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<p>SISTEMA DE ENSINO</p><p>DIREITO</p><p>CONSTITUCIONAL</p><p>Poder Legislativo</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Relações entre os Poderes do Estado e a Teoria dos Freios e Contrapesos ....................4</p><p>Poder Legislativo ...........................................................................................................6</p><p>Introdução ......................................................................................................................6</p><p>1. Estrutura do Legislativo ..............................................................................................6</p><p>2. O Congresso Nacional ................................................................................................9</p><p>3. Competência das Casas Legislativas......................................................................... 12</p><p>3.1. Competência Exclusiva do Congresso Nacional (Indelegável) ................................. 14</p><p>3.2. Competência Privativa da Câmara do Deputados ................................................... 16</p><p>3.3. Competência Privativa do Senado Federal ............................................................. 18</p><p>4. Estatuto dos Congressistas ......................................................................................27</p><p>4.1. Imunidades Parlamentares ....................................................................................27</p><p>4.2. Imunidades nas Esferas Estadual e Distrital ..........................................................34</p><p>4.3. Imunidades na Esfera Municipal ............................................................................35</p><p>4.4. Incompatibilidades e Impedimentos .......................................................................35</p><p>4.5. Hipóteses de Perda do Mandato ............................................................................36</p><p>4.6. Observações Complementares ..............................................................................38</p><p>5. Reuniões ................................................................................................................... 41</p><p>6. Comissões Parlamentares ........................................................................................45</p><p>7. Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) .................................................................46</p><p>7.1. Criação ...................................................................................................................46</p><p>7.2. Objeto .................................................................................................................. 48</p><p>7.3. Prazo .................................................................................................................... 48</p><p>7.4. Poderes .................................................................................................................49</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>3 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>7.5. Poderes das CPIs Estaduais, Distritais e Municipais ............................................... 51</p><p>7.6. Conclusões ............................................................................................................52</p><p>8. Processo Legislativo ................................................................................................52</p><p>8.1. Fase de Iniciativa ....................................................................................................54</p><p>8.2. Fase Constitutiva ................................................................................................... 61</p><p>8.3. Fase Complementar ..............................................................................................67</p><p>9. Espécies Normativas ................................................................................................70</p><p>9.1. Emendas à Constituição .........................................................................................70</p><p>9.2. Leis Ordinárias e Complementares ........................................................................78</p><p>9.3. Lei Delegada ......................................................................................................... 82</p><p>9.4. Medida Provisória ..................................................................................................83</p><p>9.5. Decreto Legislativo e Resolução .......................................................................... 90</p><p>10. Função Fiscalizatória .............................................................................................. 91</p><p>10.1. Controle Externo ..................................................................................................93</p><p>10.2. Controle Interno ................................................................................................. 105</p><p>11. Tópico Especial: Súmulas Aplicáveis à Aula ........................................................... 106</p><p>Questões de Concurso – Cespe ................................................................................... 109</p><p>Gabarito – Cespe ........................................................................................................ 124</p><p>Gabarito Comentado – Cespe ...................................................................................... 125</p><p>Questões de Concurso – FCC ...................................................................................... 179</p><p>Gabarito – FCC ........................................................................................................... 206</p><p>Gabarito Comentado – FCC .........................................................................................207</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>4 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>RELAÇÕES ENTRE OS PODERES DO ESTADO E A TEORIA</p><p>DOS FREIOS E CONTRAPESOS</p><p>No artigo 2º, a Constituição, de forma muito resumida, fala no princípio da separação dos poderes.</p><p>Não há dúvidas de que nós adotamos, em linhas gerais, a ideia de Montesquieu, segundo</p><p>a qual o poder seria uno e pertenceria ao povo. No entanto, para melhor funcionamento da</p><p>máquina pública, haveria a tripartição das funções.</p><p>É nesse contexto que surge a distribuição das tarefas estatais, em um sistema que fun-</p><p>ciona de maneira contínua para controlar os agentes públicos. Um Poder fiscalizaria o outro,</p><p>atuando todos como uma engrenagem perfeita, ao menos do ponto de vista teórico.</p><p>É também na concepção de Montesquieu que cada Poder desempenharia uma função princi-</p><p>pal (típica) e, de forma secundária (atípica), atuaria naquela tarefa inerente ao outro Poder.</p><p>Vou ilustrar com a seguinte tabela:</p><p>Poder Função típica Funções atípicas</p><p>Executivo</p><p>Administrar</p><p>(executar)</p><p>1. legislar: por exemplo, ao editar uma medida provisória ou um</p><p>decreto autônomo.</p><p>2. julgar: julgamentos feitos pelo CADE acerca da possível forma-</p><p>ção de cartéis ou outras formas de violação da concorrência. Ainda,</p><p>os julgamentos feitos pelo CARF, órgão envolvido na Operação</p><p>Zelotes.</p><p>Judiciário Julgar</p><p>1. legislar: elaboração de Regimentos Internos.</p><p>2. administrar: “cuidar” de seus servidores. Ex.: conceder férias.</p><p>Legislativo</p><p>Legislar</p><p>e fiscalizar</p><p>1. julgar: processar e julgar as autoridades indicadas pela Consti-</p><p>tuição (art. 52). Ex.: Pres. da República.</p><p>2. administrar: “cuidar” de seus servidores.</p><p>no Plenário do Senado Federal, o senador Arnon de Mello, pai de</p><p>Fernando Collor de Mello, atirou contra seu adversário político (Silvestre Péricles), acertando o</p><p>também Senador José Kairala, que morreu horas depois. Os dois senadores alagoanos acaba-</p><p>ram sendo absolvidos.</p><p>Já no ano de 1967, houve outro tiroteio, só que dessa vez na Câmara, envolvendo os deputa-</p><p>dos federais Nelson Carneiro e Estácio Souto Maior (pai do piloto Nelson Piquet). No processo,</p><p>ambos foram absolvidos.</p><p>A imunidade material protege o parlamentar para que não seja processado por suas opiniões,</p><p>palavras e votos, afastando a responsabilização penal e civil.</p><p>Imunidade Formal</p><p>Também chamada de imunidade processual ou adjetiva, é responsável por definir as re-</p><p>gras sobre prisão dos parlamentares, bem como ao processo instaurado contra eles. Ela so-</p><p>freu significativas mudanças, trazidas pela EC n. 35/2001.</p><p>Segundo as regras atuais, desde a expedição do diploma – ou seja, antes mesmo da posse</p><p>–, os parlamentares não poderão ser presos, salvo em flagrante delito por crime inafiançável.</p><p>Havendo prisão em flagrante por crime inafiançável, os autos serão remetidos em 24 horas</p><p>à respectiva Casa Legislativa, para que ela resolva sobre a prisão, pelo voto da maioria de seus</p><p>membros. Isso significa que poderá o próprio Legislativo relaxar a prisão, caso entenda que ela</p><p>é fruto de perseguição.</p><p>Essa regra, no entanto, pode ser relativizada. Em um julgado que cai bastante nas provas,</p><p>relacionado à Operação Dominó, o STF entendeu que não haveria a necessidade de comunicar</p><p>à Casa, pois a quase totalidade dos deputados estaduais (23 dos 24) respondia a inquéritos e</p><p>ações penais (STF, HC n. 89.417).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>31 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Note que, teoricamente, não cabe a prisão preventiva ou temporária de parlamentares, bem</p><p>assim não há previsão explícita de afastamento do Congressista de suas funções.</p><p>No entanto, os recentes acontecimentos estão demonstrando que também essas regras</p><p>podem ser relativizadas. É sempre bom lembrar que não existe direito absoluto.</p><p>Seguindo, o noticiário político já traz alguns exemplos de parlamentares que foram afas-</p><p>tados do exercício de suas funções, como é o caso do ex-presidente da Câmara, Deputado</p><p>Eduardo Cunha, ou ainda do Deputado Rodrigo Rocha Loures (o homem da mala) e do senador</p><p>Aécio Neves.</p><p>Quanto à prisão, houve o caso do ex-senador Delcídio do Amaral, no qual a própria decisão</p><p>do STF não deixou clara a natureza da custódia (se flagrante ou preventiva). De todo modo, dis-</p><p>cutiu-se a prisão em flagrante de outros parlamentares, citados no contexto das bombásticas</p><p>delações premiadas da JBS.</p><p>Ainda dentro da imunidade processual, você viu que, pelo texto constitucional, parlamentar</p><p>só pode ser preso em flagrante em razão de crime inafiançável. Havendo a prisão, a Casa deve</p><p>ser comunicada para saber se mantém ou não o Parlamentar preso.</p><p>Contudo, em rumorosa decisão, o STF entendeu que a comunicação à Casa deveria acontecer</p><p>nos casos de restrições relacionadas ao exercício do mandato, e não apenas em caso de prisão.</p><p>Assim, vê-se que houve um alargamento do que consta na Constituição.</p><p>Para exemplificar, a orientação beneficiou o então Senador Aécio Neves, que tinha algumas</p><p>cautelares do artigo 319 do Código de Processo Penal substitutivas da prisão – entre elas,</p><p>recolhimento domiciliar e impossibilidade de ingresso na Casa.</p><p>A imunidade parlamentar se inicia com a expedição do diploma, que é antes da posse.</p><p>Mas a grande transformação operada pela EC n. 35/2001 vem agora!</p><p>Antes de 2001, para se processar um parlamentar, havia a necessidade de a Casa Legisla-</p><p>tiva dar autorização, o que não ocorria. Assim, enquanto estivesse no exercício do mandato, o</p><p>processo ficaria suspenso, o que também acontecia com o prazo prescricional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>32 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>No entanto, após a EC n. 35/2001, não há mais necessidade de prévia licença para a aber-</p><p>tura de processo contra parlamentares.</p><p>Agora, a regra fica assim:</p><p>a) se os fatos forem anteriores à diplomação, o processo tramitará sem a necessidade de</p><p>prévia licença e sem a possibilidade de determinarem a suspensão;</p><p>b) se os fatos forem posteriores à diplomação, também não haverá a necessidade de pré-</p><p>via licença. No entanto, pode a Casa determinar a sustação do processo, desde que</p><p>haja, no prazo de 45 dias, iniciativa de partido político e decisão de maioria dos mem-</p><p>bros da Casa.</p><p>Um ponto importantíssimo: depois que a EC n. 35/2001 entrou em vigor, as ações penais</p><p>que estavam represadas – lembra que ninguém dava a licença prévia? – começaram a andar.</p><p>Foi aí que no ano de 2007 o STF julgaria o primeiro parlamentar. Na véspera da sessão de</p><p>julgamento, o então Deputado Federal Ronaldo Cunha Lima renunciou ao mandato parlamen-</p><p>tar, em claro intuito de escapar da condenação.</p><p>No dia marcado, o ministro Joaquim Barbosa, que era o Relator, entendia pela possibilidade</p><p>de se prosseguir no julgamento mesmo após a renúncia. Prevaleceu, contudo, a tese contrária.</p><p>O processo contra Ronaldo Cunha Lima acabou “descendo” para a 1ª instância. Cinco anos</p><p>depois, ele morreu sem nunca ter sido julgado pelo crime de homicídio tentado, que teria sido</p><p>praticado contra um adversário político em seu Estado.</p><p>Seguiu-se para o julgamento do também deputado federal Natan Donadon.</p><p>Advinha o que ele fez na véspera?</p><p>Isso mesmo! Renunciou...</p><p>Em nova discussão, o Plenário do STF manteve o julgamento, condenando o Deputado à</p><p>pena de aproximadamente 13 anos de reclusão, em regime fechado, nada se falando sobre a</p><p>perda do mandato.</p><p>Seguindo, chega a vez do julgamento do Mensalão (AP n. 470). Àquela altura, o STF enten-</p><p>deu que a perda do mandato seria automática, como consequência do trânsito em julgado da</p><p>condenação.</p><p>Contudo, a orientação que prevalece hoje é diferente: a partir do caso do Senador Ivo Cas-</p><p>sol (AP n. 565), o STF passou a entender que a perda do mandato deve ser decidida pela Casa,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>33 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>mesmo em caso de condenação definitiva. Foi aplicado o raciocínio de combinação dos arti-</p><p>gos 15, III, e 55, § 2º, ambos da Constituição.</p><p>A partir da EC n. 76/2013, não há mais voto secreto para a apreciação de vetos presidenciais</p><p>ou para os julgamentos de cassação do mandato parlamentar. Desse modo, a perda será de-</p><p>cidida pela Casa em votação aberta.</p><p>Está bem, mas não preciso dizer a você que escândalos de corrupção dominam o noticiá-</p><p>rio. Notícias e mais notícias relacionadas – ou não – à Operação Lava Jato indicam a acusa-</p><p>ção envolvendo dezenas de nomes, inclusive de grandes autoridades públicas.</p><p>Também não é novidade que os processos tramitando na 1ª instância costumam andar</p><p>muito mais rápido do que aqueles que correm no STF. Em comparação rápida,</p><p>enquanto deze-</p><p>nas de feitos já haviam sido sentenciados, as primeiras denúncias começaram a ser recebidas</p><p>no STF. Veja que o recebimento da denúncia marca o começo da ação penal.</p><p>Então, na Ação Penal n. 937, após intensos – e ‘calorosos’ – debates, uma Questão de Or-</p><p>dem no Plenário do STF acabou decidindo que, em relação aos parlamentares federais, o foro</p><p>especial no STF estava limitado a fatos praticados durante o mandato e que tivessem relação</p><p>com o mandato.</p><p>Em outras palavras, afastou-se o entendimento que vigorava até ali. Antes, era seguida a</p><p>regra do artigo 53 da Constituição, segundo a qual o foro especial começava com a expedição</p><p>do diploma (antes da posse), sem distinguir se o crime teria ocorrido antes ou depois, ou mes-</p><p>mo se tinha algum tipo de relação com o mandato.</p><p>Repito: a regra atual é no sentido de restringir o foro especial a fatos ocorridos durante o</p><p>mandato e relacionados ao mandato. Os demais fatos seriam remetidos à Justiça de 1º grau.</p><p>Outra coisa: para evitar manobras tendentes a escapar do julgamento perante o STF, foi</p><p>firmada a seguinte tese: após o final da instrução processual, com a publicação do despacho</p><p>de intimação para apresentação de alegações finais, a competência para processar e julgar</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>34 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>ações penais não será mais afetada em razão de o agente público vir a ocupar outro cargo ou</p><p>deixar o cargo que ocupava, qualquer que seja o motivo.</p><p>Ou seja, se o processo chegar à fase de alegações finais, eventual renúncia ou qualquer ou-</p><p>tra circunstância (ou manobra) não deslocaria o julgamento para a 1ª instância. Ao contrário,</p><p>o processo seria concluído no STF.</p><p>Última coisa: por ora, o raciocínio que restringe o foro especial só está vigorando para os</p><p>Parlamentares do Congresso Nacional, não repercutindo para outras autoridades, como inte-</p><p>grantes do Executivo, do Judiciário e do MP.</p><p>4.2. imunidades nas esFeras estaduaL e distritaL</p><p>Aos parlamentares estaduais e distritais são atribuídas as mesmas imunidades assegura-</p><p>das no âmbito federal.</p><p>Desse modo, a eles também aplica a regra segundo a qual suas opiniões, palavras e votos</p><p>não ensejarão a responsabilização civil ou criminal, quando guardarem relação ao exercício do</p><p>mandato – imunidade material. Renova-se, nessa ocasião, a diferenciação feita linhas atrás no</p><p>que tange à manifestação feita fora ou dentro da Casa, bem como acerca da possibilidade de</p><p>responsabilização por quebra de decoro.</p><p>Ademais, se deputado estadual (ou distrital) cometer crime após a diplomação, o respectivo</p><p>Tribunal de Justiça comunicará à Casa Legislativa – assembleia legislativa ou câmara legislativa</p><p>– para que, em 45 dias, se pronuncie quanto à possibilidade de sustação do processo.</p><p>Havendo prisão em flagrante por crime inafiançável, a Casa será comunicada para decidir</p><p>sobre a permanência do parlamentar na prisão.</p><p>Sobre o tema, inclusive, houve grande discussão no STF, prevalecendo, por placar apertado,</p><p>a tese de que a Assembleia Legislativa pode rever prisão decretada pelo Poder Judiciário (STF,</p><p>ADI n. 5.823).</p><p>Ah, as alterações operadas na Constituição Federal que limitem a imunidade dos parla-</p><p>mentares federais serão desde logo aplicadas na esfera estadual e distrital, independentemen-</p><p>te da (in)existência de adaptação na Constituição Estadual.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>35 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>4.3. imunidades na esFera muniCiPaL</p><p>Aos vereadores, a imunidade material fica restrita ao Município, ao contrário do que acon-</p><p>tecia com parlamentares federais, estaduais e distritais – imunidade em todo o País.</p><p>Já a imunidade formal não lhes foi atribuída.</p><p>Quanto ao foro especial, entendia o STF que, embora ele não tenha sido dado pela Consti-</p><p>tuição Federal, nada impediria que seja conferido por Constituição Estadual (STF, ADI n. 2.587).</p><p>No entanto, em 2019, o Tribunal mudou a sua orientação, para deixar claro que não caberia</p><p>à Constituição Estadual conceder foro especial a autoridades, indo além daqueles casos já</p><p>disciplinados na Constituição Federal. Isso porque a própria CF já estabelece autoridades es-</p><p>taduais e até municipais (Prefeito e membro de TCM) que contam com a prerrogativa.</p><p>Ao final, prevaleceu a tese de que o foro especial só seria aplicável aquelas autoridades</p><p>mencionadas na CF, ou naqueles casos em que o foro previsto na CE derivasse diretamente</p><p>dos artigos 27 e 28 da Constituição – ou seja, deputados estaduais e distritais, vice-governa-</p><p>dor, secretários de Estado e chefes das forças policiais (STF, ADI n. 2.553).</p><p>4.4. inComPatibiLidades e imPedimentos</p><p>Determinadas condutas são incompatíveis com a atividade desenvolvida pelo parlamentar.</p><p>De acordo com o artigo 54, I e II, da CF, têm-se as seguintes proibições:</p><p>I – Desde</p><p>a expedição</p><p>do diploma</p><p>Firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa pública,</p><p>sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo quando o</p><p>contrato obedecer a cláusulas uniformes;</p><p>Aceitar ou exercer cargo ou emprego remunerado, inclusive os que sejam demissíveis ad</p><p>nutum, nas entidades constantes na alínea anterior;</p><p>II – Desde a</p><p>posse</p><p>Ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente de con-</p><p>trato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;</p><p>Ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis ad nutum, nas entidades referidas no pri-</p><p>meiro quadro desta tabela;</p><p>Patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o primeiro</p><p>quadro desta tabela;</p><p>Ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>36 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Constitucionais não se estendem aos suplentes. Desse modo, o exercício do mandato de prefeito</p><p>não acarretaria a perda da condição jurídica de suplente, podendo ele ser convocado para substi-</p><p>tuir o titular, desde que renuncie ao mandato no Executivo municipal (STF, MS n. 21.266).</p><p>4.5. HiPóteses de Perda do mandato</p><p>O artigo 55 da Constituição Federal traz as hipóteses em que o parlamentar poderá perder</p><p>seu mandato.</p><p>Desde logo, peço que você redobre os cuidados para as situações nas quais a perda deve</p><p>ser decidida pela Casa, diferenciando-as daquelas nas quais a perda será declarada.</p><p>Essa distinção é de grande importância, na medida em que na declaração não haveria mar-</p><p>gem para a Casa para deixar de aplicar a punição.</p><p>As regras da fidelidade partidária não se aplicam às eleições majoritárias (Chefes do Executi-</p><p>vo e senadores). Elas valem apenas para as eleições proporcionais (Deputados e Vereadores),</p><p>ocorrendo a perda do mandato se o parlamentar trocar de legenda fora das hipóteses permiti-</p><p>das – STF, ADI n. 5.081.</p><p>Vamos lá! Em vez de seguir a ordem da Constituição, vou separar usando os casos de per-</p><p>da decidida e perda declarada, OK?</p><p>Antes, porém, outro alerta: a EC n. 76/2013 acabou com o voto secreto na cassação de</p><p>mandato parlamentar e na apreciação dos vetos presidenciais. Atualmente, persiste o voto</p><p>secreto apenas na sabatina de nomes, feita pelo Senado Federal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>37 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Perda Decidida</p><p>Conjugando os artigos 54 e 55 da Constituição, a perda do mandato será decidida nos se-</p><p>guintes casos:</p><p>a) quando parlamentar infringir qualquer das proibições do art. 54 (quadro anterior – item 8.4);</p><p>b) quando houver quebra de decoro parlamentar;</p><p>Nessa hipótese, em respeito à separação de Poderes, não caberia ao Judiciário controlar o</p><p>mérito das razões que ensejaram a perda do mandato por quebra de decoro (STF, MS n. 23.388).</p><p>Em importantíssimo julgado, que envolvia o ex-deputado federal José Dirceu, o STF deci-</p><p>diu que o membro do Congresso Nacional que se licenciasse do mandato para se investir no</p><p>cargo de ministro de Estado não perderia os laços que o unem ao Parlamento. Em razão disso,</p><p>ainda que licenciado, poderia perder o mandato por quebra de decoro parlamentar (STF, MS</p><p>n. 25.579).</p><p>c) quando o parlamentar sofrer condenação criminal transitada em julgado.</p><p>Aqui, redobre as atenções! Isso porque, no julgamento do Mensalão (AP n. 470), o STF en-</p><p>tendeu que a perda do mandato seria automática, como consequência do trânsito em julgado</p><p>da condenação.</p><p>Contudo, a orientação que prevalece hoje é diferente: a partir do caso do senador Ivo Cas-</p><p>sol (AP n. 565), o STF passou a entender que a perda do mandato deve ser decidida pela Casa,</p><p>mesmo em caso de condenação definitiva. Foi aplicado o raciocínio de combinação dos arti-</p><p>gos 15, III, e 55, § 2º, ambos da Constituição.</p><p>Dentro desse contexto, a perda não é mais automática, devendo a decisão de perda ser</p><p>tomada por maioria absoluta de votos na respectiva Casa, em votação aberta.</p><p>Só cuidado com um ponto: a regra de que a perda deve ser decidida pela Casa pode ser</p><p>excepcionada, quando a condenação impõe o cumprimento de pena em regime fechado, e não</p><p>viável o trabalho externo diante da impossibilidade de cumprimento da fração mínima de para a</p><p>obtenção do benefício durante o mandato e antes de consumada a ausência do congressista a</p><p>1/3 das sessões ordinárias da Casa Legislativa da qual faça parte. Nesse cenário aconteceria a</p><p>perda automática do mandato, por impossibilidade de exercê-lo (STF, AP 694).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>38 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Perda Declarada</p><p>Aqui, a perda seria automática, dependendo de iniciativa da Mesa da Casa respectiva, de</p><p>ofício, ou mediante provocação de qualquer de seus membros ou de partido político.</p><p>Veja as hipóteses:</p><p>a) que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte das sessões ordinárias da</p><p>Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por esta autorizada;</p><p>b) que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;</p><p>c) quando o decretar a Justiça Eleitoral, nos casos previstos nesta Constituição.</p><p>4.6. observações ComPLementares</p><p>1. O parlamentar não perderá o mandato nas seguintes hipóteses:</p><p>a) Quando estiver investido em cargo de ministro de Estado, governador de território,</p><p>secretário de Estado, do DF, de Território, de prefeitura de capital ou chefe de missão diplo-</p><p>mática temporária.</p><p>O STF entende que o membro do Congresso Nacional que se licencia do mandato para se</p><p>investir no cargo de ministro de Estado não perde os laços que o unem ao Parlamento. Em</p><p>razão disso, ainda que licenciado, poderia perder o mandato por quebra de decoro parla-</p><p>mentar (STF, MS n. 25.579).</p><p>b) Quando licenciado por motivo de doença (sem prazo).</p><p>O processo de cassação do mandato não ficará suspenso mesmo que tenha sido deferida</p><p>licença ao parlamentar para tratar de sua saúde (STF, MS n. 34.064).</p><p>c) Quando licenciado pela respectiva Casa para tratar, sem remuneração, de interesse par-</p><p>ticular, desde que o afastamento não ultrapasse 120 dias por sessão legislativa.</p><p>Note-se que o período máximo de duração da licença para tratar de interesses particulares</p><p>é bem menor que aquele previsto na Lei n. 8.112/1990, Regime Jurídico aplicável aos servido-</p><p>res públicos civis da União.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>39 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>2. Os deputados e os senadores não serão obrigados a testemunhar sobre informações</p><p>recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes</p><p>confiaram ou deles receberam informações.</p><p>É o chamado “sigilo da fonte”, garantia que também alcança os profissionais de jornalismo.</p><p>Sobre o tema, cabe lembrar que o art. 221 do Código de Processo Penal assegura a algu-</p><p>mas autoridades – entre elas, os parlamentares federais e estaduais – a prerrogativa de serem</p><p>inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre eles e o juiz.</p><p>No entanto, a orientação do STF é no sentido de que a autoridade perderá essa prerrogati-</p><p>va se não indicar, no prazo de 30 dias, o dia, hora e local para a sua inquirição (STF, AP n. 421).</p><p>3. É indispensável a prévia licença da Casa respectiva para que o parlamentar se incorpore</p><p>às Forças Armadas, ainda que em tempo de guerra.</p><p>4. Durante estado de sítio, imunidades poderão ser suspensas, mediante o voto de 2/3</p><p>(dois terços) dos membros da Casa, nos atos praticados fora do recinto do Congresso, que</p><p>sejam incompatíveis com a execução da medida.</p><p>Em nenhuma hipótese, imunidades serão cassadas. As possibilidades de suspensão se</p><p>referem somente ao Estado de Sítio, que é o mais grave de todos.</p><p>5. De acordo com o artigo 55, § 2º, da Constituição, ocorrendo vaga de Senador e não ha-</p><p>vendo suplente, será feita eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o</p><p>término do mandato.</p><p>Ou seja, nenhum dos suplentes estaria apto a assumir a cadeira, certo?</p><p>Aqui, preciso abrir um parêntese!</p><p>É que a Lei Federal n. 13.165/2015 prevê que, na vacância em cargos majoritários (no âm-</p><p>bito do Executivo, dupla vacância) provocada por razões eleitorais – indeferimento de registro,</p><p>cassação do diploma e perda do mandato de candidato em pleito majoritário, independente-</p><p>mente do número de votos anulados –, só haverá eleições indiretas se faltarem menos de seis</p><p>meses para o término do mandato.</p><p>Exemplificando, a perda de mandato de governador e de vice por compra de votos geraria a</p><p>aplicação da regra atual do artigo 224, § 4º, do Código Eleitoral, sendo realizadas eleições dire-</p><p>tas, exceto se faltarem menos de seis meses para seu mandato acabar.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>40 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Por outro lado, se o motivo da dupla vacância for alguma causa não eleitoral (morte, desistên-</p><p>cia, renúncia ao mandato etc.), valerá a regra prevista na Constituição Estadual (governador)</p><p>ou na Lei Orgânica (governador do DF e municípios).</p><p>Por que há regras diferentes, professor?</p><p>Se a causa for eleitoral, vale a regra federal, porque cabe à União legislar privativamente</p><p>sobre matéria eleitoral. Do contrário, se a matéria tratar de organização político-administrativa,</p><p>cada ente da Federação tem legitimidade para legislar – autonomia financeira, administrativa</p><p>e política.</p><p>Ou seja, se você reparou bem, a lei federal contrariou as regras que falam em eleições</p><p>indiretas para presidente e vice-presidente da República nos últimos dois anos do mandato e</p><p>também as regras supracitadas, para senador.</p><p>Pois é, apreciando a constitucionalidade da referida lei, o STF entendeu pela validade das</p><p>novas regras para os cargos de governador e de prefeito, mas não para presidente da Repúbli-</p><p>ca e senador.</p><p>Como assim?</p><p>Deixe-me explicar: primeiro, é bom lembrar que cabe à União, de forma privativa, legislar</p><p>sobre direito eleitoral. Então, até aí, nada de errado com a lei federal.</p><p>O problema é que ela dizia que as novas regras seriam aplicáveis aos cargos majoritários,</p><p>sem fazer nenhuma ressalva. Acontece que, para o cargo de presidente da República e para o</p><p>de senador, a própria Constituição Federal já prevê um procedimento específico e diferente do</p><p>que constou na Lei n. 13.165/2015.</p><p>Então, para presidente continua valendo a regra do artigo 81, § 1º, da Constituição, segun-</p><p>do a qual as eleições indiretas ocorrerão se vagarem os cargos de presidente e de vice-presi-</p><p>dente nos dois últimos anos do mandato.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>41 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Por sua vez, para senadores, prevalecerá a norma que vimos, do artigo 56, § 2º, da Consti-</p><p>tuição, a qual prevê que, ocorrendo vaga e não havendo suplente, nova eleição será feita para</p><p>preenchê-la se faltarem mais de quinze meses para o término do mandato (STF, ADI 5.525).</p><p>Lembrando, para governador e para prefeito, teremos duas opções: a) se a dupla vacância</p><p>decorrer de causas eleitorais, aplica-se a lei federal, com eleições indiretas apenas se faltarem</p><p>menos de seis meses para o fim do mandato; b) para dupla vacância fundada em causas não</p><p>eleitorais, vale a regra editada pelo próprio ente – estado ou município.</p><p>Outra coisa: ainda sobre a Lei n. 13.165/2015, o STF firmou a seguinte tese:</p><p>É constitucional legislação federal que estabeleça novas eleições para os cargos majo-</p><p>ritários simples – isto é, Prefeitos de Municípios com menos de duzentos mil eleitores e</p><p>senadores da República – em casos de vacância por causas eleitorais (STF, ADI 5.690).</p><p>Nesse julgamento, discutia-se a validade da norma eleitoral que prevê novas eleições não</p><p>importando o número de votos anulados.</p><p>Como você viu, prevaleceu a tese de que deve haver novas eleições quando a vacância se</p><p>der por causas eleitorais (ex.: abuso do poder econômico), não importando quantos votos vá-</p><p>lidos tenham sido anulados – se mais ou menos de 50%.</p><p>5. reuniões</p><p>Não é difícil ouvir uma crítica na sociedade acerca da quantidade de dias em que os parla-</p><p>mentares efetivamente trabalham.</p><p>As discussões no Legislativo se concentram, geralmente, entre as terças e as quintas-feiras.</p><p>Mas, se você está achando ruim, lembre-se de que até 2006 o cenário era ainda mais nebu-</p><p>loso. Isso porque a EC n. 50/2006 promoveu duas significativas mudanças.</p><p>A primeira, no sentido de reduzir o recesso parlamentar, de 90 para 55 dias.</p><p>Pelas regras atuais, durante o período compreendido entre 2/2 a 17/7 e 1/8 a 22/12, fun-</p><p>ciona a sessão legislativa ordinária. Fora desse período, ou seja, no intervalo entre 18/7 a 31/7</p><p>e 23/12 a 1º/2, ocorre o recesso parlamentar.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>42 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Há ainda a previsão no artigo 57, § 2º, segundo a qual os parlamentares não podem sair de re-</p><p>cesso no meio do ano legislativo sem que tenham votado a lei de diretrizes orçamentárias – LDO.</p><p>Essa proibição só funciona na teoria (nas provas), porque na vida real eles saem de “reces-</p><p>so branco”. Em outras palavras, quase todos simplesmente deixam de ir trabalhar. Em razão</p><p>disso, não há quórum para a abertura das sessões de votação.</p><p>A segunda modificação consistiu no fim do pagamento de verbas extraordinárias, conhe-</p><p>cidas como jeton, nos casos de convocação extraordinária.</p><p>Mas tome cuidado para não trocar as bolas! Ainda é possível fazer a convocação extraordi-</p><p>nária. Foi retirada apenas a possibilidade de pagamentos extras se ela acontecer. Como você</p><p>é brasileiro(a), nem preciso dizer que, de lá para cá, as convocações, que eram frequentes,</p><p>passaram a minguar.</p><p>Veja aí na tabelinha as hipóteses de convocação extraordinária:</p><p>Hipóteses de convocação extraordinária</p><p>Quem pode convocar Hipóteses</p><p>Presidente da República</p><p>Em caso de urgência ou interesse público relevante, sempre</p><p>com aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas</p><p>do Congresso Nacional.</p><p>Presidente do Senado Federal</p><p>Presidente da Câmara do Deputados</p><p>Requerimento da maioria dos membros</p><p>de ambas as Casas</p><p>Presidente do Senado</p><p>Decretação de estado de defesa;</p><p>decretação de intervenção federal;</p><p>pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;</p><p>para o compromisso e a posse do Presidente e Vice-Presi-</p><p>dente da República.</p><p>Durante sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre</p><p>a matéria para a qual foi convocado, além das medidas provisórias que estiverem em vigor na</p><p>data da convocação da sessão.</p><p>Há também a previsão das situações nas quais ocorrerá a sessão conjunta, abrangendo a</p><p>Câmara e o Senado. São elas: a) inauguração de sessão legislativa; b) elaboração de Regimen-</p><p>to Interno comum; c) criação de serviços comuns às duas Casas; d) receber compromisso do</p><p>presidente e vice-presidente da República; e e) conhecer do veto do presidente da República e</p><p>sobre ele deliberar.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>43 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Antes de seguirmos, preciso abrir um parêntese:</p><p>Será que há diferença entre sessão conjunta e sessão unicameral?</p><p>Há sim, mas, primeiro, vamos à semelhança: em ambas, a reunião dos deputados e dos</p><p>senadores ocorrerá concomitantemente.</p><p>Já a diferença, mais importante para as provas, é que na sessão conjunta a votação con-</p><p>sidera a maioria absoluta (MA) em cada Casa do Congresso, de forma isolada. Em outras pa-</p><p>lavras, para a aprovação será necessário alcançar MA da Câmara (257 deputados Federais) e</p><p>MA do Senado (41 senadores).</p><p>Passando para a sessão unicameral, a votação é conjunta, sendo contada a maioria ab-</p><p>soluta sobre o total de 594 parlamentares (513 da</p><p>Câmara e 81 do Senado). Ou seja, para a</p><p>aprovação, seriam necessários os votos de 298 parlamentares, sendo indiferente o número de</p><p>deputados ou senadores.</p><p>A sessão unicameral era prevista para a aprovação das Emendas Constitucionais de Revi-</p><p>são (ECR), modificações com quórum muito menos rigoroso se comparado com as Emendas</p><p>à Constituição. Confira:</p><p>DIFERENÇAS ENTRE CONSTITUINTE REVISOR X CONSTITUINTE REFORMADOR</p><p>Revisor Reformador</p><p>São as emendas constitucionais de revisão – ECR. São as emendas à Constituição – EC.</p><p>Emendas deviam ser feitas cinco anos após a pro-</p><p>mulgação da CF/1988.</p><p>Emendas podem ser feitas a qualquer tempo (salvo nas</p><p>limitações circunstâncias).</p><p>Precisavam obter maioria absoluta de votos. Precisava obter três quintos de votos.</p><p>Votação em sessão unicameral. Votação em cada Casa do Congresso Nacional (CD + SF).</p><p>Uma única votação (1x). Duas votações em cada Casa (2x).</p><p>Parou na ECR n. 6/1994. Já são mais de 90 emendas.</p><p>Fecho aqui o parêntese e já retomo com uma observação: embora normalmente as ses-</p><p>sões legislativas comecem no dia 2 de fevereiro, cada uma das Casas deverá se reunir a partir</p><p>de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das</p><p>respectivas Mesas, para mandato de dois anos.</p><p>Por falar em duração do mandato das Mesas do Congresso, o artigo 57, § 4º, da Constitui-</p><p>ção veda a recondução para o mesmo cargo, dentro da mesma legislatura.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>44 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Falando em outras palavras, considerando que uma legislatura tenha quatro anos, no pri-</p><p>meiro ano, os parlamentares se reunirão no dia 1º de fevereiro. Eles elegerão os integrantes da</p><p>Mesa, cujo mandato terá duração de dois anos.</p><p>No biênio seguinte – dois últimos anos da mesma legislatura –, serão feitas novas elei-</p><p>ções, mas não poderá haver a eleição dos membros para os mesmos cargos. Ah, nesse segun-</p><p>do biênio, a sessão legislativa começará normalmente em 2 de fevereiro.</p><p>Preste muita atenção para um ponto já julgado pelo STF e que tem frequentado o noticiá-</p><p>rio político nos últimos tempos: as regras sobre reeleição de membros da Mesa Diretora das</p><p>Casas Legislativas!</p><p>Eu falei ainda agora que é proibida a recondução dos parlamentares para as Mesas das</p><p>Casas Legislativas na mesma legislatura.</p><p>Ou seja, até seria possível a reeleição, desde que em legislaturas diferentes (o que foi feito</p><p>várias vezes por José Sarney e Renan Calheiros, que se revezavam no comando do Senado).</p><p>Para não incidir na proibição, eles ocupavam o cargo de Presidente nos dois últimos anos</p><p>de uma legislatura e nos dois primeiros da legislatura seguinte – exemplo: 2013-2014 (legisla-</p><p>tura 2011-2014) e 2015-2016 (legislatura 2015-2018).</p><p>Na recente polêmica envolvendo a reeleição do Deputado Federal Rodrigo Maia para a Pre-</p><p>sidência da Câmara do Deputados, o STF entendeu que era possível a candidatura, uma vez</p><p>que, no primeiro período, ele chegou ao comando da Casa apenas para completar o mandato</p><p>(mandato-tampão) do então deputado Eduardo Cunha, chamado por muitos de Meu Malvado</p><p>Favorito.</p><p>Ou seja, havia uma excepcionalidade, a afastar a proibição: o primeiro período em que ele</p><p>presidiu a Casa era um mandato-tampão. Logo, não incidiria a proibição constitucional.</p><p>Eu lembro a você que a decisão do ministro Celso de Mello foi uma liminar, que ainda pre-</p><p>cisa ser confirmada pelo Plenário. Entretanto, na prática, ela dificilmente seria modificada (STF,</p><p>MS n. 34.602).</p><p>Outro ponto: seria possível que normas estaduais possibilitassem a reeleição na mesma</p><p>legislatura, ou a proibição constitucional se estenderia, exigindo aplicação em simetria?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>45 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A resposta é afirmativa. No entender do STF, a proibição existente na CF não seria norma</p><p>de repetição obrigatória, pois não se enquadra entre os princípios constitucionais estabeleci-</p><p>dos (STF, ADI n. 793).</p><p>Vou repetir um conselho que vivo dando aos meus alunos: olhe para o noticiário com olhos</p><p>de concurseiro! Esteja atento ao que se passa. No mínimo, você se sairá bem nas provas sobre</p><p>atualidades.</p><p>Estou dizendo isso porque foi veiculada na imprensa, com destaque, a reeleição do Presi-</p><p>dente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani, para novo mandato dentro</p><p>da mesma legislatura. Você acabou de ver que isso é possível, independentemente de se tra-</p><p>tar de mandato-tampão ou não.</p><p>A proibição de reeleição dos membros da Mesa da Casa Legislativa na mesma Legislatura não</p><p>é norma de repetição obrigatória. Assim, pode a Constituição Estadual prever a reeleição para</p><p>a Presidência da Assembleia Legislativa.</p><p>6. Comissões ParLamentares</p><p>As comissões parlamentares são órgãos com número restrito de membros, encarregados</p><p>de estudar e examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres. São elas:</p><p>1. comissão temática ou em razão da matéria: discutem e votam projeto de lei que dis-</p><p>pensam a competência do Plenário; realizam audiências; convocam Ministros para prestar</p><p>depoimentos etc.</p><p>Ex.: Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), comissão de saúde, de orçamento, de transporte.</p><p>2. Comissão especial ou temporária: apreciam matéria específica, extinguindo-se com o</p><p>término da legislatura ou cumprida a finalidade para a qual foi criada.</p><p>Ex.: comissões que representam a Casa durante congressos, solenidades ou Comissões Par-</p><p>lamentares de Inquérito.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>46 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>3. Comissão mista: apreciam assuntos que devem ser examinados em sessão conjunta</p><p>pelo Congresso Nacional.</p><p>Há uma comissão mista que é permanente, qual seja, a Comissão Mista do Orçamento</p><p>(art. 166, § 6º, da Constituição).</p><p>4. Comissão representativa: durante o recesso parlamentar, funcionará uma comissão repre-</p><p>sentativa, eleita pela Câmara e pelo Senado na última sessão legislativa do período legislativo.</p><p>Pensando nos concursos públicos, não há nenhuma dúvida: as CPIs são as comissões</p><p>mais exploradas pelas Bancas Examinadoras.</p><p>É por isso que eu cuidarei delas em um tópico próprio, a partir de agora.</p><p>7. Comissão ParLamentar de inquérito (CPi)</p><p>A CPI nasce em decorrência de uma das atividades típicas do Legislativo, a saber, a função</p><p>fiscalizatória. Assim, o seu objetivo não é apurar crimes, mas fiscalizar. As funções típicas do</p><p>Legislativo são legislar e fiscalizar.</p><p>Embora as CPIs sejam mencionadas de forma muito tímida na Constituição – elas apare-</p><p>cem apenas no artigo 58, § 3º –, a sua presença nos noticiários e na jurisprudência dá mostras</p><p>da relevância do tema para as provas.</p><p>Vou trabalhar pontualmente alguns aspectos relevantes sobre as CPIs. Ajeite-se aí na ca-</p><p>deira, pois não vai ser fácil, mas eu garanto que compensará o trabalho.</p><p>7.1. Criação</p><p>Elas podem ser criadas pela Câmara e pelo Senado, em conjunto ou separadamente, me-</p><p>diante</p><p>requerimento de um terço de seus membros. Levando-se em conta a atual composição</p><p>dessas Casas – 513 deputados e 81 senadores –, é necessária a assinatura de no mínimo 171</p><p>deputados ou 27 senadores.</p><p>O Regimento Interno da Câmara do Deputados – art. 102, § 4º – dispõe que, depois da</p><p>apresentação do requerimento de instalação da CPI à Mesa, não será possível a retirada de</p><p>assinatura.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>47 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Fique de olho para um detalhe: normalmente, quem quer a instalação da CPI não é o gover-</p><p>no, mas sim a oposição.</p><p>E, como regra, o governo possui maioria dentro do Parlamento. Assim, a ideia de se exigir</p><p>a assinatura de apenas um terço dos membros é prestigiar o direito das minorias.