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<p>UCIV – PROBLEMA 4</p><p>“FISIOLOGIA DA CONTRAÇÃO MUSCULAR”</p><p>ROTEIRO DE ESTUDO</p><p>1.TECIDO MUSCULAR</p><p>1.1. MÚSCULO ESQUELÉTICO</p><p>1.1.1. Componentes e Estrutura</p><p>1.1.2. Organização das Fibras</p><p>Musculares</p><p>1.1.3. Tipos de Fibras e Suas</p><p>Características</p><p>1.1.4. Controle da Atividade do</p><p>Músculo Esquelético</p><p>2.DIVISÃO MOTORA DO SISTEMA</p><p>NERVOSO</p><p>2.1. NEURÔNIOS</p><p>2.2. NEUROTRANSMISSORES</p><p>2.3. UNIDADE MOTORA</p><p>2.4. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR</p><p>3.CONTRAÇÃO MUSCULAR</p><p>3.1. BASE MOLECULAR DA</p><p>CONTRAÇÃO DO MÚSCULO</p><p>ESQUELÉTICO</p><p>3.2. DISPERSÃO DOS POTENCIAIS</p><p>DE AÇÃO PELOS TUBULOS T E</p><p>LIBERAÇÃO DO CÁLCIO DO</p><p>RETICULO SARCOPLASMÁTICO</p><p>3.3. CICLO DAS PONTES</p><p>CRUZADAS</p><p>3.4. RELAXAMENTO</p><p>3.5. TIPOS DE CONTRAÇÕES</p><p>(ISOTÔNICAS/ISOMÉTRICAS)</p><p>4.METABOLISMO DO MUSCULO</p><p>ESQULÉTICO E FADIGA</p><p>4.1. FADIGA MUSCULAR</p><p>4.2. FADIGA CENTRAL</p><p>4.3. FADIGA PERIFÉRICA</p><p>5.CONTROLE DA MOTRICIDADE</p><p>5.1. PROPRIOCEPTORES</p><p>5.1.1. Fuso Muscular</p><p>5.1.2. Órgão Tendinoso de Golgi</p><p>(OTG)</p><p>5.1.3. Cápsula Articular</p><p>5.2. TÔNUS MUSCULAR</p><p>5.3. REFLEXOS NEURAIS</p><p>5.3.1. Reflexo de Estiramento</p><p>5.3.2. Reflexo de Flexão</p><p>5.3.3. Princípio da Inervação</p><p>Recíproca</p><p>5.3.4. Reflexo de Extensão</p><p>Cruzada</p><p>1. TECIDO MUSCULAR</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>1.1. MÚSCULO ESQUELÉTICO</p><p>O músculo esquelético é um tipo de tecido muscular que se fixa aos ossos e</p><p>é responsável pelos movimentos voluntários do corpo. Ele possui características que</p><p>o distingue dos outros tipos de músculos (liso e cardíaco).</p><p>1.1.1. Componentes e Estrutura</p><p>Componentes principais:</p><p>● Fibras Musculares: São as células do músculo esquelético, longas e</p><p>cilíndricas, que podem variar em comprimento, alcançando até 30 cm em</p><p>músculos grandes. Essas fibras são multinucleadas, com os núcleos</p><p>localizados na periferia.</p><p>● Sarcolema: Membrana plasmática da fibra muscular, que envolve a célula.</p><p>● Sarcoplasma: O citoplasma da fibra muscular, que contém organelas e</p><p>estruturas específicas, como o retículo sarcoplasmático.</p><p>● Miofibrilas: Estruturas dentro das fibras musculares que contêm as</p><p>proteínas contráteis (actina e miosina). As miofibrilas são compostas por</p><p>unidades repetitivas chamadas sarcômeros.</p><p>○ Sarcômeros: São as unidades funcionais do músculo esquelético,</p><p>compostas pelas proteínas contráteis (actina e miosina) e proteínas</p><p>reguladoras (tropomiosina e troponina). A organização dos</p><p>sarcômeros dá à fibra muscular sua aparência estriada.</p><p>Estrutura:</p><p>● Endomísio: Tecido conjuntivo que envolve cada fibra muscular individual.</p><p>● Perimísio: Envolve um feixe de fibras musculares, formando os fascículos.</p><p>● Epimísio: Envolve todo o músculo, conectando-se ao tendão e permitindo a</p><p>ligação ao osso.</p><p>1.1.2. Organização das Fibras Musculares</p><p>As fibras musculares estão organizadas em miofibrilas, que são compostas</p><p>por sarcômeros. Os sarcômeros são as unidades básicas de contração, contendo os</p><p>filamentos finos (actina) e grossos (miosina), dispostos em uma organização precisa</p><p>que permite a contração muscular.</p><p>Bandas e Linhas:</p><p>● Banda A: Região onde os filamentos grossos de miosina se sobrepõem aos</p><p>filamentos finos de actina.</p><p>● Banda I: Contêm apenas filamentos de actina, sem sobreposição com a</p><p>miosina.</p><p>● Linha Z: Delimita as extremidades de cada sarcômero. É onde os filamentos</p><p>de actina estão ancorados.