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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Apresentação das noções fundamentais de sociedades limitada e anônima, tipos societários da</p><p>maior relevância na atividade empresarial.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Compreender as principais características das sociedades limitada e anônima, de modo a</p><p>aplicá-las na prática, conhecendo a legislação de cada tipo societário em seus aspectos</p><p>fundantes.</p><p>PREPARAÇÃO</p><p>Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos o Código Civil (Lei nº 10.406/2002),</p><p>que é a principal fonte legislativa para a compreensão e o estudo do conteúdo da sociedade</p><p>limitada; e a Lei nº 6404, de 1976, que trata da sociedade anônima.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Identificar o conceito e a legislação aplicável à sociedade limitada, bem como a</p><p>responsabilidade dos sócios, seus direitos e deveres e as regras de formação do capital social</p><p>MÓDULO 2</p><p>Reconhecer o conceito e a classificação de sociedade anônima, por meio das regras para a</p><p>formação do capital social e a importância dos valores mobiliários emitidos pelas companhias</p><p>MÓDULO 1</p><p> Identificar o conceito e a legislação aplicável à sociedade limitada,</p><p>bem como a responsabilidade dos sócios, seus direitos e deveres e as regras</p><p>de formação do capital social</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Fonte: SmartPhotoLab / Shutterstock</p><p>Neste primeiro módulo, temos como propósito primordial apresentar o conceito, a legislação e</p><p>a aplicação subsidiária da legislação sobre as sociedades limitadas, assim como a</p><p>responsabilidade dos sócios, seus direitos e deveres e as regras para a formação do capital</p><p>social.</p><p>Vamos estudar a sociedade limitada, o tipo mais utilizado no Brasil pelos empreendedores, o</p><p>que é facilmente explicável em razão de sua fácil constituição e administração.</p><p>O modelo possui regras bem simples de aplicação pelos sócios, a possibilidade de</p><p>enquadramento como microempresa e empresa de pequeno porte, além de possibilitar a opção</p><p>pelo sistema de tributação conhecido como Simples Nacional, o que é vedado para as</p><p>sociedades anônimas.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>A sociedade limitada não é uma criação do legislador brasileiro, sendo importada do direito</p><p>alemão por meio do direito português. Isso porque a sociedade limitada surge, em 1892, na</p><p>Alemanha com o nome de “sociedade com responsabilidade limitada”, referindo-se à</p><p>responsabilidade dos sócios. O exemplo da Alemanha foi seguido por Portugal que, em 1901,</p><p>introduziu este tipo em sua legislação e a denominou “sociedade por quotas de</p><p>responsabilidade limitada”.</p><p>Inspirado na legislação portuguesa, inclusive quanto à adoção do mesmo nome, o Brasil</p><p>incorporou tal tipo societário somente em 1919, por meio do Decreto nº 3.708. E, na época,</p><p>não alterou o Código Comercial de 1850, que continuou contemplando outros tipos mais</p><p>antigos de sociedades até o advento do Código Civil.</p><p>Fonte: Daniel Jedzura / Shutterstock</p><p>Com a promulgação do Código Civil pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, o Decreto nº</p><p>3.708 deixou de vigorar. Afinal, o referido Código disciplinou a sociedade entre os artigos 1052</p><p>a 1087, operando a revogação tácita da legislação anterior. Com isso, pela primeira vez, a</p><p>sociedade limitada passou a ser tratada em um código.</p><p>REVOGAÇÃO TÁCITA</p><p>Aquela resultante da incompatibilidade com a nova norma, ocorre implicitamente.</p><p>javascript:void(0)</p><p>O Código Civil revogou toda a Parte Primeira do Código Comercial, que contemplava as</p><p>sociedades comerciais. E, assim, não somente a sociedade limitada passou a ser disciplinada</p><p>por ele, como também os tipos clássicos regulados no Código Comercial. Podemos incluir</p><p>nesse contexto a sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples e sociedade</p><p>em cota de participação.</p><p>O CONCEITO DE SOCIEDADE LIMITADA E A</p><p>IMPRECISÃO TÉCNICA DO SEU NOME</p><p>Fonte: Preechar Bowonkitwanchai / Shutterstock</p><p>A sociedade limitada é um dos cinco tipos de sociedade empresária, de acordo com a</p><p>disposição do artigo 981 do Código Civil. É este dispositivo que relaciona os tipos de</p><p>sociedades empresárias que podem ser constituídos.</p><p>Também, em razão do mesmo artigo, a sociedade simples (aquela que explora atividade</p><p>econômica própria de não empresário ou empresa rural) pode adotar o tipo limitada.</p><p>A princípio, o nome adotado no Brasil — sociedade por quotas de responsabilidade limitada —</p><p>embora fosse extenso, era correto, pois indicava que nessa sociedade o capital é dividido em</p><p>quotas e essas são o referencial para a responsabilidade dos sócios.</p><p> COMENTÁRIO</p><p>O nome atual — sociedade limitada — é equivocado e tecnicamente incorreto. Ocorre que</p><p>limitada é a responsabilidade dos sócios, como se verá no decorrer deste módulo, e não a da</p><p>sociedade, que tem sempre responsabilidade ilimitada pelas suas obrigações.</p><p>O CONTRATO SOCIAL E A LEGISLAÇÃO</p><p>APLICÁVEL À SOCIEDADE LIMITADA</p><p>Fonte: thodonal88 / Shutterstock</p><p>Como já informado, a sociedade limitada é regrada pelo Código Civil, que revogou tacitamente</p><p>o Decreto nº 3708, de 1919, primeiro diploma legal a tratar da sociedade.</p><p>O contrato social é a principal fonte da sociedade limitada e, nele, os sócios podem dispor</p><p>livremente das cláusulas que desejam para disciplinar a sociedade. No entanto, existem</p><p>algumas que são obrigatórias e devem ser observadas em razão da determinação do artigo</p><p>1054 do Código Civil.</p><p>Tal artigo remete ao artigo 997 do mesmo Código, que enumera as cláusulas do contrato da</p><p>sociedade simples, outro tipo societário.</p><p>javascript:void(0)</p><p>SOCIETÁRIO: ART. 997.</p><p>A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de</p><p>cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará:</p><p>I - nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas</p><p>naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas;</p><p>II - denominação, objeto, sede e prazo da sociedade;</p><p>III - capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer</p><p>espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária;</p><p>IV - a quota de cada sócio no capital social, e o modo de realizá-la;</p><p>V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços;</p><p>VI - as pessoas naturais incumbidas da administração da sociedade, e seus poderes e</p><p>atribuições;</p><p>VII - a participação de cada sócio nos lucros e nas perdas;</p><p>VIII - se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais.</p><p> ATENÇÃO</p><p>O contrato precisa ser escrito, pois a sociedade limitada é um tipo de sociedade personificada.</p><p>Sem a forma escrita, não há como esta adquirir personalidade jurídica . Não há necessidade</p><p>de se confeccionar uma escritura pública lavrada por tabelião de notas, podendo ser utilizado</p><p>um documento particular.</p><p>PERSONALIDADE JURÍDICA</p><p>javascript:void(0)</p><p>Confira a respeito o artigo 985 do Código Civil Art. 985. A sociedade adquire</p><p>personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus</p><p>atos constitutivos (artigos 45 e 1.150).</p><p>O Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) fornece um modelo de contrato,</p><p>com cláusulas obrigatórias e opcionais, mas que pode perfeitamente ser ampliado ou</p><p>modificado pelos sócios.</p><p>O CONTRATO SOCIAL E SUAS CLÁUSULAS</p><p>OBRIGATÓRIAS</p><p>Examinaremos, objetivamente, as cláusulas obrigatórias do contrato de sociedade limitada,</p><p>previstas no artigo 997 do Código Civil.</p><p>I- QUALIFICAÇÃO DE TODOS OS SÓCIOS</p><p>A sociedade limitada pode ser constituída por uma ou mais pessoas, seja física ou jurídica. No</p><p>caso de haver apenas 1 (um) sócio ela é denominada “unipessoal” (artigo 1052, parágrafo 2º,</p><p>do Código Civil).</p><p>Mesmo não havendo contrato no caso de sociedade unipessoal e, sim, um ato unilateral escrito</p><p>do sócio único, a lei determina que esse documento de constituição deve observar, no que</p><p>couber, as disposições do contrato social, ou seja, do artigo 997.</p><p>Fonte: GaudiLab / Shutterstock</p><p>Para o(s) sócio(s) pessoa(s) física(s), é exigido o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e</p><p>residência; para o(s) sócio(s) pessoa(s) jurídica(s), exige-se a firma ou a denominação,</p><p>nacionalidade e sede do(s) sócio(s)</p><p>dos bens.</p><p>E sem prejuízo da responsabilidade penal em que tenham incorrido; no caso de bens em</p><p>condomínio, a responsabilidade dos subscritores é solidária.</p><p>Fonte: Khakimullin Aleksandr / Shutterstock</p><p>OS VALORES MOBILIÁRIOS</p><p>São considerados valores mobiliários os títulos, incluindo contratos de investimento coletivo.</p><p>Estes são ofertados publicamente por pessoas autorizadas a realizarem sua emissão.</p><p>Para isso, tais documentos devem gerar direito de participação (como as ações que atribuem</p><p>direitos de participação nos lucros da companhia), de parceria ou de remuneração, inclusive</p><p>resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou</p><p>de terceiros.</p><p>Não há uma enumeração exaustiva dos títulos ou contratos que sejam valores mobiliários. Há</p><p>apenas uma exemplificação contida no artigo 2º da Lei nº 6385, de 1976, que inclui, no inciso I,</p><p>as ações, debêntures e os bônus de subscrição.</p><p>A Lei nº 6385, de 1976, disciplina o mercado de valores mobiliários, sua emissão e distribuição,</p><p>institui o órgão regulador e fiscalizador (a Comissão de Valores Mobiliários — CVM), dispõe</p><p>sobre os agentes que nele atuam e dá outras determinações.</p><p>A emissão de valores mobiliários não é uma atividade privativa das sociedades anônimas,</p><p>embora ela esteja autorizada a emitir títulos que se incluem na enumeração legal. Compete à</p><p>CVM expedir normas para a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado por ela</p><p>regulado.</p><p>Nestes atos administrativos, o órgão poderá autorizar outros tipos de sociedades a emitir os</p><p>valores mobiliários que mencionar. Podendo, até, exigir que os emissores se constituam sob a</p><p>forma de sociedade anônima (confira o artigo 3º da Lei nº 6385, de 1976).</p><p>Fonte: everything possible/Shutterstock</p><p> SAIBA MAIS</p><p>A CVM é uma autarquia em regime especial, integrante da administração pública indireta da</p><p>União, vinculada ao Ministério da Fazenda. Ela tem personalidade jurídica de direito público e</p><p>patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente. Além de não ter</p><p>subordinação hierárquica, mandato fixo e estabilidade de seus dirigentes, e autonomia</p><p>financeira e orçamentária (artigo 5º da Lei nº 6385, de 1976).</p><p>Dentre outras atribuições, compete ao órgão regulamentar, com observância da política</p><p>definida pelo Conselho Monetário Nacional, todas as matérias expressamente previstas na Lei</p><p>nº 6385, de 1976, e na lei de sociedades por ações (artigo 8º da Lei nº 6385, de 1976).</p><p>No artigo 4º da Lei nº 6404, de 1976, as companhias são classificadas em: aberta ou fechada.</p><p>Dependendo essa nomenclatura se os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não</p><p>admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.</p><p>As fechadas não estão sujeitas aos atos administrativos regulamentares que venham a ser</p><p>editados pela CVM, pois fogem ao âmbito de sua regulação.</p><p> IMPORTANTE</p><p>Nota-se que toda companhia está autorizada a emitir valor mobiliário, já que a ação — único</p><p>título de emissão obrigatória das companhias — é um exemplo. Contudo, somente os valores</p><p>mobiliários de emissão de companhia registrada na CVM (denominada “companhia aberta”)</p><p>podem ser negociados no mercado de valores mobiliários e ficam sujeito ao prévio registro de</p><p>emissão deferido pelo órgão.</p><p>Desta forma, a companhia é fechada porque não está autorizada a negociar suas ações neste</p><p>mercado. Assim, aberta e fechada são termos associados à autorização (aberta) e carência</p><p>dela (fechada).</p><p>Observamos que as ações de companhia fechada são passíveis de negociação. Mas não em</p><p>bolsas de valores ou mercados de balcão, que são locais próprios de negociação dos valores</p><p>mobiliários de companhias abertas.</p><p>AS AÇÕES</p><p>A ação tem natureza jurídica de valor mobiliário, como já exposto no item anterior. Mas é,</p><p>também, uma fração do capital social das sociedades por ações e um título de participação que</p><p>atribui a seu proprietário a condição de sócio ou acionista (termo específico para designar o</p><p>sócio titular de ação).</p><p>O acionista tem direitos essenciais previstos no artigo 109 da Lei nº 6404, de 1976, dos quais</p><p>se destaca o direito de crédito eventual em face da companhia pela participação nos lucros</p><p>sociais.