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<p>1</p><p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT</p><p>FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA</p><p>DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL</p><p>CURSO DE ENGENHARIA CIVIL</p><p>RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA À DUPLICAÇÃO DA AVENIDA JORNALISTA</p><p>ARCHIMEDES PEREIRA DE LIMA (ESTRADA DO MOINHO), CUIABÁ - MT</p><p>CUIABÁ</p><p>JULHO/2013</p><p>2</p><p>RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA À DUPLICAÇÃO DA AVENIDA JORNALISTA</p><p>ARCHIMEDES PEREIRA DE LIMA (ESTRADA DO MOINHO), CUIABÁ – MT.</p><p>Relatório de visita técnica solicitado pelo</p><p>Professor Sérgio Magalhães, como</p><p>requisito avaliativo da disciplina</p><p>Transportes, do curso de graduação em</p><p>Engenharia Civil, da Universidade</p><p>Federal do Mato Grosso</p><p>Discentes:</p><p>Ricardo Alberto Barros Aguado</p><p>Filipe Magalhães Porto</p><p>CUIABÁ</p><p>JULHO/2013</p><p>3</p><p>SUMÁRIO</p><p>INTRODUÇÃO....................................................................................................... 4</p><p>REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 2</p><p>MÉTODOS ............................................................................................................. 3</p><p>Estaqueamento .................................................................................................. 3</p><p>Taludes ............................................................................................................... 3</p><p>Faixa de domínio ................................................................................................ 4</p><p>Sistema de drenagem ........................................................................................ 4</p><p>Greide ................................................................................................................. 4</p><p>Topografia .......................................................................................................... 4</p><p>Movimentação de terras .................................................................................... 5</p><p>Máquinas de terraplanagem .............................................................................. 5</p><p>Pontes................................................................................................................. 5</p><p>Ponto de Incidência............................................................................................ 6</p><p>ANÁLISE DE RESULTADOS................................................................................ 6</p><p>SUGESTÕES ........................................................................................................ 6</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 7</p><p>ANEXOS ................................................................................................................ 8</p><p>4</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Os alunos da 4ª série do curso de Engenharia Civil da Universidade</p><p>Federal de Mato Grosso realizaram nos dias 17 e 24 de junho de 2013 uma</p><p>visita técnica na obra de duplicação da Avenida Jornalista Archimedes Pereira</p><p>de Lima (Estrada do Moínho) na cidade de Cuiabá, estado de Mato Grosso. As</p><p>visitas foram no horário de aula, sendo este das 13:30 as 17:30 horas, às</p><p>segundas-feiras. O prefessor responsável foi Sérgio Magalhães.</p><p>A necessidade de migração a fim de explorar novos territórios e facilitar</p><p>a comunicação entre os povos, levou o ser humano a desenvolver as primeiras</p><p>estradas. Pesquisas arqueológicas mostram que as primeiras estradas foram</p><p>construídas a partir de trilhas usadas por povos pré-históricos. Com a</p><p>necessidade de melhorar esses caminhos, surgiram as primeiras rodovias</p><p>artificiais, acompanhadas de técnicas primitivas mas que continuam sendo a</p><p>base para os projetos de rodovias atuais: nivelamento do terreno alto,</p><p>preenchimento de buracos e reentrâncias e retirada de terra das bordas para</p><p>formar valas laterais que permitissem a drenagem.