estão cada vez mais exigentes, em uma tendência a apoiar empresas que se preocupam com o impacto social e ambiental de suas operações. No entanto, a gestão e a responsabilidade social não são apenas sobre fazer o que é certo para a sociedade e o meio ambiente, mas, também, fazer o que é certo para os negócios. As empresas que adotam práticas sociais responsáveis, muitas vezes, descobrem que isso leva a um melhor desempenho financeiro, ao aumento da lealdade do cliente e a um maior engajamento dos empregados. A gestão e a responsabilidade social envolvem ampla diversidade de temas e demandam que as empresas estejam preparadas para atuar, medir e relatar seu impacto na sociedade. Isso pode ser um desafio, mas é crucial para entender o verdadeiro impacto das práticas de negócios da empresa. A gestão e a responsabilidade social garantem que as empresas evitem danos e trabalhem ativamente para melhorar a sociedade. Isso significa tomar decisões que beneficiem todas as partes interessadas, incluindo empregados, clientes, comunidades locais e o meio ambiente. Áreas de aplicabilidade da responsabilidade social nas corporações A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode ser aplicada em várias áreas das operações de uma organização. Uma dessas possibilidades se inicia na própria estrutura da empresa,ou seja, no local de trabalho, o qual deve assegurar segurança, acessibilidade e inclusão aos trabalhadores. O avanço da RSC para o pilar Social do ESG ampliou a aplicabilidade do tema, tornando fundamentais ao escopo de atuação das empresas questões nas áreas dos Direitos Humanos, diversidade, equidade e inclusão, relações e práticas de trabalho, promoção da responsabilidade na cadeia de valor, entre outras. 30 Com destaque para o relacionamento com os fornecedores, as empresas podem engajar e exigir que esses também adotem práticas justas e sustentáveis, evitando, assim, possíveis violações dos Direitos Humanos e impactos ao meio ambiente. No que diz respeito à forma com a qual as empresas interagem com seus clientes, deve-se considerar a proteção de dados e a privacidade das informações compartilhadas. Além disso, as empresas devem desenvolver suas áreas para viabilizar interações com a comunidade local. Isso envolve a contratação de moradores locais, contribuições para melhorias na infraestrutura das cidades, auxílio à comunidade por meio de doações para instituições de caridade locais ou programas de voluntariado. Finalmente, a RSC também se reflete na forma com que a organização dialoga com os eixos Ambiental e Governança, o que garante o meio ambiente equilibrado e o poder de influência para promover políticas públicas ou normas sociais que beneficiem a sociedade como um todo. Responsabilidade social como ferramenta estratégica A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) não é apenas uma obrigação ética, mas, também, pode ser uma poderosa ferramenta estratégica para as empresas. • A RSC pode ajudar a melhorar a reputação da empresa. As empresas que são vistas como socialmente responsáveis podem atrair mais clientes, investidores e empregados. • A RSC pode ajudar a mitigar riscos. Ao considerarem os impactos social e ambiental das decisões empresariais, as empresas podem evitar escândalos ou controvérsias que poderiam prejudicar sua reputação ou seus resultados financeiros. • A RSC pode incentivar a construção de soluções inovadoras. Ao considerarem as necessidades e preocupações sociais, as empresas podem vislumbrar novas oportunidades de mercado ou ideias para produtos ou serviços. • A RSC pode ajudar a melhorar o engajamento e a produtividade dos empregados. Os colaboradores geralmente se sentem mais motivados e engajados quando sentem que seu trabalho está contribuindo para um bem maior. 