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Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 1 CAD 045 – Investimento e Cálculo Financeiro Aula 02 – Valor do Dinheiro no tempo: Capitalização Simples, Composta e Contínua Prof. Bruno Pérez Ferreira Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 2 Tópicos desta seção Diagramas de fluxos de caixa Conceitos básicos em Matemática Financeira Regime de Juros Simples: características e aplicações Capitalização Composta: características e aplicações Capitalização Contínua: características e aplicações Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 3 Diagramas de fluxos de caixa Fluxos de caixa: representam o conjunto das entradas e saídas de capital ao longo do tempo. Por convenção, entradas de capital são representadas por valores positivos, e saídas por valores negativos: (saída de $) Entradas de $ n Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 4 Conceitos básicos em Matemática Financeira Variáveis fundamentais: P, PV ou VP: principal ou valor presente de um ativo qualquer; S, FV ou VF: montante ou valor futuro de um ativo qualquer; R, PMT ou PGTO: o valor da prestação de um financiamento concedido ou de um plano de investimentos programados; n: o prazo de uma aplicação ou empréstimo. J: juros ganhos ou pagos (em $) em uma operação; i: a taxa de juros de um financiamento concedido sobre um ativo. d: taxa de desconto (utilizada nas operações de desconto simples); r: taxa real de juros. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 5 Conceitos básicos em Matemática Financeira Capital: na perspectiva da matemática financeira, é qualquer valor expresso em moeda e disponível em determinada época. Juro: representa a remuneração do capital empregado. Taxa de juros: é a razão entre os juros recebidos (ou pagos) no final de um determinado período de tempo e o capital inicialmente empregado. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 6 Conceitos básicos em Matemática Financeira Fatores que afetam a taxa de juros: Risco Despesas: operacionais, contratuais e tributárias Inflação Remuneração real (custo de oportunidade) Formas de representação da taxa de juros: Decimal Percentual Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 7 Conceitos básicos em Matemática Financeira Formas de cotação dos prazos: As formas mais comuns no mercado são as seguintes: Ano comercial: ano com base em 360 dias. Dias úteis: ano com base em 252 dias. Além destas formas, também são utilizadas as cotações com base no ano civil (365 dias). No entanto, a grande maioria das operações no mercado utiliza as duas convenções acima. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 8 Regime de Juros Simples: características Os juros são calculados incidem sempre sobre a mesma base P; Os juros J formados são calculados por J=P.i Logo, o crescimento dos juros é linear: S1 = P + i.P = P (1+i) S2 = (P + i.P)+i.P = P (1+2.i) ... Sn = P +n.i.P → S = P (1+n.i) (1) J=n.i.P (2) Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 9 Regime de Juros Simples: características A expressão (1) indica que os juros são diretamente proporcionais ao capital P, ao número de períodos n e à taxa de juros i. O domínio da função indicada em (2) é o conjunto dos números reais não negativos. Rearranjando a equação (2), obtemos: P=S/(1+i.n) (3) i=1/n(S/P-1) (4) n=1/i(S/P-1) (5) Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 10 Regime de Juros Simples: aplicações O regime de juros simples é pouco utilizado na prática. Na verdade, apenas em operações de desconto e em operações com cheque especial. No entanto, utilizaremos os exemplos a seguir de modo a fixar as relações básicas deste regime. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 11 Regime de Juros Simples: exemplos Determinar os juros ganhos na aplicação de R$ 3.000 por 01 ano à taxa simples de 2% a.m. Determinar o montante de R$ 1.900 aplicados por 06 meses à taxa simples de 1,5% a.m. Determinar a taxa anual simples que transforma R$ 5.600 em R$ 8.000 em um ano. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 12 Capitalização Composta: características Regime mais comum nas operações do dia a dia; Consiste na incidência dos juros sobre o saldo inicial em cada período: S1 = P + i.P = P(1+i) S2 = P(1+i) + i.P(1+i) = P(1+i)2 ... Sn = P(1+i)n-1 + i.P(1+i)n-1 → S = P(1+i)n (6) P = S/(1+i)n (7) Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 13 Capitalização Composta: características O modelo matemático derivado em (6) e (7) considera que a taxa de juros i é constante ao longo do tempo; Neste regime, a relação entre o montante S e o principal P é uma função exponencial em n. O fator (1+i)n em (6) é denominado fator de capitalização ou fator de valor futuro para aplicação única; Já o fator (1+i)-n em (7) é denominado fator de desconto ou fator de valor presente para pagamento único. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 14 Capitalização Composta: aplicações A maioria das aplicações financeiras de renda fixa e operações de empréstimo são regidas pela capitalização composta. Os exemplos a seguir ilustram algumas das aplicações básicas. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 15 Capitalização Composta: exemplos À taxa de juros de 12,1% a.a., determine o valor futuro de R$ 5.000 aplicados hoje, a ser resgatado em um prazo de 5 meses. Um CDB paga taxa de 1,8% a.m. Qual é o valor a ser depositado hoje para que se obtenha R$ 25.000 após 2 anos? Um investidor aplicou R$ 4.800 em um fundo de renda fixa e resgatou após 4 anos o montante de R$ 7.900. Qual foi a taxa de juros mensal desta operação? Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 16 Capitalização Contínua: características Nesse regime, a atualização é feita contínua e uniformemente no tempo. Observe a relação abaixo entre período de capitalização e montante para i nominal =12%a.a. e P = R$ 100: Capitalização Frequência Montante Anual 1 112.00R$ Semestral 2 112.36R$ Trimestral 4 112.55R$ Mensal 12 112.68R$ Diária 360 112.75R$ Horária 8640 112.75R$ Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 17 Capitalização Contínua: características No regime de juros compostos, a taxa de juros i representa a variação discreta do montante em um intervalo discreto de tempo n: Já na capitalização contínua, a taxa de juros r consiste na variação infinitesimal do montante em um intervalo infinitesimal de tempo n: (8) 1 nS Si (9) 1 dnS dSr Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 18 Capitalização Contínua: características Agora, utilizando a relação fundamental (6) e derivando a mesma com relação a n obtemos: (13) contínua çãocapitaliza da básica fórmula a obtemos (6), em (12) doSubstituin (12) :gera (11), e (9) doConfrontan (11) :obtemos S, montante pelo (10) de lados os ambos Dividindo (10) rn r n n PeS eiir i Sdn dS iiP dn dS iPS )1()1ln( )1ln(1 )1ln()1( )1( Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 19 Capitalização Contínua: características Da equação básica (13), obtemos: (16) ln1 (15) ln1 :logo ,lnln (14) P S r n P S n r e P S SeP rn rn Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 20 Capitalização Contínua: aplicações Regime muito utilizado em Finanças na avaliação de derivativos, desgaste de equipamentos e outras situações em que os fluxos monetários se distribuem uniformemente no tempo. Os exemplos a seguir mostram a aplicação das equações (13) a (16). Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 21 Capitalização Contínua: exemplos Determine o montante de uma aplicação de R$ 56.000 feita à taxa contínua de 2%a.m. durante 3 anos; Qual é a taxa contínua correspondente à aplicação de R$ 5.000 e resgate de R$ 8.000 após 36 meses? Determine o número de períodos necessários para acumular R$ 500.000, considerando uma aplicação inicial de R$ 10.000 e taxacontínua de juros de 1% a.m. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 22 Exercícios propostos Capitalização Simples: Carvalho: página 49, exercícios 1 a 7; Vieira Sobrinho: página 30, exercícios 1 a 12. Capitalização Composta: Carvalho, página 66, exercícios 1 a 5; Vieira Sobrinho: página 44, exercícios 3 a 12. Capitalização Contínua: Samanez: página 153, exercícios 7 a 9 e 14. Faculdade de Ciências Econômicas - UFMG 23 Leitura Sugerida: Básica: VIEIRA SOBRINHO, J.D. Matemática Financeira. 7. ed. São Paulo: Atlas , 2000. Capítulos 1 e 2. CARVALHO, L.C.S. et al. Matemática Financeira Aplicada. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009, páginas 33-38 e 51-60. SAMANEZ, C. P. Matemática Financeira. 5. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2010. páginas 146-149. Complementar: SECURATO, J.R. Cálculo Financeiro das Tesourarias. 3. Ed. São Paulo: Editora Saint Paul, 2005. Páginas 21-35.
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