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<p>SISTEMA DE ENSINO</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>Livro Eletrônico</p><p>2 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Sumário</p><p>Morfossintaxe do Período Composto ...................................................................................................................3</p><p>1. Bloco I: Substantivas x Adjetivas .......................................................................................................................5</p><p>1.1. Orações Subordinadas Substantivas ............................................................................................................5</p><p>1.2. Oração Subordinada Substantiva Subjetiva ............................................................................................6</p><p>1.3. Oração Subordinada Substantiva Predicativa .......................................................................................7</p><p>1.4. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta ...............................................................................8</p><p>1.5. Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta ............................................................................9</p><p>1.6. Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal ....................................................................9</p><p>1.7. Oração Subordinada Substantiva Apositiva ........................................................................................ 10</p><p>2. Orações Subordinadas Adjetivas .................................................................................................................... 10</p><p>2.1. Explicativa X Restritiva .....................................................................................................................................12</p><p>2.2. Função Sintática do Pronome Relativo ....................................................................................................13</p><p>2.3. Regência do Pronome Relativo .....................................................................................................................16</p><p>2.4. Uso dos Pronomes “Onde” e “Cujo” ...........................................................................................................18</p><p>3. As Orações Reduzidas ...........................................................................................................................................21</p><p>4. Bloco II: Adverbiais x Coordenadas ............................................................................................................... 22</p><p>4.1. Orações Subordinadas Adverbiais .............................................................................................................25</p><p>4.2. Orações Coordenadas ........................................................................................................................................30</p><p>Questões de Concurso ...............................................................................................................................................37</p><p>Gabarito ........................................................................................................................................................................... 104</p><p>Gabarito Comentado .................................................................................................................................................105</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>3 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>MORFOSSINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO</p><p>Olá, querido(a) amigo(a)!</p><p>Depois de alguns percursos gramaticais, chegamos a um ponto do estudo de que muitos</p><p>alunos não gostam: o período composto. E há uma razão para não gostarem – as nomenclatu-</p><p>ras dessa parte da gramática assustam qualquer pessoa, pois não é nem um pouco agradável</p><p>falar em oração subordinada substantiva completiva nominal reduzida de infinitivo, por exem-</p><p>plo. Em muitas oportunidades, a nomenclatura adotada é maior que a oração analisada! Antes</p><p>de começar as análises oracionais, vamos fazer a engenharia reversa!</p><p>Veja comigo a seguinte construção:</p><p>EXEMPLO</p><p>1) Um Jornal de São Paulo anunciou, no início da tarde, a prisão do deputado.</p><p>Primeiramente, perceba que há apenas um verbo. Isso nos revela que estamos diante de</p><p>um período simples. Vamos fazer a análise sintática da construção, com base nos conheci-</p><p>mentos que adquirimos até aqui:</p><p>Agora, vamos realizar algumas alterações:</p><p>i. Em vez de “de São Paulo” (o adjunto adnominal), usaremos que é de São Paulo;</p><p>ii. Em vez de “no início da tarde” (o adjunto adverbial), usaremos quando entardeceu;</p><p>iii. Em vez de “a prisão do deputado” (objeto direto), usaremos que o deputado foi preso.</p><p>O resultado será:</p><p>EXEMPLO</p><p>(2) Um jornal que é de São Paulo anunciou, quando entardeceu, que o deputado foi preso.</p><p>A que conclusões podemos chegar?</p><p>• Antes, o período era simples; agora, composto. Basta perceber a ocorrência dos verbos</p><p>“é”, “entardeceu”, “foi preso” e “anunciou”.</p><p>• “Anunciou” é o verbo que estava desde o começo, quando o período ainda era simples.</p><p>Por isso, ele integra a nossa oração principal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>4 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>• “que é de São Paulo” caracteriza o substantivo “jornal”, assim como “de São Paulo”, que</p><p>é adjunto adnominal. Em outras palavras, ele também é um adjunto adnominal, só que</p><p>oracional.</p><p>• “quando entardeceu” indica quando a ação de anunciar foi praticada, assim como “no</p><p>início da tarde”, que é adjunto adverbial. Em outras palavras, ele também é um adjunto</p><p>adverbial, só que oracional.</p><p>• “que o deputado foi preso” é o que foi anunciado, funciona como o complemento do</p><p>verbo “anunciou”, assim como “a prisão do deputado”, que é objeto direto. Em outras</p><p>palavras, ele também é objeto direto, só que oracional.</p><p>Veja, portanto, que há uma profunda e íntima relação entre o que estudamos e o que estu-</p><p>daremos! As nomenclaturas, querido(a), são detalhes! Primeiramente, preciso que você enten-</p><p>da, para depois dar nomes! Mais adiante, entenderemos que</p><p>• os adjuntos adnominais oracionais são as orações subordinadas adjetivas.</p><p>• os adjuntos adverbiais oracionais são as orações subordinadas adverbiais.</p><p>• os objetos diretos oracionais fazem parte das orações subordinadas substantivas.</p><p>O período composto da língua portuguesa é dividido em duas partes: subordinação e co-</p><p>ordenação. No primeiro caso, falamos de orações que apresentam dependência sintática em</p><p>relação a outros termos do período. No segundo, falamos de orações que apresentam uma</p><p>interação semântica entre outras orações do período. No mapa mental abaixo, você entenderá</p><p>a divisão do período composto:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>5 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Por razões didáticas, organizaremos este PDF em dois blocos: no primeiro, falaremos sobre</p><p>orações subordinadas substantivas e adjetivas; no segundo, orações subordinadas adverbiais</p><p>e coordenadas. Essa divisão é baseada na metodologia adotada pelas bancas em</p><p>oposição.</p><p>b) condição.</p><p>c) explicação.</p><p>d) concessão.</p><p>e) comparação.</p><p>002. (VUNESP/AUXILIAR DE PROMOTORIA/MPE-SP/2019)</p><p>Um grande teste de sustentabilidade</p><p>Ao se considerar que a raça humana já está consumindo anualmente 50% a mais do que</p><p>a Terra produz nesse período, torna-se forçoso planejar como conseguiremos alimentar toda a</p><p>população prevista para o futuro – em 2050, de acordo com as estimativas, seremos mais de</p><p>9 bilhões. É quando pensamos nas variáveis envolvidas nessa questão que começamos a ter</p><p>uma ideia do desafio à nossa frente.</p><p>Não basta pensar simplesmente em produzir alimentos para essa enorme quantidade</p><p>de pessoas. A solução tem que levar em conta simultaneamente premissas como minimizar</p><p>as emissões de gases de efeito estufa, inibir a expansão de áreas cultivadas, impedir a extin-</p><p>ção de espécies animais e preservar a água. Além de aumentar o volume de alimentos produ-</p><p>zidos nas terras agrícolas existentes, é necessário reduzir à metade o desperdício de comida</p><p>registrado principalmente nas sociedades mais desenvolvidas.</p><p>Um fator comum aos estudos existentes, inclusive ao que deu origem à chamada “dieta</p><p>da saúde planetária”, é que a criação de bovinos para abate nas atuais proporções precisa ser</p><p>revista urgentemente. Esses animais realmente exercem uma pressão substancial sobre os</p><p>recursos naturais – boa parte da produção agrícola mundial, aliás, é destinada a alimentá-los.</p><p>E, no balanço final, os bovinos são responsáveis por apenas 33% das proteínas e 17% das ca-</p><p>lorias consumidas ao redor do mundo.</p><p>Isso significa que todos devem pensar em consumir apenas produtos de origem ve-</p><p>getal? É prematuro dizer isso. Previsivelmente, não há como impor de cima para baixo uma</p><p>proposta como essa. Existem tradições, culturas, hábitos arraigados (o churrasco brasileiro é</p><p>um exemplo) que não serão abandonados de uma hora para outra. Existe também toda uma</p><p>cadeia econômica fundamentada na proteína animal que certamente vai lutar por sua</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>38 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>sobrevivência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse</p><p>assunto. Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.</p><p>(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)</p><p>Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada</p><p>estabelece sentido de</p><p>a) tempo.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) condição.</p><p>d) comparação.</p><p>e) conclusão.</p><p>003. (VUNESP/AUXILIAR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE MONTE ALTO-SP/2019)</p><p>A frase “Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro</p><p>quadrinho, ideia de</p><p>a) causa.</p><p>b) condição.</p><p>c) conclusão.</p><p>d) proporção.</p><p>e) comparação.</p><p>004. (VUNESP/JORNALISTA/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA-SP/2018)</p><p>Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico</p><p>Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo</p><p>mais do que petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais</p><p>de uma variação da fruta fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa</p><p>das famílias tradicionais, sendo usado como condimento e indo parar em pratos requintados</p><p>nos restaurantes.</p><p>Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em</p><p>maneiras de preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros</p><p>para além de crises econômicas e sociais em todo o mundo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>39 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes</p><p>de tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em</p><p>um mercado paralelo.</p><p>Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do</p><p>que o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio</p><p>governo mexicano.</p><p>Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engor-</p><p>dava. Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio,</p><p>presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da</p><p>pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do</p><p>abacate, como o guacamole.</p><p>(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)</p><p>¹ Hipster: Alguém que pensa e se veste diferentemente do que é moda dominante.</p><p>² Fitness: Relativo à boa condição física.</p><p>No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa,</p><p>que engordava.” –, a oração destacada tem a função de</p><p>a) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado</p><p>atualmente.</p><p>b) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo</p><p>sempre foi bem visto.</p><p>c) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele</p><p>engorda as pessoas.</p><p>d) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização</p><p>do produto.</p><p>e) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser sau-</p><p>dável às pessoas.</p><p>005. (VUNESP/MÉDICO JUDICIÁRIO/TJ-SP/2019)</p><p>Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia</p><p>Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do</p><p>maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mes-</p><p>ma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.</p><p>O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o con-</p><p>trole sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo</p><p>a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames</p><p>e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.</p><p>De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, hou-</p><p>ve avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>40 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>dos laboratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos</p><p>pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.</p><p>O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver</p><p>progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o pa-</p><p>ciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”</p><p>Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova revi-</p><p>ravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que</p><p>sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando</p><p>muita tecnologia, mas com foco no paciente.”</p><p>Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.</p><p>Esses doutores teriam uma função diferente,</p><p>atuando na interface entre o conhecimento bio-</p><p>médico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam</p><p>alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.</p><p>Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consul-</p><p>tas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com</p><p>laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir</p><p>casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente</p><p>ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.</p><p>Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua</p><p>fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars</p><p>– quem controla o robô ainda é o ser humano.</p><p>(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)</p><p>Observe os trechos destacados nas frases do texto.</p><p>• A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não</p><p>os solicite. (3º parágrafo)</p><p>• Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. (último parágra-</p><p>fo)</p><p>Nesses trechos, notam-se, correta e respectivamente, as ideias de</p><p>a) advertência e causa.</p><p>b) conclusão e concessão.</p><p>c) finalidade e oposição.</p><p>d) reiteração e simultaneidade.</p><p>e) condição e consequência.</p><p>006. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/SEDUC-SP/2019)</p><p>Irmãos em livros</p><p>Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos li-</p><p>vros”. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>41 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>de todas”, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah, sim? Comentei que</p><p>também gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de apli-</p><p>cativos. Ele diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse:</p><p>“Entendi. O senhor tem razão”.</p><p>Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou</p><p>despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem</p><p>entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou</p><p>pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito</p><p>por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e</p><p>mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.</p><p>No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fasci-</p><p>nante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade.</p><p>São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o</p><p>que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade</p><p>é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que</p><p>cada autor conseguiu dar.</p><p>Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum</p><p>tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,</p><p>quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.</p><p>Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem</p><p>somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.</p><p>(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)</p><p>* Congraçamento: ato ou efeito de congraçar(-se); conciliação, reconciliação.</p><p>A expressão em destaque no trecho “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a</p><p>eles.” estabelece relação entre as orações com sentido de</p><p>a) proporção.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) causa.</p><p>d) comparação.</p><p>e) condição.</p><p>007. (VUNESP/ENGENHEIRO CIVIL/PREFEITURA DE SERRANA-SP/2018)</p><p>Elas vão substituir você</p><p>Quando, em 1956, o cientista da computação americano John McCarthy cunhou o ter-</p><p>mo “inteligência artificial”, durante uma conferência na universidade de Dartmouth, nos Esta-</p><p>dos Unidos, a intenção já era desenvolver máquinas capazes de livrar os seres humanos de</p><p>tarefas de alguma complexidade, porém largamente enfadonhas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>42 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>“A proposta é usar todo o nosso conhecimento para construir um programa de compu-</p><p>tador que saiba e, também, conheça”, resumiu McCarthy, expressando uma ambição que vem</p><p>de muito antes de ele proferir tais palavras. Uma narrativa mitológica judaica, por exemplo, já</p><p>apresentava, milênios atrás, a ideia de um ser artificial pensante, o Golem, feito de barro e que</p><p>serviria os humanos. Na Idade Média, alquimistas chegaram a sonhar em dar vida à criatura</p><p>por eles batizada de Homunculus. Era apenas um devaneio que o tempo e a ciência se encar-</p><p>regaram de trazer para o plano das realidades.</p><p>E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a</p><p>concretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em</p><p>que a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em</p><p>um sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unâ-</p><p>nime comemoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres</p><p>humanos desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque</p><p>na agenda do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresa-</p><p>riais em Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos</p><p>perdidos para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios</p><p>mais afetadas serão as administrativas e as industriais.</p><p>Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%</p><p>das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,</p><p>no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,</p><p>o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-</p><p>tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão</p><p>aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.</p><p>Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Sus-</p><p>skind, ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas,</p><p>ou modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-</p><p>fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à</p><p>criação de novos tipos de emprego.</p><p>(Veja, 31.01.2018. Adaptado)</p><p>O trecho iniciado pela conjunção “que”, destacado na passagem – A preocupação é tamanha</p><p>que o tema ganhou lugar de destaque na agenda do Fórum Econômico Mundial –, expressa,</p><p>em relação ao trecho que o precede, o sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) consequência.</p><p>c) modo.</p><p>d) lugar.</p><p>e) concessão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>43 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>008. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/2018)</p><p>Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está “faltando ser-</p><p>viço”. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega,</p><p>acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de mensagens instantâneas. Nes-</p><p>se cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em vez de si-</p><p>nalizar ociosidade, rir com os colegas for algo que favoreça a colaboração da equipe e estimu-</p><p>le a inovação? Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando</p><p>a chegar a essa conclusão.</p><p>Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo neuro-</p><p>cientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimore,</p><p>nos Estados Unidos.</p><p>Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de trabalho, o riso é desencadeado</p><p>principalmente por conversas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito nisso”,</p><p>“acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem não se lembra de situações no trabalho</p><p>em que um simples bate-papo tenha acabado em risada? Não são piadas, mas momentos de</p><p>conexão com os colegas.</p><p>O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um estado de relaxamento e segu-</p><p>rança, afirma a professora Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino Unido.</p><p>Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, mas podem ser</p><p>interrompidos por causa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os membros</p><p>de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que eles baixaram a guarda. Isso é importante,</p><p>pois há pesquisas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, conseguimos as-</p><p>sociar livremente as ideias com mais facilidade, o que pode potencializar a criatividade.</p><p>Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na Pensilvânia, e Mark Beeman, da</p><p>Universidade Northwestern, em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava um</p><p>grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo mostrou que uma breve gargalhada</p><p>aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, a aparente</p><p>falta de concentração relacionada ao riso permite à mente manipular e conectar conceitos de</p><p>uma forma que a concentração estrita não conseguiria.