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1 
 
PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS DE OBSTETRÍCIA DA MATERNIDADE CLIMÉRIO DE OLIVEIRA 
 
Diabetes Mellitus na Gravidez 
 1ª Versão 
Docente: Profa. Dra. Denise dos Santos Barata 
Preceptores: Dra. Raquel Romero Pinheiro, 
 Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio; 
 Dra. Laís Pinheiro Maia; 
 Dra. Licemary Guimarães Lessa 
Residente: Dr. Gabriel Benevides 
 Validação da 1ª versão em 21 de julho de 2017 
 
 1ª Atualização 
Docente: Profa. Dra. Lídia Lima Aragão Sampaio 
Preceptores: Dra. Raquel Romero Pinheiro; 
 Dra. Licemary Guimarães Lessa 
Residente: Dr. Matheus de Sá e Dra. Bruna Ramalho 
Validação da 1ª atualização em 28 de junho de 2018 
 
1. INTRODUÇÃO 
 A gestação em mulheres diabéticas é uma condição reconhecidamente associada a uma 
maior frequência de malformações fetais e complicações clínicas maternas, quando comparada 
as gestações normais. Grandes são os números de complicações fetais tais como 
malformações, macrossomia, hipoglicemia, hiperbilirrubinemia, policitemia, hipocalcemia, 
hipomagnesemia, cardiomiopatia hipertrófica e síndrome do desconforto respiratório do 
recém-nascido. Quanto às complicações maternas, o inadequado controle glicêmico está 
relacionado a maiores índices de abortos espontâneos, infecções, hipertensão arterial, doença 
hipertensiva específica da gravidez (DHEG), hoje definida como pré-eclâmpsia leve e grave, 
partos pré-termo e cesáreas. Está definido na literatura que um bom controle metabólico está 
associado a melhores desfechos maternos e fetais. 
 Na gestação ocorre o aumento dos níveis de estrogênio, progesterona, cortisol, 
prolactina e produção de lactogênio placentário humano. Essas mudanças interferem no 
metabolismo dos carboidratos, podendo resultar, em mulheres susceptíveis, no 
desencadeamento de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) e, naquelas previamente diabéticas, 
em piora do controle glicêmico. 
 As alterações no metabolismo materno são necessárias para suprir a demanda fetal, 
principalmente no segundo trimestre da gestação. O desenvolvimento da resistência insulínica 
na gravidez, na maioria destas mulheres, acredita-se já existir anteriormente, à custa de 
sobrepeso pré-gestacional, de obesidade e da síndrome dos ovários policísticos (SOP) prévio. 
 Pacientes com qualquer tipo de diabetes podem necessitar de insulinoterapia em algum 
estágio da sua doença ou durante a sobrecarga metabólica da gestação. 
 
2. CONCEITO DE DIABETES MELLITUS 
 
2 
 
 
 O Diabetes Mellitus é uma doença crônica e complexa e evolutiva, necessitando de 
cuidados médicos, com estratégia de redução dos riscos multifatoriais, através do controle 
glicêmico. Decorrente do defeito parcial ou total da produção de insulina. A educação contínua 
do paciente e autogerenciamento, além do apoio, é essencial para prevenir complicações. 
 
 
3. CLASSIFICAÇÃO 
 
O diabetes pode ser classificado em quatro categorias: 
3.1. Diabetes tipo 1 - devido à destruição das células beta, levando deficiência de 
insulina; 
3.2. Diabetes tipo 2 - devido a um defeito de ação e secreção de insulina e na 
regulação da produção hepática de glicose; 
3.3. Outros tipos específicos de diabetes, devido a outras causas, por exemplo, 
defeitos na genéticos na função das células beta, defeitos genéticos na ação da 
insulina, doenças do pâncreas exócrino (tais como pancreatite, fibrose cística...) 
e drogas (tal como no tratamento de HIV induzida por química / SIDA ou após 
transplante de órgãos, corticóides); 
3.4. Diabetes Mellitus Gestacional - Diabetes diagnosticada durante a gravidez. 
 
4. CONCEITO DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL 
 
 Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica, caracterizada por um defeito na 
produção e/ou na ação da insulina. O DMG é definido como qualquer grau de intolerância à 
glicose, com início ou primeiro reconhecimento durante a gestação. Independente da condição 
de persistência ou desaparecimento da alteração metabólica após o parto, assim como não 
exclui a possibilidade de a intolerância à glicose ter precedido a gravidez. 
 A terminologia para descrever diabetes diagnosticada pela primeira vez durante a 
gravidez varia entre as organizações nacionais. Historicamente, o termo "diabetes gestacional" 
foi definido como o aparecimento ou primeiro reconhecimento de tolerância anormal à glicose 
durante a gravidez. O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas (ACOG) continua a usar 
essa terminologia. 
 Nos últimos anos, a Associação Internacional de Diabetes e Gravidez Grupos de Estudo 
(IADPSG), a American Diabetes Association (ADA), a Organização Mundial de Saúde (OMS), a 
Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), e outros tentaram distinguir 
mulheres com diabetes pré-existente que seja reconhecido pela primeira vez durante a 
gravidez daquelas cuja doença é uma manifestação transitória da resistência à insulina 
relacionada com a gravidez. Esta alteração reconhece a crescente prevalência do tipo não 
diagnosticada Diabetes tipo 2(DM2) em mulheres não grávidas em idade fértil. 
 
3 
 
 A prevalência do DMG está definida entre 3% e 13% na gestação, variando em todo o 
mundo entre os grupos raciais e éticos, geralmente em paralelo com a prevalência do diabetes 
tipo 2. Também varia por causa das diferenças nas práticas de triagem, as características da 
população (por exemplo, o índice de média idade e massa corporal [IMC] de mulheres 
grávidas), método de ensaio e os critérios de diagnóstico. Prevalência tem vindo a aumentar ao 
longo do tempo, possivelmente devido ao aumento da idade média materna e peso. 
 
