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<p>TEORIA GERAL DAS NULIDADES</p><p>2a EDIÇÃO/2023</p><p>1. CONCEITO 3</p><p>2. SISTEMA DE AFERIÇÃO DAS NULIDADES 3</p><p>2.1. SISTEMAS RÍGIDOS 3</p><p>2.2. SISTEMAS GENÉRICOS 4</p><p>3. TIPICIDADE X ATIPICIDADE DO ATO 4</p><p>4. CLASSIFICAÇÃO DAS NULIDADES 5</p><p>4.1. DOUTRINA CLÁSSICA (MIRABETE) 5</p><p>4.2. DOUTRINA MODERNA (PAULO RANGEL) 5</p><p>5. PRINCÍPIOS 9</p><p>5.1. PRINCÍPIO DO PREJUÍZO (“PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF”) 9</p><p>5.1.1. CONCEITO 9</p><p>5.1.2. ENQUADRAMENTO 10</p><p>5.2. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS 11</p><p>5.2.1. CONCEITO 11</p><p>5.2.2. ENQUADRAMENTO 12</p><p>5.3. PRINCÍPIO DA EFICÁCIA DOS ATOS PROCESSUAIS 12</p><p>5.4. PRINCÍPIO DA RESTRIÇÃO PROCESSUAL À DECRETAÇÃO DE INEFICÁCIA 12</p><p>5.5. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE OU DA CONSEQUENCIALIDADE OU DA EXTENSÃO OU DA CONTAMINAÇÃO</p><p>12</p><p>5.6. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS (CONVALIDAÇÃO) 13</p><p>5.7. PRINCÍPIO DO INTERESSE 14</p><p>5.8. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ (LEALDADE) 14</p><p>6. ELENCO LEGAL DAS NULIDADES 14</p><p>6.1. NULIDADE POR INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO 15</p><p>6.1.1. ARGUIÇÃO 16</p><p>6.1.2. CONSEQUÊNCIAS 17</p><p>6.2. NULIDADE POR SUSPEIÇÃO DO JUIZ 18</p><p>6.3. NULIDADE POR ILEGITIMIDADE DA PARTE 19</p><p>6.4. NULIDADE POR FALTA DE DENÚNCIA, QUEIXA-CRIME OU REPRESENTAÇÃO E, NOS PROCESSOS DE</p><p>CONTRAVENÇÕES PENAIS, DE PORTARIA OU DE AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE 19</p><p>6.5. NULIDADE PELA FALTA DO EXAME DE CORPO DE DELITO 19</p><p>6.6. NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE DEFENSOR 20</p><p>6.7. NULIDADE PELA FALTA DE NOTIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA INTERVIR 22</p><p>6.8. NULIDADE PELA FALTA DE CITAÇÃO DO RÉU PARA SE VER PROCESSAR, FALTA DO INTERROGATÓRIO DO</p><p>RÉU PRESENTE E NÃO ABERTURA DOS PRAZOS LEGAIS 22</p><p>6.9. NULIDADES NO PROCEDIMENTO DO JÚRI 24</p><p>6.10. NULIDADE PELA FALTA DA SENTENÇA 27</p><p>6.11. NULIDADE PELA AUSÊNCIA DO RECURSO DE OFÍCIO 27</p><p>6.12. NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DAS PARTES QUANTO ÀS DECISÕES RECORRÍVEIS 28</p><p>1</p><p>6.13. NULIDADE EM RAZÃO DA INOBSERVÂNCIA DE FORMALIDADE QUE CONSTITUA ELEMENTO ESSENCIAL</p><p>DO ATO 29</p><p>6.14. NULIDADE DECORRENTE DA CARÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO 29</p><p>2</p><p>1. CONCEITO</p><p>Para estabelecer o conceito, podemos detectar as seguintes divergências quanto ao enquadramento</p><p>terminológico. Vejamos:</p><p>1ª POSIÇÃO</p><p>Para Paulo Rangel, a nulidade é a sanção imposta ao ato viciado diante do</p><p>correspondente reconhecimento, o que nos permite falar em sanção de nulidade.</p><p>2ª POSIÇÃO</p><p>Guilherme de Souza Nucci aponta que nulidade é o vício que contamina determinado</p><p>ato pelo descumprimento das normas constitucionais ou infraconstitucionais.</p><p>3ª POSIÇÃO</p><p>Mirabete assume as duas percepções, já que a nulidade pode simbolizar a</p><p>sanção ou o vício individualmente considerado.</p><p>Conclusão: nulidade é a sanção judicialmente imposta em face da imperfeição do ato praticado</p><p>(atipicidade), o que revela o descumprimento das regras constitucionais ou infraconstitucionais, gerando</p><p>defeitos essenciais ou acidentais, em verdadeira gradação do sistema. Ou seja, “nulidade não é a essência do</p><p>ato irregular, mas a sua consequência”1. A natureza jurídica da nulidade é de sanção, declarada pelo órgão</p><p>jurisdicional frente ao ato imperfeito.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>A teoria das nulidades se aplica à Fase Processual, não havendo falar em eventuais irregularidades ou</p><p>nulidades que ocorreram durante a fase de inquérito policial:</p><p>“A orientação desta Corte é no sentido de que ‘eventuais vícios formais concernentes ao inquérito policial não</p><p>têm o condão de infirmar a validade jurídica do subsequente processo penal condenatório. As nulidades</p><p>processuais concernem, tão somente, aos defeitos de ordem jurídica que afetam os atos praticados ao</p><p>longo da ação penal condenatória’. Precedente” (STF — ARE 868.516 AgR/DF — 1ª Turma — Rel. Min. Roberto</p><p>Barroso — julgado em 26.05.2015 — DJe-121 23.06.2015)</p><p>2. SISTEMA DE AFERIÇÃO DAS NULIDADES</p><p>2.1. SISTEMAS RÍGIDOS</p><p>São aqueles onde a individualização das nulidades exige expressa disciplina legal. Exemplo: sistema</p><p>francês (art. 1.030, CPC) e sistema italiano.</p><p>1 PACELLI, Eugênio. Curso de Processo Penal.25. ed. – São Paulo: Atlas, 2021. p.1133.</p><p>3</p><p>2.2. SISTEMAS GENÉRICOS</p><p>O intérprete tem certa margem de manobra, adequando a interpretação em razão da existência ou não</p><p>de prejuízo como pressuposto para a declaração do vício, mesmo com a lacuna legal.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>Paulo Rangel adequa a interpretação para a realidade brasileira propondo a seguinte divisão:</p><p>▸ SISTEMA DA CERTEZA LEGAL: a nulidade pressupõe previsão legal. Tem-se que o art. 564 é um</p><p>resquício desse sistema, que foi abandonado frente à impossibilidade do legislador em prever todas as</p><p>hipóteses de nulidade.</p><p>▸ SISTEMA DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS: o juiz tem margem de manobra, podendo suprir</p><p>omissões legais. Deve o magistrado observar se tal ato atingiu seu fim. Tem íntima ligação com o sistema de</p><p>livre convencimento de provas.</p><p>▸ SISTEMA MISTO: Segundo parte da doutrina, foi o sistema adotado no Brasil [Paulo Rangel entende</p><p>que o sistema adotado foi o da Instrumentalidade das Formas2], no art. 564, CPP, que apresenta um amplo rol</p><p>de nulidades, mas não exaure a matéria de forma que a instrumentalidade também seja observada.</p><p>3. TIPICIDADE X ATIPICIDADE DO ATO</p><p>TIPICIDADE ATIPICIDADE</p><p>Segundo Nestor Távora, é a qualidade consistente na</p><p>prática do ato em conformidade com a norma</p><p>constitucional e infraconstitucional.</p><p>Consiste na inobservância das regras legais e/ou</p><p>constitucionais, ocasionando um ato defeituoso e</p><p>insegurança jurídica.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>Para Calmon de Passos, a nulidade pressupõe a correspondente declaração judicial, de forma que</p><p>poderemos edificar o seguinte raciocínio:</p><p>ATIPICIDADE + INEFICÁCIA JUDICIALMENTE DECLARADA = NULIDADE DO ATO.</p><p>2Paulo Rangel. Direito processual penal. 29. ed. Atlas, 2021.p. 1529.</p><p>4</p><p>4. CLASSIFICAÇÃO DAS NULIDADES</p><p>4.1. DOUTRINA CLÁSSICA (MIRABETE)</p><p>a) ATO INEXISTENTE: é aquele desprovido dos seus elementos constitutivos, caracterizando-se como um</p><p>não ato, ou seja, um nada jurídico. Ele não produz efeitos. Exemplo: sentença proferida por quem não é</p><p>juiz.</p><p>b) ATO NULO: é aquele que não produz efeito até a sua convalidação e, se isso não for possível, nunca os</p><p>produzirá.</p><p>📌 OBSERVAÇÃO</p><p>Na nulidade absoluta, o vício não é convalidável. Já na nulidade relativa, temos uma condição</p><p>suspensiva, já que, convalidado o vício, teremos os efeitos.</p><p>c) ATO ANULÁVEL: é aquele que produz efeitos de imediato, até a eventual declaração de nulidade.</p><p>4.2. DOUTRINA MODERNA (PAULO RANGEL)</p><p>a) ATO INEXISTENTE: é aquele desprovido dos seus elementos estruturantes e que, por consequência,</p><p>não surtirá efeitos.</p><p>Segundo Norberto Avena3, “É o maior e mais grave de todos os vícios que podem macular um ato,</p><p>atingindo-lhe elementos essenciais”, e ressalta que</p><p>“Quando o ato for inexistente, não se fala em “nulidade”, pois não pode ser nulo algo que não existe. Por esse</p><p>mesmo motivo, também é desnecessário um pronunciamento judicial declaratório da inexistência. O ato</p><p>inexistente é simplesmente desprezado, ignorado, desconhecido. A hipótese de inexistência do ato não</p><p>admite convalidação, uma vez que a única forma de sanar o defeito seria que fosse novamente praticado.