</p><p>O sistema rodoviário brasileiro atual passou a vigorar em 1973, com a</p><p>criação do Plano Nacional de Viação, que definiu todas as diretrizes do sistema</p><p>rodoviário federal. Esse sistema é composto pelas seguintes rodovias: oito</p><p>rodovias radiais, partindo de Brasília, com numeração iniciada por zero; 14</p><p>rodovias longitudinais, no sentido norte-sul, com numeração iniciada em um; 21</p><p>rodovias transversais, no sentido leste-oeste, com numeração iniciada em dois;</p><p>29 rodovias diagonais, com numeração iniciada em três; e 78 rodovias de</p><p>ligação entre cidades, com numeração iniciada em quatro.</p><p>A visita teve como objetivo estabelecer relações entre o conteúdo teórico</p><p>passado em sala de aula e a visualização do sistema de transporte rodoviário.</p><p>Para a formação desse sistema é de extrema importância o estudo</p><p>indivudualizado de seus componentes. Assim, o foco da visita esteve no</p><p>estudo da composição geométrica das rodovias.</p><p>REVISÃO BIBLIOGRÁFICA</p><p>Taludes: Formam o contorno lateral do corpo da estrada. (Estradas - Projeto</p><p>Geométrico e de Terraplenagem. Antas, Paulo Mendes. Editora: Interciência.)</p><p>Greide: Inclinação longitudinal em relação à horizontal, geralmente expressa</p><p>em percentagem. (Manual de Pavimentação DNIT – 2006)</p><p>Corte: Segmento de rodovia em que a implantação requer escavação do</p><p>terreno natural ao longo do eixo e no interior dos limites da seção transversal</p><p>(off-set) que define o corpo estradal. (Manual de Implantação Básica de</p><p>Rodovia – DNIT)</p><p>Aterro: Segmento de rodovia, cuja implantação requer depósito de materiais</p><p>proveniente de cortes e/ou de empréstimos no interior dos limites das seções</p><p>javascript:PesquisaAutor();</p><p>javascript:PesquisaMarca();</p><p>5</p><p>de projeto (off-sets) que definem o corpo estradal. (Manual de Implantação</p><p>Básica de Rodovia – DNIT)</p><p>Terraplenagem: Conjunto de operações de escavação, carga, transporte,</p><p>descarga e compactação dos solos, aplicadas na construção de aterros e</p><p>cortes, dando à superfície do terreno a forma projetada para construção de</p><p>rodovias (Manual de Implantação Básica de Rodovia – DNIT)</p><p>MÉTODOS</p><p>Basicamente todos os processos visualizados durante a visita técnica</p><p>estão ligados a análise geométrica plana, especificamente três componentes</p><p>que são a base do projeto de rodovias: perfil transversal, planta baixa e perfil</p><p>longitudinal. Percebe-se que a idéia primitiva de construção de estradas é a</p><p>mesma, usando a movimentação de terras baseada em uma geometria</p><p>simples como idéia fundamental. Não é diferente no projeto de uma rodovia, no</p><p>entanto, a tecnologia tornou esse processo mais dinâmico, com coleta de</p><p>dados específicos, programas de alta precisão numérica e design gráficos que</p><p>permitem a visualização do projeto antes da execução.</p><p>Em campo foi visualizado praticamente todos os elementos que fazem</p><p>parte da composição geométrica de uma rodovia. No primeiro dia de visita</p><p>foram abordados os seguintes componentes: estaqueamento, taludes, sistema</p><p>de drenagem, greide, topografia e faixa de domínio.</p><p>ESTAQUEAMENTO</p><p>O estaqueamento feito no local segue o padrão de projeto, sendo cada</p><p>estaca distante uma da outra em 20 metros. Foi visualizado os valores que as</p><p>estacas marcam, referentes a numeração de estacas (Planta Baixa), os valores</p><p>referentes a altura dos taludes e a relação corte-aterro. O estaqueamento é um</p><p>dos fatores básicos principais no projeto executivo de uma rodovia. Sem essa</p><p>identificação, os trabalhos ficariam inviáveis por falta de comunicação,</p><p>informação e logística de projeto (foto 1).</p><p>TALUDES</p><p>Alguns metros após o ponto inicial da visita, observou-se o começo de</p><p>um talude devido ao desnível entre a pista e a propriedade privada existente</p><p>(foto 2). Esse talude se deu devido a um corte feito para que o greide da nova</p><p>rodovia fique de acordo com o nível do greide da rodovia existente. Com o</p><p>aparecimento do talude foi observado o off-set e faixa de domínio. Os taludes</p><p>são elementos fundamentais para manter a capacidade estrutural</p><p>da via, além</p><p>de contribuírem para os projetos de drenagem.