Prévia do material em texto
<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>JOSÉ GILBERTO PEREIRA</p><p>PATRÍCIA MINATOVICZ FERREIRA DOBLINSKI</p><p>TALITA CRISTIANE SUTTER</p><p>ORGANIZADOR</p><p>RENATA RACHIDE</p><p>ASSISTÊNCIA</p><p>E ATENÇÃO</p><p>FARMACÊUTICA</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Gislaine Cardoso de Souza Fiaes</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Lavígnia da Silva Santos</p><p>Design Educacional</p><p>Gisele Porto</p><p>Revisão Textual</p><p>Cindy Mayumi Okamoto Luca</p><p>Graziele Bento Porto</p><p>Ilustração</p><p>Andre Luis Azevedo da Silva</p><p>Wellington Vainer</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock e Envato</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. PEREIRA, José Gilberto; DOBLINSKI,</p><p>Patrícia Minatovicz Ferreira; SUTTER, Talita Cristiane.</p><p>Assistência e Atenção Farmacêutica / José Gilberto Pereira, Patrícia</p><p>Minatovicz Ferreira Doblinski, Talita Cristiane Sutter; organizador: Renata</p><p>Rachide. - Florianópolis, SC: Arqué, 2024.</p><p>160 p.</p><p>ISBN papel 978-65-6137-739-3</p><p>ISBN digital 978-65-6137-737-9</p><p>1. Assistência 2. Farmacêutica 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 615.07</p><p>EXPEDIENTE</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>N964</p><p>03506880</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou con-</p><p>ceitos avançados, levando ao aprofun-</p><p>damento do que está sendo trabalhado</p><p>naquele momento do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de filmes</p><p>que se conectam com o</p><p>tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de livros</p><p>que agregarão muito na</p><p>sua vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão sobre o</p><p>tema. Após o texto trazer a explicação,</p><p>essa interlocução pode trazer pontos</p><p>adicionais que contribuam para que</p><p>o estudante não fique com dúvidas</p><p>sobre o tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Este item corresponde a uma proposta</p><p>de reflexão que pode ser apresentada por</p><p>meio de uma frase, um trecho breve ou</p><p>uma pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para aprofundar o</p><p>conhecimento em conteúdos</p><p>relevantes utilizando uma lingua-</p><p>gem audiovisual.</p><p>EM FOCO</p><p>Utilizado para agregar um con-</p><p>teúdo externo.</p><p>EU INDICO</p><p>Professores especialistas e con-</p><p>vidados, ampliando as discus-</p><p>sões sobre os temas por meio de</p><p>fantásticos podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>PRODUTOS AUDIOVISUAIS</p><p>Os elementos abaixo possuem recursos</p><p>audiovisuais. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>7</p><p>61</p><p>4</p><p>109 U N I D A D E 3</p><p>ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE 110</p><p>PLANEJAMENTO E GESTÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 126</p><p>PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES 144</p><p>7U N I D A D E 1</p><p>PANORAMA HISTÓRICO E CONCEITOS BÁSICOS DA</p><p>FARMÁCIA CLÍNICA E DO CUIDADO FARMACÊUTICO 8</p><p>MÉTODO CLÍNICO FARMACÊUTICO 22</p><p>FARMACOTERAPIA 38</p><p>61 U N I D A D E 2</p><p>POLÍTICA NACIONAL DE MEDICAMENTOS 62</p><p>USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS 76</p><p>CICLO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 92</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1</p><p>MINHAS METAS</p><p>PANORAMA HISTÓRICO E</p><p>CONCEITOS BÁSICOS DA</p><p>FARMÁCIA CLÍNICA E DO</p><p>CUIDADO FARMACÊUTICO</p><p>Conhecer o panorama histórico da farmácia clínica e do cuidado farmacêutico no Brasil.</p><p>Compreender os conceitos básicos da farmácia clínica.</p><p>Conhecer as áreas de atuação do farmacêutico clínico.</p><p>Entender o papel do farmacêutico no cuidado da saúde.</p><p>Compreender a relevância do papel do farmacêutico na assistência ao paciente para</p><p>promover o uso seguro e racional de medicamentos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante, iniciaremos os nossos estudos pensando a respeito do papel</p><p>do farmacêutico no cuidado da saúde. Com que frequência, até o presente</p><p>momento, você parou e refletiu sobre a importância do farmacêutico na pro-</p><p>moção do uso seguro e racional de medicamentos? Se nunca o fez, agora é o</p><p>momento apropriado para fazê-lo, uma vez que você também desempenhará</p><p>um papel crucial nesse processo.</p><p>A preocupação com a segurança do usuário de medicamentos começou</p><p>a ganhar destaque na década de 1960, o que resultou em um maior engaja-</p><p>mento dos farmacêuticos nas questões relacionadas ao uso de medicamentos</p><p>por parte dos pacientes.</p><p>Imagine-se daqui a alguns anos: você estará recém-formado e trabalhará, por</p><p>exemplo, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Você colocará em prática</p><p>tudo o que aprendeu nesta disciplina. Como será participar de todo o processo</p><p>envolvido na prescrição do médico na UBS? Quais orientações você repassará</p><p>para o paciente quando dispensar a medicação dele? Quais serão as análises que</p><p>você fará, por exemplo, quando ler a prescrição do médico e cruzá-la com as</p><p>informações que já tem sobre o paciente na farmácia?</p><p>A farmácia clínica e a atenção farmacêutica têm como foco principal o cuidado ao</p><p>paciente e a busca pelo uso seguro e racional de medicamentos.</p><p>Você já está preparado para mergulhar nesse universo e compreender o quanto</p><p>você pode impactar a vida de um paciente com seus conhecimentos?</p><p>Prepare-se: você irá descobrir como o profissional farmacêutico pode im-</p><p>pactar nas discussões clínicas e na resolução de problemas relacionados aos me-</p><p>dicamentos. Você irá se tornar o protagonista das ações clínicas que visam ao</p><p>uso seguro e racional de medicamentos.</p><p>Por fim, você terá acesso a uma série de ferramentas para te ajudar a se tornar um</p><p>bom profissional com olhar clínico. Espero que aprecie o conteúdo. Bons estudos!</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Você sabe de quando são os primeiros relatos da profissão farmacêutica?</p><p>A farmácia, enquanto profissão, tem história desde o tempo do Império. No</p><p>Brasil, em 1931, o então Presidente, Getúlio Vargas, declarou a farmácia como</p><p>estabelecimento profissional do farmacêutico através do Decreto nº 20.377.</p><p>Em 1973, foi editada a Lei nº 5.991, que trata essencialmente do comércio</p><p>farmacêutico, no entanto era raro encontrar farmacêuticos em farmácias. Ele</p><p>quase desapareceu. A população não recebia a atenção clínica do farmacêutico!</p><p>Preparamos um podcast para você conhecer sobre o uso indiscriminado da Ta-</p><p>lidomida e das consequências nefastas que isso provocou. Este assunto é muito</p><p>interessante, pois foi um marco na regulação de medicamentos no Brasil. Aperte</p><p>o play! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual</p><p>de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos recordar o que é atenção farmacêutica e cuidado farmacêutico?</p><p>Atenção Farmacêutica é uma atividade essencial dentro do grande leque</p><p>da assistência farmacêutica. Ela é tão especial que permite que o profissional</p><p>farmacêutico desenvolva um relacionamento muito íntimo e direto com o paciente.</p><p>Os principais objetivos são: atingir resultados terapêuticos que contribuam para a</p><p>qualidade de vida e, sobretudo, que a farmacoterapia seja racional.</p><p>O cuidado farmacêutico constitui a ação integrada do farmacêutico com a</p><p>equipe de saúde. Ela é centrada no usuário e objetiva a promoção, a proteção e</p><p>a recuperação da saúde e a prevenção de agravos. Não só, mas também visa à</p><p>educação em saúde e à promoção do uso racional de medicamentos prescritos e</p><p>não prescritos, de terapias alternativas e complementares por meio dos serviços</p><p>da clínica farmacêutica e atividades técnico-pedagógicas voltadas ao indivíduo, à</p><p>família, à comunidade e à equipe de saúde (BRASIL, 2014a).</p><p>1</p><p>1</p><p>Em 1979, o Hospital Universitário Onofre Lopes, em Natal, implantou o pri-</p><p>meiro Serviço</p><p>O II Consenso de Granada classifica os PRMs em quatro categorias, de acordo com as</p><p>duas condições ou necessidades essenciais de todo tratamento farmacológico: indica-</p><p>ção e segurança.</p><p>e) O II Consenso de Granada modificou o termo PRM (Problemas Relacionados aos Medi-</p><p>camentos) para RNM (Resultados Negativos da Medicação), sugeriu uma lista de PRMs,</p><p>focada em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em</p><p>categorias de necessidade, efetividade e segurança da farmacoterapia.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>4. A revisão da farmacoterapia trouxe avanços cruciais. Sobre os métodos utilizados para a</p><p>revisão da farmacoterapia, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - Para que os estudos realizados pudessem ser comparados, foi preciso unificar critérios</p><p>de classificação. E foi criado um consenso em termos da definição e da classificação dos</p><p>PRM em seis categorias, de acordo com as três condições ou necessidades básicas de</p><p>qualquer tratamento farmacológico: indicação, segurança e efetividade.</p><p>II - O III Consenso de Granada, ao modificar o termo PRM (Problemas Relacionados aos Me-</p><p>dicamentos) para RNM (Resultados Negativos da Medicação), sugeriu uma lista de PRMs,</p><p>focada em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em</p><p>categorias de necessidade, efetividade e segurança da farmacoterapia.</p><p>III - O II Consenso de Granada, ao modificar o termo PRM (Problemas Relacionados aos Me-</p><p>dicamentos) para RNM (Resultados Negativos da Medicação), sugeriu uma lista de PRMs,</p><p>focada em problemas no processo de uso de medicamentos e não mais organizada em</p><p>categorias de necessidade e efetividade da farmacoterapia.</p><p>IV - Quando temos um PRM do tipo inefetividade da farmacoterapia, dizemos que a farma-</p><p>coterapia não alcança a meta terapêutica proposta e isto pode ocorrer, por exemplo,</p><p>pelo fato do paciente receber uma dose muito baixa.</p><p>V - Dizemos que ocorre uma insegurança da farmacoterapia quando o medicamento causa</p><p>um novo problema de saúde no paciente ou agrava um problema preexistente.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) As afirmativas I, II e III estão corretas.</p><p>b) As afirmativas II, III e IV estão corretas.</p><p>c) As afirmativas I, II, IV e V estão corretas.</p><p>d) As afirmativas III, IV e V estão corretas.</p><p>e) Todas as afirmativas estão corretas.</p><p>5. Elaborar um plano de cuidado para o paciente requer tomada de decisões clínicas. É al-</p><p>tamente recomendável a utilização de um modelo de decisões compartilhadas centrado</p><p>no paciente. Envolver o paciente aumenta a adesão terapêutica, dá maior suporte ao au-</p><p>tocuidado e aumenta as chances de manutenção de resultados terapêuticos positivos no</p><p>longo prazo. Faça a análise dos elementos propostos pelo método Dáder para trabalhar</p><p>com o paciente na atenção farmacêutica e os descreva.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CORRER, C. J.; OTUKI, M. F.; SOLER, O. Assistência farmacêutica integrada ao processo de cui-</p><p>dado em saúde: gestão clínica do medicamento. Revista Pan-Amazônica de Saúde, [S.l.], v. 2,</p><p>n. 3, p. 41-49, 2011.</p><p>IVAMA, A. M. et al. Consenso brasileiro de atenção farmacêutica: proposta. Brasília, DF: Orga-</p><p>nização Pan-Americana da Saúde, 2002. 24 p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>publicacoes/PropostaConsensoAtenfar.pdf. Acesso em: 10 jan. 2024.</p><p>MELO, M. S. dos S. et al. Importância do serviço de revisão da farmacoterapia no home care:</p><p>uma revisão narrativa. Revista Artigos. Com, v. 32, p. e9381, 13 dez. 2021. Disponível em: https://</p><p>acervomais.com.br/index.php/artigos/article/view/9381/5706. Acesso em: 10 jan. 2024.</p><p>MOTA, D. M.; VIGO, A.; KUCHENBECKER, R. de S. Reações adversas a medicamentos no sistema</p><p>de farmacovigilância do Brasil, 2008 a 2013: estudo descritivo. Cadernos de Saúde Pública, v.</p><p>35, n. 8, p. 1-13, 2019.</p><p>SILVA, S. M. de S. et al. Cuidado farmacêutico: revisão da farmacoterapia de usuários da atenção</p><p>primária à saúde. Infarma – Ciências Farmacêuticas, [S.l.], v. 33, n. 2, p. 197-207, June 2021. Dispo-</p><p>nível em: https://revistas.cff.org.br/?journal=infarma&page=article&op=view&path%5B%5D=2764.</p><p>Acesso em: 10 jan. 2024.</p><p>STORPIRTIS, S. et al. Farmácia clínica e atenção farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-</p><p>gan, 2008.</p><p>5</p><p>8</p><p>1. Resposta:</p><p>a. A paciente em questão está tendo um PRM do tipo 3 de efetividade. O medicamento que</p><p>ela toma, o sulfato ferroso não está sendo efetivo, pois está sofrendo uma interação com os</p><p>alimentos e não está sendo absorvido corretamente. Por isso ela não melhora da sua anemia.</p><p>b. Para resolver o problema a paciente precisa ser orientada a tomar o sulfato ferroso meia</p><p>hora antes das refeições e de preferência com um suco de fruta ácido (limonada ou suco</p><p>de abacaxi). O pH ácido melhora substancialmente a absorção do sulfato ferroso, por isto</p><p>ele deve ser ingerido antes das refeições e com sucos ácidos.</p><p>2. Opção B. A sentença I está errada porque cura de doença é pneumonia bacteriana, amigda-</p><p>lite estreptocócica. A sentença III está errada porque prevenção de doença é: osteoporose,</p><p>infarto agudo do miocárdio.</p><p>3. Opção C. Temos três categorias de PRM: indicação, segurança e efetividade e cada uma</p><p>delas se subdivide em mais duas categorias.</p><p>4. Opção C. A afirmativa III está errada, pois foi o III, e não o II Consenso de Granada que mo-</p><p>dificou o termo PRM para RMN.</p><p>5. Resposta:</p><p>É importante criar uma atmosfera de intimidade no momento de pactuar decisões com o</p><p>paciente, proporcionar escuta ativa e comunicação não verbal, que crie um ambiente de</p><p>confidencialidade.</p><p>É importante obter feedback do paciente, a fim de reconhecer se a explicação foi satisfatória. Po-</p><p>dem-se indicar outras fontes para o paciente pesquisar, como páginas da web voltadas a pacientes.</p><p>Negociar a melhor decisão com o paciente e, se não houver urgência, permitir um tempo</p><p>para que cada um reflita sobre suas opiniões até a próxima consulta.</p><p>GABARITO</p><p>5</p><p>9</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>POLÍTICA NACIONAL</p><p>DE MEDICAMENTOS</p><p>Conhecer a evolução do acesso aos medicamentos no Brasil nas suas diferentes aborda-</p><p>gens políticas.</p><p>Reconhecer as implicações dessas diretrizes na Política Nacional de Saúde e no desen-</p><p>volvimento da Assistência Farmacêutica.</p><p>Compreender as diretrizes, prioridades, responsabilidades de gestão, acompanhamento</p><p>e avaliação da Política Nacional de Medicamentos (PNM).</p><p>Conhecer a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME).</p><p>Conhecer a Reorientação da Assistência Farmacêutica</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você sabia que, desde que o comércio de medicamentos iniciou no país, lá por</p><p>meados do século XVIII, o acesso da população aos medicamentos disponíveis</p><p>era restrito e um privilégio das classes mais abastadas da sociedade?</p><p>A maioria da população, no cuidado de sua saúde e na cura das doenças,</p><p>sempre lançou mão do uso de infusões e macerações de plantas medicinais,</p><p>assim como de elementos místicos e práticas religiosas de curandeirismo e ben-</p><p>zeduras como instrumentos terapêuticos.</p><p>Atualmente, o acesso aos medicamentos por grande faixa da população tornou-</p><p>-se uma realidade. Você saberia dizer de que modo as mudanças sociais, econômicas</p><p>e políticas influenciaram a melhoria desse acesso? Qual foi o escopo do processo</p><p>político-Social que determinou a criação de uma política de medicamentos no país?</p><p>Tudo começou com o Movimento da Reforma Sanitária Brasileira, que</p><p>aconteceu no Brasil em meados dos anos 1970, como uma resposta democrática</p><p>à saúde coletiva comprometida por um Estado Totalitário. Esse movimento ex-</p><p>pressou a indignação social frente às desigualdades e à mercantilização da saúde,</p><p>que se configurou num projeto includente e solidário, que defendia a saúde como</p><p>direito universal de todos os cidadãos.</p><p>A criação da Política Nacional de Medicamentos (PNM) veio de encontro</p><p>a uma crescente ampliação dos serviços de saúde decorrentes da implantação e</p><p>desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS).</p><p>O ideário da PNM corrobora, de modo intrínseco à Política Nacional de</p><p>Saúde, na construção de elementos</p><p>fundamentais ao desenvolvimento de ações</p><p>de promoção e melhoria da assistência à saúde.</p><p>O propósito principal da PNM é o de garantir a eficácia, segurança e qualida-</p><p>de dos medicamentos, a promoção do seu uso racional e o acesso da população</p><p>aos medicamentos essenciais.</p><p>Você está convidado a conhecer um pouco mais sobre a Relação Nacional de Me-</p><p>dicamentos (Rename). Confira o podcast que preparamos e fique por dentro desse</p><p>assunto, a fim de contribuir com o seu processo de formação. Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Com a criação dos Ministérios da Educação e da Saúde, em 1930, a assistência à</p><p>saúde passou a ser executada por alguns hospitais especializados em psiquiatria e</p><p>tuberculose, voltada à parcela da população denominada “indigente”, tinha caráter</p><p>filantrópico e se encontrava em poucos estados e alguns municípios. A assistência</p><p>médico-hospitalar prestada a esta população não era considerada um direito, mas</p><p>sim uma ação de caridade.</p><p>“A caridade ou a dádiva era o sustentáculo das Santas Casas de Misericórdia. Elas</p><p>eram associações organizadas para prestar auxílio àqueles que nada tinham, mas</p><p>também eram o principal lugar de depósito para aqueles que desejavam doar”</p><p>(TOMASCHEWSKI, 2014, p. 23).</p><p>Houve a expansão estrutural das unidades ambulatoriais e hospitalares pelo país,</p><p>bem como a contratação de serviços privados de referência nas grandes cidades.</p><p>Todavia, somente os trabalhadores formais (com carteira assinada) e seus depen-</p><p>dentes tinham direito a essa assistência à saúde prestada pelo Instituto Nacional</p><p>de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS).</p><p>Nesse período, a assistência à saúde no país podia ser categorizada em:</p><p>■ os que podiam pagar pelos serviços;</p><p>■ os que tinham direito à assistência prestada pelo INAMPS;</p><p>■ os que não tinham nenhum direito.</p><p>Entretanto, você pode questionar: como a Política Nacional de Medicamentos</p><p>está inserida nesse contexto?</p><p>O acesso aos serviços de saúde pressupõe o acesso a medicamentos, consi-</p><p>derados como insumos essenciais que integram as estratégias de tratamento das</p><p>doenças, promoção, manutenção e recuperação da saúde.</p><p>Em 1988, ocorreu o I Encontro Nacional de Assistência Farmacêutica e</p><p>Política de Medicamentos, que contou com a participação de representantes</p><p>do governo federal, dos conselhos de farmácia, medicina e enfermagem, das</p><p>universidades, da indústria farmacêutica e outros setores farmacêuticos, e dos</p><p>1</p><p>4</p><p>gestores estaduais e municipais de saúde, que teve por objetivo alinhar a política</p><p>nacional de medicamentos aos princípios e diretrizes do SUS (BRASIL, 1988).</p><p>Todo esse movimento culminou na publicação da Portaria GM/MS nº 3.916,</p><p>de 30 de outubro de 1998, que aprovou a Política Nacional de Medicamentos.</p><p>POLÍTICA NACIONAL DOS MEDICAMENTOS</p><p>A criação da PNM veio de encontro a uma crescente ampliação dos serviços de</p><p>saúde decorrentes da implantação e desenvolvimento do SUS.</p><p>O aumento da oferta de serviços gerou, consequentemente, um aumento na</p><p>demanda pelo acesso aos medicamentos, principal ferramenta terapêutica em-</p><p>pregada. Além disto, o país estava em franco processo de transição epidemiológi-</p><p>ca, marcada pelo aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis</p><p>(cardiovasculares, reumáticas e do diabetes).</p><p>O período em questão também foi marcado pelo aumento na morbimortalidade</p><p>decorrente da violência urbana, incluindo-se homicídios e acidentes de trânsito.</p><p>Outras doenças como dengue, malária, tuberculose, infecções sexualmente</p><p>transmissíveis, com destaque para a Aids, também colaboraram para o aumento</p><p>da carga de doenças na população (BRASIL, 2001).</p><p>Somados a este cenário constatam-se a desarticulação da assistência farmacêu-</p><p>tica nos serviços de saúde, que trouxe problemas como a irregularidade do abas-</p><p>tecimento de medicamentos na atenção básica; o aumento da pressão da indústria</p><p>farmacêutica sobre a prescrição médica e os padrões de consumo, com estímulo</p><p>à automedicação e práticas comerciais abusivas, que induzem o uso irracional de</p><p>medicamentos; e o déficit na regulamentação do mercado farmacêutico nacional,</p><p>as propagandas abusivas e a onda de falsificação de medicamentos (BRASIL, 2001).</p><p>“ A PMN vem trazer orientações para assegurar o acesso pela popula-</p><p>ção a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade, ao menor cus-</p><p>to possível. Os gestores do SUS, nas três esferas de governo (União,</p><p>Estados e Municípios), devem atuar em parceria e concentrar es-</p><p>forços no sentido de que o conjunto das ações direcionadas para</p><p>o alcance deste propósito esteja balizado pelas diretrizes definidas</p><p>nesta Política (BRASIL, 2001, p. 12).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>RELAÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS</p><p>Medicamentos essenciais são definidos como aqueles que “satisfazem as neces-</p><p>sidades prioritárias de atenção à saúde da população” e selecionados de acordo</p><p>com sua relevância para a saúde pública, evidências sobre eficácia e segurança e</p><p>relação custo-efetividade (WHO, 2002).</p><p>Destinam-se a ser disponibilizados no contexto de sistemas de saúde, em</p><p>quantidades e nas formas farmacêuticas adequadas, com qualidade garantida</p><p>e informação adequada, e a um preço que o indivíduo e a comunidade possam</p><p>pagar (WHO, 2002).</p><p>No Brasil, a lista que possui os medicamentos essenciais recebeu o nome de</p><p>Relação Nacional de Medicamentos Essenciais, também conhecida como Re-</p><p>name, lista criada de acordo com as necessidades e perfis epidemiológicos do país.</p><p>A diretriz de adoção da Rename, como instrumento racionalizador das ações</p><p>no âmbito da assistência farmacêutica e medida indispensável para o uso racional</p><p>de medicamentos no contexto do SUS, serve de referência para as listas estaduais</p><p>e municipais de medicamentos essenciais e para a orientação da prescrição mé-</p><p>dica no SUS, assim como para dar direcionamento à produção farmacêutica</p><p>nacional e a pesquisa e desenvolvimento de medicamentos no país.</p><p>A Rename e suas congêneres nos estados e municípios são fundamentais para</p><p>a padronização da prescrição e do abastecimento de medicamentos no âmbito</p><p>do SUS, o que consequentemente reduz os custos da assistência farmacêutica.</p><p>Para tanto, é fundamental que a Rename seja divulgada continuamente pelos</p><p>vários meios de comunicação para que chegue aos profissionais de saúde que se</p><p>encontram na base da assistência e também à população (BRASIL, 2001).</p><p>Cabe aos gestores promover a revisão e atualização contínua e permanente da</p><p>Rename sempre com base no conceito de medicamento essencial da OMS.</p><p>Conheça a edição 2022 da Rename e verifique como ela está organizada agora.</p><p>Leia as orientações das páginas iniciais e entenda os novos conceitos e métodos</p><p>aplicados na sua revisão e atualização. Recursos de mídia disponíveis no conteú-</p><p>do digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>1</p><p>REORIENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA</p><p>Outro ponto de destaque é a Reorientação da Assistência Farmacêutica, em</p><p>que a assistência farmacêutica centrada na aquisição e distribuição de medica-</p><p>mentos deverá ser reorientada de modo a desenvolver nas três esferas de governo</p><p>ações que promovam o acesso da população aos medicamentos considerados</p><p>essenciais, devendo estar fundamentada na descentralização da gestão, na pro-</p><p>moção do uso racional de medicamentos, na otimização e na eficácia do sistema</p><p>de logística de distribuição em todo setor público, implementar mecanismos de</p><p>redução de preços dos produtos para facilitar o acesso aos medicamentos.</p><p>Essa reorientação da assistência farmacêutica deverá abranger as atividades</p><p>de seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição, controle de</p><p>qualidade e utilização (prescrição, dispensação e administração) de medicamen-</p><p>tos. Todo este processo deverá ter como meta o suprimento adequado baseado</p><p>nas necessidades da população e no seu perfil epidemiológico (BRASIL, 2001).</p><p>AQUISIÇÃO: a aquisição de</p><p>medicamentos será programada pelos estados e mu-</p><p>nicípios conforme critérios técnicos e administrativos preestabelecidos anterior-</p><p>mente, sendo os recursos financeiros para aquisição garantidos pelo repasse fun-</p><p>do a fundo e pela colaboração técnica dos Intergestores.</p><p>O repasse financeiro deverá priorizar a aquisição de medicamentos de uso contí-</p><p>nuo utilizados em condições crônicas de grande prevalência na população, assim</p><p>como aqueles definidos em acordos internacionais para uso em situações de cala-</p><p>midade e pandêmicas, também deve estar garantida a aquisição de medicamen-</p><p>tos para pacientes de alto risco, como os renais crônicos e transplantados</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Para promoção do uso racional de medicamentos, o primeiro elemento a ser</p><p>considerado é a prescrição médica e suas repercussões socioeconômicas, de</p><p>forma especial no tratamento de doenças prevalentes em nível ambulatorial,</p><p>promovendo formas de prevenir a influência da indústria farmacêutica na pres-</p><p>crição e na demanda de medicamentos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Uma prescrição inapropriada pode envolver o uso de medicamentos que</p><p>apresentam riscos significativos de eventos adversos, enquanto exista evidência</p><p>de alternativas iguais ou mais eficazes e com menor risco para tratar a mesma</p><p>condição (BRASIL, 2001).</p><p>Formulário Terapêutico Nacional (FTN)</p><p>Como instrumento racionalizador do uso de medicamentos no Brasil, o For-</p><p>mulário Terapêutico Nacional (FTN) deverá trazer informações científicas,</p><p>isentas e embasadas em evidências sobre os medicamentos selecionados na Re-</p><p>name, tais como indicações terapêuticas, contraindicações, precauções, efeitos</p><p>adversos, interações, esquemas e cuidados de administração, orientação ao pa-</p><p>ciente, formas e apresentações disponíveis comercialmente</p><p>Também faz parte desta diretriz a adoção de medicamentos genéricos, en-</p><p>volvendo sua produção, comercialização, prescrição, dispensação e uso. Sendo</p><p>imprescindível à implementação dessas ações, a garantia de qualidade desses</p><p>medicamentos, o emprego dos conceitos de bioequivalência, biodisponibilidade</p><p>e intercambialidade (BRASIL, 2001).</p><p>Gestores</p><p>Até o momento foram apresentadas as diretrizes e prioridades da PNM, mas</p><p>ressalto que é importante, também, destacar as responsabilidades de cada gestor</p><p>nas três esferas de governo para a implantação e desenvolvimento da PMN, via-</p><p>bilizando seus propósitos.</p><p>1</p><p>8</p><p>GESTOR FEDERAL</p><p>Ao gestor federal, na figura do Ministério da Saúde, caberá a implementação e avalia-</p><p>ção da PMN, que compreenderão as responsabilidades junto às demais instâncias do</p><p>SUS de apoio técnico e financeiro, estabelecimento de normas gerais e promoção da</p><p>assistência farmacêutica em todas suas formas de organização, incluindo a formação</p><p>de consórcios Intergestores nos níveis estadual e municipal, destinar recursos fundo</p><p>a fundo para aquisição de medicamentos e organização da gestão, além de orientar</p><p>e assessorar estados e municípios nos processos de aquisição de medicamentos,</p><p>visando o abastecimento oportuno, regular e econômico, orientando os processos de</p><p>logística de distribuição e dispensação.</p><p>GESTOR ESTADUAL</p><p>Os gestores estaduais atuarão de modo suplementar ao Ministério da Saúde na formula-</p><p>ção, acompanhamento, execução e avaliação das propostas definidas na PNM. No seu âm-</p><p>bito, o gestor estadual, na figura da Secretaria Estadual de Saúde, coordenar o processo de</p><p>articulação intersetorial, formulará a política estadual de medicamentos, deverá cooperar e</p><p>assessorar técnica e financeiramente os municípios sob sua jurisdição, coordenar a execu-</p><p>ção da assistência farmacêutica estadual, estimulará e orientará a formação dos consórcios</p><p>intermunicipais de saúde. Ainda, promover e participar de pesquisa e desenvolvimento de</p><p>medicamentos, disseminar informação técnico-científica, elaborar a relação estadual de</p><p>medicamentos essenciais tendo como base a Rename, desenvolver ações de promoção</p><p>do uso racional de medicamentos, investir na formação de recursos humanos para gestão</p><p>da assistência farmacêutica, implementar e executar as ações de vigilância sanitária sob</p><p>a sua responsabilidade, estruturar o sistema de logística de aquisição, armazenamento e</p><p>distribuição de medicamentos no estado, coordenar e assessorar o processo de aquisição</p><p>de medicamentos pelos municípios, visando a correta programação, abastecimento ade-</p><p>quado e economicidade, priorizar a aquisição de laboratórios oficiais localizados no estado.</p><p>GESTOR MUNICIPAL</p><p>no âmbito municipal, caberá à Secretaria Municipal de Saúde coordenar a assistência</p><p>farmacêutica do município, participar dos consórcios intermunicipais de saúde, promo-</p><p>ver o uso racional de medicamentos, elaborar a relação municipal de medicamentos</p><p>essenciais com base na Rename, implementar e executar ações de vigilância sanitária,</p><p>treinar e capacitar os recursos humanos no que se refere à execução da PNM no mu-</p><p>nicípio, estruturar o sistema de logística de aquisição, armazenamento e distribuição</p><p>de medicamentos no município de acordo com o Plano Municipal de Saúde, visando a</p><p>correta programação, abastecimento adequado e economicidade, investir na infraes-</p><p>trutura de centrais farmacêuticas e das farmácias dos serviços de saúde, assegurando</p><p>a conservação e a qualidade dos medicamentos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Toda política pública, depois de implantada, deve ser objeto de acompanhamento</p><p>e contínua avaliação, o que não será diferente para PNM. A finalidade da ava-</p><p>liação é conhecer o impacto da política na saúde da população, em especial no</p><p>que diz respeito à melhoria do acesso aos medicamentos e ao seu uso racional.</p><p>É preciso medir e analisar se as diretrizes e prioridades estão sendo cumpri-</p><p>das e se estão proporcionando o aumento na qualidade da assistência à saúde</p><p>definida para o SUS.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei-</p><p>to deste tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A PNM produziu, desde sua criação, um impacto muito positivo no acesso e</p><p>promoção do uso racional de medicamentos, e o farmacêutico tem sido o agente</p><p>chave de todo esse processo e da reorientação da assistência farmacêutica no SUS.</p><p>Diversas pesquisas têm demonstrado o crescimento exponencial da oferta</p><p>de medicamentos no país, para várias condições clínicas, bem como o acesso da</p><p>população, em especial aquela menos favorecida economicamente. Este cresci-</p><p>mento demandou a ampliação das ações de assistência farmacêutica.