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<p>Vigilância</p><p>Epidemiológica</p><p>Material Teórico</p><p>Responsável pelo Conteúdo:</p><p>Prof.ª Dr.ª Raquel Josefina de Oliveira Lima</p><p>Revisão Textual:</p><p>Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin</p><p>Vigilância Epidemiológia</p><p>• Introdução;</p><p>• Vigilância Ambiental;</p><p>• Saúde do Trabalhador.</p><p>· Conhecer o papel da Vigilância Epidemiológica, bem como o Sistema</p><p>de Informações em Saúde disponível.</p><p>OBJETIVO DE APRENDIZADO</p><p>Vigilância Epidemiológia</p><p>Orientações de estudo</p><p>Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem</p><p>aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua</p><p>formação acadêmica e atuação profissional, siga</p><p>algumas recomendações básicas:</p><p>Assim:</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e</p><p>horário fixos como seu “momento do estudo”;</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma</p><p>alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;</p><p>No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos</p><p>e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você</p><p>também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão</p><p>sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;</p><p>Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-</p><p>são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o</p><p>contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e</p><p>de aprendizagem.</p><p>Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Mantenha o foco!</p><p>Evite se distrair com</p><p>as redes sociais.</p><p>Determine um</p><p>horário fixo</p><p>para estudar.</p><p>Aproveite as</p><p>indicações</p><p>de Material</p><p>Complementar.</p><p>Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma</p><p>Não se esqueça</p><p>de se alimentar</p><p>e de se manter</p><p>hidratado.</p><p>Aproveite as</p><p>Conserve seu</p><p>material e local de</p><p>estudos sempre</p><p>organizados.</p><p>Procure manter</p><p>contato com seus</p><p>colegas e tutores</p><p>para trocar ideias!</p><p>Isso amplia a</p><p>aprendizagem.</p><p>Seja original!</p><p>Nunca plagie</p><p>trabalhos.</p><p>UNIDADE Vigilância Epidemiológia</p><p>Introdução</p><p>Bem vindos a mais uma Unidade da Disciplina de Vigilância Epidemiológica.</p><p>Nesta Unidade, vamos conhecer de forma mais específica o papel da Vigilância</p><p>Epidemiológica e, para tanto, iremos tratar sobre a Vigilância em Saúde, a</p><p>própria Vigilância Epidemiológica, conhecendo o Sistema Nacional de Vigilância</p><p>Epidemiológica, e revendo alguns pontos do Sistema de Informação em Saúde.</p><p>Bem, para iniciarmos, vamos entender o que significa Vigilância em Saúde e,</p><p>para tanto, precisamos conhecer a Lei 8080, que é responsável por regular as</p><p>ações e os Serviços de Saúde em todo o território nacional.</p><p>Essa regulação se aplica às ações realizadas isoladas ou em conjunto, de caráter</p><p>permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas executadas tanto pelo</p><p>Setor Público como pelo Privado (BRASIL, 1990).</p><p>É a partir dessa Lei que se instituiu a Vigilância em Saúde que é definida como:</p><p>Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou a</p><p>prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicio-</p><p>nantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar</p><p>e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.</p><p>(BRASIL, 1990)</p><p>Vamos conhecer a Lei 8080? Essa Lei dispõe sobre as condições para a promoção, a proteção</p><p>e a recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e</p><p>dá outras providências. Disponível em: https://goo.gl/Axy2cN.</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>A partir das discussões realizadas no sentido de reorganizar o Sistema de Vigi-</p><p>lância da Saúde foi proposta a integração de pelo menos três elementos, conforme</p><p>apresento a seguir:</p><p>Quadro 1</p><p>VIGILÂNCIA DA SAÚDE</p><p>Vigilância</p><p>Epidemiológica</p><p>Vigilância</p><p>Sanitária</p><p>Vigilância</p><p>Ambiental</p><p>e Saúde do</p><p>traballhador</p><p>Vigilância dos</p><p>agravos e doenças.