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<p>AMBIENTE LEGAL DE NEGÓCIOS</p><p>1-1 Conceitos fundamentais</p><p>1. Enquadra-se na subdivisão de "Público" o Direito:</p><p>RESP: E. Internacional Privado.</p><p>São ramos do Direito Público: Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Financeiro, Direito Internacional Público, Direito Internacional Privado, Direito Penal e Direito Processual.</p><p>2. Sobre Direito Público e Direito Privado, assinale a alternativa correta.</p><p>RESP: C. O Direito Público tutela os interesses gerais e visa ao fim social, quer perante os seus membros e a ele, quer perante outros Estados .</p><p>O Direito Público é o ramo do Direito composto pelas normas que têm por matéria de interesse do Estado. São exemplos delas a função e a organização, a ordem, a segurança e a paz social. Tais normas regulam as relações entre o Estado e os particulares, visando sempre à concretização do interesse público, conforme as previsões da lei. </p><p>3. Assinale a alternativa correta.</p><p>RESP: C. São ramos do Direito Privado o Direito Civil e o Direito Comercial. </p><p>Direito Civil é ramo do Direito Privado por excelência, pois visa a regular as relações dos indivíduos, estabelecendo direitos e impondo obrigações. Direito Comercial: é o ramo do Direito destinado a regular a prática do comércio, bem como o direito das partes envolvidas. </p><p>4. Qual das alternativas a seguir expressa o elemento que se encontra no topo da Pirâmide de Kelsen?</p><p>RESP: B. Constituição Federal.</p><p>A Constituição Federal está no topo da pirâmide de Kelsen, pois ela é o conjunto máximo de leis do Brasil. Então, qualquer outra regimentação a partir daqui, mesmo que pertencente a uma fonte primária, deve estar de acordo com o topo. Do contrário, é inconstitucional e não surte efeito na prática. </p><p>5. O objeto do estudo do Direito Constitucional é:</p><p>RESP: B. a Constituição Federal.</p><p>O objeto de estudo do Direito Constitucional é a Constituição do Estado, ou seja, a sua organização jurídica fundamental. </p><p>1-2 - Evolução histórica do Direito Civil</p><p>1. Justiniano, imperador romano do século IV, atribuiu a certo grupo de juristas a elaboração de uma compilação das melhores decisões da história do direito romano. Como é chamado esse documento?</p><p>RESP: C. Digesto.</p><p>Digesto é a compilação das melhores decisões do direito romano até o império de Justiniano. Codex, Novellae e Institutas são obras importantes solicitadas por Justiniano, que formam o Corpus iuris civilis, grande influência para o direito atual.</p><p>2. Considere o texto a seguir.</p><p>No Brasil, a codificação está ligada ao direito _________. As Ordenações Filipinas regularam o direito brasileiro por mais tempo do que no próprio país em que foram elaboradas e influenciaram diretamente a sistematização dos direitos.</p><p>Qual alternativa completa corretamente a lacuna?</p><p>RESP: A. português</p><p>O direito português, a exemplo de outros países da Europa, assimilou e adaptou o direito romano. Assim, em virtude da colonização, a codificação brasileira é historicamente vinculada ao direito português, a exemplo das ordenações que vigeram no país.</p><p>3. Sobre a codificação, é correto afirmar que:</p><p>RESP: C. os códigos são sistemáticos e científicos, regulam unitariamente um ramo do direito.</p><p>Os códigos não são meras compilações, trata-se de uma organização sistemática que regula um único ramo do direito, ainda que não exclua a consulta em leis complementares.</p><p>4. No que se refere ao Código Civil de 1916, assinale a alternativa correta.</p><p>RESP: C. Com a finalidade de atualizar o Código de 1916, várias leis foram publicadas após a sua vigência, como a lei do divórcio, dos direitos autorais e dos registros públicos.</p><p>Embora o Código de 1916 tenha deixado de abordar importantes conquistas, a lei do divórcio é de 1977. O Código Civil não atendia por completo às necessidades da época, pois já nasceu velho em virtude da demora para sua elaboração, o que ensejou a publicação de diversas leis posteriores com o fim de atualizá-lo. Entrou em vigor um ano após sua aprovação e apresentou alterações significativas nas disposições quando foi substituído pelo Código de 2002.</p><p>5. Sobre o Código Civil de 2002 e a evolução do direito civil, é correto afirmar que:</p><p>RESP: D. no estágio atual do direito civil, verifica-se a forte incidência dos princípios constitucionais e dos direitos fundamentais trazidos pela Constituição Federal de 1988.</p><p>O direito civil atual é aplicado sob os princípios da Constituição de 1988 e de acordo com os direitos fundamentais. O Código Civil de 2002 entrou em vigor um ano após sua publicação e trouxe inovações legislativas em relação ao Código de 1916, sendo dividido em duas partes: geral e especial.</p><p>2-1 - Princípios do Direito Administrativo: continuidade dos serviços públicos, moralidade administrativa</p><p>1. De acordo com o princípio da continuidade, o serviço público deve ser contínuo e não deve sofrer interrupções, por se tratar de serviço básico oferecido à população. Assinale a alternativa correta em relação a esse princípio:</p><p>RESP: A. É legal o corte de serviço público por inadimplemento do usuário, mas somente após prévio aviso ao usuário.</p><p>Segundo o princípio da continuidade, o serviço público deve ser contínuo e não deve sofrer interrupções. Exceto em duas situações, de acordo com o entendimento da doutrina majoritária e do art. 6º, §3º, II, da Lei nº 8.987/95: quando “I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade”. Desse modo, a alternativa correta é a que menciona que a exceção é o corte de serviço público por inadimplemento do usuário, mas somente após prévio aviso ao usuário. Ainda, é importante salientar que o corte de serviço público por inadimplemento que gere a interrupção de serviços essenciais à própria coletividade é considerado ilegal.</p><p>2. De acordo com o princípio administrativo da eficiência, a atividade dos agentes públicos deve ser eficiente, e a prestação de serviços feita com qualidade, de forma econômica e ao mesmo tempo eficaz. Assinale a alternativa que contenha algo que deve ser levado em conta na prestação dos serviços pelos administradores:</p><p>RESP: B. O custo-benefício dos serviços: prestar serviços de qualidade com economicidade.</p><p>De acordo com o princípio da eficiência, a alternativa que contém algo importante que deve ser levado em consideração pelos administradores públicos quando da prestação de serviços é a que menciona o custo-benefício destes: prestar serviços de qualidade com economicidade. O administrador público deve sempre zelar pelo bom emprego das verbas públicas. O prestígio do administrador público não tem relevância para o princípio da eficiência. Assim como o êxito na obtenção de resultados satisfatórios, deve levar em conta os meios necessários para atingi-los. E a arrecadação de verbas aos cofres públicos deve ser sempre feita de forma lícita.</p><p>3. De acordo com o princípio da moralidade, a conduta do administrador público deve ser sempre guiada pela moral, pela ética e pelos bons costumes. Assinale a alternativa que contenha uma das sanções previstas na Constituição Federal para aqueles que praticam atos de improbidade administrativa:</p><p>RESP: B. A perda da função pública.</p><p>A alternativa correta é aquela que menciona a perda da função pública. De acordo com o art. 37, §4º, da Constituição Federal de 1988, foram estabelecidas as seguintes punições para aqueles que praticarem atos de improbidade administrativa (sem prejuízo da ação penal cabível em cada caso concreto): “a) suspensão dos direitos políticos; b) a perda da função pública; c) a indisponibilidade dos bens; d) ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei.”. Tudo isso, sem prejuízo da ação penal cabível. Já as demais alternativas, que citam o afastamento da função pública, a perda dos direitos políticos, a prisão preventiva e apenas sanção administrativa, estão incorretas porque não são sanções previstas pela Constituição aos que praticam atos de improbidade administrativa.</p><p>4. Existe um princípio no Direito</p><p>Administrativo que visa primordialmente evitar a instabilidade social. Assinale a alternativa que mencione o nome desse princípio e o efeito por ele produzido:</p><p>RESP: C. Princípio da segurança jurídica, cujo efeito é ex nunc.