Prévia do material em texto
<p>UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ</p><p>ENFERMAGEM</p><p>LETÍCIA XAVIER DE ANDRADE/ 202202192155/ TURMA 9020</p><p>LETHYCIA MEDEIROS BRAGA/ 202002639441/ TURMA 9020</p><p>RAYANNA GABRIELA BRITO CAPUCHO PESSANHA/20200267888 / TURMA 9020</p><p>M.a CISSA DO ESPÍRITO SANTO RESENDE CORRÊA CARDOSO</p><p>Relevância do Teste do Pezinho</p><p>DUQUE DE CAXIAS</p><p>MAIO/2024</p><p>RESUMO</p><p>ANDRADE, Letícia Xavier de; BRAGA, Lethycia Medeiros; CAPUCHO, Rayanna Gabriela Brito. Relevância do Teste do Pezinho, 15p.</p><p>Trabalho de Conclusão de Curso (Enfermagem) - Universidade Estácio de Sá, Duque de Caxias. 2024.</p><p>A triagem neonatal a partir da matriz biológica, “teste do pezinho”, é um conjunto de ações preventivas, responsável por identificar precocemente indivíduos com doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, para que estes possam ser tratados em tempo oportuno, evitando as sequelas e até mesmo a morte. Além disso, propõe o gerenciamento dos casos positivos por meio de monitoramento e acompanhamento da criança durante o processo de tratamento. (Ministério da Saúde, 2016, Triagem Neonatal Biológica: Manual Técnico). Este presente estudo contribui para a conscientização sobre a importância do exame, depreende-se que, a detecção precoce desses indivíduos contribui para a minimização de impactos sociais, psicológicos e custos a longo prazo para o neonato, sua família e o estado. Além disso, o teste do pezinho tem evoluído nestes últimos anos, se fazendo necessário a evidenciação de sua abrangência, e não excluindo o fato que o exame se configura como forma de saúde. E de acordo com o artigo 196° da Constituição Federal: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (BRASIL,1988, art.196). Essa revisão bibliográfica baseou-se em nove artigos, e tem como objetivo a evidenciação dos males ocorridos pela triagem neonatal, vislumbrar a abrangência do exame e destrinchar demais aspectos populacionais sobre o mesmo. Concluiu-se que a triagem neonatal é de grande valor para a população em diversos aspectos, e sua abrangência dará início a avanços sociais ainda não alcançados em grande escala na sociedade, mas evidenciou-se em conjunto as falhas governamentais para desfechos satisfatórios de assistência. Nesta revisão, espera-se contribuir para conscientização da população leiga, melhorias e avanços na saúde pública, evidenciação sobre a evolução científica do exame.</p><p>Palavras-chave: Triagem Neonatal/ Neonatal Screening/ Tamizaje Neonatal, Criança/ Child/ Ninõ, Enfermagem/ Nursing/ Enfermería.</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>A Triagem Neonatal (TN) é um exame feito no recém-nascido, para a identificação de doenças metabólicas, genéticas, enzimáticas e endocrinológicas, as quais são : o hipotireoidismo congênito (glândula tireóide do recém-nascido não é capaz de produzir quantidades adequadas de hormônios), a fenilcetonúria (doença do metabolismo) e as hemoglobinopatias (doenças que afetam o sangue – traço falcêmico e doença falciforme), a fim de fornecer tratamento precoce e evitar as sequelas ou até mesmo a morte. (Ministério da Saúde, 2016). Através do Programa Nacional de Triagem Neonatal são realizadas ações para que se torne possível a realização dos diagnósticos.</p><p>O Programa tem em seu escopo seis diversos tipos de doenças a serem detectadas, sendo elas: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doença Falciforme e outras hemoglobinopatias, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase.</p><p>A Triagem Neonatal – Teste do Pezinho – foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS) no ano de 1992 (Portaria GM/MS n.º 22, de 15 de janeiro de 1992) com uma legislação que determinava a obrigatoriedade do teste em todos os recém-nascidos vivos e incluía a avaliação para Fenilcetonúria e Hipotireoidismo Congênito. [...] No ano de 2001, o Ministério da Saúde, através da Secretaria de Assistência à Saúde, empenhou-se na reavaliação da Triagem Neonatal no SUS, o que culminou na publicação da portaria ministerial (Portaria GM/MS n.