</p><p>Há dois pontos muito cobrados em provas quando falamos em CPIs: o mais importante,</p><p>sem dúvida, é relativo aos Poderes, que estudaremos mais para frente. O outro você vai ver</p><p>agora mesmo!</p><p>É o seguinte: quando estourou o escândalo do Mensalão, houve a coleta de assinaturas</p><p>para iniciar a CPI dos Correios – toda a confusão começou com um vídeo contendo um empre-</p><p>gado dos Correios recebendo propina.</p><p>Daí, para barrar aquele movimento, o então Presidente do Senado adotou a seguinte estra-</p><p>tégia: entendeu que deveria submeter o requerimento de criação da CPI, com as assinaturas</p><p>necessárias, à aprovação de maioria do Plenário da Casa.</p><p>Mas onde estava o problema?</p><p>Ora, voltando ao que eu falei, o governo normalmente tem maioria no parlamento. Aquele</p><p>um terço de assinaturas já havia sido obtido. Submeter à aprovação do Plenário era uma clara</p><p>tentativa de “matar” a CPI, pois no Plenário o governo ganharia.</p><p>Então, alguns senadores foram ao STF, tendo o Tribunal decidido que não poderia o presi-</p><p>dente da Casa submeter à apreciação do Plenário requerimento da criação da comissão, pois</p><p>essa seria uma clara tentativa de calar o direito das minorias (STF, MS n. 26.441).</p><p>Com o julgamento desfavorável no STF, o Presidente do Senado foi para outra tentativa: ele</p><p>deixou de instalar a CPI, alegando que os líderes partidários não tinham feito a indicação dos</p><p>membros que comporiam a comissão.</p><p>Novamente, alguns senadores foram ao STF. Dessa vez, o Tribunal decidiu que, se os</p><p>líderes partidários não fizessem a indicação dos componentes da comissão, essa tarefa</p><p>passaria ao Presidente da Casa, que não poderia deixar de instalar e iniciar os trabalhos (STF,</p><p>MS n. 24.849).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>48 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A exigência de assinatura de apenas 1/3 dos Membros da Casa Legislativa para a abertura de</p><p>CPI caracteriza direito subjetivo das minorias.</p><p>Outra coisa: a existência de procedimento penal investigatório, em tramitação no Judiciá-</p><p>rio, não impede a instalação e atuação de uma CPI, ainda que seus objetos sejam correlatos,</p><p>pois cada qual possui amplitude distinta, delimitada constitucional e legalmente, além de fina-</p><p>lidades diversas (STF, HC n. 100.341).</p><p>7.2. objeto</p><p>A instauração de CPI busca apurar a existência de um fato determinado, o que não impede</p><p>a investigação de fatos conexos. Além disso, pode haver o adiantamento do fato inicial, o que</p><p>possibilitaria um alargamento das investigações.</p><p>Exemplificando, na CPI dos Correios, que mencionei acima, o fato que ensejou a instauração</p><p>era um vídeo envolvendo um empregado que havia sido indicado por um partido político.</p><p>A partir daí, descobriu-se grande esquema de corrupção, conhecido como “Mensalão”.</p><p>7.3. Prazo</p><p>O regramento constitucional estabelece que o prazo de duração da CPI é certo.</p><p>Mas fique atento(a), pois dizer que o prazo é certo não impede que haja prorrogações, a re-</p><p>querimento de pelo menos um terço dos membros da Casa. A prorrogação lançará novo prazo</p><p>certo. Em outras palavras, existirá sempre uma data prevista para a conclusão dos trabalhos.</p><p>Há, contudo, uma limitação: a Lei n. 1.579/1952, que trata das CPIs, prevê que a duração</p><p>não poderá ultrapassar o final da legislatura em que ela foi constituída.</p><p>Embora essa lei seja anterior à Constituição de 1.988, o STF já confirmou sua recepção</p><p>(STF, HC n. 71.261).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>49 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>7.4. Poderes</p><p>Está aqui o ponto de maior destaque para as provas! São várias e várias questões objetivas e</p><p>subjetivas, que não escolhem Banca Examinadora. O assunto CPI domina o noticiário, diante de</p><p>sucessivos escândalos, provoca uma série de decisões do STF e “despenca” nas provas.</p><p>Desse modo, todo cuidado é pouco!</p><p>Eu primeiro vou fazer alguns comentários e depois vou usar um quadro comparativo, di-</p><p>zendo o que a CPI pode – e o que não pode. Já adianto que o lado das proibições ficará maior.</p><p>O artigo 58, § 3º, da Constituição diz que a CPI tem poderes de investigação, próprios das</p><p>autoridades judiciais, além de outros previstos nos regimentos internos das Casas.</p><p>Você viu que eu destaquei o trecho em que consta que os poderes da CPI serão os das</p><p>autoridades judiciais?</p><p>Pois é, mas as coisas não são bem assim. Isso porque a CPI não poderá atuar quando o assunto</p><p>estiver protegido pela cláusula de reserva de jurisdição (ou cláusula de reserva jurisdicional).</p><p>Vamos avançar, usando os exemplos mais cobrados nas provas.</p><p>É fato que as CPIs podem quebrar os sigilos das correspondências, de dados bancários,</p><p>fiscais e telefônicos, mesmo sem autorização judicial.</p><p>O único sigilo que estaria fora do alcance das CPIs, exatamente por estar abarcado na</p><p>cláusula de reserva de jurisdição, é o das comunicações telefônicas (interceptações).</p><p>E, para que você não fique em dúvida, CPI pode quebrar os dados telefônicos, o que equiva-</p><p>le ao extrato da conta, com a menção de chamadas recebidas e enviadas. O que ela não pode</p><p>fazer é a quebra do sigilo das conversas (interceptações).</p><p>Para ter acesso às comunicações telefônicas, a CPI deverá solicitar a quebra do sigilo ao</p><p>Judiciário. Aliás, esse procedimento também deve ser seguido pelo Ministério Público, Receita</p><p>Federal, autoridades policiais, fazendárias etc.</p><p>Ah, assim como acontece com as decisões judiciais, as decisões de quebra de sigilos das</p><p>CPIs deverão ser fundamentadas (STF, MS n. 24.749).</p><p>Além disso, deverá ser observado o princípio da colegialidade. Em outras palavras, a deter-</p><p>minação de quebra deve ser tomada por decisão da maioria dos integrantes da Comissão, não</p><p>bastando requerimento do relator ou do presidente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>50 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Outro ponto: CPI pode ordenar busca e apreensão</p><p>de bens, objetos e computadores, desde</p><p>que a diligência não seja realizada em um local que se enquadre no conceito de domicílio. A busca</p><p>domiciliar também está protegida pela cláusula de reserva de jurisdição (STF, MS n. 33.663).</p><p>Quanto à prisão, é importante diferenciar a prisão decorrente de condenação definitiva (pri-</p><p>são pena) da prisão de natureza provisória, cautelar.</p><p>A prisão temporária e a preventiva só podem ser determinadas pelo Judiciário. Assim,</p><p>estaria fora da competência da CPI.</p><p>Todavia, lembro que qualquer um do povo pode prender quem esteja em situação de fla-</p><p>grante.</p><p>Exemplificando, uma testemunha que esteja mentindo ao prestar depoimento à CPI pode ser</p><p>presa em flagrante pelo crime de falso testemunho (STF, MS n. 23.652).</p><p>Ah, o investigado pode permanecer em silêncio durante sua oitiva perante a CPI. Isso por-</p><p>que o “compromisso legal de dizer a verdade” só se aplica às testemunhas.</p><p>A pessoa presa, acusada, investigada tem o direito de não produzir prova contra si (em</p><p>latim, nemo tenetur se detegere), tanto nos interrogatórios (policial e judicial) quanto na CPI</p><p>(STF, HC n. 100.200).</p><p>Você já deve ter visto na TV notícias de Ministros de Estado que são convocados para pres-</p><p>tarem esclarecimentos na CPI. Isso é plenamente possível.</p><p>No entanto, a CPI não poderia convocar o presidente da República, sob pena de violação ao</p><p>princípio da separação de Poderes.</p><p>Professor, mas eu já vi a ex-presidente Dilma falando à CPI...</p><p>Pois é, mas isso aconteceu quando ela ainda era ministra de Estado nos governos do ex-</p><p>-presidente Lula.</p><p>Aliás, é também por conta do princípio da separação de Poderes que não se permite a con-</p><p>vocação de Magistrado para prestar esclarecimentos sobre ato jurisdicional praticado. Como</p><p>você sabe, contra decisão judicial cabe recurso, e não CPI (STF, HC n. 86.581).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>51 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Vamos lá para um quadro comparativo que falei?</p><p>PODERES DA CPI</p><p>Pode Não pode</p><p>Decretar a quebra de sigilos das correspondên-</p><p>cias e de dados (bancários, fiscais e telefônicos).</p><p>A decisão deve ser fundamentada e observando o</p><p>princípio da colegialidade.</p><p>Decretar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas</p><p>(interceptação telefônica).</p><p>Determinar busca e apreensão de bens, objetos e</p><p>computadores em repartições públicas.</p><p>Determinar busca e apreensão domiciliar.</p><p>Decretar prisão em flagrante.</p><p>Decretar outras prisões cautelares (preventiva e tempo-</p><p>rária).</p><p>Ouvir testemunhas e investigados (respeitado o</p><p>direito ao silêncio).</p><p>Impedir que o advogado esteja ao lado do cliente dando</p><p>instruções.</p><p>Requerer ao TCU a realização de inspeções e</p><p>auditorias.</p><p>Impor que o investigado assine termo de compromisso de</p><p>dizer a verdade.</p><p>Requisitar de órgãos públicos informações ou</p><p>documentos de qualquer natureza, bem como</p><p>obter provas emprestadas do Judiciário, inclusive</p><p>utilizando documentos oriundos de inquéritos</p><p>sigilosos.</p><p>CPI não possui poder geral de cautela.</p><p>Em razão disso, não pode decretar:</p><p>a) indisponibilidade de bens;</p><p>b) sequestro;</p><p>c) arresto;</p><p>d) penhora;</p><p>e) ressarcimento ao erário;</p><p>f) retenção de passaporte.</p><p>Convocar ministros de Estado.</p><p>Convocar o presidente da República ou magistrado para</p><p>prestar esclarecimentos sobre ato jurisdicional praticado.</p><p>CPIs Federais, Estaduais e Distritais podem quebrar todos os sigilos, exceto o das comunica-</p><p>ções telefônicas (interceptações). Já as CPIs Municipais não podem quebrar sigilos, devendo</p><p>pleitear a medida junto ao Judiciário.</p><p>7.5. Poderes das CPis estaduais, distritais e muniCiPais</p><p>As CPIs estaduais e distritais também gozam dos mesmos poderes daquelas instaladas</p><p>perante o Congresso Nacional, podendo, por exemplo, quebrar todos os sigilos, menos o das</p><p>comunicações telefônicas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>52 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Já as CPIs municipais não poderiam quebrar sigilos. Entre outros fundamentos, a doutrina</p><p>destaca o fato de os Municípios não contarem com Poder Judiciário.</p><p>Essa linha de raciocínio lembra que o artigo 58, § 3º, da CF, confere às CPIs os poderes de</p><p>investigação próprios das autoridades judiciais. Não havendo Judiciário nos municípios, tam-</p><p>bém não poderiam as CPIs instaladas pelas Câmaras de Vereadores determinarem a quebra.</p><p>Nada impede, no entanto, que elas instalem as comissões e peçam a quebra ao Judiciário.</p><p>7.6. ConCLusões</p><p>Não cabe à CPI a imposição de penalidades ou condenações. As conclusões de seus tra-</p><p>balhos são inseridas em um relatório final, a ser encaminhado às autoridades responsáveis,</p><p>como é o caso do Ministério Público. Aliás, o relatório pode ser encaminhado ao MP, à AGU e</p><p>a outros órgãos públicos, enviando inclusive documentação que possibilite a instauração de</p><p>inquérito policial contra pessoas envolvidas nos fatos que foram apurados (STF, MS n. 35.216).</p><p>Ah, o encaminhamento ao MP não implica o indiciamento dos investigados (STF, HC n.</p><p>95.277).</p><p>Será dos órgãos competentes a tarefa de promover a responsabilização civil ou penal dos</p><p>infratores, caso haja indícios nesse sentido.</p><p>Em outras palavras, é, por exemplo, o MP que terá legitimidade para oferecer denúncia (se</p><p>entender necessário) até mesmo em relação aos fatos apurados pelos parlamentares.</p><p>Uma questão recorrente em prova: finalizada a CPI, será extinto, sem análise de mérito, o</p><p>HC ou o MS impetrados contra a Comissão (STF, MS n. 25.459).</p><p>Falando nos remédios...</p><p>Compete ao STF julgar HC ou MS impetrados contra CPI, assim como quando impetrados</p><p>contra as Mesas das Casas que integram o Congresso Nacional.</p><p>8. ProCesso LegisLativo</p><p>Nos artigos 59 a 69, a Constituição traz as regras para a elaboração dos atos normativos</p><p>primários. Eles recebem esse nome, pois retiram sua força normativa diretamente da Consti-</p><p>tuição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>53 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Já os atos normativos secundários se subordinam aos primários, sofrendo o chamado</p><p>controle de legalidade. Entre eles, temos as portarias, as instruções normativas e os decretos</p><p>regulamentares.</p><p>Afora os atos normativos primários, existem as normas supralegais, que são os tratados</p><p>internacionais sobre direitos humanos não submetidos ao regramento inserido pelo art. 5º, §</p><p>3º, da Constituição. Em outras palavras, são os TIDH que passem pelo mesmo rito das Emen-</p><p>das à Constituição – aprovação na Câmara e no Senado, em dois turnos, com voto de 3/5 dos</p><p>membros de cada uma dessas Casas.</p><p>O artigo 59 da CF/1988 lista os seguintes atos normativos primários: Emendas à Constitui-</p><p>ção (EC), leis complementares (LC), leis ordinárias (LO), leis delegadas (LD), medidas provisó-</p><p>rias (MP), decretos legislativos (DL) e resoluções legislativas (RES).</p><p>A não observância das regras constitucionais levará à declaração de inconstitucionalidade</p><p>da norma criada, por vício formal, também chamado de vício nomodinâmico.</p><p>Dentro do controle</p><p>de constitucionalidade, a norma deve ser compatível com a Constitui-</p><p>ção sob o critério formal e material. O critério formal se refere ao respeito ao devido processo</p><p>legislativo. Já o critério material apura se o conteúdo da norma está de acordo com o texto</p><p>constitucional.</p><p>Assim, a norma pode padecer de vício formal ou material de constitucionalidade.</p><p>Exemplos</p><p>1) A Constituição proíbe, em tempos de paz, a pena de morte, certo? Caso algum parlamentar</p><p>apresente um projeto de lei, estabelecendo essa pena para os crimes hediondos, estaremos</p><p>diante de norma que possui vício material (inconstitucionalidade nomoestática).</p><p>2) Uma lei complementar deve ser aprovada pelo quórum de maioria absoluta de votos, tanto</p><p>na Câmara quanto no Senado. Supondo que essa lei tenha sido aprovada pelo quórum de</p><p>maioria relativa, ela padecerá de vício formal de constitucionalidade, pouco importando qual o</p><p>conteúdo nela contido.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>54 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Veja o quadro a seguir:</p><p>Diferença entre vício formal e vício material</p><p>Vício</p><p>material</p><p>Também chamado de nomoestático. Está relacionado ao conteúdo da espécie normativa. Ex.: lei</p><p>discriminatória, que afronta o princípio da igualdade.</p><p>Vício</p><p>formal</p><p>Também chamado de nomodinâmico. Está relacionado ao processo de formação da lei. Pode ser:</p><p>a) subjetivo: vício está na fase de iniciativa (quem inicia projeto não é a “pessoa certa”). Ex.: pro-</p><p>jeto de lei da competência do PR, que é apresentado por parlamentar.</p><p>b) objetivo: vício está nas demais fases do processo. Ex.: desrespeito ao quórum de votação.</p><p>O processo legislativo desenvolve-se em diferentes fases. A primeira delas é a fase de ini-</p><p>ciativa. A partir daí, segue-se para a fase constitutiva, havendo a discussão e votação nas Ca-</p><p>sas legislativas. Sendo aprovado o projeto, haverá a manifestação do presidente da República</p><p>– sanção ou veto –, ausente em algumas espécies normativas. Por fim, na fase complementar,</p><p>será feita a promulgação e a publicação do ato normativo.</p><p>Sobre o tema, confira este quadro esquemático:</p><p>Fases do processo legislativo</p><p>F</p><p>A</p><p>S</p><p>E</p><p>S</p><p>1. Iniciativa</p><p>Pode ser geral, concorrente, privativa (exclusiva ou</p><p>reservada), popular e conjunta.</p><p>2. Constitutiva</p><p>Deliberação</p><p>Parlamentar</p><p>Discussão</p><p>Votação</p><p>Deliberação</p><p>Executiva*</p><p>Sanção</p><p>Veto</p><p>3. Complementar</p><p>Promulgação</p><p>Publicação</p><p>* Alguns atos normativos primários não passam por deliberação executiva. São</p><p>eles: emendas à Constituição, resoluções, decretos legislativos, leis delegadas e</p><p>medidas provisórias aprovadas pelo Congresso Nacional sem alterações.</p><p>8.1. Fase de iniCiativa</p><p>Todo cuidado é pouco dentro da fase de iniciativa. Afinal, é ela que concentra, de longe, a</p><p>maior parte das questões de prova.</p><p>Os itens, geralmente, apontam situações de competência privativa, na qual a competência para</p><p>deflagrar o processo legislativo pertenceria a uma autoridade, sendo, contudo, iniciado por outra.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>55 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Fique atento(a) também para a iniciativa popular e para a concorrente.</p><p>Quer um exemplo disso?</p><p>É fácil! Basta pensar na quantidade de leis nascidas das mãos de parlamentares prevendo gra-</p><p>tificações aos servidores do Executivo. Aqui se encaixa perfeitamente a frase popular “ema,</p><p>ema, ema, cada um tem seu problema”.</p><p>Em outras palavras, um projeto de lei proposto por deputado estadual não poderia prever uma grati-</p><p>ficação para os policiais militares daquele Estado. No entanto, ainda que ele seja aprovado, e haja a</p><p>sanção, promulgação e publicação, estaremos diante de lei que contém um vício insanável.</p><p>Vamos, então, falar sobre cada uma das espécies de iniciativa!</p><p>Iniciativa Geral</p><p>O art. 61 da Constituição define que as leis ordinárias e complementares podem ser pro-</p><p>postas por qualquer deputado federal ou senador; por comissão da Câmara, do Senado ou do</p><p>Congresso Nacional; pelo presidente da República; pelo Supremo Tribunal Federal; pelos Tribu-</p><p>nais Superiores; ou pelo procurador-geral da República.</p><p>Essa regra trata da iniciativa geral e terá lugar sempre que o texto constitucional não exigir</p><p>que o projeto seja iniciado por alguma autoridade específica.</p><p>Exatamente por ser muito aberta, ela tende a cair pouco nas provas. Um ponto, no entanto,</p><p>é recorrente: legislar sobre matéria tributária.</p><p>A esse respeito, o STF entende que a competência para deflagrar o processo legislativo</p><p>em matéria tributária pertence tanto ao presidente da República quanto ao Poder Legislativo.</p><p>A discussão decorre do fato de a Constituição de 1969 restringir essa matéria ao Chefe do</p><p>Executivo, limitação que não mais existe (STF, RE n. 424.674).</p><p>Cuidado para a exceção: no caso de leis que disponham acerca de matéria tributária perti-</p><p>nente a Territórios Federais, tem-se iniciativa privativa do presidente da República, consoante</p><p>prevê o art. 61, § 1º, II, b, da Constituição (STF, ADI n. 2.447).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>56 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A competência para legislar sobre matéria tributária não é privativa do presidente da República</p><p>(exceto em relação aos Territórios). Desse modo, é válida a lei de iniciativa parlamentar versan-</p><p>do sobre o tema.</p><p>Iniciativa Concorrente</p><p>A iniciativa concorrente é gravada pela expressão “ou”. Nela, a competência é atribuída a</p><p>mais de uma pessoa ou órgão. Exemplificando, ao tratar sobre a propositura de emendas ao</p><p>seu texto, a Constituição lista os seguintes legitimados:</p><p>Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:</p><p>I – de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara do Deputados ou do Senado Federal;</p><p>II – do presidente da República;</p><p>III – de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se,</p><p>cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.</p><p>Qualquer um dos legitimados poderá propor a PEC, não sendo necessário que eles atuem</p><p>em conjunto. Aliás, a necessidade de atuação conjunta, gravada pela expressão “e” é própria</p><p>da iniciativa conjunta.</p><p>Também as normas gerais de organização do Ministério Público estariam dentro da atua-</p><p>ção concorrente, do presidente da República e do próprio MP, em iniciativa concorrente.</p><p>Aliás, embora hoje em dia o MP possa ser entendido como autônomo, ele já foi subordina-</p><p>do ao Executivo. Aqui está um resquício dessa característica.</p><p>Iniciativa Privativa, Reservada ou Exclusiva</p><p>Essa é a que mais cai em provas! Se eu pudesse reduzir em uma expressão, usaria a frase</p><p>popular “ema, ema, ema, cada um com seu problema”. Isso porque, se a iniciativa couber a um</p><p>órgão ou pessoa, não poderá o processo legislativo ser iniciado por outra pessoa/órgão.</p><p>E o que mais vemos em provas?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>57 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Exatamente um reflexo do que acontece na vida real, chega em questionamento ao STF e</p><p>vem direto para a sua prova!</p><p>Situação hipotética</p><p>Um projeto de lei tratando sobre aumento de vencimentos para servidores da administra-</p><p>ção direta é apresentado por um deputado federal. Essa proposta legislativa é aprovada na</p><p>Câmara e no Senado, sancionada pelo presidente da República, que a promulgou e a publicou.</p><p>De acordo com o art. 61, § 1º, II, ‘a’, da CF/1988, a iniciativa para a apresentação dessa lei</p><p>caberia privativamente ao presidente da República.</p><p>Mas você viu que ele sancionou o projeto e sabe que a sanção corresponde à sua concordância.</p><p>Pergunto, então: o vício de iniciativa foi suprido pela sanção presidencial?</p><p>A resposta só pode ser negativa.</p><p>Com efeito, a jurisprudência dominante entende que eventual vício de iniciativa nunca se con-</p><p>valida, nem mesmo com a sanção (STF, ADI n. 2.867). Ou, usando um trechinho de uma música</p><p>popular, “pau que nasce torto nunca se endireita”.</p><p>Ah, se você se deparar com a Súmula n. 5 do STF (a súmula ‘normal’, que não é vinculante) verá</p><p>o seguinte texto: “a sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo”. Saiba que</p><p>ela é do ano de 1963 e não vale atualmente.</p><p>Invocando a regra prevista no art. 61, § 1º, II, ‘e’, da Constituição, o STF declarou a incons-</p><p>titucionalidade de lei estadual, proposta por deputado estadual, que conferia à Secretaria de</p><p>Educação do Estado de Alagoas a obrigatoriedade de instituir programa de leitura de jornais e</p><p>revistas em salas de aula (STF, ADI n. 2.329). Na ocasião, foi dito que, mesmo sendo louvável</p><p>a iniciativa do parlamentar, deveria ser respeitada a regra constitucional, que diz competir ao</p><p>presidente da República – e, em simetria, aos governadores de Estado – cuidar da criação e da</p><p>estruturação dos órgãos da administração indireta.</p><p>Em outra lei, por meio da iniciativa parlamentar se criou a obrigatoriedade de as escolas</p><p>públicas da educação básica de Santa Catarina manterem a presença de um segundo profes-</p><p>sor nas salas de aula em que houvesse alunos com diagnóstico de deficiências e transtornos</p><p>mentais. Nessa situação, por mais bem-intencionado que fosse o legislador, a questão não po-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>58 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>deria nascer de lei de iniciativa parlamentar. Ao contrário, por criar obrigação para o Executivo</p><p>estadual, a iniciativa deveria ser do governador. Assim, a norma foi declarada inconstitucional,</p><p>por vício de iniciativa (STF, ADI 5.786).</p><p>É também em decorrência da aplicação do princípio da simetria que não pode o Legislativo</p><p>Estadual apresentar emenda parlamentar que implique aumento de despesa em projeto de lei</p><p>de iniciativa reservada do Poder Executivo (STF, ADI n. 2.076).</p><p>O mesmo raciocínio, aliado à aplicação do princípio da separação de poderes veda emenda</p><p>parlamentar que provoque aumento de despesa em projeto de iniciativa do Poder Judiciário ou</p><p>do Ministério Público (STF, ADI n. 4.062).</p><p>Entretanto, a própria Constituição admite que emenda parlamentar implique aumento de</p><p>despesa, quanto às leis orçamentárias (art. 166, §§ 3º e 4º).</p><p>Antes de finalizar, vou trazer mais três exemplos que tendem a aparecer em provas, não</p><p>apenas aqui dentro do Processo Legislativo, mas também nas Funções Essenciais à Justiça,</p><p>na Administração Pública e na Segurança Pública.</p><p>Começando, uma lei estadual de iniciativa parlamentar (geralmente está aí o problema)</p><p>obrigava a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte a prestar serviço de assistência judi-</p><p>ciária durante os finais de semana aos necessitados presos em flagrante. Repare que de uma</p><p>só tacada a norma invadiu a competência privativa do Chefe do Executivo ao criar obrigações</p><p>a Secretarias do Governo e ao mesmo tempo instituiu uma substituta ao trabalho que fica a</p><p>cargo da Defensoria Pública (STF, ADI n. 3.792).</p><p>No outro caso, novamente por iniciativa parlamentar, foi criada uma lei estadual conferindo</p><p>status de carreira jurídica, com independência funcional (o que não pode acontecer), ao cargo</p><p>de delegado de polícia. Novamente, dois erros: nasceu das mãos erradas (vício formal na ini-</p><p>ciativa) e trouxe autonomia indevidamente aos Delegados de polícia (vício material) – STF, ADI</p><p>n. 5.520.</p><p>Para fechar com “chave de ouro”, lei estadual de iniciativa parlamentar (olha ela aí de</p><p>novo...) regulamentou o direito de greve dos servidores estaduais. Ou seja, a norma tratou do</p><p>regramento dos servidores da administração direta, tarefa na qual a iniciativa legislativa in-</p><p>cumbe ao governador, e não aos deputados (STF, ADI n. 5.213).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>59 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Iniciativa Popular</p><p>A possibilidade de o povo apresentar projeto de lei é uma das formas de exercício do</p><p>poder, de forma direta, ao lado do plebiscito ou do referendo, conforme prevê o artigo 14</p><p>da Constituição.</p><p>Diz o art. 61, § 2º, da Constituição, que a iniciativa popular pode ser exercida pela apresen-</p><p>tação à Câmara do Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do elei-</p><p>torado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos</p><p>por cento dos eleitores de cada um deles.</p><p>A Lei n. 9.709/1998, em seu artigo 13, prevê que o projeto de lei de iniciativa popular deverá</p><p>circunscrever-se a apenas um assunto.</p><p>Ademais, ele não poderá ser rejeitado por vício de forma, cabendo à Câmara do Deputados,</p><p>por seu órgão competente, providenciar a correção de eventuais impropriedades de técnica</p><p>legislativa ou de redação.</p><p>Contudo, perceba que a Constituição faz referência a “projeto de lei”, o que abrange as leis</p><p>ordinárias (LO) e complementares (LC). Não há, na esfera federal, permissão para a iniciativa</p><p>popular na propositura de emenda à Constituição (PEC).</p><p>De lembrança, a Lei Complementar n. 135/2010, chamada Lei da Ficha Limpa, é fruto da</p><p>iniciativa popular.</p><p>No âmbito estadual, o art. 27, § 4º, da Constituição aponta que “a lei disporá sobre a inicia-</p><p>tiva popular no processo legislativo estadual”.</p><p>Acresça-se que a Constituição Estadual pode prever a propositura de emenda à Constitui-</p><p>ção por iniciativa popular (STF, ADI 825).</p><p>Também no Distrito Federal, que é regido por Lei Orgânica (artigo 76 da LODF), há a previ-</p><p>são de participação popular na iniciativa de proposta de emendas à Lei Orgânica (PELO), além</p><p>de projetos de lei (ordinária e complementar).</p><p>Por fim, na esfera municipal, vale a exigência prevista no art. 29, XIII, da Constituição, se-</p><p>gundo o qual a iniciativa popular de projetos de lei de interesse específico do Município, da</p><p>cidade ou de bairro, por meio de manifestação de, pelo menos 5% do eleitorado.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>60 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A explicação para o percentual maior seria o fato de a maioria dos Municípios brasileiros</p><p>não ser tão grande. Assim, 1% de pouca coisa daria quase nada.</p><p>Destaco que igualmente na esfera municipal poderia haver a iniciativa popular para a elabo-</p><p>ração de leis ordinárias, leis complementares e emendas à Lei Orgânica (PELO).</p><p>Vamos sistematizar as informações?</p><p>ESFERA PREVISÃO ESPÉCIES NORMATIVAS REQUISITOS EXIGIDOS</p><p>Federal Artigo 61, § 2º LC e LO</p><p>1% do eleitorado, dividido em pelo</p><p>menos 5 estados, com no mínimo 0,3%</p><p>de votos em cada um</p><p>Estadual 27, § 4º PEC, LC e LO A ser definido na legislação local</p><p>Distrital</p><p>Artigos 32, § 1º, c/c</p><p>o Artigo 27, § 4º</p><p>PELO, LC e LO A ser definido na legislação local</p><p>Municipal Artigo 29, XIII PELO, LC e LO 5% do eleitorado</p><p>Iniciativa Conjunta</p><p>Diferentemente do que acontece com a iniciativa concorrente, na iniciativa conjunta se</p><p>exige uma comunhão de vontades, ou seja, que o projeto de lei seja subscrito pela somatória</p><p>de diferentes autoridades.</p><p>A Emenda n. 19/1998, responsável pela “Reforma Administrativa”, acrescentou o inciso XV</p><p>ao art. 48 da CF/1988, estabelecendo que a fixação do subsídio dos ministros do STF seria</p><p>fixada a partir de lei de iniciativa conjunta dos presidentes da República, da Câmara do Depu-</p><p>tados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal.</p><p>A justificativa para o uso da iniciativa conjunta decorria do fato de o subsídio de ministro</p><p>do STF funcionar como teto geral do funcionalismo de todos os Poderes e em todas as esfe-</p><p>ras de governo.</p><p>No entanto, essa regra não chegou a ser aplicada na prática. Isso porque, antes mesmo da</p><p>edição de algum projeto de lei subscrito por essas autoridades, a EC n. 41/2003 acabou com</p><p>a iniciativa conjunta.</p><p>Agora, a fixação do subsídio de Ministros do STF – e, em consequência, do teto do funcio-</p><p>nalismo – depende da apresentação de projeto de lei de iniciativa privativa do próprio STF.</p><p>Voltamos para a regrinha do “ema, ema, ema, cada um com seu problema”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>61 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>8.2. Fase Constitutiva</p><p>A fase constitutiva abrange as deliberações no Congresso Nacional e também a manifes-</p><p>tação do chefe do Executivo.</p><p>Em relação às leis ordinárias, fala-se em um rito ordinário, que perpassa pela fase de ini-</p><p>ciativa, discussão em ambas as Casas Legislativas, sanção ou veto presidencial e depois pro-</p><p>mulgação e publicação.</p><p>Contudo, há ritos especiais para as outras espécies normativas. Por exemplo, as resolu-</p><p>ções e os decretos legislativos não contam com a participação do Chefe do Executivo em</p><p>nenhum momento – ele não sanciona, não veta, não promulga e não publica.</p><p>Já em relação às emendas à Constituição, o presidente até pode propô-las, sem participa-</p><p>ção dali em diante.</p><p>Vamos lá matar mais esse leão!</p><p>Deliberação Parlamentar</p><p>Em razão da existência do bicameralismo federativo, os projetos de lei, na esfera federal,</p><p>devem ser apreciados pelas duas Casas: iniciadora e revisora.</p><p>Na maioria das vezes, a Casa iniciadora é a Câmara do Deputados. Isso acontecerá em</p><p>projetos de iniciativa do presidente da República, dos órgãos integrantes do Poder Judiciário,</p><p>do PGR, na iniciativa popular, dos Tribunais de Contas, de deputados ou de Comissões da Câ-</p><p>mara do Deputados.</p><p>Perante o Senado Federal são propostos os projetos de lei de iniciativa dos senadores ou</p><p>de Comissões do Senado.</p><p>Após a sua iniciação, o projeto pode passar por algumas comissões, destacando-se a Co-</p><p>missão de Constituição e Justiça – CCJ. Nela, será analisado se a proposta é constitucional.</p><p>Trata-se de controle político de constitucionalidade, na forma preventiva.</p><p>Daí segue, se for o caso, para aprovação em Plenário. Eu disse se for o caso, pois pode</p><p>acontecer de o projeto tramitar em caráter conclusivo nas Comissões. Se isso acontecer, ele</p><p>não passará pelo Plenário, seguindo direto para a outra Casa Legislativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>62 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Sendo aprovado pela Casa Iniciadora, o projeto seguirá para a Revisora, na qual poderá:</p><p>a) ser aprovado: se for aprovado pela Casa Revisora, será enviado para sanção ou veto do Chefe do</p><p>Executivo – isso para as situações em que se exige sua participação, como é o caso de leis ordiná-</p><p>rias e complementares;</p><p>b) ser rejeitado: se a Casa Revisora não aprovar o projeto, ele será arquivado. Aqui surgirá uma dis-</p><p>tinção entre a irrepetibilidade relativa (LC e LO) e a absoluta (EC e MP).</p><p>Como assim?</p><p>Na irrepetibilidade relativa, que incide na LO e na LC, o projeto poderá ser reapresentado</p><p>dentro da mesma sessão legislativa pela proposta de maioria absoluta dos membros de qual-</p><p>quer das Casas.</p><p>Por sua vez, na irrepetibilidade absoluta, que vale para a EC e para a MP, a proposta rejeita-</p><p>da em uma sessão legislativa não pode ser reapresentada na mesma sessão.</p><p>Aqui, chamo sua atenção para um ponto muito cobrado nas provas: a irrepetibilidade vale</p><p>para a mesma sessão legislativa, e não para a mesma legislatura (período de quatro anos).</p><p>Outra coisa: embora o assunto seja para lá de controverso, a doutrina e a jurisprudência</p><p>apontam para a possibilidade de se relativizar a irrepetibilidade absoluta.</p><p>Isso aconteceria nas emendas à Constituição, quando, apresentada a PEC, ela fosse objeto</p><p>de alterações, passando a tramitar como substitutivo.</p><p>Para facilitar sua comprovação, vou usar a nomenclatura “PEC mãe” para o texto original e</p><p>“PEC filha” para o substitutivo, ok?</p><p>Nesse contexto, sendo votada a “PEC filha” e havendo a sua rejeição, nada impediria a rea-</p><p>presentação, na mesma sessão legislativa, da “PEC mãe”.</p><p>O STF entende que o que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda</p><p>rejeitada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto ori-</p><p>ginalmente proposto (STF, MS n. 22.503).</p><p>De todo modo, nunca se esqueça de uma coisa: você deve prestar atenção ao comando da</p><p>questão! Se não houver o direcionamento para a situação excepcional que acabei de explicar,</p><p>a resposta esperada é a regra. Ou seja, no sentido de não poder ser reapresentada na mesma</p><p>sessão, a PEC rejeitada naquela sessão legislativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>63 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Tem mais uma exceção, que se aplica tanto para as leis quanto para MP e EC: a rejeição</p><p>de uma matéria em uma sessão legislativa ordinária (2/2 a 17/7 e 1/8 a 22/12) não impede</p><p>a reapresentação na sessão legislativa extraordinária, que funciona durante o recesso parla-</p><p>mentar (STF, ADI n. 2.010).</p><p>c) ser emendado (alterado): nesse caso, a parte que foi alterada deverá ser apreciada novamente</p><p>pela Casa que deu início.</p><p>Uma primeira observação diz respeito à diferenciação entre emendas substanciais de</p><p>emendas</p><p>Ex.: concessão de horas</p><p>extras.</p><p>A forma pela qual os Poderes se relacionam e, especialmente, o modo de funcionamento</p><p>dos mecanismos de controle são demasiadamente cobrados pelas bancas examinadoras.</p><p>Em razão disso, de antemão, vou apresentar algumas situações corriqueiras nas provas.</p><p>Afinal, este material nasceu deliberadamente voltado para preparar você para resolver as ques-</p><p>tões dos mais variados graus de dificuldade.</p><p>Vamos lá!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>5 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>1) A escolha de ministros do STF (Judiciário) cabe ao presidente da República (Executivo).</p><p>Depois disso, o indicado deve ter seu nome aprovado pela maioria absoluta do Senado</p><p>Federal (Legislativo).</p><p>2) O aumento na remuneração de servidores da Câmara do Deputados deve ser proposto</p><p>pela própria Câmara (Legislativo). O projeto de lei, mesmo aprovado nas duas Casas do</p><p>Congresso Nacional, deve ser submetido à sanção ou veto do presidente da República</p><p>(Executivo). Sancionada, promulgada e publicada, a lei pode ser declarada inconstitu-</p><p>cional pelo STF (Judiciário).</p><p>3) As súmulas vinculantes e as decisões proferidas pelo STF em controle concentrado</p><p>têm caráter vinculante erga omnes (contra todos). No entanto, a vinculação não atinge</p><p>o Poder Legislativo em sua função típica de legislar. Isso existiria para evitar o fenôme-</p><p>no da fossilização da Constituição. Ou seja, não se impede que o Legislativo edite nor-</p><p>mas no sentido inverso do que foi decidido pelo Judiciário. E, num movimento circular,</p><p>nada impede que novamente haja a declaração de inconstitucionalidade.</p><p>4) O presidente da República (Executivo), ao escolher o procurador-geral da República</p><p>(PGR), indica livremente um nome entre integrantes da Carreira, não havendo lista trípli-</p><p>ce. Após isso, o indicado deve passar pela aprovação da maioria absoluta do Senado</p><p>Federal (Legislativo). Já para o cargo de procurador-geral de Justiça (PGJ), Chefe do</p><p>MP Estadual, o governador fica restrito a escolher entre integrantes de lista tríplice, ela-</p><p>borada por toda a Carreira. Nesse caso, o STF entende ser inconstitucional norma de</p><p>Constituição Estadual que preveja sabatina do indicado pela Assembleia Legislativa. A</p><p>ideia é que o sistema de freios e contrapesos já atuou.</p><p>Essas são apenas algumas demonstrações de aplicação dos freios e contrapesos. Outras</p><p>serão mencionadas ao longo das aulas.</p><p>Ultrapassada essa visão inicial, é hora de estudar cada um dos Poderes de forma separada.</p><p>Lembro que o Título IV da Constituição – Organização dos Poderes – engloba os Poderes</p><p>Legislativo, Executivo e Judiciário, além das Funções Essenciais à Justiça. Entre estas, têm-se</p><p>o Ministério Público, a Advocacia (pública e privada) e a Defensoria Pública.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>6 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Poder LegisLativo</p><p>introdução</p><p>A Constituição trata do Poder Legislativo nos artigos 44 a 75.</p><p>Para você não vacilar na hora da prova, fique de olho em temas como competência entre</p><p>as Casas Legislativas (artigos 49, 51 e 52), as regras sobre o funcionamento de comissões –</p><p>destacando-se as CPIs – e sobre as imunidades parlamentares.</p><p>Vencida essa etapa, os artigos 59 a 69 cuidarão do Processo Legislativo, assunto que é</p><p>relevante para praticamente todos os concursos, não se limitando ao próprio Legislativo.</p><p>Mais à frente, nos artigos 70 a 75, aparece a função fiscalizatória, com os controles in-</p><p>terno e externo. Não se esqueça de que o Legislativo possui duas funções típicas: legislar</p><p>e fiscalizar.</p><p>Então, ajeite-se aí na cadeira que a tarefa está longe de ser uma moleza!</p><p>1. estrutura do LegisLativo</p><p>Em âmbito federal, o Poder Legislativo, é bicameral, ou seja, composto por duas Casas: a</p><p>Câmara do Deputados, composta de representantes do povo, e o Senado Federal, representan-</p><p>do os Estados e o Distrito Federal.</p><p>De antemão, é bom lembrar que os Municípios e os Territórios Federais (se forem criados)</p><p>não terão representantes no Senado Federal.</p><p>Nas outras esferas, o Poder Legislativo é unicameral, já que conta apenas com a Assem-</p><p>bleia Legislativa (estados), Câmara Legislativa (DF) e Câmara dos Vereadores (municípios).</p><p>Vou voltar para o modelo federal, mostrando a você uma tabela muito útil, pois soluciona</p><p>inúmeras questões de prova. Assim, toda atenção é pouca!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>7 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Diferenças entre a Câmara do Deputados e o Senado Federal</p><p>Câmara do Deputados Senado Federal</p><p>É chamada de câmara baixa. É chamado de câmara alta.</p><p>Representa o povo. Representa os Estados e o Distrito Federal.</p><p>Número de membros varia em função da população:</p><p>no mínimo oito e no máximo 70 deputados, por uni-</p><p>dade da federação.</p><p>Número de membros é fixo, pois todas as unidades</p><p>da federação (Estados e DF) possuem 3 senadores.</p><p>Eleição pelo sistema proporcional (quociente eleitoral).</p><p>Eleição pelo sistema majoritário simples – o mais</p><p>votado é o escolhido, não havendo 2º turno.</p><p>Deputados não têm suplentes. Quem tinha suplen-</p><p>tes era a coligação, mas a EC n. 97/2017 acabou</p><p>com as coligações nas eleições proporcionais</p><p>(deputados e vereadores).</p><p>Cada Senador é eleito com 2 suplentes.</p><p>Renovação total a cada quatro anos.</p><p>Renovação parcial a cada quatro anos: 1/3 e 2/3,</p><p>alternadamente.</p><p>Mandato é de quatro anos – uma legislatura. Mandato é de oito anos – duas legislaturas.</p><p>Idade mínima de 21 anos.</p><p>Idade mínima de 35 anos (é por isso chamado de</p><p>“Casa dos Anciãos”).</p><p>Caso criado, território possuirá 4 deputados federais. Caso criado, território federal não possuirá senadores.</p><p>Aplicam-se as regras de fidelidade partidária. Desse</p><p>modo, em regra, haverá a perda do mandato se</p><p>houver a troca de legenda.</p><p>Não se aplicam as regras de fidelidade partidária.</p><p>Trocando de legenda, Senador não perde o mandato.</p><p>O artigo 45, § 1º, da Constituição, diz que o número total de deputados, bem como a repre-</p><p>sentação por Estado e pelo DF, será estabelecido por lei complementar federal.</p><p>Como você viu, há um número mínimo de oito e máximo de 70 deputados Federais por Es-</p><p>tado, sendo que a definição será proporcional à população (e não aos eleitores) da localidade.</p><p>No entanto, você sabe que a população se desloca dentro de nosso território. Assim, exa-</p><p>tamente para fazer esses ajustes, a Constituição prevê que, no ano anterior às eleições, seja</p><p>feita uma lei complementar.</p><p>Ocorre que o Congresso Nacional editou a LC n. 78/1993, delegando a tarefa de fixação do</p><p>número de deputados Federais ao TSE. O Tribunal, por sua vez, editou uma Resolução, redefinin-</p><p>do a quantidade de Cadeiras para cada Estado, fazendo uso de dados do IBGE. Alguns estados</p><p>ganharam, enquanto outros perderam. Quem ganhou não reclamou, mas quem perdeu...</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução,</p><p>redacionais.</p><p>Isso porque somente as emendas que alterem substancialmente o projeto vindo da Casa</p><p>Iniciadora precisam voltar. Se a alteração for apenas meramente redacional, essa necessidade</p><p>não existirá.</p><p>Seguindo em frente, ao menos em relação às leis (ordinárias e complementares) e aos pro-</p><p>jetos de conversão de MP em lei ordinária, posso afirmar que a Casa Iniciadora terá um papel</p><p>de proeminência sobre a Revisora.</p><p>Como isso se daria?</p><p>Veja que a proposta que saiu da Casa Iniciadora, se não for aprovada nos mesmos moldes</p><p>na Casa Revisora, voltará para ser votada apenas a modificação. A Iniciadora dará a palavra</p><p>final, seja aprovando a modificação, seja rejeitando-a – hipótese em que prevalecerá o primeiro</p><p>projeto, aquele que tinha sido encaminhado.</p><p>Exemplo</p><p>Um projeto de lei A possui dez artigos. Ele é aprovado pela Câmara (casa iniciadora) e encami-</p><p>nhado do Senado (casa revisora). Chegando a esta última, dois artigos são modificados. Esta</p><p>parte do projeto de lei retornará à Câmara, que poderá aprovar as modificações ou rejeitá-las</p><p>– hipótese na qual seguirá para sanção o projeto contendo os dez artigos originalmente apro-</p><p>vado pela Câmara.</p><p>Ah, fique atento(a) para um importante detalhe: nas emendas à Constituição, não vigora</p><p>essa relação de proeminência de uma Casa sobre a outra. Nelas, funcionará uma espécie de</p><p>pingue-pongue. Em outras palavras, somente quando coincidirem as propostas das duas Ca-</p><p>sas é que o texto da EC seguirá para promulgação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>64 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Avançando, o art. 64, § 1º, da Constituição, prevê o chamado regime de urgência consti-</p><p>tucional ou processo legislativo abreviado. Ele consiste em um pedido formulado pelo presi-</p><p>dente da República (apenas ele!) para que projeto de sua iniciativa seja votado com brevidade.