</p><p>O princípio da segurança jurídica é a base do Estado de Direito e visa proteger os cidadãos, evitando que sejam surpreendidos por mudanças repentinas na legislação. Por esse motivo, diz-se que pretende evitar a instabilidade social. Desse modo, segundo o princípio da segurança jurídica, as normas não devem retroagir, devendo alcançar somente situações futuras. O efeito produzido, portanto, é o ex nunc (que não retroage e só tem validade a partir daquele instante). Os princípios da legalidade, da moralidade, da razoabilidade e da especialidade, bem como os efeitos que se seguem a cada um deles nas alternativas, não se referem ao princípio que tem como objetivo principal evitar a instabilidade social, que, como dito, é o da segurança jurídica.</p><p>5. O princípio da eficiência tornou-se expresso com o advento da EC 19/98. Além disso, antes mesmo da alteração constitucional, o art. 6º, §1º, da lei 8.987/95 definia a eficiência como princípio básico para que fosse adequada a prestação de serviços públicos. Com relação a esse princípio, assinale a alternativa correta:</p><p>RESP: E. A eficácia diz respeito ao sucesso da atuação administrativa.</p><p>Eficiência, eficácia e efetividade não são conceitos sinônimos no Direito Administrativo. O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com qualidade e economicidade, visando sempre ao custo-benefício. Já a eficácia relaciona-se ao sucesso da atuação administrativa verificado com a análise dos resultados obtidos pela administração pública. E a efetividade diz respeito à análise do que foi planejado e o que foi realmente concretizado, isto é, tem seu foco nos resultados alcançados.</p><p>2-2 - Evolução histórica do direito comercial</p><p>1. Nos primórdios, por qual motivo os homens estabeleceram as trocas de mercadorias e produtos? </p><p>RESP: B. Pela necessidade imediata de subsistência.</p><p>Ao longo da História, grupos de pessoas sempre cultivavam determinados produtos; se a colheita fosse bem-sucedida e suficiente para prover seu próprio sustento e de seu grupo, o restante seria usado como troca, com a finalidade de obter provisões, alimentos, assim como ferramentas utilizadas para facilitar as tarefas diárias. No início, as trocas se estabeleceram pela necessidade imediata de subsistência, no entanto, foi se percebendo a valia de se produzir mais para que o excedente fosse utilizado para um futuro escambo.</p><p>2. Qual o objetivo de editar o regulamento nº 737, de 1850? </p><p>RESP: C. Para disciplinar as operações de mercância.</p><p>A edição do regulamento nº. 737, em 25 de novembro de 1850, disciplinou, em seu artigo 19, as diversas operações de câmbio, seguros, banco e corretagem, bem como a compra com o objetivo de posterior revenda, de bens móveis ou semoventes, transporte de mercadorias, entre outros. Visto que, mesmo com todas as mudanças realizadas no Código Comercial, em 1850, os atos de comércio não haviam sido enumerados, a exemplo do Código Francês.</p><p>3. Qual o conceito de empresa defendido por Cesare Vivante?</p><p>RESP: C. Um organismo econômico que, por seu próprio risco, recolhe e põe em atuação sistematicamente os elementos necessários para obter um produto destinado à troca.</p><p>Inúmeros jurisconsultos italianos se aplicaram ao estudo do conceito da empresa. Cesare Vivante defendia a ideia de que empresa é um organismo econômico que, por seu próprio risco, recolhe e põe em atuação sistematicamente os elementos necessários para obter um produto destinado à troca.</p><p>4. Como são divididas as fontes da teoria da empresa?</p><p>RESP: E. Fontes primárias e secundárias.</p><p>As fontes do direito empresarial são os meios pelos quais as normas jurídicas se manifestam externamente. Elas podem ser divididas em diretas (ou primárias) e indiretas (ou secundárias). As fontes diretas ou primárias englobam as leis comerciais. Como exemplo, tem-se o próprio Código Civil, de 2002, em sua parte especial, Livro I, que dispõe sobre os contratos mercantis e os títulos de crédito, bem como o Livro II, que estabelece o direito de empresa. Há também leis autônomas, de cunho comercial, que se pode exemplificar, como: a Lei das Sociedades Anônimas (Lei nº 6.404/76); a Lei do Registro de Empresas (Lei nº 8.934/94); a Lei da Propriedade Industrial (Lei nº 9.279/96); a Lei sobre o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº 4.595/64); o Código de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/90), entre outras tantas. Já as fontes indiretas ou secundárias consistem nas analogias, costumes e princípios gerais do direito. Elas são utilizadas para preencher eventuais lacunas legislativas que possam surgir, de forma a complementar o sistema normativo.</p><p>5. O que são princípios gerais do direito?</p><p>RESP: E. São convicções normativas, de valor generalizado, que adequam e guiam ao entendimento do ordenamento jurídico, auxiliando na aplicação e ou na composição ou atualização das normas.</p><p>São convicções normativas, de valor generalizado, que adequam e guiam ao entendimento do ordenamento jurídico, auxiliando na aplicação e ou na composição ou atualização das normas. Assim, os Princípios Gerais do Direito são convicções essenciais do Direito, que lhe conferem embasamento e coesão, com o respaldo da justiça, liberdade, igualdade, democracia, dignidade, toda e qualquer fonte de proteção fundamental em caráter geral incorporado ao âmbito de atuação do Direito.</p><p></p><p>3-1 - Empresário</p><p>1. O que vem a ser uma Pessoa Jurídica? </p><p>RESP: D. Indivíduos dotados de personalidade jurídica.</p><p>Pessoas jurídicas estão descritas no ordenamento jurídico como indivíduos dotados de personalidade, na qual podem avocar encargos e direitos na condição de pessoa. É o sujeito de direito personificado não humano. Como sujeito de direito, tem aptidão para titularizar direitos e obrigações. Por ser personificada, está autorizada a praticar os atos em geral da vida civil, quais sejam: comprar, vender, tomar emprestado, dar em locação etc.; independentemente de específicas autorizações da lei. Finalmente, como entidade não humana, está excluída da prática dos atos para os quais o atributo da humanidade é pressuposto, como casar, adotar, doar órgãos e outros.</p><p>2. O que é a autonomia patrimonial? </p><p>RESP: A. Técnica de desmembramento de risco.</p><p>É uma técnica de desmembramento de risco, bem como a afetação de condomínio e bens. A partir desse sistema, o patrimônio da sociedade, pelo fato de ser personificado, é desassociado ao patrimônio dos demais sócios. Logo, se entende que, no tocante a obrigações comerciais, o patrimônio da pessoa jurídica responderá pelas obrigações contraídas por ela, não alcançando o patrimônio pessoal do sócio.</p><p>3. Qual a diferença entre ex nunc e ex tunc?</p><p>RESP: B. No ex nunc, os efeitos não retroagem; no ex tunc os efeitos retroagem.</p><p>No ex nunc, os efeitos não retroagem, valendo somente a partir da data da decisão tomada. Por exemplo: a revogação de ato administrativo opera efeitos ex nunc. Já no ex tunc, os efeitos são retroativos à época da origem dos fatos a ele relacionados. Por exemplo: as decisões definitivas no controle concentrado têm, em regra, efeito ex tunc.</p><p></p><p>4. Qual a principal distinção entre empresário individual e sociedade empresária?</p><p>RESP: C. Empresário individual não possui separação patrimonial, enquanto a sociedade empresária possui patrimônio próprio.</p><p>A principal distinção entre o empresário individual e a sociedade empresária é que, na sociedade, por ser uma pessoa jurídica, possui patrimônio próprio, separado do patrimônio dos sócios que a integram. Dessa forma, o patrimônio dos sócios, à princípio, não pode ser alcançado por dívidas da sociedade sem antes se executarem os bens sociais, conforme regra o artigo 1.024, do Código Civil. Já o empresário individual não possui essa separação patrimonial: todos os bens se comunicam, inclusive os pessoais,</p><p>tudo em nome do risco do negócio. Desse modo, a responsabilidade dos associados a uma sociedade empresária é subsidiária, pois, havendo caso de execução, este recairá sobre os bens da devida sociedade; quando em se tratando de empresário individual, a responsabilidade é direta.</p><p></p><p>5. Quem é considerado capaz para exercer a atividade empresária?</p><p>RESP: E. Todos aqueles indivíduos maiores de 18 anos, em posse de seus direitos civis; aos maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que independentes.</p><p>O artigo 972 do Código Civil especifica quem pode ser empresário: todos aqueles indivíduos maiores de 18 anos, em posse de seus direitos civis; aos maiores de 16 e menores de 18 anos, desde que independentes, ou seja, emancipados e que não estejam legalmente impedidos. O incapaz poderá figurar como empresário desde que por intermédio de um representante ou adequadamente assistido, cabível em herança dar seguimento à empresa por ele enquanto incapaz, por seus pais ou pelo doador da herança. Nesses casos em que o assistente ou representante se mostrar impedido, o juiz poderá nomear um sujeito para gerenciar a firma, sem qualquer prejuízo ao que compete à responsabilidade do representante ou do assistente.