º 822, de 6 de junho de 2001) que criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN). (Ministério da Saúde, 2002, p.8).</p><p>O Estatuto da Criança e do Adolescente, no inciso III, do Art. 10, da Lei n.º 8.069, de 13 de julho de 1990, estabeleceu que:</p><p>[...] Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a [...] proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém- nascido, bem como prestar orientação aos pais [...]; (Ministério da Saúde -Manual Técnico, 2016).</p><p>E em 2020, o número de doenças detectadas através do exame do teste do pezinho aumentou para 7, incluindo através do Registro de Deliberação nº 507/2020, acrescentando a Toxoplasmose Congênita no teste do pezinho. (Ministério da Saúde, nº 516,2020). O exame é 100% gratuito e é oferecido diretamente pelo SUS, além disso, é um teste prático e rápido. E as doenças, quando detectadas e tratadas em tempo hábil podem diminuir drasticamente ou anular as sequelas e sintomas das mesmas. No Brasil, o teste é obrigatório em rede pública, e rede privada. Apesar do teste parecer simples, através dele são detectadas doenças que podem afetar de maneira significativa a vida do recém-nascido e sua família, e até mesmo, em casos mais graves, gerar morte.</p><p>Os programas de Triagem Neonatal iniciaram em diversos países na década de 60, e no Brasil, a primeira tentativa ocorreu em 1976, na cidade de São Paulo, numa associação dedicada ao atendimento a crianças portadoras de deficiência mental (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE-SP), numa iniciativa pioneira na América Latina. Inicialmente realizava-se somente o diagnóstico de Fenilcetonúria, porém a partir de 1980 incorporou- se a detecção precoce do Hipotireoidismo Congênito. (Ministério da Saúde, 2002, pág.11).</p><p>A recomendação para a realização ideal do teste é entre o período de 3º ao 5º dia de vida do bebê, e se o mesmo não for realizado dentre esse período hábil, é considerado uma condição de exceção as coletas realizadas após o 28º dia de vida. O exame é realizado através da coleta de amostra de sangue no calcanhar no bebê que deve ser posto em filtro de papel. (Ministério da Saúde, 2016).</p><p>Destaca-se neste presente estudo a necessidade de observação, reflexão e discussão sobre um dos exames neonatais mais importantes e fidedignos do país, que compõem doenças que de inúmeras formas é um assunto de saúde pública, levantando um dos maiores questionamentos em nossa sociedade, e o pensamento reflexivo de que a prevenção e detecção precoce era, é, e sempre será a melhor maneira de lidar com o binômio doença e doente dentro da sociedade.</p><p>Com o levantamento destes resultados, espera-se a melhor compreensão da contração do presente tema em território brasileiro, não apenas sua história, mas principalmente depreender para onde a ciência tem norteado o teste do pezinho para a saúde da população neonatal no Brasil. Os demais objetivos do estudo são: Realizar uma revisão bibliográfica; evidenciar a magnitude da relevância do teste do pezinho no Brasil e sua abrangência; O nível de conhecimento dos progenitores sobre o exame.</p><p>2 METODOLOGIA</p><p>No presente estudo foi realizado uma análise de cunho qualitativo com elaboração de revisão sistemática literária, tendo como meio de fundamentação teórica formulou-se o seguinte questionamento para a norteação da pesquisa a ser realizada: O que transcorreu se no período de duas décadas desde a legislação do teste do pezinho até os dias atuais e qual relevância do exame para a população?