</p><p>Não basta somente oferecer o medicamento à população, caberá a você, far-</p><p>macêutico, garantir o seu uso racional por meio de ações de educação em saúde,</p><p>acesso às informações objetivas e seguras sobre medicamentos, intervenções</p><p>do farmacêutico e seguimento farmacoterapêutico dos pacientes, capacitação</p><p>de profissionais de saúde, entre outras, são estratégias que você deverá aplicar</p><p>continuamente para alcançar eficácia, segurança e qualidade da farmacoterapia.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Entre os anos 1960 e 1970, havia uma grande disparidade no que diz respeito ao acesso</p><p>de medicamentos pela população. A assistência à saúde, em conjunto com a previdência</p><p>social, era um privilégio dos trabalhadores com “carteira assinada” e suas famílias. Ainda</p><p>assim, essa assistência era incompleta, uma vez que contemplava o fornecimento de me-</p><p>dicamentos somente às pessoas hospitalizadas. No ano de 1971, por iniciativa do Governo</p><p>Federal, foi implementada a primeira estratégia governamental de tentativa de facilitar o</p><p>acesso aos medicamentos pela população. Descreva qual foi essa estratégia e seus prin-</p><p>cipais objetivos.</p><p>2. Medicamentos essenciais são definidos como aqueles que “satisfazem as necessidades</p><p>prioritárias de atenção à saúde da população”, e selecionados de acordo com sua relevância</p><p>para a saúde pública, evidências sobre eficácia e segurança e relação custo-efetividade.</p><p>Destinam-se a ser disponibilizados no contexto de sistemas de saúde, em quantidades</p><p>e</p><p>nas formas farmacêuticas adequadas, com qualidade garantida e informação adequada,</p><p>e a um preço que o indivíduo e a comunidade possam pagar (WHO, 2021). No Brasil, a lista</p><p>de medicamentos essenciais é denominada Rename. Descreva a função da Rename no</p><p>contexto da Política Nacional de Medicamentos.</p><p>3. A Portaria GM/MS nº 3.916/1998 estabeleceu as diretrizes da ação pública na área de me-</p><p>dicamentos com o objetivo de “garantir a necessária segurança, eficácia e qualidade dos</p><p>medicamentos, a promoção do uso racional e o acesso da população àqueles considerados</p><p>essenciais”. Suas principais diretrizes são: o estabelecimento da relação de medicamentos</p><p>essenciais, a reorientação da assistência farmacêutica, o estímulo à produção de medica-</p><p>mentos e a regulamentação sanitária.</p><p>Sobre o que representa corretamente o que foi aprovado por meio da referida portaria,</p><p>assinale a alternativa correta:</p><p>a) A assistência farmacêutica no SUS.</p><p>b) A relação nacional de medicamentos essenciais.</p><p>c) A promoção do uso racional de medicamentos.</p><p>d) A política nacional de medicamentos.</p><p>e) A política nacional de saúde.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>4. Na reorientação da assistência farmacêutica, existe a recomendação da descentralização</p><p>dos processos de aquisição e distribuição dos medicamentos aos gestores estaduais e</p><p>municipais. No entanto, em algumas situações específicas é favorável que esses processos</p><p>sejam centralizados. Para isso, devem ser considerados alguns aspectos epidemiológicos.</p><p>Considerando o que descreve corretamente um critério epidemiológico a ser acatado na</p><p>compra centralizada de medicamentos, assinale a alternativa correta:</p><p>a) O financiamento da aquisição e da distribuição dos produtos, sobretudo no tocante à</p><p>disponibilidade de recursos financeiros.</p><p>b) O custo-benefício e o custo-efetividade da aquisição e distribuição dos produtos em</p><p>relação ao conjunto das demandas e necessidades de saúde da população.</p><p>c) A repercussão do fornecimento e uso dos produtos sobre a prevalência ou incidência</p><p>de doenças e agravos relacionados aos medicamentos fornecidos.</p><p>d) A necessidade de garantir apresentações de medicamentos, em formas farmacêuticas</p><p>e dosagens adequadas, considerando a sua utilização por grupos populacionais espe-</p><p>cíficos, como crianças e idosos.</p><p>e) As doenças que configuram problemas de saúde pública, que atingem ou põem em</p><p>risco as coletividades, e cuja estratégia de controle concentra-se no tratamento de seus</p><p>portadores.</p><p>5. Para a promoção do uso racional de medicamentos, o primeiro elemento a ser considerado</p><p>é a prescrição médica e suas repercussões socioeconômicas, de forma especial no trata-</p><p>mento de doenças prevalentes em nível ambulatorial, promovendo formas de prevenir a</p><p>influência da indústria farmacêutica na prescrição e na demanda de medicamentos (BRA-</p><p>SIL, 2001). Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela que representa corretamente um</p><p>outro elemento da promoção do uso racional de medicamentos:</p><p>a) Programação adequada para aquisição de medicamentos.</p><p>b) Monitorização do uso dos medicamentos pela população.</p><p>c) Desregulamentação da propaganda de medicamentos.</p><p>d) Distribuição massiva e irregular de amostras grátis aos médicos.</p><p>e) Proibição da intercambialidade de medicamentos nas farmácias.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Central de Medicamentos – Carta de Brasília. I Encontro Nacional</p><p>de Assistência Farmacêutica e Política de Medicamentos: relatório final. Brasília: Ministério da Saú-</p><p>de, 1988. 40 p. Disponível em: https://www.farmacia.ufmg.br/wp-content/uploads/2017/05/</p><p>Ref-49_M%C3%B3d-2-Tema-5-Carta-de-Bras%C3%ADlia-I-Enc-Nac.-AF-Pol-Medic-Brasil.pdf.</p><p>Acesso em: 4 nov. 2023.</p><p>BRASIL. Portaria nº 3 916, de 30 de outubro de 1998. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.</p><p>br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3916_30_10_1998.html. Acesso em: 10 jan. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento Atenção Básica.</p><p>Política Nacional de Medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2001. (Série C. Projetos, Pro-</p><p>gramas e Relatórios, n. 25). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politi-</p><p>ca_medicamentos.pdf. Acesso em: 4 nov. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Depar-</p><p>tamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Relação Nacional de Medica-</p><p>mentos Essenciais – Rename. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.</p><p>TOMASCHEWSKI, C. et al. Entre o Estado, o mercado e a dádiva: a distribuição da assistência</p><p>a partir das irmandades da Santa Casa de Misericórdia nas cidades de Pelotas e Porto Alegre,</p><p>Brasil, [c. 1847 c. 1891.] 2014.</p><p>WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Relatório sobre o 12º Comitê de Especialistas em</p><p>Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais. Série de Laudos Técnicos nº 914. Genebra: Orga-</p><p>nização Mundial da Saúde, 2002.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Resposta: a estratégia foi a criação da Central de Medicamentos (CEME), que tinha como</p><p>objetivo a promoção e organização do fornecimento de medicamentos a preços acessí-</p><p>veis para a população, cujas condições econômicas não permitissem a aquisição a preços</p><p>praticados no mercado. Também era função da CEME regular a produção e distribuição de</p><p>medicamentos dos laboratórios farmacêuticos oficiais do Estado.</p><p>2. Resposta: como instrumento racionalizador das ações no âmbito da assistência farmacêutica</p><p>e medida indispensável para o uso racional de medicamentos no contexto do SUS, servirá</p><p>de referência para as listas estaduais e municipais de medicamentos essenciais, para a</p><p>orientação da prescrição médica no SUS, assim como para dar direcionamento à produção</p><p>farmacêutica nacional e à pesquisa e desenvolvimento de medicamentos no país. Pode ser</p><p>utilizada também como parâmetro para a Vigilância Sanitária no estabelecimento de ações</p><p>prioritárias como na concessão e revisão de registros de medicamentos, na padronização e</p><p>atualização das informações de rotulagem e bulas, no desenvolvimento de programas de</p><p>avaliação da qualidade e na vigilância pós-comercialização.</p><p>3. Opção D. A Portaria GM/MS nº 3.916/1998, conforme seu Art. 1º, aprova a Política Nacional</p><p>de Medicamentos.</p><p>4. Opção E. O critério epidemiológico representado é: “as doenças que configuram problemas de</p><p>saúde pública, que atingem ou põem em risco as coletividades, e cuja estratégia de controle</p><p>concentra-se no tratamento de seus portadores". As demais alternativas referem-se aos as-</p><p>pectos técnicos e administrativos da aquisição e distribuição centralizada de medicamentos.</p><p>5. Opção B. Uma das principais estratégias de promoção do uso racional de medicamentos é</p><p>a monitorização do uso dos medicamentos pela população por meio do Sistema Nacional</p><p>de Farmacovigilância.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>5</p><p>MINHAS METAS</p><p>USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS</p><p>Conhecer os conceitos que fundamentam o uso racional de medicamentos.</p><p>Compreender as práticas de uso irracional de medicamentos empregadas na farmacote-</p><p>rapia.</p><p>Entender os fatores e as barreiras que se opõem ao uso racional de medicamentos.</p><p>Estudar os elementos que compõem a promoção do uso racional de medicamentos.</p><p>Explorar os princípios da automedicação, do uso abusivo de medicamentos, da prescri-</p><p>ção racional de medicamentos e da polifarmácia.</p><p>Entender o fundamento da decisão terapêutica baseada em evidências científicas.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A maior expectativa quando se institui um tratamento medicamentoso é a de que ele</p><p>seja eficaz e seguro, trazendo, assim, benefícios para a saúde de quem o utiliza.</p><p>No entanto, nem sempre as circunstâncias nas quais a farmacoterapia aconte-</p><p>ce são favoráveis à obtenção desses benefícios. Pelo contrário, os danos causados</p><p>podem sobrepô-los, o que resulta em prejuízo à saúde.</p><p>O uso abusivo, insuficiente ou inadequado de medicamentos causa danos</p><p>à saúde da população e desperdiça os recursos públicos. Situações comuns,</p><p>como a polifarmácia e a automedicação, predispõem e favorecem o uso</p><p>irracional de medicamentos.</p><p>No seu cotidiano, você já se deparou com situações de uso irracional de</p><p>medicamentos ou realizou alguma ação que pode estar relacionada a essa</p><p>prática? Conhece algum caso de uso irracional de medicamentos com con-</p><p>sequências para a saúde das pessoas?</p><p>A resistência bacteriana aos antibióticos está cada vez mais associada ao uso indis-</p><p>criminado desses medicamentos. Estudos apontam que é nos hospitais onde acontece</p><p>a maioria dos casos de resistência bacteriana aos antibióticos. Para comprovar a afir-</p><p>mação exibida, são exigências da Vigilância Sanitária a todos os hospitais a criação</p><p>e o funcionamento de uma Comissão de Controle de Infecções Hospitalares.</p><p>Constata-se que os microrganismos multirresis-</p><p>tentes estão extrapolando o ambiente hospitalar, o</p><p>que está causando infecções comunitárias por esses</p><p>microrganismos. Com isso, estima-se que a vida útil</p><p>de vários antibióticos está chegando ao fim, o que levará a falhas importantes</p><p>no combate de infecções causadas por microrganismos multirresistentes e ao</p><p>consequente aumento da mortalidade.</p><p>Diante do significativo desafio de saúde pública voltado à falta de antibióticos</p><p>eficazes contra determinados tipos de bactérias que afetam a população, qual será</p><p>a estratégia que devemos abordar?</p><p>Espero que, ao final deste estudo, você conheça ainda mais o uso racional de medica-</p><p>mentos, o que te ajudará em seus atendimentos clínicos. Forte abraço e bons estudos!</p><p>A vida útil de vários</p><p>antibióticos está</p><p>chegando ao fim</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>PROGRAMA DE USO RACIONAL DOS ANTIMICROBIANOS EM</p><p>INSTITUIÇÕES DE SAÚDE</p><p>A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) dispõe de um guia de</p><p>uso racional de antimicrobianos que propõe a criação de um programa de uso</p><p>racional dos antimicrobianos em instituições de saúde.</p><p>O programa representa um conjunto de ações destinadas a racionalizar a</p><p>prescrição de antimicrobianos, variando desde uma simples avaliação do con-</p><p>sumo global até complexos processos de assessoria, padronização de condutas e</p><p>medidas intervencionistas.</p><p>O envelhecimento da população, acompanhado pela evolução de tecnologias em</p><p>saúde e fármacos mais eficazes, explica o fenômeno da polifarmácia. Com certe-</p><p>za, os idosos, com doenças crônicas, conhecem os efeitos dessa prática. Vamos</p><p>entender quais são os riscos da polifarmácia para os idosos? Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos recordar a definição de automedicação? A Organização Mundial da Saúde</p><p>(OMS) define automedicação como “a seleção e uso de medicamentos para tratar</p><p>doenças ou sintomas” autorreconhecidos (NAVES et al., 2010, p. 1751).</p><p>O uso não orientado de medicamentos feito por opção do usuário, a utilização</p><p>indiscriminada de antibióticos e da prescrição médica não orientada em evidências</p><p>científicas, o número exacerbado de apresentações farmacêuticas disponíveis no</p><p>mercado e a falta de adesão ao tratamento pelos pacientes são alguns dos fatores</p><p>que predispõem e favorecem o uso irracional de medicamentos.</p><p>1</p><p>8</p><p>O objetivo primordial do programa é otimizar as prescrições, visando ao melhor</p><p>resultado terapêutico ou profilático, à redução dos efeitos adversos e ao</p><p>impedimento da proliferação de microrganismos patogênicos e da emergência de</p><p>resistência microbiana, proporcionando um ambiente de maior segurança para os</p><p>pacientes.</p><p>O uso racional de antimicrobianos é uma responsabilidade de todos os profissio-</p><p>nais envolvidos no tratamento, quer sejam médicos, farmacêuticos ou enfermeiros.</p><p>Conheça o escopo do programa recomendado pela Anvisa. Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS</p><p>Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso racional de medica-</p><p>mentos requer que:</p><p>■ O medicamento adequado seja prescrito.</p><p>■ O medicamento esteja disponível no momento certo.</p><p>■ O medicamento tenha um preço que as pessoas podem pagar.</p><p>■ O medicamento seja dispensado corretamente.</p><p>■ O medicamento seja tomado na dose certa.</p><p>■ O medicamento seja tomado no intervalo de tempo certo.</p><p>■ Seja oferecido um tempo de tratamento certo.</p><p>■ O medicamento apropriado seja eficaz, de qualidade aceitável e seguro.</p><p>De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 50% dos medi-</p><p>camentos são prescritos, dispensados e administrados de maneira não adequada.</p><p>Na mesma proporção, dá-se o uso incorreto pelo paciente. Os medicamentos,</p><p>quando são indevidamente e desnecessariamente utilizados, podem causar danos</p><p>à saúde e levar à morte (BRASIL, 2019).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>Segundo o Ministério da Saúde, entre os anos de 2012 e 2016, houve, no Siste-</p><p>ma Único de Saúde (SUS), um aumento de 30% no atendimento de pessoas com</p><p>depressão. Além do mais, no mesmo período, houve um crescimento de 87% no</p><p>número de unidades de antidepressivos dispensados. Verifica-se, nesse contexto,</p><p>que o medicamento é o meio mais rápido para a resolução de problemas, quer</p><p>sejam afetivos, clínicos ou sociais.</p><p>Em 2017, o Brasil foi o sexto maior produtor mundial de benzodiazepínicos</p><p>e o terceiro maior consumidor desses medicamentos. A cultura da medicalização</p><p>leva as pessoas à automedicação ou à procura de atendimento médico, para que</p><p>possam se manter produtivas, aumentando o rendimento no trabalho, sem levar</p><p>em consideração que o tratamento medicamentoso, além de oferecer riscos para</p><p>a saúde, pode causar dependência, transformando fatos normais do cotidiano</p><p>em doenças (BRASIL, 2019).</p><p>Assim como você pôde observar até o momento por intermédio de alguns conceitos</p><p>e exemplos, o uso irracional de medicamentos pode causar graves problemas de</p><p>saúde pública. O que foi pensado para curar e aliviar sintomas torna-se um vilão da</p><p>saúde e do bem-estar das pessoas a ser enfrentado pela sociedade.</p><p>USO NÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS</p><p>Conheça, a seguir, os principais problemas que podem dificultar ou impedir o</p><p>uso racional de medicamentos.</p><p>Automedicação</p><p>Segundo a OMS, a automedicação é feita quando o indivíduo seleciona e utili-</p><p>za medicamentos para tratar sintomas e doenças reconhecidas por ele próprio.</p><p>Dentre os fatores mais comuns que levam à automedicação, estão os econômi-</p><p>cos, políticos e culturais, o aumento à facilidade de acesso, a assistência médica</p><p>insuficiente e o maior número de doenças crônicas.</p><p>A frequência de consumo por classes terapêuticas dos medicamentos em</p><p>ordem decrescente de automedicação são os analgésicos, os relaxantes muscula-</p><p>8</p><p>1</p><p>res, os anti-inflamatórios e os antirreumáticos. Com isso, verifica-se que a maior</p><p>motivação para a automedicação é a dor.</p><p>Os fármacos mais consumidos são dipirona, dipirona associada à cafeína</p><p>e orfenadrina e paracetamol, que são de venda isenta de prescrição médica, de</p><p>baixo custo e de fácil acesso pela população (ARRAIS et al., 2016).</p><p>A automedicação também pode trazer outros problemas, como o desperdício</p><p>de recursos financeiros, o aumento da resistência dos microrganismos patogê-</p><p>nicos e o risco de ocorrência de reações adversas aos medicamentos, os quais</p><p>podem prolongar injúria e sofrimento (BENNADI, 2013).</p><p>A automedicação está sempre vinculada ao uso irracional de medicamentos.</p><p>Compreendemos que o panorama da automedicação não é exatamente como se</p><p>costuma propagar nos meios de comunicação.</p><p>A OMS defende a automedicação responsável, quando há o domínio do</p><p>conhecimento em saúde por indivíduos que a praticam e com a ajuda e a orientação</p><p>de um profissional da saúde, preferencialmente, o farmacêutico.</p><p>Uso abusivo de medicamentos</p><p>Definido como o uso de medicamentos prescritos, ou não, de maneira diferente</p><p>das razões para as quais eles são indicados ou por uma pessoa à qual o medica-</p><p>mento não foi prescrito, o uso abusivo de medicamentos é um problema real e</p><p>se chama “uso não médico de medicamentos prescritos”.</p><p>O uso abusivo pode se dar pelo paciente, que</p><p>toma a sobra de medicamen-</p><p>tos prescritos anteriormente ou aumenta indevidamente, sem o conhecimento</p><p>médico, a dose dos medicamentos prescritos em uso.</p><p>Prescrição irracional de medicamentos</p><p>Compreende a receita escrita de um plano terapêutico elaborado por profissio-</p><p>nais legalmente habilitados.</p><p>A prescrição representa o primeiro passo do processo de uso racional de me-</p><p>dicamentos, que se inicia pela seleção do medicamento apropriado ao paciente</p><p>e ao problema de saúde dele. Em outras palavras, o medicamento prescrito deve</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>ter indicação clara e objetiva para o tratamento da doença em questão, respei-</p><p>tando as especificidades do paciente, dentre elas, a idade, o gênero e as condições</p><p>fisiológicas, como a gravidez.</p><p>São vários os elementos que constituem fatores de risco para as prescrições</p><p>irracionais por parte dos prescritores. Eles vão desde a imprecisão no diagnóstico,</p><p>a falta de informação sobre o medicamento prescrito, a pouca experiência na área</p><p>de atuação e a educação médica insuficiente até dificuldades na relação médi-</p><p>co-paciente. O paciente também pode contribuir para a prescrição irracional</p><p>quando demanda medicamentos ao prescritor, com o objetivo de se automedicar.</p><p>Os fatores institucionais e políticos também exercem pressão sobre a pres-</p><p>crição de medicamentos, tornando-a irracional. É possível citar a propaganda</p><p>de medicamentos e os incentivos financeiros ao prescritor, a não cobertura dos</p><p>planos de saúde, a falta de acesso à informação sobre medicamentos, assim como</p><p>a falha nos processos de padronização e incorporação de novos medicamentos.</p><p>A prescrição irracional pode aumentar o impacto nos custos em saúde, pro-</p><p>mover o surgimento de resistência antimicrobiana, fomentar o risco de ocorrên-</p><p>cia de reações adversas e reduzir a adesão do paciente ao tratamento (NÉRI et</p><p>al., 2011; GONÇALVES et al., 2020).</p><p>Polifarmácia</p><p>A polifarmácia é entendida como o uso corriqueiro e concomitante de cinco ou</p><p>mais medicamentos pelo paciente, sejam eles prescritos, ou não (WHO, 1998).</p><p>Ela ocorre principalmente entre os idosos, podendo levar com maior frequência</p><p>à ocorrência de interações medicamentosas, reações adversas a medicamentos e</p><p>erros de medicação. Quanto mais medicamentos estiverem em uma prescrição,</p><p>mais chance ela tem de ser inapropriada.</p><p>A prevalência da polifarmácia em nosso país é de cerca de 9,4% da população</p><p>geral medicada na Atenção Primária à Saúde e 18% entre os idosos usuários</p><p>de medicamentos. A grande maioria (79%) relata ter diabetes ou doenças car-</p><p>diovasculares ou ambas concomitantemente.</p><p>No hospital, a polifarmácia é a responsável, além dos problemas com as in-</p><p>terações medicamentosas e as reações adversas a medicamentos, pelo aumento</p><p>do tempo de permanência hospitalar em cinco dias ou mais, independentemente</p><p>do gênero ou motivo da internação (SILVA et al., 2016).</p><p>8</p><p>1</p><p>Uma prescrição médica ambulatorial deverá ser feita preferencialmente em</p><p>um sistema informatizado e conter os seguintes itens obrigatórios:</p><p>■ Legibilidade e ausência de rasuras e emendas.</p><p>■ Identificação do usuário.</p><p>■ Identificação do medicamento, da concentração, da dosagem, da forma</p><p>farmacêutica e da quantidade.</p><p>■ Modo de usar ou posologia.</p><p>■ Duração do tratamento.</p><p>■ Local e data da emissão.</p><p>■ Assinatura e identificação do prescritor com o número de registro no</p><p>respectivo conselho profissional.</p><p>Colateral – Para cada mal existe um remédio. Da ansiedade à zoonose, passando</p><p>pela impotência, você somente deve encontrar o medicamento certo para os seus</p><p>sintomas. Opções não faltam: fitoterápicos, homeopáticos e químicos: é tudo uma</p><p>questão de tentativa e erro. Caso você não se sinta bem, procure o seu médico</p><p>até encontrar o coquetel certo que restaure a sua saúde ou aquele que te trans-</p><p>forme em uma aberração mutante. Assista ao vídeo do canal “Porta dos Fundos”,</p><p>que faz uma cômica e, ao mesmo tempo, uma trágica reflexão sobre a prescrição</p><p>irracional de medicamentos. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital</p><p>do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS</p><p>A seleção dos medicamentos no momento da prescrição, assim como as deci-</p><p>sões em saúde pública tomadas por gestores, financiadores, profissionais e pelo</p><p>público, têm cada vez mais sido fundamentadas em evidências. Logo, toda</p><p>informação relevante é filtrada por metodologias próprias de análise e síntese</p><p>para apoiar uma prática clínica específica de cuidado de pacientes individuais ou</p><p>de grupos de pacientes, o que é um grande desafio para o profissional de saúde.</p><p>Dois requisitos são atribuídos à evidência científica em saúde: a qualidade</p><p>da evidência e o grau de recomendação de aplicação dela.</p><p>A qualidade da evidência, representada hierarquicamente pela qualidade</p><p>dos estudos que a compõem, indica a extensão da confiabilidade e se a estimativa</p><p>do efeito demonstrado está correta.</p><p>Já o grau de recomendação indica a relevância clínica e a aplicabilidade. Em ou-</p><p>tras palavras, indica a capacidade de a evidência se ajustar à prática clínica e a estima-</p><p>tiva de que a recomendação trará mais benefícios que riscos para a saúde do paciente.</p><p>Dentre as principais iniciativas do Ministério da Saúde para a promoção do</p><p>uso racional de medicamentos no Brasil, temos a criação, em 2007, do Comitê</p><p>Nacional para Promoção do Uso Racional de Medicamentos (CNPURM), que</p><p>tem, como objetivos, orientar e propor ações, estratégias e atividades ao uso ra-</p><p>cional de medicamentos baseadas na Política Nacional de Promoção da Saúde.</p><p>A Política Nacional de Medicamentos determina que a promoção do uso racional</p><p>de medicamentos é uma responsabilidade do Estado e dos profissionais de saúde.</p><p>Ela é garantida pela alocação de recursos suficientes ao desenvolvimento das</p><p>ações tanto de promoção do acesso quanto do uso racional.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a res-</p><p>peito do tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>8</p><p>4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A automedicação responsável definida pela OMS requer ações educativas por</p><p>parte do farmacêutico, de forma que toda iniciativa do paciente de se automedi-</p><p>car seja orientada e supervisionada pelo profissional, com a finalidade de garantir</p><p>o uso racional dos medicamentos com segurança e eficácia.</p><p>O farmacêutico tem o dever de intervir em qualquer prescrição irracional</p><p>que lhe seja apresentada, sempre com o intuito de subsidiar o trabalho do pres-</p><p>critor e proteger o paciente das consequências dos erros de prescrição. Ainda, é</p><p>da responsabilidade desse profissional o monitoramento da farmacoterapia de</p><p>pacientes com múltiplas enfermidades e que notadamente estão sujeitos à polifar-</p><p>mácia. Nesse caso, com a ajuda do farmacêutico, o paciente poderá tirar o melhor</p><p>proveito dos medicamentos que lhe são necessários, mesmo que sejam vários.</p><p>A intervenção farmacêutica pode ser uma iniciativa do farmacêutico, que</p><p>contribuirá para a redução da polifarmácia e do abuso do uso não médico de</p><p>medicamentos. A completa adesão à farmacoterapia é improvável sem a ação do</p><p>farmacêutico, quer seja como provedor dos medicamentos necessários, quer seja</p><p>como educador do paciente para ações de autocuidado e monitoramento do uso</p><p>por meio do emprego de metodologias apropriadas.</p><p>Essas são algumas de muitas ações do farmacêutico que podem ser empre-</p><p>gadas para a promoção do uso racional de medicamentos. No Brasil, o dia 5 de</p><p>maio ficou definido como o Dia Nacional pelo Uso Racional de Medicamen-</p><p>tos. A data foi criada em 1998 pelo Conselho Nacional de Entidades Estudantis</p><p>de Farmácia, sendo oficializada pelo Ministério da Saúde, com o intuito de alertar</p><p>a população dos problemas causados à saúde pela automedicação</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>5</p><p>1. No caso do uso de psicofármacos no sistema escolar, a atenção deve ser dada ao uso de</p><p>medicamentos para o tratamento do Transtorno de Déficit</p><p>de Atenção com ou sem Hipe-</p><p>ratividade. Segundo o relatório da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, a</p><p>partir dos anos 2000, o uso do metilfenidato cresceu em todo o mundo, acompanhado das</p><p>discussões sobre o seu mau uso. Nesse contexto, utiliza-se da lógica equivocada de que</p><p>é mais fácil medicar a criança do que mudar o sistema de educação.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento</p><p>de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Uso de medicamentos e medicalização da vida:</p><p>recomendações e estratégias. Brasília, DF: Ministério da Saúde 2019. p. 14.</p><p>Considerando o conceito de Uso Racional de Medicamentos (URM) fornecido pela Orga-</p><p>nização Mundial da Saúde (OMS) em 1987, descreva o princípio do URM que a situação do</p><p>uso irracional do metilfenidato contraria.</p><p>2. O controle dos corpos e a cultura da medicalização em uma sociedade que funciona de</p><p>uma forma mais prática, pode fazer com que muitas vezes as pessoas sintam que preci-</p><p>sam se automedicar ou procurar um atendimento médico e/ou terapêutico para estarem</p><p>produtivas, objetivando maior rendimento no trabalho, sem ter a real noção dos riscos do</p><p>tratamento farmacológico, e até mesmo da dependência física ou psíquica intrínseca ao</p><p>uso desses medicamentos.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento</p><p>de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Uso de medicamentos e medicalização da vida:</p><p>recomendações e estratégias. Brasília, DF: Ministério da Saúde 2019. p. 15.</p><p>Cite um exemplo de situação clínica na qual o uso de medicamentos pode levar as pessoas</p><p>à automedicação, por considerarem que os medicamentos são o meio mais rápido para a</p><p>resolução de problemas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>8</p><p>1</p><p>3. Uma vertente muito preocupante da automedicação é o uso abusivo de medicamentos</p><p>para finalidades não terapêuticas. Definido como o uso de medicamentos prescritos, ou</p><p>não, de maneira diferente das razões para as quais eles são indicados ou por uma pessoa</p><p>à qual o medicamento não foi prescrito, o uso abusivo de medicamentos é um problema</p><p>real e se chama “uso não médico de medicamentos prescritos”.</p><p>Considerando o uso abusivo de medicamentos, é correto afirmar:</p><p>a) Os tipos mais comuns de medicamentos utilizados no contexto não médico são dipirona,</p><p>paracetamol e ibuprofeno.</p><p>b) Usuários de drogas de abuso têm migrado para os medicamentos convencionais pres-</p><p>critos pelo fato de esses medicamentos serem mais potentes que as drogas de abuso.</p><p>c) O uso abusivo pode se dar pelo paciente, que toma a sobra de medicamentos prescri-</p><p>tos ou aumenta indevidamente a dose de medicamento em uso sem o conhecimento</p><p>médico.</p><p>d) As pessoas mais vulneráveis à prática do uso não médico de medicamentos são as</p><p>crianças, as mulheres grávidas e os idosos institucionalizados.</p><p>e) Prevenir ou interromper o uso não médico de medicamentos prescritos é responsabili-</p><p>dade exclusiva do paciente.</p><p>4. São vários os elementos que constituem fatores de risco para as prescrições irracionais por</p><p>parte dos prescritores. Esses elementos vão desde a imprecisão no diagnóstico, a falta de</p><p>informação sobre o medicamento prescrito, a pouca experiência na área de atuação e a</p><p>educação médica insuficiente até dificuldades na relação médico-paciente.</p><p>Considerando a prescrição racional de medicamentos é correto afirmar:</p><p>a) Atualmente, a prescrição de medicamentos é uma atribuição exclusiva de médicos.</p><p>b) A elaboração de uma prescrição racional deve atender aos aspectos técnicos e científicos</p><p>da farmacoterapêutica, sem considerar as normas sanitárias e legais vigentes.</p><p>c) Na prescrição, primeiro, define-se cuidadosamente a escolha de um tratamento com</p><p>eficácia e segurança comprovadas.</p><p>d) O tratamento tem início com a prescrição da receita e a provisão de informações e ins-</p><p>truções claras ao paciente.</p><p>e) Uma prescrição médica ambulatorial deverá, preferencialmente, ser manuscrita pelo</p><p>próprio punho do prescritor, a fim de evitar fraudes.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>8</p><p>1</p><p>5. A polifarmácia é entendida como o uso corriqueiro e concomitante de cinco ou mais medi-</p><p>camentos pelo paciente, sejam eles prescritos, ou não. Ela ocorre principalmente entre os</p><p>idosos, podendo levar com maior frequência à ocorrência de interações medicamentosas,</p><p>reações adversas a medicamentos e erros de medicação.