</p><p>O estatuto deve fixar o número das ações em que se divide o capital social e as ações,</p><p>conforme a natureza dos direitos ou das vantagens que confiram a seus titulares, são</p><p>javascript:void(0)</p><p>ordinárias, preferenciais, ou de fruição.</p><p>ART. 109</p><p>Nem o estatuto social nem a assembleia-geral poderão privar o acionista dos direitos de:</p><p>I - participar dos lucros sociais;</p><p>II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação;</p><p>III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais;</p><p>IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações,</p><p>debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos</p><p>artigos 171 e 172;</p><p>V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei.</p><p>As ações ordinárias não oferecem qualquer tipo de vantagem de cunho patrimonial ou político</p><p>aos acionistas. Possuem apenas os direitos básicos previstos em lei e outros porventura</p><p>outorgados pelo estatuto. Em contrapartida, têm assegurado o direito de voto nas deliberações</p><p>sociais, conforme prevê o artigo 110 da Lei nº 6404, de 1976.</p><p></p><p>As ações preferenciais têm assegurada, por lei, alguma vantagem em relação às ordinárias,</p><p>que devem ser reguladas pelo estatuto. Este pode pulverizar estas vantagens entre os</p><p>acionistas titulares desta espécie de ação, utilizando-se da divisão em classes, conferindo, por</p><p>exemplo, a uma classe, vantagem patrimonial, e a outra, vantagem política.</p><p> IMPORTANTE</p><p>Por isso, tanto as ações preferenciais de companhia aberta quanto fechada podem ser</p><p>divididas em classes. Sobre a relação das vantagens patrimoniais e políticas que podem ser</p><p>conferidas às ações preferenciais, leia os artigos 17 e 18 da Lei nº 6.404, de 1976.</p><p>Em compensação às vantagens conferidas às ações preferenciais, o estatuto pode deixar de</p><p>conferir certos direitos não essenciais a seus acionistas. Dentre os quais, podemos citar o</p><p>direito de voto.</p><p>Sobre os direitos não essenciais, o estatuto pode conceder, ainda, com restrições, o direito ao</p><p>voto, regulando minuciosamente tal ponto o artigo 111 da Lei nº 6404, de 1976.</p><p>Fonte: fizkes /Shutterstock</p><p> ATENÇÃO</p><p>Se a companhia optar por não atribuir o pleno direito de voto a suas ações preferenciais, o total</p><p>de ações preferenciais, nessa condição (sem direito a voto ou sujeitas a restrição no exercício</p><p>desse direito), não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) do total das ações emitidas.</p><p>As ações de fruição são muito raras, pois sua emissão se dá em substituição às ações que</p><p>foram integralmente amortizadas e, ainda assim, se for autorizado pela assembleia geral ou</p><p>pelo estatuto.</p><p>Por amortização, entende-se o pagamento antecipado (antes da liquidação da companhia) das</p><p>importâncias devidas aos acionistas, que deixam de ter tal status se a amortização abranger</p><p>todo o valor da ação.</p><p>Como forma de manter o vínculo societário com estes acionistas, podem ser emitidas ações de</p><p>fruição no lugar daquelas que foram canceladas por efeito da amortização, o que se extrai do</p><p>artigo 44 da Lei nº 6404, de 1976.</p><p>Fonte: eggeegg /Shutterstock</p><p>As ações devem ser ter uma única forma, isto é, nominativa. Por ação nominativa entende-se</p><p>aquela emitida em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente.</p><p>Até 1990, as ações poderiam ser emitidas ao portador ou endossáveis, sendo que as primeiras</p><p>sequer tinham registro para efeito de propriedade ou de transferência, mas foram abolidas</p><p>naquele ano.</p><p>Para efeito de registro da ação, existem duas possibilidades: ser emitido um certificado</p><p>representativo para a ação ou grupo de ações ou não.</p><p>CERTIFICADO EMITIDO</p><p>No primeiro caso, a ação é denominada “documental” (com certificado) e a propriedade dela</p><p>presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de “Registro de Ações Nominativas”.</p><p>javascript:void(0)</p><p>CERTIFICADO NÃO EMITIDO</p><p>Para que não seja emitido certificado, é preciso autorização estatutária, que pode se aplicar a</p><p>todas as ações ou apenas a uma ou mais classes delas. Tais ações são denominadas</p><p>“escriturais”.</p><p>ESCRITURAIS</p><p>Confiram-se os artigos 20, 31 e 34 da Lei nº 6404, de 1976.</p><p>As ações escriturais não são registradas nos livros da companhia, e sim mantidas em contas</p><p>de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar. Somente as instituições</p><p>financeiras autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários podem manter serviços de</p><p>escrituração de ações.</p><p>A propriedade da ação escritural presume-se pelo registro na conta de depósito das ações,</p><p>aberta em nome do acionista nos livros da instituição depositária.</p><p>Nos mesmos livros em que é registrada a propriedade das ações — documentais ou escriturais</p><p>— são averbados os ônus que recaem sobre elas. E podem ser:</p><p>Penhor</p><p>Usufruto</p><p>O fideicomisso</p><p>A alienação fiduciária em garantia</p><p>Quaisquer cláusulas ou ônus que gravarem a ação na forma dos artigos 39 e 40 da Lei nº</p><p>6404, de 1976.</p><p>A transferência das ações nominativas documentais por ato inter vivos (exemplo: compra e</p><p>venda, doação) também está sujeita a registro para ser eficaz em relação à companhia e a</p><p>terceiros. E ela se realiza mediante termo lavrado no livro de “Transferência de Ações</p><p>Nominativas”, datado e assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou seus legítimos</p><p>representantes.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Na situação de a transferência ter se operado por transmissão causa mortis ou ato judicial,</p><p>também deverá ser feita a averbação no livro de “Registro de Ações Nominativas”, à vista de</p><p>documento hábil, que ficará em poder da companhia.</p><p>Fonte: Perova Evgeniya /Shutterstock</p><p>Em se tratando de ação escritural, sua transferência também necessita de registro. Este se</p><p>opera pelo lançamento efetuado pela instituição depositária em seus livros, a débito da conta</p><p>de ações do alienante e a crédito da conta de ações do adquirente, à vista de ordem escrita do</p><p>alienante, ou de autorização ou ordem judicial, em documento hábil que ficará em poder da</p><p>instituição.</p><p>Ao contrário da quota, que pode ter sua cessão restrita ou vedada pelo contrato ou por lei,</p><p>ação é um título de livre negociação.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Sobre a livre negociação...</p><p>No entanto, existem algumas regras importantes que restringem sua transmissão, das quais se</p><p>destacam as seguintes:</p><p>Para as companhias abertas: as ações somente poderão ser negociadas depois de</p><p>realizados (pagos) 30% (trinta por cento) do preço de emissão (confira o artigo 29 da Lei</p><p>nº 6404, de 1976);</p><p>Para as companhias fechadas: o estatuto pode impor limitações à circulação das ações,</p><p>contanto que regule minuciosamente tais limitações e não impeça a negociação, nem</p><p>sujeite o acionista ao arbítrio dos órgãos de administração da companhia ou da maioria</p><p>dos acionistas (confira o artigo 36 da Lei nº 6404, de 1976).</p><p>OS DIFERENTES TIPOS DE AÇÕES</p><p>No vídeo abaixo conheceremos os diferentes tipos de ações das sociedades anônimas.</p><p>AS DEBÊNTURES</p><p>A debênture é um valor mobiliário que não atribui a qualidade de sócio ao seu titular, chamado</p><p>debenturista, nem lhe confere um direito de subscrever ações futuramente, característica dos</p><p>bônus de subscrição.</p><p>O objetivo com sua emissão e negociação é a obtenção de recursos pela companhia dos seus</p><p>acionistas ou de terceiros investidores por meio da realização de empréstimos (mútuo de</p><p>dinheiro).</p><p>A quantia total mutuada (a ser emprestada à companhia pelos debenturistas) é dividida em</p><p>títulos, e cada um corresponde a uma debênture. Fica, assim, assegurado a seus titulares</p><p>direito de crédito contra a emissora e outros direitos, que estão estabelecidos na escritura de</p><p>emissão, documento no qual constam as condições de emissão, lançamento, amortização,</p><p>resgate e vencimento (confira o artigo 52 da Lei nº 6404, de 1976).</p><p>Fonte: Jsnow my wolrd /Shutterstock</p><p>A companhia poderá efetuar mais de uma emissão de debêntures, e cada uma pode ser</p><p>dividida em séries. As da mesma série conferirão a seus titulares os mesmos direitos, tal como</p><p>as ações da mesma classe (confira os artigos 53 e 109, § 1º, da Lei nº 6404, de 1976).</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>A palavra “debênture” é derivada do inglês “debentur”, que por sua vez tem origem no verbo</p><p>latino debere, que significa “dever”. Como o próprio nome indica, a debênture é um título</p><p>representativo de dívida de quem a emitiu, ou seja, a companhia ou sociedade anônima.</p><p>Coube ao Decreto nº 177-A, de 15 de setembro de 1893, regular pela primeira vez a emissão</p><p>de empréstimos em obrigações ao portador (debêntures) das companhias ou sociedades</p><p>anônimas. Atualmente, trata do instituto da Lei nº 6404, de 1976, entre os artigos 52 a 71.</p><p>Tal qual as ações, as debêntures são títulos nominativos, podendo ser documental (com</p><p>emissão de certificado) ou escritural. A elas se aplicam as regras quanto ao registro para efeito</p><p>de aquisição de propriedade, transferência e averbação de ônus e outros direitos (confira o</p><p>item sobre o assunto na parte que expõe as ações nominativas).</p><p>A época do vencimento da debênture deverá constar da escritura de emissão. A companhia</p><p>pode estipular amortizações parciais de cada série, criar fundos de amortização e reservar-se o</p><p>direito de resgate antecipado, parcial ou total, dos títulos da mesma série.</p><p>Também é possível que a escritura de emissão estipule que o vencimento somente ocorra nos</p><p>casos de inadimplência da obrigação de pagar juros e dissolução da companhia, ou de outras</p><p>condições previstas no título. Desta forma, enquanto não se verificar alguma das condições</p><p>estabelecidas a debênture não se extinguiria.</p><p>Os acionistas terão direito de preferência para subscrever a emissão de debêntures com</p><p>cláusula de conversibilidade em ações.</p><p>A companhia emissora poderá emitir até 4 espécies de debêntures, observado o que dispuser</p><p>a escritura de emissão e igualdade de direitos entre debenturistas da mesma série.</p><p>As espécies são:</p><p>COM GARANTIA REAL</p><p>COM GARANTIA FLUTUANTE</p><p>NÃO GOZAR DE PREFERÊNCIA (DEBÊNTURE</p><p>SIMPLES OU QUIROGRAFÁRIA)</p><p>SUBORDINADA AOS DEMAIS CREDORES DA</p><p>COMPANHIA</p><p>A debênture com garantia real tem bens móveis e/ou imóveis vinculados a seu pagamento, que</p><p>devem ser descritos na escritura de emissão.</p><p>A debênture com garantia flutuante assegura ao credor privilégio geral sobre o ativo da</p><p>companhia, mas não impede a negociação dos bens que compõem esse ativo.</p><p>Ao contrário da garantia real, que recai sobre certos bens individualizados, a garantia flutuante</p><p>incide sobre qualquer bem do ativo da companhia e seu pagamento. Em concurso de credores,</p><p>se dá depois de pagos os credores com garantia real. As garantias real e flutuante poderão ser</p><p>constituídas cumulativamente.</p><p>As debêntures que não possuem garantia (chamadas simples e subordinada) são aquelas que</p><p>oferecem mais riscos em caso de impontualidade da companhia. E, sobretudo, em caso de</p><p>falência e, por isso, devem oferecer vantagens como melhor remuneração ou prazos de</p><p>resgate ou vencimento menores. Ambas não preferem aos credores com garantia real nem</p><p>com privilégio geral.</p><p>A debênture subordinada somente prefere na ordem de pagamento aos acionistas no ativo</p><p>remanescente, se houver, em caso de liquidação da companhia.</p><p>Como já informado, a escritura de emissão é o documento base da emissão de debêntures.</p><p>Nela, a companhia fará constar os direitos conferidos pelas debêntures, suas garantias e</p><p>demais cláusulas ou condições.</p><p>A escritura é assinada pelos administradores da companhia e a obriga perante os</p><p>debenturistas. O documento pode ser elaborado por instrumento público ou particular e, para</p><p>debêntures distribuídas ou admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários, é</p><p>obrigatória a intervenção de agente fiduciário dos debenturistas (confira os artigos 66 a 70 da</p><p>Lei nº 6404, de 1976).</p><p>Fonte: Vadym Sh /Shutterstock</p><p>O agente fiduciário designado na escritura de emissão (pode ser pessoa física ou jurídica) é o</p><p>representante</p><p>legal dos debenturistas perante a companhia emissora.</p><p>Dentre os vários deveres que a lei lhe impõe destacamos os seguintes:</p><p>DEVER 1</p><p>Proteger os direitos e interesses dos debenturistas, empregando, no exercício da função, o</p><p>cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de</p><p>seus próprios bens;</p><p>DEVER 2</p><p>Elaborar relatório e colocá-lo, anualmente, à disposição dos debenturistas, dentro de 4 (quatro)</p><p>meses do encerramento do exercício social da companhia. Devem ser informados no relatório</p><p>os fatos relevantes ocorridos durante o exercício, podendo ser relativos: à execução das</p><p>obrigações assumidas pela companhia; aos bens garantidores das debêntures; e à constituição</p><p>e aplicação do fundo de amortização; se houver, do relatório constará, ainda, declaração do</p><p>agente sobre sua aptidão para continuar no exercício da função;</p><p>DEVER 3</p><p>Notificar os debenturistas, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, de qualquer</p><p>inadimplemento, pela companhia, de obrigações assumidas na escritura da emissão.