</p><p>● Linha M: Localiza-se no centro da banda A, onde os filamentos grossos</p><p>estão ancorados.</p><p>tropomodulina</p><p>Para quem tá perdido:</p><p>Tem dois tipos de proteínas que estão presentes no sarcômero:</p><p>2 que ajudam no deslizamento</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>E as outras que a ste falou! Que são elásticas e ajudam na organização</p><p>1.1.3. Tipos de Fibras e Suas Características</p><p>As fibras musculares esqueléticas são classificadas em três tipos principais:</p><p>Fibras Tipo I (Lentas/Oxidativas):</p><p>● Contração lenta, mas sustentada por longos períodos.</p><p>● Ricas em mitocôndrias e mioglobina (o que lhes dá uma cor avermelhada).</p><p>● Dependem do metabolismo aeróbico (oxigênio) para a produção de energia.</p><p>● Usadas principalmente em atividades de resistência, como corrida de longa</p><p>distância.</p><p>Fibras Tipo IIa (Intermediárias/Oxidativo-Glicolíticas):</p><p>● Capazes de contrair rapidamente e resistir à fadiga.</p><p>● Também utilizam o metabolismo aeróbico, mas com capacidade glicolítica</p><p>(uso de glicose) moderada.</p><p>● São versáteis, participando tanto de atividades de resistência quanto de</p><p>potência.</p><p>Fibras Tipo IIb/IIx (Rápidas/Glicolíticas):</p><p>● Contração muito rápida, mas fatigam-se rapidamente.</p><p>● Dependem do metabolismo glicolítico (anaeróbico) para a produção de</p><p>energia.</p><p>● Ideais para atividades de alta intensidade e curta duração, como sprints ou</p><p>levantamento de peso.</p><p>1.1.4. Controle da Atividade do Músculo Esquelético</p><p>2. DIVISÃO MOTORA DO SISTEMA NERVOSO</p><p>2.1. NEURÔNIOS</p><p>A divisão motora do sistema nervoso periférico é composta por neurônios</p><p>motores que transmitem impulsos nervosos do sistema nervoso central (SNC) para</p><p>os músculos esqueléticos, permitindo a contração muscular e, consequentemente, o</p><p>movimento voluntário.</p><p>Os neurônios motores são classificados em:</p><p>● Neurônios motores superiores: localizados no córtex motor do cérebro,</p><p>enviam sinais ao longo do trato corticoespinhal até a medula espinhal.</p><p>● Neurônios motores inferiores: localizados na medula espinhal, recebem</p><p>informações dos neurônios motores superiores e transmitem impulsos para</p><p>os músculos esqueléticos.</p><p>Os neurônios motores possuem axônios longos que se estendem da medula</p><p>espinhal até os músculos, formando sinapses com as fibras musculares.</p><p>2.2. NEUROTRANSMISSORES</p><p>De acordo com o "Guyton", o principal neurotransmissor envolvido na</p><p>transmissão do impulso motor é a acetilcolina. Este neurotransmissor é liberado</p><p>pelas terminações dos neurônios motores inferiores na junção neuromuscular</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>(sinapse entre o neurônio motor e o músculo esquelético). A acetilcolina se liga aos</p><p>receptores nicotínicos na membrana da fibra muscular, desencadeando uma série</p><p>de eventos que resultam na despolarização da membrana e na contração muscular.</p><p>O "Silverthorn" acrescenta que, além da acetilcolina, existem outros</p><p>neurotransmissores, como a glutamina e a glicina, que também desempenham</p><p>papéis modulatórios na função motora, especialmente em circuitos reflexos e de</p><p>controle motor fino.</p><p>2.3. UNIDADE MOTORA</p><p>A unidade motora é definida como um único neurônio motor e todas as fibras</p><p>musculares que ele inerva. Como descrito no "Guyton de Fisiologia", cada neurônio</p><p>motor pode inervar múltiplas fibras musculares, mas cada fibra muscular é inervada</p><p>por apenas um neurônio motor. O tamanho da unidade motora varia conforme a</p><p>função do músculo: músculos que requerem movimentos finos e precisos (como os</p><p>músculos dos dedos) têm unidades motoras pequenas, enquanto músculos que</p><p>realizam movimentos grossos (como os músculos das pernas) têm unidades</p><p>motoras maiores.