Complicações maternas e fetais associadas 
Vários efeitos adversos têm sido associados com diabetes durante a gravidez: 
 Pré-eclâmpsia 
 Polidrâmnio 
 Fetos grandes para a idade gestacional e macrossomia 
 Organomegalias fetais (hepatomegalia, cardiomegalia) 
 Traumas no nascimento (parto distócico) 
 Maior prevalência de parto cirúrgico 
 Maior mortalidade perinatal 
 Problemas respiratórios neonatais e complicações metabólicas (hipoglicemia, 
hiperbilirrubinemia, hipocalcemia, policitemia) 
 
5. OBJETIVOS 
 Diagnosticar precocemente o Diabetes na gestação; 
 Reconhecer fatores de riscos para o Diabetes Gestacional e diabetes mellitus na 
gestação; 
 Identificar sinais de complicações na evolução da doença, com objetivo de reduzir 
morbimortalidade materna e fetal; 
 Otimizar tratamento com objetivo de reduzir complicações na gestação; 
 Orientar a paciente sobre a doença e os cuidados a serem tomados. 
 
6. FATORES DE RISCO PARA DMG) e obesidade materna 
 Idade de 25 anos ou mais; 
 História familiar de DM em parentes de 1º grau; 
 Antecedentes obstétricos de abortamentos de repetição, malformações, morte fetal 
ou neonatal; 
 Baixa estatura ( < 1,50m); 
 Sobrepeso, obesidade ou ganho de peso excessivo na gestação atual; 
 Intolerância à glicose anterior a gestação; 
 
4 
 
 Deposição central excessiva de gordura corporal; 
 Síndrome dos ovários policísticos; 
 Uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticoides, diuréticos tiazídicos); 
 Crescimento fetal excessivo, aumento do volume de líquido amniótico, hipertensão 
ou pré-eclâmpsia na gravidez atual; 
 Macrossomia (peso > 4kg) ou história de DMG prévio; 
 
7. RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO 
 Anteriormente não existia consenso em relação ao método ideal para diagnóstico do 
DMG. Atualmente adotamos o modelo recomendado pela International Association for the 
Study of Diabetes and Pregnancy Group - IADPSG (Diabetes Care, volume 33, Number 3, March 
2010), que utilizou os resultados do estudo HAPO (N ENGL J MED 358;19, MAY 8, 2008) 
realizado em 25.505 gestantes, demonstrando associação entre os valores da glicemia materna 
e desfechos perinatais. 
 Rastreamento:Na primeira consulta pré-natal deve ser solicitada glicemia de jejum. 
 Caso glicemia de jejum < 92mg/dl, considera-se rastreio negativo, entretanto, deverá 
ser submetida ao TTOG 75g com 24 - 28 semanas (rastreio universal). 
 Caso glicemia plasmática em jejum ≥ 92 mg/dl e < 126 mg/dl, é feito o diagnóstico de 
DMG precoce. Deve-se confirmar o resultado com uma segunda dosagem da glicemia de jejum. 
Caso o valor encontrado seja ≥ 126 mg/dl, é feito o diagnóstico de diabetes mellitus pré-
gestacional. Deve-se confirmar o diagnóstico com nova glicemia de jejum. Solicitar Hb glicada 
para avaliar controle glicêmico durante a organogênese. 
 No período de 24-28 semanas seve ser solicitado TTOG 75g para todas as pacientes com 
rastreio negativo - rastreio universal. Não aplicar TTOG em pacientes já diagnosticadas com 
DMG ou DM prévio. Deve-se realizar o TTOG com dieta sem restrição de carboidratos ou com, 
no mínino, ingestão de 150g de carboidratos nos 3 dias anteriores ao teste, com jejum de 8 
horas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 FLUXOGRAMA PARA DIAGNÓSTICO DE DIABETES NA GESTAÇÃO 
 
 
 GLICEMIA DE JEJUM NA PRIMEIRA CONSULTA DE PRÉ-NATAL (ATÉ 20 SEMANAS) 
 
 
 
 
 <92mg/dl 92 – 125mg/dl ≥126mg/dl 
 
 
 
 RASTREIO NEGATIVO Repetir glicemia Repetir glicemia e solicitar HbA1c 
 
 
 
TTOG com 24-28 semanas 92 – 125mg/dl ≥ 126mg/dl 
 (Rastreio universal) ou 
 HbA1c ≥6,5% 
 DMG PRECOCE 
 (SBD 2017-2018) 
 DMG PRÉVIO 
 (ADA 2018/ SBD 2017-2018) 
jejum ≥ 92mg/dl 
1h ≥ 180 mg/dl 
2h ≥ 153 mg/dl 
(1 ou mais valores alterados) 
 
 2h≥200mg/dl 
 
 DMG 
(Estudo HAPO/IADPSG/ADA) DM PRÉVIO 
 (OMS 2013) 
 
OBS: Se glicemia de jejum no primeiro trimestre ≥200mg/dl com sintomas de 
descompensação glicêmica, considerar diagnóstico de DM prévio sem necessidade de 
confirmação. 
 
6 
 
8. CONDUTAS NO AMBULATÓRIO 
 O acompanhamento da paciente com DMG ou diabetes prévio abrange 5 pontos 
fundamentais: pré-natal (orientações obstétricas), orientação nutricional, atividade física, 
monitorização glicêmica, e tratamento medicamentoso. 
 