</p><p>A busca foi realizada através das ferramentas de pesquisa a seguir: Periódicos Capes e Scielo. Sucederam o uso de artigos publicados somente no decorrer dos últimos cinco anos (janeiro de 2020 a junho de 2024), serão considerados os artigos escritos em Português, Inglês e</p><p>Espanhol, visto que, se dá por uma pesquisa de cunho qualitativo, transcorrendo-se a utilização dos métodos mais fidedignos e atuais com os seguintes descritores: Triagem Neonatal/ Neonatal Screening/ Tamizaje Neonatal, Criança/ Child/ Ninõ, Enfermagem/ Nursing/ Enfermería. Foram encontrados dezessete artigos na ferramenta Periódicos Capes, dos quais foram utilizados oito dos mesmos. Na busca na ferramenta Scielo, foram encontrados sete, e utilizados na revisão dois dos mesmos. Foram utilizados como critérios de exclusão artigos que não eram de pertinência ao tema relevante nesta revisão.</p><p>Figura 1- Fluxograma da metodologia da etapa de seleção e inclusão dos estudos</p><p>Fonte: Andrade, Letícia; Braga, Lethycia; Capucho, Rayanna (2024)</p><p>3 RESULTADOS E DISCUSSÕES</p><p>Em 2019, cerca de 2,2 milhões de bebês realizaram o exame do Teste do Pezinho através do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo esta a porcentagem de bebês que realizaram o teste nestes respectivos dias: 59,93% realizou o teste até o quinto dia de vida do bebê, 19,82% estiveram realizando o teste a partir do sexto ao oitavo dia de vida, 11,56% entre o nono e quíntuplo dia. Os demais, 6,94% realizaram entre o décimo quinto e vigésimo e 1,67% após o trigésimo dia de vida. Neste mesmo ano, cerca de 3,2 mil crianças foram diagnosticadas com algumas das doenças detectadas no exame, o que equivale a 0,14% do total de recém-nascidos que realizaram o teste, as doenças com maior prevalência foram: Hipotireoidismo Congênito e a Doença Falciforme. O número de redes de coleta para realização do exame através do SUS, são 24.177, divididos entre postos e maternidades localizados por todo território nacional. E a abrangência do exame foi de 77,48% em 2019, não sendo incluídos as redes privadas. Esses dados são possíveis através da porcentagem de nascidos vivos, registrados pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). (Ministério da Saúde, 2020).</p><p>As doenças detectadas no Teste do Pezinho são:</p><p>1 - A Fenilcetonúria (PKU) é um dos erros inatos do metabolismo, com padrão de herança</p><p>autossômico recessivo. O defeito metabólico gerado, frequentemente causado pela enzima</p><p>Fenilalanina Hidroxilase, leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue e ao aumento da Fenilalanina e da excreção urinária de Ácido Fenilpirúvico. Foi a primeira doença genética a ter tratamento estabelecido com terapêutica dietética específica. São conhecidas três formas de apresentação metabólica, que são classificadas de acordo com o percentual de atividade enzimática encontrado:</p><p>► Fenilcetonúria Clássica – atividade da enzima fenilalanina hidroxilase praticamente inexistente, menor que 1% e, consequentemente, níveis de fenilalanina plasmática superiores a 20 mg/dL;</p><p>► Fenilcetonúria Leve – atividade da enzima entre 1% e 3%, resultando em níveis plasmáticos de fenilalanina entre 10 mg/dL e 20 mg/dL;</p><p>► Hiperfenilalaninemia Transitória ou Permanente – atividade enzimática superior a 3%, levando a níveis de fenilalanina entre 4 mg/dL e 10 mg/dL. Nesse caso, não deve ser instituída qualquer terapia, pois essa é considerada uma condição benigna que não resulta em sintomatologia clínica.</p><p>2 - O Hipotireoidismo Congênito (HC), considerado uma emergência pediátrica, é causado pela incapacidade da glândula tireóide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos.</p><p>A doença pode ser classificada em:</p><p>► primária – quando a falha ocorre na glândula tireoide;</p><p>► secundária – quando ocorre deficiência do hormônio estimulador da tireoide (TSH) hipofisário;</p><p>► terciária – quando ocorre deficiência do hormônio liberador da tireotrofina (TRH) hipotalâmico;</p><p>► Resistência periférica à ação dos hormônios tireóideos.