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SEGUNDO BIMESTRE
DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL
Art. 563 a 573 
· Devido processo legal x nulidade
· Para que o processo seja valido ele precisa obedecer ao devido processo penal 
· Todo o ato processual deve ser praticado em consonância com a ordem jurídica vigente (CF, Convenções internacionais sobre direitos humanos e leis processuais)
· Tipicidade processual: exercicio de subsunção -se o ato estiver de acordo com a lei processual ele terá viabilidade processual para punir alguém.
Objetivos 
· Exercicio da obrigação de punir o estado + garantia dos direitos fundamentais do acusado; 
Ex; art. 400 CPP = nos indica uma sequencia de oitivas, mais especificamente, a ordem de que as pessoas serão ouvidas em um interrogatório, se eu desrespeitar essa sequência a audiência será nula e o individuo recebera uma punição justa! Nulidade absoluta pela obstrução do principio da ampla defesa.
· O art. 57 da lei de drogas determina que o réu deve ser ouvido primeiro, mas isso não é mais aplicado, pois o CPC sofre uma reforma em 2008 
Nulidade
· Nulidade é um vício, ou seja, inobservância dos preceitos legais produzidos pelas partes processuais. (capez)
Natureza jurídica: corresponde a um defeito 
· Caráter cogente, ou seja, obrigatório! Aqui não existe discricionariedade (margem para eu agir como eu quero)
· A nulidade é uma sanção: a declaração de nulidade foi a maneira que o legislador obrigar as partes processuais a seguirem as normas processuais.
· Natureza jurídica; sanção que retira a eficácia processual
· Desmoralização da justiça: a eventual nulidade gerara (i) elevado custo econômico ao Estado, (ii) demora da prestação jurisdicional e (iii) sentimento objetivo de impunidade 
· PRESCRIÇÃO: diz que o estado não pode punir
Quais são os vícios que podem atingir os atos processuais?
No passado existiam apenas duas modalidades, as normas de caráter absoluto – atingia os interesses públicos, e os nulidade relativa – interesse privados (Norberto avena)
1) Atos inexistentes 
2) Nulidades absolutas
3) Nulidades relativas 
4) Anulabilidades; e
5) Irregularidade
Atos inexistentes:
São atos desconsiderados como processuais. 
Trata-se daquele ato que em razão de sua gravidade nunca existiu no processo, ou mais precisamente, aquele ato que deixou de respeitar as normas mais relevantes.
· Resultado: Atos inexistentes via de regra, não precisam de um a declaração/apreciação do poder judiciário para serem descartados/desrespeitado, basta apenas sua constatação!
· EX: uma sentença proferida por um não juiz, então consequentemente não existiu e não possui viabilidade; recurso interposto por um advogado sem procuração nos autos; sentença desprovida de dispositivo (decisão)
Nulidade absoluta;
· são vícios processuais que atingem normas de interesse público, geralmente previstos na Constituição Federal (art. 5º).
· Resultado: o ato processual viciado subsistente surte efeitos até que seja declarada sua nulidade por decisão processual;
· Presunção do prejuízo; via de regra, nesses casos, o prejuízo processual da parte é presumido, basta ser alegado, sendo assim, não é preciso a comprovação dos danos pela parte.
· Modo: * nulidade absoluta poderá ser reconhecida por manifestação das partes ou de oficio pelo juiz – se o juiz percebe, por exemplo que o contraditório e ampla defesa não foi respeitado, a nulidade é reconhecida, e o processo começa de novo. esta característica é a diferença crucial da nulidade absoluta para a nulidade relativa!
· Existe um rol exemplificativo de nulidades absolutas: art. 572 do CPP: todas as nulidades previstas no art. 564 do CPP (todas previstas nesse art. São absolutas, exceto as previstas no 572) 
· Artigo 572 do CPP: todas as nulidades previstas no artigo 564 do CPP serão absolutas, exceto:
· III, “d”: por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
· III, “e”, “segunda parte”: (...) e os prazos concedidos à acusação (...);
· III, “g”: a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia;
· III, “h”: a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
· IV: por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
· Violações em geral contra norma constitucional ou de convenções internacionais de direitos humanos, mesmo não previstas no artigo 564; e
Violações em geral contra norma de interesse público.
Observações:
· Tempo de arguição: via de regra, qualquer nulidade poderá ser arguida em qualquer momento, não se convalidando com a ação do tempo. – pode ser que aconteceu antes e pode ser alegada futuramente.
· Revisão criminal: contra sentença penal condenatória, tomada por vício absoluto, caberá ação de revisão criminal, nos termos do art. 621 do CPP – ou seja, não prescreve!
Exceção: existe uma hipótese em que a nulidade absoluta preclui, ou seja, não posso aplicar mais – na sentença penal absolutória, tomada por vicio absoluto, não caberá revisão criminal, convalidando a nulidade (exceção: absolutória impropria)
Observação 2:
563 do CPP: nenhum ato será declarado nulo se a nulidade não resultar prejuízo para acusação ou para a defesa. (essa regra é a materialização do principio da instrumentalidade das formas). Na nulidade absoluta o resultado é presumido – mas não é bem assim: ônus da prova – se eu aleguei eu tenho que provar)
· Pas nulite san grief (instrumentalidade das formas) - embora o prejuízo sendo presumido, se a parte contraria provar (art. 156 do CPP -ônus da prova) que a parte interessada na nulidade não experimentou o prejuízo processual, não haverá declaração de nulidade 
Basicamente esse principio considera que essa distinção entra nulidades absolutas e relativas é inviável, pois em ambos os casos o prejuízo não é presumido e deve ser provado. é a forma que o estado encontrou para combater sua desmoralização.
· O reconhecimento da nulidade é feito pelo próprio poder judiciário – eu como juiz esqueço a distinção sobre nulidades e determino sua prova.
· No entanto, o entendimento ainda não é pacifico, mas pode-se notar uma movimentação para a desconsideração da presunção
· A distinção entre nulidade absoluta e relativa pouco importa, para ela ser reconhecida necessita da prova – regra: se eu aleguei o prejuízo, ele precisa ser demonstrada efetivamente na pratica. Ex: interceptação telefônica.
Exemplo: denúncia recebida contra promotor de órgão especial do tribunal, formado por 10 membros, onde um deles suspeito, mas todos votaram pelo recebimento 
Obs: na pratica, se não houver prejuízo ao processo, a nulidade não é aplicada!!!
Ex; cidadão se dá conta que não foi citado e levado a julgamento, sendo absolvido no final. Aqui existe interesse de nulidade? Não, mesmo que não seja citado.