</p><p>O "Silverthorn" destaca que a ativação das unidades motoras segue o</p><p>princípio de recrutamento de tamanho, no qual unidades motoras menores e com</p><p>menor limiar de excitabilidade são ativadas primeiro, seguidas por unidades motoras</p><p>maiores conforme a força necessária aumenta.</p><p>2.4. JUNÇÃO NEUROMUSCULAR</p><p>A junção neuromuscular (JNM) é uma sinapse química especializada entre o</p><p>terminal axonal do neurônio motor e a fibra muscular esquelética. Conforme descrito</p><p>no "Guyton", quando um potencial de ação atinge o terminal axonal, a acetilcolina é</p><p>liberada nas vesículas sinápticas na fenda sináptica da JNM. A acetilcolina se liga</p><p>aos receptores nicotínicos na membrana da fibra muscular, provocando a abertura</p><p>de canais iônicos que resultam na despolarização da membrana, gerando um</p><p>potencial de ação muscular.</p><p>O "Silverthorn" complementa, explicando que essa despolarização leva à</p><p>liberação de cálcio a partir do retículo sarcoplasmático, o que inicia o ciclo de</p><p>contração muscular. Após o uso, a acetilcolina é rapidamente degradada pela</p><p>enzima acetilcolinesterase, garantindo que a estimulação muscular não seja</p><p>prolongada.</p><p>3. CONTRAÇÃO MUSCULAR</p><p>A contração muscular esquelética é um processo complexo, começando com</p><p>a propagação do potencial de ação pelos túbulos</p><p>T, a liberação de cálcio do retículo</p><p>sarcoplasmático, seguida pelo ciclo das pontes cruzadas entre actina e miosina. O</p><p>relaxamento ocorre com a retirada do cálcio, e os tipos de contrações variam</p><p>dependendo se o músculo muda de comprimento (isotônicas) ou não (isométricas).</p><p>3.1. BASE MOLECULAR DA CONTRAÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>O músculo esquelético é composto de fibras musculares contendo unidades</p><p>chamadas sarcômeros. O sarcômero é a unidade funcional da contração muscular e</p><p>é formado por filamentos de actina (finos) e miosina (grossos). A contração muscular</p><p>ocorre quando esses filamentos deslizam uns sobre os outros.</p><p>● Miosina: Proteína motora com cabeças globulares que se ligam à actina e</p><p>realizam o movimento de "deslizamento".</p><p>● Actina: Proteína que interage com a miosina durante a contração.</p><p>O processo de contração é ativado pelo aumento da concentração de íons</p><p>cálcio (Ca²⁺) no citoplasma da célula muscular. O cálcio se liga à troponina, uma</p><p>proteína que, ao mudar de forma, desloca a tropomiosina e libera os sítios de</p><p>ligação na actina para a miosina.</p><p>3.2. DISPERSÃO DOS POTENCIAIS DE AÇÃO PELOS TUBULOS T E</p><p>LIBERAÇÃO DO CÁLCIO DO RETICULO SARCOPLASMÁTICO</p><p>● Potencial de Ação Muscular: A contração muscular começa quando um</p><p>potencial de ação (impulso nervoso) chega à célula muscular, despolarizando</p><p>a membrana.</p><p>● Túbulos T: São invaginações da membrana da fibra muscular (sarcolema)</p><p>que penetram no interior da célula. Eles permitem que o potencial de ação se</p><p>propague rapidamente para dentro da fibra muscular.</p><p>● Retículo Sarcoplasmático (RS): Uma organela especializada que armazena</p><p>cálcio. Quando o potencial de ação se propaga pelos túbulos T, ele ativa</p><p>canais de cálcio no RS, liberando grandes quantidades de Ca²⁺ no</p><p>citoplasma.</p><p>3.3. CICLO DAS PONTES CRUZADAS</p><p>O ciclo das pontes cruzadas descreve o processo pelo qual a miosina se liga à</p><p>actina e gera força:</p><p>● Ligação da Miosina à Actina: As cabeças de miosina, energizadas pelo ATP,</p><p>se ligam aos sítios de actina liberados.