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GESTÃO DA QUALIDADE NA 
PRODUÇÃO DE AÇÚCAR LÍQUIDO E 
AÇUCAR LÍQUIDO INVERTIDO 
 
Miriam Pinheiro Bueno (FATEC) 
buenomiriam@gmail.com 
Adriana Alvarenga de Sousa (FATEC) 
alvarengadrika@yahoo.com.br 
Andre Gomes Nogueira (FATEC) 
andregnogueira@hotmail.com 
Eduardo Meireles (UFSCar) 
eduardome@terra.com.br 
 
 
 
com as exigências cada vez maior do consumidor quanto a qualidade 
do produto consumido, obrigam as agroindústrias a adotar 
ferramentas de gestão da qualidade em seu processo produtivo para 
garantir a qualidade quanto a segurança alimentar. A agroindústria 
por sua vez, pode utilizar essas ferramentas como informações 
estratégicas na tomada de decisão, tornando-a mais competitiva no 
mercado. Diante do exposto, o trabalho teve como objetivo principal, 
identificar as ferramentas de gestão da qualidade e analisar se elas 
estão sendo utilizadas como informações para as tomadas de decisões 
estratégicas da PAP Agroindústria, restringindo o estudo a produção 
de açúcar líquido e açúcar líquido invertido. Foi utilizado como 
metodologia No estudo, foi usada pesquisa qualitativa descritiva 
exploratória a partir de questionário semi-estruturado, visitas in loco, 
estudo de caso e dados observacionais. Os resultados apontam que a 
agroindústria utiliza algumas ferramentas da gestão da qualidade para 
obter informações para as tomadas de decisões estratégicas. Conclui-
se que a PAP atinge o mercado desejado, de forma estratégica sem 
faltar com respeito ao consumidor em qualquer aspecto de qualidade, 
seja ele na gestão estratégica pelo mercado quando pela gestão da 
qualidade total. Como estudo, indica-se a empresa necessidade de 
integração das áreas para iniciar um projeto de QFD e novas 
ferramentas para gestão estratégica da qualidade total beneficiando 
em todos os aspectos para o mercado futuro.
Palavras-chaves: 
açúcar; sistema produtivo ferramentas; qualidade.
 
 
Palavras-chaves: açúcar, sistema produtivo, ferramentas, qualidade 
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no 
Cenário Econômico Mundial 
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 
 
 
 
 XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no 
Cenário Econômico Mundial 
Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011. 
 
 
 
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1. Introdução 
O açúcar é um alimento consumido por uma grande parcela da população brasileira, portanto 
é necessário um cuidado com o aspectos de segurança e qualidade. Assim, é imprescindível 
uma maior atenção à gestão da qualidade associados à segurança alimentar, ou seja, às 
características da qualidade oculta, aos padrões microbiológicos, à sanidade e ausência de 
substâncias nocivas (TOLEDO, 2001). 
De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA, 2010), o Brasil 
é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, com 710 milhões de toneladas colhidas na 
safra 2009/2010, em área plantada de 8,89 milhões de hectares. No Estado de São Paulo isso 
representa 60,85% da produção nacional de acordo com os dados divulgados em 2010 pela 
União da Indústria de Cana-de-açúcar (ÚNICA) e Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento (MAPA). 
Da produção da cana-de-açúcar, as agroindústrias sucroalcooleiras processam 43,3 % no 
processo produtivo para o açúcar que é consumido no mercado interno e externo. Somente o 
estado de São Paulo na safra 09/10, ano de 2009, produziu 22.350,00 milhões t/a de açúcar. 
Quanto á áreas com maior produção da cana, de acordo com o projeto CANASAT (2010), que 
fornece informações sobre a distribuição espacial da área cultivada com cana-de-açúcar na 
região centro-sul do Brasil utilizando imagens de satélites de sensoriamento remoto, o 
noroeste paulista que é representado pela região administrativa de São José do Rio Preto é o 
que há maior quantidade área cultivada de cana sendo de 697.607 hectares (ha), sendo 
seguido por Araçatuba com 572.055 ha. Diante desse cenário, a competitividade da 
agroindústria sucroalcooleira está associados à eficiência em gerenciar a qualidade. 
 
1.1Problemática e Justificativa 
As agroindústrias sucroalcooleiras que possuem em seu processo produtivo de açúcar buscam 
por formas diferenciadas de gestão estratégica que consigam alavancar sua competitividade, 
dentre elas uma ferramenta que está sendo muito utilizada é a gestão da qualidade total que 
acaba por adicionar valor ao produto. Diante desse aspecto de competitividade que a 
Produtora de Açúcar Paulista Agroindústria (PAP Agroindústria) se encontra surgem os 
problemas de pesquisa: Será que a PAP Agroindústria aplica as ferramentas de gestão da 
qualidade nos processos produtivos de açúcar? Os resultados obtidos, com a aplicação dessas 
ferramentas são usados somente para a segurança alimentar ou também como informações 
para as tomadas de decisões estratégicas da agroindústria? 
Na visão de Alves (2003), a relevância dos estudos relacionados ao funcionamento do setor 
sucroalcooleiro brasileiro pode ser justificada tanto pela sua importância no contexto externo, 
no qual o Brasil diferencia-se dos demais países na produção de açúcar e álcool em escala 
industrial, como no contexto interno, no qual a produção de cana-de-açúcar se destaca em 
relação a outras culturas quanto ao volume, valor da produção e área plantada. Sendo nos dois 
ambientes de mercado de extrema importância em nível de atividade quanto à qualidade do 
açúcar cristal a matéria prima dos açúcares de maiores atributos. 
Segundo Toledo (2001), em um mercado globalizado onde a definição de compra é do 
consumidor que reconhece o valor percebido do produto, a responsabilidade e competência na 
 
