Prévia do material em texto
<p>Brasília-DF.</p><p>Produção de Bovinos de Corte –</p><p>ConCeitos PrátiCos e</p><p>APliCAção à CAmPo</p><p>Elaboração</p><p>Dannylo Oliveira de Sousa</p><p>Produção</p><p>Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração</p><p>Sumário</p><p>APrESEntAção ................................................................................................................................. 5</p><p>orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 6</p><p>introdução.................................................................................................................................... 8</p><p>unidAdE i</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE ................................................... 11</p><p>CAPítulo 1</p><p>RAÇAS E SUAS CARACTERíSTICAS ADAPTATIVAS ....................................................................... 11</p><p>CAPítulo 2</p><p>RAÇAS SINTéTICAS E CRUZAMENTOS ...................................................................................... 22</p><p>unidAdE ii</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE ............................................................................ 27</p><p>CAPítulo 1</p><p>ENERGIA ................................................................................................................................ 28</p><p>CAPítulo 2</p><p>PROTEíNA ............................................................................................................................... 32</p><p>CAPítulo 3</p><p>MINERAIS ............................................................................................................................... 36</p><p>unidAdE iii</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATéGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA ....................... 44</p><p>CAPítulo 1</p><p>CARACTERIZAÇÃO DA FASE DE CRIA ..................................................................................... 45</p><p>CAPítulo 2</p><p>ESTRATéGIAS PARA A SECA ..................................................................................................... 62</p><p>CAPítulo 3</p><p>ESTRATéGIAS PARA AS áGUAS ................................................................................................. 66</p><p>unidAdE iV</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM .................................................................... 70</p><p>CAPítulo 1</p><p>SUPLEMENTAÇÃO EM PASTEJO ............................................................................................... 72</p><p>CAPítulo 2</p><p>RECRIA DE MAChOS E FÊMEAS PARA REPOSIÇÃO .................................................................. 83</p><p>unidAdE V</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE ............................................................................................ 91</p><p>CAPítulo 1</p><p>CONCENTRADO NA DIETA ..................................................................................................... 92</p><p>CAPítulo 2</p><p>FORRAGENS ........................................................................................................................ 101</p><p>CAPítulo 3</p><p>ADITIVOS .............................................................................................................................. 114</p><p>unidAdE Vi</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE ......................................................... 124</p><p>CAPítulo 1</p><p>NUTRIÇÃO DA VACA DE CRIA E DO TOURO .......................................................................... 126</p><p>CAPítulo 2</p><p>REDUÇÃO DA IDADE AO PRIMEIRO PARTO ............................................................................ 138</p><p>rEfErênCiAS ................................................................................................................................ 142</p><p>5</p><p>Apresentação</p><p>Caro aluno</p><p>A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se</p><p>entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.</p><p>Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela</p><p>interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da</p><p>Educação a Distância – EaD.</p><p>Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade</p><p>dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos</p><p>específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém</p><p>ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a</p><p>evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.</p><p>Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo</p><p>a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na</p><p>profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.</p><p>Conselho Editorial</p><p>6</p><p>organização do Caderno</p><p>de Estudos e Pesquisa</p><p>Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em</p><p>capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos</p><p>básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar</p><p>sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para</p><p>aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.</p><p>A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos</p><p>Cadernos de Estudos e Pesquisa.</p><p>Provocação</p><p>Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes</p><p>mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor</p><p>conteudista.</p><p>Para refletir</p><p>Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita</p><p>sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante</p><p>que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As</p><p>reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.</p><p>Sugestão de estudo complementar</p><p>Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,</p><p>discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.</p><p>Atenção</p><p>Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a</p><p>síntese/conclusão do assunto abordado.</p><p>7</p><p>Saiba mais</p><p>Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões</p><p>sobre o assunto abordado.</p><p>Sintetizando</p><p>Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o</p><p>entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.</p><p>Para (não) finalizar</p><p>Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem</p><p>ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.</p><p>8</p><p>introdução</p><p>O agronegócio tem uma expressiva participação na economia nacional, representando em</p><p>torno de um quarto do PIB brasileiro é considerado um dos setores mais importantes da</p><p>economia. O setor é responsável pela geração de mais de um terço dos empregos diretos</p><p>e indiretos no Brasil (IBGE, 2006). Segundo o departamento de agricultura americano</p><p>(USDA), o Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo, possuindo o maior</p><p>rebanho comercial de bovinos de corte (219 milhões de cabeças) do globo, é o segundo</p><p>maior produtor de carne, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que mesmo tendo</p><p>um rebanho menor (92 milhões de cabeças), produz carcaças mais pesadas.</p><p>É indiscutível a potência agropecuária que o Brasil é, mas ainda assim, possui um</p><p>potencial produtivo guardado que precisa ser explorado e é por meio da aplicação do</p><p>conhecimento e das novas tecnologias que o país poderá ser tornar ainda melhor e mais</p><p>eficiente.</p><p>A pecuária de corte brasileira é um dos pilares do agronegócio. O Brasil produz</p><p>anualmente ao redor de 9,5 milhões de t de carne bovina em área aproximada de</p><p>160 milhões de ha de pastagens (CONAB, 2014; IBGE, 2006). Com o crescimento do</p><p>consumo interno e da abertura de novos mercados para exportação de carne bovina,</p><p>estima-se para 2023 uma demanda de 13,6 milhões de toneladas de carne bovina</p><p>produzida no país (MAPA, 2014). Para atender esta demanda, a indústria pecuária</p><p>brasileira precisaria aumentar em 43% sua produção</p><p>como o</p><p>uso do cocho privativo (“creep feeding”) ou a pasto junto da mãe.</p><p>7. Controle zootécnico do sistema como um todo para administrar e</p><p>controlar as variáveis inerentes ao processo.</p><p>46</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>Figura 2. Fluxograma da cria, recria e engorda de bovinos de corte.</p><p>Fonte: Oliveira (2006).</p><p>O sucesso da atividade de cria depende da aplicação correta de práticas de manejo</p><p>nutricional e reprodutivo sobre as matrizes. O passo inícial para aumentar a eficiência</p><p>do sistema de cria de bovinos de corte é a adoção de um sistema eficaz de estação de</p><p>monta e de parição, mas para isso é necessário uma organização administrativa, com o</p><p>controle e identificação do rebanho, e metas para a fazenda.</p><p>identificação e índices zootécnicos</p><p>A identificação do rebanho facilita o manejo da fazenda como um todo, mas principalmente</p><p>o manejo reprodutivo, pois permite que o técnico identifique os problemas e crie</p><p>soluções rápidas que podem contribuir para a melhoria dos índices reprodutivos.</p><p>Dessa forma, a marcação individual dos animais e o registro das principais ocorrências</p><p>e práticas de manejo utilizadas, como data e peso ao nascimento, controle sanitário</p><p>do bezerro, evolução do peso e peso ao desmame, contribuem significativamente na</p><p>avaliação do desempenho individual e do rebanho. Com a formação de um banco de</p><p>dados da fazenda, o técnico e pecuaristas são capazes de criar um padrão que pode</p><p>ser comparado com números de outras propriedades, e dessa maneira, são capazes de</p><p>detectar problemas, apontar virtudes e fazer progressos.</p><p>47</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>Normalmente, as propriedades bem administradas mantêm registros zootécnicos,</p><p>como datas de nascimento, cobertura, desmama, controle de ganho de peso, controle</p><p>do escore corporal das matrizes, problemas sanitários, dentre outros.</p><p>O índice zootécnico que interfere no sistema de forma geral e o primeiro que deve ser</p><p>avaliado na fase de cria é o intervalo de partos (IP). Para matrizes de corte, o ideal</p><p>é que o intervalo médio de partos tivesse a duração de doze meses, com a produção</p><p>de um bezerro por vaca/ano. Nas condições normais da bovinocultura de corte no</p><p>Brasil, esse intervalo é sempre mais longo do que o desejável, comprometendo, assim,</p><p>o desempenho geral do rebanho.</p><p>Estação de monta</p><p>A estação de monta é uma ferramenta zootécnica que tem o objetivo de fornecer</p><p>condições especiais de alimentação, manejo e organização de mão de obra qualificada,</p><p>para que as matrizes e suas futuras crias tenham o máximo desempenho. O recomendado</p><p>é sincronizar o período de maior requerimento nutricional das vacas, que é o período</p><p>de lactação, com a época do ano de maior disponibilidade de forragens, ou seja, a</p><p>época das chuvas. Com isto pode-se conseguir melhores índices reprodutivos, pois é,</p><p>principalmente, na fase de lactação que deve haver fornecimento de nutrientes de forma</p><p>suficiente para não comprometer a nutrição da cria e nem os resultados reprodutivos</p><p>da próxima estação de monta da matriz. O objetivo a ser alcançado é ter pelo menos</p><p>80% de cios ocorrendo nos primeiros 50 dias da estação. Quanto mais rápido ocorrer</p><p>o cio e a fertilização, mais rapidamente será a estação de nascimento, o que melhora</p><p>os índices reprodutivos da matriz, e ainda, animais nascidos no início se desenvolvem</p><p>melhor que os nascidos mais tarde, como pode ser observado na tabela 3.</p><p>Tabela 3. Desempenho de vacas e bezerros de acordo com a época de parto.</p><p>Características</p><p>Época de parto</p><p>Mai - Jul Jul - Set Set - Nov</p><p>Peso ao parto (kg) 374 375 396</p><p>Peso na monta (kg) 327 354 397</p><p>Taxa de concepção (%) 61,5 83,9 87</p><p>Peso do bezerro ao nascer (kg) 28,8 30,3 32,9</p><p>Peso do bezerro aos 5 meses (kg) 135 168 180</p><p>Fonte: Beefpoint (adaptado).</p><p>Depois de implantado o sistema de estação de monta, o manejo dentro da propriedade</p><p>fica facilitado já que se padronizam os períodos correspondentes a cada prática</p><p>48</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>de manejo, além de permitir melhor administração de rotinas como aplicação de</p><p>vermífugos, de vacinas, castração, descorna, entre outros. Com a estação de monta</p><p>em funcionamento, as categorias do rebanho seguem um fluxo mais organizado, o</p><p>que facilita a divisão de pastagens e o trabalho dos funcionários responsáveis por</p><p>cada categoria.</p><p>Após a estação de monta, haverá a confirmação ou não da prenhes e neste momento é</p><p>decidido se a matriz vazia (não gestante) será mantida na fazenda ou descartada, pois se</p><p>mantida, este animal ficará vazio por um ano com custos de manutenção e sem produzir</p><p>nada. O descarte de fêmeas de baixa eficiência reprodutiva é uma forma de realizar</p><p>o melhoramento do rebanho, visto que somente as vacas com habilidade reprodutiva</p><p>irão produzir descendentes. Outra vantagem da estação de monta é a homogeneidade</p><p>dos lotes de bezerros, facilitando a utilização ou comercialização futura dos animais.</p><p>Outro aspecto relevante é que, com a concentração dos partos em períodos menores,</p><p>a observação e os cuidados com os recém-nascidos são sistematizados, o que facilita o</p><p>manejo e ajuda a diminuir a mortalidade de neonatos.</p><p>Época da estação de monta</p><p>A época da estação de monta e consequentemente da estação de parição é determinada</p><p>em razão do melhor período para nascimento dos bezerros e para atender a maior</p><p>exigência nutricional das matrizes. A escolha da época da estação de monta deve levar</p><p>em consideração a disponibilidade de alimento local e as condições do sistema de</p><p>produção. Portanto, é uma definição própria, não havendo uma época que possa se</p><p>considerada única e padrão. Normalmente, o que determina a época da estação são as</p><p>condições edafoclimáticas de cada região para a produção de forragens. Desta forma,</p><p>tendo como exemplo um esquema reprodutivo, válido para as regiões Sudeste, Centro-</p><p>Oeste e Norte do Brasil, onde o período chuvoso (alta produção de forragens) vai de</p><p>setembro a abril/maio, pode ser observado na Figura 3.</p><p>Figura 3. Esquema reprodutivo de vacas de corte, recomendado para as regiões Sudeste,</p><p>Centro-Oeste e Norte do Brasil.</p><p>Gestação</p><p>Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez</p><p>Monta Desmama Parição</p><p>Fonte: Próprio autor (2017).</p><p>Na figura, a fase da lactação está demarcada pela sombra cinza (Out – Abr).</p><p>49</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>De acordo com a figura 3, na estação de monta as matrizes estarão com uma boa condição</p><p>corporal, devido ao período de chuvas e boas pastagens, permitindo a manifestação do</p><p>cio e maior chance de concepção. Da mesma forma, o parto irá acontecer no início do</p><p>período chuvoso, coincidindo com a maior disponibilidade de forragem, dando uma</p><p>boa condição nutricional para a matriz parir e iniciar a lactação. As crias também serão</p><p>favorecidas, pelo maior aporte de leite e pela disponibilidade de pasto, auxiliando sua</p><p>transição para o estado de ruminante funcional. Com a desmama ocorrendo no início da</p><p>seca, é ideal para a matriz reduzir seu requerimento energético parando o aleitamento,</p><p>para manter sua condição corporal nesse período de restrição alimentar.</p><p>Não passar a seca em lactação é fator primordial para a economicidade do processo,</p><p>pois a alimentação de matrizes comerciais no cocho dificilmente apresenta vantagem</p><p>econômica, desmamar bezerros no início da seca exige uma alimentação suplementar</p><p>para as crias, no entanto, os bezerros demandam menor quantidade diária de energia</p><p>por quilo de peso quando comparado com um animal adulto, viabilizando o retorno</p><p>econômico. Existem criadores que não seguem esse esquema, pois alegam que como as</p><p>vacas produzem muito leite durante o verão causam diarreia nos bezerros, o que de fato</p><p>pode acontecer e então preferem o parto na seca. Porém, é valido salientar que desta</p><p>forma a suplementação das matrizes na seca será necessária,</p><p>o que encarece o processo,</p><p>mas caso a suplementação não for realizada ocorrerá o comprometimento reprodutivo</p><p>dessa fêmea na próxima estação.</p><p>Preparo das matrizes para a estação de monta</p><p>As fêmeas destinadas à reprodução devem estar livres de doenças infectocontagiosas</p><p>e outros problemas sanitários, assim como em boa condição corporal, para melhor</p><p>desempenho reprodutivo e qualidade da progênie. A condição corporal é um parâmetro</p><p>de avaliação mais recomendado que o peso corporal para o manejo da vaca de cria, pois</p><p>considera o acúmulo de reserva corporal, o qual poderá ser mobilizado pelo animal</p><p>durante uma fase de maior requerimento energético, como o início da lactação, em que</p><p>o balanço energético da vaca está negativo. A condição corporal ideal para a estação de</p><p>monta é de 5 para matrizes nelores ou aneloradas e 6 para as taurinas, numa escala de</p><p>1 a 9, de acordo com a quadro 1.</p><p>Quadro 1. Escore de condição corporal em gado de corte.</p><p>Escore de</p><p>condição</p><p>corporal (ECC)</p><p>Características</p><p>1</p><p>Debilitada: a vaca está extremamente magra, sem nenhuma gordura detectável sobre os processos vertebrais espinhosos e</p><p>transversos, sobre os ossos da bacia e costelas. A inserção da cauda e as costelas estão bastante proeminentes.</p><p>50</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>2</p><p>Pobre: muito magra, mas a inserção da cauda e as costelas estão menos projetadas. Os processos espinhosos continuam, mas já</p><p>se nota alguma cobertura de tecido sobre a coluna vertebral.</p><p>3</p><p>Magra: as costelas ainda estão individualmente perceptíveis, mas não tão agudas ao toque. Existe gordura palpável sobre a espinha</p><p>e sobre a inserção da cauda e alguma cobertura sobre os ossos da bacia.</p><p>4</p><p>Limite: as costelas não são mais tão óbvias. Os processos espinhosos podem ser identificados com um toque. Existe um pouco de</p><p>gordura sobre as costelas, processos transversos e ossos da bacia.</p><p>5</p><p>Moderada: possui boa aparência geral. À palpação a gordura sobre as costelas parece esponjosa e as áreas nos dois lados da</p><p>inserção da cauda apresentam gordura palpável.</p><p>6</p><p>Moderada boa: é preciso aplicar pressão firme sobre a espinha para sentir os processos espinhosos. Há bastante gordura palpável</p><p>sobre as costelas e ao redor da inserção da cauda.</p><p>7</p><p>Boa: aparência gorda e claramente carrega uma grande quantidade de gordura. Sobre as costelas sente-se uma cobertura</p><p>esponjosa evidente e também ao redor da inserção da cauda. Já se nota gordura ao redor da vulva e na virilha.</p><p>8</p><p>Gorda: é quase impossível palpar os processos espinhosos. A vaca possui grandes depósitos de gordura sobre as costelas na</p><p>inserção de cauda e abaixo da vulva.</p><p>9</p><p>Extremamente gorda: a vaca está evidentemente obesa com a aparência de um bloco. A estrutura óssea não está muito aparente</p><p>e é difícil de senti-la. A mobilidade do animal está comprometida pelo excesso de gordura.</p><p>Fonte: adapstado de Dias (1991).</p><p>O mais comum em fazendas brasileiras são vacas e novilhas com escore corporal abaixo</p><p>do ideal, principalmente as que se enquadram no escore 3 (magra), no pré-parto. Esses</p><p>animais necessitam ganhar peso para apresentar boa condição corporal ao parto. Parte</p><p>do aumento de peso, que normalmente se observa no terço final da gestação e que pode</p><p>atingir de até 50 kg, é resultado do crescimento do feto, das membranas e do acúmulo</p><p>de líquidos fetais, bem como do aumento do próprio útero. Portanto, o animal pode ter</p><p>apresentado aumento de peso sem ter melhorado a sua condição corporal ou mesmo</p><p>pode ter tido perda de ECC, o que não é interessante, considerando que o desejado é</p><p>que as vacas, principalmente as de primeira cria, voltem a ciclar o mais rápido possível</p><p>após o parto e para isso a nutrição de qualidade é de extrema importância para ajudar</p><p>este animal a aumentar seu ECC mesmo durante a gestação.</p><p>O tempo para a matriz apresentar um novo cio fértil após o parto é fundamental</p><p>para obter um intervalo entre partos dentro da faixa esperada de um ano. A condição</p><p>corporal ao parto exerce grande influência sobre este parâmetro. O pesquisador norte-</p><p>americano Wiltbank (1994) demonstrou que 91% das vacas que pariram em condição</p><p>corporal boa (5-7) apresentaram o primeiro cio em até dois meses após o parto (tabela</p><p>4). Contudo, nem sempre, em condições brasileiras a campo, este primeiro cio pode ser</p><p>aproveitado e deve-se salientar que nesta situação dificilmente obtêm-se frequências</p><p>tão altas de animais ciclando em tão curto intervalo de tempo. Contudo, mesmo em</p><p>condições tropicais e animais zebuínos o produtor ou técnico que se basear neste estudo</p><p>tem ainda mais 30 dias para que sua matriz, que pariu em condição boa, venha a ciclar</p><p>e ser fertilizada, o que o fará atingir o objetivo desejado de um parto por ano.</p><p>51</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>Tabela 5. Manifestação de cio aos 40, 50 e 60 dias após o parto, em relação à condição corporal ao parto.</p><p>Condição corporal ao parto</p><p>Manifestação de cio (%) após o parto</p><p>40 dias 50 dias 60 dias</p><p>Magra 19 34 46</p><p>Moderada 21 45 61</p><p>Boa 31 42 91</p><p>Fonte: adaptado de Witbank (1994).</p><p>Da mesma forma que a subalimentação pode reduzir os índices reprodutivos, a</p><p>superalimentação também pode. Fêmeas com baixo ECC (vaca magra) podem apresentar</p><p>falhas em ciclar e conceber, elevado intervalo entre partos e crias fracas ao nascimento,</p><p>por outro lado, vacas com alto ECC (vaca gorda) têm custo de manutenção mais elevado,</p><p>têm maior chance de ocorrência de parto distócico, dificuldade de locomoção e falhas</p><p>em ciclar e conceber.</p><p>Sistemas de acasalamento</p><p>Existem basicamente três sistemas de acasalamento em pecuária de corte, monta em</p><p>campo, monta controlada e a inseminação artificial. Da mesma forma que um bom</p><p>touro espalha seus dotes genéticos positivos para sua prole, um touro ruim pode</p><p>comprometer toda a evolução genética planejada para a fazenda. Portanto, a escolha</p><p>do touro ou sêmen deve ser feita minuciosamente, utilizando animais com potencial</p><p>comprovadamente superior, adaptado às condições climáticas da região e com teste</p><p>andrológico recente.</p><p>O sistema de acasalamento mais empregado na pecuária de corte brasileira é a monta</p><p>em campo ou monta natural. Neste, os touros permanecem junto do rebanho de fêmeas</p><p>durante toda estação de monta ou durante o ano todo. Este sistema dispensa o trabalho</p><p>diário de identificação de animais em cio, bem como a locomoção dos reprodutores para</p><p>locais reservados, mas dificulta a identificação de paternidade e posterior comparação</p><p>de desempenho reprodutivo e produtivo de diferentes touros. Uma forma, laboriosa, de</p><p>contornar essa situação seria formar lotes de vacas, de 25 a 35, em piquetes separados</p><p>com seus respectivos touros, facilitando a identificação de paternidade, manejo das</p><p>crias, controle alimentar dos animais. Em relação ao número de vacas por touro é</p><p>importante também levar em conta as dimensões das pastagens, relevo, qualidade dos</p><p>pastos, disponibilidade de água e condição corporal das fêmeas. A clássica relação 1</p><p>touro para 25/30 vacas pode ser suficiente, ou não, quem vai determinar essa relação</p><p>será o responsável pela observação contínua dos lotes em estação de monta.</p><p>52</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>A monta controlada é aquele sistema em que o touro é mantido separado das fêmeas</p><p>durante a estação de monta. Quando se detecta o cio em alguma fêmea, esta é conduzida</p><p>junto ao touro onde permanece até a cobertura. Neste sistema de acasalamento, é possível</p><p>a identificação da paternidade, o desgaste dos touros é menor e em consequência disso</p><p>a relação touro por vaca pode ser maior. Entretanto, aumenta-se o trabalho em separar</p><p>e conduzir os animais para a monta.</p><p>A inseminação artificial é aquela em que as vacas são fecundadas via sêmen conservado.</p><p>Em propriedades de pecuária extensiva este sistema tem sido pouco aceito, por ser</p><p>mais tecnificado, mais trabalhoso e exigir maior infraestrutura</p><p>na propriedade. A</p><p>utilização de rufiões auxilia na identificação do cio, mas não se deve deixar de levar em</p><p>conta a identificação visual dos animais em cio. A principal vantagem deste método</p><p>é a possibilidade de utilização do sêmen de reprodutores de alto potencial genético.</p><p>Com a expansão dos programas de cruzamento industrial, para a produção do novilho</p><p>precoce e a busca por melhoria no padrão genético do gado zebuíno, a procura pela</p><p>inseminação artificial aumentou consideravelmente. No entanto, os índices de prenhes,</p><p>por dose de sêmen ainda são baixos. Esse manejo implica na existência de instalações</p><p>apropriadas para apartação e contenção. E ainda existem dificuldades adicionais de</p><p>apartar a vaca e bezerro ao pé do restante do lote. A mão de obra deve ser treinada e</p><p>reciclada periodicamente. Existe ainda a opção de realizar a inseminação artificial e</p><p>fazer o repasse com o touro, aumentando a chance de concepção. Em quaisquer destes</p><p>sistemas discutidos, a sanidade e o manejo nutricional do rebanho são primícias básicas</p><p>para o seu sucesso.</p><p>gestação, parição e cuidados após o parto</p><p>Terminada a estação de monta, aguarda-se de 25 a 45 dias para a realização do</p><p>diagnóstico de prenhes, por ultrassom ou toque ginecológico. Confirmada a prenhes,</p><p>as vacas gestantes (com bezerro ao pé) são levadas para o pasto, onde permanecerão</p><p>até a parição (9 meses de duração), no entanto nesse intervalo (prenhes → parição)</p><p>ocorrerá a apartação e desmama de suas crias. Novilhas prenhes (sem bezerro ao pé)</p><p>deverão ser manejadas em área distinta das vacas e observadas com maior frequência</p><p>para supervisão da primeira gestação. Uma vez confirmada a ausência de prenhes, as</p><p>vacas são consideradas vazias e por isso são candidatas ao descarte, de acordo com</p><p>os parâmetros de seleção pré-determinados no planejamento econômico da fazenda.</p><p>O primeiro critério para seleção de fêmeas de um rebanho comercial é a fertilidade,</p><p>mas isso pode ser alterado por causa das condições nutricionais da propriedade, do</p><p>clima local e ou de outros fatores não controláveis. Devido aos fatores econômicos de</p><p>53</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>administração de uma propriedade pecuária, dificilmente uma fêmea vazia permanecerá</p><p>um ano, improdutiva na fazenda.</p><p>As fêmeas mais próximas do parto devem ser conduzidas aos chamados pastos de</p><p>maternidade, os quais devem ser constituídos, preferencialmente, por áreas de pastagem</p><p>mais baixa e densa, bem drenada, com água limpa e se possível com sombra. As vacas</p><p>devem entrar na maternidade cerca de 30 a 15 dias antes do parto e sair 15 dias após o</p><p>nascimento da cria. Dois pontos importantes devem ser observados neste momento: o</p><p>primeiro diz respeito ao cuidado que se deve ter com as matrizes com objetivo de evitar</p><p>abortos. Neste sentido, a mão-de-obra deve ser treinada e conscientizada a trabalhar</p><p>com os animais com o mínimo de estresse possível. O manejo no qual se agridem os</p><p>animais para que os mesmos obedeçam aos comandos dos vaqueiros deve ficar no</p><p>passado, o bem estar animal além de correto, melhora o desempenho produtivo. O</p><p>segundo ponto a ser observado é a importância da escrituração zootécnica, de modo</p><p>que se tenha em mãos a tabela de datas prováveis de partos da vacada, para então,</p><p>fazer a condução dos animais para o piquete de maternidade na data correta. Desta</p><p>forma, consegue-se organizar os lotes de vacas em função da data provável de parto e</p><p>também da ordem de parto. Outra recomendação importante com relação aos pastos</p><p>maternidade é a localização, eles devem ser de fácil acesso, preferencialmente, devem</p><p>estar localizados próximo do centro de manejo (curral). A vaca no momento do parto</p><p>tende a se afastar do rebanho para uma parição tranquila. Em um rebanho de gado de</p><p>corte comercial, raramente ocorre intervenção humana no parto e, por isso, é importante</p><p>a escolha correta da raça e características do touro a ser utilizado, para evitar raças que</p><p>produzem bezerros muito grandes em matrizes pequenas.</p><p>As maiores perdas ocorrem após o parto, por isso o manejo correto da matriz e do</p><p>bezerro irá garantir a sobrevivência e o desenvolvimento da cria e a reconcepção da</p><p>matriz. Quando o bezerro cai no chão, a vaca deve lamber vigorosamente a cria, para</p><p>retirar restos placentários do focinho e narinas e ativar a circulação do recém-nascido.</p><p>Logo após o parto, é importante garantir que a mãe e a cria passem um tempo sem</p><p>interferência externa, para ocorrer o contato visual, olfativo e auditivo. Algum momento</p><p>depois, o bezerro procura o úbere da mãe para realizar a primeira mamada, que é o</p><p>colostro, dando início ao processo de transmissão de imunidade.</p><p>A absorção de colostro pelos enterócitos do bezerro é decrescente à medida que se</p><p>passam as horas após o nascimento. O recomendado é que a primeira ingestão de</p><p>colostro seja o mais rápido possível, nas primeiras 2 a 6 horas de vida, pois a molécula</p><p>gamaglobulina presente nas primeiras secreções da glândula mamária é absorvida</p><p>intacta nessas primeiras horas, conferindo assim imunidade ao organismo animal. Com</p><p>o avançar do tempo, a mucosa intestinal do neonato começa a perder os receptores da</p><p>54</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>gamaglobulina, absorvendo cada vez menos e então as imunoglobulinas do colostro</p><p>passam a ser digeridas como alimento, tendo ação nutricional e não imunizante. É</p><p>preciso se assegurar que o responsável pelo gado na maternidade observe os bezerros</p><p>que apresentam sinais de que não consumiram colostro rapidamente, tais como</p><p>animais que demoram em se levantar ou bezerros com fraqueza ou debilidade. Nesta</p><p>situação, é necessário que o materneiro intervenha, sendo o procedimento mais comum</p><p>conduzir a vaca ao curral, colocá-la no tronco de contenção e colocar o bezerro para</p><p>mamar. Este tipo do manejo exige grande perícia, pois se for mal executado pode levar</p><p>a vaca a rejeitar seu bezerro. Caso ocorra a rejeição, é necessário o oferecimento de</p><p>colostros via mamadeira, oriundo de um banco de colostro previamente armazenado.</p><p>É importante que o colostro originário do banco seja formado por um pool de colostros</p><p>de várias vacas, tenha no máximo um ano de coletado. Várias podem ser as causas do</p><p>não consumo inicial do colostro, como advinda de partos distócicos (que esgotam o</p><p>bezerro e estressam a vaca), baixa condição corporal da vaca ao parto, vacas com baixa</p><p>habilidade materna, entre outros. Na situação em que o problema adveio da matriz,</p><p>esta deve ser descartada do rebanho e o bezerro introduzido a uma vaca de leite.</p><p>Com o rompimento do cordão umbilical, fica uma membrana residual de</p><p>aproximadamente 10 a 20 centímetros, e esse material esta sujeito à infecção e por</p><p>isso deve-se fazer a cura do umbigo. A inflamação do umbigo pode evoluir e provocar</p><p>hepatite, peritonite ou abscesso no fígado, devido a ligação entre esse órgão e o umbigo.</p><p>E ainda, se o umbigo não for desinfetado, pode atrair moscas que depositam ovos,</p><p>causando miíases (bicheira). A desinfecção do umbigo deve fazer parte do manejo da cria,</p><p>podendo a membrana umbilical ser cortada ou não, ficando com, aproximadamente, 5</p><p>centímetro de comprimento. Após o corte, deve-se passar uma solução de iodo a 10%</p><p>ou produto similar, para realizar a desinfecção, secagem e cicatrização do orifício. O</p><p>Centro Nacional de Pesquisa em Gado de Corte da EMBRAPA recomenda que em</p><p>fazendas com estação de nascimento bastante curta, e um grande número de bezerros,</p><p>aplica-se 1 ml de vermífugo, à base de Ivermectina, para 50 Kg de peso vivo pela via</p><p>subcutânea, para evitar bicheiras por um período maior, facilitando assim o manejo.</p><p>É importante se observar que, sempre que for necessário laçar e arrastar um recém-</p><p>nascido, isto deve ser feito de modo que se evite que o umbigo do animal se arraste pelo</p><p>chão, o que pode causar sérias contaminações.</p><p>Esses cuidados iniciais, associados ao peso de desmama do bezerro,</p><p>irão determinar o</p><p>outro quesito de seleção, ou seja, a habilidade da matriz em produzir bons bezerros. Mães</p><p>desinteressadas em suas crias, com limitações anatômicas que dificultam a mamada e</p><p>com baixa produção de leite, desmamarão bezerros leves, devendo ser eliminadas do</p><p>plantel. Em até 15 dias o bezerro deverá está firme e acompanhando a mãe facilmente,</p><p>com isso poderão se encaminhados ao pasto de cria, onde permanecerão até a desmama.</p><p>55</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>Suplementação de bezerros (creep feeding)</p><p>Creep feeding pode ser definido como a prática de administrar alimento suplementar</p><p>(concentrado proteico-energético) a bezerros antes do desmame. O suplemento deve</p><p>ser fornecido de forma que os animais adultos não o consumam, por isso é um sistema</p><p>de cochos cercado por cerca baixa, em que os animais maiores não conseguem passar.</p><p>Com a utilização do creep feeding é possível aumentar os ganhos de peso antes do</p><p>desmame e peso ao desmame, além da redução da mortalidade de bezerros nesta fase.</p><p>Este maior peso se dá porque nesse período ocorre o máximo crescimento muscular e</p><p>ainda o crescimento ósseo. No creep feeding, a alimentação deve ser realizada utilizando</p><p>conceito sobre efeitos associativos entre os alimentos concentrados. Considerando</p><p>que durante a alimentação, os bezerros ainda não estão com seu rúmen plenamente</p><p>desenvolvido, os grãos de cereais, principalmente o milho, devem ser pouco processados,</p><p>passando somente por uma moagem grosseira para evitar a acidose ruminal devido à</p><p>rápida digestibilidade do grão farelado.</p><p>Os fatores que afetam as respostas à suplementação são a quantidade e a qualidade</p><p>do pasto, a produção de leite das mães, o potencial genético de crescimento dos</p><p>bezerros, raça, o sexo, a idade dos bezerros no desmame, o tempo de administração</p><p>e o tipo de suplemento. O creep feeding pode suprir o requerimento não atendido</p><p>pela amamentação e pelo pasto em casos de baixa produção de leite das vacas e baixa</p><p>qualidade e disponibilidade de pasto, mas onde o leite materno e o pasto atendam ao</p><p>requerimento energético do bezerro, o creep feeding entra como fator associativo e o</p><p>animal ganha mais peso e numa velocidade maior. Existe ainda o efeito substitutivo</p><p>que pode ser usado para aumentar a taxa de lotação do pasto. Quando os bezerros</p><p>estão recebendo suplementação tendem a substituir o consumo de forragem pelo do</p><p>suplemento. Estima-se que para cada kg de suplemento consumido sobrará de 0,5 a 1,0</p><p>kg de MS de forragem no pasto. Desta forma, é possível aumentar o numero de cabeças</p><p>no rebanho sem precisar aumentar a área de pasto. Uma vez que o suplemento tenha</p><p>maior valor energético que a forragem a substituição da forragem pelo suplemento</p><p>resultará num aumento no consumo de energia e, consequentemente, no aumento no</p><p>ganho de peso pelo bezerro. Outra vantagem da suplementação de bezerros durante</p><p>a amamentação é a adaptação adquirida pelo consumo de alimentos concentrado,</p><p>condicionando-os para entrar no confinamento logo após a desmama sem apresentar</p><p>problemas de acidose por falta de adaptação à alimentos de alta fermentabilidade. Se</p><p>os bezerros têm acesso a suplementos antes da desmama, ele se acostumará a consumir</p><p>mais grãos e também será menos dependente do leite da vaca, poupando a mãe.</p><p>Bezerros que estão no sistema sofrem menos estresse na desmama e se apresentam</p><p>menos susceptíveis a problemas de saúde.</p><p>56</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>No entanto, o consumo excessivo de ração pode comprometer a composição de ganho</p><p>no bezerro, pois ocorre o acúmulo de gordura em detrimento do tecido muscular,</p><p>comprometendo o desenvolvimento estrutural do animal, reduzindo a eficiência da</p><p>suplementação. A baixa eficiência de bezerros de creep feeding em confinamento</p><p>depende se o suplemento promoveu crescimento muscular e esquelético ao invés de</p><p>gordura. Se os bezerros depositaram muita gordura seu desempenho no confinamento</p><p>será menor, pois o ganho será direcionado ao acúmulo de gordura na carcaça. O controle</p><p>do consumo pode ser feito pelo aumento de sal branco na dieta, pois a necessidade</p><p>de beber água irá impedir a alta ingestão de alimento de uma só vez. Novilhas de</p><p>reposição que chegam ao desmame muito gordas podem apresentar desempenho ruim</p><p>quando vacas. A gordura substitui tecido glandular no úbere prejudicando a produção</p><p>leiteira, afetando sua prole. As novilhas devem ser alimentadas para atingir maturidade</p><p>sexual entre 12 e 15 meses e em creep feeding elas devem ser alimentadas apenas para</p><p>promover crescimento esquelético e muscular, o que não afetaria seu desenvolvimento</p><p>reprodutivo. E ainda, para a criação de fêmeas para a reprodução a suplementação, só</p><p>se torna necessária em casos de escassez de pasto ou baixa oferta de leite.</p><p>Para auxiliar no processo de decisão, Oliveira (2006) listou uma série de pontos para</p><p>indicar quando utilizar e quando não utilizar o creep feeding e ainda as vantagens e</p><p>desvantagens dessa tecnologia.</p><p>quando usar o creep feeding</p><p>» Durante períodos de seca, quando os pastos são pobres e a produção de</p><p>leite é baixa.</p><p>» Programa de manejo de forragem a fim de diminuir a intensidade de</p><p>pastejo.</p><p>» Para aumentar a taxa de lotação por área, aumentando a disponibilidade</p><p>de pasto.</p><p>» Como parte de um programa de pré-condicionamento, creep feeding</p><p>durante 3 a 4 semanas antes do desmame, auxiliando no processo de</p><p>adaptação do bezerro ao consumo de alimentos secos.</p><p>» Quando o preço do bezerro desmamado está alto e dos grãos baixo.</p><p>» Quando bezerros são abatidos logo após o desmame.</p><p>» Mantença de altos índices de fertilidade das matrizes.</p><p>57</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>» Produção de animais superprecoces e precoces.</p><p>» Produção de animais puros de origem (PA).</p><p>» Produção de bezerros em sistemas integrados, nos quais o mercado</p><p>varejista realiza a compra direta e existe preço diferenciado pelo produto.</p><p>» Melhoria dos índices reprodutivos de primíparas.</p><p>quando não usar o creep feeding</p><p>» Quando o potencial leiteiro das vacas matrizes é alto.</p><p>» Quando a pastagem se apresenta com alta qualidade e em abundância.</p><p>» Quando o preço do suplemento está alto em relação ao preço do bezerro.</p><p>» Quando os animais não apresentam potencial genético para responder ao</p><p>aumento de nutrientes.</p><p>» Quando o nível tecnológico da propriedade não comportar essa tecnologia</p><p>(estrutura física, mão de obra).</p><p>Vantagens do creep feeding</p><p>» Aumentos de peso a desmama.</p><p>» Menor intensidade de uso da pastagem, com menor possibilidade de</p><p>ocorrer superpastejo.</p><p>» Adaptar os animais para o confinamento após o desmame.</p><p>» Desenvolvimento uniforme do lote de bezerros.</p><p>» Diminuir o estresse da desmama.</p><p>» Aumento da taxa de prenhes, principalmente de primíparas.</p><p>» Redução da mortalidade de bezerros.</p><p>» Redução da idade ao abate.</p><p>» Redução da idade a primeira cobertura.</p><p>» Redução do ciclo de produção.</p><p>» Aumento do giro de capital na propriedade.</p><p>58</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>desvantagens do creep feeding</p><p>» Pode haver subutilização da forragem por concentrado.</p><p>» Podem ocorrer variações com consumo.</p><p>» Pasto ao redor do cocho superpastejado, se não mover o cocho</p><p>constantemente.</p><p>» Mascara a determinação de habilidade materna.</p><p>» Aumento do custo de produção.</p><p>» Necessidade de capital para investimento.</p><p>» Mão de obra qualificada para acompanhar o consumo recomendado.</p><p>» Maior exigência de maquinários e insumos.</p><p>Existe ainda outra modalidade de suplementação de bezerros, conhecida com creerp</p><p>grazing. Técnica pouco utilizada no Brasil, sendo uma estratégia de manejo que</p><p>proporciona uma pastagem exclusiva para os bezerros, consiste basicamente em uma</p><p>área reservada para bezerros, podendo utilizar o pastejo rotacionado, onde os bezerros</p><p>teriam</p><p>a possibilidade de acessar o pasto antes da vaca ou um pique específico para</p><p>eles. São recomendadas espécies forrageiras com alto valor nutritivo, como Tifton 85,</p><p>Coast-cross (Cynodon sp.), Massai (Panicum maximum), amendoim forrageiro, alfafa,</p><p>entre outros. Esse método possibilita um desmame de bezerros mais pesados. Uma</p><p>pastagem utilizada para o creep grazing pode ser uma área do pasto que é vedada, nas</p><p>quais os bezerros pastejam as pontas tenras ou as partes mais nutritivas das plantas ao</p><p>invés dos colmos ou folhas senescentes, que serão usados pelas vacas no restante do</p><p>pastejo. Estas folhas tenras são mais concentradas em proteína e energia. Porém, se a</p><p>planta alcança a maturidade, produzindo semente, sua qualidade é diminuída rápida</p><p>e drasticamente. As pastagens utilizadas para o creep grazing podem ser mantidas</p><p>em estado vegetativo deixando as vacas terem acesso a elas de forma a removerem o</p><p>excesso de crescimento, assim os bezerros se utilizarão a rebrota quando o pasto atingir</p><p>a altura desejada.</p><p>desmama</p><p>Caracterizada pela separação definitiva da cria de sua mãe, tem como objetivo principal</p><p>a interrupção da amamentação, de modo a estimular o desenvolvimento ruminal dos</p><p>bezerros e eliminar o estresse da lactação das fêmeas (VALLE et al., 1998). Com isso,</p><p>após a interrupção da lactação as exigências nutricionais das fêmeas são bastante</p><p>59</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>reduzidas. Existem duas opções principais quanto à idade de desmama, dependendo</p><p>da estratégia comercial da fazenda pode-se optar pela desmama precoce, em que se</p><p>prioriza o desempenho reprodutivo da matriz ou ainda ou pela desmama tradicional,</p><p>no qual o bezerro é o foco da produção.</p><p>Os resultados observados para os parâmetros reprodutivos das vacas têm demonstrado</p><p>que não basta o desmame ser realizado precocemente, mas este deve estar aliado a</p><p>uma condição corporal adequada na estação de monta e boas condições nutricionais</p><p>para suportar a próxima concepção (LOBATO, 1995), entretanto, têm sido observados</p><p>aumentos expressivos nas taxas de prenhes das vacas, quando os bezerros são</p><p>desmamados precocemente. Os resultados para os bezerros tem demonstrado que</p><p>muitas vezes estes animais sofrem estresse nutricional e acabam tendo o seu desempenho</p><p>prejudicado e, para que estes animais possam desenvolver-se adequadamente, dietas</p><p>com elevados planos nutricionais devem ser empregadas.</p><p>desmama tradicional</p><p>A desmana tradicional ocorre quando os bezerros têm entre 6 e 8 meses de vida,</p><p>idade em que já podem ser considerados ruminantes, tendo plena condição de utilizar</p><p>forragens sólidas como única fonte de alimento. No caso da desmama tradicional</p><p>sem suplementação, o bezerro perde o leite subitamente e é obrigado a suprir todas</p><p>as suas necessidades nutricionais ingerindo somente pasto. Na escolha pela desmama</p><p>tradicional, deve se levar em conta seu baixo custo, bem como maior facilidade de</p><p>manejo e menor estresse dos animais (os bezerros, na idade de 6 a 8 meses já são</p><p>ruminantes, ou seja, já fazem uso de forrageiras em sua alimentação, mesmo antes de</p><p>serem separados das mães).</p><p>Após a separação, os bezerros ficarão presos no curral por dois a três dias, com acesso</p><p>à água, ração e capim fresco. Nesta ocasião, serão pesados e marcados com o carimbo</p><p>do ano no lado direito da cara e a marca da fazenda na perna esquerda. As fêmeas serão</p><p>vacinadas contra a brucelose e marcadas com um “V” mais o último dígito do ano da</p><p>vacinação, no lado esquerdo da cara. Juntamente, deverá ser realizado o controle de</p><p>ecto e de endoparasitos, seguindo um rígido manejo sanitário, que deve ser definido</p><p>pelo calendário sanitário da região. Deve-se evitar ao máximo, nos primeiros dias após</p><p>a separação, distúrbios, transporte e comercialização dos animais recém-desmamados,</p><p>tomando assim, precauções para manter o estresse a um nível mínimo durante o</p><p>processo de desmama, permitindo que os bezerros se recuperem com mais rapidez.</p><p>Após a separação, os bezerros serão levados para um pasto de boa qualidade forrageira,</p><p>afastados das mães. Para amenizar o estresse da separação, pode-se colocar animais</p><p>60</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>adultos (madrinhas) junto aos recém-desmamados, para acalmá-los. Os recém-</p><p>desmamados devem ser checados com frequência, e os doentes removidos imediatamente</p><p>do piquete para uma área de isolamento e devidamente tratados. Em propriedades</p><p>contendo somente raças zebuínas, os lotes de desmama poderão ser mistos, machos</p><p>e fêmeas juntos, podendo permanecer assim até atingirem 12 meses de idade, quando</p><p>deverão ser separados. No caso de raças europeias ou de produtos de cruzamentos com</p><p>raças taurinas, já na desmama devem ser separados, devido a maior precocidade sexual</p><p>desses animais, evitando a prenhes em fêmeas de baixo desenvolvimento, ainda não</p><p>capazes de desenvolver uma gestação sem prejudicar seu crescimento.</p><p>desmama precoce</p><p>Para realizar a desmama precoce, os bezerros devem estar pesando mais de 90 kg, o</p><p>que normalmente ocorre entre 90 e 120 dias de vida. É necessário que os animais já</p><p>estejam adaptados ao creep feeding, pois juntamente com o pasto serão seus únicos</p><p>alimentos. O consumo de ração, bem como de suplemento mineral, nesta fase, será</p><p>muito baixo, mas terá por finalidade preparar o bezerro para o desmame. Deve-se</p><p>considerar que este tipo de desmama é utilizado visando uma recuperação corporal</p><p>mais rápida das mães, fazendo com que manifestem cio. A desmama precoce é uma</p><p>boa opção quando se trata de novilhas de primeira cria, cujo desenvolvimento ainda</p><p>é incompleto na ocasião de sua primeira parição, e com as exigências de crescimento,</p><p>gestação e posteriormente com a manutenção de sua cria, encontram-se em estado</p><p>corporal inadequado para manifestarem cio normalmente durante a estação. Caso as</p><p>vacas primíparas não receberem os cuidados necessários, poderão entrar na estação de</p><p>reprodução sem condições de manifestarem cio naturalmente.</p><p>Com a redução da idade, a desmama de seis para três meses, Gonçalves et al. (1981)</p><p>observaram que tanto as percentagens de manifestação do cio como a de prenhes</p><p>aumentaram. Contudo, deve-se salientar que a condição corporal das vacas ao parto</p><p>é uma fonte de variação que influencia estes resultados. Certamente, matrizes que</p><p>pariram com péssimo escore corporal demandam mais tempo para restabelecer a</p><p>atividade reprodutiva. Deste modo, a desmama dos bezerros aos três meses de idade</p><p>deixa de ser vantajosa.</p><p>Barcellos e Lobato (1997) estudaram os efeitos da idade de desmame (100 ou 180 dias</p><p>de vida) no desempenho reprodutivo das matrizes. As vacas que tiverem suas crias</p><p>desmamadas aos 100 dias de idade tiveram maiores ganhos de peso quando comparadas</p><p>com as vacas que desmamaram mais tarde (0,105 vs. 0,042 kg/dia, respectivamente)</p><p>durante o acasalamento e maiores taxas de prenhes (81,3 vs. 40,3%, respectivamente)</p><p>do que as vacas do tratamento de desmame aos 180 dias. As vacas que desmamaram</p><p>61</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>suas crias com 100 dias apresentaram menor intervalo entre partos, devido a maior</p><p>taxa de prenhes do que os animais do desmamados com 180 dias de idade. Ainda,</p><p>argumentaram que o desmame aos 100 dias de idade apresenta maiores efeitos quando</p><p>realizado às vacas com condição nutricional abalada no pós-parto.</p><p>62</p><p>CAPítulo 2</p><p>Estratégias para a seca</p><p>A bovinocultura de corte brasileira, quase na sua totalidade, é baseada na exploração</p><p>de pastagens. Devido às características do clima da região central do Brasil, durante o</p><p>período de chuvas, na maioria das vezes, as condições de luminosidade, solo e clima são</p><p>ideais para o crescimento rápido de gramíneas tropicais. No entanto, na época seca, a</p><p>falta de chuva associado à diminuição da temperatura e encurtamento da luminosidade</p><p>resulta em uma severa limitação ao crescimento</p><p>das forrageiras, ao mesmo tempo em</p><p>que ocorre drástica queda no valor nutritivo delas, o que torna incompatível com o</p><p>aumento das exigências nutricionais das vacas de cria.</p><p>Assim sendo, é fundamental a adoção de estratégias para minimizar os efeitos da seca.</p><p>O objetivo principal nessa fase é manter o ECC das vacas em 5 ou 6, pois vacas que</p><p>apresentam um ECC inferior a 5 no pré-parto são as possíveis vacas que não irão ciclar</p><p>no tempo esperado na próxima estação de monta. Isto é um problema mais comum em</p><p>vacas primíparas que, mesmo estando em lactação, ainda estão em crescimento. Nestas,</p><p>uma nova concepção torna-se mais difícil em função do baixo ECC e consequente anestro</p><p>durante a estação de monta. O desempenho dos animais em pastagem está diretamente</p><p>relacionado à quantidade de massa disponível, enquanto a adoção de suplementação</p><p>deverá estar baseada na estratégia de negócio do sistema de produção e no retorno</p><p>econômico.</p><p>Existem algumas estratégias adotadas por pecuaristas para manter a alimentação dos</p><p>animais a baixo custo no período de escassez, podendo ser por meio de diferimento de</p><p>parte do pasto de verão, cultivo de outras opções forrageiras como a cana-de-açúcar,</p><p>que fica madura e pronta para o uso justamente no inverno, confecção de silagem e/ou</p><p>feno, dentre outras medidas possíveis. Por outro lado, existem propriedades onde não</p><p>se faz planejamento e que acabam sendo forçados a se desfazer do excesso de animais,</p><p>ficando somente com a quantidade que a fazenda suporta nesse período, podendo até,</p><p>em casos extremos, ocorrer a morte de animais por desnutrição.</p><p>diferimento de pastagem</p><p>O diferimento consiste em suspender a utilização de alguns pastos durante parte do</p><p>período de maior crescimento das plantas, para que a forragem acumulada (diferida)</p><p>possa ser utilizada no momento de escassez. O planejamento para diferir um pasto</p><p>inicia-se com o dimensionamento da área necessária, definir a época de vedação e</p><p>63</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>utilização do pasto e a adubação da área para aumentar a produção de massa. Em alguns</p><p>sistemas, o produtor pode suplementar os animais em pastejo diferido para aumentar</p><p>a taxa de lotação.