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<p>CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS</p><p>URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA</p><p>NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 POLÍTICAS ÀS URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS</p><p>2 RECONHECIMENTO DE SINAIS DE AGRAVOS CLÍNICOS</p><p>3 AVALIAÇÃO INICIAL NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>4 PRINCIPAIS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>5 EMERGÊNCIAS RELACIONADAS A GLICOSE SANGUÍNEA</p><p>6 PRINCIPAIS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS CARDIOLÓGICAS</p><p>7 SEPSE NA EMERGÊNCIA</p><p>8 EMERGÊNCIA NO TRATO GASTROINTESTINAL</p><p>9 TENTATIVA DE AUTOEXTERMÍNIO</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>2.1 APLICAÇÃO DO SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA</p><p>3.1 SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO EM CASO DE VÍTIMAS</p><p>EM PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA</p><p>2.2 ATENDIMENTO CARDÍACO DE EMERGÊNCIA</p><p>3.2 USO DO DEA</p><p>4.1 PERDA SÚBITA DE CONSCIÊNCIA</p><p>5.1 HIPERGLICEMIA</p><p>6.1 DOR TORÁCICA MAIOR QUE 20 MINUTOS</p><p>7.1 CHOQUE SÉPTICO</p><p>8.1 HEMATÊMESE DE INÍCIO RECENTE</p><p>2.3 ETIOLOGIA DA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA</p><p>3.3 SITUAÇÕES ESPECIAIS DO USO DO DEA</p><p>4.2 CRISE CONVULSIVA</p><p>5.2 HIPOGLICEMIA</p><p>6.2 TIPOS DE DOR TORÁCICA</p><p>4.3 CONVULSÃO</p><p>5.3 CETOACIDOSE DIABÉTICA</p><p>6.3 SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS NA DOR TORÁCICA</p><p>4.4 EPILEPSIA</p><p>5.4 ESTADO HIPEROSMOLAR HIPERGLICÊMICO NÃO CETÓTICO</p><p>4.5 CRISE EPILÉTICA</p><p>4.6 ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO</p><p>2.4 IDADES PARA O ATENDIMENTO CARDÍACO DE EMERGÊNCIA</p><p>3.4 SUPORTE AVANÇADO DE VIDA EM CARDIOLOGIA – INTRA HOSPITALAR</p><p>2.5 TIPOS DE CENÁRIOS PARA ATUAÇÃO DO SUPORTE BÁSICO DE VIDA</p><p>04</p><p>08</p><p>13</p><p>21</p><p>34</p><p>42</p><p>45</p><p>49</p><p>51</p><p>54</p><p>09</p><p>14</p><p>09</p><p>16</p><p>21</p><p>35</p><p>42</p><p>46</p><p>49</p><p>11</p><p>18</p><p>23</p><p>35</p><p>42</p><p>23</p><p>38</p><p>43</p><p>24</p><p>40</p><p>24</p><p>27</p><p>12</p><p>19</p><p>12</p><p>Presidente do Cofen</p><p>Coordenação do Programa Pós-Tec Enfermagem</p><p>Coordenação do Curso Urgência e Emergência/APH</p><p>Colaboração</p><p>Autoria</p><p>Ficha Técnica</p><p>Este material foi elaborado e desenvolvido pela equipe do Programa Pós-Tec</p><p>Enfermagem do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e da Universidade</p><p>Federal da Paraíba (UFPB).</p><p>Profa. Dra. Betânia Maria Pereira dos Santos</p><p>Profa. Dra. Anne Karoline Candido Araújo</p><p>Profa. Dra. Fabíola Fialho Furtado Gouvêa</p><p>Profa. Dra. Maria Soraya Pereira Franco Adriano</p><p>Profa. Dra. Aurilene Josefa Cartaxo de Arruda Cavalcanti</p><p>Profa. Dra. Angela Amorim de Araújo</p><p>Profa. Dra. Verbena Santos Araújo</p><p>Profa. Dra. Andréa Mendes Araújo</p><p>Profa. Dra. Anna Cláudia Freire de Araújo Patrício</p><p>Profa. Dra. Fernanda Maria Chianca da Silva</p><p>Profa. Dra. Ivanilda Lacerda Pedrosa</p><p>Profa. Dra. Marcella Costa Souto Duarte</p><p>Profa. Dra. Márcia Rique Carício</p><p>Profa. Dra. Angela Amorim de Araújo</p><p>Profa. Dra. Verbena Santos Araújo</p><p>Prof. Esp. Walber Alves Frazão Junior</p><p>Profa. Dra. Anne Karoline Candido Araújo</p><p>Profa. Dra. Aurilene Josefa Cartaxo de Arruda Cavalcanti</p><p>Profa. Dra. Fabíola Fialho Furtado Gouvêa</p><p>Profa. Dra. Maria Soraya Pereira Franco Adriano</p><p>Diagramação e Projeto Gráfico</p><p>Assessoria Pedagógica</p><p>Revisão Textual</p><p>Imagens</p><p>Elaine Feitosa da Silva</p><p>Bárbara Couto Falqueto</p><p>Emília Cristina Ferreira de Barros</p><p>Isaac Newton Cesarino da Nóbrega Alves</p><p>pexels.com | pixabay.com | unsplash.com | br.freepik.com</p><p>Colaboração - Diagramação e Projeto Gráfico</p><p>Luis Henrique Augusto de Lima</p><p>Ruben Gabriel de Carvalho Fontes da Silva</p><p>Sâmisses Ramalho Santos</p><p>Catalogação na Publicação</p><p>Biblioteca Setorial do CPT-ETS/UFPB</p><p>P769 Políticas de atenção às urgências e assistência nas emergências</p><p>clínicas: curso de especialização técnica de nível médio em</p><p>Enfermagem / Angela Amorim de Araújo ... [et al.]. – João Pessoa:</p><p>Programa Pós-Tec Enfermagem do Conselho Federal de</p><p>Enfermagem (Cofen) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB),</p><p>[2023].</p><p>ISBN 978-65-5621-355-2</p><p>Recurso digital: 13,0 MB</p><p>Formato: ePDF.</p><p>Requisito do Sistema: Adobe Acrobat Reader.</p><p>1. Enfermagem. 2. Emergência. 3. Urgência. I. Araújo, Angela</p><p>Amorim de. II. Título.</p><p>UFPB/BS-CPT-ETS CDU 616-083.98</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>A urgência e emergência no Brasil dentro do âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS),</p><p>foi normatizada, iniciando pelo Atendimento Pré-Hospitalar (APH), com a publicação</p><p>pelo Ministério da Saúde das Portarias: 824 de 24 de junho de 1999, a Portaria 814</p><p>de 01 de junho de 2001 (Revogou a 824/99) e a Portaria 2.048 de 5 de novembro</p><p>de 2002 (Revogou a 814/2001), esta última, com uma versão além do APH, ou seja,</p><p>“Aprovar, na forma do Anexo desta Portaria, o Regulamento Técnico dos Sistemas</p><p>Estaduais de Urgência e Emergência”. A necessidade de implantação de uma política</p><p>de saúde pública na área das urgências foi contemplada a partir do ano de 2003,</p><p>com a publicação da Política Nacional de Atenção às Urgências com suas respectivas</p><p>portarias (BRASIL,2003)</p><p>A Política Nacional de Atenção às Urgências deve fluir em todos os níveis do SUS,</p><p>organizando a assistência desde as Unidades Básicas, Equipes de Saúde da Família</p><p>até os cuidados pós-hospitalares na convalescença, recuperação e reabilitação. Dentre</p><p>os componentes, optamos por iniciar pelo Serviço de Assistência Móvel às Urgências</p><p>(SAMU 192),pois existe uma alta demanda clínica de atendimento à população e</p><p>portanto os traumas e outras situações devem ser vistas, pois não serão “ambulâncias à</p><p>deriva”, buscando onde “deixar pacientes, dores, sofrimentos”, e sim um serviço como</p><p>o o SAMU 192, com suas unidades de Suporte Avançado e de Suporte Básico de Vida,</p><p>respondendo às necessidades de nossa população, oferecendo a melhor resposta de</p><p>pedido de auxílio através de Centrais de Regulação Médica (BATTISTI,2019).</p><p>1. Políticas às Urgências e Emergências</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM4</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>O médico regulador poderá dar um conselho, uma orientação, ou deslocar uma equipe</p><p>com médico e enfermeiro e todos os equipamentos de uma UTI (FARIA, 2017).</p><p>A liberação de cada recurso será específica para a necessidade de cada paciente</p><p>(BRASIL, 2003). Neste período, duas Portarias foram publicadas para colocar em</p><p>prática a Políticas das Urgências e Emergências: As Portarias 1.863 que Institui a Política</p><p>Nacional de Atenção às Urgências, a ser implantada em todas as unidades federadas,</p><p>respeitadas as competências das três esferas de gestão; Portaria 1.864 Institui o</p><p>componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências,</p><p>por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em</p><p>municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU- 192.</p><p>Em julho de 2011, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 1.600, reformulando a</p><p>Política Nacional de Atenção às Urgências, de 2003, e instituindo a Rede de Atenção</p><p>às Urgências e Emergências (RUE) no SUS. “A implementação da RUE deverá se dar de</p><p>forma pactuada entre as três esferas de gestão, permitindo uma melhor organização</p><p>da assistência, articulando os diversos pontos de atenção e definindo os fluxos e as</p><p>referências adequados, buscando transformar o atual modelo de atenção hegemônico,</p><p>fragmentado e desarticulado, além do dimensionado pautado na oferta de serviços”</p><p>(BRASIL , 2013).</p><p>Estão descritos pela Portaria do Ministério da Saúde nº. 1.600</p><p>de 2011 os componentes das Rede de Atenção às Urgências:</p><p>I - Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde;</p><p>II - Atenção Básica em Saúde;</p><p>III - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e</p><p>suas Centrais de Regulação Médica das Urgências;</p><p>IV - Sala de Estabilização;</p><p>V - Força Nacional de Saúde do SUS;</p><p>VI - Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto</p><p>de serviços de urgência 24 horas;</p><p>VII - Hospitalar; e</p><p>VIII - Atenção Domiciliar.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM5</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM6</p><p>SEGURANÇA E BIOSSEGURANÇA EM UNIDADES CRÍTICAS</p><p>Figura 1: Imagem da Rede de Urgência e Emergência,2003.</p><p>exógenas, lesões</p><p>com instrumentos cortantes, perfurantes, contundentes, quedas de diversas alturas,</p><p>automutilação, afogamento, ateamento de fogo etc.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM52</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM53</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Observar o nível de consciência e se há alterações;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Elevar decúbito 45° para prevenir refluxo gástrico ou êmese;</p><p>Conter o paciente se necessário;</p><p>Monitorizar a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Realizar acesso venoso periférico, se possível;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 180 mg/dL(para protocolo insulina) ou < 70 mg/dL (para protocolo de</p><p>dextro 10% ou 50%);</p><p>Controle adequado da temperatura corporal;</p><p>Administrar reposição com cristalóides e antagonistas para suspensão dos efeitos</p><p>tóxicos ou redução de danos, conforme prescrição médica;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea e < 15 alteração de estado mental);</p><p>Monitorar sinais de choques: taquicardias, hipotensão (PAS < 100 mm Hg) e PAM <</p><p>65 mm Hg, pele fria e sudorese;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos do</p><p>enfermeiro.