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Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no 
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elaboração do produto e serviço são estratégias importantes de competitividade nas cadeias 
produtivas. Portanto, o exercício da competitividade e da sobrevivência das agroindústrias 
nacionais está associado a sua eficiência em gerenciar a qualidade. Portanto o trabalho tem 
como objetivo principal identificar as ferramentas de gestão da qualidade e analisar se elas 
estão sendo utilizadas como informações para as tomadas de decisões estratégicas da PAP 
Agroindústria, Agroindústria Sucroalcooleira, empresa de porte internacional localizada na 
região noroeste do estado de São Paulo, restringindo o estudo a produção de açúcar líquido e 
açúcar líquido invertido. 
 
2. Arcabouço Teórico 
2.1Ferramentas de Qualidade Total 
Por meio de muitas ferramentas a agroindústria do setor agroalimentar pode atingir a 
maturidade comercial quanto à comercialização dos seus produtos tanto nacional quanto 
internacionalmente se alcançar os pré-requisitos em relação aos estados que procuram por 
seus produtos. Muitos fatores intrínsecos e extrínsecos que podem interferir na produção dos 
alimentos e os mesmo realmente são os mais afetados pelo motivo de necessitarem de 
controle de qualidade desde a colheita até o processamento, isto é, em toda a cadeia produtiva 
(TOLEDO, 2001). 
O produto açúcar engloba as características físico-químicas e microbiológicas, que podem 
comprometer, expressivamente, a qualidade do produto, se não houver um rígido controle de 
qualidade em todas as etapas do processamento da cana-de-açúcar. Portanto as empresas no 
ramo sulcroalcooleiro devem utilizar ferramentas de gestão da qualidade tanto para uma 
maior produção como garantir uma melhor qualidade do produto. 
Há uma série de ferramentas de qualidade total utilizadas no controle da produçãodos 
produtos do setor agroalimentar exigidas pelo Ministério da Saúde e Vigilância Sanitária. As 
ferramentas da qualidade total, mais difundidas na produção do açúcar derivado da cana-de-
açúcar são as normativas RDC 275 e 326 que fazem parte da BPF, o método APPCC, o 
PPHO, o sistema de gestão da qualidade ISO 9001, MIP, muitas empresas estão implantando 
o sistema de gestão da qualidade ISO 22000 e programas dos 5S e do 8S. Também devem 
conter procedimentos como métodos e ferramentas, das quais Rastreabilidade (RT), 
Desdobramento da Função Qualidade (QFD), Controle Estatístico de Processo (CEP). 
a) Boas Práticas de Fabricação: com a RDC 275 e a RDC 326, tem-se o termo da BPF que a 
ANVISA trata como Boas Práticas de Fabricação (BPF) que abrangem um conjunto de 
medidas que devem ser adotadas pelas agroindústrias de alimentos a fim de garantir a 
qualidade sanitária e a conformidade dos produtos alimentícios com os regulamentos técnicos. 
A legislação sanitária federal regulamenta essas medidas em caráter geral, aplicável a todo o 
tipo de agroindústria de alimentos e específico, voltados às agroindústrias que processam 
determinadas categorias de alimentos. 
b) ANVS/RDC nº 275: de acordo com a ANVISA a Resolução - ANVS/RDC nº 275, de 21 
de outubro de 2002, que foi republicada no D.O.U de 06/11/2002. Dispõe sobre o 
Regulamento Técnico de Procedimentos Operacionais Padronizados (POP) aplicados aos 
estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos e a lista de verificação das boas 
práticas de fabricação em estabelecimentos produtores/industrializadores de alimentos. 
c) ANVS/RDC nº 326: quanto resolução ANVS/RDC Nº 326, de 09/11/2005 segundo a 
ANVISA é baseada no Código Internacional Recomendado de Práticas: Princípios Gerais de 
 