</p><p>O dimensionamento da área a ser diferida depende da produção do pasto, do número</p><p>de animais que irão pastejar a área e o tempo de permanência. É possível fazer uma</p><p>estimativa da produção de forragem na área por meio da orçamentação forrageira, que</p><p>consiste em medir a produção de pasto em uma área conhecida, como por exemplo,</p><p>por meio do uso de uma moldura de ferro de dimensão conhecida (1 m2), que será</p><p>lançada em pelo menos 10 pontos distintos do pasto. Com o corte e pesagem da massa</p><p>de forragem cortada rente ao solo, obtêm-se um valor médio (por exemplo, 0,7 kg) que</p><p>multiplicado por 10.000 m2 (área de um hectare) resulta na estimativa da produção</p><p>total de massa, que nesta simulação é igual a 7.000 kg de massa/ha. Além disso, retira-</p><p>se uma amostra desse material para desidratação, para medição do teor de matéria</p><p>seca (MS) que normalmente está entre 60 e 80% em pastos diferidos, que possibilitará</p><p>o cálculo da disponibilidade de massa seca de forragem por ha. Por exemplo, 7.000 kg</p><p>de massa x 70% (MS do material diferido) corresponde a 4.900 kg de MS/ha na área</p><p>diferida. Entretanto, estima-se que aproximadamente 50% da produção de MS total</p><p>sejam material morto que o animal não ingere, logo a produção de MS verde por ha é</p><p>de 2.450 kg.</p><p>Devido à baixa qualidade do material diferido, vamos considerar que uma vaca consuma</p><p>cerca de 1,5% do seu peso vivo por dia e somente consiga colher cerca de 50% da massa</p><p>disponível, pois parte do material sofre pisoteio ou está coberto de fezes e urina. Então,</p><p>para um rebanho com vacas pesando 400 kg, para um período de 150 dias de seca,</p><p>a lotação seria de aproximadamente 1,36 vacas/ha. Resumidamente, foi estimado a</p><p>massa de pasto em uma área conhecida e extrapolada para 1 ha. Como o consumo de</p><p>ruminantes é calculado em MS, transforma-se a massa orgânica total em MS e faz as</p><p>deduções de acordo com as perdas por matéria morta, pisoteio e fezes e urina. Desta</p><p>forma, com a massa consumível do pasto estimada, basta dividir pelo numero de dias</p><p>de permanência no pasto diferido para se chegar a massa disponível por dia e então</p><p>com base no consumo dos animais da fazenda, estima-se a taxa de lotação por ha, como</p><p>pode ser visto, detalhadamente no quadro 2.</p><p>Quadro 2. Orçamentação forrageira para cálculo de taxa de lotação em pasto diferido (simulação hipotética).</p><p>Massa na área conhecida (moldura de ferro de 1m²) 0,7 kg</p><p>Massa estimada para 1 ha (0,7 x 10.000 m²) 7000 kg/ha</p><p>Massa em MS (7.000 x 70% - teor de MS do pasto diferido) 4900 kg de MS/ha</p><p>Matéria seca verde (4.900 x 50% de matéria morta) 2450 kg de MS verde/ha</p><p>64</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>Matéria seca verde disponível (2.450 x 50% de perda por pisoteio e fezes e urina) 1225 kg de MS verde disponível</p><p>Matéria seca verde disponível por dia (1.225/150 dias de pastejo) 8,7 kg de MS/dia/ha</p><p>Taxa de lotação baseado no consumo de uma vaca de 400 kg de PV (~6 kg de MS/dia) 1,36 vacas/ha</p><p>Fonte: Próprio autor.</p><p>Se o número de animais remanescentes na propriedade for superior à massa</p><p>diferida disponível, a taxa de lotação da fazenda pode ser ajustada pelo uso de rações</p><p>concentradas a pasto, na qual haverá a substituição do consumo do pasto pelo do</p><p>concentrado, aumentando a capacidade suporte da área, ou ainda, pela venda de</p><p>animais, arrendamento de pastagens de terceiros ou a aquisição de volumosos para</p><p>suplementação.</p><p>Suplementação barata na seca</p><p>Na ausência de pasto para a época seca, é necessário encontrar uma fonte barata de</p><p>volumoso para alimentar as matrizes. Neste contexto, a cana-de-açúcar surge como</p><p>alternativa barata e eficiente de alimentação dos animais durante o período seco. A cana-</p><p>de-açúcar apresenta elevada produção de matéria seca por hectare, facilidade de cultivo</p><p>e persistência da cultura, boa aceitação pelos animais, elevado teor de carboidratos</p><p>solúveis e menor custo de produção.</p><p>A principal limitação para o uso da cana-de-açúcar na nutrição de animais de elevado</p><p>potencial de produção é a baixa digestibilidade da fibra, aliado ao baixo teor de</p><p>proteína bruta. No entanto, o baixo teor de proteína é facilmente corrigido com um</p><p>sal proteinado contendo ureia e farelo de soja, mas a baixa digestibilidade da fibra é</p><p>realmente um limitante que pode ser minimizado antecipando a época de corte e ainda</p><p>e/ou escolhendo um genótipo que apresente uma melhor qualidade da fibra para a</p><p>alimentação de ruminantes.</p><p>Os resultados de Rodriguez (2012) demonstram que somente com a suplementação</p><p>com 3% de ureia na MS é possível a manutenção das fêmeas durante a época da seca</p><p>consumindo silagem de cana. A adição de farelo de soja mais 1% de ureia na MS</p><p>permitiu ganho de peso superior ao estimado, mostrando-se uma alternativa eficiente</p><p>para suplementação dos animais durante o inverno (tabela 5).</p><p>65</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>Tabela 5. Efeito do tipo de suplementação proteica sobre o ganho de peso diário (GMD) de novilhas Nelore</p><p>prenhes ou não prenhes.</p><p>Item</p><p>Suplementação</p><p>EPM1</p><p>Valor-P</p><p>Ureia F. Soja F. Soja+Ureia Trt2 Tipo3 Trt*Tipo</p><p>GMD, kg/d 0,20b 0,63ab 0,91a 0,18 0,05 0,002 0,63</p><p>Fonte: Rodriguez (2012). 1Erro padrão da média. 2Efeito de fontes de suplementação proteica. 3Novilhas prenhes e não</p><p>prenhes; novilhas prenhes tiveram maior GMD do que não prenhes (0,68 vs. 0,48 kg/d).</p><p>Percebe-se assim que a suplementação das fêmeas e garrotes em crescimento durante o</p><p>período seco é uma alternativa viável para intensificação do sistema de ciclo completo,</p><p>desde que se utilize um volumoso barato, de boa qualidade da fibra e com suplementação</p><p>proteica adequada para a categoria desejada. Em regiões onde as condições climáticas</p><p>permitem</p><p>a utilização de pastagens de inverno (gramíneas e/ou leguminosas), como</p><p>forma alternativa de alimentação altamente econômica, visto que o rendimento animal</p><p>obtido e o preço de implantação deste sistema apresentam boa relação. A distribuição</p><p>de forragem durante a seca pode ser possível em algumas regiões do país, desde que</p><p>técnicas de irrigação de pastagens sejam empregadas. Cada fazenda apresenta uma</p><p>condição diferente e específica, devendo então encontrar a melhor opção para alimentar</p><p>os animais na seca, de forma barata e principalmente com qualidade nutricional</p><p>satisfatória.</p><p>66</p><p>CAPítulo 3</p><p>Estratégias para as águas</p><p>O período das águas é favorável a alta produção de pasto, pois além de temperatura e</p><p>luminosidade ideais, tem-se água em abundância. No entanto, existem duas formas</p><p>distintas de explorar a produção animal a pasto:, por meio do aumento do desempenho</p><p>animal ou pelo aumento da produtividade por área. No primeiro, o foco é o animal,</p><p>que terá uma grande disponibilidade de forragem, podendo escolher o que colher e</p><p>consumir, sem competição. Já no aumento da produtividade por área, o objetivo é</p><p>aumentar a produção forrageira do pasto no sentido de proporcionar maior taxa de</p><p>lotação por hectare, onde existe um controle rigoroso de manejo das pastagens e dos</p><p>animais que irão colher esse material.</p><p>A elevação da taxa de lotação não significa prejuízos no ganho de peso individual do</p><p>animal, pelo contrário, significa trabalhar com a carga máxima por área para atingir o</p><p>melhor desempenho individual e em conjunto. O aumento na taxa de lotação animal nas</p><p>pastagens é o que contribui, mais decisivamente, para os aumentos da produtividade</p><p>total da fazenda (CORSI, 1986). O subpastejo caracteriza-se por uma situação em que</p><p>a produção de pasto é maior que a taxa de lotação animal, sendo assim, incapaz de</p><p>colher a massa forrageira produzida. Neste caso, a alta oferta de pasto possibilita a vaca</p><p>pastejar seletivamente, escolhendo somente as partes jovens das plantas, de modo que</p><p>a dieta mostra um valor nutricional acima daquele do pasto disponível (RODRIGUES et</p><p>al., 1994). Desta forma, o desempenho individual será elevado, entretanto, a produção</p><p>por hectare será comprometida em decorrência da subutilização da área como um todo</p><p>(GOMIDE, 1994). Contudo, a elevada produção do pasto não depende exclusivamente</p><p>da espécie forrageira utilizada e suas interações ambientais, mas também do manejo</p><p>empregado, principalmente do nível de fertilização nitrogenada utilizada. O emprego</p><p>de fertilizantes, quando necessário, apresenta grandes mudanças nas características da</p><p>pastagem, sendo o nitrogênio (N) o nutriente que proporciona efeitos mais consistentes</p><p>na elevação da produção de massa.</p><p>A razão principal para a baixa produtividade da pecuária de corte nacional é a baixa</p><p>produtividade e baixa eficiência de utilização das pastagens. Como forma de ilustrar</p><p>este conceito, percebe-se nos dados de venda de fertilizantes que, apesar da grande</p><p>área de pastagens brasileira, o consumo de fertilizantes pela pecuária é insignificante,</p><p>respondendo por apenas 1,8% do total da venda de fertilizantes no ano de 2012 (figura 4).</p><p>67</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>Figura 4. Comparação entre o total de área plantada e a porcentagem de venda de fertilizantes nas principais</p><p>culturas agropecuárias.</p><p>Fonte: ANDA (2013).</p><p>A intensificação do uso das pastagens, com maior lotação animal no verão, certamente</p><p>é uma opção eficiente para aumento da produtividade. A produtividade animal em</p><p>pasto é função da disponibilidade e da qualidade de forragem em oferta, bem como das</p><p>características do animal. A adubação nitrogenada e potássica vêm sendo estudada a</p><p>fim de aumentar a produção e qualidade do dossel forrageiro e, consequentemente,</p><p>a lotação animal/ha e a produção total de carne do sistema. No entanto, poucos</p><p>estudos visam estabelecer níveis de adubação para máxima resposta biológica dentro</p><p>do sistema de pastejo e, igualmente importante, para a máxima resposta econômica</p><p>do sistema de produção.</p><p>A formação de pastagens nas regiões tropicais e subtropicais é quase sempre relegada</p><p>a terras de baixa fertilidade, resultando no desenvolvimento lento das gramíneas. O</p><p>incremento na produção de MS, principalmente em forrageiras de alto potêncial de</p><p>produção, em decorrência da aplicação de nitrogênio, foi relatado por vários autores</p><p>(ANDRADE et al., 2003; MELLO et al., 2008). Porém, há escassez de trabalhos no</p><p>Brasil avaliando a resposta à adubação em termos de produção de carne por área, ou</p><p>seja, avaliando à resposta da planta forrageira dentro de um sistema de produção.</p><p>Trabalhando com pastejo rotativo de capim-marandu, Gimenes et al. (2011) avaliou</p><p>o efeito de duas doses de fertilizante nitrogenado: 50 e 200 kg N/ha/ano e observou</p><p>aumento na taxa de lotação e produção de carne por área. Euclides et al. (2007)</p><p>trabalhando com capim-tanzânia em sistema de lotação contínua relatam aumento linear</p><p>na produção total de carne quando adubados com 100 kg de N/ha/ano em comparação</p><p>a 50 kg N/ha/ano, o que seria economicamente viável, segundo os autores. Também</p><p>em sistema de capim-tanzânia sob lotação contínua, Canto et al. (2009) avaliaram as</p><p>doses de 100, 200, 300 e 400 kg N ha-1 ano-1 e encontraram aumento linear na lotação</p><p>animal e na produção total de carne durante o verão, com decréscimo na eficiência do</p><p>uso do fertilizante conforme aumenta-se a dose aplicada.</p><p>68</p><p>UNIDADE III │ MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA</p><p>Experimentos recentes demonstraram a capacidade de resposta do capim-marandu e</p><p>do capim-mombaça a doses de até 800 kg de N/ha/ano na lotação animal e produção</p><p>total de carne de um sistema de ciclo completo de cria-recria-engorda (RODRIGUEZ,</p><p>2012; FRASSETO et al., 2013 – figura 5). Não houve diferença na lotação animal devido</p><p>às espécies forrageiras, ou seja, a lotação no capim-marandu foi similar a obtida com o</p><p>capim-mombaça.</p><p>Figura 5. Efeito da adubação com doses crescentes de nitrogênio sobre a capacidade de suporte (UA/ha) de</p><p>pastos de capim-marandu e capim-mombaça na época das águas (novembro a abril).</p><p>Fonte: Rodriguez (2012); Frasseto et al. (2013).</p><p>Os dados apresentados na figura 5 demonstram a elevada capacidade de suporte das</p><p>pastagens tropicais. Como exemplo, na área onde foi desenvolvida a pesquisa era</p><p>composta por de 16 ha de pasto, sendo necessários 200 animais (vacas, novilhas e</p><p>garrotes) com peso médio de 350 kg para controle da altura do pasto. Deve ser ressaltado</p><p>que a dose total de fertilizante nitrogenado foi aplicada parceladamente após cada ciclo</p><p>de pastejo, mesmo na menor dose de 50 kg de N/ha/ano.</p><p>Um importante limitante do ganho de peso do animal em pasto é a rápida queda da</p><p>qualidade nutricional da planta forrageira com o avanço da maturidade, causada pela</p><p>diminuição da digestibilidade da matéria seca. Pequenas mudanças na digestibilidade</p><p>se traduzem em grande impacto no desempenho animal. A importância da qualidade</p><p>da forragem ingerida sobre a produtividade do sistema poder ser exemplificada pelo</p><p>trabalho de Gimenes et al. (2011) que, ao reduzir a altura pré-pastejo do capim-marandu</p><p>de 35 para 25 cm, observou aumento de 23% no ganho de peso dos animais e de 31% na</p><p>produtividade de carne do sistema.</p><p>69</p><p>MANEJO E SUPLEMENTAÇÃO ESTRATÉGICA DE MATRIZES E BEZERROS NA FASE DE CRIA │ UNIDADE III</p><p>Em sistema de produção, que é adotado a lotação rotacionada e o critério para pastejo</p><p>(entrada dos animais) nos piquetes se dá com base na altura do capim, ou seja, quando</p><p>a altura pré-pastejo do dossel alcançam 30 cm para o capim-marandu e 90 cm para</p><p>capim-mombaça, sendo retirados os animais quando a altura do dossel (pós-pastejo)</p><p>atingem 15 e 30 cm, para capim-marandu e capim-mombaça respectivamente (SILVA,</p><p>2004; TRINDADE et al., 2007). Confira a tabela de recomendação para a altura do</p><p>pasto para entrada e saída dos animais em diferentes espécies</p><p>forrageiras (tabela 8).</p><p>Tabela 8. Recomendação de altura do pasto para a entrada e saída dos animais em diferentes espécies</p><p>forrageiras.</p><p>Altura do dossel forrageiro (cm)</p><p>Espécie Forrageira Entrada Saída</p><p>Brachiaria decumbens 20 a 25 5 a 10</p><p>Capim-marandu 25 a 30 10 a 15</p><p>Capim-mombaça 90 30 a 50</p><p>Capim-tanzânia 70 30 a 50</p><p>Capim-aruana 30 15</p><p>Capim-xaraés 30 15 a 20</p><p>Capim-mulato 30 15 a 20</p><p>Capim-andropogon 50 27 a 34</p><p>Capim-elefante cv. Cameroon 100 40 a 50</p><p>Capim-elefante cv. Napier 90 35 a 50</p><p>Tifton-85 25 10 a 15</p><p>Coastcross 30 10 a 15</p><p>Fonte: Embrapa.</p><p>O sistema de manejo do pasto empregado, respeitando-se as alturas de entrada e saída,</p><p>tem permitido ganho de peso nas novilhas e garrotes em crescimento ao redor de 850</p><p>g/d; o que representa possibilidade de produção de 35, 51 e 64 @ de carne/ha durante</p><p>os 6 meses de verão, para as doses de 50, 300 ou 600 kg de N/ha/ano, respectivamente.</p><p>O aumento na lotação animal durante o verão, aliado ao uso eficiente do pasto, é o</p><p>principal fator para intensificação econômica da pecuária de corte.</p><p>70</p><p>unidAdE iV</p><p>SuPlEMEntAção</p><p>dE BoVinoS</p><p>dE CortE EM</p><p>PAStAgEM</p><p>A eficiência biológica e econômica, nos sistemas de pecuária de corte, é determinada,</p><p>em grande parte, pela sua capacidade de prover forragem de qualidade e em quantidade</p><p>adequada para todas as categorias no sistema de produção. As forrageiras cultivadas</p><p>anuais de verão podem ser utilizadas desde o final da primavera até o outono e sua</p><p>utilização deve sustentar altas taxas de lotação a baixo custo.</p><p>De acordo com Poppi e McLennan (2007), o fornecimento de suplementos para bovinos</p><p>de corte permite: aumentar a taxa de lotação das pastagens, balancear dietas com base</p><p>em forragem reduzindo perdas energéticas metabólicas, como o gás metano (CH4),</p><p>relacionado à impactos ambientais e aumentar ganho de peso diário (GPD). Porém, tal</p><p>técnica também está relacionada ao aumento no desembolso, e o tipo e quantidade do</p><p>suplemento a ser fornecido devem ser ajustados de acordo com as características da</p><p>forragem, viabilizando sua utilização.</p><p>O ajuste da altura do pasto e dose de suplemento na estação chuvosa pode resultar</p><p>em maior peso corporal ao final da recria, o que implicaria na redução do período ou</p><p>maior peso de abate na terminação na estação seca. De acordo com Carstens et al.,</p><p>(1991), o fornecimento de concentrado pode alterar a composição corporal dos bovinos,</p><p>aumentando a participação de carcaça em relação ao peso corporal.</p><p>Todavia, as características nutricionais e quantidade de suplemento a ser fornecido vão</p><p>depender da quantidade e da qualidade da forragem ofertada, que varia em função da</p><p>adubação, do manejo adotado, das características do solo, espécie forrageira, condições</p><p>climáticas, entre outros. Em razão disto, nesta época há grandes variações no valor</p><p>nutritivo da forragem.</p><p>O fornecimento de nitrogênio adicional via suplementos tende a favorecer a síntese</p><p>de proteína microbiana, quando a energia não limita seu desenvolvimento, sendo</p><p>observada resposta à suplementação proteica (DETMANN et al., 2014). Em pastos</p><p>tropicais bem manejados no período das águas, com elevada oferta de lâminas foliares,</p><p>a proteína pode não ser o fator limitante. Nestes casos, ganhos adicional podem ser</p><p>observados com o fornecimento de suplementos energéticos.</p><p>71</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>Assim, a suplementação energética na estação chuvosa, em pastos manejados</p><p>intensivamente, além de ser ferramenta auxiliar no manejo do pastejo, pode ser uma</p><p>tecnologia que permite aumentar o desempenho de animais, aumentando o peso ao</p><p>abate, reduzindo o período de terminação, idade de abate ou a idade na primeira cria</p><p>no caso de animais destinados à reprodução.</p><p>72</p><p>CAPítulo 1</p><p>Suplementação em pastejo</p><p>O ponto mais importante para o sucesso da suplementação é o manejo da pastagem,</p><p>garantindo disponibilidade de forragem. Após um eficiente manejo do pasto que favoreça</p><p>o consumo e disponibilize forragem com maior valor nutritivo, a eficiência de utilização</p><p>dos carboidratos fibrosos no rúmen pode ser melhorada com o uso de suplementos. A</p><p>suplementação tem como finalidade a exploração do potêncial genético animal, visando</p><p>alcançar o máximo de rendimento econômico, diminuindo a oscilação no desempenho</p><p>animal conforme a disponibilidade de nutrientes na pastagem (ACEDO et al., 2011).</p><p>Pode-se definir a suplementação como o ato de se adicionar os nutrientes deficientes</p><p>na forragem disponível, relacionando-os com as exigências específicas dos animais</p><p>em pastejo, e melhorar as condições da microbiota ruminal à degradação da forragem</p><p>(PAULINO et al., 2002).</p><p>A suplementação pode ser usada como meio de maximizar a utilização da forragem</p><p>disponível, tendo em mente que o suplemento não deve fornecer nutrientes além das</p><p>exigências dos animais. Por meio do fornecimento de todos ou de alguns nutrientes</p><p>específicos, que resultarão no consumo de maior quantidade de matéria seca (MS)</p><p>e no aumento da eficiência de sua digestão, os investimentos com suplementação</p><p>podem proporcionar significativa melhora nos sistemas de produção de bovinos em</p><p>pastagens (HODGSON, 1990), ou ainda como ferramenta para aumentar a taxa de</p><p>lotação das pastagens.</p><p>A fibra em detergente neutro (FDN) é, quantitativamente, a maior fonte de energia para</p><p>ruminantes pastejando forrageiras tropicais. Os demais componentes dos alimentos</p><p>capazes de produzir energia: extrato etéreo (EE), carboidratos não fibrosos (CNF) e</p><p>proteína bruta (PB), possuem coeficientes de digestibilidade verdadeira relativamente</p><p>constantes e não sofrem grande influência de fatores dietéticos ou consumo (DETMANN</p><p>et al., 2009). Neste contexto, o uso de suplementos pode gerar diferentes efeitos sobre</p><p>o consumo de forragem.</p><p>De acordo com Poppi e McLennan (2007), existem duas formas principais de utilizar</p><p>suplementos: a primeira forma é de baixo custo, em que nutrientes limitantes,</p><p>normalmente o nitrogênio não proteico (NNP), são usados para atender os</p><p>requerimentos de N no rúmen, com objetivo principal de suprir as necessidades de</p><p>manutenção dos animais. Essa forma caracteriza-se por possibilitar ganho de peso</p><p>adicional de 200 a 300 g/animal/dia, e que resulta em custo-benefício alto, já que esses</p><p>73</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>animais, comumente representados por bezerros pós-desmama, estariam em déficit de</p><p>ganho, provavelmente com perda de peso.</p><p>Porém, para atender os pecuaristas que almejam antecipar a idade de abate faz-se</p><p>necessário uma segunda forma de suplementação, que possibilite maior ganho de peso</p><p>e, para tanto, podem ser utilizados suplementos proteicos e/ou energéticos. Deve ser</p><p>considerado o maior risco nesse tipo de técnica, devendo ser observado com cautela</p><p>o custo-benefício, uma vez que os animais receberão quantidades significativas de</p><p>alimento suplementar, de alto custo, para garantir aumento no consumo de energia</p><p>metabolizável que promoverá maiores ganhos por animal/dia.</p><p>Vários fatores que interferem na resposta animal à suplementação com concentrado</p><p>ainda não são totalmente compreendidos, tais como: alterações nas exigências de</p><p>manutenção do animal em função do maior ou menor tempo de pastejo, assim como</p><p>em função das alterações na eficiência de uso dos nutrientes ingeridos, alterações no</p><p>consumo e digestibilidade da forragem em relação aos parâmetros ruminais como pH,</p><p>concentração de N-NH3 e taxa de passagem; fontes e doses dos suplementos em relação</p><p>á quantidade e oferta de forragem (AGOSTINHO NETO, 2010).</p><p>A suplementação no período chuvoso deve ser criteriosamente analisada em termos da</p><p>meta a ser alcançada dentro de um determinado sistema de produção de carne. Apesar</p><p>do alto custo do ganho adicional a ser obtido com a suplementação nas águas, isso</p><p>pode resultar em redução considerável no período de engorda do animal, quer seja</p><p>em pasto ou em confinamento, com possíveis retornos econômicos (THIAGO; SILVA,</p><p>2001). Neste</p><p>sentido, Santos et al., (2007) avaliaram a viabilidade econômica de 4</p><p>experimentos conduzidos por esses autores e concluíram que pode ocorrer aumento de</p><p>até 50% no lucro operacional por área com a utilização da suplementação.</p><p>Efeito da suplementação sobre o consumo de</p><p>forragem, lotação e produtividade animal</p><p>Durante o período chuvoso, a forragem disponível apresenta amplo crescimento</p><p>e qualidade superior àquela disponível durante o período seco, apresentando</p><p>características nutricionais suficientes para atender as exigências de mantença do</p><p>animal e imprimir ganhos elevados quando os pastos são bem manejados (REIS et al.,</p><p>2009; CASAGRANDE et al., 2011; OLIVEIRA et al., 2014; VALENTE et al., 2015).</p><p>Quando essas pastagens são bem manejadas e adubadas com nitrogênio para permitir</p><p>altas taxas de lotação, o teor de proteína bruta da forragem colhida é elevado,</p><p>normalmente entre 12 a 22% (Santos et al., 2014), além de ser proteína de alta</p><p>74</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>degradabilidade ruminal (POPPI; MCLLENAN, 1995). Nestas situações, ocorrem</p><p>baixa assimilação de nitrogênio no rúmen (MOORE et al., 1999), e o desempenho de</p><p>bovinos em crescimento ou em terminação é limitado pela ingestão de energia (NRC,</p><p>1996; CORREIA, 2006). A adição de carboidratos altamente fermentáveis melhora a</p><p>utilização do N (MINSON, 1990), pois estimula a síntese de proteína microbiana e a</p><p>reciclagem de N, o que remete a necessidade de suplementação proteico/energética.</p><p>O uso de suplementos, principalmente os energéticos, pode resultar em aumento no fluxo</p><p>de proteína metabolizável para o duodeno. Os animais respondem à suplementação com</p><p>concentrados energéticos com menor ingestão de forragem, porém, com maior ingestão</p><p>de MS total, podendo elevar sua digestibilidade (KRYSL et al., 1989; PORDOMINGO et</p><p>al., 1991; RUAS et al., 2000; VANZANT et al., 1990), bem como alterar as quantidades</p><p>e a relação entre os produtos da fermentação ruminal (HESS et al., 1996; VANZANT et</p><p>al., 1990), e consequentemente com maior ingestão de energia (DÓREA, 2013, 2014)</p><p>e maior ganho de peso (CORREIA, 2006; COSTA, 2007; AGOSTINHO NETO, 2010).</p><p>Com isso, há aumento na ingestão de energia metabolizável pelos animais suplementados,</p><p>resultando em economia de aminoácidos glicogênicos, o que aumentaria a eficiência de</p><p>deposição proteica em animais em crescimento (POPPI; MCLENNAN, 1995). Segundo</p><p>Valente (2015); Oliveira (2014) e Casagrande et al. (2011), existe um ganho adicional de</p><p>aproximadamente 300 a 400 g animal/dia, que pode ser atingido com o correto manejo</p><p>das pastagens e adição de suplemento ao sistema.</p><p>De acordo com Paulino et al. (2005), a magnitude da resposta da suplementação</p><p>depende diretamente do seu efeito sobre o consumo de forragem. Ou seja, são variáveis</p><p>interdependentes. Em situações de forragem de alta qualidade, a suplementação</p><p>energética adequa a fermentação ruminal, aumentando o consumo e consequentemente</p><p>o ganho de peso dos animais (BARBERO et al., 2014).</p><p>O consumo de suplementos por bovinos pode causar efeito negativo sobre o consumo</p><p>de forragem, conhecido como efeito subistitutivo. Silva et al. (2010) observaram</p><p>redução no consumo de FDN da forragem, quando foi fornecido 0,6% do peso corporal</p><p>(PC) de concentrado proteico/energético aos animais. Silva et al. (2009) ressaltam</p><p>haver uma tendência de redução maior do consumo de forragem, quando a ingestão de</p><p>suplemento supera os níveis de 0,2-0,3% do PV e acrescentam que esse decréscimo pode</p><p>ser ainda maior, quando a oferta de suplemento é de 0,8% do PV, pois, nesse contexto,</p><p>o limite biológico de ganho de peso dos animais a pasto está próximo de ser alcançado.</p><p>O decréscimo no consumo de pasto ocorre devido ao efeito substitutivo da forragem</p><p>pelo concentrado fornecido no cocho e pelo efeito do suplemento no ambiente ruminal,</p><p>75</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>interferindo nas condições ideais para o desenvolvimento das bactérias fibrolíticas,</p><p>responsáveis pela degradação da forragem.</p><p>O efeito da suplementação sobre o consumo e digestibilidade dos nutrientes é complexa</p><p>e mais estudos precisam ser realizados para que seja possível traçar uma resposta</p><p>embasada aos entraves da suplementação de bovinos em pastejo. De acordo com Caton e</p><p>Dhuyvetter (1997) a redução do consumo de forragem em animais suplementados pode</p><p>ocorrer em virtude da redução do pH, levando à redução da digestibilidade da fração</p><p>fibrosa da forragem. Entretanto, no estudo de Santos (2015) a suplementação com</p><p>0,3% de milho moído não afetou (P>0,05) o pH ruminal e a digestão da FDN. Cardoso</p><p>(2013) trabalhou com bovinos Nelore, pastejando capim-marandu suplementados com</p><p>concentrado isoproteico e diferentes fontes de energia (dose de 0,3%PC). Foi registrada</p><p>a redução no consumo de forragem, porém a digestibilidade da FDN não foi afetada</p><p>com a suplementação. Dórea (2014) também não observou efeito da suplementação</p><p>de 0,3% do PC com milho moído no pH ruminal e na digestão da FDN em bovinos</p><p>pastejando capim-marandu manejado com 25 cm de entrada e 15 cm de saída.</p><p>Dórea e Santos (2015) fizeram uma meta-análise sobre as estratégias de suplementação</p><p>para bovinos mantidos em pastagens de baixa (<7% de PB) e alta (>7% de PB) qualidade</p><p>e verificaram que o consumo de matéria seca total aumentou linearmente (P<0,05) com</p><p>o aumento do nível de suplementação. Para cada 1% do PV de suplemento, ocorreu um</p><p>aumento de 0,90% do PV no consumo total. Esse resultado demonstra que o objetivo final</p><p>do uso de suplementos concentrados foi alcançado, pois o aumento do consumo total</p><p>(forragem + concentrado) resultará em maior ingestão de nutrientes e, consequentemente,</p><p>em melhor desempenho animal. A suplementação energética supriu quase três vezes</p><p>mais energia (NDT) e 77% da proteína suprida pela suplementação proteica.</p><p>Ainda de acordo com estes autores, a suplementação energética reduziu o consumo de</p><p>forragem de forma mais acentuada quando comparada com as reduções dos animais</p><p>consumindo forragem de baixa qualidade, ou seja, houve maior efeito substitutivo</p><p>quando a forragem apresentou teores menores que 7% de PB (LAKE et al., 1974;</p><p>PORDOMINGO et al., 1991; HESS et al., 1996). Para cada 1% do PV de consumo de</p><p>suplemento houve redução de 0,65% no consumo de forragem. Já o consumo total</p><p>foi aumentado em apenas 0,34% do PV, para cada 1% do PV suplementado. Esse fato</p><p>demonstra claramente que o efeito de substituição foi mais acentuado para animais</p><p>suplementados em pastagens de alto valor nutritivo do que de baixo valor nutritivo.</p><p>Uma vez que a suplementação energética não causou prejuízos (redução) no CMS total,</p><p>o efeito de substituição deve ser analisado positivamente, pois o excedente de forragem</p><p>gerado pela substituição deverá ser aproveitado por meio do aumento de animais na</p><p>76</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>área, resultando no aumento da taxa de lotação das pastagens (PERRY et al.; 1971;</p><p>SANTOS et al.; 2009). O aumento do desempenho pela maior ingestão de nutrientes</p><p>e da taxa de lotação em função do efeito de substituição é benefício da suplementação</p><p>concentrada que deve ser aproveitado pelo produtor para aumento da produtividade</p><p>(kg de carne por hectare).</p><p>No estudo de Casagrande et al. (2009), a suplementação também afetou a taxa de</p><p>lotação, que decresceu linearmente com acréscimo na altura de pastejo, independente</p><p>da suplementação utilizada. No entanto, a lotação foi sempre superior nos pastos em que</p><p>os animais receberam concentrado em relação aos que os animais foram suplementados</p><p>com sal mineral. Dessa forma, manteve-se 9,5% a mais de animais na mesma área, o</p><p>que equivale a um animal de aproximadamente 200 kg a mais por hectare.</p><p>Em revisão de literatura foram avaliados os efeitos da suplementação com concentrado</p><p>não apenas no ganho de peso animal, mas também nas taxas de lotação (AGOSTINHO</p><p>NETO, 2010; DA CRUZ et al., 2009; COSTA, 2007; CORREIA, 2006;</p><p>RAMALHO,</p><p>2006). Em todos os trabalhos, houve aumento da taxa de lotação e da produção de</p><p>carne por área, o que evidencia o potêncial da suplementação com concentrado como</p><p>ferramenta para aumentar a produtividade de sistemas de produção em pastagens.</p><p>uso de suplementos e comportamento</p><p>ingestivo de animais em pastejo</p><p>O conhecimento dos padrões de comportamento de escolha, localização e ingestão do</p><p>pasto pelos bovinos são de fundamental importância, quando se pretende estabelecer</p><p>práticas de manejo nutricional mais eficiente. Com o objetivo de realizar ajustes mais</p><p>minuciosos na dieta para maximizar o desempenho animal acrescido de informações</p><p>sobre o comportamento animal são consideradas três atividades básicas que</p><p>caracterizam o comportamento ingestivo animal: alimentação ou pastejo, ruminação e</p><p>ócio, podendo ser influênciadas pelas características da dieta, por condições ambientais</p><p>e pelo manejo, alterando o tempo gasto em cada uma das atividades e sua distribuição</p><p>ao longo do dia (MARQUES et al., 2008).</p><p>O conhecimento da interação existente entre estrutura do dossel forrageiro e</p><p>comportamento ingestivo é fundamental para que se entenda como o manejo do pasto</p><p>pode influenciar e/ou determinar o consumo de forragem de animais em condição de</p><p>pastejo (BERCHIELLI, 2011), uma vez que grande número de variáveis sofre o efeito da</p><p>interação existente entre a planta e animal, de forma que o sistema passa a apresentar</p><p>uma série de respostas compensatórias de uma variável em razão do ajuste realizado</p><p>em outra (DA SILVA; PEDREIRA, 2010). Segundo Silva et al. (2006), o estudo do</p><p>77</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>comportamento ingestivo dos ruminantes pode nortear a adequação de práticas de</p><p>manejo e embasar diversas discussões relacionadas ao consumo e, consequentemente,</p><p>ao desempenho dos animais.</p><p>Hodgson (1985) propôs que a massa do bocado seria o produto entre a densidade da</p><p>forragem e o volume do bocado no estrado pastejado, sendo este último o produto entre</p><p>a sua área e sua profundidade. Entende – se por profundidade do bocado a diferença</p><p>entre a altura inicial da planta e a altura residual após o pastejo; e por área do bocado</p><p>o quociente entre a área total pastejada e o número de bocados realizados (UNGAR,</p><p>1996). Avaliando o comportamento alimentar de bovinos de corte em crescimento</p><p>em pastejo de capim Marandu, Sarmento (2003) observou uma redução quadrática</p><p>no tempo de pastejo, uma redução linear na taxa de bocados e um aumento linear no</p><p>tamanho do bocado com o aumento da altura do dossel forrageiro, indicando como as</p><p>características do pasto influênciam o comportamento alimentar de bovinos em pastejo.</p><p>A ingestão do suplemento altera o comportamento ingestivo de ruminantes em pastejo</p><p>(MARQUES et al., 2005). Segundo Silva et al. (2010), os resultados encontrados na</p><p>literatura, referentes às alterações provocadas pela suplementação a pasto sobre o</p><p>comportamento ingestivo dos ruminantes, são controversos. O efeito do suplemento</p><p>sobre o consumo pode ser aditivo, quando o consumo de suplemento agrega-se ao</p><p>consumo atual do animal; e substitutivo, quando o consumo de suplemento diminui o</p><p>consumo de forragem, sem melhorar o desempenho animal (BARBOSA et al., 2001).</p><p>O efeito aditivo é ideal, quando o preço da suplementação é alta, quando se consegue</p><p>suplementos de baixo custo, o efeito substitutivo se torna interessante, uma vez que</p><p>permite aumentar a taxa de lotação.</p><p>O tempo de pastejo reflete a facilidade de apreensão e remoção da forragem pelos animais,</p><p>os quais procuram ser eficientes, uma vez que buscam bocados potênciais enquanto</p><p>mastigam a forragem apreendida em bocados anteriores (PRACHE, 1997). Conforme</p><p>Santana Júnior et al. (2013), o fornecimento de concentrado pode causar alteração</p><p>no tempo destinado ao pastejo, sendo verificado que a diminuição da quantidade de</p><p>suplemento concentrado fez com que os animais elevassem seu tempo de pastejo.</p><p>O bocado consiste em uma série de movimentos mandibulares, da língua e do pescoço,</p><p>que culminam na apreensão da forragem, consistindo a unidade fundamental do</p><p>consumo (UNGAR, 1996). Quando parte dos nutrientes exigidos é suprido pelo consumo</p><p>de suplemento, pode ocorrer melhora na eficiência de utilização da energia oriunda da</p><p>forragem, pela melhor condição para atuação da microbiota ruminal (Silva et al., 2005)</p><p>e aumentar a taxa de passagem, favorecendo maiores números de bocados.</p><p>78</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>Um dos fatores que pode influênciar o tempo de pastejo e o nível de concentrado na</p><p>dieta. Marques et al. (2008), avaliando a inclusão de diferentes níveis de concentrado</p><p>(0; 24; 48; 72%) em dietas de bovinos 5/8 Holandês-Zebu sobre o comportamento</p><p>ingestivo, verificaram que os níveis não influênciaram os tempos de alimentação,</p><p>ruminação e ócio, as eficiências de alimentação e ruminação em função do consumo de</p><p>MS e do FDN.</p><p>Estudando o comportamento ingestivo diurno de novilhos em pastagem de capim-</p><p>braquiária, submetidos à suplementação energética e proteica, Silva et al. (2010a)</p><p>verificaram que os tempos de pastejo, ruminação e ócio sofreram efeito quadrático e o</p><p>tempo de cocho efeito linear crescente.</p><p>Santos et al. (2015) avaliaram os efeitos da suplementação energética ao nível de</p><p>0,8% do PV sobre o comportamento ingestivo diurno em novilhos Nelore e ½ sangue</p><p>Angus x Nelore pastejando capim-marandu no período do verão e concluíram que a</p><p>suplementação com concentrado reduziu o tempo de pastejo (P<0,05) e tempo de</p><p>ruminação (P<0,01) em ambos os grupos genéticos, porém, não houve efeito da dieta</p><p>sobre o tempo de ócio. Estes resultados corroboram com Reis et al. (1997), os quais</p><p>relataram que, em resposta à suplementação energética, há uma progressiva diminuição</p><p>no tempo de pastejo.</p><p>O tempo de ruminação pode também sofrer variação devido ao estádio vegetativo</p><p>e reprodutivo da planta, com aumento do material senescente e inflorescência,</p><p>provocando mudanças na composição bromatológica e morfológica. Durante a época</p><p>de inverno, os animais passam mais tempo ruminando em relação às épocas de verão</p><p>(SHULTZ, 1983), devido à quantidade de fibra e à baixa digestibilidade das forrageiras</p><p>nesse período.</p><p>Signoretti et al. (2012) avaliaram o efeito da suplementação proteica (34%, 43%,</p><p>56% e 66% de PB) e nível de fornecimento 0,30% do PC, na época das águas, sobre</p><p>o comportamento ingestivo de novilhas mestiças. As novilhas permaneceram em</p><p>pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu, podendo-se verificar maior tempo em</p><p>ruminação e menor tempo em ócio nos animais que receberam teores intermediários</p><p>de proteína.</p><p>Cabral et al. (2011a) analisaram o efeito da suplementação proteica sobre as atividades</p><p>comportamentais diurnas de novilhos inteiros da raça Nelore na época das águas, tendo</p><p>como resposta a redução em 1,1h no tempo de pastejo, compensando parte do tempo</p><p>pelas atividades de ócio e permanência no cocho. Os animais não alteraram o tempo de</p><p>ruminação, em função da suplementação e mantiveram a mesma taxa de bocados, em</p><p>virtude da homogeneidade das características estruturais e químicas do pasto.</p><p>79</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>Nos trabalhos revisados por Krysl e Hess (1993) sobre a suplementação alimentar de</p><p>bovinos no período das águas, observou-se que a suplementação proteica diminuiu o</p><p>tempo de pastejo e aumentou a eficiência de pastejo; da mesma forma a suplementação</p><p>energética também diminuiu o tempo de pastejo. Entretanto, o aumento na concentração</p><p>energética do suplemento não alterou ou diminuiu a eficiência de pastejo.</p><p>Efeito da suplementação sobre a</p><p>digestibilidade da fibra</p><p>Em sistemas de produção de bovinos em pastejo, uma estratégia de suplementação</p><p>adequada consiste em maximizar o consumo e digestibilidade da forragem disponível,</p><p>explorando ao máximo o potêncial produtivo animal (ANDRADE; PRADO, 2011).</p><p>Contudo, um desafio constante é predizer com exatidão,</p><p>atual. Com o aumento da pressão</p><p>sobre os recursos naturais, dificilmente haverá crescimento da área de pastagens no</p><p>Brasil, não restando alternativa senão aumentar a produtividade de carne por área.</p><p>Analisando-se esses números, chega-se à conclusão que a pecuária de corte brasileira</p><p>produz em média 59 kg de carne por ha/ano. Como forma de comparação, a produção</p><p>média de milho no Brasil é ao redor de 4.900 kg/ha/ano, e a de cana-de-açúcar ao</p><p>redor de 74.000 kg/ha/ano. Assim, apesar da enorme importância econômica para o</p><p>Brasil, a pecuária é tida como atividade de baixa rentabilidade. Como pode ser atrativa</p><p>uma atividade comercial que gera receita bruta média de R$ 470/ha/ano (pecuária de</p><p>corte) em comparação a receita bruta de R$ 1.800/ha/ano (milho para grãos) ou R$</p><p>4.070/ha/ano (cana-de-açúcar)?</p><p>Com base neste cenário e sabendo que a pecuária de corte apresenta potencial técnico</p><p>para produtividade próxima a 1.000 kg de carne por ha/ano, o objetivo deste material é</p><p>9</p><p>discutir pontos importantes para produção intensiva e econômica de gado de corte, para</p><p>que possa competir em termos de rentabilidade com outras atividades agropecuárias.</p><p>objetivos</p><p>» Apresentar uma visão geral sobre as raças de bovinos de corte mais</p><p>utilizadas e suas principais características.</p><p>» Demonstrar os tipos de cruzamentos existentes no mercado.</p><p>» Conhecer as exigências nutricionais de bovinos de corte.</p><p>» Demonstrar o manejo adequado de bovinos de corte em todas as fases da</p><p>criação.</p><p>» Apresentar exemplos de suplementação estratégica para as estações de</p><p>seca e chuvas.</p><p>» Conceituar o passo a passo da fase de cria para produção de bezerros.</p><p>» Abordar a suplementação de bovinos de corte em pastagem.</p><p>» Abordar o confinamento de bovinos de corte no Brasil.</p><p>» Apresentar tipos e utilização de concentrados na dieta.</p><p>» Demonstrar o manejo e utilização de forragens na dieta.</p><p>» Apresentar o uso de aditivos na alimentação de bovinos e seus principais</p><p>efeitos.</p><p>» Avaliar os efeitos da nutrição aplicada à reprodução de machos e fêmeas.</p><p>» Apresentar a importância da redução da idade ao primeiro parto para a</p><p>bovinocultura de corte.</p><p>11</p><p>unidAdE i</p><p>PrinCiPAiS rAçAS E</p><p>CruzAMEntoS EM</p><p>BoVinoCulturA dE</p><p>CortE</p><p>O Brasil está entre os países que mais introduziu e testou raças bovinas. Porém, como era</p><p>de se esperar, muitas raças não chegaram a prosperar comercialmente e desapareceram</p><p>rapidamente do mercado. Com relação ao aproveitamento das raças de corte, pode-se</p><p>afirmar que tanto na região central como sudeste do Brasil predominaram as raças</p><p>zebuínas e no sul, dominaram as taurinas. De modo geral, o grosso da exploração</p><p>ocorre por meio do emprego de mestiços que se originam de cruzamentos quase sempre</p><p>desordenados ou mal planejados e orientados.</p><p>CAPítulo 1</p><p>raças e suas características</p><p>adaptativas</p><p>Hereford</p><p>origem</p><p>A raça é originária do condado de Hereford, na Inglaterra. Possui pelagem vermelha com</p><p>a cara, o bordo superior do pescoço, o peito, o ventre, as extremidades dos membros e a</p><p>ponta da cauda branca. Seu melhoramento genético foi voltado para a precocidade e para</p><p>a produção de carne de alta qualidade. Mais adaptado ao clima frio, é encontrado nos</p><p>Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Argentina, Uruguai e sul do Brasil.</p><p>Características</p><p>Sua aptidão para produção de carne e sua rápida adaptação a pastos mais grosseiros</p><p>são as principais características que fazem a raça Hereford umas das mais utilizadas</p><p>12</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>na bovinocultura de corte mundial. O Hereford não é a raça com maior precocidade,</p><p>mas leva vantagem na qualidade da carne, rusticidade e reprodução. O peso vivo adulto</p><p>das fêmeas pode chegar aos 800 kg e dos machos entre 900 e 1.100 kg. Sua carcaça</p><p>se distingue pela gordura entremeada bem distribuída, dando aos cortes um aspecto</p><p>marmorizado. O rendimento de carcaça é alto.</p><p>O primeiro animal Hereford chegou ao Brasil em 1906 e hoje está presente em</p><p>aproximadamente 65% do rebanho sul-rio-grandense. No Brasil, cria-se desde o Rio</p><p>Grande do Sul até a Bahia, sendo uma das raças de corte europeias que melhor suportam</p><p>o clima tropical. A cara branca é um caráter dominante e se transmite aos produtos</p><p>oriundos de cruzamento, independente de qual seja a raça utilizada. O cruzamento com</p><p>o zebu resulta em mestiços com boa conformação e precocidade. As vacas procriam</p><p>com regularidade, quando adequadamente nutridas, e sua produção leiteira é suficiente</p><p>apenas para alimentar o bezerro.</p><p>Aberdeen Angus</p><p>origem</p><p>Originados na região de Angus, no condado de Aberdeen na Escócia, daí o nome</p><p>Aberdeen Angus. Foi reconhecida oficialmente em 1835. Possui pelagem preta ou</p><p>vermelha, mocha, muito utilizada em cruzamentos industriais e na formação de novas</p><p>raças destinadas a produção de carne. Com o crescimento da população de animais de</p><p>pelagem vermelha, criadores norte americanos criaram a raça Red Angus, em 1954.</p><p>Características</p><p>A raça Aberdeen Angus é de porte grande, com contornos arredondados, sem excesso</p><p>de peito e pele, e com boa cobertura muscular. As fêmeas apresentam cabeça alongada</p><p>com orelhas grandes e pescoço fino, com peso adulto variando entre 600 a 700 kg, e os</p><p>touros, possuem cabeça e pescoço medianos e musculosos, podendo atingir um peso</p><p>vivo de 800 a 900 kg.</p><p>Os bezerros nascem pequenos, em comparação com os de outras raças europeias, mas</p><p>crescem rapidamente. Os machos nascem, aproximadamente, com 30 kg e as fêmeas</p><p>com 28 kg. Sua carne apresenta alto marmoreio (gordura intramuscular) e rendimento</p><p>de carcaça elevado, geralmente superior a 55%. Devido à qualidade da carne, a eficiência</p><p>na conversão de alimentos, ao elevado rendimento de carcaça e por ser mocho, a raça</p><p>Angus é muito apreciada para cruzamentos com raças zebuínas. No Brasil, o cruzamento</p><p>13</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>industrial com o Nelore tem sido largamente utilizado e incentivado pela indústria da</p><p>carne, devido aos bons resultados obtidos na qualidade do produto final.</p><p>Charolês</p><p>origem</p><p>Gado originado na França, seu nome foi uma homenagem a antiga província francesa</p><p>de Charolles e é encontrado espalhado por todo o país. Sua extraordinária produção de</p><p>carne fez com que esse gado se espalhasse por todo o mundo apesar de ter sido, em sua</p><p>origem, um gado de tripla aptidão (carne, trabalho e leite). No Brasil, o Charolês tem</p><p>sido fortemente utilizado, principalmente para a formação da raça Canchim, por meio</p><p>de cruzamento industrial com gado zebu.</p><p>Características</p><p>Possui pelagem branca ou creme com mucosa rósea, cabeça e pescoço curtos e musculosos.</p><p>O Charolês é recomendado para a produção de mestiços destinados ao corte, oferecendo</p><p>alta capacidade produtiva e bom temperamento comportamental. O produto final é de</p><p>alta qualidade, com pouca gordura subcutânea e elevado marmoreio. O rendimento de</p><p>carcaça varia de 58 a 62%, em regime extensivo ou semiextensivo, mas podendo chegar</p><p>a 70% quando confinado. É excelente ganhador de peso em confinamento. Seu peso na</p><p>idade adulta pode chegar a 900 kg nas vacas e 1.100 kg nos machos.</p><p>Devon</p><p>origem</p><p>Originado no Reino Unido, mais precisamente no sudoeste da Inglaterra, este gado</p><p>é considerado de tripla aptidão, ou seja, carne, leite e trabalho. Porém, nos demais</p><p>países onde foi introduzido, é um animal essencialmente produtor de carne. Além da</p><p>Inglaterra, o Devon é criado na América do Norte, Rodésia, Colônia do Cabo, Argentina,</p><p>Nova Zelândia, Uruguai e Brasil.</p><p>Características</p><p>Possui pelagem vermelho escuro com pele amarelada. Apresenta porte médio e com</p><p>chifres grossos e retos. A conformação é a de um animal aperfeiçoado para produção</p><p>14</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>de carne, muito apto à engorda, com um rendimento de carcaça bastante elevado, que</p><p>pode chegar a 70%. Sua carne é de primeira qualidade, com alto marmoreio e fibra fina.</p><p>O peso vivo adulto</p><p>o impacto que a suplementação</p><p>terá no desempenho animal. A composição da dieta faz com que os microrganismos</p><p>ruminais alterem o seu padrão de fermentação, seguido pelo ajuste das espécies</p><p>microbianas às novas situações. Neste contexto, a suplementação dos animais, por</p><p>meio da inclusão de concentrados na dieta, pode afetar a digestibilidade da fibra</p><p>(NAGARAJA; TITGEMEYER, 2007).</p><p>A suplementação energética dos animais em pastejo, dependendo do nível de</p><p>suplementação adotado, implica em efeitos negativos sobre a digestibilidade da</p><p>fibra e redução no consumo do volumoso (PAULINO et al., 2006). A redução da</p><p>digestibilidade ruminal da fibra em função do aumento de CNF na dieta pode ser</p><p>atribuído à queda de pH ruminal, reduzindo a atividade das bactérias fibrolíticas</p><p>(NAGARAJA; TITGEMEYER, 2007).</p><p>Entretanto, em pastagens tropicais, a variação do pH ruminal devido à suplementação</p><p>da dieta parece ser relativamente pequena, reflexo da alta efetividade da fibra que, por</p><p>meio da ruminação e tamponamento ruminal pela saliva, asseguram a manutenção</p><p>das condições ruminais, não interferindo no adequado crescimento das bactérias que</p><p>utilizam carboidratos fibrosos (MERTENS, 1997; COSTA et al., 2015).</p><p>Em outras palavras, a disponibilidade de carboidratos solúveis pode comprometer a</p><p>digestão da fibra sem afetar o pH ruminal. Dessa forma, outra justificativa para queda</p><p>na digestibilidade da fibra em animais em pastejo sendo suplementados seria em</p><p>relação ao efeito concentrado ou carboidrato, que consiste na competição por nutrientes</p><p>existentes entre microrganismos fibrolíticos e aqueles que degradam os CNF no rúmen</p><p>(Arroquy et al., 2005).</p><p>80</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>Além disso, alguns fatores podem reduzir a aderência dos microrganismos fibrolíticos ao</p><p>substrato, como a presença de inibidores de fixação, como o amido solúvel, resultando</p><p>na inibição da digestão da celulose (OWENS; GOETSCH, 1993). Mertens e Loften</p><p>(1980) concluíram que a redução na degradação da FDN do feno de Cynodondactylon</p><p>foi diretamente proporcional à adição de amido, a qual implicou em maior tempo para</p><p>a colonização das partículas do alimento pelos microrganismos ruminais. Costa et al.</p><p>(2009), em experimento in vitro, concluíram que a inclusão de amido ou pectina em</p><p>forragem de alta qualidade afetaram negativamente a digestibilidade da FDN.</p><p>Silva et al. (2007) reportaram redução da digestibilidaderuminal da FDN (77,77 vs.</p><p>71,20%) ao suplementar com 4,3% de amido na dieta de bovinos consumindo feno de</p><p>Tifton. Por outro lado, Franco et al. (2002) não constataram diferenças no pH ruminal</p><p>(6,79 vs. 6,65) e na degradabilidade da FDN (54,46 vs. 54,34 %) de bovinos pastejando</p><p>Brachiaria brizantha cv. Marandu (10,3 % de PB; 69,5 % de FDN e 34,5 % de FDA),</p><p>suplementados com 1,0 kg/animal/dia de grãos de milho.