31 • A RSC pode ajudar a fortalecer os laços com a comunidade local. Empresas que contribuem para suas comunidades locais podem construir relações mais fortes e obter mais apoio da comunidade. • A RSC é uma ferramenta estratégica que pode ajudar as empresas a alcançarem seus objetivos de negócios, ao mesmo tempo em que contribui para o bem-estar da sociedade. Temas e critérios relacionados ao eixo Social Existem vários temas e critérios que são frequentemente considerados ao se avaliar o desempenho ambiental de uma organização. Esses podem incluir: Trabalho com condições adequadas O pilar Social começa com a garantia de condições decentes de trabalho. Isso inclui salários justos, horários de trabalho razoáveis e/ou flexíveis e um ambiente de trabalho seguro e saudável. Direitos Humanos As empresas devem respeitar os Direitos Humanos em todas as suas operações. Isso significa eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório, o trabalho infantil, a discriminação no emprego, entre outras práticas prejudiciais. Diversidade e inclusão A diversidade e a inclusão no local de trabalho são essenciais. As empresas devem se esforçar para ter uma força de trabalho diversificada e inclusiva que reflita a comunidade onde operam. Desenvolvimento de habilidades As empresas devem investir no desenvolvimento de habilidades de seus empregados. Isso beneficia os indivíduos e, também, a empresa como um todo, pois resulta em uma força de trabalho mais qualificada e produtiva. 32 Saúde e bem-estar A saúde e o bem-estar dos empregados são fundamentais. As empresas devem promover um ambiente de trabalho saudável, oferecendo benefícios, como seguro-saúde e programas de bem-estar e apoio à saúde mental. Engajamento dos empregados O engajamento dos empregados é vital para o sucesso de uma empresa. Colaboradores engajados são mais produtivos, leais e propensos a fornecer um excelente atendimento aos clientes. Relações com a comunidade As empresas devem se esforçar para ter um impacto positivo nas comunidades onde operam. Isso pode incluir doações para instituições de caridade locais, voluntariado ou patrocínio de eventos comunitários. Cadeia de suprimentos ética Uma cadeia de suprimentos ética é essencial. As empresas devem garantir que seus fornecedores também adotem práticas justas e sustentáveis. Privacidade do cliente A privacidade do cliente é crucial na era digital. As empresas devem proteger os dados dos clientes e usá-los de maneira responsável. Qualidade do produto A qualidade do produto é um aspecto importante do pilar Social. Os produtos devem ser seguros para uso e atender às expectativas dos clientes. Acessibilidade Os produtos e serviços devem ser acessíveis a todos, independentemente das suas habilidades ou dos seus recursos financeiros. 33 Marketing ético O marketing ético é fundamental. As empresas devem evitar práticas enganosas e garantir que suas mensagens publicitárias sejam verdadeiras e não exploratórias. Inovação social A inovação social é uma maneira poderosa pela qual as empresas podem contribuir para a sociedade. Isso pode envolver o desenvolvimento de novos produtos ou serviços que atendam às necessidades sociais ou a criação de novos modelos de negócios que gerem impacto social positivo. Parcerias público-privadas As parcerias público-privadas podem desempenhar um papel importante na promoção do bem-estar social. Ao trabalharem em conjunto, os setores público e privado podem alcançar resultados que nenhum dos dois poderia se agisse sozinho. Políticas públicas As empresas podem influenciar políticas públicas e normas sociais para o bem- estar da população. Transparência A transparência é fundamental para o pilar Social do ESG. As empresas devem ser transparentes quanto às suas práticas sociais e dispostas a prestar contas por suas ações. Investimento na comunidade O investimento na comunidade pode assumir muitas formas, desde a construção de infraestrutura até o apoio à educação local. Sustentabilidade social A sustentabilidade social envolve garantir que as práticas de negócios de uma empresa sejam justas e benéficas para todas as partes interessadas, agora e no futuro. Direitos dos trabalhadores Respeitar os direitos dos trabalhadores é um aspecto fundamental do pilar Social do ESG. Isso inclui o direito a um salário justo, condições de trabalho seguras e o direito de se sindicalizar. 34 Igualdade de gênero A igualdade de gênero no local de trabalho é essencial. As empresas devem se esforçar para garantir que homens e mulheres sejam tratados de maneira justa e igualitária. Governança corporativa Embora seja frequentemente considerada como uma categoria separada dentro do ESG, a governança corporativa tem um impacto significativo no pilar Social. Uma boa governança pode ajudar a garantir que as empresas sejam geridas de forma ética e responsável. Impacto social positivo No final das contas, o objetivo do pilar Social do ESG é garantir que as empresas tenham um impacto social positivo. Isso significa não apenas evitar danos, mas, também, trabalhar ativamente para melhorar a sociedade. Medindo o impacto social Medir o impacto social é um desafio, mas é crucial para entender o verdadeiro efeito das práticas denegócios de uma empresa. Isso pode envolver desde pesquisas de satisfação do cliente até auditorias independentes das condições de trabalho. Cada um desses temas pode ser avaliado por meio de uma variedade de critérios distintos, a depender das circunstâncias específicas da organização. No entanto, todos eles são importantes para entender o desempenho social geral de uma organização e não se esgotam nos que foram anteriormente citados. 