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<p>integra o grupo das sinucleinopatias, caracterizadas pela acumulação da proteína alfa-sinucleína</p><p>processo de neurodegenerescência que evolui lentamente e se propaga a diferentes áreas do sistema nervoso, nomeadamente à substantia nigra pars compacta, com consequente perda de neurónios dopaminérgicos e respetivos sintomas motores da doença</p><p>, níveis baixos de vitamina B12 foram associados a pior prognóstico</p><p>next generation sequencing, a tendência para a identificação de loci patogénicos</p><p>1 A mutação genética associada a DP mais frequentemente encontrada na população ocorre no gene da glucocerebrosidase (GBA).</p><p>0 O mecanismo pelo qual as mutações do gene GBA aumentam o risco de DP envolve possivelmente modelos de ganho de função que promovem a agregação de alfa-sinucleína</p><p>A deteção de alfa-sinucleína na retina, pele, urina, plasma e LCR tem sido estudada como potencial biomarcador da doença</p><p>bradicinésia é a característica fundamental</p><p>É possível demonstrar a existência de degenerescência nigroestriada in vivo através de imagiologia nuclear usando, por exemplo, a tomografia computadorizada de emissão única de fotões (SPECT) com 123I-ioflupano. Este método é sensível para demonstrar degenerescência neuronal dopaminérgica pré-sináptica no estriado,</p><p>há uma desnervação simpática cardíaca na DP e a cintigrafia miocárdica com 123I-MIBG (metaiodobenzilguanidina) aumenta a especificidade diagnóstica</p><p>ultrassonografia transcraniana</p><p>Os exames de neuroimagem estrutural cerebral como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética (RM) cerebral permitem excluir lesões estruturais de parkinsonismo, por exemplo doença vascular cerebral ou tumores intracranianos.35 A visualização em RM cerebral do ‘sinal do colibri’ na paralisia supranuclear progressiva (PSP), o ‘sinal da cruz’ na atrofia de múltiplos sistemas (AMS), ou a hiperintensidade dos pedúnculos cerebelosos médios na síndrome de ataxia e tremor ligada ao X-frágil (FXTAS) sugerem outras causas específicas de parkinsonismo</p><p>A fisiopatologia da DP está associada à disfunção dos sistemas neurotransmissores, principalmente, por uma redução nas concentrações de dopamina no estriado em decorrência da perda progressiva dos neurônios dopaminérgicos da parte compacta da substância negra.</p><p>As características microscópicas mais proeminentes da doença incluem:</p><p>1. Degeneração neuronal: A Doença de Parkinson envolve a perda progressiva de neurônios dopaminérgicos na substância negra do cérebro. Esses neurônios são responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina, que desempenha um papel fundamental no controle dos movimentos voluntários.</p><p>2. Corpúsculos de Lewy: Outra característica microscópica da doença são os corpúsculos de Lewy, que são agregados de proteínas anormais encontrados dentro das células nervosas. Esses corpúsculos contêm principalmente alfa-sinucleína, uma proteína que se agrupa de maneira anormal e parece desempenhar um papel central na patogênese da doença.</p><p>3. Inflamação cerebral: Há também evidências de que a inflamação cerebral desempenha um papel na progressão da doença. A ativação de células imunes do cérebro, como microglia, pode contribuir para a morte neuronal e a progressão dos sintomas.</p><p>4. Disfunção mitocondrial: A disfunção mitocondrial, que interfere na capacidade das células de produzir energia de forma eficiente, também está implicada na Doença de Parkinson. Isso pode levar ao estresse oxidativo e à morte celular.</p><p>5. Defeitos no sistema de eliminação de proteínas: Além disso, há evidências de que defeitos no sistema de eliminação de proteínas dentro das células podem contribuir para a acumulação de proteínas tóxicas, como a alfa-sinucleína, levando à formação de agregados proteicos e à morte celular.</p><p>6. Fatores genéticos e ambientais: Embora a maioria dos casos de Doença de Parkinson seja esporádica, ou seja, não tem uma causa genética identificável, aproximadamente 10-15% dos casos são considerados familiares, sugerindo uma contribuição genética. Além disso, fatores ambientais, como exposição a toxinas ambientais, podem desempenhar um papel na suscetibilidade à doença.