</p><p>Dórea (2010), ao suplementar diferentes níveis de suplementação energética (0; 0,3%;</p><p>0,6% e 0,9%PC de milho moído) para novilho Nelore pastejando capim Marandú na</p><p>época das águas, constataram que a suplementação melhorou a degradação da fração</p><p>fibrosa, aumentando a fração potencialmente degradável da FDN (P<0,05) e reduzindo</p><p>a fração indigestível da FDN, sem efeito sobre o lag time (tempo de colonização, P>0,05),</p><p>demonstrando que não houve prejuízos na degradação da fibra com diferentes níveis</p><p>de suplementação energética. O mesmo autor realizou uma meta-análise com dados</p><p>compilados da literatura, com um total de 12 estudos entre os anos de 1990 e 2010,</p><p>nos quais foram avaliadas a digestibilidade da FDN no trato digestivo total de bovinos</p><p>recebendo suplementação energética, proteica e proteico-energética, e observaram que</p><p>em apenas um trabalho houve efeito da suplementação reduzindo a digestibilidade da</p><p>fibra, ao passo que nos demais não houve este efeito negativo. Resultados semelhantes</p><p>foram obtidos por Rocha (2010), que observou aumento da digestibilidade da FDN</p><p>(50,36 vs. 43,16%) ao suplementar novilhos de corte pastejando capim-mombaça com</p><p>suplemento energético.</p><p>A extensão da digestão microbiana da forragem que é reduzida pela inclusão de</p><p>suplementos na dieta varia muito entre forragens de diferentes composições.</p><p>Concomitantemente, a atividade dos microrganismos celulolíticos é dependente</p><p>da concentração de amônia no rúmen, e assim o fornecimento adicional de N para</p><p>animais consumindo forragens tropicais de baixa qualidade favorece o crescimento das</p><p>bactérias fibrolíticas, aumenta a taxa de digestão e a síntese de proteína microbiana e,</p><p>consequentemente, aumenta o consumo voluntário (DETMANN et al., 2008). Zorzi</p><p>(2008), em estudo in vitro, obteve efeitos positivos sobre a digestibilidade da FDN com</p><p>a inclusão de NNP.</p><p>81</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>Vieira (2011) observou que o fornecimento de suplemento proteico-energético (0,3% do</p><p>PC/dia) para novilhas Nelore, pastejando capim-marandu, aumentou a digestibilidade da</p><p>MS (50,4 vs. 53,8%, P<0,05) e MO (54,51 vs. 57,96%, P<0,05), sem afetar a digestibilidade</p><p>da fibra (FDN), que não variou com o incremento do suplemento energético-proteico</p><p>no sistema. Silva et al. (2009) também reporta aumento significativo na digestibilidade</p><p>da FDN (49,9 e 54,3%) com o fornecimento de suplementos nitrogenados para vacas</p><p>leiteiras sob pastejo em capim-elefante (Pennisetum purpureum).</p><p>Stokes et al. (1988) observaram que a suplementação com PDR aumentou a</p><p>digestibilidade da FDN, ao fornecer farelo de soja (0,12 ou 0,24% do PV) para vacas</p><p>de corte alimentadas com feno. Entretanto, Souza et al. (2014) não observaram efeito</p><p>sobre o coeficiente de digestibilidade da MS, MO, PB EE e FDN em novilhos Nelore,</p><p>pastejando Brachiaria brizantha cv. Marandu recebendo suplemento proteico no</p><p>período das águas. Dessa forma, a suplementação energética e/ou proteica pode suprir</p><p>as necessidades em energia e proteína dos microrganismos, proporcionando condições</p><p>favoráveis ao ambiente ruminal, maximizando o crescimento microbiano e a utilização</p><p>dos compostos fibrosos da forragem (COSTA et al., 2015).</p><p>Efeito da suplementação na composição do</p><p>pasto</p><p>Conhecidas as exigências dos animais, o primeiro ponto a ser avaliado para suplementar</p><p>bovinos em pastejo é a qualidade da forragem. Características que permitam descrever</p><p>a estrutura do pasto são relevantes na avaliação de pastagens porque influênciam o</p><p>comportamento ingestivo, a digestibilidade e o desempenho dos animais permitem</p><p>avaliar a qualidade da forragem (SCHIO et al., 2011).</p><p>O período das águas apresenta condições climáticas favoráveis ao crescimento das</p><p>forrageiras tropicais. Associado a isso e ao manejo correto da desfolha, altos níveis de</p><p>fertilidade (principalmente nitrogênio) podem possibilitar a produção de forrageiras</p><p>com alta degrabilidade proteica que podem gerar altos níveis de compostos nitrogenados</p><p>amoniacais no rúmen, o que sugere o fornecimento de suplementos energéticos de alta</p><p>e média degrabilidade para aumentar a produção de proteína microbiana (BARBOSA</p><p>et al., 2011).</p><p>Pode-se considerar que outras forrageiras tropicais apresentam comportamento</p><p>semelhante, sendo fundamental identificá-las para o balanceamento da dieta dos animais</p><p>em pastejo. De acordo com Johnson et al. (2001) gramíneas tropicais, manejadas</p><p>intensivamente com doses elevadas de nitrogênio (200 a 500 kg/N/ha), durante o período</p><p>das águas, possuem cerca de 40 a 50% de conteúdo de compostos nitrogenados na forma</p><p>82</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>solúvel, contendo mais de 210 g de PB por kg de MOD, nessas condições, ocorre aumento</p><p>considerável na degradabilidade ruminal da proteína da forragem (SANTOS et al., 2005).</p><p>Por exemplo, no trabalho de Ramalho (2006), teores médios de PB de 17,4% na MS e</p><p>digestibilidade da MO de 59,4% resultam em 325 g de PB por kg de MOD, valor que,</p><p>segundo Poppi e McLennan (1995) acarreta em baixo aproveitamento da PB da forragem</p><p>no processo de degradação ruminal e síntese</p><p>de PB microbiana.</p><p>É importante considerar que no NRC (1996) foi adotado a eficiência de 130 g de</p><p>proteína microbiana sintetizada por kg de NDT ingerido. Mesmo quando dados de</p><p>pastos tropicais com alto valor energético, ao redor de 65% de NDT e 11% de PB, com</p><p>81% de PB degradável no rúmen, há excesso de 35,8 g de PDR para bovino macho em</p><p>recria, com 300 kg de peso vivo. Nesta situação, o balanço de proteína metabolizável</p><p>também é positivo, todavia o ganho de peso do animal é limitado pela falta de energia.</p><p>A fração proteica da forragem também assume grande importância quando se pretende</p><p>corrigir as deficiências da mesma, com vistas a aperfeiçoar o desempenho animal. Em</p><p>termos nutricionais, de maneira simplista a fração proteica da forragem pode ser dividida</p><p>em duas: uma considerada disponível, ou seja, degradável e outra de baixa degradação</p><p>ruminal. A fração C, não disponível pode ser estimada por meio da determinação</p><p>do conteúdo de nitrogênio retido no resíduo insolúvel em detergente ácido. A fração</p><p>disponível compreende a proteína metabolizável da forragem e aquela sintetizada pelos</p><p>microrganismos do rúmen (REDFEARN; JENKINS, 2000). A proteína metabolizável da</p><p>forragem compreende a fração de N solúvel (A, B1 e B2) e o N retido na fibra detergente</p><p>neutro potencialmente degradável, ou seja, a fração B3 (RUSSELL et al., 1992).</p><p>Nesse contexto, as principais limitações para o crescimento microbiano ruminal residem</p><p>no fato de a forragem disponível ao pastejo permitir baixa assimilação do nitrogênio</p><p>disponível em proteína microbiana no rúmen, em função da alta degradabilidade dos</p><p>compostos nitrogenados ou menor velocidade de degradação dos carboidratos fibrosos</p><p>da forragem (DETMANN et al., 2005). Nessas situações, o fornecimento de fontes</p><p>energéticas de rápida disponibilidade no rúmen melhoraria a assimilação microbiana</p><p>do nitrogênio e poderia acarretar no aumento do desempenho animal (POPPI;</p><p>MCLENNAN, 1995; DETMANN et al., 2005).</p><p>Várias questões ainda não foram totalmente compreendidas devido ao fato de não</p><p>possuírem entendimento completo dos fatores que interagem, tais como, teor de</p><p>proteína no suplemento, exigências de N pelos micro-organismos ruminais, forma física</p><p>do suplemento e características de nutrientes a ser utilizado, amido ou fibra altamente</p><p>digestível e os efeitos sobre a utilização dos componentes fibrosos da forragem.</p><p>83</p><p>CAPítulo 2</p><p>recria de machos e fêmeas para</p><p>reposição</p><p>recria de novilhas para reposição</p><p>A recria de novilhas para a reposição do plantel é a classe animal mais marginalizada na</p><p>produção pecuária, pois tem um retorno econômico mais tardio e por isso as melhores</p><p>pastagens são destinadas aos animais de retorno econômico mais imediato, como vacas</p><p>adultas com cria ao pé ou, principalmente, machos de engorda. Entretanto, essa fase da</p><p>vida da fêmea é de extrema importância, pois elas são o futuro da fazenda, formando a</p><p>base da produção de carne, sendo responsáveis pelos índices reprodutivos e produtivos</p><p>do rebanho de cria. Portanto, a seleção e o preparo de novilhas para a reposição são</p><p>alguns dos itens mais importantes do manejo reprodutivo (VALLE et al., 1998).</p><p>O objetivo para fêmeas de reposição é fazê-las terem um rápido desenvolvimento em</p><p>peso para chegarem à puberdade o quanto antes. Deve ser frisado que fêmeas jovens</p><p>somente começam a dar retorno econômico à propriedade quando parem pela primeira</p><p>vez. Assim, em decorrência do peso adulto, é determinado um peso alvo, referente a</p><p>55-60% e 65% do peso adulto para animais Bos taurus e Bos indicus (NRC, 1996),</p><p>respectivamente. O peso adulto é determinado quando o animal obtém 25% de gordura</p><p>corporal (CSIRO, 1990) ou o peso quando a deposição de proteína atinge o máximo</p><p>(FOX; Black, 1984).</p><p>Portanto, a nutrição das futuras matrizes deve-se basear nas taxas de ganho de</p><p>peso necessário para que as novilhas alcancem o peso adequado antes do início do</p><p>acasalamento. Evidente que o peso a desmama é muito importante nesse processo, bem</p><p>como a velocidade ótima de desenvolvimento, a qual deve ser encontrada tendo em vista</p><p>os preços dos alimentos e do próprio produto, nesse caso, o bezerro. Uma estratégia</p><p>interessante é separar os animais mais leves para fornecer alguma suplementação</p><p>diferenciada, com mais energia, visando aumentar o ganho de peso diário para alcançar</p><p>o restante do lote.</p><p>A fazenda de cria, normalmente, segura as novilhas para fazer a reposição das fêmeas</p><p>do rebanho e, por isso, é de extrema importância planejar e executar programas de</p><p>manejo alimentar e seleção genética que aumentem a eficiência do rebanho ao longo das</p><p>gerações, e a redução da idade de entrada na puberdade se apresenta com uma forma</p><p>eficiente de aumentar a produtividade. A redução da idade ao primeiro acasalamento</p><p>84</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>para menos de dois anos resulta em impactos econômicos mais significativos que a</p><p>redução da idade de abate de novilhos dos quatro para os dois anos de idade (PEREIRA</p><p>NETO et al., 1999). No entanto, é importante fazer o planejamento nutricional</p><p>corretamente, para permitir um crescimento ósseo e muscular antes da deposição</p><p>excessiva de gordura no corpo desse animal, para não comprometer o crescimento e</p><p>desenvolvimento fisiológico dessa futura matriz.</p><p>Por outro lado, a negligência no manejo alimentar pode comprometer a entrada</p><p>das novilhas na reprodução, ciclando mais tarde. O que ocorre, principalmente, em</p><p>períodos de seca, onde a escassez de pasto (alimento barato) inviabiliza a alimentação</p><p>correta, porém, quando objetiva-se atingir uma alta eficiência produtiva, devem-se</p><p>escolher técnicas regionais de alimentação, de baixo custo, para a suplementação do</p><p>rebanho nos períodos de menor disponibilidade de alimentos, como por exemplo, o uso</p><p>de subprodutos na dieta.</p><p>Segundo Oliveira (2006), o descaso no manejo das plantas forrageiras associados ao</p><p>desleixo no manejo dos animais, nos sistemas extrativistas, torna-se grande barreira</p><p>na adoção da qualidade total na pecuária de corte. Então, como alcançar elevados</p><p>índices de produtividade se nem as pastagens sabe-se manejar? Como diminuir a idade</p><p>a cobertura quando não existe um programa adequado de alimentação e sanidade do</p><p>rebanho durante o ano todo? Então, a filosofia de produção de baixíssimos custos deve</p><p>ser repensada, pois baixo custo na maioria das vezes pode refletir baixa produtividade</p><p>animal. Talvez a saída seja a produção em “grande” escala, ou seja, tentar produzir ao</p><p>máximo por cada unidade de investimento tendo como alicerce uma visão empresarial.</p><p>Desta forma, para que esses objetivos sejam alcançados é necessário que o produtor</p><p>observe os seguintes pontos abaixo, recomendados por Valle (1998).</p><p>a. Propiciar condições nutricionais e sanitárias adequadas para a redução</p><p>da idade à puberdade.</p><p>b. Colocar em monta uma quantidade superior de novilhas necessárias para</p><p>a reposição das vacas descartadas. Cerca de 25% a mais.</p><p>c. Iniciar e terminar a estação de monta (quando em sistema sem</p><p>suplementação adequada no inverno), pelo menos um mês antes da</p><p>estação de monta das vacas.</p><p>d. Selecionar para a reposição aquelas que conceberem no início da estação</p><p>de monta.</p><p>85</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>e. Efetuar o diagnóstico de gestação de 45 a 60 dias após o final da monta,</p><p>para descartar as vazias.</p><p>f. Proporcionar condições nutricionais adequadas para que as novilhas</p><p>apresentem condições corporais de moderada a boa ao parto. A restrição</p><p>alimentar durante o último trimestre de gestação é prejudicial ao</p><p>desenvolvimento das novilhas e do feto e reduz o peso do bezerro ao</p><p>nascimento e os índices de concepção após o parto.</p><p>A recria é um período de ganhos muito eficientes, uma vez que as exigências de</p><p>mantença são baixas e a composição do ganho é constituída principalmente de proteína</p><p>e água. A recria de novilhas para a reposição do plantel é, nas condições do Brasil</p><p>pecuário, realizada com baixíssimos</p><p>custos, apesar de estar baseada em desempenhos</p><p>médios e baixos. Entretanto, a produtividade e o nível de desempenho da recria pode</p><p>ser fortemente incrementados com o uso de suplementação a pasto, o uso de aditivos,</p><p>melhoria da genética e, principalmente, a melhoria do manejo do pasto.</p><p>recria de machos para reposição</p><p>Além de promover melhora no desempenho animal e elevar a taxa de lotação dos pastos,</p><p>a suplementação com concentrados para animais mantidos a pasto pode constituir-se</p><p>em ferramenta auxiliar para melhorar a qualidade da carcaça obtida, influenciando a</p><p>deposição de gordura e músculo. Em outras palavras, a suplementação pode alterar a</p><p>composição do ganho de animais mantidos a pasto (POPPI, MCLENNAN, 1995).</p><p>Vários fatores podem afetar a composição corporal, como peso do animal, taxa de</p><p>ganho, tipo racial, sexo, características da dieta, dentre outros (FOX; BLACK, 1984).</p><p>Por meio da suplementação, se torna possível obter melhor acabamento de carcaças</p><p>com animais mais jovens, pelo fato de propiciar uma complementação energética e</p><p>proteica das pastagens, explorando o potencial de ganho de peso dos animais.</p><p>Marcondes et al. (2001) avaliaram a suplementação nas águas de diferentes fontes</p><p>proteicas e energéticas para novilhos Guzerá, mantidos a pasto formado por B.</p><p>decumbens e observaram o maior ganho de peso diário para os animais recebendo</p><p>fonte de PNDR em relação ao grupo recebendo apenas sal mineral (0,787 vs 0,500 kg/</p><p>dia, P<0,05). Resultados semelhantes foram relatados por Andrade e Alcalde (1995),</p><p>que observaram acréscimo de cerca de 300g no ganho de peso em animais recebendo</p><p>suplemento proteico com fonte de proteína menos degradável no rúmen, sugerindo a</p><p>utilização estratégica das fontes de proteína, usando-se fontes menos degradáveis no</p><p>período das águas e de fontes degradáveis no período das secas.</p><p>86</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>O ganho de massa corporal é uma das variáveis mais utilizadas para se avaliar o</p><p>crescimento e, consequentemente, o desempenho animal. Neste contexto, o aumento</p><p>no ganho de peso (GP) consiste em reflexo do desenvolvimento muscular e pode ser</p><p>estimado por meio da observação da área da seção transversal do músculo Longissimus</p><p>dorsi, entre as 12ª e 13ª costelas, denominado de área de olho de lombo (AOL). A</p><p>espessura de gordura subcutânea (EGS), também avaliada na secção transversal do</p><p>músculo Longissimus dorsi, indica o grau de acabamento da carcaça e proporciona</p><p>indícios de carne de qualidade. A área de olho-de-lombo é altamente correlacionada ao</p><p>total de músculos na carcaça e, quando utilizada em conjunto com outros parâmetros,</p><p>auxilia na avaliação do rendimento em cortes desossados da carcaça (Costa et al., 2002).</p><p>Ao avaliar o efeito da suplementação proteico energético sobre o desempenho de</p><p>novilhos de corte mestiços mantidos em pastagem de capim-marandu no período das</p><p>águas, Moretti et al. (2011) observaram que a utilização de suplemento concentrado</p><p>promoveu maior AOL e profundidade do músculo Gluteusmedius em relação aos</p><p>animais que recebiam apenas sal mineral (62,77 vs. 54,94 cm², P<0,01; 7,15 vs. 6,75 cm,</p><p>P = 0,03, respectivamente). Concomitantemente, o grupo suplementado apresentou</p><p>maior GP em relação ao grupo controle (0,700 vs. 0,587 kg/dia, P = 0,05), podendo</p><p>inferir que o aumento no GP é resultado da maior deposição muscular. Por outro lado, a</p><p>suplementação não afetou a EGC (P = 0,58), apesar da crescente deposição de gordura</p><p>ao longo do período experimental, aumentando de 2,22 no início para 3,97mm antes do</p><p>abate (P<0,01), pelo fato do animal depositar gordura de forma mais intensa nesta fase.</p><p>Vaz et al. (2013), em estudo com novilhos da raça Bradford mantidos à pasto, no</p><p>período das águas, recebendo ou não suplementação energética-proteica (casca de</p><p>soja, 7g/kg), observaram aumento do ECC dos animais quando suplementados, em</p><p>que o desenvolvimento muscular e deposição de gordura foram influenciadas pela</p><p>suplementação (P<0,05), resultando em aumento da AOL (cm²) e EGC (mm) do</p><p>músculo Longissimus dorsi em 12,07 e 42,79%, respectivamente, em relação aos animais</p><p>que não receberam suplementação. Simultaneamente, o desenvolvimento muscular</p><p>foi consistente com o aumento do GP, em que os animais suplementados no verão</p><p>ganharam 60,5% a mais de GP, resultando em maior peso corporal em comparação aos</p><p>animais que não receberam suplementação durante o período experimental (352,5 vs.</p><p>322,5 kg, P<0,05).</p><p>A densidade energética da dieta pode direcionar o uso da energia para síntese de</p><p>proteína ou de gordura, modificando a composição do crescimento (ROBELIN; GEAY,</p><p>1984). Dessa forma, o fornecimento de alta energia via suplemento, associado à boa</p><p>qualidade de pastejo, determina a maior deposição e gordura (VAZ et al.,2013).</p><p>87</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>Valle (2011) obteve resultados semelhantes ao suplementar novilhos Brangus X Zebu,</p><p>pastejando capim-mombaça (Panicum maximum cv. Mombaça), em que os animais</p><p>recebendo a suplementação proteico-energética (0,6% do PV de concentrado) tiveram</p><p>maior EGS e AOL quando comparado ao grupo não suplementado (2,14 vs. 0,27</p><p>mm, P<0,01; e 43,79 vs. 34,88 cm², P<0,01, respectivamente). A maior AOL está em</p><p>concordância com maior ganho de peso (0,536 vs. 0,178 kg/d, P<0,05) e maior peso</p><p>de carcaça (160,56 vs. 119,38 kg, P<0,01) observado para os animais que receberam o</p><p>suplemento.</p><p>Entretanto, Pereira Júnior et al. (2016), ao avaliar o desempenho de bovinos de corte em</p><p>pasto recebendo suplementação com diferentes fontes proteicas, observaram aumento</p><p>do GP para os animais que receberam suplementação em comparação ao grupo que</p><p>recebeu apenas sal mineral (1,06 vs. 0,95 kg/d, P<0,05), porém, sem diferenças entre</p><p>estes dois grupos para taxa de acúmulo de gordura no músculo Longissimus dorsi na</p><p>região da garupa.</p><p>Correia (2006) observou ganhos de peso linear crescente de 595, 673, 810 e 968 g/</p><p>dia em animais cruzados recriados em pastagens de capim-marandu com 12,5% PB</p><p>suplementados com concentrado energético em 0, 3, 6 e 9 g/kg do peso vivo por dia,</p><p>respectivamente. Constatou-se ainda o aumento da taxa de lotação e da produção de</p><p>arrobas por hectare.</p><p>Costa (2007) realizou uma compilação de dados publicados na literatura sobre</p><p>suplementação energética para bovinos mantidos em pastagens no período das águas e</p><p>encontrou que os animais suplementados tiveram GPD (ganho de peso diário) de 920 g</p><p>por dia, enquanto que os não suplementados tiveram desempenho de 722 g por dia com</p><p>doses entre 0,2 a 0,6% do PV.</p><p>Nos resultados de uma revisão descritos por Dórea (2011), a taxa de lotação média nas</p><p>águas foi de 3,84 UA/ha e o GMD nas águas dos animais suplementados foi de 840</p><p>g por dia contra 801 g por dia no tratamento não suplementado. O ganho elevado foi</p><p>explicado pelo bom valor nutricional e oferta de forragem adequada.</p><p>De acordo com Poppi e McLennan (2007), pode ser verificada variação da composição</p><p>dos pastos, influenciando o desempenho de animais nas diferentes épocas do ano, cujo</p><p>mesmo tipo de suplemento, farelo proteico, fornecido na mesma quantidade, ou seja,</p><p>em igual porcentagem de peso corporal, por exemplo, 5 g/kg PC, proporcionou taxas de</p><p>ganho de peso variando de 500 g na seca, 1.200 g nas águas e 800 g na transição águas/</p><p>seca, enfatizando a necessidade de estudar estratégias diferentes de suplementação</p><p>com base em época do ano e taxa de ganho desejado.</p><p>88</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>Nascimento et al. (2010) estudaram diferentes fontes de energia em suplementos</p><p>proteicos e energéticos comparados ao fornecimento exclusivo de suplemento mineral</p><p>para bovinos mestiços Holandês x Zebu na época do verão (dezembro a março)</p><p>em pastagem de Brachiaria decumbens, com 9,5% PB e observaram ganho médio</p><p>diário maior (596,5 g/dia) nos animais que consumiram 3 g/kg de PC de suplemento</p><p>proteico e energético quando comparados aos que receberam somente</p><p>suplemento</p><p>mineral (448 g/dia).</p><p>Estudando diferentes fontes de proteína em suplementos proteicos (2 g/kg PC)</p><p>comparados com suplemento mineral fornecido a tourinhos mestiços com 229 kg e 12</p><p>meses de idade durante a época das águas em pastagens de Brachiaria brizantha, cv.</p><p>Marandu com 9% PB, Porto et al. (2009) observaram ganho médio diário maior (1,1 kg/</p><p>dia) nos animais que consumiram suplemento e menor quando consumiram somente</p><p>suplemento mineral (887 g/dia), e mesmo não sendo significativamente diferente</p><p>foi ressaltado pelos autores que essa diferença em desempenho seria suficiente para</p><p>reduzir o tempo de terminação.</p><p>Em revisão feita por Santos et al. (2007) três estudos com suplementação, na época das</p><p>águas, com diferentes doses e fontes suplementares, apontaram que suplementação na</p><p>dose de 6 g/kg do PC tanto proteica, como energética, como proteico/energética (com</p><p>forragem disponível apresentando mais de 11% de PB) melhora o ganho de peso, taxa</p><p>de lotação e produção de carne por área.</p><p>Dessa forma, os animais frequentemente respondem à suplementação na estação das</p><p>águas, um período em que a qualidade da pastagem, em termos de digestibilidade e</p><p>conteúdo de proteína, é alta, proporcionando ganhos adicionais de peso corporal, sendo</p><p>que as estratégias de suplementação alteram de forma contundente a composição do</p><p>ganho dos animais (CARVALHO et al., 2003; RESENDE; SIQUEIRA, 2011).</p><p>Resultados interessantes com suplementação energética no verão também foram</p><p>obtidos por Santos et al., (2016), em um estudo realizado no Laboratório de Pesquisa em</p><p>Gado de Corte da FMVZ – USP, em Pirassununga, conduzido por 2 anos consecutivos</p><p>(verão 2014-2015 e 2015-2016). Neste estudo, quantificou-se o efeito da suplementação</p><p>energética em novilhos Nelore (NEL) e ½ sangue Angus x Nelore (ANG) sobre o ganho</p><p>de peso médio diário (kg/cab/dia) e a taxa de lotação (UA/há/dia) na fase de recria</p><p>em pastejo rotativo de Brachiaria brizantha cv. Marandu e Panicum maximum cv.</p><p>Mombaça. Durante os 180 dias da estação chuvosa (novembro a abril) de cada ano,</p><p>foram avaliados dois níveis de suplementação: 0% do PV (grupo controle: sal mineral</p><p>– SM) e 0,8% do PV (grupo suplemento energético – SE).</p><p>89</p><p>SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM │ UNIDADE IV</p><p>Houve efeito do tratamento (P<0.01) para o GMD de novilhos suplementados com</p><p>concentrado. O GMD foi superior nos grupos que receberam suplementação energética</p><p>em ambas as raças (Figura 1). Esses ganhos, na média foram de 0,73 kg/cab/dia versus</p><p>0,82 kg/cab/dia (P<0.01) para NEL e ANG, respectivamente. Houve um acréscimo de</p><p>400g/animal/dia para os grupos que receberam suplementação (0,58 kg/cab/dia do</p><p>grupo controle versus 0,98 kg/cab/dia do grupo SE, P<0.01). Os resultados mostraram</p><p>uma tendência (P=0.06) para efeito da raça. No entanto, não houve interação entre</p><p>espécies forrageiras, raças e tratamento (P>0.05).</p><p>Figura 6. Ganho médio diário de garrotes Nelore e Angus (F1 – Angus x Nelore) com suplementação energética</p><p>(SE) ou suplementação mineral (SM) em pastejo no verão.</p><p>Fonte: Santos et al. (2016).</p><p>A suplementação energética no período do verão aumentou o ganho de peso de novilhos</p><p>na fase de recria. Independentemente da espécie forrageira, animais F1 (ANG x NEL)</p><p>apresentaram desempenho superior, reflexo do impacto da heterose pelo cruzamento</p><p>com a raça Angus, cujas características são maior velocidade de ganho de peso, alto</p><p>rendimento, animal jovem e precoce.</p><p>No mesmo experimento (SANTOS et al., 2016), avaliaram os impactos da suplementação</p><p>sobre a taxa de lotação na recria de animais em pastejo no período das águas. Os</p><p>resultados estão apresentados na tabela 9.</p><p>A suplementação energética permitiu aumento da lotação animal entre os grupos SE</p><p>comparado ao SM (P<0,01), independentemente da espécie forrageira (Brachiaria ou</p><p>Mombaça). No entanto, não houve interação (P>0,01) entre suplementação, espécies</p><p>forrageiras e ano. Essa maior lotação pode estar atribuída ao efeito substitutivo da</p><p>forragem pela inclusão do SE, contudo mesmo com o aumento da lotação nesses grupos</p><p>90</p><p>UNIDADE IV │ SUPLEMENTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM PASTAGEM</p><p>o GMD foi maior para SE na maior lotação e independente do grupo genético (Figura</p><p>1), o que acarretou também em maiores ganhos por área. Quando comparamos SE com</p><p>grupo controle, isto representa um aumento médio de quase 34% na capacidade de</p><p>suporte dos pastos.</p><p>Tabela 9. Taxa de lotação de garrotes em pastejo rotativo no verão com suplementação energética ou</p><p>suplementação mineral.</p><p>Variável</p><p>Tratamentos1</p><p>EPM Valor-P</p><p>SM SE</p><p>Lotação UA/ha 7,25 9,70 0,23 < 0,01</p><p>1 SM = suplementação mineral; SE = suplementação energética.</p><p>Fonte: Santos et al. (2016).</p><p>Essas informações são muito importantes para a produção em gado de corte, pois todo</p><p>o planejamento forrageiro e estratégias de compra ou venda de animais das fazendas</p><p>dependem da adequação da capacidade de suporte dos pastos e da disponibilidade de</p><p>forragem no período do verão. Dessa forma, pela intensificação dos sistemas a pasto,</p><p>o melhor aproveitamento da abundante e mais barata oferta de alimento de maior</p><p>qualidade nesse período, torna-se fundamental para aumentarmos a produtividade da</p><p>pecuária de corte no país visto que precisamos aumentar a produção de carne bovina</p><p>para atender as demandas internas e externas.</p><p>A suplementação nas águas pode ser altamente viável em sistemas intensivos que</p><p>trabalham com altas taxas de lotação, com alta produção por área, mas com menor</p><p>ganho por animal. Nesses casos, a suplementação em níveis moderados pode dobrar a</p><p>produção de carne por área, em virtude do aumento significativo do GPD dos animais</p><p>e da taxa de lotação dos pastos (DÓREA, 2011). Além disso, a suplementação com</p><p>concentrado é uma ferramenta para aumentar a ingestão de nutrientes e reduzir gasto</p><p>com atividade de pastejo (SANTOS et al., 2014).</p><p>Essa prática pode favorecer a preparação dos animais para serem abatidos no final das</p><p>águas, assim como encurtar o período de confinamento dos animais na entressafra.</p><p>Portanto, a suplementação com concentrado durante o período de pastejo nas águas,</p><p>pode levar a redução no tempo de abate, reduzindo os gastos durante o confinamento e</p><p>aumentando a produtividade geral do sistema.</p><p>91</p><p>unidAdE V</p><p>ConfinAMEnto</p><p>dE BoVinoS dE</p><p>CortE</p><p>Apesar da grande maioria dos animais abatidos no Brasil serem criados, recriados</p><p>e terminados a pasto, o processo de profissionalização da pecuária nacional tem</p><p>estimulado o interesse pela terminação de animais em confinamento. O número de</p><p>animais terminados em confinamento no país vem crescendo a cada ano. O aumento</p><p>do interesse de pecuaristas e indústrias da carne pela terminação de animais em</p><p>confinamento decorre, principalmente, da necessidade em melhorar a eficiência</p><p>produtiva e a qualidade da carne produzida. Esse processo é fundamental para garantir</p><p>a competitividade do setor tanto no mercado nacional como no internacional.</p><p>O crescimento da atividade de confinamento no Brasil tem sido possível devido</p><p>ao crescimento expressivo da produção agrícola nacional, com um aumento na</p><p>disponibilidade de grãos de cereais e de coprodutos agroindustriais. A maior oferta</p><p>de alimentos concentrados, aliado à melhoria do potencial genético dos animais e</p><p>ao surgimento da tecnologia de confinamento, tem contribuído para aumentar a</p><p>competitividade brasileira na produção de gado destinado ao corte.</p><p>A lucratividade da atividade de confinamento é dependente do fator comercial e do fator</p><p>técnico. O fator comercial diz respeito ao preço de compra do boi magro, qualidade do</p><p>animal adquirido, preço pago pelos insumos e preço de venda do boi gordo. A principal</p><p>parcela do custo total do boi gordo é a compra do boi magro. Já o fator técnico diz respeito</p><p>ao desempenho do animal no confinamento, referente ao ganho de peso e conversão</p><p>alimentar. O processamento adequado dos alimentos e o balanço adequando das dietas</p><p>são fundamentais para que o animal utilize os</p><p>alimentos com eficiência produtiva. Para</p><p>isso, é imprescindível conhecer bem os alimentos com que se trabalha.</p><p>92</p><p>CAPítulo 1</p><p>Concentrado na dieta</p><p>Na última década houve grande expansão da atividade de engorda de bovinos em</p><p>confinamento, sendo que houve grande adoção da utilização de dietas com alto grão</p><p>(baixo nível de forragem) por parte dos pecuaristas. Porém, ainda há grande discussão</p><p>sobre qual sistema adotar: imitar os americanos que fazem uso das rações de alto</p><p>grão ou utilizar dietas com maior participação de volumosos? Nos Estados Unidos,</p><p>os nutricionistas utilizam em média somente 8,9% de volumosos na dieta de bovinos</p><p>em terminação (GALYEAN; GLEGHORN, 2001). A razão para tal é que o volumoso,</p><p>naquele país, é um dos ingredientes mais caros com base no nível energético e,</p><p>geralmente, é adicionado à dieta somente como prevenção de distúrbios digestivos</p><p>(GALYEAN; DEFOOR, 2003). Porém, isso nem sempre é verdade em nosso país. Como</p><p>os concentrados são relativamente mais caros aqui e os volumosos mais baratos, a</p><p>adoção de dietas de alto grão pelos pecuaristas precisa ser avaliada com cautela.</p><p>Uma análise da literatura nacional dos últimos 10 anos demonstra a existência de 15</p><p>estudos publicados na Revista Brasileira de Zootecnia avaliando a resposta ao aumento</p><p>da concentração de concentrados na dieta sobre o ganho de peso de animais em</p><p>terminação (tabela 10).</p><p>Tabela 10. Análise descritiva dos resultados de 15 estudos avaliando a resposta do ganho de peso de bovinos de</p><p>corte em confinamento ao aumento da proporção de concentrado na dieta.</p><p>Variável n Média Desvio Padrão Mínimo Máximo</p><p>Nível de Concentrado, % 38 48% 20% 5% 82%</p><p>GMD, kg/d 39 1.0 0.3 0.1 1.5</p><p>PV inicial, kg 41 305 81 177 439</p><p>PV médio, kg 31 362 83 184 486</p><p>CMS, kg/d 35 7.5 2.0 2.8 11.7</p><p>CMS, % do PV/d 29 2.0 0.3 1.4 2.5</p><p>FDN da dieta, %MS 32 40.9 10.7 24.8 62.9</p><p>NDT da dieta, % MS 33 68.3 4.6 60.0 76.5</p><p>PB da dieta, % MS 38 13.2 1.8 10.6 17.7</p><p>Fonte: Silva et al. (2011).</p><p>O nível ideal de grãos na dieta depende de diversos fatores econômicos como:</p><p>custos relativos do volumoso ou da forragem, custos fixos (incluindo depreciação</p><p>da infraestrutura e juros sobre o dinheiro emprestado), custo do boi magro e preços</p><p>93</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>relativos de venda da carne. Uma vez que o aumento da proporção de grãos na dieta</p><p>normalmente se traduz em aumento do consumo de energia, espera-se um maior ganho</p><p>de peso e redução no tempo total do confinamento.</p><p>Realizando uma meta-análise dos experimentos apresentados na Tabela 10, seguindo</p><p>o procedimento estatístico descrito por St-Pierre (2001) e Sauvant (2008), chegou-se</p><p>a conclusão de que o coeficiente de regressão médio, ajustado para efeitos dos estudos,</p><p>entre porcentagem de grãos na dieta e ganho de peso diário é de 4,4 g a mais de</p><p>ganho de peso para cada unidade de aumento na proporção de concentrados na dieta</p><p>(figura 7). Ou seja, os resultados em conjunto indicam que o aumento na proporção de</p><p>concentrados na dieta de 40 para 80% resultaria em aumento do GMD esperado de 1,0</p><p>para 1,2 kg/d.</p><p>Figura 7. Relação entre nível de concentrado na dieta e ganho médio diário, ajustado para efeito de estudos (33</p><p>tratamentos em 13 estudos).</p><p>Fonte: Silva et al. (2011).</p><p>Segundo levantamento feito junto com 31 nutricionistas brasileiros, os volumosos</p><p>mais utilizados durante a fase de terminação são a cana-de-açúcar fresca picada (32%),</p><p>seguida pela silagem de milho (26%) e silagem de sorgo (22%) (MILLEN et al., 2009). O</p><p>custo de produção da silagem de milho é bastante variável, porém, situa-se ao redor de</p><p>R$70 – R$100/t de matéria original, ou aproximadamente R$260 por t de MS. A cana-</p><p>de-açúcar fresca picada apresenta custo inferior à silagem de milho. Com relação aos</p><p>concentrados, a mesma pesquisa demonstrou que o milho era o principal ingrediente</p><p>94</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>energético utilizado (79% dos nutricionistas). O custo atual do grão de milho é R$520/t,</p><p>ou R$577/t MS.</p><p>Na figura 8, estão apresentados os resultados de uma análise econômica feita com</p><p>base em suposições de custo de produção atuais de forma a demonstrar o princípio da</p><p>importância da análise econômica para tomada de decisão sobre o nível de concentrado</p><p>na dieta. Utilizando-se um volumoso com custo de R$300/t MS, o concentrado deveria</p><p>custar abaixo de R$526/t MS para ser vantajosa a adoção de dietas com teor de</p><p>concentrado acima de 40%, já com volumoso mais barato, ao custo de R$200/t MS,</p><p>o concentrado deveria custar abaixo de R$374/t MS para justificar a inclusão em altos</p><p>níveis, caso contrário, o volumoso apresenta o melhor custo benefício.</p><p>Figura 8. Relação entre custo do volumoso e preço máximo do concentrado para que seja vantajoso utilizar mais</p><p>do que 40% de concentrado na dieta.</p><p>*Preço de venda da @ em R$98, CMS=9,2 kg/d, custo fixo de R$1,2/d, preço do boi magro de 12,5@ de R$1.100,00.</p><p>Fonte: Silva et al. (2011).</p><p>Obviamente que a análise do nível de inclusão de concentrados deve levar em conta a</p><p>qualidade do volumoso utilizado, tópico que será discutido neste capítulo.</p><p>Suplementação energética</p><p>Os grãos de cereais são os principais alimentos energéticos utilizados em rações de</p><p>bovinos em confinamento, e o amido representa de 60 a 70% da maioria dos grãos,</p><p>portanto, maximizar o uso deste nutriente é fundamental para se obter alta eficiência</p><p>alimentar dos animais confinados (OWENS et al., 1997; HUNTINGTON, 1997).</p><p>95</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>O milho é o grão mais utilizado como fonte de amido, geralmente o principal componente</p><p>energético dos concentrados. Possui aproximadamente 85% de carboidratos totais, que</p><p>são representados principalmente por amido (70% da MS) (ROONEY; PFLUGFELDER,</p><p>1986). Podendo ser usado como grão inteiro ou processado de inúmeras formas na</p><p>alimentação animal. As várias formas de processamento podem alterar-lhe o valor</p><p>nutritivo, mudando o local e a intensidade de digestão. Na maioria das vezes, os</p><p>confinamentos utilizam o grão de milho na forma de fubá ou quirera (milho moído em</p><p>peneira grossa), sendo de modo geral a base energética das dietas.</p><p>Apesar de proporcionar alto desempenho nos animais confinados devida à alta e</p><p>rápida digestibilidade do amido, em altas quantidades o milho fubá pode proporcionar</p><p>padrões inadequados de fermentação ruminal, acarretando em redução da eficiência</p><p>do aproveitamento energético do amido. Esta baixa eficiência decorre da acentuada</p><p>redução do pH ruminal, resultante da fermentação dos carboidratos solúveis, produção</p><p>excessiva de ácidos graxos de cadeia curta e lactato, redução do tempo de mastigação</p><p>(com redução na salivação) e ruminação. A consequência destes eventos pode ser o</p><p>aparecimento de problemas metabólicos como a acidose (OWENS et al., 1998), com</p><p>consequências negativas sobre o desempenho animal.</p><p>Tratamentos térmicos de grãos de cereais, como a floculação do milho, melhoram a</p><p>utilização desses grãos pelos animais em razão do aumento da digestibilidade do amido</p><p>no rúmen, devido a maior permanência desse grão no ambiente ruminal comparado ao</p><p>milho fubá, e consequentemente, no trato digestivo total (HUNTINGTON, 1997). Além</p><p>disso, proporciona maior produção de propionato e consequente maior produção de</p><p>glicose por gliconeogênese, explicando o melhor desempenho de animais alimentados</p><p>com milho floculado ou laminado em substituição ao milho moído fino (THEURER et</p><p>al., 1999).</p><p>De qualquer forma, a eficiência da utilização de fontes energéticas pelos ruminantes</p><p>depende da quantidade e do tipo de volumoso a ser oferecido. Diversos trabalhos que</p><p>compararam fontes de amido utilizaram, com sucesso, a silagem de milho ou bagaço</p><p>de cana como volumoso. Entretanto, a literatura é deficiente em informações sobre</p><p>a utilização de fontes de amido em rações que tenham a cana-de-açúcar ensilada ou</p><p>in natura como volumoso. A fermentação ruminal da sacarose proveniente da cana é</p><p>rápida, e os microorganismos responsáveis</p><p>por essa degradação não são os mesmos</p><p>que degradam amido, podendo haver uma sincronia benéfica no ambiente ruminal</p><p>entre essas duas fontes de energia.</p><p>Trabalhando com quatro vacas holandesas canuladas no rúmen e no duodeno,</p><p>alimentadas com 40% de cana-de-açúcar como volumoso e 60% de concentrado, Simas</p><p>96</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>et al. (2008) não encontraram efeito para digestibilidade da MS comparando dietas</p><p>com milho fubá e floculado, no entanto, para digestibilidade da MO no trato total, o</p><p>milho floculado apresentou valores superiores. Vários autores também relataram</p><p>maior digestibilidade da MS e da MO associada à maior digestibilidade ruminal de</p><p>fontes de amido floculadas ou de alta umidade, comparada à dos grãos laminados ou</p><p>moídos (SANTOS et al., 1999; LYKOS et al., 1997; WILKERSON et al., 1997), o que</p><p>pode acarretar no maior desempenho desses animais.</p><p>A fim de se evitar problemas metabólicos ocasionados pelo elevado uso do amido em</p><p>dietas de alto concentrado, e em virtude do aumento no preço do milho no mercado</p><p>internacional ocasionado pela maior demanda do cereal, principalmente para a produção</p><p>de etanol nos Estados Unidos, vem se buscando fontes energéticas alternativas para</p><p>alimentação de bovinos.</p><p>A polpa cítrica, subproduto proveniente das agroindústrias de processamento de citros,</p><p>vem se destacando com concentrado energético nas dietas de bovinos em confinamento,</p><p>principalmente em substituição ao milho. A polpa cítrica é considerada um concentrado</p><p>energético com características de fermentação ruminal peculiares, devido seu alto teor</p><p>de carboidratos estruturais como a pectina, proporciona melhor padrão de fermentação</p><p>ruminal que o milho (VAN SOEST, 1994; WOODY et al., 1983) relataram que a maior</p><p>eficiência da utilização da polpa cítrica pode ser atribuída ao fato de que problemas</p><p>digestivos ocorrem quando há inclusão de elevada proporção de amido em dietas com</p><p>altas proporções de carboidratos fermentescíveis.</p><p>Dessa forma, a inclusão de polpa cítrica, em combinação com fontes de amido, poderia</p><p>evitar o aparecimento de problemas ruminais. No entanto, alguns trabalhos mostram</p><p>que o milho pode ser substituído em 100% pela polpa cítrica sem queda no consumo,</p><p>desempenho e atributos de carcaça, desde que os animais sejam alimentados com baixo</p><p>teor de concentrado na dieta (PRADO et al., 2000; HENRIQUE et al.,1998). Já quando</p><p>a inclusão do concentrado é maior, aumentando, portanto, a inclusão de polpa em</p><p>substituição ao milho, há uma queda no consumo e consequentemente desempenho</p><p>dos animais (HENRIQUE et al.,1998).</p><p>Henrique et al. (1998) avaliaram a substituição de amido por pectina em dietas com</p><p>diferentes níveis de concentrado sobre o desempenho animal e as características da</p><p>carcaça de tourinhos Santa Gertrudis. Os animais alimentados com dieta de 80% de</p><p>concentrado contendo polpa cítrica tiveram menor CMS, GMD e eficiência alimentar</p><p>em relação aos alimentados com milho na mesma proporção de concentrado. Já quando</p><p>a proporção de concentrado foi menor, 20% na MS da dieta, essas características não</p><p>apresentaram efeito com a substituição de milho fubá para polpa cítrica.</p><p>97</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>Em um estudo realizado no Laboratório de Pesquisa em Gado de Corte da USP –</p><p>Pirassununga, com 54 bovinos da raça Nelore, em delineamento fatorial 3x2 sendo</p><p>três tipos de fonte energética (CHO – carboidrato: milho fubá, milho floculado e polpa</p><p>cítrica) e dois níveis de concentrado na dieta (Dieta – 60 e 80% de inclusão), utilizando</p><p>a silagem de cana como volumoso, foi testado o efeito da substituição parcial do fubá</p><p>de milho por milho floculado, ou polpa cítrica e seus efeitos de acordo com a inclusão</p><p>de silagem de cana na dieta.</p><p>Para consumo de matéria seca (CMS), foi observado efeito para a dieta com 60% de</p><p>concentrado (P=0,005), sendo que o maior consumo foi o tratamento com milho</p><p>fubá, diferindo das demais (tabela 2). No entanto, para a dieta 80%, o consumo não</p><p>diferiu entre a fonte de carboidrato. Já para a interação Dieta*CHO observou-se efeito</p><p>de dieta apenas quando se utilizou milho como fonte de carboidratos, sendo que os</p><p>animais consumindo 60% de concentrado na dieta tiveram maior consumo que</p><p>os animais alimentados com 80% de concentrado na dieta. Talvez esse fato se deva</p><p>a menor possibilidade de distúrbio metabólico dos animais consumindo milho em</p><p>dietas com 60% de concentrado. Uma vez que o milho fubá é altamente digestível no</p><p>rúmen, dietas com altas quantidades desse ingrediente, como é o caso da dieta com</p><p>80% de concentrado, podem culminar em redução acentuada do pH ruminal, fazendo</p><p>com que o baixo pH permaneça por algumas horas, caracterizando quadros de acidose</p><p>subclínica. Nesses casos o CMS dos animais é diminuído. Além disso, a maior quantia</p><p>de concentrado na dieta pode levar a um excesso de produção de propionato no rúmen,</p><p>levando a excesso de oxidação deste substrato no fígado, o que possui efeito hipofágico.</p><p>Para conversão alimentar (CA), houve tendência de efeito para a fonte de carboidrato</p><p>utilizada, sendo que o milho floculado apresentou melhores valores (Tabela 11). Isso</p><p>pode ser explicado, uma vez que o processo de floculação do grão pode aumentar a</p><p>digestibilidade ruminal e consequentemente total do amido, em relação a outras</p><p>formas de processamento do grão (HUNTINGTON, 1997; THEURER et al., 1999),</p><p>proporcionando melhor CA para os animais alimentados com milho floculado em</p><p>substituição ao fubá.</p><p>Para GMD, houve efeito da interação Dieta CHO sendo que houve efeito de dieta</p><p>somente para a fonte milho, indicando que o uso de 80% de concentrado a base de milho</p><p>moído teve menor GMD do que com 60% de concentrado, o que provavelmente reflete</p><p>o menor consumo para os animais desse grupo. De acordo com Mertens et al. (1994),</p><p>o consumo de matéria seca é responsável por 60 a 90% das variações de desempenho</p><p>animal e, consequentemente, o peso dentre outras características de carcaça.</p><p>Decompondo ainda a interação significativa CHO*Dieta para GMD, percebe-se que</p><p>houve efeito de fontes de CHO somente quanto o teor de concentrado na dieta foi de</p><p>60% (P<0,05). O GMD da dieta com polpa cítrica foi inferior ao GMD da dieta com</p><p>98</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>milho moído, sendo que o milho floculado teve valor intermediário (tabela 11). Não</p><p>houve diferença entre as fontes de CHO para dietas com 80% de concentrado na MS</p><p>(P=0,46).</p><p>Tabela 11. Médias e erros padrões das medias consumo de matéria seca (CMS), conversão alimentar (CA) e</p><p>ganho médio diário (GMD) de acordo com as dietas experimentais.</p><p>Itens</p><p>Dieta 60%1 Dieta 80%1</p><p>EPM3</p><p>Valor-P</p><p>M2 F2 P2 M F P CHO Dieta CHO*Dieta</p><p>CMS 12,2a 10,6b 10,4b 9,7a 10a 10,3a 0,4 0,203 0,0056 0,027</p><p>CA 8,48 7,98 8,82 8,42 7,58 8,27 0,17 0,093 0,269 0,779</p><p>GMD 1,47Aa 1,31ab 1,18b 1,19B 1,25 1,32 0,04 0,622 0,272 0,033</p><p>1Dietas com 60 ou 80% de concentrado na MS. 2M=milho moído; F=milho floculado; P=polpa cítrica. 3Erro padrão da média. a,bMédias seguidas de</p><p>letras minúsculas diferem quanto ao efeito de fonte de CHO dentro de dieta (60 ou 80% de concentrado). A,BMédias seguidas de letras maiúsculas</p><p>diferem quanto ao efeito de dieta dentro da mesma fonte de CHO (milho moído, floculado ou polpa cítrica).</p><p>Fonte: Consolo (2012, dados não publicados).</p><p>Suplementação proteica</p><p>Nutricionalmente, quando pensamos em suplementação proteica para os ruminantes,</p><p>o enfoque deve estar dirigido a aumentar a eficiência na produção de proteína</p><p>microbiana (Pmic). A Pmic pode responder ao redor de 45 a 55% dos requerimentos</p><p>de PM no intestino delgado de vacas leiteiras de alta produção, 55 a 65% em bovinos</p><p>de corte confinados com rações ricas em energia e mais de 65% em bovinos mantidos</p><p>exclusivamente em pastagens. Portanto, todo e qualquer programa nutricional só terá</p><p>sucesso se a produção de Pmic for otimizada. Trabalhos conduzidos in situ tem sugerido</p><p>requerimentos de N-amoniacal de 220 mg/L de fluído ruminal para maximizar</p><p>a</p><p>fermentação de fontes de carboidratos de alta degradabilidade (LENG, 1990).</p><p>As matérias-primas ricas em compostos nitrogenados usadas na formulação de rações</p><p>para ruminantes podem ser classificadas como fontes de nitrogênio não proteico</p><p>(NNP) e como fontes de nitrogênio proteico. A principal fonte disponível no mercado</p><p>de NNP é a ureia e as fontes de nitrogênio proteico podem ser classificadas como ricas,</p><p>intermediárias ou pobres em proteína degradável no rúmen (PDR) ou em proteína não</p><p>degradável no rúmen (PNDR). De modo geral, grãos de soja, farelo de amendoim, farelo</p><p>de girassol, farelo de canola e farelo de glúten-21 (refinasil ou promil) são exemplos</p><p>de fontes ricas em PDR. Farelo de algodão é uma fonte intermediária e farinha de</p><p>peixe, ossos, carne, penas, sangue e glúten de milho-60 (protenose ou glutenose) são</p><p>consideradas fontes ricas em PNDR.</p><p>99</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>Fontes de PDR vêm sendo bastante utilizadas na suplementação de ruminantes em</p><p>associação com os volumosos da dieta. Silveira et al. (2009), utilizaram oito novilhos</p><p>canulados no rúmen e duodeno, distribuídos em dois quadrados latinos 4 x 4 e</p><p>alimentados com cana-de-açúcar e cana-de-açúcar suplementada com ureia, farelo</p><p>de soja ou farelo de glúten de milho-60 para avaliar o efeito da deficiência de PDR</p><p>na degradabilidade da MS, eficiência de síntese microbiana e os parâmetros ruminais.</p><p>Os autores reportaram que as fontes de nitrogênio degradáveis não influenciaram</p><p>a degradabilidade in situ da matéria seca da cana-de-açúcar e a síntese de proteína</p><p>microbiana. As concentrações de acetato e propionato e as relações acetato: propionato,</p><p>butirato e ácidos graxos voláteis totais não diferiram (P>0,05) entre as fontes proteicas</p><p>estudadas. O pH e a concentração de N-NH3 observados com todas as dietas foram</p><p>adequados para o crescimento dos microrganismos ruminais. O valor médio de pH</p><p>ruminal foi de 6,87 nos animais alimentados com cana-de-açúcar exclusiva; 6,58</p><p>naqueles alimentados com cana-de-açúcar + ureia; 6,58 naqueles alimentados com</p><p>cana-de-açúcar + glúten de milho-60, e 6,55 naqueles alimentados com cana-de-açúcar</p><p>+ farelo de soja. As concentrações médias de N-NH3 ruminal foram de 18,1; 66,9; 27,9</p><p>e 39,2 mg N-NH3/100 mL de líquido ruminal, respectivamente, nos animais mantidos</p><p>com dietas cana-de-açúcar, cana-de-açúcar + ureia, cana-de-açúcar + glúten de milho</p><p>e cana-de-açúcar + farelo de soja.</p><p>Cardoso et al. (2004) forneceram a novilhos simental com um peso médio de 400</p><p>kg uma dieta de cana-de-açúcar + 100 g de ureia, adicionado de 4kg de concentrado</p><p>(16% PB) por dia, obtendo consumo total de 1,6% do PV, ganhos de peso diários de 1,11</p><p>Kg e conversão alimentar de 6,42 Kg de MS/Kg de ganho. Os autores esclarecem que</p><p>este elevado ganho de peso pode ser atribuído à elevada quantidade de concentrado</p><p>oferecido (4 kg) e também ao alto potêncial genético da raça simental.</p><p>Usando cana-de-açúcar variedade CB 47-355 com ureia na proporção de 1% na base</p><p>da matéria seca, Rodrigues e Barbosa (1999) utilizaram dois suplementos: 1) 1,0 kg de</p><p>farelo de soja com 50,2% de PB e 2) 1,0 kg de concentrado contendo milho (50%), farelo</p><p>de soja (47,5%) e calcário calcítico (2,5%), com 28,7% de proteína bruta, e avaliaram</p><p>o desempenho de dezoito novilhas com peso médio inicial de 288 kg e idade variando</p><p>entre 15 e 22 meses. Os teores proteicos dos concentrados não influíram no consumo</p><p>de matéria seca nem da fibra em detergente neutro da cana-de-açúcar em porcentagem</p><p>do peso vivo das novilhas e não houve diferença significativa entre os ganhos médios</p><p>diários de peso. Os ganhos foram 0,39 kg/animal/dia, quando suplementados com</p><p>farelo de soja e 0,36 kg/animal/dia, quando suplementados com concentrado.</p><p>Suplementando com ureia, farelo de soja e farelo de soja + ureia a cana-de-açúcar</p><p>ensilada com o aditivo microbiano L. buchneri, Rodriguez (2012) avaliou o desempenho</p><p>100</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>de 103 novilhas Nelore (52 vazias e 51 prenhes – tabela 12). Os suplementos foram</p><p>balanceados segundo os requerimentos descrito no NRC (2000) de gado de corte,</p><p>visando GMD de 0,25 kg/d para suplementação somente com ureia (11% PB na dieta);</p><p>GMD de 0,45 kg/d para suplementação somente com farelo de soja (dieta deficiente</p><p>em PDR, 9,6%PB), e GMD de 0,45 kg/d para suplementação com farelo de soja+ureia</p><p>(11,3% PB na dieta).