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Higiene dos Alimentos CAC/VOL. A, Ed. 2 (1985), do Codex Alimentarius, e harmonizada 
no Mercosul, essa portaria estabelece os requisitos gerais sobre as condições higiênico-
sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para estabelecimentos 
produtores/industrializadores de alimentos. 
d) APPCC: o sistema APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle) é 
desenvolvido para garantir a produção de alimentos seguros à saúde do consumidor. Para a 
ANVISA a criação do Sistema APPCC, que tem como pré-requisitos as Boas Práticas de 
Fabricação e a Resolução RDC nº 275, de 21 de outubro de 2002 sobre Procedimentos 
Padrões de Higiene Operacional (PPHO). Estes pré-requisitos para a APPCC identificam os 
riscos possíveis à segurança do alimento desde a aquisição das matérias-primas até o 
consumo, formando em determinadas etapas os pontos críticos de controle, avaliações de 
controle e monitorização que aprovam, ao final do processo, a obtenção de um alimento 
inócuo e com qualidade. O Sistema APPCC oferece uma maior satisfação ao consumidor, 
torna as companhias mais competitivas, desenvolve as probabilidades de captação de novos 
negócios, nacionais e internacionais, além de propiciar a arrefecimento de perdas de matérias-
primas, embalagens e produto. 
e) PPHO: a da PPHO definida pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento (MAPA) 
incide que é constituída em uma extensão do Regulamento Técnico sobre as Condições 
Higiênico-sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos 
elaboradores/industrializadores de alimentos, aprovado por meio da Portaria nº 368/97, do 
Ministério da Agricultura e do Abastecimento, e tomando como base os artigos 32, 33 e 35 do 
Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal, o 
procedimento tem o objetivo de estabelecer Procedimentos-Padrão de Higiene Operacional, 
que contam com oito princípios. 
f) Oito princípios do PPHO: o MAPA divulga que embora o APPCC seja um sistema amplo 
para a garantia da inocuidade, da qualidade e da integridade do alimento, este não deve ser 
considerado único e independente, considera o APPCC uma ferramenta para controle de 
processo e não para o ambiente no qual o processo ocorre. O mesmo cita que a BPF e o PPHO 
constituem, dessa forma, pré-requisitos essenciais à implantação do APPCC, neste intuito são 
descritas abaixo claramente as principais definições quanto ao método PPHO segundo o 
MAPA para sua execução: PPHO 1: POTABILIDADE DA ÁGUA; PPHO 2: HIGIENE DAS 
SUPERFÍCIES DE CONTATO COM O PRODUTO; PPHO 3: PREVENÇÃO DA 
CONTAMINAÇÃO CRUZADA; PPHO 4: HIGIENE; PPHO 5: PROTEÇÃO CONTRA 
CONTAMINAÇÃO DO PRODUTO; PHO 6: AGENTES TÓXICOS; PPHO 7: SAÚDE DOS 
COLABORADORES; PPHO 8: CONTROLE INTEGRADO DE PRAGAS. 
g) ISO 9001: segundo a International Organization for Standardization (ISO), ISO 9001 é 
uma norma internacional que fornece requisitos para a organização de um sistema de gestão 
da qualidade (SGQ). É parte de uma família de normas publicadas pela Organização 
Internacional de Normalização (ISO), muitas vezes referidas coletivamente como ISO 9000 
ou “família ISO 9000". Isso normalmente significa que eles estão assegurando ter um 
agrupamento do SGQ das quais os requisitos da ISO 9001 é a única norma na família ISO 
9000 que pode ser usada para fins de avaliação da conformidade também é significativo 
entender que a ISO é o organismo que desenvolve e publica a norma - ISO não certifica 
organizações. A norma teve sua última versão da ISO 9001 foi publicada em Novembro de 
2008, fazendo apenas pequenas alterações em relação à versão anterior feita em 2000. 
De acordo com Batalha et al. (2001; 2008), a ISO 9000 agrupa oito princípios da 
gestão da qualidade, expostos a seguir: 
http://www.alimentos.senai.br/index.htm
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=100
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=100
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=8134
http://e-legis.anvisa.gov.br/leisref/public/showAct.php?id=8134
 