Súmula 523 STF: no processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas sua deficiência só o anulará se houver prejuízo para o réu
20/11/2022
 ATENÇÃO: a sumula faz uma distinção entre nulidade absoluta e relativa. (se houve prejuízo de fato, será anulado, do contrario não há nulidade)
Nulidade relativa
· São vicios processuais que atingem normas infraconstitucionais que tutelam interesses particulares
· A nulidade relativa não abre margem para a presunção de prejuízo, necessitando da comprovação pela parte interessada todas as provas necessárias para haver o reconhecimento da nulidade relativa 
· Arguição: deve ser realizada em tempo oportuno, sob pena de preclusão (CPP – art. 571)
Ex: competência territorial -> deve ser arguida em resposta a acusação e não em outra fase do processo, pois ela deve ser alega na primeira chance – art. 396 - A
HIPOTESES DE NULIDADES RELATIVAS:
· não existe um rol exemplificativo como na absoluta 
· O art. 572 as seguintes hipóteses no art. 564:
· III – D,E,G,H; IV
A formula genérica utilizada pela doutrina: violação de normas processuais que visamtutelar interesses particulares 
Nulidade relativa = 155
· Regra processual – art. 222 do CPP: (devo demonstrar o prejuízo, se não o precesso segue). A testemunha que morar fora da jurisdição do juiz será inquirida pelo juiz do lugar de sua residência, expedindo-se, para esse fim, carta precatória, com prazo razoável, intimadas as partes.
· Regra relativa – sum. 155 do STF: É relativa a nulidade do processo criminal por falta de intimação da expedição de precatória para inquirição de testemunha
· Art. 571: alterações
Inciso I: as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere o art. 406;”
Hoje, este prazo vem fixado no artigo 411, §§ 4º., 5º., e 6º.
· Resultado: as nulidades ocorridas após a apresentação da resposta à acusação devem ser arguidas em sede de alegações finais, sob pena de preclusão temporal.
· Inciso II: “as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500;
· Artigo 396-A do CPP: Introduziu a Resposta à Acusação.
· Resultado: antes da regra do artigo 396-A, a nulidade relativa ocorrida entre o oferecimento da inicial e a citação do acusado era arguida em Alegações Finais, após a inclusão da regra, deve ser arguida em Resposta à Acusação.
Desta forma, quando a nulidade surgir entre o oferecimento da denúncia e a citação, deverá ser arguida em sede de Resposta à Acusação, sob pena de preclusão temporal.
REGRA GERAL: a nulidade relativa deve ser arguida no primeiro instante em que a parte “falar” nos autos, sob pena de preclusão temporal!!!!
· Nas alegações eu não posso pedir
ANULABILIDADE:
São vícios relativos às normas de interesse particular, de caráter dispositivo (não cogente, próprio da nulidade relativa)
· No inicio não se diferencia da nulidades relativa pois ambas atingem direitos de interesses privados.
· Na nulidade relativa ela possui caráter cogente – obrigação, mas quando eu tiver com uma norma tem possui caráter dispositivo, ou seja, não é obrigatório (no CC busca-se a verdade real). No entanto o processo penal é o único que possibilita o estado de tirar a liberdade do cidadão, ou seja, que tutela bens jurídicos de maior importância.
Exemplo: depoimento do cônjuge não existe a obrigação de dizer a verdade, nos termos do 206 do CPP – mas no CPP é crime mentir. 
Meras irregularidades:
 são erros que afetam elementos acidentais do ato processuais, o ato existe, é valido e eficaz, e não há a declaração de sua nulidade
· Erros materiais; são irregularidades relacionadas a aspectos materiais do ato processual, sem gerar nulidade como sanção
· EX: Denuncia ou queixa sem rol de testemunhas, deferimento do compromisso para testemunhas impedidas, falta do recibo de entrega do preso ao condutor em flagrante – ESTUDAR 
PRINCÍPIOS:
Renato brasileiro 
Os princípios tem a tendencia de proteger o ato processual da nulidade 
· Principio da tipicidade das formas:
Percepção: todo ato processual, em regra, tem sua forma prevista na lei, assim, o respeito a essas regras formais é condição de validade do ato.
Justificativa: em regra, as normas processuais, sejam constitucionais ou infraconstitucionais, objetivam assegurar os direitos e garantias fundamentais do cidadão.
· Princípio do prejuízo: o ato processual viciado somente será sancionado com a nulidade se em razão daquele vicio houve prejuízo a parte processual:
· Art. 563 e 566 do CPP; 65 da lei 9.099/95
· Regra do artigo 563 do CPP: Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa.
· Regra do artigo 566 do CPP: Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
· Regra do artigo 65 da lei 9.099/95: Os atos processuais serão válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais foram realizados, atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
· Principio da instrumentalidade das formas – o ato processual não é um fim em si mesmo, ele visa garantir a justiça. De tal modo, se o ato viciado atinge sua finalidade (garantindo todas as garantias: acesso justiça, ampla defesa), este ato não será nulificado.
Percepção: as nulidades são classificadas de acordo com o grau de gravidade de cada vício, assim, não se declara a nulidade de um ato viciado se a finalidade foi atingida e as partes processuais não sofreram prejuízo. 
Um fim em si mesmo: parte da regra de que as normas processuais não são um fim em si mesmo, mas são dispostas para garantir ao cidadão um julgamento justo, logo, se o vício não causou prejuízo, não há razão para a decretação da invalidade do ato processual.
· Exemplo do artigo 570 do CPP: “A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. (...)”
· Princípio da eficácia dos atos processuais 
Percepção: via de regra, todos os atos processuais são válidos (existem no mundo jurídico). Assim, para a nulidade surtir efeitos, será preciso haver decisão judicial declarando a nulidade do ato processual.
A nulidade surte efeitos a partir da decisão judicial, devendo esta constar;
· Requisitos para a nulidade: o ato processual só será nulo se (i) houver sua atipicidade, (ii) se não atingir seu fim e (iii) causar prejuízo para uma das partes.
· Exemplo: imagine que o agente foi julgado e condenado sem a presença de um advogado (ausência de defesa técnica). Enquanto não houver a declaração de nulidade desta sentença, a mesma produzirá efeitos, inclusive podendo o condenado ser levado a prisão. (o processo continua sendo valido e surtindo efeitos)
· Princípio da restrição à decretação da ineficácia
Percepção: por mais viciado que o ato processual possa ser, a nulidade deverá ser arguida através de peça processual adequada (resposta a acusação) e no tempo adequado, sob pena de preclusão temporal.
Revisão criminal: não possui prazo, então quando se aplica esse princípio, o tempo será enquanto não houver o transito em julgado, pois não existe julgamento pro socetatis
· Nulidade Absoluta: no que pese a nulidade absoluta poder ser arguida a qualquer tempo, inclusive através de revisão criminal, existe hipótese em que isso não ocorre: contra sentença penal absolutória!
· Nulidade Relativa: em todos os casos de nulidade relativa, há um “tempo processual” adequado para sua arguição, sob pena de preclusão temporal.
· Princípio da causalidade
Também chamado de efeito cascata - Semelhante ao princípio das arvores envenenadas 
Percepção: a invalidade de um ato processual causará necessariamente a nulidade de todos os atos processuais que foram imediatamente consequentes.
· Artigo 573, §1º., do CPP: A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam consequência.