</p><p>(Bruce Daisley. “Como o riso ajuda a melhorar o desempenho no trabalho”. www.bbc.com, 27.06.2018. Adap-</p><p>tado)</p><p>Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-</p><p>ção temporal.</p><p>a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?</p><p>b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-</p><p>dos por causa de certos estados emocionais.</p><p>c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-</p><p>te as ideias com mais facilidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>44 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com</p><p>mais facilidade.</p><p>e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.</p><p>009. (VUNESP/PROFISSIONAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS/UNICAMP/2019)</p><p>Hostil mundo novo</p><p>Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores</p><p>que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas ava-</p><p>rias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o</p><p>aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar</p><p>cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.</p><p>Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras</p><p>ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e lín-</p><p>guas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela,</p><p>tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e</p><p>outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.</p><p>De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada,</p><p>a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.</p><p>Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “pre-</p><p>sencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.</p><p>Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online</p><p>e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se</p><p>perder tudo se digitar algo errado.</p><p>A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É ver-</p><p>dade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar.</p><p>Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e</p><p>a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que</p><p>seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.</p><p>(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hos-</p><p>til-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)</p><p>O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo</p><p>mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de</p><p>a) finalidade.</p><p>b) origem.</p><p>c) modo.</p><p>d) meio.</p><p>e) causa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>45 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>010. (VUNESP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/PREF. RIBEIRÃO PRETO-SP/2019)</p><p>Leia o texto para responder a questão.</p><p>Saudáveis loucuras</p><p>São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum pa-</p><p>drão da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de</p><p>botões amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança</p><p>a parar de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo</p><p>sobre o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.</p><p>São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustra-</p><p>dora exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. As-</p><p>sim, nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel</p><p>pedindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias</p><p>que não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram</p><p>contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.</p><p>Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a con-</p><p>venções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60</p><p>livros publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que,</p><p>certa vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar</p><p>o canto, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.</p><p>Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da</p><p>linguagem</p><p>comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as persona-</p><p>gens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que são cha-</p><p>mados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem</p><p>ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam</p><p>fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem</p><p>reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucuri-</p><p>nha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro,</p><p>inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”</p><p>(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)</p><p>Considere o trecho para responder a questão.</p><p>Assim, Dona Tinzinha vai à loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões amarelos para</p><p>o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar de fazer xixi na</p><p>cama. Ou então o irmão mais velho – ao ser questionado pelo mais novo sobre o que vai ser</p><p>quando crescer – conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.</p><p>Ao se eliminar o primeiro travessão e substituí-lo por uma conjunção de causa, a frase seguinte</p><p>deve se iniciar por:</p><p>a) a fim de que ela descobrisse…</p><p>b) já que ela descobriu</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>46 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>c) logo que ela descobriu…</p><p>d) à medida que ela descobriu…</p><p>e) para que ela descobrisse…</p><p>011. (FCC/AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2019) Texto associado:</p><p>Da alegria</p><p>Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da música que Chico Buarque escreveu</p><p>para a filha recém-nascida, dizendo o seu melhor desejo: “... e que você seja da alegria sempre</p><p>uma aprendiz...”</p><p>Haverá coisa maior que se possa desejar? Acho que não. E penso que Beethoven con-</p><p>cordaria: ao final de sua maior obra, a Nona Sinfonia, o que o coral canta são versos da “Ode</p><p>à alegria” de Schiller. Já o filósofo Nietzsche não se envergonhava de tratar desse assunto de</p><p>tão pouca respeitabilidade acadêmica (em nossas escolas a alegria não é tópico de nenhum</p><p>currículo), ele dizia que o nosso único pecado original é a falta de alegria.</p><p>(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41)</p><p>No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função</p><p>sintática que a oração grifada em:</p><p>a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.</p><p>b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.</p><p>c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.</p><p>d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.</p><p>e) Seria preferível que você continuasse a compor.</p><p>012. (FCC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP</p><p>/2019) Texto associado</p><p>A comunicação pode ser entendida como o compartilhamento de um significado entre</p><p>dois ou mais indivíduos e, na maioria dos casos, não ocorre espontaneamente, sem qualquer</p><p>objetivo. Ela é iniciada por alguém que visa alcançar um determinado resultado.</p><p>No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a</p><p>sua cultura quanto a cultura de seu receptor. Do ponto de vista teórico, tais recomendações</p><p>não se distanciam muito do esquema elementar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm,</p><p>nos primórdios dos estudos da comunicação. Ao transmissor competia codificar uma ideia</p><p>e gerar um sinal − ou mensagem − através de um meio, de modo que o receptor pudesse de-</p><p>codificá-lo e absorver o seu significado. Esse processo desenrolava-se sobre um cenário, ou</p><p>contexto, e dizia-se que cabia ao transmissor dimensionar a mensagem no nível de percepção</p><p>e entendimento do receptor.</p><p>São comuns, entretanto, as situações em que, em lugar de assumir esperadas posições</p><p>de competência na comunicação intercultural, vemos transmissores emitindo mensagens que</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>47 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>não são compreendidas pelos seus receptores, impossibilitando-os de produzir significados</p><p>próprios e transformando-os em meros repetidores do que ouvem − numa clara relação de</p><p>dominação. Os exemplos seriam muitos; para lembrar apenas um, no campo da comunicação</p><p>empresarial, podemos mencionar o grande número de empresas internacionais que utiliza, no</p><p>Brasil, slogans ou lemas publicitários em inglês − sem tradução − a despeito do fato de que</p><p>não mais do que dez por cento da população seja fluente nesse idioma.</p><p>(Adaptado de: PENTEADO, José Roberto Whitaker. “A comunicação intercultural: nem Eco nem Narciso”. In:</p><p>SANTOS, Juana Elbein dos (org.). Criatividade: Âmago das diversidades culturais − A estética do sagrado. Sal-</p><p>vador, Sociedade de Estudo das Culturas e da Cultura Negra no Brasil, 2010, p. 204-205)</p><p>Verifica-se uma relação de causa e consequência, nessa ordem, entre os enunciados separa-</p><p>dos pela vírgula no seguinte trecho:</p><p>a) transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, im-</p><p>possibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores</p><p>do que ouvem (3º parágrafo)</p><p>b) em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, ve-</p><p>mos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores</p><p>(3º parágrafo)</p><p>c) No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua</p><p>cultura quanto a cultura de seu receptor (2º parágrafo)</p><p>d) Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema ele-</p><p>mentar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm (2º parágrafo)</p><p>e) não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo (1º parágrafo)</p><p>013. (FCC/AGENTE CERIMONIAL/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção: Para</p><p>responder à questão considere a fábula abaixo.</p><p>Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-</p><p>-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca,</p><p>a única que possuía, e, na presença dele, colocou-a à venda. Então chegou um comprador e</p><p>quis saber se a porca era parideira. Ele afirmou que ela não apenas paria, mas que ainda o fazia</p><p>de modo extraordinário: para as festas da deusa Deméter, paria fêmeas e, para as de Atena,</p><p>machos. E, como o comprador estivesse assombrado com a resposta, o credor disse: “Mas</p><p>não se espante, pois nas festas do deus Dioniso ela também vai lhe parir cabritos.”</p><p>(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 22)</p><p>Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-</p><p>-a à venda.</p><p>Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de:</p><p>a) causa.</p><p>b) consequência.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>48 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>c) comparação.</p><p>d) oposição.</p><p>e) condição.</p><p>014. (FCC/ANALISTA DESENVOLVIMENTO GESTÃO JÚNIOR/METRÔ-SO/2019)</p><p>1 Sem deixar de reconhecer seus méritos, o crítico Richard Brody classificou</p><p>“Parasita”,</p><p>do coreano Bong Joon-ho, como um filme conservador. Entre outras coisas, por expressar a</p><p>urgência de uma correção da ordem social e econômica, sem romper com as regras do entre-</p><p>tenimento comercial.</p><p>2. Já entendemos que as coisas perderam o rumo, mas continuamos caminhando para</p><p>o precipício. Bong se apoia nesse consenso para transmitir uma parábola admonitória que nos</p><p>faz rir ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio.</p><p>3. Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que</p><p>já está estabelecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico.</p><p>Bong inverte a lógica. Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das estruturas.</p><p>4. Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de uma família de párias, considera,</p><p>diante da miséria à sua volta, o quanto “tudo é metafórico”. Na comédia proposta por Bong,</p><p>para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas são evidentes.</p><p>Rimos do que já entendemos.</p><p>5. O filme opõe uma família de desempregados, condenados a viver como parasitas, a</p><p>uma família de ricos frívolos, enredados em pequenas neuroses e ambições previsíveis, entre</p><p>os muros que os separam da realidade.</p><p>6. Atentos às menores chances de sobrevivência, em pouco tempo pai, mãe e os dois</p><p>filhos da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos, graças a uma</p><p>série de circunstâncias.</p><p>7. A casa onde vivem os ricos, representativa de uma tradição moderna de elegância e</p><p>conforto minimalista, é mal-assombrada, a julgar pelas visões do filho menor.</p><p>8. O que se instila na parábola de Bong Joon-ho é um conservadorismo estético. É fato</p><p>que o estado político, social e econômico do mundo desautorizou as ambições da moderni-</p><p>dade. A casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade</p><p>econômica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.</p><p>9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas,</p><p>com as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual.</p><p>É como se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual</p><p>entendimento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as</p><p>contradições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.</p><p>10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de</p><p>um conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.</p><p>(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>49 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>No contexto, expressa noção de finalidade o seguinte trecho:</p><p>a) ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio (2º parágrafo)</p><p>b) para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo (4º parágrafo)</p><p>c) Mesmo ironizando o projeto modernista (9º parágrafo)</p><p>d) mas continuamos caminhando para o precipício (2º parágrafo)</p><p>e) Entre outras coisas, por expressar a urgência de uma correção da ordem social e econômica</p><p>(1º parágrafo)</p><p>015. (FCC/CONSULTOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)</p><p>Texto associado</p><p>De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram</p><p>mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de qua-</p><p>tro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-</p><p>-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a</p><p>existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por</p><p>exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente</p><p>um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de</p><p>grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer.</p><p>Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!</p><p>− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendís-</p><p>sima está vendo. Isto é todos os dias.</p><p>− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre</p><p>de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas,</p><p>é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...</p><p>− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista,</p><p>depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana,</p><p>e puramente científica, e disso trato...</p><p>− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente!</p><p>(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)</p><p>confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...</p><p>(3º parágrafo)</p><p>Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) condição.</p><p>c) concessão.</p><p>d) consequência.</p><p>e) oposição.</p><p>016. (FCC/TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIO/SEGEP-MA/2018)</p><p>Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedô-</p><p>nia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo,</p><p>disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>50 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.</p><p>Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.</p><p>Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava</p><p>em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cum-</p><p>pra, por mais difícil que seja!</p><p>Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição,</p><p>à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.</p><p>Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.</p><p>A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego</p><p>e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder</p><p>do rei para ser usufruído.</p><p>(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com)</p><p>E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.</p><p>A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa</p><p>relação de</p><p>a) conformidade e proporção.</p><p>b) intensidade e condição.</p><p>c) causa e consequência.</p><p>d) proporção e conformidade.</p><p>e) condição e causa.</p><p>017. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/ALESE/2018) Para responder a questão abaixo, conside-</p><p>re o texto abaixo:</p><p>Um filme publicitário traz um ator interpretando um boçal no pavilhão de uma Bienal.</p><p>O almofadinha, vestindo pulôver escuro com gola rolê, cita autores como Nietzsche e Méliès,</p><p>entre outros, para compor um discurso afetado e vazio por meio do qual definia uma suposta</p><p>obra de arte. É o velho clichê do crítico intelectual.</p><p>Vi a propaganda no mesmo dia em que a Câmara Brasileira do Livro e a Amazon anun-</p><p>ciaram uma nova categoria do prêmio Jabuti: a dos melhores romances, contos, crônicas e</p><p>poesia, na opinião dos leitores.</p><p>O prêmio da Escolha do Leitor foi anunciado em tom de inovação democrática. O mes-</p><p>mo argumento tem sustentado algumas das estratégias de mercado draconianas de grandes</p><p>corporações de internet. Afinal, dá-se voz</p><p>ao leitor, que agora pode pôr em xeque decisões</p><p>arbitrárias de um punhado de críticos que não representam a opinião da maioria.</p><p>Nesse sentido, a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência que já</p><p>coroava as edições anteriores do prêmio: o Livro do Ano. Escolhido pelos livreiros, ele contem-</p><p>pla os títulos com mais chances de corresponder às expectativas do mercado, muitas vezes</p><p>contrariando os resultados das categorias literárias.</p><p>A principal ressalva à inovação democrática do Jabuti, entretanto, é que já existe um</p><p>prêmio do leitor. Ele se chama lista dos mais vendidos e é outorgado no mundo inteiro. É claro</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>51 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer que o leitor elegerá títulos apenas</p><p>entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado sem exone-</p><p>rar a crítica.</p><p>Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da</p><p>maioria? A resposta é simples. A despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os</p><p>prêmios literários não foram criados para corresponder a critérios objetivos de mercado.</p><p>Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e cora-</p><p>josas - e a coragem não costuma ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas,</p><p>selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados, acredita que deve ser defendido</p><p>em termos de subjetividade e exceção.</p><p>Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão</p><p>idiossincrática, mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar</p><p>literatura.</p><p>Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes cor-</p><p>porações de internet. É o que torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários</p><p>brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica pleonástica dos algoritmos que estruturam</p><p>a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma perspectiva subjetiva,</p><p>mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do “leitor”</p><p>(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).</p><p>Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia ge-</p><p>neralizada de leitor. Mas fazer o indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender</p><p>o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a propaganda da Bienal) tem menos a ver</p><p>com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo, reflexivo, do que com</p><p>a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes intelec-</p><p>tuais e subjetivos.</p><p>(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso</p><p>em: 10/3/2018)</p><p>O segmento que assinala noção de finalidade está em:</p><p>a) selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados (7º parágrafo)</p><p>b) a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência (4º parágrafo)</p><p>c) mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar literatura (8º</p><p>parágrafo)</p><p>d) o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo (último parágrafo)</p><p>e) para compor um discurso afetado e vazio (1º parágrafo)</p><p>018. (FCC/FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO/MÉDICO VETERINÁRIO/SEGEP-MA/2018)</p><p>Explicar ou compreender?</p><p>Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa hu-</p><p>mana, em sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>52 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Posso explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um</p><p>edifício. A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de</p><p>modo a permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da</p><p>causalidade mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar,</p><p>o fato passa a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do</p><p>seu corpo pela mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e</p><p>meu juízo é apenas o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o</p><p>seu gesto, tenho que compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível</p><p>integridade. Será sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da</p><p>vontade, embora destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação interna</p><p>insuportável.