 
8.1. PRÉ-NATAL (ORIENTAÇÕES OBSTÉTRICAS) 
 
Na primeira consulta pré-natal, gestantes com diabetes prévio necessitam de avaliação 
clínica e laboratorial detalhada: 
 
 ANAMNESE: 
– Idade de início do diabetes 
– Hábitos nutricionais 
– Atividades físicas 
– Controle glicêmico 
– Frequência/gravidade de episódios de hipoglicemia 
– Complicações do diabetes: retinopatia, nefropatia, neuropatia 
– Associação com hipertensão arterial crônica 
– Doença periodontal 
– Medicamentos utilizados 
 
 EXAME FÍSICO: 
– Estatura, peso, índice de massa corporal 
– Pressão arterial 
– Palpação de tireóide 
– Avaliação dos pés 
 
 EXAMES COMPLEMENTARES: 
– Hemoglobina glicada (HbA1c) - deve ser medida na primeira consulta pré-natal; 
depois mensalmente, até que valoras <6,5% sejam alcançados, quando então 
poderá ser avaliada a cada 2 ou 3 meses 
– Microalbuminúria e/ou proteinúria de 24 horas 
– Creatinina sérica 
– Ácido úrico 
– TSH 
– Urocultura 
– Fundoscopia 
 
7 
 
– Ecocardiografia e ECG 
 
Deverão ser repetidos com 20, 28 e 34 semanas de idade gestacional: microalbuminúria 
e/ou proteinúria de 24 horas, creatinina sérica e urocultura. Para pacientes com 
diabetes gestacional, essa avaliação não se faz necessária. 
 
 Individualizar solicitação de perfil lipídico (colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos) 
 
 
 
 AVALIAÇÃO OBSTÉTRICA: 
 
– PRIMEIRO TRIMESTRE: entre 11 sem e 13 sem 6 dias, solicitamos US para estimativa da 
idade gestacional e rastreio morfológico do primeiro trimestre. 
 
– SEGUNDO TRIMESTRE: US morfológica Doppler obstétrico, USTV (cervicometria). US 
mensal a partir da 24a semana. 
Entre 24 e 28 semanas solicitamos a Ecocardiografia Fetal para todas as 
pacientes portadoras de DM prévio. 
 
– TERCEIRO TRIMESTRE: US para avaliar crescimento fetal e volume do líquido amniótico 
com 28 / 32 / 36 / 38 / 39 semanas. 
Doppler fetal com 28 semanas, especialmente se houver hipertensão arterial, 
toxemia ou vasculopatia. Individualizar seguimento na presença de vasculopatia 
ou outro fator de risco para crescimento restrito (CIUR). 
 
Perfil Biofísico Fetal (PBF) a cada 15 dias alternando com cardiotocografia (CTG) 
sempre para pacientes em tratamento medicamentoso e/ou com difícil controle 
glicêmico e/ou portadoras de alterações metabólicas, com objetivo de ter avaliação de 
vitalidade fetal semanal. 
CTG no termo - para pacientes controladas com dieta. 
Mobilograma - Contagem de movimentos fetais: orientar a partir de 28 semanas. 
Considera-se adequado 6 movimentos fetais durante 1 hora após refeições ou 10 
movimentos fetais ao longo do dia). Caso reduzido – solicitar PBF de urgência. 
 
SE DESCOMPENSAÇÃO AGUDA – SOLICITAR CARDIOTOCOGRAFIA E US COM PBF. 
 
 
 
 
 
8 
 
Frequência de consultas de pré-natal: 
. Em casos de DM prévio e DMG em uso de insulina: 
 mensais até 20 semanas; 
 quinzenal até 32 semanas; 
 semanal após 32 semanas. 
 
. Em casos de DMG em controle com dieta: 
 mensais até 28 semanas; 
 quinzenal até 34 semanas; 
 semanal após 34 semanas. 
 
 
Pacientes com diagnóstico de DMG ou diabetes prévio devem ser encaminhadas ao 
ambulatório de endocrinologia, nutrição, educador físico e odontologia. 
Se descontrole metabólico, solicitar internação. 
 
 
8.2. ORIENTAÇÕES DIETÉTICAS 
 A American Diabetes Association (ADA) recomenda que a terapia de nutrição para DMG 
proporcione uma nutrição adequada para promover bem-estar fetal e materno e alcançar a 
normoglicemia com ausência de cetonas, e proporcionando níveis adequados de energia para 
ganho de peso adequado durante a gravidez. 
 Na prática clínica, as mulheres muitas vezes exigem 1800-2200 kcal por dia. Para as 
mulheres que estão em peso corporal ideal durante a gravidez, as necessidades calóricas são de 
30 kcal/kg/dia; para as mulheres que estão acima do peso, a exigência calórica é 22 a 25 kcal/ 
kg/dia; e para as mulheres com obesidade mórbida, o requisito calórico é de 12 a 14 kcal/kg/dia 
(peso apresentar grávida). Para aquelas mulheres que estão abaixo do peso, as necessidades 
calóricas podem ser até 40 kcal/kg/dia para atingir ganhos de peso recomendado, metas de 
glicose no sangue, e ingestão de nutrientes. 
 Uma vez que as necessidades calóricas são calculadas, a ingestão de carboidratos deve 
ser distribuída entre as refeições e lanches para diminuir a hiperglicemia pós-prandial. Não há 
evidências seguras quanto à ingestão de carboidratos ideal para o tratamento de DMG. No 
entanto, deve-se limitar a ingestão de hidratos de carbono a menos do que 40%do total de 
calorias, enquanto assegurado que não se concretiza cetonúria. 
 Um plano de refeição típica para as mulheres com GDM inclui três refeições de tamanho 
pequeno a moderado e dois a quatro lanches. Muitas mulheres vão precisar de ajuste 
individual, dependendo dos níveis de glicose pós-prandial, que são diretamente dependentes 
do conteúdo de carboidrato da refeição ou lanche. O aumento pós-prandial da glicose, 
 
