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Aula 8 - POUPANÇA E INVESTIMENTOS DA PESSOA FÍSICA 1
Introdução
Nesta aula, vamos obter informação sobre um dos assuntos mais empolgantes das finanças
pessoais: os investimentos. Investir dinheiro normalmente traz muitos benefícios.
Dependendo do valor acumulado, podemos obter renda suficiente para viver, sendo este um
dos grandes objetivos de quem passa anos operando no mercado financeiro.
Aqui teremos, apenas, noções básicas sobre esta fascinante parte da educação financeira
pessoal. Quanto mais tempo passamos operando com investimentos, mais intensa fica
nossa experiência e, desta forma, naturalmente vamos obtendo confiança por ter mais
conhecimento. Consequentemente, com naturalidade, conseguimos mais retorno nos
investimentos.
É importante entender que os erros são muito frequentes no início desta caminhada. É
praticamente impossível seguir nesta jornada sem algumas experiências ruins. A falta de
uma estratégia bem definida com base em propósitos nos leva a experimentar vários
arrependimentos nos primeiros anos na Bolsa de Valores.
A nossa idade e, consequentemente, a fase da nossa vida que estamos atravessando nos
oferecem elementos importantes para que possamos fazer alocações de recursos em renda
fixa e/ou variável. Basicamente, a recomendação é ter maior proporção de renda variável
quando somos mais jovens e maior proporção de renda fixa quando estivermos com mais
idade e/ou em fase de usufruto dos valores acumulados.
Uma variável decisiva é o nosso perfil de investidor. Basicamente, podemos ser
classificados como investidores conservadores num extremo e agressivo no outro,
passando por um perfil moderado no caminho. Conhecimento, experiência e confiança nos
dão condições de agir mais como agressivos e, desta maneira, de obter mais retorno. Por
outro lado, ser conservador tem suas vantagens, para aqueles que não querem, de forma
alguma, experimentar oscilações de preço mais intensas.
O Brasileiro, em média, gasta 4,1% de sua renda2 com o que se pode chamar de aumento
do ativo. Se considerarmos uma renda média informada na mesma pesquisa de
R$ 5.088,70, podemos cogitar um dispêndio de aproximadamente R$ 208 mensais ao longo
de 65 anos, o que nos leva a um desembolso pouco maior que R$ 162 mil, somando os
valores históricos e mais de R$ 12 milhões se considerarmos os valores investidos a um
crescimento mensal de 0,8% e a composição dos juros.
Esta incorporação de valor ao longo do tempo é o que deve nos motivar a manter
investimentos durante nossa vida laboral. Certamente, a vida real não é muito parecida
com esses frios cálculos de matemática financeira, mas essas projeções são factíveis e
mesmo que consigamos uma fração dos benefícios indicados, estaremos em uma situação
patrimonial muito boa.
2 IBGE, 2019.
1 Texto produzido pelo Coordenador da Disciplina de Finanças Pessoais - fevereiro de 2022.
Para que possamos ter uma melhor percepção do aumento de valor causado pela
composição dos juros, vamos dar uma olhada no gráfico abaixo:
A coluna valores históricos nos indica os $ 162 mil depositados ao longo dos 45 anos de
vida laborativa. A coluna composição de juros nos indica o montante de $ 12 milhões no
final do período, ou seja, aos 65 anos. A coluna acréscimo representa a diferença entre
esses dois valores, ou seja, o que temos o potencial de ganhar ao longo do tempo.
Como esta é uma aula com noções básicas, estaremos desconsiderando algumas
características desses cálculos, como o valor de $ 208 fixos ao longo da vida. Seria melhor
cogitarmos um valor mais próximo de $ 50 no início da carreira e um valor mais próximo de
$ 400 no final desse período. Outra variável a se levar em conta é a taxa de juro de 0,8%
ao mês. É provável que um rendimento abaixo dessa referência no início e acima dela no
final sejam obtidas, em função da experiência do investidor ao longo de sua jornada.
Outro ponto importante é que estamos levando em conta um longo prazo de 45 anos
dedicados aos investimentos. Precisamos ponderar que muitos de nós apenas desperta
para a atividade de investir acima dos 30, 40 ou até mesmo 50 anos de idade, o que reduz
de maneira considerável o potencial de valor acumulado no final do período em questão.