</p><p>Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua</p><p>liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história</p><p>a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente</p><p>emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-</p><p>-no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.</p><p>(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28-29)</p><p>Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:</p><p>a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)</p><p>b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)</p><p>c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)</p><p>d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º parágrafo)</p><p>e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)</p><p>019. (FCC /TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT-5ª REGIÃO-SP/2018) Atenção: Leia o texto a seguir</p><p>para responder a questão.</p><p>1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro</p><p>nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do</p><p>cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos</p><p>antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano.</p><p>Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as ques-</p><p>tões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de</p><p>determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.</p><p>2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que</p><p>a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à</p><p>própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que</p><p>encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e</p><p>somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a aparecer</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>53 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem cons-</p><p>truídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à</p><p>mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta</p><p>por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem</p><p>fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que</p><p>permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cére-</p><p>bro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de</p><p>que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessa-</p><p>riamente um empecilho.</p><p>3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no com-</p><p>portamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de</p><p>predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande</p><p>maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos</p><p>especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimen-</p><p>tos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria</p><p>bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências</p><p>do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencia-</p><p>lidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para</p><p>“montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células</p><p>nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.</p><p>4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que</p><p>seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generali-</p><p>zações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre</p><p>homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no</p><p>cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões</p><p>de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou</p><p>menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastan-</p><p>te precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do</p><p>que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o</p><p>tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da</p><p>psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espa-</p><p>ciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são</p><p>limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.</p><p>(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)</p><p>Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possí-</p><p>vel transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de</p><p>genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de</p><p>conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>54 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectiva-</p><p>mente a ideia de:</p><p>a) Condição − finalidade − consequência</p><p>b) Causa − conformidade − temporalidade</p><p>c) Concessão − finalidade − consequência</p><p>d) Conclusão − conformidade − causa</p><p>e) Conclusão − finalidade − causa</p><p>020. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020)</p><p>Texto associado</p><p>Entrando na Câmara, verifiquei que a grandiosa representação que eu fazia do legislador,</p><p>não se me tinha diminuído com o exame da opaca figura do doutor Castro. Era uma exceção,</p><p>mas certamente os outros deviam ser quase semideuses, mais que homens, pois eu queria-os</p><p>com força e com faculdades capazes de atender e de pesar tão vários fatos, tão desencon-</p><p>tradas considerações, tantas e tão sutis condições da existência de cada e da de todos. Para</p><p>tirar regras seguras para a vida total desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de</p><p>vontades, o legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido</p><p>o alvo incerto para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! Quanto</p><p>amor! Que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física,</p><p>a Alquimia!... Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado ofício!</p><p>(Adaptado de: BARRETO, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971, p.49)</p><p>Estabelece-se entre as ideias das orações Era uma exceção, mas certamente os outros deviam</p><p>ser quase semideuses (...) relação de</p><p>a) coordenação, articulada pelo emprego do sentido de adversidade do conectivo.</p><p>b) paralelismo, efetuado pela independência entre as orações.</p><p>c) subordinação, efetuada pelo sentido de oposição entre as orações.</p><p>d) situação, marcadamente designada pela presença de advérbios.</p><p>e) nominação, efetuada pelo emprego de substantivos.</p><p>021. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/SEAD-AP/2018) Atenção: Considere o texto</p><p>abaixo para responder à questão.</p><p>Contar histórias é o antecedente remoto da literatura, da história, das religiões e talvez,</p><p>indiretamente, a locomotiva do progresso. A oralidade contribuiu de maneira decisiva para im-</p><p>pulsionar a civilização da época das pinturas rupestres até a viagem dos homens às estrelas.</p><p>Oralidade quer dizer pré-literatura, aquela que existia apenas graças à voz humana, antes que</p><p>aparecesse a escrita.</p><p>Os contos, as histórias inventadas, davam mais vida aos nossos ancestrais, tiravam ho-</p><p>mens e mulheres das prisões asfixiantes que eram suas vidas e os faziam viajar pelo espaço</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>55 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>e pelo tempo e viver as vidas que não tinham nem nunca teriam em sua miúda e sucinta rea-</p><p>lidade. Sairmos de nós mesmos, sermos outros, graças à fantasia, nos entretém e enriquece.</p><p>Mas, além disso, nos ensina como é pequeno o mundo real comparado com os mundos que</p><p>somos capazes de fantasiar, e deste modo nos incita a agir para transformar nossos sonhos</p><p>em realidade. O progresso nasceu assim, da insatisfação e do mal-estar com o mundo real que</p><p>inspirava nos humanos a mesma ficção que os deleitava.</p><p>As histórias que inventamos constituem a vida secreta de todas as sociedades, aquela</p><p>dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma</p><p>forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e</p><p>invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela</p><p>existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, mui-</p><p>tos séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados</p><p>contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de</p><p>perigos que os espreitavam em qualquer parte.</p><p>(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)</p><p>...para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de perigos... (último parágrafo)</p><p>No contexto,</p><p>o segmento acima assinala noção de</p><p>a) causa.</p><p>b) temporalidade.</p><p>c) oposição.</p><p>d) comparação.</p><p>e) finalidade.</p><p>022. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,</p><p>considere o texto a seguir:</p><p>ILUMINAÇÃO − 7:800$000</p><p>A Prefeitura foi intrujada quando, em 1920, aqui se firmou um contrato para o forne-</p><p>cimento de luz. Apesar de ser o negócio referente a claridade, julgo que assinaram aquilo às</p><p>escuras. É um BLUFF*. Pagamos até a luz que a lua nos dá.</p><p>*BLUFF expressão inglesa que foi aportuguesada como “blefe”: atitude enganadora, em</p><p>jogo de cartas, que busca iludir o adversário.</p><p>(RAMOS, Graciliano. O relatório do prefeito Graciliano Ramos. Brasília: Conselho Federal de Administração,</p><p>2018, p.13)</p><p>A expressão Apesar de estabelece entre as orações relação de</p><p>a) proporção.</p><p>b) consequência.</p><p>c) condição.</p><p>d) conformidade.</p><p>e) concessão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>56 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>023. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)</p><p>Texto associado</p><p>Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, es-</p><p>pecialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas.</p><p>Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica</p><p>permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se,</p><p>assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas rela-</p><p>cionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.</p><p>Se resiste..I.. ilusão de que..II.. felicidade vem..III.. reboque dessas transformações,</p><p>também é fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.</p><p>(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”.</p><p>In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008)</p><p>Em Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza. (1º parágra-</p><p>fo), a expressão destacada apresenta valor</p><p>a) aditivo.</p><p>b) adversativo.</p><p>c) conclusivo.</p><p>d) explicativo.</p><p>e) comparativo.</p><p>024. (FCC/ESTAGIÁRIO ENSINO MÉDIO REGULAR/SABESP/2019) Atenção: Considere o</p><p>texto abaixo para responder a questão.</p><p>Alerta hídrico: demanda mundial por água deve crescer 40% até 2030</p><p>O elemento água está presente em quase tudo na Terra. Dois terços do planeta é com-</p><p>posto por água. No entanto, apenas 2,5% é doce, e a maior parte está presa nas geleiras das</p><p>calotas polares. A economia não gira e a sociedade não vive sem recursos hídricos, mas é</p><p>preciso se contentar com 0,5% do suprimento disponível para uso. Contudo, a demanda mun-</p><p>dial deverá aumentar 40% até 2030 e 55% até 2050, ano no qual se estima que mais de 40% da</p><p>população mundial viverá em áreas de grave estresse hídrico.</p><p>No Brasil, que tem a sorte de estar sobre o maior aquífero do globo, o Guarani, a de-</p><p>manda aumentou 80% nas últimas duas décadas, segundo dados da Agência Nacional de</p><p>Águas (ANA). A previsão do órgão é de que, até 2030, a retirada aumente 24%. “O histórico da</p><p>evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e</p><p>ao processo de urbanização do país”, diz estudo da agência. No entanto, o maior consumo de</p><p>água é na irrigação agrícola.</p><p>O uso da água no meio rural representa 83% da demanda de captação de água total bra-</p><p>sileira, dos quais 72% são destinados à irrigação, prática em franca expansão no Brasil. Passou</p><p>de 462 mil hectares em 1960 para 6,1 milhões de hectares em 2014, em especial por meio de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>57 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>pivôs centrais. “Assim, uma necessidade para o presente e o futuro é tornar mais eficiente a</p><p>prática da irrigação. Estima-se hoje uma perda de 40% devido a sistemas inadequados de irri-</p><p>gação ou vazamentos nas tubulações”, diz o chefegeral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo</p><p>Augusto Boechat Morandi.</p><p>(Adaptado de: KAFRUNI, Simone. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. 04/03/2019)</p><p>Ao final do 2º parágrafo, a expressão No entanto sinaliza</p><p>a) a conclusão lógica formulada a partir da afirmação de que o desenvolvimento econômico</p><p>gerou maior consumo de água.</p><p>b) uma explicação acerca da quantidade de água gasta no processo de urbanização do Brasil.</p><p>c) a quebra da expectativa de que o maior consumo de água ocorra nas zonas urbanas.</p><p>d) uma comparação entre a quantidade de água necessária no processo de urbanização e na</p><p>irrigação agrícola.</p><p>e) uma exemplificação de um contexto em que o consumo de água ocorre em consonância</p><p>com a preservação ambiental.</p><p>025. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção:</p><p>Para responder a questão, considere o texto abaixo.</p><p>1 Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter um restaurante. Mais</p><p>precisamente: gostaria de ser um cozinheiro. As cozinhas são lugares que me fascinam, má-</p><p>gicos: ali se prepara o prazer. O cozinheiro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da</p><p>alma e do corpo. Mas não sei cozinhar. Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como</p><p>quem cozinha.</p><p>2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pe-</p><p>los escritores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores.</p><p>Nas suas origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só</p><p>tempo, tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português</p><p>que não se fala mais, usava- -se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.</p><p>3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se assim</p><p>não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais belos</p><p>texto s, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de to-</p><p>dos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo</p><p>possível de sabor”. Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como</p><p>seus mestres.</p><p>4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges</p><p>aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes agra-</p><p>dam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda</p><p>quanto a felicidade obrigatória”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>58 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela</p><p>comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.</p><p>Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é</p><p>um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa</p><p>é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:</p><p>“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto</p><p>uma enorme tentação de parar de escrever.</p><p>Para sofrer menos.</p><p>(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papi-</p><p>rus, 1995, p. 155-158)</p><p>Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-</p><p>cidade obrigatória. (4º parágrafo)</p><p>O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de</p><p>a) finalidade.</p><p>b) consequência.</p><p>c) explicação.</p><p>d) concessão.</p><p>e) condição.</p><p>026. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,</p><p>considere o texto a seguir:</p><p>Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos. As suas bolas saíram do saco, é verdade, mas</p><p>foram inutilizadas, a do primeiro por faltar a primeira letra do nome, a do segundo por lhe faltar</p><p>a última. O nome restante e triunfante era o de um argentário ambicioso, político obscuro, que</p><p>subiu logo à poltrona ducal, com espanto geral da república. Mas os vencidos não se conten-</p><p>taram de dormir sobre os louros do vencedor; requereram uma devassa. A devassa mostrou</p><p>que o oficial das inscrições intencionalmente viciara a ortografia de seus nomes. O oficial con-</p><p>fessou o defeito e a intenção; mas explicou-os dizendo que se tratava de uma simples elipse;</p><p>delito, se o era, puramente literário. Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de or-</p><p>tografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei. Nesse mesmo dia ficou decretado</p><p>que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das quais as bolas pudessem ser lidas</p><p>pelo público, e, ipso facto, pelos mesmos candidatos, que assim teriam tempo de corrigir as</p><p>inscrições.</p><p>Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia. A mesma porta aberta à</p><p>lealdade serviu à astúcia de um certo Nabiga, que se conchavou com o oficial das extrações,</p><p>para haver um lugar na assembleia. A vaga era uma, os candidatos três; o oficial extraiu as bo-</p><p>las com os olhos no cúmplice, que só deixou de abanar negativamente a cabeça, quando a bola</p><p>pegada foi a sua. Não era preciso mais para condenar a ideia das malhas. A assembleia, com</p><p>exemplar paciência, restaurou o tecido espesso do regime anterior; mas, para evitar outras</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>59 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco</p><p>pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.</p><p>Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.</p><p>São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)</p><p>O emprego da conjunção como elemento coesivo, com efeito de estabelecer oposição entre</p><p>ideias, está presente em:</p><p>a)... uma vez que cinco pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.</p><p>b) Nesse mesmo dia ficou decretado que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das</p><p>quais as bolas pudessem ser lidas pelo público...</p><p>c) Mas os vencidos não se contentaram de dormir sobre os louros do vencedor;</p><p>d)... delito, se o era, puramente literário.</p><p>e) Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia.</p><p>027. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/TÉCNICO DE ARQUIVO E BIBLIOTECA/CÂMARA LE-</p><p>GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/ 2018) Atenção: Leia abaixo o Capítulo I do romance</p><p>Dom Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.</p><p>Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central</p><p>um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se</p><p>ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta,</p><p>e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que como eu estava</p><p>cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitu-</p><p>ra e metesse os versos no bolso.</p><p>– Continue, disse eu acordando.</p><p>– Já acabei, murmurou ele.</p><p>– São muito bonitos.</p><p>Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava</p><p>amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom</p><p>Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à</p><p>alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade,</p><p>e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar</p><p>com você.” – “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas</p><p>essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro dom Cas-</p><p>murro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe</p><p>camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.</p><p>Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no</p><p>que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me</p><p>fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha</p><p>narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>60 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá</p><p>cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.</p><p>(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)</p><p>...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1º parágrafo)</p><p>Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) comparação.</p><p>c) consequência,</p><p>d) proporção.</p><p>e) conclusão.</p><p>028. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/PREF. MANAUS-AM/2019) Atenção: Con-</p><p>sidere a entrevista abaixo para responder à questão.</p><p>1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que</p><p>suscita revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes</p><p>figuras do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?</p><p>2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o</p><p>quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo.</p><p>Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.</p><p>3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um</p><p>mundo que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a</p><p>diversidade cultural e os biótopos.</p><p>4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo</p><p>seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie</p><p>já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão</p><p>demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos?</p><p>Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção</p><p>entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas “ordens” esta-</p><p>rem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza</p><p>está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las.</p><p>Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão.</p><p>Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário</p><p>em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular</p><p>do nosso tempo,</p><p>nossa nova mitologia.</p><p>Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ci-</p><p>ência. Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.</p><p>(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível em: www.scielo.br)</p><p>Considerado o contexto, o segmento com valor concessivo está em:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>61 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a) visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente</p><p>b) uma vez que traz a ideia de que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural</p><p>c) Contudo, há motivo para inquietação</p><p>d) Portanto, é absurdo tentar distingui-las</p><p>e) embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo</p><p>029. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/DPE-AM/2019)</p><p>Texto associado</p><p>O inexpugnável mistério</p><p>Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr,</p><p>segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceite-</p><p>mos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas</p><p>tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da</p><p>origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e</p><p>se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem</p><p>natural das coisas.