</p><p>Os titulares de debêntures da mesma emissão ou série podem, a qualquer tempo, reunir-se em</p><p>assembleia especial a fim de deliberar sobre matéria de interesse da comunhão dos</p><p>debenturistas. Nas deliberações da assembleia, a cada debênture caberá um voto.</p><p>Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock</p><p>A assembleia dos debenturistas pode ser convocada por:</p><p>Agente fiduciário;</p><p></p><p>Companhia emissora;</p><p></p><p>Debenturistas que representem 10% (dez por cento), no mínimo, dos títulos em circulação;</p><p></p><p>Comissão de valores mobiliários, caso as debêntures tenham sido negociadas no mercado.</p><p>O agente fiduciário deverá comparecer à assembleia e prestar aos debenturistas as</p><p>informações que lhe forem solicitadas (confira o artigo 71 da Lei nº 6404, de 1976).</p><p>Para aprovação das deliberações, a escritura de emissão estabelecerá a maioria necessária.</p><p>Esta não será inferior à metade das debêntures em circulação, para aprovar modificação nas</p><p>condições das debêntures.</p><p>OS BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO</p><p>Podemos dizer que são valores mobiliários de emissão exclusiva de sociedades anônimas de</p><p>capital autorizado. Trata-se de uma companhia que tem, em seu estatuto, uma cláusula que</p><p>autoriza — até certo limite em valor do capital ou em número de ações — o aumento do capital</p><p>sem necessidade de reforma do estatuto.</p><p>As companhias sem capital autorizado precisam aprovar a alteração estatutária para aumentar</p><p>o capital, em razão de ser o capital fixo. O mesmo procedimento deve adotar a companhia de</p><p>capital autorizado quando a autorização estiver esgotada.</p><p>A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto,</p><p>títulos negociáveis denominados bônus de subscrição. É uma forma de a companhia obter</p><p>recursos com a negociação destes títulos no mercado de valores mobiliários ou em oferta</p><p>privada sem admitir, imediatamente, novos acionistas.</p><p>É possível, alternativamente à alienação dos bônus, que a companhia os atribua, como</p><p>vantagem adicional, aos subscritos de emissões de suas ações ou debêntures. Os atuais</p><p>acionistas têm direito de preferência para subscrever os bônus (confira os artigos 75 e 77 da</p><p>Lei nº 6404, de 1976).</p><p>Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado,</p><p>se emitido, direito de subscrever ações do capital social. Este será exercido mediante</p><p>apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações.</p><p>Fonte: Zivica Kerkez/Shutterstock</p><p>Portanto, há uma promessa da companhia de emitir as novas ações no futuro, devendo ser</p><p>indicado previamente ao comprador do bônus o número, a espécie e a classe das ações que</p><p>poderão ser subscritas.</p><p>Além do preço de emissão ou os critérios para sua determinação, bem como a época em que o</p><p>direito de subscrição poderá ser exercido e a data do término do prazo para esse exercício.</p><p>Assim como as ações, os bônus de subscrição terão a forma nominativa, podendo ser</p><p>documental (com emissão de certificado) ou escritural. A eles se aplicam as regras quanto ao</p><p>registro em livros para efeito de aquisição de propriedade, transferência e averbação de ônus e</p><p>outros direitos (confira o item 4.3 na parte que expõe as ações nominativas).</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. DUAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS PRETENDEM CONSTITUIR UMA</p><p>SOCIEDADE ANÔNIMA DA ESPÉCIE FECHADA CUJO OBJETO SERÁ A</p><p>INDÚSTRIA DE CIMENTOS. NA DENOMINAÇÃO SOCIAL DA FUTURA</p><p>COMPANHIA, SERÁ HOMENAGEADO O FUNDADOR DE UMA DAS</p><p>SOCIEDADES, IVO IVIL. DE ACORDO COM AS REGRAS QUE</p><p>DISCIPLINAM A FORMAÇÃO DA DENOMINAÇÃO DA SOCIEDADE</p><p>ANÔNIMA, ASSINALE A ÚNICA DENOMINAÇÃO CORRETA E QUE</p><p>PODERÁ SER UTILIZADA.</p><p>A) Ivo Ivil.</p><p>B) Ivo Ivil & Companhia.</p><p>C) Cimentos Ivo Ivil & Companhia.</p><p>D) Companhia de Cimentos Ivo Ivil.</p><p>2. RITA SUBSCREVEU 3.000 (TRÊS MIL) AÇÕES ORDINÁRIAS DE UMA</p><p>COMPANHIA EM ORGANIZAÇÃO TENDO INTEGRALIZADO O PREÇO DE</p><p>EMISSÃO NO ATO DA SUBSCRIÇÃO. COM BASE NESTAS INFORMAÇÕES</p><p>E CONSIDERANDO AS AÇÕES COMO TÍTULOS NOMINATIVOS, ANALISE</p><p>AS AFIRMATIVAS A SEGUIR E ASSINALE A ÚNICA QUE SE ENCONTRA</p><p>CORRETA.</p><p>A) A propriedade das ações presume-se pelo contrato de cessão de ações celebrado entre o</p><p>acionista e o adquirente.</p><p>B) A propriedade das ações presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de</p><p>“Registro de Ações Nominativas”</p><p>C) A propriedade das ações presume-se pela tradição dos certificados de ações pelo acionista</p><p>ao adquirente.</p><p>D) A propriedade das ações presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de</p><p>“Registro de Transferência de Ações Nominativas”.</p><p>GABARITO</p><p>1. Duas sociedades empresárias pretendem constituir uma sociedade anônima da</p><p>espécie fechada cujo objeto será a indústria de cimentos. Na denominação social da</p><p>futura companhia, será homenageado o fundador de uma das sociedades, Ivo Ivil. De</p><p>acordo com as regras que disciplinam a formação da denominação da sociedade</p><p>anônima, assinale a única denominação correta e que poderá ser utilizada.</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>O nome empresarial das sociedades anônimas deverá indicar seu objeto e o aditivo companhia</p><p>ou sociedade anônima, sendo que o primeiro não pode vir ao final da denominação.</p><p>2. Rita subscreveu 3.000 (três mil) ações ordinárias de uma companhia em organização</p><p>tendo integralizado o preço de emissão no ato da subscrição. Com base nestas</p><p>informações e considerando as ações como títulos nominativos, analise as afirmativas a</p><p>seguir e assinale a única que se encontra correta.</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>As ações são títulos nominativos e, como tal, é exigido o registro em livro próprio para efeito de</p><p>aquisição da propriedade, de acordo com o art. 31, caput, da Lei nº 6404, de 1976.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Você finalizou o estudo dos módulos sobre as noções básicas de sociedade limitada e</p><p>sociedade anônima. No 1º módulo, você aprendeu que a sociedade limitada é de fácil</p><p>constituição e administração, podendo ter seu contrato escrito por instrumento público ou</p><p>particular, porém, sempre com a presença de cláusulas obrigatórias previstas no Código Civil,</p><p>além de outras facultativas que os sócios queiram estipular. Uma das facultativas é a que prevê</p><p>a regência supletiva ao contrato de disposições das sociedades anônimas, Lei nº 6404, de</p><p>1976.</p><p>Também foi analisado que todos os sócios respondem limitadamente até o valor da quota de</p><p>cada um. Ainda vimos que é vedada a contribuição exclusivamente em serviços, pois todos</p><p>devem aportar bens ao capital.</p><p>No 2º módulo, foi apresentado o conceito e dele extraídas importantes características da</p><p>sociedade anônima. Podemos destacar a ausência de solidariedade dos acionistas pela</p><p>integralização do capital e o regime empresarial da companhia qualquer que seja seu objeto.</p><p>Também foram expostas as regras de formação da denominação (nome empresarial) e do</p><p>capital social. Do que vimos, merece destaque a avaliação compulsória dos bens por</p><p>avaliadores nomeados pelos acionistas, e cujos laudos devem ser aprovados antes da</p><p>constituição da companhia ou formalização</p><p>do aumento de capital.</p><p>Por fim, foram descritas noções básicas sobre os valores mobiliários, e a competência da</p><p>Comissão de Valores Mobiliário para regular este mercado. Além de termos verificado também</p><p>as principais disposições legais sobre as ações, as debêntures e os bônus de subscrição,</p><p>como a finalidade de cada um, os direitos que conferem e os registros de propriedade e</p><p>transferência.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABRÃO, N. Sociedades limitadas. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.</p><p>BERTOLDI, M. M.; RIBEIRO, M. C. P. Curso avançado de direito comercial. 11. ed. São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 2020.</p><p>BORBA. J. E. T. Direito societário. 17. ed. São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da</p><p>União: seção 1, Brasília, DF, ano 139, n. 8, p. 1-74, 11 jan. 2002.</p><p>COELHO, F. U. Novo manual de direito comercial. 31. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,</p><p>2020.</p><p>GONÇALVES NETO, A. de A. Manual das companhias ou sociedades anônimas. 2. ed. São</p><p>Paulo: Revista dos Tribunais, 2010.</p><p>MARTINS, F. Curso de direito comercial. 39. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015.</p><p>NEGRÃO, R. Curso de direito comercial e de empresa. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 1</p><p>v.</p><p>REQUIÃO, R. Curso de direito comercial. 34. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 1 v.</p><p>TEIXEIRA, T. Direito empresarial sistematizado. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.</p><p>TOMAZETTE, M. Curso de direito empresarial. Teoria Geral e Direito Societário. 11.ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2020. 1 v.</p><p>EXPLORE+</p><p>Veja o artigo Inadimplência de dividendos dá direito de voto a preferencialistas, para</p><p>saber mais sobre a composição da denominação da sociedade anônima e sobre os</p><p>critérios para verificação de identidade ou semelhança entre denominações. Recomenda-</p><p>se a leitura das Seções III e IV do Capítulo I da Instrução Normativa DREI nº 81, em vigor</p><p>desde 1° de julho de 2020.</p><p>Confira o texto de Alexandre Assumpção e Matheus Ramalho: Penhora de quotas por</p><p>dívida particular de sócio: evolução histórico-legislativa e jurisprudencial da Revista</p><p>Brasileira de Direito Empresarial, para saber mais a respeito da penhora de quotas</p><p>sociais por dívida de sócio.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Alexandre Ferreira de Assumpção Alves</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p> ATENÇÃO</p><p>É importante observar a existência de uma sociedade limitada que não pode ter sócios</p><p>pessoas jurídicas. Trata-se de empresa simples de crédito (ESC), prevista nos artigos 1º a 10</p><p>da Lei Complementar nº 167, de 2019.</p><p>A ESC destina-se à realização de operações de empréstimo, de financiamento e de desconto</p><p>de títulos de crédito, exclusivamente com recursos próprios. Ela tem como favorecidos</p><p>microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.</p><p>Além de ser constituída, exclusivamente, por pessoas naturais, terá objeto social restrito às</p><p>operações citadas.</p><p>II – DENOMINAÇÃO DA SOCIEDADE</p><p>É o nome que a sociedade irá adotar. Embora no artigo 997 seja mencionado “denominação”,</p><p>por força do artigo 1054 do Código Civil, a sociedade limitada poderá adotar firma ou</p><p>denominação. Contudo, em qualquer caso, devem ser observadas as regras para a formação</p><p>do nome da sociedade previstas no artigo 1158 do Código Civil.</p><p>Fonte: BOOCYS / Shutterstock</p><p>Tratando-se de firma, deve ser composta com o nome de um ou mais sócios, desde que</p><p>pessoas físicas. Se a firma não incluir o nome de todos os sócios, deve ser acrescentado</p><p>após o nome do último sócio o aditivo “& Companhia” ou a forma abreviada “& Cia”, para</p><p>indicar a participação de outros sócios não nomeados na firma.</p><p> EXEMPLO</p><p>Exemplos de denominação: Hotel Passo Fundo Limitada; Borges Frigorífico Ltda.</p><p>Exemplos de firma: Couto Limitada (sociedade unipessoal); Couto & Borges Ltda.; Couto,</p><p>Borges & Companhia Ltda.</p><p>Caso haja somente sócio(s) pessoa(s) jurídica(s), não será possível o uso da firma, mas</p><p>apenas denominação. A denominação pode ser um nome fantasia ou o de um ou mais sócios,</p><p>porém se diferencia da firma porque deve designar o objeto da sociedade.</p><p>Tanto no caso de firma ou de denominação, sempre deve ser acrescentado o aditivo “limitada”</p><p>ao final ou sua abreviatura. Cabe ressaltar que a omissão da palavra "limitada" determina a</p><p>responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a</p><p>denominação da sociedade, sejam ou não sócios.</p><p>III – OBJETO DA SOCIEDADE</p><p>O objeto é a atividade econômica que a sociedade explorará. É um elemento essencial do</p><p>contrato de sociedade, como se percebe no conceito de sociedade contido no artigo 981 do</p><p>Código Civil.</p><p>ARTIGO 981 DO CÓDIGO CIVIL</p><p>Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a</p><p>contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha,</p><p>entre si, dos resultados.