</p><p>Aplicando-se esse mecanismo, cada uma das Casas terá 45 dias para apreciar o projeto.</p><p>Se houver emenda na Casa revisora, a iniciadora deverá analisar a emenda no prazo de 10 dias.</p><p>Fazendo-se a somatória desses prazos, chega-se ao montante de 100 dias. Lembro a você que</p><p>esses prazos não correm durante recesso do Congresso Nacional.</p><p>Não havendo a manifestação do Congresso dentro do período mencionado, haverá o</p><p>sobrestamento das demais deliberações (exceto as medidas provisórias). É o chamado</p><p>trancamento de pauta.</p><p>Além do regime de urgência previsto na Constituição (daí o nome de urgência constitucional),</p><p>o regimento interno das Casas prevê a possibilidade de se requerer urgência na votação de</p><p>determinadas matérias. É a chamada urgência regimental ou urgência urgentíssima (art. 336,</p><p>RISF e art. 152 do RICD).</p><p>Deliberação Executiva</p><p>Essa fase só acontece nas leis ordinárias e complementares, além das medidas provisó-</p><p>rias aprovadas com modificações pelo Congresso Nacional.</p><p>Desse modo, não haverá sanção ou veto nas emendas à Constituição, nas resoluções e</p><p>nos decretos legislativos, nas leis delegadas, ou ainda nas medidas provisórias aprovadas</p><p>sem modificação pelo Congresso Nacional.</p><p>A deliberação executiva consiste na demonstração da concordância – ou não – do presi-</p><p>dente da República.</p><p>Caso ele esteja de acordo com o texto do projeto, deverá sancioná-lo; entendendo haver</p><p>vícios, pode o chefe do Executivo vetar a proposta que lhe foi encaminhada.</p><p>A sanção pode ainda ser expressa ou tácita. Esta última acontece quando o Presidente não</p><p>se manifesta dentro do prazo de 15 dias úteis, dado pela Constituição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>65 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Apesar disso, o veto presidencial pode alcançar toda a proposta legislativa ou, ainda, res-</p><p>tringir-se a apenas determinado artigo, parágrafo, inciso ou alínea.</p><p>Fique de olho, pois o Presidente não pode vetar apenas uma palavra, um trecho ou expres-</p><p>são dentro de uma frase. Essa proibição é para evitar desvirtuamento do projeto aprovado pelo</p><p>Legislativo.</p><p>Nesse sentido, basta pensar na seguinte frase: “Não poderá ser realizada a alienação de</p><p>determinado bem”. Excluída a palavra “não” do texto, certamente outro sentido terá a lei.</p><p>Ah, é importante falar que o Judiciário, ao contrário do Executivo, pode retirar uma palavra</p><p>ou expressão de dentro da frase.</p><p>Mais do que isso, ao fazer o controle de constitucionalidade, pode o Judiciário retirar ape-</p><p>nas uma interpretação entre as possíveis, quando estivermos diante de palavras plurissignifi-</p><p>cativas. Isso será possível dentro das técnicas de declaração de inconstitucionalidade parcial</p><p>sem redução de texto ou ainda na interpretação conforme a Constituição.</p><p>Optando o chefe do Executivo pelo veto, deverá ele comunicar as razões de sua decisão ao</p><p>Presidente do Senado dentro do prazo de 48 horas.</p><p>Caso o presidente da República não se manifeste no prazo de 15 dias úteis, ocorrerá a sanção</p><p>tácita do projeto de lei.</p><p>A motivação do veto poderá ser política ou jurídica, conforme a seguinte ilustração:</p><p>Motivação do veto</p><p>Veto Político Veto Jurídico</p><p>O presidente da República entende que o projeto de lei,</p><p>apesar de constitucional, é contrário ao interesse público.</p><p>Ex.: determinado aumento aos aposentados, se conce-</p><p>dido, pode causar desequilíbrio nas contas públicas.</p><p>O presidente da República entende que o projeto de</p><p>lei é inconstitucional.</p><p>Ex.: está presente vício de iniciativa, o que torna o</p><p>projeto inconstitucional, sob o ponto de vista formal.</p><p>Quando o presidente faz o veto jurídico, está atuando em controle político de constitu-</p><p>cionalidade, feito na forma preventiva, tendo em vista que a norma ainda não entrou em vigor.</p><p>Vou abrir um parêntese.</p><p>É até comum você “trocar as bolas”. Eu disse que existem os vetos políticos e os jurídicos,</p><p>dizendo em seguida que o veto jurídico era controle político de constitucionalidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>66 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Deixe-me esclarecer: existem dois modelos de controle de constitucionalidade: o político e</p><p>o jurisdicional. O jurisdicional é feito pelo Poder Judiciário, enquanto o político cabe ao Poder</p><p>Legislativo e ao Executivo.</p><p>Fechando o parêntese, você viu que a inércia do presidente da República dentro do prazo</p><p>constitucional – 15 dias úteis – corresponde à sanção tácita.</p><p>Acontece que, se ele vetar, mas não motivar o veto, também haverá sanção. Isso acontece</p><p>porque o veto será submetido ao Congresso Nacional, que levará em conta exatamente os</p><p>fundamentos utilizados no veto.</p><p>Há controle de constitucionalidade político preventivo quando o presidente da República veta</p><p>o projeto de lei por entender que ele viola a Constituição (veto jurídico).</p><p>Seguindo na sistemática, após o veto, caberá ao Congresso Nacional apreciá-lo, em sessão</p><p>conjunta (não unicameral), dentro do prazo de 30 dias, contado a partir do recebimento. Não</p><p>havendo deliberação dentro do prazo, serão sobrestadas as demais proposições. Ou seja, será</p><p>trancada a pauta</p><p>do Congresso Nacional.</p><p>A EC n. 76/2013 acabou com o voto secreto na apreciação dos vetos presidenciais e na</p><p>cassação de mandato parlamentar. Atualmente, o voto secreto se aplica apenas à sabatina de</p><p>autoridades, feita pelo Senado Federal.</p><p>Optando o Congresso Nacional pela rejeição (derrubada) de veto, tal decisão produzirá</p><p>os efeitos de sanção presidencial, seguindo-se para a promulgação, a cargo do presidente</p><p>da República.</p><p>Ah, o STF decidiu que os vetos presidenciais não precisam ser apreciados em ordem cro-</p><p>nológica de apreciação.</p><p>Para você se situar melhor, vou explicar o julgamento: na discussão sobre a distribuição</p><p>dos royalties do pré-sal, houve uma modificação na sistemática, sendo aprovada no Congresso</p><p>Nacional a distribuição igualitária entre Estados produtores e não produtores. Antes disso, os</p><p>produtores recebiam mais.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>67 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A então presidente Dilma Rousseff vetou o projeto de lei. Voltando ao Congresso, os par-</p><p>lamentares tinham pressa em derrubar o veto. No entanto, havia um grande número de vetos</p><p>na fila de espera. Acredite se quiser: eram mais de 3.000 vetos, alguns aguardando há mais</p><p>de 13 anos!</p><p>Alguns parlamentares do Rio de Janeiro foram ao STF, pedindo que o veto sobre o projeto</p><p>dos royalties só fosse apreciado após os demais, seguindo-se uma ordem cronológica.</p><p>Porém, o Tribunal entendeu que a ordem de votações era um assunto político, interno do</p><p>Legislativo (interna corporis), não havendo a necessidade de regulamentação pelo Judiciário</p><p>(STF, MS n. 31.816).</p><p>Antes de terminar, uma nota importante dentro do controle de constitucionalidade: não</p><p>cabe ADPF (arguição por descumprimento de preceito fundamental) contra vetos presiden-</p><p>ciais (STF, ADPF n. 1).</p><p>A apreciação dos vetos presidenciais não precisa respeitar a ordem cronológica de sua apre-</p><p>sentação ao Congresso Nacional.</p><p>8.3. Fase ComPLementar</p><p>Nesta fase são analisadas a promulgação e a publicação.</p><p>Vamos lá!</p><p>Promulgação</p><p>Aqui está uma das perguntas mais recorrentes dentro do processo legislativo: o que se</p><p>promulga? A lei ou o projeto de lei?</p><p>É claro que o examinador não deixaria passar batido esse ponto.</p><p>O que se promulga é a lei! A promulgação é citada na doutrina como “atestado de existência</p><p>válida da lei”. Eu confesso a você que prefiro dizer que ela é a certidão de nascimento da lei.</p><p>Falo isso porque ela tem natureza declaratória, assim como acontece quando nossos fi-</p><p>lhos nascem e vamos ao Cartório para registrá-lo. O nascimento aconteceu em momento ante-</p><p>rior, servindo a certidão de nascimento como caráter declaratório, e não constitutivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>68 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Mas e quando nasce a lei? Ela nascerá com a sanção presidencial ou com derrubada de</p><p>veto por parte dos parlamentares.</p><p>A promulgação das leis (ordinária, complementar) será feita, em regra, pelo presidente</p><p>da República.</p><p>No entanto, na hipótese de sanção tácita ou ainda na derrubada de veto, caberá ao presi-</p><p>dente do Senado fazer a promulgação se o chefe do Executivo permanecer inerte pelo prazo</p><p>de 48 horas.</p><p>Ficando inerte também o presidente do Senado pelo prazo de 48 horas, a promulgação</p><p>passa a ser incumbência do vice-presidente do Senado.</p><p>Já a promulgação das emendas à Constituição cabe às Mesas da Câmara e do Senado,</p><p>em conjunto, com o respectivo número de ordem. Fique atento(a), pois não é correto falar em</p><p>Mesa do Congresso Nacional. Tem mais: na Constituição, não há prazo para a promulgação</p><p>de emendas.</p><p>Quanto às resoluções e aos decretos legislativos, a promulgação cabe aos presidentes</p><p>das respectivas Casas (Câmara, Senado ou Congresso).</p><p>Publicação</p><p>A publicação é o ato por meio do qual a lei é levada ao conhecimento de todos. É nesse</p><p>momento que o cumprimento da lei pode começar a ser exigido.</p><p>A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB, antiga LICC – prevê em seu</p><p>artigo 1º que, salvo disposição em contrário, a lei começa a vigorar, no Brasil, 45 dias após a</p><p>publicação e, no exterior, três meses após a publicação.</p><p>Se houver disposição em contrário, ela prevalecerá sobre a regra. Nas leis de menor</p><p>impacto, é comum o último artigo trazer a expressão “esta lei entra em vigor na data de sua</p><p>publicação”.</p><p>Em sentido oposto, as leis de grande impacto social podem prever uma vacatio legis maior.</p><p>É o caso do Código Civil e do Código de Processo Civil, que entraram em vigor apenas um ano</p><p>após a publicação.</p><p>Vou explicar o que significa vacatio legis. A tradução literal seria “período vago da lei”. En-</p><p>tretanto, prefiro traduzir para “período para você se adaptar à nova lei”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>69 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Você já deve estar acostumado(a) com meu costume de fazer uma interdisciplinaridade.</p><p>Digo isso, porque vou tocar num ponto tormentoso, que mescla o Constitucional e o Penal.</p><p>É o seguinte: durante a vacatio legis, uma lei penal mais benéfica ao acusado pode</p><p>ser aplicada?</p><p>A resposta é negativa!</p><p>Isso acontece porque a lei existe, é válida, mas ainda não tem eficácia.</p><p>Vou usar um exemplo para você não esquecer: o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA,</p><p>Lei n. 8.069, de 13/7/1990 –, quando foi publicado, previa uma alteração no Código Penal, tra-</p><p>zendo a regra de que a pena do crime de estupro seria de quatro a dez anos, se a vítima fosse</p><p>menor de 14 anos. No caso do ECA, houve vacatio legis de 90 dias.</p><p>Para dizer o mínimo, era um verdadeiro absurdo, pois o estupro praticado contra a mulher</p><p>na idade adulta tinha pena mais branda (6 a 10 anos) do que se a vítima fosse uma criança.</p><p>Obviamente, ambos os delitos são repugnantes, mas a reprovação tenderia a ser menor contra</p><p>uma criança, que sequer tem o corpo preparado para a prática sexual.</p><p>Buscando corrigir a situação, a Lei n. 8.072, de 25/7/1990, Lei dos Crimes Hediondos, não</p><p>só revogou a redação dada ao artigo 213 do Código Penal pelo ECA, como ainda previa, em seu</p><p>artigo 9º, a aplicação de uma causa de aumento de ½ quando o crime sexual fosse praticado</p><p>contra vítima com menos de 14 anos.</p><p>Ou seja, 12 dias após a publicação do ECA, quando a lei ainda estava em vacatio legis –</p><p>era de 90 dias, lembra? –, veio a Lei dos Crimes Hediondos, entrando em vigor na data de sua</p><p>publicação, com o aumento das penas do estupro contra pessoas com menos de 14 anos.</p><p>Na prática, a pena mínima aumentou de quatro para nove anos (seis anos + ½). Isso durou</p><p>até a edição da Lei n. 12.015/2009, que trouxe o crime de estupro de vulnerável, no artigo 217-</p><p>A do Código Penal, sendo previstas penas entre oito e 15 anos de reclusão para o estupro de</p><p>pessoas com menos de 14 anos de idade.</p><p>Mas, depois de toda essa explicação, volto ao ponto-chave: várias pessoas que haviam sido</p><p>condenadas por estupro contra vítimas menores de catorze anos antes de 13/7/1990</p><p>– data de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>70 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>publicação do ECA – ingressaram na Justiça buscando a redução das penas, em virtude da apli-</p><p>cação da norma constitucional que prevê a retroatividade da lei penal mais benéfica.</p><p>A fundamentação era a seguinte: antes do ECA, a pena variava entre seis e dez anos de</p><p>reclusão, havendo na nova norma a redução para quatro a dez anos. Inegavelmente, a lei nova</p><p>era mais favorável.</p><p>Contudo, decidiu o STJ que não poderia haver a aplicação retroativa, uma vez que esse</p><p>ponto do ECA ainda estava no período da vacatio legis quando foi revogado. Ou seja, ele nunca</p><p>entrou em vigor (STJ, HC n. 29.809).</p><p>9. esPéCies normativas</p><p>Agora é a hora de vermos cada um dos atos normativos primários do artigo 59 separadamente.</p><p>De antemão, já adianto que você deve ter mais atenção com as emendas à Constituição e</p><p>com as medidas provisórias, pois elas são as queridinhas das bancas examinadoras.</p><p>9.1. emendas à Constituição</p><p>As ECs são alterações feitas pelo Poder Constituinte Derivado Reformador ao trabalho</p><p>feito pelo Poder Constituinte Originário. Elas podem fazer acréscimos, supressões ou modifi-</p><p>cações do texto constitucional.</p><p>Como todas as espécies do Poder Constituinte Derivado (Decorrente, Revisor e Reforma-</p><p>dor), elas apresentam algumas limitações, fixadas pelo Poder Constituinte Originário.</p><p>As limitações, por sua vez, se desdobram em explícitas (limitações procedimentais, mate-</p><p>riais e circunstanciais), previstas no art. 60 da Constituição, e implícitas, extraídas da orienta-</p><p>ção doutrinária e jurisprudencial.</p><p>Daqui a pouco falarei de cada uma delas. Antes, porém, vou falar sobre quem pode</p><p>propor as ECs.</p><p>Legitimados</p><p>Em relação à Constituição Federal, iniciativa para a formulação de proposta de emenda à</p><p>Constituição – PEC – cabe, concorrentemente, aos seguintes legitimados:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>71 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>a) presidente da República;</p><p>b) Um terço da Câmara do Deputados;</p><p>c) Um terço do Senado Federal;</p><p>d) Mais da metade das Assembleias Legislativas, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria</p><p>relativa de seus membros.</p><p>Obs.: � Três observações: a primeira, no sentido de que, no plano federal, não há iniciativa</p><p>privativa para a propositura de PEC. Ou seja, qualquer um dos legitimados pode tratar</p><p>dos mais variados temas.</p><p>� Tal regra, entretanto, se aplica apenas à Constituição Federal. Isso porque nas Cons-</p><p>tituições Estaduais, pode haver vício de iniciativa em PEC quando aquela matéria, no</p><p>plano federal, só puder ser tratada por lei de iniciativa do Executivo.</p><p>� Nesses casos, buscando burlar a necessidade de o governador deflagrar o processo</p><p>legislativo, os parlamentares estaduais buscam a EC para escapar da inconstituciona-</p><p>lidade, o que não funciona.</p><p>� A segunda, no sentido de que, no âmbito federal, não há previsão para a iniciativa</p><p>popular para a apresentação de PEC.</p><p>� Por fim, a terceira para lembrar a maioria relativa, indicada em relação às Mesas das Assem-</p><p>bleias Legislativas, é sinônimo de maioria simples. Em qualquer um dos casos, o quórum</p><p>exigido será do 1º número inteiro superior à metade dos presentes naquela votação.</p><p>Limitações ao Poder de Emenda à Constituição</p><p>É certo que o Poder Constituinte Originário é ilimitado juridicamente. Já o Constituinte</p><p>Derivado, como eu disse algumas linhas atrás, sofre limitações impostas pelo Originário.</p><p>É por isso que alguns autores preferem usar o nome Poder Constituinte apenas para o Ori-</p><p>ginário, e Poder Constituído para o Derivado. Faz sentido...</p><p>Vamos lá para as limitações, tanto explícitas quanto implícitas.</p><p>Limitações Circunstanciais</p><p>Em determinadas circunstâncias, relacionadas à instabilidade política, não poderá haver</p><p>emenda à Constituição. São elas:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>72 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>a) intervenção federal;</p><p>b) estado de defesa;</p><p>c) estado de sítio.</p><p>Limitações Procedimentais</p><p>Elas podem ser chamadas de limitações formais ou procedimentais. O certo é que, para se</p><p>aprovar uma EC, exige-se um processo muito mais rigoroso do que aquele necessário para a</p><p>aprovação dos demais atos normativos.</p><p>Com efeito, a proposta precisa passar nas duas Casas do Congresso, sendo que em am-</p><p>bas ocorrerão dois turnos de votação, exigindo-se, em cada um deles, a aprovação de 3/5 dos</p><p>membros – se o examinador colocar o percentual de 60% também está certo.</p><p>Fique atento(a), pois o quórum de 3/5 deve ser respeitado pelas Constituições Estaduais.</p><p>Por conta disso, declarou-se a inconstitucionalidade de norma estadual que previa o quórum</p><p>de 4/5 para a modificação da Constituição daquele Estado. Tal exigência acabaria engessando</p><p>a CE (STF, ADI n. 486).</p><p>Outra coisa: o STF entende que a Constituição não fixou um intervalo temporal mínimo</p><p>entre os dois turnos de votação para fins de aprovação de emendas à Constituição (CF, art. 60,</p><p>§ 2º). Assim, ficaria a cargo do Legislativo a definição do momento em que a matéria estaria</p><p>“madura” para nova votação (STF, ADI n. 4.425).</p><p>Se houver o descumprimento desse procedimento rigoroso, a EC sofrerá de vício formal de</p><p>inconstitucionalidade.</p><p>Foi o que aconteceu com uma parte da EC n. 19/1998, que introduziu a Reforma Administrativa.</p><p>Um dos pontos dessa EC, que alterava o artigo 39 da Constituição, permitindo à Admi-</p><p>nistração Direta a contratação de servidores por outros regimes jurídicos que não o da Lei n.</p><p>8.112/1990, foi aprovado em dois turnos na Câmara do Deputados e enviado ao Senado.</p><p>Na Casa Revisora, houve emenda substancial, o que obrigava o retorno da proposta para</p><p>a Câmara, com o intuito de se chegar a um consenso. Acontece que, nesse retorno, uma das</p><p>votações na Câmara foi feita por meio de destaques julgados em quórum de maioria absoluta</p><p>– inferior ao de maioria qualificada.</p><p>Não deu outra! A EC n. 19/1998, quanto ao artigo 39 da Constituição, teve sua eficácia sus-</p><p>pensa pelo STF (STF, ADI-MC n. 2.135).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>73 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Outra coisa: a proposta de emenda rejeitada em uma sessão legislativa não poderá ser</p><p>reapresentada na mesma sessão, dentro da chamada irrepetibilidade absoluta.</p><p>Você vai se lembrar de que, ao comentar a deliberação parlamentar, diferenciei a irrepe-</p><p>tibilidade relativa, incidente sobre a LO e a LC, da irrepetibilidade absoluta, aplicável às ECs</p><p>e às MPs.</p><p>Naquela ocasião, chamei sua atenção para um ponto muito cobrado nas provas: que a ir-</p><p>repetibilidade vale para</p><p>a mesma sessão legislativa, e não para a mesma legislatura (período</p><p>de quatro anos).</p><p>Outra coisa: embora o assunto seja para lá de controverso, a doutrina e a jurisprudência</p><p>apontam para a possibilidade de se relativizar a irrepetibilidade absoluta.</p><p>Isso aconteceria dentro das emendas à Constituição, quando, apresentada a PEC, ela for</p><p>objeto de alterações, passando a tramitar como substitutivo.</p><p>Nesse contexto, sendo votada a “PEC filha” (substitutivo), e havendo a sua rejeição, nada</p><p>impediria a reapresentação, na mesma sessão legislativa, da “PEC mãe” (original).</p><p>O STF entende que o que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda</p><p>rejeitada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo que é uma subespécie do projeto ori-</p><p>ginalmente proposto (STF, MS n. 22.503).</p><p>De todo modo, nunca se esqueça de uma coisa: você deve prestar atenção ao comando da</p><p>questão! Se não houver o direcionamento para a situação excepcional que acabei de explicar,</p><p>a resposta esperada é a regra. Ou seja, no sentido de não poder ser reapresentada na mesma</p><p>sessão a PEC rejeitada naquela sessão legislativa.</p><p>Limitações Materiais</p><p>Todo(a) concurseiro(a) já ouviu falar nas cláusulas pétreas! Pois bem, chegou a hora de tra-</p><p>tamos delas, que estão previstas no artigo 60, § 4º, da Constituição – ao menos as explícitas.</p><p>Uma primeira (e importante) observação é no sentido de que as cláusulas pétreas podem</p><p>sofrer modificação. Quer um exemplo?</p><p>O artigo 5º foi alterado pela EC n. 45/2004, que inseriu três novos direitos ao seu já extenso</p><p>rol: 1) princípio da razoável duração do processo; 2) adesão ao Tribunal Penal Internacional –</p><p>TPI; e 3) equiparação dos tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados em dois</p><p>turnos, três quintos de votos em cada Casa do Congresso Nacional às ECs.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>74 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Seguindo, o que a Constituição não permite é que as cláusulas pétreas sejam abolidas,</p><p>retiradas. Mais do que isso: se proíbe que as matérias sejam objeto de deliberação.</p><p>Sabe o que isso significa?</p><p>É que nós podemos “cortar o mal pela raiz”, barrando a própria tramitação da EC que ve-</p><p>nha a violar uma cláusula pétrea. Para isso, abre-se a excepcional possibilidade de controle</p><p>preventivo jurisdicional de constitucionalidade, viabilizado apenas, e tão somente, aos par-</p><p>lamentares, por meio de mandado de segurança a ser impetrado no STF (STF, MS n. 32.033).</p><p>Professor, mas o MS não é o remédio utilizado para proteger direito líquido e certo não</p><p>amparado por HC ou HD?</p><p>Isso mesmo. Nesse caso, os parlamentares possuiriam o direito líquido e certo ao devido</p><p>processo legislativo.</p><p>Está bem, mas eu falei demais e ainda não mostrei a você quais são as tais cláusulas pé-</p><p>treas, né?! Então, vamos lá: não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir:</p><p>a) A forma federativa de Estado.</p><p>Não se permite o direito de secessão (separação), pois a característica central de uma</p><p>Federação é a união indissolúvel de seus membros.</p><p>Aliás, ideias separatistas autorizam o uso da intervenção federal, por violar um dos princí-</p><p>pios sensíveis de nossa Constituição – artigo 34, VII.</p><p>Ainda dentro do tema, alguns Estados questionaram a lei federal que fixou o piso nacional</p><p>para profissionais da educação. Em outras palavras, uma lei editada pela União estabeleceu o</p><p>valor mínimo que os Estados, o DF e os Municípios deveriam pagar aos seus professores.</p><p>Ao julgar o caso, o STF entendeu que não haveria ofensa à forma federativa de Estado (STF,</p><p>ADI n. 4.167).</p><p>b) O voto direto, secreto, universal e periódico.</p><p>A primeira coisa a pontuar é que a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea. Para que</p><p>o voto passe a ser facultativo, bastaria a promulgação de EC nesse sentido.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>75 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Seguindo, foi com base no voto secreto que se declarou a inconstitucionalidade de lei fe-</p><p>deral que previa a utilização de impressoras junto às urnas eletrônicas.</p><p>A ideia da lei era permitir um maior controle sobre a segurança das urnas, diante dos ques-</p><p>tionamentos acerca de possíveis fraudes. Previa-se que, por amostragem, o resultado de al-</p><p>gumas urnas eletrônicas seria confrontado com os votos impressos, depositados num coletor</p><p>junto à própria impressora.</p><p>Contudo, prevaleceu a ideia segundo a qual o voto impresso acabava permitindo a possibi-</p><p>lidade de acesso humano aos votos já depositados nas urnas, sob o pretexto, por exemplo, de</p><p>corrigir algum defeito na impressora (STF, ADI n. 4.543).</p><p>Daí, depois o Congresso editou outra lei no mesmo sentido, mas ela foi novamente decla-</p><p>rada inconstitucional (STF, ADI n. 5.889). Lembre-se que isso é possível, porque o Legislativo</p><p>não fica vinculado pela decisão do Judiciário, mesmo em ação de controle concentrado. Do</p><p>mesmo modo, o Judiciário pode novamente apreciar a constitucionalidade da lei que venha</p><p>após sua decisão. Ou seja, os freios e contrapesos vão atuando continuamente.</p><p>Ah, fique atento(a), pois o voto secreto é assegurado nas eleições diretas. Nas eleições</p><p>indiretas, poderia o voto ser aberto. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Estado de Tocantins,</p><p>que teve de realizar eleições indiretas, sendo a escolha do novo governador e do Vice a cargo</p><p>da Assembleia Legislativa (STF, ADI n. 4.298).</p><p>c) A separação dos Poderes.</p><p>Esta é a cláusula pétrea campeã nas provas de concursos! Em vários julgados, o STF afir-</p><p>ma a violação ao princípio da separação de Poderes. Vou te passar as questões mais cobradas</p><p>pelos Examinadores, ok?</p><p>Antes, porém, um alerta: na maioria das vezes, o defeito está no fato de se exigir a partici-</p><p>pação do Legislativo em um assunto que seria próprio aos outros Poderes. Veja:</p><p>1) viola a separação de Poderes lei estadual que condiciona todas as desapropriações</p><p>feitas a prévia aprovação do Legislativo. O defeito aqui seria o fato de essa tarefa – de-</p><p>sapropriar – caber ao Executivo (STF, ADI n. 106).</p><p>2) Viola a separação de Poderes lei estadual que exija a sabatina de nomes de lista tríplice</p><p>ao cargo de Procurador-Geral de Justiça (PGJ). A razão da inconstitucionalidade nesse</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>76 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>caso consiste na ausência de previsão da sabatina na Constituição Federal. E, na esco-</p><p>lha do PGJ, o Chefe do Executivo já fica restringido por conta da lista tríplice, elaborada</p><p>pelo próprio MP (STF, ADI n. 3.888).</p><p>3) No mesmo sentido do item anterior, também seria inconstitucional norma estadual</p><p>que previsse a aprovação, pela Assembleia Legislativa, dos integrantes da lista tríplice</p><p>do quinto constitucional para preenchimento de vaga de desembargador do TJ (STF,</p><p>ADI n. 4.150);</p><p>4) viola a separação de Poderes lei estadual que preveja sabatina do Legislativo para</p><p>os integrantes de Diretorias das entidades da Administração Indireta (empresas pú-</p><p>blicas e sociedades de economia mista). A exceção ficaria por conta das autarquias</p><p>e das fundações públicas, pois, em relação a elas, a Constituição Federal prevê a</p><p>aprovação do Senado. Assim, em simetria, a Constituição Estadual também poderia</p><p>prever (STF, ADI n. 2.225).</p><p>5) viola a separação de Poderes a convocação de Magistrado, por CPIs, para prestar es-</p><p>clarecimentos sobre ato jurisdicional praticado. Como você sabe, contra decisão judi-</p><p>cial cabe recurso, e não CPI (STF, HC n. 86.581).</p><p>d) Os direitos e garantias individuais.</p><p>Dentro da expressão “direitos e garantias individuais”, segundo o STF, estariam os artigos</p><p>5º (direitos e deveres individuais e coletivos); 16 (princípio da anterioridade eleitoral) e 150</p><p>(limitações ao poder de tributar).</p><p>Cuidado para uma pegadinha comum nas provas: trocar direitos e garantias individuais por</p><p>fundamentais. Onde estaria o erro?</p><p>Direitos e garantias fundamentais compreendem todo o Título II da Constituição – artigos</p><p>5º a 17. E, não são cláusulas pétreas os direitos sociais, de nacionalidade etc.</p><p>Foi com base nessa cláusula pétrea que se afirmou a inconstitucionalidade da EC n.</p><p>52/2006 na parte em que permitia a aplicação da referida emenda às eleições daquele ano.</p><p>É que o teor da emenda alterava o processo eleitoral, devendo ser aplicado apenas às elei-</p><p>ções que ocorressem um ano após a entrada em vigor da norma (STF, ADI n. 3.685).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>77 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Está bem! Você viu as cláusulas pétreas explícitas. Será que haveria outras, implícitas no</p><p>texto constitucional?</p><p>A doutrina entende que sim!</p><p>Ilustrativamente, Gilmar Mendes e Paulo Gonet, no Curso de Direito Constitucional, citam os</p><p>Princípios Fundamentais (artigos 1º a 4º) como cláusulas pétreas implícitas. Isso faz bas-</p><p>tante sentido, uma vez que eles abrem a Constituição, servindo como parâmetro para outros</p><p>dispositivos do texto.</p><p>Além das cláusulas pétreas previstas no texto da Constituição (artigo 60, § 4º), a doutrina en-</p><p>tende haver outras implícitas, como é o caso dos Princípios Fundamentais.</p><p>Limitações Implícitas</p><p>Ao lado das limitações circunstanciais, materiais e procedimentais, a doutrina lista tam-</p><p>bém as limitações implícitas.</p><p>Entre elas estaria impossibilidade de alteração tanto do titular do poder constituinte.</p><p>Além disso, não se permitiria a chamada dupla revisão, instituto constituído da seguinte</p><p>forma: num primeiro momento, seriam extraídas as regras constitucionais nas quais constam</p><p>as proibições.</p><p>A título de exemplo, seria revogada a norma prevista no art. 60, § 4º, I, ‘e’ – prevê a forma fede-</p><p>rativa de Estado; num segundo momento, outra emenda constitucional diria que o estado uni-</p><p>tário seria adotado no Brasil.</p><p>Ou seja: seria uma forma de disfarçar a retirada de uma cláusula pétrea.</p><p>O Brasil não admite o procedimento da dupla revisão em relação às emendas à Constituição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>78 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Limitações Temporais?</p><p>Não existem limitações temporais na Constituição atual sobre as ECs. Elas já existiram, na</p><p>Constituição de 1824.</p><p>Aliás, a Constituição de 1824 era ao mesmo tempo imutável e semirrígida.</p><p>Aragonê, como isso é possível?</p><p>É o seguinte: ela era imutável nos primeiros quatro anos.</p><p>Depois disso, poderia ser modificada, passando a ser semirrígida. Isso porque, para alterar</p><p>matérias realmente constitucionais, exigia-se procedimento mais rigoroso.</p><p>Já, quanto os conteúdos que, embora estivessem no texto constitucional, não contivessem</p><p>matéria realmente constitucional, a alteração seria pelo mesmo procedimento aplicável às leis.</p><p>Promulgação</p><p>A promulgação da emenda constitucional será feita pelas Mesas da Câmara e do Senado,</p><p>em conjunto, com o respectivo número de ordem. Note-se que não compete à Mesa do Con-</p><p>gresso Nacional a promulgação.</p><p>Ressalto, também, outros dois pontos: primeiro, a Constituição não previu prazo para a</p><p>promulgação das ECs; segundo, o presidente da República não participará com sanção, veto,</p><p>promulgação ou publicação das emendas.</p><p>Você viu que o único momento em que ele poderá participar da formação das emendas é</p><p>na iniciativa.</p><p>9.2. Leis ordinárias e ComPLementares</p><p>As leis ordinárias e complementares têm muitas semelhanças. Isso porque elas tramitam</p><p>de forma semelhante.</p><p>Veja que ambas precisam de aprovação nas duas Casas, com deliberação parlamentar de um turno</p><p>e deliberação executiva (sanção ou veto), com fase complementar de promulgação e publicação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>79 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Mais do que isso: elas também contam com a irrepetibilidade relativa, ou seja, não podem</p><p>ser reapresentadas na mesma sessão legislativa, a não ser que haja manifestação de maioria</p><p>absoluta de uma das Casas Legislativas nesse sentido.</p><p>Ah, o regime de urgência constitucional (processo legislativo abreviado) também se aplica</p><p>na LO e na LC.</p><p>Um ponto de grande controvérsia doutrinária é a (in)existência de hierarquia entre elas.</p><p>Bons autores defendem que a LC seria hierarquicamente superior. É o caso de Manoel Gonçal-</p><p>ves Ferreira Filho e de Alexandre de Moraes.</p><p>Contudo, prevalece a orientação de inexistência de hierarquia. É o que defendem, entre ou-</p><p>tros, Celso Bastos e Michel Temer. O STF também adota essa orientação (STF, RE n. 509.300).</p><p>Agora que você já viu as semelhanças, é hora de conferir as diferenças.</p><p>Diferenças entre lei ordinária (LO) e lei complementar (LC)</p><p>Aspecto formal</p><p>(Quórum de aprovação*)</p><p>Aspecto material (Matéria)</p><p>LC Maioria absoluta Rol taxativo na CF/1988. Exemplos: art. 7º, I; 14, § 9; 21, IV.</p><p>LO Maioria simples Natureza residual: tudo o que não for LC, DL e Resoluções.</p><p>* O quórum de instalação é o mesmo para LC e LO: maioria absoluta.</p><p>Vendo o que está no esquema, a primeira diferença está no quórum de aprovação. A LC</p><p>exige maioria absoluta, que corresponde ao primeiro número inteiro superior à metade dos</p><p>componentes da Casa.</p><p>Já, para aprovar uma LO, basta maioria simples (ou relativa), que seria o primeiro número</p><p>inteiro superior à metade dos presentes na Casa naquela sessão.</p><p>Muito cuidado com um ponto: é comum o concurseiro gravar “metade mais um dos presen-</p><p>tes” e “metade mais um dos componentes”. Isso mais atrapalha do que ajuda.</p><p>É o seguinte: vou usar o Senado Federal como exemplo. Há 81 senadores lá, certo? Metade</p><p>mais um dos componentes seria 40,5 (metade) mais um, o que alcança 41,5 senadores. Per-</p><p>gunto a você: arredonda para cima ou para baixo?</p><p>Na verdade, não existe isso de “arredonda”. Basta você aplicar a ideia de “primeiro número</p><p>inteiro superior à metade”. Assim, considerando os 81 senadores, o primeiro número inteiro</p><p>superior à metade (40,5) é 41.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução,</p><p>cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>80 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>É possível se exigir o mesmo quórum de aprovação para LO e para LC? Sim, desde que</p><p>todos os membros da Casa estejam presentes para votar.</p><p>Avançando, a distribuição material feita pela Constituição é determinante para saber se</p><p>o caso será de LC ou de LO. Dizendo com outras palavras, quando a Constituição quer LC, ela</p><p>“pede”. Isso aparecerá mais ou menos assim: “na forma da lei complementar”, “nos termos da</p><p>lei complementar”, “a lei complementar estabelecerá”.</p><p>Quanto à LO, a Constituição reserva todas as demais matérias. Normalmente, aparecem as</p><p>expressões “na forma da lei”, “nos termos da lei” etc. Não se fala a expressão “lei ordinária”.</p><p>Mas pense comigo: pode uma Constituição Estadual exigir a edição de lei complementar</p><p>para matérias nas quais a Constituição Federal só pedia lei ordinária?</p><p>Analisando essa situação, o STF disse não.</p><p>Na ocasião, foi pontuado que a criação de reserva de lei complementar tem a finalidade mini-</p><p>mizar a influência das maiorias parlamentares circunstanciais no processo legislativo referente a</p><p>determinadas matérias. Isso porque a aprovação de leis complementares depende de mobiliza-</p><p>ção parlamentar mais intensa para a criação de maiorias consolidadas no âmbito do Poder Legis-</p><p>lativo, bem como o gasto de capital político e institucional que propicie essa articulação.</p><p>Assim, a ampliação da reserva de lei complementar, para além daquelas hipóteses previs-</p><p>tas no texto constitucional, geraria uma restrição indevida no arranjo democrático-representa-</p><p>tivo desenhado pela Constituição Federal.</p><p>Para deixar ainda mais claro, nada melhor do que você entender de quais assuntos esta-</p><p>mos tratando, né?</p><p>É que a Constituição do Estado de Santa Catarina exigia a edição de lei complementar para</p><p>o tratamento (i) do regime jurídico único dos servidores estaduais e diretrizes para a elabora-</p><p>ção de planos de carreira; (ii) da organização da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar</p><p>e do regime jurídico de seus servidores; (iii) da organização do sistema estadual de educação;</p><p>e (iv) do plebiscito e do referendo.</p><p>Acontece que em nenhum desses casos a CF exigiu lei complementar. Basta pensar que a</p><p>Lei (ordinária) n. 8.112/1990 é a norma que traz o regime jurídico dos servidores civis da União,</p><p>certo?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>81 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Sintetizando, se a CF não exigiu LC para aquele assunto, não pode a CE exigir. Basta lei</p><p>ordinária (STF, ADI n. 5.003).</p><p>Seja como for, nada impede que o Congresso Nacional edite uma LC mesmo diante de ma-</p><p>téria que deveria ser LO. O contrário é que gera inconstitucionalidade.</p><p>É dentro desse cenário que surgem algumas afirmações: uma LO pode revogar outra LO;</p><p>uma LC pode revogar outra LC; uma LC pode revogar uma LO; e, em regra, uma LO não pode</p><p>revogar uma LC.</p><p>Eu disse “em regra”, porque, se a LC trouxer conteúdo de LO, ela será LC “na casca”, mas</p><p>LO “na essência”. Desse modo, é verdadeira a afirmação segundo a qual “uma LO pode re-</p><p>vogar uma LC”.</p><p>Aliás, já me deparei com algumas questões de prova exatamente nesse sentido. O que o</p><p>examinador perguntou foi a exceção, e não a regra. Fazendo uma comparação, seria o mesmo</p><p>de um item de sua prova falar “existe pena de morte no Brasil”.</p><p>Ora, nesse caso, você sabe que, em regra, a pena de morte é proibida. No entanto, em caso</p><p>de guerra declarada, ela será possível, não é mesmo?</p><p>Voltando para as leis, essa situação – de LC com conteúdo de LO – chegou ao STF. Na</p><p>ocasião, a Lei Complementar n. 70/1991 tratou de matéria não prevista para ser tratada por LC</p><p>(instituição de contribuição social). Posteriormente, a Lei (Ordinária) n. 9.430/1996 revogou a</p><p>referida LC.</p><p>Houve questionamento, mas o STF entendeu pelo cabimento da revogação, pois, repito, a</p><p>LC tinha “casca” de LC, mas “essência” de LO. Ou seja, na prática, seria o mesmo de uma LO</p><p>revogar outra LO (STF, RE n. 509.300).</p><p>Prevalece a orientação segundo a qual não há hierarquia entre leis ordinárias e complementares.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>82 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>9.3. Lei deLegada</p><p>As leis delegadas estão mais para “figuras decorativas” que só servem para cair em prova.</p><p>Sabe por quê?</p><p>Há um procedimento relativamente complicado para que elas saiam do forno, como você</p><p>vai ver logo abaixo. Há também limitações, pois algumas matérias não podem ser tratadas por</p><p>lei delegada.</p><p>Por fim – e mais importante –, por que o Presidente usaria a lei delegada se ele dispõe das</p><p>medidas provisórias, mais rápidas, mais práticas e que começam a produzir efeitos desde a</p><p>sua publicação?</p><p>Uma prova do que estou falando: a última vez em que se editou uma lei delegada foi em</p><p>27/8/1992 (Lei Delegada n. 13 – numeração teve início no ano de 1962).</p><p>Seja como for, vamos lá, porque o negócio aqui é acertar questões na prova.</p><p>A lei delegada é elaborada pelo presidente da República, após prévia autorização dada pelo</p><p>Congresso Nacional, delimitando o assunto sobre o qual pretende legislar.</p><p>Se o Congresso Nacional aprovar a solicitação do presidente da República, editará resolução.</p><p>A resolução editada pelo Congresso pode prever a posterior apreciação do projeto de lei</p><p>delegada. Se houver apreciação, ela será em votação única e sem direito a qualquer emenda.</p><p>Se o Executivo, ao fazer a lei, exceder os limites da delegação, caberá ao Congresso sustar</p><p>a lei delegada, por meio de decreto legislativo.</p><p>Essa hipótese está prevista no artigo 49, V, da Constituição e é conhecida como veto legis-</p><p>lativo. Ela representa um controle político de constitucionalidade, na forma repressiva, pois se</p><p>pressupõe que a norma já entrou em vigor.</p><p>Avançando, não podem ser objeto de delegação as matérias constantes no artigo 49, 51 e</p><p>52 da Constituição (competências exclusivas/privativas das Casas Legislativas), bem como as</p><p>matérias reservadas à lei complementar.</p><p>Na jurisprudência, o STF entende que a outorga de subsídios, isenções ou créditos pre-</p><p>sumidos, bem como a redução da base de cálculo e a concessão de anistia ou remissão em</p><p>matéria tributária só poderiam ser dadas por meio de lei específica, não cabendo a delegação</p><p>legislativa (STF, ADI n. 1.247).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>83 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>9.4. medida Provisória</p><p>Se eu puder dar um conselho a você, eu diria para ler este tópico com extrema atenção.</p><p>Digo isso porque nenhum ato normativo é mais cobrado do que medida provisória nas provas.</p><p>Aliás, as “estrelas da festa” no processo legislativo são a MP e as ECs.</p><p>Vamos lá!</p><p>As medidas provisórias nasceram no direito brasileiro com a Constituição de 1988.</p><p>Elas vieram para substituir o antigo Decreto-Lei (lembre-se que ainda existe decreto legis-</p><p>lativo). Há, no entanto, algumas diferenças entre as MPs e os Decretos-lei, como vou mostrar</p><p>logo adiante.</p><p>A medida provisória é uma espécie normativa que tem força de lei ordinária e não conta</p><p>com a participação do legislativo em sua formação, pois o Legislativo só entra na jogada de-</p><p>pois que a MP já está produzindo seus efeitos jurídicos. Afinal, ela entra em vigor já no momen-</p><p>to de sua publicação.</p><p>Agora, um alerta: a edição de uma MP não revoga lei anterior, mas apenas suspende seus</p><p>efeitos no ordenamento jurídico, em face do seu caráter transitório e precário. Assim, apro-</p><p>vada a MP pela Câmara e pelo Senado, surge nova lei, a qual terá o efeito de revogar lei an-</p><p>tecedente. Todavia, caso a medida provisória seja rejeitada (expressa ou tacitamente, como</p><p>adiante se verá), a lei que existia no ordenamento, e que estava suspensa, volta a ter eficácia</p><p>(STF, ADI n. 5.709).</p><p>Embora os presidentes usem e abusem das MPs, elas deveriam ser utilizadas apenas</p><p>quando presentes os requisitos constitucionais de urgência e relevância.</p><p>Aqui nasce a primeira diferença entre as MPs e os decretos-leis: nos últimos, os requisitos</p><p>constitucionais eram alternativos (urgência ou relevância).</p><p>Voltando, embora a Constituição diga respeito às MPs editadas apenas pelo presidente</p><p>da República, nada impede que elas sejam editadas pelos demais Chefes do Executivo (Go-</p><p>vernadores e Prefeitos), desde que haja previsão na Constituição Estadual e na Lei Orgânica</p><p>Municipal (STF, ADI n. 2.391).</p><p>Até a EC n. 32/2001, as MPs tinham vigência pelo prazo de 30 dias, prorrogáveis indefinida-</p><p>mente. Não era incomum encontrar medidas provisórias que foram reeditadas por vários anos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>84 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Atualmente, depois de editada, a MP tem vigência pelo prazo de 60 dias, prorrogáveis, uma</p><p>vez, por mais 60 dias. Esse prazo, no entanto, fica suspenso durante o recesso parlamentar,</p><p>salvo se houver convocação extraordinária.</p><p>Você certamente já ouviu falar em trancamento de pauta. Funciona assim: caso a MP não</p><p>seja apreciada dentro do prazo de 45 dias, contados de sua edição, a MP entra em regime de</p><p>urgência, ou seja, ela sobrestará as votações na Casa onde estiver.</p><p>Que fique claro: se o prazo da MP está estourado e ela ainda está na Câmara do Deputados,</p><p>a pauta do Senado não será atingida. Por sua vez, chegando ao Senado, a MP trancará a pauta</p><p>apenas dessa Casa.</p><p>No ano de 2009, Michel Temer, então Presidente da Câmara do Deputados, passou a enten-</p><p>der que o sobrestamento das votações somente alcançaria as leis ordinárias.