</p><p>Tabela 12. Efeito do tipo de suplementação proteica sobre o ganho de peso de novilhas Nelore prenhes ou não</p><p>prenhes.</p><p>Item</p><p>Suplementação</p><p>EPM1</p><p>Valor-P</p><p>Ureia F. Soja F. Soja+Ureia Trt2 Tipo3 Trt*Tipo</p><p>GMD, kg/d 0,20b 0,63ab 0,91a 0,18 0,05 0,002 0,63</p><p>1Erro padrão da média. 2Efeito de fontes de suplementação proteica. 3Novilhas prenhes e não prenhes; novilhas prenhes tiveram maior GMD do que não</p><p>prenhes (0,68 vs. 0,48 kg/d).</p><p>Fonte: Rodriguez (2012).</p><p>Os resultados de Rodriguez (2012) demonstram que somente com a suplementação</p><p>com 3% de ureia na MS, é possível a manutenção dos animais durante a época da seca</p><p>consumindo silagem de cana. A adição de 1,3 kg/d de farelo de soja mais 1% de ureia</p><p>na MS permitiu ganho de peso superior ao estimado, se mostrando uma alternativa</p><p>eficiente para suplementação dos animais durante o inverno.</p><p>101</p><p>CAPítulo 2</p><p>forragens</p><p>Forragens são componentes importantes da dieta de ruminantes. Os sistemas de</p><p>produção variam de sistemas extensivos, nos quais os ruminantes colhem a forragem</p><p>por si mesmo, a sistemas intensivos, nos quais as forragens são oferecidas juntamente</p><p>com altos níveis de concentrados para maximizar a produção por animal. Forragens</p><p>são componentes necessários da dieta de ruminantes porque fornecem fibra efetiva</p><p>necessária para aperfeiçoar a função ruminal. Vários autores (por exemplo, Illius, 1998)</p><p>sugerem que o consumo é a variável única mais importante determinando o desempenho</p><p>animal, e o consumo voluntários está normalmente correlacionado com a quantidade</p><p>de nutrientes que pode ser extraída de um alimento, isto é, sua digestibilidade. Uma</p><p>vez que a qualidade de forragens é bastante variável, ela deve ser determinada antes</p><p>da formulação da dieta. As forragens têm sido tradicionalmente analisadas para</p><p>concentração de proteína bruta e de fibra, devido aos seus efeitos diretos na formulação</p><p>da dieta. Mais recentemente, a digestibilidade da fibra (DIVFDN) foi identificada</p><p>como um importante parâmetro de qualidade que apresenta alta variabilidade e está</p><p>fortemente correlacionado com o desempenho dos ruminantes.</p><p>qualidade de forragem</p><p>Qualidade de forragem pode ser definida por três componentes: digestibilidade, potencial</p><p>de consumo e eficiência energética (RAYMOND, 1969). Estes três componentes não</p><p>podem ser definidos na ausência do animal e, portanto, não podem ser estritamente</p><p>definidos como parâmetros da planta (CASLER, 1997).</p><p>A parede celular (fibra) corresponde de 50 a 80% do total de matéria seca de forragens,</p><p>e representa a maior fonte de energia a animais ruminantes. O sistema digestivo dos</p><p>ruminantes e populações microbianas associadas são adaptados para obter nutrientes e</p><p>energia da parede celular de forragens, mas, infelizmente menos de 50% desta fração é</p><p>digerida e utilizada pelo animal (BUXTON; REDFEARN, 1997). Mais importante ainda,</p><p>as taxas mais lentas de passagem e de digestão da parede celular de forragens resultam</p><p>em maior tempo de retenção ruminal, maior enchimento e, consequentemente, menor</p><p>consumo de MS (ALLEN, 1996). Sendo assim, a digestibilidade da fibra é o fator mais</p><p>limitante da produção de ruminantes em regiões tropicais (WATTIAUX et al., 1991).</p><p>As forrageiras tropicais possuem elevada produção de massa em condições de alta</p><p>temperatura, devido ao processo fotossintético do tipo C4 (LONG, 1999). Essa adaptação</p><p>102</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>anatômica às altas temperaturas garante às forrageiras tropicais maior eficiência do</p><p>uso da água e do nitrogênio, maior tolerância à seca, maiores taxas de fotossíntese e,</p><p>consequentemente, maior velocidade de crescimento do que forrageiras temperadas</p><p>de ciclo fotossintético C3 (WEDIN, 2004). As mesmas diferenças anatômicas que</p><p>garantem maior produção de massa às forrageiras tropicais, também afetam a qualidade</p><p>nutricional. Em comparação com forrageiras temperadas e leguminosas, as gramíneas</p><p>de ciclo C4 possuem taxa de degradação e fermentação ruminal relativamente lenta</p><p>(VAN SOEST, 1994).</p><p>Forrageiras tropicais possuem, proporcionalmente, mais tecidos com degradação lenta,</p><p>como xilema, epiderme e células da bainha vascular, e menos tecidos com degradação</p><p>rápida, como mesófilo e floema (AKIN; BURDICK, 1975). Ainda, devido à concentração</p><p>da enzima Rubisco nas células da bainha vascular, bem como devido à maior eficiência</p><p>do aparato fotossintético, as folhas de gramíneas C4 possuem menor concentração de</p><p>proteína do que folhas de gramíneas C3 (MULLAHEY et al., 1992).</p><p>A maturidade é o principal fator reduzindo o valor nutricional de forrageiras, porém,</p><p>também existe um fator genético bastante significativo. Vários estudos demonstraram</p><p>a grande amplitude genética existente na digestibilidade in vitro da fibra em detergente</p><p>neutro (FDN). Em gramíneas perenes, Casler e Jung (2006) relataram uma variabilidade</p><p>genética da digestibilidade da FDN por 24h de 52,5 a 70,7% da FDN. Em forrageiras</p><p>tropicais, Stabile et al. (2010) também reportaram grande variabilidade genética para</p><p>digestibilidade da FDN do colmo (tabela 13).</p><p>Tabela 13. Amplitude da digestibilidade in vitro (30h) do colmo de 11 genótipos de P. maximum colhidos em três</p><p>estágios de maturidade.</p><p>Itens</p><p>Dias de crescimento1</p><p>30d 60d 90d</p><p>DIVFDN, %FDN</p><p>Média 45,0 44,9 31,9</p><p>Mínimo 38,1 34,9 25,8</p><p>Máximo 50,0 51,3 39,6</p><p>EPM3 2,6 2,7 3,2</p><p>Efeito genótipo4 * * *</p><p>1Dias de crescimento após corte de nivelamento. 2Digestibilidade in vitro (30h) da FDN. 3EPM: Erro padrão da média. 4Probabilidade de efeito significativo</p><p>de genótipo. * P < 0,05.</p><p>Fonte: adaptado de Stabile et al. (2010).</p><p>Esta grande variação genética é esperada, uma vez que programas de melhoramento</p><p>não focam a digestibilidade da FDN, mantendo grande variabilidade genética dentro</p><p>103</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>da população. isso atmbém foi reportando em híbridos de milho (tabela 14) e cana-de-</p><p>açúcar (tabela 15).</p><p>Tabela 14. Amplitude da digestibilidade in vitro (30h) do 4º internódio do colmo de 15 híbridos top crosses de</p><p>milho colhidos em três idades.</p><p>Itens</p><p>Dias de crescimento</p><p>90d 120d 150d</p><p>DIVFDN, %FDN</p><p>Média 30,5 27,7 23,7</p><p>Mínimo 20,1 21,8 16,4</p><p>Máximo 39,3 32,3 29,3</p><p>EPM1 6,9 2,6 3,3</p><p>Efeito genótipo2 ns * *</p><p>1Digestibilidade in vitro (30h) da FDN. 2EPM: Erro padrão da média. 2Probabilidade de efeito significativo de genótipo. Estes são classificados como: ns:</p><p>não significativo; * P<0,05.</p><p>Fonte: adaptado de Salazar et al. (2010).</p><p>Tabela 15. Amplitude da digestibilidade in vitro (30h) da planta inteira de nove genótipos de cana-de-açúcar</p><p>colhidos em duas épocas do ano.</p><p>Itens DIVFDN1, % FDN</p><p>Média 19,0</p><p>Mínimo 14,5</p><p>Máximo 23,8</p><p>EPM2 2,4</p><p>Efeito genótipo2 ns</p><p>1Digestibilidade in vitro (30h) da FDN. 2EPM: Erro padrão da média. 2Probabilidade de efeito significativo de genótipo. Estes são classificados como: ns:</p><p>não significativo.</p><p>Fonte: adaptado de Carvalho et al. (2010).</p><p>Resultados semelhantes de grande variação na digestibilidade da FDN são reportados</p><p>para híbridos de milho do hemisfério norte (tabela 16). Percebe-se que a variação</p><p>existente na digestibilidade da FDN é ainda maior do que a variação existente no teor</p><p>de FDN das silagens.</p><p>Tabela 16. Amplitude da digestibilidade in vitro, proteína bruta e FDN de silagens de milho analisadas no ano de</p><p>2009 no laboratório Dairy One.</p><p>Itens DIVFDN1 PB, %MS FDN, %MS</p><p>N 6.028 18.010 18.028</p><p>Média 41,6 8,1 42,7</p><p>Mínimo 35,1 7,1 37,0</p><p>Máximo 48,1 9,1 48,3</p><p>1Digestibilidade in vitro da FDN (24h).</p><p>Fonte: Dairyone (www.dairyone.com).</p><p>104</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>De acordo com a análise estatística da digestibilidade da FDN de forragens (OBA; ALLEN,</p><p>1999), o aumento de uma unidade na digestibilidade in vitro da FDN de forragens estava</p><p>associado com aumento de 0,17 kg em CMS, 0,25 kg de aumento na Produção de elite e</p><p>0,05 kg de aumento no ganho de peso diário. Assim, aumentando-se a digestibilidade</p><p>da FDN de volumosos em 10 unidades percentuais espera-se aumento de 500g/d no</p><p>GMD. De forma semelhante, Casler e Vogel (1999) relataram que aumento de 1% na</p><p>digestibilidade in vitro de forrageiras perenes de clima temperado levou a aumento de</p><p>3,2% no ganho médio diário e maior produção animal por hectare.</p><p>qualidade em silagem de milho</p><p>Em revisão mais recente, Oba e Allen (2011) reportaram o resultado de trabalhos</p><p>de pesquisa publicados no Journal of Dairy Science nos últimos 12 anos sobre o</p><p>impacto do aumento da digestibilidade in vitro da FDN de silagens de milho sobre</p><p>o desempenho de vacas em lactação. Das 19 comparações publicadas, 11 reportaram</p><p>aumento significativo na produção de leite recorrente da utilização de silagem de milho</p><p>com maior digestibilidade in vitro da FDN, e nas demais comparações não houve efeito</p><p>significativo da digestibilidade da FDN sobre a produção de leite.</p><p>A maioria dos estudos avaliando diferenças na DIVFDN comparou silagem de milho feita</p><p>com milho de nervura marrom (brown-midrib) contra silagem de milho convencional.</p><p>Alguns estudos adotaram estratégias diferentes. Ivan et al. (2005) comparou silagens</p><p>de milho com alto ou baixo teor de parede celular, e relatou que o híbrido com maior</p><p>teor de FDN também tinha maior DIVFDN, o que resultou em maior consumo e maior</p><p>produção de leite.</p><p>De acordo com a literatura consultada até o memomento, ainda não foi realizado no</p><p>Brasil nenhum estudo avaliando o desempenho de animais recebendo silagens de milho</p><p>com diferentes teores de DIVFDN. Os estudos brasileiros focam mais na substituição</p><p>de um tipo de volumoso por outro, como por exemplo, comparando o desempenho de</p><p>animais recebendo ou silagem de milho ou cana-de-açúcar.</p><p>A digestibilidade da parede celular a tempos tem sido negativamente associada com</p><p>a concentração de lignina (JUNG; DEETZ, 1993). Entretanto esta correlação é clara</p><p>quando se examina forrageiras com diferentes estágios de maturidade e se torna menos</p><p>evidente quando se compara forragens colhidas no mesmo estágio de maturidade, como</p><p>ocorre com silagem de milho (CONE; ENGELS, 1993; WOLF et al., 1993; JUNG et al.,</p><p>1994). Para explicar esta variação observada entre teor de lignina e digestibilidade da</p><p>fibra, a composição da lignina, ou a ligação cruzada entre lignina e polissacarídeos da</p><p>parede celular, surgiram como mecanismos adicionais que limitam a digestibilidade da</p><p>fibra (Jung e Deetz, 1993).</p><p>105</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>Resultados obtidos com sistemas modelos in vitro e linhagens mutantes de Arabidopsis</p><p>sugerem fortemente que alterações na composição da lignina não respondem pela</p><p>maior digestibilidade da fibra de mutantes bm (nervura marrom) (GRABBER et al.,</p><p>1997; JUNG et al., 1999). Assim, uma possibilidade interessante para se aumentar a</p><p>digestibilidade de forrageiras sem reduzir o teor de lignina seria alterar a ligação cruzada</p><p>da mesma com polissacarídeos da parede celular. A produção de mutantes de milho e</p><p>de sorgo com menor ligação cruzada entre celulose e lignina, mediada por ferulatos,</p><p>tem mostrado ser um meio efetivo em aumentar a digestibilidade da fibra de tecidos</p><p>maduros (JUNG; PHILLIPS, 2010), e resultaram em maior consumo de MS e maior</p><p>produção de leite quando fornecidas a vacas de leite (JUNG et al., 2011 – tabela 17).</p><p>Tabela 17. Consumo de alimento e Produção de leite de vacas holandesas alimentadas com silagem de milho</p><p>feitas com linhagem W23 e linhagens W23sfe (M04-4 e M04-21).</p><p>Linhagem</p><p>Ligações covalentes</p><p>com ferulato</p><p>Digestibilidade da</p><p>FDN</p><p>Consumo MS Leite</p><p>% FDN % FDN kgMS/d Kg/d</p><p>W32(controle) 0,96 57,7 21,8 38,9</p><p>MO4-4 (sfe) 0,86 56,3 23,4 39,3</p><p>MO4-21 (sfe) 0,81 65,2 23,3 41,6</p><p>Contraste</p><p>W23 vs. W23 sfe *** NS ** ***</p><p>W23 vs. MO4-21 *** ** * ***</p><p>*P < 0.05; **P < 0.01; ***P < 0.001; NS: P > 0.10.</p><p>Fonte: adaptado de Jung et al. (2011).</p><p>Em gado de corte, existem pouquíssimos experimentos na literatura internacional</p><p>avaliando o fornecimento de silagens de milho de nervura marrom sobre o desempenho</p><p>dos animais. Em um destes poucos estudos, Tjardes et al. (2000) forneceram dieta de</p><p>crescimento com 86,3% de silagem de milho na MS durante 112 dias e relataram que</p><p>os animais que receberam a silagem feita com milho de nervura marrom tiveram maior</p><p>CMS porém semelhante GMD aos animais recebendo a silagem isogênica controle, o</p><p>que resultou em piora da conversão alimentar.</p><p>qualidade em cana-de-açúcar</p><p>A cana-de-açúcar se destaca como volumoso de baixo custo, elevada produção de</p><p>energia por unidade de área cultivada, fácil cultivo e pela manutenção do valor nutritivo</p><p>por longo tempo após a maturação. Além disso, apresenta grande quantidade de</p><p>carboidratos solúveis que são rapidamente fermentados no rúmen. Apesar destes pontos</p><p>106</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>positivos, diversos estudos indicam a digestibilidade da fibra como grande limitador</p><p>do desempenho de bovinos (PEREIRA et al., 2001). Os programas de melhoramento</p><p>genético da cana-de-açúcar estão focados no teor e produção total de sacarose, com</p><p>pequenas tentativas de avaliação de parâmetros de qualidade para a nutrição animal,</p><p>apesar de a cana-de-açúcar ser amplamente utilizado como volumoso em dietas de</p><p>ruminantes (FREITAS et al., 2006). Comparando-se com a silagem de milho, a cana-</p><p>de-açúcar apresenta, geralmente, além da digestibilidade da fibra inferior, menor teores</p><p>de proteína bruta e de nutrientes digestíveis totais (LANA, 2000).</p><p>Sendo assim, espera-se que a substituição de silagem de milho, ou silagem de sorgo,</p><p>por cana-de-açúcar como fonte volumosa, ocorra elevação do teor de FDN indigestível,</p><p>redução da taxa de digestão da fração fibrosa potencialmente digestível, elevando o</p><p>tempo de retenção ruminal de partículas não digeridas que reduzirá a taxa de passagem</p><p>pelo trato gastrointestinal e, consequentemente, ocasionará depressão do consumo de</p><p>matéria seca (ALLEN, 2000).</p><p>A importância da qualidade de fibra do volumoso ficou demonstrado nos resultados do</p><p>estudo de Pinto et al. (2010) comparando silagem de sorgo com cana-de-açúcar picada.</p><p>O ganho médio diário foi maior nos animais alimentados com silagem de sorgo. O peso</p><p>final e as ingestões de MS, PB, FDN e NDT foram maiores nos animais alimentados</p><p>com silagem de sorgo. A substituição de silagem de sorgo por cana-de-açúcar reduz</p><p>o desempenho dos animais, mesmo quando fornecido maior nível de concentrado na</p><p>dieta (PINTO et al., 2010).</p><p>Resultados semelhantes, de menor consumo de MS para dietas à base de cana-de-</p><p>açúcar, são encontrados em outros estudos com cana-de-açúcar e silagem de milho</p><p>(MAGALHÃES et al., 2004; MENDONÇA et al., 2004; COSTA et al., 2005) e está</p><p>relacionado à baixa digestibilidade da FDN da cana-de-açúcar (OLIVEIRA et al., 2001;</p><p>MENDONÇA et al., 2004; COSTA et al., 2005; MAGALHÃES et al., 2006), e não</p><p>somente ao teor da FDN na dieta, uma vez que nesses trabalhos com silagem de milho e</p><p>com cana-de-açúcar, os teores de FDN eram maiores nas dietas com silagem de milho,</p><p>que também resultavam em maior consumo.</p><p>As deficiências da cana-de-açúcar podem ser parcialmente corrigidas com maior</p><p>utilização de concentrado na dieta. Ao se comparar o desempenho animal de bovinos</p><p>em confinamento, alimentados com cana-de-açúcar em diferentes relações volumoso:</p><p>concentrado, Costa et al. (2005a) constataram elevação no consumo de nutrientes na</p><p>medida em que se eleva o teor de concentrado na dieta. Tal fato deve-se a elevação do</p><p>consumo de matéria seca e da maior concentração extrato estéreo, proteína bruta e</p><p>carboidratos não fibrosos nas dietas com maior teor de concentrado.</p><p>107</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>Conforme Moraes et al. (2008), o aumento do nível de concentrado influênciou de</p><p>forma linear crescente as digestibilidades da MS e MO (P<0,05), provavelmente em</p><p>virtude do aumento na ingestão de CNF, uma vez que sua digestibilidade é maior que da</p><p>FDN. A ingestão de NDT aumentou linearmente de acordo com o nível de concentrado</p><p>das dietas, pois a adição de concentrado às rações contribui positivamente para a</p><p>digestibilidade dos nutrientes. Observou-se ainda efeito linear decrescente (P<0,05) do</p><p>nível de concentrado na digestibilidade da PB em provavelmente em razão da melhor</p><p>utilização ruminal da uréia.</p><p>Oliveira et al. (2009) também compararam o efeito, sobre o desempenho animal, de</p><p>diferentes níveis de concentrado (40% e 60%) na dieta de tourinhos em confinamento</p><p>recebendo cana-de-açúcar. Os animais que receberam dieta contendo maior teor de</p><p>concentrado apresentaram maior ganho de peso diário e melhor eficiência alimentar.</p><p>Todavia, não foi observado efeito do nível de concentrado sobre o rendimento de</p><p>carcaça (tabela 18).</p><p>Tabela 18. Ganho de peso diário, eficiência alimentar, taxa de eficiência proteica, ganho de área de olho-de-</p><p>lombo e ganho de gordura de cobertura de tourinhos Nelore e Canchim alimentados com cana-de-açúcar e</p><p>dois níveis de concentrado.</p><p>Itens</p><p>Nível de concentrado</p><p>Valor de P CV1</p><p>60 40</p><p>Ganho de peso diário, kg/d 1,44 0,98 0,001 15,4</p><p>Eficiência alimentar, kg GMD/kg MS 0,18 0,13 0,001 10,3</p><p>Taxa de eficiência proteica, kg GMD/kgPB 1,43 0,99 0,001 10,7</p><p>Ganho de área de olho-de-lombo, cm2 19,72 13,24 0,007 36,5</p><p>Ganho de gordura de cobertura, mm 2,5 1,7 0,031 43,6</p><p>1Coeficiente de variação, %</p><p>Fonte: adaptado de Oliveira et al. (2009).</p><p>A cana-de-açúcar mantém o teor energético relativamente constante ao longo de</p><p>todo o período seco, porém, este teor constante de energia se dá pela redução da</p><p>digestibilidade da FDN e aumento do teor de açúcares da cana (KUNG JR.; STANLEY,</p><p>1982; CARVALHO et al., 2010). Assim, a ensilagem da cana no momento adequado</p><p>pode permitir a utilização de um volumoso com maior digestibilidade da fibra, ainda</p><p>que com menor valor energético total, do que o fornecimento anual da cana picada.</p><p>Ainda, a ensilagem da cana de açúcar permite a colheita de grandes áreas em curto</p><p>espaço de tempo e na época em que a cultura forrageira apresenta seu melhor valor</p><p>nutritivo, além de coincidir com o período mais propício aos trabalhadores no campo,</p><p>a época do inverno.</p><p>108</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>A ensilagem altera o valor nutritivo da cana-de-açúcar. Pascoal et al. (2006) verificaram</p><p>que houve aumento nas frações da parede celular quando a cana fora ensilada, o teor</p><p>de FDN foi de 42,9 para 63,4%, o FDA passou de 26 para 39,9% e a hemicelulose que</p><p>era de 16,9% foi para 23,4%. De forma semelhante, Pedroso et al. (2005) relataram que</p><p>o teor de FDN passou de 49,6 para 72,9% da MS, o FDA de 32,5 para 45,8% da MS,</p><p>a lignina de 4,5 para 6,7. Ambos os pesquisadores relacionaram esses resultados às</p><p>perdas dos componentes solúveis presentes no conteúdo celular da planta.</p><p>A depleção de carboidratos solúveis da cana durante o processo de ensilagem leva a</p><p>alteração significativa na digestibilidade in vitro da MS (DVIVMS). No trabalho de</p><p>Pedroso et al. (2005), houve queda de 17,5% na DIVMS, passando de 62,9 para 45,4%</p><p>MS, o mesmo sendo observado por Cavali et al. (2006). Os resultados de desempenho</p><p>animal são contraditórios, porém, o potêncial de ganho de peso, ou de produção de leite,</p><p>de animais recebendo dietas a base de cana-de-açúcar, fresca ou ensilada, será sempre</p><p>menor do que de dietas a base de silagem de milho ou silagem de sorgo, principalmente</p><p>devido à menor digestibilidade da fibra.</p><p>Queiroz et al. (2008) não observaram diferença na produção de leite de vacas tratadas</p><p>com dietas a base de diferentes volumosos, sendo eles: silagem de milho, silagem de cana</p><p>de açúcar, cana de açúcar in natura e silagem de milho associada a cana fresca,</p><p>onde a</p><p>produção media do rebanho era de 25 kg de leite/dia. No entanto, as dietas do trabalho</p><p>de Queiroz et al. (2008) foram formuladas para conterem 60% de concentrado nas dietas</p><p>a base de cana fresca ou cana ensilada, e 50% de concentrado nas dietas a base de silagem</p><p>de milho, o que pode explicar a ausência de diferença na produção de leite.</p><p>Quando se comparou silagem de sorgo contra silagem de cana para bezerros em</p><p>crescimento, Valvasori et al. (1998) relatou que o tratamento com silagem de sorgo</p><p>granífero foi superior ao com cana-de-açúcar (P<0,01) em termos de ganhos diários</p><p>de peso (0,6 kg contra 0,4 kg), conversão alimentar em quilogramas de matéria seca</p><p>ingeridas por quilo de ganho de peso (7,8 kg contra 12,8 kg) e em quilogramas de</p><p>proteína bruta ingeridas por quilo de ganho de peso (1,4 kg contra 2,2 kg).</p><p>Atualmente, pesquisas científicas e trabalhos práticos têm mostrado que a cana-de-</p><p>açúcar pode e deve ser utilizada para animais de alta produção, seja ela fornecida in</p><p>natura ou ensilada. Os conceitos foram se modificando, e a pecuária passou a entender</p><p>que este alimento é fonte de energia, ao invés de ser criticado pelo baixo teor de proteína.</p><p>Diversas fazendas têm alcançado ganho de peso da ordem de 1,2 a 1,4 kg em bovinos</p><p>109</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>de corte confinados. É importante ressaltar que a cana de açúcar é uma ótima opção</p><p>forrageira, capaz de competir com os alimentos volumosos nobres.</p><p>desempenho de bovinos de corte alimentados</p><p>com dietas contendo cana-de-açúcar</p><p>A utilização de cana-de-açúcar em bovinos de corte em terminação pode propiciar</p><p>excelente desempenho animal quando associada a concentrado, visando corrigir</p><p>suas deficiências nutricionais. Quando fornecida como volumoso único, e associada a</p><p>concentrados que possuem em sua composição básica milho, soja, ureia e minerais,</p><p>Hernandez (1998) observou ganho médio diário de peso de 1,67 kg/dia em dietas</p><p>contendo cana-de-açúcar a 48% da matéria seca. Já Fernandes et al. (2006) obtiveram</p><p>ganho médio diário de 1,42 kg/dia em bovinos alimentados com ração contendo 40%</p><p>de cana-de-açúcar como único volumoso.</p><p>Henrique et al. (2007) também encontraram resultados extremamente interessantes</p><p>em seu estudo, quando compararam o desempenho de bovinos alimentados com dieta</p><p>à base de cana-de-açúcar como volumoso, oferecida em dois níveis de inclusão de</p><p>concentrado: 40 ou 60% da MS. Os animais que receberam em sua dieta maior inclusão</p><p>de concentrado apresentaram maior ganho de peso (1,44 kg/dia) que os animais</p><p>alimentados com maior teor de volumoso em sua dieta (0,98 kg/dia).</p><p>Em trabalho recente, Mesquita et al. (2012) também compararam o desempenho e as</p><p>características de carcaça de bovinos de corte da raça Nelore alimentados com dois</p><p>níveis de concentrado (60 ou 80%) e dois genótipos de cana-de-açúcar com distintas</p><p>digestibilidades da FDN (tabela 19).</p><p>Mesquita et al. (2012) demonstraram que a alimentação dos animais com cana de</p><p>maior digestibilidade proporcionou maior ingestão de MS como porcentagem do peso</p><p>vivo (2,24 vs. 2,12 ± 0,09%, P = 0,04), maior peso vivo final (462 vs. 447 ± 20kg, P =</p><p>0,04), maior espessura de gordura subcutânea do músculo Longissimus dorsi (4,6 vs.</p><p>3,1 ± 0,4 mm, P<0,01) e do músculo Bíceps femorais (6,9 vs. 4,9 ± 0,6 mm, P<0,01).</p><p>A interação entre a qualidade da cana utilizada e o nível de concentrado somente foi</p><p>significativa em relação ao ganho médio diário de peso, com efeito de Cana apenas ao</p><p>nível de 80% de concentrado na dieta (1,80 vs. 1,52 ± 0,09 kg/d, P<0,01).</p><p>110</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Tabela 19. Consumo de matéria seca em porcentagem de peso vivo (CMS), ganho médio diário de peso vivo</p><p>(GMD), peso vivo final (PVf), espessura de gordura subcutânea do músculo Longissimus dorsi (EGS), espessura de</p><p>gordura subcutânea do músculo Biceps femoris (EGP), área de olho de lombo do músculo Longissimus dorsi (AOL)</p><p>e profundidade do músculo Gluteus medius(ProfGlu) de tourinhos Nelore terminados em confinamento.</p><p>Variáveis</p><p>Nível de concentrado na dieta</p><p>Valor de P60% 80%</p><p>Variedade de cana</p><p>IAC2480 SP1049 IAC2480 SP1049 EPM Conc Cana Cana*Conc</p><p>CMS (%PV) 2,17 2,13 2,3 2,12 0,09 0,20 0,04 0,16</p><p>GMD (kg) 1,57 1,59 1,80 1,52 0,09 0,24 0,06 0,03</p><p>PVf(kg) 460 452 464 442 21 0,66 0,04 0,31</p><p>EGS (mm) 4,9 3,2 4,2 3,0 0,4 0,22 <0,01 0,38</p><p>EGP (mm) 7,8 5,0 5,9 4,9 0,6 0,05 <0,01 0,07</p><p>AOL (cm2) 70,3 67,7 67,3 66,1 1,9 0,24 0,32 0,71</p><p>ProfGlu (mm) 93,9 93,6 92,1 91,3 2,8 0,45 0,83 0,92</p><p>Fonte: Mesquita et al. (2012). EPM = erro padrão da média.</p><p>Ensilagem da cana-de-açúcar</p><p>O uso da cana-de-açúcar na alimentação de bovinos é uma das opções mais</p><p>interessantes para minimizar os custos de rações e do produto animal, maximizando</p><p>a receita líquida da atividade (NUSSIO et al., 2002), sendo uma prática tradicional,</p><p>por parte dos pecuaristas, o fornecimento da cana fresca, diretamente ao gado. No</p><p>entanto, a ensilagem da cana traz algumas vantagens operacionais, principalmente em</p><p>propriedades com grandes rebanhos, como a concentração de todas as operações (corte,</p><p>picagem, transporte) em poucos dias, com melhor eficiência de colheita e manejo dos</p><p>canaviais.</p><p>Devido ao alto teor de carboidratos solúveis, a cana-de-açúcar é altamente susceptível à</p><p>ação de leveduras, o que pode comprometer a qualidade do material conservado, devido</p><p>à fermentação tipicamente alcoólica. No ambiente anaeróbio do silo, as leveduras</p><p>são capazes de gerar perdas significativas de matéria seca em razão da fermentação</p><p>alcoólica. Segundo Nussio et al. (2005), o acúmulo de etanol pode não somente</p><p>representar perdas do material ensilado, mas também perdas decorrentes da recusa</p><p>dos animais. Esta fermentação indesejada pode causar reduções de 44 a 68% no teor de</p><p>açúcares, consequentemente, aumento nos componentes da parede celular e redução</p><p>de 28% na digestibilidade da cana ensilada (ALLI et al., 1983). Porém, este entrave</p><p>pode ser facilmente evitado com práticas de manejo adequadas.</p><p>111</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>Diversos aditivos têm sido avaliados com o objetivo de controlar a fermentação</p><p>alcoólica em silagens de cana-de-açúcar. A ureia quando aditivada no material ensilado</p><p>se transforma em amônia (NH3), que tem efeito de inibição sobre leveduras e mofos,</p><p>podendo reduzir a produção de etanol, perdas de matéria seca e de carboidratos solúveis</p><p>da cana ensilada (ALLI et al., 1983). Junqueira (2006), ao avaliar animais alimentados</p><p>com silagens de cana-de-açúcar tratadas com aditivos químicos e bacterianos, verificou</p><p>que o tratamento com ureia (1%) foi o que proporcionou melhores resultados no</p><p>desempenho dos animais.</p><p>Os inoculantes biológicos estão divididos em dois grupos distintos: as bactérias</p><p>homoláticas (produtoras de ácido lático) e as bactérias heterofermentativas (produtoras</p><p>de ácido acético e ácido lático). As primeiras são frequentemente utilizadas em silagens</p><p>de milho e capins, atuando na rápida redução do pH pela produção de ácido lático,</p><p>promovendo assim a estabilidade anaeróbica da silagem. No entanto, inoculantes</p><p>contendo bactérias homoláticas têm se mostrado prejudiciais ao processo de ensilagem</p><p>da cana-de-açúcar, estimulando a produção de etanol ao invés de controlá-la.</p><p>Inoculantes microbianos contendo bactérias heterofermentativas da espécie</p><p>Lactobacilos buchneri promoveram redução na população de leveduras e aumento na</p><p>estabilidade aeróbica de silagens, devido à produção de ácido acético (RANJIT; KUNG</p><p>JR., 2000). Pedroso et al., (2002) detectaram redução de 50% na produção de etanol e</p><p>de 56% na perda total de matéria seca, quando comparou silagem de cana aditivada com</p><p>L. buchneri em relação a silagem não aditivada. Schmidt (2008) observou aumento no</p><p>ganho de peso (1,03 vs 0,82 kg/dia) e melhor conversão alimentar (8,7 vs 9,7 kg de MS/</p><p>kg de PV) em tourinhos Nelore e Canchim, quando os animais foram alimentados com</p><p>rações que continham aproximadamente 55%</p><p>é de 500kg nas fêmeas e pode chegar a 800 kg nos machos.</p><p>Shorthorn</p><p>origem</p><p>De origem inglesa, é encontrado também em países como Argentina, EUA, Canadá,</p><p>México, França, Alemanha, Austrália e Nova Zelândia e Irlanda. Seu melhoramento</p><p>vem sendo feito há mais de 200 anos, resultando num rebanho muito precoce. No</p><p>Brasil essa raça não apresentou um bom desempenho, visto que o clima tropical e as</p><p>pastagens de baixo valor nutritivo não corresponderam às exigências fisiológicas do</p><p>animal.</p><p>Características</p><p>Sua pelagem é vermelha e branca, mas pode variar para rosilho e malhado com manchas</p><p>extensas ou ainda amarelo tostado escuro e pele clara sem pigmentação. O Shorthorn é</p><p>um excelente produtor de carne, devido a sua precocidade e engorda rápida, porém, a</p><p>qualidade da carne é pouco apreciada, pois a deposição de gordura corporal não é bem</p><p>distribuída. É pouco rústico, não se adapta ao clima quente e pastos de baixa qualidade,</p><p>contudo, é inigualável em pastagens de leguminosas de alta qualidade. Quando bem</p><p>terminados, o rendimento é elevado, podendo atingir 70%. Seu peso adulto varia entre</p><p>500 kg a 600 Kg nas vacas e pode chegar a 900 kg nos touros.</p><p>Marchigiana</p><p>origem</p><p>Raça criada na Itália e trazida para o Brasil na década de 1980. Na região centro-oeste</p><p>do Brasil, produtores estão utilizando a raça Marchigiana em cruzamentos industriais</p><p>com raças zebuínas.</p><p>15</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>Características</p><p>Animal de pelagem branca ou acinzentada com pigmentação negra, semelhante ao</p><p>Nelore. Possui cabeça pequena e pescoço musculoso, estrutura ampla, larga e forte, ideal</p><p>para a produção de carne. Apresenta alta velocidade de ganho de peso e precocidade.</p><p>Cruzamentos da Marchigiana com raças zebuínas mostraram uma produção de carne</p><p>excelente chegando ao abate com 18-24 meses de idade. A raça é utilizada em programas</p><p>de cruzamento para a produção de novilhos precoces. Os bezerros nascem bem pesados,</p><p>com 40 a 50 kg e apresentam crescimento rápido. Devido a boa conversão alimentar,</p><p>essa raça é mais utilizada em sistemas de confinamento.</p><p>Piemontês</p><p>origem</p><p>Criado no norte da Itália, proveniente do cruzamento natural entre o zebu paquistanês</p><p>e o Aurocks da região de Piamonte. Fazendeiros italianos notaram o desenvolvimento</p><p>de traços da característica conhecida como musculatura dupla e, logo, reconheceram a</p><p>vantagem para produção de carne. Está presente no Brasil, em rebanhos puros ou em</p><p>cruzamento industrial.</p><p>Características</p><p>Pelagem cinza, variando de claro a escuro e a pele é preta, como no zebu. O gado</p><p>Piemontês atual é o melhor exemplo da característica de dupla musculatura, com</p><p>ossos e pele fina. Como resultado, o Piemontês tem o melhor rendimento de carcaça</p><p>e melhor porcentagem de cortes de todas as raças. O Piemontês é uma raça moderna.</p><p>Sua produção de carne é diferenciada porque agrada os consumidores e atende as</p><p>exigências dos produtores. A habilidade materna e uma boa produção de leite são</p><p>também características dominantes nas fêmeas mestiças. O peso adulto dos machos</p><p>pode chegar aos 900 kg e nas fêmeas até 600 kg. O rendimento de carcaça é alto,</p><p>podendo chegar a 72%.</p><p>16</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>Limousin</p><p>origem</p><p>A raça Limousin é original da região de Limoges na França. No Brasil, a raça está</p><p>presente desde o início do século XX e atualmente é bastante utilizada nos estados de</p><p>Goiás, Mato grosso, Minas Gerais e São Paulo em programas de cruzamento industrial,</p><p>bem como em centrais de vendas de reprodutores e matrizes.</p><p>Características</p><p>A raça apresenta pelagem amarelo-claro, com áreas mais claras em torno dos olhos,</p><p>focinho e extremidades dos membros. Possui porte grande e forte, pois foi selecionado</p><p>para dupla aptidão (carne e trabalho). São eficientes quanto a conversão alimentar,</p><p>ganho de peso, rendimento de carcaça e fertilidade. O peso adulto dos machos pode</p><p>chegar a 1.200 kg e o das fêmeas variam entre 550 e 750 kg. O peso médio de nascimento</p><p>dos bezerros Limousin é de 36 kg. O rendimento de carcaça dos animais de raça pura</p><p>pode atingir facilmente 65%.</p><p>Chianina</p><p>origem</p><p>Tem sua origem na Itália, numa região de grande variedade de solos de planície,</p><p>colinas e áreas montanhosas. Era inicialmente utilizado como animal de tração e foi</p><p>intensamente utilizada em cruzamentos para o melhoramento genético de outras raças</p><p>italianas. É pouco conhecida fora da Itália e sua introdução no Brasil ocorreu devido ao</p><p>interesse de criadores em cruzá-la com o Zebu.</p><p>Características</p><p>É caracterizada pela pelagem branca porcelana, contorno dos olhos e a vassoura da cauda</p><p>com pelos negros. O focinho, os chifres e as unhas são pretos. É uma das maiores raças</p><p>bovinas do mundo, podendo os machos alcançar até 1,80 m de altura. O peso adulto pode</p><p>chegar a 1.300 kg nos machos e 900 kg para as fêmeas. Tourinhos de 12 meses de idade</p><p>chegam a pesar entre 400 e 550 kg. Se destaca pelo rápido ganho de peso e crescimento</p><p>após a desmama. Sua precocidade possibilita o abate do animal muito jovem, dependendo</p><p>da dieta fornecida. Apresenta musculatura robusta com rendimento de carcaça de 60%. A</p><p>17</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>carne é magra, com pouca gordura intramuscular e leve proporção de gordura subcutânea.</p><p>No Brasil, o gado Chianino é apreciado para cruzamentos, especialmente com o Nelore,</p><p>para a produção de novilhos precoces e pesados.</p><p>Belgian Blue</p><p>origem</p><p>Originou-se na Bélgica central, formado pelo cruzamento desordenado de gado nativo</p><p>e atualmente, representa quase a metade do rebanho Belga. A raça foi importada para o</p><p>Brasil em 1994 e está presente em centrais de genética, para trabalhos de cruzamento,</p><p>coleta e comercialização de sêmen.</p><p>Características</p><p>A pelagem é de coloração composta de branco, azul e às vezes negro, com chifres</p><p>cinzentos e arqueados. Atualmente, a raça é selecionada, basicamente, para a produção</p><p>de carne. Apresenta linhas arredondadas e músculos proeminentes. Por apresentar</p><p>dupla musculatura no posterior, a raça ganhou o nome de Super Boi. Para garantir</p><p>o nascimento saudável das crias no programa de expansão da raça, todos os partos</p><p>de matrizes puras são realizados por meio de cirurgia cesariana. O peso adulto dos</p><p>machos pode ultrapassar os 1.200 kg e o das fêmeas 800 kg. Com relação à carcaça, os</p><p>animais apresentam uma carne magra, com menor deposição de gordura subcutânea e</p><p>intramuscular.</p><p>Blonde D’aquitaine</p><p>origem</p><p>É originária dos montes Pirineus, no sudeste europeu, de clima variável, terrenos</p><p>pedregosos e pastagens muito pobres, lhe conferindo boa rusticidade, capaz de suportar</p><p>tanto frio quanto o calor intenso, comuns naquela região. Foi introduzido no Brasil em</p><p>1972, por meio da exposição de Esteio, no Rio Grande do Sul, anos mais tarde foram</p><p>feitas as primeiras importações de animais puros, o que permitiu a formação do rebanho</p><p>puro existente no país.</p><p>18</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>Características</p><p>Possui pelagem de cor parda, variando entre vermelho claro e amarelo e pele de</p><p>coloração rosada. Animal de porte grande e com excelente taxa de crescimento, é ideal</p><p>para produção de carne. O peso adulto das fêmeas pode atingir 800 kg e o dos machos</p><p>entre 1.000 e 1.200 kg. O rendimento de carcaça supera os 60%, com carne de alta</p><p>qualidade. Bastante utilizado no cruzamento com as raças Caracu e Nelore, resultando</p><p>em filhos precoces e com excelente ganho de peso.</p><p>Brahman</p><p>origem</p><p>Criada nos Estados Unidos, a partir do cruzamento das raças Nelore, Guzerá, Gir,</p><p>Valley, Sindi dentre outras. Criadores da região sul do país viu nessa raça a solução do</p><p>impasse para a difícil criação de raças especializadas europeias, que não se adaptavam</p><p>bem ao clima local. Atualmente, o Brahman é encontrado nas extensas áreas do sul dos</p><p>EUA, onde predominam o calor e terras úmidas.</p><p>Características</p><p>As cores predominantes no Brahman têm tonalidades cinza</p><p>de silagem inoculada com L. buchneri,</p><p>em relação aos animais alimentados com silagem sem aditivos.</p><p>A perda de compostos nutritivos após a abertura dos silos é um fator determinante</p><p>do valor nutritivo das silagens. Os pesquisadores Ranjit e Kung Jr. (2000) estudaram</p><p>a deterioração da silagem de milho durante a fase aeróbica e observaram perdas de</p><p>5,3% da MS e de 60% dos carboidratos solúveis (3,4 vs. 1,4% da MS) até o terceiro</p><p>dia de exposição ao ar. No mesmo período, o pH aumentou de 3,9 para 5,0 e os teores</p><p>de ácido acético e lático foram reduzidos de 7,55 para 1,35%, e de 1,88 para 0,08% da</p><p>MS, respectivamente. No entanto, alguns aditivos apresentam efeito significativo no</p><p>aumento da estabilidade aeróbica das silagens, como pode ser visto na figura 9.</p><p>112</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Figura 9. Estabilidade aeróbica de silagens de cana-de-açúcar tratadas com ureia, benzoato de sódio e</p><p>inoculantes contendo L. plantarum (BAL) e L. buchneri (Buch).</p><p>a,b,cLetras diferentes indicam diferença significativa (P≤0,05).</p><p>Fonte: adaptado de Pedroso (2003).</p><p>Em comparação com a fibra do milho, a cana-de-açúcar apresenta aproximadamente</p><p>metade da digestibilidade da fibra em detergente neutro, o que leva ao menor consumo</p><p>e desempenho animal (CORRÊA et al., 2003). Apesar da manutenção do valor</p><p>energético da cana durante o período seco, este teor constante de energia se dá pela</p><p>redução da digestibilidade da FDN e aumento do teor de açúcares da cana (KUNG JR.;</p><p>STANLEY, 1982; CARVALHO et al., 2010). Assim, a ensilagem da cana pode permitir</p><p>a utilização de um volumoso com maior digestibilidade da fibra, ainda que com menor</p><p>valor energético total, do que o fornecimento anual da cana picada, devido ao controle</p><p>da época de colheita da forrageira para confecção da silagem.</p><p>É evidente que a ensilagem altera a qualidade nutricional de volumosos. Em relação</p><p>à cana-de-açúcar, o processo de ensilagem aumenta o valor da FDN, aumenta o teor</p><p>de lignina e reduz o teor de açúcares solúveis (KUNG JR.; STANLEY, 1982). Ainda,</p><p>a ensilagem aumenta a concentração de ácidos orgânicos e a concentração de etanol</p><p>(KUNG JR.; STANLEY, 1982; PEDROSO et al., 2007). A soma destas alterações, em</p><p>geral, resulta na redução do consumo e do desempenho de animais consumindo a</p><p>silagem de cana em relação à cana fresca picada (MENDES et al., 2008; PEDROSO et</p><p>al., 2008).</p><p>Com bases nos estudos apresentados, temos dois fatores importantes que regulam o</p><p>consumo e o desempenho de animais consumindo dietas à base de silagem de cana-de-</p><p>açúcar: o acúmulo de ácidos da fermentação, etanol, e a digestibilidade da fibra.</p><p>Sendo assim, uma pesquisa desenvolvida no Laboratório de Pesquisa em Gado de Corte</p><p>(LPGC), da USP de Pirassununga, avaliou o efeito da ensilagem de duas variedades</p><p>distintas de cana-de-açúcar, sendo uma de baixa digestibilidade e a outra de alta</p><p>digestibilidade da fibra, sobre o consumo de tourinhos em crescimento em comparação</p><p>113</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>com animais recebendo cana fresca picada. As silagens foram aditivadas com L.</p><p>buchneri, com o intuito de evitar a fermentação alcoólica (SOUSA et al., 2012).</p><p>A pesquisa confirmou a hipótese de que a melhora na qualidade da fibra pode interferir</p><p>positivamente no consumo de dietas a base de silagem de cana-de-açúcar ou fornecida</p><p>fresca, visto que a alimentação com a cana de alta digestibilidade da FDN aumentou o</p><p>consumo de MS em relação ao genótipo de baixa digestibilidade da FDN (5,7 vs. 5,1 ±</p><p>0,5 kg/d, P<0,01), respectivamente.</p><p>A escolha do genótipo de maior digestibilidade da fibra foi de grande importância</p><p>nutricional para o material ensilado, pois conforme apresentado na tabela 20, o efeito</p><p>da alta digestibilidade da FDN sobre o CMS foi significativo somente quando se utilizou</p><p>a cana ensilada (P<0,01), não sendo observado efeito sobre o consumo de matéria</p><p>seca quando a cana foi fornecida in natura (P=0,53). Os resultados indicam uma boa</p><p>qualidade da silagem, quanto à fermentação alcoólica, visto que o modo de conservação</p><p>não afetou o CMS (P>0,05).</p><p>Tabela 20. Consumo de matéria seca (kg/d) de duas variedades de cana (alta e baixa DFDN) com diferentes</p><p>processamentos (in natura e ensilada).</p><p>CONS/CANA IAC2480 SP1029 EPM</p><p>in natura 5,5 5,3 NS 0,5</p><p>Silagem 6,0 4,8** 0,5</p><p>EPM = erro padrão da média; ** P<(0,01); NS = não significativo</p><p>Fonte: Sousa et al. (2012).</p><p>A alimentação com cana-de-açúcar ensilada não mascarou o efeito da fibra de</p><p>alta digestibilidade da FDN sobre o consumo de matéria seca (tabela 21). Estes</p><p>resultados sugerem que trabalhar com volumosos de melhor qualidade de fibra pode</p><p>ser economicamente viável e nutricionalmente interessante, principalmente em</p><p>forrageiras destinadas a conservação, visto que o processo fermentativo consome parte</p><p>dos nutrientes digestíveis totais da planta ensilada.</p><p>As forragens constituem a fonte mais barata de nutrientes em sistemas de produção</p><p>tropicais, e sua qualidade afeta grandemente o desempenho de animais e a lucratividade</p><p>do sistema. A decisão sobre o nível de inclusão de concentrado na dieta deve ser feita</p><p>tendo como base a análise financeira do sistema de produção. A digestibilidade da</p><p>fibra está fortemente correlacionada com o consumo e desempenho, não só de animais</p><p>recebendo dietas com alto teor de volumosos, mas também em sistemas intensivos com</p><p>grande uso de alimentos concentrados. Dada a grande variação da digestibilidade da</p><p>fibra das forrageiras tropicais, é importante a classificação de forragens quanto aos seus</p><p>efeitos de enchimento de FDN no rúmen.</p><p>114</p><p>CAPítulo 3</p><p>Aditivos</p><p>ionóforos</p><p>Os antibióticos ionóforos são os aditivos mais pesquisados em dietas de ruminantes,</p><p>mas somente a monensina, lasalocida, salinomicina e laidlomicina propionato são</p><p>aprovados para uso em dietas de ruminantes no Brasil. A ação dos ionóforos no rúmen</p><p>ocorre pelas mudanças na população microbiana, selecionando as bactérias gram-</p><p>negativas produtoras de ácido succínico ou que fermentam ácido láctico e inibindo</p><p>as gram-positivas produtoras de ácidos acético, butírico, láctico e H2. Em função da</p><p>característica de ação dos ionóforos sobre a população microbiana, os benefícios de sua</p><p>ação biológica podem ser classificados em 3 áreas:</p><p>1. aumento da eficiência do metabolismo da energia das bactérias ruminais</p><p>e/ou do animal, alterando a proporção dos ácidos graxos voláteis</p><p>produzidos no rúmen e diminuindo a produção de metano;</p><p>2. melhoria do metabolismo do N pelas bactérias ruminais e/ou do animal,</p><p>diminuindo a absorção de amônia e aumentando a quantidade de proteína</p><p>de origem alimentar que chega ao intestino delgado;</p><p>3. diminuição das desordens resultantes da fermentação anormal no rúmen,</p><p>como acidose, timpanismo e coccidiose.</p><p>As bactérias ruminais gram-negativas são mais resistentes aos ionóforos que as gram-</p><p>positivas, uma vez que a maioria dos ionóforos não passam através da membrana celular,</p><p>tornando as células da bactérias gram-negativas impermeáveis a esses compostos. Por</p><p>outro lado, as bactérias gram-positivas possuem apenas uma membrana porosa que não</p><p>impede a ação da monensina. O mecanismo de ação dos ionóforos sobre as bactérias</p><p>está relacionado com um processo chamado bomba iônica, que regula o balanço químico</p><p>entre o meio interno e externo da célula. Os ionóforos ao se ligarem à membrana</p><p>celular das bactérias e protozoários e, provavelmente a dos fungos ruminais, facilitam</p><p>o movimento dos cátions através da membrana celular. Essas reações culminam em</p><p>uma reduzida concentração intracelular de K+ e maior concentração intracelular de</p><p>Na+. Como consequência, a bomba iônica não opera eficientemente, provocando um</p><p>desequilíbrio e devido a uma maior concentração de cátions dentro da célula, ocorre</p><p>115</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>aumento da pressão osmótica, a água penetra em excesso e com isso a célula “incha”</p><p>tendendo a romper-se.</p><p>A redução ou modulação do consumo de alimento tem sido observada,</p><p>principalmente</p><p>com monensina (GOODRICH et al., 1984; SCHELLING, 1984; OLIVEIRA et al., 2005),</p><p>enquanto outros ionóforos podem aumentar o consumo ou não altera-lo (SPIRES et</p><p>al., 1990). O consistente efeito negativo da monensina no consumo de alimento levou o</p><p>NRC (1996) a recomendar que o consumo de matéria seca estimado seja diminuído em</p><p>4% quando se procede a suplementação com 27,5 a 33 ppm de monensina.</p><p>Em animais alimentados com dieta volumosa, o decréscimo no consumo pode ser</p><p>parcialmente explicado pela diminuição na taxa de turnover de sólidos e líquidos no</p><p>rúmen e, consequente, aumento do enchimento ruminal (Allen e Harrison, 1979),</p><p>enquanto a reduzida motilidade ruminal induzida pela monensina pode ser a causa da</p><p>diminuição do turnover ruminal (DESWYSEN et al., 1987). Baile et al. (1979) sugerem</p><p>que, em dietas ricas em concentrado, a diminuição no consumo de alimento foi atribuída</p><p>ao sabor desagradável da monensina. Experimentos de Raun et al. (1974a, b; 1976)</p><p>e Brown et al. (1974) demonstraram uma resposta quadrática à dose de monensina</p><p>administrada. O consumo de alimento foi reduzido em 5% com a inclusão de 11 ppm de</p><p>monensina na dieta, 13% com 33 ppm e 24% com 88 ppm. Os autores recomendaram</p><p>uma dose ótima de 11 ppm, considerando o ganho de peso diário e 33 ppm para máxima</p><p>eficiência alimentar. Em média, recomenda-se para bovinos, 33 ppm ou 200 mg/dia</p><p>de monensina como dose ótima para a obtenção da melhor resposta no desempenho</p><p>(POTTER et al., 1976; Wilkinson et al., 1980; GOODRICH et al. 1984), na eficiência</p><p>alimentar (POTTER et al., 1976), no padrão de fermentação ruminal (POTTER et al.,</p><p>1976; RAUN et al., 1976), menor produção de metano (O’KELLY; SPIERS, 1992) e</p><p>menor incidência de timpanismo (MAY, 1990).</p><p>A melhora na eficiência alimentar ocorre devido ao aumento na proporção de propionato</p><p>em relação ao acetato, depressão na produção de metano e na degradação da proteína da</p><p>dieta. De acordo com Nagaraja et al. (1997), a monensina aumenta a eficiência energética</p><p>animal em torno de 5%, em virtude da maior produção de propionato, menor formação</p><p>de metano e aumento na energia retida, assumindo que o propionato é essencial para</p><p>o metabolismo energético dos ruminantes. Sua maior disponibilidade contribuirá para</p><p>diminuir o incremento calórico (BLAXTER; WAINMAN, 1964), poupar aminoácidos</p><p>normalmente destinados a gliconeogênese (REILLY; FORD, 1974) e promover, assim,</p><p>síntese de proteína corporal (POTTER et al., 1968).</p><p>116</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Probióticos</p><p>Devido a natural ineficiência energética do processo de fermentação ruminal, com</p><p>perdas significativas na forma de calor e gases da fermentação, a manipulação do</p><p>ecossistema ruminal é uma ferramenta atraente para os nutricionistas. Levando-se</p><p>ainda em consideração as questões atuais relacionadas com a emissão de gás metano</p><p>pelos animais ruminantes, e a crescente preocupação com o uso de antibióticos na</p><p>alimentação animal, entende-se o grande interesse, tanto dos acadêmicos, quanto</p><p>das indústrias de nutrição, para o uso de probióticos como moduladores do ambiente</p><p>ruminal. Atualmente, a grande maioria das empresas de nutrição animal oferecem</p><p>suplementos minerais ou proteicos contendo probióticos em sua formulação.</p><p>Probióticos são definidos como microrganismos vivos que quando administrados em</p><p>quantidade adequada conferem benefícios à saúde do hospedeiro (FAO-WHO, 2001).</p><p>Diversos probióticos tem sido utilizado com sucesso, sendo que os efeitos relatados</p><p>incluem a melhora do desempenho animal, maior digestibilidade da fibra no rúmen,</p><p>aumento da produção de ácido propiônico, mitigação da emissão de metano, controle</p><p>da acidose ruminal e maior digestibilidade do amido ruminal. Além destes efeitos</p><p>sobre a eficiência da fermentação ruminal, os probióticos são ainda utilizados com o</p><p>propósito de melhorar a saúde do trato intestinal, reduzindo a população de patógenos.</p><p>Os principais tipos de microrganismos utilizados como probióticos na alimentação de</p><p>ruminantes são:</p><p>1. Microrganismos ruminais.</p><p>2. Bactérias produtoras de ácido lático.</p><p>3. Outras bactérias como Bacillus spp e Bifidobacterium spp.</p><p>4. Culturas de leveduras.</p><p>A elucidação do modo de ação dos probióticos não é tarefa facial para os pesquisadores,</p><p>devido à complexidade inerente do sistema. Alguns possíveis mecanismos de modulação</p><p>da fermentação ruminal incluem a produção de bacteriocinas, a redução da tensão</p><p>de oxigênio residual, fornecimento de fatores de crescimento limitantes ao rúmen,</p><p>consumo de ácido lático e produção de enzimas exógenas, entre outros.</p><p>Efeitos sobre a digestibilidade da fibra</p><p>O uso de probióticos contendo leveduras vivas da espécie Saccharomyces cerevisiae tem</p><p>aumentado progressivamente em dietas de ruminantes, com o objetivo de aumentar o</p><p>117</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>desempenho animal (DESNOYERS et al., 2009). Os mecanismos de ação das leveduras</p><p>ainda não estão totalmente estabelecidos, no entanto, as hipóteses sobre os benefícios</p><p>para os ruminantes incluem:</p><p>1. estimula o crescimento de bactérias fibrolíticas, aumentando assim a</p><p>digestibilidade ruminal de fibras (CALLAWAY; MARTIN, 1997; ALLEN;</p><p>YING, 2012);</p><p>2. favorece o crescimento de bactérias utilizadoras de lactato, reduzindo o</p><p>acúmulo de ácido láctico em dietas de alto grão e prevenindo a acidose</p><p>ruminal (NISBET; MARTIN, 1991; CALLAWAY; MARTIN, 1997);</p><p>3. aumento do fluxo de proteína microbiana para o duodeno, devido à</p><p>alteração do ambiente ruminal que favorece o crescimento bacteriano</p><p>total (YOON; STERN, 1996; HRISTOV et al., 2010).