35 Referências do capítulo A Importância do Pilar Social (S) no ESG. Disponível em: <https://pt.linkedin.com/pulse/import%C3%A2ncia-do-pilar-social-esg- elimar-melo#:~:text=O%20pilar%20social%20do%20ESG>. Acesso em: 3 out. 2023. ABNT, PR 2030. Disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/>. ESG: O que é o Social? Disponível em: <https://ambipar.com/latam/pt/noticias/esg-o-que-e-o-social/>. Acesso em: 3 out. 2023. FIA; FIA. Entenda o que é ESG, sua importância, exemplos e como funcionam os investimentos! Disponível em: <https://fia.com.br/blog/esg/>. How to make ESG real | McKinsey. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/capabilities/sustainability/our-insights/how-to- make-esg-real>. Pacto Global. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg>. PWC. ESG Investor Survey: The economic realities of ESG. Disponível em: <https://www.pwc.com/gx/en/services/audit-assurance/corporate- reporting/esg-investor-survey.html>. Imagens: Freepik | Recursos gráficos para todos. Disponível em: <https://br.freepik.com/>. 36 UNIDADE 4 O pilar Governança no ESG 37 Unidade 4 - O pilar Governança no ESG A governança corporativa é um componente essencial do ESG (Ambiental, Social e Governança). Ela se refere à forma como as empresas são geridas e operadas, garantindo que haja uma estrutura eficaz de tomada de decisões que leve em consideração os interesses de todas as partes interessadas (stakeholders). A governança corporativa e a estratégia empresarial estão intrinsecamente ligadas. Uma boa governança pode ajudar a orientar a estratégia empresarial, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma transparente e responsável. Além disso, uma estratégia empresarial eficaz deve levar em consideração os princípios de boa governança, como a ética nos negócios e a gestão eficaz dos riscos. É importante compreender que, sem governança corporativa, o ESG não se sustenta. O engajamento da alta gestão e dos cargos estratégicos da organização para o desenvolvimento da Agenda ESG é um ponto fundamental capaz de guiar a tomada de decisões com base nos critérios ambientais, sociais e de governança. Para além da performance estratégica, os líderes de uma instituição devem atuar no fortalecimento da transformação da cultura organizacional, incorporando os princípios ESG nos valores da empresa. A mudança da cultura organizacional exige um novo posicionamento institucional e a mudança de conduta das pessoas para um comportamento condizente com o que está se propondo. Para isso, os líderes são os principais exemplos. Esse processo deve ser apoiado com práticas para elevar a conscientização dos colaboradores, por meio da comunicação interna, de palestras, de treinamentos e, principalmente, do envolvimento das áreas na construção da Agenda ESG. Como citado na Unidade 1, é necessário que se desenvolva a intenção para o ESG, ou seja, é preciso alinhar esse modelo à visão, ao propósito e ao planejamento estratégico da empresa para que sejam alcançados resultados efetivos no desempenho da organização. 38 Existem muitos temas e critérios relacionados ao eixo Governança do ESG. Isso pode incluir a estrutura do Conselho de Administração, o planejamento de projetos, a gestão de riscos e programas de integridade. Cada um desses temas e critérios desempenha um papel importante na avaliação da eficácia da governança corporativa de uma empresa e do seu nível de confiabilidade para os stakeholders. A relação entre a governança corporativa e as partes interessadas é um critério fundamental. A boa governança corporativa exige que as empresas se comuniquem efetivamente com todos os seus stakeholders, incluindo acionistas, empregados, clientes e a comunidade local. Para estabelecer o alto grau de confiança e cooperação entre as partes, a divulgação transparente de informações e, até mesmo, o envolvimento dos stakeholders nas decisões