Por isso, é importante que esse tipo de conhecimento chegue até nós quando ainda jovens,
antes dos 30 anos de idade - como deve ser o caso da maioria aqui. Na medida em que
aprendemos uma profissão, também já vamos conhecendo como lidar com nossas finanças
pessoais e, neste caso específico, a ter maiores chances de uma aposentadoria em
melhores condições, pois negligenciar3 a importância de ações de longo prazo relativas à
formação de reserva financeira para a aposentadoria seria ruim para nosso patrimônio.
Propósitos
NIGRO (2018) nos orienta que precisamos estar bem com o dinheiro para usufruir dele
numa maneira que vai além do seu uso para o essencial para nossa sobrevivência; isso
torna nossa rotina mais prazerosa. Ele prossegue lembrando que a independência
financeira faz com que a pessoa não dependa de ter um emprego para seu sustento.
3 CNDL, 2017.
Na sequência, o educador financeiro relata uma certa simplicidade para aquilo que chamou
de fórmula da independência financeira, quando atingimos um ponto em que a carteira de
investimentos nos proporciona rendimentos que se igualem aos nossos gastos mensais ou
que os superem.
Em seu livro4, Nigro apresenta um exemplo que, embora não esteja bem contextualizado
em função das taxas5 utilizadas, nos permite visualizar uma grande diferença de resultados
ao utilizar duas possibilidades distintas de rendimentos obtidos em investimentos ao longo
de 10 anos com aportes de R$ 500 mensais; vejamos:
● Na poupança comum, rendendo 0,37% ao mês, atingem R$ 76.210,85.
● Em investimentos, rendendo 1% ao mês, atingem R$ 116 mil.
Esse montante 52% maior deve-se a uma taxa superior, considerando o mesmo valor e o
mesmo tempo de investimento. Elevando o prazo de 10 para 30 anos, a diferença entre os
números fica ainda mais evidente, soberana em quase 349%:
● Na poupança comum, rendendo 0,37% ao mês, atingem R$ 378.710.
● Em investimentos, rendendo 1% ao mês, atingem R$ 1,7 milhão.
Esse montante superior pode ser uma excelente motivação para que o conhecimento sobre
investimentos seja adquirido; quem não quer ter uma massa de dinheiro mais robusta para
poder aproveitar melhor a aposentadoria? Por isso Nigro explica que quem poupa (no
sentido de abrir mão de investir com um retorno maior) está, na realidade, perdendo anos
de riqueza no futuro.
Neste segundo exemplo, um investimento que pague 0,5% de proventos daria um fluxo
mensal de R$ 1,9 mil no primeiro caso e R$ 8,5 mil no segundo, uma diferença que não
pode ser desconsiderada. O autor conclui que “quem poupa está apenas guardando
dinheiro, enquanto quem investe aumenta a cada mês o seu patrimônio líquido”.
ARCURI (2018) indica que “ ter mais dinheiro está em nossas mãos” e, desta maneira, com
base neste curso e/ou em outras tantas possibilidades diferentes, precisamos ganhar
confiança aos poucos e fazer nosso dinheiro trabalhar para nós, ou, como a autora bem
explica, aprender “a arte de investir”.
A influenciadora e autora expôs sua experiência: ela reporta que “a ideia de depositar meu
dinheiro em um investimento e ser “recompensada” pelo banco na forma de juros era
fascinante demais para ser deixada em segundo plano”. Prossegue Arcuri descrevendo
que quando entendeu como os juros compostos agiam a seu favor, se apaixonou por eles;
tanto que em seus vídeos, ela brinca que o seu filho imaginário se chama Juro Composto,
uma brincadeira bastante interessante da Youtuber.
Nathalia Arcuri deixa bem claro o motivo por que dezenas de milhares de pessoas mantêm
dinheiro na poupança, um investimento que, na maioria dos cenários, deixa muito a desejar
no quesito rentabilidade. Conclui seu raciocínio explicando que a dúvida e o medo de tomar
decisões são razões para que isso ocorra.
5 Nigro usou uma taxa de 0,37% ao mês; em março de 2020,poderia ser usada a taxa de 0,5% ao
mês.