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1 – Foco no cliente; 2 – Liderança; 3 – Envolvimento das pessoas; 
4 – Abordagem de processo; 5 – Abordagem de sistemas para a gestão; 
6 – Melhoria continua; 7 – Abordagem factual na tomada de decisão; 
8 – Beneficio mutuo na relação cliente-fornecedor. 
h) Programa 5 S: O programa tem este nome por tratar-se de um sistema de cinco conceitos 
básicos e simples, porém essenciais e que fazem a diferença no Sistema da Qualidade. A 
Secretaria da Fazenda (SEFAZ) divulga que é possível eliminar o desperdício em cinco fases, 
com base no método "5S". Foi um dos fatores para a recuperação de empresas japonesas e a 
base para a implantação da Qualidade Total no país. Os cinco conceitos foram introduzidos no 
Brasil posteriormente, em 1991, pela Fundação Christiano Ottoni (FCO) os cinco conceitos 
são: 1.º S - SEIRI - SENSO DE UTILIZAÇÃO; 2.º S - SEITON - SENSO DE 
ORDENAÇÃO; 3.º S - SEISO - SENSO DE LIMPEZA; 4.º S - SEIKETSU - SENSO DE 
BEM ESTAR; 5.º S - SHITSUKE - SENSO DE AUTODISCIPLINA. 
i) Programa 8 S: para complementar e adequar a filosofia dos 5S no Brasil, de acordo com 
Abrantes (1997) são propostos mais três novos “S” para a filosofia do 8 S. São os sensos: 
Shikari Yaro, Shido e Setsuyaku. Vale ressalvar que a grande conveniência do programa 8 S é 
que este procedimento não contempla o investimento em máquinas e sistemas automatizados, 
inserindo-se em um contexto de gestão de recursos humanos e materiais. A metodologia 
promove a mudança de comportamento de todos os envolvidos no contexto interno da 
empresa que, passam a compor um grupo unido com visãode sobrevivência e continuidade 
dos negócios, principalmente por meio da economia e combate aos desperdícios. Os 8S 
segundo Abrantes (1997) são a seguir descritos seguindo suas ordem de implantação: 1.º S 
SHIKARI YARO – SENSO DE DETERMINAÇÃO E UNIÃO; 2.º S SHIDO – SENSO DE 
TREINAMENTO; 3.º S SEIRI – SENSO DE UTILIZAÇÃO; 4.º S SEITON – SENSO DE 
ORDENAÇÃO; 5.º S SEISO – SENSO DE LIMPEZA; 6.º S SEIKETSU – SENSO DE BEM 
ESTAR; 7.º S SHITSUKE – SENSO DE AUTODISCIPLINA; 8.º S SETSUYAKU – SENSO 
DE ECONOMIA E COMBATE AOS DESPERDÍCIOS. 
j) Qualidade ISS 22000: a Organização Internacional para Padronização (ISO, 2005) 
especifica a ISO 22000 como requisitos para um sistema de gestão da segurança alimentar, no 
qual uma organização na cadeia de alimentos precisa demonstrar sua capacidade para 
controlar os riscos de segurança alimentar a fim de garantir que o alimento é seguro no 
momento do consumo humano. Os meios de satisfazer os requisitos da ISO 22000 podem ser 
realizados por meio dos usos internos e recursos externos. Na ISO 22000 (2005) uma 
organização necessita de requisitos como: planejar, implementar, operar, manter e atualizar 
um sistema de gestão de segurança que visa fornecer produtos que, segundo a sua utilização, 
são seguros para o consumidor, para demonstrar a conformidade com os requisitos legais e 
regulamentares de segurança alimentar, avaliar as necessidades dos clientes e demonstrar 
conformidade com aqueles de comum acordo as necessidades do cliente que se relacionem 
com a segurança alimentar, de modo a aumentar a satisfação do cliente, comunicar-se 
eficazmente questões de segurança alimentar aos seus fornecedores, clientes e partes 
interessadas relevantes na cadeia alimentar, assegurar que a organização está em 
conformidade com sua política de segurança alimentar, para demonstrar tal conformidade a 
partes relevantes interessadas, e buscar certificação ou registro do seu sistema de gestão da 
segurança alimentar por uma organização externa, ou fazer uma auto-avaliação ou auto-
declaração de conformidade com a norma ISO 22000:2005. 
 
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k) Rastreabilidade: de acordo com Batalha et al. (2001), rastreabilidade dos produtos é algo 
mais recente em algumas cadeias agroindustriais, mas para empresas que adotam ISO 9001 
ela já é um requisito do programa ISO. A rastreabilidade é a habilidade de rastrear um lote de 
um produto ou a história por toda a cadeia agroindustrial ou por parte dela da produção rural 
até os canais de distribuição com o objetivo de identificar a origem do produto desde a 
matéria prima no campo até o consumidor sendo um conjunto de ações que controlam e 
monitoram as movimentações de entrada e saída para alcançar um produto de origem 
garantida e com qualidade. 
l) Controle Estatístico de Processo (CEP): uma tarefa dentro de um processo que leva um 
período de tempo irregular para completar pode causar tanta confusão na linha de produção, 
como a irregularidade das medidas de uma peça, uma hora saindo grande demais, outra hora 
saindo pequena demais. Foi assim que Shewhart entendeu que medindo, analisando e 
monitorando variabilidade, é o campo do estudo Estatístico, e que, através de aplicações de 
Estatísticas na fábrica, processos e produtos poderiam chegar nos melhores níveis de 
qualidade. Por menores níveis de qualidade, isso significa menor variabilidade em medidas do 
processo e do produto e mais exatidão em alcançar metas e alvos. 
m) Desdobramento da Função Qualidade (QFD): segundo Akao (1996), o desdobramento 
da função qualidade tem como um desdobramento, passo a passo, em funções ou operações 
que definem a qualidade, ordenadamente com procedimentos práticos, mais que com 
procedimentos subjetivos. A metodologia é uma conversão das demandas dos consumidores 
em características de qualidade, desenvolvendo uma qualidade de projeto para o produto 
acabado pelos relacionamentos desdobrados sistematicamente entre as demandas e as 
características, começando com a qualidade de cada componente funcional e estendendo o 
desdobramento para a qualidade de cada parte e processo. Assim, a qualidade do produto 
como um todo será gerada através de uma rede de relacionamentos o QFD é um sistema que 
traduz as necessidades dos clientes em apropriados requisitos para a empresa, em cada estágio 
do ciclo de desenvolvimento de um produto ou serviço, desde a pesquisa e desenvolvimento 
até a engenharia, produção, marketing, vendas e distribuição. 
 
2.2 Caracterização da Cadeia Produtiva do Açúcar 
A cadeia produtiva do açúcar e seus elementos pode ser visualizar na Figura 1. 
 
