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Questões resolvidas

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<p>1. Como você viu, o caso apresentado indica a existência de colisão entre direitos estabelecidos no texto da Constituição (dignidade da pessoa humana e separação de poderes), que parecem, em uma primeira análise, estarem em conflito. Considerando a teoria dos direitos fundamentais, como o intérprete deve lidar com esse aparente conflito?</p><p>Uma das características do direito fundamental é a relatividade, a qual significa que o intérprete poderá relativizar um direito em face de outro no caso concreto, aplicando a técnica da ponderação de valores, quando houver aparente conflito.</p><p>De acordo com a doutrina, nenhum direito fundamental é absoluto (SILVA, 2010). É possível, portanto, que haja colisão entre direitos fundamentais na solução de casos concretos. Nessa hipótese, o intérprete deve se valer da técnica de ponderação de valores, na ótica da teoria de Alexy (2008), buscando solucionar o caso concreto de acordo com o valor preponderante a ser protegido. Nesses casos, excepcionalmente, o Poder Judiciário poderá intervir para garantir a concretização de direitos fundamentais quando estes forem sistematicamente violados pelo Poder Executivo (ADPF 347).</p><p>2. A Constituição Federal de 1988 assegura diversos direitos ao preso como forma de garantir a dignidade da pessoa humana. No mesmo sentido, proíbe a aplicação de algumas penas que considera violadoras da dignidade da pessoa humana. Indique, dentre as alternativas abaixo, qual pena não está na lista de proibidas pela Constituição.</p><p>Pena de morte no caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX, da CF.</p><p>De acordo com a Constituição de 1988, a pena de morte é possível no caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX, da CF. É o que você encontra no art. 5º, XLVII, a. Assim, especificamente no caso de guerra declarada, a pena de morte é possível, pois possui fundamento no texto constitucional.</p><p>3.  Você já sabe que os dados sobre o sistema carcerário brasileiro apontam para problemas no âmbito das políticas públicas nesse setor e sabe que a questão foi judicializada perante o Supremo Tribunal Federal. A partir da discussão apresentada, como o estado de coisas inconstitucional poderia ser utilizado no caso concreto pelo STF? Como compatibilizar esse instituto com o princípio da separação de poderes?</p><p>O estado de coisas inconstitucional se dá quando há um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais, ocasionado por uma inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar o cenário, tratando-se de uma situação sistêmica de inconstitucionalidade que exige a atuação de uma pluralidade de autoridades. A expressão surgiu na Corte Constitucional da Colômbia, em 1997, por meio de uma Sentencia de Unificación (SU). O estado de coisas inconstitucional é uma técnica excepcional que exige, de uma forma resumida, a demonstração de uma violação sistemática aos direitos fundamentais. Nesses casos, é permitido ao Poder Judiciário a intervenção em políticas públicas para, ao lado dos demais poderes, garantir a concretização de direitos fundamentais (ADPF 347). Da mesma maneira, a teoria da reserva do possível não pode ser utilizada como base para negar a concretização de direitos fundamentais.</p><p>Assim, o Poder Judiciário poderia utilizar o estado de coisas inconstitucional como técnica para intervenção em políticas públicas quando demonstrada a situação acima narrada, determinando providências ao Poder Público. Ainda, o princípio da separação de poderes não é desrespeitado no caso do estado de coisas inconstitucional, pois a Constituição prevê um sistema de freios e contrapesos que permite o controle recíproco entre os poderes. Tanto é assim que o art. 2º prevê que os poderes são “harmônicos” entre si e autoriza o Poder Judiciário a exercer a jurisdição de forma uma.</p><p>4. A respeito das dimensões dos direitos fundamentais, assinale a alternativa correta:</p><p>Os direitos difusos são típicos da terceira geração de direitos fundamentais, marcada especialmente pelo ideal de solidariedade.</p><p>A letra C está correta, pois a terceira geração de direitos fundamentais se caracteriza pelo surgimento dos direitos difusos, como é o caso do direito ao meio ambiente, previsto no art. 225 da Constituição.</p><p>5. “Os direitos fundamentais podem sofrer restrições e não se sujeitam a qualquer prazo para serem exercidos”.