</p><p>3 - A Doença Falciforme (DF) é uma afecção genética com padrão de herança autossômico recessivo, causada por um defeito na estrutura da cadeia beta da hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua minguante, quando expostas a determinadas condições, como febre alta, baixa tensão de oxigênio, infecções etc. As alterações genéticas (mutações) nesta proteína (hemoglobina) são transmitidas de geração em geração (padrão de herança familiar). Hemoglobinopatias: As hemoglobinopatias podem ser resultantes de mutações que afetam os genes reguladores promovendo um desequilíbrio no conteúdo quantitativo das cadeias polipeptídicas e consequentemente nos tipos normais de hemoglobina, causando as talassemias. Também podem ser originadas de alterações envolvendo genes estruturais que promovem a formação de moléculas de hemoglobinas com características bioquímicas diferentes das hemoglobinas normais, denominadas hemoglobinas variantes. As hemoglobinas variantes mais frequentes são a hemoglobina S (Hb S) e a hemoglobina C (HbC). O indivíduo heterozigoto é popularmente conhecido como “traço falcêmico” ou “traço falciforme” (Hb AS). Poderão também ser identificadas outras hemoglobinas variantes (Hb D, Hb E, Hb Hasharon, etc.) com ou sem significado clínico. Nos procedimentos de triagem neonatal em recém-nascidos, é possível identificar de forma diferenciada os indivíduos heterozigotos (Hb FAS) dos indivíduos homozigotos, ou seja, doentes (Hb FS).</p><p>4 - A Fibrose Cística (FC) ou Mucoviscidose, como também é conhecida, é uma das doenças hereditárias consideradas graves, determinada por um padrão de herança autossômico recessivo e afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação bacteriana (especialmente pseudomonas e estafilococos), o que leva à infecção crônica, à lesão pulmonar e ao óbito por disfunção respiratória. No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição.</p><p>5 - A denominação Hiperplasia Adrenal Congênita (HAC) engloba um conjunto de síndromes transmitidas de forma autossômica recessiva, que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais.</p><p>6 - A Deficiência de Biotinidase (DBT) é uma doença metabólica hereditária na qual há um defeito no metabolismo da biotina. Como consequência, ocorre uma depleção da biotina endógena devido a uma incapacidade de o organismo fazer a sua reciclagem ou de usar a biotina ligada à proteína fornecida pela dieta. Assim, como a maioria dos erros inatos do metabolismo, essa doença apresenta uma herança autossômica recessiva, com mais de 140 mutações descritas. (Ministério da Saúde, Triagem Neonatal Biológica: Manual Técnico, pág 53,56,59,62,64,66,2016).</p><p>Dos 2,2 milhões de recém-nascidos triados em 2019, cerca de mais de 3 mil destes foram diagnosticados precocemente através do Programa Nacional de Triagem Neonatal, o que possibilitou a probabilidade de um bom prognóstico das doenças diagnosticadas. Depreende se que, é necessária uma análise de custos quanto ao PNTN quando raciocina se que há mais de 20 mil postos no Brasil para a realização do exame, porém há dois fatores incontestáveis, dentre eles, o direito constitucional à saúde, sendo de obrigação do Estado fornecer meios que propaguem uma vida plena ao recém-nascido e o diagnóstico precoce resulta em menor custo ao Estado. Sabendo se que, há lógica em precocemente prestar cuidados e tratamentos ao indivíduo e dar-lhe a chance de saúde, ao em vez de, retardar seu diagnóstico e diminuir a porcentagem de um prognóstico positivo. A fim de que, este indivíduo traria diversas outras complicações e geração de gastos demasiados.