9 
 
portanto, pode ser melhorado, se a dieta de hidratos de carbono for restrita. Além disso, 
sabemos que uma dieta com baixo índice glicêmico, em que fontes de carboidratos são 
compostas principalmente de frutas, legumes e grãos integrais, com baixo consumo de 
produtos à base de farinha, tem um efeito favorável sobre a glicemia pós-prandial, e reduz 
significativamente a necessidade de terapia com insulina; no entanto, um efeito claro sobre o 
resultado da gravidez, particularmente macrossomia, parto por cesariana, e ganho de peso 
materno ainda não foi comprovado. 
 Os restantes das calorias provenientes de proteína (menos do que 20% do total de 
calorias) e gorduras (40% de calorias; ingestão de gordura saturada deve ser < 7% do total de 
calorias). A ingestão de proteína deve ser distribuída ao longo do dia, incluída em todas as 
refeições e lanches para promover a saciedade e fornecem calorias adequadas. Um lanche 
antes de dormir pode ser necessário para evitar cetose durante a noite. Ajuste do plano de 
refeições deve ser contínuo, e baseado nos resultados da automonitorização glicêmica, apetite, 
e os padrões de ganho de peso. 
 A perda de peso durante a gravidez geralmente não é recomendada, embora haja 
controvérsia sobre esta recomendação para as mulheres marcadamente obesas. 
CONTROLE DO GANHO PONDERAL: 
 Baixo Peso 12,5–18,0kg (total na gestação): 
2,3kg (1ºTrimestre); 0,5Kg por semana (2º e 3º Trimestre) 
 Adequado 11,5–16,0 kg (total na gestação): 
1,6kg (1ºTrimestre); 0,4 (2º e 3ºTrimestre) 
 Sobrepeso  7,0–11,5 (total na gestação): 
0,9 (1ºTrimestre); 0,3 (2º e 3ºTrimestre) 
 Obesidade 7 kg (total na Gestação): 
0,3 Kgs por semana (2º e 3ºTrimestre) 
 
 Indicar adoçantes artificiais (Sucralose, Stévia, Aspartame, Sacarina e Acessulfame-K), 
com moderação, na dieta a ser seguida (SBD 2017/2018); 
 
8.3. ORIENTAÇÕES EM RELAÇÃO À ATIVIDADE FÍSICA 
 Exercícios que aumentam a massa muscular melhoram o controle glicêmico 
principalmente do aumento de sensibilidade dos tecidos à insulina. Como resultado, tanto a 
glicemia em jejum tanto pós-prandial podem ser reduzidas e, em algumas mulheres com DMG, 
a necessidade de insulina pode ser evitada. Caminhadas e exercícios de baixo impacto, são 
recomendados, na frequência igual ou maior que três vezes por semana, por pelo menos 30 
minutos, de preferência após as refeições. 
 
10 
 
 A ADA incentiva um programa de exercício moderado, como parte do plano de 
tratamento para mulheres com diabetes gestacional e sem contra-indicações médicas ou 
obstétricas para este nível de atividade física. 
 
8.4. MONITORIZAÇÃO GLICÊMICA 
 
CONTROLE GLICÊMICO - PERFIL GLICÊMICO: 
 
a. A domicílio com glicosímetro – ideal, pois retrata seu cotidiano; 
b. Ambulatorial no laboratório MCO, sendo que a maternidade deverá 
fornecer as refeições; considerar perfil glicêmico ambulatorial em caso de 
dificuldade de aquisição de glicosímetro na rede municipal; 
c. Internada na impossibilidade das opções acima ou paciente 
descompensada; 
 
• Em pacientes portadoras de DMG ou DM2 solicitar glicemias em 
jejum e 2 horas após as refeições. Em pacientes em uso de insulina 
solicitar glicemias antes e 2 horas após as refeições, 22 horas e 3 
horas. 
 
Perfil glicêmico: fornecer fitas e glicosímetro. O treinamento da paciente deverá ser 
realizado no ambulatório pela enfermagem ou no dia da alta da enfermaria. 
 
 Após duas semanas de dieta, se os níveis glicêmicos permanecerem elevados (glicemia 
de jejum > 95mg/dl ou 1 hora pós-prandial >140 ou 2 horas pós-prandial >120 mg/dl), 
deve-se iniciar tratamento farmacológico. Podemos utilizar o critério de um terço dos 
valores alterados no mesmo horário durante 2 semanas para iniciar tratamento 
farmacológico; 
 Avaliar o uso de insulina de acordo com o perfil glicêmico; 
 
 O critério de crescimento fetal para iniciar a insulinoterapia é uma alternativa sugerida 
quando a medida da circunferência abdominal fetal for igual ou superior ao percentil 75 
em uma ultrassonografia realizada ente a 29a e a 33a semana de gestação. 
 A conduta obstétrica de uso de corticosteróides para maturação pulmonar fetal não é 
contra-indicada, mas deve-se administrá-los de forma concomitante ao monitoramento 
intensivo da glicemia e aos ajustes da dose de insulina, se necessário. 
 
 
 
11 
 
8.5. TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: 
 
Caso, após duas semanas de dieta, os níveis glicêmicos permanecerem elevados 
(glicemia de jejum > 95mg/dl ou 1 hora pós-prandial >140 ou 2 horas pós-prandial >120 mg/dl), 
deve-se iniciar tratamento farmacológico. 
 
 
METFORMINA: 
Número crescente de estudos não mostra efeitos deletérios materno-fetais de seu uso 
na gestação. Apesar de constar em bula, por determinação da ANVISA, que a metformina é 
categoria B, isto é, os estudos realizados em animais não demonstram risco fetal, não havendo 
trabalhos controlados em mulheres ou animais grávidos, um estudo randomizado controlado 
(NEJM 2008;3582003-15) observou que o uso da metformina a partir do segundo trimestre foi 
seguro para as mães e para os fetos de mulheres com diabetes gestacional. Outro estudo 
(Diabetes Care, vol 34, oct 2011) avaliou crianças expostas à metformina na fase intrauterina 
não demonstrou risco de complicações. (SBD 2017/2018) 
Dose: 500-2550mg/dia – dar preferência para metformina de liberação prolongada (XR) 
 
Suspender metformina 48hs antes do procedimento cirúrgico eletivo ou com 37 
semanas se vitalidade fetal preservada. 
 
 
INSULINOTERAPIA: 
Avaliar o uso de insulina de acordo com o perfil glicêmico, individualizando cada caso. 
 
Início de insulinoterapia e cálculo sugerido no Serviço: 
 
1º trimestre : Peso da gestante X 0,3 UI de insulina 
2º trimestre : Peso da gestante X 0,4 UI de insulina 
3º trimestre : Peso da gestante X 0,5 UI de insulina 
 
Cálculo individualizado no sobrepeso e obesidade. 
Em geral associam-se insulinas humanas intermediária e rápida (NPH e regular, 
respectivamente – fornecidas pelo SUS) 
Ajuste progressivo e individual conforme as glicemias obtidas no perfil glicêmico. 
 