· Exemplo: o STJ já reconheceu que reconhecida a nulidade da citação editalícia, todos os atos processuais posteriores, por macularem o direito de defesa do denunciado, deverão ser considerados nulos (STJ, 5ª Turma, HC 28.830/SP, Rel. Min. Felix Fischer, j. 02/12/2003) art. 5º inciso 56, 
· Princípio da conservação dos atos processuais 
Percepção: seu ideal apresenta-se como reverso do princípio da causalidade, ou seja, se parte do ato processual for declarada nula, a outra parte, que não mantém relação direta com a nulidade, continuará válida.
· Fundamento: artigo 281 do CPC (Aplicação da regra do artigo 3º., do CPP).
· Exemplo: Tribunal de Justiça reconhece a nulidade de parte da sentença penal condenatória por falta de fundamentação (reconhecimento de agravantes). Esse reconhecimento não retira a eficácia da decisão quanto aos demais pontos que foram devidamente fundamentados.
Deriva do princípio da instrumentalidade das partes – poder judiciário busca se afastar da desmoralização
· Princípio do interesse 
Percepção: a parte processual não poderá arguir nulidade relativa queinteresse exclusivamente a parte contrária.
· Previsão: artigo 565, in fine, do CPP.
· Exclusividade: esse princípio é exclusivo da nulidade relativa. (absoluta o juiz pode declarar de ofício)
· Ministério Público: a regra não se aplica ao Ministério Público – MP poderá arguir nulidade em favor do acusado (art. 127 CF/88) - MP atua no processo como (i) parte e como (ii) fiscal da lei.
Se o interesse é do MP, não tem como o advogado alegar; caso este ultimo alegue este ato sera ignorado e o processo seguirá
· Exemplo: ausência da acusação durante o interrogatório judicial – Arguição exclusiva do MP!
· Princípio da lealdade 
Percepção: a parte processual não poderá arguir nulidade a que haja dado causa ou tenha concorrido.
· Previsão: Artigo 565, 1ª. Parte, do CPP.
· Dolo e culpa: aplicação independente de atuação doloso ou culposa. Se o processo não vai como eu quero ai eu alego nulidade do meu próprio ato.
· Exclusividade: regra exclusiva das nulidades relativas!
· Exemplo: partes processuais concordam que somente o juiz faça perguntas diretas a testemunha – Afronta ao art. 212 do CPP – Posteriormente não poderá arguir nulidade.
· Princípio da convalidação 
Deriva o do P.I.F. 
Percepção: não se declara a nulidade de um ato processual quando é possível suprir/corrigir o seu defeito.
· Exclusividade: exclusivo das nulidades relativas.
· Fundamento: art. 282, §2º., do CPP: quando puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração da nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.
· Exemplo: queixa-crime ofertada por alguém menor de 18 anos – Vício suprido com a manifestação de seu representante legal (artigo 568 do CPP).
No caso da acusação o final do ato o juiz vai condenar a parte contraria, não tem porquê anular o ato
Considerações finais
Regra: Artigo 564. A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: (...) V – em decorrência de decisão carente de fundamentação (Lei n. 13.964/19).
· Ato Inexistente x Nulidade Absoluta: a doutrina se divide em considerar uma decisão judicial carente de fundamentação entre inexistente ou absolutamente nulo.
· Para a maioria doutrinária trata-se de uma nulidade absoluta!!
· Fundamento: artigo 93, inciso IX da CF/88. (toda decisão deve ser fundamentada) 
· Abrangência: ausência de fundamento ou deficiência no fundamento. Tanto total como parcial.
É a partir da fundamentação trata-se de um requisito imprescindível e de interesse público, que recai sobre a competência do juiz em decidir sobre a nulidade 
NULIDADES DO INQUEÉRITO POLICIAL 
A regra: não gera nulidade do processo pois o Inquérito Policial é considerado como “mera peça informativa”. O vício do Inquérito não contamina o Processo! 
· Nulidade no Auto de Prisão em Flagrante: relaxamento. 
· Prova Ilícita (nulidade): eventual nulidade do elemento informativo ou prova produzido durante o inquérito levará a sua exclusão do processo.
· Causalidade (nulidade): também no Inquérito, as provas derivas das ilícitas serão consideradas ilícitas.
Visão do Aury Lopes: a nulidade do inquérito poderá gerar a nulidade do processo!
(...) uma sentença somente pode valorar atos administrativos válidos e que nenhum ato jurídico está imune ao filtro de legalidade. E, mais do que isso, um ato nulo/ilícito está submetido ao instituto da causalidade e da contaminação, de modo que vai contaminar os que dele derivarem, sendo evidente que a nulidade de um inquérito policial não apenas deverá ser reconhecida e declarada pelo magistrado, como também irá atingir a ação penal e consequente processo penal decorrente dessa invalidade originária.
Muitas provas, que são produzidas na fase de inquérito podem surtir efeitos no processo, por exemplo, se no decorrer do processo uma prova produzida na fase do inquérito não segue os requisitos, e, portanto, nula, essa nulidade irá contaminar o processo
A presença do Advogado no Ato de Interrogatório Policial?
Art. 14 do CPP – o advogado pode impor diligencias ao juiz na fase dos inquéritos
Lei n. 8.609/94, artigo 7º., 
XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração:
Existe uma resolução – investigação defensiva que determina que o advogado pode colher os depoimentos no seu escritório e depois juntar ao processo
	DAS NULIDADES E RECURSOS GERAIS 
O recurso nada mais é que a formalização do inconformismo de uma decisão proferida pelo juízo, seja condenatória ou a absolutória.
Conceito: o recurso é um instrumento processual voluntario de impugnação de decisões judiciais, previsto em lei federal, utilizado antes da preclusão e na mesma relação jurídica processual, objetivando a reforma, a invalidação, a integração ou esclarecimento da decisão judicial impugnada. (RENATO BRASILEIRO)
Natureza jurídica do recurso: instrumento que dá continuidade do direito de ação, mesmo diante de uma sentença, buscando aquilo que eu acho justo (art. 5º, XXXV CF)
Para a acusação: instrumento para continuar a exercer a busca da pretensão acusatória, impondo uma decisão condenatória aquele que pratica uma infração penal 
Para a defesa: instrumento de resistência contra a pretensão acusatória, impondo uma decisão absolutória, aquele acusado por uma infração penal 
Obs: decisão absolutória imprópria é aquela que impõe uma medida de segurança.
27/10/22
Princípios específicos a interpretação e aplicação dos recursos em geral 
O princípio do duplo grau de jurisdição 
PROVA
Percepção: possibilitar que a parte processual, inconformada com a decisão, tenha a garantia de reanálise da decisão desfavorável diante de um órgão jurisdicional superior (via de regra, por um novo julgador)
· A CF, não traz precisamente o princípio do duplo grau, mas a doutrina reconhece que o fundamento no artigo 8.2, alínea “h” da CADH (Direito Fundamental + Status Supralegal por força do artigo 5º., §2º., da CF/88).