</p><p>A afirmação acima se refere a quais características dos direitos fundamentais?</p><p>Relatividade e imprescritibilidade.</p><p>A afirmativa B está correta, uma vez que, ao dizer que os direitos fundamentais podem ser restringidos, refere-se expressamente à relatividade dos direitos fundamentais, que não são absolutos. Em seguida, ao dizer que o seu exercício não se sujeita a prazo, faz-se clara referência à imprescritibilidade dos direitos fundamentais.</p><p>6.  A discussão apresentada na questão envolve a interpretação de dois direitos fundamentais individuais: direito à liberdade de expressão e direito à liberdade religiosa. Nesse sentido, o STF deverá considerar as disposições do texto constitucional e as características dos direitos fundamentais. Sobre o assunto, assinale a alternativa que se encontra correta de acordo com a Constituição.</p><p>Embora o Brasil adote um modelo de Estado laico, o poder público pode, na forma da lei, promover a colaboração de interesse público.</p><p>De acordo com o art. 19, I, da CF: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público”.</p><p>7. O Estado tem o dever de viabilizar serviços educacionais à população. Trata-se de um direito relevante para o sistema constitucional e que já foi objeto de análise pelo STF em diversas oportunidades. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.</p><p>O Estado tem o dever de viabilizar serviços educacionais à população. Trata-se de um direito relevante para o sistema constitucional e que já foi objeto de análise pelo STF em diversas oportunidades. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta.</p><p>A educação é direito de segunda geração por se constituir como um direito social e, de acordo com julgados do STF, poderá ser objeto de decisão judicial obrigando o poder público a observar garantias constitucionais (p.ex., RE 1101106 AgR).</p><p>8.  Agora que você já sabe a diferença entre ensino confessional, não confessional e interconfessional ou ecumênico e sabe que a questão foi judicializada perante o Supremo Tribunal Federal (STF) para discutir sua admissibilidade no âmbito de escolas públicas, responda: é possível compatibilizar o ensino confessional, de matrícula facultativa, em escolas públicas com a Constituição Federal sem violar o modelo de Estado laico?</p><p>Sim, de acordo com o STF no julgamento da ADI 4439: “A singularidade da previsão constitucional de ensino religioso, de matrícula facultativa, observado o binômio Laicidade do Estado (CF, art. 19, I)/Consagração da Liberdade religiosa (CF, art. 5º, VI), implica regulamentação integral do cumprimento do preceito constitucional previsto no artigo 210, §1º, autorizando à rede pública o oferecimento, em igualdade de condições (CF, art. 5º, caput), de ensino confessional das diversas crença”.</p><p>Veja que a obrigatoriedade de matrícula (que não é o caso apresentado) poderia configurar violação à Constituição, pois o direito à liberdade religiosa deve conferir às pessoas a faculdade de escolher sua forma de professar a religião.</p><p>O STF entende ainda que “o binômio Laicidade do Estado/Consagração da Liberdade religiosa está presente na medida em que o texto constitucional (a) expressamente garante a voluntariedade da matrícula para o ensino religioso, consagrando, inclusive o dever do Estado de absoluto respeito aos agnósticos e ateus; (b) implicitamente impede que o Poder Público crie de modo artificial seu próprio ensino religioso, com um determinado conteúdo estatal para a disciplina; bem como</p><p>proíbe o favorecimento ou hierarquização de interpretações bíblicas e religiosas de um ou mais grupos em detrimento dos demais.”</p><p>Assim, o acordo apresentado no caso concreto e internalizado no sistema jurídico brasileiro é compatível com a Constituição Federal de 1988.</p><p>9. Em relação aos destinatários, será que eles se aplicam também às pessoas jurídicas ou apenas às pessoas físicas?</p><p>O entendimento majoritário é o de que esses direitos também se lhes aplicam desde que haja compatibilidade com a natureza da pessoa jurídica. O direito à vida ou de ir e vir, por óbvio, não são aplicáveis às pessoas jurídicas. Contudo, há diversos outros direitos que se estendem a elas, como o direito de propriedade, o sigilo das correspondências, dentre outros. Há, inclusive, direitos que são típicos de pessoas jurídicas, como o direito à propriedade das marcas e ao nome da empresa.