 
 
12 
 
Damos preferência a iniciar o esquema insulínico nos horários conforme tabela abaixo: 
antes do desjejum antes do almoço antes do jantar ao deitar 
 InsulinaR/ur 3 x /dia + NPH 3 x /dia 
1/3 NPH 1/3 NPH 1/3 NPH 
NPHNPH 1/3 R/Ur 1/3 R/Ur 
1/3 R/Ur 
 
 
 
PROPRIEDADES FARMACODINÂMICAS DAS INSULINAS NPH E REGULAR 
 
INSULINA INÍCIO DE AÇÃO PICO DE AÇÃO DURAÇÃO DO EFEITO 
TERAPÊUTICO 
NPH 2-4h 4-10h 10-18h 
REGULAR 0,5-1h 2-3h 5-8h 
 
Em mulheres que usavam insulina antes da gravidez, geralmente é necessário reduzir 
sua dose em 10 a 20%, durante o primeiro trimestre. No segundo trimestre, essa dose pode ser 
aumentada. No terceiro trimestre, o aumento da produção de hormônios placentários com 
ação antagônica à da insulina resulta em necessidade ainda maior de elevação da dose da 
insulina, chegando a atingir o dobro ou o triplo da dose usada em pré-gravidez. 
 
9. CONDUTAS NA ENFERMARIA 
 Na admissão, prescrever e iniciar o perfil glicêmico imediato (em pacientes com dieta, 
solicitar glicemias em jejum e 2hs após refeições, em pacientes com insulinoterapia, solicitar 
glicemias em antes e 2hs após refeições, 22hs e 3hs). 
• Dieta para diabética (considerar o IMC pré-gestacional para a restrição calórica). 
• O controle metabólico é realizado com glicemiascapilares por glicosímetro. 
• O treinamento da paciente deverá ser realizado durante a internação pela 
enfermagem. 
• Início de insulinoterapia e cálculo sugerido no Serviço (página 6). 
 
 
 
 
 
13 
 
PARÂMETROS DE BOM CONTROLE GLICÊMICOS NA GESTANTE: 
 Os parâmetros de bom controle são: glicemia de jejum menor que 95 mg/dl; glicemias 
pós-prandiais de 1 h ≤140 mg/dl, e de 2 h ≤120 mg/dl. 
 Em mulheres com risco aumentado para hipoglicemia esses alvos devem ser 
aumentados para: 
o valor de glicemia de jejum de até 99 mg/dl 
o e, ao deitar e/ou entre 2 e 4 horas da madrugada, de 80 até 120 mg/dl. 
 Nas enfermarias e ambulatório foi preconizado o valor abaixo de 70mg/dl para 
considerarmos hipoglicemia e para que sejam tomadas medidas corretivas. Proceder 
conforme protocolo institucional 
 
 Sempre se investigar o motivo da hipoglicemia, geralmente houve vômito, menor 
ingestão de alimento, atraso na refeição, descida para realizar exames, etc. Neste caso é 
a chamada hipoglicemia “esporádica” e só necessita de orientação e correção do fator 
precipitante. 
 
10. CONDUTA NA HIPOGLICEMIA EM GESTANTES DIABÉTICAS: 
 
SE GLICEMIA < 70 mg/dl - PACIENTE CONSCIENTE: 
 
1) Adiar a aplicação da insulina regular do horário até a correção da hipoglicemia 
 Aplicar a insulina NPH do horário 
2) Oferecer: 
 
 3 ampolas de glicose 50% via oral em água filtrada – NA ENFERMARIA ou 
 
 1 colher de sopa de mel ou 
 150 ml de suco de fruta com açúcar NO AMBULATÓRIO OU RESIDÊNCIA 
 
3) Repetir a glicemia após 15 minutos 
 
 Se glicemia > 70mg/dl – Correção da hipoglicemia – Aplicar a dose de insulina 
regular prescrita para o horário. 
 Se glicemia < 70 mg/dl ou não houver melhora dos sintomas de hipoglicemia – 
repete o líquido açucarado. Repetir glicemia com 15 minutos – Se glicemia<70mg/dl, 
puncionar acesso venoso e administrar 6 ampolas de glicose 25% EV - CHAMAR 
MÉDICO PLANTONISTA. 
 
14 
 
 
SE GLICEMIA < 70 mg/dl COM PACIENTE SONOLENTA OU DESORIENTADA: 
1) Adiar a aplicação da insulina regular do horário até a correção da hipoglicemia 
Aplicar a insulina NPH do horário 
2) Puncionar acesso venoso 
3) Administrar 6 ampolas de glicose 25% EV 
4) Repetir glicemia após 10 minutos 
 
 Se glicemia > 70mg/dl e paciente consciente – Correção da hipoglicemia – Aplicar a 
insulina regular prescrita para o horário. 
 Se glicemia <70mg/dl - Repetir 6 ampolas de glicose 25% EV - CHAMAR MÉDICO 
PLANTONISTA. 
 
 PACIENTE EM ALTA HOSPITALAR APÓS AJUSTE DE DOSE OU INICIO DE INSULINOTERAPIA 
 Durante perfil glicêmico, glicemias mantidas entre 70 – 200mg/dl, nas últimas 24 horas; 
 Checar se a paciente está apta a aplicar insulina e a realizar glicemias capilares, com 
tempo de internamento mínimo de 72 horas para automonitorização domiciliar. 
 Orientar preenchimento adequado da tabela (fornecidas e padronizadas) com glicemias 
para trazer em consultas de pré-natal e com endocrinologista; 
 Retorno da paciente para o médico assistente do pré-natal prévio e de alto risco ou 
encaminhamento para médicos pré-natalistas de alto risco da maternidade, 
assegurando atendimento em 1 semana; 
 Todas deverão agendar consultas simultâneas com obstetra e endocrinologista 
 Apoio da enfermagem na marcação das consultas na alta. 
 