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Figura 1. A cadeia produtiva do açúcar e seus elementos 
 Fonte: Waak e Neves, 1998 
 
Conforme a cadeia acima se deve infiltrar na etapa a agroindústria onde se encontra as etapas 
produtivas e maior parte das utilizações de ferramentas da qualidade sendo a etapa 
denominada refinaria a do principal estudo em questão. 
 
2.2.1 Ferramentas de Qualidade no Processo Produtivo 
Conforme as etapas de atuação visualizadas na Figura 2, é designado pela PAP que em todas 
as etapas que envolvem o processo produtivo de açúcar líquido e açúcar líquido invertido 
constam as ferramentas da qualidade sendo elas: ISO 9001, APPCC, MIP, Programa 8S, BPF, 
RT, CEP, QFD. 
 
 
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 Figura 2. Processos ordenados de produção 
 Fonte: A empresa, 2010. 
 
3. Metodologia 
 3.1 Tipo, Método, Instrumento de Pesquisa e de Coleta de Dados 
No estudo, foi usada pesquisa qualitativa descritiva exploratória a partir de questionário semi-
estruturado, visitas in loco e dados observacionais. Os dados recolhidos serão referenciados a 
partir de teorias e análise prática segundo dados e visitas a empresa do setor sucroalcooleiro 
de porte internacional localizada na região noroeste do estado de São Paulo. Por questões 
éticas, o nome utilizado para a agroindústria estudada é fictício, sendo denominada de 
Produtora de Açúcar Paulista Agroindústria (PAP Agroindústria). 
Estudo de caso é um tipo de pesquisa que analisa uma situação individual em profundidade 
para obter uma obter uma concepção ampliada sobre outras situações similares. Os estudos de 
caso descritivos procuram apenas apresentar um quadro detalhado da circunstância para 
facilitar a sua compreensão, uma vez que não há a tentativa de testar ou construir modelos 
teóricos. 
Rebello (2007) descreve como Yin (2001) interpreta o estudo de caso como método de 
pesquisa. O motivo pelo qual foram tomadas, como foram implementadas e com quais 
resultados. A principal característica para a utilização deste método de pesquisa é demonstrar 
quais as ferramentas de da gestão da qualidade são aplicadas nos processos produtivos de 
açúcar e se as informações obtidas são utilizadas nas tomadas de decisões estratégicas da 
agroindústria. O instrumento de pesquisa utilizado foi de questionário semi-estruturado, 
visitas a empresa e dados observacionais. 
 
 
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4. Análise e Resultados 
O objetivo do estudo foi identificar as ferramentas de gestão da qualidade e analisar se elas 
estão sendo utilizadas como informações para as tomadas de decisões estratégicas da PAP 
Agroindústria, Agroindústria Sucroalcooleira, empresa de porte internacional localizada na 
região noroeste do estado de São Paulo, restringindo o estudo a produção de açúcar líquido e 
açúcar líquido invertido. Caracteriza-se que as ferramentas da qualidade implantadas na PAP 
são descritas conforme a tabela 1: 
 
Metodologias/Ferramentas 
Folha de Verificação; 
Controle Estatístico do 
Processo (CEP) 
Gestão da Qualidade Total 
(TQM) 
Monitoramento Integrado de 
Pragas - MIP 
Boas Práticas de Manufatura 
(GMP) 
Procedimentos Padrões de 
Higiene Operacional –
(PPHO) 
Análise de Perigos e Pontos 
Críticos de Controle 
(APPCC) 
Programa 5S 
 
 Tabela 1: Ferramentas implantadas da PAP 
 Fonte: A empresa, 2010 
 
Foram sinalizadas as ferramentas utilizadas e que estão completamente difundidas nos 
processos operacionais da empresa. 
Estas metodologias/ferramentas referem-se ao desenvolvimento e monitoramento do processo 
de Sistema de Gestão da Qualidade sendo que a sua avaliação é de competência do Setor de 
Controle Industrial. Para esta avaliação utiliza-se da análise de dados que inclui auditoria 
interna, controle de produtos não-conformes, ação corretiva, ação preventiva, satisfação dos 
clientes, melhoria contínua, requisitos gerais e documentações e desempenho de processos 
produtos. É de responsabilidade do Controle Industrial juntamente com os chefes dos setores 
produtivos, os quais monitoram todas as fases processuais, bem como as atividades de envase, 
armazenagem e reprocesso. 
Na tabela a 2 são designadas as ferramentas que estão em fase final de implantação na 
agroindústria e de sua efetuação no processo do açúcar líquido e invertido. As mesmas tem o 
objetivo de finalizar os processos garantindo total rastreabilidade e certificação da ISO 9001, 
como também aplicação dos conceitos de 8S para o controle de dados que se utiliza das folhas 
de verificação para controle de equipamentos/instrumentos adequados. Incluem-se a aplicação 
 
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e controle de dispositivos para monitoramento, medição, análise e melhoria de variáveis de 
processo e de ações preventivas para garantia de atendimento aos requisitos de clientes. Neste 
processo, há ações para preservar a conformidade do produto até sua entrega no destino 
atendendo as conformidades dentro do processo fabril do açúcar líquido e invertido. Para 
atender os qualidade da produção. 
Metodologias/Ferramentas 
Programa 8S 
ISO 9001 
Rastreabilidade 
 
