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<p>29</p><p>Crimildo Paulo Dinís Araújo</p><p>A PÓS-MODERNIDADE EM GIANNI VATTIMO</p><p>Licenciatura em Ensino de Filosofia com Habilitações em História</p><p>Universidade Pedagógica</p><p>Beira</p><p>2010</p><p>Crimildo Paulo Dinís Araújo</p><p>A PÓS-MODERNIDADE EM GIANNI VATTIMO</p><p>Monografia a ser apresentado ao curso de filosofia, departamento de ciências socias, delegação da Beira, para obtenção de grau académico Licenciatura em filosofia.</p><p>Supervisor:</p><p>Msc: José Rombe</p><p>Universidade Pedagógica</p><p>Beira</p><p>2013</p><p>ÍNDICE</p><p>Declaração de honra…………………………………………………………………………IV</p><p>Dedicatória…………………………………………………………………………………...V</p><p>Agradecimentos………………………………………………………………...…………....VI</p><p>Resumo……………………………………………………………………………………...VII</p><p>INTRODUÇÃO……………………………………………………………………………….8</p><p>CAPITULO I – VIDA E OBRAS …………………………………………………………...10</p><p>1.1 Vida………………………………………………………………………………………10</p><p>1.1.1 Influencias……………………………………………………………………………...10</p><p>1.1.2 Obras …………………………………………………………………………………..12</p><p>CAPITULO II - CONCEPÇÃO DA PÓS – MODERNIDADE EM VATTIMO…………...13</p><p>2.1. O fim da modernidade consequentemente o fim da história em Vattimo……………...14</p><p>2.2. A crise da ideia da história consequentemente fim do progresso em Vattimo…………18</p><p>2.2.1 A sociedade transparente como característica da sociedade pós-moderna em Vattimo.20</p><p>CAPITULO III - A CRÍTICA DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA NOS SEUS ASPECTOS COMUNICATIVOS…………………………………………………………………………253.1 A pós-modernidade como sociedade das ciências humanas e sociedade de comunicação em Vattimo……………………………………………………………………………..…….25</p><p>3.2 O sentido do mito na perspectiva da pós – modernidade em Vattimo…………………...28</p><p>3.3 Crítica de Vattimo a filosofia fundacional……………………………………………….33</p><p>3.4 Crítica da história unitária no plano estético ou passagem da “utopia a heterotopia” em Vattimo……………………………………………………………………………………….35</p><p>3.5 Habermas como contraste da ideia da pós-modernidade………………………………...37</p><p>CAPITULO IV- A PÓS-MODERNIDADE E A SUA RELEVÂNCIA ACTUAL………...39</p><p>4.1 A pós-modernidade e a sua relevância social……………………………………………39</p><p>4.1.1 A pós-modernidade e a sua relevância científica……………………………………..40</p><p>CONCLUSÃO……………………………………………………………………………….42</p><p>REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA………………………………………………………… 43</p><p>Declaração de honra</p><p>Declaro que esta monografia é resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.</p><p>Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção de qualquer grau académico.</p><p>Beira___________ de _______________de 2013</p><p>Dedicatória</p><p>Este trabalho é dedicado em primeiro lugar á minha filha Sacha que mi fez pai pela primeira vez, a minha esposa Neusa Leonor pelo apoio moral que deu, meus irmãos: Josela, Luis, Biatriz, Nilza, Refo, Rofina e a Chelsia pela forca e motivação que me proporcionaram para a realização do curso, aos pais queridos :Dinis e Joana pela forca e ajuda financeira que deram me, não esquecendo também pelas ajuda financeira o meu irmão Luís, Nilza, Josela, a minha tia Ana Regina e por fim a todos aqueles que directa ou indiretamente moral ou imoralmente sempre deram-me o apoio essencial para que eu estivesse na UP.</p><p>Aos meus amigos irmãos Samuel, Abel, Lucas, José, Rafael, Amâncio, Exequiel, Felix, Francisco Gales, Pechiso, que desde que admiti, têm ajudando-me moralmente e financeiramente em qualquer tempo que eu precisar.</p><p>Agradecimentos</p><p>O meu agradecimento especial vai ao supervisor mestre Rombe que de forma sábia e amorosa conduziu mi para a realização do trabalho, a todos os docentes de filosofia que de directa ou indiretamente contribuíram para o triunfo da minha licenciatura.</p><p>Gostaria de agradecer também aos meus colegas do 4º ano que sempre cederam seu apoio quando era necessário.</p><p>Resumo</p><p>O pós-moderno designa o fim do projecto moderno. O termo aplica-se a um grupo de intelectuais, entre eles alguns filósofos que tem como ponto comum a crítica ao projecto da modernidade; entendido como projecto de emancipação humana – social através do desenvolvimento da razão. Os pensadores pós-modernos partem da constatação dos desastres sociais e ambientais aos quais a modernidade chegou; miséria; desigualdades sociais, catástrofes, guerras; dominação dos países economicamente desenvolvidos sobre os demais. O autor deste trabalho achou pertinente convidar entre os pensadores pós-modernos para debater acerca da perspectiva da pós-modernidade Gianni Vattimo que é o autor principal do trabalho; na sua obra “sociedade transparente”. São significativos outros autores neste trabalho os seguintes: Boaventura de Sousa Santos; Jean François Lyotard; Michel Foucault; Perry Anderson; Anthon Giddens; Enrique Dussel; Severino Ngoenha; e Jurjen Habermas como ponto de contraste da ideia do pós-modernidade. A ideia principal do trabalho é de que a modernidade a modernidade terminou quando já não é possível falar da história como algo unitário “ o fim da história” ;“fim do projecto moderno tida como emancipação humana através da razão pois já não tem credibilidade”. A ideia do fim da história traz consigo a ideia do fim do progresso; pois se não há um curso unitário dos factos humanos também não se pode sustentar que elas realizam um plano racional. Sociedade transparente caracterizado pelo nascimento de uma sociedade pós-moderna e pela sociedade de comunicação generalizada. Quando o mundo de comunicação explode abre caminho ideal de emancipação com as multiplicidades de racionalidades locais.</p><p>Palavras-chave: Modernidade; Pós-modernidade; Fim da história, mass-midias</p><p>VII</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O presente trabalho tem como tema “perspectiva da pós- modernidade em Gianni Vattimo”. Achamos pertinente falar deste tema no sentido de que: a pós-modernidade analisa diversos aspectos da vida social, denúncia as formas de opressão que acompanham a vida quotidiana; Aborda aspectos variados e singulares do quotidiano não numa perspectiva de conjunto como era o caso da modernidade (totalidade) mas sim uma visão preocupada em captar a singularidade as diversidades do real, valoriza as diversidades culturais, pelo respeito pelas diferenças do outro.</p><p>Neste trabalho procuro responder as seguintes questões: qual é a causa de dominação social, económica, cultural, dos países subdesenvolvidos sobre os demais? Existe ou não uma história universal da humanidade inteira?</p><p>A problemática principal deste trabalho é de que se a modernidade terminou então já não é possível falar da história como universal. Pois hoje o mundo de comunicação nos coloca numa pluralidade, numa diversidade de culturas, numa multiplicidades de racionalidades locais, de saberes, que torna inverosímil conceber a história como unitária. Então Vattimo foi profeta.</p><p>Pretende-se com este trabalho adquirir o grau de licenciatura em ensino de filosofia com habilitações em história, para tal, para alcançar este objectivo: procurarmos demonstrar através de teorias filosóficas que o ideal moderno de conceber a história como “superação, progresso contínuo, emancipação humana através da razão, terminou”. Este é o momento da pluralidade dos caminhos; multíplices sentidos, de diversidades culturais, é o fim das metanarrativas que aninham a modernidade; fim da história unilinear, chamando atenção a sociedade, o que implicavam esses ideias modernos.</p><p>Demonstrar a causa da dominação económica, social, cultural, dos países subdesenvolvidos sobre os demais. Identificar as crises que a modernidade com os seus princípios de emancipação económica, social e cultural através da razão chegou, facto que nos leva a ser incrédulos dela. Em fim demonstrar onde então reside a emancipação para os nossos dias.</p><p>Para tal como caminho para alcançar esses objectivos achamos pertinente para a realização deste trabalho recorrer ao método: hermenêutico que consistiu na interpretação dos textos; e a técnica bibliográfica que consistiu em coleccionar obra que aborda a perspectiva</p><p>da se no mundo da cultura de massa, do fim de sistemas unitários. É por isso que não se trata de uma realização pura e simples da utopia, mas de uma realização distorcida e transformada: a utopia estética só se realiza como heterotopia. Vivemos experiencia do belo como reconhecimento de modelos que fazem mundo e que fazem comunidades se dão explicitamente como múltiplos (ibidem: 74).</p><p>A experiencia estética torna-se inautentica quando nas condições actuais, pluralismo vertiginoso dos modelos, o reconhecimento que um grupo realiza de si, mesmo nos próprios modelos se vive e apresenta ainda na identificação da comunidade, que o reconhece como um valor absoluto (ibidem : 75) “ a capacidade que uma obra de arte tem de fazer o mundo é sempre pensada no sentido plural – portanto não em sentido utópico mas heterotopico (....)de muitos mundos” (idem).</p><p>Mas a beleza é ornamento no sentido de que o seu significado existencial, o interesse a que corresponde é a dilatação do mundo num processo da chamada outra mundos possíveis da vida, que nao são, porém, apenas imaginários ou marginais ou complementares ao mundo real, mas compõem o seu jogo recíproco (idem).</p><p>3.5 Habermas como contraste da ideia da pós-modernidade</p><p>Em seu artigo “modernidade versus pós-modernidade[footnoteRef:29]”O filósofo discorda com os resultados segundo a qual a razão não mais – se realiza no mundo; porque o capitalismo no mundo em sua complexidade, teria conseguido narcotizar a consciência do proletariado, e dessa forma perpetuar como sistema de regime ( CONTRIM,G; 1999: 226). [29: () ” Afirma contra a filosofia pós-modernidade “ que o projecto da modernidade ainda não foi cumprida” ou seja, que o potencia para a racionalização do mundo não esta esgotada.]</p><p>Para Habermas[footnoteRef:30] existe alguns falhos nessa análise cuja identificação permite a retomada ao projecto emancipatório, mas em novas bases. Habermas propõe então uma nova perspectivou um novo conceito da razão: a razão dia lógica; que brota de diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. É a razão que surge na chamada acção comunicativa do uso da linguagem como meio de conseguir consenso (idem). [30: ()Filósofo alemão que aparece primeiro como continuador da escola de Frankfurt, no agir comunicativa procura na comunicação uma nova possibilidade de racionalidade. Prepara uma compreensão autêntica entre os interlocutores.]</p><p>Habermas propõe o entendimento da verdade não mais como uma adequação do pensamento á realidade mas como fruto da acção comunicativa; não como verdade subjectiva mas intersubjectiva que surge do dialogo entre os indivíduos, ao se aplicam algumas regras, como a não contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimento social. A razao e verdade passam a ser definidas consensualmente (idem).</p><p>Na ética do discurso, o método de argumentação moral substitui o imperativo categórico de Kant. Ela formula o princípio segundo a qual as normas que tem direito de reclamar a validade são aquelas que podem obter anuência de todos os participantes envolvidos num discurso prático, este imperativo transforma – se num princípio de universalização que nos discursos práticos assume o papel de argumentação; designa universalista uma ética que afirma que este princípio moral não se exprime apenas em instituições duma dada cultura mas tem uma validade geral, é princípio de universalização que regula os discursos de fundamentação (HABERMAS, 1991: 15).