</p><p>Porém, essa nova prática não gera efeitos retroativos, ante a ausência de efeito jurídico mínimo que possa ser</p><p>aproveitado do ato inexistente. Trata-se de um “não ato” ou de uma aparência de ato processual. Embora</p><p>haja divergências jurisprudenciais e doutrinárias, tem-se entendido como inexistentes aqueles atos que não</p><p>contêm a subscrição da autoridade que os edita, bem como os praticados por quem não detenha ou esteja</p><p>privado, ainda que temporariamente, de capacidade objetiva (v.g., a jurisdição em relação ao juiz e as</p><p>atribuições em relação ao promotor de justiça) para praticá-los”.</p><p>3 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>5</p><p>A sentença proferida por magistrado de férias seria ato inexistente?</p><p>1a CORRENTE: sim, configura ato inexistente. Capez.</p><p>2a CORRENTE: para o STF e o STJ, é um ato válido, visto que “não há lei que proíba que o juiz trabalhe</p><p>durante as férias, não havendo nisto nenhum impedimento sob o aspecto</p><p>da prestação da tutela jurisdicional”4.</p><p>E a decisão de extinção da punibilidade baseada em certidão de óbito falsa?</p><p>1a CORRENTE: configura ato inexistente. Norberto Avena.</p><p>2a CORRENTE: gera nulidade absoluta.</p><p>De toda sorte, não produzirá coisa julgada, como já decidiu o STF e o STJ.</p><p>b) ATO IRREGULAR: é o ato defeituoso que ainda não sofreu a sanção de nulidade. É um ato nulo que não</p><p>foi declarado como tal.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>Para Norberto Avena, ato irregular é o acometido por vício de menor importância, não gerando</p><p>nulidade.</p><p>c) NULIDADE ABSOLUTA: é aquela onde o prejuízo é presumido por lei e o interesse público está em</p><p>risco por ofensa ao devido processo legal.</p><p>Para Avena4, “é vício que atinge normas de ordem pública, como tais consideradas aquelas que</p><p>tutelam garantias ou matérias tratadas direta ou indiretamente pela Constituição Federal. O ato existe, porém,</p><p>uma vez reconhecido o vício, jamais poderá ser considerado válido e eficaz. Sendo insanável, não está sujeito à</p><p>preclusão.”</p><p>CONCLUSÕES</p><p>■ O vício não é passível de preclusão.</p><p>■ Para Hélio Tornaghi, o prejuízo decorrente da nulidade absoluta é evidente.</p><p>Há necessidade de demonstrar prejuízo?5</p><p>1a CORRENTE: “A nulidade absoluta gera prejuízo presumido às partes. Essa presunção, porém, não é</p><p>jure et jure, e sim juris tantum, o que significa que admite prova em contrário”.</p><p>5Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>4 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>6</p><p>2a CORRENTE: Segundo Norberto Avena, “o princípio geral de que não se declara a nulidade do ato se</p><p>dele não houver resultado prejuízo para as partes – pas de nullité sans grief – alcança tanto as nulidades</p><p>relativas como as absolutas. Neste contexto, não se pode falar na existência de uma presunção de prejuízo,</p><p>impondo-se, em qualquer caso, a devida comprovação. Trata-se da posição adotada pelo STF e pelo STJ”.</p><p>O art. 563 do Código de Processo Penal - CPP estabelece que "nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade</p><p>não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa". O entendimento sedimentado nesta Corte Superior é</p><p>nesse mesmo sentido, inclusive nos casos em que se verifique a existência de nulidades absolutas,</p><p>conforme precedentes de ambas as Turmas que tratam de matéria penal. O impetrante não demonstrou qual</p><p>teria sido o prejuízo suportado pelo paciente no julgamento do recurso em sentido estrito, limitando-se a</p><p>consignar que o constrangimento ilegal residiria no impedimento do Desembargador Moacyr de Moraes Lima</p><p>Filho participar do julgamento do recurso em sentido estrito deduzido em favor do acusado, uma vez que já</p><p>teria emitido parecer como Procurador de Justiça no julgamento de Habeas Corpus impetrado em favor do</p><p>pronunciado. (STJ, HC n. 162.491/SC, relator Ministro Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, julgado em 4/8/2016,</p><p>DJe de 15/8/2016.)</p><p>O acórdão recorrido está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a</p><p>demonstração de prejuízo, “a teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa</p><p>ou absoluta, eis que (…) o âmbito normativo do dogma fundamental da disciplina das nulidades - pas de</p><p>nullité sans grief - compreende as nulidades absolutas” (HC 85.155/SP, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie). (STF, ARE</p><p>984373 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO</p><p>DJe-234 DIVULG 03-11-2016 PUBLIC 04-11-2016)</p><p>📌 OBSERVAÇÕES</p><p>■ NULIDADE DE ALGIBEIRA: segundo o STJ, aquela que, podendo ser sanada pela insurgência imediata</p><p>da defesa após ciência do vício, não é alegada, como estratégia, numa perspectiva de melhor conveniência</p><p>futura.</p><p>É inadmissível a chamada "nulidade de algibeira" - aquela que, podendo ser sanada pela insurgência</p><p>imediata da defesa após ciência do vício, não é alegada, como estratégia, numa perspectiva de melhor</p><p>conveniência futura. (STJ, AgRg no HC 732.642-SP, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do</p><p>TJDFT), Quinta Turma, por unanimidade, julgado em 24/05/2022, DJe 30/05/2022.)</p><p>■ FALTA DE DEFESA TÉCNICA</p><p>Súmula 523-STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o</p><p>anulará se houver prova de prejuízo para o réu.</p><p>7</p><p>Como pontua Avena, “calcada no princípio pas de nullité sans grief, a referida súmula reafirma a</p><p>posição que, mesmo no caso das nulidades absolutas, é necessária a comprovação do prejuízo que sejam</p><p>declaradas.”</p><p>d) NULIDADE RELATIVA: o interesse das partes prepondera e o vício é passível de preclusão. Em</p><p>acréscimo, é necessário que o prejuízo seja demonstrado.</p><p>Segundo Norberto Avena (2022, p .1030) “são nulidades relativas aquelas que atingem normas que</p><p>não tutelam o interesse público, e sim o interesse privado da parte. Aqui o ato existe, mas sua validade e</p><p>eficácia dependem da ocorrência de uma condição suspensiva, ou seja, de evento posterior que suspenda o</p><p>óbice existente ao aproveitamento do ato e à produção de seus efeitos no processo penal: trata-se do</p><p>saneamento (ou convalidação).” E afirma que “o ato relativamente nulo exige pronunciamento judicial,</p><p>decretando o magistrado a nulidade do ato.”</p><p>Na distinção de Aury Lopes Jr6:</p><p>NULIDADES ABSOLUTAS NULIDADES RELATIVAS</p><p>ocorre uma violação de norma cogente, que tutela</p><p>interesse público ou existe a violação de princípio</p><p>constitucional</p><p>viola uma norma que tutela um interesse</p><p>essencialmente da parte, ou seja, um interesse</p><p>privado</p><p>pode ser declarada de ofício ou mediante invocação</p><p>da parte interessada;</p><p>não pode ser conhecida de ofício, dependendo da</p><p>postulação da parte interessada;</p><p>o prejuízo e o não atingimento dos fins são</p><p>presumidos;</p><p>convalida com a preclusão;</p><p>é insanável, não se convalida e tampouco é</p><p>convalidada pela preclusão ou trânsito em julgado.</p><p>a parte deve demonstrar o prejuízo sofrido.</p><p>Todavia, não há distinção legal quanto ao que é nulidade relativa ou absoluta, de forma que o</p><p>entendimento jurisprudencial é no sentido de que o efetivo prejuízo deve ser comprovado em ambas as</p><p>hipóteses:</p><p>“O entendimento desta Suprema Corte é o de que, para o reconhecimento de eventual nulidade, ainda que</p><p>absoluta, faz-se necessária a demonstração do prejuízo. Nesse sentido, o Tribunal tem reafirmado que a</p><p>demonstração de prejuízo, ‘a teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa</p><p>6 LOPES JR., Aury. Direito processual penal.18. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2021. ebook. p. 568</p><p>8</p><p>ou absoluta, eis que (...) o âmbito normativo do dogma fundamental da disciplina das nulidades pas de nullité</p><p>sans grief compreende as nulidades absolutas’ (HC 85.155/SP, Rel. Min. Ellen Gracie)” (STF — RHC 133.298-AgR</p><p>— 2ª Turma — Rel. Min. Ricardo Lewandowski — julgado em 24.08.2018 — DJe-181 — divulg. 31.08.2018 —</p><p>public. 03.09.2018)</p><p>🚩 Para memorizar7:</p><p>ATOS INEXISTENTES</p><p>▸ Sua ineficácia não depende de reconhecimento judicial;</p><p>▸ O vício pode ser reconhecido de ofício;</p><p>▸ Jamais se convalidam;</p><p>ATOS</p><p>ABSOLUTAMENTE</p><p>NULOS</p><p>▸ Produzem efeitos até que haja reconhecimento judicial de sua ineficácia;</p><p>▸ Sua invalidade pode ser reconhecida de ofício;</p><p>▸ Não se convalidam pela falta de arguição;</p><p>ATOS RELATIVAMENTE</p><p>NULOS</p><p>▸ Produzem efeitos até que haja reconhecimento judicial de sua ineficácia;</p><p>▸ Sua invalidade não pode ser reconhecida de ofício;</p><p>▸ A falta de arguição oportuna acarreta a convalidação;</p><p>ATOS IRREGULARES ▸ Embora imperfeitos, não são passíveis de invalidação.</p><p>5. PRINCÍPIOS</p><p>5.1. PRINCÍPIO DO PREJUÍZO (“PAS DE NULLITÉ SANS GRIEF”)</p><p>5.1.1. CONCEITO</p><p>O pressuposto para a declaração de nulidade é a existência de prejuízo. Logo, só há nulidade se existir</p><p>prejuízo [sintetizado pela expressão francesa “pas de nullité sans grief”]. Este princípio está positivado no art.</p><p>563, CPP.</p><p>Art. 563. NENHUM ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a</p><p>defesa.</p><p>7 Tabela retirada do livro Direito Processual Penal</p><p>Esquematizado, de Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves.</p><p>9</p><p>5.1.2. ENQUADRAMENTO</p><p>Em uma concepção clássica, nos casos de nulidade absoluta o prejuízo é presumido por lei e nulidade</p><p>relativa quando o prejuízo deve ser demonstrado.</p><p>Sobre o tema, defende o professor Nucci: “Registremos que a forma prevista em lei para a</p><p>concretização de um ato processual não é um fim em si mesmo, motivo pelo qual se a finalidade para a qual se</p><p>pratica o ato foi atingida, inexiste razão para anular o que foi produzido. Logicamente, tal princípio deve ser</p><p>aplicado com maior eficiência e amplitude no tocante às nulidades relativas, uma vez que o prejuízo, para o</p><p>caso das nulidades absolutas, é presumido pela lei, não se admitindo prova em contrário.</p><p>Assim, quando houver uma nulidade absoluta, deve ela ser reconhecida tão logo seja cabível, pois</p><p>atenta diretamente contra o devido processo legal. Entretanto, havendo uma nulidade relativa, somente será</p><p>ela proclamada, caso requerida pela parte prejudicada, tendo esta o ônus de evidenciar o mal sofrido pelo não</p><p>atendimento à formalidade legal.”8</p><p>Doutrina e jurisprudência moderna entende que tanto em caso de nulidade absoluta, quanto de</p><p>nulidade relativa, deve-se demonstrar prejuízo. In verbis:</p><p>O acórdão recorrido está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a</p><p>demonstração de prejuízo, “a teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade, seja ela relativa</p><p>ou absoluta, eis que (…) o âmbito normativo do dogma fundamental da disciplina das nulidades - pas de</p><p>nullité sans grief - compreende as nulidades absolutas” (HC 85.155/SP, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie). (STF, ARE</p><p>984373 AgR, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 14/10/2016, PROCESSO ELETRÔNICO</p><p>DJe-234 DIVULG 03-11-2016 PUBLIC 04-11-2016)</p><p>3. Convém lembrar, ainda, que o reconhecimento de nulidade, relativa ou absoluta, no curso do processo</p><p>penal, segundo entendimento pacífico desta Corte Superior, reclama uma efetiva demonstração do</p><p>prejuízo à parte, sem a qual prevalecerá o princípio da instrumentalidade das formas positivado pelo art. 563</p><p>do CPP (pas de nullité sans grief). Precedentes. (STJ, AgRg no HC n. 738.493/AL, relator Ministro Ribeiro Dantas,</p><p>Quinta Turma, julgado em 18/10/2022, DJe de 24/10/2022.)</p><p>PRINCÍPIO DO PREJUÍZO9</p><p>NULIDADE ABSOLUTA</p><p>1a Corrente (minoritária): o prejuízo é presumido e, assim, dispensa</p><p>comprovação. tratando-se de presunção juris tantum, admite prova em</p><p>contrário.</p><p>2a Corrente (majoritária): o prejuízo deve ser comprovado por quem alega</p><p>9 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>8Nucci, Guilherme de S. Manual de Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (3rd edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>10</p><p>a nulidade e demonstrado pelo juiz ao declará-la. Não havendo essa</p><p>comprovação, a nulidade não pode ser reconhecida pelo juiz.</p><p>NULIDADE RELATIVA</p><p>O prejuízo deve ser comprovado por quem alega a nulidade e</p><p>demonstrado pelo juiz ao declará-la. Não havendo essa comprovação, a</p><p>nulidade não pode ser reconhecida pelo juiz.</p><p>Importante mencionar sobre a aplicação analógica do art. 282, §° do CPC/15, que dispõe que: “quando</p><p>puder decidir o mérito a favor da parte a quem aproveite a decretação da nulidade, o juiz não a pronunciará</p><p>nem mandará repetir o ato ou suprir-lhe a falta”. Norberto Avena ()2022, p. 1034), pontua que “se, ao examinar</p><p>determinado processo, constatar o juiz que, a despeito da arguição de nulidade, absoluta ou relativa, será</p><p>possível alcançar à parte supostamente prejudicada pelo vício o resultado que espera do processo, não deverá</p><p>ele proclamar a nulidade”.</p><p>5.2. PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS</p><p>5.2.1. CONCEITO</p><p>Se o ato viciado atingiu sua finalidade, a nulidade não será declarada. Na lição doutrinária, “constitui</p><p>seguramente a viga mestra do sistema das nulidades e decorre da ideia geral de que as formas processuais</p><p>representam tão somente um instrumento para a correta aplicação do direito; sendo assim, a desobediência às</p><p>formalidades estabelecidas pelo legislador só deve conduzir ao reconhecimento da invalidade do ato quando a</p><p>própria finalidade pela qual a forma foi instituída estiver comprometida pelo vício”10.</p><p>Para o professor Renato Marcão: “Muito embora não se possa negar que forma é sinônimo de</p><p>garantia, é certo que também não se afigura saudável à prestação jurisdicional o apego cego e incondicional ao</p><p>puro formalismo, em si mesmo considerado, sem outra finalidade. (...)Em razão disso, mesmo que algum ato</p><p>venha a ser praticado em desconformidade com o modelo legal, não se declara sua nulidade se o objetivo final</p><p>da norma de regência tiver sido alcançado.”11</p><p>Em síntese, o princípio da instrumentalidade das formas “quer que só sejam anulados os atos</p><p>imperfeitos se o objetivo não tiver sido atingido (o que interessa, afinal, é o objetivo do ato, não o ato em si</p><p>mesmo). Várias são as suas manifestações na lei processual, e pode-se dizer que esse princípio coincide com a</p><p>regra contida no brocardo pas de nullité sans grief”.12</p><p>No CPP, está positivado no art. 566:</p><p>12 Marcão, Renato F. CURSO DE PROCESSO PENAL. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Editora Saraiva, 2021.</p><p>11 Marcão, Renato F. CURSO DE PROCESSO PENAL. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Editora Saraiva, 2021.</p><p>10 Ada Pellegrini Grinover; Antonio Magalhães Gomes Filho e Antonio Scarance Fernandes. As nulidades no processo penal, 12. ed., p. 27.</p><p>11</p><p>Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade</p><p>substancial ou na decisão da causa.</p><p>5.2.2. ENQUADRAMENTO</p><p>Tal princípio usualmente é inaplicável na nulidade absoluta.</p><p>⚠ ATENÇÃO</p><p>O vício na citação provoca nulidade absoluta. Todavia, admite convalidação se a defesa comparecer</p><p>oportunamente e implementar o ato.</p><p>Art. 570. A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o</p><p>interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de</p><p>arguí-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a</p><p>irregularidade poderá prejudicar direito da parte.