</p><p>10. A respeito da liberdade religiosa, marque a alternativa correta:</p><p>A liberdade religiosa permite a prática de cultos religiosos, ainda que envolvam o sacrifício de animais.</p><p>A letra D é a correta, porque a liberdade religiosa garante a prática livre e pública de todas as seitas religiosas e, conforme já decidido pelo Supremo Tribunal Federal, é constitucional a lei que permite o sacrifício de animais para fins religiosos.</p><p>11. Assinale a alternativa correta a respeito dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988:</p><p>O direito à moradia está no rol dos direitos sociais e exige que o poder público atue para garanti-lo.</p><p>A letra C é a correta, pois o direito à moradia foi expressamente previsto no art. 6º da Constituição como direito social. E como tal, o Poder Público é obrigado a atuar, por meio de políticas públicas, para garanti-lo.</p><p>12. Como você viu, o case traz clara manifestação democrática. Com olhos nisso, podemos dizer que:</p><p>o processo legislativo de mudança constitucional, por meio da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), é exemplo de democracia deliberativa.</p><p>Em relação à democracia, o único ponto em conformidade com esse valor foi o processo legislativo da aludida PEC. Discursos de intimidação a membros do Congresso e do Supremo são o oposto do que se defende como democracia participativa. Os ataques a esse regime político, atualmente, têm origem de dentro dele e não pela imposição da força. O próprio uso sistemático de fake news é exemplo disso. Nessa medida, a contestação, sem provas, de que as urnas eletrônicas podem ser fraudadas gera instabilidade institucional e, portanto, estresse constitucional. Além disso, visa exatamente atacar a competição eleitoral que, sendo alcançada, significa uma clara erosão da democracia.</p><p>13. O caso trazido gira em torno, dentre outros pontos, do uso estratégico das fake news (ou desinformação) político-eleitorais. Assim, é possível afirmar que:</p><p>aproveita-se primordialmente da polarização cada vez mais extremada das pessoas e se utiliza das bolhas da Internet para se alastrar.</p><p>Como o próprio case demonstrou, as fakes news  político-eleitorais têm vez, sobretudo, em um terreno on-line, no qual pessoas cada vez mais extremadas alastram discurso descolado da realidade, para fazer prevalecer a subjetividade sobre a verdade. Preocupação atual, encontram espaço justamente por causa do desenho arquitetônico das redes sociais e mensagerias privadas que permitem o crescimento de bolhas de pessoas de igual sentimento. São instrumentos utilizados por políticos e mandatários para enfraquecer a democracia.</p><p>14. Você saberia dizer se as fake news político-eleitorais, particularmente, a exposta no caso, fomentam ou atentam contra a democracia? Qual a conexão com o que os estudiosos têm chamado de crise da democracia?</p><p>Claramente, as fake news político-eleitorais atentam contra a democracia. No caso, a difusão delas, pelos grupos on-line, trouxe uma instabilidade dos atores políticos responsáveis pela democracia. Com o discurso de que as urnas eletrônicas são fraudadas, uma parcela da população foi às ruas pedir o fechamento do Congresso, locus principal de concretização da democracia, e do Supremo Tribunal Federal, responsável primeiro pela guarda da Constituição, símbolo da redemocratização dos anos 80. Dessa forma, as fake news político-eleitorais contribuem para o desgaste desse regime político, em exemplo de crise da democracia.</p><p>15.  Com relação aos princípios procedimentais implícitos da democracia, é incorreto dizer:</p><p>A rejeição às regras democráticas, a negação de legitimidade no oponente, a tolerância ou o encorajamento à violência e a vontade de diminuir ou mesmo extirpar as liberdades civis dos oponentes e da mídia não são sinais de autoritarismo.</p><p>16.  São elementos do fenômeno desinformativo ou caraterísticas da arquitetura da Internet propícia à constituição de milícia digital ou à difusão de desinformação, exceto:</p><p>O indivíduo que age culposamente e que, mesmo sem intenção, dissemina o conteúdo.</p><p>O difusor de fake news que age culposamente e que sem intenção dissemina o conteúdo não pode ser considerado um elemento do fenômeno desinformativo.</p><p>17.  Com relação à concepção antagônica de constitucionalismo digital e o caso exposto:</p><p>faz parte do constitucionalismo a existência de valores morais positivados e elevados a um patamar superior para fins de submissão do comportamento das pessoas.