</p><p>Segundo Habermas procuramos entre diferentes possibilidades de acção as razoes para uma decisão racional face a um problema que teremos de resolver, se quisermos alcançar um determinado objectivo; trata se de escolha racional dos meios face a determinados fins ou da avaliação racional dos fins face as preferências existentes (ibidem: 103).</p><p>CAPITULO IV- A PÓS-MODERNIDADE E A SUA RELEVÂNCIA ACTUAL</p><p>Falar da pós-modernidade é falar dos nossos tempos; mais do que falar dos nossos tempos é fazer uma reflexão crítica acerca dos nossos tempos e sugerir a melhor alternativa de ver as coisas; o desejável. Não aquilo que deve mais aquilo que deveria ser; este é o caso da filosofia pós-moderna a sua relevância reside naquilo que os filósofos pós-modernos sugerem.</p><p>4.1 A pós-modernidade e a sua relevância social</p><p>Estes pensadores valorizam as diversas histórias, outras culturas, pequenos saberes (micro narrativas), pequenos poderes (micro poderes); demonstram que os pobres também têm história, e nada de universal; o universal é uma pura ilusão.</p><p>O saber não é reduzível á ciência nem ao conhecimento, o saber não é só conhecimento fundado sobre enunciados denotativos que se podem declara-los como verdadeiros ou falsos, mas também valorativos e prescritivos saber viver e fazer (LYOTARD, 1979:131)</p><p>Será que com o fim da história já não podemos reconhecer as histórias de outras civilizações? Na minha óptica não significa isso, porque a pós-modernidade é o momento de reconhecimento das diferenças. Um contacto com as histórias de outras culturas pode ajudar compreender melhor a tua história. Deve haver um intercâmbio dos diversos modos de vida.</p><p>A sociedade dos midias abre caminho ideal de emancipação com a multiplicação de racionalidades locais, finalmente tomam palavra as culturas que eram reprimidas de que existe uma única forma de humanidade. Estes tornam impossível uma história unitária, fornece a informação no tempo real, torna a sociedade transparente (VATTIMO, 1989:15).</p><p>A pós-modernidade é uma oportunidade de valorizar o que é nosso, os nossos pequenos saberes, as nossas diversas histórias que a modernidade havia rejeitado em nome da razão. O fim da história que Vattimo enunciou não é nada mais o fim das metanarrativas que Lyotard sustentava, não é nada mais que consequências da modernidade de Giddens; que chamar atenção das transformações ou das mudanças sociais profundas que estão acontecendo nesta época como Lyon afirma; época de transição paradigmática, esgotamento da modernidade etc. Tudo isso reflecte a perspectiva da pós-modernidade. Por isso a “frase fim da história” é mais filosófica – significa chamar atenção a sociedade as consequências da modernidade; as concepções da modernidade e perceber partir de já “quem sou actualmente”</p><p>A pós-modernidade é um conceito multifacetado que chama atenção para um conjunto de mudanças sociais que estão acontecendo nesta época. A pós-modernidade faz parte de um pensamento social porque nos alerta para algumas mudanças sociais verdadeiramente importantes que estão acontecendo neste final do século, verdadeiramente esta função do pós-moderno. Como a questão do consumismo (LYON, 2007: 7).</p><p>Chamando atenção a sociedade pois o consumo tem exageros; nem sempre os bens matérias satisfazem o espírito (Alguém pode ter muitos carros no sentido de satisfazer o seu espírito mais mesmo assim nunca chegaram ainda necessitará de mais carros). Em suma a pós-modernidade chama atenção a sociedade acerca da modernidade.</p><p>No sentido cultural defende o relativismo cultural, diversas culturas; não existe uma cultura universal; são de autoria de pluralidades culturais, contradizem a ideia de Habermas de uma cultura universal.</p><p>4.1.1 A pós-modernidade e a sua relevância científica</p><p>A modernidade baseando nos seus métodos de experimentação, verificabilidade, ou seja princípio da razão, rompeu quase todos os saberes tradicionais, veio romper a tradição como o saber tradicional fosse um conhecimento falso; proclamando assim a sua supremacia em relação a tradição e em relação a outros saberes, mas essa forma de pensar é suspeitamente ocidental. E os seus fundamentos são crenças usam as mesmas crenças que se usam para sustentar outros saberes; e assim formavam as verdades universais. “os preconceitos são constitutivos do nosso ser da nossa historicidade”(GADAMER, apud SANTOS: 39)</p><p>Então a pós-modernidade demonstra que mesmo aquele pequeno saber é importante na pesquisa, não saberes universais (fim das macronarrativas e passagem para as micronarrativas. A história</p><p>não pode ser vista globalmente porque há diversas histórias; há diversas culturas; tudo deve se analisado dentro de um determinado contexto; a medicina tradicional é uma ciência desde que a sociedade acredite pois ela que produz esse tipo saber. Valoriza os saberes locais.</p><p>Vattimo da um lugar ao mito na cultura pós-moderna como uma forma de passagem da utopia a heterotopia ou seja identifica no plano estético aspectos que implicavam a história universal como. O autor tendo identificado vários aspectos que tornam a história universal, unitária, proclamou o seu fim; como forma de não aceitar essa lógica da modernidade.</p><p>Um tipo de ciência que valoriza a tradição os preconceitos como afirma Gadamer; e que uma pesquisa deve ter em conta a tradição não pode se opor nossos valores que havia sido rejeitado pela modernidade mas em outros termos. Ngoenha “a única coisa que restou para Moçambique é a tradição” não podem pensar sem ela.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>Chegado a esse ponto pode-se concluir que para Vattimo a pós-modernidade significa que estamos além das metanarrativas ou seja, a sociedade contemporânea se caracteriza principalmente pela comunicação generalizada, é a sociedade dos meios de comunicação de massa. Justamente nesta sociedade que residem as nossas esperanças de emancipação.</p><p>Na visão de Vattimo a passagem da modernidade para a pós-modernidade acontece quando a história já não é possível ser vista como universal. Esta maneira de conceber como condição para a pós-modernidade foi sustentada também por outros autores mas em outros termos como fim das macronarrativas que são as ideias universais de que Lyotard sustentava.</p><p>A história é apenas o passado visto a partir de diversas perspectivas, facilitados pelos meios de comunicação de massa; que tornaram possível as diversas histórias ou por outras na sua visão o que contribuiu para esta visão da totalidade foi a explosão dos midias que multiplicaram os centros de interpretação dos acontecimentos.</p><p>A pós-modernidade é; em todas perspectivas que referimos no trabalho é desconfiança nos ideias universais que guiavam toda humanidade; essas ideias tornaram se inacreditáveis; divido as crises em que a modernidade chegou. pós- modernidade reivindica a universalidade em nome de particularidade ( macro para micro); “não há histórias unitárias, fundamental, existe apenas diversas histórias”(VATTIMO, 1989).</p><p>Vattimo com a opressão fim da história não pretender dizer fim da humanidade, mas sim fim da história universal, que nos leva a imitar tudo o que é do ocidente. Critica o facto do ocidente ser vista como deus do mundo. Ora história universal segundo o autor tem tendências de domínio, visto que quando falamos do progresso, este é representado por um certo tipo de homem, que na modernidade foi sempre homem europeu. Significava dizer que os europeus são a melhor forma de civilização, isso leva Vattimo a ilação do fim da modernidade.</p><p>Denunciando as formas de opressão e de dominação que acompanham os indivíduos, visto que a modernidade era eurocêntrica (facto de Europa ser um centro da civilização e outros povos não fazerem parte da história) isso é eurocentrismo, então os pós-modernos, reivindicam esse tipo de dominação em nome de diversas histórias diversos modos. Vattimo faz uma modernidade porque tornou possíveis as crises, as desigualdades sociais, guerras etc., na modernidade. Não há filosofia pós-moderna sem a modernidade todos tem um ponto comum a crítica da modernidade, como seu objecto de estudo.</p><p>Excepto Habermas porque este defende que o “projecto da modernidade ainda não foi cumprida” (modernidade incompleta) enquanto os pós-modernos defendem que a modernidade esta no fim.</p><p>Vattimo reflecte em torno do ideal moderno de história universal e sugeriu nesta reflexão que esta visão implicava um centro um centro no qual eram reconhecidos e ordenados os acontecimentos; também como encadeamento das vicissitudes da zona central o ocidente que representa o centro da civilização e os povos subdesenvolvidos estão condenados a seguir este modelo e conclui assim alternativa para a nossa época o fim da história consequentemente o fim da modernidade.</p><p>A emancipação da humanidade para Vattimo reside nos midias, uma vez que este tornam impossível uma história unitária com a multiplicação de racionalidades locais, multiplicaram centros de interpretação dos acontecimentos consequentemente o fim da história universal e o advento de diversidades culturais minorias étnicas e.t.c.</p><p>Tanto como Vattimo também nós apaixonados pelo seu pensamento acreditamos numa emancipação através dos midias, pois esses tornam a sociedade transparente, sem segredos, para que os centros da história desapareçam. Para os moçambicanos libertarem – se dessa neocolonizaçao devemos promover mais tecnologias de informação e expandir ate nas zonas mais recônditas. Devemos estar informados de tudo o que acontece, e que participemos de forma activa através dos mass-midias nos grandes debate que apoquentam a sociedade.</p><p>Na nossa óptica a pós-modernidade é uma ideia como afirma Lyon e esta na mente dos intelectuais, mas essa ideia vale para todos (intelectuais, não intelectuais, analfabetos, pobres, todos excluídos etc.). Então emerge o dever para o intelectual, na actualidade identificar quais são as estratégias para transmitir no outro essa ideia (não intelectual).</p><p>Em termos epistemológicos a filosofia da pós-modernidade é aquela que valoriza os pequenos saberes; saberes locais, os preconceitos, em Santos: “os preconceitos (...) não podem ser considerados leviadamente cegos, infundados negativos pois eles nos abrem da experiencia” em Lyotard a legitimidade reside na micronarrativas, valoriza os pequenos saberes em vez das macronarrativas que legitimam a modernidade.</p><p>No sentido cultural defende o relativismo cultural, diversas culturas; não existe uma cultura universal; são de autoria de pluralidades culturais, contradizem a ideia de Habermas de uma cultura universal. No sentido social denunciam as formas de opressão presente em várias instituições, chama atenção a sociedade a transformações que estão acontecendo nesta época.</p><p>Os países subdesenvolvidos que só emitam os modelos das outras culturas; acham o centro da história ocidente; a maneira de vestir dos homens e mulheres, ate pronúncia, vocábulos utilizados por culturas ocidentais facilitado pelos meios de comunicação ( tv; internet etc.), e o que é nosso esta cada vez mais desaparecendo. Os midias de que Vattimo falou é que globalizam os produtos, mas isso não seria nenhum mal, o mal é sermos globalizados.