corporativas devem ser priorizados. Em última análise, o pilar Governança do ESG visa garantir que as empresas sejam geridas de forma ética, transparente e responsável. Isso está intrinsecamente ligado aos pilares Ambiental e Social do ESG, pois as decisões tomadas no nível da governança afetam diretamente a performance socioambiental de uma empresa. O pilar Governança do ESG (Ambiental, Social e Governança) é um componente essencial que se concentra na forma como as empresas são geridas e operadas. Temas e critérios relacionados ao eixo Governança Existem vários temas e critérios que são frequentemente considerados ao se avaliar o desempenho da governança de uma organização. Esses podem incluir: Estrutura do Conselho A estrutura do Conselho de Administração é um aspecto importante da governança corporativa. Um Conselho eficaz deve ser composto por uma mistura diversa de membros com diferentes habilidades, experiências e vivências. 39 Separação de poderes Deve haver uma clara separação entre a gestão executiva e a supervisão do Conselho. Isso ajuda a evitar conflitos de interesses e promove a tomada de decisões equilibrada. Direitos dos acionistas Os direitos dos acionistas são outra área crucial da governança corporativa. As empresas devem tratar todos os acionistas de maneira justa e equitativa, fornecendo os dados necessários para a comprovação do desempenho em ESG. Participação dos acionistas As empresas devem garantir que os acionistas tenham a oportunidade de participar efetivamente das decisões corporativas. Isso pode incluir os direitos de votar em assembleias gerais e receber informações oportunas sobre a empresa. Transparência A transparência é fundamental para a boa governança corporativa. As empresas devem ser abertas e transparentes sobre suas operações e o seu desempenho financeiro. Divulgação de informações As empresas devem divulgar informações precisas e oportunas aos acionistas e ao público em geral. Isso pode incluir relatórios financeiros, políticas corporativas e informações sobre práticas ambientais, sociais e de governança. Ética nos negócios A ética nos negócios é outro aspecto importante da governança corporativa. As empresas devem operar de maneira ética, evitando práticas como corrupção, fraude ou outras formas de má conduta. 40 Gestão de riscos A gestão eficaz dos riscos é um componente crucial da governança corporativa. As empresas devem ter sistemas robustos em vigor para identificar, gerir e mitigar os riscos. Remuneração executiva A remuneração executiva é outra área focal no pilar Governança do ESG. As empresas devem garantir que a remuneração dos executivos esteja alinhada com o desempenho da empresa e os interesses dos acionistas. Responsabilidade corporativa A responsabilidade corporativa é um aspecto importante da governança corporativa. As empresas devem ser responsáveis por suas ações e devem estar dispostas a prestar contas quando as coisas dão errado. Sustentabilidade corporativa As empresas devem considerar o impacto social e ambiental das suas operações, além do seu desempenho financeiro. Engajamento dos stakeholders O engajamento eficaz dos stakeholders é fundamental para a boa governança corporativa. Asempresas devem se comunicar efetivamente com todos os seus stakeholders, incluindo acionistas, empregados, clientes e a comunidade local. Políticas corporativas As políticas corporativas desempenham um papel importante na governança corporativa. Elas definem as regras e os procedimentos que orientam as operações da empresa e estabelecem expectativas claras para o comportamento dos empregados. 41 Auditoria interna A auditoria interna é uma ferramenta valiosa para garantir a boa governança corporativa apoiada em evidências. Ela ajuda a identificar áreas de riscos e oportunidades de melhorias nas operações da empresa. Compliance O cumprimento das leis e dos regulamentos aplicáveis é um aspecto fundamental da governança corporativa. As empresas devem ter sistemas em vigor para garantir que estejam em conformidade com todas as leis relevantes, orientem a conduta dos seus empregados e promovam um canal aberto de denúncia preferencialmente independente. Governança ambiental A governança ambiental é uma parte importante do pilar Governança do ESG. Ela se refere à forma como as empresas gerenciam seu impacto ambiental, incluindo o uso de recursos naturais, a gestão de resíduos e as emissões de gases de efeito estufa. Governança social A governança social é outro aspecto do pilar Governança do ESG. Ela se refere à forma como as empresas gerenciam seu impacto social, incluindo o tratamento dos empregados, a interação com a comunidade local e a gestão da cadeia de suprimentos. Relatórios de sustentabilidade Os relatórios de sustentabilidade são uma ferramenta importante para a governança corporativa. Eles fornecem uma visão detalhada do desempenho ambiental, social e de governança de uma empresa, apresentando seus resultados com base nos indicadores pré-estabelecidos. Algumas instituições já avançaram para a publicação de seus resultados por meio do Relatório Integrado. 