</p><p>3-2 - Sociedade limitada</p><p>1. As sociedades limitadas conferem limites à responsabilidade dos sócios, no entanto há exceções à regra. Assim, sobre a desconsideração da personalidade jurídica é correto afirmar que:</p><p>RESP: C. É quando, se verificado desvio de finalidade e confusão patrimonial, o patrimônio dos sócios responde por débitos da pessoa jurídica.</p><p>Obrigatoriamente, o patrimônio da empresa e dos sócios são separados e, se verificada situação de desvio de finalidade ou confusão patrimonial, é possível que a pessoa jurídica seja desconsiderada para que se atinja o patrimônio dos sócios, a fim de saldar os débitos empresariais. A desconsideração da pessoa jurídica não tem relação com falência ou extinção da sociedade.</p><p>2. Ângelo e Marisa são irmãos e os únicos sócios em uma farmácia de manipulação, sendo Ângelo o sócio majoritário. O filho de Marisa concluiu os estudos recentemente e os sócios pretendem torná-lo administrador da sociedade. Considerando as disposições do Código Civil, é correto afirmar que:</p><p>RESP: D. Ângelo e Marisa poderão designar o filho desta como administrador, desde que assim seja designado no contrato social ou em ato separado e desde que haja expressa autorização no contrato social.</p><p>Nos termos do artigo n.º 1.060 do Código Civil, a administração da sociedade cabe a uma ou mais pessoas, sócias ou não, designadas no contrato social ou em ato separado, independente das quotas sociais. Contudo, para que a sociedade possa ser administrada por um não-sócio, é necessária a expressa autorização no contrato social. Dessa forma, se inexistente tal autorização, somente os sócios podem ser administradores.</p><p>Assim, o filho de Marisa poderá ser o administrador da sociedade caso haja expressa previsão no contrato social e caso ele seja designado no próprio contrato ou em ato separado.</p><p>3. O nome empresarial apresenta a expressão de individualização do empresário, identificado no contrato social. Considerando as previsões legais sobre nome empresarial, um exemplo de denominação é:</p><p>RESP: E. Confeitaria Brigadeiro Feliz Ltda.</p><p>O nome empresarial pode ser do tipo firma ou denominação, sendo a firma constituída pelo nome completo do titular da empresa individual ou pelos sobrenomes dos sócios de sociedade empresária, acompanhados da expressão indicativa Ltda. Já denominação é o nome empresarial formado pela utilização de expressões de fantasia, acrescido também de Ltda. A saber, S/A é a expressão que compõe o nome das sociedades anônimas.</p><p>4. O contrato social é o documento fundamental das sociedades limitadas, cujo registro deve ser feito na Junta Comercial. Sobre eventuais alterações no contrato social, é correto afirmar que:</p><p>RESP: C. Independente da sua natureza, devem ser averbadas na Junta Comercial para que possam operar seus efeitos jurídicos.</p><p>O contrato social poderá, a qualquer momento, ser alterado para modificar, suprimir ou adicionar disposições sobre a sociedade limitada. Contudo é fundamental que essas alterações sejam averbadas na Junta Comercial para que possam surtir efeitos jurídicos, nos termos do artigo n.º 999 do Código Civil.</p><p>5. Considere a frase abaixo:</p><p>O capital social é constituído pelas contribuições dos sócios a fim de atender ao objeto da sociedade e divide-se em _______. É ______ quando os sócios declaram o valor ao qual se comprometem e é ______ quando os sócios efetivamente o entregam à sociedade.</p><p>Os termos que corretamente completam a frase acima são:</p><p>RESP: A. Quotas, subscrito e integralizado.</p><p>Para que a sociedade limitada seja constituída, é preciso determinar o capital social, que se divide em quotas. O capital é subscrito quando os sócios estipulam o valor que se comprometem a entregar para o funcionamento da sociedade e é integralizado quando efetivamente o entregam.</p><p>4-1 - Sociedade anônima: noções gerais</p><p>1. O capital social é o valor que corresponde à contrapartida dos acionistas para a execução das atividades da sociedade. Poderá ser integralizado de diversas formas, sendo vedada pela legislação a integralização por meio de:</p><p>RESP: D. Serviços.</p><p>Nos termos do artigo 7º da Lei nº 6.404/76, o capital social das sociedades anônimas poderá ser integralizado por dinheiro ou bens que possam ser avaliados em dinheiro, como imóveis, móveis e créditos. Dessa forma, a legislação veda a integralização de capital social por meio de serviços.</p><p>2. O processo de constituição das sociedades anônimas abertas ou fechadas inclui etapas e procedimentos em comum. Assim, considere as afirmações abaixo:</p><p>I - A escritura pública é essencial para incorporar imóveis ao capital social da companhia;</p><p>II - Até que se conclua o processo de constituição, a denominação da sociedade deve conter a expressão "em organização";</p><p>III - O funcionamento da sociedade é autorizado apenas após o registro do estatuto social.</p><p>Estão corretas as alternativas:</p><p>RESP: E. Apenas II e III.</p><p>No caso de incorporação de imóveis ao capital social, não se exige escritura pública para ambos os casos de constituição de sociedades anônimas. Por outro lado, é necessário que conste a expressão "em organização" na denominação da sociedade até que se conclua seu processo de constituição que, por sua vez, é finalizado com o registro do estatuto social, quando também o funcionamento da sociedade é autorizado.</p><p>3. A sociedade anônima poderá aumentar, reduzir ou manter seu capital social. A emissão de ações e quando um acionista exerce seu direito de retirada sem que a companhia possa reembolsá-lo são, respectivamente, hipóteses de:</p><p>RESP: B. Aumento e redução de capital social.</p><p>A emissão de ações é quando se verifica o ingresso de novos recursos no patrimõnio da companhia, por isso, é uma hipótese de aumento do capital social; já a ausência de condições da companhia em reembolsar o acionista exercente do direito de retirada obriga-a a reembolsá-lo às custas do capital social, reduzindo-o. Para manter o capital social, basta que a companhia mantenha a regularidade das suas atividades e seu funcionamento de acordo com as diretrizes legais.</p><p>4. Entre as responsabilidades dos administradores, previstas na Lei nº 6.404/76, está o dever de informar. Podemos afirmar que ítalo, membro do Conselho de Adminsitração de uma sociedade anônima, cumpre com essa responsabilidade quando:</p><p>RESP: B. Compartilha com os investidores fato relevante sobre a companhia, que pode interferir no mercado de valores mobiliários.</p><p>A denúncia de prática criminosa e o comparecimento pontual às reuniões demonstram o atendimento ao dever de diligência de Ítalo em relação à companhia. Da mesma forma, ele cumpre o dever de sigilo quando não compartilha informações privilegiadas, e cumpre o dever de lealdade quando os interesses da companhia prevalecem sobre os seus. Por fim, o dever de informar é cumprido quando compartilha com os acionistas fato</p><p>relevante que possa interferir no mercado de valores mobiliários.</p><p>5. Assim como os administradores, os acionistas também são responsáveis em relação à companhia, nos termos das disposições da Lei nº6.404/76. Diz-se que o acionista é remisso quando:</p><p>RESP: B. Deixa de realizar a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.</p><p>Acionista remisso é aquele que não cumpre com suas obrigações de pagar o preço de emissão das ações as quais subscrever, sua principal obrigação. A ação dolosa ou culposa, a violação de lei, o exercício do direito de retirada e o cumprimento do dever de lealdade estão relacionadas ao acionista e ao adminsitrador, porém, não se referem ao conceito de remissão de acionista.</p><p>4-2 - Sociedade cooperativa</p><p>1. Sabendo que a cooperativa é a união de pessoas que juntam suas forças para atuar em determinada atividade, assinale a alternativa correta sobre essa sociedade:</p><p>RESP: D. A cooperativa tem as mesmas obrigações trabalhistas que as demais sociedades.</p><p>Independentemente de seu objeto social, a cooperativa pode ser equiparada a uma sociedade simples, conforme prevê o artigo 982 do Código Civil. Em razão de previsão constante do artigo 4º da Lei n.º 5764/71, as sociedades cooperativas não estão sujeitas à falência. Além disso, nenhuma cooperativa (nem mesmo as de crédito) pode usar a expressão banco em seu nome. Ainda, não há relação empregatícia de cooperado com a cooperativa; todavia, a cooperativa se equipara às demais sociedades quanto às obrigações trabalhistas em relação aos seus empregados.