</p><p>5.3. PRINCÍPIO DA EFICÁCIA DOS ATOS PROCESSUAIS</p><p>Para Calmon de Passos, os atos nulos continuam a produzir efeitos enquanto não ocorrer a declaração</p><p>judicial de invalidade. Observa-se que tal regra não se aplica ao direito material, onde há nulidade automática e</p><p>não há produção de efeitos de atos nulos.</p><p>5.4. PRINCÍPIO DA RESTRIÇÃO PROCESSUAL À DECRETAÇÃO DE INEFICÁCIA</p><p>A invalidade do ato depende da utilização do instrumento processual adequado e se o momento ainda</p><p>for oportuno (inexistência de preclusão). Em regra, só se aplica às nulidades relativas, mas há os casos em que</p><p>pode ser aplicado em nulidades absolutas (por exemplo, na revisão criminal)</p><p>5.5. PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE OU DA CONSEQUENCIALIDADE OU DA EXTENSÃO</p><p>OU DA CONTAMINAÇÃO</p><p>Os atos que decorrem de um ato nulo estão contaminados por desdobramento lógico (critério de</p><p>dependência ou influência que os atos têm si). Cabe ao Poder Judiciário delimitar o vício, conforme se</p><p>depreende da previsão legal:</p><p>Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados</p><p>ou retificados.</p><p>12</p><p>§ 1o A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou</p><p>sejam consequência [PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE (EFEITO EXPANSIVO)]</p><p>§ 2o O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.</p><p>4. Em homenagem ao princípio da consequencialidade, a declaração de nulidade absoluta do feito, não</p><p>obstante parcial preservação dos atos instrutórios, modulados ao término das alegações finais, estende-se à</p><p>imputação de delito correlato, cuja análise fica prejudicada, devido à conexão instrumental incidente,</p><p>conforme disposto nos arts. 564, inciso III, alínea b; 566; 573, § 1.°, e 76, inciso III, todos do CPP. (STJ,</p><p>AgRg no</p><p>AREsp n. 1.292.313/PR, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em 12/3/2019, DJe de 28/3/2019.)</p><p>E quanto aos atos judiciais complexos? O magistrado deverá declarar se o vício o atinge em sua</p><p>integralidade ou apenas parcialmente.</p><p>5.6. PRINCÍPIO DA CONSERVAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS (CONVALIDAÇÃO)</p><p>Os atos que não decorrem do ato nulo devem ser preservados. Sua previsão está no Código de</p><p>Processo Civil, o qual se aplica analogicamente:</p><p>Art. 281, CPC. Anulado o ato, consideram-se de nenhum efeito todos os subsequentes que dele dependam,</p><p>todavia, a nulidade de uma parte do ato não prejudicará as outras que dela sejam independentes.</p><p>📌 OBSERVAÇÕES</p><p>■ Referente às nulidades relativas, a forma mais comum de convalidação é a preclusão temporal. Já o</p><p>reconhecimento de nulidades absolutas não se sujeitam à preclusão.</p><p>■ Embora diversos autores entenderem que a ratificação só é possível nos atos instrutórios e em casos</p><p>de incompetência relativa, tanto STF quanto STJ têm entendido que há a possibilidade de ratificação em atos</p><p>instrutórios e decisórios em casos de incompetência relativa e absoluta, exceto na hipótese de sentença de</p><p>mérito13.</p><p>Mecanismos de convalidação dos atos imperfeitos14:</p><p>- Preclusão</p><p>- Ratificação</p><p>- Suprimento</p><p>14REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Processual Penal Esquematizado.11. ed.São Paulo: SaraivaJur, 2022.</p><p>p.1338. ebook</p><p>13REIS, Alexandre Cebrian Araújo e GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito Processual Penal Esquematizado.11. ed.São Paulo: SaraivaJur, 2022.</p><p>p.1336. ebook</p><p>13</p><p>- Substituição</p><p>- Trânsito em julgado da sentença.</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Promotor de Justiça do Estado de Goiás (Banca Própria - 2019) foi assinalado como INCORRETA a</p><p>alternativa que disse: “Pelo princípio da ineficácia lógica dos atos processuais, a nulidade de um ato, uma vez</p><p>declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.“</p><p>5.7. PRINCÍPIO DO INTERESSE</p><p>Também chamado de Netio auditur propriam turpitudines allegans.</p><p>Nenhuma nulidade será declarada por inobservância de formalidade que só interesse à parte contrária.</p><p>(art. 565). Tem intrínseca relação com o princípio da boa-fé, proibição de comportamentos contraditórios (venire</p><p>contra factum proprium) e economia processual.</p><p>Em outras palavras Renato Marcão traz: “Não é dado à parte arguir vício a que haja dado causa, ou para</p><p>que tenha concorrido. Com tal proibição coíbem-se a má-fé e a criação de chicanas processuais; condena-se ao</p><p>descaso o mau uso das faculdades processuais; pune-se, enfim, a tentativa de estelionato intelectual.”15</p><p>5.8. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ (LEALDADE)</p><p>A parte que dolosamente deu causa à nulidade, não poderá invocar o vício. Também previsto no art</p><p>565, primeira parte:</p><p>Art. 565. NENHUMA das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha</p><p>concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.</p><p>6. ELENCO LEGAL DAS NULIDADES</p><p>Art. 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:</p><p>I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;</p><p>II - por ilegitimidade de parte;</p><p>III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:</p><p>a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o</p><p>auto de prisão em flagrante;</p><p>b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;</p><p>15 Marcão, Renato F. CURSO DE PROCESSO PENAL. Disponível em: Minha Biblioteca, (7th edição). Editora Saraiva, 2021.</p><p>14</p><p>c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21</p><p>anos;</p><p>d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada</p><p>pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;</p><p>e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à</p><p>acusação e à defesa;</p><p>f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos</p><p>perante o Tribunal do Júri;</p><p>g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o</p><p>julgamento à revelia;</p><p>h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;</p><p>i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri;</p><p>j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade;</p><p>k) os quesitos e as respectivas respostas;</p><p>l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento;</p><p>m) a sentença;</p><p>n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido;</p><p>o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba</p><p>recurso;</p><p>p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento;</p><p>IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.</p><p>V - em decorrência de decisão carente de fundamentação. (LEI 13964/19)</p><p>Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e</p><p>contradição entre estas.</p><p>O rol de nulidades do art. 564 do CPP é exemplificativo, não se exaurindo todas as possibilidades de</p><p>nulidades processuais no âmbito do processo criminal.</p><p>6.1. NULIDADE POR INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO</p><p>A doutrina e jurisprudência entendem que a nulidade por incompetência ratione loci possui natureza</p><p>relativa, gerando nesse caso nulidade relativa.</p><p>Já as incompetências ratione materiae (em razão da matéria) e ratione personae (em razão da pessoa),</p><p>possuem natureza absoluta, gerando nesse caso nulidade absoluta, havendo, portanto, presunção de prejuízo</p><p>para as partes.</p><p>15</p><p>Para melhor explicar o assunto, Norberto Avena16 afirma que o texto constitucional quanto a esse</p><p>diploma, incorporou normas de competência em razão da matéria e da pessoa, mas não contemplou qualquer</p><p>dispositivo tratando de competência territorial. Desta forma, pode-se dizer que se as duas primeiras</p><p>(competência em razão da matéria e da pessoa) merecem previsão constitucional, é porque as regras que</p><p>disciplinam são de ordem pública, acarretando a sua violação nulidade absoluta. No tocante a “competência</p><p>territorial, uma vez que foi abstraída completamente da Carta Republicana e considerando que se trata de</p><p>competência disponível (o art. 73 do CPP, por exemplo, preceitua que “nos casos de exclusiva ação privada, o</p><p>querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da</p><p>infração”), deduz-se que é regida por norma de ordem privada, cujo afrontamento produz nulidade meramente</p><p>relativa”.