</p><p>● Golpe de Força: A hidrólise do ATP fornece energia para que as cabeças de</p><p>miosina realizem um movimento de "puxão", deslizando os filamentos de</p><p>actina em direção ao centro do sarcômero.</p><p>● Liberação: Quando um novo ATP se liga à cabeça de miosina, ela se</p><p>desprende da actina.</p><p>● Reposicionamento da Cabeça de Miosina: A hidrólise do ATP realinha a</p><p>cabeça de miosina para o próximo ciclo.</p><p>Esse ciclo se repete várias vezes durante uma contração muscular.</p><p>3.4. RELAXAMENTO</p><p>Para o relaxamento muscular ocorrer, o cálcio precisa ser removido do citoplasma</p><p>da célula muscular:</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>● O cálcio é bombeado de volta para o retículo sarcoplasmático por uma</p><p>bomba de cálcio dependente de ATP (Ca²⁺-ATPase).</p><p>● Quando os níveis de cálcio no citoplasma diminuem, a troponina retorna à</p><p>sua forma original, e a tropomiosina volta a cobrir os sítios de ligação na</p><p>actina, impedindo a interação com a miosina.</p><p>3.5. TIPOS DE CONTRAÇÕES (ISOTÔNICAS/ISOMÉTRICAS)</p><p>Existem dois tipos principais de contrações musculares:</p><p>● Contrações Isotônicas: (mov) O músculo muda de comprimento durante a</p><p>contração, mas a tensão (força gerada) permanece constante.</p><p>○ Contração Concêntrica: O músculo encurta enquanto gera força (por</p><p>exemplo, levantar um peso).</p><p>○ Contração Excêntrica: O músculo alonga enquanto mantém a força</p><p>(por exemplo, abaixar um peso lentamente).</p><p>● Contrações Isométricas: (sem mov) O músculo gera força, mas não muda</p><p>de comprimento (por exemplo, empurrar contra uma parede sem mover).</p><p>4. METABOLISMO DO MUSCULO ESQULÉTICO E FADIGA</p><p>O músculo esquelético precisa de energia (ATP) para contrair e relaxar. Existem três</p><p>principais fontes de energia para o metabolismo muscular:</p><p>● Fosfocreatina: fonte rápida de energia que fornece ATP para os primeiros</p><p>segundos de atividade muscular.</p><p>● Glicólise anaeróbica: quebra da glicose sem oxigênio, produzindo ATP</p><p>rapidamente, mas de forma menos eficiente e gerando ácido lático como</p><p>subproduto, que pode contribuir para a fadiga.</p><p>● Metabolismo aeróbico (respiração celular): quebra de carboidratos, gorduras</p><p>e, em menor grau, proteínas em presença de oxigênio, produzindo ATP de</p><p>forma mais eficiente para exercícios de longa duração.</p><p>4.1. FADIGA MUSCULAR</p><p>A fadiga muscular é a incapacidade temporária do músculo de manter sua força ou</p><p>potência durante contrações repetidas ou prolongadas. De acordo com o</p><p>"Silverthorn" e o "Guyton", a fadiga muscular pode ser causada por:</p><p>● Esforço prolongado ou de alta intensidade que consome rapidamente as</p><p>reservas de energia (ATP) e provoca o acúmulo de produtos metabólicos</p><p>como íons de hidrogênio (H+) e fosfato inorgânico (Pi).</p><p>● Alterações nos mecanismos de excitação-contração, que incluem problemas</p><p>na transmissão do sinal nervoso ou na liberação de cálcio necessário para a</p><p>contração muscular.</p><p>4.2. FADIGA CENTRAL</p><p>A fadiga central é um tipo de fadiga que ocorre no sistema nervoso central (cérebro</p><p>e medula espinhal).</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>● Segundo o "Guyton", ela se refere a uma diminuição do comando neural</p><p>voluntário enviado do cérebro para os músculos, o que pode reduzir a</p><p>ativação muscular.</p><p>● Causas da fadiga central incluem fatores psicológicos (como motivação e</p><p>percepção de esforço), além de alterações na neurotransmissão no cérebro,</p><p>níveis de glicose cerebral e temperatura corporal.</p><p>● A fadiga central pode ser influenciada por fatores externos como estresse,</p><p>falta de sono e desidratação, afetando a percepção de esforço e a</p><p>coordenação muscular.