</p><p>A concepção antagônica de constitucionalismo digital e o caso exposto demonstram como a separação entre o mundo on-line e as preocupações a ele inerentes reclamam uma necessária limitação de poderes nesse universo digital. É por isso que o ideal do constitucionalismo com a superioridade de valores importantes em uma sociedade precisa permear também a vida digital. Nessa ordem de ideais, é possível enxergar no argumento do jovem a favor da autorregulação uma tentativa de fuga ao constitucionalismo, sendo obviamente descompassada a afirmação de que o stalk não acontece no mundo on-line. Por conta da superioridade dos valores constitucionais, está correto dizer que o Congresso Nacional deve fazer ingerência sobre as condutas do Facebook, se necessária ao respeito de tais valores. É exemplo, o Marco Civil da Internet. Assim, é incorreto dizer que o discurso de ódio só poderia ser regulado pelas próprias plataformas, porque elas não produzem as normas superiores em ordenamento jurídico off-line.</p><p>18. Na narrativa do case, verificou-se uma atuação legislativa do Congresso Nacional. Compreendendo os ideais de constitucionalismo, democracia e universo digital, a atuação acima do Parlamento parece ser positiva. Desse modo, é possível dizer:</p><p>que do constitucionalismo difuso extrai-se uma leitura da Constituição a exigir a proteção de minorias, o que o Parlamento fez por meio da criminalização do stalk e do hate speech.</p><p>A ideia de democracia cultural, em que pese defender uma interação entre as pessoas para construção da cultura, não abandona o valor democrático. Por isso, dela não são extraídas conclusões a favor de ataques a minorias, como é exemplo o hate speech e o ideal de superioridade branca. Por outro lado, o constitucionalismo difuso visa, além da abertura para interpretação da Constituição, a busca em proteger os direitos e fiscalizar o poder. Nesse sentido, não está incluído o fortalecimento de quem atenta contra minorias, sendo ilegítimas as compreensões que atentem contra o sentido possível extraído da Constituição. Diante do constitucionalismo difuso, é possível que os diversos atores sociais interpretem e influenciem o Congresso a extrair um sentido da Constituição que proíba criminalmente o stalk e o hate speech.</p><p>19. Você conseguiria examinar o tema do case a partir da concepção antagônica de constitucionalismo digital? E mais, apontaria, fazendo ligação com o caso, quais as críticas pertinentes a essa concepção?</p><p>Para uma visão antiga e hoje claramente ultrapassada, o mundo digital não deveria sofrer qualquer ingerência estatal regulatória. Assim, no máximo, por meio da autorregulação, as relações virtuais deveriam ser conduzidas. Os argumentos variavam desde a inadequação de um Estado se sobrepor</p><p>aos demais e impor suas ideias de mundo quando da confecção regulatória, até a ideia de que, em uma democracia interna, as dificuldades do mundo on-line seriam resolvidas. Neste mundo, defendiam seus seguidores, não haveria desigualdades e perseguições, sendo ofensora ao autogoverno a lei criada por outro ente e aplicada à vida digital. O que argumentam o jovem e o Facebook segue esse caminho. Sob a perspectiva crítica, no fundo, o jovem e o Facebook desconsideram a supremacia constitucional, para alforria tanto de sua conduta, quanto de seu modelo de negócios. Ademais, é preciso compreender que os argumentos trazidos por quem não deseja a regulação do espaço digital se choca contra os ideais de democracia e constitucionalismo, além de não solucionarem, como no caso, os problemas relacionados ao stalk e ao hate speech.</p><p>20. Embora se possa falar em uma evolução da Internet na vida do brasileiro, sobre a contradição do constitucionalismo digital no Brasil, é incorreto dizer:</p><p>Devido à eficiência do serviço de Internet nas diversas regiões brasileiras, é amplamente possível exercer uma fiscalização sobre as limitações de poder.</p><p>O serviço de Internet não é igualmente eficiente nas diferentes regiões do Brasil, com isso não é possível exercer uma ampla fiscalização sobre as limitações de poder.</p><p>21. Sobre democracia cultural, não é possível dizer que:</p><p>Seu ideal não se qualifica como uma crítica à visão que prioriza o conteúdo em lugar das pessoas que deliberam.</p><p>A democracia cultural critica a visão que prioriza o conteúdo que é deliberado em lugar das pessoas que deliberam.