</p><p>INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO17</p><p>EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA</p><p>PESSOA</p><p>▸ Há ofensa a normas de ordem pública, assim compreendidas</p><p>aquelas previstas expressa ou implicitamente na CF/88;</p><p>▸ Produz Nulidade ABSOLUTA.</p><p>EM RAZÃO DO LUGAR</p><p>▸ Ofensa a normas de ordem privada, assim compreendidas aquelas</p><p>que não possuem qualquer embasamento constitucional, direito nem</p><p>indireto.</p><p>▸ Produz Nulidade RELATIVA.</p><p>6.1.1. ARGUIÇÃO</p><p>As incompetências ratione materiae e ratione personae poderão ser declaradas de ofício pelo juiz. Já a</p><p>incompetência ratione loci tem seu reconhecimento judicial, em tese, condicionado à existência de provocação</p><p>da parte interessada.</p><p>Há uma discussão doutrinária acerca da possibilidade da aplicação da súmula 33 do STJ no âmbito</p><p>penal concernente às decisões adotadas no 1.º grau, uma vez que quando se trata de julgamentos de recursos</p><p>da acusação pelos tribunais, há a restrição determinada pela súmula 160 do STF, no qual dispõe:</p><p>17 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>16 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>16</p><p>Súmula 160-STF. É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da</p><p>acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício.</p><p>Súmula 33-STJ. A incompetência</p><p>relativa não pode ser declarada de ofício. (superada em parte).</p><p>Visando simplificar o tema, Norberto Avena18 afirma “sem embargo disso, o STJ continua entendendo</p><p>no sentido da aplicabilidade da sobredita súmula (súm 33, STJ) em matéria criminal, deliberando que, em se</p><p>tratando de competência territorial, deve “ser arguida por meio de exceção de incompetência, e não por</p><p>declinação de foro de ofício, ainda que se trate de matéria penal, na linha do preceito insculpido na Súmula</p><p>33/STJ”.</p><p>Em resumo19:</p><p>PROCESSO EM 1.º</p><p>GRAU</p><p>▸ É possível o reconhecimento, pelo juiz das incompetências ratione materiae e</p><p>ratione personae, tanto de ofício como a requerimento das partes.</p><p>▸ A incompetência ratione loci exige provocação dos interessados.</p><p>PROCESSO EM 2.º</p><p>GRAU</p><p>▸ No julgamento de recurso da defesa em relação à sentença condenatória,</p><p>faculta-se ao tribunal, ex officio, reconhecer, em prol do réu, incompetências</p><p>ratione materiae e ratione personae. A incompetência ratione loci exige arguição</p><p>para ser decretada.</p><p>▸ No julgamento de recurso da acusação em relação à sentença absolutória, o</p><p>tribunal não pode reconhecer, ex officio, contra o réu, as incompetências ratione</p><p>materiae e ratione personae, salvo se for hipótese que autorize reexame</p><p>necessário (Súmula 160 do STF). A incompetência ratione loci exige arguição para</p><p>ser decretada.</p><p>6.1.2. CONSEQUÊNCIAS20</p><p>MOTIVO DE INCOMPETÊNCIA JÁ EXISTENTE</p><p>AO TEMPO DA PRÁTICA DOS ATOS</p><p>PROCESSUAIS, MUITO EMBORA AINDA NÃO</p><p>CONSTATADO OU ARGUIDO PELAS PARTES</p><p>▸ ATOS DECISÓRIOS: Devem ser anulados e renovados no</p><p>juízo competente.</p><p>▸ DEMAIS ATOS: Podem ser ratificados no juízo competente.</p><p>MOTIVO DE INCOMPETÊNCIA</p><p>SUPERVENIENTE À PRÁTICA DOS ATOS</p><p>▸ ATOS DECISÓRIOS E NÃO DECISÓRIOS: Podem ser</p><p>aproveitados no juízo que se tornou competente, sequer</p><p>20 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>19 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>18 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>17</p><p>PROCESSUAIS havendo necessidade de ratificação. O juízo competente,</p><p>enfim, recebe a ação penal no estágio processual em que se</p><p>encontrar.</p><p>Súmula 706. STF. É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção.</p><p>6.2. NULIDADE POR SUSPEIÇÃO DO JUIZ</p><p>As causas de suspeição estão elencadas no art. 254 do CPP:</p><p>Art. 254. O juiz dar-se-á por suspeito, e, se não o fizer, poderá ser recusado por qualquer das partes:</p><p>I - se for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer deles;</p><p>II - se ele, seu cônjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato análogo,</p><p>sobre cujo caráter criminoso haja controvérsia;</p><p>III - se ele, seu cônjuge, ou parente, consanguíneo, ou afim, até o 3° grau, inclusive, sustentar demanda</p><p>ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes;</p><p>IV - se tiver aconselhado qualquer das partes;</p><p>V - se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes;</p><p>VI - se for sócio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.</p><p>Nas palavras de Norberto Avena21, “a nulidade por suspeição do juiz deverá ser reconhecida ex officio</p><p>pelo magistrado sempre que constatar a ocorrência de quaisquer das situações mencionadas no art. 254, CPP.</p><p>Não o fazendo, poderá o magistrado ser recusado por qualquer das partes por meio da exceção de suspeição</p><p>(art. 95, inc. I, CPP). A exceção de suspeição deverá ser deduzida perante o próprio juiz considerado suspeito,</p><p>que poderá acolhê-la ou não”.</p><p>🚩 NÃO CONFUNDA: SUSPEIÇÃO ≠ IMPEDIMENTO22</p><p>SUSPEIÇÃO</p><p>(ART. 254, CPP)</p><p>▸ A exceção de suspeição deverá ser deduzida perante o próprio juiz considerado</p><p>suspeito, que poderá acolhê-la ou não.</p><p>▸ Hipótese de nulidade, absoluta ou relativa.</p><p>22 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>21 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>18</p><p>IMPEDIMENTO</p><p>(ART. 252, CPP)</p><p>▸ Priva o juiz de capacidade objetiva (jurisdição)</p><p>6.3. NULIDADE POR ILEGITIMIDADE DA PARTE23</p><p>ILEGITIMIDADE</p><p>AD CAUSAM</p><p>▸ A nulidade por ilegitimidade ad causam, possui natureza absoluta, referindo-se a</p><p>capacidade de figurar alguém no polo ativo ou no polo passivo da relação processual.</p><p>▸ A esta modalidade não se aplica o art. 568 do CPP, que se refere à ilegitimidade do</p><p>representante da parte, e não à ilegitimidade de parte.</p><p>ILEGITIMIDADE</p><p>AD PROCESSUM</p><p>▸ A ilegitimidade ad processum decorre da impossibilidade de estar alguém agindo em</p><p>juízo em nome próprio ou de outrem.</p><p>6.4. NULIDADE POR FALTA DE DENÚNCIA, QUEIXA-CRIME OU REPRESENTAÇÃO E,</p><p>NOS PROCESSOS DE CONTRAVENÇÕES PENAIS, DE PORTARIA OU DE AUTO DE</p><p>PRISÃO EM FLAGRANTE</p><p>Segundo Norberto Avena24, “são frequentes as hipóteses de ausência de representação do ofendido</p><p>nos crimes de ação penal pública condicionada, ocasionando a anulação de processos criminais. Isto ocorre</p><p>porque referida autorização configura-se em requisito indispensável de procedibilidade da ação penal,</p><p>obstando, inclusive, o recebimento da exordial acusatória. Destarte, sua falta não pode ser convalidada, mesmo</p><p>porque, nos crimes que a exigem, conflitando os interesses da vítima, não pretendendo a apuração dos fatos, e</p><p>do Estado, desejando essa apuração, deve prevalecer a defesa da intimidade daquela”.</p><p>6.5. NULIDADE PELA FALTA DO EXAME DE CORPO DE DELITO</p><p>O exame de corpo de delito é indispensável quando se trata de infrações que deixem vestígios (art.</p><p>158, CPP), não podendo este meio de prova ser suprido nem mesmo pela confissão do acusado.</p><p>Apesar da expressa previsão da indisponibilidade do exame de corpo de delito, o art. 167 do CPP</p><p>prevê a possibilidade de suprimento desse exame pela prova testemunhal, na hipótese de desaparecimento de</p><p>vestígios.