</p><p>4.3. FADIGA PERIFÉRICA</p><p>A fadiga periférica ocorre diretamente nos músculos esqueléticos e é influenciada</p><p>por fatores locais:</p><p>● Acúmulo de subprodutos metabólicos: O "Silverthorn" menciona que durante</p><p>o exercício intenso, há acúmulo de ácido lático e íons de H+ no músculo, o</p><p>que pode interferir com a função das proteínas contráteis (actina e miosina) e</p><p>enzimas musculares, prejudicando a contração.</p><p>● Diminuição da disponibilidade de cálcio (Ca²+): O "Guyton" destaca que, se o</p><p>retículo sarcoplasmático não consegue liberar ou reabsorver Ca²+</p><p>eficientemente, a capacidade do músculo de contrair é reduzida.</p><p>● Diminuição de ATP: A falta de ATP impede o relaxamento muscular,</p><p>resultando em cãibras.</p><p>5. CONTROLE DA MOTRICIDADE</p><p>5.1. PROPRIOCEPTORES</p><p>Proprioceptores são sensores localizados nos músculos, tendões e articulações que</p><p>enviam informações ao sistema nervoso central sobre a posição e o movimento do</p><p>corpo. Segundo o Silverthorn, os principais proprioceptores incluem:</p><p>● Fuso Muscular: Detecta mudanças no comprimento do músculo.</p><p>● Órgão Tendinoso de Golgi (OTG): Detecta a tensão muscular.</p><p>● Receptores das Cápsulas Articulares: Detectam o movimento e a posição</p><p>das articulações.</p><p>5.1.1. Fuso Muscular</p><p>O fuso muscular é uma estrutura sensorial presente no interior dos músculos</p><p>esqueléticos. De acordo com o Guyton, ele detecta mudanças no comprimento do</p><p>músculo e na velocidade com que essas mudanças ocorrem. Quando o músculo é</p><p>esticado, o fuso envia sinais ao sistema nervoso central para ajustar o tônus</p><p>muscular e manter a postura ou realizar movimentos precisos.</p><p>5.1.2. Órgão Tendinoso de Golgi (OTG)</p><p>O Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) é um proprioceptor localizado nos</p><p>tendões, que conecta os músculos aos ossos. Ele detecta a tensão gerada durante a</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>contração muscular. Se a tensão for muito alta, o OTG envia um sinal inibitório para</p><p>o músculo, diminuindo a contração e prevenindo lesões, como explica o Silverthorn.</p><p>5.1.3. Cápsula Articular</p><p>Os receptores da cápsula articular são encontrados ao redor das articulações</p><p>e detectam mudanças na posição e movimento articular. Eles ajudam o sistema</p><p>nervoso a avaliar o ângulo e a velocidade dos movimentos articulares, auxiliando no</p><p>controle motor fino e na estabilidade, conforme descrito no Guyton.</p><p>5.2. TÔNUS MUSCULAR</p><p>O tônus muscular é a tensão passiva mantida nos músculos, mesmo em</p><p>repouso. É regulado pelos fusos musculares e pelos reflexos espinhais,</p><p>ajudando a</p><p>manter a postura e a prontidão para o movimento. O Silverthorn aponta que um bom</p><p>tônus muscular é essencial para prevenir quedas e manter a estabilidade do corpo.</p><p>5.3. REFLEXOS NEURAIS</p><p>Os reflexos neurais são respostas automáticas a estímulos. Eles desempenham um</p><p>papel vital na proteção do corpo e na coordenação dos movimentos. Os principais</p><p>reflexos relacionados ao controle motor incluem:</p><p>● Reflexo de Estiramento: Quando um músculo é rapidamente esticado, o fuso</p><p>muscular é ativado e envia sinais à medula espinhal, resultando na contração</p><p>reflexa do músculo para evitar estiramento excessivo. É fundamental para a</p><p>manutenção do tônus muscular e da postura, como descrito no Guyton.</p><p>● Reflexo de Flexão: Em resposta a um estímulo doloroso (como tocar algo</p><p>quente), os músculos flexores se contraem para afastar o corpo do perigo.</p><p>Segundo o Silverthorn, este reflexo é mediado por interneurônios na medula</p><p>espinhal.