</p><p>Na minha óptica com “fim da história” anunciado por Vattimo a contagem de história não poderia mais começar por exemplo do nascimento do nascimento de jesus cristo porque isso implicava um certo tipo de domínio, deveríamos contar a história a partir de um marco africano; como por exemplo: a morte de Ngungunhane; porque mesmo Jesus Cristo foi um produto de um certo local, de um certo contexto como Ngungunhane. Imitemos os muçulmanos quem tem o seu calendário diferente do calendário cristão, esse é o exemplo típico. Contar a história a partir do nascimento de Jesus Cristo implica uma história universal</p><p>A pós-modernidade consciencializa a sociedade acerca das metanerrativas que aninham a modernidade o que elas implicam e para o caso de Moçambique que ainda não é um país desenvolvido conhecer as crises que outros países desenvolvidos estão a ultrapassar na época moderna como (catástrofes; desigualdades sociais, dominação dos países sobre os demais, novos pobres) condicionadas pelas ideias universalizantes da história ou das metanarrativas. Pois ter conhecido a sociedade deve tomar consciência e precaução mas tudo isso só é possível “através do diálogo e consciencialização” como afirma Urich Blank.</p><p>REFERENCIAS BIBLIOGRAFIA</p><p>OBRAS PRINCIPAIS</p><p>VATTIMO, Gianni, sociedade transparente, relogio d’agua editora,lisboa,1989.</p><p>_____________________________o fim da modernidade, 2ed, Sao paulo,2007.</p><p>OBRAS SECUNDÁRIAS</p><p>ANDERSON, Perry, origens</p><p>da pos-modernidade, editoras, 2ed, São Paulo,1998.</p><p>AURELHO, Buarque,novo dicionário aurelho de língua portuguesa, 4ª ed,2008.</p><p>CONTRIM, Gilberto, fundamentos da filosofia, editora saraiva, São Paulo, 1999.</p><p>DUSSEL, Enrique, encobrimento do outro, a origem da modernidade, ediçoes vozes</p><p>petrópoles, 1993.</p><p>DUROZOI; A. Roussel, Dicionário de filosofia, porto editora; Portugal, 2000.</p><p>FUKUYAMA, Francis, o fim da historia e ultimo homem, editora gravita, 4ª ed, Lisboa</p><p>2001.</p><p>GIDDENS, Anthony, consequências da modernidade, unesp editora, São Paulo, 1991.</p><p>HEGEL, G, A razão na história, sentauro editora, 2ª ed, S. Paulo, 2004.</p><p>HABERMAS, Jurgen, comentários da ética do discurso, 2ª ed, Lisboa, 1991.</p><p>LIPOVETSKY, Gilles, os tempos hipermodernos,3ª ed, editora barcarrola, S. Paulo,2007.</p><p>LYOTARD,Jean, G, pós-moderno explicando crianças, 3 ed, Lisboa, 1999.</p><p>___________________condição pós-moderna, ed gradiva, Lisboa, 1979.</p><p>LYON, David; pós-modernidade,horizontes editoras, 2ed, São Paulo,2002.</p><p>NGOENHA, Severino, das independências as liberdades, edições paulista, Maputo,1993.</p><p>_____________________por uma dimensão Moçambicana de consciência histórica; edições</p><p>salesianas, Moçambique; 1992.</p><p>__________________________ Duas interpretações filosóficas sobre a história do século</p><p>XVII, edições salasianas, 1992.</p><p>__________________________ Os tempos de filosofia, impressa universitária editora, si,</p><p>Maputo, 2004.</p><p>PALMER, Richard, hermenêutica, edições 70,Lisboa,2006.</p><p>REAL, G; Antiseri, D,história da filosofia, de Nietzche a escola de frankfurt, paulas editora,</p><p>Lisboa, 2006.</p><p>SANTOS, Sousa, B, Introdução a uma ciência pós-moderna, Rio de Janeiro, edições graal,</p><p>1989.</p><p>da pós-modernidade.</p><p>Este tema tornou-nos pertinente no sentido de que ressalta o papel desempenhado pelos mass-midias na actualidade, numa perspectiva filosófica, monstra nos uma alternativa do caminho ideal de emancipação na sociedade actual, destrói ideais modernas com tendências de domínio, rumo a uma emancipação da humanidade.</p><p>O trabalho esta dividido em 4 capítulos os quais compreendem subtítulos, em que o primeiro capitulo compreende a vida e obra de Gianni Vattimo. E o segundo capítulo demonstra a concepção da pós-modernidade em Vattimo. Partimos do pressuposto de que a modernidade entende a história como progresso, superação da fase anterior, etc. Para chegar a ideia de que o pós-moderno coloca-se como fim da história. E o factor que contribui para este fim foi o nascimento de uma sociedade de comunicação.</p><p>No terceiro capítulo fizemos uma crítica da pós-modernidade nos seus aspectos comunicativos. As ciências humanas outro tema do capítulo são condicionadas pela constituição da sociedade moderna como sociedade de comunicação. Um outro problema que se coloca a consciência contemporânea na medida em que se torna consciente da sua fabulação do mundo operada pelo media-ciências sociais é redefinir a sua posição relativamente ao mito. O mesmo aborda a questão das transformações que se verificam no que diz respeito a relação entre a arte e vida quotidiana na qual Vattimo propõe como passagem da utopia a heterotopia. No quarto capítulo reflectimos mais do que memorizar a relevância social e cientifica do nosso tema.</p><p>Neste trabalho devemos tomar atenção dos aspectos que caracterizam a modernidade e a pós-modernidade. É notório no trabalho a presença de sociólogos pois o tema é uma reflexão filosófica dos temas sócias. Heiddegger e Nietzche são dois autores preferidos por Vattimo e que nalgum momento é difícil distinguir o que é de outro.</p><p>CAPITULO I – VIDA E OBRAS</p><p>1.1 Vida</p><p>Gianni Vattimo foi aluno de Luis Pareyson, nasceu em Turim no dia 4 de Janeiro de 1936. Laureou – se na universidade de Turim em 1959. Estudou em Heidelberg com Gadamer, do qual traduziu para o italiano “verdade método”. Estudioso de Nietzsche e Heidegger, actualmente ensina filosofia na universidade de Turim, ( Real,G,Antiseri, D;2006: 281).</p><p>Nos anos 1950 trabalhou em programas culturais da RAI, é director da revista da estética; membro de comissões científicas em vários períodos italianos e estrangeiros. Recebeu o título de doutor honores causa das universidades de La plata paterno e Madride.Vattimo se ocupou da ontologia hermenêutica contemporânea. Exerceu actividade política em diversas linhas, primeiro, no partido radical, depois na aliança por Turim, e na sequência dos democratas de esquerda, partido ligado a tradição política – cultural do partido comunista italiano e ligado á social-democracia. Pelo qual Vattimo foi eleito pelo parlamento europeu (idem).</p><p>Em 2004 abandonou o partido dos democratas de esquerda e abraça o marxismo, reavaliando positivamente a autenticidade e validade do projecto marxista. Em 2005, Vattimo candidatou – se a prefeito de uma cidade para combater a degeneração intelectual que afligia o país. Vattimo pela cidade contraposto em dois grupos tradicionais, recebeu 11% de votos, sendo eleito conselheiro comunal e provocando em consequência o segundo turno, finalmente vencido pelo candidato centro – esquerdista. Depois dessa experiencia provocou um forte impulso político e cultural na Calábria, de onde é originário; foi único parlamentar a declarar – se homossexual. Na juventude aderiu a acção católica e posteriormente abandonou o catolicismo e aproximou – se da igreja evangélica (idem).</p><p>1.1.1 Influencias</p><p>Vattimo a partir das filosofias de Nietzsche e principalmente de Heidegger, instaura uma crise irreversível nas bases cartesianas e racionalista do pensamento moderno. Estudou em Hedelberg com Gadamer, do qual traduziu para o italiano “verdade método”. Valendo se visão cristã do mestre Pareyson e do teólogo Sergio Quinziu, recusa a identificação de deus com o ser racional, tal como é concebido com a tradição filosófica ocidental.</p><p>Vattimo faz um esclarecimento da relação que liga as conclusões da reflexão de Nietzche e Heidegger, a que constantemente se faz referência sobre o fim da época moderna e a pós-modernidade (VATTIMO;2007: 6).</p><p>“ Deus morreu, mas o homem não vai muito bem”. É inegável que subsista uma conexão entre a crise humanismo[footnoteRef:1] e a morte de deus, o humanismo esta em crise porque deus morreu, isto é a verdadeira substancia do humanismo é a morte de deus, anunciada por Nietzche, a morte de deus é o momento culminante e ao mesmo tempo final da metafísica, também é inseparavelmente a crise do humanismo; o homem só mantém a posição de centro da realidade (ibidem: 18). [1: () É o movimento europeu (a partir do século XIV, em franca e século XV), é o produto dos estudos das humanidades. ]</p><p>Em Heidegger, a crise do humanismo enquanto ligada a culminância da metafísica e ao seu fim revela-se técnica moderna. É justamente em conexão com a técnica moderna que se fala hoje da crise do humanismo. A técnica aparece como a causa de um processo geral de desumanização, que compreende seja o obscurecimento das ideias humanistas da cultura em favor, de uma formação do homem centrada nas ciências e nas habilidades produtivas racionalmente dirigida, seja no plano de organização política, social (ibidem: 20).</p><p>A crise do humanismo e conexão com o triunfo da civilização da técnica, não é ultrapassamento, mas apelo e chamado a restabelecer-se do humanismo, a remeter - a ele e a remete-lo a a si como algo que lhe é destinado. A técnica representa a crise do humanismo não porque o triunfo da racionalização negue os valores humanistas, mas sim representando a consumação da metafísica chamando o humanismo a sua superação. (ibidem: 29).</p><p>A crise do humanismo está ligada com o estabelecimento da técnica na modernidade. Todavia a única possibilidade de pensamento é a de configurar - se com a defesa da subjectividade contra atentados desumanizantes da racionalização. O humanismo esta em crise precisamente porque substitui deus pela humanidade no centro do universo. Partindo destes ideias Vattimo proclama o fim da modernidade consequentemente o fim da história (idem).</p><p>1.1.2 Obras</p><p>Na primeira obra “O fim da modernidade[footnoteRef:2]”: Vattimo pretendia dizer que é o fim da concepção da história guiada por leis de progresso. O pós-moderno indica uma despedida a modernidade, na medida em que quer fugir das suas lógicas de desenvolvimento, isto é, da ideia de superação crítica em direcção a uma nova fundação. [2: () O tema desta obra é esclarecimento da relação que liga as conclusões da reflexão de Nietzche e Heidegger, a que constantemente se faz referência sobre o fim da época moderna e a pós – modernidade. Nietzche e Heidegger procuram construir uma herança do pensamento europeu, que puseram radicalmente em discussão, mas recusaram propor uma “superação” crítica porque isso teria significado continuar prisioneiro da lógica do progresso. Do ponto de vista destes autores a modernidade pode caracterizar – se de facto por ser dominada pela ideia da historia do pensamento como iluminação, progressiva; a noção de superação na modernidade concebe o curso do pensamento como desenvolvimento progressivo, em que o novo se identifica com o valor através da mediação da recuperação e da apropriação do fundamento – origem. Mas precisamente na noção do fundamento e pensamento como fundação e acesso a fundamento. Então estes autores acham assim terem distanciar do pensamento ocidental enquanto pensamento de fundamento em nome de uma outra fundação, mais verdadeira, por isso são considerados os filósofos pós – modernidade (Vattimo;2007 : 6).