· Razões existir esse duplo grau de jurisdição:
· Falibilidade: o juiz é um ser humano, portanto, erra! Pode conjugar as provas de maneira falível ou não conseguir assegurar sua imparcialidade
· Inconformismo: o homem inconformado com decisão contrária
Taxatividade 
Percepção: para a parte processual exercer seu direito de recorrer contra decisão desfavorável, deverá intentar o recurso expressamente previsto em lei. (CPP)
- Não existe um artigo no CPP que especifique precisamente quais são os recursos.
· Rol Taxativo: o Ordenamento Jurídico Processual Brasileiro é taxativo quanto as espécies de recursos, não admitindo recursos sem previsão legal. 
· Para todo tipo de decisão existirá um recurso específico 
Princípio da unirrecorribilidade 
Percepção: via de regra, só existe um recurso para ser interposto contra uma decisão jurisdicional. Não há que se falar em dois ou mais recursos contra uma mesma decisão.
· Não abre margem para a discussão de provas, só se discute matéria de aplicação do direito.
· Em se tratando de norma constitucional, o recurso é extraordinário e o especial de infraconstitucional pro STJ
· Exceções ao princípio:
· Quando uma sentença violar tanto uma norma constitucional, quanto infraconstitucional, será cabível um recurso para cada:
· Recurso Extraordinário (constitucional) e Recurso Especial (infraconstitucional): quando a decisão for impugnada apresentar questão de direito infraconstitucional e constitucional no mesmo contexto.
· Embargos Infringente (conteúdo material) e de Nulidade (questão meramente processual – não foi ouvido as alegações). Assim, quando houver em fase de alegação, contra acordão vencido questões processuais e materiais eu posso interpor os recursos ao mesmo tempo
Princípio da fungibilidade 
Percepção: Caso em que há possibilidade de admitir um recurso como outro. Vem prevista no artigo 579 do CPP com a seguinte redação “Salvo a hipótese de má-fé, a parte não seráprejudicada pela interposição de um recurso por outro.”.
Ex: se eu interpor um embargo ao invés de uma apelação
· Significado prático: em caso de equívoco justificável, é possível receber um recurso (errado) por outro (correto).
· Má-fé: se a parte processual interpor recurso errado de má-fé, não haverá fungibilidade. Ex: perde o prazo para o recurso certo e interpõe outro recurso com o prazo maior.
· Aury Lopes Jr.: “O conceito de má-fé é aberto, indeterminado, permitindo ampla manipulação conceitual.”
Proibição da reformatio in pejus: não se admite o agravamento quantitativo e qualitativo da situação do condenado no julgamento de seu próprio recurso. 
· O juiz de segunda instância não poderá agravar a situação, exceto se for objeto de recurso da acusação.
· Artigo 617 do CPP: O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. Mesmo que eu reconheça que o juiz de 1º grau se equivocou
· Súmula 160 do STF: É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício. 
Se no recurso da acusação eu não alegar a agravante o juiz não poderá agravar a pena do réu
· Tribunal do Júri: em caso de novo júri, por recurso exclusivo da defesa, a pena não poderá ser maior que o primeiro.
Neste novo julgamento, se os jurados reconhecerem duas agravantes que não reconhecerão no primeiro júri, não poderão aplica-lo, deve ser restrita ao primeiro conselho de sentença. 
· Anulação de Sentença: na hipótese de novo julgamento, por recurso exclusivo da defesa, a pena não poderá ser maior que o primeiro
A sentença foi considerada nula pela falta de fundamentação, assim o juiz condena o réu em 3 anos pela pena, e a defesa entra com recurso para fundamentar agora, o juiz não poderá decretar pena maior de que os 3 anos.
· E se o recurso for exclusivo da acusação, eu posso melhorar.
Reformatio in mellius (permissão) é admitida a reforma da decisão para melhorar a situação do réu diante de recurso exclusivo da acusação.
· Fundamento: raciocínio, a contrário sensu, do artigo 617 do CPP (O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu houver apelado da sentença).
· Efeito Devolutivo Pleno: a doutrina costuma pontuar que o efeito devolutivo, neste caso, é pleno (posso diminuir a pena) enquanto que na proibição da reformatio in pejus, o efeito acaba sendo mitigado (restrito ao abjeto do recurso e só em favor do réu)
Exemplos: 
Recurso exclusivo da acusação: não houve alegação da nulidade prejudicial do réu, assim o juiz não poderá reconhece-la.
Recurso exclusivo da defesa: a defesa não alegou uma nulidade que lhe é favorável, o juiz poderá reconhece-la
OUTROS PRINCÍPIOS: 
· Princípio da Convolação: o recurso corretamente interposto é recebido como outro recurso também considerado correto.
· Princípio da Voluntariedade dos recursos: a existência do recurso esta condicionado a manifestação de vontade e da parte interessada.
· Princípio da Dialeticidade: a petição deve conter os fundamentos do inconformismo.
· Princípio da Complementariedade: interposição e razões em momentos distintos.
Tantos outros...
CLASSIFICAÇÃO 
1) Leva em consideração a matéria ou substancia do recurso
· Ordinário: provocar reexame da decisão de primeira instância + feito por juízo superior + matéria fática e de direito = Exemplo é a Apelação (artigo 593 do CPP). Se aquela prova realmente demonstra os elementos suficientes a sua condenação: se a pessoa estava no local do crime 
· Extraordinário: provocar reexame de decisão + feito por juízo superior + matéria de direito exclusivamente = Exemplo é o Recurso Especial (artigo 105, III da CF/88). Se o testemunho é seguro para fundamentar aquela decisão, por exemplo
2) Aqui é considerada a amplitude, que pode estar presentes em todos os recursos e não spo da apelação 
· Totais: a parte processual demonstra seu inconformismo contra toda a decisão jurisdicional = Apelação contra decisão absolutória.
· Parciais: a parte processual demonstra seu inconformismo contra parte da decisão jurisdicional = Apelação contra a fixação do regime fechado. Recorro especificamente sobre uma parte e não o processo inteiro 
3)
· Fundamentação Livre: a norma processual não restringe a fundamentação utilizada no recurso. Exemplo é a Apelação. Posso alegar tudo aquilo que eu quero 
· Vinculada: a norma processual restringe a fundamentação utilizada no recurso. Exemplo é o Embargo Infringente, cujo fundamento das teses fica restrito ao voto vencido. Meu campo de construção de teses e argumentação é restrito, exemplo embargos infringentes e nulidade – fica restrito ao voto vencido, eu não posso pedir além daquilo que não está no voto vencido. A questão se torna preclusa e prescrita.
4- leva em consideração a pessoa que julgará o recurso 
· Horizontais: são julgados pelo mesmo órgão (julgador) que proferiu a decisão impugnada. Exemplo é a Embargo de declaração 
· Vertical: são julgados pelo órgão jurisdicional superior àquela que proferiu a decisão. Exemplos são a Apelação, RESE, Embargo Infringente e de Nulidade, etc...
01.11.22
EFEITOS
· Impeditivo (obstativo): impedir que a decisão de primeira instância faça coisa julgada formal e material, isto é, tem por intuito obstar o trânsito em julgado. É um efeito geral. 