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM54</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>AMERICAN HEART ASSOCIATION. Destaques das Diretrizes de RCP e ACE de 2020</p><p>da American Heart Association. Disponível em: <https://cpr.heart.org/-/media/</p><p>CPR-Files/CPR-Guidelines-Files/Highlights/Hghlghts_2020ECCGuidelines_</p><p>Portuguese.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2023.</p><p>ASSOCIAÇÃO AMERICANA DO CORAÇÃO. Manual 2020 de Atendimento</p><p>Cardiovascular de Emergência para Profissionais da Saúde. Estados Unidos da</p><p>América: Orora Visual. 2021. E-Book.</p><p>ASSOCIAÇÃO AMERICANA DO CORAÇÃO. Manual do Provedor de BLS.</p><p>Estados Unidos da América: Orora Visual. 2020. E-Book.</p><p>BATTISTI, G. R., BRANCO, A., CAREGNATO, R. C. A., & OLIVEIRA, M. M. C. D. (2019).</p><p>Perfil de atendimento e satisfação dos usuários do Serviço de Atendimento</p><p>Móvel de Urgência (SAMU). Revista Gaúcha De Enfermagem, 40, e20180431.</p><p>https://doi.org/10.1590/1983-1447.2019.20180431</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Linhas de Cuidado AVC Agudo. Disponível em:</p><p><https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/acidente-vascular-cerebral-</p><p>(AVC)-no-adulto/unidade-atencao-primaria/avc-agudo/escala-de-cincinatti>.</p><p>Acesso em: 20 abr. 2023.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Manual Instrutivo da Rede de Atenção às</p><p>Urgências e Emergências no Sistema Único de Saúde (SUS). 2013.Disponível</p><p>em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_instrutivo_rede_</p><p>atencao_urgencias.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2023.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1600/GM, de 07 de Jul. de 2011.</p><p>Reformula a Política Nacional de Atenção às Urgências e institui a Rede de</p><p>Atenção às Urgências no Sistema Único de Saúde (SUS). Disponível em: <http://</p><p>bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1600_07_07_2011.html>.</p><p>Acesso em: 20 abr. 2023.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1864/GM Em 29 de set. de 2003.</p><p>Institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às</p><p>Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel</p><p>de Urgência em municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU-</p><p>192. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2003/</p><p>prt1864_29_09_2003.html>. Acesso em 20 abr. 2023.</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria nº 2048, de 5 de nov. de 2002. Aprovar, na</p><p>forma do Anexo desta Portaria, o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais</p><p>de Urgência e Emergência. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/</p><p>saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html>. Acesso em 20 abr. 2023.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM55</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>BRASIL, Ministério da Saúde. Saúde de A a Z Acidente Vascular Cerebral.</p><p>Disponível em: <https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/</p><p>avc>. Acesso em: 20 abr. 2023.</p><p>EMERGENY LIVE. Escala Pré-Hospitalar de Cincinnati: Seu Papel no</p><p>Departamento de Emergência. 2020.<https://emergency-live.com/pt/</p><p>sa%C3%BAde-e-seguran%C3%A7a/AVC-pr%C3%A9-hospitalar-de-Cincinnati-</p><p>escala-seu-papel-no-departamento-de-emerg%C3%AAncia/>. Acesso em: 20</p><p>abr. 2023.</p><p>FUSSNER, J.; VELASCO, C. ASSESSING STROKE: SCORES & SCALES. 2019.</p><p>Disponível em:https://www.stroke.org/-/media/files/affiliates/gra/gra-qsi/2019-</p><p>scbc-presentations/5--assessing-stroke--scores--scales.pdf>. Acesso em: 20</p><p>abr. 2023.</p><p>GOMES, O. V et al. Emergências Clínicas: Uma Abordagem Baseada Em Casos</p><p>Clínicos Vivenciados Em Um Hospital Universitário. Petrolina, PE: HU UNIVASF,</p><p>2021.</p><p>MUNHOZ, D. M. Abordagem Técnica a Tentativa de Suicídio. São Paulo: Authetic</p><p>Fire, 2019.</p><p>NAEMT - National Association of Emergency Medical Technicians. AMLS:</p><p>Atendimento Pré-Hospitalar às Emergências Clínicas. 3. ed. Porto Alegre:</p><p>Artmed. 2020. São Paulo: Guanabara Koogan. 2019.</p><p>OLIVEIRA, G. M. M. DE., BRANT, L. C. C., POLANCZYK, C. A., MALTA, D. C., BIOLO,</p><p>A., NASCIMENTO, B. R., et al. Estatística Cardiovascular – Brasil 2021. Arquivos</p><p>Brasileiros De Cardiologia, 118(1), 115–373. 2022.</p><p>SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES. DIRETRIZES DA SOCIEDADE</p><p>BRASILEIRA DE DIABETES 2019-2020. SÃO PAULO: CLANAD.2019. Disponível</p><p>em <https://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-</p><p>Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2023.</p><p>TIMERMAN, S, GUIMARÃES, H. E-book - Emergências Médicas: Passo a Passo.</p><p>Ed. Livraria Guanabara-RJ.2020</p><p>VELASCO, T. I. et al. Medicina de Emergência: Abordagem Prática. 14 ed. Barueri</p><p>– SP: Manole, 2020.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM56</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>‘‘Os benefícios da Ciência não são para</p><p>os cientistas, e sim para a Humanidade!</p><p>Louis Pasteur</p><p>Fonte: Angela Amorim de Araújo, 2023. Istock.</p><p>Além da mortalidade precoce e das sequelas decorrentes dos acidentes de trânsito,</p><p>de outras violências, as doenças cardiovasculares (DCV), somam situações</p><p>difíceis de serem conduzidas, ao qual devemos também considerar doenças</p><p>que acometem grande parte da população e que trazem também a família</p><p>alto custo socioeconômico. Desse modo, a organização da Rede de Atenção</p><p>às Urgências e Emergências (RUE) no Sistema Único de Saúde (SUS), mais</p><p>do que uma prioridade, é uma necessidade premente, de modo a intervir de</p><p>forma organizada e efetiva sobre tais doenças e agravos (BRASIL, 2013).</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Tendo-se em vista esta tripla carga de doenças (causas externas, doenças crônicas não</p><p>transmissíveis, e doenças cardiovasculares, as doenças infecciosas atingem cada</p><p>vez mais a população como a Sepse), é importante a implementação da Rede de</p><p>Atenção às Urgências e Emergências (RUE), de forma a articular e integrar todos</p><p>os equipamentos de saúde, objetivando ampliar e qualificar o acesso humanizado e</p><p>integral aos usuários em situação de urgência e emergência nos serviços de saúde,</p><p>de forma ágil e oportuna, em todo o território nacional, respeitando-se os critérios</p><p>epidemiológicos e de densidade populacional (OLIVEIRA,2022).</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM7</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM8</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>2.1 –Aplicação do Suporte Básico e Avançado de Vida</p><p>2. Reconhecimento de Sinais de Agravos Clínicos</p><p>Vem do termo em inglês Basic Life Support (BLS) e segundo a Cruz Vermelha Americana</p><p>“O Suporte Básico de Vida, ou SBV, geralmente se refere ao tipo de atendimento que</p><p>socorristas, profissionais de saúde e profissionais de segurança pública fornecem a</p><p>qualquer pessoa que esteja passando por parada cardíaca, dificuldade respiratória</p><p>ou obstrução das vias aéreas. Requer conhecimento e habilidades em ressuscitação</p><p>cardiopulmonar (RCP), uso de desfibriladores externos automáticos (DEA) e alívio de</p><p>obstruções das vias aéreas em pacientes de todas as idades. Existe também o BLS</p><p>no atendimento ao traumatizado com a sigla BTLS. O Suporte Avançado de Vida</p><p>(SAV) vem do termo em inglês Advanced Life Support (ALS)e está presente desde</p><p>o atendimento ao traumatizado, com a sigla ATLS, a cardiologia com a sigla ACLS.</p><p>É a continuidade do SBV com equipe multidisciplinar e a aplicação de protocolos</p><p>avançados para estabilização ou ressuscitação de pacientes críticos.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM8</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM9</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>2.2 Atendimento Cardíaco de Emergência</p><p>Prevenção e Preparação – Treinamento com conhecimento teórico prévio.</p><p>Ativação do Serviço de Emergência – fora ou dentro do hospital.</p><p>RCP de Alta Qualidade - com profundidade mínima adequada, frequência de</p><p>compressões, e a desfibrilação precoce.</p><p>Cuidados pós-PCR – após o retorno da circulação espontânea, é importante a</p><p>avaliar os dados vitais e a realização de exames complementares, tratamento da(s)</p><p>causa(s) e a necessidade da hipotermia terapêutica.</p><p>Recuperação – a avaliação neurológica e as medidas de recuperação precoce nas</p><p>72 horas, são importantes para uma definir bom prognóstico.</p><p>Figura 2: cadeias de sobrevivência da AHA</p><p>Fonte: Destaques das Diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart Association. Disponível em: https://cpr.heart.org/-/media/</p><p>cpr-files/cpr-guidelines-files/highlights/hghlghts_2020_ecc_guidelines_english.pdf</p><p>A Associação Americana do Coração (AHA) publicou a sequência de atendimento</p><p>cardíaco de emergência, adultos e pediátrica, nos ambientes extra-hospitalar e intra-</p><p>hospitalar, com a denominação Cadeia de Sobrevivência na Parada Cardiorrespiratória</p><p>(PCR), embora existam pequenas diferenças com base na idade da vítima ou no</p><p>ambiente hospitalar ou fora do hospital, a base de um atendimento de qualidade inclui:</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Observa-se que na cadeia de sobrevivência no adulto, no ambiente fora do hospital,</p><p>o primeiro elo está relacionado no reconhecimento precoce de uma parada</p><p>cardiorrespiratória, seguido por acionamento do serviço de emergência 192, no Brasil,</p><p>e a solicitação de um desfibrilador externo automático (DEA). Isto ocorre porque a</p><p>principal causa de PCR mais prevalente é devido a arritmia denominada fibrilação</p><p>ventricular. Enquanto na cadeia intra-hospitalar a vigilância predomina, devido a outras</p><p>causas, como choque séptico, desencadearem a uma PCR. Na pediatria, a cadeia de</p><p>sobrevivência extra-hospitalar evidencia a prevenção, devido a causas externas como</p><p>sinistros de trânsitos, afogamentos e distúrbios respiratórios, portanto, não existindo</p><p>o elo de desfibrilação. Já na cadeia intra-hospitalar, os mesmos elos do adulto estão</p><p>presentes na pediatria (AHA,2020).