</p><p>O objeto da sociedade limitada pode ser mais de uma atividade, livremente escolhida pelos</p><p>sócios, e deve ser lícita (artigo 104 do Código Civil). Excepcionalmente, pode a lei impedir que</p><p>os sócios ampliem o objeto social, como visto no caso da ESC.</p><p>Todavia, é uma exceção, pois os sócios podem alterar o contrato para modificar o objeto social,</p><p>ampliando-o ou reduzindo-o.</p><p>A escolha do objeto é importante para determinar o registro competente para arquivamento do</p><p>contrato. Há previsão no artigo 1150 do Código Civil que se a sociedade for empresária, o</p><p>registro está a cargo das Juntas Comerciais, e se a sociedade for simples, está sob</p><p>responsabilidade do Registro Civil de Pessoas Jurídicas (RCPJ).</p><p>Logo, se o objeto da sociedade limitada são atividades consideradas não empresariais (artigo</p><p>966, parágrafo único e artigo 982 do Código Civil), ela será uma sociedade simples.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Andrii Yalanskyi / Shutterstock</p><p>Temos como exceção a sociedade limitada que explora empresa rural, diante do tratamento</p><p>diferenciado previsto no artigo 984 do Código Civil. A sociedade, nessa situação, poderá optar</p><p>por qualquer dos registros — empresarial ou civil —, mas só será empresária se arquivar o</p><p>contrato na Junta Comercial.</p><p>IV- SEDE DA SOCIEDADE</p><p>A sede é considerada a matriz da sociedade, caso ela tenha alguma filial, e determina a fixação</p><p>de seu domicílio. Esse domicílio pode ser o mesmo onde funciona a administração ou em outro</p><p>local, mas sempre indicado no ato de constituição (vide artigo 75, inciso IV, do Código Civil).</p><p>A instituição de filial é facultativa e pode estar ou não prevista no contrato. Se a sociedade</p><p>instituir filiais, cada uma delas será considerada domicílio para os atos nela praticados.</p><p>Fonte: 4045 / Shutterstock</p><p>É permitido aos sócios escolher o lugar da sede, que é o domicílio da pessoa jurídica.</p><p>Entretanto, se esta for situada no exterior, a sociedade será estrangeira e dependerá de</p><p>autorização para funcionar no Brasil, ainda que possua filiais no país.</p><p>Tal regra decorre do critério para atribuição de nacionalidade brasileira à sociedade, previsto no</p><p>artigo 1126 do Código Civil.</p><p>ARTIGO 1126 DO CÓDIGO CIVIL</p><p>Artigo 1126 do Código Civil. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a</p><p>lei brasileira e que tenha no país a sede de sua administração.</p><p>V- PRAZO DE DURAÇÃO</p><p>Os sócios também podem escolher o prazo de duração, determinado ou indeterminado. No</p><p>primeiro caso, o contrato deve indicar o termo final, ou seja, a data limite para a vigência do</p><p>contrato. Atingida essa data, a sociedade se dissolve automaticamente (“de pleno direito”) e</p><p>deve ser providenciada a sua liquidação.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Entretanto, há previsão no artigo 1033 do Código Civil que a sociedade não se dissolverá se,</p><p>vencido o prazo, e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação. Nesse caso,</p><p>será prorrogada por tempo indeterminado</p><p>Fonte: BlueSkyImage / Shutterstock</p><p>A sociedade constituída por prazo indeterminado pode ser dissolvida por outras causas</p><p>(exemplos: falência, insolvência, decisão dos sócios, decisão judicial etc.), não significando que</p><p>terá duração perpétua.</p><p>VI- CAPITAL DA SOCIEDADE</p><p>O capital é a quantia que os sócios destinam para a realização do objeto da sociedade. A</p><p>princípio é fixo, ou seja, um valor expresso em moeda corrente (Real) no contrato definido pelo</p><p>sócio ou sócios</p><p>Fonte: Number1411 / Shutterstock</p><p>Não há um valor mínimo, salvo se lei especial impuser. Assim, a quota e o capital podem ter</p><p>valor a partir de R$0,01 (um centavo). Embora seja fixo e tenda a ser permanente, o valor do</p><p>capital pode ser alterado (aumentado ou reduzido), mas deve seguir os procedimentos legais.</p><p>Quanto à formação do capital e as contribuições dos sócios, trataremos mais detidamente</p><p>ainda neste módulo.</p><p>VII – INDICAÇÃO DA QUOTA DE CADA SÓCIO NO</p><p>CAPITAL E O MODO DE REALIZÁ-LA</p><p>Na sociedade limitada, o capital é dividido em quotas, de valor igual ou desigual, cabendo uma</p><p>ou mais a cada sócio (artigo 1055 do Código Civil). Todavia, como já informado, é possível a</p><p>sociedade ser unipessoal e, nesse caso, não há divisão do capital em quotas.</p><p>Diante da inexistência de pluripessoalidade, haverá uma quota única de titularidade do sócio. O</p><p>contrato social deve indicar, mesmo nessa situação, o valor da quota, que será o do capital.</p><p>Fonte: NicoElNino / Shutterstock</p><p>Todos os sócios devem ter pelo menos 1 (uma) quota. Embora o contrato de sociedade permita</p><p>a contribuição em prestação de serviços (vide artigo 981), na sociedade limitada, o sócio não</p><p>pode contribuir apenas com serviços. Todos precisam subscrever (tomar para si) alguma quota</p><p>do capital e realizar seu valor, inclusive se for o único sócio.</p><p>Caso queira contribuir, adicionalmente, com serviços para o desenvolvimento da atividade</p><p>social, o sócio poderá fazê-lo. Dessa forma, haverá no contrato uma cláusula facultativa, que</p><p>discrimina as prestações a que se obriga o sócio cuja contribuição consista em serviços.</p><p>Também deve ser incluído no contrato a forma de realização (integralização) do valor das</p><p>quotas de cada sócio, ou seja, como será feito o pagamento dessa prestação.</p><p>Nesse aspecto, os sócios podem usar a liberdade contratual para estabelecer o pagamento à</p><p>vista (parcela única) do valor da quota ou a prazo (em várias parcelas). Ao contrato, cabe</p><p>indicar os prazos e o montante de cada prestação.</p><p>O sócio fica obrigado a respeitar esse prazo e pode vir a sofrer sanções</p><p>se não efetuar a</p><p>prestação após notificado pela sociedade. Trataremos do efeito da integralização a prazo na</p><p>responsabilidade dos sócios no item sobre este assunto, ainda neste módulo.</p><p>VIII - PARTICIPAÇÃO DE CADA SÓCIO NOS</p><p>RESULTADOS</p><p>Outro elemento que integra o conceito de sociedade é a participação (“partilha”) dos resultados</p><p>da atividade social entre os sócios, como se percebe na leitura do já mencionado artigo 981.</p><p>A lei permite aos sócios dispor no contrato sobre o montante do lucro líquido (após o</p><p>abatimento dos prejuízos e encargos) a ser distribuído e o mesmo quanto ao rateio das perdas.</p><p>A princípio, a partilha dos resultados será feita proporcionalmente à participação de cada sócio</p><p>no capital (referencialmente ao valor da quota), como prevê o artigo 1007 do Código Civil.</p><p>Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock</p><p>Não obstante, a distribuição de lucros e perdas pode ser desproporcional. Isso significa dizer</p><p>que um sócio com quotas de maior valor ou maior participação no capital pode ter uma parcela</p><p>menor dos lucros ou de perdas, ou o sócio minoritário pode receber a maior parte dos lucros e</p><p>assumir uma parcela expressiva das perdas.</p><p>Entretanto, a liberdade contratual tem seu limite na chamada “cláusula leonina”. Isto é, aquela</p><p>que priva algum sócio de receber lucro ou dispensa de responder pelas perdas.</p><p>Nesse sentido, vejamos o que dispõe o artigo 1008 do Código Civil: “É nula a estipulação</p><p>contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas”.</p><p>Com a proclamação da nulidade desta cláusula, será aplicada a regra legal, isto é, o rateio</p><p>proporcional à participação de cada sócio no capital.</p><p>IX – RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS PELAS</p><p>OBRIGAÇÕES SOCIAIS</p><p>Embora o artigo 1054 do Código Civil determine que o contrato da sociedade limitada</p><p>mencionará as indicações do artigo 997, não se pode aplicar o texto do inciso VIII do referido</p><p>dispositivo. Ou seja: “se os sócios respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações</p><p>sociais”.</p><p>Diante da regra especial e distinta do artigo 1052, essa prevalece e a afasta a do artigo 997.</p><p>Com isso, interpreta-se o inciso VIII do artigo 997 apenas no sentido de ser cláusula obrigatória</p><p>no contrato a que disponha sobre a responsabilidade dos sócios.</p><p>Em complemento, deve ser informado que a responsabilidade é limitada ao valor das quotas</p><p>que cada sócio tomou para si da sociedade (subscreveu) ou adquiriu de terceiros.</p><p>Por fim, são importantes duas observações antes de encerrarmos este item. A primeira diz</p><p>respeito às “cláusulas ocultas” ou “de gaveta”, que são as disposições não inseridas no</p><p>contrato e que constam de documento em separado. Portanto, não são de conhecimento</p><p>público.</p><p>Fonte: Amnaj Khetsamtip / Shutterstock</p><p>Sobre elas, o Código Civil prevê, no parágrafo único do artigo 997, que “É ineficaz em relação</p><p>a terceiros qualquer pacto separado, contrário ao disposto no instrumento do contrato”. Dessa</p><p>forma, havendo conflito entre o contrato com outro documento, vai prevalecer o teor do</p><p>contrato social, mesmo que o pacto seja assinado por todos os sócios.</p><p> EXEMPLO</p><p>Um exemplo da situação acima: consta no contrato de uma sociedade limitada hipotética a</p><p>qualificação de cinco sócios. Mas, em ato separado, consta que dois deles foram excluídos da</p><p>sociedade por falta grave e suas quotas foram canceladas com redução do valor do capital.</p><p>Esse pacto em separado não terá eficácia perante terceiros que desconheciam o teor do</p><p>documento de exclusão, continuando válidas as cláusulas do contrato, se ele não tiver sido</p><p>alterado.</p><p>A segunda observação se refere às cláusulas facultativas, que podem ser ou não previstas</p><p>pelas partes, seja no contrato ou em ato separado.</p><p>Algumas cláusulas facultativas ou opcionais são:</p><p>Utilização de arbitragem para dirimir controvérsias entre sócios ou entre estes e a</p><p>sociedade;</p><p>Cláusula de remuneração dos administradores ou cláusula de pro labore;</p><p>Previsão de hipóteses de exclusão de sócio por justa causa sem necessidade de</p><p>promover ação judicial;</p><p>Previsão de situações de dissolução da sociedade além daquelas previstas na lei;</p><p>Permissão de continuidade da sociedade com o herdeiro de sócio falecido;</p><p>Regência supletiva do contrato pela Lei nº 6404, de 1976;</p><p>Cláusula dispondo sobre a cessão de quotas;</p><p>Indicação de liquidante;</p><p>Instituição de conselho fiscal;</p><p>Representação do sócio nas assembleias;</p><p>Cláusulas sobre reunião de sócios (para limitadas com até 10 sócios), entre outras.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Há um tratamento diferenciado para a cláusula de indicação do(s) administrador(es), seus</p><p>poderes e atribuições.</p><p>Notem que, no artigo 997 do Código Civil, há previsão da cláusula de indicação dos</p><p>administradores (inciso VI). Entretanto, o artigo 1060 do Código Civil, norma especial para a</p><p>sociedade limitada, prevê que os administradores podem ser indicados no contrato ou em ato</p><p>separado.</p><p>Por tal razão, não se pode impor aos sócios a cláusula de administração no contrato, podendo</p><p>esta matéria ser tratada separadamente. Não obstante, mesmo que a nomeação do(s)</p><p>administrador(es) seja feita em documento separado, o arquivamento deve ser feito juntamente</p><p>com o contrato social.</p><p>Trata-se de uma cláusula facultativa no contrato, mas que, obrigatoriamente, deve ser</p><p>redigida em ato separado, se assim optarem os sócios por deixá-la fora do contrato.</p><p>Fonte: Africa Studio / Shutterstock</p><p>Tal exigência decorre do fato de a sociedade limitada ser da espécie personificada (tratada no</p><p>Capítulo IV do Subtítulo II, Da Sociedade Personificada). Ou seja, é uma pessoa jurídica com</p><p>capacidade para praticar atos negociais em nome próprio.</p><p>Entretanto, como ela não tem uma existência física, uma vontade própria, a lei atribui aos</p><p>administradores a atuação pela sociedade, em seu nome.</p><p>A conclusão é que os sócios não podem levar a arquivamento o contrato para efeito de</p><p>aquisição de personalidade da sociedade (vide artigo 985) sem informar quem administrará a</p><p>futura sociedade.</p><p>Percebe-se que é por meio dos administradores que a sociedade irá atuar no âmbito negocial,</p><p>contraindo dívidas, realizando deveres e exercendo direitos. Percebe-se que é por meio dos</p><p>administradores que a sociedade irá atuar no âmbito negocial, contraindo dívidas, realizando</p><p>deveres e exercendo direitos.</p><p>Desta forma, é fundamental que se indique — no contrato ou em documento próprio — quais</p><p>são as pessoas que exercerão a administração da sociedade, podendo ser uma ou mais,</p><p>desde que pessoas naturais.</p><p>Além da qualificação dos administradores e da ausência de impedimento legal (vide a relação</p><p>dos impedimentos no artigo 1011, parágrafo 1º, do Código Civil), nota-se que a lei impõe aos</p><p>sócios indicar os poderes e atribuições (competências) dos administradores.