Tabela 2: Ferramentas em fase final de implantação Tabela 3: Ferramenta em fase inicial de implantação 
da PAP, 2010. Fonte: A empresa, 2010 da PAP, 2010. Fonte: A empresa, 2010 
 
A ferramenta da qual encontra-se em fase inicial de implantação partindo para o procedimento 
e alcance das expectativas de implantação total desta no processo produtivo sendo a mesma 
incumbida de trazer a educação e situação dos processos para o âmbito que avalia as 
necessidades dos clientes e que as mesmas se relacionem com a segurança alimentar, de modo 
a aumentar a satisfação do cliente, comunicar-se eficazmente questões de segurança alimentar 
aos seus fornecedores, clientes e partes interessadas relevantes na cadeia alimentar, assegurar 
que a organização está em conformidade com sua política de segurança alimentar, para 
demonstrar tal conformidade a partes relevantes interessadas, conforme tabela 3. 
Das disposições fundadas referentes as ferramentas utilizadas também são encontradas 
ferramentas da qual a área de gestão da qualidade demonstra como não tendo planos para 
implantação. Segue-se na Tabela 4. 
 
 
 
 
 
 
Tabela 4: Ferramentas sem planos de implantar da Tabela 5: Ferramentas sem conhecimento da PAP 
PAP, 2010. Fonte: A empresa, 2010 á área de produção. Fonte: A empresa, 2010 
 
Em relação aos pontos de produção do açúcar líquido e invertido também é direcionado pela 
PAP de que desconhece as ferramentas da tabela 5. 
A organização dispõe de um setor de Gestão da Qualidade e o mesmo é dependente das áreas 
em que exerce atividade sendo desta forma direcionada conforme as estratégias da diretoria. 
Analisando a tabela 1 identificou-se que ferramentas ligadas a aplicação de normas e 
procedimentos operacionais que respeitam os órgãos governamentais e instituições de apoio a 
comercialização dos produtos de forma segura, em que este segundo atuante no cenário é 
geralmente visualizado como o personagem que necessita de licenças e certificados, sendo 
assim pode-se analisar como o primeiro item para a gestão da qualidade dentro da PAP é 
Metodologias/Ferramentas 
 Qualidade ISO 22000 
 
Metodologias/Ferramentas 
Quantificação dos Custos 
de Qualidade 
Técnicas de Confiabilidade 
Programa Zero Defeito de 
Crosby 
Metodologias/Ferramentas 
ISO 14.000 
Desdobramento da Função 
da Qualidade 
 
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necessidade básica atender as regras a legislação vigente e a segunda as necessidades do 
consumidor. 
No entanto conforme Batalha (2007) demonstra os dez princípios da Qualidade Total destes 
estão de acordo com os autores J. M Juran, W.E Deming, A.V Feigenbaum, P.B. Crosby e K. 
Ishikawa são: Qualidade primeiro – satisfação total do cliente; Marketing – orientação para o 
cliente; Próximo processo é um cliente. 
Identificou-se que os três primeiros são voltados ao cliente e que segue a segunda necessidade 
de direção da empresa conforme explicado anteriormente, neste caso pode-se verificar que 
além da aplicação das ferramentas para tornar os processos produtivos com maior segurança 
alimentar direcionando isto a satisfação dos órgãos a empresa alcança os princípios da 
qualidade conforme os principais autores através da conscientização das normas e aplicação 
das mesmas, alcançando então a satisfação dos clientes. 
Já é abordado nos outros cinco princípios que trazem características que demonstram foco nos 
processos, da qual apurado são os enfoques diretos da empresa ou seja atender a necessidade 
de inocuidade do alimento e segurança dos processos, conforme os princípios: 
1. Gestão pelos fatos- abordagem científica dirigida pelos dados; 
2. Controle de processos – planejamento e execução preventiva; 
3. Controle a montante – mercado é a chave para a qualidade; 
4. Atenção aos poucos vitais; 
5. Ação preventivas para eliminar erros recorrentes. 
 
Desta forma quanto à primeira tabela de metodologias/ferramentas já implantadas, pode-se 
identificar que a empresa atende os padrões de operacionais vigentes, e a satisfação dos 
clientes quando a produzir alimentos inócuos. 
E traz a validação dos processos de produção o mesmo é aplicável considerando que os 
parâmetros microbiológicos são analisados e emitidos após a expedição do produto acabado, 
exceto quando se trata de um requisito específico de cliente, sendo que alguns dos clientes 
não utilizam de alguns dados/informações ou procedimentos de identificação dos produtos 
fabricados. Outros dois princípios como: 5. Respeito aos empregados - participação total;6. Comprometimento da alta administração. 
Envolvem com o desenvolvimento humano organizacional da empresa da qual tem 
participação ativa dos funcionários, que também está a ligado a metodologias/ferramentas 
como o programa o 5 S que é na sua exceção o único procedimento da qual não está 
introduzido como um sistema que é regido por normas e leis vigentes, e sim um ajuste de 
atividades para atender o mercado e garantir sua competitividade, ao analisar os conceitos do 
programa três itens são de total relevância na área de fabrico dos açúcares; 
1.º S - SEIRI - separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário; 
2.º S - SEITON - identificar e arrumar tudo, para que qualquer pessoa possa localizar 
facilmente; 
3.º S - SEISO - manter um ambiente sempre limpo, eliminando as causas da sujeira e 
aprendendo a não sujar. 
 