</p><p>Quanto aos delitos que deixam vestígios mas ausente a prova pericial, Norberto Avena25 muito bem</p><p>nos aponta que:</p><p>25 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>24Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>23 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>19</p><p>“Mesmo em delitos graves, como o homicídio e outros que deixam vestígios, não há a menor dúvida de que se</p><p>viabiliza o oferecimento de denúncia e até mesmo a condenação do réu quando, apesar de ausente a prova</p><p>pericial, outro meio lícito de prova for capaz de supri-lo, à exceção, repita-se, da confissão. Isto ocorre</p><p>devido ao entendimento de que exame de corpo de delito não se confunde com exame técnico do</p><p>vestígio, traduzindo-se como o conjunto de elementos sensíveis que trazem certeza quanto à ocorrência do</p><p>fato criminoso. A propósito, reiteradas decisões do STF compreendem que “o exame de corpo de delito</p><p>indireto, fundado em prova testemunhal idônea e/ou em outros meios de prova consistentes (CPP, art. 167)</p><p>revela-se legítimo, desde que, por não mais subsistirem vestígios sensíveis do fato delituoso, não se viabilize a</p><p>realização do exame direto”.</p><p>Súmula 361-STF. No processo penal, é nulo o exame realizado por um só perito, considerando-se impedido o</p><p>que tiver funcionando anteriormente na diligência de apreensão.</p><p>▸ Válida, mas deve ser feita uma ressalva: o Enunciado 361/STF é aplicável apenas nos casos em que a perícia</p><p>for realizada por peritos não oficiais.</p><p>▸ Se a perícia for realizada por perito oficial: basta um único perito.</p><p>▸ Se a perícia for realizada por perito não oficial: serão necessários dois peritos não oficiais.</p><p>Assim, para que a perícia seja válida, é necessário que ela seja realizada: a) por um perito oficial; ou b) por dois</p><p>peritos não oficiais26.</p><p>6.6. NULIDADE PELA AUSÊNCIA DE DEFENSOR</p><p>O juiz é obrigado a designar advogado ao réu que não tenha condições de constituí-lo, bem como ao</p><p>revel citado pessoalmente.</p><p>Segundo</p><p>Avena, “estabeleceu o art. 396-A, § 2.º, do CPP que, depois de recebida a denúncia e citado o</p><p>réu, se “não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz</p><p>nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias”. Com isso, a nulidade</p><p>prevista no art. 564, III, c, do CPP tornou-se ainda mais abrangente, incidindo também na hipótese em que,</p><p>omitindo-se o defensor do réu na apresentação de resposta à acusação, deixar o juiz de proceder à nomeação</p><p>de outro para esse fim”27.</p><p>Quanto ao réu revel, citado por edital, que não comparecer ao interrogatório, tampouco constituir</p><p>advogado, caberá suspensão condicional do processo, nos termos do art. 366, CPP, sendo dispensada a</p><p>nomeação imediata de defensor, salvo se necessária a realização de provas no período da suspensão, devendo,</p><p>neste caso, ser nomeado defensor dativo ou chamado defensor público para acompanhar os atos processuais,</p><p>sob pena de nulidade absoluta.</p><p>27 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>26CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Súmula 361-STF. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/89d4402dc03d3b7318bbac10203034ab>. Acesso em: 22/06/2022</p><p>20</p><p>É obrigatória a assistência de advogado por ocasião do interrogatório presidido pela autoridade</p><p>policial no curso do inquérito?</p><p>Não. Tratando-se o inquérito de um procedimento inquisitorial, destinado a angariar informações</p><p>necessárias à elucidação de crimes, não há ampla defesa no seu curso28.</p><p>Ocorre a nulidade prevista no art. 564, III, c, do Código de Processo Penal na hipótese em que, apesar</p><p>de estar o acusado assistido por defensor, revela-se deficiente a sua defesa?</p><p>Nesse caso, apenas será decretada a nulidade se comprovado o efetivo prejuízo. Há incidência da</p><p>súmula 523 do STF29.</p><p>Súmula 523-STF. No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o</p><p>anulará se houver prova de prejuízo para o réu.</p><p>A ausência de resposta à acusação, quando devidamente notificado o advogado a apresentá-la,</p><p>implica em nulidade processual?</p><p>Disciplina o art. 396-A, § 2.º, do CPP. que, se não for apresentada a resposta no prazo legal, o juiz</p><p>nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por dez dias. A partir destes termos</p><p>infere-se que, em tese, caracterizará nulidade a omissão do magistrado em proceder à nomeação de outro</p><p>defensor para apresentar a resposta nos termos dispostos no mencionado dispositivo. Independentemente</p><p>dessa regra, deve-se lembrar que, mesmo nos casos de nulidade absoluta, a demonstração do prejuízo é</p><p>condição inafastável para o reconhecimento do vício. Logo, se apesar de inobservada pelo juiz a norma do art.</p><p>396-A, § 2.º, do CPP, daí não resultar prejuízo concreto ao réu, a nulidade não deverá ser reconhecida. Idêntico</p><p>raciocínio tem cabimento na hipótese em que a resposta à acusação deixar de ser acostada aos autos em face</p><p>de sua intempestividade30.</p><p>Qual é a consequência processual do réu ter sido defendido no processo por um advogado que esteja</p><p>suspenso ou licenciado da OAB?</p><p>▸ Lei: o art. 4º, parágrafo único, da Lei 8.906/94 afirma que são NULOS os atos praticados por esse advogado.</p><p>▸ Posição do STJ: a defesa técnica realizada por advogado, ainda que suspenso pela OAB, é irregularidade</p><p>processual que demanda a demonstração do efetivo prejuízo a ensejar a declaração de nulidade.</p><p>STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1295765/PR, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 01/10/201531.</p><p>31 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Réu assistido por advogado suspenso/licenciado. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/8db9264228dc48fbf47535e888c02ae0>. Acesso em: 22/06/2022</p><p>30 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>29 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>28 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>21</p><p>6.7. NULIDADE PELA FALTA DE NOTIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA</p><p>INTERVIR32</p><p>NULIDADE PELA FALTA DE</p><p>NOTIFICAÇÃO DO MINISTÉRIO</p><p>PÚBLICO PARA INTERVIR</p><p>▸ A ausência de notificação do promotor de justiça para intervir em todos</p><p>os termos da ação penal pública é causa de nulidade absoluta.</p><p>Isto ocorre porque nessa natureza de ação o Ministério Público é o titular</p><p>da demanda criminal, importando a falta de sua intervenção, quando não</p><p>instado para tanto, na quebra da isonomia entre as partes e no</p><p>consequente cerceamento da acusação.</p><p>E se o Ministério Público, regularmente notificado, deixar</p><p>injustificadamente de intervir?</p><p>Nessa hipótese, a omissão poderá, quando muito, dar causa à nulidade</p><p>relativa, sujeita à demonstração de prejuízo concreto para que seja</p><p>decretada.</p><p>FALTA DE INTERVENÇÃO DO</p><p>MINISTÉRIO PÚBLICO NOS</p><p>TERMOS DA AÇÃO PENAL</p><p>INTENTADA PELA PARTE</p><p>OFENDIDA, QUANDO SE</p><p>TRATAR DE CRIME DE AÇÃO</p><p>PÚBLICA</p><p>▸ Refere-se à ausência de intervenção do Ministério Público na ação penal</p><p>privada subsidiária da pública.</p><p>▸ Desimporta se foi ou não o promotor notificado para intervir,</p><p>ocorrendo, em qualquer das hipóteses, “nulidade relativa”, sujeita à</p><p>arguição em tempo oportuno e à efetiva comprovação de prejuízo para</p><p>que seja reconhecida.</p><p>6.8. NULIDADE PELA FALTA DE CITAÇÃO DO RÉU PARA SE VER PROCESSAR, FALTA DO</p><p>INTERROGATÓRIO DO RÉU PRESENTE E NÃO ABERTURA DOS PRAZOS LEGAIS33</p><p>FALTA DA CITAÇÃO DO RÉU</p><p>PARA VER-SE PROCESSAR</p><p>▸ A ausência da citação do réu importa em nulidade absoluta.</p><p>▸ Se o acusado, apesar de não ter sido citado, comparecer ao ato do</p><p>interrogatório, fica sanado o vício decorrente da falta de citação.