</p><p>O raciocínio foi o seguinte: as MPs têm força de lei ordinária. Então, não faria sentido tran-</p><p>car a pauta de todas as votações (emendas à Constituição, leis complementares etc.). Tam-</p><p>bém não seriam atingidos aqueles projetos de lei ordinária que versassem sobre matérias que</p><p>não podem ser tratadas por meio de MP.</p><p>Inconformados, alguns parlamentares ingressaram com mandado de segurança junto ao</p><p>STF, alegando violação à Constituição, por vício no procedimento. O pedido, no entanto, foi</p><p>negado pelo Tribunal (STF, MS n. 27.931).</p><p>Depois de editar a medida provisória, o presidente da República não pode retirá-la, já que</p><p>o ato normativo estará submetido ao Legislativo. O que ele pode fazer é editar nova MP, revo-</p><p>gando a anterior (STF, ADI n. 2.984).</p><p>Ao chegar ao Congresso Nacional, a medida provisória passará por uma comissão mista,</p><p>responsável por analisar se estão – ou não – presentes os requisitos constitucionais (urgência</p><p>e relevância).</p><p>Não há dúvidas de que se trata de controle de constitucionalidade, feito pelo Legislativo</p><p>(controle político) na forma repressiva (posterior). Isso porque a MP já estará produzindo efei-</p><p>tos desde o dia em que foi publicada.</p><p>Em 2013, chegou ao STF uma ação direta de inconstitucionalidade que discutia a cons-</p><p>titucionalidade da medida provisória que criou o Instituto Chico Mendes para a Biodiversi-</p><p>dade – ICMBio.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>85 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A discussão dizia respeito à violação ao artigo 62, § 9º, da Constituição, uma vez que não</p><p>teria sido observada a necessidade de a medida provisória ser submetida à Comissão Mista</p><p>do Congresso Nacional, responsável por apurar a urgência e a relevância.</p><p>Ao julgar o caso, o STF confirmou o desrespeito ao procedimento constitucional, mas ve-</p><p>rificou que a regra da aprovação pela Comissão Mista não vinha sendo respeitada há longos</p><p>anos (desde a edição da Resolução n. 01/2002 – Congresso Nacional).</p><p>Então, para preservar a segurança jurídica, manteve a validade da norma, mas apontou a</p><p>necessidade de o Legislativo respeitar o procedimento nas MPs editadas dali em diante (STF,</p><p>ADI n. 4.029).</p><p>Traduzindo em outros termos: o STF viu que estava errado, mas a anulação levaria a um</p><p>efeito-cascata, anulando várias leis decorrentes de medidas provisórias. Para pensar apenas</p><p>no ICMBio, a entidade foi criada em 2007, cinco anos antes do julgamento do STF.</p><p>Abrindo um rápido parêntese, é para situações assim que existe o instituto da modulação</p><p>temporal de efeitos, prevista no artigo 27 da Lei n. 9.868/1999 – Lei da ADI. Veja o que diz o</p><p>texto legal:</p><p>Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de se-</p><p>gurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria</p><p>de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só te-</p><p>nha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.</p><p>Ah, embora tenha nascido no controle concentrado, a modulação temporal de efeitos tam-</p><p>bém pode ser feita no controle difuso, por qualquer juiz ou Tribunal do país.</p><p>Como regra, a declaração de inconstitucionalidade produz efeitos ex tunc, ou seja, retroa-</p><p>gindo à data da edição da norma. Ela (a norma) é retirada do ordenamento como se não tivesse</p><p>existido. Então, a modulação temporal relativiza essa regra, permitindo que a decisão tenha</p><p>efeitos dali em diante (ex nunc) ou em outro momento determinado pelo Tribunal (futuro).</p><p>Fecho o parêntese e vou para uma pergunta espinhosa: a quem cabe analisar se a MP é</p><p>realmente relevante e urgente?</p><p>Normalmente, esse controle é feito pelo Legislativo, por meio da comissão mista indicada</p><p>no § 9º do artigo 62, e nas próprias Casas, durante a tramitação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>86 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A discussão também poderá ser levada ao Judiciário, quando a ausência dos requisitos</p><p>constitucionais (urgência e relevância) for manifesta, evidente (STF, ADI n. 2.527).</p><p>Aprovação com e sem emendas e o problema do contrabando legislativo</p><p>Sigo agora para tratar sobre o que acontece com a medida provisória</p><p>quando ela é aprova-</p><p>da ou rejeitada pelo Congresso Nacional.</p><p>Para me ajudar nessa tarefa, usarei o seguinte esquema:</p><p>Aprovação da medida provisória</p><p>SEM MODIFICAÇÕES</p><p>O texto aprovado segue direto para a Promulgação, a ser feita pelo Presidente</p><p>do Congresso Nacional.</p><p>Não há necessidade de sanção/veto, pois prevaleceu a vontade do Presidente.</p><p>COM MODIFICAÇÕES</p><p>O texto aprovado pelo Congresso é encaminhado ao presidente da República,</p><p>para fins de sanção ou veto.</p><p>Isso porque precisa ser verificado se ele concorda com o novo texto.</p><p>Repare que, se a MP foi aprovada sem modificações pelo Congresso Nacional, é porque</p><p>prevaleceu a vontade do presidente da República. É por isso que ela não passará por delibe-</p><p>ração executiva. Em outras palavras, o texto seguirá direto para a promulgação, não havendo</p><p>sanção ou veto.</p><p>Contudo, se a MP foi modificada pelo Congresso, a proposta precisa voltar para o Presi-</p><p>dente, para saber se ele concorda ou não com o novo texto.</p><p>Exemplificando: foi editada uma MP prevendo aumento de 5% para os proventos dos apo-</p><p>sentados. No Congresso Nacional, houve alteração, com a elevação do aumento para 16%. O</p><p>adequado nesse cenário é o texto voltar para o Presidente, para saber se ele sanciona ou veta,</p><p>fundamentando na ausência de verbas suficientes (veto por interesse público).</p><p>Por falar em modificações, você sabe o que é o contrabando legislativo?</p><p>É o seguinte: muitas vezes os parlamentares se utilizavam da rapidez da tramitação das</p><p>MPs para incluírem matérias que não tinham literalmente nada a ver com o conteúdo central</p><p>que justificou a edição da medida.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>87 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Em outras palavras, eles se aproveitavam da “cauda de cometa” para aprovar outros assun-</p><p>tos que, isoladamente, teriam dificuldade de aprovação. Seria uma espécie de “toma lá, dá cá”,</p><p>uma negociação entre o Legislativo e o Executivo.</p><p>Aliás, não causa muita surpresa o noticiário de delações premiadas envolvendo diretores</p><p>de grandes empresas. Muitas vezes eles informam terem “comprado a aprovação” deste ou</p><p>daquele artigo em uma MP.</p><p>Obviamente, não podemos generalizar, dizendo que todas as alterações propostas teriam</p><p>fins espúrios. Falar isso seria leviano e injusto. Contudo, que essa era uma porta aberta para</p><p>conchavos, não há dúvidas.</p><p>Pois bem. O STF, atento a tal questão, firmou a tese segundo a qual as emendas parlamen-</p><p>tares podem prever mudanças ao texto da MP, desde que a alteração tenha efetiva relação</p><p>com a matéria segundo a qual se reputou haver urgência e relevância (STF, ADI n. 5.127).</p><p>Seguindo em frente, há na Constituição uma regra que é bastante criticada na Doutrina:</p><p>ainda que a MP seja alterada pelo Congresso Nacional, o texto original (aquele elaborado pelo</p><p>Presidente) permanecerá em vigor até sanção ou veto – artigo 62, § 12 da Constituição.</p><p>O STF entendeu pela impossibilidade de emendas parlamentares quando a matéria da</p><p>emenda não guardar relação com aquela que ensejou a edição da medida provisória</p><p>(contrabando legislativo).</p><p>Rejeição da Medida Provisória</p><p>Mas o Congresso Nacional também pode rejeitar a MP, tanto de modo expresso quanto tácito.</p><p>A rejeição expressa dispensa comentários. Por sua vez, a tácita pode ser chamada tam-</p><p>bém de rejeição por decurso de prazo. Ela aconteceria quando o Congresso Nacional deixa</p><p>expirar o prazo de validade (60 + 60 dias), sem que tenha aprovado o texto.</p><p>Aqui, aliás, reside a segunda diferença entre a medida provisória e o decreto-lei: é que o</p><p>decreto-lei que não fosse apreciado dentro do prazo era considerado aprovado tacitamente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>88 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Isso, por si só, já seria absurdo, mas, para piorar, você precisa lembrar que Getúlio Vargas, ao</p><p>impor a Constituição de 1937 (responsável por criar o decreto-lei), fechou o Congresso. Ou seja:</p><p>ao menos naquela época, os decretos-lei acabavam sendo todos aprovados tacitamente.</p><p>Superado esse ponto, vamos para outro: a rejeição das MPs se opera com efeitos ex nunc</p><p>(prospectivos) ou ex tunc (retroativos)?</p><p>A Constituição trata do tema nos parágrafos 3º, 11 e 12 do artigo 62 e a redação é bem confusa.</p><p>Funciona assim: a rejeição – expressa ou tácita – se opera retroativamente à data da</p><p>edição da medida provisória. Dito de outro modo, ela é retirada do ordenamento como se não</p><p>tivesse existido.</p><p>Daí, no entanto, nasce outro problema: é que a MP efetivamente produziu efeitos entre a</p><p>sua edição e a rejeição, certo?</p><p>Nesse caso, a Constituição prevê que o Congresso Nacional edite um decreto legislativo</p><p>regulando as relações jurídicas ocorridas no período em que a MP vigorou.</p><p>Caso o Congresso permaneça inerte dentro do prazo, a MP, “mesmo depois de morta”, va-</p><p>lerá para aquele período entre a edição e a rejeição. Vai entender...</p><p>Assim como acontece com as emendas à Constituição, as medidas provisórias também</p><p>são alcançadas pela irrepetibilidade absoluta. Vale dizer, caso a MP seja rejeitada pelo Con-</p><p>gresso Nacional, não será possível a reedição na mesma sessão legislativa.</p><p>A esse respeito, preste atenção na seguinte tese firmada pelo STF:</p><p>É inconstitucional MP ou lei decorrente de conversão de MP cujo conteúdo normativo</p><p>caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, de MP anterior rejeitada, de eficá-</p><p>cia exaurida por decurso do prazo ou que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso</p><p>Nacional dentro do prazo estabelecido pela Constituição Federal (STF, ADI n. 5.709).</p><p>Proibições em Matéria de Medida Provisória</p><p>Tema recorrente nas provas em concurso, determinadas matérias não podem ser objeto</p><p>de medida provisória. São elas:</p><p>a) à nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;</p><p>b) ao direito penal, processual penal e processual civil;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>89 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Primeira observação: não há proibição de medida provisória em direito civil – a vedação é</p><p>para direito processual civil.</p><p>Seguindo, em 8/11/2000, o STF proferiu uma decisão dizendo que seria possível medida</p><p>provisória em direito penal, quando ela favorecesse o réu (STF, RE n. 254.818).</p><p>No entanto, a Emenda n. 32/2001 passou a proibir expressamente medida provisória em</p><p>direito penal. Tal proibição não diferencia se a MP é favorável ou desfavorável ao réu.</p><p>Assim, nas provas objetivas, você deve responder que não cabe MP em direito penal, nem</p><p>mesmo se ela trouxer normas favoráveis ao réu, como é o caso de extinção da punibilidade,</p><p>abolitio criminis etc.</p><p>Nas provas subjetivas, por sua vez, é importante que você diga que não pode atualmente,</p><p>mas que já foi possível antes da EC n. 32/2001.</p><p>c) à organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, à carreira e à garantia de seus membros;</p><p>d) a planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,</p><p>ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;</p><p>e) que vise à detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;</p><p>Dizem que gato escaldado tem medo de água fria, né?!</p><p>Você deve lembrar que logo no início de seu governo o Ex-Presidente Collor acabou “conge-</p><p>lando” o dinheiro que havia nas poupanças, na tentativa de frear a hiperinflação que assolava</p><p>nosso País.</p><p>A medida, embora hoje seja defendida por bons economistas, gerou grande confusão à</p><p>época, inclusive com número elevado de suicídios.</p><p>Seja como for, a EC n. 32/2001 proibiu expressamente nova tentativa no mesmo sentido.</p><p>f) reservada à lei complementar;</p><p>Medida provisória tem força de lei ordinária. Em razão disso, não poderia tratar de matéria</p><p>para a qual se exija a edição de lei complementar.</p><p>g) já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto</p><p>do presidente da República.</p><p>Também não será possível a edição de MP em relação àquelas matérias que não podem</p><p>ser objeto de delegação legislativa ou ainda as reservadas à resolução e a decreto legislativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>90 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Repare que não há proibição à edição de MP em matéria tributária. No entanto, se a MP</p><p>não for convertida em lei antes do final do ano em que houve a sua edição, o novo tributo não</p><p>poderá ser cobrado no exercício seguinte (STF, ADI n. 1.667).</p><p>No entanto, há alguns tributos que não precisam respeitar o princípio da não surpresa (ou</p><p>anterioridade ou anualidade tributária). Em relação a eles, seria possível a cobrança no mesmo</p><p>ano da conversão da MP em lei.</p><p>Antes de encerrar o assunto, não posso deixar de falar algo muito importante: suponha que</p><p>seja ajuizada uma ADI contra determinada MP e que, antes do julgamento, ela seja convertida</p><p>em lei ordinária.</p><p>Será que podemos falar em convalidação do vício ou em extinção da ADI contra ela ajuizada?</p><p>A resposta é negativa. O STF entende que caberá ao autor da ação fazer um aditamento ao</p><p>pedido (informando a conversão da MP em lei ordinária). Desse modo, não haveria obstáculo</p><p>ao prosseguimento no julgamento.</p><p>Igualmente, não se falaria em convalidação do vício (ex.: inconstitucionalidade formal) pela</p><p>conversão em lei ordinária (STF, ADI-MC n. 4.048).</p><p>Não cabe medida provisória em direito penal, nem mesmo em benefício do acusado.</p><p>9.5. deCreto LegisLativo e resoLução</p><p>A Constituição é lacônica ao falar desses dois atos normativos. Ou seja, fala-se muito pou-</p><p>co, cabendo aos regimentos internos das Casas a regulamentação da matéria.</p><p>Isso, entretanto, não é motivo para eu deixar de falar o que interessa para a sua prova! Va-</p><p>mos lá!</p><p>A competência exclusiva do Congresso Nacional (artigo 49) é geralmente exercida por</p><p>meio de decreto legislativo. Há hipóteses, porém, de que será executada por intermédio de</p><p>resolução. É o caso da autorização dada ao presidente da República para a edição de lei dele-</p><p>gada – art. 68, § 2º, da CF/1988.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>91 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Outro ponto importante é que Câmara e Senado não editam decretos legislativos, reserva-</p><p>dos exclusivamente ao Congresso.</p><p>Desse modo, uma resolução legislativa pode ser editada tanto pelo Congresso Nacional</p><p>(exceção), quanto pela Câmara e pelo Senado. Já o Decreto Legislativo, só pode ser feito pelo</p><p>Congresso Nacional.</p><p>Mais uma informação: nem todas as competências da Câmara e do Senado serão viabili-</p><p>zadas por meio de resolução legislativa.</p><p>É que, na fixação da remuneração dos servidores dessas Casas Legislativas, o texto cons-</p><p>titucional (artigos 51, IV e 52, XIII, da CF/1988) prevê que esse assunto será regulado por lei,</p><p>de iniciativa da respectiva Casa.</p><p>A grande importância dessa regra, introduzida pela EC n. 19/1998, é que a lei na qual se</p><p>busque a concessão de aumento na remuneração dos servidores passará pela sanção (ou</p><p>veto) presidencial, procedimento inexistente em relação às outras competências delineadas</p><p>nos artigos 49, 51 e 52 da Constituição.</p><p>Por fim, não existe manifestação do Poder Executivo em ambos, pois são atos interna</p><p>corporis. Traduzindo, o Presidente não pode propor, sancionar, vetar, promulgar ou publicar as</p><p>resoluções e os decretos legislativos.</p><p>10. Função FisCaLizatória</p><p>Você lembra que são duas as funções típicas do Legislativo? Nos artigos 59 a 69 temos</p><p>o processo legislativo, inerente à função legislativa. Agora, é hora de falar sobre a função</p><p>fiscalizatória.</p><p>A primeira coisa que você precisa saber é que existem dois controles: um interno e</p><p>outro externo.</p><p>O controle interno é feito por todos os órgãos e entidades, sem distinção de Poder ou de</p><p>esfera de governo (federal, estadual, distrital ou municipal). Funciona, por exemplo, com as</p><p>auditorias internas.</p><p>Como órgãos de controle interno, eu cito, por exemplo, a CGU, as CGEs, CGMs e o CNJ.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>92 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Um parêntese: alguns dizem que o CNJ seria um órgão de controle externo.</p><p>Ora, basta ler o artigo 92 da Constituição para ver que o CNJ está expressamente no rol</p><p>dos órgãos do Judiciário. Além disso, o STF, ao julgar uma ADI, entendeu no mesmo sentido,</p><p>destacando o fato de a maior parte de seus integrantes – 9 dos 15 membros – ser originária</p><p>do próprio Judiciário (STF, ADI n. 3.395).</p><p>Alargando o parêntese, agora para falar da CGU, houve questionamento sobre o seu papel.</p><p>No caso julgado pelo STF, um Prefeito que sofreu a fiscalização da CGU em relação aos</p><p>recursos que haviam sido repassados pela União alegava a incompetência do órgão, sob a ale-</p><p>gação de que a apuração relativa à aplicação de verbas federais seria exclusiva do TCU.</p><p>Ao julgar o caso, o STF entendeu que a atuação da CGU decorreria de ato de controle inter-</p><p>no do Poder Executivo. Aliás, seria dever do Executivo fiscalizar se houve a correta aplicação</p><p>dos recursos públicos repassados aos demais Entes públicos. Em tal missão, não haveria</p><p>choque com a atuação do TCU, responsável pelo controle externo.</p><p>Entretanto, os ministros decidiram que a investigação da CGU deve se limitar às verbas</p><p>federais repassadas pela União aos municípios por meio de convênios, não alcançando os</p><p>recursos de outras origens. Com isso, os prefeitos não podem ser obrigados a exibir documen-</p><p>tos e comprovar gastos que estivessem fora deste limite. (STF, RMS n. 25.943)</p><p>Fecho o parêntese.</p><p>Já a função fiscalizatória atribuída ao Poder Legislativo e aos Tribunais de Contas se re-</p><p>fere ao controle externo. Não se engane com um ponto: os responsáveis pelo controle externo</p><p>também fazem controle interno.</p><p>Dentro da função fiscalizatória, o Legislativo realiza o controle COFOP da administração</p><p>direta e indireta. Mas o que seria COFOP?</p><p>Traduzindo, COFOP é um mnemônico que engloba o controle Contábil, Orçamentário, Fi-</p><p>nanceiro, Operacional e Patrimonial.</p><p>A Constituição</p><p>define que o dever de prestar contas se estende a qualquer pessoa física</p><p>ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros,</p><p>bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma</p><p>obrigações de natureza pecuniária.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>93 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Em outras palavras, a fiscalização leva em conta não o critério subjetivo (ligado à pessoa),</p><p>mas, sim, o objetivo (ligado ao objeto = dinheiro público). Havendo dinheiro público envolvido,</p><p>ocorrerá a fiscalização.</p><p>As funções típicas do Poder Legislativo são legislar e fiscalizar.</p><p>10.1. ControLe externo</p><p>De acordo com o art. 71 da Constituição, o controle externo, a cargo do Congresso Nacio-</p><p>nal, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete:</p><p>I – apreciar as contas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio</p><p>que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento;</p><p>Como regra, o parecer do Tribunal de Contas sobre as contas do Chefe do Poder Executivo</p><p>não vincula o Poder Legislativo, responsável pelo Controle Externo. Em outras palavras, ainda</p><p>que se recomende a desaprovação das contas, poderá o Legislativo decidir de forma contrária.</p><p>Esse entendimento é aplicável no plano federal (art. 71, I, da CF) e se estende na esfera</p><p>estadual e na distrital.</p><p>Entretanto, em relação às contas do chefe do Executivo Municipal (prefeito), a regra é di-</p><p>versa. Isso porque, de acordo com o disposto no art. 31, § 2º, da Constituição, o parecer prévio,</p><p>emitido pelo TCE ou TCM (onde houver), só deixará de prevalecer por decisão de dois terços</p><p>dos membros da Câmara Municipal.</p><p>Esquematizando a questão, temos que:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>94 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Esfera Chefe do Executivo</p><p>Responsável pelo</p><p>controle externo</p><p>Quem auxilia</p><p>Parecer do TC vincula</p><p>o Legislativo?</p><p>Federal</p><p>Presidente</p><p>da República</p><p>Congresso Nacional TCU Não</p><p>Estadual Governador Assembleia Legislativa TCE Não</p><p>Distrital Governador Câmara Legislativa TCDF Não</p><p>Municipal Prefeito Câmara Municipal</p><p>TCE/TCM</p><p>(onde houver)</p><p>Em regra, vincula; só</p><p>pode ser contrariado</p><p>por 2/3 da Câmara</p><p>dos Vereadores.</p><p>O mais importante vem agora: o STF entendeu que quem dá a palavra final sobre as Contas</p><p>do Prefeito é a Câmara dos Vereadores, e não o Tribunal de Contas.</p><p>Em virtude disso, os prefeitos candidatos à reeleição só poderiam ser considerados ine-</p><p>legíveis com base na Lei das Inelegibilidades (LC n. 64/1990, alterada pela LC n. 135/2010</p><p>– Ficha Limpa) se suas contas tiverem sido rejeitadas pelos legislativos locais, e não apenas</p><p>pelas chamadas cortes de contas (STF, RE n. 848.826).</p><p>II – julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores</p><p>públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e man-</p><p>tidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra</p><p>irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público;</p><p>O papel de fiscalizador do Tribunal de Contas recai inclusive sobre o Poder Legislativo. Em</p><p>razão disso, o STF entendeu ser inconstitucional norma estadual que conferia exclusivamente</p><p>à Assembleia Legislativa a tarefa de julgar as contas do Poder Legislativo (STF, ADI n. 3.077).</p><p>Outra coisa: existe o Fundo Nacional de Assistência Social, regulado pela Lei n. 9.604/1998.</p><p>Acontece que essa lei atribuía a competência dos TCEs e das Câmaras Municipais para análise</p><p>da prestação de contas da aplicação de recursos financeiros, oriundos do Fundo e repassados</p><p>aos estados e municípios.</p><p>Ao analisar a constitucionalidade da norma, o STF decidiu que competência para o con-</p><p>trole da prestação de contas da aplicação de recursos federais é do TCU, conforme o art. 70 e</p><p>incisos da Constituição (STF, ADI n. 1.934).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>95 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>III – apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título,</p><p>na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,</p><p>excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões</p><p>de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o</p><p>fundamento legal do ato concessório;</p><p>Aqui, todo cuidado é pouco. É que este tema é um verdadeiro campo minado nas provas</p><p>de concursos.</p><p>Primeiro, numa pegadinha simples, mas corriqueira: é que o TCU aprecia a legalidade dos</p><p>atos de admissão de pessoal da Administração Direta e Indireta, mas não de cargos em co-</p><p>missão. Todas as bancas, em provas de todos os níveis, vivem perguntando a mesma coisa...</p><p>Avançando, a concessão inicial de aposentadoria é um ato administrativo complexo.</p><p>Isso significa que o ato só se aperfeiçoa após a conjugação de duas manifestações, quais</p><p>sejam, a do próprio órgão ao qual o servidor está vinculado e do TCU, fiscalizando o proces-</p><p>so (STF, MS n. 24.997).</p><p>Em razão disso, mesmo depois de ter a aposentadoria concedida pelo órgão em que traba-</p><p>lha, o servidor pode ver o ato anulado pelo TCU, precisando voltar ao trabalho. E pior: o TCU, a</p><p>princípio, pode fazer isso sem abrir para contraditório e ampla defesa.</p><p>É que a SV n. 3 estabelece que, nos processos perante o Tribunal de Contas da União,</p><p>asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação</p><p>ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da</p><p>legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.</p><p>Mas as coisas sempre podem se complicar, não é?</p><p>É o seguinte: até fevereiro de 2020, o STF entendia que, se o TCU se manifestasse sobre o</p><p>ato de aposentadoria dentro do prazo de cinco anos (artigo 54 da Lei n. 9.784/1999), não pre-</p><p>cisaria abrir para o servidor se manifestar em contraditório e ampla defesa.</p><p>Contudo, prevalecia (sempre no passado) a orientação de que, mesmo depois desses cin-</p><p>co anos, o TCU ainda poderia cassar a aposentadoria, desde que respeitando o contraditório e</p><p>a ampla defesa.</p><p>E como ficou agora?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>96 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Invocando a segurança jurídica e o princípio da confiança legítima, o STF firmou a seguinte</p><p>tese:</p><p>os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da lega-</p><p>lidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma</p><p>cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>8 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A questão, então, foi ao STF. O Tribunal entendeu que cabe somente ao Congresso Nacio-</p><p>nal a regulamentação da matéria.</p><p>Assim, declarou-se inconstitucional a delegação feita pela LC, transferindo a atribuição do</p><p>Congresso Nacional ao TSE. Em consequência, por arrastamento, também se entendeu pela</p><p>inconstitucionalidade da Resolução do TSE (STF, ADI n. 4.963).</p><p>Mudando de assunto, você se lembra do Enéas Carneiro, que foi candidato à Presidência</p><p>da República e depois se tornou deputado federal? Fala a verdade, eu sei que se lembra daque-</p><p>la figura folclórica!</p><p>Ele, Tiririca e Clodovil Hernandes – só para ficar em alguns exemplos – ficaram conhecidos</p><p>como grandes “puxadores de voto”. Isso porque, na eleição para deputado, por vigorar o sis-</p><p>tema proporcional, o quociente eleitoral deles era muito alto, sobrando votos para os demais</p><p>candidatos da legenda (ou da coligação, quando existia).</p><p>No caso do Enéas, ele teve tantos votos, que elegeu, sozinho, todos os outros candidatos</p><p>do seu partido (extinto PRONA) para deputado federal e só não elegeu mais um, porque não</p><p>existia. Um dos beneficiados tinha alcançado votação ínfima, cerca de duzentos votos à época,</p><p>sendo eleito no maior colégio eleitoral do País.</p><p>Pois é, para acabar com essa situação, a Lei n. 13.165/2015 modificou o Código Eleitoral,</p><p>passando a prever que estariam eleitos os candidatos registrados por um partido que tenham</p><p>obtido votos em número igual ou superior a 10% (dez por cento) do quociente eleitoral. Ou seja,</p><p>o desempenho individual precisa ser bom, não podendo o candidato ficar “na aba” do puxador</p><p>de votos (STF, ADI n. 5.920).</p><p>Ah, no mesmo dia do julgamento supracitado, o Tribunal enfrentou outra discussão relacio-</p><p>nada ao Código Eleitoral: é que a Lei n. 13.488/2017 mudou o artigo 109 do Código, prevendo</p><p>que todos os partidos que participaram do pleito poderiam concorrer às denominadas “sobras</p><p>eleitorais”. Na regra anterior, as sobras só eram distribuídas aos partidos (ou coligações, hoje</p><p>inexistentes nas eleições proporcionais) que tivessem alcançado ao menos uma cadeira na</p><p>primeira rodada de distribuição das vagas. Em outras palavras, quem não tivesse atingindo o</p><p>quociente eleitoral mínimo também ficava de fora das sobras.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>9 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Para você entender melhor, vou indicar um exemplo que vi aqui em Brasília há muitos anos</p><p>(1994), quando eu ainda era adolescente – o arco-íris ainda era preto e branco... Hahaha. Foi o</p><p>seguinte: o então candidato a deputado federal Paulo Octavio concorreu pelo PRN, partido que</p><p>elegera Fernando Collor à Presidência da República na eleição de 1989.</p><p>Acontece que Paulo Octavio foi o candidato mais votado àquela época. No entanto, como o</p><p>partido dele não atingiu o quociente eleitoral, ele ficou de fora – ele ficou com 0,9 do quociente.</p><p>Os outros candidatos, mesmo com menos votos, conseguiram as cadeiras, porque juntaram</p><p>com votos dados a outros nomes que disputaram pela mesma legenda/coligação.</p><p>Se isso ocorresse atualmente, o Paulo Octavio teria conseguido uma vaga nas sobras elei-</p><p>torais (STF, ADI n. 5.947).</p><p>Fala-se em inconstitucionalidade por arrastamento quando, ao declarar a inconstitucionalida-</p><p>de de uma norma, o Tribunal acaba retirando do ordenamento outra norma que esteja relacio-</p><p>nada à primeira. É também chamada de inconstitucionalidade por reverberação, consequên-</p><p>cia, decorrência ou por ricochete.</p><p>2. o Congresso naCionaL</p><p>O Congresso Nacional é a junção das duas Casas Legislativas. A sua presidência é exer-</p><p>cida pelo Presidente do Senado Federal. Exatamente por isso, são comuns questões de con-</p><p>cursos que colocam o presidente do Congresso Nacional à frente do presidente da Câmara na</p><p>linha sucessória, logo abaixo do vice-presidente.</p><p>No entanto, você deve lembrar que a ordem contempla, imediatamente após o vice-presi-</p><p>dente, o presidente da Câmara do Deputados, Casa que representa o povo.</p><p>Pensando na Mesa do Congresso, os demais membros que a compõem vêm, alternada-</p><p>mente, das Mesas do Senado e da Câmara do Deputados.</p><p>Veja como fica a composição no quadro a seguir:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>10 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Mesa do Congresso Nacional</p><p>Presidente: Senado Federal</p><p>1º Vice-presidente: Câmara do Deputados 2º Segundo vice-presidente: Senado Federal</p><p>1º Primeiro secretário: Câmara do Deputados 2º Segundo secretário: Senado Federal</p><p>3º Terceiro secretário: Câmara do Deputados 4º Quarto secretário: Senado Federal</p><p>Ah, outro item frequente em provas: a promulgação de Emendas à Constituição cabe às</p><p>Mesas da Câmara e do Senado em conjunto. Não é correto substituir pela Mesa do Congresso.</p><p>Ou seja, considerando que cada uma das Casas possui sete membros, as Emendas</p><p>contarão com 14 assinaturas no ato da promulgação: sete da Câmara e outras sete do</p><p>Senado Federal.</p><p>A promulgação de emendas à Constituição é feita pelas Mesas da Câmara e do Senado em</p><p>conjunto, e não pela mesa do Congresso Nacional.</p><p>Avançando, de acordo com o art. 48 da Constituição, cabe ao Congresso Nacional, com a</p><p>sanção do presidente da República, não exigida esta para o especificado nos artigos 49, 51 e</p><p>52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre:</p><p>I – sistema tributário, arrecadação e distribuição de rendas;</p><p>II – plano plurianual, diretrizes orçamentárias, orçamento anual, operações de crédito, dívida pública</p><p>e emissões de curso forçado;</p><p>III – fixação e modificação do efetivo das Forças Armadas;</p><p>IV – planos e programas nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento;</p><p>V – limites do território nacional, espaço aéreo e marítimo e bens do domínio da União;</p><p>VI – incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as</p><p>respectivas Assembleias Legislativas;</p><p>VII – transferência temporária da sede do Governo Federal;</p><p>VIII – concessão de anistia;</p><p>IX – organização administrativa, judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública da União e</p><p>dos Territórios e organização judiciária e do Ministério Público do Distrito Federal;</p><p>X – criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas, observado o que</p><p>estabelece o art. 84, VI, b;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>11 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Se os cargos, empregos ou funções públicas estiverem vagos, a extinção se dará por meio</p><p>de decreto do presidente da República; estando preenchidos, a extinção será feita por meio de</p><p>lei, com a sanção presidencial.</p><p>XI – criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública;</p><p>Se organização e funcionamento</p><p>ou pensão, a contar da che-</p><p>gada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos princípios da segurança</p><p>jurídica e da confiança legítima (STF, RE n. 636.553).</p><p>Trocando em miúdos, para evitar que o servidor ficasse a vida inteira com a espada na</p><p>cabeça, esperando o TCU aparecer do nada com uma “pegadinha do malandro”, o STF decidiu</p><p>que, se o controle não for feito dentro do quinquênio legal, opera-se a decadência, não poden-</p><p>do mais o TCU cassar a aposentadoria.</p><p>E a Súmula Vinculante n. 3 foi alterada?</p><p>Não, a alteração de entendimento do STF não atinge a Súmula, porque a interpretação que</p><p>mudou não alterou a natureza jurídica do ato de aposentadoria, que continua sendo complexo.</p><p>A Súmula Vinculante n. 3 estabelece que, nos processos perante o Tribunal de Contas da</p><p>União, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anu-</p><p>lação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação</p><p>da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.</p><p>IV – realizar, por iniciativa própria, da Câmara do Deputados, do Senado Federal, de Comissão técni-</p><p>ca ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional</p><p>e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e de-</p><p>mais entidades referidas no item 2;</p><p>Repare que nesse dispositivo se fala numa auditoria feita pelo TCU sobre órgãos públicos,</p><p>e não diretamente em relação a terceiros.</p><p>É por essa razão que se firmou a jurisprudência do STF no sentido de que, na auditoria</p><p>promovida pelo Tribunal de Contas sobre órgãos públicos, o contraditório se forma entre os</p><p>referidos órgãos e o TCU, não se admitindo a integração do feito por eventuais terceiros.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>97 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Num dos casos apreciados pelo STF, a discussão girava em torno de regularização fundi-</p><p>ária e uma das moradoras da área queria questionar no STF, diretamente, a atuação do TCU, o</p><p>que foi negado ante sua ilegitimidade (STF, MS n. 31.707).</p><p>V – fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União parti-</p><p>cipe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo;</p><p>VI – fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo,</p><p>ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;</p><p>VII – prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou</p><p>por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária,</p><p>operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;</p><p>VIII – aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as</p><p>sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano</p><p>causado ao erário;</p><p>IX – assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cum-</p><p>primento da lei, se verificada ilegalidade;</p><p>X – sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara do</p><p>Deputados e ao Senado Federal;</p><p>No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacio-</p><p>nal, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis.</p><p>Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as</p><p>medidas previstas no parágrafo anterior, o Tribunal decidirá a respeito.</p><p>XI – representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados.</p><p>Avançando, o STF decidiu que o artigo 71 da Constituição não insere na competência do</p><p>TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados</p><p>pelo Poder Público.</p><p>Em razão disso, aplicando o princípio da simetria, entendeu pela inconstitucionalidade de</p><p>norma estadual que previa a competência do TCE para realizar exame prévio de validade de</p><p>contratos firmados com o Poder Público (STF, ADI n. 916).</p><p>Um ponto recorrente nas provas: as decisões do Tribunal de que resulte imputação de dé-</p><p>bito ou multa terão eficácia de título executivo (extrajudicial).</p><p>Tem um ponto que eu tenho certeza de que será cobrado nas provas objetivas e subjetivas,</p><p>que é a discussão para se saber se há ou não prescrição das decisões dos tribunais de contas</p><p>que imputam débito aos agentes públicos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 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O STF rebateu essa tese, pontuando que, se ela fosse vencedora, nenhum</p><p>contrato entabulado pelo BB, pela Caixa poderia ser fiscalizado, o que certamente vai contra a</p><p>missão do TCU (STF, MS n. 33.340).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>99 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Mas não parou por aí: uma determinação do TCU determinava que o Banco do Brasil forne-</p><p>cesse dados necessário para a realização de uma auditoria.</p><p>Daí, o Banco negou, invocando a proteção de sigilos bancário e empresarial.</p><p>Novamente, lá foi o TCU ao STF, tendo o Tribunal pontuado o sigilo bancário não se aplica-</p><p>ria a dados inerentes a sociedade de economia mista,</p><p>enquanto entidade integrante da admi-</p><p>nistração pública indireta, nem a operações que envolvam recursos públicos.</p><p>Logo, quando enfocados apenas dados operacionais da sociedade de economia mista,</p><p>sem identificação de dados pessoais ou de movimentações individuais dos correntistas, não</p><p>haveria como invocar o sigilo bancário como obstáculo ao fornecimento dos documentos de</p><p>auditoria interna requisitados pelo TCU (STF, MS n. 23.168).</p><p>Antes de falar do TCU e dos demais TCs especificamente, vou destacar outra informação</p><p>para lá de importante: a Súmula n. 347 do STF prevê a possibilidade de os Tribunais de Con-</p><p>tas, no exercício de suas atribuições, apreciarem a constitucionalidade das leis e dos atos do</p><p>poder público.</p><p>Ou seja, permite-se que os TCs façam controle de constitucionalidade, diante do caso</p><p>concreto – não seria controle abstrato.</p><p>Na atualidade, há alguns questionamentos sobre o papel do TC no controle de constitucio-</p><p>nalidade. Contudo, até aqui, a súmula permanece válida e sendo aplicada.</p><p>Embora o TCU não possa quebrar sigilo bancário, ele pode requisitar informações constantes</p><p>em contrato de empréstimo firmado entre o BNDES e um particular.</p><p>Tribunal de Contas da União</p><p>Para auxiliar o Poder Legislativo federal na função fiscalizatória é que existe o Tribunal de</p><p>Contas da União.</p><p>Quanto ao TCU – e aos demais TCs –, é importante destacar que não há relação de subor-</p><p>dinação ao Legislativo, inexistindo qualquer vínculo de ordem hierárquica (STF, ADI n. 4.190).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>100 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Até mesmo dentro dessa ótica, os TCs possuem legitimidade para propor projetos de lei</p><p>relativos à alteração de sua organização e funcionamento. Isso decorreria da autonomia finan-</p><p>ceira, administrativa e financeira que eles detêm (STF, ADI n. 4.418).</p><p>É por tal razão que se declarou inconstitucionalidade de lei complementar do Estado do</p><p>RJ, de origem parlamentar, que alterou diversos dispositivos da Lei Orgânica do TCE/RJ. Na</p><p>ocasião, reafirmou-se que as Cortes de Contas do país gozam das prerrogativas da autonomia</p><p>e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa privativa para instaurar processo</p><p>legislativo que pretenda alterar sua organização e funcionamento (STF, ADI n. 4.643).</p><p>Vamos falar um pouco sobre o TCU!</p><p>Você já viu que ele emite pareceres sobre as contas do presidente da República e viu tam-</p><p>bém que tais pareceres não vinculam o Poder Legislativo.</p><p>Os requisitos para ser Ministro do TCU estão na Constituição. Veja:</p><p>a) ser brasileiro (nato ou naturalizado);</p><p>b) ter entre 35 e 65 anos;</p><p>c) possuir idoneidade moral e reputação ilibada;</p><p>d) possuir notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administra-</p><p>ção pública;</p><p>e) ter mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhe-</p><p>cimentos acima listados.</p><p>O TCU é composto por nove Ministros, sendo 1/3 (um terço) escolhido pelo presidente da</p><p>República, enquanto os outros 2/3 (dois terços) são eleitos pelo Congresso nacional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>101 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Confira como funciona:</p><p>COMPOSIÇÃO DO TCU</p><p>1/3 (três ministros)</p><p>Escolhidos pelo</p><p>presidente da República</p><p>1 livre escolha do PR.</p><p>1 entre auditores, escolhido pelo PR entre integrantes de lista tríplice ela-</p><p>borada pelo TCU.</p><p>1 entre membros do MP/Contas, escolhido pelo PR entre integrantes de</p><p>lista tríplice elaborada pelo TCU.</p><p>Necessária aprovação por maioria simples do Senado Federal.</p><p>2/3 (seis ministros)</p><p>Escolhidos pelo</p><p>Congresso Nacional</p><p>Constituição não especifica as regras, que cabem ao próprio Parlamento.</p><p>Não haverá sabatina pelo Senado, uma vez que a escolha foi feita pelo</p><p>Poder Legislativo.</p><p>Na tabela aí de cima, ficou claro que apenas em relação aos ministros indicados pelo pre-</p><p>sidente da República haverá a necessidade de aprovação do nome pelo Senado Federal.</p><p>Isso se deve por conta da atuação dos freios e contrapesos, na medida em que não faria</p><p>sentido o Congresso Nacional indicar e o Senado avaliar o nome proposto.</p><p>Um detalhe que passa despercebido por muitos candidatos experientes é o quórum exigi-</p><p>do para a aprovação do nome indicado para o TCU.</p><p>Diferentemente do que acontece com o STF, o STJ e o TST, para os quais se exige quó-</p><p>rum de maioria absoluta, no caso do TCU, basta a aprovação de maioria simples (=relativa)</p><p>dos senadores.</p><p>Aliás, grave aí dois importantes casos de exigência de quórum de maioria simples para a</p><p>aprovação do nome pelo Senado: TCU, que você acabou de ver, e o STM!</p><p>Avançando, os ministros gozam das mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, ven-</p><p>cimentos e vantagens dos Ministros do STJ.</p><p>Então, como os ministros do STJ – na verdade, dos Tribunais Superiores – são julgados</p><p>no STF tanto pelo crime comum quanto no crime de responsabilidade, os ministros do TCU</p><p>seguirão o mesmo caminho.</p><p>O auditor, quando em substituição a ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos</p><p>do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de TRF.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>102 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Outra coisa: o Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas (MP/Contas) não</p><p>se insere na estrutura nem do Ministério Público da União nem do Ministério Público Estadu-</p><p>al. Ao contrário, ele está ligado à própria Corte de Contas.</p><p>Digo mais: o entendimento do STF é no sentido de que o MP/Contas não dispõe das ga-</p><p>rantias institucionais pertinentes ao MPU e ao MPE, especialmente aquelas prerrogativas re-</p><p>lativas à autonomia administrativa e financeira e ao poder de iniciativa de projetos de lei refe-</p><p>rentes à sua organização.</p><p>Aliás, é por isso que os projetos de lei de interesse do MP/Contas serão propostos pelo</p><p>respectivo Tribunal de Contas (STF, ADI n. 2.378).</p><p>Os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, podem apreciar a constitucionalidade</p><p>das leis e dos atos do poder público (Súmula n. 347/STF).</p><p>Tribunal de Contas dos Estados</p><p>Eu diria que a Constituição é muito econômica (até demais) quando fala dos TCEs.</p><p>Note que no artigo 75 da Constituição está previsto que cada TCE possuirá sete conselhei-</p><p>ros, cabendo às Constituições Estaduais a responsável por organizar esses Tribunais.</p><p>Diante de regras conflitantes, o STF editou a Súmula n. 653, muito cobrada nas provas.</p><p>A súmula veio para definir como ficaria a distribuição das cadeiras, uma vez que o tema</p><p>não foi disciplinado na Constituição. Mais do que isso: havia outro complicador, que era o fato</p><p>de 7 ser um número primo.</p><p>No final, ficou previsto que, dos sete conselheiros, três são escolhidos pelo governador e</p><p>quatro pela Assembleia Legislativa.