</p><p>No entanto, o efeito do uso de levedura depende da cepa e da dose da levedura utilizada,</p><p>composição da dieta e condição fisiológica do animal suplementado.</p><p>A presença de leveduras vivas no rúmen influenciou o crescimento e atividade de</p><p>microrganismos degradadores de fibra, como fungos e bactérias fibrolíticas. A cepa</p><p>CNCM I-1077 da espécie Saccharomyces cerevisiae se mostrou capaz de estimular a</p><p>germinação do fungo Neocallimastix frontalis MCH3 (CHAUCHEYRAS et al., 1995),</p><p>que por sua vez possui ação celulolítica e contribui para aumentar a taxa de digestão</p><p>de fibras no rúmen. Ainda, os autores sugeriram que as leveduras foram capazes de</p><p>potencializar a colonização de fungos na parede celular de plantas. A explicação</p><p>encontrada para este efeito foi que as leveduras liberam fatores de crescimento, como</p><p>a tiamina e a vitamina A, que são elementos essenciais para o desenvolvimento dos</p><p>fungos presentes no rúmen (FONTY; CHAUCHEYRAS-DURAND, 2006).</p><p>O ambiente ruminal deveria ser um ambiente restritamente anaeróbico, porém, devido</p><p>ao consumo de alimento e ingestão de água, grande quantidade de oxigênio está presente</p><p>dentro do rúmen (CHAUCHEYRAS-DURAND et al., 2008). Desta forma, em aerobiose,</p><p>as leveduras realizam a oxidação da glicose pela via da respiração aeróbica, que exige</p><p>o consumo de oxigênio, retirando assim oxigênio do meio e reduzindo o potêncial de</p><p>redução do fluido ruminal, o que favorece o desenvolvimento dos microrganismos</p><p>ruminais que são altamente sensíveis à presença de oxigênio (NEWBOLD et al., 1996).</p><p>Os efeitos das leveduras sobre o crescimento e a atividade de bactérias fibrolíticas têm sido</p><p>estudados e os resultados das pesquisas têm comprovado a hipótese de que o ambiente</p><p>ruminal é modulado, favorecendo o desenvolvimento de microrganismos degradadores</p><p>118</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>de fibra. A suplementação de ruminantes com S. cerevisiae como probiótico estimulou</p><p>o crescimento populacional das espécies Fibrobacter succinogenes, Ruminococcus</p><p>albus, Ruminococcus flavefaciens, e Butyrivibrio fibrisolvens (GIRARD; DAWSON,</p><p>1995). Mosoni et al. (2007) demonstraram por meio da análise por PCR em tempo real</p><p>que as populações de R. albus e R. flavefaciens aumentaram 2 e 4 vezes de tamanho,</p><p>respectivamente, após a presença de levedura viva no rúmen. Fonty e Chaucheyras-</p><p>Durand (2006) observaram um</p><p>crescimento significativo das três espécies de bactérias</p><p>celulolíticas avaliadas (F. succinogenes, R. albus, e R. flavefaciens) no rúmen de animais</p><p>suplementados com levedura.</p><p>Com o objetivo de avaliar o efeito de levedura viva sobre a digestibilidade de fibra e</p><p>população ruminal de bactérias celulolíticas em bovinos de corte em pastejo rotacionado,</p><p>recebendo suplementação mineral sem monensina, Sousa et al. (2015) desenvolveram</p><p>no Laboratório de Pesquisa em Gado de Corte - VNP/FMVZ/USP um experimento com</p><p>oito animais canulados no rúmen, recebendo ou não 8 x 109 CFU de levedura (cepa</p><p>Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077) por dia, diretamente no rúmen (via cânula),</p><p>durante um ano de avaliação, para passar por todas as estações.</p><p>Os efeitos da suplementação com levedura sobre a digestibilidade da FDN foram</p><p>avaliados por 24h de incubação in situ de cinco diferentes volumosos. Na média dos</p><p>cinco volumosos incubados, a suplementação com levedura aumentou a digestibilidade</p><p>da fibra em 6,8% ao longo do ano (40,7 vs. 38,1%, P < 0,01, tabela 22). O efeito da</p><p>levedura sobre a digestibilidade da fibra não foi influenciado pela estação do ano (P =</p><p>0,45, Tabela 21), ou pelo tipo de volumoso (P = 0,39).</p><p>Tabela 21. Efeito da suplementação com levedura viva sobre a digestibilidade da FDN de diferentes volumosos</p><p>após 24h de incubação ruminal.</p><p>Itens Controle Levedura EPM</p><p>Valor de P</p><p>Levedura Estação Lev*Est</p><p>Média dos volumosos 38,1 40,7 0,4 <0,01 <0,01 0,45</p><p>Feno de tifton 85 30,2 32,1 0,7 0,07 <0,01 0,30</p><p>Capim marandu 60,9 63,4 0,8 0,04 <0,01 0,95</p><p>Capim mombaça 47,7 49,2 0,8 0,04 <0,01 0,95</p><p>Silagem de cana-de-açúcar 13,1 14,9 0,5 0,03 <0,01 0,18</p><p>Silagem de milho 37,4 40,1 1,0 0,07 <0,01 0,32</p><p>Fonte: Sousa et al. (2015).</p><p>Quanto à avaliação da microbiota ruminal, as bactérias degradadoras de fibra foram</p><p>representadas pelas espécies: F. succinogenes, R. flavefasciens, B. fibrisolvens, e R.</p><p>albus. A partir destas quatro espécies de bactérias a R. flavefaciens foi a mais prevalente</p><p>119</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>no rúmen, com uma população 15,2 vezes maior do que B. fibrisolvens (Figura 10),</p><p>demonstrando assim a importância dessa espécie para a degradação de fibra no rúmen</p><p>desses animais.</p><p>Figura 10. População relativa no rúmen das quatro bactérias degradadoras de fibras avaliadas. Os valores são</p><p>expressos em relação à população B. fibrisolvens.</p><p>Fonte: Sousa et al. (2015).</p><p>A suplementação com levedura viva aumentou a população relativa de R. flavefaciens</p><p>(P<0,01, Tabela 22). O aumento na população de R. flavefaciens pode explicar a maior</p><p>digestibilidade da fibra observada neste estudo, para os animais que receberam a</p><p>suplementação com S. cerevisiae.</p><p>Tabela 22. População relativa de bactérias ruminais de novilhos em pastejo durante as quatro estações do ano,</p><p>suplementados ou não com levedura viva.</p><p>Espécie Controle Levedura1 EPM</p><p>Valor de P</p><p>Levedura Estação Lev*Est</p><p>R. flavefaciens 1,00 1,78 0,04 <0,01 0,52 0,10</p><p>F. succinogenes 1,00 0,65 0,01 0,02 <0,01 0,08</p><p>R. albus 1,00 0,86 0,01 0,47 0,26 0,57</p><p>B. fibrisolvens 1,00 0,89 0,01 0,12 0,97 0,18</p><p>1Valores expressos em relação ao controle.</p><p>Fonte: Sousa et al. (2015).</p><p>Efeitos sobre a digestibilidade do amido</p><p>Os carboidratos não fibrosos (CNF) compreendem uma fração facilmente e quase</p><p>completamente digerida pela maioria dos animais que engloba ácidos orgânicos,</p><p>120</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>mono e oligosacarídeos, frutanas, amido, pectina e outros carboidratos exceto a</p><p>hemicelulose e celulose encontradas na fração da Fibra em Detergente Neutro (FDN)</p><p>(VAN SOEST, 1993). O amido é o principal CNF fornecido aos ruminantes, devido</p><p>as suas características como fonte de reserva e disponibilidade energética superior à</p><p>dos carboidratos estruturais (ZEOULA; NETO, 2001), sendo o principal componente</p><p>energético dos grãos de cereais utilizados na alimentação de ruminantes, representando</p><p>70 a 80% da composição dos grãos de cereais (ZEOULA et al., 1999).</p><p>Com o avanço do melhoramento genético e de pesquisas na área de nutrição, tornou-se</p><p>fundamental o aumento do nível energético da dieta com o incremento da proporção de</p><p>grãos na dieta e digestibilidade do amido, para alcançar o potêncial de ganho de animais</p><p>de alto desempenho. A recomendação atual consiste em maximizar a fermentação do</p><p>amido no rúmen, pois, dessa forma, seria obtido maior crescimento microbiano e,</p><p>consequentemente, maior degradação da dieta e maior aporte de proteína microbiana</p><p>no intestino delgado (MEDEIROS; MARINO, 2015).</p><p>Neste contexto, vários fatores afetam a digestibilidade do amido, como por exemplo o</p><p>processamento dos grãos, além das diferentes fontes de amido (milho, sorgo, cevada,</p><p>dentre outros), teor de amilose e amilopectina, tipo de endosperma (farináceo ou</p><p>vítreo), utilização de aditivos e o próprio teor de amido da dieta podem influenciar na</p><p>digestibilidade do mesmo. Levando em consideração a diversidade de grãos disponíveis</p><p>para alimentação de ruminantes, apresentando variação em tamanho, textura, formato,</p><p>maturidade, umidade e digestibilidade, justifica-se o processamento desses ingredientes</p><p>pelo fato de proporcionar melhoras significativas na forma e, consequentemente, no</p><p>valor nutritivo destes grãos para bovinos de corte (ANTUNES; RODRIGUES, 2006).</p><p>Segundo Huntington (1997), a digestão ruminal do amido é um dos fatores mais</p><p>importantes na determinação do desempenho de ruminantes alimentados com dietas</p><p>de alto concentrado. O aumento da digestibilidade do amido provoca um impacto no</p><p>metabolismo energético e proteico, promovendo maior produção de ácidos graxos de</p><p>cadeia curta (acetato, propionato e butirato), com redução na proporção de acetato</p><p>propionato, e aumento do fluxo de proteína microbiana, reduzindo assim as perdas de</p><p>amido e N fecal pelo fato de aumentar a digestibilidade do amido à nível ruminal.</p><p>Dessa forma, a formulação de dietas deve levar em conta não somente a quantidade</p><p>de grãos, mas também todos os fatores que podem influênciar a digestibilidade e,</p><p>consequentemente, o desempenho animal. Nesse sentido, uma alternativa interessante</p><p>para aumentar a digestibilidade do amido seria o fornecimento de probióticos, com o</p><p>intuito de manipular a fermentação ruminal, promovendo assim maior disponibilidade</p><p>de energia no rúmen, favorecendo a maior produção de proteína microbiana.</p><p>Ao avaliar os efeitos da utilização de probiótico (Saccharomyces cerevisae) e/ou</p><p>ionóforo (monensina sódica) na dieta de bovinos da raça Holandesa recebendo uma</p><p>121</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>dieta com 70% de concentrado, Fereli et al. (2010) observaram aumento no valor</p><p>médio da digestibilidade total dos carboidratos não fibrosos a medida que o probiótico</p><p>foi adicionado à dieta, em função da maior quantidade de carboidratos prontamente</p><p>disponível no rúmen e a melhor digestão dos mesmos com dietas contendo probiótico.</p><p>Vale ressaltar que as digestões intestinal e total foram maiores para as dietas que</p><p>continham o probiótico em relação à que continha apenas o ionóforo não associado,</p><p>porém, a digestibilidade ruminal apresentou melhor resultado numérico para a dieta</p><p>composta de 100% da dose de probiótico associada com ionóforo.</p><p>Zeoula et al. (2008) observaram aumento do coeficiente de digestibilidade total do</p><p>amido, da FDN e FDA em resposta à suplementação com probiótico (Saccharomyces</p><p>cerevisiae + selênio + cromo) em rações com 50:50% de volumoso: concentrado para</p><p>bovinos da raça holandesa. Contudo, Gattass et al. (2008) não observaram efeito da</p><p>inclusão de Saccharomyces cerevisae sobre o consumo e digestibilidade aparente dos</p><p>carboidratos totais (CHOT) e carboidratos não estruturais (CNE), em novilhos 1/2 Red</p><p>Angus 1/2 Nelore recebendo dieta com 50% de volumoso à base de silagem de sorgo.</p><p>Yang et al. (2004) não encontraram diferenças na digestibilidade da MS, MO, amido,</p><p>FDN ou FDA com a suplementação de Propionibacterium, Enterococcus. faecium, ou</p><p>Enterococcus. faecium combinados com Saccharomyces cerevisiae.</p><p>Zeoula et al. (2014), ao avaliarem os efeitos da inclusão de ionóforo (monensina sódica)</p><p>e de probiótico (Saccharomyces cerevisae + selênio + cromo) em dietas com 80%</p><p>de volumoso sobre a digestibilidade aparente dos nutrientes para bovinos e búfalos,</p><p>não observaram diferença entre as dietas para a digestibilidade aparente do amido,</p><p>sendo o valor médio da digestibilidade do amido de 82,6% (P>0,05). Da mesma forma,</p><p>Raeth-Knight et al. (2007) também não encontraram efeito sobre a digestibilidade</p><p>aparente do amido em função do fornecimento de probiótico, contendo culturas vivas</p><p>de Lactobacillus acidophilus e Propionibacteria freudenreichii, em vacas Holandesas</p><p>no meio da lactação.</p><p>Observa-se que os resultados quanto a alterações na digestibilidade do amido em função</p><p>do fornecimento de probióticos são inconsistentes, que podem estar relacionados com</p><p>o tipo de dieta que é fornecida aos animais (FIEMS et al., 1993).</p><p>Controle da acidose ruminal</p><p>O uso de probióticos como moduladores da fermentação ruminal baseia- se, dentre</p><p>outros fatores, na prevenção da acidose ruminal (KREHBIEL et al., 2003) promovendo</p><p>adaptação e mudanças na microbiota ruminal. A acidose é caracterizada pelo pH</p><p>abaixo de 5,2 e alta concentração de lactato (OWENS et al., 1998), sendo considerada</p><p>a mais importante desordem nutricional dos ruminantes, comprometendo a saúde e o</p><p>desempenho produtivo (KLEEN et al., 2003; MARTIN et al., 2006). Casos de acidose</p><p>122</p><p>UNIDADE V │ CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>clínica ou subclínica são reportados quando os animais são alimentados com altas</p><p>quantidades de carboidratos não fibrosos na dieta, principalmente durante a transição</p><p>entre baixo para alto teor de carboidratos (LETTAT et al., 2012).</p><p>Fato comum nos confinamentos brasileiros é a não adaptação dos animais à nova</p><p>dieta, rica em carboidratos fermentáveis no rúmen. Os animais, em regime de pastejo,</p><p>cuja dieta se baseia em forragens, quando iniciam a dieta de confinamento, sofrem</p><p>diversas alterações ruminais, principalmente em função do tipo de microrganismos e</p><p>produtos da fermentação. Com o aumento na quantidade de carboidratos rapidamente</p><p>fermentáveis na dieta, ocorre uma grande produção de ácidos graxos de cadeia curta</p><p>(AGCC) e acúmulo de lactato, ocasionando a queda do pH ruminal (OWENS et al.,</p><p>1998). As bactérias responsáveis pela degradação da fibra, tais como Fibrobacter</p><p>succinogenes e Ruminococcus albus, têm sua atividade diminuída em pH ruminal</p><p>abaixo de 6,0 e completa cessação de digestão de fibra com pH entre 4,5 e 5,0 (VAN</p><p>SOEST, 1994; PINLOCHE et al., 2013). Por outro lado, as bactérias amilolíticas, em</p><p>especial Streptococcus bovis, Ruminobacter amylophilus e Lactobacillus spp. atuam</p><p>em uma faixa de pH mais baixo, ao redor de 5,8 (KOTARSKI et al., 1992; FURLAN</p><p>et al., 2006). O rápido desenvolvimento das bactérias amilolíticas acarreta o acúmulo</p><p>de lactato, pela maior produção e menor utilização desse ácido (LETTAT et al.; 2012),</p><p>diminuição do pH ruminal, acompanhado da menor degradação da fibra e sintomas de</p><p>acidose ruminal (KHAFIPOUR et al., 2009).</p><p>A adaptação gradual às dietas de confinamento, aliada com o uso de probióticos,</p><p>pode reduzir os problemas de acidose ruminal e queda no desempenho produtivo</p><p>nesse período de transição, maximizando a produção animal (LETTAT et al., 2012).</p><p>Os microrganismos utilizados como probióticos para essa finalidade podem ser</p><p>caracterizados como bactérias produtores de lactato ou consumidores de lactato, ou</p><p>mesmo leveduras, que podem ser utilizados simultaneamente (KREHBIEL et al., 2003;</p><p>PINLOCHE et al., 2013; QADIS et al., 2014; UYENO et al. 2015). As bactérias produtoras</p><p>de lactato, principalmente as do gênero Lactobacillus, quando adicionadas à dieta de</p><p>ruminantes, estimulam a adaptação gradual dos microrganismos ruminais na presença</p><p>desse ácido. Os microrganismos consumidores de lactato, especialmente as bactérias da</p><p>espécie Megasphaera elsdenii, agem evitando o acúmulo do ácido, ou seja, utilizando-o</p><p>como fonte energética, e consequentemente evitam a queda do pH e aparecimento da</p><p>acidose ruminal (MEISSNER et al., 2010). Por sua vez, a suplementação com leveduras</p><p>promove maior desenvolvimento das bactérias celulolíticas e auxiliam na manutenção</p><p>do pH ruminal, aumentando a digestibilidade da fibra (PINLOCHE et al., 2013).</p><p>Dentre as bactérias mais utilizadas como probióticos na alimentação de bovinos,</p><p>destaca-se a Megasphaera elsdenii devido à alta afinidade dessa bactéria para o</p><p>consumo de lactato (MEISSNER et al., 2010). Além disso, a M. elsdenii compete por</p><p>substrato com bactérias produtoras de lactato, especialmente Streptococcus spp.,</p><p>123</p><p>CONFINAMENTO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE V</p><p>comprometendo a produção de ácido láctico desse microrganismo. Outro grande grupo</p><p>de microrganismos utilizados como probióticos para bovinos são as Propionibacterias.</p><p>Dentre os benefícios da utilização desses microrganismos, ressalta-se a maior</p><p>produção de propionato, que requer maior fixação do H ruminal e, consequentemente,</p><p>diminuem-se as perdas de H pela produção de metano (VYAS et al., 2014). Além disso,</p><p>as Propionibacteria, assim como a M. elsdenii, utilizam o lactato como substrato,</p><p>evitando o acúmulo do mesmo. Outro fator importante que se deve considerar com a</p><p>suplementação de Propionibacteria, é que o propionato é o precursor mais importante</p><p>de glicose para os ruminantes e, consequentemente, tem o maior impacto no balanço</p><p>energético dos ruminantes (NAGARAJA et al., 1997).</p><p>Nocek et al. (2003) e Meissner et al. (2010) reportam que a suplementação com</p><p>probióticos a base de microrganismos que produzem e que consomem lactato é uma</p><p>estratégia eficiente para evitar o aparecimento da acidose ruminal. Em um estudo com</p><p>sinergismo entre probióticos, Lellat et al. (2012) reportam que de Lactobacillus spp.</p><p>e Propionibacteria são efetivos na estabilização do pH ruminal, prevenindo sintomas</p><p>de acidose em ruminantes, pelo aumento na atividade das bactérias celulolíticas e</p><p>limitação do desenvolvimento das bactérias produtoras de lactato. Além disso, os</p><p>autores reportam que o uso desses microrganismos combinados parece ser mais efetivo</p><p>no controle da acidose ruminal devido ao possível sinergismo entre essas cepas. Outros</p><p>ainda enfatizam que o efeito desses microrganismos, aliado as leveduras, promove</p><p>maior estabilidade do pH ruminal e, consequentemente, maior degradação da fibra e</p><p>melhor desempenho animal (NOCEK et al., 2003; CHIQUETTE et al., 2009).</p><p>Da mesma forma que para os produtos bacterianos, os efeitos positivos das leveduras</p><p>se tornam mais pronunciados em animais submetidos a dietas com alto teor de</p><p>carboidratos solúveis. Pinloche et al. (2013) reportam que é possível a modulação</p><p>da fermentação ruminal, pela mudança da microbiota utilizando leveduras como</p><p>probióticos para bovinos. Outros autores recomendam o uso de leveduras juntamente</p><p>com cepas bacterianas para promover os melhores benefícios no controle do pH</p><p>ruminal de bovinos alimentados com dieta de alto teor de carboidratos fermentáveis</p><p>(BROSSARD et al., 2006; THRUNE et al., 2009).</p><p>Em resumo, o uso de probióticos a base de bactérias e leveduras são de extrema</p><p>importância para bovinos em dietas com alto teor de carboidratos fermentáveis no</p><p>rúmen, especialmente no período de transição pasto/confinamento, a fim de modular</p><p>a fermentação ruminal, evitando quedas bruscas de pH, mantendo a atividade das</p><p>bactérias fibrolíticas, e evitando a acidose ruminal.</p><p>124</p><p>unidAdE Vi</p><p>nutrição</p><p>APliCAdA À</p><p>rEProdução</p><p>dE BoVinoS dE</p><p>CortE</p><p>Um bom índice reprodutivo, em qualquer criação animal, necessita de um bom manejo</p><p>nutricional. Com a evolução da seleção genética em busca de animais mais produtivos,</p><p>a nutrição também passou por mudanças, com o intuito de suprir as exigências básicas</p><p>e fornecer os nutrientes corretos e em quantidade ideal para o bom desempenho do</p><p>animal quanto a produção de carne,</p><p>leite e reprodução.</p><p>Mesmo com índices produtivos abaixo da média, o Brasil vem melhorando sua taxa</p><p>de desfrute, por meio da aplicação de novas tecnologias em todas as fases da produção</p><p>animal e principalmente na nutrição direcionada para cada classe animal e reprodução</p><p>em larga escala. A taxa de desfrute mede o aumento da produção (em peso ou em</p><p>número de cabeças) de um rebanho em um determinado espaço tempo em relação ao</p><p>rebanho inicial. A tabela 23 mostra a evolução da taxa de desfrute do Brasil, comparada</p><p>com outros países e a média mundial.</p><p>Tabela 23. Taxa de desfrute por ano e variação no período.</p><p>Taxa de desfrute, %</p><p>2000 2002 2004 2006 2008 Variação no período</p><p>Brasil 18,3 17,6 17,6 20 22,7 23,7</p><p>Argentina 25,5 22,6 28,5 26,4 26,7 4,4</p><p>Estados Unidos 38,3 38,5 35,4 35 35,7 -6,72</p><p>União Européia 33,5 34,3 33,2 32,4 31,9 -4,71</p><p>China 34,6 39,5 44,4 47,5 52,7 52,6</p><p>Média Mundial 22,1 21,9 22,2 22,5 22,9 3,9</p><p>Fonte: FAO (2010).</p><p>O tempo que os animais levam até atingir a puberdade também influência no custo do</p><p>sistema de criação, pois a fêmea tem um custo de manutenção na fazenda e o retorno</p><p>econômico virá somente após o parto. Animais mal nutridos têm sua puberdade</p><p>retardada, pois a prioridade por nutrientes e energia é dos tecidos indispensáveis para</p><p>125</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>a vida do animal, como exemplo o sistema nervoso central. Desta forma, uma dieta</p><p>deficiente irá prejudicar os órgão e tecidos de menor prioridade.</p><p>O impacto do estado nutricional de vacas de corte afeta a reprodução de um rebanho,</p><p>sendo, portanto, essêncial o fornecimento de uma dieta que contenha todos os nutrientes</p><p>(água, proteína, carboidratos, lipídios, minerais e vitaminas) de forma balanceada, para</p><p>atender às demandas de produção e reprodução dos animais.</p><p>126</p><p>CAPítulo 1</p><p>nutrição da vaca de cria e do touro</p><p>Este capítulo foi escrito baseado em Rocha et al. (2011).</p><p>Manejo nutricional para melhorar a</p><p>reprodução</p><p>Devido à baixa herdabilidade dos parâmetros de eficiência reprodutiva, os fatores</p><p>ambientais imprimem um maior impacto sobre o desempenho reprodutivo do que</p><p>a seleção genética. Portanto, a eficiência reprodutiva de um rebanho é altamente</p><p>influênciada pelo manejo e pelo ambiente. Dentre os fatores de ambiente que afetam a</p><p>reprodução de bovinos, a nutrição é, talvez, o de maior impacto (SANTOS, 1998).</p><p>Os fatores nutricionais de maior relevância na reprodução estão principalmente</p><p>relacionados com um consumo adequado de energia, gordura, proteínas, vitaminas</p><p>e minerais. A partição de nutrientes dentro do organismo ruminal segue uma ordem</p><p>preferêncial:</p><p>1) metabolismo basal 2) trabalho 3) crescimento 4) reserva de energia</p><p>básica 5) gestação 6) lactação 7) reserva de energia adicional 8) ciclo</p><p>estral e início de gestação 9) reserva de energia em excesso.</p><p>No entanto, a prioridade relativa das funções citadas pode mudar, dependendo de</p><p>qual função e sua intensidade está presente numa determinada fase da vida do animal.</p><p>Como por exemplo, no pós-parto, o consumo de MS não é suficiente para atender as</p><p>exigências, e a vaca acaba por mobilizar reservas de tecidos corporais para manter a</p><p>produção de leite, que nessa fase é prioridade em relação às funções reprodutivas. Uma</p><p>perda excessiva de peso decorrente da subnutrição pode levar ao anestro em vacas de</p><p>corte (RICE, 1991), principalmente naqueles animais que pariram com baixo escore</p><p>de condição corporal (ECC) ou naqueles que ainda estão em crescimento (NRC, 1996),</p><p>como as vacas de primeira cria.</p><p>O escore de condição corporal (ECC) do animal no pré e no pós-parto pode ser uma</p><p>ferramenta para monitorar o balanço de nutrientes e como esse balanço afeta a</p><p>reprodução. Vacas mal alimentadas e que apresentam ECC menor que 4 (escala de 1</p><p>a 9) antes do parto têm uma maior probabilidade de terem problemas reprodutivos, a</p><p>não ser que haja uma boa alimentação nesse período para atender suas exigências de</p><p>mantença e de ganho. A duração do período de anestro pós-parto em vacas de corte</p><p>127</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>em sistema de cria é de extrema importância econômica. Para esses animais, o retorno</p><p>precoce à atividade ovariana pós-parto irá determinar quando eles estarão aptos para</p><p>iniciar a estação de monta e quanto tempo permanecerão ativos no período de monta.</p><p>Bezerros nascidos de vacas com longo período de anestro pós-parto na estação de monta</p><p>anterior tendem a ser mais jovens e pesar menos no período de desmama (FERRELL,</p><p>1991). Para se obter melhor eficiência reprodutiva, o manejo nutricional das vacas deve</p><p>ter como meta um ECC entre 5 e 7 na época do parto.</p><p>Energia</p><p>O consumo insuficiente de energia está relacionado ao baixo desempenho reprodutivo,</p><p>resultando em um período prolongado de anestro após o parto, baixa produção de</p><p>progesterona pelo corpo lúteo e baixa taxa de concepção. Nos machos, está associado ao</p><p>atraso na idade da puberdade, redução da libido e queda na produção de espermatozóides.</p><p>O consumo de energia é o fator que mais afeta o balanço energético (BE) de vacas após</p><p>o parto. O BE é igual a energia consumida menos a energia exigida para manutenção e</p><p>produção de leite e gestação, quando a energia utilizada para manutenção e produção</p><p>for maior que o consumo, este animal estará em balanço energético negativo (BEN),</p><p>sendo a mobilização de tecidos corporais necessária para manter a produção de leite.</p><p>Segundo Ponsart et al. (2000), o tipo de alimento utilizado para fazer a suplementação</p><p>das fêmeas não apresenta diferença quanto ao crescimento do folículo, ovulação ou</p><p>taxa de prenhes, em que os autores compararam milho moído com silagem de milho.</p><p>Já Cunha et al. (2003) utilizando vacas nelore a pasto submetidas aos seguintes</p><p>tratamentos:</p><p>1. fêmeas mantidas a pasto;</p><p>2. fêmeas mantidas a pasto, porém, com restrição do tempo de amamentação</p><p>dos bezerros;</p><p>3. fêmeas mantidas a pasto, com restrição do tempo de amamentação dos</p><p>bezerros e suplementação energética.</p><p>Utilizando os teores séricos de progesterona como forma de avaliação da taxa de</p><p>prenhes, observaram que no tratamento em que houve suplementação energética, os</p><p>animais apresentaram níveis mais elevados de progesterona, indicando a eficácia do</p><p>tratamento.</p><p>Britt (1994) argumentou que os efeitos do BEN na reprodução estão associados</p><p>não apenas com o período da primeira ovulação após o parto, mas também com a</p><p>128</p><p>UNIDADE VI │ NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>viabilidade do oócito do folículo ovulatório e do CL resultante da ovulação daquele</p><p>folículo. Nesse sentido, Britt (1994) agrupou vacas com alta e baixa condição corporal</p><p>entre uma a cinco semanas após o parto. Os dois grupos não diferiram na secreção</p><p>do pico de progesterona plasmática, durante os primeiros dois ciclos, mas o grupo de</p><p>baixa condição corporal produziu menos progesterona durante o terceiro, quarto e</p><p>quinto ciclos estrais. Dessa forma, pode-se supor que a produção de progesterona pelo</p><p>corpo lúteo esteja relacionada com o ECC da vaca durante o desenvolvimento inicial do</p><p>folículo.</p><p>A restrição alimentar prolongada deprime a liberação do GnRH, que por sua vez reduz a</p><p>secreção do LH pela hipófise (DENNISTON et al., 2003), comprometendo a ovulação e</p><p>manutenção da gestação. A supressão deste hormônio é maior em bovinos submetidos</p><p>à longa restrição alimentar e, em vacas acíclicas, devido à maior sensibilidade do</p><p>eixo hipotalâmico à retroalimentação negativa do estradiol. Imakawa et al. (1987)</p><p>trabalhando com novilhas ovariectomizadas submetidas a consumo restrito de alimento</p><p>observaram redução na concentração plasmática e na frequência de pulso do LH. Em</p><p>animais de boa condição corporal, as concentrações séricas de LH são mais elevadas</p><p>que naqueles que apresentam perda de escore corporal (GIL, 2003).</p><p>Embora os casos de subnutrição são mais comuns, os casos de supernutrição são mais</p><p>prejudiciais à reprodução. Pois o consumo excessivo de</p><p>energia altera a duração da</p><p>vida reprodutiva, tanto de machos como de fêmeas. O excesso de energia acumula no</p><p>fígado e nos órgãos reprodutivos na forma de gordura. E, ainda, o tecido adiposo em</p><p>alta quantidade nos ovários pode levar a esterilidade por uma ação mecânica, causando</p><p>atrofia e dificultando ou impedindo a captação do óvulo pelas fímbrilas do oviduto.</p><p>Nas fêmeas, essas alterações resultam em baixa taxa de concepção e distocia, além do</p><p>aumento nos casos de retenção de placenta. Já nos machos, o consumo de energia e o</p><p>peso em excesso trazem problemas de cascos e pernas, além de diminuir a libido. No</p><p>entando, o que se busca no pós-parto é um BE levemente positivo, sem excesso ou falta</p><p>de energia.</p><p>Vacas com BE positivo apresentam maior número de folículos grandes nos ovários,</p><p>portanto, maior potencial para produzir estradiol, hormônio que estimula o centro</p><p>pré ovulatório de LH e que está associado com ovulação e luteinização. Enquanto isso,</p><p>vacas com BE negativo têm maior quantidade de folículos pequenos que acabam por</p><p>sofrerem regressão (PIRES et al., 2010).</p><p>Os chamados hormônios metabólicos, como o hormônio do crescimento (GH), a insulina,</p><p>o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-I e II) e a leptina têm importante</p><p>papel no controle da função ovariana dos mamíferos, agindo como mediadores ou</p><p>129</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>sinalizadores dos efeitos da ingestão de alimento e do balanço energético sobre a</p><p>fertilidade (GIL, 2003)</p><p>A insulina atua na reprodução por regular a síntese de neurotransmissores de GnRH e,</p><p>consequentemente, controla a secreção das gonadotrofinas, principalmente a liberação</p><p>de LH pela hipófise, juntamente aos fatores de crescimento semelhante à insulina</p><p>do tipo I e II (IGFI e IGF-II), cujos receptores estão presentes nas células foliculares</p><p>(granulosa e teca) (KAWAUCHI; SOWER, 2006).</p><p>O hormônio metabólico GH atua sinergicamente com a insulina, influenciando a ação</p><p>mitogênica e esteroidogênica do IGF-I sobre as células da teca interna e da granulosa.</p><p>A alta ingestão proteica eleva a concentração sanguínea de GH e insulina, aumentando</p><p>as concentrações plasmáticas de IGF-I, por meio do GH, e intrafolicular, pela ação</p><p>da insulina (FORTUNE, 2003). Dessa forma, as baixas concentrações plasmáticas</p><p>de insulina, em animais submetidos à restrição alimentar crônica podem reduzir a</p><p>produção de andrógenos e estrógenos e, assim, comprometer a habilidade dos folículos</p><p>em produzirem receptores para LH (DISKIN et al., 2003).</p><p>A leptina, hormônio proteico secretado pelos adipócitos, está envolvida na regulação</p><p>da ingestão de alimentos, no balanço energético e no eixo neuroendócrino de bovinos e</p><p>outras espécies animais (BARB; KRAELING, 2004). A restrição alimentar crônica em</p><p>vacas resulta na redução acentuada na secreção de leptina, que é concomitante à redução</p><p>de LH. Desta forma, a condição metabólica parece ser o fator primário determinante</p><p>da capacidade de resposta do eixo hipotalâmico-hipofisário à leptina em ruminantes</p><p>(BARB; KRAELING, 2004).</p><p>O uso de aditivos na suplementação de vacas no início da lactação pode melhorar o</p><p>desempenho reprodutivo. Gallardo et al. (2005) testaram o efeito da adição de monensina</p><p>na reprodução de vacas a pasto e observaram que a percentagem de prenhes durante a</p><p>primeira inseminação aumentou, devido ao aumento do BE proporcionado pelo maior</p><p>direcionamento de energia vindo da digestão ruminal modulada pelo aditivo ionóforo.</p><p>lipídeos</p><p>Em virtude da alta exigência nutricional das novilhas e vacas durante o terço final da</p><p>gestação e o início da lactação, a suplementação com gordura pode ser um método</p><p>bastante eficaz para ajudar a suprir a demanda energética nessa fase da cria, pois o</p><p>valor energético dos lipídeos é superior ao dos carboidratos, mas o nível de inclusão na</p><p>dieta deve ser controlado para não comprometer o consumo.</p><p>130</p><p>UNIDADE VI │ NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Além da contribuição energética, a utilização de gordura em dietas de vacas pode</p><p>melhorar o desempenho reprodutivo, pois os ácidos graxos podem modificar algumas</p><p>vias específicas e influenciar o metabolismo de alguns hormônios que modulam</p><p>os processos metabólicos nos ovários e no útero, além de exercer efeitos diretos na</p><p>transcrição de genes que codificam proteínas essenciais à reprodução.</p><p>O aumento do consumo de gordura aumenta a concentração plasmática de colesterol,</p><p>o qual é percursor da progesterona. Os resultados obtidos por Staples et al. (1998)</p><p>confirmam o fato de que a suplementação com gordura aumenta a secreção de</p><p>progesterona (tabela 24).</p><p>Tabela 24. Efeito da suplementação com gordura na concentração de progesterona no plasma (ng/mL).</p><p>Dieta</p><p>Controle Gordura</p><p>Dias de ciclo estral</p><p>1 a 12 4,2b 5,2a</p><p>9 a 15 6,6b 7,7a</p><p>Semanas de lactação</p><p>5 a 12 4,5b 6,0a</p><p>2 a 12 4,2b 4,8a</p><p>Fonte: adaptado Staples et al. (1998).</p><p>Os mecanismos pelos quais a suplementação melhora o desempenho reprodutivo</p><p>parecem envolver, principalmente, aumentos na capacidade funcional do ovário,</p><p>na concentração de progesterona circulante e na vida útil do corpo lúteo (CL);</p><p>(ARMSTRONG et al., 2001; BELLOWS et al., 2001; BOKEN et al., 2005). Fontes de</p><p>ácidos graxos como gorduras, sementes de oleaginosas ou óleos derivados destas, têm</p><p>sido utilizadas com diferentes resultados tanto na reprodução quanto na produção de</p><p>vacas de leite e de corte (SATURNINO; AMARAL, 2005).</p><p>Os ácidos graxos, linoléico 18:2 (ω-6) e linolênico 18:3 (ω-3) têm grande importância</p><p>na reprodução como precursores de eicosanóides como as prostaglandinas (PG).</p><p>Outros ácidos graxos de importância na reprodução são o ácido araquidônico (20:4,</p><p>ω-6), o ácido eicosapentaenoíco (20:5, ω-3) e o ácido docosahexaenóico (22:6, ω-3).</p><p>O ácido linolênico pode servir como precursor de ácido eicosapentaenoíco e ácido</p><p>docosahexaenóico dentro do organismo, assim como o ácido linoléico é precursor do</p><p>ácido araquidônico (PIRES; RIBEIRO, 2006). Existem duas vias principais pelas quais</p><p>ocorre a síntese de PG: a via iniciada a partir do ácido linoléico, produzindo PG das</p><p>séries 1 e 2, e a via iniciada pelo ácido linolênico produzindo PG da série 3. A PG da</p><p>131</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>série 2 (PGF2α) é a que mais tem influência sobre a reprodução. Dependendo do perfil</p><p>de ácidos graxos da dieta, a produção dessa PG pode ser modificada provocando efeitos</p><p>sobre a eficiência reprodutiva (Pires e Ribeiro, 2006).</p><p>Lucy et al. (1991) argumentaram que os efeitos da gordura sobre a dinâmica folicular de</p><p>vacas no pós-parto são devido à maior síntese de PGF2α quando maiores quantidades</p><p>de ácido linoléico atingiam o intestino delgado. Lammoglia et al. (1997), suplementando</p><p>vacas de corte no início do pós-parto, observaram um aumento na secreção de PGF2α,</p><p>medida pela concentração de seu metabólito 13,14-dihidro-15-ceto-PGF2α (PGFM)</p><p>no plasma. Grant et al. (2003) e Hess et al. (2005) observaram um aumento nas</p><p>concentrações plasmáticas ou séricas de PGFM em vacas com suplementação lipídica</p><p>no pós-parto.</p><p>A PGF2α secretada pelo útero é considerada um importante modulador na iniciação</p><p>do ciclo estral logo após o parto. É possível obter melhora no desempenho reprodutivo</p><p>de vacas após o parto devido à ação da PGF2α, pois as vacas voltam a ciclar mais cedo.</p><p>Por outro lado, após a fecundação, em torno de 50% dos embriões morrem durante o</p><p>início da gestação. Se um embrião estiver instalado no útero, a secreção de PGF2α não</p><p>ocorrerá na vaca prenhe, mecanismo esse conhecido como reconhecimento maternal</p><p>da prenhes. Com o reconhecimento do embrião pelo útero, a PGF2α não é secretada, e</p><p>o corpo lúteo continua a produzir progesterona, mantendo vivo o embrião.</p><p>O reconhecimento materno da gestação é dado pela comunicação do embrião com o útero</p><p>por meio da secreção da proteína interferon - τ (bIFN-τ), a qual inibe a secreção uterina</p><p>de PGF2α. Uma falha nessa comunicação pode ser</p><p>fatal ao embrião. Práticas nutritivas</p><p>que diminuam a secreção de PGF2α após a implantação do embrião favoreceriam a</p><p>longevidade do CL e, consequentemente, melhorariam a eficiência do rebanho (PIRES;</p><p>RIBEIRO, 2006). O ácido linoléico e os ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa,</p><p>eicosapentaenoíco e docosahexaenóico, agem como inibidores competitivos durante</p><p>o metabolismo do ácido araquidônico pela enzima prostaglandina endoperóxido</p><p>sintetase no processo de síntese das prostaglandinas (WILLIAMS, 2001; THATCHER</p><p>et al., 2004). Acredita-se que o mecanismo de inibição ocorre pela competição do</p><p>ácido linoléico com o ácido araquidônico, quando este se liga à enzima cicloxigenase,</p><p>desviando a via para produção de PG da série 1 (SANTOS, 1998). O mecanismo de</p><p>inibição da produção de PGF2α pelos ácidos eicosapentaenoíco e docosahexaenóico</p><p>também se da pela competição pelos sítios de ligação da enzima prostaglandina</p><p>endoperóxido sintetase. Porém, nesse caso, o desvio é para produção de PG da série 3,</p><p>menos agressiva ao CL (PIRES; RIBEIRO, 2006).</p><p>132</p><p>UNIDADE VI │ NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Robinson et al. (2002) observaram uma melhora nos parâmetros reprodutivos com a</p><p>suplementação tanto de 18:2 quanto de 18:3. Contudo Petit et al. (2001) mostraram que</p><p>vacas suplementadas com fontes de 18:3 obtiveram melhores respostas nos parâmetros</p><p>reprodutivos quando comparadas com vacas suplementadas com fontes de 18:2.</p><p>Coelho et al. (1997) alimentaram 15 vacas de leite primíparas, com média de 83 dias</p><p>em lactação, com farinha de peixe (fonte de 20:5, ω-3 e 22:6, ω-3). A concentração de</p><p>PGFM no plasma foi significativamente reduzida (P<0,01) pelo fornecimento de farinha</p><p>de peixe. Nesse sentido, o autor sugere que o uso de fontes de gordura que suprem</p><p>maiores quantidades de ácidos graxos ω-3 ao intestino delgado diminui a secreção de</p><p>PGF2α e aumenta vida do CL.</p><p>Dietas hiperlipídicas estimulam a biossíntese androgênica, que tem função crucial no</p><p>desenvolvimento pré-ovulatório (EZZO; HEGAZY, 1999). Funston (2004) mencionou</p><p>que o aumento do tamanho de folículos pré-ovulatórios pode ser devido ao aumento</p><p>das concentrações plasmáticas de LH, que estimula as últimas fases de crescimento</p><p>folicular. O impacto dos folículos maiores sobre a fertilidade ainda não está claro.</p><p>No entanto, Beam e Butler (1997) observaram que folículos que ovularam durante a</p><p>primeira onda de crescimento folicular pós-parto tinham diâmetro maior. Portanto, é</p><p>possível que o aumento no número e no tamanho das estruturas foliculares por meio do</p><p>fornecimento de gordura na dieta possa acelerar o intervalo entre o parto e a primeira</p><p>ovulação pós-parto, o que pode beneficiar a fertilidade. Tais resultados têm sido</p><p>observados para vacas de corte no pós-parto (DE FRIES et al., 1998; LAMMOGLIA et</p><p>al., 1997; LAMMOGLIA et al., 1996).</p><p>Aumentos na fertilidade do rebanho têm sido associados com concentrações mais</p><p>altas de progesterona durante a fase luteínica (GRUMMER; CARROLL, 1991). As</p><p>lipoproteínas de alta densidade (HDL) constituem cerca de 80% da massa total</p><p>de lipoproteínas no soro bovino, e foi demonstrado que tanto as HDL como as LDL</p><p>(lipoproteínas de baixa densidade) regulam de forma diferenciada alguns aspectos do</p><p>crescimento e do metabolismo das células da teca, da granulosa e luteais em bovinos.</p><p>Em células de bovinos, a capacidade das HDL’s de estimular a produção de progesterona</p><p>e androstenodiona é mais potente, e aparentemente as LDL’s atenuam a produção de</p><p>progesterona estimulada pelas HDL’s (WILLIAMS, 2001). O colesterol circulante é o</p><p>principal substrato para a síntese luteal de progesterona nos mamíferos; e a síntese “de</p><p>novo”, a partir do acetato no interior do tecido luteal, é insuficiente para manter a função</p><p>luteal normal. Por isso, acredita-se que o aumento da concentração de colesterol, por</p><p>meio da alimentação, possa interferir na função luteal (WILLIAMS; STANKO, 1999).</p><p>Hawkins et al. (1995) sugeriram que os aumentos nas concentrações plasmáticas de</p><p>progesterona em vacas alimentadas com gordura não são devido ao aumento da sua</p><p>133</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>síntese, mas sim devido a uma menor taxa de sua metabolização. Esta explicação poderia</p><p>ser aplicada aos resultados encontrados por Lammoglia et al. (1997), que, trabalhando</p><p>com vacas Brahman, encontraram maiores níveis de progesterona no plasma, sem</p><p>efeitos sobre o número ou o tamanho dos corpos lúteos. A concentração de progesterona</p><p>antes e depois da inseminação tem sido associada com o aumento da fertilidade em</p><p>vacas de leite e de corte. Segundo O’Callanghan e Bolanda (1999), alterações existentes</p><p>na concentração de progesterona no período inicial do desenvolvimento embrionário</p><p>podem resultar na morte e/ou degeneração do embrião. Portanto, a adição de gordura</p><p>às dietas de vacas, levando a um aumento plasmático de progesterona, pode ser benéfica</p><p>para a fertilização e para a sobrevivência do embrião (SANTOS, 1998).</p><p>Proteína</p><p>Em consequência do aumento da produção de leite das vacas e, consequentemente,</p><p>aumento nas exigências de energia e proteína, dietas mais densas em nutrientes se faz</p><p>necessário. Porém o excesso de proteína na dieta, além de aumentar os custos da ração,</p><p>poderá prejudicar o desempenho reprodutivo dos animais. No Brasil, dificilmente se</p><p>observa dietas para gado de corte com elevado teor de proteína, justamente devido ao</p><p>elevado custo da matéria-prima. Contudo, o recomendado é suprir o requerimento de</p><p>proteína, de acordo a fase fisiológica do animal, sem excessos na suplementação. O</p><p>excesso de proteína na dieta é mais facilmente encontrado em rações para gado de leite,</p><p>pois se assume que mais proteína na dieta irá aumentar a produção leiteira, mas isso</p><p>não só não é verdade como é prejudicial para o animal e para o meio ambiente.</p><p>Dietas que fornecem quantidades abaixo da recomendação de proteína degradável no</p><p>rúmen (PDR) limitam o crescimento microbiano e comprometem a digestão da fração</p><p>fibrosa dos carboidratos, disponibilizando menos nutrientes para o animal. Em dietas</p><p>de vacas de corte em pastejo, a ingestão de baixos níveis de proteína bruta (PB) é algo</p><p>muito mais comum do que a ingestão de uma dieta com excesso proteico. (SANTOS,</p><p>1998). Níveis de PB na dieta abaixo dos recomendados durante os períodos pré e pós-</p><p>parto afetam negativamente o desempenho reprodutivo de vacas de corte. Portanto,</p><p>é de fundamental importância que seja assegurada a ingestão de níveis adequados de</p><p>PB no final da gestação e no início da lactação. Sasser et al., (1988) relataram que uma</p><p>inadequada ingestão de proteína durante os períodos de pré e pós-parto resultaram em</p><p>uma taxa de gestação de 32%, em vacas com baixa ingestão proteica, comparada com</p><p>74%, em vacas com alta ingestão de proteína e que receberam dietas isocalóricas.</p><p>O fornecimento de dietas com proteína verdadeira ou PDR acima do recomendável</p><p>não afeta o desempenho reprodutivo de animais de baixa e média produção (SANTOS,</p><p>1998; WESTWOOD et al., 1998). Rebanhos de leite e de corte pastejando forragens</p><p>134</p><p>UNIDADE VI │ NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>tropicais e suplementados com ureia ou com proteína verdadeira devem observar uma</p><p>melhora no desempenho reprodutivo. McCormick et al. (1999) estudaram o efeito da</p><p>proteína não degradável no rúmen sobre o desempenho reprodutivo de vacas a pasto e</p><p>observaram que os animais que tiveram uma alta ingestão proteica, apresentaram, em</p><p>média, período de infertilidade em torno de 15 dias a mais quando comparados com o</p><p>grupo controle.</p><p>Os efeitos negativos da proteína dietética sobre a reprodução de fêmeas de corte</p><p>parecem estar mais ligados à falta do que ao excesso, mas devido a inconsistência dos</p><p>resultados é recomendado que se evite o fornecimento de baixo teor de proteína, mas</p><p>sabendo que o excesso também pode trazer prejuízos para a reprodução, mesmo que</p><p>em menor proporção.</p><p>Vitaminas e minerais</p><p>Os teores,</p><p>tanto de vitaminas quanto de minerais, geralmente, são questionados quando</p><p>o desempenho reprodutivo de um rebanho está comprometido. De fato, o desempenho</p><p>reprodutivo de rebanhos de gado de corte pode ser influenciado pelo desbalanço</p><p>vitamínico e mineral. Mesmo que de forma indireta, todos os minerais e vitaminas têm</p><p>alguma relação com as funções reprodutivas em bovinos. Embora as deficiências de</p><p>minerais e vitaminas possam predispor animais a problemas reprodutivos, são poucas</p><p>as informações disponíveis a respeito das necessidades de nutrientes para um ótimo</p><p>desempenho reprodutivo. Os dados disponíveis são relativamente antigos e as pesquisas</p><p>nessa área além de demandar muito tempo, são onerosas e de difícil interpretação</p><p>devido às inúmeras interações entre os nutrientes.</p><p>A suplementação adequada com Ca e P melhora a eficiência reprodutiva e reduz</p><p>a incidência de distúrbios metabólicos. Segundo Rodríguez et al. (2004), o cálcio</p><p>desempenha funções reguladoras essenciais. Atua na ativação e estabilização de</p><p>enzimas que compõem o metabolismo hormonal, liberação de catecolaminas pela</p><p>glândula adrenal, influencia a bomba de sódio e potássio, tem papel importante</p><p>na função nervosa, ativa a enzima ATPase e faz parte do processo de liberação dos</p><p>hormônios. A redução de ingestão de alimento é a maior consequência da deficiência</p><p>de fósforo em ruminantes (MCDOWELL; CARVALHO, 2004). Problemas reprodutivos</p><p>como: estros irregulares, redução na atividade ovariana, redução no índice de prenhes</p><p>também são relatados (BARBOSA et al., 2003). Meirelles et al. (1998) observaram um</p><p>maior número de vacas ciclando aos 30, 60 e 90 dias do início da estação de monta</p><p>quando receberam 12% de fósforo.</p><p>135</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>Hignett (1959) mostrou que vacas alimentadas com dietas contendo níveis adequados</p><p>de Ca e P requerem por volta de 30 ppm de manganês para atingir um desempenho</p><p>reprodutivo ótimo. Quando os animais foram alimentados com Ca em excesso, foram</p><p>necessários 65 ppm de Mn para assegurar a fertilidade adequada. Wilson (1966)</p><p>observou um aumento na fertilidade quando as vacas foram suplementadas com</p><p>70ppm de Mn na dieta. Este autor afirmou que dietas com menos de 50 ppm de Mn não</p><p>otimizam a fertilidade. Entretanto, vacas de corte alimentadas com dietas controladas</p><p>contendo 25 ppm de manganês apresentaram desempenho reprodutivo adequado</p><p>(ROJAS et al., 1965). Animais deficientes em manganês têm desempenho reprodutivo</p><p>inferior. Os problemas reprodutivos associados com deficiência de manganês incluem</p><p>anormalidades no ciclo estral, cio silencioso, baixas taxas de concepção, aumento no</p><p>número de abortos e maturidade sexual retardada (NRC, 1996; HURLEY; DOANE,</p><p>1989).</p><p>O β-caroteno é precursor da vitamina A e está presente em altas concentrações no corpo</p><p>lúteo. O β-caroteno tem sido positivamente associado com fertilidade. Seus benefícios na</p><p>reprodução envolvem o aumento da intensidade do cio e taxa de concepção, diminuição</p><p>do número de serviços por concepção, mortalidade embrionária, período de serviço</p><p>e incidência de ovários císticos (HURLEY; DOANE, 1989). Da mesma forma, alguns</p><p>experimentos não demonstraram efeito da suplementação de β-caroteno. A deficiência</p><p>de vitamina A pode levar a baixas taxas de concepção, aumento na incidência de</p><p>retenção de placenta e parto prematuro.</p><p>A vitamina E e o selênio têm funções antioxidantes, desempenhando um importante</p><p>papel na prevenção da peroxidação de membranas. O selênio se concentra nos</p><p>ovários e protege a membrana lipídica dos ovócitos, impedindo a formação de cistos</p><p>foliculares. Também age diretamente no metabolismo da progesterona. No útero sua</p><p>função antioxidante é fundamental para manter o ambiente mais sadio possível, tanto</p><p>para o transporte espermático na época do estro, quanto para implantar o embrião</p><p>(NRC, 2001). O efeito de selênio parenteral e vitamina E oral sobre a incidência de</p><p>metrite, cistos foliculares e retenção de placenta em vacas no pós-parto foi avaliado por</p><p>Harrisson et al. (1982). As vacas foram divididas em quatro grupos. O primeiro recebeu</p><p>selênio intramuscular e vitamina E oral, o segundo apenas vitamina E oral, o terceiro</p><p>aplicou-se selênio e o quarto grupo foi o controle. A incidência de retenção de placenta</p><p>nas vacas dos grupos 2, 3 e 4 foi de 17,5%, enquanto nos animais que receberam selênio</p><p>e vitamina E foi 0%. Vacas tratadas apresentaram 19% de cistos foliculares contra</p><p>50% de vacas do grupo controle. Ainda assim, alguns trabalhos apresentam resultados</p><p>inconclusivos para o efeito da suplementação de selênio e vitamina E.</p><p>136</p><p>UNIDADE VI │ NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Fêmeas bovinas alimentadas com dietas pobres em iodo apresentam sinais menos</p><p>expressivos de cio, infertilidade, aumento na taxa de mortalidade embrionária precoce,</p><p>abortos, nascimento de bezerros fracos ou até mesmo natimortos, aumento na incidência</p><p>de retenção de placentas, redução na taxa de concepção, inércia uterina e atraso no</p><p>desenvolvimento fetal (MILLER et al., 1993). Como a maioria dos minerais atuam como</p><p>co-fator em processos mais complexos do metabolismo corporal, a carência de qualquer</p><p>um deles pode comprometer o funcionamento normal do organismo, reduzindo assim</p><p>os indicies reprodutivo de fêmeas e machos.</p><p>nutrição do touro</p><p>Como já foi visto anteriormente, efeitos da relação entre nutrição e reprodução é mais</p><p>comumente estudado em fêmeas que em machos, porém nestes últimos a nutrição</p><p>também desempenha papel decisivo na eficiência reprodutiva. O manejo do touro é</p><p>de extrema importância para a bovinocultura de corte brasileira, pois somente 6% do</p><p>rebanho nacional faz uso da inseminação artificial e o restante utiliza a monta natural</p><p>como forma de acasalamento. Desta forma, conhecer todos os parâmetros que possam</p><p>ser avaliados na classificação e na predição do potencial reprodutivo é fundamental</p><p>para que se possa potencializar o uso de um reprodutor. As principais características</p><p>priorizadas são a libido, a capacidade de serviço, o perímetro escrotal.</p><p>Durante o período de serviço do touro, o desgaste físico é muito intenso, pois além</p><p>do elevado número de vacas/touro, normalmente praticado em fazendas brasileiras, o</p><p>animal anda bastante devido as extensas áreas de pastagens, e para evitar a perda de</p><p>peso durante a estação de monta, é recomendado que este animal seja suplementado</p><p>antes de entrar em serviço e durante o período de cobertura. Durante o período de</p><p>acasalamento e após o término dos trabalhos, esses animais devem ser examinados,</p><p>para certificação de eventuais problemas físicos.