</p><p>WHO. The role of the pharmacist in self-care and self-medication. Report of the 4th WHO Consultative</p><p>Group on the Role of the Pharmacist. The Hague, The Netherlands: WHO, 1998.</p><p>Considerando a polifarmácia, assinale a alternativa correta:</p><p>a) A polifarmácia é prevalente na Atenção Primária à Saúde, porque é nesse nível de aten-</p><p>ção que são tratadas as pessoas com várias comorbidades, incluindo diabetes mellitus,</p><p>doenças cardiovasculares, dentre outras.</p><p>b) A polifarmácia não ocorre na assistência hospitalar, porque a prescrição de vários medi-</p><p>camentos feita para pacientes internados não é considerada polifarmácia.</p><p>c) A polifarmácia é mais grave quando atinge as crianças, porque essa faixa etária requer o</p><p>uso concomitante de mais de cinco medicamentos, aumentando o risco de interações</p><p>medicamentosas e reações adversas.</p><p>d) Uma das principais ferramentas para aumentar a eficácia e a segurança dos medica-</p><p>mentos na polifarmácia é a revisão da medicação, porque esse método pode impedir</p><p>completamente a ocorrência de interações medicamentosas e reações adversas.</p><p>e) A desprescrição é uma estratégia que busca reduzir a polifarmácia, porque está funda-</p><p>mentada em retirar da prescrição somente os medicamentos de custo mais elevado.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>8</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARRAIS, P. S. D. et al. Prevalência da automedicação no Brasil e fatores associados. Revista de</p><p>Saúde Pública, n. 50, p. 1s-11s, 2016.</p><p>BENNADI, D. Self-medication: a current challenge. Journal of Basic and Clinical Pharmacy, v. 5,</p><p>n. 1, p. 19-23, dez. 2013.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departa-</p><p>mento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Uso de medicamentos e medicali-</p><p>zação da vida: recomendações e estratégias. Brasília, DF: Ministério da Saúde 2019.</p><p>GONÇALVES, M. F. et al. Prescrição médica e o uso irracional de medicamentos: uma revisão</p><p>bibliográfica. Revista Bioética Cremego, v. 2, n. 1, p. 55-60, 2020.</p><p>NAVES, J. de O. S. et al. Automedicação: uma abordagem qualitativa de suas motivações. Ciên-</p><p>cia & Saúde Coletiva, v. 15, n. 1, p. 1751-1762, 2010.</p><p>NÉRI, E. D. R. et al. Erros de prescrição de medicamentos em um hospital brasileiro. Revista da</p><p>Associação Médica Brasileira, v. 57, n. 3, p. 306-314, 2011.</p><p>SILVA, D. C. G. e. et al. Potentially inappropriate medication use among elderly patients from a</p><p>Brazilian general hospital. Infarma, v. 28, n. 1, p. 27-32, 2016.</p><p>WHO. The role of the pharmacist in self-care and self-medication. Report of the 4th WHO</p><p>Consultative Group on the Role of the Pharmacist. The Hague, The Netherlands: WHO, 1998.</p><p>8</p><p>9</p><p>1. O princípio contrariado é o de que os pacientes recebam medicamentos apropriados para as</p><p>próprias necessidades clínicas. A discussão relativa ao uso do metilfenidato em estudantes</p><p>foca exatamente na questão que trata da incerteza do diagnóstico do Transtorno de Déficit</p><p>de Atenção com ou sem Hiperatividade, ou seja, não havendo essa indicação, o uso é des-</p><p>necessário e, portanto, irracional.</p><p>2. Algumas situações, como os distúrbios afetivos e mentais, tais como depressão, ansiedade,</p><p>transtorno afetivo bipolar e outros transtornos do humor, são considerados gatilhos para a</p><p>automedicação.</p><p>3. Opção C.</p><p>A maneira mais comum de iniciar o uso abusivo de medicamentos é dada pelo paciente,</p><p>que toma a sobra de medicamentos prescritos ou aumenta indevidamente a dose de me-</p><p>dicamento em uso sem o conhecimento médico.</p><p>4. Opção D.</p><p>O tratamento tem início com a prescrição da receita e a provisão de informações e instruções</p><p>claras ao paciente.</p><p>5. Opção A.</p><p>A polifarmácia é prevalente</p><p>na Atenção Primária à Saúde, porque é nesse nível de atenção</p><p>que são tratadas as pessoas com várias comorbidades, incluindo diabetes mellitus, doenças</p><p>cardiovasculares, dentre outras.</p><p>GABARITO</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>CICLO DA ASSISTÊNCIA</p><p>FARMACÊUTICA</p><p>Estudar o ciclo da assistência farmacêutica.</p><p>Entender como o ciclo da assistência farmacêutica se torna um elemento estruturante da</p><p>gestão.</p><p>Conhecer os principais objetivos da seleção de medicamentos.</p><p>Compreender as principais metas da etapa de programação para a gestão em saúde.</p><p>Explorar o papel imprescindível do farmacêutico no desenvolvimento da assistência</p><p>farmacêutica.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>9</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Um dos grandes desafios assistenciais do Sistema Único de Saúde (SUS) é a pres-</p><p>tação integral da assistência farmacêutica como forma de promover o acesso e o</p><p>uso racional de medicamentos pela população, assim como se encontra dis-</p><p>posto na Política Nacional de Medicamentos. Superar esses desafios é, em grande</p><p>parte, responsabilidade do farmacêutico no serviço público.</p><p>No entanto, como o farmacêutico deve se empoderar para organizar o</p><p>gerenciamento das atividades inerentes à assistência farmacêutica? Quais</p><p>competências e habilidades deverão ser construídas para atender à demanda cada</p><p>vez mais crescente de medicamentos pela população?</p><p>O desabastecimento de medicamentos no SUS ainda é o principal obstáculo à</p><p>prestação eficiente da assistência farmacêutica, o que traz consequências clínicas,</p><p>sociais e econômicas para a população. Dentre as diversas causas do desabasteci-</p><p>mento, estão o planejamento inadequado, o emprego de ferramentas gerenciais</p><p>ineficientes e a escassez de recursos financeiros.</p><p>O impacto do desabastecimento é ainda mais dramático quando afeta atendi-</p><p>mentos de urgência e emergência, suporte avançado à vida e cuidados intensivos,</p><p>pois as consequências podem ser fatais.</p><p>O abastecimento de medicamentos no SUS, entendido como a disponibi-</p><p>lidade de medicamentos aos pacientes que necessitam deles, depende do bom</p><p>desempenho das etapas de programação, aquisição, armazenamento e distribui-</p><p>ção. Falhas na execução dessas etapas podem levar ao desabastecimento, o que</p><p>poderá afetar diretamente as etapas de utilização e seleção dos medicamentos.</p><p>Agora, entraremos no mundo da assistência farmacêutica. Eu te convido a</p><p>vir comigo nessa jornada!</p><p>Você conhece o papel do farmacêutico que trabalha no Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS)? O que o farmacêutico faz na Unidade Básica de Saúde (UBS)? Neste pod-</p><p>cast, eu contarei um pouco a minha experiência. Recursos de mídia disponíveis</p><p>no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>No contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), o medicamento é considerado um</p><p>bem de consumo, o que incorre em uma visão fragmentada da assistência farmacêu-</p><p>tica, desqualificando-a do papel dela no cuidado com a farmacoterapia e valorizando</p><p>somente as ações de aquisição, armazenamento e distribuição de medicamentos.</p><p>Com o objetivo de superar essa fragmentação, adotou-se um enfoque sistê-</p><p>mico para a respectiva reorganização, compreendido como uma estratégia arti-</p><p>culadora e integradora dos próprios componentes. Esse enfoque foi chamado de</p><p>ciclo da assistência farmacêutica (MARIN et al., 2003).</p><p>O ciclo da assistência farmacêutica abrange, de forma ordenada, a seleção,</p><p>a programação, a aquisição, o armazenamento, a distribuição e a utilização de</p><p>medicamentos. Além disso, prevê que essas ações sejam monitorizadas, super-</p><p>visionadas e avaliadas, assim como é representado na Figura 1.</p><p>GERENCIAMENTO</p><p>FINANCIAMENTO</p><p>RECURSOS HUMANOS</p><p>SISTEMAS DE INFORMAÇÃO</p><p>CONTROLE E AVALIAÇÃO</p><p>SELEÇÃO</p><p>PROGRAMAÇÃO</p><p>AQUISIÇÃO</p><p>ARMAZENAMENTO</p><p>DISTRIBUIÇÃO</p><p>UTILIZAÇÃO</p><p>(PRESCRIÇÃO,</p><p>DISPENSAÇÃO</p><p>E USO)</p><p>Figura 1 – Ciclo da assistência farmacêutica / Fonte: adaptada de Marin et al. (2003).</p><p>Descrição da Imagem: é apresentada uma sequência contínua de seis etapas em um fluxo circular. O nome de</p><p>cada etapa está inscrito nos círculos menores, que se apresentam em diferentes cores e são seguidos por setas</p><p>indicativas do sentido do fluxo. O ciclo tem início em um círculo laranja disposto no topo da figura: ele corresponde</p><p>à etapa denominada “Seleção”. No sentido horário, o próximo círculo, de cor cinza, corresponde à “Programação”.</p><p>O próximo, que tem cor amarela, é o de “Aquisição”, seguido do azul, “Armazenamento”, seguido do verde, que</p><p>trata da “Distribuição” e, finalmente, do círculo laranja, correspondente à utilização e suas subetapas “Prescrição,</p><p>dispensação e uso”. No centro da figura, há um círculo azul-escuro que representa a gestão e os respectivos</p><p>componentes: gerenciamento, financiamento, recursos humanos, sistemas de informações, controle e avaliação.</p><p>Fim da descrição.</p><p>9</p><p>4</p><p>Seleção</p><p>O ciclo da assistência farmacêutica tem início na</p><p>seleção de medicamentos, atividade dedicada</p><p>a estabelecer a lista dos medicamentos que serão</p><p>disponibilizados no serviço de saúde. Ela pode ser</p><p>considerada uma etapa fundamental e, certamente, a</p><p>mais importante do ciclo, porque a seleção é o gatilho</p><p>para o respectivo desenvolvimento.</p><p>Quando bem executada, a seleção é capaz de propiciar ganhos terapêuticos</p><p>e econômicos para o sistema de saúde, além de possibilitar a melhoria do acesso</p><p>a medicamentos pela população e o uso racional.</p><p>Recomenda-se que a seleção seja realizada por grupos de trabalho multiprofis-</p><p>sionais e especializados, capazes de tomar decisões à luz da farmacoterapia baseada</p><p>em evidências e equacionar os fatores condicionantes dessa atividade, como a dis-</p><p>ponibilidade dos medicamentos no mercado, a introdução constante de novidades</p><p>terapêuticas, a influência da propaganda e do marketing da indústria farmacêutica</p><p>e as pressões políticas sempre incisivas (BRASIL, 2006; CONASS, 2015).</p><p>Os principais objetivos da seleção de medicamentos são reduzir o número de</p><p>especialidades farmacêuticas, uniformizar as condutas terapêuticas, racionalizar</p><p>custos e otimizar recursos, promover a interdisciplinaridade nas tomadas de</p><p>decisões, impulsionar a capacitação e a educação continuada dos profissionais e</p><p>melhorar a gestão administrativa e financeira da assistência farmacêutica.</p><p>Na Figura 2, são exibidas, de forma ilustrativa, as etapas que compõem o</p><p>processo de seleção de medicamentos.</p><p>O ciclo da</p><p>assistência</p><p>farmacêutica tem</p><p>início na seleção de</p><p>medicamentos</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Fase política: apoio e sensibilização do gestor e dos profissionais da saúde.</p><p>Fase técnico-normativa: criação de Comissão de Farmácia e</p><p>Terapêutica em caráter permanente e deliberativo.</p><p>Seleção propriamente dita: definição de critérios e efetivação</p><p>do processo, estruturação e elaboração de uma relação</p><p>de medicamentos essenciais.</p><p>Fase de divulgação e implantação: elaboração de estratégias para</p><p>divulgação da relação de medicamentos essenciais como</p><p>forma de validar e legitimar o processo.</p><p>Elaboração de um formulário terapêutico: documento com informações</p><p>técnicas relevantes e atualizadas sobre os medicamentos selecionados</p><p>para subsidiar os profissionais.</p><p>Figura 2 – Etapas do processo de seleção / Fonte: adaptada de Brasil (2006).</p><p>Descrição da Imagem: é ilustrada uma sequência ordinal das cinco etapas que compõem o processo de seleção</p><p>de medicamentos. Cada etapa é representada por um retângulo, que tem uma cor diferente. São elas, da parte</p><p>superior para a inferior: cinza, amarelo, azul, laranja, marrom e vermelho. Já as etapas são as seguintes: “1. Fase</p><p>política: apoio e sensibilização do gestor e dos profissionais da saúde”; “2. Fase técnico-normativa: criação de Co-</p><p>missão de Farmácia e Terapêutica em caráter permanente e deliberativo”; “3. Seleção propriamente dita: definição</p><p>de critérios e efetivação do processo, estruturação e elaboração de uma relação de medicamentos essenciais”;</p><p>“4. Fase de divulgação e implantação:</p><p>elaboração de estratégias para divulgação da relação de medicamentos</p><p>essenciais como forma de validar e legitimar o processo”; e “5. Elaboração de um formulário terapêutico: docu-</p><p>mento com informações técnicas relevantes e atualizadas sobre os medicamentos selecionados para subsidiar</p><p>os profissionais”. Fim da descrição.</p><p>Um importante instrumento orientador do uso de medicamentos e insumos no</p><p>SUS é a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). A Rename</p><p>de 2022 apresenta os medicamentos oferecidos em todos os níveis de atenção e</p><p>nas linhas de cuidado do SUS, proporcionando transparência às informações</p><p>sobre o acesso aos medicamentos da rede. Medicamentos essenciais são defini-</p><p>dos como aqueles que satisfazem às necessidades prioritárias de atenção à saúde</p><p>9</p><p>1</p><p>da população e são selecionados de acordo com a relevância deles para a saúde</p><p>pública, as evidências sobre a eficácia e a segurança e a relação custo-efetividade.</p><p>Esses medicamentos devem ser disponibilizados no contexto dos sistemas</p><p>de saúde em quantidades e formas farmacêuticas adequadas, com qualidade</p><p>garantida e informação adequada. Também devem ser disponibilizados a um</p><p>preço que o indivíduo e a comunidade possam pagar.</p><p>Toda a população tem acesso à Rename. Sugiro que você acesse a lista dos me-</p><p>dicamentos essenciais. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>Programação</p><p>A programação de medicamentos é uma atividade que consiste em fazer a previ-</p><p>são das quantidades de medicamentos a serem adquiridas para um determinado</p><p>período de atendimento às necessidades locais dos serviços.</p><p>A programação evita a falta ou a perda de medicamentos e compras desneces-</p><p>sárias, otimizando recursos financeiros disponíveis e priorizando o planejamento</p><p>estratégico em assistência farmacêutica.</p><p>A meta da programação é garantir a disponibilidade dos medicamentos se-</p><p>lecionados nas quantidades apropriadas e no tempo adequado para atender às</p><p>necessidades da população. Para tanto, é preciso dispor de um sistema eficiente</p><p>de informação e gestão de estoques, além de aplicar métodos de programação,</p><p>como os fundamentados no perfil epidemiológico da população, consumo em</p><p>série histórica, consumo ajustado por taxas conhecidas, oferta de serviços de</p><p>saúde e proporção da população coberta (CONASS, 2015). A Figura 3 mostra o</p><p>fluxo do processo de programação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Aquisição</p><p>A aquisição de medicamentos objetiva prover o abastecimento de medica-</p><p>mentos na quantidade correta e que proporcione qualidade e custos favoráveis à</p><p>manutenção da regularidade e ao funcionamento dos serviços de saúde. Caracte-</p><p>riza-se pelo conjunto de atividades que torna efetiva a compra dos medicamentos</p><p>estabelecidos na programação (CONASS, 2015).</p><p>A execução das atividades de aquisição está diretamente atrelada a uma</p><p>política com diretrizes e prioridades bem definidas. Em conjunto com normas</p><p>e procedimentos estabelecidos, eles estruturarão o delineamento do processo.</p><p>Quando se programa a aquisição de medicamentos, é preciso responder às se-</p><p>guintes perguntas: o que comprar? Para quem? Qual é o modo de comprar?</p><p>Quanto? Quando? Como comprar?</p><p>Ao se definir o que será adquirido, é importante saber a quais serviços de</p><p>saúde a aquisição atenderá, a modalidade em que ela será empregada, para qual</p><p>período de abastecimento e qual será a programação de entrega. Ainda, é preciso</p><p>saber se a compra será centralizada ou descentralizada e qual fluxo operacional</p><p>será empregado no processo (CONASS, 2015).</p><p>Medicamento</p><p>selecionado Descritivo Quantitativo Justificativa</p><p>CronogramaModalidade</p><p>de compra</p><p>Indicação de</p><p>fornecedores</p><p>Cotação</p><p>de preços</p><p>Custo total Fontes de</p><p>recurso</p><p>Edição de</p><p>licitação</p><p>Figura 3 – Programação de medicamentos / Fonte: o autor.</p><p>Descrição da Imagem: é ilustrado o fluxo do processo de programação de medicamentos. Esse fluxo é represen-</p><p>tado por onze retângulos seguidos por setas que indicam o sentido do fluxo. O processo se inicia em um retângulo</p><p>laranja e termina em outro retângulo laranja. Já a ordem é a seguinte: medicamento selecionado, descritivo,</p><p>quantitativo, justificativa, cronograma, modalidade de compra, indicação de fornecedores, cotação de preços,</p><p>custo total, fontes de recursos e edição da licitação. Fim da descrição.</p><p>9</p><p>8</p><p>Armazenamento</p><p>O armazenamento é compreendido como as atividades de recebimento, estoca-</p><p>gem, controle de estoque e expedição de medicamentos. Ele requer conhecimen-</p><p>tos de administração e logística, além dos aspectos técnicos relacionados à con-</p><p>servação e à manutenção da qualidade e da integridade dos medicamentos.</p><p>A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) é o local de armazena-</p><p>mento de medicamentos. Ela deve ter características estruturais específicas para</p><p>essa finalidade, diferindo-se dos tradicionais almoxarifados e depósitos onde se</p><p>estocam uma diversidade de materiais.</p><p>Na etapa de recebimento, primeiramente, verifica-se a condição do trans-</p><p>porte desde a origem até o ponto de entrega. Além disso, é feita a conferência da</p><p>documentação, da quantidade, da integridade e das especificações técnicas dos</p><p>medicamentos de acordo com aquilo que é disposto no pedido de compra e no</p><p>edital. Cumprida essa etapa, procede-se ao registro da nota fiscal e à entrada dos</p><p>medicamentos no sistema de estoque e, por fim, à guarda de maneira ordenada,</p><p>adequada e sistematizada.</p><p>A estocagem é uma etapa crítica, porque tem como objetivo reduzir perdas, oti-</p><p>mizar o espaço físico e permitir a eficiência do processo de controle, disponibilizando</p><p>medicamentos seguros e de qualidade em tempo oportuno e quantidades necessárias.</p><p>Para tanto, a estocagem deve obedecer às condições técnicas adequadas de lu-</p><p>minosidade, temperatura e umidade. Não só, mas os medicamentos precisam ser</p><p>dispostos de maneira a conservar as características físico-químicas deles e é preciso</p><p>obedecer aos prazos de validade (BLATT; SANTOS; BUENDGENS, 2015).</p><p>Distribuição</p><p>A distribuição de medicamentos se caracteriza pela rapidez e segurança da</p><p>entrega e por ser um sistema de controle e informação eficiente com condições</p><p>de transporte adequadas.</p><p>Os procedimentos de distribuição feitos sequencialmente compreendem o</p><p>planejamento do processo, a análise da solicitação, o processamento do pedido,</p><p>a preparação e a liberação do pedido, a conferência, o registro de saída, o moni-</p><p>toramento, a avaliação e o arquivo da documentação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>A distribuição deve obedecer a uma periodicidade baseada em cronogramas</p><p>definidos e a um fluxo lógico e ordenado que racionalize os custos de realização</p><p>do processo.</p><p>O transporte é um item muito importante na distribuição e alguns fatores</p><p>determinam a eficiência dele, tais como:</p><p>■ Dispor de veículos adequados, que mantenham as condições de tempe-</p><p>ratura, umidade e pressão, a fim de garantir a qualidade e a integridade</p><p>dos medicamentos.</p><p>■ Ter motoristas devidamente treinados e capacitados, que tenham a com-</p><p>preensão das características da carga.</p><p>■ Ter respeito ao empilhamento máximo dentro dos veículos.</p><p>■ Proporcionar a manutenção do conforto térmico durante o transporte</p><p>de medicamentos termolábeis.</p><p>Utilização (prescrição, dispensação e uso)</p><p>Alocados nas unidades assistenciais, os medicamentos estão disponíveis para</p><p>utilização, o que consiste nas atividades de prescrição, dispensação e uso pro-</p><p>priamente dito.</p><p>Segundo o Ministério da Saúde, “uma receita compreende a prescrição es-</p><p>crita de medicamento, contendo orientação de uso para o paciente, efetuada</p><p>por profissional legalmente habilitado, quer seja de formulação magistral ou de</p><p>produto industrializado” (BRASIL, 1998).</p><p>Todavia, para além da definição apresentada, uma prescrição compreende</p><p>a receita escrita de um plano terapêutico definido por profissionais em acordo</p><p>com o paciente com base em três etapas fundamentais:</p><p>■ O diagnóstico a partir do entendimento do problema de saúde do pa-</p><p>ciente.</p><p>■ A seleção de um tratamento eficaz e seguro, dentre aqueles padroniza-</p><p>dos no serviço, que leve em consideração a gravidade, o prognóstico e a</p><p>qualidade de vida do paciente.</p><p>■ A elaboração da prescrição e a comunicação clara dela ao paciente ou aos</p><p>cuidadores e aos profissionais de saúde envolvidos no tratamento.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Ao final do período definido, o tratamento deve ser avaliado para a verifi-</p><p>cação dos desfechos esperados e, se necessário, o plano terapêutico poderá</p><p>ser alterado e reconduzido.</p><p>Na atual concepção de assistência farmacêutica,</p><p>a dispensação de medicamentos constitui uma das</p><p>estratégias para a promoção do cuidado farmacêuti-</p><p>co ao paciente nos pontos de atenção à saúde.</p><p>O primeiro passo para a dispensação reside na</p><p>recepção e na avaliação da receita pelo farmacêu-</p><p>tico, que irá:</p><p>■ Certificar-se do cumprimento dos aspectos legais pertinentes ao preen-</p><p>chimento pelo prescritor.</p><p>■ Proceder à análise dos aspectos técnicos relacionados aos medicamentos:</p><p>nome e apresentação, dose, posologia, duração do tratamento, interações</p><p>com medicamentos e alimentos e potenciais reações adversas.</p><p>■ Separar os medicamentos, certificando-se da qualidade, o que inclui a</p><p>análise de aspectos legais da embalagem, estado de conservação e prazo</p><p>de validade, na quantidade suficiente ao tratamento completo ou, no caso</p><p>de medicamentos de uso contínuo, fornecer para um período definido.</p><p>O uso de medicamentos pode se dar por autoadministração pelo paciente ou</p><p>por administração por um profissional de saúde ou cuidador. Nesse último</p><p>caso, o uso em crianças, idosos e adultos incapazes requer formulações far-</p><p>macêuticas que não permitam a autoadministração, assim como ocorre com a</p><p>maioria dos medicamentos injetáveis.</p><p>O farmacêutico tem uma missão fundamental na autoadministração de</p><p>medicamentos e um componente importante dessa missão é a assistência aos</p><p>pacientes ao administrar os próprios medicamentos.</p><p>Em primeiro lugar, é preciso fazer com que o paciente entenda a importância de</p><p>tomar os medicamentos corretamente, incluindo doses e horários corretos. Também</p><p>é preciso expor os alimentos e/ou outros medicamentos que podem, ou não, ser ad-</p><p>ministrados simultaneamente e o que esperar depois de tomar o medicamento.</p><p>O primeiro passo</p><p>para a dispensação</p><p>reside na recepção</p><p>e na avaliação da</p><p>receita</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A assistência farmacêutica é considerada uma das áreas de maior impacto eco-</p><p>nômico no SUS em todas as instâncias. A demanda cada vez maior por medica-</p><p>mentos e o desenvolvimento crescente das políticas de acesso exigem níveis mais</p><p>complexos de gerenciamento, os quais envolvem a gestão de pessoas, a utilização</p><p>racional e eficiente de recursos financeiros disponíveis e o desenvolvimento de</p><p>uma infraestrutura moderna e adequada.</p><p>O gerenciamento compreende o planejamento, a execução, o acompanha-</p><p>mento e a avaliação de resultados. Ele é implementado por intermédio de es-</p><p>tratégias apropriadas, tendo o farmacêutico como o profissional imprescindível</p><p>para desenvolver as ações.</p><p>No entanto, para que alguns aspectos, tais como a operacionalização das</p><p>atividades e a definição e o cumprimento de especificações técnicas, normas orga-</p><p>nizacionais, jurídicas e legais, diretrizes orçamentárias e sistemas de informação e</p><p>controle, sejam desenvolvidos no contexto da gestão da assistência farmacêutica,</p><p>faz-se necessária uma abordagem multiprofissional, tendo o ciclo da assistência</p><p>farmacêutica como instrumento estruturante da gestão.</p><p>Conhecer o ciclo da assistência farmacêutica em cada uma das respectivas</p><p>etapas é fundamental ao desenvolvimento político-administrativo da gestão e ao</p><p>suporte das atividades de gerenciamento da assistência farmacêutica (tendo o</p><p>farmacêutico como agente de sua organização) integrada ao processo de cuidado</p><p>em saúde e gestão clínica do medicamento em todos os níveis de atenção à saúde.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei-</p><p>to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. O ciclo da assistência farmacêutica tem início com a seleção de medicamentos, atividade</p><p>dedicada ao estabelecimento da lista dos medicamentos que serão disponibilizados no</p><p>serviço de saúde. Pode-se considerar uma etapa essencial e, certamente, a mais importante</p><p>do ciclo, porque a seleção é o gatilho para o respectivo desenvolvimento.</p><p>Diante do enunciado exibido, descreva, pelo menos, quatro objetivos da seleção de medi-</p><p>camentos.</p><p>2. A programação de medicamentos é uma atividade que consiste em fazer a previsão das</p><p>quantidades de medicamentos a serem adquiridas para um determinado período de tempo</p><p>de atendimento às necessidades locais dos serviços.</p><p>Diante do enunciado apresentado, descreva os fundamentos dos métodos mais aplicados</p><p>na execução da programação de medicamentos.</p><p>3. A Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) é o local de armazenamento de medica-</p><p>mentos. Ela deve ter características estruturais específicas para essa finalidade.</p><p>Assinale a alternativa que descreve corretamente e ordenadamente as atividades de arma-</p><p>zenamento realizadas pela CAF:</p><p>a) Seleção, estocagem, expedição e controle de estoque.</p><p>b) Recebimento, estocagem, controle de estoque e expedição.</p><p>c) Recepção, controle de estoque, distribuição e estocagem.</p><p>d) Programação, aquisição, estocagem e distribuição.</p><p>e) Aquisição, recebimento, estocagem e expedição.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>4. A distribuição de medicamentos se caracteriza pela rapidez e segurança da entrega e por</p><p>ser um sistema de controle e informação eficiente com condições de transporte adequadas.</p><p>Assinale a alternativa que corresponde corretamente a alguns dos procedimentos que com-</p><p>põem as etapas da distribuição de medicamentos:</p><p>a) Planejamento de compras, análise da solicitação, processamento do pedido, preparação</p><p>e liberação do pedido.</p><p>b) Preparação e liberação do pedido, escolha da modalidade de licitação, registro de saída,</p><p>monitoramento e avaliação e arquivo da documentação.</p><p>c) Processamento do pedido, preparação e liberação do pedido, conferência, registro de</p><p>saída, monitoramento e avaliação e inventário.</p><p>d) Controle de estoque, separação dos medicamentos solicitados, conferência e registro</p><p>de saída.</p><p>e) Solicitação do medicamento, análise da solicitação, processamento do pedido e prepa-</p><p>ração e liberação do pedido.</p><p>5. A prescrição de medicamentos diz respeito à receita escrita de um plano terapêutico defi-</p><p>nido por profissionais em acordo com o paciente e com base em três etapas fundamentais.</p><p>Assinale a alternativa que descreve corretamente as etapas fundamentais nas quais uma</p><p>prescrição deve estar embasada:</p><p>a) Diagnóstico, seleção dos medicamentos e elaboração da receita.</p><p>b) Consulta clínica, elaboração da receita e orientações de uso dos medicamentos.</p><p>c) Solicitação de exames complementares, diagnóstico e elaboração da receita.</p><p>d) Seleção dos medicamentos, elaboração da receita e dispensação dos medicamentos.</p><p>e) Anamnese, solicitação de exames complementares e elaboração do diagnóstico.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BLATT, C. R.; SANTOS, R. I. dos; BUENDGENS, F. B. (org.). Logística de medicamentos – Módulo</p><p>4. Florianópolis: UFSC, 2015.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento</p><p>Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Brasília, DF: Presidên-</p><p>cia da República, [1998]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/</p><p>prt0344_12_05_1998_rep.html. Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departa-</p><p>mento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Assistência farmacêutica na aten-</p><p>ção básica: instruções técnicas para a sua organização. 2. ed. Brasília, DF: Ministério da Saúde,</p><p>2006.</p><p>CONASS. Assistência farmacêutica no SUS. Brasília, DF:</p><p>de Farmácia Clínica e o primeiro Centro de Informação sobre</p><p>Medicamentos (CIM) do Brasil. Começando, assim, as disciplinas Farmácia Hos-</p><p>pitalar, Farmácia Clínica e Farmacoterapia em algumas universidades, iniciando</p><p>as atividades clínicas também fora dos hospitais.</p><p>Sugiro que você assista ao documentário A Origem da Farmácia Clínica no Brasil</p><p>Trata-se da história do farmacêutico e professor Tarcísio José Palhano, da Universi-</p><p>dade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o qual resgata a história do primeiro</p><p>serviço de farmácia clínica e do primeiro Centro de Informação sobre Medicamen-</p><p>tos (CIM) do país. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambien-</p><p>te virtual de aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>Na década de 1990, o farmacêutico teve retorno às origens e reencontrou a vo-</p><p>cação assistencial e clínica nos hospitais, farmácias e drogarias, tornando-se no-</p><p>vamente referência na assistência.</p><p>Você acredita que a farmácia clínica está relacionada somente ao âmbito hospi-</p><p>talar?</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Sabemos que, onde houver paciente, haverá atividades focadas nele e, por con-</p><p>seguinte, farmácia clínica.</p><p>Segundo Hepler e Strand (1990), a profissão farmacêutica experimentou um</p><p>significativo crescimento e desenvolvimento nos últimos 30 anos. No século XX,</p><p>a farmácia passou por três grandes períodos: o tradicional, o de transição e o de</p><p>cuidado do paciente, que está, atualmente, em desenvolvimento.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>TRADICIONAL</p><p>No início do século XX, a farmácia era associada à figura do boticário, que preparava e</p><p>comercializava os produtos medicinais.</p><p>As principais funções do farmacêutico eram a obtenção, o preparo e a avaliação dos</p><p>produtos medicamentosos</p><p>TRANSIÇÃO</p><p>Iniciou quando a preparação de medicamentos passou a ser desempenhada gradual-</p><p>mente pela indústria farmacêutica.</p><p>No final da década de 1960, começa a se falar de uma nova disciplina: a Farmácia Clínica.</p><p>Permitiria que os farmacêuticos participassem novamente da equipe de saúde.</p><p>Ocorreu uma rápida expansão das funções do farmacêutico e o aumento da diversida-</p><p>de profissional</p><p>CUIDADO DO PACIENTE</p><p>O farmacêutico clínico, em qualquer ambiente em que estiver inserido, participa as-</p><p>sessorando, aconselhando e educando o uso correto dos medicamentos.</p><p>Em 2002, foi publicado um documento chamado Atenção farmacêutica no Brasil:</p><p>trilhando caminhos. Leitura indispensável para todos os farmacêuticos e futuros</p><p>farmacêuticos.