</p><p>Figura 3: cadeias de sobrevivência da AHA para PCRIH e PCREH pediátricas</p><p>Fonte: Destaques das Diretrizes de RCP e ACE de 2020 da American Heart Association. Disponível em: https://cpr.heart.org/-/media/</p><p>cpr-files/cpr-guidelines-files/highlights/hghlghts_2020_ecc_guidelines_english.pdf</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM10</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>As causas de PCR são descritas pelo mnemônico: Hs e Ts. São eles:</p><p>Hs:</p><p>Hipóxia – Baixa de Saturação de oxigênio < 92% e < 88% em portadores de doenças</p><p>pulmonar obstrutiva crônica (DPOC).</p><p>Hipovolemia – Redução de volume sanguíneo, por lesões traumáticas, desidratação,</p><p>ruptura de gravidez ectópica e ruptura de aneurisma aórtico.</p><p>Hipotermia – Temperatura central < 35º C e < 36,5º C em recém-nascidos.</p><p>Hipocalemia – Redução do nível normal do potássio no sangue.</p><p>Hipercalemia – Elevação do nível normal do potássio no sangue.</p><p>H+ - Acidose metabólica</p><p>Hipoglicemia (em crianças) – Baixa do nível de glicose no sangue < 60 mg/dL</p><p>e < 70 mg/dL diabéticas.</p><p>Ts:</p><p>Tamponamento pericárdico – presença de sangue ou substâncias de fluidos orgânicos</p><p>no espaço pericárdico.</p><p>Tensão de Tórax – pneumotórax do tipo hipertensivo que induz choque hemodinâmico.</p><p>Trombose Coronária – síndrome coronariana do tipo infarto do miocárdio.</p><p>Tromboembolismo pulmonar – obstrução de vaso pulmonar por trombo ou êmbolo.</p><p>Toxicidade – intoxicação exógena por diversas causas, como abuso de cocaína,</p><p>produtos químicos herbicidas, veneno para insetos ou roedores, picadas de animais</p><p>peçonhentos etc.</p><p>2.3 Etiologia da Parada Cardiorrespiratória</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM11</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Recém nascido: do nascimento até o 28 dia de vida;</p><p>Lactentes: 1 a 24 meses de vida;</p><p>Infância:</p><p>- pré-escolar: 2 a 6 anos de idade;</p><p>- escolar: 6 a 10 anos de idade;</p><p>Puberdade: 8-13 anos (meninas), 9-14 anos (meninos);</p><p>Adolescência: 12 e 18 anos.</p><p>Existem dois tipos de cenários, o atendimento inicial ao traumatizado e as emergências</p><p>clínicas. Neste capítulo vamos abordar o cenário das emergências clínicas.</p><p>Antes de atender uma emergência, o profissional de enfermagem deve avaliar a Cena e</p><p>garantir sua segurança e biossegurança, ou seja, utilizar os equipamentos de proteção</p><p>individual (EPI) para evitar riscos de diversas naturezas e não ser uma segunda vítima.</p><p>2.4 Idades para o atendimento cardíaco de emergência</p><p>2.5 Tipos de cenários para atuação do Suporte Básico de Vida</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM12</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Na abordagem a um paciente na emergência devemos sempre pedir ou acionar</p><p>mais profissionais ou socorristas, para atuarem juntos. Existe a avaliação primária</p><p>que pretende salvar a fisiologia e restabelecer os dados vitais mínimos</p><p>e avaliação</p><p>secundária logo após a estabilização inicial. Ter em mente as seguintes situações:</p><p>Atenção: Na pediatria a principal causa de PCR é por problemas respiratórios que levam</p><p>a hipóxia e perda de consciência. Crianças inconscientes, sem ventilação espontânea</p><p>ou em GASPING, mesmo com pulso central, devemos identificar a frequência do</p><p>pulso, caso esteja ausente ou abaixo de 60 batimentos por minuto com sinais de baixa</p><p>perfusão (cianose, sudorese ou pele fria) devemos tratar como PCR e realizar RCP.</p><p>Vítimas inconscientes, sem pulso central e sem ventilação espontânea ou em</p><p>respiração agônica GASPING– a conduta após acionar ajuda, é iniciar as manobras</p><p>de RCP, uso do DEA para monitorização do ritmo, chocar se indicado e dar</p><p>continuidade com o suporte avançado de vida (presença de médico e enfermeiro).</p><p>Vítimas inconscientes, mas com pulso central, sem ventilação espontânea ou em</p><p>respiração agônica (GASPING)– a conduta é de iniciar ventilações de resgates com</p><p>oxigênio suplementar com fração expiratória de oxigênio (FiO2) de 100%, com a</p><p>introdução de cânula orofaríngea (Guedel ou Berman) ou nasofaríngea e reavaliar</p><p>o pulso central a cada 2 minutos das ventilações de resgate e atentar para uma</p><p>possível PCR.</p><p>Vítimas inconscientes, mas com pulso central e ventilação espontânea – nestes</p><p>casos devemos observar a necessidade de desobstrução das vias aéreas, aferir os</p><p>sinais vitais, oximetria de pulso, realizar exame de Hemoglicoteste capilar, aplicar a</p><p>Escala de Coma de Glasgow e atender conforme prescrição médica e do enfermeiro</p><p>à assistência devida.</p><p>3. Avaliação Inicial nas Emergências Clínicas</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM13</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Nas emergências clínicas é utilizado os mnemônicos: A, B, C vítimas que não</p><p>estejam em PCR:</p><p>A – Vias Aéreas, observar se há obstrução das vias aéreas e realizar se necessário</p><p>as manobras manuais de desobstrução, aspiração de vias aéreas, manobras de</p><p>desengasgo, respeitando a idade da vítima. A via aérea avançada é um procedimento</p><p>médico ou do enfermeiro (via aérea avançada extra glótica).</p><p>B – Ventilação de Resgate em caso de GASPING ou parada respiratória, deve ser</p><p>realizado 1 ventilação a cada 6 segundos no adulto e 1 ventilação a cada 2 a 3</p><p>segundos na pediatria com suplementação de oxigênio a 100%. Na persistência</p><p>manobras avançadas devem ser instituídas por médico ou enfermeiro.</p><p>C – Circulação espontânea deve estar presente, mas é preciso avaliar a perfusão</p><p>periférica (< 2 segundos) pelo enchimento capilar, presença ou ausência de pulsos</p><p>radiais, aferição da pressão arterial e da frequência cardíaca ou de pulso. Caso</p><p>necessário será prescrito acesso venoso periférico com cateter, reposição volêmica,</p><p>reposição de hemoderivados e/ou drogas vasoativas para tratamento de choque</p><p>hemodinâmico.</p><p>3.1 Sequência de Atendimento em caso de</p><p>Vítimas em Parada Cardiorrespiratória</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM14</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM15</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Nos casos de suspeita de PCR é realizada o mnemônico C, A, B:</p><p>C – Compressões Torácicas–após a confirmação da ausência de pulso central, de</p><p>5 a 10 segundos, não menos que 5 e não mais que 10 segundos, estando sozinho,</p><p>priorizar somente as compressões. Com 1 ou mais socorristas realizar 30 compressões</p><p>seguidas de 2 ventilações. Na pediatria com 2 socorristas realizar 15 compressões</p><p>e 2 ventilações. Em casos de crianças e lactentes, mesmo com a presença de</p><p>pulso, porém com frequência cardíaca de pulso < 60 bpm e presença de sinais de</p><p>hipoperfusão, realizar manobras de compressões torácicas e RCP.</p><p>A – Vias Aéreas - abertura e posicionamento da via aérea para ventilação.</p><p>B – Ventilações - com dispositivo de barreira biológica ou uma bolsa-válvula-</p><p>máscara. Na parada respiratória a ventilação de resgate varia de 1 ventilação</p><p>a cada 6 segundos no adulto e 1 ventilação a cada 2 a 3 segundos na pediatria.</p><p>Em casos de PCR realizar após as compressões, 2 ventilações. Cada ventilação</p><p>independentemente da idade dura apenas 1 segundo.</p><p>Sempre que um Desfibrilador Externo Automático (DEA) estiver disponível, deve ligar</p><p>o aparelho, ouvir as orientações, observar as situações especiais para posicionamento</p><p>das pás adesivas, aderir no tórax do paciente as pás adesivas conforme indicado em</p><p>cada pás adesiva e após ter a certeza de que ninguém da equipe terá risco de receber</p><p>descarga elétrica, aplicar choque se indicado.</p><p>Crianças que encontramos em PCR não presenciada, após gritar por ajuda e ninguém a</p><p>parecer, realizamos 2 minutos de RCP e em seguida acionamos o Serviço de Emergência</p><p>ou Código Azul (código internacional de acionamento em casos de PCR) da Unidade.</p><p>Crianças que ficam inconsciente e entram em PCR presenciada, a prioridade é gritar</p><p>por ajuda e na ausência da ajuda, acionar a ajuda devida e logo em seguida prestar</p><p>assistência de manobras de RCP. Isto porque PCR súbita em crianças pode ter como</p><p>causa a fibrilação ventricular e um DEA ou carro de emergência deve chagar o mais</p><p>rápido possível para reverter a possível arritmia ventricular.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM16</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>3.2 Uso do DEA</p><p>O uso do DEA é de grande importância, principalmente no ambiente extra-hospitalar,</p><p>pois, a principal arritmia em adultos em PCR é a fibrilação ventricular.</p><p>Existem quatro ritmos nas PCR s denominados de ritmos chocáveis e não chocáveis.</p><p>São eles:</p><p>a) Chocáveis:</p><p>Fibrilação Ventricular ou FV</p><p>Taquicardia Ventricular ou TV sem pulso</p><p>FV</p><p>AESP Assistolia</p><p>TV</p><p>Figura 4: FV e TV</p><p>Figura 5: AESP e Assitolia</p><p>Fonte: Instituto Brasileiro de Enfermagem</p><p>Fonte: Instituto Brasileiro de Enfermagem</p><p>b) Não Chocáveis:</p><p>Atividade Elétrica sem Pulso - AESP</p><p>Assistolia</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM17</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>No suporte básico e ambiente extra-hospitalar o DEA precisa chegar o mais rápido</p><p>possível até a vítima, pois, o tipo de PCR com melhor prognóstico para retorno a</p><p>circulação espontânea é a fibrilação ventricular. Enquanto o DEA não chega, é importante</p><p>a realização de compressões de alta qualidade. Na PCR intra-hospitalar ativar o código</p><p>azul (acionamento em casos de PCR), iniciar as manobras de compressões torácicas,</p><p>monitorizar o paciente para avaliar o ritmo, usar um DEA, se disponível, na ausência</p><p>de médico ou enfermeiro. Esta medida pode reduzir as chances de morte biológica</p><p>(cerebral).