</p><p>Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do</p><p>qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras</p><p>palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem</p><p>o nosso misterioso mundo.</p><p>(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)</p><p>Na frase Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma, mantém-se o sen-</p><p>tido caso se substitua o segmento sublinhado por:</p><p>a) Ainda que a tarefa seja arrematada</p><p>b) À proporção que se finalize a tarefa</p><p>c) Conquanto se ultime a tarefa</p><p>d) Uma vez concluída a tarefa</p><p>e) À medida que se implemente</p><p>030. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRF – 3ª REGIÃO/2019)</p><p>Texto associado</p><p>1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas</p><p>incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de hu-</p><p>mor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na estei-</p><p>ra de dispositivos que emitem luz azul.</p><p>2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz ama-</p><p>relo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque</p><p>o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul</p><p>é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>62 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas</p><p>décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-</p><p>tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e</p><p>smartphones.</p><p>4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos</p><p>eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-</p><p>sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso</p><p>excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-</p><p>bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar</p><p>sem celular.</p><p>5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.</p><p>Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos</p><p>viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que</p><p>estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-</p><p>bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.</p><p>(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)</p><p>Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recom-</p><p>pensa (último parágrafo) pode ser substituído por</p><p>a) Conforme</p><p>b) Desde que</p><p>c) Pois que</p><p>d) Ainda que</p><p>e) Conquanto</p><p>031. (IBFC/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIENTE/IAP-PR/2021)</p><p>Texto associado</p><p>Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as</p><p>minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da</p><p>goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-</p><p>sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer</p><p>instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-</p><p>cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava</p><p>sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-</p><p>nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-</p><p>mar as malas.</p><p>- Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Mari-</p><p>cota. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respon-</p><p>di e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é</p><p>essa tal de Inês?</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>63 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fiquei</p><p>olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte, es-</p><p>pinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé, a</p><p>sandália pesada de lama.</p><p>[...]</p><p>(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)</p><p>No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações</p><p>que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-</p><p>mente, através do emprego da seguinte conjunção:</p><p>a) contudo.</p><p>b) quando.</p><p>c) embora.</p><p>d) porque.</p><p>e) Conforme</p><p>032. (IBFC/ARQUITETO/IAP-PR/2021)</p><p>Texto associado</p><p>Altos e baixos na política</p><p>(Milton Santos)</p><p>É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de</p><p>modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da</p><p>igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado</p><p>e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-</p><p>trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas</p><p>não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos</p><p>sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as</p><p>grandes</p><p>questões</p><p>acerca desse assunto. Além disso, ao longo das explicações, falarei sobre o funcionamento da</p><p>pontuação no período composto. Mas quero que você raciocine: se a sintaxe do período com-</p><p>posto é semelhante à do período simples, a pontuação segue o mesmo caminho! Por isso, lá</p><p>no primeiro PDF, eu disse a você que língua portuguesa deve ser estudada em uma sequência</p><p>didática, uma vez que alguns conteúdos são pré-requisitos para outros!</p><p>Sem mais, vamos aprofundar no assunto!</p><p>1. Bloco I: SuBStantIvaS x adjetIvaS</p><p>1.1. oraçõeS SuBordInadaS SuBStantIvaS</p><p>As orações subordinadas substantivas se dividem em:</p><p>Subjetivas (função de sujeito) Predicativas (função de pred. suj.)</p><p>Objetivas diretas (função de OD) Objetivas indiretas (função de OI)</p><p>Completivas nominais (função de CN) Apositivas (função de aposto)</p><p>Veja que todas elas são orações baseadas em funções sintáticas estudadas ao longo do</p><p>curso! Ou seja, você já sabe!</p><p>As orações subordinadas substantivas, quando desenvolvidas1, são introduzidas pelas</p><p>conjunções subordinativas integrantes QUE ou SE.</p><p>1 Depois, falaremos sobre a diferença entre oração desenvolvida e oração reduzida.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>6 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Existe um teste: as orações subordinadas substantivas podem ser substituídas por isso,</p><p>conforme no exemplo abaixo:</p><p>Vamos aos casos:</p><p>1.2. oração SuBordInada SuBStantIva SuBjetIva</p><p>Exerce função de sujeito. Tome muito cuidado! Você deve perguntar ao verbo o que,</p><p>e não quem.</p><p>001. (CESPE/SOLDADO OPERACIONAL/CBM-DF/2011) É sabido que a bactéria em questão</p><p>— Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes</p><p>— animais ou humanas.</p><p>O trecho “que a bactéria em questão — Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo</p><p>quando, nele, estão presentes fezes — animais ou humanas” exerce a função de sujeito da</p><p>locução “É sabido”.</p><p>Faça o seguinte: troque todo o trecho iniciado pelo QUE por isso. O resultado será é sabido</p><p>isso. O que é sabido? Isso (sujeito)? Ou então, o que é sabido? “Que a bactéria em questão —</p><p>Escherichia coli — somente é transmitida a um cultivo quando, nele, estão presentes fezes —</p><p>animais ou humanas” (sujeito oracional, ou oração subordinada substantiva subjetiva).</p><p>Certo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>7 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>1.3. oração SuBordInada SuBStantIva PredIcatIva</p><p>Exerce função de predicativo do sujeito. Mais cuidado ainda! Parece muito com o exem-</p><p>plo 3! Veja:</p><p>O que difere uma da outra: em 3, “fundamental” é o predicativo; em 7, “o fundamental” é o</p><p>sujeito. Como você vai saber a diferença? Pelo artigo! Quando houver verbo de ligação na OP,</p><p>perceba se a palavra que o acompanha está com ou sem artigo. Se não houver, o.s.s. subjetiva;</p><p>se houver, o.s.s. predicativa.</p><p>002. (FUNCAB/ADVOGADO/DETRAN-PB/2013) “Porque a verdade é que eu também não sei.”</p><p>A respeito desse período, analise as afirmativas a seguir.</p><p>• I – O período é composto por coordenação.</p><p>• II – O QUE é uma conjunção integrante.</p><p>• III – A segunda oração é subordinada substantiva predicativa.</p><p>A alternativa que indica apenas a (s) afirmativa (s) correta (s) é:</p><p>a) II</p><p>b) II e III</p><p>c) III</p><p>d) I e III</p><p>e) I</p><p>A afirmativa I está errada, pois o período é composto por subordinação (porque a verdade é</p><p>isso). Com a substituição por isso, notamos que se trata de uma oração subordinada substan-</p><p>tiva, introduzida por uma conjunção integrante (o que torna a afirmativa II certa). Você notou</p><p>a presença do verbo de ligação “é” é do artigo antes de “verdade”? Por isso, sabemos que a</p><p>oração “que eu também não sei” é subordinada substantiva predicativa!</p><p>Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>8 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>1.4. oração SuBordInada SuBStantIva oBjetIva dIreta</p><p>Exerce função de objeto direto.</p><p>003. (IADES/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/CAU-RJ/2014) Só não conseguiu antecipar</p><p>que a medida não seria suficiente para tantos cargos e que os vãos, típicos das obras dele,</p><p>acabariam ocupados por salas de lideranças, reuniões, postos médicos, gabinetes, lojas.</p><p>Quanto ao período “Só não conseguiu antecipar que”, é correto afirmar que a conjunção “que”</p><p>introduz uma oração</p><p>a) subordinada adverbial consecutiva.</p><p>b) coordenada sindética explicativa.</p><p>c) subordinada adjetiva restritiva.</p><p>d) subordinada substantiva objetiva direta.</p><p>e) coordenada sindética adversativa.</p><p>Primeiramente, faça a famosa troca: só não conseguiu antecipar isso. É o suficiente para sa-</p><p>ber que se trata de uma oração subordinada substantiva. Como o verbo antecipar é VTD, a</p><p>oração é objetiva direta.</p><p>Letra d.</p><p>004. (CESPE/ASPIRANTE DO CORPO DE BOMBEIROS/CBM-CE/2014) Conta-se que as mar-</p><p>cas de sangue da negra não saíam nunca da parede, mesmo que a caiassem continuamente.</p><p>A forma verbal “Conta-se” (R.26) poderia estar flexionada no plural, sem prejuízo da correção</p><p>gramatical do texto, em concordância com “as marcas de sangue da negra”, dada a presença</p><p>do pronome apassivador.</p><p>Primeiramente, tome MUITO CUIDADO ao classificar a oração “que as marcas de sangue na</p><p>negra não saíam nunca da parede”. Sei que você, com a substituição, encontrou conta-se</p><p>isso. Sei também que você pensou: quem conta, conta algo. A oração parece subordinada</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>9 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>substantiva objetiva direta, mas não é! O pronome “se” é uma partícula apassivadora (que é</p><p>responsável por transformar o objeto direto em sujeito paciente). Portanto, a oração subordi-</p><p>nada substantiva é classificada como subjetiva.</p><p>Eis, então, que nasce um outro ensinamento: o verbo que tem como sujeito uma oração su-</p><p>bordinada substantiva subjetiva sempre ficará no singular. Vou dizer de outra forma: o verbo</p><p>dotado de sujeito oracional só pode ficar no singular! Por isso, “conta-se” deve permanecer no</p><p>singular, pois o seu sujeito é oracional.</p><p>Detalhe: “as marcas de sangue da negra” é sujeito, mas do verbo “saíam”.</p><p>Errado.</p><p>1.5. oração SuBordInada SuBStantIva oBjetIva IndIreta</p><p>Exerce a função de objeto indireto.</p><p>1.6. oração SuBordInada SuBStantIva comPletIva nomInal</p><p>Exerce função de complemento nominal.</p><p>Obs.: � 1: As objetivas indiretas e as completivas nominais são as que aparecem com preposi-</p><p>ção. A diferença é que naquela a preposição é exigida pelo verbo, e nesta, por um nome.</p><p>Obs.: � 2: A preposição que aparece nas objetivas indiretas e nas completivas nominais é con-</p><p>siderada, por alguns gramáticos, facultativa, mas não é consensual, infelizmente (essa</p><p>é uma polêmica da nossa gramática). Mas o entendimento dominante que vejo em</p><p>provas mostra que a preposição pode</p><p>empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-</p><p>pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.</p><p>A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada</p><p>a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados</p><p>obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da</p><p>técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior</p><p>ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]</p><p>(Folha de São Paulo, 1/10/2000)</p><p>Considere o fragmento abaixo para responder à questão.</p><p>“é criticado como inadequado e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que</p><p>chamam de política.” (1º§)</p><p>A locução destacada no trecho cumpre papel coesivo e introduz o valor semântico de:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>64 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a) causa.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) consequência.</p><p>d) conformidade.</p><p>e) condição.</p><p>033. (IBFC/ADMINISTRADOR/PREF. SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/2021) Leia o texto</p><p>abaixo para responder à questão.</p><p>Guerra de narrativas (adaptado)</p><p>Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha,</p><p>passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território</p><p>dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos</p><p>50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm</p><p>começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama</p><p>possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde ter-</p><p>mina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor</p><p>de um mito ou do que entendemos como senso comum.</p><p>Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pes-</p><p>soas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colabora-</p><p>ção, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de</p><p>opressão, perpetuamos sua essência.</p><p>A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela</p><p>narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e</p><p>disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar</p><p>quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.</p><p>Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto</p><p>de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.</p><p>Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-</p><p>são de mundo.</p><p>https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/</p><p>Em relação à sintaxe da Língua Portuguesa avalie as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores</p><p>de Verdadeiro (V) ou Falso (F).</p><p>( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-</p><p>da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.</p><p>( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias de-</p><p>terminam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como</p><p>Subordinada Adverbial Concessiva.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>65 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-</p><p>cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.</p><p>( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não</p><p>há sujeito.</p><p>( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre</p><p>parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial</p><p>Condicional.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) V, F, F, F, F.</p><p>b) F, V, V, V, F.</p><p>c) V, V, F, F, V.</p><p>d) V, F, V, V, F.</p><p>034. (IBFC/ENFERMEIRO/SEAP-PR/2021)</p><p>Texto associado</p><p>Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-</p><p>cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.</p><p>Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-</p><p>goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso</p><p>do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal</p><p>Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.</p><p>Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-</p><p>reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por</p><p>onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio</p><p>volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,</p><p>levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os</p><p>corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem</p><p>sabia que todo rio nasce para morrer um dia.</p><p>Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de</p><p>terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-</p><p>mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos</p><p>domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.</p><p>[...]</p><p>Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-</p><p>dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,</p><p>mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.</p><p>(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.</p><p>Companhia das Letras, 2002. p.15)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>66 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Em todas as alternativas abaixo o vocábulo “que” encontra-se destacado. Assinale a opção em</p><p>que sua classificação morfológica é diferente da dos demais.</p><p>a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).</p><p>b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).</p><p>c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).</p><p>d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).</p><p>e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).</p><p>035. (IBFC/EDUCADOR SOCIAL/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia o texto abaixo</p><p>para responder à questão.</p><p>Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação</p><p>Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Oci-</p><p>dental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de</p><p>câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido</p><p>pelas mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Mi-</p><p>guel Junior Sordi Bortolini.</p><p>O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Quali-</p><p>dade de Vida de Mulheres Atendidas no</p><p>Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi</p><p>apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, atra-</p><p>vés da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de</p><p>câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de</p><p>mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver</p><p>câncer de mama reduz drasticamente.”</p><p>Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-</p><p>sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio</p><p>2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para</p><p>cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-</p><p>tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e</p><p>ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza</p><p>Carina Hechenberger. [...]</p><p>A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-</p><p>sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,</p><p>históricofamiliar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-</p><p>dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobrepeso</p><p>e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse tipo</p><p>de câncer. [...]</p><p>Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-</p><p>lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar</p><p>o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por</p><p>semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>67 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se</p><p>deve esperar a doença se podemos preveni-la.”</p><p>“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com</p><p>mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação</p><p>sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.</p><p>b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.</p><p>c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.</p><p>d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.</p><p>036. (IBFC/PSICÓLOGO/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia a tira de “Hagar, o Horrí-</p><p>vel”, criada pelo cartunista estadunidense Dik Browne, para responder à questão seguir.</p><p>Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-</p><p>ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.</p><p>a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.</p><p>b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.</p><p>c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.</p><p>d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.</p><p>037. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)</p><p>Texto I:</p><p>Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-</p><p>tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso</p><p>garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um</p><p>dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-</p><p>ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma</p><p>língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,</p><p>uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,</p><p>instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas</p><p>piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o</p><p>mundo[...]</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>68 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-</p><p>fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um</p><p>corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,</p><p>“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação</p><p>a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-</p><p>tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada</p><p>diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada</p><p>segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-</p><p>riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as</p><p>ouvimos muitas vezes.</p><p>(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)</p><p>A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-</p><p>go justificado pela seguinte razão:</p><p>a) introduz uma opinião contrária à do autor.</p><p>b) ratifica a informação imediatamente anterior.</p><p>c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.</p><p>d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.</p><p>e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.</p><p>038. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/2017)</p><p>O vencedor: uma visão alternativa</p><p>Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava</p><p>inteiramente fora de forma. Meses de indolência e até de devassidão tinham produzido seus</p><p>efeitos. O combativo boxeador de outrora, o homem que, para muitos, fora estrela do pugilismo</p><p>mundial, estava reduzido a um verdadeiro trapo. O público não tinha a menor complacência</p><p>com ele: sucediam-se as vaias e os palavrões.</p><p>De repente, algo aconteceu. Caído na lona, depois de ter recebido um cruzado devasta-</p><p>dor, Raul ergueu a cabeça e viu, sentada na primeira fila, sua sobrinha Dóris, filha do falecido Al-</p><p>berto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou Raul como</p><p>uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que fizera dele</p><p>a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do adversário.</p><p>A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando os fãs perce-</p><p>beram que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo. Depois de</p><p>uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz procedeu</p><p>à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.</p><p>Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este</p><p>que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que</p><p>conta a história era o derrotado. Ai, Deus.</p><p>(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>69 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Considere o trecho abaixo para responder à questão.</p><p>“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram</p><p>a incentivá-lo.” (2º§)</p><p>As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguin-</p><p>tes orações:</p><p>a) subordinada adverbial e subordinada substantiva.</p><p>b) coordenada sindética e subordinada adjetiva.</p><p>c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva.</p><p>d) subordinada substantiva e coordenada sindética.</p><p>039. (IBFC/GUARDA MUNICIPAL/PREF. VINHEDO-SP/2020)</p><p>Texto associado</p><p>Texto I</p><p>Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas</p><p>ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços</p><p>de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo</p><p>corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam</p><p>as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.</p><p>Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as</p><p>sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na</p><p>catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante</p><p>porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.</p><p>Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.</p><p>- Inferno, inferno.</p><p>Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera</p><p>discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória</p><p>impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade</p><p>invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto</p><p>lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,</p><p>pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta</p><p>convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-</p><p>-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com</p><p>abundância de gritos e gestos.</p><p>(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)</p><p>Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),</p><p>o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em</p><p>que está inserida e possui um valor semântico de:</p><p>a) concessão.</p><p>b) condição.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>70 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>c) causa.</p><p>d) comparação.</p><p>040. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2019) Para responder à questão, leia com aten-</p><p>ção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez sobre a educação a distância.</p><p>A discussão sobre ensino a distância na educação básica</p><p>(adaptado)</p><p>As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que</p><p>parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma</p><p>proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia</p><p>ser oferecida a distância (EAD). [...]</p><p>Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação</p><p>a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.</p><p>“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas</p><p>para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos</p><p>mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do</p><p>uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte</p><p>que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”</p><p>Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%</p><p>da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou</p><p>estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]</p><p>“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se</p><p>pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe</p><p>um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o</p><p>objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em</p><p>casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,</p><p>um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,</p><p>envolver estudantes de várias partes do país.</p><p>Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez</p><p>De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-</p><p>tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-</p><p>gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-</p><p>dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.</p><p>II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da</p><p>carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-</p><p>tiva Explicativa.</p><p>III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada</p><p>é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>71 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o</p><p>termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.</p><p>a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas</p><p>b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas</p><p>c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas</p><p>d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas</p><p>041. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2017) Leia com atenção a tira abaixo de “Ha-</p><p>gar, o Horrível” do cartunista Dik Browne.</p><p>De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-</p><p>sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é</p><p>classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.</p><p>II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.</p><p>III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.</p><p>IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.</p><p>a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.</p><p>b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.</p><p>c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.</p><p>d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.</p><p>042. (IBFC/FARMACÊUTICO/EBSERH/2020) Leia com atenção a reportagem abaixo para</p><p>responder à questão.</p><p>Adaptado</p><p>A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos</p><p>ensinos fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo</p><p>na escola para atendê-los.</p><p>Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com</p><p>sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.</p><p>O conteúdo</p><p>deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>72 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro</p><p>deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio</p><p>a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.</p><p>A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)</p><p>aprovado pelo Congresso Nacional.</p><p>A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-</p><p>cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior</p><p>parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de</p><p>meninas (52%) e se define de cor parda (42%).</p><p>Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html</p><p>Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do</p><p>futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de</p><p>apoio a educadores, que também esteve à frente da pesquisa. Assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) O verbo “haver é impessoal.</p><p>b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.</p><p>c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um</p><p>substantivo.</p><p>d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.</p><p>e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.</p><p>043. (IBFC/SOLDADO/SAEB-BA/2020) Leia o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Segurança</p><p>O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas</p><p>casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a</p><p>área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que contro-</p><p>lavam tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visi-</p><p>tantes devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os</p><p>ladrões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do</p><p>muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá.</p><p>Os proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se</p><p>identificar para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidi-</p><p>ram eletrificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante</p><p>era a segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado.</p><p>Se não morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar.</p><p>Mas os assaltos continuaram.</p><p>Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem</p><p>os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>73 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-</p><p>mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um</p><p>proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram acasa, depois saíram no</p><p>carro roubado, com crachás roubados. [...]</p><p>Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,</p><p>com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança</p><p>máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.</p><p>Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-</p><p>dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-</p><p>guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem</p><p>espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às</p><p>grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]</p><p>Luis Fernando Veríssimo</p><p>Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa</p><p>que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.</p><p>a) coordenativa negativa.</p><p>b) coordenativa explicativa.</p><p>c) coordenativa conclusiva.</p><p>d) coordenativa aditiva.</p><p>e) coordenativa causal.</p><p>044. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)</p><p>Texto</p><p>No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de conci-</p><p>liar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-autoridade</p><p>e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas as partes</p><p>são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum banal (tor-</p><p>cer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual ambos pas-</p><p>saram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da relação</p><p>pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela situação</p><p>poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica do “jeiti-</p><p>nho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o que tam-</p><p>bém pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato, quando</p><p>se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato de força</p><p>que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se busca uma</p><p>igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão, mas uma</p><p>hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não pode” do</p><p>funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe com quem</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>74 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe com quem</p><p>está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmonioso de re-</p><p>solver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O “jeitinho”</p><p>tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma mulher</p><p>encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a forma</p><p>que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma um</p><p>estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalonado</p><p>e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais alta,</p><p>a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.</p><p>(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de</p><p>Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).</p><p>No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se</p><p>propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:</p><p>a) a conjunção “que”.</p><p>b) a ausência de vírgulas.</p><p>c) o primeiro artigo definido.</p><p>d) a omissão do sujeito.</p><p>045. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)</p><p>Texto</p><p>No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma de</p><p>conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcionário-au-</p><p>toridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de ambas</p><p>as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em comum</p><p>banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual am-</p><p>bos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação da</p><p>relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela</p><p>situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica</p><p>do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o</p><p>que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,</p><p>quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato</p><p>de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se</p><p>busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,</p><p>mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não</p><p>pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe</p><p>com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe</p><p>com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-</p><p>nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>75 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma</p><p>mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a</p><p>forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma</p><p>um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-</p><p>nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais</p><p>alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.</p><p>(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil?. Rio</p><p>de Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).</p><p>“A verdade é que a invocação da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de</p><p>outros fatores externos àquela situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou me-</p><p>nos injusta.”</p><p>Em períodos mais longos, deve-se reforçar o cuidado para a análise de suas partes. Nesse sen-</p><p>tido, percebe-se que a segunda oração é subordinada à primeira e deve ser classificada como:</p><p>Alternativas</p><p>a) substantiva predicativa.</p><p>b) adverbial concessiva.</p><p>c) adjetiva restritiva.</p><p>d) adverbial causal.</p><p>046. (IBFC/SECRETÁRIO ESCOLAR/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)</p><p>Texto</p><p>Em um ponto qualquer da praia de Copacabana, o ônibus para, saltam dois rapazes e</p><p>uma moça, o senhor de idade sobe e inadvertidamente pisa o pé de um sujeito de meia-idade,</p><p>robusto, muito satisfeito com a sua pessoa. O senhor vira-se e ia pedir desculpas, quando o</p><p>tal sujeito lhe diz quase gritando: - Não sabe onde pisa, seu calhorda? O senhor de idade não</p><p>contava com aquela brutalidade e fica surpreso. O outro carrega na mão, acrescentando: - Im-</p><p>becil! Reação inesperada do senhor de idade que responde: - Imbecil é a sua mãe! Enquanto</p><p>isso, todos os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa, provavelmente</p><p>só desaforo grosso, mas quem sabe? Talvez umas boas taponas... Diante do ultraje atirado à</p><p>genitora, o sujeito suficiente, em vez de taponas que a maioria dos passageiros esperava, ou</p><p>de puxar da faca ou revólver, pergunta indignado ao senhor de idade: - Sabe com quem está</p><p>falando? Mas o senhor de idade não era sopa e retrucou: - Estou falando com um homem, pare-</p><p>ce... – Está falando com um delegado! O senhor está preso! – Isso é o que vamos ver! O sujeito</p><p>seria mesmo um delegado? Era a pergunta que todos os passageiros se faziam. Ai deles, era!</p><p>E resultado: o delegado voltou-se para o motorista e ordenou: - Entre pela rua Siqueira Campos</p><p>e vamos para o distrito! Os passageiros ficaram aborrecidíssimos com aquela brusca mudança</p><p>de itinerário, mas não protestaram. O ônibus para à porta da delegacia, salta o senhor de idade,</p><p>salta o delegado, e este fala à sentinela: - Leve preso este sujeito por desacato à autoridade!</p><p>Nisto o senhor de idade puxa a caderneta de identificação e diz ao soldado: - Eu sou o general.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>76 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Prenda este atrevido! O general volta ao ônibus, comanda ao motorista: - Vamos embora! O</p><p>motorista “pisa”. Os passageiros do ônibus batem palmas.</p><p>(BANDEIRA, Manuel. Sabe com quem está falando? Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1990.</p><p>P672-674 (Adaptado).</p><p>Assinale a opção em que se nota uma ocorrência do vocábulo “QUE” destacado, com classifi-</p><p>cação morfológica diferente dos demais.</p><p>a) “Reação inesperada do senhor de idade que responde”.</p><p>b) “os passageiros do ônibus sentem que vai ocorrer qualquer coisa”.</p><p>c) “em vez das taponas que a maioria dos passageiros esperava”.</p><p>d) “Era a pergunta que todos os passageiros se faziam”.</p><p>047. (IBFC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EMDEC/2019)</p><p>Texto associado</p><p>O pensamento correto nos leva à fala e à ação corretas.</p><p>Conscientes da respiração e a partir da compreensão correta, podemos entrar em contato</p><p>com os aspectos de cura e renovação que existem em nós e à nossa volta. Respirar conscien-</p><p>temente é a chave principal. Quando damos atenção à respiração, tranquilizamos o processo</p><p>mental de relembrar (ou remoer) o que já passou e ansiar pelo que poderá vir a ser. Consciente</p><p>de cada inspiração, pausa, expiração, pausa, inspiração, mergulhamos na realidade do que é,</p><p>no agora, no aqui.</p><p>De acordo com a leitura do trecho “Respirar conscientemente é a chave principal.”, analise as</p><p>afirmativas abaixo.</p><p>I – O trecho possui dois verbos: um está na forma nominal do infinitivo e o outro está conjuga-</p><p>do na terceira pessoa do singular do presente do indicativo.</p><p>II – A palavra “conscientemente” qualifica o estado de quem respira, por isso é um adjetivo.</p><p>III – Esse trecho é um período composto por duas orações coordenadas.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) Apenas a afirmativa I está correta.</p><p>b) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.</p><p>d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.</p><p>d) Apenas a afirmativa III está correta.</p><p>048. (IBFC/TÉCNICO EM SANEAMENTO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/2019)</p><p>Leia o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Hino de Pernambuco</p><p>Oscar Brandão da Rocha (1908)</p><p>Coração do Brasil, em teu seio</p><p>corre o sangue de heróis - rubro veio</p><p>que há de sempre o valor traduzir.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>77 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe</p><p>do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>És a fonte da vida e da história</p><p>desse povo coberto de glória,</p><p>o primeiro, talvez, no porvir.</p><p>Salve, ó terra dos altos coqueiros,</p><p>de belezas soberbo estendal,</p><p>nova Roma de bravos guerreiros,</p><p>Pernambuco imortal! Imortal!</p><p>Esses montes e vales e rios,</p><p>proclamando o valor de teus brios,</p><p>reproduzem batalhas cruéis.</p><p>No presente és a guarda avançada,</p><p>sentinela indormida e sagrada</p><p>que defende da pátria os lauréis.[...].</p><p>“Esses montes e vales e rios, / proclamando o valor de teus brios, / reproduzem batalhas cru-</p><p>éis.” De acordo com as regras de sintaxe, assinale a alternativa que apresenta a correta classi-</p><p>ficação da oração em destaque.</p><p>a) Oração Subordinada Sindética Aditiva.</p><p>b) Oração Coordenada Substantiva Adverbial.</p><p>c) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.</p><p>d) Oração Coordenada Adversativa Consecutiva.</p><p>049. (IBFC/TÉCNICO EM SANEAMENTO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTINHO-PE/2019)</p><p>Leia o texto abaixo para responder a questão.</p><p>Hino da Independência do Brasil</p><p>Já podeis, da Pátria filhos,</p><p>Ver contente a mãe gentil;</p><p>Já raiou a liberdade</p><p>No horizonte do Brasil.</p><p>Brava gente brasileira!</p><p>Longe vá... temor servil:</p><p>Ou ficar a pátria livre</p><p>Ou morrer pelo Brasil.</p><p>Os grilhões que nos forjava</p><p>Da perfídia astuto ardil...</p><p>Houve mão mais poderosa:</p><p>Zombou deles o Brasil.</p><p>Não temais ímpias falanges,</p><p>Que apresentam face hostil;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>78 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Vossos peitos, vossos braços</p><p>São muralhas do Brasil. [...] Evaristo Ferreira da Veiga</p><p>Observe os versos a seguir: “Ou ficar a pátria livre /Ou morrer pelo Brasil.” Quanto à relação e</p><p>expressão das conjunções destacadas, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Oposição.</p><p>b) Alternância.</p><p>c) Explicação.</p><p>d) Consequência.</p><p>050. (IBFC/TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. CABO DE SANTO AGOSTI-</p><p>NHO-PE/2019)</p><p>Texto associado</p><p>“Dá pra viver</p><p>Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau</p><p>É só não permitir que a maldade do mundo</p><p>Te pareça normal</p><p>Pra não perder a magia de acreditar</p><p>Na felicidade real</p><p>E entender que ela mora no caminho</p><p>E não no final” (Kell Smith)</p><p>Observe: “É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal”. De acordo com as</p><p>regras de Sintaxe da Oração e Período, assinale a alternativa correta.