</p><p>Esse documento retrata muito bem o caminho percorrido pelo Brasil para a</p><p>promoção e o desenvolvimento da atenção farmacêutica. A principal finalidade é</p><p>divulgar as ações já realizadas até aquele momento e ser um instrumento para a am-</p><p>pliação da participação de entidades e demais profissionais interessados na atenção</p><p>farmacêutica.</p><p>Leia o documentário Atenção farmacêutica no Brasil: trilhando caminhos.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>1</p><p>1</p><p>Alguns conceitos importantes estão definidos neste documento e você, estudante,</p><p>deverá se atentar a alguns que são importantes que passarão a fazer parte do seu</p><p>dia a dia, caso você trabalhe com a atenção farmacêutica.</p><p>VOCÊ SABE DEFINIR OS CONCEITOS:</p><p>• Atenção farmacêutica?</p><p>• Problema Relacionado ao Medicamento (PRM)?</p><p>• Acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico?</p><p>• Atendimento farmacêutico?</p><p>• Intervenção farmacêutica?</p><p>Outro fato muito importante na evolução da profissão farmacêutica foi a publi-</p><p>cação da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 44 da Agência Nacional</p><p>de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 17 de agosto de 2009, a qual dispõe sobre</p><p>Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da</p><p>dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farma-</p><p>cêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.</p><p>Além desses marcos históricos já mencionados, não podemos deixar de</p><p>lembrar e referendar:</p><p>■ Resolução CFF nº 585, que regulamenta as atribuições clínicas do far-</p><p>macêutico.</p><p>■ Resolução CFF nº 586, de 29 de agosto de 2013, que regulamenta a pres-</p><p>crição farmacêutica.</p><p>■ Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014, dispõe sobre o exercício e a fisca-</p><p>lização das atividades farmacêuticas. Esta lei eleva a farmácia ao grau de</p><p>estabelecimento de saúde e confere autonomia técnica ao profissional</p><p>farmacêutico (BRASIL, 2014b).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>OBJETIVOS DO SERVIÇO DE CLÍNICA FARMACÊUTICA</p><p>A orientação dos pacientes é direcionada ao acesso aos medicamentos por</p><p>meio da atenção básica e dos componentes estratégico e especializado da</p><p>assistência farmacêutica.</p><p>■ A educação do paciente em relação aos próprios medicamentos e aos</p><p>problemas de saúde, de modo a aumentar a compreensão acerca do tra-</p><p>tamento e promover o autocuidado.</p><p>■ A promoção da adesão do paciente ao tratamento mediante a orientação</p><p>terapêutica, a redução da complexidade do tratamento e a provisão de</p><p>recursos que apoiem a tomada de medicamentos.</p><p>■ A otimização da farmacoterapia por intermédio da revisão da polime-</p><p>dicação e, quando possível, da redução da carga de comprimidos e do</p><p>custo do tratamento.</p><p>■ A avaliação da efetividade e da segurança dos tratamentos e o ajuste da</p><p>farmacoterapia, quando necessário, com o prescritor e a equipe de saúde.</p><p>■ A identificação, a prevenção e o manejo de erros de medicação, interações</p><p>medicamentosas, reações adversas, intoxicações e riscos associados aos</p><p>medicamentos.</p><p>■ A educação do paciente para a guarda e a destinação adequada dos me-</p><p>dicamentos vencidos e demais resíduos de saúde ligados à terapêutica.</p><p>Diferentemente dos outros serviços prestados pelo farmacêutico, o serviço de</p><p>cuidado coloca o paciente como foco principal da prática profissional, e não o</p><p>medicamento.</p><p>As principais intervenções farmacêuticas na clínica estão relacionadas à pre-</p><p>venção, à identificação e à resolução de problemas da farmacoterapia, pois se trata</p><p>daquilo que o profissional deve estar mais bem preparado para resolver.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Ainda temos mais para conversar com você a</p><p>respeito deste tema! Vamos lá! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digi-</p><p>tal do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Você consegue perceber como a</p><p>profissão farmacêutica é bela</p><p>e como a atenção farmacêutica</p><p>pode contribuir para a vida dos</p><p>nossos pacientes?</p><p>Você, como farmacêutico(a)</p><p>terá um papel importante no uso</p><p>seguro e racional de medicamentos</p><p>de modo bem amplo, seja orien-</p><p>tando o uso correto, seja analisan-</p><p>do as possíveis interações, a fim de</p><p>melhorar a qualidade de vida do</p><p>paciente e solucionar os possíveis</p><p>PRMs que possam surgir com a</p><p>farmacoterapia deles.</p><p>Imagine, agora, tudo o que</p><p>você, farmacêutico, pode fazer</p><p>pelo seu paciente: as orientações</p><p>que pode fornecer a ele, o acom-</p><p>panhamento que pode fazer da far-</p><p>macoterapia e os benefícios que ele</p><p>terá com todas as suas ações.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Após grandes mudanças na profissão farmacêutica ao longo da história, especialmente no</p><p>que tange ao desenvolvimento da farmácia clínica e da atenção farmacêutica, aponte quais</p><p>foram as principais mudanças ocorridas a partir da edição da Lei nº 5.991/1973 e, depois,</p><p>com o advento da farmácia clínica, com a criação do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e</p><p>o primeiro Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) do Brasil, em 1979, no Hospital</p><p>Universitário Onofre Lopes, em Natal.</p><p>2. A atenção farmacêutica é uma prática clínica centrada no paciente, visando à resolução de</p><p>problemas relacionados à farmacoterapia e à promoção do uso racional de medicamentos,</p><p>com o objetivo de garantir a máxima efetividade e segurança. Dessa forma, caracterize e</p><p>descreva corretamente a atenção farmacêutica.</p><p>3. Considerando os objetivos do serviço de uma clínica farmacêutica, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Otimização da farmacoterapia por intermédio da revisão da polimedicação, com o ob-</p><p>jetivo exclusivo de reduzir os custos do tratamento.</p><p>b) Avaliação</p><p>CONASS, 2015. Disponível em: ht-</p><p>tps://www.conass.org.br/biblioteca/pdf/atualizacao-2015/L07_Assis-Farmaceutica-no-SUS_</p><p>jun2015.pdf. Acesso em: 7 fev. 2024.</p><p>MARIN, N. et al. (org.). Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro:</p><p>Opas/OMS, 2003. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/84%20-%20MARIN%20N%20</p><p>ET%20AL%20Assistencia%20Farmaceutica%20para%20gerentes%20municipais_2003.pdf. Aces-</p><p>so em: 7 fev. 2024.</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Os principais objetivos da seleção de medicamentos são: reduzir o número de especialidades</p><p>farmacêuticas, uniformizar as condutas terapêuticas, racionalizar custos e otimizar recursos,</p><p>promover a interdisciplinaridade nas tomadas de decisões, impulsionar a capacitação e a</p><p>educação continuada dos profissionais e melhorar a gestão administrativa e financeira da</p><p>assistência farmacêutica.</p><p>2. Os métodos de programação estão fundamentados no perfil epidemiológico da população,</p><p>no consumo em uma série histórica, no consumo ajustado por taxas conhecidas, na oferta</p><p>de serviços de saúde e na proporção da população coberta.</p><p>3. Opção B.</p><p>Recebimento, estocagem, controle de estoque e expedição.</p><p>4. Opção E.</p><p>Solicitação do medicamento, análise da solicitação, processamento do pedido e preparação</p><p>e liberação do pedido.</p><p>5. Opção A.</p><p>Diagnóstico, seleção dos medicamentos e elaboração da receita.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NA</p><p>ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE</p><p>Estudar os aspectos que norteiam a assistência farmacêutica na Atenção Básica.</p><p>Conhecer um modelo de organização dos serviços farmacêuticos na Atenção Básica.</p><p>Compreender o Sistema Hórus, utilizado para o planejamento e o desenvolvimento de</p><p>ações de assistência farmacêutica na Atenção Básica.</p><p>Entender a importância do farmacêutico na Atenção Primária à Saúde (APS).</p><p>Conhecer algumas experiências exitosas dos farmacêuticos no Sistema Único de Saúde</p><p>(SUS).</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A Atenção Básica é o nível de organização de assistência à saúde no qual a po-</p><p>pulação tem maior acesso aos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS)?</p><p>Deveria ser, se não fossem os problemas estruturais e financeiros, as desigualda-</p><p>des e a falta de qualificação da assistência farmacêutica nesse âmbito.</p><p>A gestão da assistência farmacêutica, há tempos, tem sido um constante desa-</p><p>fio para os profissionais da área. Considere Felipe, um farmacêutico responsável</p><p>por essa tarefa no município de São Paulo, e Rodrigo, que desempenha a mesma</p><p>função na cidade de Carmo de Minas, localizada em Minas Gerais.</p><p>De um lado, com 12 milhões de habitantes, São Paulo conta com 629</p><p>farmácias no sistema de saúde. Nelas, atuam 621 farmacêuticos e 1.890 au-</p><p>xiliares. Do outro, há um município produtor de café com pouco mais de</p><p>15 mil habitantes. Ela conta com dois farmacêuticos e dois auxiliares na</p><p>assistência farmacêutica em uma única farmácia.</p><p>Em São Paulo, a assistência farmacêutica tem um orçamento anual de cerca</p><p>de R$ 320 milhões, enquanto, em Carmo de Minas, com um orçamento em</p><p>construção, há a cobertura integral da população na atenção básica com cinco</p><p>equipes de saúde da família. Além disso, a farmácia fornece medicamentos dos</p><p>três componentes da assistência farmacêutica de forma integrada à atenção básica</p><p>e desenvolve serviços de cuidados farmacêuticos. Esses serviços, no município</p><p>de São Paulo, são oferecidos por quase 90% das unidades de saúde.</p><p>Nos dois municípios, o maior dilema da estruturação da assistência farma-</p><p>cêutica reside na dificuldade de integração com a gestão, cujo entendimento</p><p>está limitado na ideia de que o único papel da assistência farmacêutica é o de</p><p>suprimento, ou seja, garantir medicamentos nas prateleiras.</p><p>Carmo de Minas tem problemas voltados a equipes reduzidas, o que limita</p><p>a produção e faz do farmacêutico apenas um executor de tarefas. Não há espaço</p><p>para o planejamento, a organização e a capacitação profissional. Já a preocupação</p><p>da equipe de São Paulo está em atuar na promoção do uso racional de medica-</p><p>mentos, trabalhando junto às equipes da saúde da família para a aplicação de</p><p>práticas clínicas e pedagógicas na assistência ao paciente no próprio território.</p><p>Ambos os profissionais concordam com a necessidade de integrar a assistên-</p><p>cia farmacêutica à assistência à saúde, ou seja, desenvolver um trabalho em redes.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE (APS)</p><p>A Atenção Primária à Saúde (APS), também chamada de Atenção Básica, é, via</p><p>de regra, o primeiro ponto de contato do usuário com o sistema de saúde. Nela,</p><p>o atendimento deve ser de fácil acesso e de assistência ampla voltada ao cuidado</p><p>das pessoas, e não somente ao tratamento de doenças.</p><p>Estima-se que 80% das necessidades de saúde de uma pessoa sejam atendidas</p><p>na APS ao longo da vida, por intermédio da oferta da atenção integral à saúde</p><p>próxima ao domicílio e à comunidade na qual a pessoa está inserida.</p><p>Ações de promoção, prevenção, tratamento e controle de doenças, cuidados</p><p>paliativos e reabilitação compõem o conjunto de serviços oferecidos na APS e são</p><p>voltados às famílias e à coletividade (BRASIL, 2012).</p><p>A Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, aprovou a Política Na-</p><p>cional da Atenção Básica (PNAB) em vigência, estabelecendo diretrizes e normas</p><p>para organização. Essa portaria traz a seguinte definição:</p><p>“ Art. 2º A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais,</p><p>familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção,</p><p>diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados</p><p>paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas</p><p>de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe</p><p>Ouça uma breve análise da importância da assistência farmacêutica no cuidado à</p><p>saúde dentro da atenção primária, a fim de entender o papel primordial do farma-</p><p>cêutico no cuidado centrado no indivíduo e no coletivo. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>multiprofissional e dirigida à população em território definido, so-</p><p>bre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.</p><p>§1º A Atenção Básica será a principal porta de entrada e centro de</p><p>comunicação da RAS, coordenadora do cuidado e ordenadora das</p><p>ações e serviços disponibilizados na rede.</p><p>§ 2º A Atenção Básica será ofertada integralmente e gratuitamente</p><p>a todas as pessoas, de acordo com suas necessidades e demandas</p><p>do território, considerando os determinantes e condicionantes de</p><p>saúde (BRASIL, 2017a, on-line).</p><p>Dois anos depois da instituição da Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setem-</p><p>bro de 2017, a APS se caracteriza por cerca de 45 mil Unidades Básicas de</p><p>Saúde (UBS), com 43.458 equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF)</p><p>distribuídas desigualmente em todo território nacional, com cobertura para</p><p>cerca de 150 milhões de pessoas.</p><p>Todas as equipes da ESF utilizam o Sistema de Informação em Saúde para a</p><p>Atenção Básica (SISAB), um sistema de informação instituído pela Portaria GM/</p><p>MS nº 1.412, de 10 de julho de 2013, com a finalidade de organizar o financia-</p><p>mento e facilitar a adesão aos programas e às estratégias da PNAB.</p><p>O SISAB integra a estratégia e-SUS Atenção Primária, que é um sistema</p><p>de captação de dados que promove melhorias na gestão da informação em</p><p>saúde, na automação de processos assistenciais e nas condições de infraes-</p><p>trutura e trabalho na APS.</p><p>A PNAB define como responsabilidade das três esferas de governo o desenvol-</p><p>vimento, nos pontos de atenção da APS, das ações de assistência farmacêutica</p><p>e do uso racional de medicamentos, garantindo a disponibilidade e o acesso a</p><p>medicamentos e a insumos de acordo com a Relação Nacional de Medicamentos</p><p>(Rename), os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas e as relações espe-</p><p>cíficas complementares de medicamentos dos estados e municípios, visando à</p><p>integralidade do</p><p>cuidado (BRASIL, 2017a).</p><p>APROFUNDANDO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Em 2007, com a publicação da Portaria MS/GM nº 204, o financiamento da</p><p>assistência farmacêutica é organizado com a criação dos componentes bási-</p><p>co, estratégico e especializado, que definem as categorias dos medicamentos</p><p>disponíveis no SUS de acordo com as aplicabilidades deles nas diferentes</p><p>ações e programas de saúde.</p><p>O custeio da Assistência Farmacêutica na Atenção Básica é baseado no Com-</p><p>ponente Básico da Assistência Farmacêutica (CBAF) do bloco de financia-</p><p>mento. Em 2017, é definida a responsabilidade da União, dos estados e dos mu-</p><p>nicípios da aplicação de, no mínimo, R$ 5,85, R$ 2,36 e R$ 2,36 por habitante/</p><p>ano, respectivamente, para financiar a aquisição dos medicamentos e insumos</p><p>do CBAF constantes na Rename vigente no SUS (BRASIL, 2017b).</p><p>No ano de 2009, com o objetivo de aprimorar as ações de planejamento,</p><p>desenvolvimento, monitoramento e avaliação da assistência farmacêutica nos</p><p>três níveis de gestão, foi desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em parceria</p><p>com a Secretaria Municipal de Saúde de Recife, o Sistema Nacional de Gestão</p><p>da Assistência Farmacêutica – Sistema Hórus.</p><p>Sistema Hórus</p><p>O Sistema Hórus é voltado ao planejamento e ao desenvolvimento de ações de</p><p>assistência farmacêutica na Atenção Básica. Ele constitui uma plataforma baseada</p><p>na web, integrada a outros sistemas de dados do SUS, que abrange a gestão dos três</p><p>componentes da assistência farmacêutica. Correspondente a três perfis de acesso</p><p>ao Sistema Hórus, foi criado um quarto perfil para atender à gestão da assistência</p><p>farmacêutica no Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (BRASIL, 2017c).</p><p>O Sistema Hórus proporciona o gerenciamento estratégico dos estoques de</p><p>medicamentos, uma vez que permite a realização de pedidos, a programação de</p><p>aquisição, o monitoramento de prazos de validade, a rastreabilidade de lotes e a</p><p>logística de remanejamento entre unidades.</p><p>Por meio do Sistema Hórus, também é possível acompanhar as dispen-</p><p>sações registradas de forma integrada ao prontuário do paciente a partir de</p><p>qualquer unidade. Com isso, pode-se definir, a qualquer momento, o padrão</p><p>de consumo e a qualificação da demanda de medicamentos (COSTA; NAS-</p><p>CIMENTO JR., 2012; BRASIL, 2017c).</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>A utilização do Sistema Hórus na atenção básica traz vários benefícios ao usuário</p><p>do SUS, tais como: agilidade no atendimento, agendamento das dispensações,</p><p>avaliação do serviço e ampliação do acesso aos medicamentos.</p><p>Programa Nacional de Qualificação da Assistência</p><p>Farmacêutica (Qualifar-SUS)</p><p>Outro passo importante para a reorganização da assistência farmacêutica foi</p><p>a criação do Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farma-</p><p>cêutica (Qualifar-SUS) no âmbito do Sistema Único de Saúde, o qual foi</p><p>instituído pela Portaria GM/MS nº 1.214/2012, que definiu nova fonte de</p><p>financiamento para sua execução.</p><p>Com a finalidade de contribuir para o aprimoramento, a implementação e a</p><p>integração das atividades da assistência farmacêutica às ações e aos serviços de</p><p>saúde, o Qualifar-SUS encontra-se organizado em quatro eixos estratégicos de</p><p>acordo com os objetivos (BRASIL, 2016, p. 21):</p><p>“ I - Eixo Estrutura: contribuir para a estruturação dos serviços far-</p><p>macêuticos no SUS de modo que estes sejam compatíveis com as</p><p>atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica [...];</p><p>II - Eixo Educação: promover a educação permanente e a capa-</p><p>citação dos profissionais na lógica das Redes de Atenção à Saúde;</p><p>III - Eixo Informação: disponibilizar informações que possibili-</p><p>tem o acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações e</p><p>serviços da Assistência Farmacêutica; e</p><p>IV - Eixo Cuidado: inserir a Assistência Farmacêutica nas práticas</p><p>clínicas visando a resolutividade das ações em saúde, otimizando os</p><p>benefícios e minimizando os riscos relacionados à farmacoterapia.</p><p>Você está convidado a acessar o Hórus – Sistema Nacional de Gestão da Assistência</p><p>Farmacêutica: manual 1 – apresentação do sistema e conhecer mais o Sistema Hórus.</p><p>EU INDICO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Os quatro eixos são apresentados a seguir de forma mais detalhada.</p><p>EIXO ESTRUTURA</p><p>Estão previstas melhorias na infraestrutura, nas instalações e no custeio das Centrais</p><p>de Abastecimento Farmacêutico (CAF) e das farmácias nos municípios, além da dispo-</p><p>nibilização de recursos tecnológicos voltados à qualidade do gerenciamento.</p><p>EIXO EDUCAÇÃO</p><p>Desde o lançamento do Qualifar-SUS, o Ministério da Saúde tem oferecido e custeado</p><p>cursos de capacitação para farmacêuticos nas modalidades ensino a distância (EAD) e pre-</p><p>sencial em parceria com instituições de ensino e hospitais de referência. Observe, a seguir,</p><p>alguns exemplos:</p><p>• Farmacêuticos na Atenção Básica/Primária à Saúde: trabalhando em Rede (UFRGS).</p><p>• Cuidado Farmacêutico na Atenção Básica: aplicação do Método Clínico (HAOC).</p><p>• Assistência Farmacêutica na Gestão Municipal: da Instrumentalização à Prática nos</p><p>Serviços (HAOC).</p><p>• Políticas de Saúde e Assistência Farmacêutica no SUS (Fiocruz).</p><p>• Qualificação em Assistência Farmacêutica para profissionais do Sistema Único de</p><p>Saúde com o uso da simulação realística (Einstein).</p><p>EIXO INFORMAÇÃO</p><p>O Ministério da Saúde disponibiliza aos municípios o Sistema Hórus de gerenciamento</p><p>da Assistência Farmacêutica, o Sistema e-CAR para acompanhamento, monitoramento</p><p>e avaliação das ações e serviços da Assistência Farmacêutica e a Base Nacional de</p><p>Dados de Ações e Serviços da Assistência Farmacêutica no SUS (BNAFAR), que conso-</p><p>lida, a partir dos registros no Sistema Hórus, dados nacionais de controle e movimen-</p><p>tação de estoque e dispensações realizadas pelos municípios (BRASIL, 2016).</p><p>EIXO CUIDADO</p><p>São desenvolvidas ações, serviços e tecnologias que, integrados à educação em saú-</p><p>de, promovem o cuidado farmacêutico, entendido como uma ação do farmacêutico</p><p>centrada no usuário e integrada à equipe multiprofissional de saúde para a promoção,</p><p>a proteção e a recuperação da saúde e a prevenção de agravos. O cuidado farmacêu-</p><p>tico deve ter, como metas, a educação em saúde e a promoção do uso racional de</p><p>medicamentos e de terapias alternativas e complementares, levando em considera-</p><p>ção as concepções do indivíduo, a família, a comunidade e a equipe de saúde, incluin-</p><p>do não apenas a dimensão clínico-assistencial, mas também a técnico-pedagógica do</p><p>trabalho em saúde (BRASIL, 2016).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Farmacêutico na APS</p><p>O farmacêutico, na APS, de forma integrada com a rede de atenção à saúde, deve</p><p>ser o profissional responsável pela estruturação dos Serviços Farmacêuticos na</p><p>Atenção Básica (SFAB), os quais contemplem desde a dimensão técnico-geren-</p><p>cial, voltada para o planejamento, a logística e o acesso a medicamentos, até</p><p>a dimensão clínico-assistencial, com vistas ao alcance de melhores resultados</p><p>terapêuticos advindos do uso da farmacoterapia.</p><p>Uma proposta atual para o desenvolvimento dos SFAB no SUS é o Instru-</p><p>mento de Referência dos Serviços Farmacêuticos na Atenção Básica (IRSFAB),</p><p>elaborado por um Grupo de Trabalho do Conselho Nacional de Secretarias Mu-</p><p>nicipais de Saúde (CONASEMS).</p><p>Os seis âmbitos funcionais dos SFAB descritos no instrumento de referência</p><p>são: Gestão Logística e Acesso a Medicamentos, Cuidado Farmacêutico, Coor-</p><p>denação da Assistência Farmacêutica no Âmbito da Atenção Básica, Análise e</p><p>Aprimoramento da Utilização de Medicamentos na Prática Clínica e de Resul-</p><p>tados em Saúde e Gestão do Conhecimento.</p><p>Por iniciativa do Conselho Federal de Farmácia, foi criada, em 2013, uma</p><p>publicação de periodicidade anual denominada Experiências Exitosas de Far-</p><p>macêuticos no SUS, com o objetivo de divulgar experiências de farmacêuticos</p><p>nos eixos da atenção primária à saúde, serviços clínicos e farmácia hospitalar.</p><p>RELATOS DE EXPERIÊNCIA</p><p>Apresentados os conceitos básicos da assistência farmacêutica na Atenção Primária</p><p>à Saúde, a seguir, é exibida a aplicabilidade desses conceitos em um estudo de caso.</p><p>Caracterização</p><p>Fátima do Sul é</p><p>um município da região Centro-Oeste do país localizado no</p><p>estado de Mato Grosso do Sul, a 248 km da capital, Campo Grande. Com 19.189</p><p>habitantes, 50,8% da população do município é do sexo feminino e 49,2% do</p><p>sexo masculino, sendo que 26,8% dessa população tem idade entre 40 e 59 anos,</p><p>e 14,8% têm 60 anos ou mais. No ranking de população residente por faixa etária</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>no site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Fátima do Sul</p><p>ocupa o terceiro lugar em índice de envelhecimento no estado.</p><p>A rede de serviços públicos de saúde de Fátima do Sul é formada por sete</p><p>Unidades de Estratégia de Saúde da Família (seis urbanas e uma rural), um Nú-</p><p>cleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), um laboratório</p><p>de análises clínicas, um Centro de Especialidades Médicas (CEM), duas clínicas</p><p>de fisioterapia, três farmácias básicas (sendo duas na cidade e uma no distrito),</p><p>uma farmácia do Componente Especializado/Estratégico e Ação Judicial, uma</p><p>Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) e um Hospital Filantrópico, con-</p><p>veniados com o SUS.</p><p>A assistência farmacêutica é realizada por cinco farmacêuticos, sendo que</p><p>uma realiza a dispensação na farmácia básica do distrito de Culturama, a 35 km</p><p>da cidade. A Central de Abastecimento Farmacêutico é gerenciada por outra</p><p>farmacêutica, responsável pelo pedido de compras e controle de estoque. Um</p><p>farmacêutico e duas estagiárias atendem na dispensação da farmácia central,</p><p>enquanto outra farmacêutica atende na farmácia da Estratégia de Saúde da Famí-</p><p>lia (ESF). Já a quinta farmacêutica é a responsável pelo CEAF/Estratégico, Ação</p><p>Judicial e atuações no NASF-AB.</p><p>Relato da experiência</p><p>Observou-se, durante as reuniões do HiperDia (encontros mensais para dispen-</p><p>sação de medicamentos para tratamento de hipertensão e diabetes), que havia</p><p>baixa adesão ao tratamento, uso inadequado, supressão de doses e ausência de</p><p>conciliação entre prescrições de profissionais da atenção básica e médicos espe-</p><p>cialistas. Em visitas domiciliares com a equipe NASF, foram observados, também,</p><p>o armazenamento de medicamentos em local inadequado, quantidade ex-</p><p>cessiva estocada em domicílios, medicamentos vencidos acondicionados em</p><p>embalagens trocadas e muitos até deteriorados.</p><p>Havia a necessidade imediata da intervenção de um profissional farmacêu-</p><p>tico. Motivadas pelo curso do Conselho Federal de Farmácia denominado Cui-</p><p>dado Farmacêutico no SUS – Capacitação em Serviços, as farmacêuticas elabo-</p><p>raram uma agenda de atendimento aos pacientes e foram, então, impulsionadas</p><p>a deixar a dispensação e pensar um pouco mais nas atribuições do profissional</p><p>com o cuidado farmacêutico.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>A primeira consulta foi realizada na unidade de saúde e as consultas de retor-</p><p>no foram feitas, em sua maioria, durante visitas domiciliares. Na primeira con-</p><p>sulta, as farmacêuticas tiveram a oportunidade de conhecer a história clínica do</p><p>paciente e aplicar conhecimentos de consulta farmacêutica adquiridos no curso</p><p>de Cuidado Farmacêutico no SUS. Ao final da primeira consulta, os pacientes</p><p>recebiam uma ficha para monitoramento residencial da pressão arterial e/ou</p><p>glicemia e deixava agendada a consulta de retorno.</p><p>Durante a consulta de retorno, as farmacêuticas, em visita domiciliar, tinham</p><p>a oportunidade de verificar o local de armazenamento dos medicamentos, a vali-</p><p>dade, as prescrições médicas, os exames laboratoriais, conhecer os aparelhos de</p><p>pressão arterial e glicemia que o paciente tinha na própria residência, verificar</p><p>as condições de uso e avaliar os resultados do monitoramento da pressão arterial</p><p>e/ou glicemia que o paciente havia feito na própria residência. As intervenções</p><p>farmacêuticas foram realizadas ao longo do período de execução do trabalho</p><p>à medida que as farmacêuticas adquiriam a confiança dos pacientes avaliados.</p><p>Foram realizadas as seguintes intervenções:</p><p>• Melhoria na adesão.</p><p>• Disponibilidade de acesso.</p><p>• Melhoria no armazenamento em domicílio.</p><p>• Conciliação entre receitas de dois ou mais prescritores diferentes.</p><p>• Encaminhamento a outros profissionais.</p><p>• Retirada de excesso de medicamentos acondicionados em domicílio com</p><p>prazo de validade expirado ou próximo a vencer.</p><p>Resultados e impactos gerados com a experiência</p><p>Foi obtido êxito em mais de uma intervenção por paciente avaliado, totalizando</p><p>27 diferentes intervenções. Em 15% do total de intervenções, houve “melhoria na</p><p>adesão” ao tratamento, o que corresponde a 69,23% dos pacientes em que pode</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>ser observada melhoria dos parâmetros clínicos, configurando aprimoramento</p><p>na adesão. Observou-se, também, que 21% das intervenções obtiveram êxito de</p><p>“acesso ao medicamento”, o que corresponde a 100% dos pacientes para os quais</p><p>essa intervenção foi realizada.</p><p>O êxito no acesso se deu quando as farmacêuticas realizaram intervenções, orien-</p><p>tando uma paciente a enviar o receituário médico à Casa da Saúde para adquirir in-</p><p>sulina degludeca. Ela já a havia ganho a partir de uma ação judicial, porém não sabia</p><p>que precisava levar a receita para retirar a medicação. Outra paciente que estava sem</p><p>utilizar um anticoagulante oral por ser de alto custo e não ter condições financeiras de</p><p>adquiri-lo teve a medicação substituída por um profissional médico habilitado, que</p><p>trocou por outra alternativa terapêutica disponível na atenção básica, e segue fazendo</p><p>acompanhamento médico e exames laboratoriais de rotina.</p><p>O mesmo resultado se aplicou à intervenção “melhoria no armazenamento</p><p>em domicílio”, realizada em 21% das intervenções, com resultado positivo para</p><p>todos os pacientes avaliados, ou seja, 100% dos pacientes para os quais esta in-</p><p>tervenção foi feita. Essa intervenção se deu por intermédio de orientação prática</p><p>(em domicílio) aos pacientes e/ou familiares sobre os locais corretos para arma-</p><p>zenamento e confecção de caixas de armazenamento com desenhos ilustrativos</p><p>dos horários de administração dos diferentes fármacos.</p><p>Onze porcento das intervenções correspondem à “conciliação entre receitas”</p><p>de diferentes prescritores, totalizando um êxito correspondente a 50% dos pacien-</p><p>tes avaliados. Resultados apresentados como intervenção “encaminhamento”: foi</p><p>possível realizar a conciliação de 50% e os demais 50% foram encaminhados a um</p><p>profissional médico para verificação da melhor conduta. Do total de intervenções,</p><p>21% corresponderam ao item “retirada do excesso de medicamentos acondicio-</p><p>nados em domicilio” com prazo de validade vencido ou próximo ao vencimento.</p><p>Essa intervenção foi aplicada a 100% dos pacientes avaliados, porque eles</p><p>faziam a retirada de medicação na farmácia básica municipal e nas farmácias</p><p>do comércio a partir do “Programa Aqui Tem Farmácia Popular”. Foram</p><p>realizadas, ainda, “orientações sobre o uso correto do aparelho de glicemia” e</p><p>“rodízio dos locais de aplicação de insulina”, orientações sobre o melhor horário</p><p>para a tomada dos hipoglicemiantes orais, alterações nos horários de tomadas</p><p>de anti-hipertensivos, orientações nutricionais e de mudança no estilo de vida,</p><p>autocuidado com pé diabético e encaminhamento de pacientes ao grupo de ta-</p><p>bagismo e ao grupo de emagrecimento.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Somente a garantia do acesso a medicamentos pela população baseada na estrutu-</p><p>ra favorável e no abastecimento adequado não permite a ação terapêutica integral.</p><p>O uso dos medicamentos deve ser um motivo de preocupação e zelo dos cuidados</p><p>farmacêuticos, que são inteiramente dependentes da iniciativa e da competência</p><p>do farmacêutico da atenção básica. Como vimos no exemplo exposto, ações sim-</p><p>ples, mas bem direcionadas, modificam a realidade do uso dos medicamentos e</p><p>promovem mais saúde e qualidade de vida para a população.</p><p>Conhecer os aspectos que norteiam a assistência farmacêutica na Atenção</p><p>Básica e entender a organização dos serviços farmacêuticos nesse nível de atenção</p><p>permite ao farmacêutico orientar as próprias atribuições no SUS.