</p><p>O estriado é composto principalmente por duas regiões distintas: o putâmen e o núcleo caudado. Essas regiões estão intimamente envolvidas em circuitos neurais responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários.</p><p>De entre as causas mais comuns de parkinsonismo degenerativo estão a demência com corpos de Lewy, a AMS, a PSP, a degenerescência córtico-basal e a síndrome de tremor e ataxia ligada ao X frágil (fragile-X tremor ataxia syndrome, FXTAS).</p><p>terapêuticas imunomoduladoras e baseadas em oligonucleotídeos, existe um interesse generalizado no potencial de futuras terapêuticas tendo como alvo a alfa-sinucleína.</p><p>A levodopa foi o primeiro fármaco usado eficazmente para o tratamento da DP</p><p>As origens fisiopatológicas da Doença de Parkinson a nível microscópico estão relacionadas com a presença de corpos de Lewy e degeneração neuronal. Os corpos de Lewy são agregados anormais de proteínas, principalmente alfa-sinucleína, que se acumulam no interior das células nervosas, interferindo com a sua função e levando à morte celular 7. Essas inclusões intracelulares são consideradas uma característica patológica central da doença de Parkinson. A degeneração neuronal, especialmente no sistema dopaminérgico, resulta na diminuição da produção de dopamina, levando aos sintomas motores característicos da doença, como tremores, rigidez e bradicinesia 7.</p><p>Além disso, a interação entre fatores genéticos e ambientais desempenha um papel importante na fisiopatologia da doença de Parkinson. Cerca de 5% a 10% dos casos de Parkinson têm uma causa genética monogênica, enquanto os fatores ambientais, como exposição a toxinas ambientais, também podem contribuir para o desenvolvimento da doença 1.</p><p>Essas alterações microscópicas e a interação complexa entre fatores genéticos e ambientais resultam na disfunção neuronal e na progressiva perda de células dopaminérgicas, levando aos sintomas característicos da doença de Parkinson.</p><p>A Doença de Parkinson é reconhecida não apenas pelos sintomas motores, como tremores, rigidez e bradicinesia, mas também por uma variedade de sintomas não motores que podem afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. Alguns exemplos de sintomas não motores da Doença de Parkinson incluem:</p><p>1. Deterioração cognitiva: Pode incluir problemas de memória, dificuldade de concentração e alterações no pensamento.</p><p>2. Distúrbios neuropsiquiátricos: Como depressão, ansiedade, psicose, apatia e fadiga.</p><p>3. Manifestações gastrointestinais: Como disfagia, enfartamento e obstipação.</p><p>4. Sintomas autonômicos: Como retenção ou urgência urinárias, disfunção sexual, sialorreia, hipersudorese e hipotensão ortostática.</p><p>5. Manifestações sensitivas: Como hiposmia (diminuição do olfato) e dor.</p><p>6. Alterações visuais: Como alterações na percepção do contraste, ilusões e alucinações visuais.</p><p>7. Distúrbios do sono: Como sonhos vívidos, atividade hipermotora durante o sono REM, hipersonolência diurna e síndrome das pernas inquietas.</p><p>Esses sintomas não motores podem variar em gravidade e impacto de paciente para paciente, e sua identificação e tratamento adequados são essenciais para melhorar a qualidade de vida e o manejo da Doença de Parkinson.</p><p>...........................................................................................................................................................................</p><p>As sequelas motoras e centrais causadas pela doença de Parkinson podem contribuir para o desenvolvimento de afasia devido à complexa interação entre os sistemas motores e linguísticos no cérebro. A doença de Parkinson é caracterizada por sintomas motores, como bradicinesia (diminuição da velocidade dos movimentos), rigidez muscular e tremor, que podem afetar a capacidade de articulação e produção da fala. Além disso, a rigidez muscular e a lentidão dos movimentos podem dificultar a coordenação necessária para a produção de sons da fala.