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Sendo os outros dois conceitos do programa de apoio as três primeiras idealizações do 
procedimento dos 5 S, entende-se que este programa é direcionado as pessoas envolvidas no 
processo, pois satisfaz necessidades de organização, e manutenção preventiva como reativa. 
Nas possibilidades de Metodologias/Ferramentas em fase final de implantação estão o 
programa 8 S, ISO 9001 e Rastreabilidade. 
Apresentando os aspectos da objetividade de cada uma das ferramentas supracitadas, deve-se 
atentar que a empresa já está em fase final do programa 8 S que é um prolongamento do 
programa 5 S sendo acrescidos os conceitos de: 
1.º S SHIKARI YARO - Prega a participação determinada da alta administração em parceria 
com a união de todos os funcionários. O exemplo vem de cima. Motivação. Liderança e 
comunicação são as chaves deste senso; 
2.º S SHIDO - Prega o treinamento do profissional e a educação do ser humano. Estas ações 
qualificam o profissional e engrandecem o ser humano que, passa a ter melhor 
empregabilidade, essencial nos tempos modernos; 
8.º S SETSUYAKU – este é o ponto culminante do programa 8S, pois, uma vez que os sete 
sensos anteriores estejam incorporados ao comportamento das pessoas, estas sentem-se 
motivadas para sugerir modificações e melhorias, quase sempre de baixo ou nenhum 
investimento, mas que combatem os desperdícios reduzindo os custos e aumentando a 
produtividade. 
Estes conceitos trazem novamente a abordagem da qualidade total não só ao processo, mas a 
gestão dos envolvidos no processo causando implícito que há inserção dos componentes 
humanos nos gerenciamento da qualidade. 
A certificação ISO 9001 consta como em fase final de implantação, pois está em processos de 
adequação aos procedimentos exigidos para a total aplicabilidade do certificado ISO, a PAP já 
é certificada mas está na busca continua pelo melhoramento dos padrões nos processos da 
certificação. 
É determinado conforme o questionário aplicado, que a PAP tem sua formulação de produtos 
para o atendimento de vários clientes diferenciados e dentro dos processos de qualidade são 
efetuadas as alterações que interferem no processo completo não desmembrando apenas para 
atendimento de situações específicas os produtos, parte integrante do escopo, metodologias 
analíticas e especificações são de domínio público e regulamentado por legislações conforme 
as normas. 
As formulações dos produtos não são desenvolvidas para atendimento exclusivo de um 
específico cliente e ou segmento de mercado. Neste assunto temos que para atender as 
estratégias seguindo as necessidades do cliente/mercado no processo as amostras de matéria-
prima, materiais em processo, insumos e açúcares são analisados e os seus resultados 
analíticos são avaliados pelo Gerente de Controle Industrial e Gestores de Processo, conforme 
planos da qualidade/especificações técnicas, através das quais há Certificação de Qualidade 
dos produtos acabados. Os dados oriundos de resultados analíticos e quaisquer outras 
informações relativas a essas atividades fazem parte do banco de dados da organização que 
possuem todo controle para sua preservação, proteção e recuperação. Ainda neste processo há 
estudos de confiabilidade metrológica visando garantir a precisão/exatidão dos ensaios 
analíticos. Complementa-se ainda neste processo, a prestação de serviços de assistência 
técnica a clientes conforme solicitação da área comercial e industrial, participando do fomento 
da melhoria do desempenho do processo e atender as exigências do cliente. 
 