</p><p>Entretanto, sabe-se que mesmo o Brasil sendo um País subdesenvolvido e com grande população, enfrenta inúmeras dificuldades e limitações, gerando impacto no Programa, como demora na entrega de resultados e falsos positivos, o que pode gerar ansiedades e medos desnecessários a família. Além disso, zonas rurais e urbanas não obtêm o mesmo acesso igualitário e qualitativo na realização do exame, sendo a zona rural</p><p>a maior prejudicada por distâncias demasiadas ou recursos limitados. Há em igual, outro ponto a ser exaltado, como o nível de conhecimento das puérperas em relação ao teste. Em 2016, universitários da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), em Uberaba, MG realizaram um estudo sobre este tema, os autores relataram em um de seus parágrafos:</p><p>“Em nosso estudo, as puérperas não sabiam quais são as doenças investigadas pelo TP. [...] Um estudo realizado no Centro Municipal de Saúde (CMS) do Rio de Janeiro mostrou que 40 (80%) mulheres entrevistadas não sabiam responder quais são as doenças tratadas, 5 (10%) sabiam pelo menos uma doença e as outras 5 (10%) referiram doenças erradas; (Rev. Paul Pediatr.2017;35(2):151-157).</p><p>As dificuldades diante do Teste do Pezinho são inúmeras, além de todas estas descritas acima, recentemente, não apenas o Brasil, mas todo o mundo sofreu impactos de uma Pandemia, causada pelo vírus Covid-19. Sendo necessário isolamento e reclusão da sociedade, o que gerou medo e insegurança nas famílias, que por sua vez, gerou um declínio no número de exames coletados em todo território brasileiro. As famílias viam-se em situação de vulnerabilidade em expor um recém-nascido ao contato exterior, principalmente em unidades de saúde, concluindo estarem mais expostos ao vírus nestas localidades. Formando assim, uma nova realidade vivida não apenas pelas famílias, mas também por profissionais da saúde em relação à sua incapacidade.</p><p>O exame continua em progresso, visto que:</p><p>“Foi sancionada a Lei nº 14.154, que amplia para 50 o número de doenças rastreadas pelo Teste do Pezinho oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). [...] Com a nova lei, o exame passará a abranger 14 grupos de doenças. [...] Na primeira etapa da ampliação do teste está prevista a inclusão de doenças relacionadas ao excesso de fenilalanina; patologias relacionadas à hemoglobina; e toxoplasmose congênita. Na segunda etapa, serão detectados: nível elevado de galactose no sangue; aminoacidopatias; distúrbio do ciclo de ureia; e distúrbios de beta oxidação de ácidos graxos. Na terceira etapa, serão incluídas no Teste do Pezinho oferecido pelo SUS doenças que afetam o funcionamento celular, e, na quarta etapa, problemas genéticos no sistema imunológico. A partir da quinta etapa será testada também a atrofia muscular espinhal (Ministério da Saúde, 2021).</p><p>Os resultados obtidos demonstram a relevância inquestionável do Teste do Pezinho, e que este é um assunto de saúde pública, dito que, nestas últimas duas décadas inúmeros recém-nascidos têm se beneficiado do Programa Nacional de Triagem Neonatal. As triagens, como um todo, têm sido de grande benefício à saúde da população do Brasil, cita se aqui, o Protocolo de Manchester, que de acordo com o Ministério da Saúde, é um tipo de triagem utilizada em urgências e emergências, a fim de padronizar e facilitar a prioridade de atendimento a pacientes. ¹³</p><p>Entretanto, há um longo caminho a percorrer, como entrega eficaz em resultados, diminuindo as taxas de falso positivo, melhor acesso a inúmeras famílias que se encontram em situação de recursos limitados e grandes distâncias das redes de saúde, desenvolvimento qualitativo dos profissionais de saúde na orientação do exame desde o pré-natal, enfatizando a importância do teste e como isso impacta diretamente não apenas na saúde do recém-nascido, mas na família como um todo. Além da orientação do que deve ser feito, caso haja positivos.</p><p>Quadro 1 – Artigos selecionados para compor a Revisão</p><p>TÍTULO</p><p>AUTOR</p><p>OBJETIVO</p><p>RESULTADO</p><p>Triagem neonatal: uma análise sobre as doenças detectadas no teste do pezinho na região de Santana do Ipanema.</p><p>SILVA, Noélia Canuto; GALLO, Cibele.</p><p>Apresentar os índices de cada patologia que é detectada no teste do pezinho, em especial no território de Santana do Ipanema.