</p><p>A falta de nutrientes como proteína, energia, vitaminas e minerais podem afetar o</p><p>funcionamento dos órgãos do aparelho reprodutor, porém esses órgãos não possuem</p><p>necessidades nutricionais específicas superiores as do resto do organismo e por</p><p>isso que os processos fisiológicos da reprodução somente serão afetados quando,</p><p>concomitantemente, todo o organismo animal o for prejudicado pela carência</p><p>nutricional. Por exemplo, para produzir uma quantidade normal de esperma, o</p><p>requerimento energético do touro é apenas entre 5%-10% acima dos níveis de mantença,</p><p>exigência essa menor do que as de um animal em crescimento.</p><p>A energia é tida como a principal variável da dieta que afeta a fertilidade dos touros. O baixo</p><p>consumo de energia, principalmente por longos períodos, durante a fase de crescimento</p><p>137</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>do macho pode levar a problemas de fertilidade permanentes, comprometendo a vida</p><p>reprodutiva, pois esses efeitos negativos não são compensados por uma alimentação</p><p>adequada na fase adulta. Da mesma forma, o excesso de energia também pode ser</p><p>prejudicial. Animais obesos podem apresentar além de redução da libido e capacidade</p><p>de serviço, problemas de fertilidade. O consumo de dietas hipercalóricas pode levar</p><p>ao acúmulo de gordura no tecido escrotal, o que impossibilita</p><p>a perda de calor nos</p><p>testículos e provoca desequilíbrio na síntese de testosterona e na produção de sêmen.</p><p>Pesquisas realizadas com dietas de baixo, médio e alto nível energético na dieta de</p><p>touros mostraram que os animais superalimentados apresentaram menor produção</p><p>espermática e problemas nas articulações, dificultando a monta.</p><p>A proteína da dieta também pode influenciar o perfil espermático dos touros. Dietas</p><p>muito pobres em proteína podem afetar o desenvolvimento dos animais ainda em</p><p>crescimento e prejudicar futuramente a produção espermática, principalmente se</p><p>os níveis de restrição proteica forem muito intensos. Em animais adultos a restrição</p><p>de proteína poderá também ocasionar problemas de fertilidade, principalmente se</p><p>chegar ao limite de afetar a multiplicação das bactérias ruminais e o papel destas na</p><p>digestão de forragens. Já o excesso de proteína também é danoso à reprodução, pois</p><p>pode comprometer o equilíbrio ácido básico do organismo. E ainda, dietas com altas</p><p>concentração de proteína pode causar alteração na viabilidade dos espermatozoides e</p><p>outros problemas que podem afetar a fertilidade.</p><p>Os touros possuem grande importância na pecuária de corte nacional, pois são responsáveis</p><p>por 80% do melhoramento e direcionamento genético dos rebanhos. Os animais de raças</p><p>taurinas realizam um importante papel na pecuária nacional, por meio do cruzamento</p><p>industrial, pois ajudam na evolução produtiva dos rebanhos. O Brasil ainda é carente em</p><p>touros melhoradores, pois é pela utilização sistemática destes animais que será possível</p><p>melhorar de forma mais rápida a genética do plantel nacional de bovinos de corte. Desta</p><p>forma, além da aquisição de touros de elevada qualidade genética é preciso manter esse</p><p>animal saudável e em condições de cumprir seu papel de reprodutor, por isso uma dieta</p><p>com nutrientes adequados, sem carência e sem excessos, é de extrema importância para</p><p>o desenvolvimento e sucesso da produção de gado de corte.</p><p>138</p><p>CAPítulo 2</p><p>redução da idade ao primeiro parto</p><p>A produtividade de uma novilha é determinada pela idade em que ocorre a primeira</p><p>cobertura e concepção, indicando a competência da fêmea em sua primeira estação</p><p>de monta. A idade em que as novilhas alcançam, a puberdade varia, dependendo de</p><p>numerosos fatores que incluem peso corporal, nutrição e manejo.</p><p>O início da vida reprodutiva das fêmeas de corte apresenta grande influência na</p><p>rentabilidade da atividade pecuária, uma vez que o atraso na obtenção da puberdade</p><p>reflete diretamente na idade ao primeiro parto (IPP). Rebanhos com elevado índice</p><p>de precocidade sexual e fertilidade possuem maior disponibilidade de animais para</p><p>venda e permitem maior pressão de seleção e, consequentemente, progressos genéticos</p><p>mais rápidos e maior lucratividade. Em países com pecuária mais produtiva, o manejo</p><p>seletivo objetiva a inseminação artificial e/ou cobertura das novilhas aos 15 meses,</p><p>para que o parto ocorra com 24 meses, obtendo produtividade máxima (WOLFE et</p><p>al., 1990; PATTERSON et al., 1992). Em experimento com novilhas Nelore, Teixeira</p><p>(1997) verificou que a antecipação do primeiro parto aumentou em 45% a receita bruta</p><p>da atividade.</p><p>O conhecimento do peso vivo e composição corporal à puberdade é fundamental para</p><p>definição do programa de criação de novilhas, uma vez que determinam o ganho de</p><p>peso necessário durante a fase pré-pubere. Wiltbank et al. (1985) demonstrou que a</p><p>suplementação de novilhas próximo ao fim do desmame até a estação de monta, tendo</p><p>como objetivos atingir PV maior antes da primeira cobertura, resultou em taxas de</p><p>estro mais altas nos primeiros 20 dias de cobertura, maiores taxas de prenhes ao final</p><p>da estação de monta e bezerros desmamados mais pesados.</p><p>Apesar da importância do conhecimento do peso vivo e composição corporal à</p><p>puberdade e da extensa utilização da raça Nelore no Brasil são poucos os trabalhos que</p><p>reportaram efeitos da dieta sobre essas características (SILVA et al., 2009). Na média</p><p>dos trabalhos, as novilhas da raça Nelore atingiram a puberdade com 312 Kg de PV e 22</p><p>meses de idade, enquanto as novilhas cruzadas atingiram a puberdade com 289 Kg e 14</p><p>meses de idade (Silva et al., 2009).</p><p>Em metanálise desenvolvida por Silva et al. (2009), observou que os dados indicaram</p><p>que houve tendência de aumento no PV à puberdade das novilhas, Nelore ou cruzadas</p><p>com Nelore, com maior ganho de peso na fase pré-puberdade (P = 0,07). Novilhas</p><p>com baixo ganho de peso (média de 481 g/d) atingiram a puberdade com 296 Kg de</p><p>139</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>PV, enquanto as novilhas com maior ganho de peso (média de 688 g/d) atingiram a</p><p>puberdade com 311 Kg de PV. Mostrando que Funston e Deutscher (2004) estavam</p><p>certos ao afirmar que a redução do PV de novilhas pré-puberes poderiam trazer</p><p>oportunidades para redução de custos sem comprometer a reprodução.</p><p>Apesar da vasta utilização da raça Nelore no Brasil e da inegável importância</p><p>econômica da idade ao primeiro parto, pouco se sabe sobre a regulação da puberdade</p><p>e da interação nutrição X puberdade em novilhas zebuínas. Sabe-se que anteriormente</p><p>à puberdade, os pulsos de hormônio luteinizante (LH) são pouco frequentes, devido</p><p>à inibição do estradiol à secreção de (GnRH) pelo hipotálamo. Com a maturação do</p><p>hipotálamo e o aumento na síntese e liberação do estradiol pelos folículos ovarianos</p><p>ocorre dessensibilização aos esteróides gonadais, resultando em aumento da secreção</p><p>das gonadotrofinas hormônio folículo estimulante (FSH e LH), permitindo a entrada</p><p>em puberdade (KINDER et al., 1995; HONARAMOOZ et al., 1999; MELVIN, 1999).</p><p>Várias teorias foram desenvolvidas na tentativa de explicar como o status nutricional</p><p>influencia o desencadeamento da puberdade. Em 1974, Frisch e McArthur propuseram,</p><p>então, a hipótese de que uma quantidade mínima de gordura corporal seria necessária</p><p>para a ocorrência normal da menarca nas adolescentes e da menstruação normal</p><p>nas mulheres. A teoria da “porcentagem mínima de gordura”, no entanto, ainda é</p><p>controversa. Estudos realizados com ratos (BRONSON, 1987) e novilhas (BROOKS et</p><p>al., 1985) demonstraram que a puberdade não está relacionada com uma porcentagem</p><p>constante de gordura corporal.</p><p>O balanço energético foi considerado como importante para a reprodução, mas gordura</p><p>não tem um papel direto sobre a ovulação. Desta forma, é improvável que a gordura,</p><p>por si só, seja o elo entre status nutricional e secreção de LH. O mais provável é que</p><p>numerosos mecanismos estejam envolvidos e que alterações metabólicas decorrentes</p><p>de alterações nutricionais, com consequente alteração na gordura corporal, regulem a</p><p>liberação pulsátil de LH. A relação entre nutrição e secreção de LH pode ocorrer por</p><p>meio de sinais sanguíneos específicos, como metabólitos e hormônios metabólicos</p><p>(STEINER et al., 1983), dos quais a insulina, o hormônio de crescimento (GH), o fator</p><p>de crescimento semelhante à insulina (IGF-I) e a leptina são exemplos.</p><p>Diversas linhas de pesquisa apontam a leptina como provável limitante da maturidade</p><p>sexual em novilhas mal alimentadas. A concentração de leptina sérica é um reflexo direto</p><p>da quantidade de tecido adiposo (reserva energética) e do consumo alimentar, sendo</p><p>que a subnutrição determina o bloqueio do eixo reprodutivo. Diversos experimentos</p><p>realizados com ovinos e bovinos demonstram que a leptina estimula a secreção de LH</p><p>apenas em situações de estresse nutricional (AMSTALDEN et al., 2002, 2003).</p><p>140</p><p>UNIDADE VI │ NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE</p><p>Uma hipótese para explicar a variação na precocidade sexual de novilhas de idade e peso</p><p>semelhante seria a expressão diferencial de leptina pelo tecido adiposo. Vaiciunas et al.</p><p>(2008) demonstraram que em novilhas criadas a pasto, com idade média de 26 meses</p><p>e peso vivo de 315 kg, as novilhas que entraram em puberdade mais cedo (ciclando)</p><p>tinham maior expressão da leptina pelos tecidos adiposos subcutâneo e omental do que</p><p>novilhas que</p><p>não entraram em puberdade (não ciclando).</p><p>Estes resultados levaram Carvalho et al. (2013) a testarem o efeito da aplicação exógena</p><p>da leptina sobre a obtenção da puberdade em novilhas Nelore. Apesar de a leptina</p><p>exógena ter acelerado o crescimento folicular das novilhas, não houve o efeito esperado</p><p>de redução da idade à puberdade. Com a aplicação da leptina exógena houve redução</p><p>na produção de leptina endógena pelo tecido adiposo, o que poderia explicar a redução</p><p>observada na concentração sérica de leptina após 30 dias de tratamento e a falha da</p><p>leptina exógena em acelerar a puberdade (CARVALHO et al., 2013).</p><p>Além da maior expressão da leptina, Vaicunas et al. (2008) reportaram menor expressão</p><p>de genes hipotalâmicos que codificam receptores ao neuropeptídeo-Y (NPY). O NPY,</p><p>um dos neuropeptídeos mais abundantes no hipotálamo, é um dos mais potentes</p><p>fatores estimulantes de apetite, além de atuar no controle da secreção de GnRH e na</p><p>termogênese (WILLIAMS et al., 2000). A sinalização do NPY no hipotálamo regula os</p><p>efeitos da leptina na atividade reprodutiva em roedores e primatas (AUBERT et al.,</p><p>1998; SAINSBURY et al., 2002).</p><p>Em outro experimento comparando novilhas alimentadas com dietas de alta ou</p><p>baixa energia foi observado que a alta energia adiantou a puberdade, aumentou a</p><p>leptina circulante e reduziu a expressão dos receptores ao NPY (Diniz-Magalhães,</p><p>2011). Os resultados destes dois experimentos sugerem que tanto a nutrição (dietas</p><p>mais energéticas), quanto a genética (animais mais precoces), estariam adiantando a</p><p>puberdade por meio da redução da sensibilidade do hipotálamo aos efeitos inibitórios</p><p>do NPY.</p><p>Outra forma de adiantar a obtenção da puberdade em novilhas é a manipulação</p><p>hormonal, utilizando protocolos que mimetizem a ação fisiológica. Administração de</p><p>progesterona (P4) ou progestágenos durante o período de pré-puberdade pode induzir</p><p>a puberdade em novilhas (LAMB et al., 2006; TAUCK et al., 2007). Estudos indicam</p><p>a possibilidade da exposição à progestágenos exógenos também agirem através da</p><p>sinalização Leptina-NPY no hipotálamo (DINIZ-MAGALHÃES, 2013).</p><p>141</p><p>NUTRIÇÃO APLICADA À REPRODUÇÃO DE BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE VI</p><p>Assim, detectam-se três fatores principais que são capazes de induzir a puberdade em</p><p>novilhas pré-púberes:</p><p>1. o fator genético;</p><p>2. o maior consumo de energia,</p><p>3. a exposição à progestágenos exógenos.</p><p>A elucidação dos mecanismos moleculares pelos quais estes diferentes fatores alteram o</p><p>início da puberdade é de fundamental importância para o entendimento da puberdade</p><p>e para desenvolvimento de estratégias de nutrição, de seleção genética ou de novos</p><p>fármacos que auxiliarão na redução da idade ao primeiro parto de novilhas zebuínas.</p><p>Existe ainda outras hipóteses de fatores que podem influenciar na manifestação</p><p>antecipada do cio em vacas e novilhas. A exposição ao touro mostrou efeito sobre a</p><p>indução à puberdade em alguns estudos, mas se tornou incosistente, pois em outros</p><p>experimentos não houve influência alguma. Mesmo sabendo que bovinos não apresentam</p><p>sazonalidade na reprodução, como em outras espécies, existem evidências da influência</p><p>da estação do ano sobre os paramêtros reprodutivos nas fêmeas bovinas. De acordo</p><p>com hansen et al. (1983), a maior duração do fotoperíodo foi carrelacionado com o</p><p>aumento do crescimento ovariano e antecipação da puberdade durante aprimavera e o</p><p>verão (período de maior luminosidade), mesmo para os animais mais leves. A variação</p><p>das condições climáticas variam de acordo com a localização geográfica e, ainda, de</p><p>um ano para outro. Desta forma, a detecção do efeito do clima sobre a manifestação da</p><p>puberdade em fêmeas bovinas é complexo e depende de inumeras condições variáveis.</p><p>142</p><p>referências</p><p>A Historia da Raça Brahman. Disponível em: <http://www.brahman.com.br/</p><p>index.php/raca-brahman/a-historia-da-raca-brahman.html>. Acesso em 28 de janeiro</p><p>de 2017.</p><p>A Origem da Raça Nelore. Disponível em: <http://www.nelore.org.br/Raca>.</p><p>Acesso em 23 de janeiro de 2017.</p><p>ACEDO, T. S.; PAULINO, M. F.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S. C.; SALES,</p><p>M. F. L.; PORTO, M.O. Fontes proteicas em suplementos para novilhos no período de</p><p>transição seca-águas: características nutricionais. Arquivo Brasileiro de Medicina</p><p>Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 63, n. 4, pp. 895-904, 2011.</p><p>AGOSTINHO NETO, L.R.D. Estratégias de suplementação energética para</p><p>bovinos em recria em pastagens tropicais durante as águas e seus efeitos</p><p>na terminação em confinamento. 2010. 75p. Dissertação (Mestrado) – Escola</p><p>Superior de Agricultura ”Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba.</p><p>AINSLIE, S. J.; FOX, D. G.; PERRY, T. C. et al. Predicting amino acid adequacy of diets</p><p>fed to Holstein steers. Journal of Animal Science, v. 71, pp.1312-1319, 1993.</p><p>AKIN, D.E.; BURDICK, D. Percentage of tissue types in tropical and temperate grass</p><p>leaf blades and degradation of tissues by rumen microorganisms. Crop Sci, v. 15, pp.</p><p>661-668, 1975.</p><p>ALCALDE, C.R.; GARCIA, J.; ANDRADE, P.; ROSSI, J. Suplementação protéica em</p><p>pastagens de “Brachiariabrizantha” no período das águas. In: Reunião Anual da Soc.</p><p>Bras.Zoot., 39. Anais... Recife, 2002.</p><p>ALLEN, J.D.; HARRISON, D.G. The effect of dietary addition of monensin upon</p><p>digestion in the stomachs of sheep. Proceedings Of The Nutrition Society, n. 38,</p><p>p. 32, 1979.</p><p>ALLEN, M. S. Effects of diet on short-term regulation of feed intake by lactating dairy</p><p>cattle. Journal Of Dairy Science, 83:1598, 2000.</p><p>ALLEN, M. S.; YING, Y. Effects of Saccharomyces cerevisiae fermentation product on</p><p>ruminal starch digestion are dependent upon dry matter intake for lactating cows. J</p><p>Dairy Sci, v. 95, n. 11, p. 6591-605, 2012</p><p>143</p><p>RefeRências</p><p>ALLEN, M.S. Physical constraints on voluntary intake of forages by ruminants.</p><p>Journalof Animal Science, Savoy, v.74, p.3063, 1996.</p><p>ALLEN, M.S. Physical Constraints on Voluntary Intake of Forages by Ruminants.</p><p>Journal Of Animal Science, v.74, n.12, p.3063-3075, 1996.</p><p>ALLI, I.; FAIRBAIRN, R.; BAKER, B.E. et al. The effects of ammonia on the fermentation</p><p>of chopped sugarcane. Anim. Feed Sci. Technol., v.9, p.291-299, 1983.</p><p>AMSTALDEN, M.; GARCIA, M.R.; STANKO, R.L.; NIZIELSKI, S.E.; MORRISON,</p><p>C.D.; KEISLER, D.H.; WILLIAMS, G.L. Central infusion of recombinant ovine leptin</p><p>normalizes plasma insulin and stimulates a novel hypersecretion of luteinizing hormone</p><p>after short-term fasting in mature beef cows. Biology of Reproduction, v.66, p.1555-</p><p>1561, 2002.</p><p>AMSTALDEN, M.; ZIEBA, D.A.; EDWARDS, J.F.; HARMS, P.G.; WELSH, T.H.;</p><p>STANKO, R.L.; WILLIAMS, G.L. Leptin acts at the bovine adenohypophysis to enhance</p><p>basal and gonadotropin-releasing hormone-mediated release of luteinizing hormone:</p><p>Differential effects are dependent upon nutritional history. Biology of Reproduction,</p><p>v. 69, n. 5, pp. 1539-1544, 2003.</p><p>ANDA. Associação Nacional para Difusão de Adubos. Setor de Fertilizantes. Anuário</p><p>Estatístico 2013. ANDA, 2013. 173 p.</p><p>Andrade, A. C.; Fonseca, D. M.; Queiroz, D. S. 2003. Adubação nitrogenada e</p><p>potássica em capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum. cv. napier). Ciência e</p><p>Agrotecnologia edição especial: 1643-1651.</p><p>ANDRADE, R.S.; PRADO, A.T. Suplementação protéica e energética para bovinos de</p><p>corte na estação chuvosa. Trabalho de Conclusão de Curso de Pós – graduação “lato</p><p>sensu” em Manejo da Pastagem, FAZU –FACULDADES ASSOCIADAS DE UBERABA,</p><p>Uberaba ( MG). 2011.</p><p>ANTUNES, R.C.; RODRIGUES, N.M. Metabolismo dos carboidratos não estruturais.</p><p>In: BERCHIELLI, T. T.; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. Nutrição De Ruminantes.</p><p>2. ed. Jaboticabal: FUNEP, 2006, pp. 111-150.</p><p>ARENAS, S.E.; REIS, L.S.; FRAZATTI-GALLINA, N.M.; GIUFFRIDA, R.; PARDO,</p><p>P.E. Efeito do probiótico proenzime® no ganho de peso em bovinos. Archivos De</p><p>Zootecnia, v.56, n.213, pp. 75-78, 2007.</p><p>144</p><p>RefeRências</p><p>ARMSTRONG, D.G; GONG, J.G; GARDNER, J.O; BAXTER, G; HOGG, C.O; WEBB, R.</p><p>Steroidogenesis in bovine granulose cells: the effect of short-term changes in dietary</p><p>claro, vermelho e preto. As</p><p>principais características dessa raça são rusticidade, precocidade, resistência a doenças</p><p>e à endo e exoparasitas, habilidade materna, boa conversão alimentar, docilidade,</p><p>rendimento de carcaça e boa qualidade da carne. As raças Santa Gertrudis, Braford e</p><p>Brangus originaram-se desses cruzamentos. O Brahman é considerado de tamanho</p><p>intermediário, com os touros pesando, geralmente de 720 a 990 quilos e as vacas de</p><p>450 a 630 quilos. Os bezerros são pequenos no nascimento, pesando de 30 a 40 quilos.</p><p>Caracu</p><p>origem</p><p>O gado Caracu tem sua origem muito discutida, mas é sabido que sua origem é</p><p>europeia. No Brasil desde o período colonial e com mais de quatro séculos de seleção, o</p><p>Caracu reúne qualidades importantes e é utilizado, principalmente, para o cruzamento</p><p>industrial.</p><p>19</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>Características</p><p>Possui pelagem amarela, variando na tonalidade e com as mucosas ao redor dos</p><p>olhos são desprovidas de pigmentos. As principais características dessa raça são alta</p><p>adaptabilidade e rusticidade e excelente habilidade materna. Sexualmente, é um</p><p>pouco tardio. Com tripla aptidão, deixa muito a desejar quando comparado a raças</p><p>especializadas em produção de carne.</p><p>guzerá</p><p>origem</p><p>Raça indiana, já esteve a ponto de desaparecer no Brasil, mas graças a alguns criadores</p><p>que acreditaram em seu potencial, tomou forças sendo hoje a terceira raça zebuína com</p><p>maior número de animais no Brasil.</p><p>Características</p><p>Tem a pelagem cinzenta prateada, quase preta com várias tonalidades e peso adulto</p><p>em torno de 600kg nas fêmeas e 900kg nos machos. Caracteriza-se por ser uma raça</p><p>produtora de carne, mas também se mostra bem adaptado como gado de trabalho e</p><p>de leite. Apresenta boa rusticidade, resistência a parasitas e podem ser criados em</p><p>pastagens de baixo valor nutricional.</p><p>nelore</p><p>origem</p><p>Raça criada na Índia, é fruto dos cruzamentos de um grupo de raças, sendo as mais</p><p>marcantes a Hariana e a Ongole. Chegou ao Brasil no fim do século XIX e foi então se</p><p>expandindo aos poucos, primeiro no Rio de Janeiro e, em seguida, São Paulo e Minas</p><p>Gerais. Em 1938, com a criação do Registro Genealógico, começou a serem definidas as</p><p>características raciais do Nelore. Estima-se que 80% do rebanho brasileiro de gado de</p><p>corte é Nelore ou anelorado.</p><p>20</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>Características</p><p>Possuem pele preta ou escura com pelagem branca ou cinza-clara, sendo que os</p><p>machos apresentam o pescoço e o cupim normalmente mais escuros. Tem a seu favor</p><p>uma boa conformação, cabeça pequena, orelhas curtas, ossatura fina e alcança bom</p><p>desenvolvimento muscular. A raça Nelore é essencialmente produtora de carne.</p><p>Dentre as variedades trazidas da Índia, é a que vem sofrendo mais seleção. Apresenta</p><p>resistência natural à parasitas e ao clima quente. Excelente habilidade materna e a perda</p><p>de bezerro é mínima. Os bezerros Nelore são sadios, fortes, espertos. Experimentos</p><p>demonstraram que o Nelore pode oferecer carcaças com 16,5 arrobas, aos 26 meses de</p><p>idade e rendimento de 50 a 55%, quando alimentado em pastagem.</p><p>Simental</p><p>origem</p><p>De origem Suíça, adapta-se muito bem a regiões montanhosas. Os primeiros animais</p><p>chegaram ao Brasil em 1904, importados pela Secretaria de Estado da Agricultura de</p><p>São Paulo, com o objetivo de intensificar o fomento à Pecuária.</p><p>Características</p><p>Embora seja considerada uma raça mista para leite, carne e trabalho, sua seleção</p><p>genética evoluiu para a criação de animais mais precoces, com menor altura e maior</p><p>produção de leite e carne. O peso adulto das fêmeas é de 750 kg e dos machos de 1.000</p><p>kg. Apresenta crescimento rápido, com boa distribuição muscular, sem tendência a</p><p>acumular excesso de gordura subcutânea, ao passo que a gordura intramuscular é bem</p><p>desenvolvida, dando boa consistência e coloração às fibras musculares. O rendimento</p><p>de carcaça pode chegar a 65%.</p><p>tabapuã</p><p>origem</p><p>Raça brasileira fruto de cruzamentos entre o gado mocho nacional e animais de origem</p><p>indiana. Na década de 1940, no município de Tabapuã, em São Paulo, que a raça</p><p>assumiu as características que perduram até hoje. É predominantemente Nelore, com</p><p>algumas características do Guzerá.</p><p>21</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>Características</p><p>Esse gado se assemelha bastante ao Brahman quanto à sua composição racial. Raça</p><p>mansa e sem chifres, traz facilidade para o manejo. O melhoramento genético é</p><p>estritamente econômico, ou seja, preocupa-se apenas em desenvolver um animal com</p><p>maior precocidade, ganho de peso e rendimento de carcaça. Alguns criadores procuram</p><p>orientar a seleção visando uma raça de dupla aptidão. Como produtor de carne, o mocho</p><p>já tem demonstrado seu potencial nas provas de ganho de peso. Como produtor de</p><p>leite, vem respondendo de maneira surpreendente aos estímulos da seleção zootécnica.</p><p>22</p><p>CAPítulo 2</p><p>raças sintéticas e cruzamentos</p><p>raças sintéticas</p><p>Em pecuária de corte, a definição raça sintética ou composta representam uma raça</p><p>formada por meio de cruzamentos entre raças diferentes.</p><p>Braford</p><p>origem</p><p>Raça criada nos Estados Unidos, na década de 1960, fruto do cruzamento de vacas</p><p>Brahman e touros Hereford – Bradford. O animal Braford é aproximadamente 3/8</p><p>Brahman e 5/8 Hereford. Na década de 1980, a Associação de Criadores de Hereford</p><p>e a EMBRAPA-Bagé/RS introduziram a raça Braford no Brasil, tornando-se raça</p><p>registrada em 1993.</p><p>Características</p><p>As características marcantes da raça Braford são precocidade, fertilidade, habilidade</p><p>materna, temperamento dócil e velocidade de ganho de peso, com resistência a</p><p>ectoparasitas e rusticidade para adaptação em clima tropical.</p><p>Brangus</p><p>origem</p><p>Raça norte-americana, registrada em 1912, mas chegou ao brasil somente na década</p><p>de 1970. É o produto do cruzamento entre as raças Aberdeen Angus e a raça zebuína</p><p>Brahman. Possui em sua composição racial 5/8 de sangue Angus e 3/8 de sangue</p><p>Brahman.</p><p>23</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>Características</p><p>Tem como caraterísticas principais a resistência a ectoparasitas e a rusticidade ao clima</p><p>tropical, herdados do Brahman, e a precocidade, associada ao rápido crescimento</p><p>muscular, vindos do Angus.</p><p>Bravon</p><p>origem</p><p>A Associação Brasileira de Criadores de Devon desenvolveu uma raça sintética, que</p><p>reúne as características do Devon às qualidades do Nelore e, assim, foi criada o Bravon.</p><p>Atualmente, a raça está sendo desenvolvida, com sucesso, no Rio Grande do Sul, Mato</p><p>Grosso do Sul, Paraná e Bahia.</p><p>Características</p><p>O sucesso dessa raça se deve à união da precocidade, fertilidade, habilidade materna e</p><p>qualidade de carcaça da raça Devon, com as características mais marcantes do Nelore,</p><p>que são a rusticidade, adaptabilidade, longevidade e resistência a endo e ectoparasitas.</p><p>Canchim</p><p>origem</p><p>Raça sintética brasileira, Canchim, foi desenvolvida na Embrapa e é composta por 5/8</p><p>Charolês e 3/8 Zebu. O objetivo com a criação dessa raça era desenvolver um bovino</p><p>de corte para os trópicos, tendo a rusticidade e a precocidade como características</p><p>combinadas.</p><p>Características</p><p>Apresenta pelagem baia ou amarela brilhante, em diversas tonalidades, com mucosas</p><p>rosadas ou escuras. Precoce, rústico e resistente ao calor, esse animal é um ótimo</p><p>produtor de carne; seu rendimento de carcaça chega a 60%. O peso médio dos bezerros</p><p>ao nascer é acima de 34 Kg. Em cruzamentos com vacas zebus produz mestiços pesados</p><p>e precoces, muito convenientes para os nossos sistemas de criação e de engorda.</p><p>24</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>Santa gertrudis</p><p>origem</p><p>Foi desenvolvida nos Estados Unidos, mais precisamente no Texas. Região de clima</p><p>quente e seco, o Santa Gertrudis possui 5/8 de sangue Shorthorn e 3/8 de sangue</p><p>Brahman, resultando assim em um animal com alta adaptação ao calor, mas que exige</p><p>boas pastagens para o seu crescimento rápido.</p><p>Características</p><p>intake. Reproduction, v.123, pp. 371-378, 2002.</p><p>ARROQUY, J.I.; COCHRAN, R.C. E NAGARAJA, T.G. Effect of types ofnon-fiber</p><p>carbohydrate on in vitro forage fiber digestion of low-qualitygrass hay. Anim Feed</p><p>SciTechnol, 120: 93-106.2005.</p><p>Associação Brasileira de Criadores das Raças Simental e Simbrasil. Disponível em:</p><p><http://simentalsimbrasil.org.br/>. Acesso em 23 de janeiro de 2017.</p><p>Associação Brasileira de Hereford e Braford. Disponível em: <http://www.abhb.com.</p><p>br/>. Acesso em 25 de janeiro de 2017.</p><p>Associação Brasileira de Santa Gertrudis. Disponível em: <http://www.santagertrudis.</p><p>com.br/>. Acesso em 24 de janeiro de 2017.</p><p>AUBERT, M.L, PIERROZ, D. D.; GRUAZ, N. M. Metabolic control of sexual</p><p>function and growth: Role of neuropeptide Y and leptin. Molecular and Cellular</p><p>Endocrinology,v.140, n. 1, pp. 107-113, 1998.</p><p>BAILE, C.A. et al. Feeding behavioral changes of cattle during introduction to</p><p>monensin with roughage or concentrate diets. Journal Of Animal Science, v.48,</p><p>pp. 1501–1508, 1979.</p><p>BARB, C. R.; KRAELING, R. R. Role of leptin in the regulation of gonadotropin secretion</p><p>in farm animals. Anim Reprod Sci, v.82/83, pp.155-167, 2004.</p><p>BARBERO, R. P. ; MALHEIROS, E. B. ; ARAUJO, T. L. R. ; KOSCHECK, J. F. W. ; LIMA,</p><p>B. V. BERCHIELLI, T. T. ; RUGGIERI, A.C. ; REIS, R.A. . IngestiveBehaviour of Beef</p><p>Cattle Grazing Tropical Grass Maintained at Different Heights and Feed Varying Levels</p><p>of Supplements. In: Joint ISNH/ISRP International Conference 2014 : Harnessing the</p><p>Ecology and Physiology of Herbivores, 2014, Canberra. Joint ISNH/ISRP International</p><p>Conference 2014 : Harnessing the Ecology and Physiology of Herbivores. Canberra,</p><p>2014.</p><p>BARBOSA, F. A., CARVALHO; F. A. N.; McDOWELL, L. R. Nutrição de Bovinos a</p><p>Pasto. Belo Horizonte: Papelform, 2003. 438 p.</p><p>BARBOSA, N.G.S.; LANA,R.P.; JHAM,G.N.; BORGRS, A.C.; MÂNCIO, A.B.; PEREIRA,</p><p>J.C.; OLIVEIRA,J.S. Consumo e fermentação ruminal de proteínas em função de</p><p>suplementação alimentar energética e proteica em novilhos. Revista Brasileira de</p><p>Zootecnia, Viçosa, v.30, n.5, p.1558-1565, set/out. 2001 (suplemento).</p><p>145</p><p>RefeRências</p><p>BARCELLOS, J. O. J., LOBATO, J. F. P. Desempenho reprodutivo de vacas primíparas</p><p>Hereford e mestiças Nelore – Hereford em estação de parição e monta outono/inverno</p><p>ou primavera/verão. 1. Taxa de prenhez. Rev. Bras. Zoot., Viçosa, MG, v. 26, n. 5, p.</p><p>976-985. 1997.</p><p>BEAM, S.W.; BUTLER, W. R. Energy balance and ovarian follicle development prior</p><p>to first ovulation postpartum in dairy cows receiving three levels of dietary fat. Biol.</p><p>Reprod. 56:133-142. 1997.</p><p>BELLOWS, R.A; GRINGS, E.E; SIMMS, D.D; GEARY, T.W; BERGMAN, J.W. Effects of</p><p>feeding supplemental fat during gestation to first-calf beef heifers. Prof Anim Scient,</p><p>v.17, pp.81-89, 2001.</p><p>BERCHIELLI, T.T.; CARVALHO, I.P.C. Manejo alimentar na recria em pasto. In:</p><p>ManejoAlimentar de Bovinos: 9º Simpósio sobre Nutrição de Bovinos. Piracicaba,</p><p>2011.Anais..., FEALQ, Piracicaba, 2011, pp. 315-340.</p><p>BERG, R. T.; BUTTERFIELD, R. M. New Concepts of Cattle Growth.</p><p>Sidney:Macarthur Press, 1976. 255p.</p><p>BOIN, C. Alguns dados sobre exigências de energia e de proteína de zebuínos. In:</p><p>Simpósio Internacional Sobre Exigências Nutricionais De Ruminantes, 1.,</p><p>1995, Viçosa. Anais... Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1995. p.457-466.</p><p>BOIN, C.; TEDESCHI, L. O. Cana-de-açúcar na alimentação de gado de corte. In:</p><p>Simpósio Sobre Nutrição De Bovinos, 5., 1993, Piracicaba. Anais...Piracicaba:</p><p>FEALQ, 1993. p. 107-126.</p><p>BOKEN, S.L; STAPLES, C.R; SOLLENBERGER, L.E; JENKINS, T.C; THATCHER,</p><p>W. W. Effect of grazing and fat supplementation on production and reproduction of</p><p>Holstein cows. J. Dairy Sci, v.88, pp.4258-4272, 2005.</p><p>BRITT, J.H. 1994. Follicular development and fertility: Potential impacts of negative</p><p>energy balance. In: Proc. National Reproduction Symposium. Pittsburgh, PA. pp.</p><p>103- 112.</p><p>BRONSON, F.H. Puberty in female rats: relative effect of exercise and food restriction.</p><p>American Journal of Physiology, v.252, pp.140-144, 1987.</p><p>BROOKS A.L.; MORROW R.E; YOUNGQUIST R.S. Body composition of beef heifers at</p><p>puberty. Theriogenology, v. 24, n. 2, pp. 235-250, 1985.</p><p>146</p><p>RefeRências</p><p>BROSSARD, L.; CHAUCHEYRAS-DURAND, F.; MICHALET-DOREAU, B.; e MARTIN,</p><p>C. Dose effect of live yeasts on rumen microbial communities and fermentations during</p><p>butyric latent acidosis in sheep: New type of interaction. Journal Animal Science.</p><p>v.82, p.829–836, 2006.</p><p>BROWN, H. et al. Field evaluation of monensin for improving feed efficiency in feedlot</p><p>cattle. Journal Of Animal Science, v.8, p.1340, 1974.</p><p>BUXTON, D.R.; REDFEARN D.D. Plant limitations to fiber digestion and utilization.</p><p>Journal Nutrition, v.127, pp.814-818, 1997.</p><p>CABRAL, C. H. A.; BAUER, M. O.; CARVALHO, R. C.; et al. Comportamento ingestivo</p><p>diurno de novilhos suplementados no período das águas. Revista Caatinga, Mossoró</p><p>v. 24, n. 4, pp. 178-185, 2011ª</p><p>CALLAWAY, E. S.; MARTIN, S. A. Effects of a Saccharomyces cerevisiae culture on</p><p>ruminal bacteria that utilize lactate and digest cellulose. J Dairy Sci, v. 80, n. 9, pp.</p><p>2035-44, 1997.</p><p>CANTO, M.W. et al. Animal production in Tanzania grass swards fertilized with</p><p>nitrogen. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, pp.1176-1182, 2009.</p><p>CARDOSO, A.B.; MORAES, E.H.B.K.; OLIVEIRA, A.S.; ZERVOUDAKIS, J.T.; CABRAL,</p><p>L.S.; SILVA, P.I.J.L.R.; SOCREPPA, L.M. Substituição parcial do milho por fontes</p><p>energéticas para bovinos de corte em pastejo. Pesquisa Agropecuária Brasileira,</p><p>Brasília, v.48, n.9, pp.1295-1302, 2013.</p><p>CARDOSO, G.; GARCIA, R.; SOUZA, A.; PEREIRA, O.; ANDRADE, C. Desempenho de</p><p>Novilhos Simental Alimentados com Silagem de Sorgo, Cana-de-Açúcare Palhada de</p><p>Arroz Tratada ou não com Amônia Anidra. R. Bras. Zootec., v.33, n.6, pp. 2132-2139,</p><p>2004</p><p>CARSTENS, G.E.; JOHNSON, D.E.; ELLENBERGER, M.A.; et al. Physical and chemical</p><p>components of the empty body during compensatory growth in beef steers. Journal of</p><p>Animal Science, v.69, pp. 3251-3264, 1991.</p><p>CARVALHO, F. A. N; BARBOSA, F. A; MCDOWELL, L. R. Nutrição de bovinos a</p><p>pasto. Belo Horizonte: PapelForm, 2003.</p><p>CARVALHO, M. V.; RODRIGUES, P.H.M.; LIMA, M.L.P.; dos ANJOS, I.A.; LANDELL,</p><p>M.G.A.; SILVA, L.F.P. Composição bromatológica e digestibilidade de cana-de-açúcar</p><p>colhida em duas épocas do ano. Brazilian Journal Of Veterinary Research And</p><p>Animal Science, v. 47, pp. 298-306, 2010.</p><p>147</p><p>RefeRências</p><p>CARVALHO, M.V.; DINIZ-MAGALHAES, J.; PEREIRA, A.S.C.; SANTOS, M.V.; SILVA,</p><p>L.F.P. 2013. Effect of chronic infusion of leptin and nutrition on sexual maturation of</p><p>zebu heifers. Journal of Animal Science, 91:1207-1215.</p><p>CASAGRANDE, D.R.; RUGGIERI, A.C.; BERCHIELLI, T.T.; MORETTI, M.H.;</p><p>VIEIRA, B.R.; ROTH, A.P.T.P.; REIS, R.A. Sward canopy structure and performance</p><p>of beef heifers under supplementation in Brachiariabrizanthacv. Marandu pastures</p><p>maintained with three grazing intensities in a continuous stocking system. Revista</p><p>Brasileira de Zootecnia, v.40, n.10, pp. 2074-2082, 2011.</p><p>CASAGRANDE, D.R.; RUGGIERI, A.C.; JANUSCKIEWICZ, E.R.; GOMIDE, J.A.; REIS,</p><p>R.A.; VALENTE, A.L.S. Características morfogênicas e estruturais do capim-marandu</p><p>manejado sob pastejo intermitente com diferentes ofertas de forragem. Revista</p><p>Brasileira de Zootecnia, v. 39, n. 10, pp. 2108-2115, 2010.</p><p>CASLER, M. D. Breeding for improved forage quality: Potentials and problems. In</p><p>International Grassland Congress, 18., 1997, p. 323–330, Winnipeg, Manitoba.</p><p>Proceendings XVIII IGC, 1997. Disponível em: <http://www.internationalgrasslands.</p><p>org/publications>. Acesso em: 4 out. 2011</p><p>CASLER, M.D.; JUNG, H.G. Relationships of fibre, lignin, and phenolics to in vitro fibre</p><p>digestibility in three perennial grasses. Animal Feed Science And Technology, v.</p><p>125, pp.151-161, 2006.</p><p>CASLER, M.D.; VOGEL, K.P. Accomplishments and impact from breeding for increased</p><p>forage nutritional value. Crop Science, v.39, pp.12-20, 1999.</p><p>CATON, J.S.; DHUYVETTER, D.V. Influence of energy supplementation on grazing</p><p>ruminants:</p><p>requirements and responses. Journalof Animal Science, Albany, v.75,</p><p>pp.533-542, 1997.</p><p>CAVALCANTE, M. A. B.; PEREIRA, O. G.; VALADARES FILHO, S. C. et al. 2005.</p><p>Níveis de proteína bruta em dietas para bovinos de corte: consumo, digestibilidade</p><p>total e desempenho produtivo, v.34, n.3, pp.711-719, 2005.</p><p>CAVALI, J.; PEREIRA, O.G.; SOUSA, L.O. de; PENTEADO, D.C.S.; CARVALHO,</p><p>I.P.C. de; SANTOS, E.M.; CEZÁRIO, A. Silagem de cana-de-açúcar tratada com óxido</p><p>de cálcio: composição bromatológica e perdas. In: Reunião Anual Da Sociedade</p><p>Brasileira De Zootecnia, 43., 2006. João Pessoa. Anais... João Pessoa: SBZ, 2006.</p><p>1 CD-ROM</p><p>148</p><p>RefeRências</p><p>CHAUCHEYRAS, F. et al. Effects of live Saccharomyces cerevisiae cells on zoospore</p><p>germination, growth, and cellulolytic activity of the rumen anaerobic fungus,</p><p>Neocallimastix frontalis MCH3. Curr Microbiol, v. 31, n. 4, pp. 201-5, 1995.</p><p>CHAUCHEYRAS-DURAND, F.; WALKER, N. D.; BACH, A. Effects of active dry yeasts</p><p>on the rumen microbial ecosystem: Past, present and future. Animal Feed Science</p><p>And Technology, v. 145, n. 1-4, pp. 5-26, 2008.</p><p>Chiquette, J. Evaluation of the protective effect of probiotics fed to dairy cows during a</p><p>subacuteruminal acidosis challenge. Anim. Feed Sci. Technol. 153, 278–291, 2009.</p><p>COAN, R.M.; REIS, R.A.; RESENDE, F.D. et al. Viabilidade econômica, desempenho</p><p>e características de carcaça de garrotes em confinamento alimentados com dietas</p><p>contendo silagem de capins tanzânia ou marandu ou silagem de milho. Revista</p><p>Brasileira De Zootecnia, v.37, p.311-318, 2008.</p><p>COELHO, S. J. D.; AMBROSE, M. BINELLI, J.; BURKE, C. R.; STAPLES, M. J.;</p><p>THATCHER, E. W. W. 1997. Menhaden fish meal attenuates estradiol and oxytocin</p><p>induced uterine secretion of PGF2α in lactating dairy cattle. Theriogenology</p><p>47(1):143.(Abstr.)</p><p>CONAB. Indicadores da Agropecuária: Quadro de Suprimentos. Disponível em:</p><p><http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1470&t=2>. Acesso em março de 2014.</p><p>Cone, J.W.; F.M. Engels. The influence of ageing on cell wall composition and</p><p>degradability of three maize genotypes. Animal Feed Science And Technology, n.</p><p>40, pp. 331–342, 1193.</p><p>CORREIA, P.S. Estratégias de suplementação de bovinos de corte em</p><p>pastagens durante o período das águas. 2006. 334 p. Tese (Doutorado) – Escola</p><p>Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2006.</p><p>CORSI, M. Potencial das pastagens para a produção de leite. In: PEIXOTO, A. M.;</p><p>MOURA, J. C.; FARIA, V. P., (ed.). Bovinocultura Leiteira: Fundamentos da</p><p>Exploração Racional. Piracicaba: FEALQ, 1986. pp. 147-154.</p><p>COSTA, D.F.A. Respostas de bovinos de corte à suplementação energética em</p><p>pastos de capim-Marandu submetidos a intensidades de pastejo rotativo</p><p>durante o verão. 2007, 98 p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura</p><p>Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2007.</p><p>COSTA, E.C. et al. Composição física da carcaça, qualidade da carne e conteúdo de</p><p>colesterol no músculo Longissimusdorside novilhos Red Angus superprecoces,</p><p>149</p><p>RefeRências</p><p>terminados em confinamento e abatidos com diferentes pesos. Revista Brasileira de</p><p>Zootecnia, v.31, n.1, pp. 417-428, 2002.</p><p>COSTA, M.A.L.; VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, M.F. ET AL. Desempenho,</p><p>digestibilidade e características de carcaça de novilhos zebuínos alimentados com dietas</p><p>contendo diferentes concentrados. R. Bras. Zootec, v.34, n.1, pp. 268-279, 2005</p><p>COSTA, N. L.; MONTEIRO, A.L.G.; SILVA, A.L.P.; MORAES, A.; GIOSTRI, A.F.;</p><p>STIVARI, T.S.S.; GILAVERTE, S.; BALDISSERA, T.C.; PIN, E.A. Considerações sobre</p><p>a degradação da fibra em forragens tropicais associadacom suplementos energéticos ou</p><p>nitrogenados. Arch. Zootec. 64 (R): 31-41. 2015.</p><p>COSTA, V.A.C.; DETMANN, E.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Degradação in vitro</p><p>da fibra em detergente neutro de forragem tropical de alta qualidade em função da</p><p>suplementação com proteína e/ou carboidratos. Revista Brasileira de Zootecnia.</p><p>v. 38, n. 9, pp. 1803-1811, 2009.</p><p>CSIRO. Feeding Standarts for Australian Livestock. Ruminats. Standing Comitee</p><p>on Agriculture, Ruminants Subcomitee. CSIRO. Australia. 250 p.1990.</p><p>CUNHA, A.P.; WEIS, R.R.; SEGUI, M.S. Restrição da amamentação, suplementação</p><p>energética e níveis de progesterona plasmática em fêmeas bovinas pluríparas. Revista</p><p>Brasileira de Reprodução Animal, v. 27, pp .414, 2003.</p><p>Da CRUZ, G.M; RODRIGUES, A.A; TULLIO, R.R. ALENCAR, M.M.; ALLEONI, G.F.;</p><p>OLIVEIRA, G.P. Desempenho de bezerros da raça Nelore e cruzados desmamados</p><p>recebendo concentrado em pastagem adubada de Cynodomdactylon cv. Coastcross.</p><p>Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n.1, pp.139-148, 2009.</p><p>Da SILVA, S.C. Intensificação da produção animal em pasto por meio do manejo do</p><p>pastejo. In: SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO ANIMAL A PASTO, 1., 2011, Maringá. Anais...</p><p>Maringá: UEM, 2011. pp.163-188.</p><p>DA SILVA, S.C., Fundamentos para o manejo do pastejo de plantas forrageiras dos</p><p>gêneros Brachiaria e Panicum. In: II SIMPÓSIO SOBRE MANEJO ESTRATÉGICO DA</p><p>PASTAGEM, Viçosa: UFV; DZO, 2004. Anais... Viçosa, UFV, p. 347, 2004.</p><p>DA SILVA,S.C.; PEDREIRA, C.G. Fatores condicionantes e predisponentes da produção</p><p>animal em pastagens. In: PIRES, A.V. Bovinocultura de corte. Piracicaba-SP,</p><p>FEALQ, v.I, pp. 419-429, 2010.</p><p>150</p><p>RefeRências</p><p>DE FRIES, C.A.; NEUENDORFF, D. A.; RANDEL, R. D. Fat supplementation influences</p><p>postpartum reproductive performance in Brahman cows. J. Anim. Sci. 76:864-870.</p><p>1998.</p><p>DENNISTON, D. J.; THOMAS, M.G.; KANE, K. K.; ROYBAL, C. N.; CANALES, L;</p><p>HALLFORD, D. M.; REMMENGA, M. D.; HAWKINS, D. E. Effect of neuropeptide Y</p><p>on GnRH-induced LH release from bovine anterior pituitary cell cultures derived from</p><p>heifers in a follicular, luteal on ovariectomized state. Anim Reprod Sci, v.78, pp. 25-</p><p>31, 2003.</p><p>DESNOYERS, M.; GIGER-REVERDIN, S.; BERTIN, G.; DUVAUX-PONTER,</p><p>C. e SAUVANT, D. Meta-analysis of the influence of Saccharomyces cerevisiae</p><p>supplementation on ruminal parameters and milk production of ruminants. Journal</p><p>Of Dairy Science, v. 92, n. 4, pp. 1620-1632, 2009.</p><p>DESWYSEN, A.G. et al. Effect of monensin on voluntary intake, eating and ruminating</p><p>behavior and rumen motility of heifers fed corn silage. Journal Of Animal Science,</p><p>v.64, pp. 827–834, 1987.</p><p>DETMANN, E.; PAULINO, M. F.; CECON, P. R.; et al. Níveis de proteína em suplementos</p><p>para terminação de bovinos em pastejo durante o período de transição seca/águas:</p><p>consumo voluntário e trânsito de partículas. Revista Brasileira de Zootecnia, v.</p><p>34, n. 4, pp. 1371-1379, 2005.</p><p>DETMANN, E.; PAULINO, M. F.; MANTOVANI, H. C. et al. Parameterization of</p><p>ruminal fibre degradation in low-quality tropical forage using Michaelis-Menten</p><p>kinetics. Livestock Science, v.126, pp.136-146, 2009.</p><p>DETMANN, E.; PAULINO, M. F.; VALADARES FILHO, S. C. Otimização do uso</p><p>derecursos forrageiros basais. In: simpósio de produção de gado de corte, 7, 2010,</p><p>Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2010. p. 191–240.</p><p>_______. Avaliaçãonutricional de alimentos ou de dietas: Uma abordagem conceitual.</p><p>Simpósio de Produção de Gado de Corte, 6. 2008. Viçosa. Anais...Universidade Federal</p><p>de Viçosa. Viçosa. pp. 21-51.2008.</p><p>DETMANN, E.; VALENTE, E.E.L.; BATISTA, E. D.; HUHTANEN, P. An evaluation of</p><p>the performance and efficiency of nitrogen utilization in cattle fed tropical</p><p>grass pastures with supplementation. Livestock Science, pp. 141-153, 2014.</p><p>151</p><p>RefeRências</p><p>DIAS, F. M. G. N. Efeito da condição corporal, razão peso/altura e peso vivo</p><p>sobre o desempenho reprodutivo pós-parto de vacas de corte zebuínas. Belo</p><p>Horizonte: UFMG – Escola de Veterinária, 1991. (Dissertação, mestrado em zootecnia).</p><p>DIAS, P. R. B.; JÚNIOR, G. N.; CERVI, R. G. Planejamento estratégico e viabilidade</p><p>econômica em um sistema de pastejo rotacionado para a terminação de</p><p>gado de corte anelorado. Tekhne e Logos, v. 4, n. 1, Botucatu, 2013.</p><p>DIAS-DA-SILVA, A.; GUEDES, C.; GOMES, M.J.; LOUREIRO, N.; BRÍZIDA, E.;</p><p>MENA, E. e LOURENÇO, A. Effects of Saccharomyces cerevisiae yeast (CNCM I-1077)</p><p>on ruminal fermentation and fibre degradation. In: Proc. Ndf 2010, Role of Plant Cell</p><p>Walls in Dairy Cow Nutrition, pp. 25-38. 2010.</p><p>DINIZ-MAGALHAES, J.; CARVALHO, M.V.; MACHADO, A.B.E. ; SILVA JUNIOR,</p><p>M.A.V.; SILVA, L.F.P. 2011. Molecular control of puberty as affected by nutrition and</p><p>leptin infusion in zebu heifers. In: ADSA-AMPA-ASAS-CSAS-WSASAS Joint Annual</p><p>Meeting, 2011, New Orleans. Journal of Animal Science. Champaign, IL: American</p><p>Society of Animal Science, v. 89. pp. 729-729.</p><p>DINIZ-MAGALHAES, J.; MATURANA FILHO, M.; VASCONCELOS, J.L.M.; SILVA,</p><p>L.F.P. 2013. Molecular mechanism of neuropeptide Y affected by progesterone and</p><p>estradiol on prepubertal Nellore heifers. In: ADSA-AMPA-ASAS-CSAS-WSASAS</p><p>Joint Annual Meeting, 2013, Indianapolis. Journal of Animal Science, 2013. v. 91.</p><p>pp. 392-393.</p><p>DISKIN, M. G.; MACKEY, D.R; ROCHE, J.F.; SREENAN, J. M. Effects of nutrition and</p><p>metabolic status on circulating hormones and ovarian follicle development in cattle.</p><p>Anim Reprod Sci, v.78, pp.345-370, 2003.</p><p>DÓREA, J. R. R. Níveis de suplemento energético para bovinos em pastagens</p><p>tropicais e seus efeitos no consumo de forragem e fermentação ruminal.</p><p>2010. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal e Pastagens) – Escola Superior de</p><p>Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2011.</p><p>DÓREA, J.R.R. Energy supplementation for beef steers grazing tropical Grass</p><p>(Brachiariabrizantha, cv Marandu) managed under rotational system with</p><p>different initial sward heights. 2014. 121p. Tese (Doutorado) - Escola Superior de</p><p>Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2014.</p><p>DÓREA, J.R.R.; SANTOS, F.A.P. Estratégias de suplementação de bovinos mantidos em</p><p>pastagens. In: 27º SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, Piracicaba: FEALQ,</p><p>2015. Anais... Piracicaba, ESALQ, pp. 223-248, 2015.</p><p>152</p><p>RefeRências</p><p>DÓREA, J.R.R.; SANTOS, F.A.P. Meta-analysis of concentrate supplement effects on</p><p>voluntary intake in high and low quality pastures. In: ANNUAL MEETING OF THE</p><p>AMERICAN SOCIETY OF ANIMAL SCIENCE, 92., 2014, Kansas. Proceedings…</p><p>Kansas: ASAS, 2014. p. 351.</p><p>ELROD, C. C.; BUTLER, W. R. Reduction of fertility and alteration of uterine pH in</p><p>heifers fed excess ruminally degradable protein. Journal of Animal Science, v.71,</p><p>n.3, pp. 694-701, 1993.</p><p>EUCLIDES, V. P. B.; ZIMMER, A .H.; VIEIRA, J. M. Equilíbrio na utilização da</p><p>forragem sob pastejo. In: SIMPOSIO SOBRE ECOSSISTEMA DE PASTAGENS, 1.,</p><p>1989, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: FUNEP, 1989. pp. 271- 313.</p><p>EUCLIDES, V.P.B.; COSTA, F.P.; MACEDO, M.C.M.; FLORES, R.; OLIVEIRA, M.P. de.</p><p>Eficiência biológica e econômica de pasto de capim-tanzânia adubado com nitrogênio</p><p>no final do verão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.42, pp.1345‑1355, 2007.</p><p>EZZO, O. H.; HEGAZY, M. A. Effect of dietary fat on ovarian and metabolic response of</p><p>heifers suffering from ovarian inactivity. Vet. Med. J., v.47, pp.45-57, 1999.</p><p>FAO/WHO. 2001. Health and nutritional properties of probiotics in food including</p><p>powder milk with live lactic acid bacteria. Report of a Joint FAO/WHO expert</p><p>consultation on evaluation of health and nutritional properties of probiotics in food</p><p>including powder milk with live lactic acid bacteria. Córdoba, Argentina, 2001 Oct. 1-4.</p><p>FERELI, F.; BRANCO, A. F.; JOBIM, C. C.; CONEGLIAN, S. M.; GRANZOTTO, F.;</p><p>BARRETO, J. C. Monensina sódica e Saccharomyces cerevisiae em dietas para bovinos:</p><p>fermentação ruminal, digestibilidade dos nutrientes e eficiência de síntese microbiana.</p><p>Revista Brasileira De Zootecnia, v.39, n.1, pp.183-190, 2010.</p><p>FERNANDES, A.R.M.; SAMPAIO, A.A.M; HENRIQUE, W. TULLIO; R.R.; PERECIN,</p><p>D.; OLIVEIRA, E.A. de.; VILELA, H.L.F.; FAZOLO, B.; RIBEIRO, G.M.; SILVA, T.M.</p><p>da. Eficiência produtiva e características qualitativas da carne de bovinos jovens</p><p>terminados em confinamento – 1. Consumo de nutrientes e desempenho. In: Reunião</p><p>Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 43., 2006. João Pessoa. Anais...João</p><p>Pessoa: SBZ, 2006. 1 CD-ROM.</p><p>FIEMS L.O.; COTTYN, B.G.; DUSSERT, L. et al. Effect of a viable yeast culture on</p><p>digestibility and rumen fermentation in sheep fed different types of diets. Reprod.</p><p>Nutr. Dev., v.33, pp.43-49, 1993.</p><p>153</p><p>RefeRências</p><p>FONTY, G.; CHAUCHEYRAS-DURAND, F. Effects and modes of action of live yeasts in</p><p>the rumen. Biologia, v. 61, n. 6, pp. 741-750, 2006.</p><p>FORTUNE, J. E. The early stages of follicular development: activation of primordial</p><p>follicles and growth of preantral follicles. Anim Reprod Sci, v.78, pp.135-163, 2003.</p><p>FOX, D. G.; BLACK, J. R. A system for predicting body composition and performance of</p><p>growing cattle. Journal of Animal Science, v.58, n.3, pp.725-739, 1984.</p><p>FRANCO, G.L.; ANDRADE, P.; BRUNO FILHO, J.R. E DIOGO, J.M.S. Parâmetros</p><p>ruminais e desaparecimento da FDN da forragem embovinos suplementados em</p><p>pastagens na estação das águas. Rev BrasZootecn, 31: 2340-2349.2002.</p><p>FRASSETO, M.O.; RODRIGUEZ, F.D.; MAGALHAES, J.D.; CONSOLO, N.R.B.; SOUSA,</p><p>R.T.; PENSO, J. F.; MACIEL, R.A.P.; SILVA, L.F.P. Avaliação de doses crescentes</p><p>de adubação sobre capim-marandu e capim-mombaça. In: VII Simpósio de Pós-</p><p>Graduação e Pesquisa em Nutrição e Produção Animal, 2013, Pirassununga.</p><p>VII Anais do VII Simpósio de Pós-Graduação e Pesquisa em Nutrição e Produção</p><p>Animal. Pirassununga, 2013.</p><p>FREITAS, A.W. de P.; PEREIRA, J.C.; ROCHA, F.C.; DETMANN, E.; BARBOSA,</p><p>M.H.P.; RIBEIRO, M.D.; COSTA, M.G. Avaliação da divergência nutricional de</p><p>genótipos de cana-de-açúcar (Saccharum spp.). Revista Brasileira de Zootecnia,</p><p>v.35, n.1, pp.229-236, 2006.</p><p>FUNSTON RN. Fat supplementation and reproduction in beef females. J. Anim Sci,</p><p>v.82, suppl., pp.154-161, 2004.</p><p>FUNSTON, R.N.; DEUTSCHER, G.H. Comparison of target breeding weight and</p><p>breeding date for replacement beef heifers and effects on subsequent reproduction and</p><p>calf performance. Journal of Animal Science, v.82, pp.3094-3099, 2004.</p><p>FURLAN, R. L.; MACARI, M.; FARIA FILHO, D. E. Anatomia e fisiologia do trato</p><p>Gastrintestinal. IN: Nutrição de Ruminantes. Jaboticabal: Funep, 2006, 583p.</p><p>GALYEAN, M. L.; J. F. GLEGHORN. 2001. Summary of the 2000 Texas Tech University</p><p>Consulting Nutritionist Survey. Texas Tech University Department of Anim. And Food</p><p>Sci. Burnett Center Internet Progress Report no. 12. Disponível em: <http://www.asft.ttu.</p><p>edu/burnett_center/progress_reports/bc12.pdf>. Acessado em 20 de outubro de 2011.</p><p>GALYEAN, M. L.; P. J. Defoor. 2003. Effects of roughage source and level on intake by</p><p>feedlot cattle. J. Anim. Sci. 81(E. Suppl. 2):E8–E16.</p><p>154</p><p>RefeRências</p><p>GATTASS, C.B.A.; MORAIS, M.G.; ABREU, U.G.P.; LEMPP, B.; STEIN, J.; ALBERTINI,</p><p>T.Z.; FRANCO, G.L. Consumo, digestibilidade aparente e ganho de peso em bovinos de</p><p>corte confinados e suplementados com cultura de levedura (Saccharomyces cerevisiae</p><p>cepa 1026). Ciência Animal Brasileira, v. 9, n. 3, pp. 535-542, jul./set. 2008.</p><p>GEAY, Y. Energy and protein utilization in growing cattle. Journal of Animal</p><p>Science, v.58, n.3, pp.766-778, 1984.