4 Do mil ao milhão.
As pessoas precisam estar preparadas para lidar com suas finanças6. Há muitas
oportunidades no mercado financeiro, mas um rendimento maior, necessariamente, vem
acompanhado também de um risco mais elevado. Entretanto, experiência e confiança nos
permitem saber lidar com esta exposição, por exemplo, entendendo o benefício de se
investir com mentalidade de longo prazo, quando o risco é reduzido de maneira importante.
Nigro (2018) nos lembra que o perfil do poupador brasileiro não considera o longo prazo,
em função de isso estar arraigado em nossa cultura. O autor insiste, afirmando que “é
importante ser paciente e focar no longo prazo, pois é apoiado nele que os grandes ganhos
se acumularão”, bastando ver os exemplos acima para entender melhor esta questão.
Para estar bem preparado para os investimentos de longo prazo, Nigro recorda que “o
Fundo de Emergência é a primeira grande meta financeira” e que “a formação do Fundo de
Emergência é primordial para o pensamento de longo prazo”.
Vejamos que, para destinar recursos para o longo prazo, precisamos estar cientes de que
eles não poderão ser resgatados no curto prazo, basicamente em função da liquidez e da
volatilidade. Por isso o autor nos orienta nesse sentido: antes de alocar recursos para a
aposentadoria (ou outro objetivo que envolva muito dinheiro), precisamos ter um bom
colchão de segurança financeira para as prováveis demandas de curto prazo.
Planejamento
A Associação Americana de Psicologia 7 nos lembra para o fato de que nossas
necessidades futuras precisarão ser providas por ativos e fontes de renda e que devemos
criar um plano para atingir metas financeiras. A APA indica que nossa riqueza pessoal teria
que estar em condições de durar até nossos 90 anos de idade e que, por isso, devemos
“planejar para nossas metas de aposentadoria, monitorando-as através da vida”.
Esta entidade nos recorda que o planejamento para a fase de aposentadoria deveria
começar cedo em nossa carreira e é por isso que esse tipo de conhecimento deve ser
levado aos jovens universitários. Prossegue a APA estabelecendo que na medida em que
nos aproximamos dessa fase, o procedimento de planejamento deve ser intensificado.
O planejamento deve ser proativo para que nossas necessidades possam ser atingidas e,
para isso, uma revisão anual é necessária, pois algumas variáveis vão se modificando ao
longo da vida. Casamentos, separações, nascimentos, mortes, mudanças de emprego, etc.
nos trazem alterações importantes em nosso estilo de vida, consequentemente o
planejamento precisa refletir tais alterações.
SANTOS & MOREIRA (2018) classificam o planejamento como uma ferramenta de suma
importância na vida pessoal e familiar, indicando-o como “o primeiro passo a ser dado” para
alcançar uma vida estável e segura. De fato, como lidar com o futuro? Podemos entender
que fazer um plano provavelmente seja uma das melhores maneiras para isso, uma vez que
podemos inserir variáveis que simulam diferentes cenários e, em função disso, as diversas
possibilidades de decisões a serem tomadas.
7 APA, 2018.
6 JESUS, 2019.
NIGRO (2018) expõe que nunca é tarde para começar a investir melhor, mas, quanto mais
tarde isso é feito, mais caro fica se aposentar, pois quanto mais tempo os investimentos
permanecerem sob efeito da composição dos juros, melhor.
O planejamento é necessário para estimar o valor necessário para a conquista de objetivos
de curto, médio e longo prazos (CVM, 2018). Devemos levar em conta o prazo e o
dispêndio mensal para a conquista desses objetivos.
SILVA & OUTROS (2017) expõem que o consumo e o nível de poupança são determinados
pela expectativa para o futuro e pelo estágio no ciclo de vida e que há influência significativa
da educação financeira sobre o percentual de poupança individual.
JESUS (2019) informa que a população prefere gastar ao invés de cuidar do dinheiro ganho
indicando como motivo o fato de não ter o hábito de poupar e por não possuir conhecimento
sobre como planejar e conduzir seu próprio orçamento. Neste sentido, o autor estabelece
que possuir um adequado planejamento financeiro irá ajudar o indivíduo a perceber sua real
situação financeira para que possa estabelecer metas e objetivos de vida.