</p><p>Vigilância de</p><p>perigos como</p><p>agentes químicos,</p><p>fisicos e biológicos.</p><p>Monitoramento</p><p>da exposição de</p><p>indivÍduos ou</p><p>população a um</p><p>agente ambiental e</p><p>seus efeitos.</p><p>Fonte: Galleguillos, 2014</p><p>8</p><p>9</p><p>Para a definição de metas e atividades a serem desenvolvidas com vistas a aten-</p><p>der as ações prioritárias relativas à área de vigilância, prevenção e controle de</p><p>doenças e as ações básicas de vigilância sanitária, há uma parceria acordada entre</p><p>as seguintes Secretarias:</p><p>Secretaria de</p><p>Vigilância em Saúde</p><p>SVS</p><p>Secretarias</p><p>Estaduais</p><p>de Saúde</p><p>SE</p><p>Secretarias</p><p>Municipais</p><p>de Saúde</p><p>SMS</p><p>Figura 1</p><p>Em um trabalho colaborativo entre as três Secretarias, um elenco de ações foi</p><p>definido como estratégias para a adequada Vigilância da Saúde:</p><p>· Notifi cação de doenças e agravos;</p><p>· Investigação epidemiológica;</p><p>· Diagnóstico laboratorial de agravos de Saúde Pública;</p><p>· Vigilância ambiental;</p><p>· Vigilância de doenças transmitidas por vetores (doenças transmitidas por</p><p>animais: pernilongos, pulgas, mosquitos, ratos etc.) e antropozoonoses</p><p>(doenças de humanos que podem ser transmitidas a animais);</p><p>· Controle de doenças;</p><p>· Imunizações;</p><p>· Monitorização de agravos de relevância epidemiológica;</p><p>· Divulgação de informações epidemiológicas;</p><p>· Elaboração de estudos e pesquisas em epidemiologia;</p><p>· Alimentação e manutenção de Sistemas de Informação;</p><p>· Acompanhamento das atividades programadas;</p><p>· Ações básicas de Vigilância Sanitária.</p><p>9</p><p>UNIDADE Vigilância Epidemiológia</p><p>Você pode estar se perguntando: e como se dá a realização dessas atividades</p><p>nos estados e nos municípios?</p><p>Bem... na verdade, a União, por intermédio da Secretaria de Vigilância em</p><p>Saúde, determina as metas e as ações que deverão ser realizadas nos estados e</p><p>nos municípios.</p><p>A decisão sobre o que deverá ser realizado é tomada a partir da análise da</p><p>situação epidemiológica de cada agravo nos estados e nos municípios, Dessa</p><p>forma, há o cuidado de respeitar as especificidades de cada região.</p><p>Nesse sentido, vamos relembrar o que estudamos na Unidade quatro sobre a</p><p>Vigilância Epidemiológica?</p><p>Nós vimos que as ações desenvolvidas pela Vigilância Epidemiológica propor-</p><p>cionam o conhecimento, a detecção ou a prevenção de qualquer mudança nos</p><p>fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a fina-</p><p>lidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou</p><p>agravos (PEREIRA,2000).</p><p>Essas ações desenvolvidas pela Vigilância Epidemiológica são possíveis vez que</p><p>a Epidemiologia é a:</p><p>[...] ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando</p><p>a distribuição populacional e os fatores determinantes das enfermidades,</p><p>danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas</p><p>específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecen-</p><p>do indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração, e</p><p>avaliação das ações de saúde. (ROUQUAYROL; SILVA, 2013)</p><p>É fundamental que você compreenda que toda estrutura que você conheceu sobre</p><p>a Epidemiologia aplicada na Unidade quatro e agora, a estrutura constituída para a</p><p>Vigilância em Saúde, estão inseridas e desenvolvem ações com vistas ao fortaleci-</p><p>mento do Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica e Ambiental em Saúde.</p><p>Nesse sentido, busca-se que os estados e municípios possam assumir o desenvol-</p><p>vimento das seguintes ações:</p><p>· Notificação;</p><p>· Investigação e confirmação laboratorial;</p><p>· Imunização;</p><p>· Sistemas de informação;</p><p>· Vigilância ambiental em saúde.