</p><p>2. Conforme prevê o artigo 1.095 do Código Civil, o sócio da sociedade cooperativa pode responder limitada ou ilimitadamente. Considerando isso, assinale a alternativa correta:</p><p>RESP: B. O associado é responsável pelos compromissos assumidos pela cooperativa (responsabilidade do associado perante terceiros) até quando aprovadas as contas do exercício em que se deu o desligamento.</p><p>A responsabilidade dos sócios é definida pela própria cooperativa no seu estatuto, e não uma escolha do associado. Além disso, se o estatuto social prevê responsabilidade limitada aos cooperados, é ilegal a cobrança dos prejuízos da cooperativa sem observância da quota-parte de cada cooperado. Sendo a responsabilidade dos cooperados limitada e dotada de caráter subsidiário, não se pode efetuar a constrição do imóvel adquirido quando ainda não houver o esgotamento patrimonial da referida pessoa jurídica. Por fim, o cooperado que se desligou da cooperativa ainda é responsável pelos compromissos assumidos pela cooperativa até quando aprovadas as contas do exercício em que se deu o desligamento.</p><p>3. Uma das características da sociedade cooperativa é a possibilidade de voto singular, por cabeça, independentemente do capital social de cada associado. Considerando isso, marque a alternativa correta quanto às demais características da cooperativa:</p><p>RESP: C. Adesão voluntária, com número ilimitado de associados.</p><p>Nos termos do art. 4º da Lei n.º 5764/71, são características da sociedade cooperativa a adesão voluntária, com número ilimitado de associados, ou seja, não há número máximo de associados; incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, de forma que associados não cedam suas quotas a terceiros estranhos à sociedade; quórum de deliberação baseado no número de associados (por cabeça), e não no capital de cada um; e os fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional e Social indivisíveis. Além disso, a sociedade cooperativa deve ser registrada na Junta Comercial, e não no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. </p><p>4. A sociedade cooperativa se constitui por deliberação da assembleia geral dos fundadores. Sobre sua constituição e estatuto, assinale a alternativa correta:</p><p>RESP: A. É nulo o ato constitutivo que não declarar a denominação da entidade, da sede e do objeto de funcionamento.</p><p>A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da assembleia geral dos fundadores, podendo se dar por ata ou por instrumento público. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá declarar a denominação da entidade, da sede e do objeto de funcionamento. A aprovação do estatuto no ato constitutivo também é requisito essencial para a constituição da cooperativa. Além disso, o estatuto da cooperativa indica o limite mínimo de associados (e não máximo), além de seus deveres e direitos.</p><p>5. Conforme prevê a lei, a sociedade será administrada por diretoria ou conselho de administração, composto exclusivamente de associados eleitos pela assembleia geral. Dito isso, assinale a alternativa correta:</p><p>RESP: D. Tio e sobrinho podem compor a mesma diretoria ou conselho de administração.</p><p>Nos termos do parágrafo único do artigo 51 da Lei das Cooperativas, não podem compor uma mesma diretoria ou conselho de administração os parentes entre si até 2.º (segundo) grau, em linha reta ou colateral. Assim, considerando que são parentes em até 2.º grau (reta ou colateral) pai e filho, sogro e genro, irmão e irmã, avô e neto, apenas tio e sobrinho podem compor uma mesma diretoria ou conselho de administração, já que são parentes de 3.º grau.</p><p>5-1 - A Falência</p><p>1. A falência é sempre a última alternativa a ser adotada. Perdem-se postos de trabalho, circulação da renda dos trabalhadores e arrecadação de tributos. Trata-se, portanto, de um relevante papel que é desempenhado e deve ser preservado ao máximo. Todavia, mesmo diante dessas ponderações, há situações em que o endividamento da empresa chega a tal ponto que essa é a única possibilidade que resta. Considerando isso, assinale a alternativa correta.</p><p>RESP: B. A falência do devedor poderá ser decretada quando ele, executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.</p><p>Nos termos do art. 966 do CC, a empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços para o mercado. Inexiste no ordenamento jurídico “ação de pré-falência”, e a falência pressupõe que as dívidas superam o patrimônio da empresa devedora. O direito falimentar já ocorria no período da colonização do Brasil e, ao fim da República, o direito pretoriano admitia garantir ao credor, como meio de execução forçada, o direito de posse e venda dos bens do devedor, sendo que tais bens ficavam a encargo de um curador, o qual era nomeado pelo juiz. Nem todas as modalidades de empresa estão incluídas no regime falimentar. De acordo com o art. 2º da LF, estão totalmente excluídos: as empresas públicas e as sociedades de economia mista; as instituições financeiras públicas ou privadas; as cooperativas de crédito; os consórcios; as entidades de previdência complementar; as sociedades operadoras de planos de assistência à saúde; as sociedades seguradoras; as sociedades de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.</p><p>2. O termo "falência" deriva de fallere, que significa fraudar ou faltar. Sob o ponto de vista histórico, esse sentido se mostra correto. Todavia, a partir de uma compreensão contemporânea, a falência tem um sentido diverso. Sob essa ótica, e considerando a visão atual do instituto, assinale a alternativa correta.</p><p>RESP: C. A falência significa um tratamento igualitário, promovendo a obrigatoriedade da execução concursal dos credores.</p><p>A insolvência que enseja a falência é jurídica, e não necessariamente econômica. Logo, não é exatamente a existência de um passivo maior do que o ativo que pode determinar a sua insolvência. Em muitos casos, o empresário tem um passivo muito maior que o ativo, mas não está insolvente. A falência do devedor poderá ser decretada quando ele se ausenta sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona o estabelecimento ou tenta se ocultar de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento, e desde que essa circunstância não faça parte do plano de recuperação judicial. Para que permita o pedido de falência, o inadimplemento da obrigação deve ocorrer sem relevante razão</p><p>de direito. Ainda, deve tratar-se de obrigação líquida ou os títulos executivos protestados, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos na data do pedido de falência materializada em título ou títulos executivos protestados. Em se tratando de autofalência, o devedor deverá apresentar, juntamente com o seu pedido, diversas demonstrações contábeis e outros documentos.</p><p>3. A Lei de Falências traz um artigo que contempla, de forma taxativa, as condutas que presumem o estado de insolvência do devedor. São os denominados atos de falência. Essas circunstâncias ensejam a falência, exceto se fizerem parte do plano de recuperação judicial. Assinale a alternativa que apresenta a descrição correta de uma dessas condutas, realizada pelo devedor.</p><p>RESP: E. Proceder à liquidação precipitada de seus ativos ou lançar mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos.</p><p>A transferência de estabelecimento é para terceiro, não sendo relevante que seja ele credor ou não, e essa circunstância deve acarretar que o devedor fique com bens insuficientes para saldar as suas dívidas. A empresa não terá a sua falência simplesmente por ter dívidas maiores que o seu patrimônio, sendo que tal hipótese não é contemplada pelo art. 94 da Lei de Falências. Tal hipótese se aproxima da insolvência civil, regulada pelo Código de Processo Civil. Um dos atos de falência é a falta de cumprimento no prazo estabelecido de obrigação assumida no plano de recuperação judicial. Cometerá ato de falência o devedor que der ou reforçar garantia ao credor por dívida contraída anteriormente, mas sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar o seu passivo.</p><p>4. O processo de falência segue uma série de ritos e procedimentos predeterminados. Uma vez citado, o devedor pode apresentar resposta ao pedido de sua falência no prazo de 10 dias. Nesse prazo, a resposta do réu pode ser de acordo com o pedido, sendo decretada a sua falência, ou pode ser formulada em forma de contestação, oferecendo um dos fundamentos de defesa. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.</p><p>RESP: D. Poderá ocorrer cessação das atividades empresariais mais de 2 anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, sendo que não prevalecerá contraprova de exercício posterior ao ato registrado.