</p><p>]</p><p>Na segunda obra “Sociedade transparente”: o autor pretendia com esta obra afirmar que com nascimento de uma sociedade pós – moderna um papel determinante é desempenhado pelos mass- média; Que estes caracterizam essa sociedade não como uma sociedade mais transparente</p><p>mas consciente de si; mais iluminada; é precisamente neste relativo caos que residem as nossas esperanças de emancipação (ibidem: 10).</p><p>CAPITULO II - CONCEPÇÃO DA PÓS-MODERNIDADE EM VATTIMO</p><p>Para Anderson[footnoteRef:3], O pós-modernismo apareceu, primeiro no intermundo hispânico da década 30 do século XIX. Feredirico de Onís é quem inventou o termo pós modernismo, serviu – se dele para descrever dentro do modernismo, um refluxo conservador que tentava abrigar – se do seu tremendo do seu desafio lírico; num perfeccionismo silente pormenor e humor irónico, cuja a característica original era expressão recente e autentica que proporcionava as mulheres; pensava ele um ultramodernismo que alcançou os impulsos radicais no modernismo a um novo clímax, numa serie de vanguarda que criavam agora uma poesia rigorosa (ANDERSON, 1998: 9). [3: () Este autor tenta dar explicação das origens da pós modernidade de índole mais histórica, tenta situar com maior precisão as suas diferentes fontes nos respectivos contextos, espaciais, políticos e intelectuais. Um outro objectivo do autor é sugerir mais tentativamente algumas condições que porventura desencadearam o pós-moderno não como ideia mas como fenómeno (ANDERSON, 1998: 8).</p><p>]</p><p>Vattimo entre todos filósofos pós-moderno[footnoteRef:4] é quem da o pós-moderno o mais alto valor filosófico; falar da pós-modernidade implica definir o que se entende da modernidade[footnoteRef:5]. [4: () E um termo relativamente novo, que carrega da literatura, artes figurativas, etc. e só mais tarde na filosofia de Lyotard “condição pós-moderna”. Uma definição consensual é que o pós-moderno não se coloca como superação da modernidade, mas como fim da modernidade. ] [5: () É o período da história da filosofia, que começa com Descartes e termina Niectzhe, uma razão crítica autónoma e independente; em que o pensamento humano confia totalmente na razão.]</p><p>Segundo Vattimo o pós-moderno tem um sentido, e que este sentido esta ligado ao facto de que a época em que vivemos ser uma sociedade de comunicação generalizada; sociedade das mass - médias. O autor defende que em alguns dos seus aspectos essências a modernidade acabou. O sentido em que se pode dizer que a modernidade terminou esta ligado aquilo que se entende da modernidade (VATTIMO, 1989: 7).</p><p>A modernidade considera a história humana como progressivo processo de emancipação; eis os seguintes escritos típicos da modernidade “se a história tem este sentido progressivo é evidente que terá valor aquilo que é mais avançado em termos de conclusão, aquilo que esta mais perto do final do processo. No entanto, a condição para conceber a história como realização progressiva da humanidade autêntica, é que se possa vê-la como um processo unitário. Só existe a história é que se possa falar do progresso” (idem).</p><p>O curso da história humana é orientado de forma unilinear, irreversível e contínua. Um dos colorários deste postulado, é de que os povos selvagens são, no sentido próprio do termo, os primitivos, eles representam por tanto um estado ultrapassado da história (NGOENHA, 1993: 30)</p><p>Tal como afirma Vattimo falar da pós-modernidade implica definir o que é a modernidade. Para Lyon: a modernidade[footnoteRef:6] significa contestação de características típicas de sociedades modernas, ele questionava ate que ponto ela podia ser exportada a países que ainda não tinham se modernizados “os países subdesenvolvidos podia assim ser desenvolvido seguindo mais ou menos um modelo que parece suspeitamente ocidental (LYON, 1999: 36). [6: ( ) Aplica a ordem social que emergiu no ilumino, esta marcado por seu dinamismo sem precedente, por rejeição da tradição ou sua marginalização e por suas consequências globais. O ponto central da visão da modernidade se relaciona com a crença do progresso.]</p><p>A modernidade questiona todos os modos convencionais de fazer as coisas, substituindo a autoridade por seu próprio arbítrio, baseada na ciência, no crescimento económico, na lei. Se na sociedade tradicional a identidade é dada, na modernidade ela é construída. A modernidade começou a conquistar o mundo em nome da razão (idem).</p><p>“Se a história tem este sentido progressivo é evidente que terá valor, aquilo que é mais avançado em termos de conclusão, aquilo que esta mais perto do final do processo.”(Lessing apud Vattimo: 8).</p><p>"Modernidade" refere-se a estilo, costume de Vida ou organização social que emergiram na Europa a partir do século XVII e que ulteriormente se tornaram mais ou menos mundiais em sua influência. (GIDDENS, 1999: 8).</p><p>2.1. O fim da modernidade consequentemente o fim da história em Vattimo</p><p>Marx, vêem a história humana como tendo uma direcção global, governada por princípios dinâmicos gerais. Teorias evolucionárias representam de fato "grandes narrativas", embora não sejam teleologicamente inspiradas. Segundo o evolucionismo, a história" começa" com culturas pequenas, isoladas, de caçadores e colectores, se movimenta através do desenvolvimento de comunidades agrícolas e pastoris e daí para a formação de estados agrários, culminando na emergência de sociedades modernas no Ocidente. (MARX apud GIDDENS, 199: 11).</p><p>Vico sustenta que existem um critério comum a todos os povos que nos permitem a edificação de uma história universal. Se não existissem os historiadores não teria nenhuma possibilidade de compreender o passado; Vico parte da ideia de que no século XVII pode – se ver aquela proliferação de mitos e crenças semelhantes que os historiadores encontraram no mundo Chinês e não chinês isso deve – se ao sentido comum (NGOENHA: 1992).</p><p>A expressão “fim da história” é usada por filósofo da história mas noutros âmbitos como por exemplo: “Fim da história” significa que a democracia liberal poderia constituir o ponto terminal da evolução ideológica da humanidade, isto é enquanto anteriores formas de governo eram caracterizados por graves imperfeições que conduziram ao seu eventual colapso, da América latina, a Europa do leste, união soviética, ao médio oriente, os governos fortes tem vindo a decair nos últimos anos dando lugar a democracia liberal (FUKUYAMA, 2001: 13).</p><p>Segundo Vattimo a modernidade terminou quando já não é possível falar da história como algo unitário; porque esta visão implicava um centro em torno do qual se recolhem e se ordenam os acontecimentos.</p><p>“ Nós pensamos a história como ordenada em torno do ano zero do nascimento do Cristo; mais especialmente como vicissitudes da zona central, o ocidente que representa o lugar da civilização, para lá da qual existe os “primitivos” os povos em via de desenvolvimento ” (VATTIMO, 1989:8).</p><p>“O ocidente se coloca como modelo, a norma, o éden, com o seu conceito politico de estado, com o seu monoteísmo e com a sua escrita (…..) o ocidente ocupa hoje o lugar que outrora era deus em relação a humanidade” (NGOENHA,200: 37).</p><p>A história como curso unitário é representação do passado construído pelos grupos e pelas classes sociais dominantes. “na escola estudamos muitas datas de batalha, tratados de paz, revoluções ; mas nunca nos narram as transformações do modo de nutrição do modo de viver, sexualidade, ou coisas semelhantes. Assim aquilo de que fala a história é vicissitudes de gente que conta dos nobres, dos soberanos (.....) mas os pobres, ou aspectos da vida que são considerados ‘baixos’ não fazem história” (VATTIMO, 1989: 9).</p><p>Somos nós a fazer a história ou somos feitos pela história dos outros? O fim da história significa nem sequer são fineza das línguas, do poder tecnológico, o conhecimento da escrita que justificam a historicidade do homem, o homem era homem antes da escrita das máquinas, a história é antes de horizonte de juízo de valor. O valor principal para o homem Moçambicano como para qualquer homem oprimido é reconquistar o direito de ser senhor do seu próprio destino, da sua história (NGOENHA, 1992: 15).</p><p>Ngoenha[footnoteRef:7] nos temos que inventar um modelo de sociedade, que não seja copia das sociedades ocidentais, se fazermos a história da Europa o protótipo do nosso futuro,</p><p>se fizermos dos valores das outras culturas, se negarmos a nossa alteridade, a nossa diferença a nossa memória estaremos a colonizar o nosso futuro (ibidem: 123). [7: ( )Filosofo Moçambicano, no discurso da pós - modernidade introduz o conceito da pré – modernidade mas especialmente para o seu país pelo facto de não fazer parte dos países da vanguarda. ]</p><p>Com estas observações chega se a dissolução da ideia da história como curso unitário, não há história única, há imagens do passado propostas por pontos de vista diversos; é ilusório pensar que existe um ponto de vista supremo, global, capaz de unificar todos os outros (como seria a história que engloba a história da arte da literatura, das guerras etc) (opcit).</p><p>Para Lyotard o projecto moderno não foi abandonado e esquecido mais destruído, “liquidado” mas a vitória da técno - ciência capitalista sobre os outros candidatos a finalidade universal é outra maneira de destruir o projecto moderno dando ar de o realizar. O domínio do sujeito sobre o objecto obtido e pelas ciências e pelas tecnologias, não se faz acompanhar nem por mais liberdade, nem por mais educação pública, nem por mais riqueza melhor distribuída. Faz – se acompanhar por mais seguranças nos factos (LYOTARD, 1999: 32).</p><p>“Deslocar a narrativa evolucionária, ou desconstruir seu enredo, não apenas ajuda a elucidar a tarefa de analisar a modernidade, como também muda o foco de parte do debate sobre o assim-chamado pós-moderno. A história não tem a forma "totalizada" que lhe é atribuída por suas concepções evolucionárias — e o evolucionismo” (GIDDENS, 1991: 11).</p><p>“A pós -modernidade é o fim do povo rei da história”, Lyotard questiona-se nesta obra “pós-moderno explicando crianças:[footnoteRef:8]” se Podemos continuar a organizar a multiplicidade de acontecimentos, que nos chegam do mundo humano e não humano colocando-a o sobre a ideia de uma história universal? Este autor sustenta que “não a história humana como história universal já não tem credibilidade”. opicit: 37). [8: () Lyotard chama de crianças a todos aqueles que negam a existência da pós -modernidade que não entendem.]</p><p>“ Tudo o que é jogo livre de oferta é da e da procura é propicio ao enriquecimento geral, e inversamente as crises de 1911 a 1929; refuta a doutrina do liberalismo económico; tudo o que é democrático é pelo povo e põe ele inversamente”. Estes são sinais do enfraquecimento da modernidade; as grandes narrativas tornam –se pouco credíveis. (ibidem: 42)</p><p>No fundo, a questão principal para nós é do nos laicizarmos do ocidente. Não podemos tomar o ocidente como modelo; não podemos reproduzir o seu nível económico, podemos simplesmente importar as suas taras, dado que é isso que ela globaliza. (ULRICH apud NGOENHA, 2004: 38).</p><p>A ideia da modernidade esta relacionada com o princípio de que é preciso e necessário romper a tradição e instaurar uma maneira de pensar absolutamente nova. Lyotard suspeita que esta ruptura é antes uma maneira de esquecer ou de reprimir, ultrapassar o passado.