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Os poderes podem ser de ordem geral e/ou especial. Poderes especiais são aqueles que</p><p>excedem aos atos de gestão ordinária, tendo como exemplo a constituição de ônus sobre</p><p>bens imóveis (por exemplo, hipoteca) ou a sua venda.</p><p>Na ausência desses poderes especiais, os administradores podem praticar todos os atos</p><p>pertinentes à gestão da sociedade, seja individual ou conjuntivamente.</p><p>A indicação dos poderes e das atribuições dos administradores é de suma importância para</p><p>obrigar a sociedade nos atos que forem praticados em seu nome. Isso porque o uso da firma</p><p>ou denominação social é privativo dos administradores que tenham os necessários poderes</p><p>(artigo 1064 do Código Civil).</p><p>EM SEU NOME</p><p>“A sociedade adquire direitos, assume obrigações e procede judicialmente, por meio de</p><p>administradores com poderes especiais, ou, não os havendo, por intermédio de qualquer</p><p>administrador.”</p><p>Fonte: Indypendenz / Shutterstock</p><p>Todavia, é imprescindível a publicização do documento onde eventuais restrições estejam</p><p>previstas (contrato ou ato separado) no registro da sociedade. Assim, ela poderá validamente</p><p>alegar a prática do excesso e não responder pelos atos irregulares (vide artigo 1015, parágrafo</p><p>único, inciso I, do Código Civil).</p><p>É importante</p><p>observar que certas decisões não podem ser tomadas pelos administradores e</p><p>dependem de deliberação dos sócios em reunião ou assembleia. Para saber quais são estas</p><p>decisões, consulte o artigo 1071 do Código Civil.</p><p>A REGÊNCIA SUPLETIVA DO CONTRATO</p><p>SOCIAL PELA LEI Nº 6.404, DE 1976 (LEI DAS</p><p>SOCIEDADES POR AÇÕES)</p><p>Dispõe o artigo 1053 do Código Civil que a sociedade limitada é regulada, nas omissões do</p><p>Capítulo próprio, pelas normas da sociedade simples. Com isso, se houver alguma questão</p><p>lacunosa nas disposições legais da sociedade limitada (entre os artigos 1052 a 1087) e que</p><p>não tenha sido contemplada no contrato, serão aplicadas as disposições do tipo simples de</p><p>sociedade (artigos 997 a 1038).</p><p>Daremos, a seguir, dois exemplos da aplicação da regra acima para facilitar sua compreensão.</p><p>Fonte: Amnaj Khetsamtip / Shutterstock</p><p>EXEMPLO 1</p><p>O contrato social não prevê o momento a partir do qual se iniciam as obrigações dos sócios e</p><p>nem quando estas cessam; também não tem regra se o sócio que ingressa na sociedade após</p><p>sua constituição responde pelas obrigações anteriores.</p><p>A resposta para tais indagações, na omissão do contrato, também não pode ser encontrada no</p><p>capítulo da sociedade limitada, devendo, portanto, recorrer ao capítulo da sociedade simples</p><p>(Capítulo I).</p><p>Assim, encontramos nos artigos 1001 e 1025, respectivamente, que “[a]s obrigações dos</p><p>sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam</p><p>quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais”.</p><p>E que: “O sócio, admitido em sociedade já constituída, não se exime das dívidas sociais</p><p>anteriores à admissão”.</p><p></p><p>Fonte: Amnaj Khetsamtip / Shutterstock</p><p>EXEMPLO 2</p><p>O contrato social não prevê se, em caso de falecimento de sócio, o herdeiro poderá suceder-</p><p>lhe. Também não se encontra resposta para o problema no capítulo da sociedade limitada.</p><p>Então, deve-se recorrer ao artigo 1028 do Código Civil, onde está previsto que, no caso de</p><p>morte de sócio, liquidar-se-á sua quota e as situações em que a regra será afastada.</p><p>Em conclusão, sabemos que se for necessário integrar ao contrato algum dispositivo para</p><p>suprir lacuna nele encontrada para dirimir uma controvérsia ou regular alguma matéria social,</p><p>deve-se recorrer:</p><p>Primeiramente, às disposições do Capítulo IV, artigos 1052 a 1087, pois são próprias do tipo</p><p>limitada — mesmo que haja disposição no Capítulo I em sentido contrário;</p><p></p><p>Em segundo lugar, apenas de modo secundário, supletivamente, na inexistência de disposição</p><p>no Capítulo IV, recorre-se ao Capítulo I, do tipo simples.</p><p>Há, contudo, uma disposição no parágrafo único do artigo 1053 que afasta a regra que</p><p>estamos comentando, ou seja, a do caput do artigo: É possível estabelecer no contrato de</p><p>sociedade limitada a regência pela lei das sociedades por ações (Lei nº 6404, de 1976) nas</p><p>lacunas/omissões do contrato social.</p><p>Assim, a ordem de aplicação para efeito de integração do contrato passa a ser a seguinte:</p><p>Fonte: Worawee Meepian /Shutterstock</p><p>1º) Serão aplicadas as disposições do Capítulo IV, artigos 1052 a 1087, pois são próprias do</p><p>tipo limitada — mesmo que haja disposição no Capítulo I em sentido contrário;</p><p>Fonte: Africa Studio /Shutterstock</p><p>2º) Apenas de modo secundário, supletivamente, na inexistência de disposição no Capítulo IV,</p><p>recorre-se à Lei nº 6.404, de 1976.</p><p> EXEMPLO</p><p>Não consta no capítulo da sociedade limitada que o sócio tenha que fazer um depósito de</p><p>entrada quando for subscrever as quotas em dinheiro. O contrato pode estabelecer o modo de</p><p>realização do capital, dispensando entrada.</p><p>Ocorre que, nas sociedades anônimas, o artigo 80, inciso II, da Lei nº 6.404, de 1976, exige</p><p>como formalidade o depósito no valor de, pelo menos, 10% do preço das ações em dinheiro.</p><p>Vejamos o dispositivo:</p><p>“Art. 80. A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos</p><p>preliminares: [...] II - realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de</p><p>emissão das ações subscritas em dinheiro; [...].”</p><p>Diante da inexistência desta previsão no capítulo da sociedade limitada, a regência supletiva</p><p>escolhida pelos sócios impõe a aplicação do depósito de entrada.</p><p>Como visto, é preciso que os sócios reflitam se querem a inserção desta cláusula no contrato.</p><p>Pois a sociedade anônima tem muitas regras distintas da sociedade limitada e eles podem</p><p>querer aproveitar algumas e rechaçar outras.</p><p>Dessa forma, quanto mais completo for o contrato, menos abertura haverá para aplicar normas</p><p>da Lei nº 6404, de 1976, que, porventura, não sejam do desejo dos sócios.</p><p>Quando o contrato tiver regência supletiva pela Lei nº 6404, de 1976, não serão aplicados os</p><p>dispositivos da sociedade do tipo simples para preencher as lacunas, exceto quando houver</p><p>menção expressa a eles no capítulo da sociedade limitada.</p><p>Trazemos dois exemplos para ilustrar o texto:</p><p>Fonte: EmiliaUngur / Shutterstock</p><p>EXEMPLO 1</p><p>consta no artigo 1070, portanto, dentro do Capítulo IV, que a regra que define a</p><p>responsabilidade dos administradores é a do artigo 1016 do Código Civil (responsabilidade</p><p>baseada na comprovação de culpa).</p><p>Assim, esse artigo —1016 — será aplicado em qualquer caso, mesmo com a cláusula de</p><p>regência pela Lei nº 6404, de 1976.</p><p></p><p>Fonte: Tero Vesalainen / Shutterstock</p><p>EXEMPLO 2</p><p>Consta, no artigo 1072, que as deliberações dos sócios obedecerão (norma imperativa) ao</p><p>disposto no artigo 1010 do Código Civil (voto proporcional ao valor da quota de cada sócio),</p><p>não se permitindo que o contrato elimine esta regra para adotar a lei das S/A.</p><p> RESUMINDO</p><p>Sempre que o texto de um artigo no capítulo da sociedade limitada fizer menção a um artigo de</p><p>sociedade simples (situação que ocorre nos artigos 1054, 1057, 1058, 1066, 1070, 1077, 1085,</p><p>1086 e 1087), ele será aplicado.</p><p>Apenas em caso de omissão no capítulo da sociedade limitada é que se recorre à lei das S/A,</p><p>respeitando, também, as características da sociedade anônima, a serem expostas no módulo</p><p>2.</p><p>A RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS</p><p>Anteriormente, explicamos que o nome oficial “sociedade limitada” não está correto, porque, na</p><p>verdade, a limitação da responsabilidade se refere aos sócios e não à sociedade.</p><p>Consta, no artigo 1052 do Código Civil, que todos os sócios respondem apenas pelo valor de</p><p>sua quota e todos devem ter, pelo menos, uma. Assim, a sociedade limitada não admite sócio</p><p>com responsabilidade ilimitada, ou seja, que comprometa os bens particulares do sócio de</p><p>forma subsidiária.</p><p>Fonte: SmartPhotoLab / Shutterstock</p><p>Trata-se de uma disposição imperativa e que é essencial ao tipo em estudo. Se algum sócio</p><p>quiser assumir responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais, o tipo societário será outro</p><p>— de sociedade em comandita simples. Pois esta permite a alguns sócios a responsabilidade</p><p>limitada (sócios comanditários) e a outros, a responsabilidade ilimitada (sócios comanditados).</p><p>Em que pese a limitação da responsabilidade de todos os sócios ao valor da quota declarado</p><p>no contrato, duas ressalvas devem ser feitas:</p><p>PRIMEIRA RESSALVA</p><p>A lei prevê, na segunda parte do artigo 1052, uma solidariedade entre os sócios, enquanto o</p><p>valor do capital declarado no contrato não estiver integralizado (“mas todos respondem</p><p>solidariamente pela integralização do capital social”).</p><p>Com isso, os sócios devem estar cientes do efeito de fixar prazos para o pagamento das</p><p>quotas. Já estudamos que o contrato deve fixar o modo de realização do valor das quotas e</p><p>que esta pode ser à vista ou em parcelas.</p><p>Se todos os sócios pagam (integralizam) o valor de suas quotas, o capital da sociedade já está</p><p>integralizado desde o início da atividade, eis que o valor do capital corresponde à soma do</p><p>valor das quotas. Nesta situação, não há solidariedade.</p><p>Porém, se a integralização for a prazo, enquanto houver quota sem integralização, isto é,</p><p>enquanto houver sócio devedor de prestação perante a sociedade, os demais respondem pelo</p><p>débito deste sócio.</p><p>Há, portanto, um vínculo obrigacional</p><p>(solidariedade) entre os sócios até a completa</p><p>integralização do capital. E essa condição atinge, inclusive, aqueles que já efetuaram o</p><p>pagamento de suas quotas.</p><p>Fonte: Pressmaster / Shutterstock</p><p>Exemplo prático: em uma sociedade limitada hipotética com quatro sócios, cada um com 25%</p><p>do capital, apenas o sócio A integralizou o valor de suas quotas, que é de R$50.000,00</p><p>(cinquenta mil reais). Os demais integralizaram os seguintes valores: sócio B, R$5.000,00</p><p>(cinco mil reais); sócio C, R$10.000,00 (dez mil reais); e sócio D, R$20.000,00 (vinte mil reais).</p><p>Se cada sócio tem uma participação de 25% do capital e se a quota integralizada do sócio A</p><p>vale R$50.000,00 (cinquenta mil reais), o capital é de R$200.000,00 (duzentos mil reais) e o</p><p>total integralizado é de R$85.000,00 (oitenta e cinco mil reais).</p><p>Falta, assim, o pagamento de R$115.000,00 (cento e quinze mil reais) para a integralização</p><p>completa do capital (R$45.000,00 + R$40.000,00 + R$30.000,00). Todos os sócios respondem</p><p>solidariamente perante a sociedade e terceiros até o limite deste valor.</p><p> RESUMINDO</p><p>Todos os sócios ficam obrigados perante a sociedade e terceiros a efetuarem o pagamento do</p><p>valor que falta para a completa integralização do capital. E, uma vez atingido esse momento, a</p><p>responsabilidade fica restrita ao valor de cada quota.</p><p>Fonte: Pressmaster / Shutterstock</p><p>Um complemento importante diz respeito à participação de sócio incapaz na sociedade</p><p>limitada. É possível que o sócio incapaz ingresse na sociedade no momento de sua</p><p>constituição ou após, mas uma das condições para o arquivamento do contrato ou de sua</p><p>alteração é que todo o capital esteja integralizado.</p><p>O objetivo da exigência é afastar o incapaz da responsabilidade solidária para integralização do</p><p>capital. As demais condições para a participação de incapaz como sócio são: não ser</p><p>designado administrador; e estar representado, se absolutamente incapaz, ou assistido, se</p><p>relativamente incapaz (confira os artigos 3º, 4º e 974, parágrafo 3º, todos do Código Civil).</p><p>SEGUNDA RESSALVA</p><p>A limitação de responsabilidade dos sócios não é absoluta. E tanto o próprio Código Civil</p><p>quanto outras leis podem estabelecer situações em que os sócios deverão responder por seus</p><p>atos com suas quotas e com seus bens pessoais.</p><p>Fonte: G-Stock Studio / Shutterstock</p><p>Esses são os casos de responsabilidade ilimitada dos sócios. Comentaremos apenas as</p><p>hipóteses contidas no Código Civil e que dizem respeito à sociedade limitada:</p><p>· Pelas deliberações que violarem a lei ou o contrato, para os sócios que as aprovarem (artigo</p><p>1080 do Código Civil);</p><p>· Pelos atos ilícitos praticados pelos sócios administradores ou membros do conselho fiscal,</p><p>desde que fique provada a culpa (artigos 1070 e 1016 do Código Civil);</p><p>· Em caso de decretação da desconsideração da personalidade jurídica nas situações previstas</p><p>no artigo 50 do Código Civil, permitindo atingir os bens particulares dos sócios de forma</p><p>ilimitada.