</p><p>Em relação ao depósito elisivo, a lei prevê que o devedor pode, no prazo da contestação, depositar o valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, extinguindo a dívida originada do(s) título(s) ou, ainda, honrando com o que era devido na execução frustrada. Logo, deve englobar não apenas o valor total, mas também diversos acréscimos. Ocorrendo o depósito elisivo, a falência não é decretada e, caso seja julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordena o levantamento do valor pelo autor. No mesmo sentido, não será decretada a falência se o requerido provar vício no protesto ou em seu instrumento, nos termos do art. 95, VI, da Lei de Falências. Um exemplo dessa hipótese é a falta da identificação do recebedor no instrumento de protesto. Já a recuperação judicial poderá, sim, ser apresentada dentro do prazo contestacional, nos termos do art. 95, VII, da Lei de Falências. Por fim, o adimplemento da dívida poderá, sim, ser alegado na contestação do devedor, inclusive quando o pedido for fundado em protesto.</p><p>5. A falência é um procedimento que deve ser obrigatoriamente judicializado, pois a sua declaração exige uma sentença proferida por um magistrado. A partir da sentença declaratória, a Lei de Falências aponta uma série de deveres para o falido. Aponte a alternativa que traz uma dessas obrigações.</p><p>RESP: D. Entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura estejam em poder de terceiros.</p><p>Nos termos do art. 104 da Lei de Falências, o falido deverá depositar em cartório seus livros obrigatórios no ato de assinatura do termo de comparecimento para que sejam entregues ao administrador judicial. Também deverá examinar, e não autorizar, as habilitações de crédito apresentadas. Caberá também ao falido (ou aos seus representantes) a função de apenas auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza. Por fim, depois de decretada a falência, não se fala em obrigações referentes à recuperação judicial.</p><p>5-2 - Atuação empresarial: Direito do trabalho e do consumidor</p><p>1. Direito do trabalho é o conjunto de normas jurídicas que regem as relações entre empregados e empregadores, são os direitos resultantes da condição jurídica dos trabalhadores. Estas normas, no Brasil, estão regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Constituição Federal de 1988 e várias leis esparsas (como a lei que define o trabalho do estagiário, entre outras).</p><p>Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_trabalho</p><p>A partir dessa definição NÃO se pode afirmar que:</p><p>RESP: C. o princípio do in dubio pro operario determina que, havendo mais de uma interpretação possível sobre uma norma, deverá prevalecer aquela que for mais favorável ao empregador.</p><p>O princípio do in dubio pro operário determina que, havendo mais de uma interpretação possível sobre uma norma, deverá prevalecer aquela que for mais favorável ao trabalhador, parte fraca da relação de emprego.</p><p>2. Princípios são normas gerais já consolidadas e que expressam valores sedimentados na sociedade. Além dos princípios gerais do direito com aplicabilidade sobre o direito do trabalho, têm-se os princípios específicos desta área. Logo, NÃO se pode afirmar que:</p><p>RESP: B. o princípio da inalterabilidade contratual prejudicial ao trabalhador determina que pode haver alteração no contrato de trabalho que seja lesiva ao trabalhador.</p><p>O princípio da inalterabilidade contratual prejudicial ao trabalhador determina que não pode haver alteração no contrato de trabalho que seja lesiva ao trabalhador. Significa dizer que as condições contratuais devem permanecer quando mais benéficas ao trabalhador, protegendo-o contra alterações contratuais lesivas aos seus direitos.</p><p>O princípio da continuidade da relação de emprego significa que, não havendo contrato expresso por prazo determinado, o contrato de trabalho é tido como de prazo indeterminado.</p><p>O princípio da irrenunciabilidade informa-nos que, a rigor, não se deve renunciar ou negociar direitos trabalhistas, seja antes, durante ou após à relação contratual. Esse princípio visa a tutelar o trabalhador.</p><p>Esse princípio visa a tutelar o trabalhador. Ademais, as normas trabalhistas são cogentes, imperativas e, portanto, não podem ser negociadas.</p><p>Considera-se empregador a empresa (pessoa jurídica/pessoa física), individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço do empregado.</p><p>Equiparam-se ao empregador, para efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.</p><p>3. O direito do trabalho tem como característica especial tutelar o empregado em face da sua hipossuficiência, razão pela qual a interpretação das normas trabalhistas é favorável ao trabalhador. Em vista disso, NÃO é correto afirmar:</p><p>RESP: B. A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa pode afetar os contratos de trabalho dos respectivos empregados.</p><p>A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados.</p><p>Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas.</p><p>Considera-se empregador a empresa (pessoa</p><p>jurídica/pessoa física), individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço do empregado.</p><p>Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário.</p><p>Empregado e empregador estabelecem um vínculo jurídico por meio do contrato de trabalho.</p><p>4. O contrato de trabalho é o ajuste verbal ou escrito por meio do qual uma pessoa se obriga a prestar trabalho a outra de forma não eventual em proveito do empregador, seja por tempo determinado ou por tempo indeterminado. NÃO é requisito para o reconhecimento do vínculo empregatício:</p><p>RESP: A. Pessoa Jurídica.</p><p>O empregado deve ser uma pessoa física, não havendo a possibilidade de ser empregada uma pessoa jurídica.</p><p>O empregado deve estar sujeito às ordens e determinações do empregador, agindo de forma subordinada a este.</p><p>O empregado deve perceber remuneração/salário, pois não há relação de emprego de forma graciosa, voluntária, mas sim mediante contraprestação de fundo econômico.</p><p>O empregado deve entregar sua força de trabalho de forma habitual, ou seja, não pode ser eventual, esporádico.</p><p>O vínculo empregatício se desenvolve entre empregador e empregado, não podendo este fazer-se substituir no seu trabalho.</p><p>5. O Direito do Consumidor é um ramo do direito que lida com conflitos de consumo e com a defesa dos direitos dos consumidores. Encontra-se desenvolvido na maior parte dos países com sociedades de consumo e sistemas legais funcionais. Entretanto, devemos, de uma forma coesa, atribuir os reais valores aos consumidores, reconhecendo as falcatruas e beligerantes atitudes de muitos fornecedores, quanto às condições dos vários produtos fornecidos aos consumidores. (Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Direito_do_consumidor)</p><p>NÃO se pode afirmar que é um direito básico do consumidor:</p><p>RESP: E. Direito a facilidade nas aquisições de produtos caros mediante financiamentos diretos ou indiretos.</p><p>Não existe direito à facilidade nas aquisições de produtos caros.</p><p>Direito a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços.</p><p>Direito a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.</p><p>Direito a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações.</p><p>Direito a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.</p><p>6-1 - Declaração universal dos direitos humanos</p><p>1. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 10 de dezembro de 1948, tem como objetivo delinear uma ordem pública mundial fundada no respeito à dignidade humana. Leia e analise as seguintes afirmações:</p><p>I - A Declaração Universal dos Direitos Humanos compreende um conjunto de direitos sem as quais um ser humano não pode desenvolver sua personalidade física, moral e intelectual.</p><p>II - Sendo universal, é aplicável a todas as pessoas de todos os países, raças, religiões e gêneros, condicionada à aplicação ao regime político dos territórios nos quais incide.</p><p>III - Consolida a afirmação de uma ética universal, ao consagrar um consenso sobre valores de cunho universal a serem seguidos pelos Estados.</p><p>Marque a opção correta.</p><p>RESP: C. Somente as assertivas II e III estão corretas.</p><p>A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem por objetivo delinear uma ordem pública mundial fundada no respeito à dignidade humana. Mas isso não pode definir a personalidade de uma pessoa. O documento apresenta a universalidade, mesmo diante da diversidade dos povos. Assim como consegue construir um consenso entre os povos sobre o respeito à dignidade humana.