</p><p>Os ocidentais punham a ideia do pós-moderno no princípio do progresso geral da humanidade. Mas esta ideia enraizava no princípio de que o desenvolvimento da tecnologia, do conhecimento, das liberdades seria proveitoso á humanidade no seu conjunto. Seguramente quem era vitima da falta do desenvolvimento erra o pobre o iletrado, houve assim guerras (idem).“O desenvolvimento da tecnociência tornou-se um meio de aumentar um mal estar e não apaziguar” já não podemos chamar progresso a este desenvolvimento que não responde as solicitações do homem (LYOTARD, 1999: 94).</p><p>Lyotard Sustenta o seguinte: “não foi a ausência do progresso que tornou que tornou possíveis as guerras e o afastamento da riqueza do norte e a pobreza do sul, o desemprego, novos pobres, a desestruturação geral com a crise da escola” (feridas do ideal moderno) (idem).</p><p>Para Lyotard a modernidade ensinou nos a desejar extensão das liberdades políticas, das ciências, das artes e das técnicas, ensinou a legitimar esse desejo porque esse progresso, deveria emancipar a humanidade da ignorância, da miséria, do despotismo, este progresso prossegue-se hoje sobre a designação vergonhosa de desenvolvimento através da emancipação da humanidade inteira. Essa promessa não foi cumprida devido ao próprio desenvolvimento que impediu de cumprir.</p><p>“O empobrecimento dos povos do terceiro mundo; desemprego, despotismo da opinião, e portanto dos preconceitos repercutidos pelos midias, a lei de que é bom o que é performativo – isto não é divido a falta do desenvolvimento mais ao desenvolvimento. É isso que já não ousamos chamar – lhe progresso” (ibidem: 115).</p><p>O pós-modernismo tem sido associado não apenas com o fim da aceitação de fundamentos mas com o "fim da história. A "história" não tem forma intrínseca nem teleologia total. Uma pluralidade de histórias pode ser escrita, e estas não podem ser ancoradas por referência a um ponto arquimediano (tal como a ideia de que a história tem uma direcção evolucionária). A história não deve ser equacionada à "historicidade", pois esta ultima está claramente ligada às instituições da modernidade (GIDDENS, 1991:49).</p><p>A pós-modernidade se apresenta se apresenta se na forma de paradoxo e que nele coexistem duas lógicas, uma que valoriza a autonomia, outra que aumenta a autonomia, a pos- modernidade representa o momento histórico em que as instituições que se opunham a emancipação individual se esboroam e desaparecem, dando lugar a manifestação dos desejos subjectivos da realização individual, do amor-próprio. As grandes estruturas socializantes perdem autoridades, grandes ideologias já não estão mais em expansão. O âmbito social não é mais que prolongamento do âmbito privado (LIPOVETSKY,2007: 23).</p><p>2.2. A crise da ideia da história consequentemente fim do progresso em Vattimo</p><p>A crise da ideia da história: traz consigo a ideia do progresso; se não a um curso unitário dos acontecimentos humanos, também não se poderá sustentar que eles avançam para um fim, que realiza um plano racional de melhoramento, educação, emancipação. “O fim que a modernidade acreditava dirigir o curso dos acontecimentos era também ele representado do ponto de vista de um certo tipo ideal do homem iluminista (VATTIMO,1989: 9.)</p><p>(HEGELl[footnoteRef:9] sustenta que através dos homens, a razão universal molda a história, a força do método esta na sua aplicabilidade interna dinâmica universal, a historia torna se um dos grandes movimentos da ideia, é a historia universal ou cientifica. A história do mundo representa o desenvolvimento da consciência da liberdade este desenvolvimento implica um progresso gradual, Marx, positivistas[footnoteRef:10] a força que move a história é o desenvolvimento económico que dialecticamente da origem uma serie e luta de classes que lutam pela posse do estado (HEGEL, 2001: 12). [9: ( )Filosofo Alemão; admite que a filosofia deve assumir como tarefa a inteligibilidade de tudo que foi: é como o seu pensamento que, na filosofia, ocorre a irrupção da historia como dimensão fundamental da existência mas esta historia, ela possui um sentido e obedece um fim não sendo nada mais do que a manifestação progressiva da razão (DOROZOI, 2000: 182).] [10: () Doutrina de A. Comte que, apoiando-se na lei dos (3) três estágios declara admissíveis apenas as verdades positivas, isto é, positivistas excluindo todas as investigações dirigidas para a essência das coisas (metafísica); o espírito positivista só admite certeza do tipo experimental, isto é, verdades científicas feitas de relações e de leis (ibidem: 302).]</p><p>“Pensavam todos mais ou menos da mesma forma que o sentido da história era realização da civilização, isto é da forma do homem europeu moderno tal como a história só se pensa unitariamente (…) assim o progresso só se concebe assumindo um certo tipo ideal do homem, que na modernidade foi sempre, porém o do homem europeu – é como dizer nós os europeus somos a melhor forma de civilização (VATTIMO, 1989: 9). ”.</p><p>O pensamento débil é o fim da modernidade, daquele período</p><p>que vai de Descartes a Niezche e que é dominado pela ideia da história do pensamento como progressiva, “iluminação” que se desenvolve na sempre mais plena apropriação e reapropriarão dos fundamentos. A modernidade vê a história como progressivo processo de continua superação, então o pensamento débil é o “pós – moderno” “o fim da história”; desaparecimento das leis que guiavam toda história humana; dissolveu – se a ideia de história como processo unitário e progresso universal, (VATTIMO apud Real, G, Antiseri,D; 2006: 281).</p><p>Vattimo considera que a crise actual da concepção unitária da história traz consigo a crise do progresso e o fim da modernidade. Também pelas críticas que o historicismo, marxismo, sofreu no plano das ideias. Povos considerados “ primitivos”; colonizados pelos europeus em nome do bom direito da civilização “superior” e mais evoluídas, rebelaram – se e tornaram de facto problemática uma história unitária, centralizada, (opcit: 10).</p><p>“O ideal europeu da humanidade revelou se como ideal entre outros, não necessariamente pior mas que não pode, sem violência pretender valer como verdadeira essência do homem, em qualquer homem” (idem).</p><p>Dussel[footnoteRef:11] no debate do pós-moderno introduz uma nova teoria, a “transmodernidade”. O objectivo do autor era a praxis libertação dos oprimidos, apresenta – se como tentativa de superar a totalidade europeia. Afima Dussel “o europeísmo baseou – se a concepção de história de Hegel pelo qual América, África, Ásia, não fazem parte da história” ( DUSSEL, 1993: 17). [11: () Filosofo argentino; no debate do pós moderno introduz uma nova teoria, a “transmodernidade” que significa tentativa de superar o mito da modernidade eurocêntrica através da descoberta da dignidade do outro; da outra cultura, sexo, etc.; negado pela modernidade.]</p><p>Segundo ele no descobrimento da América a Europa não viu esta terra como outro, mas como matéria para projectar a si mesma, para civilizar “ o coberto foi descoberto” mais imediatamente encoberto como outro. O outro constituído como si mesmo (ibidem: 36). Não houve um encontro entre as duas culturas mas um choque; o mais forte encobriu o mais fraco; baseando – se sobre os princípios da modernidade eurocêntrica, emancipação, violência necessária, guerra justa (ibidem: 78).</p><p>2.2.1 A sociedade transparente como característica da sociedade pós-moderna em Vattimo</p><p>Um outro factor que foi determinante para a dissolução[footnoteRef:12] da ideia da história e para o fim da modernidade; afirma Vattimo: foi o advento da sociedade de comunicação. “Sociedade transparente”. Com essa expressão o autor pretendia afirmar que: [12: ( ) Decomposição, extinção do contracto ou sociedade, devassidão.]</p><p>· No nascimento de uma sociedade pós – moderna um papel determinante é desempenhado pelos mass- mídia;</p><p>· Que este caracterizam essa sociedade não como uma sociedade mais transparente, mas consciente de si; mais iluminada; é precisamente neste relativo caos que residem as nossas esperanças de emancipação, (VATTIMO, 1989: 11).</p><p>A impossibilidade de pensar a história como curso unitário, impossibilidade que segundo a tese sustentada, dá lugar ao fim da modernidade, não surge apenas da crise do colonialismo e do imperialismo europeu; é também o resultado do nascimento dos meios de comunicação de massa. Estes meios jornais, rádio, televisão em geral foram determinantes no processo de dissolução dos pontos de vista centrais, daquilo que filósofos como Lyotard designam como metanarrativas [footnoteRef:13]”. [13: () Grandes narrativas; ideias universalizantes do tipo Hegelenialismo; Marxismo que guiavam a humanidade inteira.]</p><p>A rádio, jornais, televisão tornaram-se uma grande visão e multiplicação das visões do mundo. (ibidem: 11). Esta multiplicação de comunicação, este tomar a palavra por parte de um número crescente de subculturas, é o efeito mais evidente dos mass-midias; e é também o facto que relacionado com o fim, ou com a transformação radical do imperialismo europeu – determina a passagem da nossa sociedade á pós – modernidade. Não só relativamente aos outros universos culturais mas também ao próprio interior. “ o ocidente vive uma situação explosiva, uma pluralização que parece irresistível, e que torna possível conceber o mundo e a história segundo pontos de vistas centrais”(ibidem: 12).</p><p>A sociedade dos mass - media por essas razões são uma sociedade educada; os mass-mídia que tornam possível uma informação em tempo real sobre tudo o que acontece no mundo. (idem). A intensificação das possibilidades de informação sobre a realidade nos seus variados aspectos, torna cada vez menos concebível a própria ideia da realidade (idem).</p><p>“Realidades para ele é mais o resultado do cruzamento, das múltiplas imagens interpretações, reconstrução que, em concorrência entre si ou, seja sem qualquer coordenação central os Mídias distribuem; logo a sociedade dos Mídias abre caminho ideal de emancipação que tem antes na sua base a oscilação, a pluralidade, e por fim o desgaste do próprio princípio da realidade” (ibidem: 13).</p><p>Nietzche[footnoteRef:14] e Heidegger[footnoteRef:15] segundo Vattimo oferecem instrumento para conceber o sentido o sentido da emancipação e o fim da modernidade: [14: ( )A sua filosofia é reflexão sobre os valores, desmitificação dos valores tradicionais. Erguendo-se sobre contra a cultura moderna que oferecia sintoma de decadência.] [15: () Depois de estúdio de teologia, abandona o projecto de se tornar sacerdote, consagra-se a matemática, as ciências naturais e, por fim a filosofia; foi um pensador de uma questão única: a do ser. Pronuncia ao mesmo tempo o esgotamento da metafísica ocidental (DOROZOI, 2000: 277)]</p><p>· Para Nietzche: a imagem de uma realidade ordenada racionalmente com base num fundamento é apenas um mito tranquilizador próprio de uma humanidade ainda primitiva; a metafísica é uma forma violenta de reagir a uma situação de perigo e de violência; procura apoderar se da realidade com um golpe de mão alcançando (ou imaginado alcançar) o princípio de que tudo depende assegurando assim ilusoriamente o domínio dos acontecimentos, (idem).