Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gestão Financeira de Tecnologia da Informação Créditos Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância Diretor Regional Luiz Francisco de Assis Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Reitor Sidney Zaganin Latorre Diretor de Graduação Eduardo Mazzaferro Ehlers Gerentes de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva Roland Anton Zottele Coordenadora de Desenvolvimento Tecnologias Aplicadas à Educação Regina Helena Ribeiro Coordenador de Operação Educação a Distância Alcir Vilela Junior Professor Autor Antonio Palmeira de Araujo Neto Revisor Técnico Marcelo Jose Szewczyk Técnico de Desenvolvimento Ozeas Vieira Santana Filho Rodrigo Moura Galhardo Coordenadoras Pedagógicas Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Nivia Pereira Maseri de Moraes Equipe de Design Educacional Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti Alexsandra Cristiane Santos da Silva Angélica Lúcia Kanô Cristina Yurie Takahashi Diogo Maxwell Santos Felizardo Elisangela Almeida de Souza Flaviana Neri Francisco Shoiti Tanaka João Francisco Correia de Souza Juliana Quitério Lopez Salvaia Jussara Cristina Cubbo Kamila Harumi Sakurai Simões Karen Helena Bueno Lanfranchi Katya Martinez Almeida Lilian Brito Santos Luciana Marcheze Miguel Mariana Valeria Gulin Melcon Mayra Bezerra de Sousa Volpato Mônica Maria Penalber de Menezes Mônica Rodrigues dos Santos Nathalia Barros de Souza Santos Paula Cristina Bataglia Buratini Renata Jessica Galdino Sueli Brianezi Carvalho Thiago Martins Navarro Walace Roberto Bernardo Equipe de Qualidade Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento Gabriela Souza da Silva Vivian Martins Gonçalves Coordenador Multimídia e Audiovisual Adriano Tanganeli Equipe de Design Visual Adriana Matsuda Caio Souza Santos Camila Lazaresko Madrid Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo Christian Ratajczyk Puig Danilo Dos Santos Netto Hugo Naoto Inácio de Assis Bento Nehme Karina de Morais Vaz Bonna Lucas Monachesi Rodrigues Marcela Corrente Marcio Rodrigo dos Reis Renan Ferreira Alves Renata Mendes Ribeiro Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti Thamires Lopes de Castro Vandré Luiz dos Santos Victor Giriotas Marçon William Mordoch Equipe de Design Multimídia Alexandre Lemes da Silva Cláudia Antônia Guimarães Rett Cristiane Marinho de Souza Eliane Katsumi Gushiken Elina Naomi Sakurabu Emília Abreu Fernando Eduardo Castro da Silva Mayra Aniya Michel Iuiti Navarro Moreno Renan Carlos Nunes De Souza Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Wagner Ferri Gestão Financeira de Tecnologia da Informação Aula 01 Revisão de conceitos básicos de matemática e introdução à matemática financeira. Objetivos Específicos • Compreender os conceitos básicos da matemática aplicada à gestão e introduzir os conceitos de matemática financeira Temas Introdução 1 Matemática básica aplicada à gestão 2 Matemática financeira Considerações finais Referências Antonio Palmeira Professor Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 3 Introdução O uso competitivo da Tecnologia da Informação (TI) tem sido um desafio em praticamente todos os ramos de negócio, provocando um maior aperfeiçoamento da gestão e dos processos gerenciais relacionados ao ambiente tecnológico. Espera-se que mais que “antenado” com a tecnologia, o gestor reúna vários outros requisitos que o deixem focado no negócio da corporação, esforçando-se para agregar o valor por ela requisitado. Este é o personagem principal na Administração da TI, o gestor, que precisa ser multidisciplinar em diversas situações, inclusive no que tange aos conhecimentos de gestão financeira. A construção dos conhecimentos em gestão financeira que o gestor de TI dos dias de hoje necessita passa por uma boa base de conceitos de matemática, que fornece o ferramental adequado e o entendimentos de metodologias que ajudam a controlar melhor custos e investimentos relacionados a TI. Esta primeira aula abordará conceitos de matemática básica, envolvendo teoria dos conjuntos, plano cartesiano, funções, noções de álgebra e aritmética, sempre com uma visão relacinada a exemplos da área de TI, um pouco incipientes, mas decisivos para o bom entendimento da matemática aplicada à gestão financeira. O conceito de função é um pouco mais explorado que os outros, por se tratar de algo muito utilizado no dia a dia de qualquer gestor, seja de TI ou de outra área, na leitura de seus relatórios, no entendimento de realidades que o cercam e, principalmente, no suporte para tomada de decisão. A aula é finalizada com uma introdução à matemática financeira, ressaltando a sua importância na gestão da TI e apresentando, ainda, o conceito de fluxo de caixa, bem como sua representação. O objetivo é fazer com que o aluno explore as bibliografias sugeridas, não se limitando apenas a esta revisão geral de matemática básica, de modo a conseguir estudar a matemática e a gestão financeira de forma mais proveitosa e aprender os pré-requisitos necessários. 1 Matemática básica aplicada à gestão 1.1 Conceitos básicos de conjuntos A necessidade de multidisciplinaridade no dia a dia do gestor e do administrador da Tecnologia da Informação (TI) vem resgatando cada vez mais a busca pelo conhecimento dos mais variados ramos e disciplinas. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 4 Embora pareça estar distante da lista de disciplinas que favorecem este tipo de conhecimento multidisciplinar, a matemática é uma destas que só aumentam a capacidade do profissional para gerenciar a TI com o máximo de eficiência e eficácia desejada pelas áreas de negócios. Conhecer a matemática no nível aceitável é dominar alguns conceitos básicos, bem como a sua aplicabilidade, transformando a teoria em prática e criando novos subterfúgios para uma boa gestão. Entre esses, o primeiro, até um pouco óbvio, mas não menos importante na matemática, é o conceito de conjunto. Um conjunto é uma coleção de objetos ou entidades bem definidos. Os objetos ou entidades que pertecem a um conjunto são chamados os elementos do conjunto. Um conjunto está determinado por uma lista de elementos ou pela especificação de uma regra que determine se um dado objeto ou entidade pertence ou não a ele. Tal regra é denominada sua propriedade característica (WEBER, 2001, p. 2). Um bom exemplo seria o conjunto de recursos de uma infraestrutura de TI. Este conjunto é composto, segundo Laudon & Laudon (2004), pelo hardware, software, banco de dados e telecomunicações. Silva & Abrão (2008) menciona que os elementos e conjuntos, bem como conjuntos e conjuntos se inter-relacionam. As principais relações são: Pertinência ( ) – quando deseja-se afirmar que um elemento pertence a um conjunto. Inclusão ( está contido) ou ( contém) – estabelece relação de inclusão de um conjunto em outro. União ( ) – estabelece uma união entre conjuntos, gerando um novo conjunto composto por todos os elementos. Intersecção ( ) – estabelece uma relação de intersecção entre conjunto, gerando um novo conjunto formado pelos elementos comuns a todos os conjuntos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 5 Voltando ao exemplo do conjunto de recursos de uma infraestrutura de TI, é possível afirmar que: Hardware Conjunto de recursos da infraestrutura de TI Conjunto de elementos de um computador Conjunto de recursos da infraestrutura de TI Conjunto de aplicativos Conjunto de sistemas operacionais = conjunto de softwares Conjunto de softwares ∩ Conjunto de recursos de redes de computadores = Conjunto de softwares de rede Os conjuntos podem ser representados em intervalos, nos quais sua notaçãomatemática pode ser melhor descrita no exemplo a seguir: {x R│1 ≤ x <5} Ele afirma que é um conjunto de números reais maiores ou iguais a 1 e menores que 5. É possível representar este intervalo em um segmento de reta, conforme a figura 1. Figura 1 – Representação de um conjunto por meio de um segmento de reta Fonte: Do autor (2013). Perceba que no segmento de reta os intervalos são dispostos com um círculo preenchido quando o sinal utilizado for ≤ (menor ou igual) e um círculo não preenchido quando o sinal utilizado for < (menor). No exemplo da figura 1, o número 5 não integra o circuito. Recomendo o livro “Matemática básica para decisões administrativas”, dos autores Fernando César Marra Silva e Mariângela Abrão, que faz um retomada completa sobre os conceitos de conjuntos e de toda matemática básica necessária na vida dos gestores. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 6 1.2 Conceitos básicos de álgebra e aritmética Não se deseja aprofundar muito os outros conceitos fundamentais, agora voltados para álgebra e aritmética, necessários para conjunto de conhecimentos de um gestor. No entanto, para a boa lembrança e retomada, recomenda-se como importantes os conceitos de: fração, porcentagem, potenciação e equações. A fração é a parte de um todo, constituída pelo numerador e pelo denominador. O denominador nunca poderá ser zero. Ou seja , onde y ≠ 0. Expressar um número em porcentagem é nada mais do que representar uma fração de uma “outra maneira”. Por exemplo, se 20% dos computadores de uma rede estão “fora do ar”, está afirmando-se que de cada 100 computadores de um rede, 20 estão desconectados, ou seja . A operação de potenciação é a multiplicação de um número por ele mesmo na quantidade de vezes indicadas em um índice chamado expoente. Por exemplo, seja x2, então afirma-se que: x2 = x . x Equação é nada mais que uma comparação entre duas expressões, com vistas a descobrir o valor de variáveis ou incógnitas. Para melhor exemplificar observe o enunciado: “Se um equipamento de rede pode ser utilizado para conectar 24 computadores, então quantos equipamentos de rede necessitaremos, no mínimo, para interligar 48 computadores?” 