</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>3.3 Situações Especiais do uso do DEA</p><p>Antes da colocação das pás adesivas e descartáveis, no tórax da vítima, é importante</p><p>entender que estas pás, são de uso único, as do adulto podem ser utilizadas em crianças</p><p>e lactentes (desde que posicionadas sem tocarem entre si), mas as pás pediátricas só</p><p>garantes eficácia em crianças de 1 a 8 anos, deve-se utilizar um sistema atenuador de</p><p>carga pediátrico, se disponível; Caso o DEA não possua o sistema atenuador pediátrico,</p><p>deve-se usar um DEA padrão; Para crianças com menos de 1 ano de idade, prefira o</p><p>desfibrilador manual. Deve-se observar nas pás as figuras dos locais mais comuns para</p><p>serem posicionadas.</p><p>Quatro situações especiais são descritas:</p><p>1 - Tórax Peludo – retirar os pelos dos locais que as pás serão posicionadas, sem parar</p><p>as compressões (de preferência);</p><p>2 - Tórax Molhado – enxugar e secar o tórax, sem parar as compressões (de preferência);</p><p>3 - Presença de Marcapasso Subcutâneo – se tiver posicionado do lado direito,</p><p>deve-se colocar a pá adesiva abaixo do marcapasso, sem parar as compressões (de</p><p>preferência);</p><p>4 - Presença de PATCH adesivo – retirar com a mão (com luva) e limpar a área</p><p>contendo os resíduos, sem parar as compressões (de preferência);</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM18</p><p>Acesse os links:</p><p>Algoritmo de Suporte Básico de Vida em Adulto e o USO do DEA:</p><p>cpr.hear t .o rg/-/media/CPR-F i les/CPR-Gu ide l ines-F i les/H igh l ights/</p><p>Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf</p><p>Algoritmos de Atendimento ao Suporte Básico de Vida em Pediatria e o uso do DEA:</p><p>cpr.hear t .o rg/-/media/CPR-F i les/CPR-Gu ide l ines-F i les/H igh l ights/</p><p>Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM19</p><p>3.4 Suporte Avançado de vida em</p><p>Cardiologia – Intra Hospitalar</p><p>Com o paciente devidamente monitorizado e na ausência do sucesso inicial do retorno</p><p>a circulação espontânea pelo SBV, o suporte Avançado de Vida em Cardiologia (SAVC)</p><p>é instituído para continuidade da avaliação e intervenção. Após o C, A, B, se a vítima</p><p>não restabelecer sua circulação e ventilação espontâneas, na presença de médico e/ou</p><p>enfermeiro é instituído o A, B, C, D secundário (conforme protocolo do algoritmo do</p><p>SAVC da American Heart Association – AHA, 2020):</p><p>A – Via Aérea Avançada – Intubação ou introdução de dispositivo extraglóticos;</p><p>Antes e após a introdução do dispositivo, é importante a disponibilização de aspirador</p><p>montado com sonda de aspiração pronta para uso e a bolsa-válvula-máscara com</p><p>reservatório e conectado a fonte de oxigênio.</p><p>B – Confirmação da via aérea – Observa-se se o dispositivo está ventilando, observando</p><p>a expansibilidade torácica, ausculta pulmonar, oximetria, gás carbônico expirado e a</p><p>fixação do dispositivo após a confirmação;</p><p>Após a confirmação da via aérea avançada é importante que a equipe garanta a</p><p>insuflação do cuff e a fixação do dispositivo.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>C- Garantia de acesso vascular venoso em veia de grosso calibre (mais proximal ao</p><p>coração) ou intraósseo (por enfermeiro), medicações e fluidos necessários;</p><p>Ritmos chocáveis só deve-se realizar a administração de epinefrina após o segundo</p><p>choque e após a administração das drogas de PCR, deve-se infundir Flush de 20</p><p>mL de solução salina 0,9% ou água destilada estéril, em seguida elevar o membro</p><p>superior de 10 a 20 segundos para maior velocidade de infusão.</p><p>D – Diagnóstico Diferencial – Identificar os Hs e Ts que podem ter causado a PCR.</p><p>Pacientes que retornam à circulação espontânea devem ser reavaliados na</p><p>seguinte sequência: pulso central, verificação da pressão arterial e média (PAM),</p><p>ausculta respiratória, oximetria de pulso, frequência cardíaca e respiratória e</p><p>temperatura, realização de exame físico, exames de ECG, radiografias, tomografia,</p><p>eletroencefalograma, laboratório, gasometrias arteriais etc. Em casos de estado de</p><p>coma, um protocolo de hipotermia terapêutica pode ser instituído.</p><p>Algoritmos de Atendimento ao Suporte Avançado de Vida no Adulto</p><p>https://cpr.heart.org/-/media/CPR-Files/CPR-Guidelines-Files/Highlights/</p><p>Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM20</p><p>https://cpr.heart.org/-/media/CPR-Files/CPR-Guidelines-Files/Highlights/Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf</p><p>https://cpr.heart.org/-/media/CPR-Files/CPR-Guidelines-Files/Highlights/Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf</p><p>https://cpr.heart.org/-/media/CPR-Files/CPR-Guidelines-Files/Highlights/Hghlghts_2020ECCGuidelines_Portuguese.pdf</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM21</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>4. Principais emergências clínicas</p><p>4.1 Perda súbita de consciência</p><p>21 ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM</p><p>CONCEITO</p><p>A perda súbita de consciência tem como sinônimos: síncope e a lipotimia. É caracterizada</p><p>pela perda transitória da consciência associada à redução da perfusão cerebral. A</p><p>avaliação realizada em ambiente hospitalar só pode determinar a etiologia da síncope</p><p>em 50% dos pacientes. A ênfase está na exclusão de causas potencialmente fatais,</p><p>como arritmias cardíacas, isquemia etc.</p><p>ETIOLOGIA</p><p>As principais causas estão relacionadas a alterações do fluxo sanguíneo cerebral</p><p>insuficiente, que pode estar associado ao sistema nervoso central, situações</p><p>como arritmia cardíaca ou obstrução de vias de saída do coração e podem ser</p><p>potencialmente fatais.</p><p>Cardiovasculares: estenose da valva aórtica, miocardiopatia hipertrófica, arritmia</p><p>cardíaca, hipovolemia (desidratação, ruptura de gravidez ectópica, ruptura de</p><p>aneurisma aórtico) e embolia pulmonar.</p><p>Cerebrovasculares: hemorragia subaracnóide e reflexo vaso vagal (frequentemente</p><p>devido a fatores desencadeantes situacionais ou emocionais).</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM22</p><p>ASSSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Se Ausência de consciência, pulso central e respiração ou GASPING, iniciar a RCP</p><p>(C, A, B,) e ativar o código azul;</p><p>Se presença de pulso central e respiração realizar avaliação primária com</p><p>foco no A, B, C.;</p><p>MOV (Monitor, Oximetria e Aceso Venoso);</p><p>Atentar para saturação alvo 92 a 98% e < 90% em caso de Síndrome Coronariana</p><p>Aguda (Angina Instável e Infarto Agudo ou Subagudo do Miocárdio);</p><p>Atentar para FC < 50 bpm;</p><p>Observar PAM, ideal > 65 mm Hg e Sistólica > 100 mm Hg;</p><p>Confirmar a Escala de Coma de Glasgow com enfermeiro ou médico;</p><p>Se suspeita de Acidente Vascular Cerebral, seguir protocolo de AVC</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT);</p><p>Administrar medicações prescritas;</p><p>Realizar ECG de 12 derivações</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>SEGURANÇA E BIOSSEGURANÇA EM UNIDADES CRÍTICAS</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM23</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>4.2 Crise convulsiva</p><p>CONCEITOS</p><p>De diversas origens, as contraturas musculares podem ser intensas e involuntárias. A</p><p>pessoa que pode ter sofrido trauma, doenças infecciosas, entre outras causas pode ter</p><p>salivação excessiva, debater-se, cerrar os dentes, ter boca arroxeada e na maioria das</p><p>vezes perder a consciência (TIMMERMAN,2022).</p><p>4.3 Convulsão</p><p>As convulsões constituem uma manifestação inespecífica comum de lesão e doença</p><p>neurológica e podem ocorrer como condição primária ou secundariamente a uma</p><p>anormalidade subjacente</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>4.4 Epilepsia</p><p>4.5 Crise epilética</p><p>Pela Classificação Internacional de Doenças (CID) o CID G40 – Epilepsia é uma</p><p>doença caracterizada por uma “predisposição permanente do cérebro em originar</p><p>crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicológicas e</p><p>sociais destas crises”. Pode ser uma anormalidade estrutural congênita ou adquirida,</p><p>metabólica ou genética. As convulsões devido a anormalidades transitórias, como</p><p>hiponatremia [baixa de sódio no sangue], não são consideradas como epilepsia.</p><p>Refere-se à ocorrência transitória de atividade neuronal excessiva ou sincrônica anormal</p><p>no córtex cerebral, que pode causar perda ou alteração da consciência, convulsões</p><p>ou tremores, incontinência, alterações comportamentais, mudanças subjetivas na</p><p>percepção (paladar, odor, medos) e outros sintomas.</p><p>ETIOLOGIA DAS CONVULSÕES</p><p>Podem ser causadas por febre, infecção, ingestão/abstinência de substâncias, lesão</p><p>neurológica aguda (p. ex., AVE, traumatismo), alterações estruturais (p. ex., tumor</p><p>cerebral, doenças degenerativas), complicações da gravidez, distúrbios metabólicos,</p><p>desequilíbrios eletrolíticos e condições congênitas.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM24</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>A comissão da International League Against Epilepsy (ILAE) classifica a convulsão em:</p><p>Generalizadas - envolve rapidamente ambos os hemisférios</p><p>cerebrais e está</p><p>associada à perda de consciência. são subdivididas em: crises de ausência; atônicas;</p><p>tônicas; clônicas; tônico-clônicas.