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<p>A alveolite é uma inflamação do alvéolo, a cavidade da mandíbula e do maxilar, que resulta em uma complicação local e dolorosa, que pode ocorrer após a extração dentária, deixando os nervos e os ossos do local expostos às infecções.</p><p>Na maioria das vezes se apresenta logo no terceiro ou quarto dia pós extração, podendo prolongasse por até 15 dias.</p><p>Esse processo ocorre devido ao atraso da cicatrização, gerado pela desintegração parcial ou total do coágulo sanguíneo no alvéolo, tornando suas paredes sensíveis ao toque.</p><p>Existem dois tipos principais:</p><p>· Alveolite seca: quando não há formação de coágulo sanguíneo e o osso fica exposto ao ar, comida e bactérias;</p><p>· Alveolite úmida: acontece quando há infecção no alvéolo, mesmo com a presença do coágulo de sangue no dente extraído.</p><p>Mas, por que é essencial a presença do coágulo após o procedimento de exodontia?</p><p>A formação do coágulo de sangue após extração de dente é fundamental para proteger as terminações ósseas e nervosas na cavidade vazia, além de ser essencial para o processo de cicatrização e reparo tecidual posteriormente.</p><p>Inicialmente, atuará no estancamento do sangramento, além de defender a ferida aberta contra a invasão de patógenos, evitando possíveis infecções. Ele também serve como uma barreira contra partículas de alimentos e outros resquícios que podem causar irritação local.</p><p>O coágulo sanguíneo irá fornecer uma matriz local provisória rica em fibrina, que servirá como estrutura para a migração de células inflamatórias, fibroblastos e células epiteliais, além de fatores de crescimento e citocinas, os quais são essenciais para a regeneração do tecido, devido a proliferação celular.</p><p>O processo coagulação após uma exodontia envolve algumas fases, como:</p><p>A homeostasia primária – a qual irá atuar impedindo o sangramento local, devido a formação do tampão plaquetário.</p><p>A homeostasia secundária – atuará na formação de um coágulo estável, dando inicio a cascata de coagulação e dividido em três vias, sendo elas:</p><p>Via intrínseca: mais longa. Pelos fatores XII (12) – XI (11) – IX (9) e na presença de cálcio e fosfolipídeos plaquetários 3 ativam o fator VIII (8).</p><p>Via extrínseca: mais curta. Ativação do fato VII (7)</p><p>Via comum: que acontece tanto na extrínseca quanto na intrínseca. Pelos fatores X (10 – tromboquinase) – II (2 – trombina) e o I (1 – fibrina) - ela que vai ser responsável pelo estancamento do sangue de forma resistente.</p><p>A hemostasia terciária – vai ser responsável pela remoção do coágulo formado, a partir do mecanismo fibrinolítico.</p><p>Nesse caso, o vaso lesionado vai liberar o APT – ativador de plasminogênio tecidual.</p><p>O plasminogênio ativado vai se transformar em plasmina – ela que vai degradar o coágulo de fibrina, eliminando-o gradativamente para que o sangramento não volte, na presença do fator XIII (13).</p><p>Após todo o processo de formação do coágulo já descrito, as células inflamatórias, como neutrófilos e macrófagos, são recrutadas para o interior do alvéolo, que removerão bactérias e corpos estranhos presentes, a fim de prevenir possíveis infecções e favorecer para a limpeza do local e assim preparar para a cicatrização.</p><p>Após alguns dias, fatores de crescimento e citocinas são liberados e o coágulo sanguíneo é invadido por fibroblastos, células endoteliais, tecido vascular e células mesenquimais, que produzem colágeno, formando o tecido de granulação, o qual é substituído gradativamente por tecido conjuntivo.</p><p>Esse tecido é rico em novos vasos sanguíneos, fornecendo os nutrientes necessários para a regeneração.</p><p>As células epiteliais migram das bordas da ferida para cobrir o alvéolo, promovendo a regeneração tecidual - formação de uma nova camada epitelial, a partir da substituição das células.</p><p>A formação de tecido ósseo primário, que preenche todo o alvéolo, sofre um processo de remodelação, transformando-se em osso lamelar e medular.</p><p>Os osteoblastos depositam matriz óssea, iniciando o processo de formação do novo osso no alvéolo. Com o tempo, a remodelação óssea restaura a forma e a função do osso alveolar.</p><p>A matriz extracelular é reorganizada, resultando em um tecido cicatricial mais forte e funcional.</p><p>Algumas pessoas podem apresentar uma deficiência no processo da cascata de coagulação, atrasando a cicatrização e desencadeando a alveolite ou até mesmo alguns hábitos ou traumas podem favorecer o surgimento da mesma, dentre eles destacam-se:</p><p>Trauma cirúrgico - na extração dentaria, os tecidos ao redor do local sofrem danos que causam a má formação do coágulo sanguíneo.</p><p>Má higiene bucal - é importante manter uma boa rotina de higiene oral, principalmente após a extração. Caso a limpeza não seja feita corretamente, as bactérias podem gerar a alveolite.</p><p>Tabagismo - Fumar antes ou após a extração de um dente pode interferir na formação do coágulo sanguíneo. Isso porque o tabaco prejudica o processo natural de cicatrização do organismo, devido toxinas presentes no fumo que alteram a estabilidade dos coágulos sanguíneos, e ajudam a aumentar as chances de infecção causada pelas bactérias.</p><p>Infecções nos dentes - Se o paciente já sofre com algum tipo de infecção nos dentes ou gengiva, como cáries ou fraturas, pode aumentar o risco de alveolite.</p><p>Como prevenir a alveolite?</p><p>· limpar a área onde o dente foi extraído com cuidado para não afetar o coágulo de sangue;</p><p>· ingerir bastante água;</p><p>· evitar bebidas quentes nos primeiros dias;</p><p>· evitar alimentos duros ou picantes;</p><p>· usar seringas descartáveis para fazer irrigação, caso necessário;</p><p>· evitar bochechos fortes que podem desalojar o coágulo.</p>

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