</p><p>· Heidegger na mesma linha de Nietzche; demonstrou que pensar o ser como fundamento; e a realidade como sistema racional de causa e efeitos, é apenas uma forma de alargar a todo o ser o modelo da objectividade científica, da mentalidade que para poder dominar e organizar rigorosamente todas as coisas as deve reduzir ao nível de puras presenças mensuráveis, manipuláveis; substituíveis – reduzindo por fim a este nível também o próprio homem, a sua historicidade. (ibidem: 14). Assim com a multiplicação das imagens do mundo perdemos o sentido da realidade. O mundo dos objectos medidos e manipulados pela ciência – técnica torna-se o mundo das mercadorias, das imagens, o mundo “fantasmagórico dos mass-midias”.</p><p>Mas em que consiste a possível capacidade de emancipação, de libertação, da perda do sentido da realidade, do verdadeiro desgaste do princípio da realidade do mundo dos mass- midia?</p><p>Aqui a emancipação consiste no desenraizamento que é também libertação das diferenças dos elementos locais, daquilo que se chama dialectos[footnoteRef:16]. Derrubada a ideia de uma realidade central da história, o mundo de comunicação explode como umas multiplicidades de racionalidades locais - minorias etnias, sexuais, religiosas, culturais etc. “Que tomam a palavra finalmente já não silenciadas e reprimida pela ideia de que só existe uma única forma verdadeira de humanidade a realizar, com prejuízos de todas as peculiaridades, de todas as caracterizações limitadas, efémeras, contingentes” (ibidem: 15). [16: () No sentido de ser negro, mulher, homossexual, protestante etc.]</p><p>Os dialectos têm uma gramática e uma sintaxe mas só quando conquistam sua dignidade e visibilidade descobrem a sua própria gramática. A libertação das diversidades é um acto onde eles tomam palavra, porém, em forma de modo a poderem tornar – se reconhecidas; este efeito emancipador de libertação das racionalidades</p><p>locais não é toda via apenas o de garantir a cada um deles um completo reconhecimento e autenticidade, como se a emancipação consistisse em manifestar finalmente aquilo que cada um é verdadeiramente. Mas o sentido emancipador da libertação das “diferenças e dos dialectos” consiste mais no efeito global de desenraizamento que acompanha o primeiro efeito de identificação (idem).</p><p>“Se falo o meu dialecto, finalmente num mundo de dialectos entre outros, se professo o meu sistema de valores – religiosos, estéticos, políticos, étnicos – neste mundo de culturas plurais, terei também uma consciência intensa da historicidade, continência, limitação, de todos estes sistemas a começar por meu” (idem).</p><p>Na sociedade de comunicação generalizada e da pluralidade de culturas, o encontro com outros mundos e outras formas de vida e as outras formas de existência que actua sobre os nossos olhos, são aqueles que se representam em múltiplos dialectos, ainda pelos universos culturais (idem).</p><p>O pós- moderno para Lyon esta relacionado com uma sociedade em que os estilos de vida dos consumidores e o consumo de massa dominam a vida dos seus membros, tudo é mercantilizado e esse processo é constantemente reforçado pelos anúncios da tv; Fundos adequados para sustentar os estilos de vida do consumidor são pressupostos. A cultura de consumo pode ser relacionada com outros bens como intelectuais mesmos religiosos ficam a dependência do mercado (LYON, 2002: 59).</p><p>Segundo Lyon o pós-industrialismo – é uma nova sociedade de informação; novas tecnologias informação e de comunicação; que fazem pelo seu poder mental o que as maquinas na revolução industrial havia feito pela força muscular. Estas condições sociais ou pós – industrialismo ajudou a preparar o terreno á pós – modernidade (ibidem: 72).</p><p>“Fazer compras não é mais um mal necessário ou uma tarefa doméstica, hoje se tornou uma busca de lazer. Muitos consideram divertido reservar um momento para visitar o centro comercial” segundo as vozes variadas o consumismo não conhece limites; ele não respeita domínios; nem sustenta marcos existentes de territórios culturais. A pós-modernidade significa sociedade de consumo, esse consumismo é global não no sentido de que todos devem consumir mas no sentido de que todos estão afectados por ele (ibidem: 108).</p><p>A segunda fase de consumo designa o momento em que a produção e o consumo de massa não estão reservados unicamente a uma classe de privilegiados; em que o individualismo se liberta das normas tradicionais e em que emerge uma sociedade cada vez mais voltada para o presente, assiste – se o gosto pela novidade aqui esta a sociedade pós moderna. As condutas são escolhidas pelos indivíduos daqui entram na era do heperconsumo: um consumo que absorve e integra as parcelas cada vez maior da vida social (o luxo elemento da distinção social entra na esfera do heperconsumo. Hepermodernidade é uma sociedade liberal caracterizado pelo movimento pelo movimento pela fluedez, pela flexibilidade, hipernarcisismo: responsável, organizado, desta forma rompe o narciso da era pós – moderna (LIPOVETSKY:2007: 26).</p><p>Foucault[footnoteRef:17] é um outro filósofo pós-moderno; segundo ele as sociedades modernas, apresentam uma nova organização do poder que se desenvolveu a partir do século XVIII. Nessa nova organização o poder não – se concentra, apenas no sector político e nas suas formas de repressão, pois esta disseminado pelos vários âmbitos de vida social. Para o autor o poder se fragmentou em micro poderes e – se tornou muito mais eficaz (CONTRIM; 1999: 227). [17: () Filosofo francês cuja obra desenvolve simultaneamente um grande rigor teórico e um incontestável alcance sócio político.]</p><p>Assim, em vez de se deter apenas nos macropoderes concentrado no estado, Foucault analisou esses micropoderes que se espalham pelas mais diversas instituições da vida social. Isto é, os poderes exercidos por uma rede imensa de pessoas que cumprem as normas estabelecidas pela disciplina social: como os pais, porteiros, enfermeiros, guardas, etc. Adaptado este perspectiva Foucault afirma:</p><p>“ o poder esta em toda parte, não porque englobe tudo e sim porque provem de todos os lugares” na vida quotidiana deparamos nos com guardiões dos micro poderes os pequenos donos de poder. “Por dominação eu não entendo o facto de uma dominação global de um sobre os outros, ou de um grupo sobre o outro, mas as múltiplas formas de dominação que se podem exercer na sociedade” Foucault (apud Contrim: 228).</p><p>CAPITULO III - A CRÍTICA DA SOCIEDADE PÓS-MODERNA NOS SEUS ASPECTOS COMUNICATIVOS</p><p>“A televisão difundi, nas poucas casas privilegiadas imagens imbuídas de qualidades duvidosas” (NGOENHA, 1991: 15).</p><p>Os midias desempenharam um papel ao difundir pelo conjunto do corpo social os valor hedonistas e libertários ao possibilitar o acesso a informação mais diversificada e mais caracterizadas por pontos de vistas diferentes, propondo uma gama extremamente diferente de escolha. No plano político, pode contribuir para o debate democrático, pois as nossas sociedades caracterizam – se não pelo consenso mas pelo debate permanente a que os midias contribuem, ela se dedica ao antagonismo permanente dos discursos tudo isso sobre um plano de fundo de instabilidade democrática com a liberdade e igualdade constituindo uma base e ideal comum. Perduram os conflitos mas por meio de uma pacificação individualista do debate colectivo (LIPOVETSKY, 2007: 42).</p><p>Mas os midias têm efeitos negativos ora “em vez de elevar o nível do debate público, a mídia transforma a política num espectáculo” em vez de promover a cultura de qualidade elas nos proporcionam a variedades insípidas; pode favorecer tanto comportamentos responsáveis quanto irresponsáveis. O nosso futuro depende da capacidade de a mídia fazer uma ética de responsabilidade triunfando sobre os comportamentos irresponsáveis (ibidem: 45).</p><p>3.1 A pós-modernidade como sociedade das ciências humanas e sociedade de comunicação em Vattimo</p><p>Dilthey: acredita que a compreensão é chave para os estudos humanísticos; a explicação é para as ciências, as ciências explicam a natureza; os estudos humanísticos compreendem as manifestações da vida (PALMER; 2006:110).</p><p>Para Vattimo as ciências humanas não são apenas uma forma de enfrentar um fenómeno externo (externo), o homem e as suas instituições dado desde sempre, mas tornam – se possível nos seus dados e nos seus métodos, no seu ideal cognitivo, pela transformação da vida individual e associada, pela constituição de um modo de existir social que, por sua vez é directamente plasmado pelas formas de comunicação moderna (VATTIMO, 1989: 19).</p><p>Não seria concebível uma sociologia ciência, e mesmo tendencialmente como previsão de grandes comportamentos colectivos, se não subsistisse a possibilidade de recolher as informações necessárias que supõe portanto um certo modo de comunicação. Desde a sociologia, a própria antropologia, psicologia, as quais surgem apenas na modernidade, são condicionadas pela constituição da sociedade moderna como sociedade de comunicação, (Idem).</p><p>As ciências humanas são efeito e meio ulterior de desenvolvimento de comunicação generalizada. Os dois termos (ciências humanas sociedade de comunicação) tem a sua peculiar evidência no discurso da nossa cultura. As ciências humanas fazem parte daqueles saberes que Kant[footnoteRef:18] designou de antropologia pragmática, isto é, que dão uma descrição positiva não a partir do que ele é por natureza mas daquilo que ele fez de si, portanto das instituições das formas simbólicas da cultura, (idem). [18: ( )Nasceu e morreu em Konigsberg, Kant praticamente nunca deixou a sua cidade natal; uma tal antropologia é aquela em que não pode contentar se em estudar a natureza humana enraizada no mundo da experiencia e do devir histórico, deve ser indissociável de uma sabedoria que tenha em conta aperfeiçoamento da humanidade.]</p><p>As ciências humanas são aqueles que descrevem positivamente aquilo que o homem faz de si na cultura e na sociedade; então podemos convir que a</p><p>própria ideia de uma tal descrição é essencialmente condicionara pelo desenvolvimento de formas visível acessível a análises comparativas, de uma positividade do fenómeno humano; o que, na forma evidente se exactamente com o desenvolvimento da sociedade moderna nos seu aspectos comunicativos. Segundo (Mc Luhan apud Vattimo : 22) defende que a sociedade é definida e caracterizada pelas tecnologias de que dispõe, não em sentido genérico mas em sentido especifico de tecnologias de comunicação (idem).</p><p>Heidegger define a modernidade como a época em que o mundo, se constitui, se reduz em imagens; imagens construídas e verificadas pelas ciências, que – se desenvolvem quer na manipulação da experiencia, que na aplicação dos resultados á técnica que sobre tudo – se concertam afinal na tecnologia de informação. A sociedade moderna é essencialmente a sociedade de comunicação; isso significa que:</p><p>· O sentido em que se move a tecnologia não é só no domínio da natureza mas no desenvolvimento específico da informação e da constituição do mundo em imagem;</p><p>· Essa sociedade em que a teleologia tem o seu apogeu na informação é também sociedade das ciências humanas (idem).</p><p>A sociedade das ciências humanas é aquela em que o humano se torna objecto de saber rigoroso, válido, verificável. Uma sociedade livre é aquela em que o humano pode tornar consciente de si, numa esfera pública, a opinião pública da livre discussão; não ofuscada por dogmas, interesses e superstições (ibidem: 24).