</p><p>22. Quanto ao caso exposto e a dificuldade de relacionamento entre democracia, constitucionalismo e jurisdição digital, o que é possível dizer:</p><p>conquanto o ideal democrático possa ser concebido como a regra da maioria, o constitucionalismo se apresenta como forma de limitação, na medida em que estipula balizas para a separação de poderes e a tutela de direitos fundamentais, devendo as redes sociais se conduzirem de acordo com esse desenho.</p><p>A regra da maioria precisa de limitação, para não se tornar em “tirania da maioria”. Nessa medida, o constitucionalismo tem vez para prever separação de poderes e proteger direitos fundamentais. Em períodos eleitorais, é lógico que pulsa com muita força o ideal da democracia. Mas, até mesmo por isso, limitações precisam existir, para que a própria democracia tenha vida. Entra aí a importância do constitucionalismo. O caso exposto é um exemplo disso. Uma regra da maioria sem freios levaria, com forte probabilidade, à ruína da própria democracia. As redes sociais devem ter isso em mente, para nortear suas condutas.</p><p>23. O case apresentado versa sobre jurisdição digital. A partir disso, analise as afirmações abaixo.</p><p>A previsão, nos termos de serviço, de um procedimento pelo qual conteúdos considerados ilícitos podem ser contestados é inerente à lógica de jurisdição digital, sendo importante contemplar figuras como do contraditório, da fundamentação e da publicidade.</p><p>Na jurisdição digital, estando o provedor na posição de árbitro de uma questão jurídica ocorrida em seu ambiente, é importante a fixação de critérios decisórios claros. Isso envolve também a previsão de um procedimento, de conhecimento de todos, no qual a plataforma deve se pautar. Dentre dessa lógica, é preciso haver a previsão de provocação do provedor para moderação de conteúdo, de contraditório, ainda que diferido, de fundamentação, de publicidade e, até mesmo, de recurso. É dessa forma que a jurisdição digital estará em consonância com os direitos fundamentais.</p><p>24. Você saberia analisar o case a partir da ideia de jurisdição digital e a posição do ator privado como árbitro da questão?</p><p>É preciso compreender que a jurisdição digital pode ser entendida como a atividade de resolução de disputas no plano digital, pelo provedor do espaço em que a questão surgiu. Um dos pontos mais importantes e que tem impactado na conduta das redes sociais é que elas possuem seu modelo de negócios voltado para o lucro, o que gera, de imediato, uma questão sobre a equidistância na análise das situações. De todo modo, no Brasil, vige a dimensão objetiva dos direitos fundamentais, devendo o Estado promover, proteger e defender os direitos fundamentais, o que abrange o caminho legislativo e administrativo, a fazer com que atores privados se conduzam em conformidade com a proteção desses direitos. Também tem aplicação a eficácia horizontal direta e imediata desses direitos. Assim, verificada a assimetria entre os envolvidos (provedores, oradores e auditório), o dever de proteção se volta para o particular tutelar o direito de outro particular. Assim, no caso, a partir da notificação extrajudicial feita pelos partidos políticos, as redes sociais teriam o dever de corretamente analisar eventual ofensa a direitos fundamentais, como o direito à informação do eleitorado.</p><p>25.  Do tema mais genérico “Política e Direito Cibernético” densificado nos segmentos “constitucionalismo digital”, “democracia, eleições e fake news” e “jurisdição digital e Inteligência Artificial”, é possível reconduzir a tensão entre o constitucionalismo e a democracia. Sobre isso, não é possível dizer que:</p><p>A Constituição de 1988 não traz um desenho institucional para que os valores da democracia, pela regra da maioria, sejam postos em prática.</p><p>Quanto à tensão entre o constitucionalismo e a democracia, é correto dizer que a Constituição de 1988 propõe um desenho institucional em que os valores da democracia, pela regra da maioria, sejam postos em prática.</p><p>26. Com relação à jurisdição digital, à publicidade, à procedimentalização e contraditório, é acertado dizer:</p><p>A publicidade da fundamentação pode ser afixada no próprio local (perfil, conta ou site) em que se deu a violação do direito fundamental, com fim de se conferir a mais ampla transparência e publicidade possíveis.</p><p>É correto, para os fins da jurisdição digital, que a publicidade da fundamentação seja afixada no próprio local (perfil, conta ou site) em que se deu a violação do direito fundamental, com o propósito de se conferir a mais ampla transparência e publicidade possíveis.