</p><p>FAIXA DE DOMÍNIO</p><p>Observou-se após a inclinação dos taludes uma faixa de terra antes da</p><p>cerca da propriedade privada. Essa faixa de terra faz parte da faixa de domínio,</p><p>6</p><p>que é a faixa de terras que contém a rodovia e áreas adjacentes. Essas terras</p><p>da faixa são desapropriadas pelo Estado (foto 3).</p><p>SISTEMA DE DRENAGEM</p><p>O estudo hidrológico do local de construção de uma rodovia faz parte do</p><p>levantamento de dados de projeto. O projeto de drenagem é feito</p><p>simultaneamente com os serviços de terraplenagem e tem grande importância</p><p>visto que a água é um dos principais fatores que levam a ruína de uma rodovia</p><p>(abaulamentos, fissuras no pavimento, mudanças no comportamento de solos).</p><p>O projeto de drenagem do local estava sendo executado. Alguns</p><p>elementos estavam prontos e outros em fase inicial de construção. Foi</p><p>possível visualizar poços de visita, caixas de passagem e assentamento dos</p><p>tubos de concreto que formam as galerias (fotos 4, 5, 6 e 7).</p><p>GREIDE</p><p>O greide da rodovia em construção acompanhará o greide da rodovia</p><p>existente. Dessa forma todos os serviços buscam alinhar geometricamente as</p><p>cotas de aterro e corte para que haja uma concordância entre as duas pistas,</p><p>já que a obra tem por objetivo a duplicação da avenida. A determinação do</p><p>greide é de extrema importância para se estabelecer a relação corte-aterro, já</p><p>que os serviços de escavação tem custo elevado e pode ser determinante na</p><p>execução de uma obra de pavimentação e para que não haja desperdício de</p><p>terra.</p><p>TOPOGRAFIA</p><p>O traçado viário depende de estudos topográficos. A partir da</p><p>determinação das curvas de nível, tem-se uma noção das características do</p><p>terreno e assim pode-se estabelecer qual o melhor plano de coordenadas para</p><p>a construção de uma rodovia. A importância dos estudos topográficos e o</p><p>levantamento de dados foram explicados em campo pelo responsável técnico</p><p>de estudos topográficos, Júnior. Ele explicou, a partir das plantas do local, os</p><p>conceitos fundamentais topográficos e mostrou rapidamente a dinâmica e</p><p>funcionamento da aparelhagem usada em campo. Nota-se a presença da</p><p>tecnologia nas obras executivas. O aparelho usado era conectado a satélites</p><p>que determinavam as coordenadas precisas através de gps. Assim, além da</p><p>facilidade na coleta de dados, também há mais precisão. Uma informação</p><p>importante para a execução da obra é o cruzamento de dados topográficos.</p><p>Isso é possivel fazendo-se uma junção entre as coordenadas determinadas</p><p>pelo gps, as plantas baixas, perfis longitudinais e transversais (determinados</p><p>no anteprojeto).</p><p>No segundo dia de visita foram abordados os seguintes componentes:</p><p>movimentação de terras, máquinas de terraplenagem, ponte, ponto de</p><p>incidência.</p><p>7</p><p>MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS</p><p>Esse processo baseia-se nos seguintes passos:</p><p>-Obtenção do solo: escavação de solo, carga de solo, transporte de solo e</p><p>descarga de solo no local da obra (foto 8).</p><p>A obtenção do solo pode ser local (retirado de jazidas locais) ou externas (solo</p><p>trazido de outras jazidas).</p><p>Já com o solo no local da obra:</p><p>-Processo de Terraplenagem: espalhamento do solo (esparrame), umectação</p><p>do solo, gradeamento do solo e compactação.</p><p>Espalhamento do solo: o solo chega ao local da obra e é espalhado pela</p><p>motoniveladora.</p><p>Umectação do solo: caminhões-cisternas umidificam o solo para melhorar sua</p><p>trabalhabilidade.</p><p>Gradeamento do solo: feito com grades para conseguir uma granulometria</p><p>adequada ao projeto rodoviário.</p><p>Compactação do solo: feita com um rolo compressor vibratório, para trabalhar a</p><p>resistência do solo (foto 9).