</p><p>Bem... mas vamos compreender melhor como se dá essa Vigilância em Saúde</p><p>conhecendo melhor cada um dos seus componentes. Para tanto, vamos iniciar</p><p>conhecendo a Vigilância Epidemiológica.</p><p>A Vigilância Epidemiológica analisa o controle de doenças transmissíveis e de</p><p>doenças e agravos não transmissíveis. Você pode estar se questionando: mas como</p><p>se dá essa análise?</p><p>10</p><p>11</p><p>Na verdade, o ponto</p><p>principal para a Vigilância Epidemiológica é a informação,</p><p>vez que é por meio dela que as decisões serão tomadas. Assim, a notificação, ou</p><p>seja, a comunicação da ocorrência de uma doença ou agravo à saúde é fundamental.</p><p>E para quem essa informação deverá ser notificada e quem são os responsáveis</p><p>por fazê-lo é outro questionamento que você poderá estar fazendo nesse momento.</p><p>Vamos entender, então, como se dá esse processo: a notificação deverá ser feita</p><p>para as Autoridades Sanitárias e os responsáveis por fazê-la são os Profissionais de</p><p>Saúde; contudo, qualquer cidadão poderá fazê-la e é por meio dessa informação</p><p>que as medidas adequadas para a situação serão tomadas.</p><p>Para isso, são funções da Vigilância Epidemiológica:</p><p>· Coletar e processar os dados;</p><p>· Após o processamento dos dados, analisar e interpretar os dados;</p><p>· Recomendar as medidas de controle apropriadas;</p><p>· Promover ações de controle indicadas;</p><p>· Avaliar a efi cácia e efetividade das medidas adotadas;</p><p>· Divulgar informações pertinentes (GUALLEGUILLOS, 2014).</p><p>Lembra-se dos indicadores de Saúde que foram apresentados na Unidade três?</p><p>Sim, as informações são coletadas daqueles Sistemas de Informações e, como</p><p>já discutimos, vimos a importância de que as informações tenham qualidade. Para</p><p>tanto, a adequada coleta de dados é de fundamental importância. Além disso,</p><p>a rapidez com que os sistemas forem alimentados com os dados possibilitará o</p><p>desencadeamento rápido de ações necessárias frente à ocorrência das doenças ou</p><p>agravos (ROUQUAYROL; SILVA, 2013).</p><p>Como vimos, há necessidade de que as pessoas envolvidas nos processos de</p><p>Vigilância à Saúde disponibilizem os dados de forma rápida e precisa. Nesse sentido,</p><p>conforme instituído pela Lei nº 6.259, de 30 de outubro de 1975, que: “Dispõe</p><p>sobre a organização das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa</p><p>Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de</p><p>doenças, e dá outras providências” (BRASIL, 1975).</p><p>Assim, na suspeita ou confirmação de doenças, agravos e outras situações de</p><p>Saúde Pública, incluídos na lista nacional de notificação compulsória, deverão</p><p>seguir os seguintes direcionamentos:</p><p>Comunicação obrigatória à autoridade de saúde, realizada pelos mé-</p><p>dicos, profissionais de saúde ou responsáveis pelos estabelecimen-</p><p>tos de saúde, públicos ou privados. É facultado a estados e municí-</p><p>pios incluir outros problemas de saúde importantes em sua região.</p><p>(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2016)</p><p>11</p><p>UNIDADE Vigilância Epidemiológia</p><p>Dessa forma, a Portaria 204, de 17 de fevereiro de 2016, define a Lista</p><p>Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e outras situações de</p><p>Saúde Pública constituída por 48 itens apresentados em ordem alfabética, sendo</p><p>destacada, ainda, a periodicidade com que determinada doença ou agravo deverá</p><p>ser notificado.</p><p>Vamos conhecer essa lista??</p><p>Entre no link a seguir para visualizá-la.</p><p>Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública</p><p>nos serviços de saúde públicos e privados: https://goo.gl/85yufYEx</p><p>pl</p><p>or</p><p>Você pode estar se perguntando: como chegaram a essa lista? Quais os critérios</p><p>utilizados para a seleção das doenças e ou agravos que deveriam constar nessa lista?</p><p>De fato, essa é uma preocupação importante, tendo em vista a necessidade de</p><p>que haja vigilância constante, para que possamos atuar de forma a prevenir danos</p><p>à saúde da população.