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Considerações Finais 
Para Batalha (2007), qualidade pode significar diferencial competitivo ou qualificação 
mínima para competir, a existência dela na medida exata também pode ser o caminho para o 
sucesso e a inexistência ou falta desta pode ser o caminho mais rápido para o fracasso de uma 
empresa. 
Segundo informações da ANVISA, em cumprimento do acordo sanitário e fitosanitário da 
OMC por revisão da legislação com base no Codex Alimentarius (2010) em relação ao 
processo de Análise de Riscos pelo Programa de Alimento Seguro, respeitando as definições 
da norma CX/FH 05/37/07, encontrada no Codex Committee on Food Hygiene (ALINORM 
37, 2005) e de acordo com esta determinação também é verificado que o produto açúcar, 
sendo a matéria prima principal para produção de açúcar líquido e açúcar líquido invertido 
não está entre os produtos listados para verificação da inocuidade deste quanto a consumição 
e utilização na produção de outros produtos, sendo desta forma entendido que pelos processos 
já utilizados na fabricação da matéria prima, exclui-se da ocorrência quanto a intoxicação e 
periculosidade aos mercados mundiais de utilização do açúcar, consisti que neste mercado não 
se ocorreu até o momento qualquer atividade que possa demonstrar perigo a população 
mundial corroborando que a qualquer ocasião em que o processo de fabricação obedeça as 
normas mínimas cabíveis possivelmente o alimento açúcar estará seguro para utilização deste 
em outros processos de fabricação como sua refinaria em açúcar líquido e açúcar líquido 
invertido. 
É então no fomento deste grupo determinante do risco de contaminação e perigo do alimento 
a população que se entende, através da análise das ferramentas e estratégias adotadas quanto 
ao mercado consumidor de açúcar líquido e invertido verifica-se a utilização das 
ferramentas/metodologias para gestão estratégica da qualidade total que é a mais pura gestão 
para o mercado em que é estrategicamente uma atuação para o cliente, já que exclui-se a 
periculosidade do alimento, entendendo que a organização PAP Agroindústria, atende as 
exigências do mercado, tão quanto atende as legislações vigentes, e está sempre em busca da 
melhoria continua, isto acontece com a sinergia em que as ferramentas lhe oferecem, tanto um 
produto de qualidade, quanto a satisfação do cliente quanto a qualidade, e também o alcance 
de certificações através da atuação efetiva das tais ferramentas. A gestão estratégica da 
qualidade total precisa apurar todos seus processos e sua real situação e desenvolver ações 
corretivas constantes através das ferramentas/metodologias, focando seus objetivos e metas e 
desenvolvendo suas táticas de forma a manter sua sobrevivência, crescimento e diferenciação 
competitiva. Como o conceito de gestão estratégica relaciona-se inteiramente com visão de 
futuro, uma companhia precisa ter sua visão focada no futuro. Necessita então, cultivar a 
ferramentas que propiciam uma gestão mais acentuada, ou seja, deve observar, acompanhar,questionar, vasculhar o possível dentro dos padrões, no tempo disponível, no ambiente, à 
procura de possíveis riscos e oportunidades que possam demandar ações antecipadas e 
respostas estratégicas ou contramedidas da organização. 
É certo então de que a PAP atinge o mercado desejado, de forma estratégica sem faltar com 
respeito ao consumidor em qualquer aspecto de qualidade, seja ele na gestão estratégica pelo 
mercado quando pela gestão da qualidade total. 
Como estudo de caso indica-se a empresa necessidade de integração das áreas para iniciar um 
projeto de QFD, buscando a melhoria dos produtos, através de todos os setores, já que não só 
o departamento de controle de qualidade obtém dados que são convertidos em informações 
para as posições estratégicas, mas o marketing, vendas, atendimento ao cliente e área de 
produção dispões de varias informações que beneficiam o desenvolvimento de novas 
 
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ferramentas para gestão estratégica da qualidade total beneficiando em todos os aspectos para 
o mercado futuro. 
Para trabalhos futuros sugere-se que faça um estudo de multicaso com as agroindústrias da 
região para descrever como é o sistema funcional do setor no que se refere a gestão da 
qualidade de forma estratégica na tomada de decisão. 
 
 
Referências 
Abrantes ABRANTES, J. Programa 8S: Ferramenta para a economia e combate aos desperdícios na 
indústria. Rio de Janeiro, 1997. Dissertação (de mestrado). CEFET/RJ. 
AKAO, Y. Introdução ao desdobramento da qualidade. Belo Horizonte: FMG/Fundação Christiano Ottoni, 
1996. 
ALVES, L. R. A. Transmissão de preços entre produtos do setor sucroalcooleiro do estado de São Paulo. 
Piracicaba, 2002. Dissertação (de mestrado). Escola Superior de Agricultura Luis de Queiroz. Universidade de 
São Paulo. Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11132/tde-03042003-151837/> Acesso 
em 31 de março de 2011. 
ANVISA a Resolução - ANVS/RDC nº 275 ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível 
em: <http://www.anvisa.gov.br/alimentos/appcc.htm> Acesso em 31 de março de 2011. 
BATALHA , M. O. Gestão Agroindustrial: GEPAI: Grupo de estudos e pesquisas agroindustriais. 3. Ed. – São 
Paulo: Atlas, 2007. 
Biblioteca virtual do Sebrae - Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br/> Acesso em: 29 de março 
de 2011. 
CANASA, T. Projeto de mapeamento da cana via imagens de satélite de observação da Terra. Disponível em:< 
http://www.dsr.inpe.br/canasat/> Acesso em 07 de março de 2011. 
CODEX ALIMENTARIUS. Organização internacional do código alimentar. Disponível em: 
<http://www.codexalimentarius.net/web/index_en.jsp> Acesso em 31 de março de 2011. 
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. SISLEGIS – Sistema de Legislação Agrícola 
Feral – Disponível em: 
<http://extranet.agricultura.gov.br/sislegisconsulta/consultarLegislacao.do?operacao=visualizar&id=3303> 
Acesso em 01 de março de 2011. 
TOLEDO, J.C. Gestão da Qualidade na Agroindústria. p.465-517. In: Gestão Agroindustrial. 2 ed. São Paulo: 
Atlas, v.1, 2001, p. 690. 
REBELLO, F. A. S Aspectos relativos ao estudo de caso como método avaliativo. 2007. 
WAAK, R.S.; NEVES, M.F. Competitividade do sistema agroindustrial da cana-de-açúcar.In: 
Competitividade no agribusiness brasileiro. São Paulo: IPEA, PENSA, USP, 1998, v. 5, p. 194. 
YIN, R.K. Case study research: design and methods. London: Sage, 2001.

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