</p><p>javascript:void(0)</p><p>ARTIGO 50 DO CÓDIGO CIVIL</p><p>Artigo 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de</p><p>finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento da parte, ou do</p><p>Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, desconsiderá-la para que os</p><p>efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens</p><p>particulares de administradores ou de sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou</p><p>indiretamente pelo abuso.</p><p>RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS E</p><p>DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE</p><p>JURÍDICA</p><p>Assista ao vídeo para entender melhor o que acabamos de estudar sobre a responsabilidade</p><p>dos sócios</p><p>FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL</p><p>O capital social, elemento integrante do patrimônio da sociedade, é uma cláusula obrigatória no</p><p>contrato da sociedade limitada (artigo 1054 e artigo 997, inciso III, do Código Civil).</p><p>Seu valor é estipulado livremente pelos sócios, exceto diante de norma expressa que imponha</p><p>um valor mínimo. Sem embargo, o valor do capital social deve:</p><p>Ser expresso em moeda nacional (Real), ainda que os sócios tenham realizado contribuição</p><p>em moeda estrangeira;</p><p></p><p>Ser exatamente a soma dos valores das quotas;</p><p></p><p>Ser alterado somente mediante a modificação do contrato</p><p>Ser formado exclusivamente por bens, corpóreos ou incorpóreos;</p><p></p><p>Ser em real, isto é, corresponder de fato ao valor individual atribuído aos bens que o integram;</p><p></p><p>Ser inutilizado para o pagamento de distribuição dos lucros e retiradas de quantias, a qualquer</p><p>título, ainda que autorizados pelo contrato, por qualquer dos sócios.</p><p>Iremos, agora, tecer alguns breves comentários sobre os aspectos apontados acima:</p><p>COMENTÁRIO 1</p><p>O capital da sociedade não pode ser representado no contrato por um valor fictício ou na</p><p>moeda ou índice escolhido pelos sócios, ou ainda pela descrição dos bens utilizados para</p><p>integralização do valor das quotas.</p><p>Há uma determinação legal que o capital seja expresso em moeda corrente e que se observe o</p><p>valor mínimo do real, ou seja, R$0,01 (um centavo). Cabe aos sócios escolher um valor que</p><p>acreditam ser necessário para a exploração do objeto. Mesmo que outros recursos, como</p><p>reservas e lucros não distribuídos, possam ser utilizados para fomentar a atividade social.</p><p>Fonte: marvent / Shutterstock</p><p>Advertimos que: (i) os sócios podem reduzir o valor do capital se entenderem que ele é</p><p>excessivo; e (ii) que a constituição da sociedade com capital insuficiente para honrar seus</p><p>compromissos (subcapitalização) pode ensejar a responsabilidade ilimitada pelas obrigações</p><p>sociais, com base no artigo 1080 do Código Civil.</p><p>Se os sócios têm a liberdade de fixar o valor do capital, também devem assumir as</p><p>consequências negativas da deliberação quando terceiros forem prejudicados.</p><p>COMENTÁRIO 2</p><p>Em razão do princípio da realidade do capital, o valor declarado no contrato deve ser</p><p>exatamente a soma do valor da quotas. E, em caso de sócio único, o capital será exatamente</p><p>igual ao valor da sua quota.</p><p>Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock</p><p>Assim, o valor exigido de cada sócio para integralização de sua(s) quota(s) deve permitir, no</p><p>mínimo, que se atinja o valor fixado no contrato para o capital. É possível, contudo, que o valor</p><p>exigido dos sócios seja superior ao fixado no contrato, correspondendo a este “excesso” uma</p><p>reserva que a sociedade poderá utilizar no futuro, se necessário</p><p>Exemplo: o capital declarado no contrato é de R$10.000,00 (dez mil reais), mas foi exigido de</p><p>cada um dos sete sócios o valor de R$2.000,00 (dois mil reais). O excesso de R$4.000,00</p><p>(quatro mil reais) não figurará no capital e sim como reserva no patrimônio da sociedade.</p><p>COMENTÁRIO 3</p><p>Também em função do princípio da realidade, o capital pode ser alterado para mais (aumento)</p><p>ou para menos (redução), desde que o contrato seja sempre alterado (confira os artigos 1081 e</p><p>1082 do Código Civil).</p><p>É importante ressaltar que tanto o aumento quanto a redução do capital somente podem ser</p><p>realizados se o capital anterior estiver integralizado. Exceção à regra encontra-se no artigo</p><p>1083 do Código Civil.</p><p>Fonte: G-Stock Studio / Shutterstock</p><p>Esse dispositivo permite que os sócios aprovem a redução do capital, ainda que não</p><p>integralizado, quando entenderem que o que foi declarado no contrato é excessivo para a</p><p>realização do objeto.</p><p>Como efeito da redução, será restituído parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-</p><p>se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor</p><p>nominal das quotas.</p><p>COMENTÁRIO 4</p><p>O capital é sempre formado pela contribuição dos sócios, sendo vedada sua integralização</p><p>com prestação de serviços (confira o artigo 997, inciso III e o artigo 1055, parágrafo 2º, ambos</p><p>do Código Civil).</p><p>A contribuição pode ser em dinheiro (não se exigindo depósito de entrada, exceto em caso de</p><p>regência supletiva pela Lei nº 6404, de 1976), em bens móveis, imóveis, semoventes, créditos</p><p>ou bens incorpóreos.</p><p>Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock</p><p>Em qualquer dos casos, os bens</p><p>devem ser suscetíveis de transmissão do patrimônio do sócio</p><p>para o da sociedade e de avaliação pecuniária. O que significa dizer a atribuição de um valor</p><p>em moeda corrente para que esteja associado à(s) quota(s) que cada sócio subscreveu.</p><p>Dois aspectos importantes a respeito da contribuição dos sócios contidos no artigo 1005 do</p><p>Código Civil devem ser destacados:</p><p>· O sócio que transferir bem à sociedade responde pelos prejuízos que esta sofrer caso seja</p><p>decretada a perda da propriedade, posse ou uso em favor de terceiro por decisão judicial</p><p>(evicção);</p><p>· Em caso de contribuição para integralização da quota consistente em crédito, o sócio se</p><p>responsabiliza pelo pagamento se o devedor não honrar sua obrigação perante a sociedade.</p><p>COMENTÁRIO 5</p><p>Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock</p><p>Não há necessidade de se proceder à avaliação por peritos dos bens conferidos ao capital</p><p>social, podendo ser estimado. Entretanto, com fundamento também no princípio da realidade,</p><p>todos os sócios respondem solidariamente pelo pagamento à sociedade da diferença entre o</p><p>valor estimado e o valor real.</p><p>Porém, somente durante os cinco anos da data do registro da sociedade (confira o artigo 1055,</p><p>parágrafo 1º, do Código Civil). Assim, o valor real deverá prevalecer sobre o estimado.</p><p>COMENTÁRIO 6</p><p>O artigo 1059 do Código Civil determina que os sócios serão obrigados à reposição dos lucros</p><p>e das quantias retiradas, a qualquer título. Isso ocorre ainda que autorizados pelo contrato,</p><p>quando tais lucros ou quantia se distribuírem com prejuízo do capital.</p><p>Fonte: Rawpixel.com / Shutterstock</p><p>O objetivo é manter o capital social imune (intangível) a atos dos sócios que se utilizem dele</p><p>para fins não autorizados pela lei, como retiradas de pro labore, ressarcimento de despesas ou</p><p>distribuição de lucros.</p><p>Observemos que a norma legal se sobrepõe à vontade dos sócios expressa no contrato, não</p><p>se permitindo alegar a autorização contratual para dispensar o sócio da obrigação de</p><p>restituição.</p><p>DIREITOS E DEVERES DOS SÓCIOS</p><p>Fonte: Billion Photos / Shutterstock</p><p>O objetivo deste tópico é apresentar, sucintamente, os direitos e deveres dos sócios que</p><p>decorrem das disposições do Código Civil. Entretanto, advertimos que o contrato social pode</p><p>incluir outros direitos ou deveres.</p><p>DIREITOS DOS SÓCIOS</p><p>1</p><p>Participar dos lucros na proporção das respectivas quotas, salvo estipulação do contrato em</p><p>contrário. A cláusula que o prive deste direito será considerada nula (artigos 1007 e 1008 do</p><p>Código Civil).</p><p>Direito de voto nas deliberações para decidir sobre os negócios da sociedade. Os votos são</p><p>contados segundo o valor das quotas de cada sócio (artigos 1072 e 1010 do Código Civil).</p><p>2</p><p>3</p><p>Direito de administrar a sociedade; nada dispondo o contrato social, a administração</p><p>separadamente a cada um dos sócios (artigo 1013 do Código Civil). Reiteramos que o sócio</p><p>incapaz não pode administrar a sociedade. Somente pode ser administrador o sócio pessoa</p><p>natural, e desde que não tenha impedimento legal.</p><p>Receber dos administradores contas justificadas da administração, bem como ter acesso ao</p><p>inventário anual. Além de obter o balanço patrimonial e o de resultado econômico das contas</p><p>(artigo 1020 do Código Civil).</p><p>4</p><p>5</p><p>Ter acesso a qualquer tempo, salvo estipulação do contrato que determine época própria, aos</p><p>livros e documentos e ao estado da caixa e da carteira da sociedade para fins de exame (artigo</p><p>1021 do Código Civil).</p><p>Direito de ceder sua quota, pelo valor total ou parcial, a quem seja sócio, independentemente</p><p>de audiência dos outros; ou a estranho, se não houver oposição de titulares de mais de um</p><p>quarto do capital social. Tal direito pode ser restringido pelo contrato social ou ampliado, em</p><p>caso de cessão a quem não seja sócio, pois a disposição do artigo 1057 do Código Civil é de</p><p>aplicação apenas na omissão do contrato.</p><p>6</p><p>7</p><p>Direito de participar do conselho fiscal, como conselheiro ou suplente, se o contrato instituir tal</p><p>órgão. Para isso, o sócio deve residir no país e não ter nenhum impedimento legal (artigo 1066</p><p>do Código Civil).</p><p>Direito de retirar-se da sociedade mediante o recebimento do valor de liquidação de suas</p><p>quotas, nas seguintes situações: quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade,</p><p>incorporação de outra, ou dela por outra, desde que o exerça nos trinta dias subsequentes à</p><p>reunião (artigos 1077 e 1031 do Código Civil).</p><p>8</p><p>9</p><p>Direito de preferência para subscrição de novas quotas em caso de aumento do capital, até 30</p><p>dias após a deliberação, na proporção das quotas de que sejam titulares (artigo 1081,</p><p>parágrafo 1º, do Código Civil).</p><p>Direito de participar do acervo patrimonial da sociedade em caso de liquidação, mas após o</p><p>pagamento aos credores (artigos 1107 e 1108 do Código Civil).</p><p>10</p><p>DEVERES DOS SÓCIOS</p><p>As obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, ou seja, na data de sua</p><p>assinatura. Mesmo que ele ainda não tenha sido arquivado, é possível, entretanto, que o</p><p>contrato fixe outra data.</p><p>Já em relação à cessação das obrigações, isso ocorre quando, após o encerramento da</p><p>liquidação da sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais (confira a respeito os</p><p>artigos 1001, 1109 e 1110, todos do Código Civil).</p><p>O descumprimento de deveres de sócio pode dar margem à sua exclusão por falta grave em</p><p>ação judicial proposta para este fim por iniciativa da maioria dos demais sócios (confira o artigo</p><p>1030 do Código Civil).</p><p>São deveres dos sócios, além de outros decorrentes do contrato ou de leis especiais:</p><p>1</p><p>O sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos</p><p>demais sócios, expresso em modificação do contrato social (artigo 1002 do Código Civil);</p><p>Em caso de cessão de sua quota, o ex-sócio tem o dever de responder solidariamente com o</p><p>cessionário (sócio atual) pelas obrigações que tinha quando era sócio, pelo prazo de dois anos</p><p>depois de averbada a modificação do contrato (artigo 1003, parágrafo único, do Código Civil);</p><p>Também há o dever de o ex-sócio ou os seus herdeiros responderem pelas obrigações sociais</p><p>anteriores, até dois anos após ser averbada a alteração do contrato de sociedade, nos casos</p><p>de retirada, exclusão ou morte do sócio (artigo 1.032 do Código Civil).</p><p>2</p><p>3</p><p>Os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no</p><p>contrato social. E aquele que deixar de fazê-lo, nos 30 dias seguintes ao da notificação pela</p><p>sociedade, responderá perante esta pelo dano causado pelo atraso (mora) no pagamento</p><p>(artigo 1.004 do Código Civil); Verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir,</p><p>em vez de cobrar uma indenização, a exclusão do sócio remisso (inadimplente), ou reduzir-lhe</p><p>a quota ao montante já realizado. Caso os sócios optem pela exclusão do sócio remisso, ele</p><p>terá direito à devolução do que houver pago, deduzidos os juros da mora, as prestações</p><p>estabelecidas no contrato mais as despesas. As quotas do ex-sócio podem ser atribuídas aos</p><p>demais sócios ou transferidas a terceiros, excluindo o primitivo titular (artigo 1058 do Código</p><p>Civil).</p><p>O sócio que, a título de quota social, transmitir domínio, posse ou uso, responde pela evicção</p><p>perante a sociedade; e pela solvência do devedor, aquele que transferir crédito (artigo 1.005 do</p><p>Código Civil).