</p><p>Traçando um paralelo com o modelo federal, nos três integrantes indicados pelo governa-</p><p>dor, um seria de sua livre escolha, enquanto os outros dois viriam de listas tríplices,</p><p>elaborada</p><p>pelo TCE, envolvendo auditores e membros do MP/Contas – uma vaga para cada.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>103 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Avançando, o STF decidiu que o artigo 71 da Constituição não insere na competência do</p><p>TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos administrativos celebrados</p><p>pelo Poder Público.</p><p>Em razão disso, aplicando o princípio da simetria, entendeu pela inconstitucionalidade de</p><p>norma estadual que previa a competência do TCE para realizar exame prévio de validade de</p><p>contratos firmados com o Poder Público (STF, ADI n. 916).</p><p>Outra coisa: os membros dos Tribunais de Contas – TCU, TCE, TCDF e TCM (onde houver)</p><p>– gozam da garantia da vitaliciedade, tal qual acontece com os membros da Magistratura.</p><p>Em virtude disso, foi declarado inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que</p><p>previa a perda do cargo de Conselheiro do TCE por decisão da Assembleia. Isso porque só</p><p>seria possível a perda do cargo por decisão judicial transitada em julgado (STF, ADI n. 4.190).</p><p>Quanto à competência para julgamento dos membros do TCE, o artigo 105, I, a, da Consti-</p><p>tuição, diz caber ao STJ o julgamento dos Conselheiros, tanto nos crimes comuns quanto nos</p><p>de responsabilidade.</p><p>Ah, essa regra – julgamento pelo STJ nos crimes comuns e nos de responsabilidade – vale</p><p>para membros do TCE, do TCDF e do TCM (onde houver).</p><p>Portanto, pensando em membros dos TCs, ficam de fora apenas os Ministros do TCU, pois</p><p>eles serão julgados pelo STF.</p><p>Ainda pensando nos TCEs, o STF entendeu que o cargo de Conselheiro tinha natureza téc-</p><p>nico-administrativa, e não política.</p><p>Daí você me pergunta qual a consequência.</p><p>É que o STF, ao menos neste momento (há uma tendência de superação da orientação),</p><p>definiu que a proibição do nepotismo – SV n. 13 – não se aplicaria aos cargos de natureza</p><p>política, como é o caso de secretários de Estado (STF, RCL n. 6.702).</p><p>Trazendo o caso concreto para facilitar sua lembrança, o então governador do Paraná co-</p><p>locou um irmão para Secretário de Estado e outro para Conselheiro do TCE.</p><p>Na ocasião, o STF entendeu que era possível a nomeação do irmão (parente de 2º grau)</p><p>para Secretário de Estado, mas não para Conselheiro do TCE, exatamente por conta da natu-</p><p>reza dos cargos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>104 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Outra coisa: a Lei Orgânica do TCDF previa a aplicação subsidiária aos conselheiros do das</p><p>normas do regime jurídico dos servidores públicos desse órgão. Ao analisar o dispositivo, o</p><p>STF considerou que essa possibilidade conduziria à extensão indevida de vantagens não esta-</p><p>belecidas na Lei Orgânica da Magistratura e quebra da paridade determinada pela Constituição</p><p>da República entre os membros do Tribunal de Contas e os magistrados, conforme previsão do</p><p>§ 3º do art. 73 e do art. 75 da Constituição da República.</p><p>Ou seja, sendo os membros de TCs equiparados aos Membros da Magistratura, não podem</p><p>aqueles buscar benefícios previstos apenas para servidores (STF, ADI n. 3.417).</p><p>Finalizando, o papel do TCE vai além de fiscalizar as contas do próprio Estado, na medida</p><p>em que, em regra, não existe TCM. Cabe, então, ao TCE auxiliar tanto a respectiva Assembleia</p><p>quanto as Câmaras Municipais.</p><p>Tribunal de Contas do Município</p><p>Esse assunto, na verdade, deveria ser abordado lá na aula de Organização Político-admi-</p><p>nistrativa, no ponto destinado aos municípios. Mas vou colocar aqui também só para pegar</p><p>carona na cauda do cometa... Rsrs.</p><p>A CF atual proíbe a criação de tribunais ou conselhos de contas municipais, mas excepcio-</p><p>na os órgãos que já existiam antes de 1988. Na prática, há somente dois, que são o TCM-SP e</p><p>o TCM-RJ. Repare que são órgãos municipais, certo?</p><p>Daí, o que você precisa saber para as provas é que o julgamento de membros do TCM ca-</p><p>berá ao STJ tanto em crimes comuns, quanto nos de responsabilidade – artigo 105, I, da CF.</p><p>Além disso, a Constituição do Estado de São Paulo prevê que o TCM-SP da capital (órgão</p><p>municipal, repito!) deve ter cinco conselheiros: dois escolhidos pelo prefeito e três pela Câmara</p><p>Municipal.</p><p>Então, uma entidade de classe que representa nacionalmente os auditores de contas (AU-</p><p>DICON) ingressou com ADI no STF alegando invasão estadual na autonomia do município (já</p><p>que o órgão municipal teve a composição delimitada por Constituição Estadual) e quebra da</p><p>simetria, uma vez que o TCE tem sete conselheiros, enquanto o TCM teria apenas cinco.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>105 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Examinando as ações, o STF, em decisão majoritária, concluiu em 2020 pela constitucio-</p><p>nalidade do dispositivo da CE-SP, pontuando que não houve violação à autonomia municipal</p><p>nem ao princípio da simetria.</p><p>Primeiramente, porque a lei orgânica municipal também citava a composição de cinco</p><p>conselheiros para o TCM-SP; em segundo lugar, porque era proporcional o número de cinco</p><p>conselheiros para o órgão municipal, considerando que o TCE tem sete e que o TCU tem nove</p><p>integrantes. Ou seja, o escalonamento no número de membros estava de acordo com o tama-</p><p>nho da estrutura e importância de cada uma das Cortes de Contas (STF, ADI n. 346).</p><p>Nos crimes comuns e nos de responsabilidade, os ministros do TCU serão julgados pelo STF;</p><p>já os membros do TCE, TCDF e do TCM serão julgados no STJ pelas mesmas infrações.</p><p>10.2. ControLe interno</p><p>Além do controle externo, trazido pelo art. 71, a Constituição também prevê expressamente</p><p>o controle interno.</p><p>Lá no comecinho de nossa aula sobre função fiscalizatória, eu já alertava que o controle</p><p>interno é feito por todos os Poderes, em todas as esferas de governo, não importando se Ad-</p><p>ministração Direta ou Indireta.</p><p>Dentro dessa perspectiva, pensando nas provas, destaco os seguintes órgãos de controle</p><p>interno: a CGU, as CGEs, CGMs e o CNJ. Aliás, eles são velhos conhecidos dos concurseiros</p><p>mais experientes, tendo em vista a quantidade de questões relacionadas ao tema.</p><p>Há uma previsão bem importante na Constituição, no sentido de conferir mais proteção ao</p><p>patrimônio público. É a previsão segundo a qual os responsáveis pelo controle interno, ao to-</p><p>marem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal</p><p>de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.</p><p>Abrindo um parêntese, não sei se você conhece a diferença entre responsabilidade soli-</p><p>dária e subsidiária. Esta (a subsidiária) é tecnicamente menos grave, pois incide o benefício</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>106 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê</p><p>Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>de ordem, uma espécie de fila. Usando a fiança como exemplo, primeiro se cobra a dívida do</p><p>devedor principal. Se ele não pagar, a cobrança recai sobre o fiador.</p><p>Já, na responsabilidade solidária, o devedor poderia avançar contra o devedor principal ou</p><p>contra o outro sem nenhuma ordem de preferência. É o caso do aval.</p><p>Seja como for, é importante para as provas e para a vida que você tenha muito cuidado com</p><p>a fiança e o aval. Não são raras as hipóteses de pessoas que têm a vida destruída por “empres-</p><p>tar o nome” na confiança.</p><p>Já fechando o parêntese, como se trata de responsabilidade solidária, independentemente</p><p>do que aconteça com o servidor que praticou a ilegalidade, aquele servidor responsável pelo</p><p>controle interno poderá ser responsabilizado.</p><p>Qual foi a ideia do Constituinte? Passar um recado claro para os servidores que cuidam do</p><p>controle interno: não caia na besteira de tentar proteger um colega servidor que esteja fazendo</p><p>um malfeito, pois isso pode sobrar para você!</p><p>Ah, também existe a previsão no sentido de que qualquer cidadão, partido político, asso-</p><p>ciação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegali-</p><p>dades perante o TCU.</p><p>11. tóPiCo esPeCiaL: súmuLas aPLiCáveis à auLa</p><p>Súmulas Vinculantes – STF</p><p>Súmula Vinculante n. 3</p><p>Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a</p><p>ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo</p><p>que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial</p><p>de aposentadoria, reforma e pensão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>107 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Súmula Vinculante n. 13</p><p>A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade,</p><p>até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurí-</p><p>dica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em</p><p>comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e</p><p>indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,</p><p>compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.</p><p>Súmula Vinculante n. 54</p><p>A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a Emenda Consti-</p><p>tucional n. 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os</p><p>efeitos de lei desde a primeira edição.</p><p>Súmulas STF – não Vinculantes</p><p>Súmula n. 5. A sanção do projeto supre a falta de iniciativa do Poder Executivo. (Atenção:</p><p>esta súmula não foi formalmente cancelada, mas não vigora na atualidade, porque se entende</p><p>que vício de iniciativa não se convalida nem mesmo com a sanção.</p><p>Súmula n. 6</p><p>A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria ou qualquer outro ato</p><p>aprovado pelo Tribunal de Contas não produz efeitos antes de aprovada por aquele Tribunal,</p><p>ressalvada a competência revisora do Judiciário.</p><p>Súmula n. 245</p><p>A imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa.</p><p>Súmula n. 347</p><p>O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade</p><p>das leis e dos atos do poder público.</p><p>Súmula n. 651</p><p>A medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a EC n. 32/2001,</p><p>ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a</p><p>primeira edição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>108 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Súmula n. 653</p><p>No tribunal de contas estadual, composto por sete conselheiros, quatro devem ser escolhi-</p><p>dos pela assembleia legislativa e três pelo chefe do Poder Executivo estadual, cabendo a este</p><p>indicar um dentre auditores e outro dentre membros do Ministério Público, e um terceiro à sua</p><p>livre escolha.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>109 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>QUESTÕES DE CONCURSO – CESPE</p><p>Função Fiscalizatória</p><p>questão 1 (SEFAZ-AL/AUDITOR/2020) Quanto à organização dos Poderes Executivo, Le-</p><p>gislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.</p><p>A competência do Tribunal de Contas da União para julgar as contas dos responsáveis por di-</p><p>nheiros, bens e valores públicos não abrange as contas do presidente da República.</p><p>questão 2 (MPC-PA/ANALISTA/2019) De acordo com a CF e a jurisprudência do STF sobre</p><p>os tribunais de contas, julgue os itens a seguir.</p><p>I – Lei orgânica municipal pode criar tribunal, conselho ou órgão de contas municipal para</p><p>o respectivo ente federativo, desde que haja autorização na constituição estadual.</p><p>II – Segundo o STF, ofende a CF norma que determine dever a atuação do Ministério Público</p><p>no Tribunal de Contas do Estado ser exercida por promotores de justiça que integram o</p><p>ministério público comum.</p><p>III – Os membros dos tribunais de contas nos estados possuem a garantia de vitaliciedade</p><p>e somente podem perder o cargo por decisão judicial transitada em julgado, sendo esse</p><p>o entendimento existente no STF sobre a matéria.</p><p>IV – De acordo com a CF, ao apreciar as contas prestadas pelo Poder Executivo federal, cabe</p><p>ao Tribunal de Contas da União sustar imediatamente os contratos eivados de irregula-</p><p>ridades que resultem em prejuízo ao erário.</p><p>Estão certos apenas os itens</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e IV.</p><p>c) II e III.</p><p>d) I, III e IV.</p><p>e) II, III e IV.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>110 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 3 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) A câmara legislativa de</p><p>determinado estado aprovou, por maioria simples, projeto de lei que estabelece como compe-</p><p>tência do tribunal de contas estadual a realização de exame prévio de validade de contratos</p><p>firmados com o poder público.</p><p>Ao apreciar o referido projeto, o governador desse estado deverá</p><p>a) vetar a lei, porque não cabe aos tribunais de contas realizar previamente o exame da valida-</p><p>de de contratos administrativos celebrados pelo poder público.</p><p>b) vetar a lei, pois a matéria é reservada a lei federal, não sendo uma atribuição da assembleia</p><p>legislativa local.</p><p>c) vetar a lei, porque a matéria é reservada a lei complementar, exigindo-se um quorum de apro-</p><p>vação de 2/3 dos deputados estaduais da assembleia legislativa local.</p><p>d) sancionar a lei, pois é uma medida constitucional que está em conformidade com o interes-</p><p>se público, visto que a implementação do controle prévio atende ao princípio da moralidade.</p><p>e) sancionar a lei, caso a Constituição</p><p>do estado determine que a matéria seja regulamentada</p><p>por lei estadual.</p><p>questão 4 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Determinado município</p><p>apresentou, por cinco anos seguidos, graves problemas na sua prestação de contas, em razão</p><p>de desvios de recursos públicos por parte de seus gestores. Tendo constatado a recorrência</p><p>desse problema, o servidor do tribunal de contas local responsável pelo controle dessas con-</p><p>tas propôs a criação de um tribunal de contas municipal para garantir melhor controle dos</p><p>gastos do município.</p><p>Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), a proposta do servidor do tribunal de contas é</p><p>a) viável somente para as capitais dos estados, porque sua estrutura administrativa, mais com-</p><p>plexa, justifica a criação desse órgão de controle.</p><p>b) inconstitucional, pois é vedada expressamente pelo texto da CF.</p><p>c) inconstitucional, uma vez que a CF, quando da sua promulgação, determinou a extinção dos</p><p>tribunais de contas municipais existentes.</p><p>d) recomendada para municípios com mais de vinte mil habitantes.</p><p>e) recomendada para estados que tenham muitos municípios, para que o controle de contas</p><p>seja mais eficiente e transparente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>111 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 5 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Julgue os itens a seguir,</p><p>à luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal</p><p>(STF).</p><p>I – O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir me-</p><p>didas cautelares para prevenir lesão ao erário.</p><p>II – É constitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo tribunal</p><p>de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder</p><p>público.</p><p>III – A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU pres-</p><p>cinde de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar, ao contrário do</p><p>que ocorre com a anulação dos atos de admissão.</p><p>Assinale a opção correta.</p><p>a) Apenas o item I está certo.</p><p>b) Apenas o item II está certo.</p><p>c) Apenas os itens I e III estão certos.</p><p>d) Apenas os itens II e III estão certos.</p><p>e) Todos os itens estão certos.</p><p>questão 6 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) O sistema de controle</p><p>interno, mantido de forma integrada pelos Poderes da União, tem, entre suas finalidades, a atri-</p><p>buição de</p><p>a) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e</p><p>haveres da União.</p><p>b) promover a consolidação das contas nacionais.</p><p>c) elaborar e executar a programação financeira da União.</p><p>d) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal na administra-</p><p>ção direta e indireta.</p><p>e) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos</p><p>limites de delegação legislativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>112 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 7 (MPU/TÉCNICO/2018) São poderes da União, independentes e harmônicos en-</p><p>tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa independência, todavia, não é absoluta por-</p><p>que há institutos de ingerência mútua, como é o caso das medidas provisórias editadas pelo</p><p>Poder Executivo, do controle orçamentário realizado pelo Poder Legislativo e da apreciação de</p><p>ações diretas de inconstitucionalidade por omissão, entre outras, pelo Poder Judiciário.</p><p>A respeito desse assunto, julgue o item subsequente.</p><p>A fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos entes públicos, mediante controle exter-</p><p>no, compete ao Poder Legislativo, com auxílio dos respectivos tribunais de contas.</p><p>questão 8 (MPU/ANALISTA/2018) Caso se omitam no dever legal de comunicar ao Tribu-</p><p>nal de Contas da União as irregularidades de que tiverem conhecimento, os responsáveis pelo</p><p>controle interno dos três poderes da União poderão ser responsabilizados solidariamente com</p><p>o infrator.</p><p>questão 9 (MPU/ANALISTA/2018) As leis orgânicas dos municípios podem criar conselhos</p><p>ou órgãos de contas municipais para exercer o controle externo do Poder Executivo municipal.</p><p>questão 10 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) O controle financeiro exercido pelo Po-</p><p>der Legislativo e pelo tribunal de contas compreende os sistemas de controle externo, o qual</p><p>compete ao Poder Legislativo com o auxílio da Controladoria Geral da União.</p><p>questão 11 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) A respeito do Poder Legislativo, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>O Congresso Nacional é responsável pela escolha de dois terços dos membros do Tribunal de</p><p>Contas da União.</p><p>questão 12 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) A respeito do Poder Legislativo, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>Os três poderes da União mantêm sistema de controle interno, e os responsáveis por tal con-</p><p>trole devem dar ciência de qualquer ilegalidade ao Tribunal de Contas da União, sob pena de</p><p>responsabilidade solidária.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>113 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 13 (TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Com base nas disposi-</p><p>ções constitucionais a respeito da fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar</p><p>irregularidades ou ilegalidades ao TCU.</p><p>questão 14 (CGM/JOÃO PESSOA/2018) Com relação ao controle exercido pelo Tribunal de</p><p>Contas da União (TCU), julgue o item que se segue.</p><p>É vedado ao TCU apreciar a constitucionalidade de leis e atos do poder público.</p><p>questão 15 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) A Carta Magna, em seu art. 74, determi-</p><p>na que o sistema de controle interno deve ser mantido pelos três poderes de forma integrada,</p><p>tendo como um dos seus principais alvos apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos</p><p>de admissão de pessoal na administração direta e indireta.</p><p>questão 16 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) O Tribunal de Contas da</p><p>União (TCU), ao realizar auditoria em instituição bancária constituída sob a forma de empresa</p><p>estatal visando o fomento econômico e social, requisitou diretamente à citada empresa o for-</p><p>necimento de dados bancários relacionados a operação financeira firmada com pessoa jurídi-</p><p>ca de direito privado mediante o emprego de recursos de origem pública.</p><p>Julgue o item a seguir, a respeito dessa situação hipotética.</p><p>Os dados requisitados devem ser fornecidos, em razão da expressa competência constitucio-</p><p>nal do TCU para decretar a quebra do sigilo bancário.</p><p>questão 17 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Acerca de processo legis-</p><p>lativo e fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o item a seguir, considerando as</p><p>disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo.</p><p>No âmbito do controle externo, estão sujeitas ao dever de prestar contas as pessoas físicas e</p><p>as pessoas jurídicas que utilizem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valo-</p><p>res públicos, desde que submetidas a</p><p>regime de direito público.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>114 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 18 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) No que se refere aos pode-</p><p>res da República e ao Tribunal de Contas da União, julgue o item subsequente.</p><p>Em decorrência das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o TCU detém iniciativa re-</p><p>servada para instaurar processo legislativo destinado a alterar sua organização e funciona-</p><p>mento, sendo formalmente inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre a</p><p>referida matéria.</p><p>Temas Gerais</p><p>questão 1 (SEFAZ-AL/AUDITOR/2020) Quanto à organização dos Poderes Executivo, Le-</p><p>gislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.</p><p>Tanto em caso de infrações penais comuns quanto de crimes de responsabilidade, compete</p><p>à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade da acusação apresentada contra o presi-</p><p>dente da República.</p><p>questão 2 (TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2020) A possibilidade de exclusão de cometi-</p><p>mento ilícito por parlamentares decorre do instituto denominado</p><p>a) inviolabilidade.</p><p>b) irrenunciabilidade.</p><p>c) prerrogativa de foro.</p><p>d) extinção de punibilidade.</p><p>e) imunidade material.</p><p>questão 3 (TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) Com relação ao Poder Legislativo, julgue</p><p>o item seguinte.</p><p>Deputados estaduais e vereadores gozam de imunidade material somente no exercício do</p><p>mandato e na circunscrição do município sede do Poder Legislativo do qual são integrantes.</p><p>questão 4 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Com relação ao pedido</p><p>escrito de informação no âmbito do controle parlamentar, assinale a opção correta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>115 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>a) A legitimidade ativa para requerer informações por pedido escrito é da Câmara dos Deputa-</p><p>dos e do Senado Federal exclusivamente, sendo vedado o requerimento pelas comissões de</p><p>cada uma dessas Casas.</p><p>b) É permitido impetrar mandado de segurança a fim de compelir determinada autoridade esta-</p><p>tal a prestar as devidas informações caso a autoridade não tenha atendido ao pedido.</p><p>c) O pedido escrito de informação tem por finalidade a obtenção de informações relacionadas</p><p>com o exercício das atribuições da administração pública.</p><p>d) A legitimidade passiva para o fornecimento de informações é apenas dos ministros de Es-</p><p>tado.</p><p>e) O prazo estipulado para que as informações sejam devidamente prestadas é de trinta dias,</p><p>cabendo prorrogação por igual período.</p><p>questão 5 (MPC-PA/ASSISTENTE MINISTERIAL/2019) O controle político inclui</p><p>a) a competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que</p><p>exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.</p><p>b) a apuração de irregularidades por comissão parlamentar de inquérito e as sanções por esta</p><p>aplicadas.</p><p>c) o referendo e o plebiscito.</p><p>d) a competência privativa do Congresso Nacional e do Senado Federal para apreciar, a priori,</p><p>os atos do Poder Executivo.</p><p>e) a fiscalização das contas dos administradores e de demais responsáveis por dinheiros, bens</p><p>e valores públicos da administração direta e indireta.</p><p>questão 6 (PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019) A adoção do modelo pro-</p><p>porcional em eleições de deputados fere o princípio da eleição direta, pois a eleição de um</p><p>deputado não deve depender dos votos recebidos por outros candidatos do partido ou por sua</p><p>legenda.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>116 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 7 (SEFAZ-RS/ASSISTENTE/2018) De acordo com a Constituição Federal de 1988,</p><p>a avaliação periódica da funcionalidade do sistema tributário nacional, em sua estrutura e em</p><p>seus componentes, e do desempenho das administrações tributárias da União, dos estados,</p><p>do Distrito Federal e dos municípios compete privativamente</p><p>a) ao Conselho da República.</p><p>b) ao Tribunal de Contas da União.</p><p>c) ao Senado Federal.</p><p>d) à Câmara dos Deputados.</p><p>e) ao Conselho Nacional de Justiça.</p><p>questão 8 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Com relação ao pedido</p><p>escrito de informação no âmbito do controle parlamentar, assinale a opção correta.</p><p>a) A legitimidade passiva para o fornecimento de informações é apenas dos ministros de Es-</p><p>tado.</p><p>b) O prazo estipulado para que as informações sejam devidamente prestadas é de trinta dias,</p><p>cabendo prorrogação por igual período.</p><p>c) A legitimidade ativa para requerer informações por pedido escrito é da Câmara dos Deputa-</p><p>dos e do Senado Federal exclusivamente, sendo vedado o requerimento pelas comissões de</p><p>cada uma dessas Casas.</p><p>d) É permitido impetrar mandado de segurança a fim de compelir determinada autoridade esta-</p><p>tal a prestar as devidas informações caso a autoridade não tenha atendido ao pedido.</p><p>e) O pedido escrito de informação tem por finalidade a obtenção de informações relacionadas</p><p>com o exercício das atribuições da administração pública.</p><p>questão 9 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Vários estados da Fe-</p><p>deração enfrentavam problemas relacionados à entrega de correspondências: o percentual</p><p>de cartas não entregues havia dobrado e, conforme o tipo de encomenda, os atrasos tinham</p><p>quintuplicado. Em razão disso, um deputado federal apresentou requerimento de convocação</p><p>do ministro das Comunicações para que este prestasse esclarecimentos sobre as principais</p><p>razões para essa crise dos serviços postais no Brasil. O pedido foi aprovado pela maioria ab-</p><p>soluta do plenário, e foi efetuada a convocação do ministro.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>117 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Nessa situação hipotética, a Câmara Legislativa exerceu o controle</p><p>a) judicial.</p><p>b) interno.</p><p>c) prévio.</p><p>d) administrativo.</p><p>e) parlamentar.</p><p>questão 10 (MPU/TÉCNICO/2018) Ato normativo publicado pelo presidente da República e</p><p>cujo conteúdo exorbite do poder de regulamentar poderá ser sustado pelo Congresso Nacio-</p><p>nal.</p><p>questão 11 (IPHAN/AUXILIAR/2018) Acerca da organização dos poderes do Estado, julgue</p><p>o item subsequente.</p><p>O número de deputados e de senadores é definido em lei de acordo com o número de habitan-</p><p>tes de cada Estado e do Distrito Federal.</p><p>questão 12 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-</p><p>deres.</p><p>Caso o presidente da República pretenda realizar determinado ato que necessite de aprovação</p><p>da população, deverá realizar consulta plebiscitária, que será convocada por decreto presidencial.</p><p>questão 13 (EMAP/ANALISTA/2018) No que se refere à organização dos poderes, julgue o</p><p>item que segue.</p><p>A criação de cargo público federal é matéria que</p><p>cabe ao Congresso Nacional dispor, mas de-</p><p>pende da sanção do presidente da República.</p><p>questão 14 (SEFAZ-RS/AUDITOR/2018/ADAPTADA) Julgue o item acerca do entendimento</p><p>firmado em jurisprudência do STF a respeito do julgamento de governador por crimes comuns</p><p>e da competência legislativa.</p><p>É vedado à unidade federativa instituir norma constitucional que condicione a instauração de</p><p>ação penal contra o governador por crime comum à prévia autorização da casa legislativa, ca-</p><p>bendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor sobre a aplicação de medidas cautelares penais.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>118 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 15 (ABIN/OFICIAL TÉCNICO/2018) Julgue o item que se segue, relativo ao Poder</p><p>Legislativo e à defesa do Estado e das instituições democráticas.</p><p>É necessária licença da casa legislativa para que o parlamentar possa incorporar-se às Forças</p><p>Armadas, mesmo em tempos de guerra.</p><p>questão 16 (PC-GO/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) A respeito do Poder Legis-</p><p>lativo, julgue o item a seguir.</p><p>A Câmara dos Deputados e o Senado Federal são compostos por representantes dos estados,</p><p>eleitos por meio do sistema proporcional.</p><p>questão 17 (TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Compete privativamente à</p><p>Câmara dos Deputados autorizar a instauração de processo contra o presidente da República.</p><p>questão 18 (TCE-PR/NÍVEL SUPERIOR/2016/ADAPTADA) Com referência às atribuições</p><p>do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>Cabe ao Senado Federal suspender a execução de atos normativos do Poder Executivo que</p><p>exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.</p><p>questão 19 (TCE-PA/AUXILIAR TÉCNICO/ADMINISTRAÇÃO/2016) No que diz respeito aos</p><p>Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, julgue o item, subsequente.</p><p>Em se tratando de crimes de responsabilidade, os membros do Conselho Nacional de Justiça</p><p>serão processados e julgados pelo Senado Federal.</p><p>Processo Legislativo</p><p>questão 1 (TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/2020) Determinado estado da Federação preten-</p><p>de instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por</p><p>agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execu-</p><p>ção de funções públicas de interesse comum.</p><p>Nessa situação, o ente federativo poderá efetivar tal medida mediante</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>119 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>a) lei ordinária federal.</p><p>b) lei complementar federal.</p><p>c) medida provisória estadual.</p><p>d) lei ordinária estadual de iniciativa do Poder Executivo.</p><p>e) lei complementar estadual de iniciativa parlamentar.</p><p>questão 2 (MPC-PA/ANALISTA/2019) Com relação à medida provisória, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>a) A edição de medida provisória por governador de estado é estritamente vedada.</p><p>b) O prazo máximo para que medida provisória seja convertida em lei é de 180 dias após a sua</p><p>publicação.</p><p>c) Não sendo editado decreto legislativo para regulamentar as relações jurídicas após a perda</p><p>de eficácia de medida provisória, os atos praticados durante sua vigência permanecerão por</p><p>ela regidos.</p><p>d) Em caso de edição de medida provisória os parlamentares serão convocados extraordina-</p><p>riamente para deliberar sobre a medida provisória caso estejam em recesso.</p><p>e) Compete à Comissão de Constituição e Justiça da casa legislativa apreciar os aspectos</p><p>constitucionais de medidas provisórias.</p><p>questão 3 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2018) No que tange aos direitos e ga-</p><p>rantias fundamentais e ao processo legislativo, conforme disposto na Constituição Federal de</p><p>1988 (CF), julgue (C ou E) o item subsequente.</p><p>As assembleias legislativas estaduais dispõem de competência para propor emenda à CF, des-</p><p>de que a iniciativa parta de mais da metade das assembleias das unidades da Federação e</p><p>pela maioria relativa dos membros de cada uma delas.</p><p>questão 4 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2018) No que tange aos direitos e ga-</p><p>rantias fundamentais e ao processo legislativo, conforme disposto na Constituição Federal de</p><p>1988 (CF), julgue (C ou E) o item subsequente.</p><p>A Câmara dos Deputados é a casa onde se devem iniciar todos os projetos de lei de iniciativa</p><p>do presidente da República, do STF ou de tribunal superior, cabendo ao Senado o papel de casa</p><p>revisora.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>120 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 5 (EMAP/ANALISTA/2018) No que se refere à organização dos poderes, julgue o</p><p>item que segue.</p><p>Medida provisória que perca sua eficácia por decurso de prazo somente poderá ser reeditada</p><p>na mesma sessão legislativa, em caso de interesse público relevante.</p><p>questão 6 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-</p><p>deres.</p><p>Para ser aprovada, uma emenda à Constituição Federal de 1988 deverá ser discutida e votada</p><p>em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e sua aprovação dependerá da obten-</p><p>ção, em ambos os turnos, de três quintos dos votos dos respectivos membros, devendo o</p><p>intervalo mínimo entre tais turnos de votação ser de trinta dias.</p><p>questão 7 (STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Com relação à organização dos poderes e</p><p>às funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.</p><p>Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal, tramitou e foi aprovado, no Congresso</p><p>Nacional, projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças Armadas. Asser-</p><p>tiva: Nessa situação, o projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque existe</p><p>vício de constitucionalidade formal.</p><p>questão 8 (TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) As medidas provisórias podem versar</p><p>sobre matéria que implique a majoração de imposto.</p><p>questão 9 (TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) É permitida, observados os pressupos-</p><p>tos constitucionais, a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa à nacionalidade e</p><p>à cidadania.</p><p>questão 10 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Acerca de processo legis-</p><p>lativo e fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o item a seguir, considerando as</p><p>disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo.</p><p>Projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa se</p><p>proposto pela maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>121 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 11 (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015/ADAPTADA) A respeito das espécies</p><p>normativas e do processo legislativo, julgue o item.</p><p>São consideradas</p><p>cláusulas pétreas da CF, entre outras, a forma federativa de Estado e o voto</p><p>direto, secreto, universal e periódico, não se admitindo emenda constitucional tendente a abo-</p><p>li-las.</p><p>questão 12 (PC-GO/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) A respeito do Poder Legis-</p><p>lativo, julgue o item a seguir.</p><p>No âmbito do processo legislativo, é permitido ao presidente da República vetar em parte um</p><p>projeto de lei, podendo o veto parcial abranger fragmento de texto de artigo.</p><p>questão 13 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2016) Acerca do processo legislativo,</p><p>da hierarquia das normas e do controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos,</p><p>julgue (C ou E) o item que se segue.</p><p>Como atos normativos primários, as resoluções destinam-se a regular matéria de competência</p><p>da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, razão por que desempenham tão somente</p><p>efeitos internos a ambas as Casas.</p><p>questão 14 (PC-PE/AGENTE DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) No que se refere ao processo</p><p>legislativo, julgue o item a seguir, de acordo com o disposto na CF.</p><p>A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação ao Congresso Nacional de projeto de</p><p>lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, nove esta-</p><p>dos da Federação.</p><p>questão 15 (TRE-PI/ANALISTA JUDICIÁRIO/2016/ADAPTADA) Acerca dos Poderes da Re-</p><p>pública, julgue o item a seguir.</p><p>Convalida o vício de iniciativa a sanção presidencial a projeto de lei de autoria de senador acer-</p><p>ca de matéria de iniciativa privativa do presidente da República.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>122 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>CPI</p><p>questão 1 (SEFAZ-AL/AUDITOR/2020) Quanto à organização dos Poderes Executivo, Le-</p><p>gislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.</p><p>A atuação das comissões parlamentares de inquérito insere-se no âmbito da função fiscaliza-</p><p>tória do Poder Legislativo, considerada função típica desse poder.</p><p>questão 2 (TCE-RO/AUDITOR/2019) Presidente de uma fundação federal, no exercício de</p><p>suas atribuições, utilizou dinheiro da entidade para atividades particulares e para benefício de</p><p>terceiros. Por isso, foi necessária a adoção de medidas que possibilitassem o rastreamento</p><p>do dinheiro público que havia sido desviado para a perfeita comprovação e identificação dos</p><p>beneficiários.</p><p>Nessa situação hipotética, a quebra do sigilo bancário dos envolvidos poderá ser determinada</p><p>a) pelo TCU, em tomada de contas especial.</p><p>b) por comissão parlamentar de inquérito, que deverá mostrar de forma motivada a necessida-</p><p>de do ato e a indicação concreta de fatos específicos.</p><p>c) pelo auditor externo do tribunal de contas, a partir de autorização dada pelo ministro do TCU,</p><p>relator do processo.</p><p>d) pelo membro do Ministério Público Federal, no inquérito civil público.</p><p>e) pelo delegado de polícia, no procedimento investigatório e sem a necessidade de prévia</p><p>autorização judicial.</p><p>questão 3 (TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) Com relação ao Poder Legislativo, julgue</p><p>o item seguinte.</p><p>As comissões parlamentares de inquérito criadas no âmbito das câmaras municipais pos-</p><p>suem os mesmos poderes de investigação das autoridades judiciais, inclusive para determinar</p><p>a condução coercitiva de eventuais investigados, para fins de interrogatório.</p><p>questão 4 (MPU/TÉCNICO/2018) Toda CPI tem autonomia para, após a apuração do fato</p><p>que determinou a sua criação, promover a responsabilização civil ou criminal de infrator.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>123 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 5 (MPU/TÉCNICO/2018) As CPIs podem ser criadas pela Câmara dos Deputados</p><p>e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, e detêm poderes de investigação pró-</p><p>prios das autoridades judiciais.</p><p>questão 6 (SEDF/DIREITO/2017) Julgue o próximo item, relativo ao Poder Executivo e ao</p><p>Poder Legislativo.</p><p>No exercício de atividade investigatória, caso se deparem com a necessidade de quebra do</p><p>sigilo fiscal de alguém, as comissões parlamentares de inquérito deverão requerer tal quebra</p><p>ao Poder Judiciário, pois elas não possuem poderes de investigação próprios das autoridades</p><p>judiciais.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>124 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>GABARITO – CESPE</p><p>Função Fiscalizatória</p><p>1. C</p><p>2. c</p><p>3. a</p><p>4. b</p><p>5. a</p><p>6. a</p><p>7. C</p><p>8. C</p><p>9. E</p><p>10. E</p><p>11. C</p><p>12. C</p><p>13. C</p><p>14. E</p><p>15. E</p><p>16. E</p><p>17. E</p><p>18. C</p><p>Temas Gerais</p><p>1. C</p><p>2. e</p><p>3. E</p><p>4. c</p><p>5. a</p><p>6. E</p><p>7. c</p><p>8. e</p><p>9. e</p><p>10. C</p><p>11. E</p><p>12. E</p><p>13. C</p><p>14. C</p><p>15. C</p><p>16. E</p><p>17. C</p><p>18. E</p><p>19. C</p><p>Processo Legislativo</p><p>1. e</p><p>2. c</p><p>3. C</p><p>4. C</p><p>5. E</p><p>6. E</p><p>7. C</p><p>8. C</p><p>9. E</p><p>10. C</p><p>11. C</p><p>12. E</p><p>13. E</p><p>14. E</p><p>15. E</p><p>CPI</p><p>1. C</p><p>2. b</p><p>3. E</p><p>4. E</p><p>5. C</p><p>6. E</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>125 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>GABARITO COMENTADO – CESPE</p><p>Função Fiscalizatória</p><p>questão 1 (SEFAZ-AL/AUDITOR/2020) Quanto à organização dos Poderes Executivo, Le-</p><p>gislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.</p><p>A competência do Tribunal de Contas da União para julgar as contas dos responsáveis por di-</p><p>nheiros, bens e valores públicos não abrange as contas do presidente da República.</p><p>Certo.</p><p>De acordo com o art. 71 da Constituição, o controle externo, a cargo do Congresso Nacional,</p><p>será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual compete apreciar as con-</p><p>tas prestadas anualmente pelo presidente da República, mediante parecer prévio que deverá</p><p>ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento.</p><p>Como regra, o parecer do Tribunal de Contas sobre as contas do Chefe do Poder Executivo não</p><p>vincula o Poder Legislativo, responsável pelo Controle Externo. Em outras palavras, ainda que</p><p>se recomende a desaprovação das contas, poderá o Legislativo decidir de forma contrária.</p><p>Esse entendimento é aplicável no plano federal (art. 71, I, da CF) e se estende na esfera esta-</p><p>dual e na distrital.</p><p>Entretanto, em relação às contas do Chefe do Executivo Municipal (Prefeito), a regra é diversa.</p><p>Isso porque, de acordo com o disposto no art. 31, § 2º, da Constituição, o parecer prévio, emi-</p><p>tido pelo TCE ou TCM (onde houver), só deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos</p><p>membros da Câmara Municipal.</p><p>Outra coisa: o STF entendeu que quem dá a palavra final sobre as Contas do Prefeito é a Câma-</p><p>ra dos Vereadores, e não o Tribunal de Contas.</p><p>Em virtude disso, os prefeitos candidatos à reeleição só poderiam ser considerados inelegíveis</p><p>com base na Lei das Inelegibilidades (LC n. 64/1990, alterada pela LC n. 135/2010 – Ficha</p><p>Limpa) se suas contas tiverem sido rejeitadas pelos legislativos locais, e não apenas</p><p>pelas</p><p>chamadas cortes de contas (STF, RE n. 848.826).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>126 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Já no inciso II do artigo 71, a Constituição prevê diretamente a competência do TCU para julgar</p><p>as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos</p><p>da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas</p><p>pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra</p><p>irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.</p><p>O papel de fiscalizador do Tribunal de Contas recai inclusive sobre o Poder Legislativo. Em</p><p>razão disso, o STF entendeu ser inconstitucional norma estadual que conferia exclusivamente</p><p>à Assembleia Legislativa a tarefa de julgar as contas do Poder Legislativo (STF, ADI n. 3.077).</p><p>Dito isso, o item está certo, porque é o Congresso Nacional que julgará as contas do presidente</p><p>da República.</p><p>questão 2 (MPC-PA/ANALISTA/2019) De acordo com a CF e a jurisprudência do STF sobre</p><p>os tribunais de contas, julgue os itens a seguir.</p><p>I – Lei orgânica municipal pode criar tribunal, conselho ou órgão de contas municipal para</p><p>o respectivo ente federativo, desde que haja autorização na constituição estadual.</p><p>II – Segundo o STF, ofende a CF norma que determine dever a atuação do Ministério Público</p><p>no Tribunal de Contas do Estado ser exercida por promotores de justiça que integram o</p><p>ministério público comum.</p><p>III – Os membros dos tribunais de contas nos estados possuem a garantia de vitaliciedade</p><p>e somente podem perder o cargo por decisão judicial transitada em julgado, sendo esse</p><p>o entendimento existente no STF sobre a matéria.</p><p>IV – De acordo com a CF, ao apreciar as contas prestadas pelo Poder Executivo federal, cabe</p><p>ao Tribunal de Contas da União sustar imediatamente os contratos eivados de irregula-</p><p>ridades que resultem em prejuízo ao erário.</p><p>Estão certos apenas os itens</p><p>a) I e II.</p><p>b) I e IV.</p><p>c) II e III.