Decisões sobre os investimentos
No século XXI, as decisões financeiras tornaram-se mais complexas8 em função da elevada
variedade de produtos financeiros e desafios encarados pelos consumidores nas atividades
financeiras e econômicas por causa da instabilidade na economia global.
Com o mundo globalizado, para ser educado financeiramente, é necessário9 estar atento
para não se deslumbrar diante das provocações do comércio, promoções, parcelamentos,
entre outras oportunidades que induzem ao consumo sem responsabilidade, ou seja, aos
gastos supérfluos.
NIGRO (2018) em sua obra detalha uma maneira de lidar com o dinheiro de modo a seguir
na direção da liberdade financeira. Ele faz isso resumindo em três passos os
procedimentos para lidar com o dinheiro: primeiro, devemos gastar bem, depois investir
melhor e, finalmente, ganhar mais, pois ao longo da vida vamos perceber que os aportes
mensais precisam aumentar de tamanho para aumentar a velocidade do acúmulo de
dinheiro.
Precisamos ter em mente que nossos aportes mensais podem (e devem) crescer ao longo
dos anos, para que o ritmo acelere ainda mais. É natural que, com a maturidade e a
experiência profissional, a remuneração mensal pelo nosso trabalho aumente, complementa
Nigro.
Como, então, estruturar uma carteira de investimentos de forma correta? Conforme o
tempo vai passando, a experiência nos vai dando dicas sobre como manter um portfólio que
nos atenda melhor. Uma boa carteira de investimentos nos atende melhor nas
necessidades de curto e longo prazos, por isso o autor também conhecido como Primo Rico
detalhou anteriormente a importância de alocar recursos para o curto e o longo prazo.
9 JESUS, 2019.
8 ZULFIQAR, 2017.
Ele nos lembra que, para investir, além do dinheiro que irá comprar os títulos (ações e
fundos imobiliários nestes exemplos), precisamos estar cientes dos custos para operar no
mercado financeiro como a corretagem, os emolumentos, a custódia mensal e o imposto de
renda. Hoje em dia, não tem havido a cobrança de custódia mensal e nem de corretagem
em um grande número de corretoras. Para fins de querer operar na bolsa de valores, fica a
sugestão de estudar a tributação pelo imposto de renda, principalmente nas operações que
envolvam ganho de capital.
O perfil declarado por parte do investidor é uma variável importante. As instituições que
negociam títulos devem aplicar essa indagação para que a aplicação de recursos seja feita
de forma segura e consciente. SILVA & OUTROS (2017) nos lembram que esta medida
existe com o objetivo de proteger os indivíduos, auxiliando-os quanto à maneira de investir.
Recorda-nos, finalmente, que, com o perfil adequado e, diante de tanta informação
disponível, conseguimos identificar melhor os riscos.
Com facilidades crescentes de um tempo para cá, o que vem acontecendo é o aumento de
investidores na nossa bolsa de valores. A B3 (2020) informa que “a pessoa física está
transformando o mercado de investimentos”. Nos últimos anos, a instituição percebeu um
potencial amadurecimento do investidor “não apenas pelo aumento no número dos que
chegaram à bolsa, mas pela busca por mais informações e aprendizado, maior sofisticação,
diversificação e apetite a risco”.
A BOVESPA indica que o número de investidores saltou de 1 milhão em maio de 2019 para
quase 3,2 milhões em novembro de 2020 e que a maioria das pessoas investe para
aprender a lidar com outras modalidades de investimentos, além de ganhar confiança no
mercado financeiro.
Num levantamento de perfil, a B3 identificou que a principal fonte de conhecimento das
pessoas físicas é a mídia digital e que a maior parte dos investidores é da Região Sudeste,
tem entre 25 e 34 anos de idade, são homens, trabalham em período integrale ganham até
R$ 5 mil mensais.
Mercado de Valores Mobiliários Brasileiros
Observando que o propósito deste curso é apresentar noções básicas, seguem alguns
itens10 considerados importantes para quem investe no mercado financeiro.
Para renda variável, podemos levar em conta duas boas opções disponíveis: as ações e os
fundos imobiliários.