</p><p>Assim, foram instituídos 7 critérios para a seleção das doenças de notificação</p><p>compulsória, conforme apresentado no Quadro seguir.</p><p>Quadro 2 – Critérios para a seleção de doenças de notificação compulsória</p><p>CRITÉRIO DESCRIÇÃO</p><p>Magnitude Possui frequência elevada, afetando grande contingente populacional, traduz-se pela</p><p>incidência, prevalência, mortalidade e perda de anos potenciais de vida.</p><p>Potencial de disseminação É a transmissão, a disseminação por vetores e outras fontes de infecção.</p><p>Transcendência</p><p>Abrange três aspectos:</p><p>- Severidade determinada pela letalidade, hospitalização e sequelas;</p><p>- Relevância social nas situações que podem trazer estigma, medo e indignação;</p><p>- Relevância econômica devido às restrições comerciais, morte, absenteísmo ao</p><p>trabalho, e elevado custo dos diagnósticos e tratamento.</p><p>Vulnerabilidade Disponibilidade de instrumentos específicos de prevenção e controle.</p><p>Compromissos</p><p>internacionais</p><p>OPAS/OMS – Metas mundiais de controle e eliminação (por exemplo, erradicação da</p><p>poliomielite).</p><p>Regulamento</p><p>sanitário internacional</p><p>Existem doenças de notificação compulsória internacional que deverão ser incluídas</p><p>obrigatoriamente nas listas de todos os países membros da OPAS/OMS.</p><p>Epidemias, surtos</p><p>e agravos inusitados</p><p>Nessas situações, a investigação deverá ser imediata.</p><p>Fonte: Adaptado de Rouquayrol e Silva, 2013</p><p>Você deverá ficar sempre atento em relação a essa lista, vez que periodicamente</p><p>ele é atualizada, com a saída ou a entrada de doenças e ou agravos à saúde,</p><p>levando-se sempre em conta os critérios aqui apresentados.</p><p>Outro ponto importante a ser abordado é o prazo para a realização da notificação.</p><p>12</p><p>13</p><p>Se você observou bem a Lista Nacional de Notificação, deve ter notado que</p><p>existe um campo no qual se determina o período de comunicação, que poderá ser</p><p>imediato, semanal, de acordo à situação.</p><p>Vejamos melhor como se dá essa obrigatoriedade de cumprimento dos prazos.</p><p>Quadro 3 – Prazos de notifi cação compulsória</p><p>PRAZO PARA A NOTIFICAÇÃO RESPONSÁVEL EM NOTIFICAR</p><p>NCI – Notificação Compulsória Imediata</p><p>A partir da ocorrência de doença, agravo ou</p><p>evento de Saúde Pública, deverá ser</p><p>comunicado em até 24 horas.</p><p>Profissional de saúde responsável pelo</p><p>1º atendimento</p><p>A QUEM NOTIFICAR</p><p>Autoridade de Saúde da sua região que, em até</p><p>24 horas, deverá notificar as demais esferas de</p><p>Gestão do SUS.</p><p>Notificação Compulsória Negativa</p><p>É a comunicação semanal obrigatória, feita</p><p>pelos Estabelecimentos de Saúde à autoridade</p><p>de Saúde, informando não ter identificado</p><p>nenhuma doença, agravo ou evento de Saúde</p><p>Pública constante da Lista Nacional de</p><p>Notificação Compulsória.</p><p>NCS – Notificação Compulsória Semanal</p><p>Feita em até 7 dias a partir do conhecimento da</p><p>doença ou agravo</p><p>A notificação deverá ser feita à SMS do Município</p><p>do local de atendimento do cliente com suspeita</p><p>ou confirmação da doença ou agravo de Saúde.</p><p>Fonte: Adaptado de Galleguillos, 2014</p><p>Mencionamos por várias vezes, ao longo da Disciplina, o termo “agravo à saú-</p><p>de”, mas o que seria o agravo?</p><p>Agravo: é defi nido como qualquer dano à integridade física ou mental do indivíduo, que pode</p><p>ser provocado por circunstâncias nocivas como: acidentes, abuso de drogas, intoxicações</p><p>por substâncias químicas, lesões decorrentes de violências interpessoais, agressões e maus</p><p>tratos e lesões autoprovocadas.</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>É importante que você compreenda que a Vigilância Epidemiológica é respon-</p><p>sável por reconhecer as principais doenças e agravos à saúde de Notificação Com-</p><p>pulsória, bem como investiga as epidemias que ocorrem em territórios específicos.