</p><p>2. É possível observar que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em um de seus artigos afirma que “toda pessoa vítima de perseguição tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países. ” A exceção a esse direito, também descrita e analisada no documento, ocorre quando:</p><p>RESP: D. a perseguição for legitimamente motivada por crimes de direito comum.</p><p>A exceção não ocorre por caráter político ou partidário; quando a pessoa se envolve em manifestações públicas; quando estiver em conflito com o seu país de origem, ou ainda, por motivos religiosos ou econômicos. As limitações ao pedido de asilo em outros países por indivíduos vítimas de perseguição estão descritas da seguinte forma: “Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos propósitos e princípios das Nações Unidas”.</p><p>3. Observe e identifique alguns dos direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos:</p><p>I - O direito ao repouso e ao lazer.</p><p>II - O direito de tomar parte no governo de qualquer país.</p><p>III - O direito à liberdade de opinião e de expressão.</p><p>IV - O direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.</p><p>Estão corretas as afirmativas:</p><p>RESP: E. I, III e IV.</p><p>A Declaração prevê, no art. XXI, que toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de seu país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. Portanto, o documento não versa sobre a possibilidade de um indivíduo tomar parte em um governo distinto de sua nacionalidade. No entanto, o documento apresenta o direito ao repouso e ao lazer, o direito à liberdade de opinião e de expressão, bem como o direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas.</p><p>4. A educação é um instrumento que possibilita o indivíduo reconhecer-se como um sujeito ativo que poderá agir no mundo e sobre o mundo, podendo ser promotor dos direitos humanos ou não. Para os Direitos Humanos, a educação é um fator a ser desenvolvido em longo prazo, sem retorno imediato, mas são estratégias para as futuras gerações. Quanto a essa afirmação podemos dizer que:</p><p>RESP: D. A Declaração Universal dos Direitos Humanos revela que seus idealizadores identificaram a importância da educação e que ela não é neutra.</p><p>A Declaração Universal dos Direitos Humanos apontou a educação como um direito de todos, apresentando-se com uma postura sem neutralidade, que poderá interferir na humanidade de forma negativa ou positiva. Entretanto, os acordos internacionais e outros documentos não garantem essa condição; nem o investimento em cultura assegura os direitos inalienáveis. Contudo, a contribuição histórica do documento poderá garantir uma educação de qualidade para todos como fator de desenvolvimento.</p><p>5. A Declaração Universal dos Direitos Humanos serviu como um dos fundamentos para a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, como é possível analisar no art. 1º: “A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais”. No entanto, o art. 26 da Declaração afirma que “Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito”. Apesar do art. 1º da LDB ter como base a Declaração, podemos observar algumas diferenças. Identifique a principal diferença dos dois artigos.</p><p>RESP: C. A principal diferença se refere à sistematização da educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.</p><p>O direito à educação, citado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, trata-se do direito formal ao acesso e à permanência na escola. Não se refere à educação informal, em ambientes não escolares,</p><p>e não se limita apenas ao Ensino Superior ou na proposta da educação inclusiva e na educação digital; ele é abrangente e quer garantir o acesso à escolarização com todos os seus processos.</p><p>6-2 - Conceitos fundamentais de direito ambiental</p><p>1. O direito a um meio ambiente equilibrado previsto no art. 225 da Constituição Federal é um "direito de todos". A partir dessa noção, marque a alternativa correta. O Direito Ambiental regula:</p><p>I – Apenas direitos coletivos.</p><p>II – Direitos individuais.</p><p>III – Direitos transindividuais.</p><p>RESP: E. e). Apenas II e III estão corretas.</p><p>O Direito Ambiental regula direitos e deveres em suas modalidades subjetivas e coletivas, tal como descrito no art. 225 da Constituição Federal.</p><p>2. O princípio do poluidor-pagador, integrado como conceito fundamental ao Direito Ambiental na Constituição Federal de 1988, § 3º do art. 225, e na Lei nº 6.938/81, art. 14, I, é associado à responsabilidade:</p><p>RESP: E. e) tríplice, penal, administrativa e civil, em sua modalidade objetiva.</p><p>O princípio do poluidor-pagador da Rio 92 é o fundamento da responsabilidade tríplice, penal, administrativa e civil, em sua modalidade objetiva prevista no § 3º do art. 225 da Constituição Federal brasileira de 1988.</p><p>3. O dever de o Estado não autorizar atividades às quais não há certeza científica sobre os seus efeitos, como inovações na área de organismos geneticamente modificados, medicamentos e métodos de produção energética baseados em cisão, fusão ou enriquecimento de minérios radioativos, caracteriza o princípio:</p><p>RESP: D. d) da precaução em seu sentido forte.</p><p>O dever de o Estado não autorizar atividades às quais não há certeza científica sobre os seus efeitos caracteriza o princípio da precaução em seu sentido forte, aplicado exemplarmente pela União Europeia em oposição ao sentido fraco, que realiza cálculo de custo ambiental em relação aos benefícios potenciais da atividade aplicado nos EUA.</p><p>4. O princípio da participação, elemento democrático da preservação do meio ambiente, que compõe sua evolução por meio da constante presença das diversas camadas populares nas conferências internacionais que geram os conceitos fundamentais do Direito Ambiental, é caracterizado no Brasil:</p><p>I – Pelo instrumento da audiência pública no processo de licenciamento ambiental.</p><p>II – Pela possibilidade de atuação da população em decisões de forma direta pelo plebiscito.</p><p>III – Pela participação da sociedade no Tribunal do Júri.</p><p>RESP: C. c) I e II estão corretas.</p><p>O princípio da participação é caracterizado no Brasil pela audiência pública, prevista no processo de licenciamento ambiental, e pelo voto em plebiscito, mas não pela participação da sociedade no Tribunal do Júri, pois este, em nosso ordenamento, é restrito aos casos de crimes dolosos contra a vida.</p><p>5. Os objetivos do desenvolvimento sustentável, que marcaram as comemorações dos 20 anos da Rio 92 com a definição da ampliação da Agenda 21 para a Agenda 2030, são:</p><p>RESP: E. e) Uma sistematização dos princípios de Direitos Humanos, que elevam a sistemática do Direito Ambiental a todos os ramos do Direito.</p><p>Os objetivos do desenvolvimento sustentável, em que pese tenham origem nas conferências sobre o meio ambiente, são uma sistematização dos princípios de Direitos Humanos em geral, que elevam a sistemática do Direito Ambiental a todos os ramos do Direito.</p><p>DESAFIOS</p><p>1-1</p><p>Imagine que você está dando uma palestra para estudantes sobre Direito Constitucional. Sabendo que o Direito Constitucional é considerado o ramo do Direito Público interno dedicado à análise e à interpretação das normas constitucionais, um aluno questiona por que ele se enquadra no Direito Público e não no Direito Privado.</p><p>Que resposta você daria ao estudante?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Enquadra-se no Direito Público, pois este se dedica a regulamentar as atividades estatais, as relações do Estado com particulares e as ações do próprio cidadão dentro da esfera pública da sociedade.</p><p>Diferencia-se do Direito Privado, o qual se refere ao conjunto de normas jurídicas de natureza privada, ou seja, regula apenas os interesses dos particulares. É o caso do Direito do Consumidor, do Direito de Família e do Direito Empresarial, por exemplo.</p><p>1-2</p><p>Você é estudante de direito e, após realizar determinada avaliação da disciplina de Direito Romano, encontrou seus colegas no pátio da faculdade.</p><p>Baseado nas suas pesquisas, quem acertou a questão: você ou seus colegas? Por quê?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Você acertou a questão da prova.</p><p>Os códigos não são responsáveis por sistematizar os microssistemas jurídicos; os códigos representam a coordenação das regras pertinentes às relações jurídicas de uma só natureza sob os mesmos princípios, como o Código Civil e o Código Penal, por exemplo. Já os microssistemas são leis especiais cujo objetivo é regular um setor isolado de atividade, que erroneamente podem receber o nome de código, como o Código de Trânsito e o Código de Defesa do Consumidor.