</p><p>A inserção do farmacêutico na rede pública de</p><p>saúde é crescente e tem se tornado um campo de</p><p>atuação muito promissor. Todavia, exige desse pro-</p><p>fissional aperfeiçoamento e capacitação em gestão</p><p>da logística e do cuidado, dominando as práticas do</p><p>Ciclo da Assistência Farmacêutica, as quais são de</p><p>atribuição exclusiva dele.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei-</p><p>to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>A inserção do</p><p>farmacêutico na</p><p>rede pública de</p><p>saúde é crescente</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. A Atenção Primária à Saúde (APS), também chamada de Atenção Básica, é, via de regra, o</p><p>primeiro ponto de contato do usuário com o sistema de saúde. Nela, o atendimento deve</p><p>ser de fácil acesso e de assistência ampla voltada ao cuidado das pessoas, e não somente</p><p>ao tratamento de doenças.</p><p>Atualmente, qual é a principal iniciativa para que a APS alcance as próprias finalidades?</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) O Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica.</p><p>b) A Estratégia Saúde da Família.</p><p>c) O Piso da Atenção Básica.</p><p>d) A Carteira de Serviços da Atenção Primária à Saúde.</p><p>e) O Piso da Atenção Básica Variável.</p><p>2. A definição da origem de recursos financeiros, o planejamento e o orçamento são requisitos</p><p>fundamentais para a programação e a execução das ações de saúde em qualquer nível</p><p>de gestão.</p><p>Considerando as regras atuais do financiamento da assistência farmacêutica na Atenção</p><p>Básica, é correto afirmar:</p><p>a) O Incentivo à Assistência Farmacêutica Básica (IAFB) no valor de R$ 2,00 por habitante/</p><p>ano é de responsabilidade do governo federal.</p><p>b) O Plano Estadual de Assistência Farmacêutica Básica tem como objetivo o gerenciamen-</p><p>to dos recursos financeiros repassados aos municípios.</p><p>c) A Relação Municipal de Medicamentos Essenciais (REMUME) vigente é a lista de referên-</p><p>cia para o financiamento do Componente Básico da Assistência Farmacêutica.</p><p>d) Até 15% da contrapartida federal do financiamento do Componente Básico da Assistência</p><p>Farmacêutica poderá ser aplicado na adequação física das farmácias do SUS.</p><p>e) O financiamento da assistência farmacêutica na Atenção Básica é de natureza tripartite,</p><p>ou seja, é de responsabilidade conjunta de estados, municípios e União.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Outro passo importante para a reorganização da assistência farmacêutica foi a criação do</p><p>Programa Nacional de Qualificação da Assistência Farmacêutica no âmbito do Sistema</p><p>Único de Saúde (Qualifar-SUS), organizado em quatro eixos estratégicos de acordo com</p><p>os próprios objetivos.</p><p>Considerando as características dos eixos estratégicos do Qualifar-SUS, assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Eixo Estrutura: prever melhorias na infraestrutura, nas instalações e no custeio das Cen-</p><p>trais de Abastecimento Farmacêutico (CAF).</p><p>b) Eixo Educação: disponibilizar informações que possibilitem o acompanhamento, o mo-</p><p>nitoramento e a avaliação das ações e dos serviços da assistência farmacêutica.</p><p>c) Eixo Informação: inserir a assistência farmacêutica nas práticas clínicas visando à re-</p><p>solutividade das ações em saúde, otimizando os benefícios e minimizando os riscos</p><p>relacionados à farmacoterapia.</p><p>d) Eixo Cuidado: contribuir para a estruturação dos serviços farmacêuticos no SUS, de modo</p><p>que eles sejam compatíveis com as atividades desenvolvidas na assistência farmacêutica.</p><p>e) Eixo Cuidado: promover a educação permanente e a capacitação dos profissionais na</p><p>lógica das Redes de Atenção à Saúde.</p><p>4. De acordo com o Instrumento de Referência dos Serviços Farmacêuticos na Atenção Básica</p><p>(IRSFAB), os SFAB estão agrupados em seis âmbitos funcionais compostos por 20 linhas</p><p>de serviços distribuídas em 68 serviços. Quais são os seis âmbitos funcionais dos SFAB</p><p>descritos no instrumento de referência? Denomine-os.</p><p>5. Um dos âmbitos funcionais dos SFAB é voltado ao planejamento, à implementação, ao mo-</p><p>nitoramento e à avaliação de políticas farmacêuticas, além do desenvolvimento de ações</p><p>para a gestão dos serviços farmacêuticos de forma coordenada com os demais serviços</p><p>de saúde. O objetivo dele é fortalecer e integrar a assistência farmacêutica e a promoção</p><p>do Uso Racional de Medicamentos (URM) às políticas de saúde.</p><p>Denomine o âmbito funcional descrito no enunciado e cite as linhas de serviço correspon-</p><p>dentes dele.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 6, de 28 de setembro de 2017. Conso-</p><p>lidação das normas sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações</p><p>e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF,</p><p>n. 190, p. 569, 3 out. 2017b.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2 436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Na-</p><p>cional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção</p><p>Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, DF: Ministério da Saúde, [2017a].</p><p>Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.</p><p>html. Acesso em: 28 fev. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.</p><p>Política Nacional de Atenção Básica. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2012.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departa-</p><p>mento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Hórus – Sistema Nacional de Ges-</p><p>tão da Assistência Farmacêutica: manual 1: apresentação do sistema. Brasília, DF: Ministério da</p><p>Saúde, 2017c.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departa-</p><p>mento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. QUALIFARSUS. Programa Nacional</p><p>de Qualificação da Assistência Farmacêutica no Âmbito do Sistema Único de Saúde. Eixo Estru-</p><p>tura Atenção Básica. Instruções Técnicas. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2016.</p><p>COSTA, K. S.; NASCIMENTO JR., J. M. HÓRUS: inovação tecnológica na assistência farmacêutica</p><p>no sistema único de saúde. Revista de Saúde Pública. v. 46, sup. 1, p. 91-99, 2012.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>1. Opção B.</p><p>A principal iniciativa para do desenvolvimento das finalidades da APS é a Estratégia Saúde</p><p>da Família.</p><p>2. Opção E.</p><p>O financiamento da assistência farmacêutica na Atenção Básica é de natureza tripartite, ou</p><p>seja, é de responsabilidade conjunta dos estados, municípios e União.</p><p>3. Opção A.</p><p>O Eixo Estrutura prevê melhorias na infraestrutura, nas instalações e no custeio das Centrais</p><p>de Abastecimento Farmacêutico (CAF).</p><p>4. Os seis âmbitos funcionais dos SFAB descritos no instrumento de referência são: gestão</p><p>logística e acesso a medicamentos, cuidado farmacêutico, coordenação da assistência</p><p>farmacêutica no âmbito da atenção básica, análise e aprimoramento da utilização de medi-</p><p>camentos na prática clínica e de resultados em saúde e gestão do conhecimento.</p><p>5. O nome do âmbito funcional é Coordenação da Assistência Farmacêutica no Âmbito da</p><p>Atenção Básica. As linhas funcionais dele são: coordenação da assistência farmacêutica,</p><p>planejamento da assistência farmacêutica, monitoramento e avaliação da assistência far-</p><p>macêutica e promoção do uso racional de medicamentos.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>MINHAS METAS</p><p>PLANEJAMENTO E GESTÃO DA</p><p>ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA</p><p>Conhecer os aspectos da evolução da administração pública brasileira.</p><p>Estudar os seguintes modelos de gestão: patrimonialista, burocrático e gerencial.</p><p>Entender o planejamento da assistência farmacêutica tradicional e estratégica no contex-</p><p>to do Plano Municipal de Saúde.</p><p>Explorar os elementos e os desafios da gestão da assistência farmacêutica.</p><p>Aprender as normas e os modelos empregados na organização e no desenvolvimento da</p><p>gestão da assistência farmacêutica.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, você sabe como está a situação da saúde na cidade em que você mora?</p><p>Já teve a curiosidade de participar</p><p>de alguma reunião do Conselho de Saúde do</p><p>seu município?</p><p>A gestão da assistência farmacêutica é o primeiro passo para elaborar um</p><p>plano de gestão da assistência farmacêutica. Ela faz uma análise da situação de</p><p>saúde por meio do levantamento de dados e informações do território, seguido</p><p>da identificação de problemas e necessidades.</p><p>Os problemas da sua cidade podem ser semelhantes aos de inúmeras cidades</p><p>espalhadas por todo o Brasil. Falta de medicamentos, ausência de sistema infor-</p><p>matizado, baixa qualidade no atendimento aos usuários, medicamentos prescri-</p><p>tos e indisponíveis para a população: são inúmeras as situações que prejudicam</p><p>o atendimento adequado da população.</p><p>A lista de problemas é extensa. A proposta para resolver a situação exposta</p><p>é promover a implantação de um modelo de assistência farmacêutica no muni-</p><p>cípio. Muitas cidades brasileiras não conseguem organizar a própria assistência</p><p>farmacêutica e, com isso, a atenção integral à saúde da população fica prejudicada</p><p>devido a diversos problemas, como o acesso e o uso racional de medicamentos.</p><p>É necessário elaborar um plano para direcionar essa implantação. O modelo</p><p>escolhido para isso é o Planejamento Estratégico Situacional (PES), uma</p><p>ferramenta que exige um correto entendimento do cenário do problema a ser</p><p>solucionado e realizar análises situacionais para orientar as ações, devendo a</p><p>realidade ser constantemente acompanhada.</p><p>Estudante, você já ouviu alguém falar sobre “políticas públicas de saúde”? Preparei</p><p>um podcast para você sobre o assunto. Aprofunde um pouco mais o seu conheci-</p><p>mento na área farmacêutica. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital</p><p>do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>No final dos anos de 1990, inicia-se a adequação da assistência farmacêutica ao</p><p>modelo de gestão descentralizada como princípio norteador da organização do</p><p>Sistema Único de Saúde (SUS). A reorganização da assistência farmacêutica, tra-</p><p>tada na Política Nacional de Medicamentos (PNM), orientada pela Norma</p><p>Operacional Básica nº 96 (NOB 96) e pela Portaria GM/MS nº 179/1999, que</p><p>estabelece os requisitos para a qualificação dos municípios e estados ao Incentivo</p><p>à Assistência Farmacêutica Básica (IAFB) e define os valores a serem transferi-</p><p>dos, teve o marco teórico estabelecido por iniciativa conjunta da Assessoria de</p><p>Assistência Farmacêutica, do Departamento de Atenção Básica e da Secretaria de</p><p>Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, com a Organização Pan-Americana</p><p>da Saúde (Opas).</p><p>A iniciativa foi baseada na estratégia educacional, com a realização das Ofi-</p><p>cinas Técnicas de Assistência Farmacêutica dirigidas à capacitação dos gestores</p><p>estaduais e municipais. Como produto dessas oficinas, foi elaborada, em 2003,</p><p>uma diretriz para a assistência farmacêutica no Brasil denominada Assistência</p><p>Farmacêutica para Gerentes Municipais (MARIN et al., 2003).</p><p>“A Assistência Farmacêutica compreende um conjunto de atividades que envolvem</p><p>o medicamento e que devem ser realizadas de forma sistêmica, ou seja, articuladas</p><p>e sincronizadas, tendo, como beneficiário maior, o paciente. É o resultado da</p><p>combinação de estrutura, pessoas e tecnologias para o desenvolvimento dos</p><p>serviços em um determinado contexto social. Dessa forma, necessita de uma</p><p>organização de trabalho que amplie sua complexidade, de acordo com o nível de</p><p>aperfeiçoamento das atividades e da qualidade impressa nos serviços realizados”</p><p>(MARIN et al., 2003, p. 54).</p><p>Alguns componentes, tais como planejamento, organização, direção e controle,</p><p>são elementos da administração empregados para desenvolver objetivos e metas</p><p>na produção de resultados definidos na organização empresarial e envolvem a</p><p>combinação de recursos humanos e materiais associados às tecnologias dispo-</p><p>níveis. No caso do SUS, esses conceitos se aplicam àquilo que se denomina de</p><p>gestão dos serviços de saúde em todos os níveis.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>Cabe aos gestores fazer com que os serviços de saúde operem com eficácia</p><p>e eficiência. Para tanto, são necessários conhecimentos e habilidades técnicas,</p><p>administrativas, políticas e psicossociais (MARIN et al., 2003).</p><p>“ Etimologicamente, as palavras administração, gestão, gerência e su-</p><p>pervisão são sinônimos, diferenciadas pelas funções exercidas. As-</p><p>sim, consideramos a gestão como administração de nível superior,</p><p>seja municipal, estadual ou federal; a gerência como administração</p><p>de nível intermediário e a supervisão como administração de nível</p><p>operacional. O processo administrativo ocorre em todos os níveis</p><p>de atividades da organização, ou seja, gestor, gerente e supervisor</p><p>(MARIN et al., 2003, p. 54).</p><p>MODELOS DE GESTÃO</p><p>A evolução da Administração Pública Brasileira passa por três modelos de</p><p>gestão: o patrimonialista, o burocrático e o gerencial, este também chamado</p><p>de “nova gestão pública”, para chegar à governança pública, modelo em de-</p><p>senvolvimento na atualidade.</p><p>MODELO PATRIMONIALISTA</p><p>Teve início com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, em 1808, e se</p><p>caracterizou por ser um sistema de dominação política e autoritária em que bens e</p><p>direitos eram distribuídos como patrimônio pessoal às elites econômicas da época.</p><p>Esse sistema era marcado pelo nepotismo, clientelismo, corrupção e descaso pelas</p><p>demandas sociais e se estendeu até os anos de 1930, quando o poder econômico se</p><p>concentrava nos grandes latifundiários (senhores de terras/coronéis), exploradores</p><p>dos trabalhadores rurais. O Estado patrimonial se caracterizava por ser um Estado com</p><p>poder absoluto, ilimitado e arbitrário, em que o bem público não pertencia à coletivi-</p><p>dade, mas à propriedade pessoal do soberano em caráter hereditário e sob uma rede</p><p>de interesses e influências chamada “dominação patrimonial”. No entanto, mudanças</p><p>políticas, econômicas e sociais levaram à despatrimonialização do Estado e do poder,</p><p>fazendo com que as fontes de renda da elite econômica e do governo passassem a</p><p>ter origem na arrecadação de impostos. No plano jurídico, surge a segmentação do</p><p>direito em público e privado.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>MODELO BUROCRÁTICO</p><p>Esse modelo impulsiona a criação do Estado moderno, com patrimônio próprio e</p><p>atuação voltada ao interesse público. Ele é regido por normas claras e separado dos</p><p>interesses privados. Nele, a administração pública opera com critérios racionais e le-</p><p>gais, promovendo transparência, impessoalidade, hierarquia, meritocracia e concurso</p><p>público na seleção de funcionários. Apesar de criticado, foi essencial para consolidar o</p><p>capitalismo e o Estado de direito, garantindo segurança jurídica, eficiência e moderni-</p><p>zação. Contudo, a rigidez da gestão burocrática, a crise financeira dos anos de 1970 e o</p><p>avanço do neoliberalismo e da globalização foram catalisadores para o surgimento da</p><p>nova gestão pública.</p><p>MODELO GERENCIAL</p><p>O modelo gerencial, também chamado de “nova gestão pública”, trouxe uma abor-</p><p>dagem que aplicava técnicas do setor privado à administração pública. Isso incluía a</p><p>gestão orientada para resultados, métricas de desempenho, simplificação organiza-</p><p>cional e parcerias público-privadas. Apesar de trazer melhorias isoladas, não foi eficaz</p><p>na coordenação entre as entidades públicas e a sociedade civil. Diante disso, surgiu a</p><p>governança pública, uma abordagem mais integrada e colaborativa para lidar com os</p><p>desafios sociais modernos.</p><p>MODELO DE GOVERNANÇA PÚBLICA</p><p>Tem, como princípios básicos, a integração, a articulação e a colaboração intersetorial</p><p>orientados para o desempenho. A intersetorialidade, sob coordenação do Estado, deve</p><p>envolver a participação dos vários atores que integram determinado espaço, com efe-</p><p>tivo controle social e participação dos diversos segmentos sociais na gestão pública e</p><p>na proposição de ações e políticas públicas fundamentadas nas necessidades sociais.</p><p>A evolução dos modelos de administração pública não seguiu uma lógica linear e</p><p>segmentada ao longo dos anos, mas</p><p>ocorreu de maneira sobreposta, de forma que</p><p>muitos princípios e características de cada modelo permanecem influenciando</p><p>a gestão pública na atualidade.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Gestão da assistência farmacêutica</p><p>Depois de uma breve abordagem sobre os princípios da administração pública,</p><p>passaremos para a gestão da assistência farmacêutica propriamente dita.</p><p>Para isso, tenhamos em mente que o caráter da assistência farmacêutica não</p><p>está restrito ao simples abastecimento de medicamentos, mas possui uma natu-</p><p>reza complexa, sistêmica e multiprofissional.</p><p>O primeiro passo é viabilizar a estrutura da assistência farmacêutica em cada</p><p>um dos níveis de atenção à saúde, a começar pela criação de um organograma</p><p>hierárquico para estabelecer cargos, funções e divisões formais de trabalho vin-</p><p>culados ao Poder Executivo, mas com articulações intra e intersetoriais, princi-</p><p>palmente com a área administrativa do governo.</p><p>A organização das atividades pode se dar por tipo de atividade (seleção,</p><p>programação e aquisição), por grupos de medicamentos (básicos, estratégicos</p><p>e imunobiológicos) ou qualquer outra natureza, pois é a partir do modelo es-</p><p>colhido que se desenvolverão as atribuições e as competências relacionadas. A</p><p>organização estrutural deverá estar embasada em especificações técnicas, normas</p><p>administrativas, aspectos jurídicos e legais, recursos financeiros, sistemas de in-</p><p>formação e gestão eficiente do estoque (CONASS, 2011).</p><p>Planejar é preciso, executar é tudo! Em qualquer projeto, o planejamento é o primeiro</p><p>passo, afinal, é necessário colocar no papel tudo o que você precisa para realizar</p><p>uma ação. Ao mesmo tempo, ela apenas se concretiza se você reunir o suficiente</p><p>para executar os planos. É necessário encontrar motivação para continuar firme no</p><p>seu planejamento, dia após dia! Assim, você consegue reunir a força necessária para</p><p>cumprir todos os passos e alcançar os seus objetivos (PLANEJAR..., 2019).</p><p>A política de assistência farmacêutica que norteia o processo de gestão é funda-</p><p>mentada em diretrizes que precisam ser transformadas em ações concretas, a fim</p><p>de assegurar a racionalidade, a eficiência, a eficácia e a qualidade dos serviços</p><p>prestados, o que não é uma tarefa fácil e exige planejamento (MARIN et al., 2003).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>No SUS, o planejamento é um requisito legal de responsabilidade do gestor</p><p>em cada esfera de governo, o que requer conhecimento técnico e desenvolvi-</p><p>mento de instrumentos e ferramentas nos processos de trabalho. Geralmente,</p><p>o planejamento no setor público precisa estar alinhado ao plano de governo,</p><p>muitas vezes, norteado por “promessas de campanha eleitoral”, que podem vir a</p><p>ser implementadas. Além do mais, esse planejamento é influenciado por políticas</p><p>econômicas e sociais e pelas prioridades fiscais definidas no Plano Plurianual</p><p>(PPA), na Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO), na Lei Orçamentária Anual</p><p>(LOA) e na Constituição Federal.</p><p>O planejamento no SUS é regulamentado pelo Decreto nº 7.508/2011, o</p><p>qual também estabelece normas para o acesso à assistência farmacêutica. Assim,</p><p>define os requisitos que direcionarão o seu planejamento, que deverá ser apro-</p><p>vado e pactuado pelas comissões intergestoras de acordo com a esfera de gestão</p><p>na qual se apresente.</p><p>O planejamento da assistência farmacêutica, uma vez que é transversal</p><p>a todas as ações e serviços da rede de atenção à saúde, deverá envolver todos os</p><p>atores dos diferentes ambientes e níveis de gestão, principalmente os usuários do</p><p>SUS, que são os beneficiários das entregas planejadas.</p><p>Além disso, deve contar com fontes significativas de informações de todas as</p><p>áreas envolvidas que permitam definir ações, objetivos, metas e indicadores do</p><p>plano (VEBER et al., 2011; BRASIL, 2020).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Ciclo PDCA</p><p>O método mais aplicado no planejamento da assistência farmacêutica é o PDCA,</p><p>sigla advinda do inglês que integra as palavras “plan” (planejar), “do” (fazer, exe-</p><p>cutar), “check” (checar, controlar, verificar) e “act” (atuar, agir, corrigir).</p><p>P D</p><p>A C</p><p>Figura 1 – Ciclo PDCA / Fonte: adaptada de Brasil (2020, p. 80).</p><p>Descrição da Imagem: trata-se de uma representação das etapas do ciclo do PDCA, que está segmentado em</p><p>quatro partes iguais. A primeira parte, presente no quadrante superior esquerdo e na cor azul, é a letra P, que</p><p>está na cor branca. Na sequência, no sentido horário, há uma parte laranja com a letra D, que está na cor branca,</p><p>seguida de uma parte cinza com uma letra C na cor branca. Por último, há uma parte amarela com a letra A na</p><p>cor branca. O sentido do ciclo é representado por quatro setas dispostas do lado de fora de cada quadrante nas</p><p>respectivas cores e no sentido horário. Fim da descrição.</p><p>Para que o planejamento se concretize, é necessário que o ciclo PDCA seja aplica-</p><p>do de forma hierárquica e ascendente desde a Unidade Básica de Saúde (UBS) até</p><p>o nível central das Secretarias de Saúde, observando os aspectos de regionalização</p><p>e considerando um cronograma com prazos estabelecidos para a devida constru-</p><p>ção. A seguir, são exibidas as descrições de cada etapa do PDCA da assistência</p><p>farmacêutica (BRASIL, 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>PLAN (PLANEJAR)</p><p>Nesse estágio, que se reflete como uma ação estratégica, considera-se a avaliação</p><p>dos procedimentos atualmente utilizados e a forma como eles podem ser melho-</p><p>rados. Também são estabelecidos os seguintes elementos: a missão, os objetivos e</p><p>as metas da organização, além dos procedimentos e as metodologias necessárias</p><p>para que os resultados previamente definidos sejam alcançados. Ainda nessa etapa,</p><p>é importante que a gestão da assistência farmacêutica se envolva, de fato, com a</p><p>construção do planejamento da secretaria, a fim de garantir que as ações, as metas e</p><p>os indicadores sejam contemplados.</p><p>DO (FAZER)</p><p>Momento em que as ações planejadas são executadas, ou seja, quando o plano entra</p><p>em ação. Uma vez que as metas da assistência farmacêutica são garantidas no Plano</p><p>Municipal de Saúde, essa é a etapa que se destina a executar o que foi planejado por</p><p>meio da programação anual de saúde com o orçamento aprovado na Lei Orçamentá-</p><p>ria Anual.</p><p>CHECK (VERIFICAR)</p><p>Nessa etapa, em que estão presentes os processos de monitoramento e avaliação,</p><p>busca-se observar, com base nos resultados acumulados até então, se o plano está</p><p>sendo executado conforme planejado. Essa verificação (ou monitoramento) do que</p><p>será feito precisará ser descrita no relatório anual de gestão e nos relatórios quadri-</p><p>mestrais.</p><p>ACT (AGIR)</p><p>É neste momento que se busca corrigir o que foi identificado como problema ou falha</p><p>na etapa anterior e compromete o alcance dos resultados. O objetivo dessa etapa é</p><p>aprimorar a execução do plano, na busca por maior qualidade, eficiência e eficácia.</p><p>Neste momento, é importante que a avaliação seja feita em conjunto com o controle</p><p>social.</p><p>Se cada uma das etapas do PDCA for bem executada, a gestão alcançará as metas</p><p>planejadas, demonstrando eficácia das ações da assistência farmacêutica. Para</p><p>fins de aplicação em planejamento, a gestão é entendida como um instrumento</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>adotado para se obter resultados definidos previamente, lançando mão de recur-</p><p>sos materiais e humanos, além de processos e práticas adequadas. Entende-se por</p><p>governança, do ponto de vista do planejamento, o conjunto de medidas perma-</p><p>nentes que auxiliam na avaliação, no monitoramento e no direcionamento do</p><p>plano e são aplicadas pela gestão durante a execução (BRASIL, 2020).</p><p>A assistência farmacêutica tem dois tipos fundamentais de planejamento: o</p><p>tradicional e o estratégico.</p><p>O planejamento tradicional, também denominado “normativo”, é constituído pelas</p><p>seguintes etapas: diagnóstico, prognóstico, fixação de metas e objetivos, seleção,</p><p>formulação do plano, programação dos recursos financeiros, humanos e físicos,</p><p>execução e avaliação/controle.</p><p>Por sua vez, o planejamento estratégico é um método de raciocínio que tem a</p><p>capacidade de avaliar a coerência entre</p><p>as propostas possíveis e o objeto definido,</p><p>sendo utilizado para mudar uma realidade.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO</p><p>Entre vários modelos de planejamento, vamos abordar o Planejamento Estra-</p><p>tégico Situacional (PES), que é o mais empregado no setor da saúde. O PES é</p><p>um método em que a ação, o sujeito e a situação atuam centrados em problemas</p><p>identificados e nas operações que serão realizadas para a solução desses pro-</p><p>blemas. Nele, o sujeito está inserido tanto no problema quanto na solução a ser</p><p>aplicada, sendo partícipe da realidade que se quer planejar.</p><p>Você está convidado a ler o artigo Planejamento estratégico situacional: estudo de</p><p>caso em uma farmácia básica municipal, a fim de obter um melhor entendimento</p><p>do PES. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual</p><p>de aprendizagem</p><p>EU INDICO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Para que seja possível planejar os objetivos, as metas e os indicadores que</p><p>comporão a assistência farmacêutica, é preciso organizar o PES em quatro</p><p>momentos de execução.</p><p>MOMENTO</p><p>EXPLICATIVO</p><p>Dedicado à análise da situação e à identificação de proble-</p><p>mas, insatisfações e barreiras que se opõem à consecução</p><p>de um propósito. Para isso, é importante trazer informa-</p><p>ções, como o tamanho do problema, o número de pessoas</p><p>atingidas, a localização e a dimensão temporal.</p><p>MOMENTO</p><p>NORMATIVO</p><p>Busca-se “colocar tudo no papel”, desenhando planos e</p><p>descrevendo as operações e as ações que serão executa-</p><p>das durante a vigência do plano. Pode-se utilizar planilhas</p><p>ou matrizes operacionais que definem as ações a serem</p><p>executadas, o prazo de execução, o responsável pela</p><p>execução, os grupos de apoio, os recursos necessários</p><p>e, por fim, a análise da eficiência e da eficácia das ações</p><p>por meio de indicadores predefinidos. As planilhas e as</p><p>matrizes também serão aplicadas como ferramentas de</p><p>controle e acompanhamento da execução das ações, ou</p><p>seja, de gestão administrativa do plano.</p><p>MOMENTO</p><p>ESTRATÉGICO</p><p>Além de fornecer nome ao modelo do PES, é a ocasião</p><p>usada para avaliar a viabilidade e a factibilidade do plano.</p><p>Existe apoio político da gestão, de outros atores ou grupos</p><p>sociais para a realização do plano? Existem recursos finan-</p><p>ceiros, tecnológicos e gerenciais para a realização do pla-</p><p>no? O cenário no qual o problema se apresenta é favorável</p><p>à resolução? Essas são questões a serem respondidas e</p><p>resolvidas no momento estratégico por meio de articula-</p><p>ção sistemática de todos os envolvidos, empregando-se</p><p>estratégias de sensibilização e convencimento que tragam</p><p>perspectivas otimistas ao cenário, despertem o interesse</p><p>dos atores no plano e produzam os mesmos valores, como</p><p>cooperação, tolerância, cooptação, enfrentamento, nego-</p><p>ciação e resolução de conflitos.</p><p>MOMENTO</p><p>TÁTICO-OPERACIONAL</p><p>Hora de agir, ou seja, trata-se da execução do plano</p><p>propriamente dita. É o momento em que o plano “sai do</p><p>papel” para se transformar em ações concretas pelo grupo</p><p>executor das operações, com coordenação permanente e</p><p>avaliações periódicas.</p><p>Quadro 1 – Momentos de execução do PES / Fonte: adaptado de Brasil (2020) e Veber et al. (2011).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>MODELOS ALTERNATIVOS DE GESTÃO</p><p>DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA</p><p>A organização da assistência farmacêutica nos municípios deve levar em consi-</p><p>deração o porte e as peculiaridades locais dos territórios e as diferentes dimen-</p><p>sões e realidades que envolvem o acesso da população às ações e aos serviços</p><p>de saúde a serem priorizados pela assistência farmacêutica nos distintos níveis</p><p>de complexidade. Com a finalidade de tentar adequar a organização da gestão</p><p>às realidades dos municípios, são propostos modelos alternativos de gestão da</p><p>assistência farmacêutica.</p><p>MODELO CENTRALIZADO</p><p>No modelo atual, todas as fases da assistência farmacêutica são concentradas em</p><p>um único local, apesar da distribuição regional das unidades de saúde. Portanto, os</p><p>usuários são direcionados ao centro de assistência farmacêutica para acessar medica-</p><p>mentos e serviços clínicos. Embora esse modelo seja comum em pequenas cidades</p><p>devido à economia de custos, pode representar um desafio para os usuários que não</p><p>podem se deslocar até o centro (BRASIL, 2020).</p><p>MODELO PARCIALMENTE DESCENTRALIZADO</p><p>O modelo parcialmente descentralizado da assistência farmacêutica considera a</p><p>distribuição territorial da população e da Rede de Atenção à Saúde (RAS). A gestão de</p><p>estoque e a dispensação ocorrem em múltiplos locais, enquanto a gestão financeira,</p><p>a programação e a aquisição são centralizadas. É uma escolha comum aos municí-</p><p>pios de médio porte. As farmácias descentralizadas cuidam do armazenamento, da</p><p>dispensação e dos serviços clínicos. Embora esse modelo priorize o acesso aos medi-</p><p>camentos e aos serviços, a implementação de tecnologias na gestão de estoque e de</p><p>serviços pode ser limitada pela falta de recursos nos territórios (BRASIL, 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>MODELO DESCENTRALIZADO</p><p>A gestão municipal opta por descentralizar o controle de estoques e a dispensação em</p><p>todas as farmácias, levando em consideração a distribuição da população e da Rede de</p><p>Atenção à Saúde. Além disso, outras formas de contratação de serviços são utilizadas,</p><p>como consórcios ou organizações sociais, incluindo o programa “Aqui tem Farmácia</p><p>Popular”. Parcerias com Secretarias de Saúde estaduais podem ser estabelecidas para</p><p>gerenciar as farmácias especializadas de forma compartilhada. As gestões financeira e</p><p>administrativa também são descentralizadas, sendo cada unidade responsável pelos</p><p>próprios orçamento e operações, o que inclui programação, aquisição, armazenamento,</p><p>transporte, dispensação e serviços clínicos. Embora seja comum em municípios de</p><p>médio e grande porte, pode haver problemas na contratação e na gestão de terceiriza-</p><p>das, levando a interrupções temporárias dos serviços. Alguns municípios optam por um</p><p>modelo de gestão pública total para evitar esses problemas (BRASIL, 2020).