</p><p>Agora, vamos tratar da Vigilância Sanitária. O termo vigilância relaciona-se ao</p><p>ato de vigiar; contudo, na Saúde, está relacionada às práticas de atenção e promo-</p><p>ção da saúde dos cidadãos.</p><p>Bem, só para relembrar: existem quatro tipos de vigilância, conforme pode ser</p><p>observado a seguir.</p><p>Quadro 4</p><p>Vigilância Epidemiológica</p><p>Reconhece as principais doenças de notificação compulsória e investiga as epidemias.</p><p>Vigilância Ambiental</p><p>Dedica-se às interferências do ambiente físico, psicológico e social na saúde.</p><p>13</p><p>UNIDADE Vigilância Epidemiológia</p><p>Vigilância Sanitária</p><p>Atua no controle de bens, produtos e serviços que oferecem riscos à saúde da</p><p>população</p><p>Vigilância em Saúde do Trabalhador</p><p>Atua no desenvolvimento de estudos, ações de prevenção, assistência e vigilância aos</p><p>agravos à saúde relacionados ao traballhador.</p><p>Trataremos a seguir das questões relativas à Vigilância Sanitária, que é defi-</p><p>nida como:</p><p>Um conjunto de ações capazes de eliminar,</p><p>diminuir ou prevenir riscos</p><p>à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio am-</p><p>biente, da circulação de bens e da prestação de serviços de interesse</p><p>da saúde, abrangendo: o controle de bens de consumo e da prestação</p><p>de serviços que, direta ou indiretamente, relacionam-se com a saúde.</p><p>(BRASIL, 1990, Art. 6o)</p><p>A Vigilância Sanitária possui uma vasta área de atuação, subdivida em duas</p><p>áreas, conforme apresentado a seguir.</p><p>Bens e serviços</p><p>de Saúde</p><p>Tecnologia</p><p>de alimento</p><p>Tecnologias de beleza,</p><p>limpeza e higiene</p><p>Tecnologias de produção</p><p>industrial e agrícola</p><p>Tecnologias médicas</p><p>Tecnologias de lazer</p><p>Tecnologias de educação</p><p>e convivência</p><p>Meio Ambiente</p><p>Água, solo, ar</p><p>e atmosfera</p><p>Edi�cações e uso</p><p>do solo</p><p>Ambiente de trabalho</p><p>Figura 2</p><p>Vamos conhecer melhor o trabalho da ANVISA?</p><p>14</p><p>15</p><p>Para tanto, vamos ver a entrevista feita com o diretor da Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA)</p><p>Este vídeo foi produzido pela NBR é foi intitulado: ANVISA protege saúde da</p><p>população por meio de fiscalização de serviços e produtos.</p><p>Entrevista realizada em 01.07.12: o programa teve como tema a Agência Nacional de</p><p>Vigilância Sanitária (ANVISA), que foi criada há 13 anos para promover a proteção da</p><p>saúde dos brasileiros. O Diretor Presidente da ANVISA, Dirceu Barbano, explicou o papel</p><p>da Vigilância Sanitária, que tem como objetivo reduzir os riscos de serviço e produtos.</p><p>Disponível em: https://youtu.be/nl4V59YGhu4.</p><p>Ex</p><p>pl</p><p>or</p><p>Esta entrevista apresenta de forma clara e objetiva o importante papel da</p><p>ANVISA na promoção e na proteção da saúde da população brasileira, tanto por</p><p>meio da fiscalização dos produtos e dos serviços oferecidos à população, quanto</p><p>no suporte às Empresas que buscam desenvolver inovações que poderão trazer</p><p>benefícios ao povo brasileiro.</p><p>Vigilância Ambiental</p><p>A Vigilância Ambiental objetiva prevenir a ocorrência de doenças, incapacidades</p><p>e mortes decorrentes de situações de risco ambiental. Assim, ao identificar situações</p><p>de risco, é ela a responsável por recomendar as ações necessárias a fim de remover</p><p>ou reduzir a exposição às situações de risco.</p><p>Para que os riscos possam ser identificados, é necessário o desenvolvimento de</p><p>um trabalho intersetorial, apresentado a seguir.</p><p>Quadro 5</p><p>VIGISOLO: vigilância em saúde</p><p>de populações expostas a solo</p><p>contaminado.</p><p>Compete recomendar e adotar medidas de promoção da saúde ambiental, prevenção</p><p>e controle dos fatores de risco relacionados às doenças e outros agravos à saúde</p><p>decorrentes da contaminação por substâncias químicas no solo.</p><p>VIGIAR: vigilância em saúde</p><p>ambiental relacionadas à</p><p>qualidade do ar.