</p><p>Foi observado em a</p><p>população de Santana tem um bom conhecimento sobre a importância da realização do teste do pezinho, tendo em vista a porcentagem alta de</p><p>exames realizados na região. Durante os últimos anos a Fibrose Cística e a anemia falciforme foram as doenças mais detectadas.</p><p>Assistência de Enfermagem no Teste do Pezinho.</p><p>CARVALHO, Fernanda; MARQUI, Alessandra.</p><p>Explorar como é realizada a assistência de enfermagem no teste do pezinho em recém-nascidos.</p><p>Foi feito uma coleta de dado com enfermeiro através de um questionário sobre: Como foi o processo de aprendizagem na graduação, como é feita a comunicação com os pais, quais as dificuldades do profissional, quais impactos a pandemia causaram e qual o ponto de vista do profissional de enfermagem. Com isso, foi evidenciado que os enfermeiros estão aptos para dar um atendimento de qualidade e humanizado no âmbito mãe e bebê.</p><p>Teste do pezinho: O conhecimento das gestantes quanto a sua importância.</p><p>REIS et al.</p><p>Identificar o nível de conhecimento das gestantes sobre a importância da realização do teste do pezinho.</p><p>O resultado da pesquisa foi satisfatório porém após a realização da entrevista com 16 gestantes, foi observado que elas tinham um conhecimento básico sobre o teste. Com isso, ressalta a importância de ser realizado ações que ensinam mais sobre as doenças que são detectadas, o que cada uma pode causar, e a importância do diagnóstico precoce.</p><p>O (des)conhecimento das mães sobre o traço e a doença falciforme: um estudo qualitativo.</p><p>ROCHA et al.</p><p>Avaliar o conhecimento da mãe sobre o traço e a doença falciforme na família, quando a criança é diagnosticada.</p><p>Os participantes da pesquisa tinham traço falciforme, tanto os pais como os filhos. A maioria não sabia informar se algum parente fora do núcleo familiar possuía o traço. Reforçando a importância do conhecimento hereditário, como uma forma de prevenção.</p><p>Continuidade do cuidado da criança na Atenção Primária à Saúde em região de fronteira.</p><p>HIRANO et al.</p><p>Compreender como é feito a evolução do cuidado na Atenção Primária à Saúde da criança em áreas de fronteira.</p><p>Identificou, além de dados sobre puericultura, imunização, e educação em saúde, o teste do pezinho. As mães têm adesão ao teste, mas, ocorre falha na coleta feita até 48 horas após o nascimento pela distância que as mães precisam para a realização do mesmo. Isso requer ações de profissionais da saúde para garantir uma coleta mais adequada para o teste do pezinho.</p><p>Realização dos Teste de Triagem Neonatal no Brasil: Prevalências e Desigualdades.</p><p>MALLMANN et al.</p><p>Identificar se as desigualdades regionais e socioeconômicas influenciam na realização da triagem neonatal.</p><p>A realização do teste do pezinho no Brasil como um todo, foi satisfatório. Sendo melhor na região Sul e Sudeste, onde as mães possuem uma renda domiciliar maior e possuem plano de saúde.</p><p>Conhecimento das Puérperas sobre o Teste do Pezinho</p><p>ARDUINA et al.</p><p>Um formulário foi aplicado a 75 puérperas com objetivo de investigar o conhecimento sobre o teste do pezinho.</p><p>Como resultados, um pouco mais da metade gostaria de ter recebido um pouco mais de informação sobre o teste, principalmente sobre a coleta e tempo ideal recomendado pelo Ministério da Saúde para ser realizada, e sobre as doenças que são detectadas. Um fato observado também foi o desconhecimento de que a maioria das doenças tem etiologia hereditária.</p><p>Percepção das mães de crianças submetidas ao Teste do Pezinho em Unidades Básicas de Saúde.</p><p>VASCONCELOS et al.</p><p>Estudo feito com mãe de 16 unidades básicas de saúde, que possuíam conhecimento básico sobre o teste.</p><p>Observou-se que o conhecimento das mães foi adquirido durante a gravidez/puerpério, de maneira superficial. Reforçando a importância de capacitar os profissionais a informar as mães não só nesse período, mas também, no momento da coleta, tanto como é o procedimento quanto a importância de retornar para os resultados do mesmo.