</p><p>27. O constitucionalismo é um movimento que mudou com o passar do tempo, razão pela qual a doutrina identifica espécies. Sobre isso, assinale a alternativa que representa uma das espécies do constitucionalismo.</p><p>O constitucionalismo moderno tem como referência a Revolução Francesa e a Norte-Americana, dando início às primeiras constituições (em sua maioria escritas).</p><p>O constitucionalismo moderno é o movimento que se refere à edição das primeiras constituições escritas, que eram especialmente focadas nos direitos individuais. Seus principais exemplos são a Constituição da França e a dos Estados Unidos.</p><p>28. O neoconstitucionalismo refere-se a um fenômeno que afeta o Direito e a jurisdição constitucional. Sobre tal fenômeno, aponte a alternativa correta.</p><p>O neoconstitucinalismo nasce a partir do marco histórico (pós-Segunda Guerra), filosófico (pós-positivismo) e teórico (releitura de hermenêutica).</p><p>O neoconstitucionalismo possui três marcos: histórico (pós-Segunda Guerra), filosófico (pós-positivismo) e teórico (releitura da hermenêutica). Esses marcos refletiram o nascimento e a identificação do fenômeno pela doutrina, a qual possui, como um de seus principais efeitos, a ampliação da jurisdição constitucional.</p><p>29. Como você viu, o caso relatado trata da diferença entre o controle de convencionalidade e o de constitucionalidade em âmbito conceitual. Após a leitura do caso, quais seriam essas diferenças?</p><p>O controle de constitucionalidade tem como parâmetro normativo as normas constitucionais do sistema jurídico, enquanto o de convencionalidade analisa o cumprimento de tratados e convenções internacionais, até mesmo no que concerne à sua interpretação.</p><p>O controle de convencionalidade tem como parâmetro normativo o tratado ou a convenção internacional do qual o Brasil faça parte, cuja responsabilização é apurada em nível internacional. Por outro lado, o de constitucionalidade</p><p>é aferido no âmbito interno de cada país, tendo como parâmetro normativo a Constituição de cada Estado.</p><p>30. No caso concreto apresentado, uma corte internacional questiona a recepção de uma lei brasileira pela Constituição Federal de 1988, a qual, aliás, já foi considerada pelo STF como adequada ao Texto Constitucional. Tendo isso em vista, qual das opções a seguir representa corretamente o papel das cortes internacionais no direito brasileiro?</p><p>As cortes constitucionais podem exercer jurisdição sobre o Brasil nos termos de tratados e convenções internacionais dos quais o país seja signatário, o que será internalizado após trâmite previsto na Constituição.</p><p>Os tratados e convenções internacionais possuem força normativa no Direito brasileiro, podendo, conforme o caso, assumir status de lei ordinária ou supralegal ou de emenda constitucional. Aponta o art. 5º, §3º, da Constituição: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais” (BRASIL, 1988). Desse modo, é possível ao Brasil se submeter à jurisdição de cortes internacionais subscrevendo tratados ou convenções internacionais.</p><p>31. Você já sabe que o controle de convencionalidade é instituto recente e que tem como objeto o cumprimento de tratados e convenções internacionais dos quais o Brasil seja signatário. Você considera possível que o controle de convencionalidade também abranja a interpretação e a prática interna dos países no cumprimento das normas internacionais?</p><p>Sim. O cumprimento de tratados e de convenções internacionais por países signatários vai além da mera edição de leis internas. Também é necessário o seu fiel cumprimento para a garantia dos direitos assegurados, conferindo à legislação uma interpretação conforme seu âmbito internacional e adotando práticas que garantam a proteção desses direitos. O entendimento contrário, afinal, esvaziaria o próprio direito assegurado no plano internacional.</p><p>Nesse sentido, as cortes constitucionais de cada país devem promover a interpretação de suas normas internas alinhadas à interpretação da CIDH, enquanto os poderes públicos precisam promover práticas que assegurem o cumprimento dos direitos estabelecidos em convenções e tratados internacionais.</p><p>32. Indique a alternativa correta acerca de tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos.</p><p>Se o tratado ou convenção internacional sobre direitos humanos não for aprovado com o quórum previsto para emenda constitucional, ele será considerado com status supralegal, ou seja, acima das leis, mas abaixo da Constituição.