</p><p>2-1</p><p>A segurança jurídica é um importante princípio do Direito Administrativo estando previsto, por exemplo, na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro (Decreto-Lei n. 4.657/1942) e na Lei de Licitações e Contratos Administrativos (Lei n. 14.133/2021). Afinal, é extremamente importante que os administrados confiem em seus administradores e que estes não sobrevenham com surpresas capazes de afetar, negativamente, a vida dos cidadãos beneficiados por algum tipo de legislação aplicada anteriormente.</p><p>Jeferson é prefeito da cidade de São João do Sul e sancionou uma lei que confere certa isenção tributária a um grupo de pessoas que recebam salário abaixo de R$ 1.000,00. Ocorre que, passado algum tempo, ele e seus secretários se deram conta de que tal conduta impactou o orçamento municipal de forma significativa, comprometendo, assim, os gastos da prefeitura. Então, sancionou uma nova lei, a fim de retirar o benefício já concedido àquelas pessoas, que deverão devolver aos cofres públicos todo o dinheiro referente ao tributo do qual haviam sido isentas.</p><p>Sendo você o advogado da câmara municipal da cidade de São João do Sul, responda aos seguintes questionamentos:</p><p>a) A conduta de Jeferson, de querer reaver o dinheiro referente a um benefício anteriormente concedido de forma legal aos administrados, fere algum princípio do Direito Administrativo? Em caso afirmativo, qual?</p><p>b) Como ele poderá solucionar esta situação?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>a) Sim, a conduta praticada por Jeferson fere o princípio da segurança jurídica, segundo o qual as alterações legislativas que impactem diretamente os administrados não devem retroagir de modo a atingir situações passadas. Ele não poderá fazer com que os beneficiados pela antiga legislação devolvam os valores ao erário, pois considera-se que tais pessoas agiram de boa-fé.</p><p>b) Nesse caso, a elaboração por parte do legislativo e o posterior sancionamento pelo executivo de uma nova legislação sobre o tema será possível, porém deverá passar por um período de transição, uma vez que a administração pública não pode causar surpresa aos administrados, que não podem ser surpreendidos por modificações repentinas no ordenamento jurídico.</p><p>2-2</p><p>Todos os ramos do Direito possuem como elemento comum a multiplicidade de fontes. No direito comercial podemos apontar que, além dos princípios, temos ainda fontes primárias e secundárias.</p><p>As fontes primárias seriam leis, regulamentos e tratados comerciais. Por seu turno, as fontes secundárias são representadas pelos usos e costumes, a jurisprudência, a analogia e ainda os princípios gerais do direito.</p><p>Levando em consideração que até o ano de 2002 estava vigente o Código Civil de 1916 e o Código Comercial de 1850, bem como o Regulamento nº 737 de 1850, veja o seguinte caso.</p><p>Diante do que foi relatado, responda: o costume comercial pode ser provado por testemunha e servir de fonte de direito?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>A tradição relativa aos costumes comerciais é o de registro por assentamento dessas práticas</p><p>no antigo Tribunal de Comércio ou nas atuais juntas comerciais, o que dispensaria outros meios de prova; porém, a ausência de tal homologação não significa a inexistência do costume nem impede a produção de provas diversas para comprová-lo. O costume comercial pode ser provado por testemunhos e não somente pelo assentamento nas juntas comerciais. Pode também servir de fonte do Direito Comercial, de forma que as regras do Código Civil de 1916 não se sobrepõem, necessariamente, a tais costumes.</p><p>3-1</p><p>Imagine que você está a cargo do julgamento do seguinte caso: Araci de Almeida trabalhava como servidora pública na Receita Federal quando foi notificada para responder a um processo administrativo por exercer direção de uma sociedade empresária. Ela ficou surpresa, pois sempre foi uma pessoa que seguiu as regras e não faria nada que pudesse pôr em risco o seu emprego. A verdade é que Araci, na documentação formal, era cotista da empresa em questão e o titular era seu irmão. Na prática ela administrava uma diretoria da empresa beneficiando seus familiares. Mediante provas, o processo administrativo foi julgado e ela foi demitida. Inconsolável, Araci é orientada por seu advogado a entrar com um recurso apelando da decisão.</p><p>Você, na qualidade de julgador, como decidiria o caso descrito?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Ao servidor é proibido, conforme a lei nº 8.112/90 no art. 117, X:</p><p>X - participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; (Redação dada pela Lei nº 11.784, de 2008)</p><p>Se fosse mera cotista da empresa a servidora estaria em exceção a proibição. Entretanto, o fato de a apelante ter figurado comprovadamente como diretora ou administradora da sociedade empresária favorecendo seus familiares concomitantemente enquanto ocupava o cargo de servidor público efetivo é suficiente para caracterizar a infração disciplinar prevista no art.117, X da Lei n°8.112/90, que não exige a prática reiterada de atos de gestão para configurar infração. A pena de demissão está prevista em lei para o caso art. 132, XIII, da Lei n°8.112/90, portanto, relevá-la seria agir aqui como legislador positivo, estabelecendo exceção à regra quando o legislador não a previu. Ou seja, apelação não provida.</p><p>3-2</p><p>Na sociedade limitada, a responsabilidade dos sócios limita-se ao valor do capital social da empresa. Contudo, algumas situações podem flexibilizar essa regra.</p><p>Em 2012, Júnior, filho de um grande empresário do ramo têxtil, constituiu uma sociedade para a importação de tecidos do Marrocos e da Índia. Entretanto, nos últimos 2 anos, Júnior tem feito compras pessoais, como veículos e joias, e tem viajado pelo mundo utilizando os recursos da sociedade. Este comportamento resultou no acúmulo de dívidas com os credores, além de prejuízos nos negócios.</p><p>Preocupado com a situação, um dos credores da empresa de Júnior procura você, advogado especialista em Direito Empresarial, para saber o que pode ser feito para garantir seus direitos.</p><p>Sob a perspectiva da responsabilidade dos sócios na sociedade limitada, qual é a sua orientação? Explique.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Considerando o conceito de confusão patrimonial, que ocorre quando os patrimônios da empresa e do sócio se confundem, está caracterizado o abuso da personalidade jurídica e, assim, poderá ser requerida a desconsideração da personalidade jurídica da sociedade de Júnior. Trata-se de uma exceção à regra da responsabilidade limitada dos sócios da sociedade limitada, nos termos do artigo 50 do Código Civil, permitindo que o próprio patrimônio de Júnior seja atingido na quitação de débitos contraídos em nome da sociedade.</p><p>4-1</p><p>Os membros de uma sociedade anônima são responsáveis por seus atos, de forma que a lei prevê deveres específicos, claramente previstos na Lei nº 6.404/76, que regulamenta as sociedades anônimas, e que devem nortear sua atuação.</p><p>Considerando a responsabilidade de administradores e acionistas, o que você poderia dizer a ele sobre essa atitude?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Carlos André violou alguns deveres dos adminstradores, conforme previsão da Lei nº 6.404/76. Ao avisar amigos e familiares para que comprassem as ações cujos preços subiriam, ele deixou que interesses pessoais prevalecessem sobre os interesses da sociedade e, assim, violou o dever de lealdade. Da mesma forma, Carlos André violou o dever de sigilo, previsto no artigo 155, § 1º, haja vista ter divulgado informações sigilosas que impactariam no mercado, viabilizando negociações sobre as quais o público investidor ainda não sabia. Cumpre destacar que você, caso também fizesse uso das informações recebidas, violaria o artigo 155, § 4º (é vedada a utilização de informação relevante ainda não divulgada, por qualquer pessoa que a ela tenha tido acesso, com a finalidade de auferir vantagem, para si ou para outrem, no mercado de valores mobiliários) e, mesmo não tendo vínculo com a companhia, seria responsabilizado.</p><p>4-2</p><p>A sociedade cooperativa está sempre de portas abertas para novos associados e tem como fundamento a valorização pessoal do sócio. Além disso, na sociedade cooperativa, o capital social será subdividido em quotas-partes, de forma que nenhum associado poderá subscrever mais de um terço do total dessas quotas.</p><p>Considerando que um dos diferenciais da sociedade cooperativa em relação às demais é a singularidade de voto, você, como associado, pode concordar com o resultado da assembleia ordinária? Explique por quê.