</p><p>4</p><p>5</p><p>Caso o sócio contribua para a sociedade com prestação de serviços, adicionalmente à</p><p>contribuição em bens para a formação do capital, ele não pode, salvo convenção em contrário,</p><p>empregar-se em atividade estranha à sociedade, sob pena de ser privado de seus lucros e dela</p><p>excluído (artigo 1006 do Código Civil).</p><p>O sócio deve participar das perdas na proporção das respectivas quotas, salvo disposição</p><p>contratual que estabeleça outro critério. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer</p><p>sócio de participar das perdas (artigos 1007 e 1008 do Código Civil).11</p><p>6</p><p>7</p><p>O sócio deve responder pelos danos que causar à sociedade caso tenha em alguma operação</p><p>de interesse contrário ao dela, e</p><p>participe da deliberação que a aprove graças a seu voto</p><p>(artigo 1010, parágrafo 3º, do Código Civil).</p><p>O sócio administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a</p><p>diligência que toda pessoa ativa e proba costuma empregar na administração de seus próprios</p><p>negócios (dever de diligência). O sócio administrador responde por perdas e danos perante a</p><p>sociedade se realizar operações, sabendo ou devendo saber que estava agindo em desacordo</p><p>com a maioria (artigos 1011 e 1013, § 2º, do Código Civil).</p><p>8</p><p>9</p><p>Os sócios devem responder pelas obrigações sociais até o valor de suas quotas e,</p><p>solidariamente, pela integralização do capital social. O sócio, admitido em sociedade limitada já</p><p>constituída, não se exime das dívidas sociais anteriores à admissão (artigos 1052 e 1025 do</p><p>Código Civil).</p><p>Os sócios são obrigados à reposição dos lucros e das quantias retiradas, a qualquer título.</p><p>Nesse caso, ainda que autorizados pelo contrato, quando tais lucros ou quantias se</p><p>distribuírem com prejuízo do capital (artigo 1059 do Código Civil).</p><p>10</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. JOANA, ANA E JOAQUIM INVESTIRAM SUAS ECONOMIAS PARA</p><p>CONSTITUIR UMA SOCIEDADE DO TIPO LIMITADA CUJO CAPITAL SERÁ</p><p>DE R$10.000,00 (DEZ MIL REAIS). AS QUOTAS DE JOANA, NO VALOR DE</p><p>R$3.000,00 (TRÊS MIL REAIS), FORAM INTEGRALIZADAS. MAS AS</p><p>QUOTAS DE ANA E JOAQUIM NÃO FORAM, PORQUE ESTES SÓCIOS</p><p>NÃO REALIZARAM NENHUMA ENTRADA. ELES APENAS SE</p><p>COMPROMETEREM A INTEGRALIZAR AS QUOTAS ATÉ DOIS ANOS APÓS</p><p>A CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE.</p><p>CONSIDERANDO O CENÁRIO APRESENTADO, A RESPONSABILIDADE</p><p>DOS SÓCIOS PELAS DÍVIDAS DA SOCIEDADE SERÁ:</p><p>A) Ilimitada.</p><p>B) Limitada ao valor da quota de cada sócio.</p><p>C) Limitada ao valor da quota de cada sócio, mas todos respondem solidariamente pelo capital</p><p>não integralizado.</p><p>D) Limitada para a sócia Joana e ilimitada para os sócios Ana e Joaquim.</p><p>2. NA SOCIEDADE LIMITADA TRÊS VENDAS IMOBILIÁRIA LTDA., OS</p><p>SÓCIOS DELIBERARAM AUMENTAR O CAPITAL SOCIAL. DE ACORDO</p><p>COM AS DISPOSIÇÕES LEGAIS QUE TRATAM DO AUMENTO DO</p><p>CAPITAL, É CORRETO AFIRMAR QUE:</p><p>A) É preciso que as quotas do capital social atual estejam integralizadas para que o aumento</p><p>possa ser efetivado.</p><p>B) Não será assegurado direito de preferência aos atuais sócios.</p><p>C) O aumento do capital pode ser efetivado sem a necessidade de alteração contratual.</p><p>D) A alteração contratual não precisa ser averbada no registro da sociedade.</p><p>GABARITO</p><p>1. Joana, Ana e Joaquim investiram suas economias para constituir uma sociedade do</p><p>tipo limitada cujo capital será de R$10.000,00 (dez mil reais). As quotas de Joana, no</p><p>valor de R$3.000,00 (três mil reais), foram integralizadas. Mas as quotas de Ana e</p><p>Joaquim não foram, porque estes sócios não realizaram nenhuma entrada. Eles apenas</p><p>se comprometerem a integralizar as quotas até dois anos após a constituição da</p><p>sociedade.</p><p>Considerando o cenário apresentado, a responsabilidade dos sócios pelas dívidas da</p><p>sociedade será:</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>A leitura do enunciado revela que o capital da sociedade não está totalmente integralizado, pois</p><p>apenas Joana integralizou suas quotas. Há, ainda, necessidade de integralização do valor de</p><p>R$7.000,00 (sete mil reais), que corresponde às quotas dos sócios Ana e Joaquim. Neste</p><p>cenário, de acordo com a disposição do artigo 1052 do Código Civil, todos os sócios, mesmo</p><p>Joana, respondem solidariamente até o valor do capital não integralizado.</p><p>2. Na sociedade limitada Três Vendas Imobiliária Ltda., os sócios deliberaram aumentar o</p><p>capital social. De acordo com as disposições legais que tratam do aumento do capital, é</p><p>correto afirmar que:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>Das alternativas apresentadas, apenas a primeira é correta, pois há disposição legal (artigo</p><p>1181, caput, do Código Civil) determinando que somente pode ser aumentado o capital social</p><p>se as quotas atuais estiverem integralizadas.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Reconhecer o conceito e a classificação de sociedade anônima, por meio das regras para a</p><p>formação do capital social e a importância dos valores mobiliários emitidos pelas companhias</p><p>Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Os objetivos deste módulo são vários:</p><p>Compreender o conceito e a classificação das sociedades anônimas;</p><p></p><p>Conhecer as regras de formação de seu nome empresarial;</p><p></p><p>Identificar as exigências para a formação do capital social;</p><p> </p><p></p><p>Distinguir a responsabilidade limitada do acionista da sociedade anônima da do sócio da</p><p>sociedade limitada;</p><p></p><p>Apresentar noções fundamentais sobre os valores mobiliários ações, debentures e bônus de</p><p>subscrição.</p><p>Na sociedade anônima, verifica-se uma estrutura bem mais complexa do que na limitada. Nela,</p><p>temos várias disposições específicas, como regras mais detalhadas de convocação e</p><p>instalação, e outros deveres legais para os administradores.</p><p></p><p>Além disso, há o dever de diligência, a possibilidade de emissão de ações sem direito de voto</p><p>ou com voto restrito e estrutura administrativa fundada em dois órgãos — conselho de</p><p>administração e diretoria. E ainda podemos citar as demonstrações financeiras, incluindo</p><p>documentos próprios, normas próprias para dissolução e liquidação, entre outras</p><p>características.</p><p>Desde o seu aparecimento, no século XVII, até os dias atuais, as sociedades anônimas</p><p>passaram por um processo de evolução, que pode ser dividido em três fases:</p><p>FASE 01</p><p>A do privilégio;</p><p>FASE 02</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>A da autorização governamental;</p><p>FASE 03</p><p>A da liberdade plena.</p><p>A fase do privilégio está ligada às grandes navegações e ao monopólio que os soberanos das</p><p>nações que mantinham colônias de exploração — como Portugal, Espanha ou Holanda —</p><p>conferiram às “companhias de comércio”, para o tráfico de produtos entre a metrópole e as</p><p>colônias.</p><p></p><p>Fonte: Festa / Shutterstock</p><p>SÉC XVII</p><p>Tais companhias eram constituídas por alvará ou carta régia, que lhe conferia privilégios no</p><p>comércio. Era uma forma de atrair investimentos de particulares para a exploração do objeto</p><p>social e manter o controle pelo Estado dos negócios. Como a atividade das companhias exigia</p><p>javascript:void(0)</p><p>expressivos recursos que o Estado não poderia arcar sozinho, havia a captação de recursos de</p><p>banqueiros, poderosos comerciantes e outras pessoas.</p><p>1602</p><p>A participação de cada sócio na sociedade era comprovada por títulos de participação que</p><p>conferiam direitos de “ação” em face da sociedade. No início do século XVII, surgiu a</p><p>Companhia das Índias Orientais, em 1602, na Holanda.</p><p>Fonte: Hein Nouwens / Shutterstock</p><p></p><p></p><p>Fonte: Morphart Creation / Shutterstock</p><p>1636</p><p>Pouco tempo depois, em 1636, é constituída a Companhia de Comércio do Brasil para atuar no</p><p>comércio de escravos para a região Nordeste. Além de realizar o transporte do açúcar para a</p><p>Europa.</p><p>1807</p><p>A partir do século XIX, com a promulgação do Código Comercial francês em 1807, iniciou-se a</p><p>segunda fase, a da autorização governamental. A sociedade anônima não estava mais sujeita a</p><p>privilégios comerciais e todo o seu capital poderia ser constituído por subscrição de</p><p>particulares.</p><p>É nessa fase que a sociedade anônima passou a ser disciplinada pela legislação brasileira</p><p>(Código Comercial de 1850, artigo 295), adotando o mesmo sistema por influência do direito</p><p>francês. O sistema de autorização manteve a sociedade anônima sob o jugo do Estado e, por</p><p>ser burocrático com exigências adicionais em relação a outros tipos, dificultava que as</p><p>sociedades se difundissem para realização de atividades econômicas.</p><p>Fonte: Lorena Samponi /Shutterstock</p><p>Ainda no século XIX, em 1867, a França alterou sua legislação para dispensar a autorização. E</p><p>isso marcou o começo da fase atual, a da liberdade plena, que no Brasil surtiu efeito, em 1882,</p><p>com a Lei nº 3150.</p><p>É importante destacar que, embora a constituição de uma sociedade anônima tenha algumas</p><p>formalidades próprias, preliminares e complementares à Constituição (consulte os artigos 80 a</p><p>99 da Lei nº 6404, de 1976), persiste, em relação a determinadas</p><p>atividades, a necessidade de</p><p>autorização governamental.</p><p>Fonte: Aerial Mike /Shutterstock</p><p> EXEMPLO</p><p>Como exemplos, podemos citar as companhias seguradoras, arrendamento mercantil e</p><p>instituições financeiras, diante do constante interesse do Estado na regulação de tais</p><p>atividades, com ampla e permanente fiscalização.</p><p>ATUALMENTE, A SOCIEDADE ANÔNIMA É REGULADA</p><p>PELA LEI Nº 6404, DE 1976, COM VÁRIAS</p><p>ALTERAÇÕES POSTERIORES.</p><p>O Código Civil contempla apenas dois artigos sobre a sociedade anônima: o artigo 1088</p><p>repete a redação do artigo 1º da Lei nº 6404, sobre a regra fundamental quanto à</p><p>responsabilidade dos sócios. Além desse, o artigo 1089 determina que a sociedade anônima se</p><p>rege por lei especial, aplicando-se-lhe as disposições do Código Civil apenas nas omissões da</p><p>lei especial.</p><p>javascript:void(0)</p><p>ARTIGO 1088</p><p>Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada</p><p>sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir.</p><p>Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock</p><p>CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO DAS</p><p>SOCIEDADES ANÔNIMAS</p><p>A sociedade anônima, também denominada alternativamente como companhia, pode ser</p><p>conceituada a partir do disposto nos artigos 1088 do Código Civil e 1º da Lei nº 6404, de 1976,</p><p>conhecida como Lei das Sociedade por Ações.</p><p>Trata-se de um tipo de sociedade empresária cujo capital é dividido em ações e cujos sócios</p><p>possuem responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações, sem solidariedade entre si</p><p>pela integralização do capital.</p><p>Neste conceito, estão presentes algumas características marcantes da sociedade anônima e a</p><p>principal delas foi destacada. Agora, vamos comentar brevemente as características presentes</p><p>no conceito.</p><p>CARACTERÍSTICA 1</p><p>A primeira delas é que a sociedade anônima é um tipo de sociedade empresária. O artigo 981</p><p>do Código Civil apresenta os tipos que esta sociedade pode adotar e, dentre eles, está incluído</p><p>o tipo anônima ou companhia.</p><p>Porém, a sociedade anônima tem um diferencial nesse aspecto em relação à sociedade</p><p>limitada: ela é sempre uma sociedade empresária qualquer que seja seu objeto. Isto é, mesmo</p><p>que a atividade econômica a ser explorada pela pessoa jurídica não seja própria de</p><p>empresário, o regime da sociedade é o das sociedades empresárias.</p><p>O Código Civil classifica as sociedades quanto ao objeto (simples e empresárias) no artigo 982</p><p>e quanto à personificação (personificadas e não personificadas) nos Subtítulos I e II. Nestes</p><p>dois critérios, a sociedade anônima se classifica como empresária (artigo 982, parágrafo único)</p><p>por ter seu capital dividido em ações e personificada, ou seja, é uma pessoa jurídica da</p><p>espécie sociedade.</p><p>O artigo 2º, § 1º, da Lei nº 6404, de 1976, precursor em relação ao Código Civil, também prevê</p><p>que “[q]ualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do</p><p>comércio.”</p><p>É importante observar que o estatuto (documento de constituição da companhia) deverá</p><p>descrever o objeto de modo preciso e completo. E, também, que pode ser objeto da companhia</p><p>qualquer atividade econômica de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons</p><p>costumes.</p><p>CARACTERÍSTICA 2</p><p>Outra característica presente no conceito de sociedade anônima é a divisão do capital em</p><p>ações. As sociedades, quanto à divisão do capital, podem ser por quotas ou por ações.</p><p>Apenas dois tipos de sociedades têm o capital dividido em ações: a companhia ou sociedade</p><p>anônima e a sociedade em comandita por ações. Os demais tipos adotam a divisão do capital</p><p>em quotas, sendo que na sociedade cooperativa é dispensável o capital.