Ações: Uma ação é a menor parcela do Capital Social das Companhias. É um título
que concede aos seus titulares os deveres e direitos de um sócio. A principal forma de
participação nos resultados da companhia é por meio de recebimento de proventos
pagos de acordo com o desempenho da empresa. Os acionistas podem ganhar também
com a possível valorização do preço das ações; esta apreciação depende do
desempenho da empresa e das condições do mercado. As ações podem ser ordinárias
(ON), quando dão direito a voto, preferenciais (PN) quando dão prioridade na distribuição
10 Adaptado de CVM, 2019.
de dividendos ou Units, quando consideram um conjunto de ações ordinárias e
preferenciais num único ativo.
Fundos de Investimento Imobiliário: Um FII é uma comunhão de recursos destinados
à aplicação em empreendimentos imobiliários. Como as cotas não são resgatáveis, a
única forma de se desfazer deste investimento é vendê-las para outro investidor, de
forma semelhante ao que ocorre com as ações de companhias abertas. Mesmo sendo
“dono” de cotas, o cotista de um FII não pode exercer direitos sobre os imóveis e
empreendimentos integrantes do fundo. Os principais rendimentos obtidos pelos FII vêm
dos proventos recebidos e do ganho de capital obtido com operações imobiliárias. A
maioria dos FII distribui rendimentos mensalmente.
Home Broker: ferramenta de acesso aos mercados da bolsa, por meio do qual os
investidores podem negociar diretamente pela internet enviando ordens de compra e de
venda. Também é possível verificar a execução das ordens e ter acesso às cotações dos
ativos negociados.
Procedimentos para orientar a compra e/ou a venda de valores mobiliários:
Análise Fundamentalista: a Análise Fundamentalista tem como base a noção de que o
valor de uma empresa está relacionado às suas características financeiras e
perspectivas de crescimento, fluxos de caixa e risco. É uma filosofia que busca objetivos
de médio e longo prazos. Pressupõe que a relação entre o valor e os fatores financeiros
pode ser medida e se mantém estável ao longo do tempo. O principal objetivo da análise
fundamentalista é determinar o valor potencial de uma empresa ou portfólio.
Relacionado a este, há também o objetivo de determinar o valor justo ou intrínseco.
Apesar do enorme número de compradores e vendedores no Brasil, as informações de
mercado têm um forte componente assimétrico, acarretando distorções entre o valor de
mercado e o valor potencial. Basicamente, tenta determinar se o título está sendo
negociado acima ou abaixo de seu valor potencial.
Análise Técnica: a Análise Técnica possui uma premissa básica: todas as informações
estão representadas no gráfico, na medida em que este traduz o comportamento do
mercado. O mais prudente e recomendado é usar o método da análise técnica que
indica o momento mais adequado de compra ou venda, combinado com a análise
fundamentalista, que indica o que comprar e qual o seu valor potencial.
O índice de referência da bolsa de valores brasileira é o Ibovespa. Ele é o principal
indicador de desempenho das ações negociadas na B3, reunindo as empresas11 mais
importantes do mercado, sendo uma referência para os investidores. É reavaliado a cada
quatro meses, sendo composto por ações e units de empresas listadas na bolsa de valores,
correspondendo a cerca de 80% do número de negócios e do volume financeiro no nosso
mercado de capitais.
Como este material contempla também os fundos imobiliários, vamos deixar registrado o
IFIX, que é uma carteira teórica de cotações dos fundos imobiliários negociados na B3. Da
mesma maneira que o Ibovespa para as ações, o IFIX reproduz parte expressiva das
negociações de fundos imobiliários no mercado brasileiro.
11 Em abril de 2022, o Ibovespa é composto por 91 diferentes ações e units.
Segue um gráfico12 do Ibovespa:
Segue um gráfico13 do IFIX:
Em ambos os gráficos, podemos perceber o fenômeno da valorização dos títulos ao longo
do tempo e é com base nisso que podemos considerar que os investimentos em renda
variável, no longo prazo, sempre ganham valor.