42 Códigos de conduta Os códigos de conduta são um instrumento indispensável para a governança corporativa. Eles definem as expectativas de comportamento para os empregados e fornecem orientações sobre questões como conflitos de interesses, corrupção e assédio, assim como quais as punições previstas para cada situação. Formação e educação As empresas devem investir na formação dos seus empregados para garantir que compreendam e cumpram as políticas e os procedimentos da empresa. Diversidade no Conselho A diversidade no Conselho é um aspecto da governança corporativa que garante uma variedade de perspectivas e experiências, o que pode levar a uma melhor tomada de decisões. Políticas públicas As empresas têm o poder de influenciar políticas públicas e normas sociais para o bem maior. Transparência financeira A transparência financeira é um dos principais critérios da governança corporativa. As empresas devem ser abertas sobre seu desempenho financeiro e devem divulgar informações financeiras precisas e oportunas aos acionistas. Cada um desses temas pode ser avaliado utilizando-se uma variedade de critérios distintos, a depender das circunstâncias específicas da organização. No entanto, todos eles são importantes para entender o desempenho da governança corporativa de uma organização e não se esgotam nos que foram anteriormente citados. 43 Referências do capítulo ABNT, PR 2030. Disponível em: <https://www.abntcatalogo.com.br/>. ESG: O que é Governança? Disponível em: <https://ambipar.com/latam/pt/noticias/esg-o-que-e-governanca/>. Acesso em: 3 out. 2023. FIA; FIA. Entenda o que é ESG, como funciona e como aplicá-lo aos negócios! Disponível em: <https://fia.com.br/blog/esg/>. How to make ESG real | McKinsey. Disponível em: <https://www.mckinsey.com/capabilities/sustainability/our-insights/how-to- make-esg-real>. Pacto Global. Disponível em: <https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg>. PINSKY, Vanessa. Definindo o Pilar "G" na Agenda ESG. Disponível em: <https://pt.linkedin.com/pulse/definindo-o-pilar-g-na-agenda-esg-vanessa- pinsky>. Acesso em: 3 out. 2023. PWC. ESG Investor Survey: The economic realities of ESG. Disponível em: <https://www.pwc.com/gx/en/services/audit-assurance/corporate- reporting/esg-investor-survey.html>. Imagens: Freepik | Recursos gráficos para todos. Disponível em: <https://br.freepik.com/>. 44 UNIDADE 5 ESG na prática das empresas 45 Unidade 5 - ESG na prática das empresas A incorporação das práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) nas operações de uma empresa é mais do que uma tendência - é uma necessidade no mundo empresarial moderno. A governança corporativa, um dos pilares do ESG, desempenha um papel indispensável nesse processo. Ela se refere à forma como as empresas são geridas e operadas, garantindo que haja uma estrutura eficaz de tomada de decisões que leve em consideração os interesses de todas as partes interessadas em prol do desenvolvimento sustentável. As empresas que adotaram práticas de ESG demonstraram um compromisso com a ética, a transparência e a responsabilidade. Elas reconhecem que suas decisões afetam uma ampla gama de stakeholders - incluindo acionistas, empregados, clientes e a comunidade local - e se esforçam para garantir que essas decisões beneficiem todas as partes interessadas. A transparência é um aspecto fundamental da governança corporativa. As empresas devem ser abertas sobre suas operações e seu desempenho financeiro, divulgando informações precisas e oportunas aos acionistas e ao público em geral. Além disso, a ética nos negócios é outro ponto importante da governança corporativa. As empresas devem operar de maneira ética, evitando práticas como corrupção, fraude ou outras formas de má conduta. A gestão eficaz dos riscos é mais um componente da governança corporativa. As empresas devem ter sistemas robustos em vigor para identificar, gerir e mitigar os riscos. A responsabilidade corporativa é um aspecto importante da governança. As empresas devem ser responsáveis por suas ações e devem estar dispostas a prestar contas quando as coisas dão errado. Além disso, a sustentabilidade corporativa é uma parte importante da governança, na qual as empresas devem considerar as questões ambientais de suas operações, construindo estratégias para reduzir e compensar seus impactos. 