</p><p>Trata-se de entendimento do STF firmado no RE 466.343. De acordo com o referido julgado, os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que não forem aprovados na forma do art. 5º, §3º, da Constituição, terão status supralegal, ou seja, estarão acima das leis, mas abaixo das normas constitucionais.</p><p>33. O conceito de controle de convencionalidade vem sendo construído nos últimos anos pela doutrina e pelas cortes internacionais. Sobre tal conceito, assinale a alternativa que representa suas características corretas.</p><p>Trata-se de mecanismo de direito internacional que permite a verificação da compatibilidade do direito interno com os tratados internacionais em vigor no país, notadamente os de direitos humanos, mas não somente eles, e implica que a norma doméstica precisa ser compatível com a ordem jurídica internacional que não viola os preceitos de direito internacional que não viola os preceitos de direito internacional a que está obrigado o país.</p><p>O controle de convencionalidade corresponde à análise de compatibilidade do direito interno com tratados e convenções internacionais em vigor no país. A diferença entre o controle de convencionalidade e o de constitucionalidade se dá exatamente pelo fato de que seu parâmetro de análise envolve tratados e convenções internacionais. A compatibilidade pode ser aferida em relação ao seu texto e à sua interpretação.</p><p>34. Como você viu, o migrante possui direitos assegurados na Lei de Migração. Assinale a alternativa que representa um direito garantido ao migrante conforme a referida lei.</p><p>Acesso a serviços públicos de saúde e de assistência social e à Previdência Social, nos termos da lei, sem discriminação em razão da nacionalidade e da condição migratória.</p><p>O migrante, no Brasil, é titular de direitos com base na Constituição e na Lei de Migração. Determina o art. 4º, IX, da Lei nº 13.445/2017: “Ao migrante é garantida no território nacional, em condição de igualdade com os nacionais, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, bem como são assegurados: [...] IX - amplo acesso à justiça e à assistência jurídica integral gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos” (BRASIL, 2017).</p><p>35. A Lei de Migração possui alguns princípios que precisam ser observados pelo Estado em sua política migratória. Marque a alternativa que representa um desses princípios.</p><p>Igualdade de tratamento e oportunidade ao migrante e aos seus familiares,</p><p>A Lei de Migração foi elogiada por princípios e diretrizes que contribuem para a garantia de direitos humanos. De acordo com o art. 3º, IX, da Lei nº 13.445/2017: “A política migratória brasileira rege-se pelos seguintes princípios e diretrizes: [...] IX - igualdade de tratamento e de oportunidade ao migrante e a seus familiares”.</p><p>36. Agora que você já conhece a discussão sobre a gratuidade do processo de regularização migratória, responda, a partir do caso que foi analisado, a estas duas questões:</p><p>· Os migrantes possuem direitos fundamentais?</p><p>· A gratuidade constitucional do art. 5º, LXXVI, da Constituição Federal de 1988 se aplica a eles?</p><p>Os migrantes são considerados como estrangeiros e, nessa condição, possuem a garantia de direitos fundamentais, inclusive mediante a proteção do Estado brasileiro, seja por força da CF, seja por força da legislação infraconstitucional (especialmente da Lei de Migração).</p><p>Já a gratuidade aos migrantes reconhecidamente pobres é assegurada na Lei de Migração. O art. 4º, XII, da Lei nº 13.445/2017 prevê a “isenção das taxas de que trata esta lei, mediante declaração de hipossuficiência econômica, na forma de regulamento”.</p><p>No mesmo sentido, o art. 113, §3º, afirma o seguinte: “Não serão cobrados taxas e emolumentos consulares pela concessão de vistos ou para a obtenção de documentos para regularização migratória aos integrantes de grupos vulneráveis e indivíduos em condição de hipossuficiência econômica” (BRASIL, 2017).</p><p>Apesar dessas previsões em lei, a imunidade também possui fundamento constitucional no art. 5º, LXXVI, uma vez que esse direito fundamental é necessário à garantia da proteção do próprio migrante. Conforme tese de repercussão geral do STF: “É imune ao pagamento de taxas para registro da regularização migratória o estrangeiro que demonstre sua condição de hipossuficiente, nos termos da legislação de regência” (BRASIL, 2021).</p><p>37.</p>

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