</p><p>Por outro lado, as alterações</p><p>centrais associadas à doença de Parkinson, como a degeneração de áreas cerebrais envolvidas no processamento da linguagem, podem levar a dificuldades na compreensão da linguagem, na fluência verbal e na capacidade de encontrar as palavras corretas (anomia). Essas alterações podem resultar em dificuldades de comunicação verbal, levando a uma forma de afasia conhecida como afasia de expressão ou afasia motora.</p><p>Além disso, a doença de Parkinson também pode estar associada a sintomas não motores, como alterações cognitivas, incluindo déficits de memória e atenção, que podem afetar a capacidade de processamento linguístico e a compreensão da linguagem.</p><p>Portanto, as sequelas motoras e centrais da doença de Parkinson podem contribuir para o desenvolvimento de afasia através de múltiplos mecanismos que interferem na produção e compreensão da linguagem. É importante que os pacientes com doença de Parkinson sejam avaliados de forma abrangente para identificar e tratar possíveis dificuldades de comunicação, incluindo a afasia, a fim de melhorar sua qualidade de vida e interação social</p><p>O tratamento da afasia em pacientes com doença de Parkinson pode envolver uma abordagem multidisciplinar que inclui terapia da fala, terapia ocupacional, terapia cognitiva e medicamentos. Alguns possíveis tratamentos para afasia em pacientes com doença de Parkinson incluem:</p><p>1. Terapia da Fala: A terapia da fala é fundamental no tratamento da afasia em pacientes com doença de Parkinson. Um terapeuta da fala pode trabalhar na melhoria da articulação, compreensão da linguagem, fluência verbal e na capacidade de encontrar as palavras corretas.</p><p>2. Terapia Cognitiva: A terapia cognitiva pode ajudar a melhorar as funções cognitivas, incluindo a linguagem, a memória e a atenção, que podem ser afetadas pela doença de Parkinson e contribuir para a afasia.</p><p>3. Medicamentos: Em alguns casos, medicamentos podem ser prescritos para tratar sintomas associados à afasia, como dificuldades de compreensão ou de expressão. Por exemplo, medicamentos para melhorar a atenção e a memória podem ser considerados.</p><p>4. Estimulação Cerebral Profunda (DBS): Em casos selecionados e com acompanhamento médico especializado, a estimulação cerebral profunda pode ser uma opção para o tratamento de sintomas motores e não motores da doença de Parkinson, o que pode indiretamente beneficiar a afasia.</p><p>5. Adaptações de Comunicação: O uso de estratégias de comunicação alternativa, como comunicação não verbal, dispositivos de comunicação assistida por computador ou aplicativos de comunicação, pode ser útil para pacientes com afasia e doença de Parkinson.</p><p>É importante ressaltar que o tratamento da afasia em pacientes com doença de Parkinson deve ser individualizado, levando em consideração as necessidades específicas de cada paciente e a gravidade dos sintomas. Uma abordagem integrada, envolvendo diferentes profissionais de saúde, pode ser fundamental para o manejo eficaz da afasia nesse contexto</p><p>As toxinas ambientais estão relacionadas aos casos de pacientes com DP residentes em regiões rurais com exposição ao uso de pesticidas e herbicidas</p><p>Ocorre uma degeneração dos neurônios de neuromelanina, localizados no tronco encefálico, destacando-se a degradação principalmente daqueles neurônios que contêm dopamina da camada ventral da parte compacta da substância negra e dos neurônios que contêm norepinefrina do lócus cerúleo. Esses núcleos podem apresentar neurônios que não se degeneraram e possuem inclusões proteináceas citoplasmáticas eosinofílicas designadas como corpúsculos de Lewy</p><p>A primeira hipótese propõe a disfunção mitocondrial associada ao estresse oxidativo como fatores fundamentais à patogenia, enquanto a segunda hipótese aponta que agregações e conformações anormais de proteínas sejam fundamentais para indução do processo neurodegenerativo</p><p>A partir da perda de neurônios dopaminérgicos da substância negra, há um comprometimento da atividade da alça frontoestriatal acarretando na disfunção do lobo frontal.