■ Devolutivo: devolve ao julgador ou responsável pelo juízo de mérito, a possibilidade de rever tudo aquilo que foi objeto de recurso. Em suma, devolve ao órgão recursal o julgamento (decisão) sobre o caso anteriormente decidido em juízo a quo. 
- Parte da decisão: se o recurso for contra parte da decisão, este será o espectro do efeito devolutivo. → esse efeito ele não é pleno! 
- Devolutivo Regressivo: devolve ao mesmo órgão julgador. Logo, tem a ideia de retornar ao julgador. Ex.: Embargos de Declaração. 
- Devolutivo Reiterativo: devolve ao órgão julgador ad quem. Ex.: Apelação. 
- Devolutivo Misto: permite que o juízo a quo reexamine sua decisão, e caso mantenha, envie para o juízo ad quem. Ex.: RESE.
 ■ Suspensivo: trata-se de autêntico obstáculo imposto pela lei, suspendendo todos os efeitos da decisão proferida, até o julgamento do recurso. Nem todos os recursos têm, pois trata-se da suspensão da eficácia da decisão de primeira instância. Ele passa a valer a partir da interposição do recurso. 
- Sentença Condenatória: via de regra, todo recurso interposto contra sentença condenatória terá efeito suspensivo.
 - Sentença Absolutória: via de regra, todo recurso interposto contra sentença absolutória não terá efeito suspensivo (artigo 596 do CPP).
REQUISITOSDE INTERPOSIÇÃO
1) REQUISITOS OBJETIVOS:
· ■ De modo geral, são requisitos relacionados ao próprio recurso. 
· ■ Cabimento: previsão legal quanto a existência do recurso. Está relacionado ao princípio da legalidade. O princípio da fungibilidade também é valorizado aqui, pois desde que haja boa-fé, um efeito pode ser recebido como se fosse outro! Ex: art.593. Apelação.
· ■ Adequação: verificação de qual o recurso previsto para a decisão que se pretende impugnar.
· ■ Tempestividade: o recurso deverá ser interposto dentro do prazo estabelecido pela norma, sob pena de preclusão temporal. Questão da intempestividade. 
· ■ Inexistência de fato impeditivo: verificar se não houve (i) renúncia ao direito de recorrer ou (ii) preclusão.
2) REQUISITOS SUBJETIVOS:
■ Trata-se dos requisitos relacionados aos sujeitos do recurso - legitimidade e interesse processual.
 ■ Legitimidade: Artigo 577, “caput” do CPP - O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
 - Assistente de acusação: legitimado em casos específicos em lei. Ex: Influencer. Violência Obstétrica. 
- Questão da divergência entre o réu e seu advogado*: no processo penal, tantoo defensor quanto o acusado são legitimados, autonomamente, a interpor recursos. Assim, da mesma forma que o defensor pode interpor recurso em favor do acusado, ainda que contra sua vontade, pois investido de legitimação autônoma e concorrente (ou disjuntiva) para recorrer, o acusado também tem capacidade postulatória própria para interpor recursos no 1º grau de jurisdição, independentemente da intervenção de seu advogado. 
■ Interesse recursal: Artigo 577, Parágrafo único do CPP - Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. - Sucumbência: o interesse deriva da sucumbência (Renato B. Lima).
JUÍZODE ADMISSIBILIDADE
■ O juízo de admissibilidade se destina a verificação dos requisitos objetivos e subjetivos no recurso apresentado.
 ■ Ele é meramente técnico e não discricionário. Não analisa mérito! 
■ Quem realiza? É realizado tanto pelo juízo de primeiro instância, quanto pelo juízo de segunda instância. ■ Recurso conhecido: significa dizer que os requisitos estão presentes e o recurso poderá seguir para análise de mérito. Venceu a primeira etapa!
 ■ Recurso não conhecido: Significa dizer que os requisitos não estão presentes, o recurso não seguirá a análise de mérito. 
■ Renato Brasileiro: Essa distinção entre conhecimento (ou não) e provimento (ou não) de determinado recurso não é de todo irrelevante. Isso porque, por força do denominado efeito substitutivo, quando um recurso é conhecido pelo juízo ad quem, isso significa dizer que o julgamento proferido pelo Tribunal terá o condão de substituir a decisão recorrida no que tiver sido objeto de recurso, o que produz reflexos na competência para o processo e julgamento da revisão criminal ou habeas corpus. Em síntese, se o recurso não é conhecido, a decisão proferida pelo juízo a quo acaba por se estabilizar, como se nenhum recurso não tivesse sido interposto. Lado outro, se o recurso for conhecido pelo juízo ad quem, a decisão do juízo a quo será substituída pela decisão do juízo ad quem no que tiver sido objeto de recurso, ainda que o Tribunal negue provimento ao recurso.
JUÍZODE MÉRITO
■ O juízo de mérito se destina a decidir as razões e fundamentos do recurso apresentado. 
■ Quem realiza? É realizado exclusivamente pelo juízo de segunda instância ou a nova câmara ou novo julgador (como por exemplo, no caso de embargos infringentes). 
■ Dar Provimento: o julgador decidiu de acordo com os argumentos fáticos e jurídicos apresentados pelo Recorrente. Significa dizer que a decisão de primeira instância foi alterada, reformada ou substituída. 
■ Não dar provimento: o julgador não decidiu de acordo com os argumentos fáticos e jurídicos apresentados pelo Recorrente.
RESE
■ Caberá o RESE, da decisão (interlocutória apenas, pois em regra não tem decisão de mérito), despacho ou sentença. 
■ CABIMENTO: 
- Decisão interlocutória: ato judicial dotado de caráter decisório, sem haver análise de mérito, podendo resultar na extinção ou não do processo.
 - Despacho: expressão equivocadamente utilizada pelo legislador, porque despacho não tem a mesma importância que uma decisão/sentença. Sendo assim, em regra, o RESE é interposto contra decisão/sentença.
Hipóteses: Rol taxativo do art.581 do CPP:
■ Rol taxativo: será interposto contra as hipóteses expressamente previstas no CPP e Leis Especiais (Ex.: art. 294, § único do CTB).
 ■ Agravo em Execução: importante destacar que algumas das previsões do artigo 581 foram tacitamente revogadas pela regra do artigo 197 da LEP! 
ART.581:
■ I: que não receber a denúncia ou queixa. (o juiz analisa se há justa causa). Art.395 do CPP (traz as hipóteses de não recebimento de denúncia ou queixa). E com relação ao aditamento, em caso do não recebimento dele, também será objeto de RESE. 
■ II: que concluir a incompetência do juízo. Traz a ideia de colocar fim ao processo, não deixando ele seguir, mas sem realizar análise de mérito.
 - Processo de conhecimento: o juiz reconhecerá a incompetência no bojo do processo de conhecimento. 
- Autos de Exceção de Incompetência: fundamento no inciso III. 
- Tribunal do júri: primeira fase do tribunal do júri. Em decisão de pronúncia é RESE. 