</p><p>A sociedade em comandita por ações, também regulada pela Lei nº 6404, de 1976, é um tipo</p><p>de sociedade muito raro, embora possa ser adotado.</p><p>A diferença básica entre a sociedade em comandita por ações e a companhia é quanto à</p><p>responsabilidade dos sócios. Enquanto na primeira existe, necessariamente, um sócio de</p><p>responsabilidade ilimitada, que é seu administrador; na segunda, todos os sócios têm</p><p>responsabilidade limitada, inclusive os administradores.</p><p>CARACTERÍSTICA 3</p><p>Por fim, a terceira e última característica da sociedade anônima é quanto à responsabilidade</p><p>dos sócios. Em relação a esse critério, as sociedades podem ter:</p><p>Todos os sócios com responsabilidade ilimitada pelas obrigações sociais (exemplo:</p><p>sociedade em nome coletivo);</p><p>Todos os sócios com responsabilidade limitada pelas obrigações sociais (sociedades do</p><p>tipo limitada e anônima);</p><p>Simultaneamente duas categorias de sócios, uma de sócios de responsabilidade ilimitada</p><p>e outra de sócios de responsabilidade limitada, no caso das sociedades em comandita</p><p>simples e em comandita por ações.</p><p>Há uma situação peculiar que envolve dois tipos de sociedades que podem escolher no</p><p>contrato social se os sócios terão ou não responsabilidade ilimitada: são as do tipo simples e</p><p>do tipo cooperativa.</p><p>Embora, tanto na sociedade limitada quanto na sociedade anônima, a responsabilidade dos</p><p>sócios seja limitada, existe uma diferença fundamental. E esta é a principal característica da</p><p>sociedade anônima.</p><p>Têm-se, nessa linha, o artigo 997, inciso VIII, e o artigo 1094, inciso I, do Código Civil.</p><p>SOCIEDADE ANÔNIMA</p><p>javascript:void(0)</p><p>Nela, os acionistas respondem apenas pelo pagamento do preço de emissão (quantia</p><p>correspondente ao valor necessário para integralização do capital, acrescido facultativamente</p><p>de um ágio, a critério da companhia) das ações que tomaram da companhia (subscreveram) na</p><p>constituição ou nos aumentos de capital, ou adquiriram de terceiros.</p><p></p><p>SOCIEDADE LIMITADA</p><p>Ao contrário da sociedade limitada, se o capital não estiver integralizado, nenhum acionista</p><p>responde pela sua integralização, apenas pelo seu débito perante a companhia, caso ainda</p><p>exista. Nenhum acionista responde pelo débito de outro acionista, pois não há vínculo de</p><p>solidariedade.</p><p>Fonte: Sergey Nivens / Shutterstock</p><p>Quanto à classificação da sociedade anônima, verificamos que se trata de uma sociedade com</p><p>capital dividido em ações; personificada; empresária, independentemente do seu objeto, e com</p><p>sócios de responsabilidade limitada.</p><p>Além desses critérios, existem mais dois: quanto à estrutura organizacional e quanto à forma</p><p>do capital.</p><p>Em relação ao primeiro, a sociedade anônima é considerada como “de capital”, ao contrário da</p><p>sociedade limitada, considerada como “de pessoas”.</p><p>Nas sociedades de capitais, ao contrário das de pessoas, o referencial não é a figura do sócio</p><p>e sim a atração de recursos de terceiros para investimentos na sociedade. Estes serão os</p><p>acionistas ou, simplesmente, investidores sem se tornarem sócios.</p><p>A estrutura da sociedade e as disposições de seu estatuto e da lei procuram criar um ambiente</p><p>favorável à constituição, estimulando a captação de recursos e com relativa segurança jurídica.</p><p>Existem vários aspectos na Lei nº 6404, de 1976, que justificam ser a companhia uma</p><p>sociedade de capitais, inclusive a ausência de solidariedade pela integralização do capital, já</p><p>apontado.</p><p>Veremos outros três aspectos relevantes:</p><p>ASPECTO 1</p><p>ASPECTO 02</p><p>ASPECTO 03</p><p>A companhia pode ter por objeto participar de outras sociedades. Ainda que não prevista no</p><p>estatuto, a participação é facultada como meio de realizar o objeto social ou para beneficiar-se</p><p>de incentivos fiscais (artigo 2º, parágrafo 3º).</p><p>Percebemos que a lei estimula os investimentos da companhia em outras sociedades. Isso se</p><p>justifica até mesmo para realizar o objeto social, que pode ser a simples participação no capital</p><p>de outras sociedades, sem que a investidora tenha estabelecimento próprio.</p><p>Tal situação configura a denominada holding pura, ou seja, a sociedade que tem por objeto</p><p>controlar outras sociedades.</p><p>O acionista tem o direito essencial de retirar-se da sociedade anônima, obtendo o reembolso</p><p>de suas ações, somente nos casos previstos na lei (confira o artigo 109, inciso V).</p><p>Com isso, o capital da sociedade não fica exposto a eventual redução ou comprometimento</p><p>quando o acionista quiser</p><p>se retirar por vontade imotivada ou fora dos casos previstos na lei.</p><p>Nas sociedades de pessoas, por sua vez, o sócio tem maiores oportunidades de retirada</p><p>mediante liquidação de suas quotas; enquanto na companhia esse direito é mais restrito.</p><p>Ao contrário da sociedade limitada, que só pode aumentar seu capital se o anterior estiver</p><p>integralizado (confira o artigo 1081 do Código Civil), na sociedade anônima, a partir de</p><p>javascript:void(0)</p><p>realização de 3/4 (três quartos) já é possível, podendo a companhia aumentá-lo mediante</p><p>subscrição pública ou particular de ações (confira o artigo 170 da Lei nº 6404, de 1976).</p><p>Esta disposição visa facilitar novos investimentos, sem que seja necessário esperar que os</p><p>todos os sócios integralizem o preço de emissão de suas ações. Outro aspecto análogo é a</p><p>autorização para aumentos futuros de capital.</p><p>Esta disposição pode ser inserida no estatuto sem necessidade de reformá-lo (confira o artigo</p><p>168 da Lei nº 6404, de 1976), previsão inexistente na sociedade limitada.</p><p>QUOTAS</p><p>Confiram-se os artigos 1029 e 1077 do Código Civil.</p><p>Em relação à classificação das sociedades quanto à forma do capital, ele é sempre fixo na</p><p>companhia. E seu valor deve ser expresso em moeda corrente nacional (Real), estando</p><p>indicado no estatuto (nome dado ao documento de constituição). Além disso, somente poderá</p><p>ser modificado com observância dos preceitos da lei e do próprio estatuto social (conferir os</p><p>artigos 5º e 6º da Lei nº 6404, de 1976).</p><p>Fonte: Roger Utting / Shutterstock</p><p>O NOME EMPRESARIAL DA SOCIEDADE</p><p>ANÔNIMA</p><p>A sociedade anônima, ao contrário da limitada, não pode escolher a espécie de nome</p><p>empresarial a ser adotada. O artigo 3º da Lei nº 6404, de 1976, impõe que a sociedade seja</p><p>designada por denominação (nome de fantasia), acompanhada das expressões “companhia”</p><p>ou “sociedade anônima”, expressas por extenso ou abreviadamente, mas vedada a utilização</p><p>da primeira ao final.</p><p>No mesmo sentido da lei especial, o artigo 1160 do Código Civil prevê as mesmas regras que</p><p>ela. Há, porém, dois aspectos distintos:</p><p>Fonte: WimStock /Shutterstock</p><p>Exige a indicação do objeto na denominação;</p><p>Fonte: WimStock /Shutterstock</p><p>Não proíbe o uso da expressão “companhia” ao final, silenciando sobre esse aspecto da</p><p>formação da denominação.</p><p>A orientação do Registro Empresarial para as Juntas Comerciais é que o artigo 3º da Lei nº</p><p>6.404 e o artigo 1160 do Código Civil são complementares, de modo que:</p><p>A)</p><p>A denominação deve indicar o objeto social, por exigência do Código Civil;</p><p>B)</p><p>A denominação não pode conter o aditivo “companhia” ao final, por vedação na lei especial.</p><p>Alternativamente ao nome de fantasia, o artigo 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 6404, de 1976,</p><p>permite que o nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha</p><p>concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.</p><p>Consta, também, no mesmo artigo, que se a denominação for idêntica ou semelhante a de</p><p>companhia já existente (princípio da novidade do nome empresarial, confira o artigo 1163 do</p><p>Código Civil), assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: monticello /Shutterstock</p><p>Esta poderá ser por via administrativa perante a Junta Comercial ou em juízo, podendo</p><p>demandar as perdas e danos resultantes.</p><p>Exemplos de denominações de sociedade anônima:</p><p>Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock</p><p>Com nome de fantasia: Companhia de Laticínios Parador; Sociedade Anônima de Laticínios</p><p>Parador; Parador Laticínios Sociedade Anônima;</p><p>Fonte: ANAID studio /Shutterstock</p><p>Com nome do fundador, acionista ou homenageado: Companhia Têxtil Matheus Sá; Sociedade</p><p>Anônima Têxtil Matheus Sá; Têxtil Matheus Sá Sociedade Anônima.</p><p>FORMAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL</p><p>A formação do capital da sociedade anônima tem regras muito semelhantes às da sociedade</p><p>limitada (Default tooltip) . Em ambas, o ato de constituição deve, obrigatoriamente, fixar o</p><p>valor do capital social, expresso em moeda nacional.</p><p>Fonte: LookerStudio / Shutterstock</p><p>E este somente poderá ser modificado nas situações previstas para aumento e redução de</p><p>capital, constantes dos artigos 166 (aumento de capital) e 173 (redução de capital), ambos da</p><p>Lei nº 6404, de 1976.</p><p>O capital da companhia poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer</p><p>espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, não sendo, entretanto, possível a</p><p>contribuição em prestação de serviços (artigo 7º da Lei nº 6404, de 1976).</p><p>ART. 166</p><p>O capital social pode ser aumentado:</p><p>I - por deliberação da assembleia-geral ordinária, para correção da expressão monetária</p><p>do seu valor (artigo 167);</p><p>II - por deliberação da assembleia-geral ou do conselho de administração, observado o</p><p>que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite</p><p>autorizado no estatuto (artigo 168);</p><p>III - por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de</p><p>direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>IV - por deliberação da assembleia-geral extraordinária convocada para decidir sobre</p><p>reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a</p><p>mesma esgotada.</p><p>ART. 173</p><p>A assembleia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o</p><p>montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo.</p><p> IMPORTANTE</p><p>É preciso, também, que os bens sejam suscetíveis de alienação, ou seja, não pode haver</p><p>restrição ou impedimento à transferência de sua propriedade. Isso porque, na falta de</p><p>declaração expressa em contrário, os bens transferem-se à companhia a título de propriedade.</p><p>As mesmas regras contidas no artigo 1005 do Código Civil (Default tooltip) são reproduzidas</p><p>no artigo 10 da Lei nº 6404, de 1976. Ou seja: a responsabilidade civil dos subscritores ou</p><p>acionistas que contribuírem com bens para a formação do capital social será idêntica à do</p><p>vendedor.</p><p>Desse modo, respondem perante a sociedade em caso de evicção. Além disso, quando a</p><p>entrada para o pagamento do preço de emissão consistir em crédito em favor da companhia, o</p><p>subscritor ou acionista responderá pela solvência do devedor.</p><p>A principal peculiaridade da sociedade anônima quanto à formação de seu capital é a</p><p>obrigatoriedade de avaliação dos bens. Ocorre tanto com os corpóreos quanto incorpóreos,</p><p>antes da formalização da constituição da companhia ou do aumento do capital.</p><p>Mesmo que todos os subscritores sejam condôminos de um bem com que concorreram para a</p><p>formação do capital social, a avaliação deve ser feita.</p><p> RELEMBRANDO</p><p>Lembremos de que na sociedade limitada, ao contrário, os sócios podem estimar o valor dos</p><p>bens conferidos ao capital. E, por isso, respondem pelo valor real em caso de diferença, nos</p><p>termos do artigo 1055, parágrafo 1º, do Código Civil.</p><p>Fonte: Andrey_Popov / Shutterstock</p><p>De acordo com o artigo 8º da Lei nº 6404, de 1976, a avaliação será feita por 3 (três) peritos ou</p><p>por “empresa” especializada. Estes serão nomeados, um ou outro, em assembleia-geral dos</p><p>acionistas subscritores das ações, convocada pela imprensa e presidida por um dos acionistas</p><p>fundadores.</p><p>Os peritos ou a sociedade avaliadora deverão apresentar aos acionistas laudo fundamentado,</p><p>com a indicação dos critérios de avaliação e dos elementos de comparação adotados. E, além</p><p>disso, deverão ser instruídos com os documentos relativos aos bens avaliados.</p><p>Faz-se necessária, ainda, a presença deles à assembleia que deliberar sobre o laudo, a fim de</p><p>prestarem as informações que lhes forem solicitadas. O artigo 115, parágrafo 1º, da Lei nº</p><p>6404, de 1976, dispõe que o acionista não poderá votar nas deliberações da assembleia-geral</p><p>relativas ao laudo de avaliação de bens com que concorrer para a formação do capital social.</p><p>Os avaliadores e o acionista subscritor responderão perante a companhia, os demais</p><p>acionistas e terceiros pelos danos que lhes causarem por culpa ou dolo na avaliação</p>

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