 
11. CONDUTA PARA GESTANTES DIABÉTICAS NO PARTO 
Momento do Parto 
 Paciente diabética controlada com dieta – interrupção com 40 semanas (ACOG 
fev/2018); 
 Paciente diabética em tratamento farmacológico oral compensada - interrupção com 
38/39 semanas (ACOG fev/2018); 
 Paciente diabética em insulinoterapia compensada - interrupção com 38 semanas 
(ACOG fev/2018); 
 
15 
 
 Paciente diabética com descompensação materno e/ou fetal (macrossomia, 
polidrâmnio, glicemias de difícil controle), em uso ou não de tratamento farmacológico: 
considerar internamento e interrupção entre 34 - 37,6 semanas, individualizando cada 
caso (ACOG fev/2018); 
 Nunca ultrapassar 40 semanas independentemente da situação; 
 Recomenda-se utilizar corticóide para maturação pulmonar fetal nos casos de 
complicações clínicas maternas, que indiquem a interrupção da gravidez antes das 36 
semanas (ajustando dose de insulina quando necessário) (NEJM 2016). 
 
Via de parto a critério do obstetra. Atentar para tamanho fetal e distorcia. 
 
 
11.1. Gestantes em trabalho de parto espontâneo 
 Realizar uma glicemia capilar na admissão; 
 Suspender uso de insulina; 
 Ingestão de líquidos claros a partir da fase de latência; 
 Monitorar glicemia de 2/2 horas na fase de latência e de 1/1 hora na fase ativa; 
 Durante o trabalho de parto, os níveis de glicemia capilar devem ser mantidos em torno 
de 70 e 140mg/dL; 
 Se glicemia <70mg/dL, seguir correção de hipoglicemia; 
 Se glicemia>140mg/dL iniciar infusão de insulina intravenosa a 1U/h ou insulina regular 
subcutânea conforme glicemias capilares. 
 Quando o trabalho de parto for de início espontâneo e já se tive administrado a insulina 
diária, recomenda-se a manutenção de um acesso venoso com infusão contínua de 
glicose (solução glicosada a 5% 125 a 150ml/h), além do monitoramento da glicemia 
capilar a cada hora. 
 
11.2. Na indução programada do parto 
 A indução deve ser programada para o início da manhã; 
 Se a indução for iniciada com algum método de preparação do colo, por exemplo, 
misoprostol ou ocitocina, manter a dieta e o regime usual de insulina até início do 
trabalho de parto e depois seguir com protocolo de trabalho de parto espontâneo; 
 
11.3. Cesariana programada 
Propomos o agendamento de parto eletivo, centralizando marcação no CO, definindo a 
data prevista para o parto, com justificativa baseada no protocolo (“interrupção da gestação 
conforme protocolo”); via de parto sugerida com indicação médica. 
 
16 
 
A cesariana deve ser programada para o início da manhã; se possível 
1. Em gestantes tratadas com dieta: sem condutas diferenciadas no parto. 
2. Em gestantes em insulinoterapia: 
Na véspera do parto cesareano: 
 Recomenda-se jejum para sólidos de 8h e de 4h para líquidos; 
 Manter insulina regular do jantar; 
 Em pacientes utilizando insulina NPH, deve-se reduzir a dose pela metade 
da dose usual na noite anterior e na manhã do parto (Obstet Gynecol Clin 
N Am 44 (2017). 
 
 
No dia do parto cesareano: 
 Solução intravenosa de glicose a 5% 125-150ml/h até o parto; 
 Monitorar glicemia de 2/2h até o parto; 
 Fluidos intraparto a critério do anestesiologista; 
 Suspender o esquema de insulina utilizado previamente pela paciente; 
 Insulinoterapia: 
 
– Gestantes tratadas com insulinoterapia (DMG ou DM2 ou DM1): 
insulina regular SC ou intravenosa em bomba de insulina (reservada 
para gestantes com doses elevadas de insulina e esquemas mistos de 
insulina regular com NPH em três ou mais aplicações ao dia). 
 
Insulina regular conforme HGT de 1/1 ou 2/2h, durante o parto 
• 120 a 160: 01 UI, 
• 161 a 200: 02 UI, 
• 201 a 250: 04 UI, 
• 251 a 300: 06 UI, 
• > 301: Avaliar necessidade de insulinização venosa 
 
Intervalos de dose entre as aplicações ≥4 horas 
Se glicemia abaixo de 70mg/dl – Glicose a 25% 06 ampolas EV. 
Nas DM1, idealmente usar insulina sob bomba EV ao iniciar o jejum. Grande risco de 
cetoacidose no parto. 
 
 
17 
 
ESQUEMA DE INSULINA VENOSA INTRAPARTO CONFORME GLICEMIAS 
 
Monitoramento horário da glicemia (período pré e pós-operatório) 
 
 
 
 
Dose inicial: 1 U/h 
 
Glicemia Insulina (UI/h) 
< 70 0 de INS 
 Fazer 6 ampolas de glicose a 25% 
70 a 100 0 
101 a 150 1 
151 a 200 2 
201 a 250 4 
251 a 300 6 
301 a 350 8 
> 401 Fazer bolus de 0,1 U/kg 
 
12. CONDUTA NO PÓS PARTO 
No puerpério, pacientes com diabetes gestacional voltam a receber dieta para não 
diabéticos e a insulinoterapia anteriormente é suspensa. 
Deve-se fazer a monitorizaçãoglicêmica no período imediatamente após o parto, 
inicialmente de duas em duas horas, ainda no centro obstétrico, com aumento dos intervalos de 
acordo com o controle glicêmico. 
 Quando necessário, fazer insulina de ação rápida (IR), nas primeiras 24h após o parto 
(pós-operatório imediato), conforme glicemias monitoradas por HGT: 
 