</p><p>Objetiva promover a saúde da população exposta aos fatores ambientais relacionados</p><p>aos poluentes atmosféricos: proveniente de fontes fixas, de fontes móveis, de</p><p>atividades relativas à extração mineral, da queima de biomassa ou de incêndios</p><p>florestais, contemplando estratégias de ações intersetoriais.</p><p>VIGIQUIM: vigilância em saúde</p><p>ambiental relacionadas às</p><p>substâncias químicas.</p><p>Busca identificar, caracterizar e monitorar as populações expostas às substâncias</p><p>químicas. Devido aos riscos à população, cinco substâncias foram consideradas</p><p>prioritárias: asbesto/amianto, benzeno, agrotóxicos, mercúrio e chumbo. Nesse caso,</p><p>são considerados como população de risco os trabalhadores e as comunidades que</p><p>residem no entorno de áreas industriais.</p><p>VIGIFIS: vigilância em saúde</p><p>relacionada a fatores físicos.</p><p>Vários são os agentes ambientas que podem causar danos à saúde humana;</p><p>entretanto, a maior atuação tem sido nas questões relativas às radiações</p><p>eletromagnéticas ionizantes ou não.</p><p>VIGIDESASTRES: vigilância em</p><p>saúde ambiental dos riscos</p><p>decorrentes dos desastres</p><p>naturais.</p><p>Tem como objetivo diminuir a exposição da população aos riscos de desastres naturais</p><p>tais como: inundações, secas e incêndios florestais, deslizamentos, bem como reduzir</p><p>a ocorrência de doenças e agravos provenientes desta exposição.</p><p>Fonte: Adaptado de Galleguillos, 2014</p><p>15</p><p>UNIDADE Vigilância Epidemiológia</p><p>Saúde do Trabalhador</p><p>A Política Nacional de Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde entrou em</p><p>vigor em 2004, e tem como finalidade reduzir os acidentes e as doenças relaciona-</p><p>das ao trabalho, vez que a força do trabalho é fundamental para o desenvolvimento</p><p>socioeconômico sustentável.</p><p>Assim, por meio da Portaria nº 1.125, de 6 de julho de 2005, foram instituídas</p><p>diretrizes com vistas a desenvolver ações de promoção, reabilitação e vigilância</p><p>(BRASIL, 2005).</p><p>No primeiro Artigo dessa Portaria, é estabelecido que no SUS, toda a Política</p><p>de Saúde do trabalhador terá como meta reduzir a morbimortalidade (reduzir o</p><p>adoecimento e a morte) do trabalhador e, para tanto, ações integradas foram</p><p>desenvolvidas intra e intersetorialmente envolvendo todos os atores sociais en-</p><p>volvidos no processo.</p><p>Dessa forma, determinou-se que as ações de saúde do trabalhador fossem orga-</p><p>nizadas em todos os níveis de atenção, de acordo com as diretrizes a seguir:</p><p>I - atenção integral da saúde dos trabalhadores, envolvendo a promoção</p><p>de ambientes e processos de trabalho saudáveis, o fortalecimento da vigi-</p><p>lância de ambientes, os processos e agravos relacionados ao trabalho, a</p><p>assistência integral à saúde dos trabalhadores e a adequação e ampliação</p><p>da capacidade institucional;</p><p>II - Articulação Intra e Intersetorial;</p><p>III - Estruturação de Rede de Informações em Saúde do Trabalhador;</p><p>IV - Apoio ao Desenvolvimento de Estudos e Pesquisas em Saúde do</p><p>Trabalhador;</p><p>V - Desenvolvimento e Capacitação de Recursos Humanos; e</p><p>VI - Participação da Comunidade na Gestão das Ações em Saúde do Tra-</p><p>balhador (BRASIL, 2005).</p><p>É importante destacar, ainda, que foram criados Centros Estaduais e Regionais</p><p>de Referência à Saúde dos Trabalhadores denominados Cerest.</p><p>Para os serviços regionais, o Fundo Nacional da Saúde direciona o valor de R$</p><p>30 mil, e para os estaduais R$ 40 mil.</p><p>Essas verbas têm a finalidade de realizar ações de prevenção, promoção, diag-</p><p>nóstico, tratamento, reabilitação e vigilância em saúde dos trabalhadores urbanos</p><p>e rurais, independente de vínculo empregatício e do tipo de inserção no mercado</p><p>de trabalho (BRASIL, 2005).</p><p>16</p><p>17</p><p>Acredita-se que o investimento na saúde do trabalhador favorecerá identificar e</p><p>controlar os fatores de risco, realizar precocemente os diagnósticos para, assim,</p><p>tratar, salvar vidas, reabilitar e, principalmente, alcançar a saúde.