24 x = 48 x = x = 2 equipamentos de rede. Estes e outros conceitos, tais como o uso de expressões algébricas e aritméticas, integram conceitos básicos para entendimento da matemática financeira e, consequentemente, da gestão financeira. Você poderá encontrar mais conceitos de álgebra e aritmética aplicada à gestão no livro “Matemática básica para decisões administrativas”, dos autores Fernando César Marra Silva e Mariângela Abrão. 1.3 Plano cartesiano Ler um determinado dado ou informação é uma tarefa corriqueiramente encontrada no dia a dia do Gestor de TI. A capacidade de interpretar dados é fator crítico de sucesso em seu trabalho. Em diversas situações, os relatórios e os subsídios utilizados na tomada de decisão por um gestor vem em forma de gráficos em planos cartesianos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 7 Segundo Silva & Abrão (2008), o plano cartesiano é o esboço de duas retas coordenadas e perpendiculares denominadas abscissas (eixo X – horizontal) e ordenadas (eixo Y – vertical), que referenciam valores a ser relacionados. A partir do plano cartesiano surge o conceito de quadrante, uma parte do plano cartesiano, conforme verificado na figura 2: • 1º Quadrante: X e Y assume valores maiores ou iguais que zero. • 2º Quadrante: X assume valores menores ou iguais a zero e Y assume valores maiores ou iguais a zero. • 3º Quadrante: X e Y assume valores menores ou iguais que zero. • 4º Quadrante: X assume valores maiores ou iguais a zero e Y assume valores menores ou iguais a zero. Figura 2 – Representação de um plano cartesiano Fonte: Do autor (2013). No gráfico 1 encontra-se um exemplo utilizando plano cartesiano. Atribuiu-se ao eixo das ordenadas valores em percentuais, que relatam o número de computadores que todos os meses apresentam falhas dentro de uma empresa. Ao eixo das abcissas atribuiu-se os meses do ano em que este indicador foi acompanhado pelo gestor desta operação de TI. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 8 Gráfico 1 – Exemplo de plano cartesiano Fonte: Do autor (2013). Um indicador é um métrica calculada a partir de alguns parâmetros, fornecendo indicações ou contribuindo para o entendimento de fenômenos. 1.4 Função Silva & Abrão (2008) sustentam que função é uma relação entre variáveis, sendo uma delas independente, (frequentemente chamada de variável X) e outra dependente, (frequentemente chamada de variável Y). O número de chamados técnicos atendidos com sucesso (y) depende da quantidade de técnicos de suporte de TI disponíveis (x). Cada técnico atende obrigatoriamente três chamados por dia. Então, pode-se afirmar que a representação por meio de uma função é: y=3x Uma função é composta por um domínio (prováveis componentes de partida da função) e uma imagem (conjunto de elementos de chegada relacionados ao conjunto de partida). Nem todas as relações são funções. Numa função, cada elemento do domínio relaciona-se apenas a um elemento da imagem. Nunca um elemento do domínio se relaciona a mais de um elemento na imagem. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 9 A primeira função que precisa ser aprendida pelos gestores é a função linear. Ela se apresenta sempre em uma variável (dependente e independente) do primeiro grau, ou seja, com expoente igual a 1, segundo a forma a seguir: y = a . x + b Em que: a e b são números reais; x é a variável independente; y é a variável dependente; a é o coeficiente angular; b é o coeficiente linear. Considere que o João, técnico de implantação de equipamentos de TI, representa um custo/despesa de R$ 2.500,00 para uma corporação e que a cada equipamento instalado por ele (independente de qual seja o modelo) este custo/despesa aumenta em R$ 50,00. A melhor função linear para descrever esse valor: y = 50 . x + 2500, Em que: y é o custo/despesa total e x é a quantidade equipamentos instalados. Os resultados encontrados para os custos/despesas totais dependentes da quantidade de equipamentos instalados para o técnico João estão descritos na Tabela 1. Tabela 1 – Tabela de resultados da função linear dos custos/despesas com o técnico João Quantidade equipamentos instalados Custos/despesas totais 0 R$ 2.500,00 5 R$ 2.750,00 10 R$ 3.000,00 15 R$ 3.250,00 20 R$ 3.500,00 Fonte: Do autor (2013). O coeficiente angular desta função exemplificada na Tabela 1 é 50 e expressa quanto será o crescimento da função. O coeficiente linear desta função determina o seu valor quando x é zero, mas, neste caso, o coeficiente linear é R$ 2.500. O gráfico 2 apresenta a função no plano cartesiano. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 10 Gráfico 2 – Função linear dos custos/despesas com o técnico João. Fonte: Do autor (2013). Integra o cotidiano de um gestor a análise de equilíbrio de determinadas funções: o ponto de encontro de mais de uma função num plano cartesiano. Voltando ao exemplo anterior do técnico João, consideremos agora os dados referentes a um novo técnico, chamado Pedro. Este técnico representa um custo/despesa de R$ 1.750,00 para uma corporação, e a cada equipamento instalado por ele (independe de qual seja o modelo) este custo/despesa aumenta em R$ 100,00. A melhor função linear para descrever esse valor é: y = 100 . x + 1750, Em que: y é o custo/despesa total e x é a quantidade equipamentos instalados. Os resultados encontrados para os custos/despesastotais dependentes da quantidade de equipamentos instalados estão descritos na Tabela 2. Tabela 2 – Tabela de resultados da função linear dos custos/despesas com o técnico Pedro Quantidade equipamentos instalados Custos/despesas totais 0 R$ 1.750,00 5 R$ 2.250,00 10 R$ 2.750,00 15 R$ 3.250,00 20 R$ 3.750,00 Fonte: Do autor (2013). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 11 O coeficiente angular desta função exemplificada na Tabela 2 é 100 e o coeficiente linear é R$ 1.750. O gráfico 3 apresenta a função dos técnicos João e Pedro no plano cartesiano. Gráfico 3 – Função linear dos custos/despesas com o técnico Pedro Fonte: Do autor (2013). O ponto de equilíbrio desta função entre os técnicos João e Pedro está no ponto 15 do gráfico, ou seja, quando temos 15 equipamentos instalados por ambos, havendo uma semelhança em seus custos/despesas. No entanto, antes do ponto de equilíbrio, o técnico Pedro representa um custo menor do que o técnico João, havendo logo após este ponto uma inversão. 2 Matemática financeira 2.1 Introdução Segundo Puccini (2008), a matemática financeira tem o objetivo de aplicar os conceitos matemáticos nas entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo, bem como na aplicação de juros e sua análise de taxa interna. Acreditando que a área de TI deve ser administrada como um investimento, tende-se a depositar fundamental importância à matemática financeira na vida de um gestor de TI. Não são poucas as situações, também, em que a sua aplicação se estende no cotidiano das famílias. Um bom negócio no que tange a investimentos, financiamentos ou determinação de valor só pode ser obtido com procedimentos que utilizam ferramentas da matemática financeira. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 12 Os conceitos de matemática financeira abrangem os seguintes assuntos: • Teoria dos juros simples e compostos; • Taxas de juros; • Estudos de séries; • Fluxo de caixa; • Métodos de análise de investimentos. 2.2 Fluxo de caixa O primeiro conceito fundamental em matemática financeira é o de fluxo de caixa. Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo. Podemos ter fluxos de caixa de empresas, de investimentos, de projetos, de operações financeiras etc. A elaboração do fluxo de caixa é indispensável na análise de rentabilidades e custos de operações financeiras, e no estudo de viabilidade econômica de projetos e investimentos (PUCCINI, 2008, p. 1). Um fluxo de caixa foi representado de modo simplificado no gráfico 4. Gráfico 4 – Representação básica de um fluxo de caixa Fonte: Adaptado de Puccini (2008). A escala horizontal relaciona-se ao tempo, dividido em períodos, expressos em dias, semanas, meses e trimestres, semestres ou anos. Os pontos 0, 1, 2,..., n substitutem as datas e são plotados conforme a necessidade de indicarem datas importantes. O ponto 1 indica o final do 1º período e todos os outros intervalos de períodos são iguais. Os valores monetários só podem ser colocados no final de cada período, no qual as saídas de caixa são consideradas pagamentos, tendo o seu sinal negativo. As entradas de caixa são consideradas recebimentos e expressas por sinais positivos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 13 Considerações finais Esta primeira aula iniciou-se com o conceito de conjunto: uma coleção de objetos ou entidades bem definidos. Foram exploradas as relações entre elementos e conjuntos: de pertinência, de inclusão, união e intersecção entre conjuntos, com alguns exemplos práticos. As representações de um conjunto por meio de notações matemáticas, bem como segmentos de reta, completam este primeiro assunto. Retomou-se outros conceitos de matemática básica, que envolvem álgebra e aritmética: fração, porcentagem, operação de potenciação, expressões algébricas e aritméticas, além dos conceitos de equação. O plano cartesiano foi um dos assuntos também explorados, bem como os conceitos de função, como uma relação entre variáveis, sendo uma delas independente, (frequentemente chamada de variável X) e outra dependente, (frequentemente chamada de variável Y). A função linear foi a escolhida para exemplificar melhor a sua construção, e um exemplo prático foi estudado. Ainda sobre esta funções, abordou-se o conceito de coeficiente angular, que expressa quanto será o crescimento da função, e de coeficiente linear, que determina o valor da função, quando x é zero. Concluiu-se função com o estudo do ponto de equilíbrio de uma função linear. A aula foi finalizada com uma introdução à matemática financeira que objetiva aplicar os conceitos matemáticos nas entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo do tempo, bem como na aplicação de juros e sua análise de taxa interna. Abordou-se um conceito geral sobre fluxo de caixa, como o primeiro conceito de matemática financeira e sua representação. Todos estes conceitos de matemática básica abordados não são suficientes para o dia a dia de um gestor, na verdade, são motivadores para uma revisão dos conceitos de matemática já vistos e que são importantes para um gestor. Referências CASSAROTO FILHO, N. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 2010. LAUDON, C. K.; LAUDON, J. D. Sistemas de informação gerenciais. 5 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2004. PUCCINI, A. L. Matemática financeira: objetiva e aplicada. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. SILVA, F. C. M.; ABRÃO, M. Matemática básica para decisões administrativas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. TAIETTI, M. S. Z. Matemática financeira para gestão de negócios. São Paulo: Meritos, 2012. WEBER, J. E. Matemática para economia e administração. 3 ed. São Paulo: Harbra, 2001. Gestão Financeira de Tecnologia da Informação Aula 02 Matemática financeira I Objetivos Específicos • Entender os conceitos que envolvem juros, taxas de juros e série uniforme. Temas Introdução 1 Juros 2 Séries uniformes Considerações finais Referências Antonio Palmeira Professor Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 2 Introdução Embora pareça um pouco complicado, a matemática financeira, com os seus princípios bem construídos, deixa de ser uma ferramenta complicada para ser um mecanismo muito útil na vida do gestor de TI. Esta aula foi reservada para a construção de conhecimentos sobre a teoria dos juros, que inicia com uma abordagem bem incipiente e geral sobre sua definição e em quais regimes podem ser encontrados no mercado. Abordaremos a teoria de juros simples, pouco utilizados no mercado, mas de conceitos mais claros e até fáceis, com pouca matemática e por se tratar, também, de uma operação apenas incidente sobre o capital inicial. Serão tratados também os conceitos sobre juros compostos, aqueles, de fato, utilizados pelo mercado, mencionando alguns exemplos práticos sobre cálculos de pequenos investimentos e o retorno produzido. Faz-se uma comparação entre os juros compostos e simples, apontando também as principais diferenças entre as taxas nominais e efetivas, além de advertir o aluno para que não aconteçam eventuais enganos na conversão entre estas taxas, que são bem práticas no mercado financeiro, seja nos empréstimos, investimentos ou financiamentos para aquisições de bens. A aula é concluída com uma abordagem sobre as séries uniformes, cujo uso é bem comum na rotina da gestão de financeira. Espera-se que após estes esboços sobre teorias de juros o aluno consiga entender um pouco mais sobre o cálculo de juros. Incentiva-se a prática de exercícios utilizando juroscompostos, inclusive em exemplos do próprio dia a dia do aluno. 1 Juros 1.1 Conceitos Os fatores de produção considerados em economia – trabalho, terra, capacidade administrativa, técnica e capital – são remunerados cada um de uma forma. Ao trabalho o salário, à terra o aluguel, à capacidade administrativa o lucro, à técnica royalty e, finalmente, ao capital cabem os juros. Os juros também podem ser considerados como sendo o preço da moeda ou da liquidez. Os juros são, portanto, o custo do capital ou o custo do dinheiro, sendo estas expressões frequentemente utilizadas como sinônimo de juros. Mais especificamente, os juros são o pagamento pela oportunidade de poder dispor de um capital durante determinado tempo. Na sociedade atual, quase todas as pessoas estão envolvidas em transações de juros. As compras a crédito, os cheques especiais, as compras de casas próprias são alguns Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 3 exemplos deste envolvimento. Na administração de empresas, a ocorrência dos juros é ainda mais intensa. Alguns exemplos são: desconto de duplicatas, compras a prazo, vendas a prazo e obtenção de empréstimos. Podemos afirmar, sem medo de errar, que todas as transações que envolvem dinheiro, ou mais genericamente capital, devem ser analisadas considerando-se os juros envolvidos explicitamente ou implicitamente. Uma compra à vista também é analisada considerando-se juros (CASSAROTO FILHO & KOPITTKE, 2010, p. 4). Define-se juros como a remuneração do capital, a qualquer título, seja de atividades produtivas, de terceiros ou pagas por instituições financeiras, sempre fixados por meio de uma taxa prática referente a uma unidade de tempo (PUCCINI, 2008; TAIETTI, 2012). As unidades de tempo podem ser: a.a. = ao ano a.s. = ao semestre a.m. = ao mês Um determinado capital aplicado no valor de R$ 10.000,00 a uma taxa de juros de 5% a.m. renderá ao final de um mês o valor de: 5% × R$ 10.000,00 = ( ) × R$ 10.000,00 = R$ 500,00 Existem dois tipos de regimes de juros na matemática financeira. São eles: Juros simples – apenas o capital inicial, denominado de principal, rende juros; Juros compostos – soma-se ao capital inicial os juros de seu período para o novo cálculo dos juros nos períodos seguintes. 1.2 Juros simples Este regime é o mais fácil de ser entendido, porque só é contabilizado em seu cálculo o capital inicialmente aplicado, ou seja, os juros do período não se somam ao capital para o cálculo de novos juros. Desta forma, eles não são capitalizados e não rendem juros. Para melhor entender, consideremos que um investidor aplicou R$ 2.000,00 pelo prazo Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 4 de 10 anos a uma taxa de juros de 10% a.a., no regime de juros simples. Ao final de 10 anos o investidor receberá a remuneração descrita na tabela 1. Tabela 1 – Juros simples com capital inicial de R$ 10.000,00 e taxa de juros de 10% a.a. Ano Saldo no início do ano Juros do ano Saldo no final do ano 1 R$ 2.000,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 2.200,00 2 R$ 2.200,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 2.400,00 3 R$ 2.400,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 2.600,00 4 R$ 2.600,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 2.800,00 5 R$ 2.800,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 3.000,00 6 R$ 3.000,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 3.200,00 7 R$ 3.200,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 3.400,00 8 R$ 3.400,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 3.600,00 9 R$ 3.600,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 3.800,00 10 R$ 3.800,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 4.000,00 Fonte: Do autor (2013). O regime de juros simples pode ser representado por meio de uma função linear, porque os valores dos saldos finais representam um crescimento linear. O gráfico 1 refere-se à função dos juros simples encontrados na tabela 1. Gráfico 1 – Função linear dos juros simples Fonte: Do autor (2013). A capitalização em juros simples ou capitalização simples do exemplo anterior é descrita na série que representa o fluxo de caixa da figura 1. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 5 Figura 1 – Fluxo de caixa em juros simples Fonte: Do autor (2013). O Valor Presente (PV) e o Valor Futuro (FV) estabelecem uma relação por meio do parâmetro Taxa de Juros (i) e do Período de Capitalização (n). Deste modo tem-se: FV = PV × (1 + i × n) No exemplo anterior, em que o valor presente é igual a R$ 2.000,00, a taxa de juros é igual a 10% e o período igual a 10 anos, tem-se: FV = 2000 × (1 + 0,10 × 10) = 2000 × (1+1) = 2000 × 2 = 4000 Um valor em percentual pode ser expresso em um número racional resultante da divisão do percentual por 100. Em nosso exemplo, 10% é o mesmo que 0,10. A representação do fluxo de caixa é uma alternativa para a melhor visualização da aplicação de taxas de juros, no entanto, os gráficos também podem e devem ajudar nesta analise. Para calcular uma taxa de juros simples tendo o conhecimento do valor presente e do valor futuro, pode-se utilizar a relação a seguir: i = ( -1)×( ) João emprestou a Pedro R$ 10.000,00 e recebeu de volta, após 1 ano, o valor de R$ 15.000,00. Considerando que neste empréstimo foi utilizado o regime de juros simples, calcule esta taxa. i=( -1)×( )=( -1)×( )=50% a.a. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 6 1.3 Juros compostos Neste regime, o capital é somado aos juros de cada período para o cálculo de novos juros nos períodos seguintes, havendo uma capitalização, diferentemente dos juros simples, que apenas contabilizam o capital inicial em seu cálculo. Tomemos o exemplo anteriormente utilizado para juros simples, mas agora considerados como compostos. Um investidor aplicou R$ 2.000,00 pelo prazo de 10 anos a uma taxa de 10% a.a. no regime de juros compostos. Ao final de 10 anos o investidor receberá a remuneração descrita na tabela 2. Tabela 2 – Juros compostos com capital inicial de R$ 10.000,00 e taxa de juros de 10% a.a. Ano Saldo no início do ano Juros do ano Saldo no final do ano 1 R$ 2.000,00 10% x R$ 2.000,00 = 200,00 R$ 2.200,00 2 R$ 2.200,00 10% x R$ 2.200,00 = 220,00 R$ 2.420,00 3 R$ 2.420,00 10% x R$ 2.420,00 = 242,00 R$ 2.662,00 4 R$ 2.662,00 10% x R$ 2.662,00 = 266,20 R$ 2.928,20 5 R$ 2.928,20 10% x R$ 2.928,20 = 292,82 R$ 3.221,02 6 R$ 3.221,02 10% x R$ 3.221,02 = 322,10 R$ 3.543,12 7 R$ 3.543,12 10% x R$ 3.543,12 = 354,31 R$ 3.897,43 8 R$ 3.897,43 10% x R$ 3.897,43 = 389,74 R$ 4.287,17 9 R$ 4.287,17 10% x R$ 4.287,17 = 428,71 R$ 4.715,89 10 R$ 4.715,89 10% x R$ 4.715,89 = 471,59 R$ 5.187,48 Fonte: Do autor (2013). O regime de juros compostos pode ser representado por uma função exponencial. O gráfico 2 é referente à função dos juros compostos encontrados na tabela 2. Gráfico 2 – Função exponencial dos juros compostos Fonte: Do autor (2013). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 7 Uma função exponencial não apresenta uma linearidade em seu crescimento. Isto se deve ao fato de que o seu coeficiente de crescimento está integrado a uma operação de potenciação. A função exponencial em sua forma mais simples é sempre descrita por: y = ax A capitalização em juros compostos ou capitalização composta do exemplo anterior é descrita na série que representa o fluxo de caixa da figura 2. Perceba que não há diferenças entre esta série e a série de juros simples. Figura 2 – Fluxo de caixa em juros compostos Fonte: Do autor (2013). Em juros compostos a relação entre PV, FV, i e n é dada por: FV = PV × (1 + i)n No exemplo anterior, em que o valor presente é igual a R$ 2.000,00, a taxa de juros é igual a 10% e o período igual a 10 anos, tem-se: FV = 2000 × (1 + 0,10)10 = 2000 × 1,1010 = 5187,48 Nográfico 3 encontra-se uma comparação entre os juros simples e compostos do exemplo anterior. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 8 Gráfico 3 – Comparação entre os juros simples e os juros compostos Percebe-se que, no mesmo espaço de tempo, os juros compostos têm um crescimento superior aos juros simples, devido ao seu crescimento exponencial, em detrimento ao crescimento linear dos juros simples. Na prática, todas as operações de mercado funcionam com o cálculo de juros compostos. Bons exemplos seriam as aplicações financeiras, investimentos e quaisquer operações de créditos e empréstimos. Fonte: Do autor (2013). Para uma leitura mais aprofundada sobre a teoria dos juros simples e compostos, recomenda-se o livro “Matemática financeira (objetiva e aplicada)”, de Abelardo de Lima Puccini. 1.4 Taxas de juros Frequentemente, nas transações financeiras a taxa de juros informada é apenas aparentemente correta. São utilizados artifícios para que a taxa pareça mais elevada ou mais baixa. Se um título rende 36% a.a., é dito que o mesmo rende 3% a.m., o que é incorreto; 36% a.a. corresponde a 2,6% a.m. Uma taxa mensal de 4% a.m. para um empréstimo, é muitas vezes dita 48% a.a. com capitalização mensal. Mas 4% a.m. equivalem a, aproximadamente, 60% a.a. (CASSAROTO FILHO & KOPITTKE, 2010, p. 34). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 9 Para entender bem a teoria dos juros, é necessário conhecer um pouco das diferenças entre as taxas efetiva e nominal. A taxa efetiva é aquela em que a referência de unidade de tempo é a mesma do período de capitalização. Por exemplo: • 5% a.m., capitalizados mensalmente; • 12% a.a., capitalizados anualmente; • 6% a.s., capitalizados semestralmente. Na taxa nominal, a unidade referencial de tempo não coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização. Por exemplo: • 3% a.m., capitalizados anualmente; • 10% a.a., capitalizados mensamente; • 4% a.s., capitalizados trimestralmente. Embora bastante utilizada pelo mercado, a taxa nominal não é igual a taxa efetiva, no entanto, carrega implícita uma taxa efetiva. É necessário uma conversão, a fim de evitar problemas de entendimento dos juros devidos ou cobrados. A conversão de uma taxa nominal (r) numa capitalização em “n” períodos numa taxa efetiva (i) é efetuada da seguinte forma: i = (1 + r/n)n - 1 Por exemplo: Para uma taxa nominal de 20% a.a. com capitalização semestral, qual será a taxa efetiva? i = (1 + 0,20/2)2 - 1 = (1,10)2 - 1 = 21% a.a. Para a conversão de taxas efetivas, referentes a períodos distintos, utiliza-se a expressão para conversão de um período menor em um período maior: i = (1 + i’)n - 1, Para a conversão de um período maior em um período menor: i’ = (1 + i)1/n - 1, em que i é a taxa de período maior, i’ é a taxa de período menor, n é o número de vezes que o período menor ocorre no período maior. Por exemplo, qual é a taxa efetiva anual equivalente a 10% ao mês? i = (1 + i’)n - 1 = (1 + 0,10)12- 1 = (1,10)12- 1 = 213,84 % ao ano. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 10 Outros tipos de conceitos de taxas de juros muito encontradas no mercado são as seguintes: • Taxa bruta: taxa de juros obtida considerando a diferença entre o valor do resgate bruto e o valor da aplicação, sem os descontos de imposto de renda; • Taxa líquida: taxa de juros obtida considerando a diferença entre o valor do resgate bruto e o valor da aplicação, com os descontos de imposto de renda; • Taxa real: taxa de juros encontrada após o desconto da inflação; • Taxa nominal sem inflação: taxa de juros que inclui inflação. 2 Séries uniformes Série é uma sequência de pagamentos ou valores recebidos no futuro, devido ao recebimento ou aplicação de um valor presente. As séries dividem-se em dois tipos distintos: • Séries uniformes: quando os valores nominais são iguais. • Séries não uniformes: quando os valores nominais são diferentes. As séries também podem ser classificadas como: • Séries antecipadas: com valor de entrada. • Séries postecipadas: sem valor de entrada. Nas séries uniformes, o retorno do capital empregado ocorre por meio de pagamentos iguais em constantes intervalos de tempo. Na figura 3 observa-se uma série uniforme que mostra um fluxo de caixa de um valor financiado no presente (PV) e pago em prestações iguais e tempos constantes (PMT). Figura 3 – Série uniforme de um empréstimo Para encontrar-se o valor do PMT, utiliza-se a seguinte expressão: PMT = PV × Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 11 Por exemplo, qual é o valor da prestação cobrado a partir de um empréstimo de R$ 10.000,00 a uma taxa de juros de 4% ao mês, sabendo que o período de pagamento é de 12 meses? PMT = 10000 × = 10000 × =10000 × = R$ 1.065,58 Aconselha-se a prática de exercícios do livro “Matemática Financeira (objetiva e aplicada)”, de Abelardo de Lima Puccini, além da leitura de “Análise de investimentos”, dos autores Nelson Casarotto Filho e Bruno Hartmut Kopittke. Considerações finais Nesta segunda aula foi abordada a importância dos juros simples, compostos, das taxas de juros, além de tratar brevemente as séries uniformes de pagamentos. Conceituou-se juros simples, como aqueles incidentes apenas sobre o capital principal, a partir de exemplos práticos, construindo tabelas para um melhor entendimento, além de demonstrar, por meio de um fluxo de caixa e de um gráfico, a linearidade da função dos juros simples. A abordagem sobre os juros compostos vieram na sequência, demonstrando que a sua obtenção é feita a partir de uma incidência sobre o capital inicial somado aos juros dos outros períodos. Ressaltou-se a exponencialidade da função de juros compostos, em detrimento à linearidade da função do juros simples. Os tipos de taxas de juros também foram objeto de estudos, no qual foi colocado a diferença entre as taxas efetivas – aquelas em que a referência de unidade de tempo é a mesma da unidade de tempo do período de capitalização – e as taxas nominais – nas quais a unidade referencial de tempo não coincide com a unidade de tempo dos períodos de capitalização. Outros tipos de conceitos de taxas de juros muitos encontradas no mercado foram mencionadas: taxa bruta, obtida considerando a diferença entre o valor do resgate bruto e o valor da aplicação, sem os descontos de imposto de renda; taxa líquida, obtida considerando a diferença entre o valor do resgate bruto e o valor da aplicação, com os descontos de imposto Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 12 de renda; taxa real: encontrada após o desconto da inflação; taxa nominal sem inflação – taxa de juros que inclui inflação. A aula foi finalizada com uma abordagem sobre as séries: sequências de pagamentos ou de recebimentos no futuro, devido ao recebimento ou aplicação de um valor presente. Como o conceito de juros e de séries é um pouco mais extenso, recomenda-se o estudo mais aprofundado nas bibliografias recomendadas, para que você consiga deixar os seus conhecimentos sobre esta parte da matemática financeira bem estruturada. Referências CASSAROTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 2010. PUCCINI, A. L. Matemática financeira: objetiva e aplicada. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. SILVA, F. C. M.; ABRÃO, M. Matemática básica para decisões administrativas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. TAIETTI, M. S. Z. Matemática financeira para gestão de negócios.São Paulo: Meritos, 2012. Gestão Financeira de Tecnologia da Informação Aula 03 Matemática Financeira II Objetivos Específicos • Entender os conceitos acerca de valor presente líquido, taxa interna de retorno e fluxo de caixa. Temas Introdução 1 Fluxo de Caixa, Valor Presente e Valor Futuro 2 Engenharia Econômica e a Análise de Investimentos Considerações finais Referências Antonio Palmeira Professor Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 2 Introdução Uma das principais tarefas com que o gestor de TI se depara em seu dia a dia é a tomada de decisão. Esta se torna ainda mais difícil quando se relaciona às questões econômico- financeiras, envolvendo principalmente investimentos em projetos ou recursos de TI. A matemática financeira e a engenharia econômica podem fornecer instrumentos poderosos para análise de um retorno sobre um investimento, de modo a fornecer subsídios para a tomada de decisão eminentemente financeira. Esta aula explora um pouco disso. Começa-se retomando o conceito de fluxo de caixa, valor presente, valor futuro, além da leitura de séries de pagamentos. Na segunda parte da aula, abordam-se os conceitos da Engenharia Econômica e a sua relação com a matemática financeira, mencionando duas técnicas para tomada de decisão em investimentos: Método do Valor Presente Líquido e a Taxa Interna de Retorno. Espera-se, mais uma vez, que o aluno não apenas se limite aos conceitos abordados na aula, mas que possa abordar as bibliografias sugeridas em busca de exercícios, aplicações práticas, de modo a solidificar as suas bases de matemática financeira e engenharia econômica. 1 Fluxo de Caixa, Valor Presente e Valor Futuro Conforme visto em aulas anteriores, um fluxo de caixa é composto pelas entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo de determinado tempo. Essas entradas podem ser as despesas e os custos contabilizados, e as saídas podem ser as receitas. A Figura 1 nos relembra um exemplo genérico de um fluxo de caixa. Figura 1 – Representação básica de um fluxo de caixa. Fonte: Adaptado de Puccini (2008). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 3 Para o bom entendimento do fluxo de caixa os conceitos de Valor Presente (PV), Valor Futuro (FV) e Pagamentos Periódicos de mesmo Valor (PMT) precisam estar bem fixados. Castelo Branco (2010) menciona que o Valor Presente (PV), também conhecido como Capital (C), é composto pelos recursos financeiros transacionados na data focal zero de determinada operação financeira, sendo que a data focal zero é a data de início da operação financeira. Ainda segundo Castelo Branco (2010), o Valor Futuro (FV), também conhecido por Montante (M), é a quantidade de recursos monetários acumulados, resultado de uma operação comercial ou financeira, em determinado período de tempo. O Valor Futuro é o resultado do somatório entre os Juros e o Valor Presente. O PMT é o valor referente aos pagamentos efetuados numa série uniforme. Esses pagamentos podem corresponder a uma operação de empréstimo ou a um simples pagamento efetuado em iguais parcelas referente à aquisição de um bem. As descrições do fluxo de caixa nos ajudam a entender bem os conceitos de valor presente, taxa de desconto e equivalência. O Valor Presente (PV) de um fluxo de caixa é o valor monetário da origem da escala de tempo, que é o mesmo que o somatório das parcelas futuras, descontadas para o ponto zero (origem), com determinada taxa de juros. A transposição do futuro para o presente acontece mediante o uso da taxa de desconto. Para exemplificar melhor, vamos calcular o Valor Presente (PV) do fluxo de caixa descrito na Figura 2, com uma taxa de juros de 5% ao ano, com o período contado em anos. Figura 2 – Série uniforme de um empréstimo Fonte: elaborado pelo autor (2013). Para encontrarmos o Valor Presente, utilizamos a relação entre PF e PV em juros compostos estudados na aula passada, reapresentada a seguir. FV = PV × (1 + i)n → 2000 = PV × (1 + 0,05)4 → 2000 = PV × (1,05)4 2000 = PV × (1,05)4 → 2000 = PV × 1,2155 → PV = 1645,41 Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 4 Desse modo, concluímos que o valor de R$ 2.000,00, no futuro distante de quatro anos, a uma taxa de desconto de 5% ao ano, quando transposto para o presente, equivale a R$ 1.645,41. 2 Engenharia Econômica e a Análise de Investimentos 2.1 Introdução Engenharia econômica é o estudo dos métodos e técnicas usados para a análise econômico-financeira de investimentos. Esses métodos e técnicas devem ter base científica e encontram na matemática financeira as suas justificativas. A necessidade de analisar investimentos propõe os problemas, a engenharia econômica apresenta as técnicas de solução e a matemática financeira justifica essas técnicas. A análise de investimentos compreende não apenas as alternativas entre dois ou mais investimentos para escolha do melhor, mas também a análise de um único investimento com a finalidade de julgar se é de seu interesse ou não. Na análise de investimentos só serão levados em conta os fatores quantificáveis, isto é, que puderem ser expressos em unidades de capital. Se fatores não quantificáveis vão influir na tomada de decisão, essa análise não poderá ser feitas com um estudo matemático. Assim, na escolha entre dois equipamentos, por exemplo, não teria sentido uma análise matemática que envolvesse preços, capacidade de produção, custos operacionais, durabilidade etc., se a pretensão fosse adquirir o mais estético ou o de menor porte. Também não teria sentido analisar investimentos que não apresentassem viabilidade de escolha por falta de recursos financeiros ou de quaisquer outras condições. (VERAS, 2009, p. 233) Conforme Veras (2009), a Matemática Financeira apoia cientificamente os métodos utilizados pela Engenharia Econômica. Dentre os diversos métodos e técnicas utilizados nas análises econômicas, existem aqueles dignos de credibilidade, tais como: • Método do Valor Presente Líquido; • Método do Valor Periódico Uniforme; • Método da Taxa Interna de Retorno; • Período de Payback. Dois desses métodos serão estudados nesta aula para aplicarmos melhor os conceitos de matemática financeira já estudados: Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). Os outros métodos, bem como um aprofundamento dos que serão abordados nesta aula, serão mencionados numa futura aula de análise de investimentos. É de grande importância o conhecimento desses métodos para um Gestor de TI. Em seu dia a dia, ele irá se deparar com a tomada de decisões em investimentos de TI, em Análise de Projetos, na aquisição de recursos de infraestrutura, dentre outros (CASTELO BRANCO, 2009). Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 5 Esses mesmos investimentos de TI só têm crescido. O site da revista Info veiculou em 21 de agosto de 2013 que a indústria de TI movimentou no Brasil em 2012 o montante de 60,2 bilhões de dólares, registrando um crescimento de 10,9% comparado ao ano de 2011. A perspectiva para 2013 é de 69 bilhões de dólares, ou seja, crescimento de 14,5% em relação a 2012 (BRUNO, 2013). Para saber mais, você pode consultar na 24ª Pesquisa Anual do Uso da TI no Brasil, publicada pela Fundação Getúlio Vargas, que menciona importantes informações sobre investimentos de TI e crescimento da indústria da TI. O link da referida página está disponível na Midiateca. Todo esse crescimento de investimentos habilitados por TI, seja na modernização da infraestrutura, seja em ações de virtualização, mobilidade, dentre outros, gera a necessidade de se gerenciar e analisar melhor o emprego de recursosfinanceiros nessas iniciativas. 2.2 Valor Presente Líquido (VPL) É uma das técnicas mais sofisticadas na análise de projetos e de investimentos. Consiste em calcular o valor presente do fluxo de caixa do investimento ou projeto, baseado em uma taxa de custo de oportunidade conhecida ou estimada, e subtraindo-se o investimento inicial. O custo de oportunidade é o valor de que se abre mão, referente à outra oportunidade não escolhida. Por exemplo: Considere que uma empresa faz a opção pela aplicação de R$ 200 mil em um projeto de TI. Se essa empresa aplica esse mesmo valor numa aplicação financeira considerando uma taxa de juros de 15% ao ano, o custo de oportunidade seria igual a R$ 30 mil em um ano. A taxa do custo de oportunidade é igual a 15% ao ano. (Observação: o custo de oportunidade é um dado do exemplo abordado.) Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 6 De modo geral o VPL pode ser definido como: VPL = (valor presente das entradas e saídas de caixa) – (investimento inicial) Podendo ser representado pela seguinte expressão: -PVFCn (1 + i)n VPL= ∑ n j=1 An=∑ nj=1Observação: O símbolo significa que deverá ser efetuado uma soma com “n” parcelas, iniciando de uma primeira parcela referente à expressão descrita dentro do operador somatório. Em que: PV = Valor do investimento inicial FCn = Fluxo de caixa de “n” períodos i = taxa do custo de oportunidade n = prazo do projeto ou investimento Os possíveis resultados do VPL são: • VPL é igual a Zero ▫ A taxa do custo de oportunidade é idêntica à taxa de retorno sob investimento ou do projeto. ▫ Decisão: projeto ou investimento não oferece ganho ou prejuízo. • VPL é maior que zero ▫ A taxa do custo de oportunidade é menor que a taxa de retorno sobre investimento ou do projeto. ▫ Decisão: projeto ou investimento deve ser aceito. • VPL é menor que zero ▫ A taxa do custo de oportunidade é maior que a taxa de retorno sobre investimento ou do projeto. ▫ Decisão: projeto ou investimento deve ser rejeitado. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 7 Para exemplificar melhor tomemos como exemplo um projeto de TI, denominado Projeto ABC com as seguintes especificações: • Tempo do Projeto = 3 meses • Entradas ▫ Recebimentos = R$ 300.000,00 em um mês após o término do projeto. • Saídas ▫ Investimento inicial com a abertura do projeto = R$ 10.000,00 no início do projeto; ▫ Pagamentos de custos e despesas = R$ 70.000,00 ao final de cada mês. O fluxo de caixa que melhor retrata esse projeto é mostrado na Figura 3. Figura 3 – Fluxo de caixa do projeto. Fonte: elaborado pelo autor (2013). Se paralelamente a esse projeto se apresenta uma oportunidade de a empresa investir em outro projeto, denominado XYZ, com um custo de oportunidade de 3% ao mês, quais seriam o VPL e a decisão a ser tomada? Precisamos passar todos os pagamentos para Valor Presente (VP), caso não estejam, utilizando a fórmula aprendida na aula 2, a seguir: FV = PV × (1 + i)n O 1º pagamento de R$ 70.000,00, trazido para VP, será: 1 70.000 70.000 = PV × (1 + 0,03) → PV = → PV = R$ 67.961,16 1,03 O 2º pagamento de R$ 70.000,00, trazido para VP, será: 70.000 = PV × (1 + 0,03)2 70.000 → PV = → PV = R$ 65.981,71 1,0609 O 3º pagamento de R$ 70.000,00, trazido para VP, será: 70.000 70.000 = PV × (1 + 0,03)3→ PV = → PV = R$ 64.061,50 1,0927 Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 8 A soma dos pagamentos em VP é dada por: PV = 67.961,16 + 65.981,71 + 64.061,50 + 10.000 = R$ 208.004,37 O valor de VPL será igual a: -PV FCn (1 + i)n VPL= ∑ n j=1 = 300.000 (1+0,03)4 - 208.004,37 = 266.546,11 - 208.004,37 = R$ 58.541,74 Como o valor de VPL é maior do que zero, então a taxa do custo de oportunidade do projeto XYZ é menor que a taxa de retorno sobre o projeto ABC. Desse modo, teremos o valor de R$ 58.541,74 a ser retornado a mais em relação ao projeto XYZ. A decisão é pela aceitação do projeto ABC. 2.3 Taxa Interna de Retorno (TIR) É o método que procura descobrir a taxa necessária para igualar os fluxos de caixa a Valor Presente (VP), ou seja, é o custo ou rentabilidade efetiva de um projeto ou simplesmente a taxa de desconto igual aos fluxos de caixa ao investimento inicial, seja pelo regime de juros simples ou compostos. A Taxa Interna de Retorno é aquela que leva o Valor Presente Líquido para zero, ou seja: -PV FCn (1 + i)n =0∑ n j=1 Em que: PV = Valor do investimento inicial; FCn = Fluxo de caixa de “n” períodos; i = taxa do custo de oportunidade n = prazo do projeto ou investimento. A ideia é encontrarmos o valor de “i”, taxa que leva o VPL a zero para tomarmos uma das decisões a seguir: • se a TIR é maior que a taxa do custo de oportunidade, então o projeto ou investimento deve ser aceito; • se a TIR é menor que a taxa do custo de oportunidade, então o projeto ou investimento deve ser recusado; • se a TIR é igual à taxa do custo de oportunidade, então o projeto ou investimento não oferece perda ou ganho em relação a outra oportunidade. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 9 A resolução da equação para a descoberta de “i”, que faz o VPL igual a zero, pode ser uma equação de grau a ser definido pelo número de períodos do fluxo de caixa, ou seja, o valor “n”. Sendo essa uma equação de difícil solução, tendo que ser efetuada através de métodos matemáticas que fogem ao escopo desta disciplina, procuraremos a resolução através de uma simples ajuda de um planilha do Excel. Tomemos um exemplo: Determinado projeto de TI, denominado ABC, requer um investimento inicial de R$ 15.000,00. Acontecerão três entradas de caixa nos valores de R$ 7.000,00 ao final do primeiro mês, R$ 6.000,00 ao final do segundo mês e R$ 4.000,00 ao final do terceiro mês. Existe outro projeto de TI, denominado XYZ, com uma taxa de custo de oportunidade de 10% ao mês. Qual a decisão a ser tomada? Com a ajuda de uma planilha de Excel, registra-se o fluxo de caixa do projeto e utiliza-se a função TIR, conforme demonstrado na Figura 4. Figura 4 – Solução através de uma planilha de Excel. Fonte: elaborado pelo autor (2013). O projeto ABC tem uma TIR de 7,192% ao mês, que é inferior à taxa de custo de oportunidade de 10% ao mês, então o projeto ABC deve ser recusado. Considerações finais Nesta última aula específica sobre matemática financeira, estudamos os últimos conceitos necessários da matemática financeira. Iniciamos retomando o conceito de fluxo de caixa que é composto pelas entradas e saídas de dinheiro (caixa) ao longo de determinado tempo. Representou-se novamente de modo básico o fluxo de caixa através de séries. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 10 A interação entre engenharia econômica e matemática financeira foi abordada na segunda parte da aula. A engenharia econômica é o estudo dos métodos e das técnicas usados para a análise econômico-financeira de investimentos. Esses métodos e técnicas devem ter base científica e encontram na matemática financeira as suas justificativas. Dois métodos foram foco de nosso estudo: Valor Presente Líquido (VPL) e Taxa Interna de Retorno (TIR). O Valor Presente Líquido é uma das técnicas mais sofisticadas na análise de projetos e de investimentos. Consiste em calcular o valor presente do fluxo de caixa do investimento ou projeto, baseado em uma taxa de custo de oportunidade conhecida ou estimada, e subtraindo-se o investimento inicial. Os possíveis resultados do VPL são: igual a zero (quando a taxa do custo de oportunidade é idêntica à taxa de retorno sob investimento ou do projeto); maior que zero (quando a taxa do custo deoportunidade é menor que a taxa de retorno sob investimento ou do projeto); e menor que zero (quando a taxa do custo de oportunidade é maior que a taxa de retorno sob investimento ou do projeto). A aula foi concluída com os conceitos de Taxa Interna de Retorno (TIR), que nada mais é que o método que procura descobrir a taxa necessária para igualar os fluxos de caixa a Valor Presente (VP), ou seja, é o custo ou rentabilidade efetiva de um projeto ou simplesmente a taxa de desconto igual aos fluxos de caixa ao investimento inicial, seja pelo regime de juros simples ou compostos. Se a TIR é maior que a taxa do custo de oportunidade, então o projeto ou investimento deve ser aceito. Se a TIR é menor que a taxa do custo de oportunidade, então o projeto ou investimento deve ser recusado. Se a TIR é igual à taxa do custo de oportunidade, então o projeto ou investimento não oferece perda ou ganho em relação a outra oportunidade. Referências CASTELO BRANCO, A. C. Matemática Financeira Aplicada. São Paulo: Cengage Learning, 2010. CASSAROTO FILHO, N.; KOPITTKE, B. H. Análise de Investimentos: matemática financeira, engenharia econômica, tomada de decisão, estratégia empresarial. São Paulo: Atlas, 2010. PUCCINI, A. L. Matemática financeira: objetiva e aplicada. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. SILVA, F. C. M.; ABRÃO, M. Matemática básica para decisões administrativas. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2008. TAIETTI, M. S. Z. Matemática Financeira para Gestão de Negócios. São Paulo: Meritos, 2012. VERAS, L. L. Matemática Financeira. São Paulo: Atlas, 2009. BRUNO, L. Brasil deve liderar expansão de investimentos em TI em 2013. Info., São Paulo, Agosto2013. Disponível em: <http://info.abril.com.br/noticias/mercado/2013/08/brasil-deve- liderar-expansao-de-investimento-em-ti-em-2013.shtml>. Acesso em: 17 set. 2013. http://info.abril.com.br/noticias/mercado/2013/08/brasil-deve- Gestão Financeira de Tecnologia da Informação Aula 04 Introdução à Economia e a sua evolução. Objetivos Específicos • Introduzir os conhecimentos básicos de economia e contextualizar a sua evolução. Temas Introdução 1 Introdução à Economia 2 Evolução do Pensamento Econômico Considerações finais Referências Antonio Palmeira Professor Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 2 Introdução Tendo terminado os conceitos fundamentais da Matemática Financeira na aula passada, agora entraremos em um novo conteúdo, também fundamental para o entendimento da Gestão Financeira. Trata-se do conceito de Economia. Deparamo-nos em nosso dia a dia com diversas questões ligadas à economia, tais como: aumento de preços, diferenças salariais, dívida externa e interna, impostos, taxas de juros, Produto Interno Bruto, dentre outros. É bem verdade que as questões econômicas dividem opiniões. Muitos alvoram-se a emitir os seus pareceres e juízos de valor com altas doses de empirismo carecendo de uma base conceitual adequada. Não obstante, não deve ser assim com um profissional da área de gestão, mesmo que ele seja de Tecnologia da Informação. O gestor de TI precisa conhecer os problemas econômicos fundamentais e diversas questões que o cercam por diversos motivos, dentre eles podem ser citados: impactos econômicos nos investimentos em infraestrutura de TI; influência de fatores econômicos no planejamento estratégico de TI; relacionamento entre o desenvolvimento econômico e o desenvolvimento tecnológico; dentre outros. Nesta aula, a primeira sobre economia, deseja-se introduzir os conceitos básicos, os tipos de economia, estabelecer as diferenças entre microeconomia e macroeconomia, os problemas de escassez, as questões fundamentais e comentar um pouco sobre sua evolução do pensamento econômico. Incentiva-se o aluno a, neste momento, procurar as bibliografias indicadas em busca de um maior enriquecimento do conteúdo e também um olhar um pouco mais detalhista sobre os problemas econômicos do dia a dia, sob a ótica dos conteúdos ministrados nesta disciplina. 