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>127 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>d) I, III e IV.</p><p>e) II, III e IV.</p><p>Letra c.</p><p>Começarei analisando cada uma das assertivas.</p><p>O item I está errado, pois, de acordo com o art. 31, § 4º, é vedada a criação de Tribunais, Con-</p><p>selhos ou órgãos de Contas Municipais. Nos municípios, a fiscalização é feita pela Câmara</p><p>Municipal, com auxílio do TCE ou TCM, onde houver. Mas como assim, se é vedada a criação?</p><p>Os TCMs que já existiam antes da CF/1988 continuam válidos. Além disso, pode haver tribunal</p><p>de contas dos municípios, como órgão estadual. Veja-se o exemplo dos TCMs nos estados da</p><p>Bahia, Goiás e Pará.</p><p>Seguindo, o item II está correto, pois foi esse o entendimento do STF no julgamento da ADI n.</p><p>2.884. Não se pode confundir o MP/contas com o MP comum (da União e dos estados).</p><p>Avançando, o item III está certo, já que, de acordo com o STF, os Conselheiros do Tribunal de</p><p>Contas do Estado-membro dispõem dos mesmos predicamentos que protegem os magistra-</p><p>dos, notadamente a prerrogativa jurídica da vitaliciedade.</p><p>Por fim, o item IV está errado, uma vez que, conforme dispõe o art. 71, § 1º, no caso de con-</p><p>trato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de</p><p>imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Para não perder nenhuma questão, lembre-</p><p>-se de que quem susta CONtrato é o CONgresso; o TCU (três letras) susta ATO (três letras).</p><p>Assim, sendo verdadeiras as assertivas II e III, a resposta esperada está na letra c.</p><p>questão 3 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) A câmara legislativa de</p><p>determinado estado aprovou, por maioria simples, projeto de lei que estabelece como compe-</p><p>tência do tribunal de contas estadual a realização de exame prévio de validade de contratos</p><p>firmados com o poder público.</p><p>Ao apreciar o referido projeto, o governador desse estado deverá</p><p>a) vetar a lei, porque não cabe aos tribunais de contas realizar previamente o exame da valida-</p><p>de de contratos administrativos celebrados pelo poder público.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>128 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>b) vetar a lei, pois a matéria é reservada a lei federal, não sendo uma atribuição da assembleia</p><p>legislativa local.</p><p>c) vetar a lei, porque a matéria é reservada a lei complementar, exigindo-se um quorum de apro-</p><p>vação de 2/3 dos deputados estaduais da assembleia legislativa local.</p><p>d) sancionar a lei, pois é uma medida constitucional que está em conformidade com o interes-</p><p>se público, visto que a implementação do controle prévio atende ao princípio da moralidade.</p><p>e) sancionar a lei, caso a Constituição do estado determine que a matéria seja regulamentada</p><p>por lei estadual.</p><p>Letra a.</p><p>Os Tribunais de Contas, no exercício de suas atribuições, podem apreciar a constitucionalidade</p><p>das leis e dos atos do poder público (Súmula n. 347/STF).</p><p>Porém, entre suas competências, não está a realização de exame prévio da validade de con-</p><p>tratos. Em razão disso, aplicando o princípio da simetria, entendeu pela inconstitucionalidade</p><p>de norma estadual que previa a competência do TCE para realizar exame prévio de validade de</p><p>contratos firmados com o Poder Público.</p><p>Veja o trecho que interessa da ementa:</p><p>O art. 71 da Constituição não insere na competência do TCU a aptidão para examinar,</p><p>previamente, a validade de contratos administrativos celebrados pelo Poder Público. Ati-</p><p>vidade que se insere no acervo de competência da Função Executiva. 3. É inconstitucio-</p><p>nal norma local que estabeleça a competência do tribunal de contas para realizar exame</p><p>prévio de validade de contratos firmados com o Poder Público (STF, ADI n. 916).</p><p>Logo, a alternativa correta é a letra a.</p><p>questão 4 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Determinado município</p><p>apresentou, por cinco anos seguidos, graves problemas na sua prestação de contas, em razão</p><p>de desvios de recursos públicos por parte de seus gestores. Tendo constatado a recorrência</p><p>desse problema, o servidor do tribunal de contas local responsável pelo controle dessas con-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>129 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>tas propôs a criação de um tribunal de contas municipal para garantir melhor controle dos</p><p>gastos do município.</p><p>Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF), a proposta do servidor do tribunal de contas é</p><p>a) viável somente para as capitais dos estados, porque sua estrutura administrativa, mais com-</p><p>plexa, justifica a criação desse órgão de controle.</p><p>b) inconstitucional, pois é vedada expressamente</p><p>pelo texto da CF.</p><p>c) inconstitucional, uma vez que a CF, quando da sua promulgação, determinou a extinção dos</p><p>tribunais de contas municipais existentes.</p><p>d) recomendada para municípios com mais de vinte mil habitantes.</p><p>e) recomendada para estados que tenham muitos municípios, para que o controle de contas</p><p>seja mais eficiente e transparente.</p><p>Letra b.</p><p>A letra b é o gabarito da questão, já que, segundo a CF, é vedada a criação de Tribunal de Con-</p><p>tas Municipal. Veja:</p><p>Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante con-</p><p>trole externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.</p><p>§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.</p><p>Lembro que os TCMs que existiam antes de 1988 continuam funcionando, o que é o caso dos</p><p>TCMs de São Paulo e do Rio de Janeiro (capitais). Além deles, existem os tribunais de contas</p><p>dos municípios (todos eles) dos Estados da Bahia, de Goiás e do Pará.</p><p>questão 5 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Julgue os itens a seguir,</p><p>à luz da Constituição Federal de 1988 (CF) e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).</p><p>I – O TCU tem competência para fiscalizar procedimentos de licitação e pode expedir me-</p><p>didas cautelares para prevenir lesão ao erário.</p><p>II – É constitucional norma estadual que estabelece a competência do respectivo tribunal</p><p>de contas para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o poder</p><p>público.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>130 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>III – A revogação ou a anulação de aposentadoria já apreciada e registrada pelo TCU pres-</p><p>cinde de nova aprovação do colegiado desse órgão para se confirmar, ao contrário do</p><p>que ocorre com a anulação dos atos de admissão.</p><p>Assinale a opção correta.</p><p>a) Apenas o item I está certo.</p><p>b) Apenas o item II está certo.</p><p>c) Apenas os itens I e III estão certos.</p><p>d) Apenas os itens II e III estão certos.</p><p>e) Todos os itens estão certos.</p><p>Letra a.</p><p>De início, veremos item por item antes de responder à questão.</p><p>O item I é o único correto, uma vez que, para o STF, além dos poderes outorgados pela Cons-</p><p>tituição expressamente no art. 71, o TCU também possuiria os chamados poderes constitu-</p><p>cionais implícitos. Assim, para exercer sua missão constitucional (fiscalizar), ele teria legiti-</p><p>midade para expedir medidas cautelares para prevenir lesão ao erário e garantir a efetividade</p><p>de suas decisões (STF, MS n. 24.510). Só fique atento(a), porque não está entre os poderes do</p><p>TCU a quebra do sigilo de dados.</p><p>Avançando, o item II está errado. Isso porque o STF decidiu que o artigo 71 da Constituição</p><p>não insere na competência do TCU a aptidão para examinar, previamente, a validade de con-</p><p>tratos administrativos celebrados pelo Poder Público. Em razão disso, aplicando o princípio da</p><p>simetria, entendeu pela inconstitucionalidade de norma estadual que previa a competência do</p><p>TCE para realizar exame prévio de validade de contratos firmados com o Poder Público (STF,</p><p>ADI n. 916).</p><p>Por fim, o item III também está errado, pois segundo a Súmula n. 6 do STF:</p><p>A revogação ou anulação, pelo Poder Executivo, de aposentadoria, ou qualquer outro ato</p><p>aprovado pelo Tribunal de Contas, não produz efeitos antes de aprovada por aquele tribu-</p><p>nal, ressalvada a competência revisora do Judiciário.</p><p>Logo, sendo verdadeira apenas a assertiva I, a alternativa a é o gabarito da questão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>131 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 6 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) O sistema de controle</p><p>interno, mantido de forma integrada pelos Poderes da União, tem, entre suas finalidades, a atri-</p><p>buição de</p><p>a) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e</p><p>haveres da União.</p><p>b) promover a consolidação das contas nacionais.</p><p>c) elaborar e executar a programação financeira da União.</p><p>d) apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal na administra-</p><p>ção direta e indireta.</p><p>e) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos</p><p>limites de delegação legislativa.</p><p>Letra a.</p><p>O controle interno é feito por todos os Poderes, em todas as esferas de governo, não importan-</p><p>do se Administração Direta ou Indireta.</p><p>Dentro dessa perspectiva, pensando nas provas, destaco os seguintes órgãos de controle in-</p><p>terno: a CGU, as CGEs, CGMs e o CNJ. Aliás, eles são velhos conhecidos dos concurseiros</p><p>mais experientes, tendo em vista a quantidade de questões relacionadas ao tema.</p><p>Há uma previsão bem importante na Constituição, no sentido de conferir mais proteção ao</p><p>patrimônio público. É a previsão segundo a qual os responsáveis pelo controle interno, ao to-</p><p>marem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal</p><p>de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.</p><p>Abrindo um parêntese, não sei se você conhece a diferença entre responsabilidade solidária e</p><p>subsidiária. Esta (a subsidiária) é tecnicamente menos grave, pois incide o benefício de ordem,</p><p>uma espécie de fila. Usando a fiança como exemplo, primeiro se cobra a dívida do devedor</p><p>principal. Se ele não pagar, a cobrança recai sobre o fiador.</p><p>Já, na responsabilidade solidária, o devedor poderia avançar contra o devedor principal ou con-</p><p>tra o outro sem nenhuma ordem de preferência. É o caso do aval.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>132 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Seja como for, é importante para as provas e para a vida que você tenha muito cuidado com a</p><p>fiança e o aval. Não são raras as hipóteses de pessoas que têm a vida destruída por “emprestar</p><p>o nome” na confiança.</p><p>Já fechando o parêntese, como se trata de responsabilidade solidária, independentemente do</p><p>que aconteça com o servidor que praticou a ilegalidade, aquele servidor responsável pelo con-</p><p>trole interno poderá ser responsabilizado.</p><p>Qual foi a ideia do Constituinte? Passar um recado claro para os servidores que cuidam do</p><p>controle interno: não caia na besteira de tentar proteger um colega servidor que esteja fazendo</p><p>um malfeito, pois isso pode sobrar para você!</p><p>Ah, também existe a previsão no sentido de que qualquer cidadão, partido político, associação</p><p>ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades</p><p>perante o TCU.</p><p>Avançando, veja o seguinte trecho do artigo 74:</p><p>Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de</p><p>controle interno com a finalidade de:</p><p>I – avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de</p><p>governo e dos orçamentos da União;</p><p>II – comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orça-</p><p>mentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal,</p><p>não implicar o aumento de despesa nem a criação ou ex-</p><p>tinção de órgãos públicos, a competência será privativa do presidente da República, mediante</p><p>decreto.</p><p>XII – telecomunicações e radiodifusão;</p><p>XIII – matéria financeira, cambial e monetária, instituições financeiras e suas operações;</p><p>XIV – moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.</p><p>XV – fixação do subsídio dos Ministros do STF, observada que, por ser fixado em parcela única, é</p><p>vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou</p><p>outra espécie remuneratória.</p><p>A EC n. 19/1998 previu que a lei que fixava o subsídio dos Ministros do STF deveria ser de</p><p>iniciativa conjunta dos presidentes da República, da Câmara do Deputados, do Senado Federal</p><p>e do Supremo Tribunal. Isso porque esses subsídios servem como limite da remuneração dos</p><p>servidores dos três Poderes da União (é o teto do funcionalismo federal).</p><p>No entanto, esse dispositivo foi modificado pela EC n. 41/2003, que conferiu ao STF a</p><p>iniciativa privativa para a apresentação de lei versando sobre fixação dos subsídios de seus</p><p>Ministros.</p><p>Um conselho final: há muitos anos, quando eu ainda estudava para concursos de técnico</p><p>judiciário, um professor tinha me sugerido fazer uma tabela, na horizontal (modo paisagem),</p><p>com três colunas.</p><p>A primeira teria o artigo 21 da Constituição (competência exclusiva da União); a segunda,</p><p>com o artigo 49 (competência exclusiva do Congresso Nacional); por fim, a terceira conteria as</p><p>atribuições do presidente da República, previstas no artigo 84 da Constituição.</p><p>Segui aquela orientação e não me arrependi! Entendi quem deveria executar as tarefas</p><p>descritas no artigo 21 da Constituição.</p><p>Exemplificando, lá no artigo 21, I, é dito que compete à União “manter relações com Estados</p><p>estrangeiros”. Mas quem faria isso? O presidente, segundo o artigo 84, VII, deve:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>12 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional”.</p><p>Já o Congresso Nacional ficaria encarregado de “resolver definitivamente sobre tratados, acordos</p><p>ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional</p><p>(artigo 49, I, da Constituição).</p><p>Tente você também!</p><p>3. ComPetênCia das Casas LegisLativas</p><p>Os artigos 49, 51 e 52 da Constituição tratam, respectivamente, das competências do Con-</p><p>gresso Nacional, da Câmara do Deputados e do Congresso Nacional.</p><p>Aqui vai uma dica inicial: é pequeno o rol de competências da Câmara do Deputados – são</p><p>apenas cinco, mas as mais relevantes são somente duas. Já as competências do Congresso</p><p>Nacional e do Senado Federal são bem extensas.</p><p>Na minha experiência como concurseiro, sempre usei uma linha de raciocínio: se eu fixasse</p><p>as competências da Câmara, bastava eu escolher uma das outras para ler com mais dedica-</p><p>ção, no intuito de gravar.</p><p>Pois bem. Escolhi compreender melhor as competências do Senado. Por exclusão, as com-</p><p>petências que não estivessem naquelas que eu tinha em mente pertenceriam ao Congresso</p><p>Nacional.</p><p>Obviamente, você pode ou não seguir essa técnica. Aliás, cada um desenvolve suas pró-</p><p>prias técnicas ao longo dos estudos. Nem tudo aquilo que foi eficaz para mim terá efetividade</p><p>para você... De todo modo, é importante ter uma boa diretriz.</p><p>Vamos em frente!</p><p>A competência exclusiva do Congresso Nacional (artigo 49) é geralmente exercida por</p><p>meio de decreto legislativo. Há hipóteses, porém, de que será executada por intermédio de</p><p>resolução. É o caso da autorização dada ao presidente da República para a edição de lei dele-</p><p>gada – art. 68, § 2º, da CF/1988.</p><p>Outro ponto importante é que Câmara e Senado não editam decretos legislativos, reserva-</p><p>dos exclusivamente ao Congresso.</p><p>Desse modo, uma resolução legislativa pode ser editada tanto pelo Congresso Nacional</p><p>(exceção), quanto pela Câmara e pelo Senado. Já o Decreto Legislativo só pode ser feito pelo</p><p>Congresso Nacional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>13 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Mais uma informação: nem todas as competências da Câmara e do Senado serão viabili-</p><p>zadas por meio de resolução legislativa.</p><p>É que, na fixação da remuneração dos servidores dessas Casas Legislativas, o texto cons-</p><p>titucional (artigos 51, IV e 52, XIII, da CF/1988) prevê que esse assunto será regulado por lei,</p><p>de iniciativa da respectiva Casa.</p><p>A grande importância dessa regra, introduzida pela EC n. 19/1998, é que a lei na qual se</p><p>busque a concessão de aumento na remuneração dos servidores passará pela sanção (ou</p><p>veto) presidencial, procedimento inexistente em relação às outras competências delineadas</p><p>nos artigos 49, 51 e 52 da Constituição.</p><p>Ah, repare que há uma diferença na terminologia adotada quanto ao artigo 49 (competên-</p><p>cia exclusiva do Congresso Nacional) se comparada aos artigos 51 e 52 (competências priva-</p><p>tivas da Câmara e do Senado).</p><p>Quanto ao tema, há certa discussão doutrinária entre a possível distinção dos termos ex-</p><p>clusiva e privativa, dizendo alguns que o termo “exclusiva” é utilizado quando a competência</p><p>for indelegável. Ao contrário, a competência “privativa” seria aquela que admite delegação (Pe-</p><p>dro Lenza, Direito Constitucional Esquematizado).</p><p>No entanto, o texto constitucional – que, por vezes, peca pela má técnica – parece não ter</p><p>utilizado essa diferenciação, pois tanto a competência do Congresso Nacional (exclusiva),</p><p>quanto as da Câmara e do Senado (privativas) são indelegáveis.</p><p>Repare que lá nos artigos 21 e 22 da Constituição essa distinção foi feita. Ora, no artigo</p><p>21 – competência exclusiva da União –, não se permite delegação. Por sua vez, no artigo 22</p><p>– competência privativa –, admite-se a delegação aos Estados e ao DF, por meio de lei com-</p><p>plementar.</p><p>Enfim, essa vida de concurseiro não é nada fácil. Mas quem disse que seria, não é mesmo?!</p><p>Somente o Congresso edita decretos legislativos. Já as resoluções podem ser editadas pela</p><p>Câmara, pelo Senado ou pelo Congresso.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>14 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>3.1. ComPetênCia exCLusiva do Congresso naCionaL (indeLegáveL)</p><p>Eis o rol de competências exclusivas do Congresso Nacional, elencadas no art. 49, da</p><p>CF/1988:</p><p>I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos</p><p>ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional;</p><p>A incorporação de tratados internacionais ao seu ordenamento jurídico se caracteriza como</p><p>um ato complexo. Isso porque caberá ao presidente da República celebrar o tratado – conforme</p><p>art. 84, VIII –, enquanto o Congresso Nacional ficará responsável por referendá-lo ou não.</p><p>II – autorizar o presidente da República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças es-</p><p>trangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente,</p><p>bem como da</p><p>aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;</p><p>III – exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres</p><p>da União;</p><p>V – apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.</p><p>Logo, a resposta esperada está na letra a.</p><p>questão 7 (MPU/TÉCNICO/2018) São poderes da União, independentes e harmônicos en-</p><p>tre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Essa independência, todavia, não é absoluta por-</p><p>que há institutos de ingerência mútua, como é o caso das medidas provisórias editadas pelo</p><p>Poder Executivo, do controle orçamentário realizado pelo Poder Legislativo e da apreciação de</p><p>ações diretas de inconstitucionalidade por omissão, entre outras, pelo Poder Judiciário.</p><p>A respeito desse assunto, julgue o item subsequente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>133 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos entes públicos, mediante controle exter-</p><p>no, compete ao Poder Legislativo, com auxílio dos respectivos tribunais de contas.</p><p>Certo.</p><p>A função fiscalizatória atribuída ao Poder Legislativo e aos Tribunais de Contas se refere ao</p><p>controle externo. Não se engane com um ponto: os responsáveis pelo controle externo tam-</p><p>bém fazem controle interno.</p><p>Dentro da função fiscalizatória, o Legislativo realiza o controle COFOP da administração direta</p><p>e indireta. Mas o que seria COFOP?</p><p>Traduzindo, COFOP é um mnemônico que engloba o controle Contábil, Orçamentário, Financei-</p><p>ro, Operacional e Patrimonial.</p><p>Logo, o item está certo.</p><p>questão 8 (MPU/ANALISTA/2018) Caso se omitam no dever legal de comunicar ao Tribu-</p><p>nal de Contas da União as irregularidades de que tiverem conhecimento, os responsáveis pelo</p><p>controle interno dos três poderes da União poderão ser responsabilizados solidariamente com</p><p>o infrator.</p><p>Certo.</p><p>Essa é uma previsão bem importante na Constituição, no sentido de conferir mais proteção ao</p><p>patrimônio público.</p><p>Além do controle externo, trazido pelo art. 71, a Constituição também prevê expressamente o</p><p>controle interno.</p><p>O controle interno é feito por todos os Poderes, em todas as esferas de governo, não importan-</p><p>do se Administração Direta ou Indireta.</p><p>Dentro dessa perspectiva, pensando nas provas, destaco os seguintes órgãos de controle in-</p><p>terno: a CGU, as CGEs, CGMs e o CNJ. Aliás, eles são velhos conhecidos dos concurseiros</p><p>mais experientes, tendo em vista a quantidade de questões relacionadas ao tema.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>134 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Há uma previsão bem importante na Constituição, no sentido de conferir mais proteção ao</p><p>patrimônio público. É a previsão segundo a qual os responsáveis pelo controle interno, ao to-</p><p>marem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal</p><p>de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.</p><p>Abrindo um parêntese, não sei se você conhece a diferença entre responsabilidade solidária e</p><p>subsidiária. Esta (a subsidiária) é tecnicamente menos grave, pois incide o benefício de ordem,</p><p>uma espécie de fila. Usando a fiança como exemplo, primeiro se cobra a dívida do devedor</p><p>principal. Se ele não pagar, a cobrança recai sobre o fiador.</p><p>Já, na responsabilidade solidária, o devedor poderia avançar contra o devedor principal ou con-</p><p>tra o outro sem nenhuma ordem de preferência. É o caso do aval.</p><p>Seja como for, é importante para as provas e para a vida que você tenha muito cuidado com a</p><p>fiança e o aval. Não são raras as hipóteses de pessoas que têm a vida destruída por “emprestar</p><p>o nome” na confiança.</p><p>Já fechando o parêntese, como se trata de responsabilidade solidária, independentemente do</p><p>que aconteça com o servidor que praticou a ilegalidade, aquele servidor responsável pelo con-</p><p>trole interno poderá ser responsabilizado.</p><p>Qual foi a ideia do Constituinte? Passar um recado claro para os servidores que cuidam do</p><p>controle interno: não caia na besteira de tentar proteger um colega servidor que esteja fazendo</p><p>um malfeito, pois isso pode sobrar para você!</p><p>Assim, o item está certo.</p><p>questão 9 (MPU/ANALISTA/2018) As leis orgânicas dos municípios podem criar conse-</p><p>lhos ou órgãos de contas municipais para exercer o controle externo do Poder Executivo mu-</p><p>nicipal.</p><p>Errado.</p><p>Sobre o assunto, o papel do TCE vai além de fiscalizar as contas do próprio Estado, na medida</p><p>em que, em regra, não existe TCM. Cabe, então, ao TCE auxiliar tanto a respectiva Assembleia</p><p>quanto as Câmaras Municipais. Inclusive, o texto constitucional veda a criação de Tribunal de</p><p>Contas Municipais:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>135 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Art. 31. A fiscalização do Município será exercida pelo Poder Legislativo Municipal, mediante con-</p><p>trole externo, e pelos sistemas de controle interno do Poder Executivo Municipal, na forma da lei.</p><p>§ 4º É vedada a criação de Tribunais, Conselhos ou órgãos de Contas Municipais.</p><p>Assim, excetuando-se os TCMs que existiam antes da CF/1988, outros não podem ser criados.</p><p>Nesse cenário, o controle externo na seara municipal será feito pela Câmara dos Vereadores,</p><p>auxiliada pelo TCE, ficando errado o item.</p><p>questão 10 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) O controle financeiro exercido pelo Po-</p><p>der Legislativo e pelo tribunal de contas compreende os sistemas de controle externo, o qual</p><p>compete ao Poder Legislativo com o auxílio da Controladoria Geral da União.</p><p>Errado.</p><p>Não confunda alhos com bugalhos. Existe o controle interno e o externo. O externo fica a cargo</p><p>do Legislativo, com auxílio dos Tribunais de Contas.</p><p>É importante mencionar que a CGU é órgão de controle interno.</p><p>questão 11 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) A respeito do Poder Legislativo, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>O Congresso Nacional é responsável pela escolha de dois terços dos membros do Tribunal de</p><p>Contas da União.</p><p>Certo.</p><p>Os requisitos para ser Ministro do TCU estão na Constituição. Veja:</p><p>�a) ser brasileiro (nato ou naturalizado);</p><p>�b) ter entre 35 e 65 anos;</p><p>�c) possuir idoneidade moral e reputação ilibada;</p><p>�d) possuir notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de admi-</p><p>nistração pública;</p><p>�e) ter mais de 10 anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os</p><p>conhecimentos acima listados.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>136 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>O TCU é composto por nove Ministros, sendo 1/3 (um terço) escolhido pelo presidente da Re-</p><p>pública, enquanto os outros 2/3 (dois terços)</p><p>são eleitos pelo Congresso nacional.</p><p>Confira como funciona:</p><p>COMPOSIÇÃO DO TCU</p><p>1/3 (3 Ministros)</p><p>Escolhidos pelo presidente</p><p>da República</p><p>1 livre escolha do PR.</p><p>1 entre auditores, escolhido pelo PR entre integrantes de lista tríplice elabo-</p><p>rada pelo TCU.</p><p>1 entre membros do MP/Contas, escolhido pelo PR entre integrantes de lista</p><p>tríplice elaborada pelo TCU.</p><p>Necessária a aprovação por maioria simples do Senado Federal.</p><p>2/3 (6 Ministros)</p><p>Escolhidos pelo Congresso</p><p>Nacional</p><p>Constituição não especifica as regras, que cabem ao próprio Parlamento.</p><p>Não haverá sabatina pelo Senado, uma vez que a escolha foi feita pelo Poder</p><p>Legislativo.</p><p>Na tabela aí de cima, ficou claro que apenas em relação aos Ministros indicados pelo presiden-</p><p>te da República haverá a necessidade de aprovação do nome pelo Senado Federal.</p><p>Isso se deve por conta da atuação dos freios e contrapesos, na medida em que não faria sen-</p><p>tido o Congresso Nacional indicar e o Senado avaliar o nome proposto.</p><p>Um detalhe que passa despercebido por muitos candidatos experientes é o quorum exigido</p><p>para a aprovação do nome indicado para o TCU.</p><p>Diferentemente do que acontece com o STF, o STJ e o TST, para os quais se exige quorum de</p><p>maioria absoluta, no caso do TCU, basta a aprovação de maioria simples (=relativa) dos Sena-</p><p>dores.</p><p>Aliás, grave aí dois importantes casos de exigência de quorum de maioria simples para a apro-</p><p>vação do nome pelo Senado: TCU, que você acabou de ver, e o STM!</p><p>Avançando, os Ministros gozam das mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, venci-</p><p>mentos e vantagens dos Ministros do STJ.</p><p>Então, como os Ministros do STJ – na verdade, dos Tribunais Superiores – são julgados no STF</p><p>tanto pelo crime comum quanto no crime de responsabilidade, os Ministros do TCU seguirão</p><p>o mesmo caminho.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>137 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do</p><p>titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de TRF.</p><p>Dito isso, volto ao comando da questão, para dizer que o item está certo, pois cabe ao Congres-</p><p>so Nacional escolher 2/3 dos Ministros do TCU.</p><p>questão 12 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) A respeito do Poder Legislativo, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>Os três poderes da União mantêm sistema de controle interno, e os responsáveis por tal con-</p><p>trole devem dar ciência de qualquer ilegalidade ao Tribunal de Contas da União, sob pena de</p><p>responsabilidade solidária.</p><p>Certo.</p><p>Além do controle externo, trazido pelo art. 71, a Constituição também prevê expressamente o</p><p>controle interno.</p><p>O controle interno é feito por todos os Poderes, em todas as esferas de governo, não importan-</p><p>do se Administração Direta ou Indireta.</p><p>Dentro dessa perspectiva, pensando nas provas, destaco dois órgãos de controle interno: a</p><p>CGU e o CNJ. Aliás, eles são velhos conhecidos dos concurseiros mais experientes, tendo em</p><p>vista a quantidade de questões relacionadas ao tema.</p><p>Há uma previsão bem importante na Constituição, no sentido de conferir mais proteção ao</p><p>patrimônio público. É a previsão segundo a qual os responsáveis pelo controle interno, ao to-</p><p>marem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal</p><p>de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.</p><p>Abrindo um parêntese, não sei se você conhece a diferença entre responsabilidade solidária e</p><p>subsidiária. Esta (a subsidiária) é tecnicamente menos grave, pois incide o benefício de ordem,</p><p>uma espécie de fila. Usando a fiança como exemplo, primeiro se cobra a dívida do devedor</p><p>principal. Se ele não pagar, a cobrança recai sobre o fiador.</p><p>Já, na responsabilidade solidária, o devedor poderia avançar contra o devedor principal ou con-</p><p>tra o outro sem nenhuma ordem de preferência. É o caso do aval.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>138 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Seja como for, é importante para as provas e para a vida que você tenha muito cuidado com a</p><p>fiança e o aval. Não são raras as hipóteses de pessoas que têm a vida destruída por “emprestar</p><p>o nome” na confiança.</p><p>Já fechando o parêntese, como se trata de responsabilidade solidária, independentemente do</p><p>que aconteça com o servidor que praticou a ilegalidade, aquele servidor responsável pelo con-</p><p>trole interno poderá ser responsabilizado.</p><p>Qual foi a ideia do Constituinte? Passar um recado claro para os servidores que cuidam do</p><p>controle interno: não caia na besteira de tentar proteger um colega servidor que esteja fazendo</p><p>um malfeito, pois isso pode sobrar para você!</p><p>questão 13 (TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Com base nas disposi-</p><p>ções constitucionais a respeito da fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o</p><p>item a seguir.</p><p>Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar</p><p>irregularidades ou ilegalidades ao TCU.</p><p>Certo.</p><p>O item corresponde ao que consta no artigo 74, § 2º, da Constituição e visa a facilitar que mal-</p><p>feitos com dinheiro público cheguem mais facilmente aos órgãos de controle.</p><p>questão 14 (CGM/JOÃO PESSOA/2018) Com relação ao controle exercido pelo Tribunal de</p><p>Contas da União (TCU), julgue o item que se segue.</p><p>É vedado ao TCU apreciar a constitucionalidade de leis e atos do poder público.</p><p>Errado.</p><p>A Súmula n. 347 do STF prevê a possibilidade de os Tribunais de Contas, no exercício de suas</p><p>atribuições, apreciarem a constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.</p><p>Ou seja, permite-se que os TCs façam controle de constitucionalidade, diante do caso concreto</p><p>– não seria controle abstrato.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>139 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Na atualidade, há alguns questionamentos sobre o papel do TC no controle de constitucionali-</p><p>dade. Contudo, até aqui, a súmula permanece válida e sendo aplicada.</p><p>questão 15 (TCM-BA/AUDITOR/2018/ADAPTADA) A Carta Magna, em seu art. 74, determi-</p><p>na que o sistema de controle interno deve ser mantido pelos três poderes de forma integrada,</p><p>tendo como um dos seus principais alvos apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos</p><p>de admissão de pessoal na administração direta e indireta.</p><p>Errado.</p><p>O candidato mais desavisado erra um item como esse porque ele “ouviu o galo cantar, mas não</p><p>sabe onde”.</p><p>Eu digo isso, porque lá na função fiscalizatória a gente realmente encontra a previsão de con-</p><p>trole, para fins de registro, sobre a legalidade dos atos de admissão de pessoal.</p><p>Acontece que essa previsão constitucional está no artigo 71, III, da Constituição, relativo ao</p><p>controle externo. Veja:</p><p>O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Con-</p><p>tas da União, ao qual compete apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de</p><p>pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas</p><p>as fundações instituídas e</p><p>mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,</p><p>bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias</p><p>posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório.</p><p>Logo, o item está errado.</p><p>questão 16 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) O Tribunal de Contas da</p><p>União (TCU), ao realizar auditoria em instituição bancária constituída sob a forma de empresa</p><p>estatal visando o fomento econômico e social, requisitou diretamente à citada empresa o for-</p><p>necimento de dados bancários relacionados a operação financeira firmada com pessoa jurídi-</p><p>ca de direito privado mediante o emprego de recursos de origem pública.</p><p>Julgue o item a seguir, a respeito dessa situação hipotética.</p><p>Os dados requisitados devem ser fornecidos, em razão da expressa competência constitucio-</p><p>nal do TCU para decretar a quebra do sigilo bancário.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>140 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Errado.</p><p>Para o STF, além dos poderes outorgados pela Constituição expressamente no art. 71, o TCU</p><p>também possuiria os chamados poderes constitucionais implícitos.</p><p>Assim, para exercer sua missão constitucional (fiscalizar), ele teria legitimidade para expedir</p><p>medidas cautelares para prevenir lesão ao erário e garantir a efetividade de suas decisões</p><p>(STF, MS 24.510).</p><p>De todo modo, não se enquadraria dentro desses poderes implícitos a possibilidade de decre-</p><p>tação de quebra de sigilo bancário (STF, MS 22.801).</p><p>Ocorre que, em um julgamento rumoroso – política e juridicamente –, o STF entendeu que o</p><p>TCU poderia requisitar informações ao BNDES, de um contrato de empréstimo envolvendo o</p><p>BNDES e a JBS/Friboi.</p><p>Na ocasião, o Banco alegava que dar acesso aos dados significava quebrar o sigilo dos dados</p><p>(bancários). O STF rebateu essa tese, pontuando que, se ela fosse vencedora, nenhum contrato</p><p>entabulado pelo BB, pela Caixa, poderia ser fiscalizado, o que certamente vai contra a missão</p><p>do TCU (STF, MS 33.340).</p><p>Repito: o TCU não pode quebrar sigilo bancário, mas pode oficiar ao BNDES requisitando infor-</p><p>mações previstas em contrato envolvendo verbas públicas.</p><p>questão 17 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Acerca de processo legis-</p><p>lativo e fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o item a seguir, considerando as</p><p>disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo.</p><p>No âmbito do controle externo, estão sujeitas ao dever de prestar contas as pessoas físicas e</p><p>as pessoas jurídicas que utilizem, guardem, gerenciem ou administrem dinheiros, bens e valo-</p><p>res públicos, desde que submetidas a regime de direito público.</p><p>Errado.</p><p>A expressão restritiva “desde que submetidas a regime de direito público” matou o item.</p><p>A Constituição define que o dever de prestar contas se estende a qualquer pessoa física ou ju-</p><p>rídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>141 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações</p><p>de natureza pecuniária.</p><p>Em outras palavras, a fiscalização leva em conta não o critério subjetivo (ligado à pessoa),</p><p>mas, sim, o objetivo (ligado ao objeto = dinheiro público). Havendo dinheiro público envolvido,</p><p>ocorrerá a fiscalização.</p><p>questão 18 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) No que se refere aos pode-</p><p>res da República e ao Tribunal de Contas da União, julgue o item subsequente.</p><p>Em decorrência das prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o TCU detém iniciativa re-</p><p>servada para instaurar processo legislativo destinado a alterar sua organização e funciona-</p><p>mento, sendo formalmente inconstitucional lei de iniciativa parlamentar que disponha sobre a</p><p>referida matéria.</p><p>Certo.</p><p>Para auxiliar o Poder Legislativo federal na função fiscalizatória é que existe o Tribunal de Con-</p><p>tas da União.</p><p>Quanto ao TCU – e aos demais TCs –, é importante destacar que não há relação de subordina-</p><p>ção ao Legislativo, inexistindo qualquer vínculo de ordem hierárquica (STF, ADI 4.190).</p><p>Até mesmo dentro dessa ótica, é dos TCs a legitimidade para propor projetos de lei relativos à</p><p>alteração de sua organização e funcionamento. Isso decorreria da autonomia financeira, admi-</p><p>nistrativa e financeira que eles detêm (STF, ADI 4.418).</p><p>Temas Gerais</p><p>questão 1 (SEFAZ-AL/AUDITOR/2020) Quanto à organização dos Poderes Executivo, Le-</p><p>gislativo e Judiciário, julgue o item a seguir.</p><p>Tanto em caso de infrações penais comuns quanto de crimes de responsabilidade, compete</p><p>à Câmara dos Deputados o juízo de admissibilidade da acusação apresentada contra o presi-</p><p>dente da República.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>142 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Certo.</p><p>O artigo 51 da CF/1988 lista as seguintes competências:</p><p>I – autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o presidente da República,</p><p>o Vice-Presidente e os Ministros de Estado.</p><p>Não importa se o crime é comum ou de responsabilidade. Para os dois casos, há a necessida-</p><p>de de autorização de 2/3 da Câmara (342 Deputados) para abrir processo contra o presidente</p><p>da República.</p><p>Um ponto importantíssimo: o STF, modificando sua jurisprudência, passou a entender que a</p><p>necessidade de autorização do Legislativo para o julgamento do presidente da República seria</p><p>uma prerrogativa exclusiva do Chefe de Estado.</p><p>Em outras palavras, para se processar Governadores ou Prefeitos, não há a necessidade de a</p><p>Assembleia Legislativa ou a Câmara dos Vereadores darem autorização.</p><p>Mais do que isso: se houver na Constituição Estadual algum dispositivo prevendo a necessida-</p><p>de de autorização, essa regra será inconstitucional (STF, ADI n. 4.797).</p><p>Seguindo, tratando-se de crime comum, o  julgamento caberá ao STF. De outro lado, será o</p><p>Senado o órgão responsável para julgar os crimes de responsabilidade praticados pelo presi-</p><p>dente da República e pelo Vice-Presidente.</p><p>Em relação aos Ministros de Estado, cabe uma ressalva: se eles praticarem o crime de respon-</p><p>sabilidade juntamente com o presidente da República ou Vice, serão julgados pelo Senado.</p><p>Não havendo a conexão, caberá ao STF o julgamento desse agente, tanto no crime comum</p><p>quanto no crime de responsabilidade.</p><p>questão 2 (TJ-PA/AUXILIAR JUDICIÁRIO/2020) A possibilidade de exclusão de cometi-</p><p>mento ilícito por parlamentares decorre do instituto denominado</p><p>a) inviolabilidade.</p><p>b) irrenunciabilidade.</p><p>c) prerrogativa de foro.</p><p>d) extinção de punibilidade.</p><p>e) imunidade material.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>143 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Letra e.</p><p>As imunidades são prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras do exercício do</p><p>mandato, com plena liberdade. Essas imunidades não podem ser renunciadas pelo político,</p><p>pois a ele não pertencem, sendo inerentes ao cargo.</p><p>Seguindo, a imunidade material, também chamada de imunidade real, substantiva ou inviolabi-</p><p>lidade, garante que não há responsabilidade penal ou civil em relação às opiniões, palavras e</p><p>votos dos parlamentares. Desse modo, no exercício de suas funções, não podem os parlamen-</p><p>tares responder por crimes contra a honra – calúnia, injúria e difamação – ou ser condenados</p><p>a pagar indenização por danos morais (STF, RE n. 577.785).</p><p>Por isso, está correta a letra e.</p><p>questão 3 (TJ-AM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2019) Com relação ao Poder Legislativo, julgue</p><p>o item seguinte.</p><p>Deputados estaduais e vereadores gozam de imunidade material somente no exercício do</p><p>mandato e na circunscrição do município sede do Poder Legislativo do qual são integrantes.</p><p>Errado.</p><p>Aos parlamentares estaduais e distritais são atribuídas as mesmas imunidades asseguradas</p><p>no âmbito federal. Desse modo, a eles também aplica a regra segundo a qual suas opiniões,</p><p>palavras e votos não ensejarão a responsabilização civil ou criminal. Dentro da Casa a imuni-</p><p>dade é absoluta e fora dela se restringe aos atos relacionados ao exercício do mandato.</p><p>Nas esferas federal, estadual e distrital, a imunidade vale em todo o país. Contudo, os verea-</p><p>dores só contam com a imunidade material nos limites territoriais do município, o que torna o</p><p>item errado.</p><p>questão 4 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Com relação ao pedido</p><p>escrito de informação no âmbito do controle parlamentar, assinale a opção correta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>144 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>a) A legitimidade ativa para requerer informações por pedido escrito é da Câmara dos Deputa-</p><p>dos e do Senado Federal exclusivamente, sendo vedado o requerimento pelas comissões de</p><p>cada uma dessas Casas.</p><p>b) É permitido impetrar mandado de segurança a fim de compelir determinada autoridade esta-</p><p>tal a prestar as devidas informações caso a autoridade não tenha atendido ao pedido.</p><p>c) O pedido escrito de informação tem por finalidade a obtenção de informações relacionadas</p><p>com o exercício das atribuições da administração pública.</p><p>d) A legitimidade passiva para o fornecimento de informações é apenas dos ministros de Estado.</p><p>e) O prazo estipulado para que as informações sejam devidamente prestadas é de trinta dias,</p><p>cabendo prorrogação por igual período.</p><p>Letra c.</p><p>A letra c está correta conforme o art. 50 da CF:</p><p>Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão con-</p><p>vocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência</p><p>da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,</p><p>importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.</p><p>§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escri-</p><p>tos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste arti-</p><p>go, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não – atendimento, no prazo de trinta</p><p>dias, bem como a prestação de informações falsas.</p><p>Ainda sobre o tema, veja este julgado:</p><p>O direito de requerer informações aos ministros de Estado foi conferido pela Constituição</p><p>tão somente às Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e não a parla-</p><p>mentares individualmente. (…) O entendimento pacífico desta Corte é no sentido de que</p><p>o parlamentar individualmente não possui legitimidade para impetrar mandado de segu-</p><p>rança para defender prerrogativa concernente à Casa Legislativa à qual pertence (STF,</p><p>RMS 28.281).</p><p>questão 5 (MPC-PA/ASSISTENTE MINISTERIAL/2019) O controle político inclui</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>145 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>a) a competência do Congresso Nacional para sustar atos normativos do Poder Executivo que</p><p>exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.</p><p>b) a apuração de irregularidades por comissão parlamentar de inquérito e as sanções por esta</p><p>aplicadas.</p><p>c) o referendo e o plebiscito.</p><p>d) a competência privativa do Congresso Nacional e do Senado Federal para apreciar, a priori,</p><p>os atos do Poder Executivo.