</p><p>Segundo Apel (apud Vattimo : 27) – defende que as ciências humanas são efectivamente a condição positiva que tornam possível uma auto-consciência social.</p><p>O ideal de auto-transparência é importante “o saber em si da sociedade se constitui em formas não alienadas” segundo Sartre[footnoteRef:19] (apud Vattimo : 28) enquanto efectivamente participadas por todos os membros daquela sociedade. Os mass-media são modos em que a consciência se transmite a todos os seus membros, não se deixassem já condicionadas por ideologias, interesses de sectores. Se tornam órgãos dos órgãos da ciências sociais (idem). [19: ( ) Filosofo existencialista, a sua filosofia é fundado na liberdade do homem, defende uma liberdade absoluta e uma responsabilidade total porque o homem ao escolher, escolhe a si mesmo, uma vez lançado ao mundo é responsável por tudo o que faz ainda mais, este homem é um ser para outros.]</p><p>“Paradoxalmente no momento em que o enorme desenvolvimento de comunicação e da troca de informações culturais, politicas, tornavam possível um projecto de história autenticamente mundial, o declínio da Europa e o nascimento de mil outros centros da história anulavam essa possibilidade e levavam a historiografia europeia a confrontar – se com necessidade de uma transformação profunda na própria concepção do mundo”.Nicola Tranfaglia (apud Vattimo: 29).</p><p>A impossibilidade de fazer verdadeiramente uma história universal. A ideia de uma história mundial revela-se como redacção do curso dos acontecimentos humanos sob uma perspectiva unitária que é também sempre em função e domínio seja domínio e classes, colonial etc. Mas o ideal de auto transparência funciona apenas do ponto de vista de um sujeito central, auto transparência desenvolve mecanismos (aparecimentos de novos centros da história), (idem).</p><p>A sociedade das ciências humanas e da sociedade de comunicação avançou para aquela que pelo menos em geral, pode se chamar “fabulação”. As imagens do mundo que são fornecidas pelos mídias e pelas ciências humanas, embora em planos diferentes, constituem a própria objectividade do mundo, e não apenas interpretações diferentes de uma “realidade” de algum modo “dada”. Tem mais sentido reconhecer que aquilo que chamamos “realidade do mundo” é alguma coisa que – se constitui como “contexto” das múltiplas fabulações – e tematizar o mundo nestes termos é precisamente o dever e o significado das ciências humanas. (ibidem: 32).</p><p>O auto transparência a que o conjunto dos midias e ciências humanas nos conduz, parece ser esta, a saber, a exposição da pluralidade dos mecanismos e das armações interna da constituição da nossa cultura. O sistema media ciência humanas, quanto funciona com emancipação apenas enquanto nos coloca num mundo menos unitário, menos certo, portanto menos tranquilizador que o mito (ibidem: 33).</p><p>Mas as ciências sociais estão na verdade mais profundamente implicadas na modernidade do que as ciências naturais, na medida em que a revisão crônica das práticas sociais à luz do conhecimento sobre estas práticas é parte do próprio tecido das instituições modernas (GIDDENS, 1991: 41)</p><p>3.2 O sentido do mito na perspectiva da pós-modernidade em Vattimo</p><p>Um outro problema que se coloca a consciência contemporânea na medida que se torna consciente “de fabulização” do mundo operada pelo sistema midias – ciências é redefinir a sua posição relativamente o mito[footnoteRef:20]. Ao contrário do pensamento científico o mito não é um conhecimento demonstrativo, analítico, globalmente, tem menores pretensões de objectividade; tem a ver com a religião e arte com o rito e a magia. A ciência nasce, pelo contrário em oposição a ele como uma desmitificação (ibidem: 35). [20: Narrativa fabulosa mais ou menos sagrado que diz respeito aos seres que personifiquem os agentes naturais ou origem de uma sociedade. O mito, nas culturas em que está activo, serve de referência justificativa e de modelo ]</p><p>“Muito antes de mundo se apresentar a consciência como um complexo de “coisa” empíricas e de propriedades empíricas, apresentou – se como um conjunto de potencias acções míticas”Cassier, ( apud Vattimo: 36).</p><p>O mito é um saber anterior ao científico, mas antigo, menos maduro, mais ligado a aspectos infantis da história da mente humana. Mas devido as criticas que, em filosofia, sofreram os metafísicos evolucionistas da história e juntamente com o próprio ideal de racionalidade científica e outras causas; a concepção do mito como pensamento primitivo parece indefensável (idem). São várias atitudes que condicionaram o uso do conceito mito, que são:</p><p>Arcaísmo - Trata – se da desconfiança difundida na cultura cientifica – tecnológica ocidental, considerada como modo de vida que viola e destrói a autentica relação do homem em si próprio e com a natureza, e que esta imutavelmente ligada também ao sistema de exploração capitalista e as suas tendências imperialistas (idem).</p><p>A má consciência relativamente ao colonialismo e as várias formas de neocolonialismo, as preocupações ecológicas pelas consequências devastadoras que a ciência, a tecnologia, a exploração capitalista e a corrida aos armamentos tem sobre a natureza e a própria natureza física do homem. Esses são alguns aspectos que nascem o arcaísmo em relação ao mito (idem).</p><p>O mito não é uma fase primitiva e superada da nossa história cultural, mas antes uma forma de saber mais autêntica, não devastada pelo fanatismo puramente quantitativo e pela mentalidade objectivamente da ciência moderna, da tecnologia, do capitalismo. Espera – se de um renovado contacto com o mito, quer na forma dos mitos das outras civilizações, quer na forma dos mitos antigos da nossa tradição. Uma possível saída das deformações e contradições da actual civilização técnico – cientifico. No arcaísmo se preocupa dos mitos também de outras civilizações (ibidem: 38).</p><p>Irracionalismo mitigado ou teoria da racionalidade limitada -Nesta atitude o mito é entendido num significado específico que se liga ao sentido etimológico da palavra. O mito significa “narração” nesta forma ele opõe – se e distingue se do saber cientifico a demonstrabilidade e objectividade, etc; mas por um seu aspecto positivo: estrutura narrativa. Racionalidade limitada é aquela conjunta de atitudes que consideram o saber mítico na sua qualidade essencialmente narrativa; como uma forma de pensamento adequado a certos âmbitos da experiencia, sem contestar, ou sem por explicitamente em questão, a validade do saber cientifico – positivo para outros campos da experiencia (ibidem:42). Podemos encontrar exemplos</p><p>desta posição:</p><p>“Na teoria sobre a historiografia, em que o modelo da narratividade é cada vez mais relevante não apenas enquanto revela os modelos retóricos sobre os quais se constrói a historiografia, mas sobre tudo enquanto descobre a pluralidade destes modelos, a base para negar a unidade destes modelos, a base para negar a unidade da história, e para reconhecer a sua irredutível pluralidade” (ibidem: 43).</p><p>Estes diversos modos de pensar no mito, em termos de aplicabilidade como é o caso de irracionalismo mitigado tem um pressuposto comum segundo a qual: “ certos campos de experiencia não se deixam compreender mediante a razão demonstrativa ou método científico, e exigem, pelo contrário, um certo tipo de saber que não pode qualificar – se senão como mítico” (idem).</p><p>Estas atitudes põem de parte com demasiada e pressa o problema da contextualização histórica. O arcaísmo pretende voltar as origens e ao saber mítico sem perguntar o que é o período intermédio que nos separa daquele período inicial, a racionalidade limitada não tem explicita acerca da possibilidade de distinguir entre campos de saber mítico e campos de racionalidade científica.</p><p>A todos esses problemas a metafísica da história dava uma resposta “concebendo a história como único processo de emancipação da razão” mas variados povos e cultura tomaram a palavra na cena do mundo e tornou impossível acreditar que a história seja processo unitário. A realização da universalidade da historia tornou impossível uma história universal, isto é, a ideia de que o curso histórico pudesse pensar – se como libertação da razão das sombras do saber mítico, perdeu a sua legitimidade, a legitimação foi reconhecida ela como um moto (ibidem: 46).</p><p>Segundo Boaventura de Sousa Santos na sua “Introdução a uma Ciência Pós – Moderna” - Na primeira ruptura da “introdução a ciência pôs – moderna”[footnoteRef:21] cita Bachalar[footnoteRef:22] (apud Santos: 31) - a ciência se opõe absolutamente a opinião; em ciência nada é dado, tudo – se constrói. O senso comum, o conhecimento vulgar, a sociologia espontânea, a experiencia imediata, tudo isso são opiniões, formas de conhecimento falso que é preciso romper para que se torne possível o conhecimento científico, racional e valido. A ciência – se constrói pois contra o senso comum. [21: Segundo este autor na sua obra - defende que a época em que vivemos de ser considerada como uma época de transição entre o paradigma da ciência moderna e um novo paradigma, de cuja a emergência se vão acumulando os sinais, e que a falta de melhor designação o autor preferiu chamar de pós – moderna, (Santos, 1989: 11).</p><p>] [22: ( ) Filosofo epistemólogo francês, renovou a epistemologia definindo as características de um novo espírito científico ]</p><p>Reencontro: a segunda ruptura epistemológica Na percepção do autor de Santos a ruptura Bachalardiana só é compreensível dentro de um paradigma que se constitui contra o senso comum e recusa as orientações para a vida prática. A epistemologia bachalardiana, representa o máximo da consciência possível do paradigma da ciência moderna. As aquisições desta epistemologia representam um progresso notável no sentido da racionalização do mundo; mas tem de ser relativizadas no interior de uma racionalidade envolvente. É nesses termos que se concebe o reencontro da ciência com o senso comum.</p><p>“ Os preconceitos são constitutivos do nosso ser, da nossa historicidade, por isso não podem ser considerados leviadamentes cegos, infundados ou negativos, são eles que nos capacitam a agir e nos abrem á experiencia e por isso a compreensão do nosso estar no mundo não pode de modo algum dispensa – los”.Gadamer ( apud santos: 39).</p><p>Do mesmo modo a investigação sobre inferência humana revelam que uma ilusão pode conduzir a verdade, quer porque corrige, quer porque neutraliza uma outra ilusão, quer porque substitui uma interferência correcta. “No mesmo contexto seria ainda salientar a análise de kolakowski sobre os erros felizes de lenin[footnoteRef:23] A luz destas considerações pode – se concluir que caminhamos para uma nova relação entre a ciência e o senso comum. A primeira ruptura é imprescindível para constituir a ciência, mas deixa o senso comum como esta antes dela, a segunda ruptura transforma o senso comum com base na ciência. Com essa dupla transformação pretende – se um senso comum esclarecido e uma ciência por dentro (idem: 40). [23: () Erros da avaliação da força do movimento revolucionário, que, em parte foram responsáveis pelo êxito da revolução” ( Kolakowiski apud Santos: 40).