</p><p>Focais - envolve apenas ou principalmente um hemisfério cerebral, de modo que a</p><p>consciência é geralmente mantida, porém pode haver alterações do estado mental,</p><p>da responsividade ou do comportamento.</p><p>Com mais frequência, um familiar ou expectador irá chamar o serviço de emergência</p><p>para o atendimento de uma pessoa que está apresentando atividade convulsiva ou</p><p>atuando de maneira confusa, ou que está desorientada ou andando sem rumo. As</p><p>pessoas podem acionar o serviço de emergência quando acreditam que estão prestes</p><p>a sofrer uma convulsão.</p><p>Neste capítulo iremos abordar as convulsões generalizadas tônico-clônicas. A forma</p><p>tônico-clônica tende a começar como tônica (flexão ou extensão da cabeça, do tronco</p><p>ou dos membros); em seguida, torna-se clônica (espasmo monorrítmico dos membros</p><p>ou do pescoço) e, então, desaparece quando o paciente entra na fase pós-ictal. A fase</p><p>tônico-clônica pode durar menos de 5 minutos.</p><p>O estado de mal epiléptico (EME) é definido como convulsões de 5 minutos ou mais de</p><p>duração ou episódios recorrentes de convulsões a intervalos de 5 minutos, sem retorno</p><p>ao estado neurológico basal pré-convulsivo. O EME é ainda classificado em tipos</p><p>convulsivo e não convulsivo, com base na presença de movimentos tônicos e/ou clônicos</p><p>dos membros. O EME é uma emergência médica e neurológica potencialmente fatal,</p><p>que exige diagnóstico e tratamento imediatos. Durante o EME, pode ocorrer depleção</p><p>do suprimento de glicose e oxigênio do cérebro. Podem ocorrer hipóxia sistêmica,</p><p>hipercarbia (elevação do gás carbônico ou CO2 no sangue), acidose, alterações da</p><p>pressão arterial, hipertermia, edema pulmonar neurogênico e rabdomiólise. Depois de</p><p>30minutos de EME, ocorrem alterações patológicas no cérebro e, após 60 minutos, os</p><p>neurônios começam a morrer.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM25</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Durante a crise: Proteger o paciente contra lesões (cabeça e demais partes do</p><p>corpo), evitar contenção física e/ou mecânica, providenciar um acolchoamento e</p><p>remover objetos perigosos.</p><p>Após a crise: desobstrua as vias aéreas sem pôr seus dedos na boca da vítima, a</p><p>cânula nasofaríngea é mais indicada do que a orofaríngea (Guedel ou Berman); MOV</p><p>(Monitor, Oximetria e Aceso Venoso);</p><p>Atentar para saturação < 92%;</p><p>Realizar oxigenioterapia, se prescrito, ou conforme protocolo Institucional. Atentar</p><p>para o uso de máscaras devido à possibilidade de vômitos e aspiração;</p><p>A colocação em decúbito lateral ou posição de segurança é segura para evitar</p><p>aspiração gástrica por êmese;</p><p>A Ventilação pode ser necessária caso haja hipoventilação ou GASPING. Devendo</p><p>ser conectado a bolsa-válvula-máscara oxigênio suplementar.</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT);</p><p>Administrar medicações prescritas;</p><p>Atentar para o controle da temperatura e se necessário realizar resfriamento corporal</p><p>e monitorar tremores que devem ser evitados;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM26</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>CONCEITO</p><p>O acidente vascular encefálico (AVE), algumas vezes denominado derrame cerebral ou</p><p>acidente vascular cerebral (AVC), é uma lesão que ocorre quando o fluxo sanguíneo para</p><p>o encéfalo é obstruído ou interrompido, causando a morte das células. De acordo com</p><p>a National Stroke Association, o termo “acidente” está sendo revisto pela comunidade</p><p>médica, visto que o AVE é considerado um evento evitável, e não um acidente.</p><p>Pelo Classificação Internacional de Doenças (CID 10) o termo de Acidente Vascular</p><p>Encefálico é descrito como CID I64 – Acidente vascular cerebral, não especificado</p><p>como hemorrágico ou isquêmico.</p><p>CLASSIFICAÇÃO</p><p>Isquêmico - quando um trombo ou êmbolo causa obstrução de um vaso, diminuindo</p><p>o fluxo de sangue para o encéfalo. Representa 85% de todos os casos.</p><p>Hemorrágico - ocorre quando um vaso doente ou lesionado sofre ruptura. Responsável</p><p>por 15% de todos os casos de AVC, mas pode causar a morte com mais frequência</p><p>do que o AVC isquêmico.</p><p>4.6 Acidente Vascular Encefálico</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM27</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ETIOLOGIAS</p><p>O AVC hemorrágico tem como causa, principalmente, a pressão alta descontrolada e a</p><p>ruptura de um aneurisma. No entanto, também pode ser provocado por outros fatores,</p><p>como:</p><p>Hemofilia ou outros distúrbios coagulação do sangue;</p><p>Ferimentos na cabeça ou no pescoço;</p><p>Tratamento com radiação para câncer no pescoço ou cérebro;</p><p>Arritmias cardíacas;</p><p>Doenças das válvulas cardíacas;</p><p>Defeitos cardíacos congênitos;</p><p>Vasculite (inflamação dos vasos sanguíneos), que pode ser provocada por infecções</p><p>a partir de doenças como sífilis, doença de Lyme, vasculite e tuberculose;</p><p>Insuficiência cardíaca;</p><p>Infarto agudo do miocárdio.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM28</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM29</p><p>O AVC isquêmico se divide em quatro subgrupos, com causas distintas:</p><p>AVC isquêmico aterotrombótico: provocado por doença que causa formação de</p><p>placas nos vasos sanguíneos maiores (aterosclerose), provocando a oclusão do vaso</p><p>sanguíneo ou formação de êmbolos.</p><p>AVC isquêmico cardioembólico: ocorre quando o êmbolo causador do derrame</p><p>parte do coração.</p><p>AVC isquêmico de outra etiologia: é mais comum em pessoas jovens e pode estar</p><p>relacionado a distúrbios de coagulação no sangue.</p><p>AVC isquêmico criptogênico: ocorre quando a causa do AVC isquêmico não foi</p><p>identificada, mesmo após investigação detalhada pela equipe médica.</p><p>SINAIS E SINTOMAS</p><p>O sinais e sintomas podem variar dependendo do tipo de AVC, desde alterações na</p><p>fala, desvio de rima bucal, perda de força muscular unilateral, diplopia, vertigem ou</p><p>perda do equilíbrio, cefaleia de início súbito ou intensa, alteração do estado mental, até</p><p>quadros mais graves como perda total da consciência, convulsões, alterações pupilares,</p><p>no padrão respiratório, pressão arterial, frequência cardíaca e coma. Importante o</p><p>técnico de enfermagem atentar para sinais e sintomas que coincidam do mesmo lado</p><p>da lesão de maior apresentação clínica.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM30</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ESCALAS DE AVALIAÇÃO DO AVC</p><p>A Cincinnati Prehospital Stroke Scale (CPSS), a Face-Arm-Speech-Time (FAST), a</p><p>FAST-ED, a Rapid Arterial Occlusion Evaluation Scale, a Los Angeles Prehospital</p><p>Stroke Screen (LAPSS) são escalas de comprometimento do AVC desenvolvidas para</p><p>avaliar rapidamente possível acidente vascular cerebral em pacientes no ambiente pré-</p><p>hospitalar. O NIHSS para reconhecimento de acidente vascular cerebral no Sala de</p><p>emergência (é considerada padrão ouro), A Stroke Scale, Cincinnati Prehospital Stroke</p><p>Severity Scale (CPSSS ou C-STAT), foram projetados para uso hospitalar com o objetivo</p><p>de detectar o AVC e sua gravidade. A mais utilizada é a escala de Cincinnati (Cincinnati</p><p>Stroke Scale) que compara a queda facial e do braço em cada lado do corpo e também,</p><p>considera a presença de fala arrastada. Possui cerca de 95% de confiabilidade. 80%</p><p>dos pacientes com AVC apresentarão um ou mais desses sintomas. No entanto, tem</p><p>as mesmas limitações para certos déficits relacionados ao AVC que podem ocorrer</p><p>isoladamente. Não identifica AVC de circulação posterior.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM31</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>A aplicação da Escala de Cincinnati:</p><p>1 – Assimetria Facial</p><p>O primeiro teste tem como objetivo verificar se existe paralisia facial no paciente.</p><p>Para isso, peça que ele sorria ou mostre os dentes e observe a existência, ou não, de</p><p>assimetria facial – quando um dos lados parece distorcido ou “torto”. Em seguida,</p><p>verifique qual o resultado, que pode ser:</p><p>Normal: quando ambos os lados da face se movem igualmente.</p><p>Anormal: caso um lado não se mova tão bem quanto o outro.</p><p>2. Queda do braço</p><p>Solicite que o paciente feche os olhos e estenda ambos os braços de maneira</p><p>simultânea, com a palma das mãos voltadas para cima. Durante 10 segundos verifique</p><p>qual o resultado, que pode ser:</p><p>Normal: se ambos os braços se moverem de modo similar, ou ambos os braços não se</p><p>moverem completamente.</p><p>Anormal: caso um braço não se mova, ou sofra queda quando comparado com o</p><p>outro braço.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM32</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>3.Fala Anormal</p><p>Para verificar se a fala está prejudicada, escolha uma frase e peça para o paciente</p><p>repetir. Prefira uma sentença simples e conhecida, como “o Brasil é o rei do futebol” e</p><p>analise o desempenho da repetição. O resultado será:</p><p>Normal: se o paciente conseguir reproduzir a frase corretamente, sem dificuldade de</p><p>pronúncia</p><p>Anormal: caso apresente dificuldade para dizer as palavras ou esteja incapaz de falar.</p><p>Se qualquer um destes sinais tiver anormal a probabilidade de um AVC é de 72%</p><p>Fig. Escala de Cincinatti. Fonte Ministério da Saúde linha de cuidado acidente</p><p>vascular cerebral escala de Cincinatti</p><p>Figura 6: Escala de Cincinatti.</p><p>Fonte: Ministério da Saúde linha de cuidado acidente vascular cerebral escala de Cincinatti</p><p>Diagnóstico Médico Diferencial</p><p>Depende de anamnese, exame físico e exames laboratoriais, complementares,</p><p>como ultrassonografias com DOPPLER, Ecocardiograma, ECG, e de imagens como a</p><p>tomografia computadorizada com ou sem contraste e ressonância magnética com ou</p><p>sem contraste, para diagnóstico e base para condutas, que variam de conservadoras a</p><p>trombólise química com fibrinolítico venoso (3 a 4,5 horas do início dos sintomas) ou</p><p>mecânica como a trombectomia (6 a 24h) nos casos de AVC isquêmico, ou cirúrgicas</p><p>por procedimentos endovasculares ou por hemicraniectomias descompressivas ou</p><p>exploratórias por neurocirurgias, nos casos de AVC Hemorrágico.