■ III: que julgar procedente as exceções, salvo a de suspeição. Art.95 do CPP: poderão ser opostas as exceções de: I – suspeição; II incompetência de juízo; III – litispendência; IV – ilegitimidade de parte; V – coisa julgada.
 - Suspeição: no caso de suspeição, a decisão é irrecorrível. 
- Competência: como a regra refere-se apenas a decisão que reconhece a incompetência, em caso de reconhecimento de competência, será caso de Habeas Corpus.
 - Juízo de 1ª. Instância: hipótese exclusiva de decisão em 1ª. Instância, nunca de 2ª. Instância (Tribunal). 
- Juiz reconheceu competência: Habeas Corpus – art. 648, III do CPP.
 ■ IV: que pronunciar o Réu. É a decisão exarada ao final da primeira fase do rito do Tribunal do Júri, pela qual o juiz se convence da autoria e materialidade do crime contra a vida, impulsionando o julgamento para a segunda fase. E possui natureza de decisão interlocutória mista não terminativa. 
■ V: que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; 
- Natureza: são decisões interlocutórias relacionadas ao status libertatis do imputado.
 - Ministério Público: essa previsão tem sido muito utilizada pelos Promotores de Justiça para impugnar decisões relacionadas à concessão de liberdade ao agente. 
■ VI:que absolver o réu, nos casos do artigo 411 do CPP → Revogado pela Lei 11.689/2008!
 
■ VII: que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
- Fiança Quebrada: será considerada quebrada a fiança quando o agente, (i) intimado para o ato, deixar de comparecer sem justificativa (artigos 327 e 341, ambos do CPP), (ii) deixar de cumprir as condições do artigo 328 do CPP; e (iii) na vigência da fiança, cometer infração. 
- Perdido o valor da fiança: hipótese em que o acusado sendo condenado, deixa de se apresentar à prisão.
 
■ VIII: que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; - Causas de Extinção da Punibilidade: Rol exemplificativo – art. 107, CP. 
- Acusação: hipótese utilizada pela acusação - a defesa não tem interesse em reverter decisão de extinção da punibilidade. 
- Exceção: via de regra, o recurso contra absolvição sumária é a Apelação, mas quando reconhece a extinção da punibilidade, será RESE. 
■ IX: que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade;
 - Defesa: hipótese oposta à anterior, por isso, usualmente utilizada pela defesa.
 ■ X:que conceder ou negar a ordem de habeas corpus;
 - 1ª. Instância: exclusivo para decisões em habeas corpus proferidas por juiz de 1ª. Instância, nunca contra decisão monocrática de relator ou de turma recursal (2ª. Instância). 
- Na prática: na prática, prefere-se que diante da denegação da ordem, impetrar-se novo Habeas Corpus para a instância superior no lugar do Recurso em Sentido Estrito. 
■ XI: que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena → Revogado: Diante das alterações promovidas pela nova Parte Geral do CP (Lei n. 7.209/84) e pela L.E.P. (Lei n. 7.210/84), o referido inciso encontra-se revogado. 
- Decisão proferida em sentença condenatória: caberá Apelação (artigo 593, §4º., do CPP).
 - Decisão proferida em fase de execução: caberá Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
 ■ XII: que conceder, negar ou revogar livramento condicional → REVOGADO. Caberá agravo em execução nos termos do artigo 197 da LEP. 
■ XIII: que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
- Nulidade: contra decisão que reconhece a nulidade de um ato processual, impondo sua exclusão do processo.
 - Convalidação: se eventualmente o ato convalescer, expurgando-se o vício, não havendo declaração de nulidade, não há que se falar em RESE. - Negado o reconhecimento da nulidade: caberá Habeas Corpus.■ XIV: que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir;
 - Artigos 425 e 426 do CPP: anualmente é publicada a lista de jurados até o dia 10 de outubro, podendo ser alterada mediante reclamação das partes até o dia 10 de novembro. Desta decisão de incluir ou excluir jurados da lista caberá RESE.
 - Prazo específico: consoante artigo 586, § único do CPP, o prazo para interposição do RESE, exclusivamente neste caso, será de 20 dias.
Inciso XV: que denegar a apelação ou a julgar deserta; (não houve o recolhimento das custas) 
· Denegar: o juiz a quo decidiu, durante o juízo de adminissibilidade que o recurso de apelação é descabida, inadequada, intempestiva, haver ilegitimidade da parte recorrente ou inexistir gravame.
· Deserta: o juiz a quo decidiu, durante juízo de adminissibilidade, que o recurso de apelação não apresenta preparo (pagamento das custas recursais).
· Nota do Professor: nesses casos, a decisão do RESE ficará restrita a análise do Juízo de Adminissibilidade realizado pelo Juízo a quo em sede de Apelação, não havendo qualquer forma de análise do mérito da Apelação. Sendo dado provimento ao RESE, determina-se a subida da Apelação para análise do Mérito.
- o preparo só é exigido nas ação penais privadas. 
Inciso XVI: que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial;
· Questões Prejudiciais: nos termos do artigo 92 e seguintes do CPP, são aquelas que dependem de decisão de juiz não-criminal (cível, trabalhista, tributário, etc.) para serem decididas, influenciando a decisão do julgador na esfera penal. Ex: suspensão do processo para resolver questão de filiação
· Decisão que não ordenar a suspensão: Habeas Corpus.
Inciso XVII: que decidir sobre a unificação de penas;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal
· Recurso: Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XVIII: que decidir o incidente de falsidade; (contestação da veracidade do documento)
· Incidente de Falsidade: nos termos do artigo 145 e seguintes do CPP, toda vez que a parte processual alegar a falsidade de uma prova documental, o Magistrado deverá determinar a instauração do incidente para decidir sobre a veracidade desta alegação.
· Independe da natureza decisão: sendo a decisão pelo reconhecimento ou não da falsidade, caberá contra ela RESE.
Inciso XIX: que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal – Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XX: que impuser medida de segurança por transgressão de outra;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal – Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XXI: que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal – Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XXII: que revogar a medida de segurança;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal – Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XXIII: que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal – Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XXIV: que converter a multa em detenção ou em prisão simples;
· Revogado: decisão proferida em fase de execução penal – Agravo em Execução (artigo 197 da LEP).
Inciso XXV: que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta Lei.;
· Lei 13.964/19 (Lei Anticrime): responsável por inserir no ordenamento jurídico brasileiro esta hipótese de interposição de RESE.
· Recursar: caberá RESE somente na hipótese que o Juiz “recursar” homologação ao acordo.
· tanto o Ministério Público, quanto a Defesa poderá interpor o RESE neste caso.
EXCEÇÃO: 
Artigo 593, §4º., do CPP: “Quando cabível apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente de parte da decisão se recorra.
· se a decisão interlocutória for tomada em sede de sentença definitiva absolutória ou condenatória (FINAL), caberá apelação e não RESE, mesmo que conste do rol do artigo 581 do CPP.