</p><p>Estudante, para expandir os seus conhecimentos sobre o assunto abordado, gos-</p><p>taríamos de te indicar uma aula que preparamos especialmente para você. Acre-</p><p>ditamos que essa aula complementará e aprofundará ainda mais o seu entendi-</p><p>mento do tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Em seu município, qual é o modelo de gestão da assistência farmacêutica? Por que se</p><p>optou por esse modelo? Fica lançado o desafio para que você busque respostas para</p><p>essas questões. É fato que, tanto na administração pública quanto na administração</p><p>privada, o planejamento é um processo indispensável para o desenvolvimento da</p><p>gestão. Conhecer os métodos e as estratégias de planejamento e saber aplicá-los são</p><p>ações fundamentais ao gestor farmacêutico em todas as áreas de atuação.</p><p>No serviço público, nas farmácias e nas drogarias, na indústria farmacêutica</p><p>e na de alimentos, no ensino e na pesquisa, nas atividades clínicas, enfim, quer</p><p>onde exista, ou não, uma atividade empresarial, o planejamento assume uma</p><p>importância muito grande para o sucesso dos empreendimentos.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>1. A evolução da administração pública brasileira compreende os seguintes modelos de ges-</p><p>tão: patrimonialista, burocrático, nova gestão pública e governança pública.</p><p>Assinale a alternativa que apresenta corretamente uma das características do modelo da</p><p>nova gestão pública:</p><p>a) Teve início com a vinda da família real portuguesa para o Brasil em 1808.</p><p>b) Não faz distinção entre o público e o privado.</p><p>c) Aplica modelos, técnicas e ferramentas do setor privado à administração pública.</p><p>d) Impulsionou a criação do chamado Estado moderno.</p><p>e) Tem, como princípios básicos, a integração, a articulação e a colaboração intersetorial.</p><p>2. O método mais aplicado no planejamento da assistência farmacêutica é o PDCA, sigla</p><p>advinda do inglês que integra as palavras “plan” (planejar), “do” (fazer, executar), “check”</p><p>(checar, controlar, verificar) e “act” (atuar,</p><p>agir, corrigir).</p><p>Assinale a alternativa que corresponde corretamente à etapa do PDCA que realiza a ava-</p><p>liação dos procedimentos atualmente usados na gestão e a forma como eles podem ser</p><p>melhorados:</p><p>a) Planejar.</p><p>b) Fazer.</p><p>c) Verificar.</p><p>d) Controlar.</p><p>e) Atuar</p><p>3. A assistência farmacêutica tem dois tipos fundamentais de planejamento: o tradicional e o</p><p>estratégico. Para escolher qual modelo de planejamento usar, é muito importante analisar</p><p>as diferenças entre eles.</p><p>Assinale a alternativa que corresponde corretamente a uma característica do planejamento</p><p>estratégico:</p><p>a) A elaboração considera, em geral, apenas os recursos econômicos.</p><p>b) Considera a existência de outros atores sociais em todas as etapas.</p><p>c) Atribui, como meta, uma única explicação verdadeira.</p><p>d) Tem, como proposta, a promoção política do gestor.</p><p>e) As diretrizes, geralmente, estão fora do contexto da realidade.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>4. O PES é um método em que a ação, o sujeito e a situação atuam centrados em problemas</p><p>identificados e nas operações que serão realizadas para a solução desses problemas. Para</p><p>que seja possível planejar os objetivos, as metas e os indicadores que comporão a assistên-</p><p>cia farmacêutica, é preciso organizar o PES em quatro momentos de execução: explicativo,</p><p>normativo, estratégico e tático-operacional. Descreva o momento “normativo” do PES.</p><p>5. O planejamento da assistência farmacêutica do município deve estar obrigatoriamente</p><p>articulado ao Plano Municipal de Saúde. Diante dessa afirmativa, descreva o conhecimento</p><p>específico que o farmacêutico precisa ter para participar ativamente do processo de ela-</p><p>boração desse planejamento.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Pro-</p><p>moção da Saúde. Gestão e planejamento da assistência farmacêutica no SUS. Assistência</p><p>farmacêutica na gestão municipal: da instrumentalização às práticas de profissionais de nível</p><p>superior nos serviços de saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2020. v. 2.</p><p>CONASS. Assistência farmacêutica no SUS. Brasília, DF: CONASS, 2011. v. 7.</p><p>MARIN, N. et al. (org.). Assistência farmacêutica para gerentes municipais. Rio de Janeiro:</p><p>Opas/OMS, 2003.</p><p>PLANEJAR é preciso, executar é tudo! DHoffmann, 7 ago. 2019. Disponível em: https://dhof-</p><p>fmann.com.br/planejamento-e-preciso-executar-e-tudo/#:~:text=Em%20qualquer%20proje-</p><p>to%2C%20o%20planejamento,suficiente%20para%20executar%20os%20planos. Acesso em: 7</p><p>mar. 2024.</p><p>VEBER, A. P. et al. Gestão da assistência farmacêutica. Especialização a distância. Módulo</p><p>Transversal 1: gestão da assistência farmacêutica. Florianópolis: UFSC, 2011.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. Opção C.</p><p>Aplica modelos, técnicas e ferramentas advindos do setor privado à administração pública.</p><p>2. Opção A.</p><p>3. Opção B.</p><p>Considera a existência de outros atores sociais em todas as etapas.</p><p>4. Busca-se “colocar tudo no papel”, desenhando planos e descrevendo as operações e as</p><p>ações que serão executadas durante a vigência do plano. Pode-se utilizar planilhas ou</p><p>matrizes operacionais que definem as ações a serem executadas, o prazo de execução, o</p><p>responsável pela execução, os grupos de apoio, os recursos necessários e, por fim, a análise</p><p>da eficiência e da eficácia das ações por meio de indicadores predefinidos. As planilhas e</p><p>as matrizes também serão aplicadas como ferramentas de controle e acompanhamento da</p><p>execução das ações, ou seja, de gestão administrativa do plano.</p><p>5. O desenvolvimento de um planejamento da assistência farmacêutica exige do farmacêutico</p><p>conhecimentos específicos de gestão em saúde, os quais podem ser adquiridos em cursos</p><p>e treinamentos próprios do SUS dirigidos aos gestores.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>PRÁTICAS INTEGRATIVAS E</p><p>COMPLEMENTARES</p><p>Compreender a definição de Práticas Integrativas e Complementares de Saúde.</p><p>Conhecer a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.</p><p>Entender os objetivos da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.</p><p>Explorar as principais Práticas Integrativas e Complementares de Saúde.</p><p>Estudar a aplicabilidade das Práticas Integrativas e Complementares de Saúde no Siste-</p><p>ma Único de Saúde (SUS).</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, você já ouviu alguém falar em Práticas Integrativas e Complementa-</p><p>res (PICs)? Você sabe se algumas dessas práticas estão disponíveis na unidade</p><p>de saúde onde você é atendido? Será que o seu município incentiva as práticas</p><p>integrativas e complementares no serviço de saúde?</p><p>As PICs são abordagens terapêuticas que têm, como objetivo, prevenir agra-</p><p>vos à saúde, além de fomentarem a promoção e a recuperação da saúde, enfati-</p><p>zando a escuta acolhedora, a construção de laços terapêuticos e a conexão entre o</p><p>ser humano, o meio ambiente e a sociedade. As PICs não substituem o tratamento</p><p>tradicional. Elas são um adicional, um complemento ao tratamento, e são indi-</p><p>cadas por profissionais específicos de acordo com as necessidades de cada caso.</p><p>Venha aprofundar um pouco mais o seu conhecimento sobre o universo das PICs!</p><p>Você, como estudante de Farmácia, já ouviu alguém falar em homeopatia? Re-</p><p>cursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de apren-</p><p>dizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>As Práticas Integrativas e Complementares de Saúde (PICs) são tratamentos para</p><p>a saúde que utilizam recursos terapêuticos baseados em conhecimentos tradi-</p><p>cionais voltados para prevenir diversas doenças, como depressão e hipertensão.</p><p>Em alguns casos, também podem ser usados como tratamentos paliativos para</p><p>algumas doenças crônicas (PRÁTICAS..., 2024).</p><p>A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) foi</p><p>implantada no dia 3 de maio de 2006 pela Portaria nº 971/2006. Naquele ano,</p><p>foram implantadas as seguintes práticas: acupuntura, homeopatia, plantas me-</p><p>dicinais/fitoterapia e termalismo social (BRASIL, 2006).</p><p>Em março de 2017, foi instituída a Portaria nº 849/2017, que ampliou a oferta</p><p>das PICs no SUS, ao instituir as seguintes práticas: arteterapia, ayurveda, bio-</p><p>dança, dança circular, meditação, musicoterapia, naturopatia, osteopatia,qui-</p><p>ropraxia, reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa e yoga.</p><p>Atualmente, são 29 práticas integrativas e complementares de saúde ofertadas</p><p>pelo SUS (BRASIL, 2017).</p><p>Essas práticas têm o objetivo de aumentar as abordagens de cuidado e as pos-</p><p>sibilidades terapêuticas para os usuários do SUS, visando contemplar a integrali-</p><p>dade e a resolutividade da atenção à saúde. São competências exclusivas do muni-</p><p>cípio a contratação dos profissionais e a definição das práticas a serem ofertadas.</p><p>“ Compete ao gestor municipal elaborar normas técnicas para a in-</p><p>serção da PNPIC na rede municipal de saúde e definir os recursos</p><p>orçamentários e financeiros para a implementação das práticas in-</p><p>tegrativas (BRASIL, 2006).</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>OBJETIVOS DA POLÍTICA NACIONAL DE PRÁTICAS</p><p>INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES (PNPIC)</p><p>A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) tem</p><p>como objetivos:</p><p>■ Incorporar e implementar as Práticas Integrativas e Complementares no</p><p>SUS, nas perspectivas da prevenção de agravos e da promoção e da re-</p><p>cuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada ao cuidado</p><p>continuado, humanizado e integral em saúde.</p><p>■ Contribuir ao aumento da resolubilidade do SUS e à ampliação do acesso</p><p>à PNPIC, garantindo qualidade, eficácia, eficiência e segurança no uso.</p><p>■ Promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternati-</p><p>vas inovadoras e socialmente contributivas ao desenvolvimento sus-</p><p>tentável de comunidades.</p><p>■ Estimular as ações referentes ao controle/participação social, promo-</p><p>vendo o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores</p><p>e trabalhadores nas diferentes instâncias de efetivação das políticas de</p><p>saúde (BRASIL, 2006).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Estudante, você conhece</p><p>as principais Práticas Integrativas e Complementares da</p><p>Saúde? Já teve contato com alguma delas?</p><p>MEDICINA TRADICIONAL CHINESA: ACUPUNTURA</p><p>A acupuntura integra a Medicina Tradicional Chinesa (MTC) e possui mais de</p><p>três mil anos de tradição. A medicina chinesa atua nos canais de energia deno-</p><p>minados “meridianos”. Nos meridianos, fluem Xue e Qi (sangue e energia) e a</p><p>técnica visa equilibrar o organismo da pessoa. Antes do início do tratamento, o</p><p>acupunturista realizará uma anamnese, buscando coletar dados e informações</p><p>sobre a saúde e o estilo de vida do paciente. Também pode complementar utili-</p><p>zando diagnósticos a partir da língua e do pulso (DZIEMIDKO, 2000).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>A acupuntura foi introduzida no Brasil há cerca de 100 anos, com a vinda</p><p>dos primeiros imigrantes japoneses que vieram trabalhar na agricultura. En-</p><p>tre eles, encontravam-se alguns praticantes da Medicina Tradicional Oriental</p><p>(NOGUEIRA; MAKI, 2003). Uma sessão de acupuntura pode produzir o alívio</p><p>dos sintomas, mas, geralmente, são necessárias algumas sessões semanais para</p><p>produzir e manter os efeitos a longo prazo (DZIEMIDKO, 2000).</p><p>As agulhas são de uso único e descartáveis. O acupunturista necessita seguir a</p><p>regulamentação das boas práticas de biossegurança (NOGUEIRA; MAKI, 2003).</p><p>PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA</p><p>A prática do uso de ervas para a cura é muito antiga. As plantas medicinais pos-</p><p>suem um efeito fisiológico sobre o equilíbrio do metabolismo e muitos remédios</p><p>da medicina tradicional surgiram a partir das ervas. “A fitoterapia, provavelmen-</p><p>te, é mais antiga que o homem, pois animais, como a cobra, o lobo e o chimpanzé</p><p>valem-se das ervas enquanto estão doentes. Isso sugere que a escolha de plantas</p><p>por sua capacidade curativa é inata aos animais” (DZIEMIDKO, 2000, p. 116).</p><p>“As plantas medicinais são aquelas capazes de aliviar ou curar enfermidades e</p><p>têm tradição de uso pela população ou comunidade. [...] Para usá-las, é preciso</p><p>conhecer a planta, “saber onde pode ser colhida e como prepará-la!” (CARVALHO;</p><p>CARDOSO; GUTIERREZ, 2022, p. 6).</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>As ervas medicinais são utilizadas com mais frequência em forma de chás e in-</p><p>fusões. Embora as plantas medicinais sempre tenham sido presentes e predomi-</p><p>nantes em nossa história, essa terapêutica sempre foi ineficaz quando falamos de</p><p>patologias graves, principalmente as infecciosas.</p><p>Quando a planta medicinal é industrializada com o objetivo de se tornar um medi-</p><p>camento, a constituição dela é o fitoterápico. O processo de industrialização da planta</p><p>evita contaminações por microrganismos e substâncias estranhas, além de padronizar</p><p>a quantidade e a forma que deve ser usada, permitindo uma maior segurança de uso.</p><p>1</p><p>4</p><p>8</p><p>Atualmente, são 2.160 Unidades Básicas de Saúde (UBS) que disponibilizam</p><p>fitoterápicos ou plantas medicinais, sendo que 260 (UBS disponibilizam a planta in</p><p>natura, 188 a droga vegetal, 333 o fitoterápico manipulado e 1.647 UBS disponibilizam</p><p>o fitoterápico industrializado (CASTILHO, 2019).</p><p>Em Blumenau, em Santa Catarina, por exemplo, o Ambulatório Geral Haroldo</p><p>Bachmann implementou o Grupo Horta Medicinal em parceria com acadêmicos da</p><p>área da saúde. Os objetivos desse projeto são resgatar e valorizar o saber popular</p><p>sobre as plantas medicinais, ampliar as experiências na utilização de chás, além de</p><p>revitalizar as hortas medicinais domésticas. São 36 espécies de plantas medicinais</p><p>disponíveis na horta comunitária para a partilha com a comunidade (PRADO, 2015).</p><p>REIKI</p><p>Reiki é uma palavra de origem japonesa: “rei” significa “universal”, expressando</p><p>a essência energética que está em todas as coisas que existem, enquanto “ki” se</p><p>refere à energia vital que flui em todos os organismos vivos e os mantém. Sem</p><p>“ki”, o corpo morre. A palavra reiki é utilizada para se referir ao método Usui</p><p>Reiki Ryoho, criado por Mikao Usui.</p><p>O reiki funciona transformando as energias prejudiciais em benéficas. Por in-</p><p>termédio de um mestre habilitado, a energia universal flui por meio do físico e</p><p>pode ser repassada. A aplicação do reiki pode ser feitessoas, plantas, animais, ou</p><p>seja, em todo ser vivo (DE’CARLI, 2017). “O Reiki pode ser usado para qualquer</p><p>doença ou lesão, bem como para distúrbios emocionais e confusão espiritual. O</p><p>receptor usa a energia onde ela for mais necessária” (DZIEMIDKO, 2000, p. 78).</p><p>“ “O Reiki pode ser usado para qualquer doença ou lesão, bem como</p><p>para distúrbios emocionais e confusão espiritual. O receptor usa a</p><p>energia onde ela for mais necessária” (DZIEMIDKO, 2000, p. 78).</p><p>No processo de aplicação do Reiki, ocorre a sintonia de uma frequência energé-</p><p>tica de alta vibração, que:</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>“ [...] possibilita contribuir com a elevação da frequência vibracio-</p><p>nal dos clientes, promovendo a reestruturação dos seus padrões</p><p>energéticos, que têm relação direta com o sistema glandular endó-</p><p>crino, favorecendo assim o equilíbrio físico, emocional, mental e</p><p>espiritual. O Reiki atua para o benefício dos que o praticam e sua</p><p>abrangência e alcance estão além de nossas percepções finitas, pois</p><p>é uma energia de amor, de cura e de transformação, podendo ser</p><p>irradiado para qualquer estrutura de forma presencial ou a distância</p><p>(BESSA; OLIVEIRA, 2013, p. 661).</p><p>DANÇA CIRCULAR</p><p>A dança circular também é conhecida como dança dos povos ou dança circular</p><p>sagrada. Esse movimento teve início com Bernhard Wosien, que era coreógrafo</p><p>e bailarino e, em 1976, visitou a Comunidade de Findhorn, na Escócia, com o</p><p>objetivo de ensinar as danças dos povos para os residentes. De certa forma, a</p><p>dança circular sempre esteve presente na cultura e na história da humanidade.</p><p>O círculo, símbolo universal, tendo, como centro, muitas vezes, o fogo ou</p><p>objetos sagrados, como talismãs e flores, representava o espaço da comunidade</p><p>para celebrar rituais de passagem, tais como nascimento, casamento, morte, entre</p><p>outros momentos importantes da vida humana (CONHEÇA..., 2024).</p><p>“A Dança Circular Sagrada não é, portanto, uma invenção dos tempos modernos.</p><p>Pelo contrário, é apenas o resgate de uma prática ancestral muito antiga e profun-</p><p>da, vestida para os tempos atuais” (CONHEÇA..., 2024, on-line).</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>O principal objetivo na dança circular sagrada não é a técnica da coreografia,</p><p>mas sim o sentimento de união de grupo, o espírito comunitário que se ins-</p><p>tala a partir do momento em que todos, de mãos dadas, apoiam e auxiliam</p><p>os companheiros (CONHEÇA..., 2024).</p><p>“ Benefícios da prática de dança circular, de acordo com Sutter (2017,</p><p>on-line):</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>1. Desperta a Integração e viabiliza a socialização em grupo.</p><p>2. Possibilita a harmonização e o autoconhecimento.</p><p>3. Promove a melhora de concentração e memória.</p><p>4. Auxilia na confiança em si mesmo e na conexão transcendental.</p><p>5. Promove a sensação de bem-estar e de emoções saudáveis.</p><p>6. Prática Terapêutica proporcionando a manutenção ou recupe-</p><p>ração da saúde.</p><p>Arteterapia</p><p>A arteterapia vem a contribuir como uma prática integrativa e complementar,</p><p>visando auxiliar na promoção, na reabilitação e na recuperação da saúde, além da</p><p>prevenção de agravos a partir da utilização da arte. É considerada um campo de</p><p>conhecimento transdisciplinar e tem uma abordagem terapêutica que se baseia</p><p>na ideia de que o processo criativo se dá mediante a comunicação não verbal de</p><p>sentimentos e conflitos (UBAAT, 2024).</p><p>“A expressão artística é um caminho que favorece a comunicação de desconfortos</p><p>ou experiências contraditórias, de difícil comunicação apenas em palavras” (UBAAT,</p><p>2024, p. 2). Na atividade artística, a manifestação de sentimentos ou emoções não</p><p>ditas contribui para a manifestação no concreto</p><p>As atividades envolvendo o desenho, a pintura, a modelagem e a construção</p><p>podem constituir uma “experiência pessoal de potencialização de autonomia,</p><p>uma vez que envolvem um processo ativo de escolha de materiais, estilos, cores,</p><p>formas, linhas e texturas” (UBAAT, 2024, p. 2).</p><p>Trata-se de um processo terapêutico</p><p>aplicável em quadros clínicos di-</p><p>versos envolvendo todos os ciclos vitais: infância, adolescência, adultos e</p><p>idosos (UBAAT, 2024).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Yoga</p><p>A palavra “yoga” deriva da língua sânscrita e a raiz dela, “yuj”, significa “união”.</p><p>Paramahansa Yogananda, grande mestre da ciência da meditação na linha da</p><p>yoga, define essa palavra como a união da alma individual com o espírito. Não</p><p>só, mas ela também representa o conjunto de métodos pelos quais se alcança</p><p>esse objetivo (MARTINS, 2016). “A história da Yoga como doutrina tem cerca</p><p>de 5.000 anos e sua codificação se deu por volta do século II a.C., por Patânjali,</p><p>grande sábio que compilou os ensinamentos da Yoga através de um sistema res-</p><p>peitado e reconhecido até hoje” (MARTINS, 2016, on-line).</p><p>Os fundamentos da yoga estão ancorados em oito passos para a conexão com</p><p>o divino ou o alcance para a iluminação. São elas (OS OITO..., 2020):</p><p>1º Yamas = Abstenções: São cinco atitudes éticas que devemos ter diante</p><p>do outro, da natureza e de nós mesmos (não violência, não mentir, não roubar,</p><p>não exagerar e não ter apego).</p><p>2º Nyamas = Promoções: São cinco atitudes que devemos promover em</p><p>relação a nós mesmos (purificação, contentamento, autodisciplina, estudo de si</p><p>mesmo e devoção).</p><p>3º Asanas: Posturas físicas. Segundo Patanjali, o ásana deve ser estável e</p><p>confortável. A prática traz saúde e leveza para o corpo e disciplina para a mente.</p><p>Reduz a fadiga e acalma os nervos.</p><p>4º Pranayama: Controle da energia vital (prana) por meio da respiração. O</p><p>pranayama fortalece o sistema respiratório e acalma o sistema nervoso, favore-</p><p>cendo a concentração.</p><p>5º Pratyahara: Controle dos sentidos e estabilização das sensações da mente.</p><p>6º Dharana: Concentração e atenção fixa em um único ponto.</p><p>7º Dhyana: Meditação.</p><p>8º Samadhi: Estado de comunhão com Deus (OS OITO..., 2020).</p><p>Para Martins (2016), as técnicas utilizadas para desenvolver a prática da yoga</p><p>são compostas por asanas (posturas básicas), pranayamas (exercícios respirató-</p><p>rios), relaxamento, concentração e meditação.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>Meditação</p><p>Caracterizada como o treinamento para a atenção plena à consciência do mo-</p><p>mento presente, a meditação tem sido associada a um maior bem-estar físico,</p><p>mental e emocional (MENEZES; DELL’AGLIO, 2009a).</p><p>Podemos considerar a meditação uma disciplina que tem um grande po-</p><p>tencial de cura em todos os níveis. Sendo praticada há mais de 4.000 anos, além</p><p>de fazer parte da yoga, também é realizada em religiões, como o budismo. Me-</p><p>ditando, podemos relaxar o corpo e a mente, percebendo a consciência de um</p><p>modo diferente.</p><p>“ Esse processo visa mover a consciência além do ego. A meditação</p><p>pode levar-nos para além do desconforto imposto ao corpo, levan-</p><p>do-nos para um ponto além de nós mesmos onde sentimos felici-</p><p>dade, unidade com o 'divino”, alegria, paz e estamos de bem-estar</p><p>(DZIEMIDKO, 2000, p. 109).</p><p>Segundo Menezes e Dell’Aglio (2009b), podemos entender a meditação sob</p><p>duas perspectivas: a prática dentro do contexto religioso-espiritual, que, de acor-</p><p>do com a tradição, há ensinamentos transmitidos pelos preceitos inerentes a cada</p><p>uma delas; e uma atividade inserida no âmbito da saúde, “na condição de técnica</p><p>capaz de produzir determinados benefícios, promovendo maior saúde física e</p><p>mental. Parece prudente inferir que uma não necessita excluir a outra, e tampouco</p><p>uma necessariamente precisa da outra” (MENEZES; DELL’AGLIO, 2009b, p. 285).</p><p>TERAPIA COMUNITÁRIA</p><p>A Prática da Terapia Comunitária Integrativa integra, desde 2008, a Política</p><p>Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Ministério</p><p>da Saúde. Ela tem se revelado para os gestores da saúde e comunidade um</p><p>instrumento de grande valor estratégico, atualmente, efetivado no Sistema</p><p>Único de Saúde (SUS), respondendo, dentro desse universo, a importantes</p><p>diretrizes, como a equidade e a universalidade, grandes fontes de inclusão e</p><p>cidadania (JATAI; SILVA, 2012).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Souza et al. (2011) descreveram a importância da Terapia Comunitária Inte-</p><p>grativa na vida dos usuários quanto à promoção à saúde. Os estudiosos constata-</p><p>ram que, a partir dela, consegue-se transformar espaços e construir saberes e que,</p><p>nesses espaços, os participantes têm acesso a uma assistência integral e singular.</p><p>A Terapia Comunitária praticada no âmbito do SUS traz inovações às práticas</p><p>grupais: importa mais a experiência de vida das pessoas do que o saber técni-</p><p>co. Todos detêm conhecimento, sem hierarquizações das relações interpessoais,</p><p>sendo desejável que as pessoas compartilhem sentimentos.</p><p>“ Nesse espaço, a identidade do terapeuta comunitário prevalece</p><p>sobre a identidade do profissional de saúde, essa é a essência da</p><p>proposta que pretende fortalecer vínculos e humanizar as relações</p><p>entre a comunidade e os profissionais (PADILHA; OLIVEIRA,</p><p>2012, p. 1071).</p><p>Estudante, quer saber mais sobre o glossário temático Práticas Integrativas e Com-</p><p>plementares em Saúde? Acesse o material elaborado pelo Ministério da Saúde.</p><p>https://bvsms saude gov br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_praticas_</p><p>integrativas_complementares pdf</p><p>EU INDICO</p><p>Estudante, para expandir os seus conhecimentos sobre o assunto abordado, gos-</p><p>taríamos de te indicar uma aula que preparamos especialmente para você. Acredi-</p><p>tamos que essa aula complementará e aprofundará ainda mais o seu entendimen-</p><p>to sobre o tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>5</p><p>4</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>As Práticas Integrativas e Complementares (PICs) têm se destacado como uma</p><p>abordagem promissora para promover a saúde e o bem-estar, incorporando mé-</p><p>todos terapêuticos que complementam a medicina convencional. A compreensão</p><p>dessas práticas vai além da simples aplicação de técnicas, visto que envolve uma</p><p>visão holística do ser humano, considerando não apenas os aspectos físicos, mas</p><p>também os emocionais, mentais e espirituais. Essa compreensão tem impacto</p><p>não apenas no trabalho profissional, mas também na busca por um estilo de vida</p><p>mais equilibrado e saudável.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>5</p><p>1. No Sistema Único de Saúde (SUS), quais são as principais Práticas Integrativas e Comple-</p><p>mentares de Saúde (PICs) oferecidas como tratamentos para a saúde?</p><p>2. Descreva os objetivos da dança circular, considerando os contextos histórico e cultural.</p><p>3. A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares foi implantada, em 2006,</p><p>com as seguintes práticas: acupuntura, homeopatia, plantas medicinais/fitoterapia e terma-</p><p>lismo social. Elas têm o objetivo de aumentar as abordagens de cuidado e as possibilidades</p><p>terapêuticas para os usuários do SUS, visando contemplar a integralidade e a resolutividade</p><p>da atenção à saúde.</p><p>Considerando as práticas integrativas e complementares, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Não promovem a racionalização das ações de saúde.</p><p>b) Contribuem com a diminuição da resolubilidade do SUS e não garantem a qualidade, a</p><p>eficácia, a eficiência e a segurança no uso.</p><p>c) As práticas integrativas não substituem os tratamentos convencionais.</p><p>d) Não estimulam as ações referentes ao controle/participação social. Dessa forma, não</p><p>promovem o envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalha-</p><p>dores nas diferentes instâncias de efetivação das políticas de saúde.</p><p>e) Não estimulam o perceber do ser humano de forma holística, ou seja, em sua totalidade.</p><p>4. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o contexto histórico e a forma como a</p><p>acupuntura integra e visa equilibrar o organismo da pessoa:</p><p>a) Antes do início do tratamento, não é necessário realizar uma anamnese, buscando coletar</p><p>dados e informações sobre a saúde e o estilo de vida do paciente.</p><p>b) A acupuntura foi introduzida no Brasil há cerca de 100 anos, com a vinda dos primeiros</p><p>imigrantes europeus.</p><p>c) Uma sessão de acupuntura não produz alívio dos sintomas. Geralmente, são necessárias</p><p>várias sessões semanais para produzir e manter</p><p>da efetividade dos tratamentos e ajuste da farmacoterapia, quando necessário,</p><p>com o prescritor e a equipe de saúde.</p><p>c) Orientação dos pacientes direcionada ao acesso aos medicamentos por intermédio da</p><p>atenção básica e dos componentes estratégico e especializado da assistência farma-</p><p>cêutica.</p><p>d) Educação do paciente sobre os próprios medicamentos, de modo a aumentar a com-</p><p>preensão dele acerca do tratamento e promover o autocuidado.</p><p>e) Promoção da adesão do paciente ao tratamento por meio, exclusivamente, da orientação</p><p>terapêutica.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>4. Considerando o movimento da farmácia clínica no Brasil, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - A farmácia clínica teve os primeiros movimentos no Brasil, quando professores da Uni-</p><p>versidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) foram até o Chile fazer uma pós-gra-</p><p>duação em Farmácia Clínica.</p><p>II - Um dos mais importantes marcos históricos da farmácia clínica no Brasil foi a implan-</p><p>tação, no início dos anos de 1990, do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e do primei-</p><p>ro Centro de Informação sobre Medicamentos (CIM) do Brasil no Hospital Universitário</p><p>Onofre Lopes, em Natal.</p><p>III - A partir da década de 1980, os cursos de especialização em Farmácia Hospitalar im-</p><p>plantados no Brasil passaram a representar um divisor de águas na história da farmácia</p><p>hospitalar no Brasil.</p><p>IV - Depois da farmácia clínica, surgiu a atenção farmacêutica, que, acompanhando uma</p><p>tendência mundial iniciada nos anos de 1990, tinha, como proposta, reaproximar defini-</p><p>tivamente o farmacêutico do paciente.</p><p>V - Um dos países que mais contribuíram para a criação da farmácia clínica no Brasil foram</p><p>os Estados Unidos, que receberam os professores de diferentes universidades brasileiras</p><p>para cursar programas de pós-graduação em Farmácia Clínica.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) II e III, apenas.</p><p>b) I, III e IV, apenas.</p><p>c) I, II, III, IV e V.</p><p>d) IV, apenas.</p><p>e) III e V, apenas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>5. A atenção farmacêutica constitui uma nova concepção do exercício profissional farmacêu-</p><p>tico. A esse respeito, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - A atenção farmacêutica satisfaz às necessidades sociais, ajudando os indivíduos a obter</p><p>os melhores resultados durante a farmacoterapia.</p><p>II - As ações do farmacêutico, no modelo de atenção farmacêutica, são, principalmente, os</p><p>atos clínicos voltados ao paciente individualmente.</p><p>III - Os esforços para a readequação de atividades e práticas farmacêuticas visando à orien-</p><p>tação do uso dos medicamentos são essenciais em uma sociedade em que os fármacos</p><p>constituem o arsenal terapêutico menos utilizado.</p><p>IV - Ao prestar atenção farmacêutica, o profissional deve garantir que o paciente possa cum-</p><p>prir os esquemas farmacoterápicos prescritos e seguir o plano de assistência, procurando</p><p>alcançar resultados positivos ao final.</p><p>V - Para satisfazer de maneira eficiente à necessidade social, é essencial que o farmacêutico</p><p>desenvolva ações centradas nas diferentes classes farmacológicas.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) II, III e IV, apenas.</p><p>b) III e IV, apenas.</p><p>c) I, II e IV, apenas.</p><p>d) I, II, III, IV e V.</p><p>e) I, II e V, apenas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Decreto nº 20 377, de 8 de setembro de 1931. Aprova a regulamentação do exercício</p><p>da profissão farmacêutica no Brasil. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/de-</p><p>cret/1930-1939/decreto-20377-8-setembro-1931-498354-publicacaooriginal-1-pe.html. Aces-</p><p>so em: 17 nov. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 13 021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a fiscalização das</p><p>atividades farmacêuticas. Brasília, DF: Presidência da República. 2014b. Disponível em: https://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm. Acesso em: 13 out. 2023.