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Realizar Monitorização Multiparamétrica contínua com vigilância da pressão arterial</p><p>média e obter informação do enfermeiro do valor mínimo da pressão arterial média,</p><p>caso reduza, comunicar imediatamente o enfermeiro;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Realizar elevação de decúbito 30-45° para prevenir refluxo gástrico ou êmese;</p><p>Realizar oxigenioterapia, se prescrito, ou conforme protocolo Institucional. Atentar</p><p>para o uso de máscaras devido à possibilidade de vômitos e aspiração;</p><p>A Ventilação pode ser necessária caso haja hipoventilação ou GASPING. Devendo</p><p>ser conectado a bolsa-válvula-máscara oxigênio suplementar.</p><p>Estar a par do horário da última vez que o paciente foi visto bem pela última vez, ou</p><p>em uma linha basal neurológica. Isto significa o tempo ZERO;</p><p>Comunicar ao enfermeiro se SpO2 ≤ 94%</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 185 mg/dL (para protocolo de insulinoterapia) ou < 60 mg/dL (para</p><p>protocolo de dextrose 10% ou 50%);</p><p>Realizar acesso venoso com cateter de médio calibre em regiões de terço médio</p><p>do antebraço, ante cubital ou braço. Devido à necessidade de administração de</p><p>contraste por bomba de alta pressão do Centro de Imagens.</p><p>Administrar medicações prescritas;</p><p>Atentar para o controle da temperatura >38° C,</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea);</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM33</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM34</p><p>O diabetes é o distúrbio endócrino mais comum, e refere-se a um grupo de condições</p><p>caracterizadas por hiperglicemia (níveis elevados de glicemia) em consequência de</p><p>defeitos na produção de insulina, na sua ação ou em ambas. A glicose constitui uma</p><p>fonte de energia vital para o organismo, porém a insulina é necessária para o transporte</p><p>da glicose para o interior da célula, onde ela pode ser utilizada. A insulina atua como</p><p>uma chave para abrir a membrana celular e possibilitar a entrada da glicose.</p><p>O diagnóstico de diabetes é através de exame de glicemia, geralmente capilar ou</p><p>venosa. O diagnóstico laboratorial pode ser feito de três formas e, caso positivo, deve</p><p>ser confirmado em outra ocasião. São considerados positivos os que apresentarem os</p><p>seguintes resultados:</p><p>1) glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl (jejum de 8 horas)</p><p>2) glicemia casual (colhida em qualquer horário do dia, independente da última refeição</p><p>realizada (> 200 mg/dl em paciente com sintomas característicos de diabetes.</p><p>3) glicemia > 200 mg/dl duas horas após sobrecarga oral de 75 gramas de glicose</p><p>5. Emergências relacionadas a glicose sanguínea</p><p>SEGURANÇA E BIOSSEGURANÇA EM UNIDADES CRÍTICAS</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>Embora a hiperglicemia sozinha não seja uma emergência, ela pode ser causada</p><p>por tumores hormonais, agentes farmacológicos, doenças hepáticas ou distúrbios</p><p>musculares. A hiperglicemia também pode ser desencadeada por um processo</p><p>infeccioso, trauma ou evento coronariano. Os procedimentos diagnósticos para o</p><p>diabetes melito são complexos e incluem história minuciosa, exame físico, exame de</p><p>urina e exames de sangue.</p><p>A hipoglicemia, uma complicação frequente do diabetes melito, constitui a emergência</p><p>endócrina mais comum. Segundo as Diretrizes de 2019-2020 da Sociedade Brasileira</p><p>de Diabetes, as hipoglicemias foram estratificadas da seguinte maneira:</p><p>(nível 1) Alerta hipoglicemia 54 a 70 mg/dL</p><p>(nível 2) Clinicamente significativo, ação imediata < 54 mg/dL</p><p>(nível 3) Hipoglicemia grave: ajuda de terceiros</p><p>5.1 Hiperglicemia</p><p>5.2 Hipoglicemia</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM35</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM36</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>SINAIS E SINTOMAS</p><p>Em geral, quando o nível plasmático de glicose cai abaixo de 60 mg/dL (3,3 mmol/L),</p><p>observa-se a seguinte sequência de eventos em rápida sucessão:</p><p>Primeiro, o organismo diminui a secreção de insulina em um esforço de interromper</p><p>o declínio dos níveis de glicose no sangue. Em seguida, há aumento na secreção de</p><p>hormônios contrarreguladores, principalmente epinefrina enorepinefrina. Por fim, os</p><p>sinais e sintomas, incluindo o comprometimento da cognição, tornam-se evidentes.</p><p>Quando o nível de glicose cai abaixo de 50 mg/dL (2,8 mmol/L), ocorrem alterações</p><p>significativas do estado mental. As manifestações clínicas da hipoglicemia são</p><p>produzidas, em sua maioria, pela secreção de hormônios contrarreguladores (p. ex.,</p><p>epinefrina), que são secretados em resposta à baixa concentração de glicose. Os sinais</p><p>e sintomas podem incluir:</p><p>Sudorese</p><p>Tremores</p><p>Nervosismo</p><p>Taquicardia</p><p>Alteração do nível de consciência (NC) ou do comportamento</p><p>Convulsões</p><p>Coma</p><p>Você deve considerar a possibilidade de o paciente estar tomando algum medicamento,</p><p>como um betabloqueador, cujos efeitos inicialmente mascaram os sinais de hipoglicemia.</p><p>Esses pacientes podem rapidamente perder a consciência ou podem sofrer convulsão</p><p>na ausência de qualquer sintoma precoce de hipoglicemia.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Observar o nível de consciência;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Monitorizar</p><p>a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Comunicar ao enfermeiro se SpO2 ≤ 91%</p><p>Realizar acesso venoso periférico de médio calibre;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia < 70 mg/dL (para protocolo de dextrose de 10% ou 50%);</p><p>Administrar medicações prescritas com ênfase na dextrose e no insucesso de acesso</p><p>venoso, administrar a critério médico, Glucagon 1mg a 2 mg IM. É contraindicado</p><p>administrar glicose via retal;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea);</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>A hipoglicemia nos pacientes não diabéticos pode sofrer recidiva, particularmente</p><p>naqueles com overdose de substâncias. Esses pacientes podem necessitar de mais de</p><p>uma dose de dextrose ou até mesmo de infusão contínua.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM37</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM38</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>A cetoacidose diabética (CAD) é uma emergência endócrina aguda, em que a deficiência</p><p>de insulina e o nível excessivo de glucagon se combinam para produzir um estado</p><p>hiperglicêmico, acidótico e com depleção de volume. Com frequência, a condição</p><p>está associada a desequilíbrios eletrolíticos. A CAD caracteriza-se por concentração</p><p>plasmática de glicose > 350 mg/dL, produção de cetonas, nível sérico de bicarbonato</p><p>< 15 mEq/L e acidose metabólica com ânion gap. A taxa de mortalidade na CAD varia</p><p>de 9 a14%.</p><p>SINAIS E SINTOMAS</p><p>Taquipneia/hiperpneia</p><p>Náusea e vômitos</p><p>Dor abdominal (particularmente comum em crianças)</p><p>Hálito frutado (cetônico). Os indivíduos com abuso de álcool podem ter hálito com</p><p>frutado e frequência respiratória rápida, devido à cetoacidose alcoólica.</p><p>Fadiga e fraqueza</p><p>Aumento da diurese</p><p>Alteração no NC</p><p>Hipotensão ortostática</p><p>Arritmia cardíaca</p><p>Convulsões</p><p>Choque hemodinâmico nos casos graves</p><p>5.3 Cetoacidose Diabética</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Observar o nível de consciência;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Elevar decúbito 45° para prevenir refluxo gástrico ou êmese;</p><p>Monitorizar a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Comunicar ao enfermeiro se SpO2 ≤ 91%</p><p>Realizar acesso venoso periférico de médio calibre;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 180 mg/dL(para protocolo insulina)</p><p>Administrar medicações prescritas com ênfase na insulina, reposição eletrolítica,</p><p>volêmica e antieméticos;</p><p>Realizar exame de ECG de repouso de 12 derivações;</p><p>Atentar para portadores de insuficiência cardíaca durante a reposição volêmica;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea);</p><p>Monitorar sinais de choques: taquicardia, hipotensão, pele fria e sudorese;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM39</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>5.4 Estado Hiperosmolar Hiperglicêmico Não Cetótico</p><p>O estado hiperosmolar hiperglicêmico não cetótico (EHHNC) é uma emergência</p><p>diabética grave, e está associado a uma taxa de mortalidade de 10 a 50%. Pode ser</p><p>que você não consiga diferenciar a CAD do EHHNC no atendimento em campo;</p><p>entretanto, deve-se suspeitar de sua presença com base na história do paciente, nos</p><p>níveis extremamente elevados de glicose e na ausência de baixo valor de ETCO2. O</p><p>EHHNC é mais comum em pacientes com diabetes melito tipo 2 e é desencadeado</p><p>pelos mesmos fatores estressores que provocam CAD. A condição caracteriza-se por:</p><p>Concentração plasmática elevada de glicose, frequentemente acima de 600 mg/dL</p><p>(> 33,3 mmol/L)</p><p>Ausência de produção de cetonas</p><p>Aumento da osmolalidade sérica, geralmente > 315 mOsm/kg</p><p>O EHHNC está associado à desidratação significativa e ao declínio do estado mental.</p><p>Em certas ocasiões, progride para o coma completo. Diferentemente da CAD, a acidose</p><p>e a cetose estão ausentes na maioria dos casos, de modo que não haverá diminuição no</p><p>valor de ETCO2. É importante reconhecer que outros fatores, como sepse subjacente</p><p>ou disfunção respiratória, ainda podem alterar o ETCO2.