46 O engajamento eficaz dos stakeholders é crucial para a boa governança corporativa, o que demanda das empresas uma comunicação efetiva com todas as partes interessadas. Finalmente, as políticas corporativas adotadas guiarão a atuação das organizações. Elas definem as regras e os procedimentos que orientam as operações da empresa e estabelecem expectativas claras para o comportamento dos empregados. Cases de sucesso Natura A Natura é uma empresa brasileira que se tornou uma referência completa em governança corporativa, diversidade e sustentabilidade. Fundada em 1969, a Natura partiu de um conceito de respeito ao meio ambiente e de valorização das pessoas que fez com que ela se tornasse uma multinacional brasileira dona das marcas Avon, Natura, The Body Shop e Aesop, com presença em mais de 110 países e receita líquida consolidada de R$ 36 bilhões. A empresa tem focado na conscientização sobre a utilização de refis e reciclagem de embalagens, além de promover a “beleza de verdade” por meio da sua comunicação, quebrando estereótipos limitantes e preconceituosos em relação à estética. A linha Natura Ekos, lançada na virada do milênio, é baseada em ativos da biodiversidade amazônica e tem ajudado a manter a floresta em pé, ao mesmo tempo em que ajuda as comunidades ribeirinhas na geração de renda com a coleta dematérias-primas. Suzano A Suzano é uma empresa que se destaca na implementação de práticas ESG, com foco em sustentabilidade ambiental, inclusão social e governança. A empresa tem um parque instalado para processar 12,3 milhões de toneladas de celulose e papel por ano, distribuídas em dez municípios. Na base florestal, estão cerca de 1,3 milhão de hectares de floresta plantada e 900 mil hectares de áreas de vegetação preservadas. Além disso, a Suzano tem metas 47 ambiciosas, além de processar florestas. Por exemplo, tirar 10 milhões de toneladas de plástico de seu sistema produtivo até 2030. Raízen A Raízen é um dos principais grupos empresariais privados do Brasil, produzindo e vendendo energia renovável para diversos lugares do mundo. Como parte de um setor responsável pela emissão de 19% dos gases poluentes lançados na atmosfera em 2019, a Raízen cumpre um importante papel no combate às mudanças climáticas. A companhia, mirando uma economia de baixo carbono, estabeleceu quatro eixos que guiam suas ações, como a gestão de emissões de gases de efeito estufa, a incorporação do tema na tomada de decisão atrelada à governança, o impulsionamento da transição energética e o incentivo ao seu ecossistema para fortalecer a agenda positiva nessa frente. Além das ações, a Raízen definiu metas públicas para o atingimento desses objetivos, como a redução de 10% da pegada de carbono do açúcar e etanol até 2030. Ambev A Ambev é líder no mercado latino-americano de cervejas e subsidiária da AB InBev. A empresa está comprometida com práticas sustentáveis, adotando diversas metas agressivas de sustentabilidade e liderando programas desenvolvidos por sua controladora, utilizando a inovação como ferramenta para avançar na agenda ESG. Nos últimos 15 anos, a Ambev reduziu em 46% o índice de volume médio de água utilizada na produção de bebidas. Além disso, a empresa tem o compromisso de substituir combustíveis fósseis e energia elétrica por fontes renováveis, como óleo vegetal, biomassa e biogás. Até 2023, um terço da frota que atende às operações da cervejaria será composta por veículos elétricos. 