</p><p>BRASIL. Lei nº 5 991, de 17 de dezembro de 1973. Dispõe sobre o Controle Sanitário do Comér-</p><p>cio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correlatos, e dá outras Providências.</p><p>Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.htm. Acesso em: 17 nov. 2023.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Depar-</p><p>tamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Serviços farmacêuticos na</p><p>atenção básica à saúde. Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estra-</p><p>tégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério</p><p>da Saúde, 2014a. 108 p.</p><p>BRASIL. Resolução da diretoria colegiada. RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre o</p><p>Controle Sanitário do Comércio de Drogas, Medicamentos, Insumos Farmacêuticos e Correla-</p><p>tos, e dá outras Providências. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.</p><p>htm. Acesso em: 17 nov. 2023.</p><p>BRASIL. Resolução nº 586 de 29 de agosto de 2013. Regula a prescrição farmacêutica e dá</p><p>outras providências. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/noticias/Resolu%-</p><p>C3%A7%C3%A3o586_13.pdf. Acesso em: 17 nov. 2023.</p><p>DOBLINSKI, P. M. F. Atenção Farmacêutica e Serviços Farmacêuticos. Indaial: Arqué, 2023.</p><p>HEPLER, C. D.; STRAND, L. M. Oportunidades e responsabilidades na assistência farmacêutica.</p><p>Am J Hosp Pharm., v. 47, n. 3, p. 533-543, 1990.</p><p>1</p><p>9</p><p>1. Texto explicando: o modelo de ensino adotado pelo Brasil contemplava a formação a partir</p><p>de habilitações nas áreas de análises clínicas, industrial ou de alimentos. As disciplinas de</p><p>clínicas, como Farmacologia Clínica, Farmacoterapia e Semiologia, simplesmente inexistiam</p><p>na prática, enquanto disciplinas, como Química Orgânica, Química Analítica e Físico-Química,</p><p>dominavam o ciclo básico. O profissional farmacêutico estava muito distante do paciente.</p><p>Com a Lei nº 5.991, o famélico se distanciava mais ainda do paciente, já que a legislação</p><p>tratava essencialmente do comércio farmacêutico. Nessa época, o profissional farmacêutico</p><p>era uma peça rara em farmácias: ele quase desapareceu. O que tínhamos eram profissionais</p><p>farmacêuticos que simplesmente “assinavam pela farmácia”, ou seja, o farmacêutico era</p><p>considerado o responsável técnico pela farmácia, mas não prestava a assistência devida. A</p><p>população ficava sem receber a atenção clínica do farmacêutico e permanecia à mercê do</p><p>mercantilismo de alguns proprietários de farmácias, infelizmente. Todavia, esse panorama</p><p>mudou completamente com o advento da Farmácia Clínica e da Atenção Farmacêutica. Após</p><p>a implantação do primeiro Serviço de Farmácia Clínica e do primeiro Centro de Informação</p><p>sobre Medicamentos (CIM) no Brasil, começaram os movimentos nas universidades brasileiras</p><p>para inserir algumas disciplinas, como Farmácia Hospitalar, Farmácia Clínica e Farmacotera-</p><p>pia, o que gerou o início das atividades clínicas fora dos hospitais. Foram criados cursos de</p><p>especialização em Farmácia Hospitalar, que representaram um divisor de águas na história</p><p>da Farmácia Hospitalar no Brasil, sobretudo porque os mais de 200 farmacêuticos que deles</p><p>participaram habilitaram-se a implantar ou implementar serviços de Farmácia Hospitalar em</p><p>hospitais de todos os estados da federação. Diante disso, na década de 1990, o farmacêu-</p><p>tico começou a retornar às origens e reencontrou a própria vocação assistencial e clínica</p><p>nos hospitais, farmácias e drogarias. Além disso, começou a encontrar espaço na indústria</p><p>farmacêutica em departamentos de pesquisa clínica, Serviço de Atendimento ao Cliente</p><p>(SAC) e farmacovigilância. Surge, nessa época, a Atenção Farmacêutica, que emergiu como</p><p>uma proposta concreta de reaproximar, definitivamente, o farmacêutico do paciente. Dessas</p><p>evidências, tem-se, agora, um novo contingente de farmacêuticos, diferenciados pela verti-</p><p>calização de conhecimentos sobre a natureza clínica do medicamento, e não menos vigilante</p><p>no que tange às reações adversas, em uma incessante busca pela racionalidade do uso.</p><p>2. Texto explicando: o compartilhamento de decisões e responsabilidades com o paciente é o</p><p>grande objetivo da Farmácia Clínica.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Opção C. Texto explicando: a alternativa A</p><p>os efeitos.</p><p>d) A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimula, há décadas, o uso da acupuntura de</p><p>forma integrada às técnicas da medicina moderna.</p><p>e) Não são utilizados diagnósticos complementares por meio da língua e pulso.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>5. Quais são as técnicas utilizadas para desenvolver a prática da yoga? Assinale a alternativa</p><p>correta:</p><p>a) Asanas, pranayamas, relaxamento, concentração e meditação.</p><p>b) Abraço, fala e respiração.</p><p>c) Meditação, concentração, respiração e abraço.</p><p>d) Asanas, fala, relaxamento e meditação.</p><p>e) Meditação, relaxamento e fala.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BESSA, J. H. do N.; OLIVEIRA, D. C. de. O uso da terapia do Reiki nas Américas do Norte e do Sul:</p><p>uma revisão. Revista Enfermagem UERJ, Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 660-664, 2013. Disponí-</p><p>vel em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/enfermagemuerj/article/view/10048/7834. Acesso</p><p>em: 11 mar. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 849, de 27 de março de 2017. Inclui a Arteterapia, Ayur-</p><p>veda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia,</p><p>Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de</p><p>Práticas Integrativas e Complementares. Brasília, DF: Ministério da Saúde, [2017]. Disponível em:</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0849_28_03_2017.htmlAcesso em: 11</p><p>mar. 2024.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 971, de 03 de maio de 2006. Aprova a Política Nacio-</p><p>nal de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no Sistema Único de Saúde. Brasília,</p><p>DF: Ministério da Saúde, [2006]. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/</p><p>gm/2006/prt0971_03_05_2006.html. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>CARVALHO, A. C. B.; CARDOSO, F. de A.; GUTIERREZ, I. E. M. Orientações sobre o uso de fitote-</p><p>rápicos e plantas medicinais. [S. l.]: ANVISA, c2022. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/</p><p>pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/</p><p>orientacoes-sobre-o-uso-de-fitoterapicos-e-plantas-medicinais.pdf. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>CASTILHO, I. Alcachofra: fitoterápico que alivia má digestão é distribuído no SUS. VivaBem UOL,</p><p>2 jan. 2019. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/01/02/</p><p>alcachofra-fitoterapico-que-alivia-ma-digestao-e-distribuido-no-sus.htm. Acesso em: 11 mar.</p><p>2024.</p><p>CONHEÇA um pouco da história da Dança Circular Sagrada, seu desenvolvimento e benefícios.</p><p>Dança circular com br, c2024. Disponível em: https://dancacircular.com.br/oque. Acesso em: 11</p><p>mar. 2024.</p><p>DE’CARLI, J. Reiki: apostilas oficiais. 7. ed. São Paulo: Isis, 2017.</p><p>DZIEMIDKO, H. E. O livro completo da medicina energética: um guia fundamental para as téc-</p><p>nicas complementares de cura que trabalham com sua energia interna, reforçando os trata-</p><p>mentos convencionais. São Paulo: Manole, 2000.</p><p>JATAI, J. M.; SILVA, L. M. S. da. Enfermagem e a implantação da Terapia Comunitária Integrativa</p><p>na Estratégia de Saúde da Família: Relato de Experiência. Revista Brasileira de Enfermagem, v.</p><p>65, n. 4, p. 691-695, 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/reben/a/Wzw4XntYDHsbQM-</p><p>DYtLhJdYf/?format=pdf. Acesso em: 1 mar. 2024.</p><p>1</p><p>5</p><p>8</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>MARTINS, E. O que é yoga. Cultura da Paz, 1 jun. 2016. Disponível em: http://www.culturadapaz.</p><p>com.br/o-que-e-yoga/. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>MENEZES, C. B.; DELL’AGLIO, D. D. Os Efeitos da Meditação à Luz da Investigação Científica em</p><p>Psicologia: Revisão de Literatura. Psicologia Ciência e Profissão, v. 29, n. 2, p. 276-289, 2009b.</p><p>Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pcp/v29n2/v29n2a06.pdf. Acesso em: 11 mar.</p><p>2024.</p><p>MENEZES, C. B.; DELL’AGLIO, D. D. Por que meditar? A experiência subjetiva da prática de medi-</p><p>tação. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 14, n. 3, p. 565-573, jul./set. 2009a.</p><p>NOGUEIRA, I. A.; MAKI, R. Manual de biossegurança em acupuntura. Rio de Janeiro: Secretaria</p><p>de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, 2003.</p><p>OS OITO passos do Yoga segundo Patanjali. Gili, 2 jun. 2020. Disponível em: https://www.gilisto-</p><p>re.com.br/blog/os-oito-passos-do-yoga-segundo-patanjali. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>PADILHA, C. dos S.; OLIVEIRA, W. F. de. Terapia Comunitária: prática relatada pelos profissionais</p><p>da rede SUS de Santa Catarina, Brasil. Interface, Botucatu, v. 16, n. 43, p. 1069-1083, out./dez.</p><p>2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/Cksh4TJtgxkKWrbHhLf7HDb/?format=pd-</p><p>f&lang=p. Acesso em: 06 dez. 2023.</p><p>PRADO, M. Ambulatório da Velha promove atividades à população. Prefeitura de Blumenau, 25</p><p>nov. 2015. Disponível em: https://www.blumenau.sc.gov.br/secretarias/secretaria-de-saude/</p><p>semus/ambulatorio-da-velha-promove-atividades-a-populacao56. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>PRÁTICAS Integrativas e Complementares - PICS. Ministério da Saúde, c2024. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/pics#:~:text=As%20Pr%C3%A-</p><p>1ticas%20Integrativas%20e%20Complementares,humano%2C%20meio%20ambiente%20e%20</p><p>sociedade. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>SOUZA, G. M. L. de. et al. A Contribuição da Terapia Comunitária no Processo Saúde – Doença.</p><p>Revista Cogitare Enfermagem, v. 16, n. 4, p. 682-820, 2011. Disponível em: https://revistas.ufpr.</p><p>br/cogitare/article/view/23030/17059. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>SUTTER, T. C. Seis Benefícios da Dança Circular. SESC, 20 out. 2017. Disponível em: https://www.</p><p>sesc-sc.com.br/site/assistencia/beneficios-da-danca-circular. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>UBAAT. Contribuição da Arteterapia para a Atenção Integral do SUS. São Paulo: UBAAT, c2024.</p><p>Disponível em: https://aatergs.com.br/wp-content/uploads/2019/07/Cartilha-de-orienta%-</p><p>C3%A7%C3%A3o-para-inser%C3%A7%C3%A3o-da-arteterapia-nas-praticas-complementares-</p><p>-do-SUS..pdf. Acesso em: 11 mar. 2024.</p><p>1</p><p>5</p><p>9</p><p>1. Acupuntura, plantas medicinais, fitoterapia, dança circular, arteterapia, yoga, meditação e</p><p>terapia comunitária.</p><p>2. Desperta a integração e viabiliza a socialização em grupo. Possibilita a harmonização e o</p><p>autoconhecimento. Promove a melhoria da concentração e memória. Auxilia na confiança em</p><p>si mesmo e na conexão transcendental. Promove a sensação de bem-estar e de emoções</p><p>saudáveis. Prática terapêutica que proporciona a manutenção ou a recuperação da saúde.</p><p>3. Opção C.</p><p>As práticas integrativas não substituem os tratamentos convencionais.</p><p>4. Opção D.</p><p>A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimula, há décadas, o uso da acupuntura de forma</p><p>integrada às técnicas da medicina moderna.</p><p>5. Opção A.</p><p>Asanas, pranayamas, relaxamento, concentração e meditação.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>está errada, pois a clínica farmacêutica não tem</p><p>como objetivo exclusivo reduzir os custos com o tratamento. A alternativa B está errada, por-</p><p>que a clínica farmacêutica avalia a efetividade e a segurança dos tratamentos. A alternativa</p><p>D está errada, dado que a clínica farmacêutica educa os pacientes sobre medicamentos e</p><p>problemas de saúde. A alternativa E está errada, uma vez que a clínica farmacêutica promove</p><p>a adesão do paciente ao tratamento por intermédio de ações diversas, como orientação</p><p>terapêutica, redução de complexidade de tratamento e provisão de recursos que apoiem</p><p>a tomada dos medicamentos.</p><p>4. Opção B. Texto explicando: a afirmativa I está correta, porque a ida dos professores para fazer</p><p>pós-graduação no Chile foi crucial para o desenvolvimento da farmácia clínica. A afirmativa II</p><p>está incorreta, pois a criação do primeiro serviço de Farmácia Clínica aconteceu em 1979, e</p><p>não no início dos anos de 1990. A afirmativa III também está certa, visto que os cursos de pós-</p><p>-graduação em Farmácia Hospitalar foram grandes divisores de águas no desenvolvimento</p><p>da Farmácia Clínica. A afirmativa IV também está correta, já que um dos principais objetivos</p><p>da Farmácia Clínica era reaproximar o farmacêutico do paciente. A afirmativa V está errada,</p><p>pois o país que mais contribuiu para a vinda da Farmácia Clínica para o Brasil foi o Chile.</p><p>5. Opção C. Texto explicando: a afirmativa I está correta, visto que a Atenção Farmacêutica</p><p>satisfaz às necessidades sociais, o que propicia melhores resultados com a Farmacoterapia.</p><p>A afirmativa II também está correta, pois as ações do farmacêutico dizem respeito princi-</p><p>palmente atos clínicos voltados ao paciente individualmente. A afirmativa IV também está</p><p>correta, porque, na Atenção Farmacêutica, o profissional garante que o paciente cumpra os</p><p>esquemas farmacoterápicos prescritos e siga o plano de assistência, procurando alcançar</p><p>resultados positivos ao final.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>MÉTODO CLÍNICO</p><p>FARMACÊUTICO</p><p>Compreender os métodos clínicos farmacêuticos e sua aplicação na assistência farma-</p><p>cêutica.</p><p>Desenvolver os passos necessários para a implementação de um método clínico, a fim</p><p>de fornecer uma estrutura organizada e sistemática.</p><p>Identificar os contextos de aplicação dos métodos clínicos e as possibilidades de inter-</p><p>venção.</p><p>Aprimorar a habilidade na escolha do método clínico adequado para realização do acom-</p><p>panhamento farmacoterapêutico.</p><p>Identificar e resolver problemas relacionados à farmacoterapia, com o objetivo de promo-</p><p>ver o uso racional de medicamentos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, seja bem-vindo ao mundo clínico da farmácia!</p><p>Neste momento, você deve se perguntar: será que estes métodos clínicos e</p><p>farmacêuticos são assim tão importantes? Como estes métodos poderão ser uti-</p><p>lizados na prática? E mais: como eles podem ajudar tanto no desenvolvimento</p><p>da atenção farmacêutica?</p><p>Imagine: você está em sua farmácia. Entra, então, o seu João. João é casado,</p><p>aposentado, tem 68 anos e é hipertenso. Ele vem à farmácia, pois não está se</p><p>sentindo muito bem, reclama de fortes dores na cabeça e, quando você pede para</p><p>ele mostrar onde dói, ele mostra a nuca. Você questiona acerca do uso do seu anti-</p><p>hipertensivo, que ele compra em sua farmácia, e então ele diz que está tomando o</p><p>Captopril® de forma correta.</p><p>O que será que pode estar acontecendo com João? Ele está tomando o medica-</p><p>mento de forma correta? Será que o medicamento não faz mais efeito? Será que</p><p>a dose está errada? Será que a hipertensão dele evoluiu?</p><p>De que forma você poderá descobrir o que está acontecendo com João?</p><p>Ao final deste tema você vai descobrir, por meio de um dos métodos clínicos</p><p>aqui exemplificados, o que pode estar acontecendo com o senhor João, e mais,</p><p>você vai saber como ajudá-lo.</p><p>Preparamos um podcast sobre hipertensão arterial, não deixe de ouvir e aprender</p><p>um pouco mais sobre o assunto. Com certeza, esse podcast agregará conheci-</p><p>mentos como profissional. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Vamos recordar um pouco do processo da origem da farmácia clínica no Brasil?</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Ao longo das últimas décadas, o farmacêutico buscou firmar-se como clínico,</p><p>integrante da equipe de atenção à saúde. Desde o surgimento da farmácia clí-</p><p>nica e, posteriormente, da atenção farmacêutica, o que se busca é desenvolver</p><p>uma prática focada no paciente e voltada à resolução e prevenção de problemas</p><p>farmacoterapêuticos.</p><p>“ No ambiente hospitalar, o farmacêutico que, por vezes, era distante</p><p>do paciente, bem como de toda a equipe de saúde, passou a demons-</p><p>trar a necessidade de participar da equipe de saúde e de interagir no</p><p>cuidado prestado ao paciente (ANGONESI; SEVALHO, 2010 apud</p><p>ARAUJO; TESCAROLLO; ANTÔNIO, 2019, p. 2).</p><p>A importância da farmácia clínica, da atenção farmacêutica e do profissional</p><p>farmacêutico já nos é bem clara, contudo, temos que pensar que o importante</p><p>trabalho realizado pelo farmacêutico precisa ser bem-organizado e normatizado</p><p>e, por isso, a adoção de um método clínico universal é imprescindível.</p><p>Dentre as metodologias mais citadas no Brasil, estão o Método Dáder, o</p><p>Pharmacotherapy WorkUp e o Therapeutic Outcomes Monitoring (TOM).</p><p>De modo geral, todos os métodos de atenção farmacêutica disponíveis ad-</p><p>vêm de adaptações do método clínico clássico de atenção à saúde e do sistema</p><p>de registro SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano).</p><p>ETAPAS DO MÉTODO CLÍNICO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA</p><p>Você, estudante, conhece os passos do método clínico?</p><p>Na prática do dia a dia, o farmacêutico atenderá os seus pacientes um a um,</p><p>em consultas individualizadas. Sabendo disso, é importante que conheça as eta-</p><p>pas do método clínico da atenção farmacêutica.</p><p>Veja, na Figura 1, as quatro etapas!</p><p>1</p><p>4</p><p>Realizar o seguimento individual do paciente:</p><p>Coletar e organizar</p><p>os dados do</p><p>paciente</p><p>Identificar problemas</p><p>relacionados à</p><p>farmacoterapia</p><p>Elaborar um plano</p><p>de cuidado em</p><p>conjunto com</p><p>o paciente</p><p>Realizar o</p><p>seguimento</p><p>individual do</p><p>paciente</p><p>Figura 1 – Passos para realização da atenção farmacêutica com o paciente / Fonte: adaptada de Weed (1971).</p><p>Descrição da Imagem: o método clínico de atenção farmacêutica segue as etapas ou fases que podemos observar</p><p>na figura, como uma seta voltada para a direita, onde, sobre ela, há quatro quadros com os dizeres da esquerda</p><p>para a direita. Coletar e organizar os dados dos pacientes; identificar problemas relacionados à farmacoterapia.</p><p>Elaborar um plano de cuidado em conjunto com o paciente; e por último, realizar o seguimento individual do</p><p>paciente. Fim da descrição.</p><p>COLETAR E ORGANIZAR OS DADOS DO PACIENTE</p><p>O objetivo será coletar e organizar dados do paciente, e, para isso, o farmacêutico de-</p><p>verá utilizar as técnicas de semiologia farmacêutica e entrevista clínica. É nesta etapa</p><p>que se descobre o motivo da consulta, dados específicos do paciente, a história clínica</p><p>dele e o histórico de medicação. É aberta uma ficha para registro do atendimento.</p><p>IDENTIFICAR PROBLEMAS RELACIONADOS À FARMACOTERAPIA</p><p>De posse de todas as informações necessárias, o farmacêutico será capaz de fazer</p><p>uma análise situacional e uma revisão da farmacoterapia do paciente para, numa abor-</p><p>dagem clínica, poder identificar problemas relacionados à farmacoterapia presentes e</p><p>potenciais do paciente.</p><p>ELABORAR UM PLANO DE CUIDADO EM CONJUNTO COM O PACIENTE</p><p>O farmacêutico deverá elaborar um plano de cuidado em conjunto com o paciente,</p><p>que pode incluir intervenções farmacêuticas e/ou encaminhamento a outros profissio-</p><p>nais ou agendamento de retorno.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>REALIZAR O SEGUIMENTO INDIVIDUAL DO PACIENTE</p><p>É realizado o seguimento individual do paciente com análise de resultados e progres-</p><p>so, o alcance de metas terapêuticas e o surgimento de novos problemas. Esse proces-</p><p>so analítico não</p><p>apenas permite uma compreensão profunda do estado de saúde do</p><p>paciente, mas também facilita a implementação de estratégias personalizadas para</p><p>otimizar o uso de medicamentos, garantindo, assim, uma intervenção farmacêutica</p><p>precisa e eficaz.</p><p>Coleta de Dados</p><p>A consulta farmacêutica tem início com a coleta de dados, feita por meio de uma</p><p>anamnese e exame clínico, em que o paciente é a principal fonte das informações.</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você como profissional sabe as perguntas e o que solicitar ao paciente?</p><p>Quando a consulta é agendada, peça ao paciente que leve seus medicamentos,</p><p>suas receitas médicas e últimos exames. Isso irá lhe ajudar muito!</p><p>A entrevista clínica é focada no perfil do paciente, histórico clínico e histó-</p><p>ria de medicação. A história clínica inclui a queixa principal, história da doença</p><p>atual, história médica pregressa, história social, familiar e revisão por sistemas.</p><p>■ QUEIXA PRINCIPAL: como o paciente refere o problema.</p><p>■ HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: o que perguntar sobre o sintoma.</p><p>■ HISTÓRIA MÉDICA PREGRESSA: focar em doenças ou medicamentos</p><p>que podem causar o sintoma.</p><p>■ HISTÓRICO FAMILIAR: destacar caso as situações clínicas tenham his-</p><p>tórico na família.</p><p>■ HISTÓRIA SOCIAL: hábitos que podem ser a causa do sintoma.</p><p>■ REVISÃO POR SISTEMAS: outros órgãos que podem ser afetados e que</p><p>sinalizem casos de maior gravidade e complexidade.</p><p>1</p><p>1</p><p>De posse de todas as informações necessárias sobre o paciente, o farmacêu-</p><p>tico deve aplicar um raciocínio clínico sistemático a fim de avaliar e identificar</p><p>todos os problemas relacionados à farmacoterapia do paciente.</p><p>MÉTODOS CLÍNICOS</p><p>Agora, precisamos focar nos diferentes métodos clínicos ou métodos de segui-</p><p>mento farmacoterapêuticos. Dentre as metodologias que otimizam a atenção</p><p>farmacêutica, podemos citar alguns métodos que podem ser utilizados para au-</p><p>xiliar o farmacêutico no exercício desta importante atividade.</p><p>Importante salientar que cabe a cada profissional identificar qual método melhor</p><p>se encaixa à realidade do seu trabalho, a fim de tornar a sua rotina mais produtiva.</p><p>Método SOAP (Subjetivo, Objetivo, Avaliação e Plano)</p><p>Este método é amplamente empregado por profissionais da saúde, tendo como</p><p>ponto positivo seu entendimento por qualquer desses profissionais. Cada termo</p><p>refere-se a uma parte do processo de atendimento do paciente, com atividades</p><p>específicas a serem realizadas. São eles (STORPIRTIS et al., 2008, p. 361):</p><p>Coletar informações subjetivas (S): nessa etapa do procedimento, devem ser</p><p>registradas as informações obtidas do paciente ou cuidador ou, se for o caso, de</p><p>históricos de prontuário, as quais não se constituem em conhecimento objetivo. No</p><p>caso da abordagem farmacêutica, deve-se buscar a obtenção de informações perti-</p><p>nentes a problemas com o uso de medicamentos e sua relação com a enfermidade.</p><p>Informações objetivas ou dados que podem ser mensurados (O): refe-</p><p>rem-se à obtenção de dados objetivos, como sinais vitais, resultados de exames</p><p>de patologia clínica, achados de testes laboratoriais e de exame físico realizado</p><p>pelo profissional habilitado para tal.</p><p>Avaliação dos dados (A): com base nas informações subjetivas e objeti-</p><p>vas, o farmacêutico deve identificar as suspeitas de problemas relacionados com</p><p>medicamentos. Após, deve-se verificar o que pode ser realizado para a resolução</p><p>desses problemas e quais as intervenções farmacêuticas que podem ser adotadas.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Plano (P): montar um plano de ação focado no que for mais necessário:</p><p>de posse da análise das informações e do planejamento das condutas a serem</p><p>realizadas, em conformidade com o perfil do paciente, o farmacêutico deve</p><p>apresentá-las a este último, buscando o estabelecimento de um acordo para a</p><p>implementação do plano. Caso os problemas relacionados com medicamentos</p><p>necessitem da avaliação do prescritor, o paciente deverá ser informado dessa</p><p>necessidade. Também se deve estabelecer, em conjunto, a forma de realizar a</p><p>monitorização dos resultados do plano a ser implementado, principalmente se</p><p>houver novas modificações em prescrição de medicamento ou no quadro do</p><p>paciente, instaurando-se desta forma o ciclo de atendimento.</p><p>Método PWDT</p><p>Pharmacist’s Workup of Drug Therapy: o termo pode ser traduzido como “Avalia-</p><p>ção farmacêutica da terapia medicamentosa" ou "Estudo Farmacêutico da Terapia</p><p>Farmacológica”.</p><p>O método considera uma classificação de problemas relacionados aos me-</p><p>dicamentos (PRMs), dividida em sete categorias:</p><p>CLASSIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS COM MEDICAMENTOS (PRMS)</p><p>Indicação</p><p>PRM 1: Farmacoterapia desnecessária</p><p>PRM 2: Necessidade de farmacoterapia adicional</p><p>Efetividade</p><p>PRM 3: Fármaco inefetivo</p><p>PRM 4:Dosagem muito baixa</p><p>Segurança</p><p>PRM 5: Reação adversa ao fármaco</p><p>PRM 6: Dosagem muito alta</p><p>Adesão</p><p>PRM 7: Não adesão à terapia</p><p>Quadro 1 – Classificação de PRM / Fonte: adaptado de Cipolle, Strand e Morley (2004).</p><p>1</p><p>8</p><p>Método Dáder</p><p>O Método Dáder se baseia na obtenção da história Farmacoterapêutica do pa-</p><p>ciente, isto é, os problemas de saúde que ele apresenta e os medicamentos que</p><p>utiliza, e na avaliação de seu estado situacional em uma data determinada a fim</p><p>de identificar, resolver e prevenir os possíveis PRMs apresentados pelo paciente.</p><p>Após esta identificação, se realizam intervenções farmacêuticas necessárias</p><p>para resolver os PRMs e posteriormente se avaliam os resultados obtidos.</p><p>O método considera uma classificação de PRMs, dividida em seis categorias:</p><p>CLASSIFICAÇÃO DE PROBLEMAS RELACIONADOS COM</p><p>MEDICAMENTOS (PRM)</p><p>Necessidade:</p><p>PRM 1: Problema de saúde não tratado</p><p>PRM 2: Efeito de um medicamento desnecessário</p><p>Efetividade:</p><p>PRM 3: Inefetividade não quantitativa</p><p>PRM 4: Inefetividade quantitativa</p><p>Segurança:</p><p>PRM 5: Insegurança não quantitativa</p><p>PRM 6: Insegurança quantitativa</p><p>Quadro 2 – Classificação de PRM / Fonte: adaptado de Santos et al. (2004).</p><p>Método TOM (Therapeutic Outcomes Monitoring)</p><p>Método TOM (Therapeutic Outcomes Monitoring) ou Monitorização de</p><p>Resultados Terapêuticos tem como objetivo avaliar as necessidades do</p><p>paciente em relação aos medicamentos que utiliza e a realização de segui-</p><p>mento para verificar os resultados terapêuticos alcançados. É constituído</p><p>de extenso formulário com perguntas padronizadas, que possibilita analisar</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>a situação do paciente, formular um plano de atenção, monitorar e avaliar o</p><p>plano quando em uso pelo paciente.</p><p>Finalizamos, aqui, a definição e esclarecimentos destes quatro importantes</p><p>métodos de seguimento farmacoterapêutico, ou métodos clínicos farmacêuticos.</p><p>Vale lembrar que o profissional farmacêutico tem o livre arbítrio para analisar</p><p>cada um deles e usar aquele que melhor se adeque a sua realidade de trabalho.</p><p>O que realmente importa é a saúde e o bem-estar do paciente e a busca pelo uso</p><p>seguro e racional de medicamentos.</p><p>Importante ressaltar que você poderá aplicar esses métodos clínicos em diferentes</p><p>ambientes de trabalho: farmácia comunitária, unidade básica de saúde, hospitais.</p><p>Onde quer que você tenha um paciente fazendo uso de medicamentos, você</p><p>poderá aplicar um método clínico para identificar, prevenir e resolver problemas</p><p>relacionados com a farmacoterapia dele.</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Temos mais para conversar com você a res-</p><p>peito deste tema, vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital</p><p>do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Neste momento, pense em algum usuário de medicamentos que você conhece.</p><p>Pode ser seu pai, sua mãe, um parente próximo, um amigo ou um paciente</p><p>lá do seu local de trabalho.</p><p>Eu imagino que durante esta unidade, quando falávamos dos PRMs, você</p><p>já ficou imaginando: “Nossa, o fulano… Deve ter muitos PRMs”, então, pense</p><p>nesta pessoa e, agora, imagine aplicar um dos métodos clínicos para ajudá-la,</p><p>para identificar possíveis PRMs e garantir que ela tenha mais saúde, qualidade de</p><p>vida e, acima de tudo, possa fazer uso seguro e racional de</p><p>seus medicamentos.</p><p>1</p><p>1</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1. O II Consenso de Granada define problemas relacionados com medicamentos (PRMs) como</p><p>problemas de saúde, resultados clínicos negativos, provenientes da farmacoterapia, que,</p><p>produzidos por diversas causas, intervêm no resultado terapêutico ou levam a consequên-</p><p>cias indesejadas (SANTOS et al., 2004).</p><p>Segundo este mesmo consenso, em quantas categorias e tipos são classificados os PRMs,</p><p>respectivamente?</p><p>2. Não há dúvidas de que uma das prerrogativas do movimento da atenção farmacêutica foi o</p><p>de aproximar os pacientes do profissional farmacêutico e demonstrar o seu importante papel</p><p>na equipe multidisciplinar e no cuidado com a farmacoterapia do paciente. Levando-se em</p><p>conta os aspectos envolvidos com a atenção farmacêutica, assinale a alternativa correta:</p><p>a) A Atenção Farmacêutica só é aceitável quando existe cooperação satisfatória com o</p><p>médico.</p><p>b) A Atenção Farmacêutica é mais efetiva e aceita quando o farmacêutico colabora com</p><p>o médico.</p><p>c) A Atenção Farmacêutica não tem nada a ver com o atendimento médico nem é neces-</p><p>sária a cooperação mútua.</p><p>d) A Atenção Farmacêutica pressupõe um entrosamento profissional com os médicos.</p><p>e) A atenção Farmacêutica pressupõe um entrosamento entre médico, paciente e farma-</p><p>cêutico.</p><p>3. Os Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM) são a principal causa de eventos ad-</p><p>versos, seja em ambiente hospitalar ou em outros ambientes, porém eles podem ser preve-</p><p>nidos. Além de potencialmente danosos à saúde do paciente, os PRMs podem representar</p><p>um maior custo para os serviços de saúde, ao aumentar o tempo de internação. A detecção</p><p>de PRM é um processo que exige que:</p><p>a) O farmacêutico realize dispensação ativa e dê informações acerca dos medicamentos</p><p>aos pacientes.</p><p>b) O farmacêutico solucione de forma satisfatória as consultas com os pacientes.</p><p>c) O farmacêutico se comunique efetivamente com o médico.</p><p>d) O farmacêutico analise a situação do paciente, a medicação prescrita, prepare um plano</p><p>de seguimento e avalie os resultados encontrados durante este seguimento.</p><p>e) O farmacêutico analise a situação do paciente, prepare um plano de seguimento e avalie</p><p>os resultados encontrados durante o tratamento do paciente.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>4. É muito evidente a importância de um bom método clínico farmacêutico para que o pro-</p><p>fissional farmacêutico consiga prestar a atenção farmacêutica de forma efetiva para o seu</p><p>paciente. Sobre os métodos clínicos farmacêuticos para o exercício da atenção farmacêu-</p><p>tica, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - O Método PWDT (Pharmacists Workup of Drug Therapy) compreende as etapas de oferta</p><p>do serviço, primeira entrevista, estado de situação, fase de estudo, fase de avaliação,</p><p>fase de intervenção, fase de resultado, novo estado de situação e entrevistas sucessivas.