· Exemplo: Artigo 581, VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade;
Prazo:
· Interposição: artigo 586 do CPP = 05 dias -> nos casos envolvendo o Assistente de Acusação, habilitado ou não, o RESE poderá por ele ser interposto somente em 02 hipóteses, quais sejam, (i) que reconhecer a extinção da punibilidade e (ii) que julgar deserta da Apelação. Isso ocorre pelo fato que nos demais casos, não há encerramento do processo, cabendo ao Ministério Público recorrer exclusivamente.Habilitado 5 dias, não habilitado 15 dias 
· Razões: artigo 588 do CPP = 02 dias.
Exceções:
1. Decisão que incluir ou excluir jurado da lista geral: artigo 581, XIV do CPP = 20 dias.
2. Impugnação apresenta pelo Assistente de Acusação não habilitado:
a. Interposição: 15 dias (artigo 584, §1º., c/c 598, § único do CPP).
b. Razões: 02 dias.
FORMA: 
· Artigo 578 do CPP:  O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante.
· Petição: forma escrita.
· Termo nos autos: forma oral, feita durante audiência ou em cartório, reduzindo a formal oral em termo escrito.
LEGITIMAÇÃO: 
Artigo 577 do CPP:  O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor.
· É um recurso que pode ser interposto por ambas as partes:
· Acusação: Ministério Público e Querelante.
· Defesa: réu, seu procurador ou seu defensor.
EFEITOS:
1) Regressivo: permite que o juiz a quo possa reexaminar sua própria decisão impugnada. (interposto o recurso eu posso ter direito de reexamina-la)
· Fundamento: Art. 589 do CPP: Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho (...).
2) Devolutivo: caso o juiz a quo não reforme a decisão, o recurso seguirá ao juiz ad quem para julgamento, devolvendo para reanálise o objeto do recurso.
3) Suspensivo: apenas nas hipóteses de (i) decretação da perda da fiança, (ii) denegar a apelação e (iii) julgar deserta a apelação (art. 584 do CPP), (iv) decisão de pronúncia (art. 584, §2º., do CPP)
Revogado: (i) concessão de livramento condicional, (ii) decisão de unificação de penas e (iii) conversão de multa em detenção ou prisão simples.
Artigo 584, §3º., do CPP: O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o efeito de perda da metade do seu valor. 
Prisão: o efeito suspensivo é exclusivo da perda da fiança, contra eventual decretação de prisão cautelar deverá ser interposto Habeas Corpus.
PROCEDIBILIDADE: PARTE 01.
· Artigo 583 do CPP: Subirão nos próprios autos os recursos: i – quando interposto de ofício; nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e x; III – quando o recurso não prejudicar o andamento do processo.
· Próprios autos: não há extração de cópias – Não há novo caderno.
· Por instrumento/traslado: há extração de cópias e formação de novo caderno. 
· Recurso de ofício: hipóteses pulverizadas (art. 574 do CPP; Lei n. 1.521/51; entre outros) – Criticas doutrinárias.
PARTE 02:
· Artigo 589 do CPP: Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho (...). Parágrafo único: Se o juiz reformar o despacho, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, SE COUBER RECURSO, não sendo ilícito ao juiz modifica-la. (...)
· Simples Petição: forma sui generis de interposição de recurso contra decisão de reforma. Reaproveitamento do RESE. ISSO DESDE QUE A MODIFICAÇÃO QUE EU ADOTEI ENCONTRA-SE PREVISTA NO 581
· Se couber recurso: há casos em que a decisão de reforma não comportará recurso. Ex.: reforma a decisão para receber denúncia ou queixa (artigo 581, inciso I do CPP).
· Não modificar: reformada a decisão, não poderá haver nova reforma. 
· Só restará o habeas corpus ou outro recurso em que se ache fundamentoAPELAÇÃO
Recurso ordinário por excelência: gera a possibilidade de tratar todas as matérias de defesas, desde as preliminares, através do reexame integral das questões suscitadas em primeiro grau e de forma crítica
· Interposição: juiz de primeiro grau 
· Forma; termo nos autos ou na petição 
· Fundamento: espectro do efeito devolutivo (ordenamento legal)
· Efeito devolutivo: surge a partir da inteposição 
Razões: ofer
ESPÉCIES:
HIPÓTESES DE CABIMENTO 
· Absolvição impropria ocorre no momento da resposta a acusação e não nas alegações finais – art. 396 – A
· No tribunal do júri sempre é utilizado o RESES, no processo comum nem sempre
Inciso dois, nas decisões que não cabe apelação, caberá agravo 
Inciso III; 
Se ocorrer nulidade no tribunal do júri eu tenho que alegar nas alegações finais; se essa nulidade ocorrer na fase dos debates caberá apelação
593 ii – na segunda fase cabe apelação 
Aury – principio da não reformatio in pejus – os jurados condenam
APELAÇÃO: interposição + razões (duas peças = 2 prazos)
São Legitimados:
· Ministério Público: Promotor de Justiça.
· Querelante: Advogado da vítima nas ação penais privadas.
· Réu ou seu defensor: acusado pelo crime.
PRAZOS: 
1) Interposição: o prazo será de 5 dias (artigo 593, “caput” do CPP).
· Defensoria Pública: nos termos da Lei n. 7.871/89, o prazo será em dobro para a Defensoria Pública.
· Assistente de Acusação: habilitado x não habilitado.
· Habilitado: 05 dias contado do fim do prazo do MP se intimado antes deste fim; ou da data da intimação, se depois do fim deste prazo do MP.
· Não habilitado: 15 dias após transcorrer o prazo do MP.
2) Razões: o prazo será de 8 dias. (caput do art. 600). O prazo para contrarrazoes é o mesmo. 
EFEITOS: 
1) Efeito Devolutivo: é regra na apelação!
· Consequência: o Tribunal ad quem, dependendo do quanto devolvido, deverá remeter os autos para cumprir medidas em primeira instância. (consequência natural do pacote anticrimes) 
· Ex.: concurso de crimes + absolvição em um deles; o que sobrou foi um furto que se encaixa ao benefício do SURSIS, dessarte deve devolver para proposta de Sursis Processual pelo MP (art. 89 da Lei 9.099/99).
2) Suspensivo: 
· Apelação contra Sentença Absolutória: Nunca! (in malam partem)
· Apelação contra Sentença Condenatória: Depende! (Cautelares). Dessarte, dada a ausência de continuidade dos requisitos das cautelares, a pessoa poderá responder o processo em liberdade. 
· Apelação contra Sentença Condenatória: se continuar a existir as razões da prisão cautelar, mesmo com a Apelação ofertada pela Defesa contra a Sentença condenatória, o réu permanecerá preso. Caso contrário, se deixar de subsistir tais razões, mesmo condenado pelo Juiz a quo, será concedida a liberdade provisória.
· Art. 319 – LER 
Processamento: 
1. Juízo de Admissibilidade: interposto o recurso, o juiz a quo verifica a presença dos requisitos.
a. Não recebimento: caberá RESE (artigo 581, XV do CPP).
2. Recebida a Apelação: intimação do recorrente para apresentar razões no prazo de 8 dias (CPP., art. 600).
a. Recurso do MP: havendo Assistente de Acusação, será intimado para arrazoar (razões complementares).