</p><p>E quando se tratar de ato citatório efetivado de forma inválida? A citação</p><p>inválida produz a mesma nulidade que decorre da falta de citação: nulidade</p><p>33 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>32 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>22</p><p>absoluta. Contudo, se, apesar da citação viciada, o réu dela tomar</p><p>conhecimento, constituindo advogado e apresentando a resposta a que</p><p>aludem os arts. 396 e 396-A do CPP, não será declarada a nulidade, pois não</p><p>ocorrente prejuízo.</p><p>FALTA DO INTERROGATÓRIO</p><p>DO RÉU, QUANDO PRESENTE</p><p>▸ Tem aplicação tanto na hipótese de ausência de designação de</p><p>interrogatório como também na situação em que o réu, não tendo</p><p>comparecido à audiência apesar de citado pessoalmente, se faça presente</p><p>em momento posterior, quer em razão de sua prisão, quer pelo</p><p>comparecimento espontâneo a juízo manifestando o desejo de ser</p><p>interrogado ou assistindo a outros atos processuais.</p><p>E se, a despeito dessa presença posterior do réu, deixar o juiz de aprazar</p><p>novo interrogatório? Duas posições:</p><p>▸ 1ª POSIÇÃO: Se foi notificado pessoalmente e não se fez presente à</p><p>audiência, o seu comparecimento posterior impõe ao juiz o dever de aprazar</p><p>nova data para o interrogatório, sob pena de nulidade, embora possua esta</p><p>caráter meramente relativo. A propósito: “Ainda que tenha sido declarado</p><p>revel, tendo comparecido em juízo, é direito do réu ser interrogado”</p><p>▸ 2ª POSIÇÃO: Se devidamente notificado, deixou o réu, injustificadamente,</p><p>de comparecer ao interrogatório, não é necessário aprazar nova data para</p><p>esse fim, ainda que, fazendo-se presente em juízo, requeira essa providência</p><p>ao magistrado. Aderimos a esta última orientação.</p><p>FALTA DOS PRAZOS</p><p>CONCEDIDOS À ACUSAÇÃO E</p><p>À DEFESA</p><p>▸ Não abertura ou redução, pelo juiz, dos prazos legais concedidos à</p><p>acusação ou defesa. A nulidade poderá ser absoluta ou relativa, dependendo</p><p>do caso concreto.</p><p>E se, apesar de realizada a notificação da parte para a prática de ato</p><p>procedimental, esta omitir-se? A ocorrência ou não de nulidade neste caso,</p><p>bem como a respectiva natureza,</p><p>também depende da hipótese concreta in</p><p>examen.</p><p>A ausência de defensor, devidamente intimado, à sessão de julgamento não implica, por si só, nulidade</p><p>processual. Caso concreto: em ação penal originária que tramitava no TJ, o defensor foi intimado da sessão de</p><p>23</p><p>julgamento, mas deixou de comparecer e de fazer a sustentação oral; não há nulidade. Intimada a defesa para</p><p>a sessão de julgamento da ação penal originária, a ausência da sustentação oral prevista no art. 12 da Lei nº</p><p>8.038/90 não invalida a condenação. STF. 1ª Turma. HC 165534/RJ, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac.</p><p>Min. Roberto Barroso, julgado em 3/9/2019 (Info 950)34.</p><p>Não há nulidade se o réu possui mais de um advogado constituído nos autos e a intimação para a</p><p>sessão de julgamento ocorre em nome de apenas um dos causídicos que, no entanto, já havia falecido,</p><p>mas cuja morte não tinha sido comunicada ao Tribunal. Vale ressaltar que, neste caso, não havia pedido</p><p>da defesa para que todos os advogados fossem intimados ou para que constasse o nome de um causídico em</p><p>específico nas publicações. STF. 1ª Turma. HC 138097/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto</p><p>Barroso, julgado em 23/10/2018 (Info 921)35.</p><p>Não há que se falar em nulidade do julgamento da apelação interposta pelo Ministério Público se a</p><p>defesa, regularmente intimada para a apresentação de contrarrazões, permanece inerte. Em outras</p><p>palavras, a ausência de contrarrazões à apelação do Ministério Público não é causa de nulidade por</p><p>cerceamento de defesa se o defensor constituído pelo réu foi devidamente intimado para apresentá-las, mas</p><p>não o fez. STF. 1ª Turma. RHC 133121/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/o acórdão Min. Edson Fachin</p><p>julgado em 30/8/2016 (Info 837)36.</p><p>6.9. NULIDADES NO PROCEDIMENTO DO JÚRI37</p><p>NULIDADE POR FALTA OU</p><p>INVALIDADE DA DECISÃO DE</p><p>PRONÚNCIA</p><p>▸ A pronúncia é condição para submissão do acusado a júri popular.</p><p>Trata-se do reconhecimento de que é admissível a imputação de ter o réu</p><p>praticado um crime doloso contra a vida, marcando o encerramento da</p><p>primeira etapa (judicium acusationes) e inaugurando a segunda fase do rito</p><p>do júri (judicium causae).</p><p>▸ A falta de fundamentação ou seu aprofundamento demasiado na</p><p>prova (excesso de linguagem) acarretam nulidade absoluta da decisão. Isto</p><p>significa que, embora deva ser fundamentada, essa motivação não pode</p><p>aprofundar o exame da prova a ponto de poder interferir na convicção dos</p><p>jurados por ocasião do plenário de julgamento.</p><p>37 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>36 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Inexistência de nulidade se o advogado constituído, mesmo regularmente intimado, não apresenta contrarrazões.</p><p>Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/c1b70d965ca504aa751ddb62ad69c63f>. Acesso em: 22/06/2022</p><p>35 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Havendo mais de um advogado constituído, não há nulidade na intimação de apenas um deles que, no entanto, já</p><p>estava morto, mas cujo falecimento não foi comunicado ao juízo. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/0d770c496aa3da6d2c3f2bd19e7b9d6b>. Acesso em: 22/06/2022</p><p>34 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. A ausência de defensor, devidamente intimado, à sessão de julgamento não implica, por si só, nulidade</p><p>processual. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9d741ec37c2318c1bcff253bbe7ab92b>. Acesso em: 22/06/2022</p><p>24</p><p>NULIDADE PELA NÃO</p><p>APRESENTAÇÃO DO LIBELO</p><p>OU NÃO ENTREGA DA</p><p>RESPECTIVA CÓPIA AO RÉU</p><p>▸ Previamente à entrada em vigor da Lei 11.689/2008, que alterou o</p><p>procedimento de apuração dos crimes dolosos contra a vida (arts. 406 a</p><p>497 do CPP), o libelo traduzia-se como peça processual obrigatória. Era por</p><p>meio dele que o Ministério Público antecipava à defesa os quesitos</p><p>pertinentes à tese acusatória, os quais, posteriormente, seriam submetidos</p><p>à votação pelos jurados. Exatamente em razão desse objetivo do libelo,</p><p>estabelecia o Código de Processo Penal, também, a obrigatoriedade de</p><p>entrega de sua cópia ao réu, não bastando a intimação do defensor para a</p><p>apresentação do chamado contralibelo. Alterado, porém, o procedimento</p><p>do júri, foi extinto o libelo como fonte dos quesitos da acusação,</p><p>restando, com isso, prejudicada a causa de nulidade em análise.</p><p>NULIDADE EM DECORRÊNCIA</p><p>DA NÃO INTIMAÇÃO DO RÉU</p><p>PARA A SESSÃO DE</p><p>JULGAMENTO PELO</p><p>TRIBUNAL DO JÚRI QUANDO</p><p>A LEI NÃO PERMITIR O</p><p>JULGAMENTO À REVELIA</p><p>▸ Prejudicada, igualmente, esta hipótese legal. Isso porque, no regramento</p><p>incorporado pela Lei 11.689/2008, desapareceu a vedação antes existente</p><p>no sentido de que o julgamento do réu pela prática de crime doloso contra</p><p>a vida, se inafiançável, não podia ser realizado à sua revelia. Pelo contrário.</p><p>Com nova redação, passou a dispor o art. 457, caput, do CPP que o</p><p>julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto,</p><p>não fazendo o dispositivo nenhuma distinção acerca da natureza afiançável</p><p>ou inafiançável do crime imputado. Tratando-se de acusado preso, este,</p><p>obviamente, apenas não comparecerá à sessão se não for conduzido pelos</p><p>órgãos competentes ao local de sua realização. Nesse caso, dispõe o art.</p><p>457, § 2.º, do CPP que o julgamento deverá ser adiado para o primeiro dia</p><p>desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de</p><p>comparecimento subscrito por ele e seu defensor.