</p><p>e) a fiscalização das contas dos administradores e de demais responsáveis por dinheiros, bens</p><p>e valores públicos da administração direta e indireta.</p><p>Letra a.</p><p>A questão aborda o conteúdo do art. 49, V, da CF. Num só inciso aparecem duas hipóteses de</p><p>controle político de constitucionalidade feitas pelo Legislativo: no primeiro caso, o controle</p><p>recairá sobre os decretos regulamentares quando eles transbordarem àquela tarefa prevista</p><p>para o Executivo concretizar o comando legal. No segundo caso, ao autorizar o Presidente a</p><p>elaborar um decreto legislativo, o Congresso Nacional estabelece o conteúdo e os termos de</p><p>seu exercício, por meio de uma resolução. Contudo, se o Presidente extrapolar os limites da</p><p>delegação, o Congresso Nacional poderá sustar o excesso, utilizando-se de um decreto legis-</p><p>lativo. Em ambas as situações, é correto se falar em controle posterior (repressivo) de consti-</p><p>tucionalidade, uma vez que se pressupõe que o ato já esteja em vigor.</p><p>Logo, a letra a é a resposta esperada.</p><p>questão 6 (PGE-PE/ASSISTENTE DE PROCURADORIA/2019) A adoção do modelo pro-</p><p>porcional em eleições de deputados fere o princípio da eleição direta, pois a eleição de um</p><p>deputado não deve depender dos votos recebidos por outros candidatos do partido ou por sua</p><p>legenda.</p><p>Errado.</p><p>Mostrarei a você uma tabela muito útil, pois soluciona inúmeras questões de prova. Assim,</p><p>toda atenção é pouca! Lá vai:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>146 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Diferenças entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal</p><p>Câmara dos Deputados Senado Federal</p><p>É chamada de câmara baixa. É chamado de câmara alta.</p><p>Representa o povo. Representa os Estados e o Distrito Federal.</p><p>Número de membros varia em função da população:</p><p>no mínimo 8 e no máximo 70 deputados, por unidade</p><p>da federação.</p><p>Número de membros é fixo, pois todas as unidades da</p><p>federação (Estados e DF) possuem 3 senadores.</p><p>Eleição pelo sistema proporcional (quociente eleito-</p><p>ral).</p><p>Eleição pelo sistema majoritário simples – o mais</p><p>votado é o escolhido, não havendo 2º turno.</p><p>Deputados não têm suplentes. Quem tinha suplentes</p><p>era a coligação, mas a EC n. 97/2017 acabou com as</p><p>coligações nas eleições proporcionais (deputados e</p><p>vereadores).</p><p>Cada Senador é eleito com 2 suplentes.</p><p>Renovação total a cada quatro anos. Renovação parcial a cada quatro anos: 1/3 e 2/3,</p><p>alternadamente.</p><p>Mandato é de quatro anos</p><p>– uma legislatura. Mandato é de oito anos – duas legislaturas.</p><p>Idade mínima de 21 anos. Idade mínima de 35 anos (é por isso chamado de</p><p>“Casa dos Anciãos”).</p><p>Caso criado, território possuirá 4 deputados federais. Caso criado, território federal não possuirá senadores.</p><p>Aplicam-se as regras de fidelidade partidária. Desse</p><p>modo, em regra, haverá a perda do mandato se houver</p><p>a troca de legenda.</p><p>Não se aplicam as regras de fidelidade partidária. Tro-</p><p>cando de legenda, Senador não perde o mandato.</p><p>Avançando, o  item está errado, uma vez que o art. 45 da CF prevê a eleição dos deputados</p><p>mediante o sistema proporcional. Há um número mínimo de oito e máximo de 70 Deputados</p><p>Federais por Estado/DF, sendo que a definição será proporcional à população (e não aos elei-</p><p>tores) da localidade.</p><p>questão 7 (SEFAZ-RS/ASSISTENTE/2018) De acordo com a Constituição Federal de 1988,</p><p>a avaliação periódica da funcionalidade do sistema tributário nacional, em sua estrutura e em</p><p>seus componentes, e do desempenho das administrações tributárias da União, dos estados,</p><p>do Distrito Federal e dos municípios compete privativamente</p><p>a) ao Conselho da República.</p><p>b) ao Tribunal de Contas da União.</p><p>c) ao Senado Federal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>147 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>d) à Câmara dos Deputados.</p><p>e) ao Conselho Nacional de Justiça.</p><p>Letra c.</p><p>Segundo o que dispõe o art. 52 da CF, que trata sobre as competências privativas do Sena-</p><p>do. Veja:</p><p>Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:</p><p>XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional, em sua estrutura e</p><p>seus componentes, e  o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>Assim, a resposta esperada está na letra c.</p><p>questão 8 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Com relação ao pedido</p><p>escrito de informação no âmbito do controle parlamentar, assinale a opção correta.</p><p>a) A legitimidade passiva para o fornecimento de informações é apenas dos ministros de Es-</p><p>tado.</p><p>b) O prazo estipulado para que as informações sejam devidamente prestadas é de trinta dias,</p><p>cabendo prorrogação por igual período.</p><p>c) A legitimidade ativa para requerer informações por pedido escrito é da Câmara dos Deputa-</p><p>dos e do Senado Federal exclusivamente, sendo vedado o requerimento pelas comissões de</p><p>cada uma dessas Casas.</p><p>d) É permitido impetrar mandado de segurança a fim de compelir determinada autoridade esta-</p><p>tal a prestar as devidas informações caso a autoridade não tenha atendido ao pedido.</p><p>e) O pedido escrito de informação tem por finalidade a obtenção de informações relacionadas</p><p>com o exercício das atribuições da administração pública.</p><p>Letra e.</p><p>Veja o que diz o art. 50, § 2º, da Constituição:</p><p>Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão con-</p><p>vocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>148 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,</p><p>importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.</p><p>§ 2º As Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal poderão encaminhar pedidos escri-</p><p>tos de informações a Ministros de Estado ou a qualquer das pessoas referidas no caput deste arti-</p><p>go, importando em crime de responsabilidade a recusa, ou o não – atendimento, no prazo de trinta</p><p>dias, bem como a prestação de informações falsas.</p><p>Ainda sobre o tema, confira esta decisão do STF:</p><p>O direito de requerer informações aos ministros de Estado foi conferido pela Constituição</p><p>tão somente às Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e não a parlamen-</p><p>tares individualmente. (…) O entendimento pacífico desta Corte é no sentido de que o par-</p><p>lamentar individualmente não possui legitimidade para impetrar mandado de segurança</p><p>para defender prerrogativa concernente à Casa Legislativa à qual pertence (STF, RMS n.</p><p>28.251).</p><p>Assim, a resposta está na letra e.</p><p>questão 9 (TCE-MG/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/2018) Vários estados da Fe-</p><p>deração enfrentavam problemas relacionados à entrega de correspondências: o percentual</p><p>de cartas não entregues havia dobrado e, conforme o tipo de encomenda, os atrasos tinham</p><p>quintuplicado. Em razão disso, um deputado federal apresentou requerimento de convocação</p><p>do ministro das Comunicações para que este prestasse esclarecimentos sobre as principais</p><p>razões para essa crise dos serviços postais no Brasil. O pedido foi aprovado pela maioria ab-</p><p>soluta do plenário, e foi efetuada a convocação do ministro.</p><p>Nessa situação hipotética, a Câmara Legislativa exerceu o controle</p><p>a) judicial.</p><p>b) interno.</p><p>c) prévio.</p><p>d) administrativo.</p><p>e) parlamentar.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>149 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Letra e.</p><p>A letra e está correta, por se tratar do controle parlamentar feito com base no art. 50 da CF:</p><p>Art. 50. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal, ou qualquer de suas Comissões, poderão con-</p><p>vocar Ministro de Estado ou quaisquer titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência</p><p>da República para prestarem, pessoalmente, informações sobre assunto previamente determinado,</p><p>importando crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada.</p><p>questão 10 (MPU/TÉCNICO/2018) Ato normativo publicado pelo presidente da República e</p><p>cujo conteúdo exorbite do poder de regulamentar poderá ser sustado pelo Congresso Nacional.</p><p>Certo.</p><p>O item está certo e corresponde ao que consta no inciso V do artigo 49 da Constituição. Veja:</p><p>Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:</p><p>V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos</p><p>limites de delegação legislativa;</p><p>Avançando, muita atenção com esse dispositivo, dada a sua grande incidência nas provas.</p><p>Ele traz o chamado veto legislativo. Num só inciso aparecem duas hipóteses de controle políti-</p><p>co de constitucionalidade feitas pelo Legislativo: no primeiro caso, o controle recairá sobre os</p><p>decretos regulamentares quando eles transbordarem àquela tarefa prevista para o Executivo</p><p>concretizar o comando legal. No segundo caso, ao autorizar o Presidente a elaborar um decre-</p><p>to legislativo, o Congresso Nacional estabelece o conteúdo e os termos de seu exercício, por</p><p>meio de uma resolução. Contudo, se o Presidente extrapolar os limites da delegação, o Con-</p><p>gresso Nacional poderá sustar o excesso, utilizando-se de um decreto legislativo.</p><p>Em ambas as situações, é correto se falar em controle posterior (repressivo) de constituciona-</p><p>lidade, uma vez que se pressupõe que o ato já esteja em vigor.</p><p>Assim, o item está certo.</p><p>questão 11 (IPHAN/AUXILIAR/2018) Acerca da organização dos poderes do Estado, julgue</p><p>o item subsequente.</p><p>O número de deputados e de senadores é definido</p><p>em lei de acordo com o número de habitan-</p><p>tes de cada Estado e do Distrito Federal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>150 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Errado.</p><p>Vou mostrar a você uma tabela muito útil, pois soluciona inúmeras questões de prova. Assim,</p><p>toda atenção é pouca!</p><p>Diferenças entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal</p><p>Câmara dos Deputados Senado Federal</p><p>É chamada de câmara baixa. É chamado de câmara alta.</p><p>Representa o povo. Representa os Estados e o Distrito Federal.</p><p>Número de membros varia em função da população:</p><p>no mínimo 8 e no máximo 70 deputados, por unidade</p><p>da federação.</p><p>Número de membros é fixo, pois todas as unidades da</p><p>federação (Estados e DF) possuem 3 senadores.</p><p>Eleição pelo sistema proporcional (quociente eleito-</p><p>ral).</p><p>Eleição pelo sistema majoritário simples – o mais</p><p>votado é o escolhido, não havendo 2º turno.</p><p>Renovação total a cada quatro anos. Renovação parcial a cada quatro anos: 1/3 e 2/3,</p><p>alternadamente.</p><p>Mandato é de quatro anos – uma legislatura. Mandato é de oito anos – duas legislaturas.</p><p>Idade mínima de 21 anos. Idade mínima de 35 anos (é por isso chamado de</p><p>“Casa dos Anciãos”).</p><p>Caso criado, território possuirá 4 deputados federais. Caso criado, território federal não possuirá senadores.</p><p>Aplicam-se as regras de fidelidade partidária. Desse</p><p>modo, em regra, haverá a perda do mandato se houver</p><p>a troca de legenda.</p><p>Não se aplicam as regras de fidelidade partidária. Tro-</p><p>cando de legenda, Senador não perde o mandato.</p><p>Seguindo, o artigo 45, § 1º, da Constituição, diz que o número total de Deputados, bem como a</p><p>representação por Estado e pelo DF, será estabelecido por lei complementar federal.</p><p>Como você viu, há um número mínimo de oito e máximo de 70 Deputados Federais por Estado,</p><p>sendo que a definição será proporcional à população (e não aos eleitores) da localidade.</p><p>No entanto, você sabe que a população se desloca dentro de nosso território. Assim, exata-</p><p>mente para fazer esses ajustes, a Constituição prevê que, no ano anterior às eleições, seja feita</p><p>uma lei complementar.</p><p>Ocorre que o Congresso Nacional editou a LC n. 78/1993, delegando a tarefa de fixação do nú-</p><p>mero de Deputados Federais ao TSE. O Tribunal, por sua vez, editou uma Resolução, redefinin-</p><p>do a quantidade de Cadeiras para cada Estado, fazendo uso de dados do IBGE. Alguns Estados</p><p>ganharam, enquanto outros perderam. Quem ganhou não reclamou, mas quem perdeu…</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>151 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A questão, então, foi ao STF. O Tribunal entendeu que cabe somente ao Congresso Nacional a</p><p>regulamentação da matéria.</p><p>Assim, declarou-se inconstitucional a delegação feita pela LC, transferindo a atribuição do</p><p>Congresso Nacional ao TSE. Em consequência, por arrastamento, também se entendeu pela</p><p>inconstitucionalidade da Resolução do TSE (STF, ADI n. 4.963).</p><p>Voltando à questão, o item está errado, porque o número de Senadores é fixo – três por uni-</p><p>dade da Federação. Já o número de Deputados Federais varia entre 8 e 70, de acordo com a</p><p>população.</p><p>questão 12 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-</p><p>deres.</p><p>Caso o presidente da República pretenda realizar determinado ato que necessite de aprovação</p><p>da população, deverá realizar consulta plebiscitária, que será convocada por decreto presiden-</p><p>cial.</p><p>Errado.</p><p>É competência exclusiva do Congresso Nacional autorizar referendo e convocar plebiscito.</p><p>Assim, o item está errado, pois essa atribuição é indelegável ao presidente da República.</p><p>questão 13 (EMAP/ANALISTA/2018) No que se refere à organização dos poderes, julgue o</p><p>item que segue.</p><p>A criação de cargo público federal é matéria que cabe ao Congresso Nacional dispor, mas de-</p><p>pende da sanção do presidente da República.</p><p>Certo.</p><p>De acordo com o artigo 48, X, da Constituição, cabe ao Congresso Nacional, com a sanção</p><p>do presidente da República, dispor sobre todas as matérias de competência da União, espe-</p><p>cialmente sobre criação, transformação e extinção de cargos, empregos e funções públicas,</p><p>observado o que estabelece o art. 84, VI, b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>152 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Ah, a ressalva da letra ‘b’ do artigo 84, VI, é conhecida dos concurseiros. É que, se o cargo pú-</p><p>blico estiver vago, a extinção pode acontecer via decreto autônomo.</p><p>questão 14 (SEFAZ-RS/AUDITOR/2018/ADAPTADA) Julgue o item acerca do entendimento</p><p>firmado em jurisprudência do STF a respeito do julgamento de governador por crimes comuns</p><p>e da competência legislativa.</p><p>É vedado à unidade federativa instituir norma constitucional que condicione a instauração de</p><p>ação penal contra o governador por crime comum à prévia autorização da casa legislativa, ca-</p><p>bendo ao Superior Tribunal de Justiça dispor sobre a aplicação de medidas cautelares penais.</p><p>Certo.</p><p>Fazendo um paralelo, para processar e julgar o presidente da República, é necessária a autori-</p><p>zação da Câmara dos Deputados, pelo quorum de 2/3.</p><p>O STF entendia que essa regra descia também para os Governadores, com a necessidade de</p><p>autorização da AL ou da CLDF.</p><p>Acontece que em 2017 o jogo virou.</p><p>Atualmente, o STF entende pela inconstitucionalidade de norma estadual (Constituição ou lei)</p><p>que preveja autorização da Assembleia para processar os Governadores nos crimes comuns.</p><p>Então, a denúncia oferecida chega diretamente ao STJ, foro competente para o julgamento.</p><p>Ah, em novo paralelo, o presidente da República será afastado automaticamente com o rece-</p><p>bimento da denúncia ou queixa-crime (crimes comuns) ou com a instauração do processo no</p><p>Senado (crimes de responsabilidade).</p><p>Pois é, para os Governadores o afastamento não é automático. Tanto ele (afastamento) quanto</p><p>outras medidas cautelares penais devem ser decididas caso a caso, de forma fundamentada,</p><p>pelo Tribunal.</p><p>Dito isso, o item está certo por ter resumido toda essa conversa minha aí de cima.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>153 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 15 (ABIN/OFICIAL TÉCNICO/2018) Julgue o item que se segue, relativo ao Poder</p><p>Legislativo e à defesa do Estado e das instituições democráticas.</p><p>É necessária licença da casa legislativa para que o parlamentar possa incorporar-se às Forças</p><p>Armadas, mesmo em tempos de guerra.</p><p>Certo.</p><p>O artigo 53, § 7º, da Constituição, dispõe que é indispensável a prévia licença da Casa respec-</p><p>tiva para que o parlamentar se incorpore às Forças Armadas, ainda que em tempo de guerra.</p><p>Tem mais: durante estado de sítio, imunidades poderão ser suspensas,</p><p>mediante o voto de 2/3</p><p>(dois terços) dos membros da Casa, nos atos praticados fora do recinto do Congresso, que</p><p>sejam incompatíveis com a execução da medida.</p><p>Em nenhuma hipótese, imunidades serão cassadas. As possibilidades de suspensão se refe-</p><p>rem somente ao Estado de Sítio, que é o mais grave de todos.</p><p>questão 16 (PC-GO/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) A respeito do Poder Legis-</p><p>lativo, julgue o item a seguir.</p><p>A Câmara dos Deputados e o Senado Federal são compostos por representantes dos estados,</p><p>eleitos por meio do sistema proporcional.</p><p>Errado.</p><p>O item possui dois erros: primeiro, que apenas o Senado representa os Estados e o DF, enquan-</p><p>to a Câmara representa o povo. Segundo, que a eleição na Câmara é pelo sistema proporcional,</p><p>mas no Senado o sistema adotado é o majoritário simples. Ou seja, será eleito o mais votado,</p><p>não havendo segundo turno.</p><p>questão 17 (TRE-PE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2017/ADAPTADA) Compete privativamente à</p><p>Câmara dos Deputados autorizar a instauração de processo contra o presidente da República.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>154 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Certo.</p><p>Não importa se o crime é comum ou de responsabilidade! Para os dois casos, há a necessida-</p><p>de de autorização de 2/3 da Câmara (342 Deputados) para abrir processo contra o presidente</p><p>da República.</p><p>Vou repetir para você não esquecer: o STF, modificando sua jurisprudência, passou a entender</p><p>que a necessidade de autorização do Legislativo para o julgamento do presidente da República</p><p>seria uma prerrogativa exclusiva do Chefe de Estado.</p><p>Em outras palavras, para se processar Governadores ou Prefeitos, não há a necessidade de a</p><p>Assembleia Legislativa ou a Câmara dos Vereadores darem autorização.</p><p>Seguindo, tratando-se de crime comum, o  julgamento caberá ao STF. De outro lado, será o</p><p>Senado o órgão responsável para julgar os crimes de responsabilidade praticados pelo presi-</p><p>dente da República e pelo Vice-Presidente.</p><p>questão 18 (TCE-PR/NÍVEL SUPERIOR/2016/ADAPTADA) Com referência às atribuições</p><p>do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>Cabe ao Senado Federal suspender a execução de atos normativos do Poder Executivo que</p><p>exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.</p><p>Errado.</p><p>O artigo 49, V, da Constituição, dispõe caber ao Congresso Nacional (e não ao Senado, como</p><p>afirma o item) sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regula-</p><p>mentar ou dos limites de delegação legislativa.</p><p>Esse dispositivo é chamado por alguns doutrinadores de veto legislativo.</p><p>Num só inciso aparecem duas hipóteses de controle político de constitucionalidade feitas pelo</p><p>Legislativo: no primeiro caso, o controle recairá sobre os decretos regulamentares quando eles</p><p>transbordarem àquela tarefa prevista para o Executivo concretizar o comando legal.</p><p>No segundo caso, ao autorizar o Presidente a elaborar um decreto legislativo, o Congresso Na-</p><p>cional estabelece o conteúdo e os termos de seu exercício, por meio de uma resolução. Contu-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>155 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>do, se o presidente extrapolar os limites da delegação, o Congresso Nacional poderá sustar o</p><p>excesso, utilizando-se de um decreto legislativo.</p><p>Em ambas as situações, é correto se falar em controle posterior (repressivo) de constituciona-</p><p>lidade, uma vez que se pressupõe que o ato já esteja em vigor.</p><p>questão 19 (TCE-PA/AUXILIAR TÉCNICO/ADMINISTRAÇÃO/2016) No que diz respeito aos</p><p>Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, julgue o item, subsequente.</p><p>Em se tratando de crimes de responsabilidade, os membros do Conselho Nacional de Justiça</p><p>serão processados e julgados pelo Senado Federal.</p><p>Certo.</p><p>O artigo 52, II, da Constituição, dispõe que cabe ao Senado processar e julgar, nos crimes de</p><p>responsabilidade, os Ministros do STF, o PGR, os Membros do CNJ e do CNMP e o AGU.</p><p>Um alerta: embora a Constituição tenha previsto a competência do Senado para julgar os mem-</p><p>bros do CNJ e CNMP em caso de crime de responsabilidade, ela não disse a quem caberia o</p><p>julgamento dessas autoridades quando praticassem crimes comuns.</p><p>Desse modo, não haverá foro especial para o julgamento de crime comum tão só pelo fato de</p><p>a pessoa atuar como membro do CNJ ou do CNMP.</p><p>Contudo, pode acontecer de alguns integrantes serem julgados diretamente nos Tribunais,</p><p>sem começar na primeira instância.</p><p>É certo que alguns integrantes dos referidos conselhos ostentam o foro especial, mas isso se</p><p>dá em razão de outro cargo que ocupam. Exemplificando, um Ministro do STJ também integra-</p><p>rá o CNJ. Caso ele cometa crime comum, será julgado pelo STF, não pelo fato de ser membro</p><p>do CNJ, mas, sim, por ser Ministro de Tribunal Superior – art. 102, I, ‘c’, da CF/1988.</p><p>Por outro lado, os dois advogados e os dois cidadãos (um indicado pela Câmara e outro pelo</p><p>Senado) que integram os Conselhos não contam com foro especial, pois não se prevê essa</p><p>prerrogativa pela sua ocupação originária. Desse modo, caso sejam acusados da prática de</p><p>crime comum, o julgamento caberá a Juiz de 1º grau.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>156 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Processo Legislativo</p><p>questão 1 (TJ-PA/OFICIAL DE JUSTIÇA/2020) Determinado estado da Federação preten-</p><p>de instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões constituídas por</p><p>agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execu-</p><p>ção de funções públicas de interesse comum.</p><p>Nessa situação, o ente federativo poderá efetivar tal medida mediante</p><p>a) lei ordinária federal.</p><p>b) lei complementar federal.</p><p>c) medida provisória estadual.</p><p>d) lei ordinária estadual de iniciativa do Poder Executivo.</p><p>e) lei complementar estadual de iniciativa parlamentar.</p><p>Letra e.</p><p>Segundo o art. 25, § 3º, da CF, os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regi-</p><p>ões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos</p><p>de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções</p><p>públicas de interesse comum.</p><p>Ok, você já viu que será necessária a edição de uma lei complementar estadual.</p><p>Agora, é hora de esclarecer de quem seria a legitimidade para dar o start ao processo legislati-</p><p>vo, ou seja, quem vai apresentar o projeto de lei.</p><p>Nesse sentido, o STF decidiu que:</p><p>É constitucional lei complementar, de iniciativa parlamentar, que inclui município limítrofe</p><p>na região metropolitana. A iniciativa para esse projeto de lei não é privativa do chefe do</p><p>Poder Executivo e essa inclusão não acarreta aumento de despesa, não violando assim</p><p>os arts. 61, § 1 e 63, I, da CF/1988. (STF, ADI n. 2.803).</p><p>Portanto, a letra e é o gabarito da questão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer</p><p>meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>157 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 2 (MPC-PA/ANALISTA/2019) Com relação à medida provisória, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>a) A edição de medida provisória por governador de estado é estritamente vedada.</p><p>b) O prazo máximo para que medida provisória seja convertida em lei é de 180 dias após a sua</p><p>publicação.</p><p>c) Não sendo editado decreto legislativo para regulamentar as relações jurídicas após a perda</p><p>de eficácia de medida provisória, os atos praticados durante sua vigência permanecerão por</p><p>ela regidos.</p><p>d) Em caso de edição de medida provisória os parlamentares serão convocados extraordina-</p><p>riamente para deliberar sobre a medida provisória caso estejam em recesso.</p><p>e) Compete à Comissão de Constituição e Justiça da casa legislativa apreciar os aspectos</p><p>constitucionais de medidas provisórias.</p><p>Letra c.</p><p>Vou por exclusão, ok?</p><p>a) Errada. Nada impede a edição de medidas provisórias pelos estados, DF ou municípios, des-</p><p>de que, em relação aos primeiros haja previsão na Constituição Estadual, em relação aos dois</p><p>últimos, previsão na lei orgânica respectiva.</p><p>b) Errada. A MP tem validade de 60 dias, prorrogáveis uma vez por igual período.</p><p>d) Errada. Na letra d, não basta a edição de MP para que haja a convocação extraordinária do</p><p>Congresso Nacional. Ao contrário, a convocação tem lugar somente nas hipóteses constitucio-</p><p>nais, listadas na tabelinha a seguir:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>158 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Hipóteses de convocação extraordinária</p><p>Quem pode convocar Hipóteses</p><p>Presidente da República Em caso de urgência ou interesse público relevante, sempre</p><p>com aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas</p><p>do Congresso Nacional.</p><p>Presidente do Senado Federal</p><p>Presidente da Câmara dos Deputados</p><p>Requerimento da maioria dos membros de</p><p>ambas as Casas</p><p>Presidente do Senado Decretação de estado de defesa;</p><p>decretação de intervenção federal;</p><p>pedido de autorização para a decretação de estado de sítio;</p><p>para o compromisso e a posse do Presidente e Vice-Presi-</p><p>dente da República.</p><p>Durante sessão legislativa extraordinária, o Congresso Nacional somente deliberará sobre a</p><p>matéria para a qual foi convocado, além das medidas provisórias que estiverem em vigor na</p><p>data da convocação da sessão.</p><p>e) Errada. Ao chegar ao Congresso Nacional, a medida provisória passará por uma comissão</p><p>mista, responsável por analisar se estão – ou não – presentes os requisitos constitucionais</p><p>(urgência e relevância).</p><p>Não há dúvidas de que se trata de controle de constitucionalidade, feito pelo Legislativo (con-</p><p>trole político) na forma repressiva (posterior). Isso porque a MP já produzirá efeitos desde o</p><p>dia em que foi publicada.</p><p>Sobra como correta a letra c. Analisando conjuntamente os § § 3º, 11 e 12 do artigo 62, vê-se</p><p>que a rejeição da MP – tácita ou expressa – opera efeitos retroativos à data de sua edição. Daí,</p><p>abre-se o prazo de 60 dias para o Congresso Nacional editar decreto legislativo estabelecendo</p><p>como ficam as relações jurídicas no período em que a MP vigorou. Nada sendo feito, mesmo</p><p>depois de rejeitada, a MP valerá para aquele período.</p><p>questão 3 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2018) No que tange aos direitos e ga-</p><p>rantias fundamentais e ao processo legislativo, conforme disposto na Constituição Federal de</p><p>1988 (CF), julgue (C ou E) o item subsequente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>159 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>As assembleias legislativas estaduais dispõem de competência para propor emenda à CF, des-</p><p>de que a iniciativa parta de mais da metade das assembleias das unidades da Federação e</p><p>pela maioria relativa dos membros de cada uma delas.</p><p>Certo.</p><p>Em relação à Constituição Federal, iniciativa para a formulação de proposta de emenda à Cons-</p><p>tituição – PEC – cabe, concorrentemente, aos seguintes legitimados:</p><p>�a) presidente da República;</p><p>�b) um terço da Câmara dos Deputados;</p><p>�c) um terço do Senado Federal;</p><p>�d) mais da metade das Assembleias Legislativas, manifestando-se, cada uma delas, pela maio-</p><p>ria relativa de seus membros.</p><p>Três observações: a primeira, no sentido de que, no plano federal, não há iniciativa privativa</p><p>para a propositura de PEC. Ou seja, qualquer um dos legitimados pode tratar dos mais variados</p><p>temas.</p><p>Tal regra, entretanto, se aplica apenas à Constituição Federal. Isso porque nas Constituições</p><p>Estaduais, pode haver vício de iniciativa em PEC quando aquela matéria, no plano federal, só</p><p>puder ser tratada por lei de iniciativa do Executivo.</p><p>Nesses casos, buscando burlar a necessidade de o Governador deflagrar o processo legislati-</p><p>vo, os parlamentares estaduais buscam a EC para escapar da inconstitucionalidade, o que não</p><p>funciona.</p><p>A segunda, no sentido de que, no âmbito federal, não há previsão para a iniciativa popular para</p><p>a apresentação de PEC.</p><p>Por fim, a terceira para lembrar a maioria relativa, indicada em relação às Mesas das Assem-</p><p>bleias Legislativas, é sinônimo de maioria simples. Em qualquer um dos casos, o quorum exi-</p><p>gido será do 1º número inteiro superior à metade dos presentes naquela votação.</p><p>questão 4 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2018) No que tange aos direitos e ga-</p><p>rantias fundamentais e ao processo legislativo, conforme disposto na Constituição Federal de</p><p>1988 (CF), julgue (C ou E) o item subsequente.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>160 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A Câmara dos Deputados é a casa onde se devem iniciar todos os projetos de lei de iniciativa</p><p>do presidente da República, do STF ou de tribunal superior, cabendo ao Senado o papel de casa</p><p>revisora.</p><p>Certo.</p><p>Em razão da existência do bicameralismo federativo, os projetos de lei, na esfera federal, de-</p><p>vem ser apreciados pelas duas Casas: iniciadora e revisora.</p><p>Na maioria das vezes, a Casa iniciadora é a Câmara dos Deputados. Isso acontecerá em pro-</p><p>jetos de iniciativa do presidente da República, dos órgãos integrantes do Poder Judiciário, do</p><p>PGR, na iniciativa popular, dos Tribunais de Contas, de Deputados ou de Comissões da Câmara</p><p>dos Deputados.</p><p>Só até aqui já dá para ver que o item está certo. De todo modo, vou continuar.</p><p>Perante o Senado Federal são propostos os projetos de lei de iniciativa dos Senadores ou de</p><p>Comissões do Senado.</p><p>Após a sua iniciação, o projeto pode passar por algumas comissões, destacando-se a Comis-</p><p>são de Constituição e Justiça – CCJ. Nela, será analisado se a proposta é constitucional. Tra-</p><p>ta-se de controle político de constitucionalidade, na forma preventiva.</p><p>Daí segue, se for o caso, para aprovação em Plenário. Eu disse se for o caso, pois pode acon-</p><p>tecer de o projeto tramitar em</p><p>caráter conclusivo nas Comissões. Se isso acontecer, ele não</p><p>passará pelo Plenário, seguindo direto para a outra Casa Legislativa.</p><p>Sendo aprovado pela Casa Iniciadora, o projeto seguirá para a Revisora, na qual poderá:</p><p>a) ser aprovado: se for aprovado pela Casa Revisora, será enviado para sanção ou veto do Che-</p><p>fe do Executivo – isso para as situações em que se exige sua participação, como é o caso de</p><p>leis ordinárias e complementares;</p><p>b) ser rejeitado: se a Casa Revisora não aprovar o projeto, ele será arquivado. Aqui surgirá uma</p><p>distinção entre a irrepetibilidade relativa (LC e LO) e a absoluta (EC e MP).</p><p>Como assim?</p><p>Na irrepetibilidade relativa, que incide na LO e na LC, o projeto poderá ser reapresentado dentro</p><p>da mesma sessão legislativa pela proposta de maioria absoluta dos membros de qualquer das</p><p>Casas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>161 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Por sua vez, na irrepetibilidade absoluta, que vale para a EC e para a MP, a proposta rejeitada</p><p>em uma sessão legislativa não pode ser reapresentada na mesma sessão.</p><p>Aqui, chamo sua atenção para um ponto muito cobrado nas provas: a irrepetibilidade vale para</p><p>a mesma sessão legislativa, e não para a mesma legislatura (período de quatro anos).</p><p>questão 5 (EMAP/ANALISTA/2018) No que se refere à organização dos poderes, julgue o</p><p>item que segue.</p><p>Medida provisória que perca sua eficácia por decurso de prazo somente poderá ser reeditada</p><p>na mesma sessão legislativa, em caso de interesse público relevante.</p><p>Errado.</p><p>Assim como acontece com as emendas à Constituição, as medidas provisórias também são</p><p>alcançadas pela irrepetibilidade absoluta. Vale dizer, caso a MP seja rejeitada pelo Congresso</p><p>Nacional, não será possível a reedição na mesma sessão legislativa.</p><p>Ou seja, não há essa ressalva de “em caso de interesse público relevante”, como disse o co-</p><p>mando da questão, o que torna o item errado.</p><p>questão 6 (EMAP/ANALISTA/2018) Julgue o próximo item, relativo à organização dos po-</p><p>deres.</p><p>Para ser aprovada, uma emenda à Constituição Federal de 1988 deverá ser discutida e votada</p><p>em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, e sua aprovação dependerá da obten-</p><p>ção, em ambos os turnos, de três quintos dos votos dos respectivos membros, devendo o</p><p>intervalo mínimo entre tais turnos de votação ser de trinta dias.</p><p>Errado.</p><p>Para se aprovar uma EC, exige-se um processo muito mais rigoroso do que aquele necessário</p><p>para a aprovação dos demais atos normativos. São as chamadas limitações formais ou pro-</p><p>cedimentais.</p><p>Com efeito, a proposta precisa passar nas duas Casas do Congresso, sendo que em ambas</p><p>ocorrerão dois turnos de votação, exigindo-se, em cada um deles, a  aprovação de 3/5 dos</p><p>membros – se o examinador colocar o percentual de 60% também está certo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>162 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Fique atento(a), pois o quorum de 3/5 deve ser respeitado pelas Constituições Estaduais. Por</p><p>conta disso, declarou-se a inconstitucionalidade de norma estadual que previa o quorum de</p><p>4/5 para a modificação da Constituição daquele Estado. Tal exigência acabaria engessando a</p><p>CE (STF, ADI n. 486).</p><p>Outra coisa: o STF entende que a Constituição não fixou um intervalo temporal mínimo entre</p><p>os dois turnos de votação para fins de aprovação de emendas à Constituição (CF, art. 60, § 2º).</p><p>Assim, ficaria a cargo do Legislativo a definição do momento em que a matéria estaria “madu-</p><p>ra” para nova votação (STF, ADI n. 4.425).</p><p>Se houver o descumprimento desse procedimento rigoroso, a EC sofrerá de vício formal de</p><p>inconstitucionalidade.</p><p>questão 7 (STM/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Com relação à organização dos poderes e</p><p>às funções essenciais à justiça, julgue o item a seguir.</p><p>Situação hipotética: Por iniciativa de deputado federal, tramitou e foi aprovado, no Congresso</p><p>Nacional, projeto de lei que trata de regime jurídico dos militares das Forças Armadas. Asser-</p><p>tiva: Nessa situação, o projeto deverá ser vetado pelo presidente da República, porque existe</p><p>vício de constitucionalidade formal.</p><p>Certo.</p><p>O artigo 61 da Constituição Federal deixa claro que cabe ao presidente da República a iniciativa</p><p>de projetos de lei versando que fixem ou modifiquem o efetivo das forças armadas, além de</p><p>dispor sobre militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promo-</p><p>ções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.</p><p>Daí, fica fácil constatar o vício de iniciativa, pois deputado federal não poderia ter apresentado</p><p>projeto de lei sobre esse tema.</p><p>Ah, já me adiantando a uma pergunta batida nas bancas, o vício de iniciativa não se convalida</p><p>nem mesmo com a sanção presidencial.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>163 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 8 (TRE-TO/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) As medidas provisórias podem versar</p><p>sobre matéria que implique a majoração de imposto.</p><p>Certo.</p><p>Não há proibição à edição de MP em matéria tributária. No entanto, se a MP não for convertida</p><p>em lei antes do final do ano em que houve a sua edição, o novo tributo não poderá ser cobrado</p><p>no exercício seguinte (STF, ADI n. 1.667).</p><p>No entanto, há alguns tributos que não precisam respeitar o princípio da não surpresa (ou an-</p><p>terioridade ou anualidade tributária). Em relação a eles, seria possível a cobrança no mesmo</p><p>ano da conversão da MP em lei.</p><p>questão 9 (TRE-PE/ANALISTA JUDICIÁRIO/2017) É permitida, observados os pressupos-</p><p>tos constitucionais, a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa à nacionalidade e</p><p>à cidadania.</p><p>Errado.</p><p>O artigo 62, § 1º, da Constituição, traz algumas matérias que não podem ser tratadas por meio</p><p>de MPs. Entre elas estão nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito</p><p>eleitoral.</p><p>A ideia da proibição é impedir “viradas de mesa”. Em outras palavras, proíbe-se que o Chefe</p><p>do Executivo mude as regras do jogo de última hora, quando visse que perderia nas eleições</p><p>seguintes, por exemplo.</p><p>Avançando, também se proíbe a edição de MP em matéria relativa a direito penal, processual</p><p>penal e processual civil.</p><p>Aqui surgem duas observações: a primeira, no sentido de que não há proibição de medida pro-</p><p>visória em direito civil – a vedação é para direito processual civil.</p><p>A segunda, relativa a direito penal: em 8.11.2000, o STF proferiu uma decisão dizendo que seria</p><p>possível medida provisória em direito penal, quando ela favorecesse o réu (STF, RE 254.818).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>164 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO</p><p>CONSTITUCIONAL</p><p>No entanto, a Emenda n. 32/2001 passou a proibir expressamente medida provisória em direi-</p><p>to penal. Tal proibição não diferencia se a MP é favorável ou desfavorável ao réu.</p><p>Assim, nas provas objetivas, você deve responder que não cabe MP em direito penal, nem</p><p>mesmo se ela trouxer normas favoráveis ao réu, como é o caso de extinção da punibilidade,</p><p>abolitio criminis etc.</p><p>Nas provas subjetivas, por sua vez, é importante que você diga que não pode atualmente, mas</p><p>que já foi possível antes da EC n. 32/2001.</p><p>questão 10 (TCE-PA/AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO/2016) Acerca de processo legis-</p><p>lativo e fiscalização contábil, financeira e orçamentária, julgue o item a seguir, considerando as</p><p>disposições constitucionais sobre o Poder Legislativo.</p><p>Projeto de lei rejeitado poderá constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa se</p><p>proposto pela maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.</p><p>Certo.</p><p>Quando a questão fala “projeto de lei”, está englobando tanto leis ordinárias quanto comple-</p><p>mentares. E, para elas, está correto falar em irrepetibilidade relativa.</p><p>Na irrepetibilidade relativa, que incide na LO e na LC, o projeto poderá ser reapresentado dentro da</p><p>mesma sessão legislativa pela proposta de maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas.</p><p>Por sua vez, na irrepetibilidade absoluta, que vale para a EC e para a MP, a proposta rejeitada</p><p>em uma sessão legislativa não pode ser reapresentada na mesma sessão.</p><p>Outra coisa: embora o assunto seja para lá de controverso, a doutrina e a jurisprudência apon-</p><p>tam para a possibilidade de se relativizar a irrepetibilidade absoluta.</p><p>Isso aconteceria nas emendas à Constituição, quando for apresentada a PEC, ela fosse objeto</p><p>de alterações, passando a tramitar como substitutivo.</p><p>Para facilitar sua comprovação, vou usar a nomenclatura “PEC mãe” para o texto original e</p><p>“PEC filha” para o substitutivo, ok?</p><p>Nesse contexto, sendo votada a “PEC filha” e havendo a sua rejeição, nada impediria a reapre-</p><p>sentação, na mesma sessão legislativa, da “PEC mãe”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>165 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>O STF entende que o que não pode ser votado na mesma sessão legislativa é a emenda rejei-</p><p>tada ou havida por prejudicada, e não o substitutivo, que é uma subespécie do projeto original-</p><p>mente proposto (STF, MS 22.503).</p><p>De todo modo, nunca se esqueça de uma coisa: você deve prestar atenção ao comando da</p><p>questão! Se não houver o direcionamento para a situação excepcional que acabei de explicar,</p><p>a resposta esperada é a regra. Ou seja, no sentido de não poder ser reapresentada na mesma</p><p>sessão, a PEC rejeitada naquela sessão legislativa.</p><p>Tem mais uma exceção, que se aplica tanto para as leis quanto para MP e EC: a rejeição de</p><p>uma matéria em uma sessão legislativa ordinária (2/2 a 17/7 e 1º/08 a 22/12) não impede a</p><p>reapresentação na sessão legislativa extraordinária – que funciona durante o recesso parla-</p><p>mentar (STF, ADI 2.010).</p><p>questão 11 (TRE-MT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2015/ADAPTADA) A respeito das espécies</p><p>normativas e do processo legislativo, julgue o item.</p><p>São consideradas cláusulas pétreas da CF, entre outras, a forma federativa de Estado e o voto</p><p>direto, secreto, universal e periódico, não se admitindo emenda constitucional tendente a abo-</p><p>li-las.</p><p>Certo.</p><p>As emendas à Constituição são fruto do Poder Constituinte Derivado Reformador. Ou seja, são</p><p>criaturas do Poder Constituinte Originário.</p><p>Enquanto o Originário tem como características ser autônomo, incondicionado, inicial e ilimita-</p><p>do juridicamente, o derivado possui limitações impostas pelo Originário.</p><p>As limitações são de diferentes ordens: formais/procedimentais; circunstanciais; materiais e</p><p>implícitas.</p><p>Todo concurseiro já ouviu falar nas cláusulas pétreas! Elas são as limitações materiais e as</p><p>explícitas estão previstas no artigo 60, § 4º, da Constituição.</p><p>Uma primeira e importante observação é no sentido de que as cláusulas pétreas podem sofrer</p><p>modificação. Quer um exemplo?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>166 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>O artigo 5º foi alterado pela EC n. 45/2004, que inseriu três novos direitos ao seu já extenso</p><p>rol: 1) princípio da razoável duração do processo; 2) adesão ao Tribunal Penal Internacional –</p><p>TPI; e 3) equiparação dos tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados em dois</p><p>turnos, três quintos de votos em cada Casa do Congresso Nacional às ECs.</p><p>Seguindo, o que a Constituição não permite é que as cláusulas pétreas sejam abolidas, retira-</p><p>das. Mais do que isso: se proíbe que as matérias sejam objeto de deliberação.</p><p>Sabe o que isso significa?</p><p>É que nós podemos “cortar o mal pela raiz”, barrando a própria tramitação da EC que venha a</p><p>violar uma cláusula pétrea. Para isso, abre-se a excepcional possibilidade de controle preven-</p><p>tivo jurisdicional de constitucionalidade, viabilizado apenas e tão somente aos parlamentares,</p><p>por meio de mandado de segurança a ser impetrado no STF (STF, MS 32.033).</p><p>Professor, mas o MS não é o remédio utilizado para proteger direito líquido e certo não</p><p>amparado por HC ou HD?</p><p>Isso mesmo. Nesse caso, os parlamentares possuiriam o direito líquido e certo ao devido pro-</p><p>cesso legislativo.</p><p>Está bem, mas eu falei demais e ainda não mostrei a você quais são as tais cláusulas pétreas,</p><p>né?! Então, vamos lá: não será objeto de deliberação a proposta tendente a abolir:</p><p>�a) a forma federativa de Estado;</p><p>Não se permite o direito de secessão (separação), pois a característica central de uma Federa-</p><p>ção é a união indissolúvel de seus membros.</p><p>Aliás, ideias separatistas autorizam o uso da intervenção federal, por violar um dos princípios</p><p>sensíveis de nossa Constituição – artigo 34, VII.</p><p>Ainda dentro do tema, alguns Estados questionaram a lei federal que fixou o piso nacional para</p><p>profissionais da educação. Em outras palavras, uma lei editada pela União estabeleceu o valor</p><p>mínimo que os Estados, o DF e os Municípios deveriam pagar aos seus professores.