</p><p>a) No enunciado, há a presença de oração subordinada adversativa.</p><p>b) No enunciado, há a presença de oração subordinada substantiva objetiva direta.</p><p>c) No enunciado, há a presença de oração coordenada completiva nominal.</p><p>d) No enunciado, há a presença de oração coordenada adverbial causal.</p><p>051. (IBFC/CONSULTOR LEGISLATIVO/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-SP/2018)</p><p>Leia o trecho inicial do conto “Muribeca” de Marcelino Freire e observe as duas imagens abaixo</p><p>para responder a questão a seguir:</p><p>Lixo? Lixo serve pra tudo. A gente encontra a mobília da casa, cadeira pra pôr uns pre-</p><p>gos e ajeitar, sentar. Lixo pra poder ter sofá, costurado, cama, colchão. Até televisão. É a vida</p><p>da gente o lixão. E por que é que agora querem tirar ele da gente? O que é que eu vou dizer pras</p><p>crianças? Que não tem mais brinquedo? Que acabou o calçado? Que não tem mais história,</p><p>livro, desenho? E o meu marido, o que vai fazer? Nada? Como ele vai viver sem as garrafas, sem</p><p>as latas, sem as caixas? Vai perambular pelas ruas, roubar pra comer? E o que eu vou cozinhar</p><p>agora? Onde vou procurar tomate, alho, cebola? Com que dinheiro vou fazer sopa, vou fazer</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>79 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>caldo, vou inventar farofa? Fale, fale. Explique o que é que a gente vai fazer da vida? O que a</p><p>gente vai fazer da vida? Não pense que é fácil.</p><p>Fonte: Armazém de Texto - Blogspot</p><p>De acordo com a gramática normativa da Língua Portuguesa, assinale a alternativa em que a</p><p>classificação da palavra “que” está incorreta.</p><p>a) O que é que eu vou dizer pras crianças? – Pronome interrogativo</p><p>b) Que não tem mais brinquedo? – Pronome relativo</p><p>c) Explique o que é que a gente vai fazer da vida? – Partícula expletiva</p><p>d) Não pense que é fácil. – Conjunção integrante</p><p>e) E o meu marido, o que vai fazer? – Pronome interrogativo</p><p>052. (IBFC/ANALISTA DE CONTROLE INTERNO/CÂMARA MUNICIPAL DE ARARAQUARA-</p><p>-SP/2018) Leia com atenção o trecho do artigo Consumismo infantil, um problema de todos</p><p>do programa Criança e Consumo e responda a questão.</p><p>Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um hábito mental forjado que</p><p>se tornou uma das características culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa</p><p>o gênero, a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje, todos que são</p><p>impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir de modo inconsequente.</p><p>As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento e, portanto, mais vulnerá-</p><p>veis que os adultos, não ficam fora dessa lógica e infelizmente sofrem cada vez mais cedo</p><p>com as graves consequências relacionadas aos excessos do consumismo: obesidade infantil,</p><p>erotização precoce, consumo precoce de tabaco e álcool, estresse familiar, banalização da</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>80 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>agressividade e violência, entre outras. Nesse sentido, o consumismo infantil é uma questão</p><p>urgente, de extrema importância e interesse geral.</p><p>Fonte: Criança e Consumo</p><p>Leia o texto atentamente e, de acordo com morfologia da Língua Portuguesa, assinale a alter-</p><p>nativa que classifica corretamente o trecho destacado.</p><p>a) “Ninguém nasce consumista” – pronome pessoal.</p><p>b) “a faixa etária” – Advérbio de intensidade.</p><p>c) “Hoje, todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a consumir”</p><p>– Adjetivo.</p><p>d) “As crianças, que vivenciam uma fase de peculiar desenvolvimento” – Pronome relativo.</p><p>e) “o consumismo infantil é uma questão urgente” – Numeral.</p><p>053. (IBFC/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/PREF. CUIABÁ-MT/2019)</p><p>Texto associado</p><p>[...] “Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar, à luz deste fato de que</p><p>todo conhecimento e todo trabalho visa a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da</p><p>ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbal-</p><p>mente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior</p><p>dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Dife-</p><p>rem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os</p><p>sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza</p><p>ou as honras, muito embora discordem entre si.[...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses</p><p>numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de</p><p>todos os demais. [...]</p><p>Chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e</p><p>nunca no interesse de outra coisa. Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da</p><p>felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa,</p><p>ao passo</p><p>que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos</p><p>(pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também</p><p>os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes.</p><p>A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral,</p><p>qualquer coisa que não seja ela própria. [...] Mas é preciso ajuntar ‘numa vida completa’. Por-</p><p>quanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um</p><p>breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso.”</p><p>ARISTÓTELES. Ética a Nicônaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251, 254-6. (Coleção Os Pensadores).</p><p>(acesso 18/07/2019)</p><p>Leia com atenção o trecho “tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse</p><p>fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz”. É correto afirmar que</p><p>o enunciado acima possui:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>81 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a) orações subordinadas assindéticas substantivas</p><p>b) orações coordenadas sindéticas adverbiais</p><p>c) orações subordinadas sindéticas explicativas</p><p>d) orações coordenadas sindéticas aditivas</p><p>054. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/SESACRE/2019) Leia atentamente um trecho da en-</p><p>trevista realizada pelo jornal “A tarde” com o consultor de marketing Mario Persona para res-</p><p>ponder à questão. (Adaptado)</p><p>A Tarde: O que você tem a dizer sobre pessoas que “sofrem” uma espécie de ansiedade</p><p>tecnológica, aquele tipo de situação que envolve a falta de capacidade de controle quando o</p><p>assunto é dominar programas e utilização do micro?</p><p>Mario Persona: Essa ansiedade é comandada pela necessidade. Hoje saber estar fami-</p><p>liarizado com a tecnologia da informação é tão necessário quanto foi no passado estar fami-</p><p>liarizado com a pena — saber escrever. Nossos sentidos foram expandidos e a entrada e saída</p><p>de dados que recebemos do ambiente depende agora desses acessórios tecnológicos.</p><p>A Tarde: Em muitos casos, a pessoa perde as estribeiras e parte para a solução mais</p><p>“irracional” possível: pode até mesmo dar umas pancadas no micro...</p><p>Mario Persona: Já fiz isso. Felizmente não quebrou nada. Até hoje o micro resolve in-</p><p>ventar uma novidade nas horas mais impossíveis. É a impressora que para na hora de imprimir</p><p>aquela proposta urgente. É a Internet que decide ficar muda quando mais preciso enviar ou</p><p>receber meus e-mails, ou pesquisar algo.</p><p>A Tarde: No caso de a pessoa ter mais de três contas de e-mail, a seu ver, isso seria uma</p><p>forma de ansiedade ou dispersão? O que acha disso?</p><p>Mario Persona: Hoje é preciso ter mais de uma conta de e-mail, às vezes até por segu-</p><p>rança ou prevenção. Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos três contas. Uma da empre-</p><p>sa onde trabalha, um e-mail pessoal ligado a toda sua rede de relacionamentos e uma terceira</p><p>conta, de preferência dessas de provedores gratuitos, que é útil para ser usada nesses sites de</p><p>Internet que pedem seu e-mail e depois enviam propaganda. Obviamente você não deve usar</p><p>essa conta para contatos importantes.</p><p>De acordo com o texto e com a Gramática Normativa da Língua Portuguesa, analise as afirma-</p><p>tivas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>I – As expressões em destaque no trecho a seguir “estar familiarizado com a tecnologia da in-</p><p>formação é tão necessário quanto foi no passado” são classificadas como locução conjuntiva</p><p>e tem sentido comparativo.</p><p>II – A expressão destacada no trecho a seguir “a entrada e saída de dados que recebemos do</p><p>ambiente” é classificada como conjunção integrante.</p><p>III – A expressão destacada no trecho a seguir “Aconselho que toda pessoa tenha pelo menos</p><p>três contas” é classificada como pronome relativo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>82 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a) Apenas a afirmativa III está correta.</p><p>b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.</p><p>c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.</p><p>d) Apenas a afirmativa I está correta.</p><p>055. (IBFC/TÉCNICO DE ENFERMAGEM/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)</p><p>Texto associado</p><p>O menino parado no sinal de trânsito vem em minha direção e pede esmola. Eu preferia</p><p>que ele não viesse. [...] Sua paisagem é a mesma que a nossa: a esquina, os meios-fios, os pos-</p><p>tes. Mas ele se move em outro mapa, outro diagrama. Seus pontos de referência são outros.</p><p>Como não tem nada, pode ver tudo. Vive num grande playground, onde pode brincar</p><p>com tudo, desde que “de fora”. O menino de rua só pode brincar no espaço “entre” as coisas.</p><p>Ele está fora do carro, fora da loja, fora do restaurante. A cidade é uma grande vitrine de impos-</p><p>sibilidades. [...] Seu ponto de vista é o contrário do intelectual: ele não vê o conjunto nem tira</p><p>conclusões históricas – só detalhes interessam. O conceito de tempo para ele é diferente do</p><p>nosso. Não há segunda-feira, colégio, happy hour. Os momentos não se somam, não armaze-</p><p>nam memórias. Só coisas “importantes”: “Está na hora do português da lanchonete despejar o</p><p>lixo...” ou “estão dormindo no meu caixote...”[...]</p><p>Se não sentir fome ou dor, ele curte. Acha natural sair do útero da mãe e logo estar junto</p><p>aos canos de descarga pedindo dinheiro. Ele se acha normal; nós é que ficamos anormais com</p><p>a sua presença.</p><p>(JABOR, A. O menino está fora da paisagem. O Estado de São</p><p>Paulo, São Paulo, 14 abr. 2009. Caderno 2, p. D 10)</p><p>No período “Como não tem nada, pode ver tudo.” (2º§), observa-se que as orações relacionam-</p><p>-se entre si, sendo a primeira classificada como:</p><p>a) subordinada adverbial.</p><p>b) subordinada adjetiva.</p><p>c) subordinada substantiva.</p><p>d) coordenada sindética.</p><p>056. (IBFC/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/SEE-MG/2015)</p><p>Não canse quem te quer bem</p><p>(Martha Medeiros)</p><p>Foi durante o programa Saia Justa que a atriz Camila Morgado, discutindo sobre a cha-</p><p>tice dos outros (e a nossa própria), lançou a frase: “Não canse quem te quer bem”. Diz ela que</p><p>ouviu isso em algum lugar, mas enquanto não consegue lembrar a fonte, dou a ela a posse</p><p>provisória desse achado.</p><p>Não canse quem te quer bem. Ah, se conseguíssemos manter sob controle nosso ímpe-</p><p>to de apoquentar. Mas não. Uns mais, outros menos, todos passam do limite na arte de encher</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>83 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>os tubos. Ou contando uma história que não acaba nunca, ou pior: contando uma história que</p><p>não acaba nunca cujos protagonistas ninguém jamais ouviu falar. Deveria ser crime inafiançá-</p><p>vel ficar contando longos casos sobre gente que não conhecemos e por quem não temos o</p><p>menor interesse. Se for história de doença, então, cadeira elétrica.</p><p>Não canse quem te quer bem. Evite repetir sempre a mesma queixa. Desabafar com</p><p>amigos, ok. Pedir conselho, ok também, é uma demonstração de carinho e confiança. Agora,</p><p>ficar anos alugando os ouvidos alheios com as mesmas reclamações, dá licença. Troque o</p><p>disco. Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversificar</p><p>suas lamúrias.</p><p>Não canse quem</p><p>te quer bem. Garçons foram treinados para te querer bem. Então não</p><p>peça para trocar todos os ingredientes do risoto que você solicitou - escolha uma pizza e fim.</p><p>Seu namorado te quer muito bem. Não o obrigue a esperar pelos 20 vestidos que você vai ex-</p><p>perimentar antes de sair - pense antes no que vai usar. E discutir a relação, só uma vez por ano,</p><p>se não houver outra saída.</p><p>Sua namorada também te quer muito bem. Não a amole pedindo para ela explicar de</p><p>onde conhece aquele rapaz que cumprimentou na saída do cinema. Ciúme toda hora, por qual-</p><p>quer bobagem, é esgotante.</p><p>Não canse quem te quer bem. Não peça dinheiro emprestado pra quem vai ficar cons-</p><p>trangido em negar. Não exija uma dedicatória especial só porque você é parente do autor do</p><p>livro. E não exagere ao mostrar fotografias. Se o local que você visitou é realmente incrível,</p><p>mostre três, quatro no máximo. Na verdade, fotografia a gente só mostra pra mãe e para aque-</p><p>les que também aparecem na foto.</p><p>Não canse quem te quer bem. Não faça seus filhos demonstrarem dotes artísticos (can-</p><p>tar, dançar, tocar violão) na frente das visitas. Por amor a eles e pelas visitas.</p><p>Implicâncias quase sempre são demonstrações de afeto. Você não implica com quem</p><p>te esnoba, apenas com quem possui laços fraternos. Se um amigo é barrigudo, será sobre a</p><p>barriga dele que faremos piada. Se temos uma amiga que sempre chega atrasada, o atraso</p><p>dela será brindado com sarcasmo. Se nosso filho é cabeludo, “quando é que tu vai cortar esse</p><p>cabelo, garoto?” será a pergunta que faremos de segunda a domingo. Implicar é uma maneira</p><p>de confirmar a intimidade. Mas os íntimos poderiam se elogiar, pra variar.</p><p>Não canse quem te quer bem. Se não consegue resistir a dar uma chateada, seja mala</p><p>com pessoas que não te conhecem. Só esses poderão se afastar, cortar o assunto, te dar um</p><p>chega pra lá. Quem te quer bem vai te ouvir até o fim e ainda vai fazer de conta que está se</p><p>divertindo. Coitado. Prive-o desse infortúnio. Ele não tem culpa de gostar de você.”</p><p>No trecho “Seus amigos gostam tanto de você, merecem saber que você é capaz de diversi-</p><p>ficar suas lamúrias.” (3º§), percebe-se que, embora não haja uma conjunção explícita, a ideia</p><p>que vem depois da vírgula expressa, em relação à informação anterior, um sentido de:</p><p>a) consequência</p><p>b) condição</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>84 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>c) concessão</p><p>d) causa</p><p>057. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)</p><p>Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-</p><p>tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso</p><p>garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um</p><p>dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-</p><p>ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma</p><p>língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,</p><p>uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,</p><p>instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas</p><p>piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o</p><p>mundo. [...]</p><p>Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais aprofun-</p><p>dada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um corpus</p><p>que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente, “desar-</p><p>rumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação a um</p><p>contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros textos. [...]</p><p>A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada</p><p>diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada</p><p>segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-</p><p>riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as</p><p>ouvimos muitas vezes.</p><p>(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)</p><p>Assinale a opção em que o vocábulo “que” em destaque, embora também cumpra papel coesi-</p><p>vo, exerça função morfossintática distinta da dos demais.</p><p>a) “ou situação que ela representa” (3º§).</p><p>b) “posso garantir que se trata de uma verdade” (1º§).</p><p>c) “para quem quer saber o que é e como funciona” (1º§).</p><p>d) “está sempre presente nas piadas que circulam” (1º§).</p><p>e) “porque se trata de um corpus que, além de expor traços” (2º§).</p><p>058. (IBFC/TÉCNICO OPERACIONAL/EMBASA/2018) Para a questão, considere o texto a</p><p>seguir, escrito por Clarice Lispector, com o pseudônimo de Tereza Quadros, no jornal Comí-</p><p>cio, em 1952.</p><p>Lar, engenharia de mulher</p><p>Tereza Quadros</p><p>A notícia curtinha veio em forma de anedota e não descrevia o tipo do homem, o que é</p><p>um mal. O leitor gosta de ver o personagem e dá menos trabalho quando a fotografia já vem</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>85 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>revelada. Negativo é sempre negativo. Em todo o caso, devia ser mais pra baixo do que pra alto,</p><p>menos magro do que gordo, mas necessitado de um preparado à base de petróleo do que uma</p><p>boa escova de nylon, para cabelo. É assim que a gente imagina os homens de bom coração e</p><p>devia ter um de manteiga o que passou a mão pela cabeça arrepiadinha de cachos da menina</p><p>e falou com bondade:</p><p>- Que pena vocês não terem um lar.</p><p>- Lar nós temos, o que não temos é uma casa pra botar o lar dentro - respondeu a meni-</p><p>na, que tinha cinco anos e morava com o pai, a mãe e dois irmãozinhos em um apertadíssimo</p><p>quarto de hotel. Naturalmente, espantada com a ignorância do amigo barbado. E sem saber a</p><p>felicidade que tinha, sem saber que era dona dessa coisa maravilhosa, que vai desaparecendo</p><p>nesta época ultracivilizada de discos voadores corvejando por cima da cabeça dos homens.</p><p>Dá até pra desconfiar que são os homens que não têm lar, que inventam essas geringonças</p><p>complicadas. Porque o lar é tão gostoso, tão bom, que quem tem um não deve ter lá muita von-</p><p>tade de andar atolado em ferro, em metais, em ácidos corrosivos, fervendo os miolos em altas</p><p>matemáticas numa fábrica ou num laboratório. O que muitos têm é casa - e são os felizardos,</p><p>já que a maioria não tem uma coisa nem outra - mas uma casa tão vazia de lar, como a lata</p><p>de biscoitos, depois que as crianças avançam em cima dela no café da manhã. Casa é difícil,</p><p>mas ainda se pode arranjar: quem compra bilhete pode ver chegando o seu dia: o funcionário</p><p>público dorme na fila de uma autarquia e o bancário vai alimentando a esperança de cair nas</p><p>graças do patrão e numa tabela Price a juros de 7%. Mas lar, lar mesmo, só com muita sorte.</p><p>Até porque ninguém tem fórmula de “lar”. A rigor, não se sabe bem o que é que faz o lar. Sabe-</p><p>-se que ele pode ser feito, muitas vezes desfeito e, algumas, também refeito. É uma coisa pare-</p><p>cida com eletricidade; não se entende a sua origem, mas se faltar a luz dentro de casa todo o</p><p>mundo sabe que está no escuro. Então lar é isso. É aquilo que a garotinha de cinco anos sentiu</p><p>com tanta força e que nós todos sabemos quando ele está presente, como sabemos quando</p><p>houve desarranjo sério nas turbinas</p><p>ou simples curto circuito num fusível qualquer.</p><p>Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva;</p><p>num canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às vi-</p><p>sitas esperadas. Mas a gente percebe logo a diferença daquele outro que tem, como o palmito</p><p>fresco, o sabor de substância simples e natural. Parece que ficou estabelecido, nos princípios</p><p>da criação, que o homem faria a casa, para dar um lar à mulher. E que a mulher construiria o</p><p>lar, para dar casa e lar ao homem. Sim, porque o homem tinha que levar vantagem, não podia</p><p>ser por menos. Pois então é isso: casa é arquitetura de homem e lar, essa coisa simples e</p><p>complexa, evidente e misteriosa, que depende de tudo e não depende de nada, essa coisa sutil,</p><p>fluídica, envolvente é simplesmente engenharia da mulher.</p><p>Considere o período e as afirmativas a seguir.</p><p>Há pessoas práticas e previdentes que costumam ter uma espécie de lar em conserva; num</p><p>canto do armário, ao lado de outras coisas enlatadas e que é, como estas, servido às visitas</p><p>esperadas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>86 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>I – Trata-se de um período composto apenas por coordenação.</p><p>II – O pronome relativo “que” (em destaque) refere-se a pessoas e exerce a função de sujeito</p><p>do verbo “costumam”.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II, apenas.</p><p>c) I e II.</p><p>d) nenhuma das duas afirmativas.</p><p>059. (IBFC/ENGENHEIRO/EMBASA/2017) Para a questão, leia a crônica de Carlos Drum-</p><p>mond de Andrade.</p><p>O murinho</p><p>A princípio, o território neutro do edifício Jandaia era ocupado por mamães e babás, ca-</p><p>pitaneando inocentes que iam tomar a fresca da tarde; à noite, vinham empregadas em geral,</p><p>providas de namorados civis e militares.</p><p>Mas impõe-se a descrição sumária do território: simples área pavimentada em frente</p><p>ao edifício, separando-se da calçada por uma pequena amurada de menos de dois palmos de</p><p>altura, tão lisa que convidava a pousar e repousar. Os adultos cediam ao convite, e ali ficavam</p><p>praticando sobre o tempo, a diarreia infantil, a exploração nas feiras, os casamentos e desca-</p><p>samentos da semana (na parte da tarde). Ou não conversavam, pois outros meios de comu-</p><p>nicação se estabeleciam naturalmente na sombra, mormente se o poste da Light, que ali se</p><p>alteia, falhava a seu destino iluminatório, o que era frequente (na parte da noite).</p><p>Na área propriamente dita, a garotada brincava, e era esse o título de glória do Jandaia.