</p><p>GESUALDI JUNIOR, Antonio et al. Níveis de concentrado na dieta de novilhos F1</p><p>Limousin x Nelore: características de carcaça. Rev. Bras. Zootec., Viçosa, v. 29, n.</p><p>5, Oct. 2000.</p><p>GIL, C.V. Effect of nutrition on follicle development and ovulation rate in the ewe. 2003.</p><p>Thesis (Doctoral) - Swedish University of Agricultural Science, Uppsala.</p><p>GIMENES, F.M. de A.; SILVA, S.C. da; FIALHO, C.A.; GOMES, M.B.; BERNDT, A.;</p><p>GERDES, L.; COLOZZA, M.T. Ganho de peso e produtividade animal em capim‑marandu</p><p>sob pastejo rotativo e adubação nitrogenada. Pesquisa Agropecuária Brasileira,</p><p>v.46, pp.751‑759, 2011.</p><p>GIRARD, I. D.; DAWSON, K. A. Stimulation of ruminal bacteria by different fractions</p><p>derived from cultures of Saccharomyces cerevisiae strain 1026. Journal of Animal</p><p>Science, v. 73, n. SUPPL. 1, pp. 264-264, 1995.</p><p>GOMIDE, J. A. Manejo de pastagens para a produção de leite. In: Simpósio</p><p>Internacional De Forragicultura. Reunião da Sociedade Brasileira de Zootecnia,</p><p>31.</p><p>Maringá-Pr. 1994. Anais... Maringá:Pr. EDUEM, 1994, pp. 141-168.</p><p>GONÇALVES, V.L.; CARDELINO, R.A.; PIMENTEL, C.A. Efeito da desmama precoce</p><p>sobre o peso aos 180 dias e o ganho de peso em terneiros da raça Devon. In: Reunião</p><p>Anual Da Sociedade Brasileira De Zootecnia, 18, p. 260, 1981.</p><p>GOODRICH, R.D. et al. Influence of monensin on the performance of cattle. Journal</p><p>of Animal Science, v.58, pp.1484–1498, 1984.</p><p>GRABBER, J.H.; RALPH, J.; HATFIELD, R.D. p-Hydroxyphenyl, Guaiacyl, and</p><p>Syringyl Lignins Have Similar Inhibitory Effects on Wall Degradability. Journal of</p><p>Agricultural and Food Chemistry, v.45, pp. 2530-2532, 1997.</p><p>GRANT, M. H. J.; HESS, B. W.; BOTTGER, J. D.; HIXON, D. L.; VAN KIRK, B. M.;</p><p>ALEXANDER, T. M.; NETT, T. M.; MOSS, G. E. Effect of feeding high-linoleate safflower</p><p>seeds on reproductive endocrine dynamics in postpartum beef cows. Proc West Sec</p><p>Am Soc Anim Sci, v.53, pp.36-39, 2003.</p><p>155</p><p>RefeRências</p><p>GRUMMER, R. R.; CARROLL, D.J. Effects of dietary fat on metabolic disorders and</p><p>reproductive of dairy cattle. J. Anim Sci, v.69, pp.3838-3852, 1991.</p><p>GUEDES, C.M.; GONÇALVES, D.; RODRIGUES, M.A.M.; DIAS-DA-SILVA, A. Effects</p><p>of a Saccharomyces cerevisiae yeast on ruminal fermentation and fibre degradation</p><p>of maize silages in cows. Animal Feed Science and Technology, v. 145, pp.27-</p><p>40,2008.</p><p>HAWKINS, D. E.; NISWENDER, K. D.; OSS, G. M.; MOELLER, C. L.; ODDE, K. G.;</p><p>SAWYER, H. R.; NISWENDER, G. D. An increase in serum lipids increases luteal lipid</p><p>content and alters the disappearance rate of progesterone in cows. J Anim Sci, v.73,</p><p>pp.541-545, 1995.</p><p>HENRIQUE, W.; LEME, P.R.; LANNA, D.P.D. et al. Substituição e amido por pectina</p><p>em dietas com diferentes níveis de concentrado. 1. Desempenho animal e características</p><p>da carcaça. Revista Brasileira de Zootecnia, v.27, n.6, pp.1206-1211, 1998.</p><p>HENRIQUE,W.; SAMPAIO, A.A.M.; OLIVEIRA, E.A.DE.; FERNANDES, A.R.M.;</p><p>OLIVEIRA, R.V.DE.; PIVARO,T. Consumo de nutrientes e desempenho de tourinhos</p><p>Canchim e Nelore terminados em confinamento e alimentados com dietas contendo</p><p>cana-de-açúcar e dois níveis de concentrado. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira</p><p>de Zootecnia, 44., 2007. Jaboticabal. Anais...Jaboticabal: SBZ, 2007. 1 CD-ROM.</p><p>HERNANDEZ GARAY, A.; SOLLENBERGER, L.E.; MCDONALD, D.C.; RUEGSEGGER,</p><p>G.J. KALMBACHER, R.S.; MISLEVY, P. Nitrogen fertilization and stocking rate affect</p><p>stargrasspasture and cattle performance. Crop Science, n. 44, pp. 1348-1354, 2004.</p><p>HERNANDEZ, M.R. Avaliação de variedades de cana-de açúcar através de estudos de</p><p>desempenho e digestibilidade aparente com bovinos. 1998. 78p. Dissertação (Mestrado</p><p>em Zootecnia) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal,</p><p>Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 1998.</p><p>HESS, B. W.; LAKE, S. L.; SCHOLLJEGERDES, E. J; WESTON, T. R.; NAYIGIHUGU,</p><p>V.; MOLLE, J. D. C.; MOSS, G. E.; Nutritional controls of beef cows reproduction. J.</p><p>Anim Sci, v.83, pp.90-106, 2005.</p><p>HESS, B.W.; KRYSL, L.J.; JUDKINS, M.B.; HOLCOMBE, D.W.; HESS, J.D.; HANKS,</p><p>D.R.; HUBER, S.A. Supplemental cracked corn or wheat bran for steers grazing</p><p>endophyte – free fescue pasture: effects on live weight gain, nutrient quality, forage</p><p>intake, particulate and fluid kinetics, ruminal fermentation, and digestion. Journal of</p><p>Animal Science, Savoy, v.74, pp.1116-1125, 1996.</p><p>156</p><p>RefeRências</p><p>HIGNETT, S. L. Some nutritional and other interacting factors that may influence the</p><p>fertility of cattle. Vet. Rec. n. 71, vol. 1, 1959.</p><p>HODGSON, J. The control of herbage intake in the grazing ruminant. Proceedings of</p><p>the Nutritional Society, v. 44, pp. 339-346, 1985.</p><p>HODGSON, J. Grazing management science into practice. Essex: Lougman</p><p>Group UK Ltda., p. 203, 1990.</p><p>HONARAMOOZ, A.; CHANDOLIA, R.K.; BEARD, A.P.; RAWLINGS, N.C. Effects of</p><p>season of birth on the prepubertal pattern of gonadotropin secretion and age at puberty</p><p>in beef heifers. Theriogenology, v. 52, n. 1, pp. 67-79, 1999.</p><p>HRISTOV, A. N. et al. Effect of Saccharomyces cerevisiae fermentation product on</p><p>ruminal fermentation and nutrient utilization in dairy cows. J Dairy Sci, v. 93, n. 2,</p><p>pp. 682-92, 2010.</p><p>HUNTINGTON, G. B. Starch utilization by ruminants: from basics to the bunk. Journal</p><p>Animal Science, Savoy, v.75, pp. 852-867, 1997.</p><p>HURLEY, W. C.; DOANE, R. M. Recent developments in the roles of vitamins and</p><p>minerals in Reproduction. Journal of Dairy Science, vol.67, pp.1316, 1989.</p><p>IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. 2006. Disponível</p><p>em: <http://www.ibge.gov.br/>. Acesso em março de 2014.</p><p>ILLIUS, A.W. 1998. Advances and retreats in specifying the constraints on intake</p><p>in grazing ruminants. In: Buchanan-Smith, J.G., Bailey, L. and McCaughey, P.(eds)</p><p>Proceedings if XYIII International Grassland Congress, Vol III. Association</p><p>Management Centre, Calgary, pp.39-44.</p><p>IMAKAWA, K.; DAY, M. L.; ZALESSKY, D. D.; CLUTTER, A; KITTOK, R. J.; KINDER,</p><p>J. E. Efects of 17 beta-estradiol end diets varying in energy on secretion of luteinizing</p><p>hormone in beef heifers. Journal of Animal Science, v.64, pp. 805, 1987.</p><p>IVAN, S. K.; GRANT, R. J.; WEAKLEY, D.; BECK, J. Comparison of a corn silage hybrid</p><p>with high cell-wall content and digestibility with a hybrid of lower cell-wall content on</p><p>performance of Holstein cows. J. Dairy Sci. n. 88, pp. 244-254, 2005.</p><p>JOHNSON, C.R.; REILING, B.A.; MISLEVY, P.; HALL, M.B. Effects of nitrogen</p><p>fertilization and harvest date on yield, digestibility, fiber, and protein fractions of</p><p>tropical grasses. Journal of Animal Science, Albany, v. 79, pp. 2439-2448, 2001.</p><p>157</p><p>RefeRências</p><p>JOHNSON, K. A.; JOHNSON, D. E. Methane emissions from cattle. Journal of</p><p>Animal Science, 73:2483-2492, 1995.</p><p>JONES, S.D.M.; RÓMPALA, R.E.; JEREMIAN, L.E. et al. Growth and composition of</p><p>the empty body in steers of different maturyty types fed concentrate of forage diets. J.</p><p>Anim. Sci., v. 60, n.2, pp.427-433, 1985.</p><p>JUNG, H. G.; DEETZ, D. A. Cell wall lignification and degradability. In: JUNG et al.</p><p>(Eds.) Forage cell wall structure and degradability. Madison: ASA, CSSA, SSSA,</p><p>pp. 315-346,1993.</p><p>JUNG, H.G.; SMITH, R.R.; ENDRES, C.S. Cell wall composition and degradability</p><p>of stem tissue from lucerne divergently selected for lignin and in vitro dry matter</p><p>disappearance. Grass Forage Sci., vol. 49, pp. 295-299, 1994.</p><p>JUNG, H.G.; MERTENS, D.R.; PHILLIPS, R.L. Effect of reduced ferulate-mediated</p><p>lignin/arabinoxylan cross-linkingin corn silage on feed intake, digestibility, and milk</p><p>production. Journal Dairy Science, v. 94, pp.5124-5137, 2011.</p><p>JUNG, H.G.; PHILLIPS, R.L. Putative Seedling Ferulate Ester (sfe) Maize Mutant:</p><p>Morphology, Biomass Yield, and Stover Cell Wall Composition and Rumen Degradability.</p><p>Crop Science, v. 50, pp.403–418, 2010.</p><p>JUNG, H.J. et al. Impact of lignin composition on cell wall degradability in an</p><p>Arabidopsis mutant. Journal of the Science of Food and Agriculture, v. 79, pp.</p><p>922-928, 1999.</p><p>JUNQUEIRA, M.C. Aditivos químicos e inoculantes microbianos em silagens de cana-</p><p>de-açúcar: perdas na conservação, estabilidade aeróbia e o desempenho de animais.</p><p>Piracicaba: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, 98p. Dissertação</p><p>(Mestrado em Ciência Animal e Pastagens) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de</p><p>Queiroz”, 2006.</p><p>KARN, J. Supplementation of yearling steers grazing northern great plains rangelands.</p><p>Journalof Range Management, v. 53, n. 2, pp. 170-175, 2000.</p><p>KAWAUCHI, H.; SOWER, S. A. The dawn and evolution of hormones in the</p><p>adenohypophysis. Gen Comp Endocrinol, v.148, pp.3-14, 2006.</p><p>KHAFIPOUR, L. I. S.; PLAIZIER, J. C.; KRAUSE, D. O. Rumen microbiome composition</p><p>determined using two nutritional models of subacute ruminal acidosis. Applied</p><p>Environ Microbiology. v. 75, n. 22, pp. 7115-7124, 2009.</p><p>158</p><p>RefeRências</p><p>KINDER, J.E.; BERGFELD, E.G.; WEHRMAN, M.E.; PETERS, K.E.; KOJIMA, F.N.</p><p>Endocrine basis for puberty in heifers and ewes. Journal of Reproduction and</p><p>Fertility, v. 49 Suppl.,</p><p>p. 393-407, 1995.</p><p>KLEEN, J. L.; HOOIJER, G. A.; REHAGE, J.; NOORDHUIZEN, J. P. T. M. Subacute</p><p>ruminal acidosis (SARA): A review. Journal Veterinary Medicine. v.50, n.8, pp.</p><p>406-414, 2003.</p><p>KLEMESRUD, M. J.; KLOPFENSTEIN, T. J.; STOCK, R. A., et al. Effect of dietary</p><p>concentration of metabolizable lysine on finishing cattle performance. Journal of</p><p>Animal Science, v.78, n.4, pp.1060-1066, 2000.</p><p>KNORR, M.; PATINO, H.O.; SILVEIRA, A.L.F. da; MÜHLBACH, P.R.F.; MALLMANN,</p><p>G.M.; MEDEIROS, F.S. Desempenho de novilhos suplementados com sais proteinados</p><p>em pastagem nativa. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.40, pp.783-788, 2005.</p><p>KOTARSKI, S. F.; WANISKA, R. D.; THURN, K. K. Starch hydrolysis by the ruminal</p><p>microflora. Journal of Nutrition. v.122, n.1, pp. 178-190, 1992.</p><p>KREHBIEL, C. R.; RUST, S. R.; ZHANG, G.; GILLILAND, S. E. Bacterial direct-fed</p><p>microbials in ruminant diets: Performance response and mode of action. Journal of</p><p>Animal Science. v.81, pp.120-132, 2003.</p><p>KRYSL, L.J.; HESS, B.W. Influence of supplementation on behavior of grazing cattle.</p><p>Journal of Animal Science, Albany, v. 71, pp. 2546-2555, 1993.</p><p>KUNG JR., L.; STANLEY, R.W. Effect of stage of maturity on the nutritive value of</p><p>whole-plant sugarcane preserved as silage. J.Anim.Sci., v.54, pp .689-696, 1982.</p><p>LAKE, R.P.; HILDEBRAND, R.L.; CLANTON, D.C.; JONES, L.E. Limited energy</p><p>supplementation of yearling steers grazing irrigated pasture and subsequent feedlot</p><p>performance. Journal of Animal Science, v.39, pp. 829-833, 1974.</p><p>LAMB, G.C.; LARSON, J.E.; GEARY,T.W.; STEVENSON, J.S.; JOHNSON, S.K.; DAY,</p><p>M.L.; ANSOTEGUI, R.P.; KESLER, D.J.; DEJARNETTE, J.M.; LANDBLOM, D. 2006.</p><p>Synchronization of estrus and artificial insemination in replacement beef heifers using</p><p>GnRH, PGF2α and progesterone. J. Anim. Sci., vol. 84, pp. 3000-3009.</p><p>LAMMOGLIA, M. A.; WILLIARD, S. T.; HALLFORD, D. M.; RANDEL, R. D. Effects of</p><p>dietary fat on follicular development and circulating concentrations of lipids, insulin,</p><p>progesterone, estradiol-17β, 13,14-dihydro-15-keto-prostaglandin F2α and growth</p><p>hormone in estrous cyclic Brahman cows. J. Anim. Sci. vol. 75, pp. 1591-1600, 1997.</p><p>159</p><p>RefeRências</p><p>LAMMOGLIA, M.A.; WILLARD, S. T.; OLDHAM, J. R.; RANDEL, R. D. Effects of</p><p>dietary fat and season on steroid hormonal profiles before parturition and on hormonal,</p><p>cholesterol, triglycerides, follicular pattern, and postpartum reproduction in Brahman</p><p>cows. J. Anim. Sci. Vol. 74, pp. 2253-2262, 1996.</p><p>LANA, R.P. Sistema Viçosa de formulação de rações. Viçosa: UFV, 2000. 59p.</p><p>LENG, R.A. Factors affecting the utilization of “poor-quality” forages by ruminants</p><p>particularly under tropical conditions. Nutrition Reserve Review, v.3, n.3, pp. 277-</p><p>303, 1990.</p><p>LETTAT, A.; NOZIÈRE. P.; SILBERBERG. M.; MORGAVI, D. P.; BERGER, C.;</p><p>MARTIN, C. Rumen microbial and fermentation characteristics are affected differently</p><p>by bacterial probiotic supplementation during induced lactic and subacute acidosis in</p><p>sheep. BMC Microbiology, 2012, 12:142.</p><p>LOBATO, J. F. P. Produção e manejo de gado de corte. In: Reunião Anual Da Sociedade</p><p>Brasileira De Zootecnia, 32, Brasília, DF, 1995, Anais... Brasília, pp.405-414,1995.</p><p>LONG, S.P. Environmental responses. In: The Biology of C4 Photosynthesis.</p><p>Academic Press, San Diego, 1999. pp. 209-243.</p><p>LUCY, M. C; STAPLES, C. R; MICHEL, F. M; THATCHER, W. W. Effect of feeding</p><p>calcium soaps to early postpartum dairy cows on plasma prostaglandin F2α, luteinizing</p><p>hormone, and follicular growth. J. Dairy Sci, v.74, pp.483-489, 1991.</p><p>LYKOS, T.; VARGAS, G.A.; CASPER, D. Varying degradation rates of total nonstrutural</p><p>carbohydrates: Effects on ruminal fermentation, blood metabolites, and milk production</p><p>and composition in high producing Holstein cows. Journal of Dairy Science, v.80,</p><p>pp.3341-3355, 1997.</p><p>MAGALHÃES, A.L.R.; CAMPOS, J.M.S.; CABRAL, L.S. et al. Cana-de-açúcar em</p><p>substituição à silagem de milho em dietas para vacas em lactação: parâmetros digestivos</p><p>e ruminais. Revista Brasileira de Zootecnia, v.35, n.2, pp.591-599, 2006.</p><p>MAGALHÃES, A.L.R.; CAMPOS, J.M.S.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Cana-</p><p>de-açúcar em substituição à silagem de milho em dietas para vacas em lactação:</p><p>desempenho e viabilidade econômica. Revista Brasileira de Zootecnia, v.33, n.5,</p><p>pp.1292-1302, 2004.</p><p>MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano mais pecuária.</p><p>Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Assessoria de Gestão Estratégica.</p><p>Brasília: MAPA/ACS, 2014. 32 p.</p><p>160</p><p>RefeRências</p><p>MARCONDES, M.I.; VALADARES FILHO, S.C.; PAULINO, P.V.R. et al. Consumo e</p><p>desempenho de animais alimentados individualmente ou em grupo e características de</p><p>carcaça de animais Nelore de três classes sexuais. Revista Brasileira de Zootecnia,</p><p>v.37, pp. 2243-2250, 2008.</p><p>MARCONDES, P.C.F., ALVES, J.B, ISEPON, O.J., BERGAMASCHINE, A.F.</p><p>Desempenho de bovinos em pastagens de Brachiariadecumbens suplementados com</p><p>proteína e energia no período das águas. In: Reunião Anual da Soc.Bras.Zoot., 38.</p><p>Anais... Piracicaba, 2001.</p><p>MARQUES, K.A. 2008. Comportamento ingestivo, consumo e digestibilidade</p><p>de bovinos e búfalos alimentados com níveis crescentes de concentrado.</p><p>Dissertação (Mestrado). Universidade Federal Rural de Pernambuco. Pernambuco. 38</p><p>pg.</p><p>MARTIN, C.; BROSSARD, L.; DOREAU, M. Mécanismes d’apparition de l’acidose</p><p>ruminale latente et conséquences physiopathologiques et zootechniques. INRA</p><p>Production Animal, v.19, pp.93-108, 2006.</p><p>MARTIN, S.A.; NISBETI D.J. Effect of direct-fed microbials on rumen microbial</p><p>fermentation. Journal of Dairy Science, v.75, pp.1736-1744, 1992.</p><p>MAY, P.J. Controlling bloat with monensin in cattle fed diets containing lupin seed.</p><p>Proceedings of the Australian Society of Animal Production, v.18, p.517, 1990.</p><p>MCDOWELL, L. R.; CARVALHO, F. A. N. Mineral nutrition of dairy cattle consuming</p><p>tropical forages. In: ZOOTEC, 6., Brasília. Anais... Brasília: ABZ, CD-ROM, 2004.</p><p>McDOWELL, L.R. Minerals in animal and human nutrition. San Diego:</p><p>Academic, 1992. 524p.</p><p>MEDEIROS, S.R.; MARINO, C.T. Carboidratos na nutrição de gado de corte. In:</p><p>MEDEIROS, S.R.; GOMES, R.C.; BUNGENSTAB, D.J. Nutrição de bovinos de</p><p>corte: Fundamentos e aplicações. 21.ed. Brasília, DF: Embrapa, 2015. pp. 45-62.</p><p>MEIRELLES, C. F.; VITTI, D. M. S. S.; ABDALLA, A. L. Management and nutrition</p><p>strategies to reduce the breeding season in beef cows. Brazilian Journal of</p><p>Veterinary Research and Animal Science, São Paulo, v.35, n.3, 1998.</p><p>MEISSNER, H. H.; HENNING, P. H.; HORN, C. H.; LEEUW, K. J.; HAGG, F. M.;</p><p>FOUCHÉ, G. Ruminal acidosis: a review with detailed reference to the controlling agent</p><p>Megasphaera elsdenii NCIMB 41125. South Africa Journal Animal Science. v.40,</p><p>n.2, pp. 79-100, 2010.</p><p>161</p><p>RefeRências</p><p>MELLO, S.Q.S. et al. Adubação nitrogenada em capim-mombaça: produção, eficiência</p><p>de conversão e recuperação aparente do nitrogênio. Ciência Animal Brasileira, v.9,</p><p>pp. 935-947, 2008.</p><p>MELVIN, E.J.; LINDSEY, B.R.; QUINTAL-FRANCO, J.; ZANELLA, E.; FIKE, K.E.;</p><p>VAN TASSELL, C.P.; KINDER, J.E. Circulating concentrations of estradiol, luteinizing</p><p>hormone, and follicle-stimulating hormone during waves of ovarian follicular</p><p>development in prepubertal cattle. Biology of Reproduction, v. 60, n. 2, pp. 405-</p><p>412, 1999.</p><p>MENDES, C.Q.; SUSIN, I.; NUSSIO, L.G. et al. Efeito do Lactobacillus buchneri na</p><p>fermentação, estabilidade aeróbia e no valor nutritivo de silagem de cana-de-açúcar.</p><p>Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, pp.2191-2198, 2008.</p><p>MENDONÇA, S.S.; CAMPOS, J.M.S.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Consumo,</p><p>digestibilidade aparente, produção e composição do leite e variáveis ruminais em vacas</p><p>leiteiras alimentadas com dietas à base de cana-de-açúcar. Revista Brasileira de</p><p>Zootecnia, v.33, n.2, pp.481-492, 2004.</p><p>MERTENS, D. R. Creating a system for meeting thefiberrequirementsofdairycows. J.</p><p>Dairy Sci., v. 80, pp. 1463-1481, 1997.</p><p>MERTENS, D.R. E LOFTEN, J.R. The effect of starch on forage fiberdigestion kinetics</p><p>in vitro. J Dairy Sci, vol. 63, pp. 1437-1446, 1980.</p><p>MERTENS, D.R. Regulation of forage intake. In: FAHEY JR., G.C. (Ed.) Forage quality,</p><p>evaluation and utilization. Madison: American Society of Agronomy, pp.</p><p>450-493, 1994.</p><p>MESQUITA, B. S.; SOUSA, D. O.; PENSO, J. F.; SANTANA, M. H. A.; FERRAZ,</p><p>J.B.S.; SILVA, L.F.P. Efeito da digestibilidade da fibra da cana-de-açúcar e do nível de</p><p>concentrado sobre o consumo e crescimento de tourinhos Nelore em confinamento.</p><p>In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 44, 2012, Brasília. Anais...</p><p>Brasília, 2012. 1 CD-ROM.</p><p>MILLEN, D.D. et al. A snapshot of management practices and nutritional</p><p>recommendations used by feedlot nutritionists in Brazil. Journal of Animal Science,</p><p>v.87, pp.3427-3439, 2009.</p><p>MILLER, J. K.; RAMSEY, N.; MADSEN, F. C. The trace elements. In: D.C. Church. The</p><p>Ruminant Animal. Digestive Physiology and Nutrition. Waveland Press., Inc. pp.</p><p>342-400. 1993.</p><p>162</p><p>RefeRências</p><p>MINSON, D.J. Forage in ruminant nutrition. New York: Academic Press, 1990.</p><p>483p.</p><p>MISSIO, R.L.; BRONDANI, I.L.; FREITAS, L.S. et al. Desempenho e avaliação econômica</p><p>da terminação de tourinhos em confinamento alimentados com diferentes níveis de</p><p>concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, n. 7, pp.1309-1316,</p><p>2009.</p><p>MOORE, J.E.; BRANT, M.H.; KUNKLE; W.E.; HOPKINS, D.I. Effects of supplementation</p><p>on voluntary forage intake, diet digestibility, and animal performance. Journal of</p><p>Animal Science, v.77, n.1, pp.122-135, 1999.</p><p>MORAES, K.A.K.; VALADARES FILHO, S.C.; MORAES, E.H.B.K. et al. Cana-de-</p><p>açúcar tratada com óxido de cálcio fornecida com diferentes níveis de concentrado</p><p>para novilhas de corte em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37,</p><p>n.7, pp.1293-1300, 2008.</p><p>MOSONI, P. et al. Quantification by real-time PCR of cellulolytic bacteria in the rumen</p><p>of sheep after supplementation of a forage diet with readily fermentable carbohydrates:</p><p>effect of a yeast additive. Journal of Applied Microbiology, v. 103, n. 6, pp. 2676-</p><p>2685, 2007.</p><p>MULLAHEY, J.J.; WALLER, S.S.; MOORE, K.J. et al. In situ ruminal protein degradation</p><p>of switchgrass and smooth bromegrass. Agronomy Journal, v.84, pp.183-188, 1992.</p><p>NAGARAJA, T. G.; NEWBOLD, C. J.; VAN NEVEL, C. J. Manipulation of ruminal</p><p>fermentation. In: HOBSON, N.P. (Org.). Rumen microbial ecosystem. London:</p><p>Blackie, 1997. pp. 523-631.</p><p>NAGARAJA, T. G.; TITGEMEYER, E. C. Ruminal acidosis in beef cattle: the current</p><p>microbiological and nutritional outlook. Journal of Dairy Science, v.90, pp. E17–</p><p>E38, 2007. Supplement 1.</p><p>NASCIMENTO JÚNIOR, D.; SANTOS, M.E.R.; SILVEIRA, M.C.T.; SOUSA,</p><p>B.M.L.;RODRIGUES, C.S.; VILELA, H.H.; MONTEIRO, H.C.F.; PENA, K.S. Atualidades</p><p>sobre o manejo do pastejo nos trópicos. In: Simpósio sobre manejo estratégico da</p><p>pastagem, 5, 2010, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2010, pp. 01-40.</p><p>NATIONAL ACADEMIES OF SCIENCE. Nutrient Requirements of Beef Cattle,</p><p>Eighth Revised Edition. Washington, DC: The National Academies, 2016.</p><p>NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC. Nutrient requirements of beef cattle.</p><p>7.ed. Washington, D.C. National Acdemy, 242p. 1996.</p><p>163</p><p>RefeRências</p><p>NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). Nutrient Requeriments of dairy</p><p>cattle. 6. ed., Washington: Academy Press, 2001.</p><p>NEWBOLD, C. J.; WALLACE, R. J.; MCINTOSH, F. M. Mode of action of the yeast</p><p>Saccharomyces cerevisiae as a feed additive for ruminants. Br J Nutr, v. 76, n. 2, pp.</p><p>249-61, 1996.</p><p>NISBET, D. J.; MARTIN, S. A. Effect of a Saccharomyces cerevisiae culture on lactate</p><p>utilization by the ruminal bacterium Selenomonas ruminantium. J Anim Sci, v. 69, n.</p><p>11, pp. 4628-33, 1991.</p><p>NOCEK, J. E.; KAUTZ, W. P.; LEEDLE, J. A. Z.; BLOCK, E. Direct-fed microbial</p><p>supplementation on the performance of dairy cattle during the transition period.</p><p>Journal Dairy Science. v.86, n.1, pp.331-335, 2003.</p><p>NUSSIO, L.G.; PAZIANI, S.F.; NUSSIO, C.M.B. Ensilagem de capins tropicais. In:</p><p>Reunião Anual da Sociedade Brasileira De Zootecnia, 39., 2002, Recife. Anais...</p><p>Recife: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 2002. pp. 60-99.</p><p>NUSSIO, L.G.; SCHMIDT, P. Silagens de cana-de-açúcar para bovinos leiteiros:</p><p>aspectos agronômicos e nutricionais. In: Visão técnica e econômica da produção</p><p>leiteira.,Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de</p><p>Queiroz, 2005. pp.193-218.</p><p>O’KELLY, J. C.; SPIERS, W. G. Effect of monensin on methane and heat productions of</p><p>steers fed lucerne hay either ad libitum or at the rate of 250 g/h. Australian Journal</p><p>of Agricultural Research, v.43, pp. 1789, 1992.</p><p>OBA, M.; ALLEN, M.S. 2011. The Impact of Improving NDF Digestibility of Corn Silage</p><p>on Dairy Cow Performance. 22nd Annual Ruminant Symposium, February 1-2,</p><p>2011.</p><p>O’CALLANGHAN, D.; BOLANDA, M. P.; Nutritional effects on ovulation, embryo</p><p>development and the establishment of pregnancy in ruminants. J. Anim Sci, v.68, pp.</p><p>299-314, 1999.</p><p>OLIVEIRA, A.A. Manejo do pasto de capim marandu e suplementação com</p><p>diferentes fontes de energia na recria de tourinhos Nelore. 2014. 135 p. Tese</p><p>(Doutorado) - Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual</p><p>Paulista “Júlio de Mesquita Filho, Jaboticabal, 2014.</p><p>OLIVEIRA, Emanuel Almeida de et al . Desempenho e características de carcaça de</p><p>tourinhos Nelore e Canchim terminados em confinamento recebendo dietas com cana-</p><p>164</p><p>RefeRências</p><p>de-açúcar e dois níveis de concentrado. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 38, n. 12, Dec.</p><p>2009 .</p><p>OLIVEIRA, M.D.S.; CASAGRANDE, A.A.; OLIVEIRA, E.F.S. Efeito da digestibilidade</p><p>in vitro de variedades de cana-de-açúcar sobre seu valor como alimento para bovinos.</p><p>ARS Veterinária, v.17, n.3, pp. 238-243, 2001.</p><p>OLIVEIRA, R. L.; BARBOSA, M. A. A. F.; LADEIRA, M. M.; SILVA, M. M. P.; ZIVIANI,</p><p>A. C.; BAGALDO, A. R. Nutrição e manejo de bovinos de corte na fase de cria. Rev.</p><p>Bras. Saúde Prod. An., v.7, n.1, pp. 57-86, 2006.</p><p>OLIVEIRA, R. L.; BARBOSA, M. A. A. F.; LADEIRA, M. M.; SILVA, M. M. P.; ZIVIANI,</p><p>A. C.; BAGALDO, A. R. Nutrição e manejo de bovinos de corte na fase de cria. Rev. Bras.</p><p>Saúde Prod. An., v.7, n.1, pp. 57-86, 2006.</p><p>OWENS, F. N.; GOETSCH, A. L. Ruminal Fermentation. In: CHURCH, D. C. (Ed.). The</p><p>ruminant animal: digestive physiology and nutrition. 5. ed. New Jersey: Englewood,</p><p>Cliffs, 1993. pp. 145-171.</p><p>OWENS, F. N.; SECRIST, D. S.; HILL, W. J.; GILL, D. R. Acidosis in cattle: A review.</p><p>Journal of Animal Science. v.76, pp. 275-286, 1998.</p><p>OWENS, F. N.; SECRIST, D. S.; HILL, W. J.; GILL, D. R. The effect of grain source</p><p>and grain processing on performance of feedlot cattle: a review. Journal Animal</p><p>Science. v.75, pp.868-879, 1997.</p><p>PASCOAL, L.A.F.; RESENDE, A.A.S.; OLSZEVSKI, N.; GONÇALVES, J. de S.;</p><p>BEZERRE, A.P.A.; SILVA, J.V. da. Composição químico-bromatológoca de silagens</p><p>de cana-de-açúcar com níveis crescentes de inclusão do farelo de babaçu. In: Reunião</p><p>Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia, 43., 2006. João Pessoa. Anais... João</p><p>Pessoa: SBZ, 2006. 1 CD-ROM</p><p>PATTERSON, D.J.; PERRY, R.C.; KIRACOFE, G.H.; BELLOWS, R.A.; STAIGMILLER,</p><p>R.B.; CORAH, L.R. Management considerations in heifer development and puberty.</p><p>Journal of Animal Science, v. 70, n. 12, pp. 4018-4035, 1992.</p><p>PAULA, Diego Cordeiro. Levedura ativa e ureia protegida em suplementos para</p><p>bovinos de corte em pastejo. 2014. 43p. Dissertação (Mestrado) – Universidade</p><p>Federal de Mato Grosso, Sinop, 2014.</p><p>PAULINO, M. F. et al. Fontes de energia em suplementos múltiplos de auto-regulação</p><p>de consumo na recria de novilhos mestiços em pastagens de Brachiariadecumbens</p><p>165</p><p>RefeRências</p><p>durante o período das águas. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.32, n.3,</p><p>pp. 957-962, maio/jun. 2005.</p><p>PAULINO, M. F.; ZERVOUDAKIS, J. T.; MORAES, E. H. B. K.; DETMANN, E.;</p><p>VALADARES FILHO, S. C. Bovinocultura de ciclo curto. In:SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO</p><p>DE GADO DE CORTE, 3, 2002, Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 2002. pp. 153-196.</p><p>PAULINO, M.F.; DETMANN, E. E VALADARES FILHO, S.C. Suplementaçãoanimal</p><p>em pasto: energética</p><p>ou proteica. In: Simpósio sobre ManejoEstratégico da Pastagem,</p><p>3, 2006, Viçosa. Anais...UniversidadeFederal de Viçosa. Viçosa. pp. 359-392.</p><p>PAULINO, Pedro Veiga Rodrigues et al . Desempenho produtivo de bovinos Nelore</p><p>de diferentes classes sexuais alimentados com dietas contendo dois níveis de oferta de</p><p>concentrado. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 37, n. 6, June 2008.</p><p>PEDROSO, A. de F.; NUSSIO, L.G.; PAZIANI, S. de F.; LOURES, D.R.S.; IGARASI,</p><p>M.S.; COELHO, R.M.; PACKER, I.U.; GOMES, L.H. Dinâmica da fermentação e da</p><p>microflora epífita em silagem de cana-de-açúcar. Scientia Agricola, Piracicaba, v.62,</p><p>n. 5, pp. 427-432, 2005.</p><p>PEDROSO, A.F. Aditivos químicos e microbianos no controle de perdas e na</p><p>qualidade de silage de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum). Piracicaba:</p><p>Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”/Universidade de São Paulo, 2003.</p><p>PEDROSO, A.F.; NUSSIO, L.G.; PAZIANI, S.F.; LOURES, D.R.S.; IGARASI, M,S.;</p><p>MARI, L.J.; COELHO, R.M.; RIBEIRO, J.L.; ZOPOLLATTO, M.; HORII, J. Bacterial</p><p>inoculants and chemical additives to improve fermentation in sugar cane (Saccharum</p><p>officinarum) silage. In: International Silage Conference, 13. Auchincruive 2002.</p><p>Proceedings. Auchincruive: SAC, 2002. p. 66.</p><p>PEDROSO, A.F.; NUSSIO. L.G.; LOURDES. D.R. Et al. Efeito do tratamento com</p><p>aditivos químicos e inoculantes bacterianos nas perdas e na qualidade de silagens de</p><p>cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.3, pp. 558-564, 2007.</p><p>PEDROSO, A.F.; RODRIGUES, A.A.; BARIONI JR., W. et al. Características da</p><p>fermentação e perdas em silagens de cana-de-açúcar tratadas com aditivos químicos</p><p>ou inoculantes bacteriano. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia,</p><p>44., 2007, Jaboticabal. Anais... Jaboticabal: SBZ: UNESP, 2007. (CD-ROM)</p><p>PEDROSO, A.F.; RODRIGUES, A.A.; SANTOS, F.A.P. et al. Desempenho de tourinhos</p><p>alimentados com rações preparadas com silagens de cana-de-açúcar tratadas com</p><p>aditivos químicos ou inoculante bacteriano. In: Congresso Nordestino de Produção</p><p>166</p><p>RefeRências</p><p>Animal, 5.; Simpósio Nordestino de Alimentação De Ruminantes, 11.; Simpósio</p><p>Sergipano De Produção Animal, 2008, Aracaju. Anais... Aracaju: SNPA, 2008b. (CD-</p><p>ROM)</p><p>PEREIRA JUNIOR, W. A.; PAULINO, M. F.; ZERVOUDAKIS, J. T.; PAULINO, P. V. R.;</p><p>SILVA-MARQUES, R. P. JOSÉ NETO, A. FRANÇA, D. HATAMOTO-ZERVOUDAKIS,</p><p>L. Performance and economic viability of protein supplementation forgrazing cattle</p><p>steers in the wet and dry-wet transition season.Ciências Agrárias, Londrina, v. 37, n.</p><p>1, pp. 357-368, jan./fev. 2016.</p><p>PEREIRA NETO, O. A., LOBATO, J. F. P., SIMEONE, A. Sistema de pastejo rotativo</p><p>“ponta e rapador” para novilhas de corte. 1. Desenvolvimento corporal. Rev. Bras.</p><p>Zoot., Viçosa, MG, v. 28, n. 1, pp. 137-142. 1999.</p><p>PEREIRA, D.H.; PEREIRA, O.G.; VALADARES FILHO, S.C. et al. Consumo,</p><p>digestibilidade dos nutrientes e desempenho de bovinos de corte recebendo silagem de</p><p>sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) e diferentes proporções de concentrado. Revista</p><p>Brasileira de Zootecnia, v.35, n.1, pp. 282-291, 2006.</p><p>PEREIRA, E.S.; QUEIROZ, A.C. DE; PAULINO, M.F.; CECON, P.R.; VALADARES</p><p>FILHO, S. DE C.; MIRANDA, L.F.; ARRUDA, A.M.V. DE; FERNANDES, A.M.;</p><p>CABRAL, L. DA S. Fontes nitrogenadas e uso de Sacharomyces cerevisiae em dietas à</p><p>base de cana-de-açúcar para novilhos: consumo, digestibilidade, balanço nitrogenado</p><p>e parâmetros ruminais. R. Bras. Zootec, v.30, n.2, pp. 563-572, 2001.</p><p>PETIT, H. V. Milk production, milk composition, and reproductive function of dairy</p><p>cows fed different fats. Canadian Journal of Animal Science, 81:263, 2001.</p><p>PINLOCHE, E.; MCEWAN, N.; MARDEN, J. P.; BAYOURTHE, C.; AUCLAIR, E.;</p><p>NEWBOLD, C. J. The effects of a probiotic yeast on the bacterial diversity and population</p><p>structure in the rumen of cattle. PLOS One. v.8, 2013.</p><p>PINTO, Andréa Pereira et al . Desempenho e características de carcaça de tourinhos</p><p>mestiços terminados em confinamento com dietas à base de cana-de-açúcar em</p><p>substituição à silagem de sorgo. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 39, n. 1, Jan. 2010 .</p><p>PUTRINO, Soraia Marques et al . Exigências líquidas de proteína e energia para ganho</p><p>de peso de tourinhos Brangus e Nelore alimentados com dietas contendo diferentes</p><p>proporções de concentrado. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 35, n. 1, Feb. 2006 .</p><p>PIRES, A. V. Bovinocultura de Corte - Volumes I e II. Piracicaba-SP: FEALQ, 2010.</p><p>167</p><p>RefeRências</p><p>PIRES, A. V.; RIBEIRO, C. V. D. M. Aspectos da nutrição relacionados à reprodução.</p><p>In: BERCHIELLI, T.T.; PIRES, A.V.; OLIVEIRA, S.G. Nutrição de ruminantes.</p><p>Jaboticabal: FUNEP, 2006, pp. 513-538.</p><p>PIRES, A. V.; RIBEIRO, C. V. D. M.; SUSIN, I.; MENDES, C. Q.; Aspectos nutricionais</p><p>na reprodução de bovinos de corte. In: PIRES, A. V. (Org.). Bovinocultura de Corte.</p><p>Piracicaba: Felaq, 2010, pp. 585 – 610.</p><p>PONSART, C.; KHIREDDINE, B.; PONTER, A.A.; HUMBLOT, P.; GRIMARD,</p><p>B. Influence of the type of energy supply on LH secretion, follicular growth and</p><p>response to estrus synchronization treatment in feed-restricted suckler beef cows.</p><p>Theriogenology, v.54, p.1373, 2000.</p><p>POPPI, D. P.; McLENNAN, S. R. Otimizando o desempenho de bovinos em pastejo</p><p>com suplementação proteica e energética. In: Simpósio sobre bovinocultura de corte:</p><p>Requisitos de qualidade na bovinocultura de corte, 6, Anais...Piracicaba:FEALQ, 2007.</p><p>zp. 163-182.</p><p>POPPI, D.P.; McLENNAN, S.R. Protein and energy utilization by ruminants at pasture.</p><p>Journal of Animal Science, v.73, pp. 278-290. 1995.</p><p>PORDOMINGO, A.J.; WALLACE, J.D.; FREEMAN, A.S.; GAYLEAN, M.L. Supplemental</p><p>corn grain for steers grazing native rangeland during summer. Journalof Animal</p><p>Science, Savoy, v.69, pp.1678-1687, 1991.</p><p>PORTO, M. O.; PAULINO, M. F.; VALADARES FILHO, S. C. et al. Fontes suplementares</p><p>de proteína para novilhos mestiços em recria em pastagens de capim-braquiária no</p><p>período das águas: desempenho produtivo e econômico. Revista Brasileira de</p><p>Zootecnia, v. 38, pp. 1553-1560, 2009.</p><p>POTTER, E.L. et al. Effects of various energy sources upon plasma free amino acids in</p><p>sheep. Journal of Nutrition, v.95, pp. 665, 1968.</p><p>POTTER, E.L., RAUN, A.P., COOLEY, C.O., RATHMACHER, R.P., RICHARDSON,</p><p>L.F. Effect of monensin on carcass characteristics, carcass composition and efficiency</p><p>of converting feed to carcass. Journal of Animal Science, v.43, pp. 678–683, 1976.</p><p>PRACHE, S.; PEYRAUD, J. Préhensibilité de I’herbepâturée chez lesbovins et lesovins.</p><p>INRA ProductionsAnimales, 10:377, 1997.</p><p>PRADO, I.N.; PINHEIRO, A.D.; ALCALDE, C.R.; ZEOULA, L.M.; NASCIMENTOS,</p><p>W.G.do; SOUZA, N.E. Níveis de substituição do milho pela polpa de citrus peletizada</p><p>168</p><p>RefeRências</p><p>sobre o desempenho e características de carcaça de bovinos mestiços confinados.</p><p>Revista Brasileira de Zootecnia, v.29, n.6, pp. 2135-2141, 2000.</p><p>PROHMANN, P. F. Suplementação de novilhos em pastagem de aveia (Avena strigosa</p><p>Schreb) e azevém (Lolium multiflorum Lam) com ou sem adição de probiótico. 2006.</p><p>128 p. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2006.</p><p>PROHMANN, P.E.F.; BRANCO, A.F.; JOBIM, C.C.; CECATO, U.; TEIXEIRA, S.; PARIS,</p><p>W.; GOES, R.H.T.B.; OLIVEIRA, M.V.M. e GRANZOTO, F. Suplementação e cultura de</p><p>levedura na alimentação de bezerros de corte em pastagem de aveia e azevém. Arquivo</p><p>Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.65, n.4, pp.1165-1175, 2013.</p><p>QADIS, A. Q.; GOYA, S.; IKUTA, K.; YATSU, M.; KIMURA, A.; NAKANISHI, S.; SATO,</p><p>S. Effects of a Bacteria-Based Probiotic on Ruminal pH, Volatile Fatty Acids and</p><p>Bacterial Flora of Holstein Calves. Journal Veterinary Medicine Science. v.76,</p><p>n.6, pp. 877-885, 2014.</p><p>QUEIROZ, O.C.M.; NUSSIO, L.G.; SCHMIDT, P; RIBEIRO, J.L.; SANTOS, M.C.;</p><p>ZOPOLLATTO, M. Silagem de cana-de-açúcar comparada a fontes tradicionais</p><p>de volumosos suplementares no desempenho de vacas de alta produção. Revista</p><p>Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.37, n. 2, pp. 358-365, 2008.</p><p>RAETH-KNIGHT, M. L.; LINN, J. G.; JUNG, H. G. Effect of Direct-Fed Microbials on</p><p>Performance, Diet Digestibility, and Rumen Characteristics of Holstein Dairy Cows.</p><p>Journal of Dairy Science, v.90, pp. 1802–1809, 2007.</p><p>RAMALHO, T.R.A. Suplementação protéica ou energética para bovinos</p><p>recriados em pastagens tropicais. 2006. 64p. Dissertação (Mestrado) –</p><p>Escolasuperior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba,</p><p>2006.</p><p>RANJIT, N.K.; KUNG JR., L. The effect of Lactobacillus buchneri, Lactobacillus</p><p>plantarum, or a chemical preservative on the fermentation and aerobic stability of corn</p><p>silage. Journal of Dairy Science, v. 83, pp. 526-535, 2000.</p><p>RAUN, A.P. et al. Effect of different levels of monensin on feed efficiency, ruminal and</p><p>carcass characteristics of cattle. Journal of Animal Science, v.38, pp.1344, 1974a.</p><p>RAUN, A.P. et al. Effect of monensin on feed efficiency of feedlot cattle. Journal of</p><p>Animal Science, v.43, pp.670–677, 1976.</p><p>RAUN, A.P. et al. Effect of monensina on feed efficiency of cattle. Journal of Animal</p><p>Science, v.39, p.250, 1974b.</p><p>169</p><p>RefeRências</p><p>RAYMOND, W. F. The nutritive value of forage crops. Advances in Agronomy, v. 21.</p><p>New York, New York: Academic Press, 1969. 108 p.</p><p>REIS, R.A.; BARBERO, R.P.; KOSCHECK, F.J.F.W.; Manejo de pastagens tropicais</p><p>e suplementação alimentar para bovinos. VI Congresso Latino-Americano de</p><p>Nutrição Animal. Estância de São Pedro, São Paulo. 2014.</p><p>REIS, R.A.; RODRIGUES, L.R.A.; PEREIRA, J.R.A. Suplementação como estratégiade</p><p>manejo de pastagem. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DE PASTAGEM, 13.,</p><p>1997,Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1997. pp. 123-150.</p><p>REIS, R.A.; RUGGIERI, A.C.; CASAGRANDE, D.R.; PÁSCOA, A.G. Suplementação da</p><p>Dieta de Bovinos de Corte como Estratégia do Manejo de Pastagem. Revista Brasileira</p><p>de Zootecnia, v.38, pp.147-159, 2009 (suplemento especial).</p><p>RESENDE, F.D.; SIQUEIRA, G. R. Estratégias de suplementação de bovinos de corte</p><p>recriados em pastagens durante o período das águas. Pesquisa & Tecnologia, vol. 8,</p><p>n. 2, Jul-Dez 2011.</p><p>RICE, L.E. 1991. The effects of nutrition on reproductive performance of beef cattle. In:</p><p>The Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice - Dairy Nutrition</p><p>Management. Vol. 7(1):1-26.</p><p>RIPAMONTE, P. Estimativa da participação do genoma de Bos taurus no rebanho</p><p>Nelore. Pirassununga. Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, 2002. 57p.</p><p>Dissertação (Mestrado em Zootecnia).</p><p>ROBELIN, J.; GEAY, Y. Body composition of cattle as affected by physiological status,</p><p>breed, sex and diet. In: GILCHRIST, F.M.C., MACKIE, R.I (Eds.). Herbage nutrition</p><p>in the subtropics and tropics. Johannesburg: Science Press. pp.525-547, 1984.</p><p>ROCHA, F.M.; BIEHL, M.V.; NEPOMUCENO, D.D.; FERRAZ JUNIOR, M.V.C.;</p><p>FALEIRO NETO, J.A.; PIRES, A.V. Impactos da nutrição sobre a reprodução de vacas de</p><p>corte. In: New challenges of Nutrition and Animal Production. Pirassununga:</p><p>5D. vol.3, 2011.</p><p>RODRIGUES, A.; BARBOSA, P.; Efeito do Teor Proteico do Concentrado no Consumo</p><p>de Cana-de-açúcar com Ureia e Ganho de Peso de Novilhas em Crescimento. Rev.</p><p>bras. zootec., v.28, n.2, pp.421-424, 1999.</p><p>RODRIGUEZ, F.D. Avaliação da eficiência biológica e econômica de doses crescentes de</p><p>adubação em pastagens de capim-Marandu e capim-Mombaça durante o verão e outono</p><p>170</p><p>RefeRências</p><p>em sistema de criação de bezerros. 2012. 123 p. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de</p><p>Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, Pirassununga, 2012.</p><p>RODRIGUEZ, I.; PÉREZ, C. C.; ESPANA, F.; DORADO, J.; HIDALGO, M.; SANZ, J.</p><p>Niveles químicos plasmáticos en vacas repetidoras trás I.A. Archivos Zootecnia,</p><p>Córdoba, v. 53, n. 201, pp. 59-68, 2004.</p><p>RODRIGUEZ, N. M et al. Qualidade da dieta selecionada por vacas leiteiras, mantidas</p><p>em regime exclusivo de pasto. In: Reunião Anual Da Sociedade Brasileira De</p><p>Zootecnia, 31, Maringá, Paraná, 1994, Anais... Maringá, 1994. p.315.</p><p>ROJAS, M. A.; DYER, I. A.; CASSAT, A. W. Manganese deficiency in the bovine. J.</p><p>Anim. Sci. 24:664. 1965.</p><p>ROONEY, L. W.; PFLUGFELDER, R. L. Factors affecting starch digestibility with special</p><p>emphasis on sorghum and corn. Journal Animal Science, v.63, pp.1607-23, 1986.</p><p>RUAS, J.R.M.; TORRES, C.A.A.; VALADARES FILHO, S.C.; PEREIRA, J.C.; BORGES,</p><p>L.E.; MARCATTI NETO, A. Efeito da suplementação protéica a pasto sobre o consumo</p><p>de forragens, ganho de peso e condição corporal, em vacas Nelore. Revista Brasileira</p><p>de Zootecnia, Viçosa, v.29, n.3, pp. 930-934, 2000.</p><p>RUMINANT NITROGEN USAGE. Washington, DC:National Academy Press, 1985.</p><p>138p.</p><p>RUSSELL, J.B.; O’CONNOR, J.D. E FOX, D.G. A net carbohydrate andprotein system</p><p>for evaluating cattle diets. I. Ruminalfermentation. JAnimSci, vol. 70, pp. 3551-</p><p>3561,1992.</p><p>SAINSBURY, A.; SCHWARTZER, C.; COUZENS, M.; FETISSIV, S.; FURTINGER, S.;</p><p>JENKINS, A.; COX, H.M.; SPERK, G.; HÖKFELT, T.; HERZOG, H. Important role of</p><p>hypothalamic Y2 receptors in body weight regulation revealed in conditional knockout</p><p>mice. Proceedings of the National Academy of Sciences U.S.A., v. 99, pp. 8938-</p><p>8943, 2002.</p><p>SALAZAR, Diego Reynaga et al . Valor nutritivo do colmo de híbridos de milho colhidos</p><p>em três estádios de maturidade. Pesq. agropec. bras., Brasília, v. 45, n. 7, July</p><p>2010.</p><p>SANTANA JÚNIOR, H. A.; SILVA, R. R.; CARVALHO, G. G. P.; SILVA, F. F.; BARROSO,</p><p>D. S.; PINHEIRO, A. A.; ABREU FILHO, G.; DIAS, D. L. S.; TRINDADE JUNIOR, G.</p><p>Correlação entre desempenho e comportamento ingestivo de novilhas suplementadas a</p><p>pasto. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.34, n.1, pp. 367-376, jan./fev. 2013.</p><p>171</p><p>RefeRências</p><p>SANTOS, E.P.; HUBER, J.T.; THEURER, C.B.; Nussio, L.G.; Tarazon, M; Santos,</p><p>F.A.P. Response of lactating dairy cows to steam flaked sorghum, steam flaked corn</p><p>or steamrolled corn and protein sources of differing degradability. Journal of Dairy</p><p>Science, v.82, pp. 728-737, 1999.</p><p>SANTOS, F.A.P., MOURA, J.C., FARIA, V.P. (ed.). Simpósio sobre Bovinocultura</p><p>deCorte: Requisitos de qualidade na bovinocultura de corte. 6, Piracicaba, 2007.</p><p>Anais... Piracicaba: FEALQ, Piracicaba, 2007, pp. 183-219.</p><p>SANTOS, F.A.P.; DOREA, J. R. R.; AGOSTINHO NETO, L. R. D. Uso estratégico da</p><p>suplementação concentrada em sistemas de produção animal em pastagens. In: 25º</p><p>SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 2009. Piracicaba Anais...Piracicaba:</p><p>FEALQ, 2009. pp. 273-296.</p><p>SANTOS, F.A.P; DÓREA, J.R.R.; SOUZA, J.; BATISTEL, F.; COSTA, D,F,A. Forage</p><p>management and methods to improve nutrient intake in grazing cattle. In: FLORIDA</p><p>RUMINANT NUTRITION SYMPOSIUM, 25., 2014, Gainesville. Proceedings... [S.I.:</p><p>s.n.], 2014, pp.144-165.</p><p>SANTOS, J. E. P.; Anais do 3° Congresso Brasileiro de Raças Zebuinas. Uberaba,</p><p>1998. 39 p. Disponível em: <http://www.abcz.org.br/site/eventos/anais/1998/</p><p>conferencias.php>. Acesso em: 14 fev. 2017.</p><p>SANTOS, J.A.A; CAVALINI, M.B.; PENSO, J.F.; SOUSA, R.S.; SILVA, L.F.P.</p><p>Comportamento ingestivo diurno de novilhos nelore e ½ sangue angus x nelore</p><p>suplementados em pastejo no verão. In: IX Simpósio de Pós-graduação e Pesquisa</p><p>em Nutrição e Produção Animal-VNP 2015. Pirassununga, USP, 2015.</p><p>SARMENTO, D.O.L. 2003. Comportamento ingestivo de bovinos em pastos de capim-</p><p>Marandu submetidos a regimes de lotação contínua. Piracicaba, 76p. Dissertação</p><p>(Mestrado) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São</p><p>Paulo.</p><p>SASSER, R.G.; WILLIANS, R.J.; BULL, R.C.; RUDER, C.A.; FALK, D.G. Postpartum</p><p>reproductive performance in crude protein restricted beef cows: return to estrus and</p><p>conception. Journal of Animal Science. v. 66, pp. 3033, 1988.</p><p>SATURNINO, H. M; AMARAL, T. B. Perspectivas para uso eficiente da interação</p><p>nutrição-reprodução em fêmeas bovinas de corte. In: Grupo de Estudos de Nutrição</p><p>de Ruminantes, 2005. Botucatu, SP: UNESP, 2005.</p><p>172</p><p>RefeRências</p><p>SAUVANT, D.; SCHMIDELY, P.; DAUDIN, J.J.; ST-PIERRE, N.R. Meta-analyses of</p><p>experimental data in animal nutrition. Animal, v.2, pp.1203-1214, 2008.</p><p>SCHELLING, G.T. Monensin mode of action in the rumen. Journal of Animal</p><p>Science, v.58,</p><p>pp.1518-1527, 1984.</p><p>SCHIO, A. R.; VELOSO, C. M.; SILVA, F. F.; ÍTAVO, L. C. V.; MATEUS, R. G.;SILVA,</p><p>R. R. Ofertas de forragem para novilhas Nelore suplementadas noperíodo de seca e</p><p>transição seca/águas. ActaScientiarum, Maringá, v. 33, n.1, pp. 9-17, 2011.</p><p>SCHMIDT, P. Aditivos químicos e biológicos no tratamento da canade- açúcar para</p><p>alimentação de bovinos. In: JOBIM, C.C.; CECATO, U.; CANTO, M.W. et al. (Eds.)</p><p>Produção e utilização de forragens conservadas. Maringá: UEM, 2008. pp.117-</p><p>152.</p><p>SHULTZ, T. A. Weather and shade effects on cow corral activities. Journal of Dairy</p><p>Science,v. 67, pp. 868-873, 1983.</p><p>SIGNORETTI, R. D.; QUEIROZ, M. F. S.; BERCHIELLI, T. T.; et al. Crescimento,</p><p>comportamento ingestivo e desempenho reprodutivo de novilhas mestiças holandês</p><p>x zebu, em pastejo, submetidas à suplementação protéica durante a época das águas.</p><p>Ciência Animal Brasileira, pp. 298-305, 2012.</p><p>SILVA, Bruno Ceolin da et al. Consumo e digestibilidade aparente total dos nutrientes</p><p>e ganho de peso de bovinos de corte alimentados com silagem de Brachiaria brizantha</p><p>e concentrado em diferentes proporções. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 34, n. 3, June</p><p>2005.</p><p>SILVA, E.A.; BERCHIELLI, T.T. E REIS, R.A. Teores de proteína bruta parabovinos</p><p>alimentados com feno de tifton 85: consumo e digestibilidade total e parcial.</p><p>RevBrasZootecn, vol. 36, pp. 237-245, 2007.</p><p>SILVA, F.F.; De SÁ, J.F.; SCHIO, A.R.; ÍTAVO, L.C.V.; SILVA, R.R.; MATEUS, R.G.</p><p>Suplementação a pasto: disponibilidade e qualidade x níveis de suplementação x</p><p>desempenho. Revista Brasileira de Zootecnia, v.38, pp. 371-389, 2009.</p><p>SILVA, L.F.P.; CARVALHO, M.V.; DINIZ-MAGALHAES, J. Crescimento e puberdade</p><p>de novilhas zebuínas. In: Santos, M.V.; Renno, F.P.; Silva, L.F.P.; Albuquerde, R..</p><p>(Org.). Novos desafios da pesquisa em nutrição e produção animal. 1ed.</p><p>Pirassununga: Editora5D, 2009, v. 1, pp. 162-190.</p><p>SILVA, L.F.P.; MESQUITA, B. S.; SOUSA, D. O. Impacto do teor e da qualidade da</p><p>forragem sobre desempenho de bovinos em crescimento e terminação. In: Santos, M.V.;</p><p>173</p><p>RefeRências</p><p>Silva, L.F.P.; Renno, F.P.; Albuquerque, R.. (Org.). Novos desafios da pesquisa em</p><p>nutrição e produção animal. 3.ed. Pirassununga: Editora 5d, 2011. pp.160-175.</p><p>SILVA, R.R.; CARVALHO, P. C. F.; MAGALHÃES, FF; PRADO, I.N.; FRANCO, S.L.;</p><p>VELOSO, C.M.; CHAVES, M.A.; PANIZZA, J.C.J. Comportamento ingestivo de novilhas</p><p>mestiças de holandês em pastejo. Archivos de Zootecnia, v. 54, p. 63-74, 2005.</p><p>SILVA, R.R.; PRADO, I.N.; SILVA, F.F.; ALMEIDA, V.V.S.; SANTANA JÚNIOR,</p><p>H.A.;QUEIROZ, A.C.; CARVALHO, G.G.P.; BARROSO, D.S. Comportamento ingestivo</p><p>diurno de novilhos Nelore recebendo níveis crescentes de suplementação em pastejo de</p><p>capim-braquiária. Revista Brasileira de Zootecnia, v.39, n.9, pp.2073-2080, 2010a.</p><p>SILVA, R.R.; SILVA, F.F.; PRADO, I.N.; CARVALHO, G.G.P.; FRANCO, I.L.; ALMEIDA,</p><p>V.S.; CARDOSO, C.P.; RIBEIRO, M.H.S.. Comportamento ingestivo de bovinos.</p><p>Aspectos metodológicos. Archivos de Zootecnia, v.55, n.211, pp.293-296, 2006.</p><p>SILVA, S.C. A cana-de-açúcar como alimento volumoso suplementar. In: PEIXOTO,</p><p>A.M.; MOURA, J.C.; FARIA, V.P. (Eds.) Volumosos para bovinos. Piracicaba:</p><p>Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, 1993. pp.59-74.</p><p>SILVEIRA, R.; BERCHIELLI, T.; CANESIN, R.; MESSANA, J.; amôniaES, J.; PIRES,</p><p>A. Influência do nitrogênio degradável no rúmen sobre a degradabilidade in situ, os</p><p>parâmetros ruminais e a eficiência de síntese microbiana em novilhos alimentados com</p><p>cana-de-açúcar. R. Bras. Zootec., v.38, n.3, pp.570-579, 2009</p><p>SIMAS, J.M.C.; PIRES, A.V.; SUSIN, I.; SANTOS, F.A.P; MENDES, C.Q.; OLIVEIRA</p><p>JR, R.C.; FERNANDES, J.J.R. Efeitos de fontes e formas de processamento do amido</p><p>na utilização de nutrientes e parâmetros ruminais de vacas em lactação, Arquivo</p><p>Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v.60, pp.1128-1134, 2008.</p><p>SOUSA, D. O.; ARCARI, M. A., BIEHL, M. V., PIRES, A. V., CHEVAUX, E., MARI, L. J.,</p><p>SILVA, L. F. P. Effect os supplementing grazing cattle with Saccharomyces cerevisiae</p><p>on fiber digestibility and rumen cellulolytic bacteria population. In: Joint Annual</p><p>Meeting, v. 93, Orlando, 2015.</p><p>SOUSA, D.O.; MESQUITA, B.S.; RODRIGUEZ, F.D.; MARQUES, B.S.; DINIZ-</p><p>MAGALHAES, J.; SILVA, L.F.P. Efeito da digestibilidade da fibra da cana-de-açúcar</p><p>e o modo de conservação sobre o consumo e pH ruminal de Nelores castrados em</p><p>crescimento. In: 49a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia,</p><p>2012, Brasília.</p><p>174</p><p>RefeRências</p><p>SOUZA, D. R.; SILVA, F. F.; ROCHA NETO, A. L.; SILVA, V. L.; DIAS, D. L. S., SOUZA,</p><p>D. D.; ALMEIDA, P. J. P.; PONDÉ, W. P. S. T. S. Suplementação proteica a pasto sob</p><p>o consumo, digestibilidade e desempenho naterminação de novilhos Nelore na época</p><p>das águas. Rev. Bras. Saúde Prod. Anim., Salvador, v.13, n.4, pp.1121-1132, out./</p><p>dez., 2012.</p><p>SPIRES, H.R. et al. Efficacy of la aidlomycin propionate for increasing rate and efficiency</p><p>of gain by feedlot cattle. Journal of Animal Science, v.68, pp.3382-3391, 1990.</p><p>STABILE, Samuel dos Santos et al . Características de produção e qualidade nutricional</p><p>de genótipos de capim-colonião colhidos em três estádios de maturidade. R. Bras.</p><p>Zootec., Viçosa, v. 39, n. 7, July 2010 .</p><p>STEINER, R. A.; CAMERON, J. L.; MCNEILL, T. H.; CLIFTON, D. K.; BREMNER, W.</p><p>J. In: Neuroendocrine Aspects of Reproduction, pp. 183-227 [R. L. Norman,</p><p>editor]. New York: Academic Prcss, 1983.</p><p>STOKES, S.R.; GOETACH, A.L.; LANDIS, K.L. et al. Feed intake and digestion by beef</p><p>cows fed prairie hay with different levels of soybean meal and receiving post ruminal</p><p>administration of antibiotics. Journal of Animal Science, v.66, n.7, pp.1778-1789,</p><p>1988.</p><p>ST-PIERRE, N.R. Invited review: Integrating quantitative findings from multiple</p><p>studies using mixed model methodology. J Dairy Sci, v.84, pp.741-755, 2001</p><p>TAUCK, S.A.; WILKINSON, J.R.; OLSEN, J.R.; JANITELL, J.N.; BERARDINELLI,</p><p>J.G. 2007. Comparison of controlled internal drug release device and melengesterol</p><p>acetate as progestin sources in an estrous synchronization protocol for beef heifers.</p><p>Theriogenology, 68:162-167.</p><p>TEIXEIRA, R.A. Comparações bio-econômicas entre dois sistemas de produção com</p><p>diferentes níveis de fertilidade em rebanho Nelore a pasto. Jaboticabal: Universidade</p><p>Estadual Paulista, 1997. 42p. Monografia (Graduação em Zootecnia) - Universidade</p><p>Estadual Paulista, 1997.</p><p>THATCHER, W. W.; STAPLES, C. R.; MACLAREN, L.; BILBY, T. R. Efeitos biológicos</p><p>dos lipídios em parâmetros reprodutivos de vacas leiteiras em lactação. In: Curso Novos</p><p>Enfoques na Produção e Reprodução de Bovinos, 8, 2004, Uberlândia, MG. Anais...</p><p>Uberlândia: Conapec Jr; Botucatu: UNESP, 2004, pp.115-132.</p><p>THEURER, C.B.; LOZANO, O.; ALIO, A.; DELGADO-ELORDUY, A.; SADIK, M.;</p><p>HUBER, J.T.; ZINN, R.A. Steam-processed corn and sorghum grain flaked at different</p><p>175</p><p>RefeRências</p><p>densities alter ruminal, small intestinal, and total tract digestibility of starch by steers.</p><p>Journal Animal Science, v. 77, pp. 2824-2831, 1999.</p><p>THIAGO, L.R.L.S.; SILVA, J.M. Suplementação De Bovinos Em Pastejo.</p><p>2001,Campo Grande: Embrapa Gado de Corte, (Documentos 108). 2001, 28 p.</p><p>THRUNE, M. A.; BACH, M.; RUIZ-MORENO, M. D.; STERN, M.; LINN, J. G. Effects</p><p>of Saccharomyces cerevisiae on ruminal ph and microbial fermentation in dairy cows:</p><p>Yeast supplementation on rumen fermentation. Livestock Science. v.124, pp. 261–</p><p>265, 2009.