</p><p>NULIDADE PELA FALTA DE</p><p>INTIMAÇÃO DAS</p><p>TESTEMUNHAS ARROLADAS</p><p>NO LIBELO E NA</p><p>CONTRARIEDADE, NOS</p><p>TERMOS ESTABELECIDOS</p><p>PELA LEI</p><p>▸ As testemunhas de plenário, até o máximo de 5, deverão ser arroladas</p><p>pelas partes quando intimadas para esse fim, o que ocorrerá após o</p><p>trânsito em julgado da pronúncia, conforme estabelecem os arts. 421,</p><p>caput, e 422 do CPP. Neste momento, extrai-se do art. 461 do CPP que</p><p>acusação e defesa poderão proceder de duas formas:</p><p>▸ Indicação de testemunhas com cláusula de imprescindibilidade:</p><p>Trata-se da hipótese em que a parte interessada, ao arrolar uma ou mais</p><p>testemunhas, declara não prescindir dos respectivos depoimentos. Nesse</p><p>caso, deverá requerer a intimação das testemunhas consideradas</p><p>imprescindíveis por mandado, a ser cumprido por oficial de justiça nos</p><p>endereços que indicar. Se, devidamente intimadas, essas testemunhas não</p><p>25</p><p>comparecerem, caberá ao juiz-presidente adotar uma das seguintes</p><p>providências (art. 461, caput, 2.ª parte, e § 1.º, do CPP):</p><p>■ Suspender os trabalhos e mandar conduzir imediatamente as</p><p>testemunhas faltosas;</p><p>■ Adiar o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando,</p><p>igualmente, a condução coercitiva das testemunhas que,</p><p>injustificadamente, não se fizeram presentes.</p><p>▸ Indicação de testemunhas sem cláusula de imprescindibilidade: Nesta</p><p>situação, se requerida a intimação das testemunhas pelo interessado e se,</p><p>apesar de adotadas pelo juízo as providências necessárias a essa</p><p>intimação, deixarem elas de comparecer à sessão, o julgamento não será</p><p>adiado (art. 461, caput, 1.ª parte, do CPP), ficando sob a discricionariedade</p><p>do juiz-presidente ordenar ou não a condução coercitiva.</p><p>E se a testemunha, apesar de não intimada, comparecer</p><p>espontaneamente à sessão de julgamento? Ausente prejuízo, não será</p><p>declarada a nulidade decorrente da falta de intimação.</p><p>E se a testemunha, arrolada em caráter imprescindível, não for localizada</p><p>pelo oficial de justiça no endereço informado pela parte? Caberá ao juiz</p><p>determinar a intimação de quem a arrolou para que decline o paradeiro da</p><p>testemunha em prazo hábil. Omitindo-se a parte, ou então fornecendo,</p><p>novamente, endereço no qual resulte inexitosa a tentativa de intimação, o</p><p>julgamento poderá ser realizado normalmente na data aprazada (art. 461,</p><p>§ 2.º, do CPP).</p><p>NULIDADE PELA AUSÊNCIA</p><p>DO QUORUM MÍNIMO DE 15</p><p>JURADOS PARA A</p><p>CONSTITUIÇÃO DO</p><p>CONSELHO DE SENTENÇA</p><p>▸ A presença do mínimo de 15</p><p>admitindo em um Estado Democrático de</p><p>Direito que primeiro sejam violadas as garantias constitucionais para só então, em um segundo momento, e</p><p>eventualmente, se justificar a medida anterior, sob pena de se legitimar verdadeira fishing expedition. STJ. 5ª</p><p>Turma. AgRg no RMS 62.562-MT, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min.</p><p>46 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>45 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.</p><p>44 LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2020. p. 1725</p><p>43 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Nulidade em ação penal por falta de citação do réu ainda que tenha havido participação de advogado que atuou</p><p>no inquérito. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:</p><p><https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9af76329c78e28c977ab1bcd1c3fe9b8>. Acesso em: 22/06/2022</p><p>29</p><p>Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 07/12/2021.</p><p>A jurisprudência do STF confere interpretação estrita e rígida às normas que possibilitam a realização de busca</p><p>e apreensão, em especial quando direcionadas a advogados no exercício de sua profissão. Na situação em</p><p>apreço, não foram observados os requisitos legais nem as prerrogativas da advocacia, com ampla deflagração</p><p>de medidas que objetivaram “pescar” provas contra os advogados denunciados e possíveis novos investigados.</p><p>Ressalta-se que, ao deferir a busca e apreensão, a autoridade reclamada não demonstrou a</p><p>imprescindibilidade em concreto da medida para o processamento dos fatos. STF. Rcl 43479/RJ, relator Min.</p><p>Gilmar Mendes, julgado 10.8.2021 (info 1025).</p><p>🚨JÁ CAIU</p><p>Na prova para Promotor de Justiça do Estado da Bahia (CEFETBAHIA - 2018) foram apresentadas assertivas para</p><p>que fossem classificadas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F), restam assim assinaladas:</p><p>(F ) A falta ou a nulidade da citação são insanáveis.</p><p>(V ) Segundo o princípio do interesse, nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa ou</p><p>para a qual tenha concorrido.</p><p>( F) A legislação pátria prevê as hipóteses de foro por prerrogativa de função tanto nas ações penais quanto nas</p><p>ações civis públicas por ato de improbidade administrativa, e a inobservância das regras implica nulidade</p><p>absoluta.</p><p>(F ) Tanto a falta da defesa quanto a sua deficiência constituem nulidade absoluta, pois em ambos os casos há</p><p>presunção de prejuízo para o réu.</p><p>( V) Segundo o princípio da causalidade, nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo</p><p>para a acusação ou para a defesa.</p><p>30</p>admitindo em um Estado Democrático de
Direito que primeiro sejam violadas as garantias constitucionais para só então, em um segundo momento, e
eventualmente, se justificar a medida anterior, sob pena de se legitimar verdadeira fishing expedition. STJ. 5ª
Turma. AgRg no RMS 62.562-MT, Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min.
46 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.
45 Avena, Norberto. Processo Penal. Disponível em: Minha Biblioteca, (14th edição). Grupo GEN, 2022.
44 LIMA, Renato Brasileiro. Manual de Processo Penal. 8. ed. Salvador: Juspodivm, 2020. p. 1725
43 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Nulidade em ação penal por falta de citação do réu ainda que tenha havido participação de advogado que atuou
no inquérito. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em:
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/9af76329c78e28c977ab1bcd1c3fe9b8>. Acesso em: 22/06/2022
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Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 07/12/2021.
A jurisprudência do STF confere interpretação estrita e rígida às normas que possibilitam a realização de busca
e apreensão, em especial quando direcionadas a advogados no exercício de sua profissão. Na situação em
apreço, não foram observados os requisitos legais nem as prerrogativas da advocacia, com ampla deflagração
de medidas que objetivaram “pescar” provas contra os advogados denunciados e possíveis novos investigados.
Ressalta-se que, ao deferir a busca e apreensão, a autoridade reclamada não demonstrou a
imprescindibilidade em concreto da medida para o processamento dos fatos. STF. Rcl 43479/RJ, relator Min.
Gilmar Mendes, julgado 10.8.2021 (info 1025).
🚨JÁ CAIU
Na prova para Promotor de Justiça do Estado da Bahia (CEFETBAHIA - 2018) foram apresentadas assertivas para
que fossem classificadas como Verdadeiras (V) ou Falsas (F), restam assim assinaladas:
(F ) A falta ou a nulidade da citação são insanáveis.
(V ) Segundo o princípio do interesse, nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa ou
para a qual tenha concorrido.
( F) A legislação pátria prevê as hipóteses de foro por prerrogativa de função tanto nas ações penais quanto nas
ações civis públicas por ato de improbidade administrativa, e a inobservância das regras implica nulidade
absoluta.
(F ) Tanto a falta da defesa quanto a sua deficiência constituem nulidade absoluta, pois em ambos os casos há
presunção de prejuízo para o réu.
( V) Segundo o princípio da causalidade, nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo
para a acusação ou para a defesa.
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