</p><p>Sem playground, oferecia entretanto a todos, de casa ou de fora, aquele salão a céu aberto,</p><p>onde qualquer guri pulava, caía, chorava, tornava a pular, até que a estrela Vésper tocava gen-</p><p>tilmente a recolher, numa sineta de cristal que só as mães escutam — as mães sentadas no</p><p>“murinho”, nome dado à mureta concebida em escala de anão.</p><p>E assim corria a Idade de Ouro, quando começaram a surgir, no expediente da tarde,</p><p>uns rapazinhos e brotinhos de uniforme colegial, que foram tomando posse do terreno. Esse</p><p>bando tinha o dinamismo próprio da idade — e, pouco a pouco, crianças, babás e mãezinhas se</p><p>eclipsaram. Os invasores falavam essa língua alta e híbrida que se forja no mundo inteiro, com</p><p>raízes no cinema, no esporte, na Coca-Cola e nos gritos guturais que se desprendem — quem</p><p>não os distingue? — dos quadros “mudos” de Brucutu e Steve Roper. Divertido, mas um pouco</p><p>assustador. E à noite, por sua vez, fuzileiros e copeiras tiveram de ir cedendo campo à horda</p><p>que se renovava.</p><p>Os moradores do Jandaia começaram a queixar-se. O porteiro saiu a parlamentar, e de-</p><p>sacataram-no. A rua era pública. Sentavam no murinho com os pés para fora. Não faziam nada</p><p>de mau, só cantar e assobiar. Os chatos que pirassem.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>87 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Ouvindo-se tratar de chatos, por trás da cortina, os moradores indignaram-se. O telefone</p><p>chamou a radiopatrulha, que foi rápida, mas a turminha ainda mais: ao chegar o carro, o portei-</p><p>ro estava falando sozinho.</p><p>No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelo-</p><p>sos, eles reapareceram. A esse tempo a rua se dividira. Havia elementos solidários com a gen-</p><p>te do Jandaia, e outros que defendiam a nova geração; estes argumentavam que a rapaziada</p><p>era pura: em vez de bebericar nos bares, batia papo inocente à luz das estrelas. Preferível à</p><p>grudação dos casais suspeitos, que antes envergonhava a rua.</p><p>Mas o Jandaia tinha moradores idosos e enfermos, aos quais aquela bulha torturava;</p><p>tinha também rapazes e meninas, que preferiam estudar e não podiam. Por que os engraçadi-</p><p>nhos não iam fazer isso diante de suas casas?</p><p>Como não houvesse condomínio, e os moradores dos fundos, livres da algazarra, se</p><p>mostrassem omissos, uma senhora do segundo andar assumiu a ofensiva e txááá! um balde</p><p>de água suja conspurcou a camisa esporte dos rapazes e o blue jeans das garotas. Consterna-</p><p>ção, raiva, debandada — mas no dia seguinte voltaram. E voltaram e tornaram a voltar.</p><p>Ontem pela manhã, um pedreiro começou a furar o cimento do murinho, e a colocar nele</p><p>uma grade de ferro, de pontas agudas. Vaquinha dos mártires do Jandaia? Não: outra iniciativa</p><p>pessoal de um deles, coronel reformado e solteirão. “Logo vi que ele não tem filho!” — comen-</p><p>tou uma das garotas, com desprezo. Mas a turma está desoladíssima, e nunca mais ninguém</p><p>ousará sentar no murinho — nem mesmo as mansuetas babás e mamães, nem mesmo os</p><p>casais noturnos.</p><p>ANDRADE, Carlos Drummond. In Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.</p><p>Considere o período, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.</p><p>“No dia seguinte, não houve concentração juvenil, mas já na outra tarde, meio cautelosos, eles</p><p>reapareceram.”</p><p>I – Trata-se de um período com duas orações, composto por coordenação.</p><p>II – “Meio” é adjetivo e modifica a palavra “cautelosos”.</p><p>a) As afirmativas I e II são corretas.</p><p>b) Apenas a afirmativa I é correta.</p><p>c) Apenas a afirmativa II é correta.</p><p>d) Nenhuma afirmativa é correta.</p><p>060. (IBFC/ASSISTENTE SOCIAL/EBSERH/2016)</p><p>A mentirosa liberdade</p><p>Comecei a escrever um novo livro, sobre os mitos e mentiras que nossa cultura expõe</p><p>em prateleiras enfeitadas, para que a gente enfie esse material na cabeça e, pior, na alma -</p><p>como se fosse algodão-doce colorido. Com ele chegam os medos que tudo isso nos inspira:</p><p>medo de não estar bem enquadrados, medo de não ser valorizados pela turma, medo de não</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>88 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>ser suficientemente ricos, magros, musculosos, de não participar da melhor balada, de um clu-</p><p>be mais chique, de não ter feito a viagem certa nem possuir a tecnologia de ponta no celular.</p><p>Medo de não ser livres.</p><p>Na verdade, estamos presos numa rede de falsas liberdades. Nunca se falou tanto em</p><p>liberdade, e poucas vezes fomos tão pressionados por exigências absurdas, que constituem o</p><p>que chamo a síndrome do “ter de”. Fala-se em liberdade de escolha,</p><p>mas somos conduzidos</p><p>pela propaganda como gado para o matadouro, e as opções são tantas que não conseguimos</p><p>escolher com calma. Medicados como somos (a pressão, a gordura, a fadiga, a insônia, o sono,</p><p>a depressão e a euforia, a solidão e o medo tratados a remédio), [...] a alegria, de tanta tensão,</p><p>nos escapa. [...]</p><p>Parece que do começo ao fim passamos a vida sendo cobrados: O que você vai ser? O</p><p>que vai estudar? Como? Fracassou em mais um vestibular? [...] Treze anos e ainda não ficou?</p><p>[...] Já precisa trabalhar? Que chatice! E depois: Quarenta anos ganhando tão pouco e traba-</p><p>lhando tanto? E não tem aquele carro? Nunca esteve naquele resort?</p><p>Talvez a gente possa escapar dessas cobranças sendo mais natural, cumprindo deve-</p><p>res reais, curtindo a vida sem se atordoar. Nadar contra toda essa correnteza. Ter opiniões</p><p>próprias, amadurecer ajuda. Combater a ânsia por coisas que nem queremos, ignorar ofertas</p><p>no fundo desinteressantes, como roupas ridículas e viagens sem graça, isso ajuda. Descobrir</p><p>o que queremos e podemos é um aprendizado, mas leva algum tempo: não é preciso escalar o</p><p>Himalaia social nem ser uma linda mulher nem um homem poderoso. É possível estar contente</p><p>e ter projetos bem depois dos 40 anos, sem um iate, físico perfeito e grande fortuna. Sem cum-</p><p>prir tantas obrigações fúteis e inúteis, como nos ordenam os mitos e mentiras de uma socieda-</p><p>de insegura, desorientada, em crise. Liberdade não vem de correr atrás de “deveres” impostos</p><p>de fora, mas de construir a nossa existência, para a qual, com todo esse esforço e desgaste,</p><p>sobra tão pouco tempo. Não temos de correr angustiados atrás de modelos que nada têm a ver</p><p>conosco, máscaras, ilusões e melancolia para aguentar a vida, sem liberdade para descobrir o</p><p>que a gente gostaria mesmo de ter feito.</p><p>(LUFT, Lya. Veja, 25/03/09, adaptado)</p><p>As conjunções contribuem para a progressão das ideias e podem estabelecer relações semân-</p><p>ticas. Nesse sentido, em “não é preciso escalar o Himalaia social nem ser uma linda mulher</p><p>nem um homem poderoso.” (4º§), a conjunção em destaque classifica-se como:</p><p>a) conclusiva</p><p>b) aditiva</p><p>c) explicativa</p><p>d) adversativa</p><p>e) alternativa</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>89 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>061. (IBFC/ODONTOLEGISTA/POLÍCIA CIENTÍFICA-PR/2018)</p><p>O médico que ousou afirmar que os médicos erram – inclusive os bons</p><p>Em um mesmo dia, o neurocirurgião Henry Marsh fez duas cirurgias. Operou o cérebro</p><p>de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor benigno que com-</p><p>primia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu bebê quando</p><p>nascesse. Em seguida, dissecou um tumor do cérebro de uma mulher já na casa dos 50 anos.</p><p>A cirurgia era mais simples, mas a malignidade do tumor não dava esperanças de que ela vi-</p><p>vesse mais do que alguns meses. Ao final do dia, Marsh constatou que a jovem mãe acordara</p><p>da cirurgia e vira o rostinho do bebê, que nascera em uma cesárea planejada em sequência à</p><p>operação cerebral. O pai do bebê gritara pelo corredor que Marsh fizera um milagre. A seguir,</p><p>em outro quarto do mesmo hospital, Marsh descobria que a paciente com o tumor maligno</p><p>nunca mais acordaria. Provavelmente, ele escavara o cérebro mais do que seria recomendá-</p><p>vel – e apressara a morte da paciente, que teve uma hemorragia cerebral. O marido e a flha da</p><p>mulher o acusaram de ter roubado os últimos momentos juntos que restavam à família.</p><p>É esse jogo entre vida e morte, angústia e alívio, comum à vida dos médicos, que Marsh</p><p>narra em seu livro Sem causar mal – Histórias de vida, morte e neurocirurgia (...), lançado nesta</p><p>semana no Brasil. Para suportar essa tensão, Marsh afirma que uma boa dose de autoconfian-</p><p>ça é um pré-requisito necessário a médicos que fazem cirurgias consideradas por ele mais</p><p>desafiadoras do que outras. Não sem um pouco de vaidade, Marsh inclui nesse rol as opera-</p><p>ções cerebrais, nas quais seus instrumentos cirúrgicos deslizam por “pensamentos, emoções,</p><p>memórias, sonhos e reflexões”, todos da consistência de gelatina. [...]</p><p>(Disponível em: http://epoca.globo.com/vida/noticia/2016/06/o-medico-que-ousou-afrmar-que-os-medicos-</p><p>-erram-inclusive-os-bons. html. Acesso em 01/01/17)</p><p>Considere o período abaixo para responder à questão.</p><p>“Operou o cérebro de uma mulher de 28 anos, grávida de 37 semanas, para retirar um tumor</p><p>benigno que comprimia o nervo óptico a ponto de ser improvável que ela pudesse enxergar seu</p><p>bebê quando nascesse.”(1º§)</p><p>A preposição destacada no trecho acima contribui para a coesão do texto introduzindo o valor</p><p>semântico de:</p><p>a) concessão.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) adversidade.</p><p>d) explicação.</p><p>e) consequência.</p><p>062. (IBFC/TÉCNICO EM REGULAÇÃO/AGERBA/2017)</p><p>Primeira classe</p><p>(Moacyr Scliar)</p><p>Durante anos, o homem teve um sonho: queria viajar de avião na primeira classe. Na</p><p>classe econômica, ele, executivo de uma empresa multinacional, era um passageiro habitual;</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>90 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>e, quando via a aeromoça fechar a cortina da primeira classe, quando ficava imaginando os</p><p>pratos e as bebidas que lá serviam, mordia-se de inveja. Talvez por causa disso trabalhava in-</p><p>cansavelmente; subiu na vida, chegou a um cargo de chefa que, entre outras coisas, dava-lhe o</p><p>direito à primeira classe nos voos.</p><p>E assim, um dia, ele embarcou de Nova Délhi, onde acabara de concluir um importante</p><p>negócio, para Londres. E seu lugar era na primeira classe. Seu sonho estava se realizando.</p><p>Tudo era exatamente como ele imaginava: coquetéis de excelente quantidade, um jantar que</p><p>em qualquer lugar seria considerado um banquete. Para cúmulo da sorte, o lugar a seu lado</p><p>estava vazio.</p><p>Ou pelo menos estava no começo do voo. No meio da noite acordou e, para sua sur-</p><p>presa, viu que o lugar estava ocupado. Achou que se tratava de um intruso; mas, em seguida,</p><p>deu-se conta de que algo anormal ocorria: várias pessoas estavam ali, no corredor, chorando e</p><p>se lamentando. Explicável: a passageira a seu lado estava morta. A tripulação optara por colo-</p><p>cá-la na primeira classe exatamente porque, naquela parte do avião, havia menos gente.</p><p>Sua primeira reação foi exigir que removessem o cadáver. Mas não podia fazer uma coi-</p><p>sa dessas, seria muita crueldade. Por outro lado, ter um corpo morto a seu lado horrorizava-o.</p><p>Não havendo outros lugares vagos na primeira classe, só lhe restava uma alternativa: levantou-</p><p>-se e foi para a classe econômica, para o lugar que a morta, havia pouco, ocupara. Ou seja, ao</p><p>invés de um upgrade, ele tinha recebido, ainda que por acaso, um downgrade.</p><p>Ali ficou, sem poder dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira clas-</p><p>se, nada mais serve. Finalmente, o avião pousou, e ele, arrasado, dirigiu-se para a saída, onde</p><p>o esperavam os parentes da falecida para agradecer-lhe. Disse um deles, que se identificou</p><p>como filho da senhora: “Minha mãe sempre quis viajar de primeira classe. Só conseguiu morta</p><p>graças à sua compreensão. Deus lhe recompensará”.</p><p>Que tem seu lugar garantido no céu, isso ele sabe. Só espera chegar lá viajando de pri-</p><p>meira classe. E sem óbitos durante o voo.</p><p>Considere o fragmento transcrito abaixo para responder à questão seguinte. Ali ficou, sem po-</p><p>der dormir, claro. Porque, depois que se experimenta a primeira classe, nada mais serve (5º§).</p><p>ou não ser empregada. Mas há as divergên-</p><p>cias: a IADES considera essa preposição sempre obrigatória; o CESPE já considerou</p><p>facultativa em uma prova e obrigatória em outra (para acabar com a nossa vida). Deta-</p><p>lhe: nessas duas orações, antes da conjunção integrante se, a preposição sempre fica</p><p>implícita.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>10 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>1.7. oração SuBordInada SuBStantIva aPoSItIva</p><p>Exerce função de aposto. São as mais fáceis, pois são as únicas marcadas por pontuação.</p><p>Adendo: a pontuação e as orações subordinadas substantivas.</p><p>Nenhuma oração subordinada substantiva pode ser separada por pontuação, exceto a apo-</p><p>sitiva. E isso é simples de entender: como vimos na aula de pontuação, não se separa o su-</p><p>jeito do verbo por vírgula, nem o verbo do complemento, nem o verbo do predicativo, nem o</p><p>substantivo do complemento nominal! A diferença só é que essas funções sintáticas, agora,</p><p>são desempenhadas por orações!</p><p>2. oraçõeS SuBordInadaS adjetIvaS</p><p>São divididas em dois tipos:</p><p>• Explicativas (com pontuação)</p><p>• Restritivas (sem pontuação)</p><p>São introduzidas, quando desenvolvidas, por pronomes relativos2:</p><p>QUE O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS</p><p>ONDE CUJO(A)(S)</p><p>Eu gosto de ensinar duas formas para você reconhecer uma oração adjetiva:</p><p>• Pelo valor adjetivo da oração (ela caracteriza um substantivo – ou um pronome substan-</p><p>tivo – anteposto)</p><p>2 Os pronomes relativos apresentados na tabela acima são os que aparecem com frequência em provas de concursos públi-</p><p>cos! Existem outros, como quem, quando, como e quanto.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>11 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>• Quando for o pronome relativo QUE, na maioria das vezes, será possível substituí-lo por</p><p>o qual, a qual, os quais ou as quais. Isso comprova que o QUE é um pronome relativo; e</p><p>todo pronome relativo anuncia uma oração subordinada adjetiva.</p><p>Adendo: PR x CI</p><p>São muitas as questões que aparecem em concursos públicos exigindo que o candidato</p><p>diferencie as funções do QUE. A conjunção integrante e o pronome relativo predominam!</p><p>005. (CESGRANRIO/TÉCNICO BANCÁRIO/BANCO DA AMAZÔNIA/2013) No trecho “cons-</p><p>tataremos que são áreas com menor Índice de Desenvolvimento Humano”, a palavra que tem</p><p>a mesma classificação do que se destaca em:</p><p>a) “O tiro que eu daria seria na mudança de mentalidade.”</p><p>b) “pensar um novo modelo de desenvolvimento que una a questão ambiental à econômica.”</p><p>c) “principalmente por ser o Brasil um país que agrega a maioria do território amazônico”.</p><p>d) “deveríamos levar adiante algumas iniciativas que podem ser, até mesmo, replicadas em</p><p>cidades como Rio de Janeiro ou São Paulo.”</p><p>e) “Vamos imaginar que sou do Rio Grande do Sul,”</p><p>No enunciado, o QUE após “constataremos” é uma conjunção integrante (se você substituir a</p><p>oração por ISSO, saberá que se trata de uma subordinada substantiva, que é introduzida por</p><p>CI). O mesmo é possível na oração após “imaginar”, na letra e. Nas demais alternativas, há</p><p>pronomes relativos; basta fazer a troca do QUE por o qual (a, b e c) e as quais (d).</p><p>A maioria das questões podem ser resolvidas assim! Mas existem algumas que exigem</p><p>mais cuidado!</p><p>Letra e.</p><p>006. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRT10/2012) Não existem dúvidas de que lhe diziam</p><p>que determinado amante tramava contra ele ou que outro desviava o dinheiro público, mas ele</p><p>sempre fazia o que a mulher lhe pedia e logo se livrava daqueles homens.</p><p>O vocábulo “que”, em “diziam que” e em “fazia o que”, pertence a classes gramaticais distintas.</p><p>É fácil identificar o primeiro QUE (após “diziam”) como conjunção integrante. O problema está</p><p>no segundo. Você precisa perceber que o vocábulo “o”, após “fazia”, é um pronome demons-</p><p>trativo – que pode ser trocado por aquilo (mas ele sempre dizia fazia aquilo que a mulher lhe</p><p>pedia). Agora, você pode analisar de duas formas:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>12 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>i. A oração “que a mulher lhe pedia” caracteriza aquilo (“o”);</p><p>ii. Trocar o QUE por o qual, gerando aquilo o qual.</p><p>Dessa forma, você perceberá que o primeiro QUE é uma conjunção integrante; o segundo, um</p><p>pronome relativo.</p><p>Certo.</p><p>Agora que você sabe reconhecer uma oração adjetiva, precisa dominar os assuntos cobra-</p><p>dos acerca desse conteúdo.</p><p>2.1. exPlIcatIva x reStrItIva</p><p>A diferença entre uma oração subordinada adjetiva explicativa e uma restritiva reside, vi-</p><p>sualmente, na pontuação3. Mas a principal característica está ligada à semântica. Você vai</p><p>entender melhor com a questão que vou apresentar.</p><p>007. (IBFC/PESQUISADOR/INEP/2012) Considere o período e as afirmações abaixo.</p><p>Os alunos que são muito indisciplinados foram punidos.</p><p>• I – A pontuação está correta.</p><p>• II – Se a oração adjetiva estivesse entre vírgulas, não haveria mudança de sentido.</p><p>• III – Há duas orações no período.</p><p>Está correto o que se afirma apenas em</p><p>a) I</p><p>b) II</p><p>c) III</p><p>d) I e II</p><p>e) I e III</p><p>Vou justificar cada uma das alternativas:</p><p>I – Certo. A pontuação está correta. O trecho “que são muito indisciplinados” é uma oração</p><p>subordinada adjetiva restritiva. Caso ela estivesse entre vírgulas, passaria a ser uma oração</p><p>subordinada adjetiva explicativa. Isso não afeta a correção gramatical.</p><p>Restritiva (sem vírgulas) Explicativa (com vírgulas)</p><p>Só parte dos alunos são</p><p>indisciplinados. Há uma parte</p><p>sem essa característica.</p><p>Todos os alunos são</p><p>indisciplinados.</p><p>3 Você se lembra de que, no PDF de pontuação, falei sobre explicação e restrição? Se não, volte lá!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>13 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>II – Errado. A mudança entre explicativa e restritiva sempre altera o sentido original do texto!</p><p>A diferença é:</p><p>Restringir, em termos gerais, significa separar. Explicar significa dizer quem/o que é.</p><p>III – Certo. Há duas orações: “os alunos foram punidos” é a oração principal; “que são muito</p><p>indisciplinados” é a oração subordinada adjetiva restritiva.</p><p>Letra e.</p><p>Em geral, para provas de concursos públicos, o mais importante é que você saiba que exis-</p><p>te uma mudança de sentido entre explicação e restrição. São raras as vezes em que o exami-</p><p>nador pergunta qual é o novo sentido, com a inserção ou retirada da pontuação.4</p><p>008. (CESPE/TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR/ANS/2013) O seu con-</p><p>trole é difícil, porque o inseto é muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus</p><p>ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada</p><p>de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em</p><p>larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. O único modo possível de se evitar</p><p>A conjunção destacada no trecho introduz o valor semântico de:</p><p>a) consequência.</p><p>b) tempo.</p><p>c) concessão.</p><p>d) finalidade.</p><p>e) causa.</p><p>063. IBFC/MÉDICO/EBSERH/2017)</p><p>Texto</p><p>Há algum tempo venho afinando certa mania. Nos começos chutava tudo o que achava.</p><p>[...] Não sei quando começou em mim o gosto sutil. [...]</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>91 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Chutar tampinhas que encontro no caminho. É só ver a tampinha. Posso diferenciar ao</p><p>longe que tampinha é aquela ou aquela outra. Qual a marca (se estiver de cortiça para baixo) e</p><p>qual a força que devo empregar no chute. Dou uma gingada, e quase já controlei tudo. [...] Errei</p><p>muitos, ainda erro. É plenamente aceitável a ideia de que para acertar, necessário pequenas</p><p>erradas. Mas é muito desagradável, o entusiasmo desaparecer antes do chute. Sem graça.</p><p>Meu irmão, tino sério, responsabilidades. Ele, a camisa; eu, o avesso. Meio burguês, me-</p><p>tido a sensato. Noivo...</p><p>- Você é um largado. Onde se viu essa, agora! [...]</p><p>Cá no bairro minha fama andava péssima. Aluado, farrista, uma porção de coisas que</p><p>sou e que não sou. Depois que arrumei ocupação à noite, há senhoras mães de família que já</p><p>me cumprimentaram. Às vezes, aparecem nos rostos sorrisos de confiança. Acham, sem dúvi-</p><p>da, que estou melhorando.</p><p>- Bom rapaz. Bom rapaz.</p><p>Como se isso estivesse me interessando...</p><p>Faço serão, fico até tarde. Números, carimbos, coisas chatas. Dez, onze horas. De quando em</p><p>vez levo cerveja preta e Huxley. (Li duas vezes o “Contraponto” e leio sempre). [...] Dia desses,</p><p>no lotação. A tal estava a meu lado querendo prosa. [...] Um enorme anel de grau no dedo.</p><p>Ostentação boba, é moça como qualquer outra. Igualzinho às outras, sem diferença. E eu me</p><p>casar com um troço daquele? [...] Quase respondi...</p><p>- Olhe: sou um cara que trabalha muito mal. Assobia sambas de Noel com alguma bos-</p><p>sa. Agora, minha especialidade, meu gosto, meu jeito mesmo, é chutar tampinhas da rua. Não</p><p>conheço chutador mais fino.</p><p>(ANTONIO, João. Afinação da arte de chutar tampinhas. In: Patuleia: gentes de rua. São Paulo: Ática, 1996)</p><p>Vocabulário:</p><p>Huxley: Aldous Huxley, escritor britânico mais conhecido por seus livros de ficção científica.</p><p>Contraponto: obra de ficção de Huxley que narra a destruição de valores do pós-guerra na In-</p><p>glaterra, em que o trabalho e a ciência retiraram dos indivíduos qualquer sentimento e vontade</p><p>de revolução.