</p><p>Ao julgar o caso, o STF entendeu que não haveria ofensa à forma federativa de Estado (STF,</p><p>ADI 4.167).</p><p>�b) o voto direto, secreto, universal e periódico;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>167 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A primeira coisa a pontuar é que a obrigatoriedade do voto não é cláusula pétrea. Para que o</p><p>voto passe a ser facultativo, bastaria a promulgação de EC nesse sentido.</p><p>Seguindo, foi com base no voto secreto que se declarou a inconstitucionalidade de lei federal</p><p>a qual previa a utilização de impressoras junto às urnas eletrônicas.</p><p>A ideia da lei era permitir um maior controle sobre a segurança das urnas, diante dos questio-</p><p>namentos acerca de possíveis fraudes. Previa-se que, por amostragem, o resultado de algu-</p><p>mas urnas eletrônicas seria confrontado com os votos impressos, depositados num coletor</p><p>junto à própria</p><p>ressalvados os</p><p>casos previstos em lei complementar;</p><p>Mais uma vez, vê-se a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo (olha a importância da</p><p>tabelinha com os artigos 21, 49 e 84).</p><p>Ao presidente da República cabe privativamente a missão de declarar guerra ou celebrar</p><p>paz, enquanto o Congresso Nacional dará a necessária autorização.</p><p>Se a declaração de guerra ou a celebração de paz ocorrer no intervalo das sessões legisla-</p><p>tivas, o Congresso Nacional irá referendar, e não autorizar.</p><p>III – autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a</p><p>ausência exceder a quinze dias;</p><p>Cuidado para não confundir o prazo de 15 dias, previsto nesse dispositivo, com o de 10</p><p>dias, previsto para o caso de presidente da República e vice não tomarem posse, injustificada-</p><p>mente, o que acarretará a declaração de cargo vago.</p><p>Mais uma coisa: fique ligado(a) para a grande incidência dessa regra nas provas de concurso!</p><p>É que algumas Constituições Estaduais previam o seguinte: para o governador sair do Esta-</p><p>do por mais de 15 dias, ou para sair do País, por qualquer prazo, seria necessária a autorização</p><p>da Assembleia Legislativa, sob pena de perda do cargo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>15 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>O STF, invocando o princípio da simetria, afastou essas regras estaduais, estabelecendo a</p><p>necessidade de autorização da Assembleia Legislativa apenas para ausências do governador</p><p>ou vice superiores a 15 dias (STF, ADI n. 738). Idêntico raciocínio se aplica aos Prefeitos, quan-</p><p>to à necessidade de licença da Câmara dos Vereadores (STF, RE n. 317.574).</p><p>IV – aprovar (depois) o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar (antes) o estado de sítio,</p><p>ou suspender qualquer uma dessas medidas;</p><p>V – sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos</p><p>limites de delegação legislativa;</p><p>É importantíssimo esse dispositivo, chamado por alguns doutrinadores de veto legislativo.</p><p>Num só inciso aparecem duas hipóteses de controle político de constitucionalidade feitas</p><p>pelo Legislativo: no primeiro caso, o controle recairá sobre os decretos regulamentares quan-</p><p>do eles transbordarem àquela tarefa prevista para o Executivo concretizar o comando legal.</p><p>No segundo caso, ao autorizar o presidente a editar uma lei delegada, o Congresso Nacio-</p><p>nal estabelece o conteúdo e os termos de seu exercício, por meio de uma resolução. Contudo,</p><p>se o Presidente extrapolar os limites da delegação, o Congresso Nacional poderá sustar o</p><p>excesso, utilizando-se de um decreto legislativo.</p><p>Em ambas as situações, é correto se falar em controle posterior (repressivo) de constitu-</p><p>cionalidade, uma vez que se pressupõe que o ato já esteja em vigor.</p><p>Um detalhe: a regra do artigo 49, V, deve ser seguida pelos estados sem ampliação. Digo</p><p>isso porque a Constituição do estado de Goiás atribuía à Assembleia Legislativa a prerrogativa</p><p>para sustar atos normativos do Poder Executivo ou dos Tribunais de Contas.</p><p>A extensão da possibilidade de sustação para os atos dos Tribunais de Contas foi consi-</p><p>derada inconstitucional, por ser uma afronta aos princípios da simetria, da separação de Po-</p><p>deres, além de violação das garantias da independência, autonomia funcional, administrativa e</p><p>financeira das Cortes de Contas (STF, ADI n. 5.290).</p><p>Há controle político de constitucionalidade quando o Congresso susta os atos do Executivo</p><p>que exorbitam do poder regulamentar ou dos limites da delegação legislativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>16 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>VI – mudar temporariamente sua sede;</p><p>VII – fixar idêntico subsídio para os deputados Federais e os senadores;</p><p>VIII – fixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República e dos Ministros de Estado;</p><p>IX – julgar anualmente as contas prestadas pelo presidente da República e apreciar os relatórios</p><p>sobre a execução dos planos de governo;</p><p>O presidente da República deve prestar as contas ao Congresso. Mas, se dentro do prazo</p><p>de 60 dias após a abertura da sessão legislativa ele não fizer a prestação devida, caberá à Câ-</p><p>mara do Deputados proceder à tomada de contas.</p><p>X – fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,</p><p>incluídos os da administração indireta;</p><p>XI – zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da atribuição normativa dos</p><p>outros Poderes;</p><p>XII – apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão;</p><p>XIII – escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;</p><p>O TCU é composto de nove ministros. A escolha de um terço (três) cabe ao presidente da</p><p>República, enquanto os outros seis membros devem ser escolhidos pelo Congresso.</p><p>Na escolha de ministros do TCU, só haverá sabatina pelo Senado Federal em relação aos mem-</p><p>bros indicados pelo presidente da República.</p><p>XIV – aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;</p><p>XV – autorizar referendo e convocar plebiscito;</p><p>XVI – autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pes-</p><p>quisa e lavra de riquezas minerais;</p><p>XVII – aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois</p><p>mil e quinhentos hectares.</p><p>3.2. ComPetênCia Privativa da Câmara do dePutados</p><p>Há pouco, eu disse para você que o artigo 51 da Constituição é pequeno, devendo ser com-</p><p>preendido (gravado, decorado etc.). Você vai notar que as competências da Câmara aparecem</p><p>em apenas cinco incisos, mas que somente dois deles realmente são cobrados nas provas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>17 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Vamos lá, então!</p><p>O artigo 51 da CF/1988 lista as seguintes competências:</p><p>I – autorizar, por 2/3 de seus membros, a instauração de processo contra o presidente da República,</p><p>o Vice-Presidente e os Ministros de Estado.</p><p>Não importa se o crime é comum ou de responsabilidade! Para os dois casos, há a neces-</p><p>sidade de autorização de 2/3 da Câmara (342 deputados) para abrir processo contra o presi-</p><p>dente da República.</p><p>Um ponto importantíssimo: o STF, modificando sua jurisprudência, passou a entender que</p><p>a necessidade de autorização do Legislativo para o julgamento do presidente da República</p><p>seria uma prerrogativa exclusiva do chefe de Estado.</p><p>Em outras palavras, para se processar governadores ou Prefeitos não há a necessidade de</p><p>a Assembleia Legislativa ou a Câmara dos Vereadores darem autorização.</p><p>Mais do que isso: se houver na Constituição Estadual algum dispositivo prevendo a ne-</p><p>cessidade de autorização, essa regra será inconstitucional (STF, ADI n. 4.797).</p><p>Seguindo, tratando-se de crime comum, o julgamento caberá ao STF. De outro lado, será o</p><p>Senado o órgão responsável para julgar os crimes de responsabilidade praticados pelo presi-</p><p>dente da República e pelo vice-presidente.</p><p>Em relação aos ministros</p><p>impressora.</p><p>Contudo, prevaleceu a ideia segundo a qual o voto impresso acabava permitindo a possibili-</p><p>dade de acesso humano aos votos já depositados nas urnas, sob o pretexto, por exemplo, de</p><p>corrigir algum defeito na impressora (STF, ADI 4.543).</p><p>Ah, fique atento(a), pois o voto secreto é assegurado nas eleições diretas. Nas eleições indire-</p><p>tas, poderia o voto ser aberto. Foi o que aconteceu, por exemplo, no Estado de Tocantins, que</p><p>teve de realizar eleições indiretas, sendo a escolha do novo Governador e do Vice a cargo da</p><p>Assembleia Legislativa (STF, ADI 4.298).</p><p>�c) a separação dos Poderes;</p><p>Esta é a cláusula pétrea campeã nas provas de concursos! Em vários julgados, o STF afirma</p><p>a violação ao princípio da separação de Poderes. Vou te passar as questões mais cobradas</p><p>pelos Examinadores, ok?</p><p>Antes, porém, um alerta: na maioria das vezes, o defeito está no fato de se exigir a participação</p><p>do Legislativo em um assunto que seria próprio aos outros Poderes. Veja:</p><p>1) Viola a separação de Poderes lei estadual que condiciona todas as desapropriações feitas</p><p>a prévia aprovação do Legislativo. O defeito aqui seria o fato de essa tarefa – desapropriar –</p><p>caber ao Executivo (STF, ADI 106).</p><p>2) Viola a separação de Poderes lei estadual que exija a sabatina de nomes de lista tríplice</p><p>ao cargo de Procurador-Geral de Justiça (PGJ). A razão da inconstitucionalidade nesse caso</p><p>consiste na ausência de previsão da sabatina na Constituição Federal. E, na escolha do PGJ,</p><p>o Chefe do Executivo já fica restringido por conta da lista tríplice, elaborada pelo próprio MP</p><p>(STF, ADI 3.888).</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>168 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>3) No mesmo sentido do item anterior, também seria inconstitucional norma estadual que</p><p>previsse a aprovação, pela Assembleia Legislativa, dos integrantes da lista tríplice do quinto</p><p>constitucional para preenchimento de vaga de Desembargador do TJ (STF, ADI 4.150).</p><p>4) Viola a separação de Poderes lei estadual que preveja sabatina do Legislativo para os inte-</p><p>grantes de Diretorias das entidades da Administração Indireta (empresas públicas e socieda-</p><p>des de economia mista). A exceção ficaria por conta das autarquias e das fundações públicas,</p><p>pois, em relação a elas, a Constituição Federal prevê a aprovação do Senado. Assim, em sime-</p><p>tria, a Constituição Estadual também poderia prever (STF, ADI 2.225).</p><p>5) Viola a separação de Poderes a convocação de Magistrado, por CPIs, para prestar escla-</p><p>recimentos sobre ato jurisdicional praticado. Como você sabe, contra decisão judicial cabe</p><p>recurso, e não CPI (STF, HC 86.581).</p><p>�d) os direitos e garantias individuais.</p><p>Dentro da expressão “direitos e garantias individuais”, segundo o STF, estariam os artigos 5º</p><p>(direitos e deveres individuais e coletivos); 16 (princípio da anterioridade eleitoral); e 150 (limi-</p><p>tações ao poder de tributar).</p><p>Cuidado para uma pegadinha comum nas provas: trocar direitos e garantias individuais por</p><p>fundamentais. Onde estaria o erro?</p><p>Direitos e garantias fundamentais compreendem todo o Título II da Constituição – artigos 5º a</p><p>17. E não são cláusulas pétreas os direitos sociais, de nacionalidade etc.</p><p>Foi com base nessa cláusula pétrea que se afirmou a inconstitucionalidade da EC n. 52/2006</p><p>na parte em que permitia a aplicação da referida emenda às eleições daquele ano.</p><p>É que o teor da emenda alterava o processo eleitoral, devendo ser aplicado apenas às eleições</p><p>que ocorressem um ano após a entrada em vigor da norma (STF, ADI 3.685).</p><p>Está bem! Você viu as cláusulas pétreas explícitas. Será que haveria outras, implícitas, no tex-</p><p>to constitucional?</p><p>A doutrina entende que sim!</p><p>Ilustrativamente, Gilmar Mendes e Paulo Gonet, no seu Curso de Direito Constitucional citam</p><p>os Princípios Fundamentais (artigos 1º a 4º) como cláusulas pétreas implícitas. Isso faz bas-</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>169 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>tante sentido, uma vez que eles abrem a Constituição, servindo como parâmetro para outros</p><p>dispositivos do texto.</p><p>questão 12 (PC-GO/ESCRIVÃO DE POLÍCIA/2016/ADAPTADA) A respeito do Poder Legis-</p><p>lativo, julgue o item a seguir.</p><p>No âmbito do processo legislativo, é permitido ao presidente da República vetar em parte um</p><p>projeto de lei, podendo o veto parcial abranger fragmento de texto de artigo.</p><p>Errado.</p><p>A primeira coisa que você deve saber é que só existirá a deliberação executiva (sanção ou</p><p>veto) nas leis ordinárias, nas leis complementares e nas medidas provisórias aprovadas pelo</p><p>Congresso Nacional com modificações.</p><p>Assim, não se fala em sanção ou veto para as emendas à Constituição, leis delegadas, re-</p><p>soluções e decretos legislativos e para as MPs aprovadas sem modificação pelo Congresso</p><p>Nacional.</p><p>Avançando, o veto presidencial pode alcançar toda a lei ou se restringir a determinado artigo,</p><p>parágrafo, inciso ou alínea.</p><p>Fique de olho, pois o Presidente não pode vetar somente uma palavra, um trecho ou expressão</p><p>dentro de uma frase. Essa proibição é para evitar desvirtuamento do projeto aprovado pelo</p><p>Legislativo.</p><p>Nesse sentido, basta pensar na seguinte frase: “Não poderá ser realizada a alienação de deter-</p><p>minado bem”. Excluída a palavra “não” do texto, certamente outro sentido terá a lei.</p><p>Ah, é importante falar que o Judiciário, ao contrário do Executivo, pode retirar uma palavra ou</p><p>expressão de dentro da frase.</p><p>Mais do que isso, ao fazer o controle de constitucionalidade, pode o Judiciário retirar apenas</p><p>uma interpretação entre as possíveis, quando estivermos diante de palavras plurissignificati-</p><p>vas. Isso será possível dentro das técnicas de declaração de inconstitucionalidade parcial sem</p><p>redução de texto ou ainda na interpretação conforme a Constituição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>170 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>questão 13 (INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/2016) Acerca do processo legislativo,</p><p>da hierarquia das normas e do controle de constitucionalidade das leis e dos atos normativos,</p><p>julgue (C ou E) o item que se segue.</p><p>Como atos normativos primários, as resoluções destinam-se a regular matéria de competência</p><p>da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, razão por que desempenham tão somente</p><p>efeitos internos a ambas as Casas.</p><p>Errado.</p><p>A competência exclusiva do Congresso Nacional (artigo 49) é geralmente exercida por meio</p><p>de decreto legislativo. Há hipóteses, porém, em que será executada por intermédio de resolu-</p><p>ção. É o caso da autorização dada ao presidente da República para a edição de lei delegada</p><p>– art. 68, § 2º, da CF/1988.</p><p>Outro ponto importante é que Câmara e Senado não editam decretos legislativos, reservados</p><p>exclusivamente ao Congresso.</p><p>Desse modo, uma resolução legislativa pode ser editada tanto pelo Congresso Nacional (ex-</p><p>ceção), quanto pela Câmara e pelo Senado. Já o Decreto Legislativo, só pode ser feito pelo</p><p>Congresso Nacional.</p><p>Mais</p><p>de Estado, cabe uma ressalva: se eles praticarem o crime de res-</p><p>ponsabilidade juntamente com o presidente da República ou Vice, serão julgados pelo Senado.</p><p>Não havendo a conexão, caberá ao STF o julgamento desse agente, tanto no crime comum</p><p>quanto no crime de responsabilidade.</p><p>Atualmente, o STF entende que não há necessidade de autorização do Legislativo para o STJ</p><p>abrir processo por crime comum contra governadores. Essa prerrogativa seria apenas do pre-</p><p>sidente da República.</p><p>II – proceder à tomada de contas do presidente da República se ele não as apresentar ao Congresso</p><p>Nacional no prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>18 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Lá no artigo 49, você viu que o presidente da República deve prestar as contas ao Congres-</p><p>so. Mas, se dentro do prazo de 60 dias após a abertura da sessão legislativa ele não fizer isso,</p><p>caberá à Câmara do Deputados proceder à tomada de contas.</p><p>III – elaborar seu regimento interno;</p><p>IV – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos</p><p>cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remu-</p><p>neração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;</p><p>V – eleger dois membros do Conselho da República.</p><p>Eu tinha dito a você que seriam apenas cinco incisos com as competências, mas a comple-</p><p>xidade maior ficava com dois deles – os dois primeiros.</p><p>Igual ao ditado popular, os três incisos restantes são mais fáceis do que empurrar bêba-</p><p>do na ladeira. Pense comigo: Quem vai elaborar o Regimento Interno da Câmara? Quem vai</p><p>organizar o funcionamento e a polícia da Câmara? Quem deve apresentar projeto de lei para</p><p>aumentar a remuneração dos servidores da Câmara?</p><p>É óbvio que, para todas essas perguntas, há apenas uma resposta: a própria Câmara, no</p><p>bom e velho estilo do “ema, ema, ema, cada com seu problema”.</p><p>Para fechar as competências, o Conselho da República (artigo 89 da Constituição) tem, em</p><p>sua composição, seis cidadãos natos. A escolha desses cidadãos cabe à Câmara, ao Senado</p><p>e ao presidente da República, cada qual indicando dois integrantes.</p><p>3.3. ComPetênCia Privativa do senado FederaL</p><p>O artigo 52 é bem extenso, mas há algumas diretrizes a seguir. A primeira, relacionada ao</p><p>julgamento de crimes de responsabilidade de boa parte das autoridades mais importantes do</p><p>país, como aparece nos incisos I e II.</p><p>A segunda diretriz está relacionada à sabatina de nomes, que é feita apenas pelo Senado</p><p>Federal. Nada nesse sentido caberá à Câmara ou ao Congresso. Ah, não esqueça que a EC n.</p><p>76/2013 acabou com as hipóteses de voto secreto, ficando de fora da proibição exatamente as</p><p>sabatinas feitas pelo Senado, as quais continuam com a arguição pública, mas votação secreta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>19 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A terceira – e última – diretriz está relacionada à própria razão de ser do Senado. Veja que</p><p>ele representa os Estados e o DF. Assim, quando o assunto estiver relacionado aos Entes fede-</p><p>rados, acenda o sinal de alerta, pois provavelmente você estará diante de alguma competência</p><p>do artigo 52.</p><p>Quer um exemplo? Não é segredo algum que existe uma declarada “guerra fiscal” entre os</p><p>Estados para atrair a instalação de indústrias em seus territórios. Nesse contexto, benefícios</p><p>tributários são oferecidos, como é o caso da redução das alíquotas do ICMS. Para trazer parâ-</p><p>metros à disputa, o Senado fixará alíquotas mínimas e máximas.</p><p>É esta a redação do art. 52 da Constituição Federal:</p><p>I – processar e julgar o presidente da República e o Vice-Presidente nos crimes de responsabilida-</p><p>de, bem como os Ministros e Estado e Comandantes das Forças Armadas, nos crimes de responsa-</p><p>bilidade conexos (relacionados) àqueles.</p><p>Você viu no tópico anterior que a autorização para o julgamento dessas autoridades deve</p><p>ser dada por 2/3 dos membros da Câmara do Deputados.</p><p>Nas “infrações penais comuns”, expressão que também abrange os crimes eleitorais e as</p><p>contravenções penais, o Presidente e o Vice-Presidente serão julgados pelo STF.</p><p>Em relação aos Ministros de Estado, cabe uma ressalva: se eles praticarem o crime de res-</p><p>ponsabilidade juntamente com o presidente da República ou Vice, serão julgados pelo Senado.</p><p>Do contrário, não havendo a conexão, caberá ao STF o julgamento dos Ministros de Estado,</p><p>tanto no crime comum quanto no crime de responsabilidade.</p><p>Outra coisa: na Lei n. 1.079/1950 está previsto que cabe a qualquer cidadão denunciar o</p><p>presidente da República nos crimes de responsabilidade.</p><p>Sendo negado o pedido pela Câmara do Deputados, não há previsão de recurso contra</p><p>essa decisão.</p><p>Pensando no impeachment da ex-presidente Dilma, você deve se lembrar que o então pre-</p><p>sidente da Câmara do Deputados, Eduardo Cunha, negou uma série de pedidos e, ao final, de</p><p>um desentendimento político com o Partido dos Trabalhadores, recebeu a acusação formula-</p><p>da por Janaína Paschoal, Miguel Reale Júnior e Hélio Bicudo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>20 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Seguindo para a tramitação do pedido, admitida a acusação pela Câmara do Deputados,</p><p>em quórum de 2/3, o processo será remetido ao Senado Federal.</p><p>Nesse ponto, houve uma importância modificação: o STF entendeu que o Senado Federal,</p><p>ao receber o processo vindo da Câmara do Deputados, não estaria vinculado à instauração do</p><p>processo, devendo fazer uma análise prévia de admissibilidade.</p><p>Ou seja, ao invés de ficar vinculado à manifestação da Câmara, o Senado deveria se ma-</p><p>nifestar expressamente se receberia – ou não – a denúncia autorizada pela Câmara. Nessa</p><p>manifestação, o quórum seria de maioria simples, exigindo-se o quórum de 2/3 apenas no</p><p>julgamento final (STF, ADPF n. 387).</p><p>Ah, diante do inegável clima hostil (para dizer o mínimo!) entre Dilma e Eduardo Cunha,</p><p>questionou-se sobre a possibilidade de aplicação das regras de suspeição ou impedimento</p><p>relacionadas aos parlamentares, seja da Câmara do Deputados (admissão da acusação), seja</p><p>do Senado Federal (julgamento no Crime de Responsabilidade). A esse respeito, o STF enten-</p><p>deu pela inaplicabilidade das regras de suspeição e de impedimento previstas nos Códigos de</p><p>Processo (STF, MS n. 21.623).</p><p>O STF entende que, ao receber o processo de impeachment vindo da Câmara, o Senado deve</p><p>fazer um juízo prévio de admissibilidade da acusação, em votação por maioria simples.</p><p>II – processar e julgar Ministros do STF, membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do Con-</p><p>selho Nacional do Ministério Público (CNMP), o Procurador-Geral da República (PGR) e o Advogado-</p><p>-Geral da União (AGU), nos crimes de responsabilidade;</p><p>Se você reparar bem, verá que compete ao STF julgar as autoridades do “Primeiro Escalão”</p><p>de cada um dos Poderes da República nos crimes comuns. Não entendeu? Então,</p><p>veja.</p><p>O artigo 102 diz que compete ao STF julgar, nos crimes comuns, o presidente e o vice-pre-</p><p>sidente da República (Executivo); os Ministros do próprio STF (Judiciário); os Membros do</p><p>Congresso Nacional (Legislativo) e o PGR, mandatário do MPU.</p><p>Já nos crimes de responsabilidade, a regra é no sentido de o integrante do “primeiro esca-</p><p>lão” ser julgado perante o Senado Federal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>21 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Por que eu usei a expressão “a regra”?</p><p>Simples! É que os parlamentares não estão sujeitos aos chamados crime de responsabi-</p><p>lidade, havendo quanto a eles uma sistemática própria, da quebra de decoro, ocasião em que</p><p>cada um responde na respectiva Casa.</p><p>Avançando, ao analisar um pedido de impeachment dirigido contra Ministro do STF, o então</p><p>presidente do Senado rejeitou a denúncia, por ausência de justa causa (falta de motivo).</p><p>Daí, foi impetrado um mandado de segurança no STF, sob o argumento de que eventual</p><p>arquivamento deveria ser feita pela Mesa do Senado, e não pelo presidente.</p><p>Na ocasião, o STF negou o pedido e entendeu que a competência era unipessoal do Presi-</p><p>dente do Senado (STF, MS n. 34.592).</p><p>Mas se você reparou bem, notou que outras autoridades também receberam foro especial</p><p>no caso de apuração para crimes de responsabilidade: o AGU e os Membros do CNJ e do CNMP.</p><p>Pois bem.</p><p>O AGU, apesar de ser equiparado a Ministro de Estado, tem duas diferenças de tratamento</p><p>quando comparado aos próprios Ministros:</p><p>a) a idade mínima para ser AGU é de 35 anos (artigo 131, § 1º, da Constituição), enquanto</p><p>a dos demais Ministros de Estado é de apenas 21 anos;</p><p>b) nos crimes comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado são jul-</p><p>gados originariamente pelo STF.</p><p>Excepcionalmente, eles responderão perante o Senado Federal quando o crime de res-</p><p>ponsabilidade tiver sido praticado em conexão com o Presidente ou o Vice-Presidente da</p><p>República.</p><p>Quanto ao AGU, independentemente de haver ou não conexão com o Presidente ou o Vi-</p><p>ce-Presidente, ele sempre será julgado no Senado Federal no crime de responsabilidade, por</p><p>conta de regra específica, prevista no artigo 52, II, da Constituição.</p><p>Avançando, vale mais um alerta: é que, embora a Constituição tenha previsto a competência</p><p>do Senado para julgar os membros do CNJ e CNMP em caso de crime de responsabilidade, ela</p><p>não disse a quem caberia o julgamento dessas autoridades quando praticassem crimes comuns.</p><p>Desse modo, não haverá foro especial para o julgamento de crime comum tão só pelo fato</p><p>de a pessoa atuar como membro do CNJ ou do CNMP.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>22 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Contudo, pode acontecer de alguns integrantes serem julgados diretamente nos Tribunais,</p><p>sem começar na primeira instância.</p><p>É certo que alguns integrantes dos referidos conselhos ostentam o foro especial, mas isso</p><p>se dá em razão de outro cargo que ocupam.</p><p>Exemplificando, um ministro do STJ também integrará o CNJ. Caso ele cometa crime comum,</p><p>será julgado pelo STF, não pelo fato de ser membro do CNJ, mas sim por ser Ministro de Tribu-</p><p>nal Superior – art. 102, I, ‘c’, da CF/1988.</p><p>Contudo, os dois advogados e os dois cidadãos (um indicado pela Câmara e outro pelo</p><p>Senado) que integram os Conselhos não contam com foro especial, pois não se prevê essa</p><p>prerrogativa pela sua ocupação originária. Desse modo, caso sejam acusados da prática de</p><p>crime comum, o julgamento caberá a Juiz de 1º grau.</p><p>Superado esse ponto, é bom lembrar que a condenação no crime de responsabilidade é</p><p>política, e não penal.</p><p>A decisão final, de mérito, não pode ser revista pelo STF em atenção ao princípio da se-</p><p>paração de Poderes. Ou seja, não pode o Judiciário dizer se o Senado agiu certo ou errado ao</p><p>decidir pelo impeachment. O que o STF pode – e deve – fazer é assegurar a observância do</p><p>devido processo legal em todo o andamento processual, tanto na Câmara quanto no Senado.</p><p>Em qualquer das hipóteses dos incisos I e II, a condenação dependerá de 2/3 dos votos do</p><p>Senado Federal (votação aberta).</p><p>Quem presidirá os trabalhos no Senado é o Presidente do STF. Você deve se lembrar de que</p><p>foi o Ministro Ricardo Lewandowski quem esteve à frente do julgamento do impeachment da</p><p>Ex-Presidente Dilma.</p><p>Voltando à condenação, ela pode gerar duas consequências: perda da função pública e</p><p>inabilitação, por oito anos, para qualquer cargo ou função pública.</p><p>Por ser mais recente, você provavelmente se lembra o que aconteceu no julgamento da</p><p>ex-presidente Dilma. Então, vou fazer um paralelo entre ele e o julgamento do ex-presidente</p><p>Collor.</p><p>No caso de Fernando Collor, buscando escapar do processo de cassação, ele, na véspera</p><p>do julgamento, renunciou ao mandato. Qual era a estratégia? Escapar da inabilitação por oito</p><p>anos...</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>23 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Sua tentativa não deu certo... Isso porque o STF entendeu que a renúncia ao cargo, apre-</p><p>sentada durante a sessão de julgamento, não paralisaria o processo de impeachment (STF,</p><p>MS n. 21.689).</p><p>Ou seja, no final das contas, acabou havendo o fatiamento das sanções.</p><p>Como assim, professor?</p><p>Ora, se as punições (perda do cargo e inabilitação por oito anos) fossem atreladas, Collor</p><p>escaparia sem sofrer nenhuma delas, uma vez que a sanção de perda da função não poderia</p><p>ser aplicada diante da renúncia ao cargo.</p><p>Vou analisar agora a situação do impeachment de Dilma Rousseff.</p><p>Durante a votação, os senadores findaram separando os quesitos. Primeiro, votou-se favo-</p><p>ravelmente à perda do cargo. Em seguida, não se aplicou a inabilitação por oito anos.</p><p>Dito em outras palavras, novamente se fatiou, impondo-se apenas uma das punições.</p><p>Houve questionamento perante o STF, por parte de alguns parlamentares, que impetraram</p><p>vários mandados de segurança. As liminares foram indeferidas, mas o mérito dos pedidos</p><p>ainda não foi julgado.</p><p>Outra coisa: à exceção do presidente da República, todos os agentes políticos se sujeitam</p><p>à Lei de Improbidade Administrativa (Lei n. 8.429/1992). Ou seja, eles podem responder por</p><p>crimes comuns, crimes de responsabilidade e também por improbidade administrativa (STF,</p><p>PET n. 3.240).</p><p>No julgamento tanto das autoridades do inciso I, quanto nas do inciso II, a sessão de julgamen-</p><p>to do Senado Federal será presidida pelo presidente do STF.</p><p>III – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de:</p><p>a Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituição;</p><p>b Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo presidente da República;</p><p>c governador de Território;</p><p>d Presidente e diretores do Banco Central;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização</p><p>civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>24 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>e Procurador-Geral da República;</p><p>f titulares de outros cargos que a lei determinar;</p><p>IV – aprovar previamente, por voto secreto, após arguição em sessão secreta, a escolha dos chefes</p><p>de missão diplomática de caráter permanente;</p><p>Nos incisos III e IV, você vê quando o Senado atuará na sabatina de nomes. A votação será</p><p>sempre secreta, única exceção ao fim do voto secreto decretado pela EC n. 76/2013. Fique</p><p>atento(a), pois a arguição pode ser pública (inciso III) ou secreta (inciso IV).</p><p>V – autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do</p><p>Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios;</p><p>VI – fixar, por proposta do presidente da República, limites globais para o montante da dívida conso-</p><p>lidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>VII – dispor sobre limites globais e condições para as operações de crédito externo e interno da</p><p>União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades</p><p>controladas pelo Poder Público federal;</p><p>VIII – dispor sobre limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de</p><p>crédito externo e interno;</p><p>IX – estabelecer limites globais e condições para o montante da dívida mobiliária dos Estados, do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios;</p><p>X – suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão defi-</p><p>nitiva do Supremo Tribunal Federal;</p><p>Tome muito cuidado com esse dispositivo, pois ele é de extrema relevância para as provas,</p><p>especialmente por envolver controle de constitucionalidade feito pelo Legislativo (controle</p><p>político), de forma repressiva (a norma já existe).</p><p>É certo que o STF faz controle de constitucionalidade tanto difuso quanto concentrado.</p><p>As decisões proferidas no controle concentrado já são dotadas de eficácia vinculante erga</p><p>omnes (aspecto subjetivo: vinculam a todos). Em razão disso, não haveria como aplicar o arti-</p><p>go 52, X, uma vez que não haveria norma a suspender – a declaração de inconstitucionalidade</p><p>já retiraria a norma do sistema para todos.</p><p>Assim, a suspensão de eficácia a que se refere o dispositivo vale apenas para o controle difuso.</p><p>Avançando, por conta do princípio da separação de poderes, o Senado não é obrigado a</p><p>suspender a norma. Ou seja, o STF não pode determinar que ele adote essa providência.</p><p>Doutrinariamente, Gilmar Mendes defendia que esse dispositivo teria sofrido mutação cons-</p><p>titucional, servindo na atualidade apenas para dar publicidade à decisão da Suprema Corte.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>25 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Abrindo um parêntese, mutação constitucional é a mudança na interpretação da norma</p><p>sem alteração formal do texto. Ela também é conhecida como poder constituinte difuso ou</p><p>procedimento de mudança informal da Constituição.</p><p>Voltando ao objeto da discussão, na visão de Gilmar Mendes, em virtude de uma crescente</p><p>aproximação entre os controles difuso e concentrado, as decisões do STF no controle difuso</p><p>teriam sofrido uma “abstrativização”, objetivação.</p><p>Trocando em miúdos, isso significaria que também as decisões do Plenário do STF no</p><p>controle difuso teriam eficácia erga omnes, e não inter partes.</p><p>A questão saiu do campo doutrinário e veio a ser discutida no STF.</p><p>Num primeiro momento, após longos anos de tramitação, o Tribunal negou a tese da mu-</p><p>tação constitucional, entendendo que a decisão tomada no controle difuso, ainda que partisse</p><p>do Plenário, teria efeitos apenas sobre as partes do processo (inter partes). Isso aconteceu no</p><p>julgamento da Reclamação n. 2.176. Àquela altura, o placar foi de 8 x 2 contrariamente à tese.</p><p>Pois é, mas o tempo passa, o tempo voa e a questão foi parar novamente no Plenário do</p><p>STF em razão de outros processos.</p><p>Deixe-me explicar: ao julgar a proibição de comercialização de amianto em todas as suas</p><p>formas, inclusive a crisotila, o STF confirmou a constitucionalidade de leis estaduais – que</p><p>vedavam a comercialização, em virtude de as substâncias serem cancerígenas.</p><p>Em consequência, incidentalmente (ou seja, de forma difusa), declarou a inconstitucionali-</p><p>dade da lei federal que autorizava a comercialização do amianto na forma crisotila (usada na</p><p>fabricação de telhas, por exemplo).</p><p>Avançando, como se tratava de declaração incidental de inconstitucionalidade, pelo enten-</p><p>dimento clássico, seria necessária a comunicação ao Senado Federal para que a Casa Legisla-</p><p>tiva, se quisesse, suspendesse a eficácia da norma, estendendo a decisão para todos. Lembro:</p><p>a decisão no controle difuso (incidental) só atingia as partes.</p><p>Contudo, o Tribunal, acolhendo aquela tese da abstrativização/objetivação do controle di-</p><p>fuso, decidiu que o artigo 52, X, da Constituição sofreu verdadeira mutação constitucional.</p><p>No frigir dos ovos, o papel do Senado passou a ser de apenas dar publicidade à decisão</p><p>do Plenário do STF, que já seria dotada, tanto no controle concentrado quanto no difuso, de</p><p>eficácia vinculante contra todos.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>26 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>A explicação para essa mudança na orientação seria de prestigiar a unidade do sistema,</p><p>evitando-se a fragmentação desnecessária.</p><p>Repetindo para que você não se confunda: as decisões proferidas pelo Plenário do STF, mes-</p><p>mo em controle difuso de constitucionalidade, repercutem contra todos, de forma vinculante.</p><p>Aproximaram-se, assim, os controles difuso e concentrado (STF, ADI n. 3.406 e n. 3.470).</p><p>Modificando o entendimento anterior, o STF passou a aceitar a teoria da abstrativização/objetiva-</p><p>ção do controle difuso de constitucionalidade. Assim, as decisões proferidas pelo Plenário do STF</p><p>no controle difuso e no controle concentrado têm eficácia vinculante contra todos (erga omnes).</p><p>XI – aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da</p><p>República antes do término de seu mandato;</p><p>O Senado participará no processo de nomeação do PGR, tendo que aprovar o nome do</p><p>indicado pelo presidente da República em votação secreta, pelo quórum de maioria absoluta.</p><p>O mandato do PGR tem duração de dois anos. E daí vem uma pergunta? Ele pode ser exo-</p><p>nerado antes do biênio?</p><p>Sim. No entanto, para evitar que a exoneração do PGR seja feita pelo presidente da Repúbli-</p><p>ca por razões políticas – ex.: insatisfação pelo fato de as investigações atingirem a sua própria</p><p>figura –, a Constituição prevê novamente a participação do Senado.</p><p>É mais um exemplo de atuação dos freios e contrapesos. A destituição seria feita pelo presi-</p><p>dente, sendo precedida de autorização de maioria absoluta do Senado.</p><p>XII – elaborar seu regimento interno;</p><p>XIII – dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos</p><p>cargos, empregos e funções de seus serviços, e a iniciativa de lei para fixação da respectiva remu-</p><p>neração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias;</p><p>XIV – eleger dois membros do Conselho da República.</p><p>XV – avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributário Nacional,</p><p>em sua estrutura e</p><p>seus componentes, e o desempenho das administrações tributárias da União, dos Estados e do</p><p>Distrito Federal e dos Municípios.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>27 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Antes de encerrar as competências das Casas Legislativas, repito que nem todas as com-</p><p>petências da Câmara e do Senado serão viabilizadas por meio de resolução legislativa.</p><p>É que, na fixação da remuneração dos servidores dessas Casas, o texto constitucional (ar-</p><p>tigos 51, IV e 52, XIII, da CF/1988) prevê que esse assunto será regulado por lei, de iniciativa</p><p>da respectiva Casa.</p><p>A grande importância dessa regra, introduzida pela EC n. 19/1998, é que a lei na qual se</p><p>busque a concessão de aumento na remuneração dos servidores passará pela sanção (ou</p><p>veto) presidencial, procedimento inexistente em relação às outras competências delineadas</p><p>nos artigos 49, 51 e 52 da Constituição.</p><p>4. estatuto dos Congressistas</p><p>Não há dúvida da importância dos parlamentares na Democracia em que vivemos. Afinal,</p><p>como adotamos como regra a democracia representativa, eles serão os responsáveis por de-</p><p>fender nossos interesses perante o Congresso Nacional e nas demais Casas Legislativas.</p><p>É em razão disso que eles contam com certas prerrogativas, dentre as quais se destacam</p><p>a imunidade formal e material.</p><p>Além das imunidades, também abordarei os impedimentos e as incompatibilidades dos</p><p>parlamentares, bem assim as hipóteses que levam à perda do mandato.</p><p>Fique de olho num ponto: os vereadores receberam tratamento nitidamente diferenciado</p><p>quando comparados com os demais parlamentares. Já adiantando, a Constituição Federal não</p><p>lhes deu foro especial ou imunidade formal. Por sua vez, a imunidade material se restringiu ao</p><p>território do município, enquanto os demais contam com ela em todo o Brasil.</p><p>4.1. imunidades ParLamentares</p><p>As imunidades são prerrogativas inerentes à função parlamentar, garantidoras do exercício</p><p>do mandato, com plena liberdade. Essas imunidades não podem ser renunciadas pelo político,</p><p>pois a ele não pertencem.</p><p>Nada impede, é certo, que o parlamentar abra mão do próprio mandato, o que conduzirá à</p><p>perda da imunidade. Mais à frente, tratarei da questão referente à manutenção – ou não – da</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>28 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>competência do STF para julgar membro do Congresso Nacional que abra mão de seu cargo</p><p>político com o claro intuito de evitar seu julgamento.</p><p>Ainda, é importante lembrar que o suplente não gozará de imunidade, a não ser no período</p><p>em que esteja substituindo o titular. Nesse período, ele possuirá a imunidade e o foro especial.</p><p>Voltando à condição de suplente, o processo deixa de ser julgado pelo STF (INQ n. 2.421).</p><p>Além disso, a imunidade parlamentar não se estende ao corréu sem essa prerrogativa (STF,</p><p>Súmula n. 245).</p><p>As imunidades dividem-se em duas espécies, a material e a formal. Vejamos a disciplina</p><p>de cada uma delas.</p><p>Imunidade Material</p><p>Também chamada de imunidade real, substantiva ou inviolabilidade, essa imunidade ga-</p><p>rante que não há responsabilidade penal ou civil em relação às opiniões, palavras e votos dos</p><p>parlamentares.</p><p>Desse modo, no exercício de suas funções, não podem os parlamentares responder por</p><p>crimes contra a honra – calúnia, injúria e difamação – ou ser condenados a pagar indenização</p><p>por danos morais (STF, RE n. 577.785).</p><p>Há uma distinção na amplitude da imunidade material quanto aos atos praticados dentro</p><p>e fora do parlamento.</p><p>Avançando, a imunidade penal e civil será absoluta quanto às declarações proferidas den-</p><p>tro do Parlamento.</p><p>Já em relação aos atos praticados em local distinto só haver imunidade quando guarda-</p><p>rem pertinência, por um nexo de causalidade, com o desempenho das funções do mandato</p><p>parlamentar (STF, RE n. 299.109).</p><p>Você deve lembrar um caso muito rumoroso, no qual o então deputado federal Jair Bolso-</p><p>naro teria afirmado que não estupraria a também Deputada Federal Maria do Rosário, porque</p><p>ela não merecia.</p><p>Apreciando o caso, o STF entendeu que o parlamentar deveria responder pelos seus atos,</p><p>que não estariam cobertos pela imunidade material.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>29 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Na ocasião se entendeu que, apesar de ele ter dado entrevista a veículo de comunicação de</p><p>dentro de seu gabinete na Câmara do Deputados, a matéria teria sido publicada na imprensa</p><p>e na internet fora das dependências da Casa, e não guardaria relação com a atividade parla-</p><p>mentar (STF, INQ n. 3.932).</p><p>Ah, ainda sobre Jair Bolsonaro, em outro caso envolvendo o tempo em que ele era deputa-</p><p>do federal, o STF entendeu que estaria coberta pela imunidade material uma fala sua se referin-</p><p>do ao peso de quilombolas por arrobas, medida para pesagem de animais. Rejeitou-se, assim,</p><p>denúncia de crime de racismo oferecida pela PGR (STF, Inq n. 4.694).</p><p>Também teve outro caso, envolvendo dois parlamentares federais: um deles teria pegado</p><p>uma fala, feito um corte e descontextualizado, colocando no Facebook para denegrir a honra</p><p>do seu opositor.</p><p>Na ocasião, o STF pontuou que:</p><p>A imunidade parlamentar material, estabelecida para fins de proteção republicana ao</p><p>livre exercício do mandato, não confere aos parlamentares o direito de empregar expediente</p><p>fraudulento, artificioso ou ardiloso, voltado a alterar a verdade da informação, com o fim de</p><p>desqualificar ou imputar fato desonroso à reputação de terceiros (STF, PET 5.705).</p><p>Por fim, fique atento(a), pois a imunidade material afastará a responsabilidade penal e civil</p><p>dos parlamentares, mas não impedirá que eles possam responder por quebra de decoro par-</p><p>lamentar (STF, PET 5.647).</p><p>Sistematizando a questão, temos o seguinte quadro:</p><p>Imunidade Material</p><p>Dentro da Casa Fora da Casa</p><p>Imunidade é absoluta, afastando a responsa-</p><p>bilização penal e civil. No entanto, parlamen-</p><p>tar pode responder por quebra de decoro.</p><p>Imunidade é relativa, abrangendo as opiniões,</p><p>palavras e votos se tiverem relação com a ativi-</p><p>dade parlamentar. Assim, se os atos não possu-</p><p>írem relação com o mandato, o parlamentar por</p><p>eles responderá.</p><p>Antes de passar para a imunidade formal, lembro a você que a imunidade material é para</p><p>opiniões, palavras e votos, permitindo um mandato livre, de forma plural.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para JOAO CARLOS DE OLIVEIRA AQUINO - 03734640709, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>30 de 290www.grancursosonline.com.br</p><p>Aragonê Fernandes</p><p>Poder Legislativo</p><p>DIREITO CONSTITUCIONAL</p><p>Outros atos, como agressões físicas ou mesmo um homicídio, mesmo dentro da Casa,</p><p>geraria a investigação criminal, não se falando em imunidade.</p><p>Ilustrando, no ano de 1963,</p>

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