*** Havendo recurso da apelação contra a decisão, caso haja Assistente Habilitado, este será intimado para arrazoar (apresentar razões) a apelação ofertada pelo MP, apresentando verdadeira razão complementar. Não significa interposição de novo recurso, mas apenas reforço do recurso interposto pelo MP.
3. Prazo comum: havendo pluralidade de apelantes e apelados, o prazo será comum.
Processamento nº2:
1. Sustentação Oral: se assim preferir, as razões poderão ser apresentadas oralmente no Tribunal (CPP., art. 600, §4º.).
a. Interposição: a intenção de sustentação oral deverá constar da peça de interposição.
b. Quem poderá fazer: réu + querelante.
c. Quem não pode: Ministério Público – sem habilitação para tanto.
2. Fim do prazo das razões: o recurso será remetido à instância superior, mesmo sem razões (artigo 601 do CPP).
Processamento nº 3:
1. Réu Preso: nestes casos, se há desejo do réu preso recorrer, basta escrever no verso da intimação da sentença “quero apelar”.
a. Defesa Técnica: se o advogado constituído não ofertar razões, o recurso seguirá assim mesmo. 
b. Tribunal ad quem: recebida a apelação, poderá determinar o retorno dos autos para intimar o advogado a apresentar razões ou nomear dativo para tanto.
Processamento nº 4:
1. MP não apresenta Razões: o recurso será remetido ao Tribunal ad quem assim mesmo.
a. Tribunal ad quem: recebida a apelação, poderá determinar o retorno dos autos para intimar o Promotor a apresentar razões. Defesa: após o MP ofertar razões, a Defesa será intimada para ofertar novas razões, mesmo que já tenha ofertado anteriormente.
b. Outra Solução: Tribunal ad quem não conhecer e extinguir.
Se o MP apresentar as razões será ofertado novo prazo para complementar as razões anteriormente postas em função de novas informações. Mas pode o juiz reconhecer que o MP não tem intenção na ausência de requisitos permanendo a decisão do juiz de 1º instancia 
Embargos infringentes de nulidade:
a impugnação destinada ao reexame de decisões não unânimes dos Tribunais de 2ª instância no julgamento de apelações, recursos em sentido estrito e agravos em execução, desde que desfavoráveis ao acusado. 
· São exclusivos de decisões não unanimes e o voto vencido seja favorável ao acusado em primeira instancia, e ainda em sede de apelação, RESE ou agravo em execução (ASSIM CABERÁ O EIN)
Não caberá Embargos Infringentes e de Nulidade:
· Decisão de 2ª., Instância em Habeas Corpus;
· Revisão Criminal;
· Processo de competência originária da 2ª. Instância; e
Decisão das Turmas Recursais dos Juizados Especiais.
· Artigo 609, § único do CPP: quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação do acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.
· Cabimento: contra decisão de 2ª., instância não unânime.
· Duplicidade: duas espécies!
· Embargos Infringentes: é utilizado quando acórdão embargado apresenta divergência em matéria de mérito (direito material). Ex: causa de aplicação da pena relacionada a condenação ou ao cálculo.
· Embargos de Nulidade: acórdão embargado apresenta divergência sobre nulidade processual (direito processual). EX; vício de citação que não respeitas as normas do processo penal.
PRAZO:
· Artigo 609, § único do CPP: quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação do acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência.
1. Interposição: exclusivamente por petição, não admitindo termos nos autos.
a. Endereçamento: Desembargador Relator do Acórdão Embargado. Tanto o RESE quanto a apelação é endereçada ao juiz de primeira instância, aqui é endereçado ao relator do acordão embargado (2ª instância)
2. Razões: novo órgão julgador (turma ou câmara).
a. Regimento Interno do Tribunal: o julgamento e processamento varia conforme o regimento dos tribunais. 
EFEITOS;
· Devolutivo: é a regra, devolvendo ao órgão julgador o reexame da matéria impugnada. (restrito ao que dispõe o voto vencido)
· Suspensivo: via de regra sim, pois os embargos são um recurso exclusivo da defesa, logo, pelo princípio da presunção de inocência, a execução da pena restará suspensa até que haja o trânsito em julgado.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Funcionam os embargos de declaração como o instrumento de impugnação posto à disposição das partes visando à integração das decisões judiciais, (QUANDO A DECISÃO É INCOMPREENSIVEL) sejam elas decisões interlocutórias, sentenças ou acórdãos.
FUNDAMENTO:
O fundamento muda conforme a decisão
Contra Sentença de 1ª., Instância:
· Artigo 382 do CPP: Qualquer daspartes poderá, no prazo de 02 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.
Contra Acórdão de 2ª., Instância:
· Artigo 619 do CPP: Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas, poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados de sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão.
Contra decisões interlocutórias, sentenças e acórdãos que: (HIPÓTESES)
1. Ambiguidade: duas ou mais interpretações;
2. Obscuridade: não há clareza na decisão, impedindo seu entendimento;
3. Contradição: a decisão apresentar informações conflitantes; e
4. Omissão: a decisão deixou de julgar ponto relevante da solução do caso.
Prequestionamento: Admissibilidade de Recurso Extraordinário e Recurso Especial – Exigência de discussão na Instância inferior – Em caso de omissão, interponha-se Embargos para este fim.
Prazo:
· Regra: 2 dias (artigos 382 e 619 do CPP).
· Exceção: são duas!
· Juizado Especial Criminal: 5 dias (artigo 83, §1º., da Lei 9.099/95).
· STF: 5 dias (artigo 337, §1º., do Reg. Interno).
· Artigo 1026 do CPC: Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.
· Recursos Gerais: os prazos para interposição ficaram suspensos até a publicação da decisão dos embargos. Ex.: Apelação.
· Protelatórios: restando evidente que os Embargos são meramente protelatórios, não há interrupção do prazo. (objetivo único de ganhar tempo) caso isso seja reconhecido a interrupção da interposição do recurso não será aplicado.
O início do prazo recursal terá tido início, portanto, no primeiro dia útil subsequente à intimação da decisão embargada. (...) Na mesma linha, quando os embargos de declaração forem reconhecidos como meramente protelatórios, não se deve conceder aos mesmos a interrupção, nem tampouco a suspensão do prazo de outro recurso, pois se estaria premiando a manobra fraudulenta
1. Procedimento:
2. Oferecimento: interposição e razões ofertados conjuntamente. Neste não será discutida matérias de mérito e sim do esclarecimento de obscuridade
3. Interposição: exclusivamente por petição. Não admite por termo nos autos.
a. Exceção: Juizado Especial pode ser oral (art. 83, §1º., L. 9.099/95).
4. Endereçamento: mesma autoridade (Efeito Regressivo) de 1º grau.
5. Contrarrazões: via de regra, não há! Mero esclarecimento.
a. Exceção: embargos de declaração com efeito infringente – há modificação do sentido da decisão. nesses casos é preciso abrir vistas a parte contrária apresentar contrarrazões.

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