</p><p>● Reflexo de Extensão Cruzada: Esse reflexo é um complemento ao reflexo de</p><p>flexão, ocorrendo no lado oposto do corpo. Quando o reflexo de flexão é</p><p>ativado em um membro (como a perna), o reflexo de extensão cruzada ativa</p><p>os músculos extensores do membro oposto para manter o equilíbrio e a</p><p>postura, conforme explicado no Guyton.</p><p>5.3.1. Reflexo de Estiramento</p><p>● Definição: É um reflexo que ocorre quando um músculo é rapidamente</p><p>estirado e responde com uma contração reflexa.</p><p>● Mecanismo: Esse reflexo é mediado pelo fuso muscular, um receptor</p><p>sensorial localizado dentro dos músculos que detecta mudanças no</p><p>comprimento do músculo.</p><p>● Quando o músculo é estirado, o fuso muscular envia sinais ao sistema</p><p>nervoso central (medula espinhal) por meio de fibras aferentes do tipo Ia.</p><p>● Esses sinais chegam aos neurônios motores alfa, que causam a contração</p><p>do músculo estirado, ajudando a manter o tônus muscular e a postura.</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p><p>● Exemplo clínico: O reflexo patelar (reflexo do joelho) é um exemplo típico,</p><p>onde o estiramento do tendão patelar leva à contração do músculo</p><p>quadríceps.</p><p>5.3.2. Reflexo de Flexão</p><p>● Definição: É um reflexo que protege o corpo ao afastar uma parte dele de um</p><p>estímulo doloroso ou nocivo.</p><p>● Mecanismo: Quando há um estímulo doloroso (como tocar em algo quente),</p><p>receptores sensoriais na pele detectam o perigo e enviam sinais para a</p><p>medula espinhal.</p><p>● Esses sinais ativam os neurônios motores que causam a contração dos</p><p>músculos flexores, retirando rapidamente a parte do corpo do estímulo</p><p>nocivo.</p><p>● Função: Este reflexo é essencial para a proteção contra lesões, atuando de</p><p>forma automática e rápida.</p><p>5.3.3. Princípio da Inervação Recíproca</p><p>O princípio da inervação recíproca é um mecanismo onde a ativação de um grupo</p><p>muscular (como os músculos flexores) é acompanhada pela inibição do grupo</p><p>muscular oposto (os extensores). Isso facilita movimentos coordenados e suaves,</p><p>conforme descrito no Silverthorn.</p><p>● Definição: É um princípio neurológico que afirma que, quando um grupo de</p><p>músculos (agonistas) se contrai, os músculos opostos (antagonistas) relaxam</p><p>automaticamente.</p><p>● Mecanismo: Durante o reflexo de estiramento, por exemplo, enquanto os</p><p>neurônios motores alfa ativam os músculos agonistas para se contrair,</p><p>interneurônios inibitórios na medula espinhal simultaneamente inibem os</p><p>neurônios motores dos músculos antagonistas.</p><p>● Função: Garante movimentos suaves e coordenados. Sem essa inibição</p><p>recíproca, movimentos como andar, correr ou até mesmo levantar um objeto</p><p>se tornariam rígidos e descoordenados.</p><p>5.3.4. Reflexo de Extensão Cruzada</p><p>● Definição: É um reflexo que ocorre quando, em resposta a um estímulo</p><p>doloroso, a retirada rápida de um membro (reflexo de flexão) é acompanhada</p><p>pela extensão do membro oposto.</p><p>● Mecanismo: Este reflexo é acionado quando o reflexo de flexão é ativado. Ao</p><p>mesmo tempo em que um membro se flexiona para se afastar do estímulo</p><p>doloroso, sinais são enviados para o lado oposto da medula espinhal para</p><p>promover a extensão do membro contralateral.</p><p>● Função: Ajuda a manter o equilíbrio durante movimentos rápidos de retirada.</p><p>Por exemplo, se você pisa em um objeto pontiagudo com o pé direito, o</p><p>reflexo de flexão retira o pé direito rapidamente do estímulo, enquanto o</p><p>reflexo de extensão cruzada causa a extensão do pé esquerdo para manter a</p><p>estabilidade.</p><p>Camily Quintino - Medicina T23 UNEMAT</p>