</p><p>ETIOLOGIA</p><p>Traumatismo</p><p>Fármacos</p><p>Infarto agudo do miocárdio</p><p>Síndrome de Cushing</p><p>Sepse</p><p>AVE</p><p>Diálise</p><p>Lesão no SNC (p. ex., hematoma subdural)</p><p>Hemorragia</p><p>Gravidez</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM40</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM41</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>SINAIS E SINTOMAS</p><p>Febre</p><p>Desidratação (mais acentuada do que na cetoacidode diabética)</p><p>Vômitos e dor abdominal</p><p>Hipotensão</p><p>Taquicardia</p><p>Respiração rápida</p><p>Sede, poliúria ou oligúria, polidipsia</p><p>Crises convulsivas focais</p><p>Alteração no NC</p><p>Déficits neurológicos focais</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Observar o nível de consciência;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Elevar decúbito 45° para prevenir refluxo gástrico ou Êmese;</p><p>Monitorizar a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Comunicar ao enfermeiro se SpO2 ≤ 91%</p><p>Realizar acesso venoso periférico de médio calibre;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 180 mg/dL(para protocolo insulina)</p><p>Administrar medicações prescritas com ênfase na insulina, reposição eletrolítica,</p><p>volêmica e antieméticos;</p><p>Realizar exame de ECG de repouso de 12 derivações;</p><p>Atentar para portadores de insuficiência cardíaca durante a reposição volêmica;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea);</p><p>Monitorar sinais de choques: taquicardia, hipotensão, pele fria e sudorese;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM42</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>6. Principais Emergências Clínicas Cardiológicas</p><p>6.1 Dor Torácica maior que 20 minutos</p><p>6.2 Tipos de Dor Torácica</p><p>A Dor Torácica aguda é uma das causas mais frequentes de atendimento nas unidades</p><p>de emergência (UE), pode representar até 40% das causas de internação hospitalar.</p><p>A síndrome coronariana aguda refere-se a um grupo de doenças nas quais o fluxo</p><p>sanguíneo para o coração diminui. Alguns exemplos incluem infarto do miocárdio com</p><p>elevação do segmento ST, infarto do miocárdio sem elevação do segmento ST e angina</p><p>instável. Somente de 10 a 20% dos pacientes com dor torácica têm SCA.</p><p>A Dor Torácica em repouso deve ser diagnosticada também com outras patologias que</p><p>podem apresentar essa manifestação aguda, como: pericardite, doenças vasculares,</p><p>pulmonares, gastrointestinais, infecciosas, musculares e psiquiátricas. A presença de</p><p>sinais e sintomas disautonômicos, como sudorese fria, palidez, dispneia, náuseas ou</p><p>vômitos, reforça a probabilidade de doença isquêmica.</p><p>Dor Cardíaca (antes Dor Típica)</p><p>Dor retroesternal em aperto, peso ou queimação, prolongada (maior que 20</p><p>minutos), que pode irradiar para membros superiores (principalmente esquerdo),</p><p>região epigástrica, pescoço, mandíbula ou dorso. Precipitada por estresse físico ou</p><p>emocional; aliviada com repouso ou nitrato.</p><p>Dor Não Cardíaca (antes Dor Atípica)</p><p>Relacionada a pericardite, doenças vasculares, pulmonares, gastrointestinais,</p><p>infecciosas, musculares e psiquiátricas.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>1 – STEMI ou Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com elevação no segmento ST do ECG</p><p>(IAMCESST: Infarto agudo do miocardio</p><p>com supradesnivelamento de segmento ST ou</p><p>IAMST: Infarto com infra ST) com até 12 horas do início dos sintomas de dor cardíaca.</p><p>Identificado pelo quadro clínico na classificação de risco e após a realização de ECG</p><p>de 12 a 19 derivações em até 10 min.</p><p>2 – BRE – Bloqueio de Ramo Esquerdo Recente ou presumidamente recente.</p><p>Está presente em cerca de 7% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio,</p><p>interfere no diagnóstico eletrocardiográfico de SCA.</p><p>Não tem precordialgia como sintoma de SCA.</p><p>O BRE novo é equivalente a uma SCA com elevação de ST.</p><p>Nestas duas emergências, o paciente com até 12 horas do início dos sintomas, deverá</p><p>em até 120 minutos (tempo porta balão) está dentro de um serviço de Hemodinâmica</p><p>para tratamento definitivo. Caso o transporte tenha duração superior a 90 minutos, o</p><p>serviço em que se encontra deve realizar a trombólise química em até 30 minutos da</p><p>chegada ao serviço (tempo porta agulha), se não houver contraindicações a critério</p><p>médico.</p><p>TRATAMENTO EMERGENCIAL</p><p>Avaliação médica de tempo do início dos sintomas para definição das condutas:</p><p>A Critério médico será prescrito drogas com mnemônico MONABICH (Morfina,</p><p>Oxigênio, Nitrato, Antiplaquetário, Beta bloqueador, IECA, Clopidogrel e Heparina),</p><p>iniciando pelas drogas de uso oral, seguido de sublingual e endovenosas;</p><p>Tratamento para recanalização arterial – Trombólises química e/ou mecânica (em</p><p>serviço de hemodinâmica).</p><p>6.3 Síndromes Coronarianas agudas na dor torácica</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM43</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM44</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Observar o nível de consciência;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Elevar decúbito 45° para prevenir refluxo gástrico ou êmese e melhorar</p><p>retorno venoso;</p><p>Monitorizar a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Comunicar ao enfermeiro se SpO2 < 90%</p><p>Realizar acesso venoso periférico de médio calibre, em membro superior esquerdo,</p><p>preferencialmente em terço médio do antebraço ou mais proximal ao braço esquerdo;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 180 mg/dL(para protocolo insulina) ou < 70 mg/dL (para protocolo de</p><p>dextro 10% ou 50%);</p><p>Realizar exame de ECG de repouso de 12 derivações. Caso seja detectado elevação</p><p>do segmento ST ≥ 1 mm nas derivações DII, DIII e AVF e/ou associado a imagem em</p><p>espelho em D1 e AVL, realizar ECG de até 19 derivações ou V3R, V4R e V7 a V9;</p><p>Questionar se o paciente é alérgico a Ácido Acetil Salicílico (AAS) ou outra droga, se</p><p>ingeriu Sildenafila ou Tadalafila há menos de 48 horas e se teve algum sangramento</p><p>gastrintestinal recente;</p><p>Administrar a critério médico medicações de uso oral (AAS, Clopidogrel, devendo</p><p>pedir para o paciente mastigar e engolir);</p><p>Atentar para portadores de insuficiência cardíaca durante a reposição volêmica;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea);</p><p>Monitorar sinais de choques: taquicardia, hipotensão, pele fria e sudorese;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro;</p><p>Se prescrito administrar trombolítico conforme o peso do paciente e o protocolo</p><p>da Instituição;</p><p>Estar atendo a arritmias graves que gerem parada cardiorrespiratória e se necessário</p><p>realizar em equipe manobras de RCP.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>7. Sepse na Emergência</p><p>A sepse é uma das principais causas de morte, principalmente em hospitais. Deve</p><p>ser reconhecida precocemente, mesmo que sua apresentação seja sutil, pois há</p><p>mais chances de o paciente apresentar uma resposta positiva às intervenções. Isso</p><p>é particularmente desafiador, pois a apresentação clínica da sepse pode mudar em</p><p>contextos associados a doença aguda, comorbidades de longa data, medicamentos e</p><p>intervenções.</p><p>CONCEITO</p><p>Disfunção orgânica com risco de morte causada por uma resposta desregulada do</p><p>hospedeiro à infecção. É uma síndrome complexa que envolve a ativação precoce das</p><p>respostas pró e anti-inflamatórias associadas a disfunções importantes nas respostas</p><p>cardiovascular, neuronal, autonômica, hormonal, bioenergética, metabólica e de</p><p>coagulação. Trata-se de uma disfunção orgânica potencialmente fatal.</p><p>ETIOLOGIA</p><p>Causada por uma resposta desproporcional do hospedeiro à infecção. Essa resposta</p><p>inadequada do hospedeiro pode ser significativamente amplificada por fatores internos</p><p>que envolvem principalmente o sistema imune.</p><p>FATORES DE RISCO</p><p>A International Sepsis Definition Conference, de 2001 desenvolveu o conceito PIRO</p><p>para delinear os fatores de risco, são eles:</p><p>P: predisposição (comorbidades preexistentes)</p><p>I: insulto/infecção (observando que alguns organismos são mais letais do que outros)</p><p>R: resposta ao desafio infeccioso (incluindo a Síndrome da Resposta Inflamatória</p><p>Sistêmica - SIRS)</p><p>O: disfunção orgânica e falha do sistema de coagulação.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM45</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM46</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>7.1 Choque Séptico</p><p>O choque séptico é uma doença mais grave, que exige avaliação mais intensa e</p><p>tratamento coordenado. O choque séptico é clinicamente definido pela necessidade</p><p>de administração de vasopressores para manter uma PAM ≥ 65 mmHg e um nível de</p><p>lactato sérico > 2 mmol/L (> 18 mg/dL) na ausência de hipovolemia. Essa combinação</p><p>está associada a taxas de mortalidade hospitalar superiores a 40%.</p><p>ESCORES DE AVALIAÇÃO INICIAL</p><p>Escore de Avaliação de Falha de Órgãos relacionada à Sepse, também conhecido</p><p>como Sequential Organ Failure Assessment score (SOFA), é comumente incorporado</p><p>aos cuidados da unidade de terapia intensiva (UTI) do paciente séptico. Esse escore</p><p>foi modificado posteriormente para uso fora da UTI, como no ritmo acelerado do</p><p>ambiente de emergência, tanto no pré-hospitalar quanto na apresentação inicial ao</p><p>setor de emergência. Nesses ambientes, o qSOFA modificado (ou quickSOFA) é usado.