</p><p>]</p><p>O carácter mítico da desligitimação legitima as atitudes em relação ao mito? Desmitificar a desmitificação não significa restaurar os direitos do mito, pelo menos porque entre os mitos a que reconhecer legitimidade existe também o da razão e do seu progresso. A desmitificação não é algo que – se pode exorcizar facilmente. “ Quando se descobre que também o valor da verdade é uma crença baseada em exigências vitais, portanto, “um erro” não se restauram simplesmente os erros precedentes: continuar a sonhar sabendo que – se sonha.” Nietzche (apud Vattimo: idem); se quisermos sermos fiéis a nossa experiencia histórica primeiro teremos ter em conta que uma vez revelada a desmitificação como um mito, a nossa relação com o mito não emerge ingénuo, mas fica marcada por essa experiencia.</p><p>Uma teoria da presença do mito, na nossa cultura de hoje deve voltar a partir deste ponto em “gaia ciência” este é a expressão de um destino da nossa cultura este destino pode indicar com termo secularização. “Uma cultura secularizada não é uma cultura que tenha atirado para traz os conteúdos religiosos da tradição, mas que continua vive-los como vestígios, modelos ocultos, mas profundamente presente” (idem).</p><p>A cultura moderna europeia esta assim ligada ao próprio passado religioso não só por uma relação de “superação” e “emancipação”, mas também por uma relaçao e distorção esvaziamento: o progresso tem uma espécie de natureza nostálgica, como o classicismo e o romantismo dos séculos passados nos ensinaram. Mas significado desta nostalgia só se manifesta com a experiencia da desmitificação levada ate ao fim. “Desmitificação” é revelada como mito, o mito “recupera a legitimidade”. A presença do mito na nossa cultura actual não exprime um movimento de alternativa ou de oposição á modernidade, é pelo contrário um resultado consequente, um ponto de chegada, um momento da desmitificação da desmitificação; pode – se considerar o verdadeiro momento da passagem do moderno ao pós-moderno (ibidem: 49).</p><p>3.3 Crítica de Vattimo a filosofia fundacional</p><p>Pensamento débil[footnoteRef:24]- afirma Vattimo: “a filosofia, em seu núcleo mais autêntico, de Aristóteles ate Kant, é saber é saber da fundação, saber primeiro”. A filosofia com Aristóteles pretendia conhecer o estrato primeiro de ser e com Kant os modos universais e fixos de conhecer mas depois de Niezche e Heidegger se desvaneceu a ideia da filosofia como saber fundacional. As razões de tal evento são vários: o mundo de saber – se tornou tão complexo que é inverosímil a existência de um saber que “governe todos os outros de modo unitário” ( VATTIMO apud Real, G, Antiseri,D; 2006: 281). [24: ( ) Onde sustenta que não é mais possível propor uma filosofia que presuma ter certezas e de fundamentos inconfessa, sobre teorias sobre o homem, sobre deus, sobre culturas, sobre valores, ou por outras não é mais possível propor uma filosofia fundacional, a crise de fundamentos doravante se descolou dentro da própria ideia verdade.]</p><p>Há uma especialização das esferas da existência, e é obvio que se imponham “lógicas específicas nos vários sectores da vida” os meios de comunicação nos colocam continuamente em contacto com culturas diferentes; e todos nós temos uma experiencia de multiplicidade que torna sempre mais difícil a redução de tudo a um único fundamento. Hoje e ilusório voltar as evidências e indiscutíveis, certificada pela consciência, “ a evidencia não deve ser tomada como sinal da verdade, porque</p><p>a evidência é produzida por hábitos pressões sociais, convicções da língua de algum modo” (idem).</p><p>· Os Pressupostos Hermenêuticos do Pensamento Débil</p><p>Estes tornam impossível uma filosofia fundacional; o primeiro pressuposto da hermenêutica é a ideia de que o homem lhe a realidade dentro de horizontes linguístico que tornam a evidencias relativas as categorias linguísticas típicas de tais horizontes</p><p>· Então o que significa pensar e ser?</p><p>“O homem encontra sempre lançado em um projecto, em uma língua, em uma cultura que herda” o homem abre – se ao mundo por meio da linguagem que fala, rematar a estas aberturas linguísticas que permite a “visão do mundo” significa pensar; mas significa pensar que o ser da – se como transmissão de aberturas deves enquanto diferentes, assim são diferentes as gerações dos homens”.É também em primeiro lugar a consciência de multiplicidade, de perspectivas, dos universos culturais, apriori que tornam possível a experiencia e a herança (ibidem: 282) O pensamento débil é o fim da modernidade, o pensamento débil é o “pós-moderno” “o fim da história”; desaparecimento das leis que guiavam toda história humana; dissolveu – se a ideia de história como processo unitário e progresso universal (idem).</p><p>Com o pensamento débil muda a imagem da racionalidade; no presente o pensamento débil da atenção aos sectores da experiencia humana que um olhar totalizante, deve, ao contrario excluir; em direcção ao futuro pode se hipotetizar que a contenção do pensamento forte significa também na contenção de violência e um pressuposto para a construção de um espaço sempre mais aberto as iniciativas, a liberdade, a tolerância, interferência com as culturas “diferentes” (idem).</p><p>“Deve ser tomada como sinal da verdade, porque a evidência é produzida por hábitos pressões sociais, convicções da língua de algum modo” (VATTIMO apud Real, G, Antiseri,D; 2006: 28).</p><p>Há uma especialização das esferas da existência, e é óbvio que se imponham “lógicas específicas nos vários sectores da vida” os meios de comunicação nos colocam continuamente em contacto com culturas diferentes; e todos nós temos uma experiencia de multiplicidade que torna sempre mais difícil a redução de tudo a um único fundamento. Hoje e ilusório voltar as evidências e indiscutíveis, certificada pela consciência, “ a evidencia não deve ser tomada como sinal da verdade, porque a evidência é produzida por hábitos pressões sociais, convicções da língua de algum modo” (Real, G, Antiseri,D; 2006: 281).</p><p>Derrida[footnoteRef:25] – desenvolveu o conceito da razão do ocidente a partir do próprio principio da razão. Segundo ele toda a filosofia ocidental partilha a ideia de um centro, de algo que unifica e estrutura a sua construção teórica – como deus, homem, verdade – noções que estruturam noções do mundo; a isso Derrida chama de “logocentrismo” (idem). [25: () Filosofo francês, que partindo da fenomenologia de Hursel mas juntando com reflexão sobre a escrita e interpretação de Nietzsche e Heidegger elabora uma desconstrução de toda a metafísica ocidental.]</p><p>Ele chama atenção para o facto de que um desses centros corresponde uma antítese, o seu oposto: deus-diabo, homem-mulher, verdade-mentira. Essa lógica das proposições teve origem na Grécia, na “oposição razão (logos) ” e mito e preservado pela filosofia ocidental.</p><p>Derrida pretende desconstruir o conceito de logos, negar sua supremacia entre o seu par lógico, sem o qual ele não teria sentido, porque o pensamento ocidental teria atribuído um valor absoluto a um dos a um dos elementos que correspondem essa dualidade, criando verdades absolutas; o autor identifica nelas condições de construções culturais. Ele propõe desconstrução desses centros de filosofia ocidental; a desconstrução é portanto uma análise que pretende como se da construção de certas noções. Como por exemplo: como o conceito da razão e valores a ele associados – como depois elas passam a ter função predominante na cultura ocidental e por fim, como eles podem ser usados como forma de dominação (ibidem: 229).</p><p>A pós-modernidade[footnoteRef:26] é o”esgotamento da modernidade;” se refere a fenómenos culturais e intelectuais; um dos fenómenos é o “abandono do fundacionismo”, isto é, a visão de que a ciência este construída sobre base firme de factos observáveis, na filosofia da ciência. Outro fenómeno é o interesse pelo local em vez do universal ( LYON, 2002: 170). [26: () Este autor sustenta que a pós – modernidade é um conceito multifacetado que chama atenção para um conjunto de mudanças sociais, culturais profundas que estão acontecendo em muitas sociedades “avançadas”. A pós – modernidade existe como ideia ou forma de crítica na mente dos intelectuais e nos meios de comunicação. Esta ideia nos alerta para uma serie de questões importante ( 2002: 7).</p><p>]</p><p>3.4 Crítica da história unitária no plano estético ou passagem da “utopia a heterotopia” em Vattimo</p><p>Vattimo sustenta que a mais radical transformação que se verificou nos anos 60 e hoje no que diz respeito a arte e vida quotidiana se pode descrever-se como passagem da utopia a heterotopia. A utopia[footnoteRef:27] se apresenta na sua forma radical no marxismo mas tem também uma versão burguesa, que se pode verificar na ideologia do “design”. [27: () Utopia – era o significado das vanguardas artísticas do inicio do século pela ideologia de design por outro lado. É desta grande unificadora que era utopia estética da experiencia, e que unificava orientações teóricas e politicas diferentes conferindo lhes uma geral atitude de orientação em relação a “arte das obras de arte” a favor de design ou a favor de resgate revolucionário de toda existência.]</p><p>“Já não parece restar hoje grande coisa, é raro agora tanto quanto sei, que o discurso crítico sobre as artes coloque ainda explicitamente o problema do significado.” (ibidem:69). Deste ponto de vista para o autor a interpretação mais teoricamente fiel e adequada da experiencia estética tal como se da nos anos mais recentes é aquela que nos propõe a ontologia de Gadamer (ibidem: 70).</p><p>Segundo Gadamer[footnoteRef:28] (apud Vattimo: 71) – sustenta que a “experiencia do belo é caracterizado pelo reconhecimento numa comunidade de fruidores do mesmo tipo de objectos belos naturais e de arte”. A sociedade burguesa europeia - que se sentia portadora privilegiada do humano, pelo contrário, evidenciou de modo explosivo a multiplicidade dos “belos” dando a palavra a culturas diversas. De facto, o fim da utopia do resgate estético da existência mediante a humificação do belo com o quotidiano aconteceu paralelamente, e pelos mesmos motivos, no fim da utopia revolucionário dos anos 60: divido a explosão de sistemas de conceber a história como curso unitário (idem). [28: () Filosofo alemão, sua obra principal propõe um reexame das ciências do espírito ou humanas.</p><p>]</p><p>A utopia nos seus aspectos estéticos implicava um quadro de referência da história universal como curso unitário. “ Quando a história se transforma ou tende a transformar – se, efectivamente, em história universal dado que lhe tomaram, a palavra muitos excluídos, mudos, queixosos – tornam – se impossível pensa-la como curso unitário eventualmente destinada a uma emancipação”. Dissolveu-se também no plano estético com a efectiva realização de uma certa “universalidade” na forma da tomada da palavra de diferentes modelos de valor e de reconhecimento (ibidem: 72).</p><p>Quanto a experiencia estética e ao seu modo de referir-se a vida quotidiana não é apenas o “regresso” da arte nas suas canónicas modernas, mas também, e sobretudo, o esboço de uma estética de massa como tomada de palavra de muitos sistemas de reconhecimentos comunitários, de múltiplas comunidades que se manifestam, exprimem, reconhecem em modelos formais e em mitos diferentes. Deste modo a “essência” moderna da experiencia estética foi redefinida: o belo é a experiencia de comunidade; se realiza como instituição de comunidade (ibidem: 73).</p><p>O desenvolvimento da experiencia estética como experiencia de comunidade,</p>

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