</p><p>II - O método clínico farmacêutico é uma importante ferramenta para padronizar proces-</p><p>sos, estabelecer fluxos e atuar de forma mais assertiva na identificação de PRM com a</p><p>farmacoterapia do paciente.</p><p>III - Dentre os métodos clínicos farmacêuticos para seguimento farmacoterapêutico, pode-</p><p>mos citar: PWDT, Dáder, SOAP e TOM.</p><p>IV - No método Dáder, podemos identificar três fases bem distintas: fase de avaliação, fase</p><p>de desenvolvimento de um plano de cuidado e fase de acompanhamento da evolução</p><p>do paciente.</p><p>V - Os métodos PWDT e Dáder divergem especialmente no que diz respeito à classificação</p><p>de PRMs. O método PWDT divide os PRMs em sete tipos, enquanto, no método Dáder,</p><p>os PRMs são divididos em seis tipos.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) Apenas I, IV e V estão corretas.</p><p>b) Apenas II, III e V estão corretas.</p><p>c) Apenas I, II e IV estão corretas.</p><p>d) Apenas, III, IV e V estão corretas.</p><p>e) Todas estão corretas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>5. Leia o texto a seguir:</p><p>Seu João é um senhor aposentado, casado e tem 68 anos. João é seu paciente na farmácia</p><p>há algum tempo e ele é hipertenso. Ele vem à farmácia pois não está se sentindo muito</p><p>bem nos últimos dias. Ele reclama de fortes dores na cabeça e quando você pede para</p><p>ele mostrar onde dói, ele mostra a região da nuca. Você questiona acerca do uso do seu</p><p>anti-hipertensivo, que ele compra em sua farmácia, e ele diz que está tomando o Captopril®.</p><p>Você, então, continua sua anamnese, convida João para se sentar e oferece uma água.</p><p>Depois de cerca de 15 minutos, você verifica a pressão arterial e ela está 180 x 120 mm Hg.</p><p>Você pergunta:</p><p>— João, o senhor disse que está tomando o Captopril, então, me conte, que horas o senhor</p><p>toma o remédio da pressão?</p><p>João, prontamente responde:</p><p>— Eu tomo cedo, quando acordo!</p><p>Você continua:</p><p>— Seu João, preciso saber exatamente a hora e como toma, me explique.</p><p>João então, continua:</p><p>— Eu costumo acordar perto das 07:30 da manhã, minha esposa sempre acorda junto, então</p><p>ela faz o nosso café e logo depois que tomamos o café eu já tomo o remédio, com o estô-</p><p>mago cheio para não fazer mal.</p><p>Você ainda pede para seu João:</p><p>— O senhor tem tomado mais algum medicamento nos últimos dias? Qualquer coisa? É</p><p>muito importante que o senhor me conte tudo.</p><p>E João diz que não, apenas toma o seu remédio de pressão depois do café da manhã.</p><p>Avalie o caso clínico, aplique um dos métodos clínicos e responda:</p><p>a) Você consegue identificar algum PRM com a farmacoterapia de João?</p><p>b) O que pode ser feito para resolver o problema de saúde de João?</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ARAUJO, C. E. P.; TESCAROLLO, I. L.; ANTÔNIO, M. A. (org.). Farmácia clínica e atenção farma-</p><p>cêutica. Ponta Grossa: Atena Editora, 2019.</p><p>CIPOLLE, R. J.; STRAND, L. M.; MORLEY, P. C. Prática de Atenção Farmacêutica: o Guia do Clíni-</p><p>co. 2. ed. Nova York: McGraw-Hill, 2004. 394p.</p><p>SANTOS, H. et al. Segundo consenso de Granada sobre problemas relacionados com medi-</p><p>camentos. Acta Médica Portuguesa, Lisboa, v. 17, p. 59-66, 2004. Disponível em: https://www.</p><p>researchgate.net/publication/303131921_Segundo_Consenso_de_Granada_sobre_Proble-</p><p>mas_relacionados_com_Medicamentos. Acesso em: 22 out. 2023.</p><p>STORPIRTIS, S. et al. Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica. Rio de Janeiro: Guanabara Koo-</p><p>gan, 2008.</p><p>WEED, L. L. Controle de qualidade e o prontuário médico. Arch Intern Med, v. 127, p. 101-105,</p><p>1971.</p><p>1</p><p>5</p><p>1. Resposta: são três categorias: necessidade, efetividade e segurança, com dois tipos de PRM</p><p>dentro de cada uma.</p><p>2. Opção B. A Atenção Farmacêutica é mais efetiva e aceita quando o farmacêutico colabora</p><p>com o médico, pois a relação destes dois profissionais deve ser em prol do bem-estar do</p><p>paciente atendido.</p><p>3. Opção D. O farmacêutico deve analisar a situação do paciente, a medicação prescrita, pre-</p><p>pare um plano de seguimento e avalie os resultados encontrados durante este segmento</p><p>(só mediante uma análise criteriosa o farmacêutico conseguirá identificar e resolver os PRM</p><p>do paciente).</p><p>4. Opção B. Apenas as alternativas II, III e V estão corretas. As alternativas I e IV estão erradas</p><p>porque elas estão com as fases trocadas, invertidas.</p><p>5. a) Sim, no caso clínico em questão, o senhor João está sofrendo com um PRM do tipo 3</p><p>(inefetividade não quantitativa da medicação), isso quer dizer que ele está tomando a dose</p><p>certa, mas ela está sendo inefetiva pois ele está tomando no horário errado. O Captopril® é</p><p>um anti-hipertensivo que tem sua absorção diminuída de forma muito considerável se for ad-</p><p>ministrado junto às refeições. Desse modo, precisa ser administrado antes do café da manhã.</p><p>b) O paciente precisa ser orientado que, a partir de agora, deverá tomar o medicamento em</p><p>jejum, logo que acordar e, cerca de 30 minutos depois, ele poderá tomar o seu café da manhã.</p><p>Não há necessidade de enviar comunicado ao médico de João, apenas fazer as orientações</p><p>para o paciente e, de preferência, de forma verbal e também por escrito.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>FARMACOTERAPIA</p><p>Conhecer o que é um acompanhamento farmacoterapêutico.</p><p>Aprofundar os conhecimentos nos Problemas Relacionados a Medicamentos (PRM).</p><p>Fazer algumas reflexões acerca</p><p>da importância da revisão da farmacoterapia.</p><p>Aprender como operacionalizar a revisão da farmacoterapia.</p><p>Aprender a elaborar um Plano de cuidado/atenção farmacêutica.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você, estudante, está se preparando para ser um farmacêutico. Diante disso, cer-</p><p>tamente você também quer ser um bom profissional.</p><p>Quando eu estava na faculdade de farmácia, pensava: “e se meu paciente fizer</p><p>uma pergunta e eu não souber responder? O que eu vou fazer?”. Então, vou contar</p><p>a você, todo mundo passa por isso. No entanto, você não deve sofrer, você é uma</p><p>pedra preciosa bruta que está sendo lapidada. Lembre-se: o conhecimento e a</p><p>maturidade chegam aos poucos.</p><p>Nada como um dia após o outro. Quando você menos perceber, terá tanto</p><p>conhecimento e tanta capacidade de fazer, que nem mesmo você acreditará.</p><p>Neste momento, quero convidar você a mergulhar neste tema de aprendi-</p><p>zagem! Aqui, você aprenderá sobre revisão da farmacoterapia, assunto que irá</p><p>auxiliar você em seus raciocínios clínicos.</p><p>Veja como o universo farmacêutico é significativo. Tenho certeza de que, logo,</p><p>você se identificará com a farmácia clínica. Vamos discutir um caso clínico? Então</p><p>confira o podcast especial preparado para você. Que tal ouvir? Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>O que é Problema Relacionado ao Medicamento (PRM)?</p><p>“É um problema de saúde relacionado ou suspeito de estar relacionado à</p><p>farmacoterapia, interferindo nos resultados terapêuticos e na qualidade de vida do</p><p>usuário” (IVAMA et al., 2002, p. 19).</p><p>A identificação de PRMs segue os princípios de necessidade, efetividade e</p><p>segurança, próprios da farmacoterapia.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>Iniciaremos, então, a nossa jornada. Lembre-se sempre do importante papel do</p><p>profissional farmacêutico na Atenção Primária à Saúde (APS), que apresenta</p><p>como características primordiais: ser porta de entrada preferencial dos usuários</p><p>no sistema de saúde; prestar atenção de forma longitudinal e orientada para as</p><p>pessoas e não focada nos agravos; desenvolver cuidados abrangentes e resolutivos</p><p>para a maior parte dos problemas de saúde; e coordenar os cuidados quando os</p><p>usuários necessitarem de atendimento em outros pontos na Rede de Atenção</p><p>à Saúde (RAS) (SILVA et al., 2021).</p><p>No contexto da atenção básica, a Organização</p><p>Mundial da Saúde (OMS) reconhece a importância</p><p>do farmacêutico em uma equipe multidisciplinar e</p><p>interdisciplinar de saúde na prevenção de doenças e</p><p>na promoção da saúde, pois cabe ao farmacêutico au-</p><p>xiliar na adesão ao tratamento, incluindo a orientação</p><p>de autovigilância e autocuidado, como medidas pre-</p><p>ventivas de complicações, seja devido a condição de</p><p>saúde ou ao uso inadequado de medicamentos, e nas</p><p>atividades de educação em saúde (SILVA et al., 2021).</p><p>A revisão farmacoterapêutica é um dos serviços clínicos farmacêuticos regula-</p><p>mentados pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), e se caracteriza como o pro-</p><p>cesso pelo qual as necessidades medicamentosas do usuário são mensuradas</p><p>a partir da investigação de PRM, de forma organizada, contínua e documentada,</p><p>com o objetivo de completar os resultados determinados na busca da melhoria</p><p>da qualidade de vida do usuário. Esse método é geralmente usado para pacien-</p><p>tes que utilizam simultaneamente vários medicamentos em função de disfunções</p><p>metabólicas ou por ocorrências de diferentes doenças.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Cabe ao</p><p>farmacêutico</p><p>auxiliar na adesão</p><p>ao tratamento</p><p>4</p><p>1</p><p>A revisão da farmacoterapia é um dos serviços clínicos farmacêuticos, no qual</p><p>é realizada uma avaliação crítica e estruturada de todos os medicamentos que o</p><p>paciente faz uso para identificar, solucionar e até prevenir PRMs.</p><p>Durante o processo, utilizam-se algumas informações, como dados pessoais,</p><p>histórico de doenças, diagnósticos e resultados de exames, uso de sondas, du-</p><p>ração da terapia medicamentosa, perfil dos medicamentos prescritos, limites</p><p>funcionais e cognitivos do paciente e quadro clínico.</p><p>Estudos demonstram que este método tem sido eficaz em diversos países,</p><p>trazendo benefícios como: melhora do regime terapêutico, redução dos custos</p><p>com hospitalizações, melhora da qualidade de vida dos pacientes e resolução</p><p>de PRMs (MELO et al., 2021).</p><p>A revisão da farmacoterapia é eficiente na resolução de PRMs, que é feita</p><p>por meio da intervenção farmacêutica junto ao prescritor, cuidador ou paciente.</p><p>Além da resolução desses problemas, esta prática clínica promove a descon-</p><p>tinuação de medicamentos sem indicação ou com duplicação terapêutica.</p><p>Reações Adversas aos Medicamentos (RAMs)</p><p>As reações adversas aos medicamentos são eventos clínicos indesejáveis e atribuídos</p><p>aos medicamentos utilizados em doses adequadas à enfermidade e à condição clínica</p><p>do paciente. Elas podem provocar danos graves à saúde, ocasionando, muitas vezes,</p><p>admissões hospitalares e, até mesmo, óbito. Pesquisas realizadas nos Estados Unidos</p><p>indicam que as reações adversas a medicamentos figuram entre as dez principais</p><p>causas de óbito no país, além de representarem um ônus significativo para os sistemas</p><p>de saúde em termos financeiros (MOTA; VIGO; KUCHENBECKER, 2019).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você sabe o que são Reações Adversas aos Medicamentos?</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>COMO OPERACIONALIZAR A REVISÃO DA FARMACOTERAPIA</p><p>A revisão abrangente da medicação consiste na avaliação sistemática da neces-</p><p>sidade, efetividade e segurança de todos os medicamentos em uso pelo paciente</p><p>e de sua adesão ao tratamento.</p><p>A revisão inicia-se no levantamento das informações do paciente durante a</p><p>entrevista clínica.</p><p>O farmacêutico deve conhecer a indicação, dose, via de administração, fre-</p><p>quência e duração do tratamento para cada medicamento em uso e deve reunir</p><p>as informações clínicas necessárias para avaliar a resposta do paciente, em termos</p><p>de efetividade e segurança.</p><p>Ainda, durante a entrevista, o farmacêutico deverá abordar a experiência de</p><p>medicação do paciente e conhecer como ele organiza seus medicamentos em sua</p><p>rotina e qual o grau de cumprimento do regime posológico (CORRER; OTUKI;</p><p>SOLER, 2011).</p><p>A avaliação da necessidade do uso de medicamentos pode revelar dois pro-</p><p>blemas comuns: o uso de medicamentos desnecessários ou sem indicação clara</p><p>para os problemas de saúde do paciente ou a necessidade de utilizar medicamen-</p><p>tos para um problema de saúde não tratado até aquele momento.</p><p>Nesta fase, o farmacêutico continuamente se pergunta se o problema de saúde</p><p>do paciente é causado pela farmacoterapia ou se o problema é algo que precisa</p><p>ser tratado com farmacoterapia.</p><p>A efetividade da farmacoterapia é a expressão dos efeitos benéficos do trata-</p><p>mento sobre o paciente. A efetividade consiste no resultado obtido do medicamento</p><p>sob condições reais de uso, isto é, na prática clínica. A farmacoterapia é considerada</p><p>efetiva quando conduz ao alcance das metas terapêuticas previamente estabelecidas.</p><p>Para que se possa avaliar a efetividade, é preciso estabelecer as metas do tra-</p><p>tamento, com base nos sinais e sintomas do paciente ou nos exames laboratoriais</p><p>alterados associados à enfermidade.</p><p>A segurança da farmacoterapia consiste na expressão dos efeitos prejudiciais</p><p>do tratamento sobre o paciente. Um medicamento pode ser considerado seguro</p><p>quando não causa um novo problema de saúde no paciente, nem agrava um</p><p>problema de saúde já existente.</p><p>As Reações Adversas aos Medicamentos (RAM) e a toxicidade são os proble-</p><p>mas mais comuns relacionados à segurança da farmacoterapia.</p><p>4</p><p>1</p><p>RAM e toxicidade podem ser resultado do uso de doses muito altas pelo</p><p>paciente. Assim como na efetividade, às condições clínicas do paciente, a dose, a</p><p>via de administração, a frequência e a duração do tratamento podem dar origem</p><p>a problemas de segurança da farmacoterapia.</p><p>A avaliação da adesão terapêutica do paciente também pode revelar dois</p><p>problemas comuns: a</p><p>não adesão involuntária (não intencional) do paciente,</p><p>que ocorre quando o paciente apresenta dificuldade em cumprir o tratamento</p><p>ou o segue de forma inconsistente com as instruções do prescritor.</p><p>Outro problema consiste na não adesão voluntária do paciente, situação na</p><p>qual o paciente decide racionalmente não utilizar seus medicamentos ou fazê-lo</p><p>de forma diferente das instruções do prescritor.</p><p>Vários fatores podem influenciar a adesão do paciente ao tratamento, entre</p><p>eles o acesso aos medicamentos, condições socioeconômicas e culturais, conheci-</p><p>mento sobre os medicamentos, capacidade cognitiva, complexidade da farmaco-</p><p>terapia, aspectos religiosos, expectativas e medos ligados ao tratamento, melhora</p><p>ou agravamento da condição clínica, entre outros.</p><p>O QUE O FARMACÊUTICO PRECISA SABER</p><p>Para realizar uma adequada revisão da farmacoterapia, o farmacêutico deve</p><p>possuir uma base sólida de conhecimento em farmacoterapia e sobre o manejo</p><p>de condições agudas e crônicas.</p><p>É fundamental possuir acesso a boas fontes de informação sobre medicamen-</p><p>tos e às diretrizes clínicas. Boas fontes de informação terciária sobre medicamen-</p><p>tos são artigos, livros e compêndios oficiais que possuam informação atualizada,</p><p>completa, confiável e aplicável.</p><p>Diretrizes clínicas são documentos de orientação da conduta profissional</p><p>baseados nas melhores evidências científicas, normalmente elaborados por en-</p><p>tidades médicas e científicas.</p><p>No Brasil, há consenso de que os bulários normalmente encontrados nas farmácias</p><p>não atendem às condições necessárias e não têm qualidade suficiente para a prática</p><p>da atenção farmacêutica.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Problemas Relacionados aos Medicamentos (PRM)</p><p>Um grupo de farmacêuticos oriundos de diferentes regiões da Espanha se reu-</p><p>niu na cidade de Granada para criar um consenso em termos da definição e da</p><p>classificação dos PRM em seis categorias, de acordo com as três condições ou</p><p>necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico: indicação, segu-</p><p>rança e efetividade (Quadro 1).</p><p>Indicação:</p><p>PRM 1 – O paciente tem um problema de saúde, porque não recebe um medicamento</p><p>de que necessita.</p><p>PRM 2 – O paciente tem um problema de saúde, porque recebe um medicamento de</p><p>que não necessita.</p><p>Efetividade:</p><p>PRM 3 – O paciente tem um problema de saúde porque, apesar da dose correta, o</p><p>medicamento não é efetivo.</p><p>PRM 4 – O paciente tem um problema de saúde porque, devido à dose prescrita, o</p><p>medicamento não é efetivo.</p><p>Segurança:</p><p>PRM 5 – O paciente tem um problema de saúde, porque o medicamento não é seguro,</p><p>apesar de a dose prescrita estar correta.</p><p>PRM 6 – O paciente tem um problema de saúde, porque o medicamento não é seguro,</p><p>devido à dose prescrita.</p><p>Quadro 1 – Classificação dos PRM (Consenso de Granada) / Fonte: adaptado de Storpirtis (2008).</p><p>A Figura 1 traz um esquema que facilita a visualização do processo de raciocínio</p><p>clínico do farmacêutico em relação à farmacoterapia.</p><p>4</p><p>4</p><p>Necessidade</p><p>O paciente utiliza todos os medicamentos de que necessita;</p><p>e o paciente não utiliza nenhum medicamento desnecessário.</p><p>Adesão terapêutica</p><p>O paciente compreende e é capaz de cumprir o regime</p><p>posológico; e o paciente concorda e adere ao tratamento numa</p><p>postura ativa.</p><p>Efetividade</p><p>O paciente apresenta a resposta esperada à medicação; e o</p><p>regime posológico está ajudando ao alcance das metas</p><p>terapêuticas.</p><p>Segurança</p><p>A farmacoterapia não produz novos problemas de saúde;</p><p>e a farmacoterapia não agrava problemas de saúde</p><p>pré-existentes.</p><p>Figura 1 – Características de uma farmacoterapia ideal / Fonte: adaptada de Correr, Otuki e Soler (2011).</p><p>Descrição da Imagem: ilustração com a categorização dos problemas relacionados aos medicamentos. Temos</p><p>quatro importantes categorias e, dentro de cada uma delas, duas possibilidades de PRM:</p><p>Necessidade – o paciente utiliza todos os medicamentos de que necessita; e o paciente não utiliza nenhum</p><p>medicamento desnecessário.</p><p>Adesão terapêutica – o paciente compreende e é capaz de cumprir o regime posológico; e o paciente concorda e</p><p>adere ao tratamento numa postura ativa.</p><p>Efetividade – o paciente apresenta a resposta esperada à medicação; e o regime posológico está ajudando ao</p><p>alcance das metas terapêuticas.</p><p>Segurança – a farmacoterapia não produz novos problemas de saúde; e a farmacoterapia não agrava problemas</p><p>de saúde preexistentes. Fim da descrição.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>O III Consenso de Granada (2017), ao modificar o termo Problemas Relacio-</p><p>nados aos Medicamentos (PRMs) para Resultados Negativos da Medicação</p><p>(RNM), sugeriu uma lista de PRMs, focadas em problemas no processo de uso de</p><p>medicamentos e não mais organizada em categorias de necessidade, efetividade</p><p>e segurança da farmacoterapia.</p><p>A conhecida classificação de seis PRMs é agora uma classificação com seis</p><p>RNMs. A nova lista de PRMs inclui problemas como: administração incorreta do</p><p>medicamento, características pessoais, conservação inadequada, contraindica-</p><p>ção, dose, frequência ou duração inadequada, duplicidade, erro de dispensação,</p><p>erro de prescrição, não adesão à terapia, interações, entre outros.</p><p>Esta lista não tem por objetivo substituir classificações existentes, mas apresen-</p><p>tar uma visão sistêmica sobre as condições ideais da farmacoterapia (necessidade,</p><p>efetividade e segurança), abordando também a adesão terapêutica do paciente.</p><p>A ordem lógica serve como guia ao profissional na revisão da farmacoterapia.</p><p>As causas apresentadas são úteis, ainda, na definição de um plano de cuidado</p><p>buscando uma prevenção e resolução de problemas existentes e o alcance das</p><p>metas terapêuticas do paciente (CORRER; OTUKI; SOLER, 2011).</p><p>A seguir, conheceremos um pouco mais sobre as categorizações de proble-</p><p>mas relacionados à farmacoterapia e suas causas mais comuns, segundo Correr,</p><p>Otuki e Soler (2011).</p><p>4</p><p>1</p><p>Farmacoterapia</p><p>necessária</p><p>Farmacoterapia</p><p>desnecessária</p><p>Inefetividade</p><p>da</p><p>Farmacoterapia</p><p>Insegurança</p><p>da</p><p>Farmacoterapia</p><p>Baixa Adesão</p><p>do Paciente à</p><p>Farmacoterapia</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>FARMACOTERAPIA NECESSÁRIA</p><p>Situações Clínicas: há necessidade de iniciar farmacoterapia no paciente.</p><p>Causas comuns:</p><p>• Há um problema de saúde não tratado que requer medicamento.</p><p>• O paciente tem dificuldade de acesso ao medicamento (não usa).</p><p>• Há necessidade de farmacoterapia preventiva para redução de risco do paciente.</p><p>FARMACOTERAPIA DESNECESSÁRIA</p><p>Situações Clínicas: o paciente utiliza farmacoterapia que não é necessária.</p><p>Causas comuns:</p><p>• Não há uma indicação clínica válida para o medicamento em uso.</p><p>• Múltiplos medicamentos estão sendo usado quando apenas um seria suficiente.</p><p>• O paciente está tratando com medicamento uma RAM que poderia ser resolvida ou</p><p>evitada.</p><p>• O problema de saúde poderia ser tratado mais adequadamente com medidas não</p><p>farmacológicas.</p><p>INEFETIVIDADE DA FARMACOTERAPIA</p><p>Situações Clínicas: a farmacoterapia não alcança a meta terapêutica proposta.</p><p>Causas comuns:</p><p>• O paciente apresenta-se refratário ao tratamento.</p><p>• A forma farmacêutica é inadequada para o problema.</p><p>• O medicamento apresenta problemas de qualidade.</p><p>• O paciente está recebendo uma dose muito baixa.</p><p>• Paciente tem dificuldade de acesso ao medicamento (usa menos).</p><p>• Há uma interação medicamentosa reduzindo o efeito do medicamento.</p><p>• A frequência de uso ou duração do tratamento é insuficiente para produzir resposta.</p><p>4</p><p>8</p><p>Depois que o farmacêutico faz a avaliação de todas as informações coletadas,</p><p>estuda o caso em detalhes e revisa toda a farmacoterapia, buscando identificar os</p><p>problemas relacionados à farmacoterapia, ele tem em mãos uma lista de proble-</p><p>mas que precisam ser resolvidos ou solucionados. A partir de então, tem início</p><p>o que chamamos de “Plano de Cuidado”.</p><p>INSEGURANÇA DA FARMACOTERAPIA</p><p>Situações Clínicas: o medicamento causa um novo problema de saúde no paciente</p><p>ou agrava um problema preexistente.</p><p>Causas comuns:</p><p>• O paciente está sofrendo uma reação adversa ao medicamento (RAM).</p><p>• O medicamento é contraindicado</p><p>devido a fatores de risco do paciente.</p><p>• Há uma interação medicamentosa aumentando o efeito do medicamento.</p><p>• O paciente está recebendo uma dose muito alta.</p><p>• A frequência de dosagem está muito curta.</p><p>• A duração do tratamento é muito longa.</p><p>BAIXA ADESÃO DO PACIENTE À FARMACOTERAPIA</p><p>Situações Clínicas: o paciente não adere apropriadamente à farmacoterapia de forma</p><p>voluntária ou involuntária.</p><p>Causas comuns:</p><p>• O paciente não entendeu apropriadamente as orientações.</p><p>• O paciente tem dificuldade para se lembrar de tomar os medicamentos.</p><p>• O medicamento não pode ser adquirido pelo paciente.</p><p>• O paciente administra incorretamente o medicamento ou não é capaz de fazê-lo</p><p>corretamente.</p><p>• O paciente prefere não tomar os medicamentos.</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>Plano de Cuidado</p><p>O objetivo do Plano de Cuidado,</p><p>ou plano de intervenções, é determi-</p><p>nar, junto ao paciente, como manejar</p><p>adequadamente seus problemas de</p><p>saúde, utilizando a farmacoterapia</p><p>e tudo que deve ser feito para que o</p><p>plano seja cumprido.</p><p>De acordo com Correr, Otuki e</p><p>Soler (2011), este será composto de</p><p>três partes:</p><p>1. Metas terapêuticas.</p><p>2. Intervenções voltadas aos</p><p>problemas relacionados à</p><p>farmacoterapia.</p><p>3. Agendamento das avaliações</p><p>de seguimento.</p><p>Elaborar um plano de cuidado re-</p><p>quer tomada de decisões clínicas. É</p><p>altamente recomendável a utilização</p><p>de um modelo de decisões compar-</p><p>tilhadas centrado no paciente. En-</p><p>volver o paciente aumenta a adesão</p><p>terapêutica, dá maior suporte ao au-</p><p>tocuidado e aumenta as chances de</p><p>manutenção de resultados terapêu-</p><p>ticos positivos no longo prazo.</p><p>O método Dáder 2007 propõe</p><p>alguns elementos desta forma de</p><p>trabalhar com o paciente na aten-</p><p>ção farmacêutica:</p><p>5</p><p>1</p><p>1</p><p>Criar uma atmosfera de intimidade</p><p>no momento de pactuar decisões,</p><p>proporcionar escuta ativa e comu-</p><p>nicação não verbal, designando um</p><p>ambiente de confidencialidade.</p><p>3</p><p>Identificar claramente qual é a deci-</p><p>são que precisa ser tomada.</p><p>4</p><p>Discutir com o paciente seus me-</p><p>dos, prioridades e expectativas.</p><p>2</p><p>Pesquisar se o paciente deseja en-</p><p>volver-se nas decisões clínicas e</p><p>conhecer que tipo de informação o</p><p>paciente deseja receber.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>5</p><p>Expor as opções terapêuticas com</p><p>os seus ‘prós’ e ’contras’. Estas infor-</p><p>mações devem ser transmitidas de</p><p>forma compreensível, sem jargões</p><p>médicos, com auxílio de desenhos</p><p>no papel se necessário.</p><p>7</p><p>Compartilhar com o paciente suas</p><p>experiências pessoais, isto é, o que</p><p>você faria se estivesse na mesma</p><p>situação do paciente.</p><p>8</p><p>Negociar a melhor decisão com o</p><p>paciente e, se não houver urgência,</p><p>permitir um tempo para que cada</p><p>um reflita sobre suas opiniões até a</p><p>próxima consulta.</p><p>6</p><p>É importante obter um feedback do</p><p>paciente a fim de reconhecer se a</p><p>explicação foi satisfatória. Pode-se</p><p>indicar outras fontes para o pacien-</p><p>te pesquisar, como páginas da web</p><p>voltadas a pacientes.</p><p>5</p><p>1</p><p>Podemos dizer que a intervenção pode ser de duas formas:</p><p>1. Farmacêutico-paciente: quando se apresenta um PRM devido a</p><p>causas derivadas da própria iniciativa do paciente quanto à forma de</p><p>utilizar os medicamentos.</p><p>2. Farmacêutico-paciente-médico: quando a estratégia estabelecida pelo</p><p>médico não consegue os efeitos esperados ou quando o paciente apresen-</p><p>ta um problema de saúde que necessita de diagnóstico.</p><p>Com o objetivo de exemplificar as diferentes intervenções farmacêuticas que</p><p>podem ser feitas, veja o Quadro 2:</p><p>Modificação na quantidade</p><p>de medicamento</p><p>1.1. Modificar a dose de medicamento.</p><p>1.2. Modificar a frequência de administração ou a</p><p>duração do tratamento.</p><p>1.3. Modificar os horários de uso do medicamento.</p><p>Modificação da estratégia</p><p>farmacológica</p><p>2.1. Iniciar um novo medicamento.</p><p>2.2. Suspender um medicamento.</p><p>2.3. Substituir um medicamento.</p><p>Educação do paciente</p><p>3.1. Reduzir a não aderência não intencional do</p><p>paciente (educar no uso do medicamento).</p><p>3.2. Reduzir a não aderência voluntária do paciente</p><p>(trabalhar atitudes e comportamento do paciente).</p><p>3.3. Educar sobre medidas não farmacológicas.</p><p>Quadro 2 – Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas na atenção farmacêutica</p><p>Fonte: adaptado de Correr, Otuki e Soler (2011).</p><p>9</p><p>Uma vez tomada a decisão, qualquer que</p><p>seja, apoiar o paciente para que ele se sinta</p><p>cuidado.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>Que conteúdo intenso!</p><p>Imagino que você deva se questionar: quanta coisa! Ou melhor: como um</p><p>farmacêutico é essencial à farmacoterapia de um paciente!</p><p>E é por isto que estamos aqui, que você está aqui, para ser um profissional</p><p>único, que faça a diferença no mercado de trabalho e que não seja um mero</p><p>entregador de caixinhas lá no mercado de trabalho.</p><p>Com o conhecimento adquirido nesta unidade de conteúdo, você será capaz</p><p>de oferecer um serviço de qualidade e será capaz de analisar a história farmaco-</p><p>terapêutica de seu paciente para prevenir e identificar os PRMs.</p><p>Agora, diga-me: isso não é maravilhoso?</p><p>Conhecimento é tudo! Agora, quero ver você colocar em prática e estou</p><p>curiosa para saber quem será seu primeiro paciente a ter os PRM detectados.</p><p>Sucesso para você!</p><p>Gostou do que discutimos até aqui? Tenho mais para conversar com você a respei-</p><p>to deste tema. Vamos lá? Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem</p><p>EM FOCO</p><p>5</p><p>4</p><p>1. Leia atentamente o caso a seguir para aplicar os conhecimentos adquiridos e fazer a revisão</p><p>da farmacoterapia da paciente, tentando identificar possíveis PRMs com a farmacoterapia</p><p>dela.</p><p>Caso clínico: Maria Luíza, 19 anos, solteira, estudante, moradora do Bairro Aclimação, em Ma-</p><p>ringá. A paciente procura você na farmácia para comprar sua pílula contraceptiva e, durante</p><p>a conversa, ela comenta que está bastante preocupada, pois tem uma anemia intensa que</p><p>está sendo tratada há meses e ela não melhora. Você pergunta se ela comprou o sulfato</p><p>ferroso na sua farmácia e ela disse que não. A mãe comprou em uma farmácia do bairro.</p><p>Então, você continua sua anamnese e pergunta, como ela tem feito este acompanhamento?</p><p>A paciente conta que fez exames laboratoriais semana passada e que o médico comentou</p><p>que nada mudou desde o último mês, ela também relata sentir tonturas e fraqueza cons-</p><p>tante. Então, você questiona como ela tem tomado o sulfato ferroso e pede para explicar</p><p>em detalhes.</p><p>A moça, então, comentou que toma um comprimido todos os dias logo depois do almoço</p><p>com um gole de água. Você pergunta e pede para ela confirmar: ela toma logo depois que</p><p>acaba de almoçar, todos os dias.</p><p>Analisando o caso, responda:</p><p>a) Há algum PRM com a farmacoterapia desta paciente? Qual? Explique.</p><p>b) Que orientações você daria para a paciente resolver o PRM dela, caso ele exista?</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>5</p><p>2. Sobre os problemas de saúde ou exames clínicos elencados, considerando a meta farma-</p><p>coterapêutica atribuída, analise as sentenças a seguir:</p><p>I - Cura de uma doença/hipertensão ou diabetes.</p><p>II - Redução e eliminação de sinais e/ou sintomas/depressão, resfriado comum.</p><p>III - Prevenção da doença/anemia ferropriva, hipocalemia.</p><p>IV - Auxiliar no processo diagnóstico/exames oftalmológicos contrastes radiológicos.</p><p>V - Normalização de exames laboratoriais/anemia ferropriva, hipocalemia.</p><p>Assinale a alternativa correta:</p><p>a) Apenas I, III e IV estão corretas.</p><p>b) Apenas II, IV e V estão corretas.</p><p>c) Apenas I, II, IV e V estão corretas.</p><p>d) Apenas III, IV e V estão corretas.</p><p>e) Todas estão corretas.</p><p>3. O II Consenso de Granada fortaleceu laços e promoveu cooperação histórica. Sobre esse</p><p>consenso, assinale a alternativa correta:</p><p>a) O II Consenso de Granada divide os PRM em duas modalidades a saber: indicação e</p><p>efetividade.</p><p>b) O II Consenso de Granada divide os PRM em quatro modalidades: indicação, efetividade,</p><p>segurança e nível de conhecimento.</p><p>c) O II Consenso de Granada classifica os PRMs em seis categorias, de acordo com as três</p><p>condições ou necessidades básicas de qualquer tratamento farmacológico: indicação,</p><p>segurança e efetividade.</p><p>d)</p>