</p><p>Programa de Triagem Neonatal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil.</p><p>MAGALHÃES et al.</p><p>Destacar como se iniciou o processo da triagem neonatal, descrever</p><p>cada doença que é detectada e a sua evolução ao longo dos anos.</p><p>A descoberta de que a fenilcetonúria poderia ser detectada através de</p><p>uma amostra de sangue coletado após o nascimento aconteceu na década de 60, além</p><p>dela, o hipotireoidismo também. Hoje o teste do pezinho é capaz de detectar: doença falciforme, fibrose cística, galactosemia, hiperplasia congênita de adrenal, deficiência</p><p>de biotinidase, deficiência de glicose 6 fosfato, toxoplasmose, entre outras.</p><p>Teste de Triagem Neonatal: O Diagnóstico Precoce de Doenças Metabólicas e Genéticas.</p><p>JÚNIOR et al.</p><p>Por meio de artigos científicos, foi investigado, a detecção e o diagnóstico precoce em recém-nascidos.</p><p>Revela a importância de uma coleta correta para que se tenha bons resultados. O benefício de se ter um diagnóstico precoce para início de tratamento e bom prognóstico para essa criança.</p><p>Fonte: Andrade; Braga; Pessanha (2024)</p><p>4 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A Triagem Neonatal, ou Teste do Pezinho, representa um avanço significativo na saúde pública brasileira, proporcionando a detecção precoce de doenças graves em recém-nascidos e garantindo tratamento imediato. Desde sua inclusão no SUS em 1992, o programa tem se expandido, atualmente cobrindo sete doenças, o que sublinha sua eficácia e importância. O desenvolvimento do programa desde 1976 e a obrigatoriedade do teste reforçam seu papel crucial na prevenção de sequelas e na promoção do bem-estar infantil. Assim, o Teste do Pezinho é essencial para a saúde neonatal e para a tranquilidade das famílias no Brasil.</p><p>REFERÊNCIA</p><p>1. BRASIL (CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL), Artigo 196º Da Constituição Federal Brasil de 1988, Conselho Nacional de Saúde. Acesso em 01 de março de 2024. Disponível em:</p><p>https:// https://conselho.saude.gov.br/conep/docs/constituicaofederal.pdf</p><p>2. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Triagem Neonatal Biológica Manual Técnico, Brasília -DF, 2016, Biblioteca Virtual em Saúde. Acesso em 03 de março de 2024. Disponível em:https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_neonatal_biologica_manual_tecnicopdf</p><p>3. ARDUINA, G.A.; BLARIN, M.A.; SILVA-GRECCO, R.L; MARQUI, A.B. Conhecimento das Puérperas Sobre o Teste do Pezinho. Acesso em 14 de março 2024.Disponívelem:https://www.scielo.br/j/rpp/a/VpnSKJ8ZJK5MkqSzQ8WmT9H/?lang=pt</p><p>4. MAGALHÃES, P.K.; TURCATO, M.F.; ÂNGULO, I.L.; MACIEL, L.M.Z. Programa de Triagem Neonatal Do Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil. Acesso em 02 de abril de 20204. Disponível em:</p><p>https:// https://www.scielo.br/j/csp/a/McsX3LnVkBKjCVbG5g8M6XN/?lang=pt</p><p>5. CARVALHO, F.G.; MARQUI, A.B.T. Assistência de Enfermagem no Teste do Pezinho. Acesso em 07 de abril de 2024. Disponível em:</p><p>https://doi.org/10.9789/2175-5361.rpcfo.v15.12680PESQUISA</p><p>6. REIS, M.A.; SILVA, C.T.X.; SOUZA, N.M.C.; SILVA, M.M. Teste do Pezinho: O</p><p>conhecimento das Gestantes Quanto a Sua Importância. Rev. Educ. Saúde 2019; 7(1):124-130. Acesso em 12 de abril de 2024. Disponível em:</p><p>https://periodicos.unievangelica.edu.br/index.php/educacaoemsaude/article/view/3740/2603</p><p>7. SILVA, N.C.; GALLO, C.M. Triagem neonatal: uma análise sobre as doenças detectadas no teste do pezinho na região de Santana do Ipanema. Acesso em 19 de abril de 2024. Disponível em: https://diversitasjournal.com.br/diversitas_journal/article/view/1307/1398</p><p>8. HIRANO, R.A.; PICCO, T.M.; PIMENTA, R.A.; BAGGIO, M.A. Continuidade do cuidado da criança na Atenção Primária à Saúde na região de fronteira. Acesso em 21 abril de 2024. Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/8JRNdR3swtdQYRVsfwqmHjN/?lang=pt</p><p>9. VASCONCELOS, M.N.; SILVA, M.A.M.; MENEZES, R.S.P.; MENDEZ, J.D.; NAKA, A.R. Percepção das mães de crianças submetidas ao Teste do Pezinho em Unidades Básicas de Saúde. Acesso em 02 de maio de 2024. Disponível em:</p><p>https://periodicos.ufjf.br/index.php/aps/article/view/16490/23495</p><p>10. JUNIOR, J.O.S.; MOREIRA, J.A.; OLIVEIRA, P.E.A.; LEITE, A.L. Teste de Triagem Neonatal: O Diagnóstico Precoce de Doenças Metabólicas e Genéticas. Acesso em 05 de maio de 2024. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/5578/2144</p><p>11. ROCHA, R.; SOUZA, T.V.; MORAIS, R.C.M.; NASCIMENTO, L.C.N.; COUTO, L.L.; FARIAS, I.F.A. O (des)conhecimento das mães sobre o traço e a doença falciforme: um estudo qualitativo. (Lack of) knowledge of mothers about sickle cell trait and disease: a qualitative study. Rev Bras Enferm. 2022;75(1):e20201217. Acesso em 07 de maio de 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-1217</p><p>12. MALLMANN, M.B.; TOMASI, Y.T.; BOING, F.A. Realização dos Teste de Triagem Neonatal no Brasil: Prevalências e Desigualdades. Acesso em 08 de maio de 2024. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.jpedp.2019.05.007</p><p>13. BRASIL (Ministério da Saúde), Você sabe o que é classificação de risco? 2021.</p><p>Acesso em 12 de maio de 2024. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-nordeste/hujb-ufcg/comunicacao/noticias/voce-sabe-o-que-e-classificacao-de-risco</p><p>14. BRASIL, (Ministério da Saúde) - Programa Nacional da Triagem Neonatal, 2016. Acesso em 13 de abril de 2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/saes/sangue/pntn#:~:text=A%20Triagem%20Neonatal%20Biológica%20(TNB, e%20até%20mesmo%20a%20morte.</p><p>15. BRASIL, (Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação-Geral de Atenção Especializada) - Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal, Brasília - DF, 2002. Acesso em 7 de maio de 2024. Disponível em:</p><p>https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/triagem_neonatal.pdf%20acessado%20em%2012%20de%20Maio%20de%202024</p><p>16. BRASIL, (Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologia e Inovação em Saúde Coordenação-geral de Gestão de Tecnologias em Saúde Coordenação de Monitoramento e Avaliação de Tecnologias em Saúde) - Ampliação do uso do teste do pezinho para a detecção da toxoplasmose congênita, 2020. Acesso em 2 de maio de 2024. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/relatorios/2020/relatorio_teste_pezinho_deteccao_toxoplasmose_congenita_516_2020_final.pdf</p><p>17. BRASIL, (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Portaria nº 822, de 06 de junho de 2001. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o Programa Nacional de Triagem Neonatal – PNTN. Acesso em 26 de abril de 2024. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2001/prt0822_06_06_2001.html</p><p>18. BRASIL (Ministério da Saúde) - Mais de 2,2 milhões de recém-nascidos fizeram o</p><p>teste em 2019, 2020. Acesso em 03 de março de 2024. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2020/junho/mais-de-2-2-milhoes-de-recem-nascidos-fizeram-o-teste-em-2020</p><p>19. BRASIL (Ministério da Saúde, Saúde e Vigilância Sanitária) - Teste do Pezinho será</p><p>ampliado e detectar até 50 novas doenças, em 2021. Acesso em 07 de março de 2024.</p><p>Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/pt-br/noticias/saude-e-vigilancia-sanitaria/2021/05/teste-do-pezinho-sera-ampliado-e-detectara-ate-50-novas-doencas</p><p>20. SILVA, B.M.R.; FERREIRA, A.L.; LUZ, D.JS.; ARAÚJO ES, PEGORETH, G.G.; TAVARES, S. Atuação de enfermagem frente a coleta do teste do pezinho: revisão sistemática da literatura. Acesso em 24 de março. Disponível em:</p><p>https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/21933/17503</p><p>image1.jpg</p>