48 Itaú Unibanco O Itaú Unibanco é o maior banco privado do Brasil e um dos maiores do mundo. Em 2019, o banco assumiu publicamente seus “Compromissos de Impacto Positivo”: dez agendas com 46 metas e indicadores alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O Itaú Unibanco é carbono neutro: 100% da energia usada em seus prédios, agências e data centers vêm de fontes renováveis. Além disso, o banco defende o posto de maior investidor privado do Brasil, com a destinação média anual de R$ 600 milhões para a educação, a cultura, a mobilidade urbana e esportes. B3 (Bolsa de Valores) A B3 é a bolsa de valores oficial do Brasil e tem sido pioneira na promoção das práticas ESG no mercado financeiro brasileiro. A empresa lançou o Programa Destaque em Governança de Estatais para incentivar as empresas estatais listadas na bolsa a melhorarem suas práticas ESG. As empresas que atendem aos critérios do programa recebem um selo que as destaca para os investidores. 49 Referências do capítulo B3 e outras iniciativas de ESG e diversidade. Disponível em: <https://www.b3.com.br/pt_br/noticias/b3-e-outras-iniciativas-de-esg-e- diversidade.htm>. Acesso em: 3 out. 2023. CAMPOS, B. Cases de sucesso: 6 empresas para se inspirar com cultura ESG. Disponível em: <https://trevisan.edu.br/2023/01/02/cases-sucesso-esg/>. Acesso em: 3 out. 2023. Cases ESG que você precisa conhecer. Disponível em: <https://www.amcham.com.br/noticias/sustentabilidade/cases-esg-que- voce-precisa-conhecer>. Acesso em: 3 out. 2023. Conheça 5 cases do ranking de “Melhores do ESG” da EXAME para se inspirar. Disponível em: <https://exame.com/esg/conheca-5-cases-do- ranking-de-melhores-do-esg-da-exame-para-se-inspirar_red-02/>. Central de Sustentabilidade Suzano. Disponível em: <https://centraldesustentabilidade.suzano.com.br/>. DIGITAL, B. Raízen | Redefinindo o futuro da energia. Disponível em: <https://www.raizen.com.br/agenda-esg>. DIGITAL, B. Raízen Agenda 2030 | Nossos compromissos pelo futuro. Disponível em: <https://www.raizen.com.br/agenda-esg/compromissos- publicos>. Especial ESG: Natura &Co. Disponível em: <https://forbes.com.br/forbesesg/2021/08/especial-esg-natura-co/>. GUBERT, S. Case Natura - ESG (governança corporativa, diversidade e sustentabilidade). Disponível em: <https://blog.aaainovacao.com.br/case- natura-governanca-corporativa/>. Guia ESG | B3. Disponível em: <https://www.b3.com.br/pt_br/noticias/guia- esg.htm>. 50 Itaú Sustentabilidade. Disponível em: <https://www.itau.com.br/sustentabilidade/>. Radar ESG – Ambev (ABEV3): Um case que desce redondo. Disponível em: <https://conteudos.xpi.com.br/esg/radar-esg-ambev-abev3-um-case-que- desce-redondo/>. Acesso em: 3 out. 2023. Suzano - ESG. Disponível em: <https://ir.suzano.com.br/Portuguese/ESG/default.aspx>. Acesso em: 3 out. 2023. Suzano prints first EM sustainability-linked bond. Disponível em: <https://www.nasdaq.com/articles/suzano-prints-first-em-sustainability- linked-bond-2020-09-11>. Acesso em: 3 out. 2023. Imagens: Freepik | Recursos gráficos para todos. Disponível em: <https://br.freepik.com/>. 51 Noções Básicas de ESG Conclusão 52 Conclusão Embora seja um conceito estabelecido em 2004, a incorporação de práticas de ESG (Ambiental, Social e de Governança) nas organizações ganhou maior relevância em 2020. O setor de transporte, hoje considerado um potencial emissor de gases de efeito estufa e com questões sociais acentuadas, é, na verdade, parte da solução para um futuro sustentável. Para isso, a adoção de práticas ESG contribui para a construção de uma imagem positiva do setor de transporte capaz de integrar tecnologias verdes em seus processos, promover a mobilidade inclusiva e democrática, conservar os ecossistemas e preservar a biodiversidade. A adoção de práticas sustentáveis pelas empresas resulta na redução do impacto ambiental de suas operações e promove a utilização eficiente dos recursos. No pilar Social, as empresas estão avançando com a diversidade e a inclusão, garantindo condições de trabalho justas e seguras e contribuindo para o desenvolvimento das comunidades em que operam. Já o pilar Governança, há maior transparência das ações, garantindo a confiabilidade necessária ao investidor. Cabe reforçar que as empresas que incorporaram o ESG em suas operações demonstram um compromisso com a sustentabilidade ambiental e responsabilidade social. Essas ações melhoram a reputação, atraem investimentos e aumentam sua competitividade no mercado. Empresas como Suzano, Raízen, Itaú Unibanco e B3 são exemplos notáveis de empresas que incorporaram práticas de ESG no seu dia a dia. Em conclusão, o ESG possui uma abordagem interdisciplinar para desenvolver negócios que alcancem a interconexão entre suas operações, a sociedade em geral e o meio que estão inseridas. Portanto, o ESG não é apenas bom para o Planeta e para as pessoas, mas, também, para os negócios. 53