1 Introdução à Economia 1.1 Economia e Escassez (...) por que estudar Economia? Enumeremos as razões. Muitos estudam Economia para que isso os ajude a obter um bom emprego. Há quem pense que deve compreender mais profundamente o que existe por trás dos relatórios sobre inflação e desemprego. Ou há pessoas que querem compreender quais políticas poderiam amenizar o aquecimento global ou o que significa dizer que um iPod é “made in China”. Todas essas razões, e muitas outras, fazem sentindo. Contudo, como teremos de reconhecer, existe uma razão fundamental para aprender as lições básicas de Economia: durante toda a sua vida – desde o berço até a sepultura – você enfrentará as verdades cruéis da Economia. Como eleitor, tomará decisões sobre questões que Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 3 não poderão ser compreendidas até que tenha dominado os rudimentos desta matéria. Sem o estudo da Economia, não estará completamente informado sobre o comércio internacional, a política fiscal, ou as causas das recessões e do desemprego. Escolher a profissão da sua vida é a decisão econômica mais importante que tomará. O seu futuro dependerá não só de suas capacidades, mas também da forma como as forças econômicas nacionais e regionais afetam os seus salários. O seu conhecimento de Economia poderá ajuda-lo também a tomar decisões acertadas sobre a compra de um imóvel, o pagamento da educação de seus filhos e a poupança de uma quantidade para a aposentadoria. É claro que o estudo de Economia não fará de você um gênio. Mas, sem a Economia, os “dados da sorte” serão lançados contra você. (SAMUELSON & NORDHAUS, 2012, p. 2) Qual é a importância do estudo da Economia para as empresas e para a área de TI? O conhecimento teórico sobre economia é fundamental para que o gerente de TI não se situe entre aqueles que analisam superficialmente questões importantes da Gestão Financeira de TI. Influência do aumento de preços na aquisição de recursos de TI, desemprego, aumento de investimentos em ciência e tecnologia, impostos e tarifas, vulnerabilidades, pobreza e globalização são alguns dos fatores a serem considerados no estudo da problemática econômica. 1.1.1 Mas o que é Economia? Etimologicamente, a palavra “economia” vem do grego oikos, que significa casa, e nomos, que significa norma ou lei. Ou seja, significaria “administração de uma casa”. Como ciência social, a Economia ocupa-se com as decisões (escolhas) sobre emprego de recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, por parte das pessoas e da sociedade, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos sociais, com o propósito de atender as necessidades humanas. A questão central ou o principal problema econômico, encontrado de modo claro em sua definição, é a escassez. A escassez é o principal motivador do estudo da Economia, tendo o seu problema descrito na Figura 1.1, como contraposição entre recursos limitados e necessidades ilimitadas. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 4 Figura 1.1 – Recursos limitados x Necessidades ilimitadas. Fonte: Adaptado de Passos e Nogami (2012). O homem precisa satisfazer as suas necessidades através do consumo de bens (vestuário, moradia, alimentação, dentre outros) e de serviços (transporte, educação, saúde, assistência médica, dentre outros), mas estes são limitados, provocando no indivíduo a necessidade de escolher. Escassez não é o mesmo que pobreza. Pobreza é ter poucos bens por falta de recursos financeiros, e escassez significa ter mais desejos que bens. A escassez resulta em outros problemas econômicos fundamentais que precisamser tratados pela ciência econômica, tais como: • O quê e quanto produzir > Esse problema remete, devido à escassez, a quais produtos as sociedades produzirão e a sua quantidade. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 5 • Como produzir > Esse problema remete a uma necessidade de eficiência, em que os produtores procurarão o melhor método de produção que minimiza o custo. • Para quem produzir > Esse problema recai na necessidade de decidir como será feita a distribuição dos resultados da produção. 1.2 Sistema Econômico Sistema econômico é uma forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade, onde são organizadas a produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar (VASCONCELOS e GARCIA, 2008). Um sistema econômico é composto pelos seguintes elementos: • estoque de recursos produtivos ou fatores de produção – formado pelos recursos humanos, o capital, a terra, dentre outros; • complexo de unidade de produção – formado pelas empresas; • •onjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e sociais – base organizacional da sociedade. Esses sistemas podem ser classificados em: • Sistema Capitalista – também conhecido por economia de mercado, por ser regido pelas forças de mercado, em que a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção são preponderantes. • Sistema Socialista – também conhecido por economia centralizada ou planificada, devido à existência de um órgão central de planejamento e o predomínio da propriedade pública dos fatores de produção. 1.3 Teorias da Economia A teoria econômica tem os seus argumentos classificados em positivos e normativos. A argumentação positiva também é conhecida como explicativa e tem o propósito de entender ou explicar o fenômeno (realidade econômica) como ele é, não envolvendo quaisquer juízos de valor. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 6 Por exemplo: o Estado de São Paulo tem o maior PIB em comparação a outros Estados da Federação. A argumentação normativa também é conhecida como prescritiva e tem o propósito de prescrever medidas econômicas, emitindo um juízo de valor sobre alguma medida econômica. Por exemplo: o governo deveria criar um imposto único reduzido para desonerar a produção. 1.4 Divisão da Economia A maior parte dos autores divide o estudo dos problemas econômicos em duas grandes áreas: • Microeconomia – também conhecida por teoria de formação de preços, que estuda a interação entre consumidores e empresas em um mercado no que tange a questões de preços e produção que atendem as necessidades de ambos. • Macroeconomia – tem relação com o desempenho da economia como um todo, estudando o comportamento dos grandes agregados nacionais, como Produto Interno Bruto (PIB), investimentos agregados, nível geral de preços, inflação, dentre outros. 1.5 Conceitos básicos No estudo da economia, há uma série de conceitos básicos que precisam ser conhecidos para entender melhor a disciplina. Dentre eles, os mais importantes são: • Necessidades humanas: ▫ percepção da falta de algum bem ou serviço unido ao desejo de tê-lo; ▫ ilimitadas e nem todas podem ser satisfeitas; ▫ exemplos: água, alimentos, moradia, veículos, dentre outros. • Bens e serviços ▫ é aquilo que satisfaz uma necessidade humana; ▫ podem ser livres (existem em quantidades ilimitadas) ou econômicos (relativamente escassos); ▫ os bens econômicos podem ser materiais (tangíveis ou bens propriamente dito) ou imateriais (intangíveis ou serviços); ▫ os bens materiais podem ser de consumo (satisfação imediata de necessidade humana) ou de capital (produção de outros bens); ▫ os bens ainda podem ser divididos em privados e públicos. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 7 • Recursos produtivos ▫ também chamados de fatores de produção; ▫ utilizados no processo de fabricação de mercadorias; ▫ classificados em quatro grupos: Terra; Trabalho; Capital e Capacidade Empresarial. • Agentes econômicos ▫ pessoas de natureza física ou jurídica que contribuem para o funcionamento do sistema econômico; ▫ divididos em: Famílias (unidades familiares); Firmas (unidades produtivas); Governo. • Mercado ▫ local ou contexto em que se realizam contatos, transações e relações entre compradores e vendedores; ▫ é uma boa forma de organizar a atividade econômica. • Estruturas de mercado ▫ concorrência perfeita – grande número de compradores e vendedores, em que a ação de um não afeta o preço da mercadoria; ▫ monopólio – uma única firma vende um produto sem que haja qualquer outro substituto; ▫ oligopólio – pequeno número de firmas que domina todo mercado; ▫ monopsônio – único comprador que influencia o preço, porque concentra a totalidade da compra dos fatores de produção; ▫ Oligopsônio – poucos compradores que concentram a totalidade da compra de fatores de produção. • Renda e riqueza ▫ renda é aquilo que se aufere em determinado período; ▫ riqueza é o somatório de tudo que se possui subtraído de tudo que se deve. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 8 Para conhecer um pouco mais sobre os conceitos de economia, aconselha- se a leitura do livro Princípios de Economia dos autores Carlos Roberto Martins Passos e Otto Nogami. 