• Menor que 200: não aplicar 
• 200 a 250: 04 UI, 
• 250 a 300: 06 UI, 
• > 301: 08 UI - Avaliar necessidade de insulinização venosa 
 
 
 
Solução: 
100 ml de Soro Fisiológico + 100 unidades de INS Regular 
Em cada 1 ml da solução = 1 U de insulina 
 
 
18 
 
Na enfermaria, após alta do Centro Obstétrico, instituímos monitoração glicêmica com 
em jejum e 2h após cada refeição no caso das pacientes com diabetes gestacional e diabéticas 
prévias sem insulinoterapia. No caso de diabéticas em insulinoterapia, manter perfil glicêmico 
completo (antes e 2h após refeições, 22h e 3h). Deve-se manter glicemias entre 70-200mg/dL. 
As pacientes diabéticas tipo 1 retornam aos esquemas de insulina pré-gravidicos. 
Pacientes tipo 2 poderão utilizar metade da dose de insulina prescrita no final da gestação ou 
hipoglicemiantes orais. 
 Apenas 0,4% da dose de metformina ingerida pela mãe é detectada no leite materno, e 
a presença da medicação no leite independe do horário da tomada. Estudos com pequena 
casuística não detectaram a droga em lactentes. A glibenclamida não foi detectada no leite 
materno, não tendo sido verificada hipoglicemia nos bebês, embora o número de casos 
estudados também seja reduzido. 
As pacientes sem diagnóstico prévio de diabetes, diagnosticadas apenas no momento 
do parto, serão submetidas ao perfil glicêmico na enfermaria e serão encaminhadas como as 
demais, após a sua alta, para o ambulatório de endocrinologia. 
 
13. AVALIAÇÃO AMBULATORIAL NO PÓS-PARTO 
A paciente com DMG deve ser reavaliada no ambulatório 6 semanas após o parto para 
realização de teste oral de tolerância à glicose com sobrecarga de 75 gramas, com a 
finalidade de detecção daqueles casos em que algum grau de intolerância à glicose tenha 
persistido. 
Deve-se respeitar um jejum definido como falta de ingestão calórica por no mínimo 8 
horas. Os critérios diagnósticos utilizados serão os de diabetes mellitus e pré-diabetes: 
 
CRITÉRIOS Diabetes Mellitus Pré-diabetes 
HbA1C ≥ 6,5% 5,7 – 6,4% 
Glicemia de jejum ≥ 126mg/dl 100 – 125mg/dl 
Glicemia 2h após 
sobrecarga com 75g de 
glicose 
≥ 200mg/dl 140 – 199mg/dl 
Glicemia ao acaso ≥ 200mg/dl em pacientes 
com sintomas clássicos de 
hiperglicemia 
- 
 
 
19 
 
 
 
Em torno de 15 a 50% das mulheres com DMG desenvolvem diabetes ou intolerância a glicose 
após a gestação. Estas devem ser orientadas, portanto, quanto à necessidade de controle de 
peso, através da adoção de hábitos alimentares saudáveis e atividade física regular. O 
aleitamento materno por períodos maiores que 3 meses está relacionado com redução do 
risco de desenvolvimento de DM2 após a gestação. 
Em pacientes portadoras de DM tipo1 e DM tipo2, solicitar: glicemia de jejum, glicemia 
pós-pradial 2h e hemoglobina glicada para serem realizadas ambulatorialmente 2 meses após 
o parto. 
 
14. PLANEJAMENTO NA PRÉ-CONCEPÇÃO 
O aconselhamento pré-gestação deve ser oferecido a todas as mulheres com diabetes 
em idade reprodutiva. Em condições ideais, o manejo da gravidez complicada por diabetes 
deve iniciar-se antes da concepção. Nesse grupo, um aspecto fundamental a ser abordado é a 
programação da gestação, que deve ser realizada precocemente, no seguimento da mulher 
diabética em idade fértil, buscando um controle adequado no período pré-concepção, já 
que há uma correlação bem definida de malformações fetais e hiperglicemia durante a 
embriogênese. 
 O ambiente metabólico anormal provocado pela hiperglicemia tem impacto significativo 
na gravidez e no feto. Taxas aumentadas de abortamentos espontâneos são relatadas em 
mulheres com diabetes prévio à gestação. Vários estudos têm relacionado o aumento de 
abortamentos espontâneos e anomalias fetais ao mau controle glicêmico. Valores de HbA1c 
maiores que 8% são relacionados a risco de malformações três a seis vezes maior que quando a 
HbA1c está abaixo de 8%. Valores considerados adequados para concepção, seriam valores 
menores que 6-6,5%. As malformações fetais são responsáveis por cerca de 50% das mortes 
perinatais nessa população. 
O atendimento à mulher com diabetes que deseja engravidar deve ser realizado por 
uma equipe multidisciplinar, com cuidadoso planejamento da gravidez para quando o diabetes 
estiver bem compensado. O valore da HbA1c indicado para uma concepção segura é de no 
máximo de 6,5%, idealmente <6%, sem a ocorrência de hipoglicemias. Recomenda-se realizar 
monitorização da glicemia capilar, devendo manter níveis de glicose de jejum de 80 a 100 mg/dl 
e duas horas após refeições de até 160 mg/dl no período pré-concepcional. O uso de métodos 
anticoncepcionais deve ser estimulado até a obtenção do controle metabólico adequado. 
Suplementação com ácido fólico periconcepcional pode reduzir o risco de malformações do 
tubo neural e outras, devendo ser mantida nas primeiras seis semanas de gestação. 
 
20 
 
A avaliação de comorbidades e complicações crônicas é importante (estadiamento do 
diabetes utilizando a Classificação de Priscilla White), devido à possibilidade de agravamento 
durante a gestação. 
 