Entretanto, pontualmente, se considerarmos determinados períodos, vamos ver que ocorre
o contrário do que foi exposto acima, ou seja, os títulos perdem valor, conforme podemos
perceber em ambos os gráficos os movimentos de queda no último grande evento que
abalou o mercado financeiro no mundo inteiro em março de 2020 por conta da pandemia.
Riqueza pessoal e qualidade de vida
Parece bem natural que o enriquecimento ao nível de se ter liberdade financeira é o objetivo
de todas as pessoas que usam o dinheiro para investimentos. Este enriquecimento é
consumado pela elevação do valor de riqueza pessoal que a contabilidade indica como
patrimônio líquido.
Precisamos entender que ter riqueza é uma concepção que pode ser aplicada a todos nós,
ou seja, todos temos riqueza. Este é um conceito que não é aplicado apenas às pessoas
13 Consulta ao site b3.com.br em abril de 2022.
12 Consulta ao site b3.com.br em abril de 2022.
mais ricas. O que vamos fazer com os investimentos é agir de maneira que nossa riqueza
fique cada vez maior.
NIGRO (2018) nos adverte estabelecendo que o empobrecimento ocorre mais em função
de conhecimento do que pela falta de dinheiro em si e que o enriquecimento ocorre para
pessoas “que dominam informações sobre investimentos, negócios e que sabem que
precisam construir ativos e itens que lhes gerem rendimento, não apenas gastos”.
Mais adiante, o autor expõe que quando possui liberdade financeira, uma pessoa pode
aproveitar os estímulos de novos projetos de cunho profissional ou pessoal sempre que
desejar. Esta talvez seja uma das grandes vantagens de se atingir a liberdade financeira: a
possibilidade de trilhar caminhos conforme nossa vontade.
JESUS (2019) nos lembra que a educação financeira contribui diretamente com a qualidade
de vida das pessoas e que uma vida financeira em desordem poderá gerar problemas
psicológicos e fisiológicos ao indivíduo. Prossegue indicando que a qualidade de vida pode
ser resultado de uma boa saúde financeira e que o dinheiro, quando bem administrado,
permite uma vida com qualidade, mais tranquilidade e mais prazerosa.
ZULFIQAR (2017) nos indica que a literacia financeira é positivamente correlacionada com
a situação financeira e conduz ao bem-estar financeiro das pessoas. Portanto, parece claro
que lidar bem com as finanças pessoais vai nos trazer importantes benefícios na vida.
Referências
APA - LIFE PLAN FOR THE LIFE SPAN - American Psychology Association, 2018.
ARCURY, N - ME POUPE! 10 PASSOS PARA NUNCA MAIS FALTAR DINHEIRO NO SEU
BOLSO - Rio de Janeiro, 2018.
CDL - EDUCAÇÃO FINANCEIRA DOS BRASILEIROS: GESTÃO DO ORÇAMENTO
PESSOAL - Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, 2017.
B3 - A DESCOBERTA DA BOLSA PELO INVESTIDOR BRASILEIRO - São Paulo, B3,
2020.
CVM - GUIA CVM DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO - Rio de Janeiro, Comissão de
Valores Mobiliários, 2018.
CVM - MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS BRASILEIRO - Rio de Janeiro, Comissão
de Valores Mobiliários, 2019.
IBGE - PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES 2017-2018 - PRIMEIROS
RESULTADOS - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2019.
JESUS, L M N - FINANÇAS PESSOAIS: UM ESTUDO SOBRE AS CONTRIBUIÇÕES DA
EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA A QUALIDADE DE VIDA - Artigo, 2019.
NIGRO, T - DO MIL AO MILHÃO SEM CORTAR O CAFEZINHO - Rio de Janeiro, 2018.
SANTOS, E M R - A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO PARA O EQUILÍBRIO
FINANCEIRO DAS FAMÍLIAS - Artigo, 2018.
SILVA e OUTROS - ALFABETIZAÇÃO FINANCEIRA VERSUS EDUCAÇÃO
FINANCEIRA: UM ESTUDO DO COMPORTAMENTO DE VARIÁVEIS
SOCIOECONÔMICAS E DEMOGRÁFICAS - Artigo, 2017.
ZULFIQAR, Mehwish- FINANCIAL WELLBEING IS THE GOAL OF FINANCIAL
LITERACY - Artigo, 2017.

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