2 Evolução do Pensamento Econômico 2.1 Precursores e Clássicos da Teoria Econômica Um dos primeiros a citar o termo economia foi Aristóteles (384-322 a.C.) em seus estudos sobre aspectos de administração privada e sobre finanças públicas. No entanto, foi no século XVI que nasceu a primeira escola econômica: o mercantilismo. As principais características dessa escola foram: • preocupação com o acúmulo de riquezas de uma nação; • princípios para fomento do comércio exterior; • importância do acúmulo de metais como fator gerador de riqueza; • exacerbação do nacionalismo com grande presença do Estado em assuntos econômicos. Surgida no século XVIII, a Escola Fisiocrata gerou importantes colaborações ao pensamento econômico. As suas principais características eram: • ter a terra como única fonte de riqueza; • universo regido por leis naturais, absolutas, imutáveis e universais, que ajudam a produzir as riquezas, tais como lavoura, pesca e mineração; • sustentava que a regulamentação governamental era desnecessária; • foi a primeira escola a dividir a economia em setores, mostrando as relações entre eles. Apontado como precursor da teoria econômica moderna, Adam Smith (1723-1790) publicou a sua obra A riqueza das nações em 1776, que trata de modo abrangente as questões econômicas. Smith é o defensor da “mão invisível” que guia a sociedade em direção a livre concorrência e ao desenvolvimento econômico sem qualquer interferência. As ideias de Smith formam as bases do liberalismo e tem as seguintes características: Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 9 • busca do lucro leva ao bem-estar da sociedade; • o Estado não deve interferir na economia, deixando a cargo da “mão invisível”, ou seja, o próprio mercado; • a riqueza das nações está no trabalho humano; • a divisão do trabalho é o fator decisivo para o aumento da produção, gerando a especialização em algumas tarefas; • o padrão de um país está relacionado à sua produtividade; • o Estado deve apenas se limitar à proteção da sociedade, sem intervenção nas leis de mercado. Adam Smith é considerado o fundador da microeconomia, o ramo da economia que trata do comportamento de entidades individuais como os mercados, asempresas e as famílias. Na obra A Riqueza das Nações (1776), Smith analisou como o preço de cada bem era estabelecido, estudou a determinação dos preços da terra, da mão de obra e do capital e investigou os pontos fortes e fracos do funcionamento do mercado. Mais importante ainda, identificou as propriedades notáveis de eficiência dos mercados e explicou como o interesse próprio dos indivíduos atuando em mercados competitivos pode gerar um benefício econômico geral. (SAMUELSON e NORDHAUS, 2012, p. 3) A produtividade é a quantidade de bens e serviços produzidos na unidade de tempo. Vivendo praticamente na mesma época em que Smith e partindo de suas ideias, David Ricardo (1772-1823) desenvolveu modelos econômicos, defendendo que os custos se resumem apenas a custos de trabalho, demonstrando como a acumulação de capital, acompanhada do aumento da população, desemboca na elevação da renda da terra. Ricardo também criou um estudo sobre o comércio internacional, chamado teoria das vantagens comparativas. A partir dos estudos de Ricardo, originaram-se a corrente neoclássica e a marxista. O economista francês Jean-Baptiste Say (1768-1832) partiu também da obra de Smith para afirmar aquilo que se popularizou como “Lei de Say”: “A oferta cria sua própria procura”. Say menciona que o aumento da produção pode se transformar em renda para os trabalhadores, que por sua vez é gasta na compra de bens. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 10 Ainda nessa época, Thomas Malthus (1766-1834) foi o primeiro a criar uma teoria geral da população que apontava o excesso populacional como um mal para a sociedade. A principal ideia de Malthus era minimizar o impacto do crescimento populacional na oferta de alimentos, através do adiamento de casamentos, limitação voluntária de nascimentos nas famílias pobres, aceitação de guerras, dentre outros. 2.2 Teoria Neoclássica e Teoria Keynesiana Em 1870, iniciou-se o período neoclássico, que se estendeu até as primeiras décadas do século XX, quando se deu maior importância às questões microeconômicas. O maior destaque entre os neoclássicos é o Alfred Marshall (1842-1924) com seu livro Princípio de economia publicado em 1890, que abordava diversos ponto, dentre eles: • raciocínio marginalista – o custo ou benefício das últimas unidades vão influenciar na decisão de produzir ou não produzir; • ênfase na demanda – a demanda determina o preço; • teoria da utilidade – a demanda por um bem é influência da utilidade que ele tem; • laissez-faire – significa liberdade do mercado. O período keynesiano iniciou-se em 1936 com a publicação de Jonh Maynard Keynes (1843-1946) intitulada Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda. Keynes defendia que: • o nível de produção de uma economia é o principal fator responsável pelo volume de emprego; • o nível de produção determina a demanda agregada ou efetiva; • não há forças de autoajustamento numa economia em recessão, por isso é necessário, nesses casos, a intervenção do Estado. Para conhecer um pouco mais sobre a evolução do pensamento econômico, aconselha-se a leitura do livro Fundamentos de Economia dos autores Marco Antônio S. Vasconcelos e Manuel Enriquez Garcia. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 11 Considerações finais Nesta primeira aula de economia foram abordados os conceitos relacionados aos problemas econômicos e sua questão central: a escassez. Etimologicamente, a palavra “economia” vem do grego oikos, que significa casa, e nomos, que significa norma ou lei. Ou seja, significaria “administração de uma casa”. No entanto, como ciência social, a Economia ocupa-se com as decisões (escolhas) sobre emprego de recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, por parte das pessoas e da sociedade, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos sociais, com o propósito de atender as necessidades humanas. Mencionou-se que da escassez resultam os problemas econômicos fundamentais: o que e quanto produzir; como produzir; para quem produzir. A aula prosseguiu com o conceito de sistema econômico e a sua composição e principal divisão entre os sistemas capitalista e socialista. A teoria econômica e os seus argumentos classificados em positivos e normativos também foram objeto de estudo, bem como a classificação em microeconomia e macroeconomia. A primeira parte da aula foi concluída com a conceituação de itens importantes no estudo da economia. Primeiro, falou-se sobre as necessidades humanas, como a percepção da falta de algum bem ou serviço unido ao desejo de tê-lo. Mencionou-se, ainda, os conceitos de recursos produtivos, agentes econômicos, mercado, estruturas de mercado, renda e riqueza. A aula foi concluída com uma abordagem sobre a evolução do pensamento econômico desde Aristóteles até a escola keynesiana, passando pela “mão invisível” de Adam Smith, as escolas fisiocratas e mercantilista, a teoria geral da população, dentre outras. Referências PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de Economia. 6 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2012. VASCONCELOS, M. A; GARCIA, M. E. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva,2008 SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012. Gestão Financeira de Tecnologia da Informação Aula 05 Microeconomia I Objetivos Específicos • Conhecer a teoria microeconômica no que tange aos aspectos de demanda e oferta. Temas Introdução 1 Funcionamento do Sistema Econômico 2 Microeconomia Considerações finais Referências Antonio Palmeira Professor Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Gestão Financeira de Tecnologia da Informação 2 Introdução O problema fundamental da economia que se resume na escassez leva as sociedades a se interrogarem sobre o que produzir, quanto produzir, como produzir e, enfim, para quem produzir. A resposta a esses questionamentos se dá através dos sistemas econômicos. Responder a esses itens é, inicialmente, pensar em duas teorias que têm uma relação bem interessante: oferta e demanda. Seja nos bens e serviços, ou nos fatores de produção, o entendimento da oferta e demanda é fundamental para a determinação do preço. Essas teorias precisam ser do conhecimento do gestor de TI, seja para entender bem como utilizar de modo eficaz os seus insumos ou até para compreender e gerenciar melhor a oferta e demanda de serviços de TI dentro de uma empresa. A ideia desta quinta aula é fazer com que você entenda de modo básico o funcionamento de um sistema econômico, passando um pouco pelas curvas de possibilidades de produção, finalizando com o início do estudo da teoria microeconômica. Sobre microeconomia, o foco está no entendimento da oferta e da demanda. Motivamos você a fazer uma leitura desta aula e a, automaticamente, perceber, através de exemplos, que algumas aplicações podem ser feitas dessas teorias na gestão da TI. 1 Funcionamento do Sistema Econômico 1.1 Introdução Como os fatores produtivos são escassos e as necessidades humanas ilimitadas, os agentes econômicos precisam decidir onde aplicar preferencialmente os recursos disponíveis. Por exemplo, a sociedade pode escolher entre produzir mais canhões e menos alimentos, ou mais escolar e menos estradas. No dia-a-dia, os consumidores fazem escolhas desse tipo no supermercado. O Poder executivo, ao enviar anualmente o Orçamento da União ao Congresso, efetua escolhas similares. Ao formular a política econômica, o Governo pode induzir a economia a produzir mais bens para o mercado interno. Essas escolhas referem-se às possibilidades técnicas de produção da economia. (SOUZA, 2013, p. 9) Conforme visto na aula 4, o principal problema econômico a ser estudado é a difícil conciliação entre recursos ou fatores de produção limitados
Compartilhar