Classificação prognóstica de Priscila White: 
A1: Diabetes gestacional controlado com dieta 
A2: Diabetes gestacional controlado com insulina 
B: DM que surgiu depois dos 20 anos de idade e dura menos de 10 anos 
C1: DM que surgiu entre 10-19 anos de idade 
C2: DM que dura entre 10-19 anos 
D1: DM que surgiu antes dos 10 anos de idade 
D2: DM que dura ≥ 20 anos 
D3: Presença de retinopatia não proliferativa 
D4: Calcificação de vasos em membros inferiores 
F: Nefropatia diabética 
H: Cardiopatia decorrente do DM 
R: Retinopatia proliferativa 
T: Transplante renal 
 O planejamento familiar deverá ser efetivo, indicando o uso de anticoncepcionais orais 
de baixas doses e progestínicos isolados. O DIU pode ser indicado em casos individualizados. 
 Os pré-natalistas devem buscar o envolvimento de Assistentes Sociais, encaminhando as 
pacientes desejosas de realizar contracepção definitiva para avaliação e relatorias especificas, 
conforme legislação. 
No pós-parto, agendar consulta no referido ambulatório de planejamento familiar, 
tentando alinhar com a revisão puerperal e consulta com endocrinologista no setor do 
ambulatório. 
 
21 
 
 
 
FLUXOGRAMA DA ASSISTÊNCIA NA GESTANTE DIABÉTICA 
O esquema terapêutico na paciente com DMG tem três pontos fundamentais: 
monitorização glicêmica, orientação nutricional e insulinoterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GESTANTE 
DMG e DM tipo 2 
 Iniciar: Dieta 
 Exercícios 
Metas glicêmicas atingidas, 
quando reavaliadas com 15 
dias. 
Avaliar controle glicêmico 
Metas glicêmicas não atingidas, 
quando reavaliadas com 15 dias. 
Glicemias ≤ 200mg 
 
• Portadoras de SOP 
• Obesas com sinais de 
resistência insulínica 
• Portadoras DM2 
 
Considerar uso de metformina 
(500 a 2500mg/dia) 
Personalizar esquema 
 
Metas glicêmicas não 
atingidas, quando 
reavaliadas com 15 dias 
Perfil glicêmico semanal 
Se glicemias adequadas, 
monitorar até final da 
gestação. 
 Controle inadequado 
 Intercorrências obstétricas 
sugestivas de hiperglicemia 
(polidramnia, feto GIG, 
circunferência fetal alterada 
(≥ percentil 75) 
INSULINOTERAPIA 
 
22 
 
15. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
1. Zugaib M, Francisco RPV. Ostetrícia, 3ª edição, Editora Manole, 2016. 
2. Gestacional Diabetes Mellitus – ACOG PRACTICE BULLETIN – Obstetrics e Gynecology vol 
131, NO. 2, number 190, Febuary 2018. 
3. Avaliação e tratamento do diabetesmellitus gestacional; Diretrizes Sociedade Brasileira de 
Diabetes 2017/2018: 217-222. 
4. Avaliação e tratamento da paciente gestante com diabetes mellitus; Diretrizes Sociedade 
Brasileira de Diabetes 2017/2018: 223-232. 
5. Uso da Insulina no Tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2; Diretrizes Sociedade Brasileira 
de Diabetes 2017/2018: 195-199 
6. Preparo Pré e Pós Operatório do Paciente com Diabetes Mellitus; Diretrizes Sociedade 
Brasileira de Diabetes 2015/2016: 320-323. 
7. American Diabetes Association. Management of Diabetes in Pregnancy. Sec. 12. In 
Standards of Medical Care in Diabetes – 2016. Diabetes Care 2016;39 (suppl. 1): 94 - 98. 
8. American Diabetes Association. Diabetes Care in the Hospital. Sec. 12. In Standards of 
Medical Care in Diabetes – 2016. Diabetes Care 2016;39 (suppl. 1): 99 - 104. 
9. American Diabetes Association. Position Statement. Diabetes Care; vol 37,suppl 1, January 
2014: 18-20. 
10. Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes(HAPO Study); N Engl J Med 2008; 
358:1991-2002. 
11. International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups Recommendations on 
the Diagnosis and Classification of Hyperglycemia in Pregnancy. Diabetes Care 2010;33, 
number 3: 676-682. 
12. World Health Organization. Diagnostic Criteria and Classification of Hyperglycaemia First 
Detected in Pregnancy: a World Health Organization Guideline. Diabetes Res Clin Pract. 
2013;103(3):341-63. 
13. Diabetes na gestação -Uptodate 2018 (Celeste Durnwald, MD; Editores de seção: David M 
Nathan, MD /Michael F Greene, MD. Revisão da literatura atual em junho de 2018, com 
ultima atualização em 26 de junho de 2018). 
14. Mack LR, Tomich PG. Gestacional Diabetes. Obstet Gynecol Clin N Am 44 (2017) 207-217. 
15. Rowan JA, Hague WM, Wanzhen G, Battin M Moore MP. Metformin versus insulin for the 
treatment of gestacional diabetes. N Engl J Med. 2008;358(19):2003-15. 
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gestacional diabetes: the offspring follow-up (Mig TOFU). 
17. Rastreamento e Diagnóstico de Diabetes Mellitus Gestacional no Brasil. Organização Pan-
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Ginecologia e Obstetrícia. Sociedade Brasileira de Diabetes. Brasília, DF: OPAS, 2016 
18. Golbert A; Campos MAA. Diabetes tipo 1 e gestação. Publicado pela SBEM, vol. 52, nº 2, São 
Paulo. Marco 2008. (http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302008000200018) 
http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302008000200018
 
23 
 
19. Manual de Alto Risco do Ministério da Saúde, 2011. 
20. Reece EA, MD, PhD, MBA; Moore T, MD.Os critérios diagnósticos para diabetes gestacional: 
Mudar ou não mudar? Opinião clínica 2013; Vol 13 n-4; 99-103. 
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pregnancies complicated by diabetes and by maternal daily hyperglycemia not related to 
diabetes a retrospective 10 years analysis. Gynecol Obstet Invest 50: 108-112,2000. 
22. Zugaib M, Bittar RE. Protocolos Assistenciais, 4ª edição, Editora Atheneu, 2013. 
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delivery. N Engl J Medicine 374;14, april 7, 2016.

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