</p><p>a redução da atividade de mitocôndrias presentes na substância negra dos mesmos, reduzindo, dessa maneira, a síntese de ATP, acarretando no acúmulo de elétrons livres e, consequentemente, no aumento do estresse oxidativo. Tal comprometimento pode ter como causa a associação de toxinas ambientais ao risco da DP</p><p>A análise da substância negra dos pacientes com DP aponta depleção grave do principal substrato crucial para eliminação das espécies reativas de oxigênio, a glutationa reduzida.</p><p>Há um conjunto de fatores que podem intensificar ou reduzir o estresse oxidativo, como a presença do ferro na substância negra para catalisar a formação do radical hidroxila. Existe também a presença dos genes recessivos PRKN e PINK1 com diversos efeitos no controle da qualidade mitocondrial e a ocorrência de reações de oxidação celular, que também pode resultar em danos aos neurônios monoaminérgicos. Ainda existem dúvidas quanto aos corpúsculos de Lewy que contém α-sinucleína, sendo indefinida se sua presença contribui para aumento da toxicidade ou se estaria, atuando como um mecanismo de proteção.</p><p>Em alguns portadores da doença, verificam-se certas características não motoras como: disfunção olfativa, constipação, depressão, distúrbio do comportamento do sono e movimentos oculares rápidos, podendo apresentar-se antes das características motoras</p><p>o termo parkinsonismo atípico é aplicado às três síndromes neurodegenerativas mais comuns, que é a atrofia de múltiplos sistemas, paralisia supranuclear progressiva e degeneração corticobasal</p><p>exame de imagem mais utilizado no nosso cotidiano, por ser relativamente simples, acessível e de menor custo, comparado aos demais apresentados é a ressonância magnética (RM).</p><p>A Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) e a Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT) podem ser utilizadas na investigação da DP. O PET tem como método a medição do metabolismo da dopamina no corpo estriado do paciente. Já o SPECT utiliza um marcador, que é sensível para transportadores da dopamina.</p><p>o uso do inibidor da MAO-B, como a Selegilina e Resagilina, provocam um efeito sintomático suave, retardando a necessidade do uso da Levodopa por um intervalo médio de 9 meses.</p><p>A Amantadina tem a função de atuar aumentando a liberação de dopamina nos sítios de armazenamento e bloqueando a receptação de dopamina pelas terminações pré-sinápticas.</p><p>A estimulação cerebral profunda (ECP) atua recuperando o equilíbrio fisiológico nos núcleos da base sem a necessidade de restabelecer os níveis de dopamina, sendo métodos mais seguros. A ECP consiste na implantação cirúrgica de um eletrodo, que pode ser uni ou bilateral. Um gerador é colocado na região subclavicular e conectado aos eletrodos, por meio de cabos, objetivando a aplicação de corrente elétrica de baixa intensidade às estruturas nervosas no interior do encéfalo, permitindo, assim, uma neuromodulação</p><p>O tipo de cirurgia mais utilizado, hoje em dia, é a estimulação elétrica do núcleo subtalâmico,</p><p>Os "red flags" são indicadores que alertam para possíveis complicações ou situações de risco em relação a determinada condição médica. No contexto da doença de Parkinson, alguns "red flags" que podem indicar a necessidade de atenção especial incluem:</p><p>1. Progressão rápida da incapacidade para a marcha, levando à necessidade de cadeira de rodas em um curto período de tempo após o início dos sintomas.</p><p>2. Ausência de progressão de sinais e sintomas ao longo de cinco ou mais anos de doença, exceto se a estabilidade for devida ao tratamento.</p><p>3. Envolvimento bulbar precoce, manifestado por disfagia (dificuldade de engolir), disartria (dificuldade na articulação das palavras) ou disfonia (alterações na voz) graves.</p><p>4. Disfunção autonômica grave nos primeiros cinco anos da doença, como hipotensão ortostática (queda da pressão arterial ao levantar), incontinência urinária grave, entre outros.</p><p>Esses "red flags" podem indicar a necessidade de uma avaliação mais aprofundada, ajustes no tratamento ou a consideração de</p><p>intervenções específicas para lidar com essas complicações. É importante que os profissionais de saúde estejam atentos a esses sinais de alerta para garantir uma abordagem adequada e oportuna no manejo da doença de Parkinson e suas possíveis complicações</p><p>image1.png</p><p>image2.png</p><p>image3.png</p>