</p><p>Nesse sentido, é fundamental aprofundar os conhecimentos relativos à saúde do</p><p>trabalhador a fim de conhecer o processo de sofrimento e adoecimento, bem como</p><p>a morte do trabalhador, com vistas a encontrar caminhos para a promoção da saú-</p><p>de desse trabalhador, bem como a prevenção aos agravos à saúde, decorrentes do</p><p>processo de trabalho (GALLEGUILLOS, 2014).</p><p>17</p><p>UNIDADE Vigilância Epidemiológia</p><p>Material Complementar</p><p>Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:</p><p>Sites</p><p>Portal do Ministério da Saúde - Vigilância Ambiental</p><p>Você sabia que existe o Portal do Ministério da Saúde, que trata das questões re-</p><p>lativas à saúde ambiental? Nele você poderá conhecer detalhadamente cada um dos</p><p>programas apresentados aqui nesta Unidade.</p><p>https://goo.gl/JsUjXZ</p><p>Programa de Saúde do Trabalhador - Saúde do Trabalhador</p><p>Vamos conhecer como se deu a estruturação do Programa de Saúde do Trabalhador</p><p>bem como a Política Nacional sobre Saúde e Segurança do Trabalho (PNSST).</p><p>https://goo.gl/ijhoyL</p><p>Leitura</p><p>Guia de Vigilância em Saúde</p><p>Consulte O Guia de Vigilância em Saúde (GVS), editado pela Secretaria de Vigilância</p><p>em Saúde do Ministério da Saúde (SVS), em sua 2ª edição eletrônica. Ele se alinha aos</p><p>novos desafios e estratégias de vigilância, prevenção e controle das doenças e agravos</p><p>de importância de Saúde Pública. Essa edição atualiza as recomendações relacionadas</p><p>às ações de Vigilância em Saúde, em conformidade com os dispositivos da Portaria nº</p><p>204, de 17 de fevereiro de 2016, que define a Lista Nacional de Notificação Compulsó-</p><p>ria</p><p>de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública, e da Portaria nº 1.984, de 12 de</p><p>setembro de 2014, que define a Lista Nacional das Doenças e Agravos que devem ser</p><p>monitorados por meio da estratégia de vigilância em unidades sentinelas.</p><p>https://goo.gl/V1G7x4</p><p>Cartilha da Vigilância Sanitária</p><p>Conheça a Cartilha da Vigilância Sanitária. Nela você conhecerá um pouco mais</p><p>sobre a história da vigilância sanitária. São apresentados conceitos, informações, leis e</p><p>reflexões, de forma abrangente, sobre o tema Vigilância Sanitária, chamando a aten-</p><p>ção para exemplos da vida cotidiana da população brasileira, nos quais as ações de</p><p>Vigilância Sanitária devem estar presentes.</p><p>https://goo.gl/ifCGRj</p><p>18</p><p>19</p><p>Referências</p><p>BRASIL. Lei no 6.259, de 30 de outubro de 1975. Dispõe sobre a organização</p><p>das ações de Vigilância Epidemiológica, sobre o Programa Nacional de Imuniza-</p><p>ções, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, e dá ou-</p><p>tras providências. Brasília: DF, 1975. Disponível em: <http://www.planalto.gov.</p><p>br/ccivil_03/leis/l6259.htm>. Acesso em: 17 jun. 2018.</p><p>________. Lei n. 8080/90, de 19 de setembro de 1990. Brasília: DF, 1990. Dis-</p><p>ponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm>. Acesso</p><p>em: 17 jun. 2018.</p><p>________. Portaria nº1.125, de 6 de julho de 2005. Dispõe sobre os propósitos</p><p>da política de saúde do trabalhador para o SUS. Brasília: DF, 2005. Disponível em:</p><p><http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2005/prt1125_06_07_2005.</p><p>htm>. Acesso em: 17 jun. 2018.</p><p>GALLEGUILLOS, T. G. B. Epidemiologia: indicadores de saú de e aná lise de da-</p><p>dos. Sã o Paulo: É rica, 2014.</p><p>MINISTÉRIO da Saúde. Lista Nacional de Notificação Compulsória. Brasília:</p><p>DF, 2016. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/vigilancia-em-saude/lis-</p><p>ta-nacional-de-notificacao-compulsoria>. Acesso em: 17 jun. 2018.</p><p>PEREIRA, M. G. Epidemiologia teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara</p><p>Koogan, 2002.</p><p>ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Epidemiologia e Saúde. 7.ed. Rio de</p><p>Janeiro: Medbook, 2013.</p><p>19</p>