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Você não deve concordar com o resultado definido na assembleia em razão da singularidade de voto. Essa característica é própria da sociedade cooperativa (à exceção da cooperativa de crédito), na qual o voto do cooperado se dá por cabeça, independentemente da participação no capital social.</p><p>Ainda, nos termos do artigo 42 da Lei n.º 5764/71, tem-se: "nas cooperativas singulares, cada associado presente não terá direito a mais de 1 voto, qualquer que seja o número de suas quotas-partes".</p><p>Assim, o resultado deveria ser: utilizar as sobras para investimento na sociedade cooperativa.</p><p>5-1</p><p>Eduardo e Mônica, após idealizarem por anos a abertura de seu próprio negócio, finalmente conseguiram instalar, na próspera Cidade de Cajuru, uma pequena distribuidora de bebidas. Tiveram dois anos de muito sucesso e expansão de clientes a cada mês. Todavia, uma epidemia restringiu a aglomeração de pessoas e isso se refletiu diretamente nas vendas do casal.</p><p>Sendo vedada a realização de festas, isso impactou diretamente os negócios. Eles se viram obrigados a realizar diversas promoções a preço de custo, mas nem isso foi capaz de reerguer a empresa. As restrições às aglomerações aumentavam a cada mês e eles não viam saída para a situação. A vacinação teve início no município, porém com um cronograma lento, o que os desanimou. As dificuldades financeiras se acumulavam e os credores passaram a cobrá-los diariamente. Parecia não haver saída.</p><p>Foi, então, que Eduardo soube que, no município vizinho, as atividades já estavam sendo retomadas, pois a vacinação já havia alcançado quase toda a popula��ão e a economia estava aos poucos se reerguendo. Era uma ótima notícia.</p><p>Ele e Mônica conversaram e decidiram que seria uma excelente ideia abrir uma nova distribuidora na cidade vizinha, deixando a antiga sede fechada. Seria apenas por alguns meses e, assim que conseguissem se capitalizar novamente, retornariam para Cajuru e pagariam todas as dívidas. Mônica gostou da ideia, mas se mostrou um pouco receosa. Ela convenceu Eduardo a procurar você, um advogado amigo da família há muitos anos, para tranquilizar ambos sobre o plano que traçaram.</p><p>O que você responderia ao casal?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Como advogado, orientaria o casal no sentido de não seguir em frente com os planos. Isso porque as causas que permitem a decretação da falência estão descritas no art. 94 da Lei n.º 11.101/2005. Nesse artigo, está</p><p>delineado que o devedor poderá ter decretada a sua falência em uma série de situações, inclusive no caso do devedor que abandona o estabelecimento – que, na prática, é o que o casal pretende fazer.</p><p>Procedimento semelhante apenas poderia ser adotado caso fizesse parte de algum plano de recuperação judicial. Como o casal está passando pelas dificuldades financeiras narradas, o ideal seria que apresentassem uma proposta de recuperação extrajudicial aos credores.</p><p>Essa via é um acordo privado, firmado entre devedor e credor(es) fora da esfera judicial. A proposta de recuperação pode ser apresentada para um ou mais credores em qualquer condição, a qualquer credor, desde que não haja impedimento legal. Se optassem por essa estratégia, o plano poderia eventualmente incluir a atuação em cidade diversa, o que permitiria que Eduardo e Mônica salvassem a sua empresa e ainda saldassem as dívidas pendentes.</p><p>5-2</p><p>Caio foi convidado por Tício e Mévio para ajudar em uma obra que estes estavam realizando. Trata-se da construção de uma pequena casa. Caio aceitou e começou a trabalhar, todos os dias, de segunda a sábado, sem poder enviar outro colega em seu lugar, e ao final de cada mês recebia o equivalente a R$1.000,00 (mil reais). Ele trabalhou por 4 meses sob a subordinação de Tício e Mévio e, em determinado dia, acidentou-se ao cair do telhado que estava sendo construído. Os empregadores socorreram Caio, levando-o para o hospital.</p><p>Ao conversar com sua esposa, Caio demonstrou preocupação, pois ficaria, aproximadamente, 5 meses sem poder trabalhar, em razão dos ferimentos decorrentes da queda, o que prejudicaria o sustento de sua família, uma vez que não era contratado por Tício e Mévio, razão pela qual não pode se valer dos benefícios do INSS, em uma primeira análise. A partir do caso apresentado, elabore um relatório que apresente a possibilidade do reconhecimento do vínculo empregatício entre Caio e aqueles que o contrataram. Para tanto, você deverá conhecer os requisitos do vínculo empregatício.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>Caio poderá ter o vínculo de emprego reconhecido, pois, além de ser pessoa física, estão presentes no caso os requisitos do vínculo de emprego, a saber, onerosidade, subordinação, habitualidade e pessoalidade. A partir do reconhecimento do vínculo, todos os direitos trabalhistas serão assegurados a Caio.</p><p>6-1</p><p>A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos principais documentos acordados e assinados por vários países, tendo sido traduzido em mais de 500 línguas, conforme dados das Organizações das Nações Unidas. Outros acordos internacionais foram criados para garantir e ampliar a efetivação da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Por meio do poder público é possível, também, garantir o cumprimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos.</p><p>Sabemos que o contexto social brasileiro é permeado pela desigualdade e pela falta de oportunidades do exercício de diversos direitos fundamentais do cidadão. Essa realidade, por vezes, é tão forte que a simples disponibilização de ensino público e gratuito não é suficiente para assegurar o acesso e a permanência da criança e do jovem na escola.</p><p>Você tem um aluno do 6º do Ensino Fundamental da rede municipal, que necessita se deslocar em torno de 15 km para chegar à escola. Os pais não têm condições de pagar o transporte devido à baixa renda familiar. Esse aluno, muitas vezes, perde as aulas por causa dessa situação.</p><p>O que você ou a escola poderiam sugerir à família para que o direito ao acesso do estudante seja garantido, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos?</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>A escola ou o professor devem orientar a família sobre os seus direitos, inclusive citando a Constituição Federal, art. 208, inciso VII, o qual diz que o dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de “atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde”.</p><p>A CF estabelece, ainda, no art. 211, § 2.º, que compete aos Municípios e aos Estados atuarem, prioritariamente, no Ensino Fundamental.</p><p>No entanto, há uma particularidade no exemplo citado: o aluno é da rede municipal de educação, então, deverá ser amparado pelo seu Município; se o aluno pertencer a uma escola estadual, deverá ser amparado pelo Estado, conforme a LDB.</p><p>O mérito da questão, por sua vez, foi definitivamente aplainado pela disposição, agora expressamente contida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei n.º 9.394/96), com dispositivos acrescidos pela Lei n.º 10.709/03, segundo os quais:</p><p>Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:</p><p>(...)</p><p>VII - Assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual. (incluído pela Lei n.º 10.709, de 31.07.2003).</p><p>Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:</p><p>(...)</p><p>VI - Assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (incluído pela Lei n.º 10.709, de 31.07.2003).</p><p>6-2</p><p>O Direito Ambiental tem dupla incidência, pois tutela tanto os direitos coletivos como também o direito individual de todos que são afetados por infrações ao direito fundamental ao meio ambiente equilibrado.</p><p>Considerando a situação hipotética, responda às seguintes perguntas:</p><p>1. É possível tutelar os direitos dos fazendeiros com base nas ferramentas de Direito Ambiental? Justifique.</p><p>2. É possível responsabilizar o Estado Nacional B pelos danos causados pela empresa termelétrica? Justifique.</p><p>Padrão de resposta esperado</p><p>1. É possível tutelar os direitos dos fazendeiros com base nas ferramentas de direito ambiental, uma vez que ele não tutela somente a dimensão coletiva do direito a um meio ambiente equilibrado, mas também a sua dimensão subjetiva.</p><p>2. É possível a responsabilização internacional do Estado Nacional B, em virtude da Conferência Rio 92, Princípio 2, que trata da responsabilidade internacional dos Estados pelos danos causados por empresas em suas fronteiras.</p><p>image4.png</p><p>image5.jpeg</p><p>image1.png</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.png</p>