</p><p>MÁQUINAS DE TERRAPLENAGEM</p><p>As máquinas visualizadas no local da visita foram: retroescavadeira,</p><p>grade, motoniveladora e rolo compactador.</p><p>PONTE</p><p>Foram abordados e visualizados tópicos construtivos sobre a ponte que</p><p>será construida paralelamente a ponte existente (foto 10). A quantidade de</p><p>terra para nivelar as duas pontes será grande. Dessa forma, o volume de terra</p><p>para o nivelamento provavelmente será obtido de fonte externa. Foi abordado</p><p>também a especificidade do solo usado como base para o pavimento. No local</p><p>houve desmatamanto e o solo com matéria orgânica foi removido.</p><p>PONTO DE INCIDÊNCIA</p><p>Foi observado claramente a localização do ponto de incidência no trecho</p><p>estudado, onde está localizado a curva que concorda geometricamente duas</p><p>rampas sucessivas.</p><p>ANÁLISE DE RESULTADOS</p><p>8</p><p>A visita técnica ocorreu na fase de execução da rodovia em que os</p><p>componentes geométricos estavam bem definidos. Um fator que facilitou o</p><p>entendimento dos conceitos dados em sala de aula foi o fator comparativo, ja</p><p>que essa obra é de duplicação viária. Assim, relacionou-se os elementos</p><p>geométricos em fase de execução e em fase final como taludes, greide,</p><p>definições de corte e aterro, perfis, declividades, faixa de domínio, plataforma</p><p>de pavimentação, off-set.</p><p>Foi observado também fatores que influenciam negativamente à</p><p>execução de uma obra viária. Tais fatores baseiam-se na dificuldade de manter</p><p>todos os parâmetros de projeto sendo integralmente aplicados. Como exemplo,</p><p>pode-se citar a dificuldade de manter todo o estaqueamento intacto e</p><p>dificuldade do cumprimento das tarefas por parte da mão-de-obra.</p><p>Um aspecto que é de extrema importância para o sucesso de uma obra</p><p>viária e merece destaque é o sistema de drenagem. Obras de drenagem são</p><p>pouco visualizadas e muitas vezes não recebem a devida atenção de que</p><p>precisam. Aparentemente, as obras de drenagem do local estavam de acordo</p><p>com os padrões usuais.</p><p>Em relação ao estudo topográfico, a turma acompanhou em campo o</p><p>levantamento de dados e concluiu a importância desse estudo ser bem</p><p>apurado com a finalidade de diminuir possíveis erros, pois operações com</p><p>movimentação de terras possuem custo elevado.</p><p>A execução de um projeto rodoviário está ligada a vários profissionais,</p><p>empresas de projetos, empreiteiras e com isso é preciso um sistema logístico</p><p>muito bem determinado para que todas as atividades sejam cumpridas nos</p><p>períodos pré-estabelecidos. Pelo que foi observado no local da visita, a</p><p>logística não estava adequada. Não foi observado a presença de um</p><p>engenheiro na obra e uma máquina não estava exercendo sua função</p><p>adequada.</p><p>SUGESTÕES</p><p>A visita técnica foi importante para a visualização dos componentes</p><p>geométricos na prática, aumentando o interesse da turma pela área de</p><p>transportes. A atividade foi produtiva e o grupo sugere novas visitas de acordo</p><p>com o andamento da matéria. Reunir teoria e prática forma uma base sólida e</p><p>permanente para a formação de um engenheiro civil.</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>A geometria plana é uma saída relativamente fácil e expressa</p><p>contundentemente as informações para a execução de um projeto rodoviário. O</p><p>estudo individualizado dos componentes forma uma base para a produção de</p><p>um estudo mais aprofundado sobre transporte rodoviário. A visita técnica</p><p>9</p><p>mostrou as aplicações e importância dos elementos geométricos envolvidos</p><p>nesse processo.</p><p>Dessa forma, nota-se que a duplicação da Avenida Jornalista</p><p>Archimedes Pereira de Lima está dentro do que foi proposto em sala de aula,</p><p>ou seja, atende aos padrões clássicos de projeto. No entanto, não chega a ser</p><p>uma obra exemplar devido a pequenos erros de logística, na constatação do</p><p>grupo.</p><p>ANEXOS</p><p>10</p><p>Foto 1</p><p>Foto 2</p><p>11</p><p>Foto 3</p><p>Foto 4</p><p>12</p><p>Foto 5</p><p>Foto 6</p><p>13</p><p>Foto 7</p><p>Foto 8</p><p>14</p><p>Foto 9</p><p>Foto 10</p><p>INTRODUÇÃO</p>