</p><p>Tjardes, K. E. D. D.; BUSKIRK, M. S.; ALLEN, N. K.; AMES, L. D.; BOURQUIN, S. R.;</p><p>RUST. 2000. Brown midrib-3 corn silage improves digestion but not performance of</p><p>growing beef steers. J. Anim. Sci. 78:2957–2965.</p><p>TRINDADE, J. K.; SILVA, S. C.; JUNIOR, S. J. S.; GIACOMINI, A. A.; ZEFERINO, C.</p><p>V. et al. Composição morfológica da forragem consumida por bovinos de corte durante</p><p>o rebaixamento do capim-Marandu submetido a estratégias de pastejo rotativo.</p><p>Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 42, n. 6, pp. 883-890, 2007.</p><p>UNGAR, E.D. 1996. Ingestive behavior. In: The ecology and management</p><p>of grazing</p><p>systems. CAB International, Wallingford, UK. p. 185 – 218.</p><p>UYENO, Y.; SHIGEMORI, S.; SHIMOSATO, T. Effect of Probiotics/Prebiotics on Cattle</p><p>Health and Productivity. Microbes and Environment. v.30, n.2, pp.126-132, 2015.</p><p>VAICIUNAS, A.; COUTINHO, L.L.; MEIRELLES, F.V.; PIRES, A.V.; SILVA, L.F.P.</p><p>Leptin and hypothalamic gene expression in early- and late-maturing Bos indicus</p><p>Nellore heifers. Genetics and Molecular Biology, v. 31, n. 3, pp. 657-664, 2008.</p><p>VALADARES FILHO, S. C., COSTA E SILVA, L. F., LOPES, S. A. et al. BR-CORTE.</p><p>Cálculo de exigências nutricionais, formulação de dietas e predição de desempenho de</p><p>zebuínos puros e cruzados. 2010.</p><p>VALENTE, A.L.S. Marandu Grass management and supplementation on</p><p>performance and methane mitigation of nellore bulls. 2015. 106p. Tese</p><p>(Doutorado) – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual</p><p>Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Jaboticabal, 2015.</p><p>VALLE, E.R.; ANDREOTTI, R.; THIAGO, L.R.S. Estratégias para aumento da</p><p>eficiência reprodutiva e produtiva em bovinos de corte. Campo Grande:</p><p>Embrapa/CNPGC, 1998.</p><p>176</p><p>RefeRências</p><p>VALVASORI, Edison et al . Silagem de cana-de-açúcar em substituição a silagem de</p><p>sorgo granífero para vacas leiteiras. Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 35,</p><p>n. 3, 1998 .</p><p>VAN SOEST, P. J. Cell Wall Matrix Interactions And Degradation – Session Synopsis.</p><p>In: JUNG, H. G. et al. (Eds.). Forage Cell Wall Structure and Digestibility. Madison:</p><p>American Society of Agronomy, Inc., Crop Science Society of America, Inc., Soil</p><p>Science Society, Inc., 1993, pp. 377-396.</p><p>VAN SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca, NY: Cornell</p><p>University Press, 1994. 476p.</p><p>VANDERWERT, W.; BERGER, L. L.; MCKEITH, F. K., et al. Influence of zeranol</p><p>implants on growth, behaviour and carcass traits in Angus and Limousin bulls and</p><p>steers. Journal of Animal Science, v.61, n.2, pp.310-319, 1985.</p><p>VANZANT, E.S.; COCHRAN, R.C.; JAQUES, K.A.; BEHARKA, A.A.; DEL CURTO, T.;</p><p>AVERY, T.B. Influence of level of supplementation on type of grain in supplements on</p><p>intake and utilization of harvested, early-growing-season, bluestemrange forage bt beef</p><p>steers. Journal of Animal Science, Albany, v.68, pp. 1457-1468, 1990.</p><p>VAZ R. Z.; LOBATO J. F. P.; PACHECO P. S.Performance of Braford steers grazing on</p><p>cultivated pastures and fed or notfed an energy supplement. R. Bras. Zootec., v.42,</p><p>n.2, pp.130-136, 2013.</p><p>VERAS, Robson Magno Liberal et al . Níveis de concentrado na dieta de bovinos</p><p>Nelore de três condições sexuais: consumo, digestibilidades total e parcial, produção</p><p>microbiana e parâmetros ruminais. R. Bras. Zootec., Viçosa, v. 37, n. 5, May 2008.</p><p>VIEIRA, B.R. Manejo do pastejo e suplementação nas águas e seus efeitos</p><p>em sistemas de terminação de novilhas na seca. 2011. Tese (Doutorado em</p><p>Zootecnia). – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e</p><p>Veterinária, Jaboticabal.</p><p>VYAS, D.; MCGEOUGHA, E. J.; MOHAMMED, R.; MCGINN, S. M.; MCALLISTER, T.</p><p>A.; BEAUCHEMIN, K. A. Effects of Propionibacterium strains on ruminal fermentation,</p><p>nutrient digestibility and methane emissions in beef cattle fed a corn grain finishing</p><p>diet. Animal, v.8, n.11, pp.1807–1, 2014.</p><p>WATTIAUX, M.A.; MERTENS, D.R.; SATTER, L.D. Effect of source and amount of fiber</p><p>on kinetics of digestion and specific gravity of forage particles in the rumen. Journal</p><p>of Dairy Science, v.74, pp.3872- 83, 1991.</p><p>177</p><p>RefeRências</p><p>WEDIN, D.A. C4 Grasses: Resource use, ecology, and global change. In: L.E. Moser, et</p><p>al. (ed.) Warm-season (C4) grasses, Madison, WI, 2004. pp. 15-50.</p><p>WILKERSON, V.A.; GLEIN, B.P.; McLEOD. K.R. Energy and nitrogen balance in</p><p>lactating cows fed diets containing dry or high moisture corn in either rolled or ground</p><p>form. Journal of Dairy Science, v.80, pp. 2487-2496, 1997.</p><p>WILKINSON, J.I.D. et al. The use of monensin in European pasture cattle. Animal</p><p>Production, v.31, p.159-162, 1980.</p><p>WILLIAMS, G. L. Suplementação de gordura na dieta como estratégia para aumento</p><p>da eficiência reprodutiva em bovinos. In: Curso Novos Enfoques na Produção e</p><p>Reprodução de Bovinos, 5, 2001, Uberlândia, MG. Anais... Uberlândia: Conapec Jr;</p><p>Botucatu: UNESP, 2001. pp. 95-101.</p><p>WILLIAMS, G. L; STANKO, R. L. Dietary fats as reproductive nutraceuticals in beef</p><p>cattle. J. Anim Sci, v.77, pp.1-12. 1999.</p><p>WILLIAMS, G.; HARROLD, J.A.H.; CUTLER, D.J. The hypothalamus and the regulation</p><p>of energy homeostasis: lifting the lid on a black box. Proceedings of the Nutrition</p><p>Society, v. 59, pp. 385-396, n. 8, 2000.</p><p>WILSON, J. G. Bovine functional fertility in Devon and Cornwall: response to manganese</p><p>therapy. Vet. Res. 79:562. 1966.</p><p>WILTBANK, J.N. Challenges for improving calf crop. In: Fields, M.J.; SAND, R.S., ed.</p><p>Factors affecting calf crop. Florida: CRC Press, 1994. pp.1-22.</p><p>WILTBANK, J.N.; ROBERTS, S.; NIX, J.; ROWDEN, L. Reproductive performance</p><p>and profitability of heifers fed to weight 272 or 318 kg at the start of the first breeding</p><p>season. Journal of Animal Science, v.60, pp. 25-34, 1985.</p><p>Wolf, D.P. 1993. Forage quality of maize genotypes selected for extreme fiber</p><p>concentrations. Crop Sci., vol. 33, pp. 353-1359.</p><p>WOLFE, M.W.; STUMPF, T.T.; WOLFE, P.L.; DAY, M.L.; KOCH, R.M.; KINDER, J.E.</p><p>Effect of selection for growth traits on age and weight at puberty in bovine females.</p><p>Journal of Animal Science, v. 68, n. 6, pp. 1595-602, 1990.</p><p>WOODY, H.D., FOX, D.G., BLACK, J.R. Effect of diet grain content on performance of</p><p>growing and finishing cattle. Journal of Animal Science, v. 57, pp. 717-26, 1983.</p><p>178</p><p>RefeRências</p><p>YANG, W. Z.; BEAUCHEMIN, K.A.; VEDRES, D.D.; GHORBANI, G.R.; COLOMBATTO,</p><p>D.; MORGAVI, D.P. Effects of direct-fed microbial supplementation on ruminal</p><p>acidosis, digestibility, and bacterial protein synthesis in continuous culture. Animal</p><p>Feed Science and Technology. v.114, pp.179-193, 2004.</p><p>YOON, I. K.; STERN, M. D. Effects of Saccharomyces cerevisiae and Aspergillus oryzae</p><p>cultures on ruminal fermentation in dairy cows. J Dairy Sci, v. 79, n. 3, pp. 411-7, 1996.</p><p>ZEOULA, L.M.; BELEZE, J.R.F.; GERON, L.J.V.; MAEDA, E.M.; PRADO, I.N.; PAULA,</p><p>M.C. Digestibilidade parcial e total de rações com a inclusão de ionóforo ou probiótico</p><p>para bubalinos e bovinos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.37, n.3, pp. 563-571,</p><p>2008.</p><p>ZEOULA, L.M.; MARTINS, A.S.; PRADO, I.N.; ALCALDE, C.R.; BRANCO, A.F.;</p><p>SANTOS, G.T. Solubilidade e degradabilidade ruminal do amido de diferentes alimentos.</p><p>Revista Brasileira de Zootecnia, v.28, n.5, pp. 898-905, 1999.</p><p>ZEOULA, L.M.; NETO, S.F.C. Recentes Avanços em Amido na Nutrição de Vacas</p><p>Leiteiras. In: Simpósio Internaional de Bovinocultura de Leite. Anais... SINLEITE, 2,</p><p>2001, Lavras: UFLA,. pp. 228-243, 2001.</p><p>ZEOULA, L.M.; PRADO, O. P. P.; GERON, L. J. V.; BELEZE, J. R. F.; AGUIAR, S.</p><p>C.; MAEDA, E. M. Digestibilidade total e degradabilidade ruminal in situ de dietas</p><p>volumosas com inclusão de ionóforo ou probiótico para bubalinos e bovinos. Semina:</p><p>Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 4, pp. 2063-2076, 2014.</p><p>ZERVOUDAKIS, J.T., PAULINO, M.F., DETMANN, E., VALADARES FILHO, S.C.,</p><p>LANA, R.P., CECON, P.R. Desempenho de novilhas mestiças e parâmetros ruminais</p><p>em novilhos, suplementados durante o período das águas. Rev.Bras.Zoot., v.31, n.2,</p><p>pp.1050-1058, 2002.</p><p>ZERVOUDAKIS, J.T.; PAULINO, M.F.; DETMANN, E.; LANA, R.P.; VALADARES</p><p>FILHO, S.C.; CECON, P.R., QUEIROZ, D.S.; MOREIRA, A.L. Desempenho e</p><p>características de carcaça de novilhos suplementados no período das águas. Revista</p><p>da Sociedade Brasileira de Zootecnia. v. 30, n. 4, pp. 11381-1389, 2001.</p><p>ZORZI, K. Dinâmica de degradação in vitro da fibra em detergente neutro</p><p>de capim-braquiária em função de suplementação com diferentes níveis e</p><p>fontes de compostos nitrogenados. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2008.</p><p>39p.Dissertação (Mestrado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, 2008.</p><p>As principais características dessa raça são a fertilidade, a precocidade e o excelente</p><p>ganho de peso, se bem alimentados. Novilhas bem criadas podem ser cobertas ou</p><p>inseminadas dos 14 aos 18 meses de idade, e os bezerros nascem com um peso médio</p><p>de 37 kg e podem desmamados aos sete meses, com 240 kg. O peso dos animais adultos</p><p>é 650 kg nas vacas e 900 kg nos touros.</p><p>Simbrasil</p><p>origem</p><p>Raça brasileira, teve origem em 1945, a partir do cruzamento entre as reças Simental</p><p>e Guzerá. No entanto, outras raça zebuínas foram também testadas, como Indubrasil,</p><p>Gir, Tabapuã e Nelore, sendo esta ultima a mais utilizada nos últimos anos.</p><p>Características</p><p>Apresenta dupla aptidão para a produção de carne e leite. Devido à elevada produção</p><p>leiteira, para uma raça de corte, as matrizes desmamam bezerros com 250 kg, em regime</p><p>de pastejo. As principais características dessa raça são a rusticidade e precocidade, ideal</p><p>para criações em sistema extensivo.</p><p>Cruzamentos</p><p>O cruzamento racial na pecuária consiste no acasalamento, natural ou artificial,</p><p>entre indivíduos de raças diferentes, em que o macho é, geralmente, de raça pura,</p><p>buscando aumentar a eficiência produtiva final da progênie. O cruzamento entre raças</p><p>(heterozigose) busca gerar heterose (ou vigor híbrido), que permite que a produtividade</p><p>dos cruzados exceda a produtividade de ambas as raças-base.</p><p>25</p><p>PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE │ UNIDADE I</p><p>A heterose é o fenômeno pelo qual os filhos apresentam melhor desempenho do que a</p><p>média dos pais e é mais pronunciada quanto mais divergente geneticamente forem as</p><p>raças envolvidas no cruzamento. No Brasil, o objetivo com o cruzamento industrial é</p><p>combinar as características de adaptabilidade, resistência e fertilidade das vacas zebu,</p><p>com o rápido ganho de peso, precocidade sexual e de acabamento das raças taurinas</p><p>europeias.</p><p>grupamentos raciais</p><p>zebuínos</p><p>Originados na Índia, devido à seleção natural, tornaram-se adaptados ao calor dos</p><p>trópicos, a sazonalidade na disponibilidade de alimentos e ao alto número de endo e</p><p>ectoparasitas. Resultando, assim, no desenvolvimento de raças rústicas que têm alta</p><p>resistência a parasitas, boa adaptação ao calor, umidade e radiação solar. As raças</p><p>zebuínas mais comuns no Brasil são Nelore, Guzerá e Tabapuã.</p><p>taurinos</p><p>Criados nos países europeus, a principal finalidade do melhoramento genético das raças</p><p>taurinas têm sido produzir carne para o consumo humano. Elas foram selecionadas</p><p>para velocidade de crescimento, precocidade sexual, fertilidade e qualidade de carne,</p><p>resultando em raças de tamanho intermediário. As raças mais usadas no Brasil são</p><p>Aberdeen Angus, Red Angus, Hereford e Charolês.</p><p>raças sintéticas ou compostas</p><p>Raça sintética, é formada por duas raças com grau de sangue fixado, visando manter</p><p>bons níveis de heterose e adaptabilidade. Já as Compostas são formadas por 3 ou mais</p><p>raças. As raças Sintéticas mais usadas no Brasil são Canchim e Simbrasil. As raças</p><p>Compostas mais comuns no país são a Beefmaster e Montana.</p><p>tipos de cruzamento</p><p>terminal</p><p>Cruzamento entre duas raças em que todos os produtos serão destinados ao abate.</p><p>Exemplo:</p><p>26</p><p>UNIDADE I │ PRINCIPAIS RAÇAS E CRUZAMENTOS EM BOVINOCULTURA DE CORTE</p><p>Touro Taurino X Matriz Zebuína = F1 (destinada ao abate)</p><p>A grande vantagem desse tipo é a simplicidade na execução, porém, a reposição</p><p>deverá ser comprada, pois todos os produtos foram comercializados. Contudo, existe</p><p>uma extensão desse tipo de cruzamento, conhecido como Terminal com 3 raças ou</p><p>Rotacionado-terminal, no qual a F1 fêmea é mantida no sistema e cruzada com uma</p><p>terceira raça, em que todos os produtos são então comercializados.</p><p>rotacional</p><p>Nesse modelo, as fêmeas F1 serão sempre mantidas no rebanho e então acasaladas com</p><p>uma das raças parentais. Em regiões de clima tropical, com o Brasil, é aconselhado que</p><p>se use a raça mais adaptada as condições climática, sobre as matrizes F1. As grandes</p><p>vantagens desse tipo de cruzamento são que a reposição do plantel já está dentro do</p><p>sistema e ainda possibilita o melhoramento genético do rebanho em cada geração.</p><p>27</p><p>unidAdE ii</p><p>EXigênCiAS</p><p>nutriCionAiS</p><p>EM BoVinoS dE</p><p>CortE</p><p>É de amplo conhecimento que a nutrição de bovinos destinados a produção, carne ou</p><p>leite, representa uma importante fatia nos custos operacionais, podendo variar de 70</p><p>a 90% dos gastos com a atividade. O aspecto nutricional é um dos principais fatores</p><p>que direcionam o desempenho animal e, consequentemente, a viabilidade econômica</p><p>da fazenda. Assim, a busca e adoção de medidas mais racionais no manejo alimentar</p><p>têm o potencial de gerar um grande impacto econômico e de qualidade nos sistemas de</p><p>produção de carne.</p><p>A bovinocultura brasileira destinada à produção de carne caracteriza-se por sistemas</p><p>de produção baseados em pastagens recobertas por forrageiras tropicais e em animais</p><p>predominantemente zebuínos, sendo a raça nelore a de maior ocorrência. Estima-se</p><p>que mais de 80% do rebanho nacional apresenta alguma composição genética derivada</p><p>de raças zebuínas (RIPAMONTE, 2002).</p><p>O balanceamento de rações e suplementos para determinados níveis de desempenho a</p><p>partir de dietas balanceadas requer o conhecimento das exigências nutricionais de cada</p><p>classe animal, para as diferentes funções e para os diferentes níveis de desempenho</p><p>(BOIN, 1995).</p><p>28</p><p>UNIDADE II │ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE</p><p>CAPítulo 1</p><p>Energia</p><p>Energia é definida como a capacidade de realizar trabalho e existe em diversas formas</p><p>diferentes. A única forma de mensurar a energia é durante sua transformação de uma</p><p>forma para outra. Em nutrição, a energia contida em alimentos, fezes, urina e tecidos</p><p>é medida por meio da completa combustão, por meio de uma bomba calorimétrica. A</p><p>unidade de medida de energia mais utilizada na nutrição animal é a caloria, na qual,</p><p>uma caloria (cal) é a quantidade de energia necessária para elevar em 1 grau celsius a</p><p>temperatura de 1 g de água.</p><p>A energia disponível para a manutenção das funções vitais e produção de um animal</p><p>é obtida a partir da digestão metabólica alimentos. No entanto, devido às perdas</p><p>energéticas que ocorrem durante o processo de digestão alimentar, os animais são</p><p>considerados ineficientes, ainda mais os ruminantes, devido principalmente ao elevado</p><p>incremento calórico e produção de gases. O conhecimento bioquímico do metabolismo</p><p>energético dos ruminantes é essencial para auxiliar na formulação de dieta, com o</p><p>objetivo de reduzir as perdas e tornar esses animais mais eficientes.</p><p>A energia é representada a partir das seguintes nomenclaturas: energia bruta (EB),</p><p>energia digestível (ED), energia metabolizável (EM) e energia líquida (EL). A energia</p><p>bruta representa a energia total do alimento consumido, mas tem utilização limitada na</p><p>nutrição animal por não indicar a quantidade de energia realmente disponível para o</p><p>animal. A energia digestível é a diferença entre a EB consumida e a excretada nas fezes</p><p>(energia fecal, EF), sendo rotineiramente determinada em ensaios de digestibilidade. A</p><p>energia metabolizável é calculada descontando-se da ED as perdas energéticas na forma</p><p>de urina e gases (energia urinária e gasosa, EU e EG), representando a fração energética</p><p>que será utilizada pelo animal ou perdida como calor. A proporção de energia perdida</p><p>na forma urinária e na forma de gases é variável, logo, a EM tem sido calculada como</p><p>82% da ED. A energia líquida é definida como a quantidade de energia disponível para</p><p>os processos de mantença e para os fins produtivos, sendo subdividida, em função de</p><p>diferenças na eficiência energética, em energia líquida de mantença (ELm) e energia</p><p>líquida de produção (ELp). A ilustração esquemática do fluxo de energia no corpo</p><p>animal está apresentada na figura 1.</p><p>29</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>Figura 1. Fluxo de energia no corpo animal. A energia líquida de produção (ELp) envolve tecidos corporais, leite e</p><p>energia para o desenvolvimento fetal.</p><p>Fonte:</p><p>adaptado de NRC (2016).</p><p>Peso de corpo vazio e ganho de peso de</p><p>corpo vazio</p><p>Inicialmente, para a determinação dos requerimentos nutricionais dos animais, é</p><p>necessário à conversão do peso vivo em jejum (PVJ) em peso de corpo vazio (PCVZ).</p><p>Entende-se por PCVZ o somatório dos componentes do corpo, ou seja, PCVZ é o peso</p><p>vivo menos o conteúdo gastrointestinal. As equações abaixo fazem a estimativa do</p><p>PCVZ a partir do PVJ.</p><p>Confinamento PCVZ = 0,895 × PVJ</p><p>Pasto PCVZ = 0,863 × PVJ</p><p>Onde: PCVZ = peso de corpo vazio e PVJ = peso vivo em jejum, ambos em kg.</p><p>Como pode ser observado, as equações de predição do PCVZ são diferentes para animais</p><p>confinados e em pastejo, pois o enchimento gastrointestinal de animais a pasto é maior,</p><p>visto que o tempo de digestão de alimentos fibrosos (pasto) é maior do que dietas com</p><p>alto teor de concentrado (grãos), como é visto em dietas de confinamento.</p><p>30</p><p>UNIDADE II │ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE</p><p>Já o ganho de peso vazio (GPCVZ) pode ser estimado a partir do ganho médio diário</p><p>(GMD), de acordo com as equações abaixo:</p><p>Confinamento</p><p>Nelore GPCVZ = 0,936 × GMD</p><p>Cruzados GPCVZ = 0,966 × GMD</p><p>Pasto GPCVZ = 0,955 × GMD</p><p>Onde: GPCVZ = ganho de peso de corpo vazio e GMD = ganho médio diário, ambos em</p><p>kg/dia.</p><p>Percebe-se que animais Nelore tem um menor GPCVZ em relação a animais cruzados,</p><p>devido à maior eficiência de conversão alimentar de animais cruzados com raças</p><p>taurinas.</p><p>Exigência de energia para mantença</p><p>A energia líquida para mantença (ELm) é equivalente ao calor produzido pelo animal</p><p>em jejum, ou seja, sem nenhum suporte alimentar para atendimento de qualquer outra</p><p>necessidade energética, fazendo com que a produção de calor no animal, nesse instante,</p><p>represente a quantidade de energia dispensada para as atividades estritamente basais,</p><p>como respiração, circulação, homeotermia e funcionamento dos órgãos e sistemas</p><p>enzimáticos.</p><p>A exigência de ELm tem sido calculada utilizando o método do abate comparativo,</p><p>que mensura a ELm e ELg diretamente. Os resultados alcançados pelo NRC (2016)</p><p>são derivados de animais taurinos, criados em condições ambientais favoráveis e sem</p><p>estresse. O valor de ELm pode variar com o peso vivo do animal, raça, sexo, idade, estação</p><p>do ano, temperatura, estado fisiológico e nutrição prévia. Os efeitos da atividade física</p><p>e do meio ambiente sobre o requerimento energético estão incorporados nesse sistema</p><p>e as influências do aumento do consumo, atividade física e efeito climáticos diferentes</p><p>dos utilizados para o cálculo de ELm estão incorporados na equação de predição da</p><p>ELg. Outros ajustes específicos de cada sistema devem ser feitos pela experiência do</p><p>nutricionista.</p><p>Desta forma, o NRC (2016) estabeleceu que a exigência de ELm diária para novilhas e</p><p>machos castrados seriam de 77 kcal por unidade de peso vivo metabólico (PCVZ0,75) e</p><p>para machos inteiros da mesma raça seria 15% maior, ou seja, 89 kcal/kg de PCVZ0,75</p><p>por dia. Para animais zebuínos, o NRC (2000) concluiu que um desconto de 10%</p><p>sobre a exigência de ELm para novilhas e machos castrados deveria ser aplicado, o</p><p>que resultaria em uma exigência de 69 kcal por kg de peso metabólico por dia. O peso</p><p>31</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>vivo metabólico (PCVZ0,75) nada mais é que o peso dos tecidos corporais ativos, em</p><p>que a energia é retida, como proteína e gordura, sendo estimada pela função do PCVZ</p><p>elevado a potência igual a 0,75.</p><p>Exigência de energia para ganho</p><p>O crescimento animal depende de dietas formuladas com quantidade adequada de</p><p>energia e outros nutrientes essenciais. Quando os animais consomem mais energia que</p><p>o requerido para mantença, ganho de peso, reprodução e lactação pode ocorrer (NRC</p><p>2016). Energia líquida para ganho é definida como quantidade de energia depositada</p><p>na forma de tecido corporal, que é uma função da proporção de gordura e proteína</p><p>depositada no corpo vazio. Sendo que a gordura contém 9,4 kcal de energia por g de</p><p>gordura e a matéria orgânica não gordurosa (proteína) contém 5,7 kcal de energia por g</p><p>(Garret et al., 1959). A equação do NRC (2016) para cálculo da ELg é a seguinte:</p><p>ER = 0,0635 x PCVZeq0,75 x GPCVZ1,097</p><p>Onde, PCVZeq = peso de corpo vazio equivalente e GPCVZ = ganho de peso de corpo</p><p>vazio desejado.</p><p>Essa equação foi construída, considerando-se como base um novilho castrado, com peso</p><p>de 478 kg de PV e com teor de gordura corporal de 28%. O NRC (2000) recomenda,</p><p>ainda, aplicar o fator de 18% a mais ou menos, para obter as exigências de energia</p><p>líquida para ganho de peso de fêmeas e machos inteiros, respectivamente.</p><p>32</p><p>CAPítulo 2</p><p>Proteína</p><p>Proteínas são macromoléculas formadas por complexas combinações de moléculas</p><p>menores chamadas de aminoácidos. As proteínas são compostas por 20 aminoácidos,</p><p>sendo que nove são considerados essenciais ao organismo, pois não são sintetizados</p><p>pelo animal, desta forma, é necessário seu fornecimento via alimentação. Os nove</p><p>aminoácidos essenciais são: lisina, metionina, treonina, triptofano, isoleucina,</p><p>leucina, histidina, fenilalanina e valina. No entanto, os ruminantes não necessitam</p><p>da suplementação específica de aminoácidos essenciais, visto que os microrganismos</p><p>ruminais os sintetizam. Estes microrganismos serão, juntamente com a fração da</p><p>proteína não degradada no rúmen, as principais fontes de aminoácidos para a absorção</p><p>intestinal e metabolismo do ruminante.</p><p>Considerada um nutriente indispensável para a vida animal, as proteínas estão envolvidas</p><p>em todos os processos celulares, desempenhando funções vitais no organismo animal</p><p>tais como: crescimento e manutenção dos tecidos, catálise enzimática, transporte e</p><p>armazenamento, movimento coordenado, sustentação mecânica, proteção imunitária,</p><p>geração e transmissão de impulsos nervosos, controle do metabolismo, do crescimento</p><p>e da diferenciação celular (VALADARES FILHO et al., 2010).</p><p>Os ruminantes apresentam peculiaridades em sua nutrição, sua demanda proteica é</p><p>atendida pelos aminoácidos absorvidos no intestino delgado, como em qualquer outro</p><p>animal, e em maior proporção pela proteína microbiana sintetizada no rúmen e passada</p><p>para o intestino. Os microrganismos ruminais degradam parte da proteína dietética e</p><p>utilizam o produto para o seu próprio metabolismo, incluindo a síntese de proteína</p><p>microbiana, sendo essa uma importante fonte de proteína de alto valor biológico para o</p><p>animal hospedeiro. Proteína vinda da dieta e a proteína microbiana constituem juntas</p><p>o aporte proteico que irá suprir as necessidades de animo ácidos do ruminante (NRC,</p><p>2016).</p><p>Apesar de sua importância, a proteína verdadeira é o nutriente que apresenta o mais</p><p>alto custo unitário em dietas de bovinos de corte, sendo que sua inclusão de forma</p><p>desequilibrada, além de complicações nutricionais, resulta em elevação nos custos de</p><p>produção (CAVALCANTE et al., 2005). Se a falta de proteína pode comprometer o</p><p>desenvolvimento e crescimento animal, o excesso na dieta de ruminantes pode resultar</p><p>em diminuição da eficiência reprodutiva (ELROD; BUTLER, 1993), aumento no gasto</p><p>energético para excretar o excesso de ureia (NRC, 2000) e o aumento na excreção de</p><p>33</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>ureia, que quando convertida em amônia, passa a representar um composto químico</p><p>altamente poluente, gerando complicações ambientais (KLEMESRUD et al., 2000).</p><p>O conhecimento das exigências de proteína dos ruminantes é indispensável para a</p><p>correta formulação de dietas, evitando a falta ou o excesso de nutrientes.</p><p>Exigência de proteína para mantença</p><p>O requerimento de proteína para mantença de um bovino é igual às perdas metabólicas</p><p>fecais e urinárias e ainda das perdas por descamação. A perda metabólica fecal é</p><p>proveniente da incompleta reabsorção dos nutrientes perdidos pela descamação e</p><p>pela secreção enzimática do trato gastrintestinal (TGI) e pode ser alterada pelo tipo</p><p>e pela quantidade de alimento ingerido, bem como pelo tamanho e atividade do TGI</p><p>(VALADARES FILHO et al., 2010).</p><p>O termo Proteína Metabolizável (PM) passou a ser utilizado em detrimento ao mais</p><p>antigo e conhecido, Proteína Bruta (PB), uma vez que este último não considera o valor</p><p>biológico da proteína verdadeira e assume que todos os alimentos possuem mesma</p><p>taxa de degradação ruminal, com a PB sendo convertida em PM com eficiência igual em</p><p>todas as dietas. As versões mais antigas do NRC (1984, 1985b) estimam o requerimento</p><p>de proteína através de métodos fatoriais, em que a exigência proteica é igual às perdas</p><p>metabólicas por fezes, urina, e por descamação.</p><p>Já nas versões mais atuais do NRC (1996, 2000, 2016), o requerimento de proteína é</p><p>baseado no crescimento animal, no qual doses crescentes de proteína foram fornecidas a</p><p>grupos de animais e aquele em que não houve ganho ou perda de peso, foi determinado o</p><p>requerimento de PM de mantença (PMm), podendo ser alcançado pela equação abaixo:</p><p>PMm = 3,8 x PV0,75</p><p>Onde, PMm = exigência de proteína metabolizável de mantença (g/d) e PV0,75 = peso</p><p>vivo metabólico (kg).</p><p>Exigência de proteína para produção</p><p>O sistema desenvolvido para estimar a exigência de proteína para bovinos em</p><p>crescimento assume que os animais têm similar composição corporal e no mesmo</p><p>estado fisiológico. Baseado nisso, a nova versão do NRC (2016) ajusta o peso vivo (PV) e</p><p>passa a considerar o peso de corpo vazio (PCVZ) para melhorar a equação de predição.</p><p>34</p><p>UNIDADE II │ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE</p><p>O requerimento de proteína para animais em crescimento e terminação é dependente</p><p>do conteúdo de matéria seca livre de gordura no ganho de peso. Desta forma, sua</p><p>determinação é dependente da composição corporal dos animais, variando com o</p><p>peso, taxa de ganho de peso, raça, sexo, efeitos dietéticos e manejo nutricional (FOX;</p><p>BLACK, 1984).</p><p>Em decorrência dessa variação no conteúdo do ganho, observa-se que os requerimentos</p><p>líquidos de proteína para ganho (PLg) são maiores em bovinos inteiros do que em</p><p>castrados e em animais de maturidade tardia do que animais mais precoces (GEAY,</p><p>1984), uma vez que machos inteiros depositam mais tecido magro no corpo do que</p><p>machos castrados (VANDERWERT I., 1985), que por sua vez, depositam mais do que</p><p>fêmeas de mesma idade (BERG; BUTTERFIELD, 1976).</p><p>Desta forma, o NRC (2016) sugere a equação abaixo para estimar a exigência de PLg:</p><p>PLg = PCVZ x {268 – [29,4 x (ER/PCVZ)]}</p><p>Onde, PLg = exigência de proteína líquida de ganho (g/d); ER = energia retida (Mcal/d);</p><p>PCVZ = peso de corpo vazio (kg).</p><p>O Br Corte (VALADARES FILHO et al., 2010) apresentou uma proposta para estimar</p><p>a exigência de PLg para animais criados no Brasil, os modelos obtidos para animais</p><p>Nelore e Cruzados foram:</p><p>Nelore</p><p>Machos inteiros PLg = 238,79 x GPCVZ – 15,68 x ER</p><p>Machos castrados e fêmeas PLg = 163,73 x GPCVZ – 4,65 x ER</p><p>Cruzados</p><p>Machos inteiros PLg = 219,43 x GPCVZ – 15,01 x ER</p><p>Machos castrados e fêmeas PLg = 188,71 x GPCVZ – 7,67 x ER</p><p>Onde, PLg = exigência de proteína líquida de ganho (g/d); ER = energia retida (Mcal/d);</p><p>GPCVZ = ganho de peso de corpo vazio (kg).</p><p>É possível observar que as equações acima mostram maiores coeficientes do GPCVZ</p><p>para animais inteiros em relação aos castrados e fêmeas, indicando que a deposição de</p><p>massa magra é maior em animais inteiros, possivelmente pelo efeito da testosterona,</p><p>tornando este animal mais tardio em relação aos demais e, por isso, com uma exigência</p><p>de PLg maior. É possível observar também uma diferença numérica entre raças, nas</p><p>quais os animais cruzados possuem um menor requerimento de PLg, visto que estes são</p><p>mais precoces em relação aos Nelores.</p><p>35</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>Uma vez entendido como se dá a eficiência de utilização da proteína metabolizável para</p><p>ganho (k), pode-se converter a exigência líquida de proteína em exigência de proteína</p><p>metabolizável, que englobam a proteína não degradada no rúmen digestível e a proteína</p><p>microbiana verdadeira digestível, ou seja, a quantidade de aminoácidos disponíveis</p><p>para absorção no intestino delgado.</p><p>O valor biológico da proteína microbiana é alto, em função da elevada qualidade da</p><p>mistura de aminoácidos dessa fonte proteica, fazendo com que a proporção de proteína</p><p>microbiana na proteína total que chega ao intestino possa alterar a eficiência de</p><p>utilização da proteína metabolizável (NRC, 1996).</p><p>Com o objetivo de estimar a k, o NRC (2000) adotou a equação desenvolvida por Ainslie</p><p>et al. (1993) para animais de 150 a 300 kg:</p><p>k = 83,4 – (0,114 x PCVZeq)</p><p>Onde, k = eficiência de utilização da proteína metabolizável para ganho; PCVZ = peso</p><p>de corpo vazio equivalente (kg).</p><p>No entanto, para animais de peso superior, usa-se o valor constante de 49,2% de</p><p>eficiência de utilização da PMg, pois com o aumento do peso e a proximidade do peso</p><p>adulto, o requerimento do animal diminui e com isso a k é menor.</p><p>36</p><p>CAPítulo 3</p><p>Minerais</p><p>Pelo menos 16 minerais são requeridos por bovinos de corte, podendo ser divididos</p><p>em duas categorias gerais: macro e microminerais. Os macrominerais são minerais</p><p>dietéticos exigidos em gramas pelos animais e incluem: cálcio (Ca), fósforo (P), magnésio</p><p>(Mg), sódio (Na), potássio (K), enxofre (S) e cloro (Cl). Esses minerais são componentes</p><p>estruturais de ossos e outros tecidos e atuam como importantes constituintes dos</p><p>fluidos corporais. São responsáveis pela manutenção do balanço ácido-base, pressão</p><p>osmótica, potencial elétrico de membranas e transmissões nervosas. Microminerais</p><p>são requeridos em quantidades menores, em miligrama ou micrograma, e fazem parte</p><p>deste grupo: ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), cromo (Cr), molibdênio (Mo), selênio</p><p>(S), iodo (I), manganês (Mn) e cobalto (Co). Os microminerais estão presentes nos</p><p>tecidos corporais em concentrações muito baixas e atuam como cofatores enzimáticos</p><p>ou como componentes hormonais do sistema endócrino.</p><p>Alguns minerais são encontrados em abundância nos alimentos destinados à</p><p>alimentação animal e outros aparecem em quantidades muito pequenas ou nem estão</p><p>presentes, por isso é necessário que a suplementação seja feita adequadamente para</p><p>melhorar a saúde e o desempenho animal. Os requerimentos e tolerância máxima de</p><p>minerais para bovinos de corte estão apresentados na Tabela 1.</p><p>Tabela 1. Requerimentos e tolerância máxima de minerais (com base no teor de matéria seca da dieta).</p><p>Requerimentoa</p><p>Mineral Unidade Crescimento e Terminação Gestação Lactação Tolerância máxima</p><p>Cálcio % - - - 0,02 x CMSb</p><p>Cloro % - - - -</p><p>Cromo mg/kg - - - 1000,00</p><p>Cobalto mg/kg 0,15 0,15 0,15 25,00</p><p>Cobre mg/kg 10,00 10,00 10,00 40,00</p><p>Iodo mg/kg 0,50 0,50 0,50 50,00</p><p>Ferro mg/kg 50,00 50,00 50,00 500,00</p><p>Magnésio % 0,10 0,12 0,20 0,40</p><p>Manganês mg/kg 20,00 40,00 40,00 1000,00</p><p>Molibdênio mg/kg - - - 5,00</p><p>Fósforo % - - - 0,007 x CMS</p><p>Potássio % 0,60 0,60 0,70 2,00</p><p>Selênio mg/kg 0,10 0,10 0,10 5,00</p><p>37</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>Sódio % 0,06 - 0,08 0,06 - 0,08 0,10 -</p><p>Enxofre % 0,15 0,15 0,15 0,30 - 0,50</p><p>Zinco mg/kg 30,00 30,00 30,00 500,00</p><p>a Valores não expressos na tabela podem ser encontrados no texto.</p><p>b Consumo de matéria seca.</p><p>Fonte: NRC, 2016 (Adaptado).</p><p>Macrominerais</p><p>Cálcio (Ca)</p><p>É o mineral mais abundante no corpo animal, aproximadamente 98% do cálcio</p><p>corporal está presente nos ossos e dentes e os 2% restantes encontra-se distribuídos</p><p>em fluidos extracelulares e tecidos moles, envolvidos com funções como coagulação</p><p>sanguínea, permeabilidade de membrana, transmissão de impulsos nervosos, secreção</p><p>de hormônios e estabilização de enzimas (NRC, 2016).</p><p>Os requerimentos de Ca foram calculados a partir da soma das exigências para</p><p>mantença, crescimento, gestação e lactação. O requerimento de Ca para mantença é</p><p>igual a 15,4 mg de Ca/kg de PV. A exigência de Ca necessária para o ganho de peso é</p><p>de 7,1 g de CA/100 g de proteína adquirida. Para a produção de leite, foi observado um</p><p>requerimento de 1,23 g Ca/kg de leite produzido, já para a fêmea gestante</p><p>a exigência é</p><p>de 13,7 g de Ca/kg de peso do feto no terço final da gestação. A absorção verdadeira de</p><p>Ca dietético ocorre no duodeno e jejuno, e aproximadamente somente 50% de todo o</p><p>Ca ingerido na alimentação será absorvido pelo animal. Vitamina D é necessária para</p><p>ativar a absorção de Ca e o excesso de gordura na dieta pode comprometer a absorção,</p><p>devido à formação de sabão.</p><p>O esqueleto estoca uma grande reserva de Ca que pode ser utilizada para manter níveis</p><p>sanguíneos normais em momentos críticos. A deficiência de Ca em animais jovens e</p><p>em crescimento previne a formação óssea normal, causando raquitismo e retardo do</p><p>crescimento e desenvolvimento. Já o excesso de Ca é bem tolerado pelos ruminantes,</p><p>mas pode limitar o consumo, prejudicando o desempenho de animais em produção.</p><p>fósforo (P)</p><p>Normalmente é estudado em conjunto com o Ca, pois atuam juntos na formação de</p><p>ossos e dentes. Mineral de extrema importância, 80% do P corporal está presente nos</p><p>ossos e dentes e o restante se encontra distribuído nos tecidos moles, atuando como</p><p>38</p><p>UNIDADE II │ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE</p><p>componentes de DNA e RNA, transportador de energia como componente de ATP,</p><p>ADP e AMP, manutenção ácido-base e no balanço osmótico. Estudos têm mostrado que</p><p>relação Ca:P variando de 1:1 até 7:1 têm obtido resultados semelhantes. As bactérias</p><p>ruminais, responsáveis pela maior parte da degradação de alimentos de um ruminante,</p><p>também requerem P em seu metabolismo celular para crescerem e se desenvolverem.</p><p>O requerimento de P para a mantença é de 16 mg de P/kg de PV. Para o ganho de peso,</p><p>a exigência calculada é de 3,9 g de P/100 g de proteína adquirida. Durante a lactação, o</p><p>requerimento é de 0,95 g de P/kg de leite produzido e durante a gestação foi estimado</p><p>uma exigência de 7,6 g de P/kg de peso ganhado pelo feto no terço final da gestação.</p><p>A deficiência de P tem sido descrita como a mais prevalente em animais de pastejo</p><p>(MCDOWELL, 2003), devido à carência desse mineral no solo e, consequentemente,</p><p>nas pastagens. A falta de P deprime o consumo alimentar e com isso o ganho de peso,</p><p>produção de leite e a reprodução são deprimidos. A reserva de P no esqueleto pode ser</p><p>utilizada para repor a concentração sanguínea no sangue em animais maduros, mas</p><p>devem ser reposta posteriormente por meio da alimentação. A toxidade causada pelo</p><p>excesso de P é raro em bovinos, pois além de ser um suplemento caro e não ser incluído</p><p>na dieta em altas concentrações, o excesso é rapidamente eliminado pela urina. Em</p><p>alguns casos de intoxicação por P, a causa da desordem está associada com a falta de Ca</p><p>na dieta. Ao contrário do Ca, o P é encontrado em grande quantidade nos grãos e pouco</p><p>nas forragens.</p><p>Magnésio (Mg)</p><p>Mais de 300 enzimas são ativadas pelo Mg. O Mg está presente em processos complexos</p><p>como glicólise, transporte entre membranas, formação do AMP cíclico e transmissão</p><p>do código genético. Do total de Mg no corpo animal 69% estão nos ossos, 15% nos</p><p>músculos, 15% em outros tecidos moles e 1% em fluido extracelulares. O requerimento</p><p>de Mg para mantença é de 3 mg de Mg/kg de PV, para o ganho de peso é de 0,45 g de</p><p>Mg/kg de peso ganho e para vacas em lactação a exigência de Mg foi estimada em 0,12</p><p>g de Mg/kg de leite produzido e quando prenhes a exigência é de 0,12, 0,21 e 0,33 g de</p><p>Mg/dia para o início, meio e fim da lactação.</p><p>O Mg é encontrado em maior quantidade nos concentrados que nas forragens. A</p><p>absorção de Mg pode ser afetada pela nutrição, como dieta com elevado teor de K pode</p><p>diminuir a absorção de Mg, alta concentração de nitrogênio, de ácidos graxos de cadeia</p><p>longa e de Ca e P também podem reduzir a absorção de Mg.</p><p>39</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>Os sinais clínicos da deficiência de Mg são similares ao do tétano, como anorexia,</p><p>hiperemia, salivação e calcificação de tecidos moles. Em pastos adubados com N e K estão</p><p>associados com o aumento da hipomagnesemia, pois mesmo havendo concentração de</p><p>Mg no pasto ele fica indisponível para absorção pelo animal. A intoxicação por excesso</p><p>de Mg não é um problema na bovinocultura de corte (NRC, 2016).</p><p>Potássio (K)</p><p>É o terceiro mineral mais abundante no corpo animal e maior cátion no fluido</p><p>intracelular, sendo por isso importante para o balanço ácido-base, pressão osmótica,</p><p>contração muscular, transmissão nervosa e reações enzimáticas.</p><p>Existem algumas suposições quanto ao requerimento de K, mas não está bem</p><p>determinado ainda. O NRC (2016) recomenda 0,6% de K na matéria seca (MS) para</p><p>animais em confinamento. Deficiência de K pode resultar em redução do consumo e</p><p>ganho de peso. Forragens são excelentes fontes de K, já os grãos são pobres.</p><p>Sódio (na) e Cloro (Cl)</p><p>Ambos estão envolvidos na manutenção da pressão osmótica, controlando o balanço de</p><p>água e regulando o balanço ácido-base. O Na está presente nas contrações musculares,</p><p>transmissão nervosa e transporte de glicose e aminoácidos. O Cl está presente na</p><p>formação do suco gástrico e ativação da amilase. O requerimento de Na, para bovinos</p><p>de corte, não lactantes está entre 0,06 e 0,08% da MS da dieta e, para vacas em</p><p>lactação, é de 0,1% da MS. O cálculo para estimar o requerimento de Cl ainda não está</p><p>definido, mas não se conhece casos de deficiência desse mineral em condições práticas.</p><p>Normalmente, a suplementação de Na e Cl é feita pelo fornecimento de sal branco</p><p>(NaCl) para consumo ad libitum, pois o controle do consumo é realizado pelo próprio</p><p>efeito hidroscópico do sal, que limita o consumo pelo aumento do volume ruminal com</p><p>a ingestão de água.</p><p>A deficiência desse mineral é rara, mas os sinais clínicos envolvem redução do consumo,</p><p>do ganho de peso e da produção de leite. O excesso de NaCl não apresenta efeitos tóxicos</p><p>em bovinos de corte, mesmo quando ingerido grandes quantidades, no entanto, se o</p><p>sal estiver presente na água de beber, poderá causar efeitos deletérios como anorexia,</p><p>perda de peso e de consumo e colapso muscular (NRC, 2016).</p><p>40</p><p>UNIDADE II │ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE</p><p>Enxofre (S)</p><p>É um componente dos aminoácidos metionina, cisteina e cistina e das vitaminas</p><p>tiamina e biotina, assim como de outros compostos orgânicos. Além dos animais, os</p><p>microrganismos ruminais exigem o S para o seu crescimento e metabolismo celular.</p><p>O requerimento de S para bovinos de corte não está bem definido ainda, mas a</p><p>recomendação do NRC (2016) é de 0,15% de S na MS. Para animais alimentados com</p><p>sorgo, a exigência de S pode ser maior, pois o S é usado para desintoxicar o glicosídeo</p><p>cianogênio presente nesta planta.</p><p>A carência de S pode causa anorexia, perda de peso, salivação e até morte. A perda</p><p>de peso ocorre devido à redução da digestibilidade ruminal, visto que a deficiência</p><p>de S prejudica o crescimento dos microrganismos ruminais, que os responsáveis pela</p><p>degradação de alimento no rúmen. Para animais que recebem nitrogênio não proteico</p><p>(ureia) como fonte de proteína, a suplementação com S é recomendada, visto que</p><p>a proteína verdadeira é fonte de S para as bactérias ruminais e na ausência delas a</p><p>suplementação deve ser feita. Ruminantes são mais susceptíveis que monogástricos</p><p>para intoxicação por S. Os sinais clínicos apresentados pelos animais incluem diarreia,</p><p>contração muscular, dispneia, podendo até levar a morte.</p><p>Microminerais</p><p>Cromo (Cr)</p><p>É considerado um mineral essencial para mamíferos e tem influência sobre os</p><p>metabolismos de carboidrato, lipídeo e de proteína. Recentemente, a suplementação</p><p>com Cr mostrou eficiência em reduzir os efeitos do estresse térmico em vacas de</p><p>leite, por meio de um mecanismo anti-inflamatório. Devido à variação das respostas</p><p>apresentadas pela suplementação com o Cr, ainda não existe uma recomendação</p><p>específica para atender o requerimento animal. Contudo, a concentração máxima</p><p>recomendada pelo NRC (1980) é de 1.000 mg de Cr/ kg de MS da dieta.</p><p>Cobalto (Co)</p><p>É um componente da vitamina B12 (cobalamina). Sua suplementação é importante, pois</p><p>as bactérias</p><p>ruminais utilizam o Co para sintetizarem a vitamina B12. Bovinos jovens e</p><p>com rápido ganho de peso são mais sensíveis à deficiência de Co. A recomendação do</p><p>NRC (2016) para atender ao requerimento de Co é de 0,15 mg de Co/kg de MS.</p><p>41</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>Falta de apetite, limitação de crescimento e perda de peso são sinais de deficiência leve</p><p>de Co. Em casos mais severos, a perda de peso é acentuada e anemia. A falta de Co</p><p>no rúmen impede os microrganismos ruminais de converter succinato em propionato,</p><p>comprometendo o suprimento energético do ruminante.</p><p>Cobre (Cu)</p><p>É um componente essencial de enzimas importantes. O requerimento de Cu pode variar</p><p>de acordo com a concentração de molibdênio e enxofre na dieta, no qual o excesso desses</p><p>dois últimos minerais pode comprometer a absorção de Cu. Contudo, a recomendação</p><p>de Cu para bovinos de corte é de 10 mg de Cu/kg de MS da dieta.</p><p>Sinais de carência de Cu incluem anemia, redução do crescimento, despigmentação de</p><p>pelos, enfraquecimento dos ossos, diarreia, dentre outros. Já o excesso de Cu pode ser</p><p>suportado pelos ruminantes por algum tempo, pois grandes quantidades de Cu podem</p><p>ser acumuladas no fígado, mas com a liberação desse mineral na circulação sanguínea</p><p>problemas como hemólise, hemoglobinúria, icterícia, necrose e morte podem ocorrer.</p><p>iodo (i)</p><p>É um essencial componente dos hormônios T4 e T3 da tireoide, que regulam a taxa</p><p>do metabolismo energético do corpo. Cerca de 80% do I dietético é transformado</p><p>em iodeto no rúmen e, quando absorvido, é utilizado pela tireoide para sintetizar os</p><p>hormônios tireoidianos e o excesso é excretado pela urina. O requerimento de I ainda</p><p>não está completamente estabelecido, mas o NRC (2016) recomenda 0,50 mg de I/kg</p><p>de MS da dieta.</p><p>O primeiro sinal de carência de I é aumento da tireoide. Recém-nascidos podem nascer</p><p>com falta de pelos, fracos ou mortos. Em animais adultos, os efeitos da deficiência de I</p><p>na dieta são problemas reprodutivos como ciclagem irregular, baixa taxa de concepção,</p><p>retenção de placenta, diminuição da libido e da qualidade do sêmen em machos.</p><p>Concentrações mais altas que o limite tolerável (50 mg/kg MS) podem intoxicar o</p><p>animal, reduzindo consumo e ganho de peso.</p><p>ferro (fe)</p><p>Componente de proteínas envolvidas com o transporte e a utilização de oxigênio,</p><p>como hemoglobina e mioglobina. O requerimento de Fe para bovinos de corte é de,</p><p>aproximadamente, 50 mg de Fe/kg de MS. A maioria dos alimentos destinados à</p><p>alimentação animal apresentam concentrações adequadas de Fe e, por isso, casos de</p><p>42</p><p>UNIDADE II │ EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE</p><p>deficiência de Fe estão associados com infestação parasitária ou doenças que causam a</p><p>destruição de hemoglobinas. No entanto, os sinais clínicos de carência de Fe incluem</p><p>anemia, letargia, diminuição do apetite e perda de peso. Intoxicação por excesso de</p><p>Fe causa diarreia, acidose metabólica, hipotermia e perda de peso. Em casos em que a</p><p>água de beber for rica em Fe, deve-se aumentar a concentração de Cu na dieta, pois o</p><p>excesso de Fe pode comprometer a absorção de Cu.</p><p>Manganês (Mn)</p><p>É componente de várias enzimas de grande importância. Mineral de grande importância</p><p>para o desenvolvimento fetal e produção de leite, visto que o requerimento de Mn para</p><p>fêmeas gestantes ou lactantes é de 40 mg de Mn/kg MS e para machos em crescimento</p><p>e terminação é de 40 mg de Mn/kg MS. A deficiência de Mn em animais jovens pode</p><p>causar malformação óssea, em fêmeas pode causar baixo desempenho reprodutivo,</p><p>baixa taxa de concepção e aborto.</p><p>Molibdênio (Mo)</p><p>Atua como componente de enzimas. É um mineral pouco estudado e por isso os</p><p>requerimentos de Mo ainda não estão estabelecidos. Não existem evidências de</p><p>deficiência de Mo em condições práticas, no entanto, o Mo aumenta a eficiência</p><p>microbiana no rúmen. A dose máxima tolerável é de 5 mg de Mo/kg de MS.</p><p>Selênio (Se)</p><p>Está presente na enzima glutationa peroxidase como componente, que por sua vez tem</p><p>a importante função de prevenir a oxidação degenerativa de tecidos corporais. Baseado</p><p>em estudos de pesquisa, o NRC (2016) estima que o requerimento de Se para bovinos</p><p>de corte é de 0,1 mg de Se/kg de MS da dieta. Vitamina E e Se atuam em conjunto e em</p><p>dietas com baixo teor de vitamina E, o requerimento de Se será maior para prevenir</p><p>certas anormalidades como distrofia muscular. A deficiência de Se em ruminantes</p><p>jovens resulta em degeneração e necrose da musculatura esquelética e cardíaca. Outros</p><p>sinais da carência de Se incluem rigidez muscular, laminite e falência cardíaca. O excesso</p><p>de Se em pastagens e outros alimentos destinados à alimentação de ruminantes pode</p><p>provocar intoxicação, por isso, a prevenção deve ser realizada. Corrigir os minerais do</p><p>solo, misturar alimentos ricos em Se com alimentos pobres para reduzir a concentração</p><p>desse mineral são medidas recomendadas.</p><p>43</p><p>EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS EM BOVINOS DE CORTE │ UNIDADE II</p><p>zinco</p><p>Apresenta uma função essencial como componente de enzimas. Participa também do</p><p>desenvolvimento do sistema imune. O NRC (2016) recomenda que o requerimento de</p><p>Zn para bovinos de corte seja de 30 mg de Zn/kg de MS da dieta, essa concentração</p><p>satisfaz a exigência em todas as situações da vida do animal. Os bovinos toleram muito</p><p>bem o excesso de Zn, visto que o máximo tolerável é muito maior que o requerimento. A</p><p>deficiência de Zn pode comprometer o consumo e o ganho de peso, excessiva salivação,</p><p>lesões nos pés, pernas, pescoço e cabeça.</p><p>44</p><p>unidAdE iii</p><p>MAnEJo E</p><p>SuPlEMEntAção</p><p>EStrAtÉgiCA</p><p>dE MAtrizES E</p><p>BEzErroS nA fASE</p><p>dE CriA</p><p>A bovinocultura de corte brasileira tem passado por extensas transformações nas</p><p>últimas décadas devido à competição com outras fontes de proteína animal, tais como</p><p>as aves e os suínos (tabela 2), bem como à adequação da cadeia produtiva às exigências</p><p>do mercado interno e externo e também em função de problemas de ordem sanitária que</p><p>envolve nosso rebanho. Com a mudança do cenário extrativista e altamente lucrativo,</p><p>característico do setor pecuário, até meados dos anos 1980, para um cenário competitivo</p><p>e de rentabilidade baixa, emq ue as leis ambientais têm aumentado a pressão pelo</p><p>aumento da produtividade sem aumentar a área de pastagens, tem forçado ao produtor</p><p>rural a buscar por tecnologias que trazem intensificação para dentro da fazenda. Com</p><p>o aumento do preço da carne e antecipação da idade de abate, a busca pela reposição</p><p>(bezerro ou boi magro) cresceu e com isso a fase de cria passou a ser mais valorizada.</p><p>Tabela 2. Produção de carne bovina, suína e de frango (milhões de t) produzidas no Brasil em 2000 e 2010 e</p><p>evolução da produção (%).</p><p>Tipo de Carne 2000 2010 Evolução (%)</p><p>Bovina 6,52 9,15 40</p><p>Suína 2,01 3,17 58</p><p>Frango 5,98 11,42 91</p><p>Fonte: USDA.</p><p>45</p><p>CAPítulo 1</p><p>Caracterização da fase de cria</p><p>A fase de cria na bovinocultura de corte corresponde não só aos bezerros e bezerras</p><p>criados na propriedade, mas também às matrizes e os machos reprodutores. Esta fase</p><p>pode ser caracterizada pela figura 2, que mostra a estratificação de uma fazenda de</p><p>cria, recria e engorda. O objetivo maior de quem se dedica à cria de bovinos deve ser</p><p>o de investir recursos financeiros suficientes para aplicar tecnologias que garantam o</p><p>desmame de um bezerro pesado e saudável por ano, de cada matriz do rebanho. Para</p><p>isso, segundo Oliveira et al. (2006), alguns pontos devem ser respeitados, como:</p><p>1. Escolha dos grupos genéticos que farão parte do planejamento do</p><p>rebanho.</p><p>2. No caso de monta natural, deve-se fazer o manejo adequado,</p><p>principalmente do ponto de vista nutricional e bioclimatológico dos</p><p>touros.</p><p>3. Manejo nutricional das matrizes durante todo o período reprodutivo,</p><p>para evitar baixa eficiência do sistema.</p><p>4. Manejo das pastagens e o planejamento alimentar das diferentes</p><p>categorias envolvidas.</p><p>5. Respeitar o período de aleitamento e a forma correta do desmame.</p><p>6. Utilização de métodos de suplementação para os bezerros, tais</p>