</p><p>Os critérios do qSOFA incluem:</p><p>Frequência respiratória ≥ 22 respirações/minuto,</p><p>Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg</p><p>Estado mental alterado com Escala de Coma de Glasgow < 15</p><p>A pontuação varia de 0 a 3 pontos. A presença de 2 ou mais pontos qSOFA próximo ao</p><p>início da infecção foi associada a um maior risco de morte ou permanência prolongada</p><p>na unidade de terapia intensiva.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM47</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>APRESENTAÇÕES SUGESTIVAS DE SEPSE</p><p>Pneumonia</p><p>Infecção do trato urinário</p><p>Celulite (infecções da pele)</p><p>Infecções intra-abdominais: apendicite, diverticulite, colecistite, intussuscepção,</p><p>doença inflamatória pélvica</p><p>Meningite</p><p>Falha recente de tratamento ambulatorial para uma infecção.</p><p>Um paciente com estado mental alterado pode inicialmente parecer estar sofrendo</p><p>um acidente vascular encefálico (AVE), mas uma infecção do trato urinário pode, na</p><p>verdade, estar causando o quadro confusional.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM48</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Pacientes que apresente tosse produtiva significativa, mas não mostrar sinais de</p><p>dificuldade respiratória, pode ser útil fazê-lo usar uma máscara para prevenir a</p><p>disseminação da infecção para os demais membros da equipe.</p><p>Observar o nível de consciência e se há alterações;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Elevar decúbito 45° para prevenir refluxo gástrico ou êmese;</p><p>Monitorizar a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Comunicar ao enfermeiro se Frequência respiratória > 22 ou < 6 respirações/minuto,</p><p>saturação de oxigênio < 92%, dióxido de carbono expirado</p><p>(ETCO2) < 25 mmHg,</p><p>alterações na cor da pele, incluindo cianose nos lábios;</p><p>Realizar acesso venoso periférico de médio calibre;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 180 mg/dL(para protocolo insulina) ou < 70 mg/dL (para protocolo de</p><p>dextro 10% ou 50%);</p><p>Controle adequado da temperatura corporal, mesmo baixa pode ser encontrada na</p><p>sepse e com maior mortalidade;</p><p>Atentar para portadores de insuficiência cardíaca durante a reposição volêmica;</p><p>Administrar antibióticos precocemente, conforme prescrição médica;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea e < 15 alteração de estado mental);</p><p>Monitorar o Escore qSOFA ≥ 2 juntamente com o enfermeiro;</p><p>Monitorar sinais de choques: taquicardia, hipotensão (PAS <100 mm Hg) e PAM < 65</p><p>mm Hg, pele fria e sudorese e está atento para prescrições de emergência de drogas</p><p>vasoativas em infusão contínua;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos</p><p>do enfermeiro.</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>8. Emergência no trato gastrointestinal</p><p>8.1 Hematêmese de início recente</p><p>O sangramento do trato GI é um sintoma de uma doença, e não a própria doença. A</p><p>hemorragia GI alta aguda afeta 50 a 150 indivíduos em cada 100 mil habitantes, resultando</p><p>em 250 mil internações por ano. Os homens e os indivíduos idosos correm risco muito</p><p>mais alto. A hemorragia GI baixa é menos comum de modo global, porém apresenta</p><p>incidência mais alta entre mulheres. Há diversas causas possíveis de hemorragia GI alta.</p><p>Os fatores que aumentam o risco de mortalidade incluem instabilidade hemodinâmica,</p><p>hematêmese ou hematoquezia repetidas, incapacidade de remover o sangue apesar</p><p>da lavagem gástrica, idade acima dos60 anos e presença de doença em outro sistema,</p><p>como doença cardiovascular ou pulmonar.</p><p>PRINCIPAIS CAUSAS</p><p>Úlcera péptica;</p><p>Esofagite;</p><p>Duodenite e gastrite erosiva;</p><p>Varizes esofagogástricas;</p><p>Malformação arteriovenosa;</p><p>Tumor;</p><p>Síndrome de Mallory-Weiss.</p><p>Os sangramentos nas hemorragias digestivas altas que induzem hematêmese</p><p>estão também associados ao uso de Anti-inflamatórios Não Esteroidais (AINEs),</p><p>AAS, anticoagulantes, agentes antiplaquetários, Abuso de álcool, sangramento</p><p>gastrointestinal anterior, doença hepática, coagulopatia.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM49</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>SINAIS E SINTOMAS</p><p>Dor abdominal;</p><p>Hematêmese ou vômitos “em borra de café”;</p><p>Fezes com melena ou enterorragia;</p><p>Taquicardia, alterações ortostáticas da pressão arterial sugerem perda de sangue</p><p>moderada a grave;</p><p>Hipotensão sugere perda volêmica muito grave;</p><p>Exame retal: avaliar a cor das fezes (melena vs. hematoquezia versus amarronzadas)</p><p>Sensibilidade abdominal significativa acompanhada de sinais de irritação peritoneal</p><p>(p. ex. proteção involuntária) sugere perfuração.</p><p>ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM</p><p>Manter medidas de biossegurança;</p><p>Observar o nível de consciência e se há alterações;</p><p>Manter vias aéreas pérvias;</p><p>Elevar decúbito 45° para prevenir refluxo gástrico ou êmese;</p><p>Monitorizar a oximetria de pulso e dados vitais;</p><p>Realizar 2 acessos venosos periféricos de grosso calibre 16 G;</p><p>Coletar sangue capilar para Hemoglicoteste (HGT) e comunicar ao enfermeiro, se</p><p>glicemia > 180 mg/dL (para protocolo insulina) ou < 70 mg/dL (para protocolo de</p><p>dextro 10% ou 50%);</p><p>Controle adequado da temperatura corporal;</p><p>Atentar para portadores de insuficiência cardíaca durante a reposição volêmica;</p><p>Administrar reposição com cristalóides, inibidores de Bomba de Prótons e</p><p>Hemoderivados, conforme prescrição médica;</p><p>Obter do enfermeiro o valor da Escala de Coma de Glasgow (< 9 há indicação de</p><p>proteção de via aérea e < 15 alteração de estado mental);</p><p>Monitorar sinais de choques: taquicardia, hipotensão (PAS < 100 mm Hg) e PAM <</p><p>65 mm Hg, pele fria e sudorese;</p><p>Deixar material de intubação pronto para uso;</p><p>Auxiliar o enfermeiro e médico nas ações avançadas e nos procedimentos do</p><p>enfermeiro. um tamponamento com balão pode ser realizado como uma medida</p><p>temporária para pacientes com hemorragia incontrolável, provavelmente devido</p><p>a varizes usando qualquer um dos vários dispositivos (p. ex., tubo Sengstaken-</p><p>Blakemore, tubo de Minnesota), necessita de intubação traqueal para a colocação;</p><p>Preparar a paciente para exames de imagem e endoscopia digestiva alta.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM50</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>9. Tentativa de Autoextermínio</p><p>A mortalidade após uma tentativa de suicídio cresce exponencialmente com a faixa</p><p>etária, de modo que as tentativas são mais letais entre os idosos, especialmente acima</p><p>dos 80 anos. As tentativas continuam a ser mais comuns entre adultos jovens, de</p><p>forma que a maior parte dos atendimentos no serviço de emergência é formada por</p><p>essa parcela da população. Quando se fala em suicídio, estamos falando, na verdade,</p><p>em diferentes categorias, que vão desde um pensamento de morte até o suicídio</p><p>consumado. Dessa forma, o termo “comportamento suicida” descreve com mais</p><p>precisão o conceito.</p><p>FISIOPATOLOGIA</p><p>Dentre esses fatores, os transtornos psiquiátricos exercem papel predominante,</p><p>presente em ao menos 90% dos indivíduos que comentem suicídio. Entre os adultos,</p><p>as doenças mais comumente ligadas ao suicídio são o transtorno bipolar, a depressão</p><p>unipolar, o transtorno por uso de substâncias, a esquizofrenia e os transtornos da</p><p>personalidade. Já em adolescentes cresce a importância do transtorno do estresse</p><p>pós-traumático e dos transtornos de ansiedade, especialmente transtorno do pânico,</p><p>fobia social e transtorno de ansiedade generalizada, além da distimia e transtornos</p><p>alimentares.</p><p>ESPECIALIZAÇÃO TÉCNICA</p><p>DE NÍVEL MÉDIO EM ENFERMAGEM51</p><p>POLÍTICAS DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS E ASSISTÊNCIA NAS EMERGÊNCIAS CLÍNICAS</p><p>ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL</p><p>Há dois tipos de abordagens, no ambiente pré-hospitalar, que é acompanhado de</p><p>profissionais da segurança pública, para avaliação e segurança da cena em conjunto</p><p>com o SAMU e/ou profissionais da saúde especializados, e a abordagem intra-hospitalar,</p><p>onde ambos têm como base a identificação dos seguintes fatores, segundo o Manual</p><p>de Abordagem Técnica a Tentativa de Suicídio adotado pelo Corpo de Bombeiros</p><p>Militar do Estado de São Paulo (MUNHHOZ , 2019) por um abordador treinado:</p><p>FATOR DE RISCO – Alguém ou algum assunto que são extremamente negativos e</p><p>trazem lembranças danosas ao tentante.</p><p>FATOR DE PROTEÇÃO – Alguém ou algo que possa trazer boas lembranças e fazer</p><p>com que o tentante tenha um motivo para não consumar o suicídio.</p><p>Outros pontos importantes, são a observação das ações e atos do tentante, através</p><p>da leitura da linguagem corporal; a comunicação pode ser feita através de mensagem</p><p>verbal ou por pela expressão corporal; criação de vínculo do abordador. Usa-se</p><p>também os cinco passos para garantir um sucesso na missão: 1- Olhar atentamente;</p><p>2- Ouvir atentamente; 3- Respeitar o tentante silencioso; 4- Não completar frases do</p><p>tentante; 5- Repetir, resumir e relacionar as ideias para o tentante.</p><p>Há também regras básicas que devem se evitar em uma abordagem: 1- Mentir,</p><p>prometer e seduzir; 2- Chamar por apelidos ou nomes depreciativos; 3- Ser agressivo</p><p>ou ríspido com o tentante; 4- Desafiar o tentante; 5- Julgar, dar opinião pessoal e</p><p>aconselhar.</p><p>Nos casos de sucesso da equipe, o tentante pode ser conduzido pela equipe de</p><p>saúde que decidirá se haverá necessidade de contenção química e a condução para</p><p>Unidade de Saúde de Referência Local.</p><p>Nos casos de insucesso com a não consumação do óbito e a presença de lesões</p><p>de natureza traumática e/ou clínica, o profissional de enfermagem atuará na</p><p>estabilização seguindo os protocolos vigentes com ênfase na estabilização dos</p><p>sinais vitais e na correção da causa, a exemplo de intoxicações</p>