</p><p>A oração “Depois que arrumei ocupação à noite” (5º§) é introduzida por uma locução conjunti-</p><p>va que apresenta o mesmo valor semântico da seguinte conjunção:</p><p>a) porquanto.</p><p>b) conforme.</p><p>c) embora.</p><p>d) quando.</p><p>e) pois.</p><p>064. (IBFC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/EBSERH/2017)</p><p>Vivendo e...</p><p>Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais. Duvido que se hoje pegasse uma bola de gude</p><p>conseguisse equilibrá-la na dobra do dedo indicador sobre a unha do polegar, e quanto mais</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>92 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>jogá-la com a precisão que eu tinha quando era garoto. Outra coisa: acabo de procurar no dicio-</p><p>nário, pela primeira vez, o significado da palavra “gude”. Quando era garoto nunca pensei nisso,</p><p>eu sabia o que era gude. Gude era gude.</p><p>Juntando-se as duas mãos de um determinado jeito, com os polegares para dentro, e</p><p>assoprando pelo buraquinho, tirava-se um silvo bonito que inclusive variava de tom conforme</p><p>o posicionamento das mãos. Hoje não sei que jeito é esse. [...]</p><p>(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro: Objetiva. 2001)</p><p>Utilize o Texto I para responder a questão.</p><p>Para relacionar as orações, em “Eu sabia fazer pipa e hoje não sei mais”, o autor faz uso de</p><p>uma conjunção que deve ter seu sentido inferido pelo contexto. Trata-se do valor semântico de:</p><p>a) adição.</p><p>b) conclusão.</p><p>c) explicação.</p><p>d) alternância.</p><p>e) oposição.</p><p>065. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013)</p><p>Com base no exercício anterior, é possível classificar a conjunção “pois”. A partir disso, pode-</p><p>ríamos substituí-la adequadamente pelo conectivo:</p><p>a) por que.</p><p>b) porquê.</p><p>c) por quê.</p><p>d) porque.</p><p>066. (IBFC/FARMÁCIA/SEPLAG-MG/2013) Na frase “Ele deve passar fome, pois está muito</p><p>magro”, a palavra “pois” funciona como um articulador das orações e estabelece entre elas a</p><p>relação de:</p><p>a) soma.</p><p>b) oposição.</p><p>c) explicação.</p><p>d) conclusão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>93 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>067. (IBFC/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/EBSERH/2016) Considere o</p><p>fragmento abaixo para responder à questão seguinte.</p><p>“E na noite que transformava o frio do inverno no calor do Carnaval, eu tinha a certeza</p><p>de que aquele som dos bombos fazia parte do meu código genético.” (1º§)</p><p>Há duas ocorrências do vocábulo “que” no trecho em análise. Contudo, possuem classifica-</p><p>ções morfológicas distintas. Assim, nota-se que, respectivamente, são:</p><p>a) pronome relativo e conjunção integrante</p><p>b) conjunção consecutiva e pronome interrogativo</p><p>c) pronome relativo e conjunção explicativa</p><p>d) conjunção integrante e pronome relativo</p><p>e) conjunção explicativa e pronome relativo</p><p>068. (IBFC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. JANDIRA-SP/2016)</p><p>O Relacionamento Aberto</p><p>(Por Gregorio Duvivier)</p><p>“Todos os relacionamentos fechados se parecem”, diria Tolstói em “Anna Kariênina”.</p><p>“Cada relacionamento aberto é infeliz à sua maneira.”</p><p>Abrir um relacionamento pode se revelar uma tarefa mais difícil do que abrir uma em-</p><p>balagem de CD. Há grandes chances de você perder um dente. E, depois de aberto, há grandes</p><p>chances de você se perguntar: “Valia a pena tudo isso? Nem gostava desse CD. Aliás, ninguém</p><p>mais ouve CD”.</p><p>Há, no entanto, quem defenda que os relacionamentos, assim como as ostras, merecem</p><p>que a gente perca tempo abrindo-os — mesmo que, em ambos os casos, exista um forte risco</p><p>de intoxicação.</p><p>Uma porta pode estar aberta, encostada, entreaberta, escancarada. Na relação escan-</p><p>carada, tudo é possível e nada é passível de ciúme (parece que esse fenômeno só aconteceu</p><p>uma vez, e foi nos anos 1970). Há muitas relações escancaradas que, quando você vai ver de</p><p>perto, são de fato escancaradas, mas não são relações: não se pode dizer que existe uma por-</p><p>ta aberta porque não há sequer porta, já que tampouco há parede.</p><p>O relacionamento entreaberto, no entanto, pode se entreabrir de mil maneiras: pode po-</p><p>der tudo desde que conte tudo pro outro ou desde que o outro não fique sabendo ou desde que</p><p>não seja com amigos ou desde que seja com amigos ou desde que não se apaixone ou desde</p><p>que seja por paixão.</p><p>Há relacionamentos cuja abertura é sazonal: o namoro à distância internacional cos-</p><p>tuma ser como as cantinas de escola, que abrem nove meses por ano e fecham nas férias,</p><p>enquanto o relacionamento intermunicipal costuma funcionar como os correios: abre em dia</p><p>útil, fecha no final de semana.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,</p><p>sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>94 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>O relacionamento encostado parece que está trancado. Mas para amigos e vizinhos, é</p><p>só empurrar o portão. E tem os namoros que, apesar de trancados, ninguém trocou a fechadu-</p><p>ra: o ex ainda tem a chave e entra quando quiser.</p><p>Há, é claro, o relacionamento trancado a sete chaves e blindado. Aquele que se uma</p><p>paixão de adolescência batesse na porta, e se por acaso vocês transassem, ninguém ficaria</p><p>sabendo, mas mesmo assim você diz: “Não, não. Estou num relacionamento”. Parece que esse</p><p>aí morreu. Talvez fique pra história como as ombreiras ou a pochete. Talvez volte com tudo em</p><p>2017, assim como as ombreiras e a pochete.</p><p>Preparem-se. Não sei se estamos prontos pra essa loucura. A próxima coisa a voltar</p><p>pode ser o Crocs.</p><p>(Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/ gregorioduvivier/2016/07/1792729-o-relacionamento-</p><p>-aberto.shtml. Acesso em: 18/07/2016)</p><p>Ao participarem da estrutura sintática dos textos, as orações estabelecem entre si relações de</p><p>sentido. Desse modo, em “Há relacionamentos cuja abertura é sazonal” (6º§), a oração desta-</p><p>cada cumpre o seguinte papel:</p><p>a) caracteriza um substantivo</p><p>b) completa o sentido de um verbo</p><p>c) indica circunstância, possui caráter adverbial</p><p>d) exerce a função de sujeito</p><p>069. (IBFC/TÉCNICO EM ENFERMAGEM/EBSERH/2016)</p><p>Rito de Passagem</p><p>Um dia seu filho se aproxima e diz, assim como quem não quer nada: “Pai, fiz a barba”.</p><p>E, a menos que se trate de um pai desnaturado ou de um barbeiro cansado da profissão, a</p><p>emoção do pai será inevitável. E será uma complexa emoção essa, um misto de assombro, de</p><p>orgulho, mas também de melancolia. O seu filho, o filhinho que o pai carregou nos braços, é um</p><p>homem. O tempo passou.</p><p>Barba é importante. Sempre foi. Patriarca bíblico que se prezasse usava barba. Rei tam-</p><p>bém. E um fio de barba, ou de bigode, tradicionalmente se constitui numa garantia de honra,</p><p>talvez não aceita pelos cartórios, mas prezada como tal. Fazer a barba é um rito de passagem.</p><p>Como rito de passagem, ele não dura muito. Fazer a barba. No início, é uma revelação;</p><p>logo passa à condição de rotina, e às vezes de rotina aborrecida. Muitos, aliás, deixam crescer</p><p>a barba por causa disto, para se ver livre do barbeador ou da lâmina de barbear. Mas, quando</p><p>seu filho se olha no espelho, e constata que uns poucos e esparsos pelos exigem - ou permi-</p><p>tem - o ato de barbear-se, ele seguramente vibra de satisfação.</p><p>Nenhum de nós, ao fazer a barba pela primeira vez, pensa que a infância ficou pra trás. E,</p><p>no entanto, é exatamente isto: o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>95 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>que fomos. É o rosto do adulto que seremos. E os pelos que a água carrega para o ralo da pia</p><p>levam consigo sonhos e fantasias que não mais voltarão.</p><p>É bom ter barba? Essa pergunta não tem resposta. Esta pergunta é como a própria</p><p>barba: surge implacavelmente, cresce não importa o que façamos. Cresce mesmo depois que</p><p>expiramos. E muitos de nós expiramos lembrando certamente o rosto da criança que, do fundo</p><p>do espelho, nos olha sem entender.</p><p>(SCLIAR, Moacyr et al. Histórias de grandeza e de miséria. Porto Alegre: L&PM, 2003)</p><p>Em “o rosto que nos mira do espelho já não é mais o rosto da criança que fomos” (4º§), os</p><p>termos em destaque têm sua correta classificação gramatical indicada em:</p><p>a) Os dois são conjunções integrantes.</p><p>b) O primeiro é uma conjunção integrante e o segundo um pronome relativo.</p><p>c) Ambos são pronomes relativos, porém os referentes são distintos.</p><p>d) Os dois são conjunções consecutivas.</p><p>e) Nos dois casos, os pronomes são indefinidos.</p><p>070. (IBFC/MÉDICO DO TRABALHO/COMLURB/2016) Assinale a alternativa que completa</p><p>correta e respectivamente as lacunas:</p><p>Todos os candidatos ao processo seletivo sabem_____ é importante estudar muito,_______ são</p><p>poucas vagas e a concorrência é grande.</p><p>a) logo - pois</p><p>b) que - pois</p><p>c) pois - que</p><p>d) pois - logo</p><p>071. (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB-BA/2015)</p><p>Náufragos da modernidade líquida</p><p>(Frei Beto)</p><p>Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do</p><p>mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista</p><p>do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.</p><p>Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos</p><p>XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do</p><p>século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do</p><p>Silício. Qual será o próximo?</p><p>Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem</p><p>mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um</p><p>mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>96 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-</p><p>lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-</p><p>ça e lazer.</p><p>Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-</p><p>bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-</p><p>temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.</p><p>Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas</p><p>de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada</p><p>vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.</p><p>O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-</p><p>tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o</p><p>tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.</p><p>O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e</p><p>mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não</p><p>se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.</p><p>Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-</p><p>as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se</p><p>impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a</p><p>nossa devoção.</p><p>Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma</p><p>ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece</p><p>tão veloz retorno...</p><p>Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-</p><p>dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou</p><p>ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,</p><p>ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!</p><p>(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)</p><p>Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.</p><p>“O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de</p><p>outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento</p><p>do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)</p><p>A respeito da palavra “que”, em destaque no fragmento, assinale, dentre as alternativas abaixo,</p><p>aquela em que tal vocábulo possua as mesmas características morfossintáticas.</p><p>a) Espero que tudo ocorra bem.</p><p>b) Que lindo!</p><p>c) Eu li o livro que você me deu</p><p>d) Dormiu tanto que perdeu a hora.</p><p>e) O rapaz que chegou era meu amigo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>97 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>072. (IBFC/ANALISTA DE REGISTRO DE COMÉRCIO/SAEB-BA/2015)</p><p>Náufragos da modernidade líquida</p><p>(Frei Beto)</p><p>Qual o próximo centro financeiro? Nos séculos XIII e XIV, foi Bruges, com o advento do</p><p>mercantilismo; nos séculos XIV a XVI, Veneza, com suas corporações marítimas e a conquista</p><p>do Oriente; no século XVI, Antuérpia, graças à revolução gráfica de Gutenberg.</p><p>Em fins do século XVI e início do XVII, foi Gênova, verdadeiro paraíso fiscal; nos séculos</p><p>XVIII e XIX, Londres, devido à máquina a vapor e a Revolução Industrial; na primeira metade do</p><p>século XX, Nova York, com o uso da energia elétrica; na segunda, Los Angeles, com o Vale do</p><p>Silício. Qual será o próximo?</p><p>Tudo indica que o poderio econômico dos EUA tende a encolher, suas empresas perdem</p><p>mercados para a China, a crise ecológica afeta sua qualidade de vida. Caminhamos para um</p><p>mundo policêntrico, com múltiplos centros regionais de poder.</p><p>A agricultura se industrializa, a urbanização invade a zona rural, o tempo é mercanti-</p><p>lizado. Há o risco de, no futuro, todos os serviços serem pagos: educação, saúde, seguran-</p><p>ça e lazer.</p><p>Torna-se difícil distinguir entre trabalho, consumo, transporte, lazer e estudo. A vida ur-</p><p>bana comprime multidões e, paradoxalmente, induz à solidão. O salário se gasta predominan-</p><p>temente em compra de serviços: educação, saúde, transporte e segurança.</p><p>Antes de 2030, todos se conectarão a todas as redes de informação por infraestruturas</p><p>de alta fluidez, móveis e fixas, do tipo Google. A nanotecnologia produzirá computadores cada</p><p>vez menores e portáteis. Multiplicar-se-ão os robôs domésticos.</p><p>O mundo envelhece. As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubsti-</p><p>tuíveis, de outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o</p><p>tratamento do lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.</p><p>O tempo se torna a única verdadeira raridade. Gasta-se menos tempo para produzir e</p><p>mais para consumir. Assim, o tempo que um computador requer para ser confeccionado não</p><p>se compara com aquele que o usuário dedicará para usá-lo.</p><p>Os produtos postos no mercado são “cronófagos”, isto é, devoram o tempo das pesso-</p><p>as. Basta observar como se usa o telefone celular. Objeto de multiuso, cada vez mais ele se</p><p>impõe como sujeito com o poder de absorver o nosso tempo, a nossa atenção, até mesmo a</p><p>nossa devoção.</p><p>Ainda que cercados de pessoas, ao desligar o celular nos sentimos exilados em uma</p><p>ilha virtual. Do outro lado da janelinha eletrônica, o capital investido nas operadoras agradece</p><p>tão veloz retorno...</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>98 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Náufragos da modernidade líquida, há uma luta a se travar no que se refere à subjetivi-</p><p>dade: deixar-se devorar pelas garras do polvo tecnológico, que nos cerca por todos os lados, ou</p><p>ousar exercer domínio sobre o tempo pessoal e reservar algumas horas à meditação, à oração,</p><p>ao estudo, às amizades e à ociosidade amorosa. Há que decidir!</p><p>(Disponível em: http://www.domtotal.com/colunas/detalhes.php?artld=5121. Acesso em: 02/07/2015)</p><p>Considere o fragmento transcrito a seguir para responder a questão.</p><p>“O mundo envelhece. /As cidades crescem. Se, de um lado, escasseiam bens insubstituíveis, de</p><p>outro, produzem-se tecnologias que facilitam a redução do consumo de energia, o tratamento do</p><p>lixo, o replanejamento das cidades e dos transportes.” (7º§)</p><p>Sobre o trecho, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta.</p><p>I – É formado por duas orações absolutas e um período composto por coordenação.</p><p>II – Entre os dois primeiros períodos há uma relação temporal que poderia ser expressa pela</p><p>conjunção “quando”.</p><p>III – O terceiro período é formado por três orações.</p><p>IV – No terceiro período, identifica-se uma oração subordinada adjetiva.</p><p>a) Todas as afirmativas estão corretas</p><p>b) Apenas a afirmativas III está correta</p><p>c) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.</p><p>d) Apenas a afirmativa II está correta</p><p>e) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.</p><p>073. (IBFC/NÍVEL FUNDAMENTAL/MGS/2015)</p><p>O PADEIRO</p><p>Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café</p><p>vou me lembrando de um homem que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta</p><p>do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisa-</p><p>va gritando:</p><p>- Não é ninguém, é o padeiro!</p><p>Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? Então você não é ninguém?</p><p>Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe</p><p>acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pes-</p><p>soa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa</p><p>que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim ficara sa-</p><p>bendo que não era ninguém...</p><p>Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo.</p><p>(Rubem Braga. Ai de ti, Copacabana, Crônicas. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960)</p><p>Sobre a frase “Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim.” ( 1º§), assinale</p><p>a alternativa que apresenta seu número correto de orações:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>99 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a) Duas</p><p>b) Quatro</p><p>c) Cinco</p><p>d) Três</p><p>074. (IBFC/ANALISTA DE PROMOTORIA/MPE-SP/2013) Considere os períodos abaixo e as-</p><p>sinale a alternativa correta.</p><p>I – Os manifestantes, que praticaram atos de vandalismo, foram detidos.</p><p>II – Os manifestantes que praticaram atos de vandalismo foram detidos.</p><p>a) A pontuação está correta apenas em I.</p><p>b) A pontuação está correta apenas em II, pois não se pode separar o sujeito do verbo.</p><p>c) A pontuação está correta em I e II, que têm o mesmo sentido, sendo o uso das vírgulas uma</p><p>questão estilística.</p><p>d) A pontuação está correta em I e II, mas, no segundo, indica-se que todos os manifestantes</p><p>praticaram atos de vandalismo.</p><p>e) A pontuação está correta em I e II, mas, no primeiro, indica-se que todos os manifestantes</p><p>praticaram atos de vandalismo.</p><p>075. (IBFC/PROFESSOR/SEAP-DF/2013) Leia as sentenças:</p><p>É preciso que ela se encante por mim!</p><p>Chegou à conclusão de que saiu no prejuízo.</p><p>Assinale abaixo a alternativa que classifica, correta e respectivamente, as orações subordina-</p><p>das substantivas (O.S.S.) destacadas</p><p>a) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. objetiva</p><p>indireta.</p><p>b) O.S.S. subjetiva e O.S.S. completiva nominal</p><p>c) O.S.S. subjetiva e O.S.S. objetiva indireta.</p><p>d) O.S.S. objetiva direta e O.S.S. completiva nominal.</p><p>076. (IBFC/ASSISTENTE SOCIAL/ILSL/2013) Assinale a alternativa que completa correta-</p><p>mente a lacuna.</p><p>Conheci a cidade _______ ele foi em julho.</p><p>Alternativas</p><p>a) que.</p><p>b) a qual.</p><p>c) a que.</p><p>d) onde.</p><p>077. (IBFC/OFICIAL DE CARTÓRIO/PC-RJ/2013)</p><p>Fé - Esperança – Caridade</p><p>(Sérgio Milliet)</p><p>É preciso ter fé nesse Brasil</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>100 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>nesse pau-brasil</p><p>nessas matas despovoadas</p><p>nessas praias sem pescadores</p><p>É preciso ter fé</p><p>Nesse norte de secas</p><p>e de literatura</p><p>A esperança vem do sul</p><p>Vem de mansinho</p><p>contagiosa e sutil</p><p>vem no café que produzimos</p><p>vem nas indústrias que criamos</p><p>A esperança vem do sul</p><p>do coração calmo de São Paulo</p><p>É preciso ter caridade</p><p>e ter carinho</p><p>perdoar o ódio que nos cerca</p><p>que nos veste</p><p>e trabalhar para os irmãos pobres...</p><p>(Poetas do Modernismo. INL-MEC, Rio de Janeiro, 1972)</p><p>É recorrente, no poema, a construção “É preciso”, sempre relacionada a uma outra oração. So-</p><p>bre essa outra oração, é correto afirmar que se trata de:</p><p>a) uma oração subordinada adverbial.</p><p>b) uma oração coordenada assindética.</p><p>c) uma oração subordinada substantiva.</p><p>d) uma oração coordenada sindética.</p><p>e) uma oração subordinada adjetiva.</p><p>078. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2013) Assinale a alternativa que completa corretamen-</p><p>te a lacuna.</p><p>O rapaz contou uma história ________ não acreditei.</p><p>a) que</p><p>b) a qual</p><p>c) em que</p><p>d) onde</p><p>079. (IBFC/ADVOGADO/IDECI/2018)</p><p>Somos todos vítimas</p><p>Ivan Angelo</p><p>Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma</p><p>cena jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>101 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a largura da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças,</p><p>louros, de olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a rou-</p><p>pa do corpo e uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou as conversas</p><p>naquele 2 de junho de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na metrópole que</p><p>mais crescia no país? Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na grande fazen-</p><p>da de café do milionário Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido e depositado</p><p>com a família na capital, entregue à própria má sorte.</p><p>Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo</p><p>na rua, sem ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados.</p><p>No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença</p><p>para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta</p><p>ou cauteloso receio. Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos</p><p>capazes de impedir esse horror quando era possível?</p><p>Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias deses-</p><p>truturadas, das fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abando-</p><p>no, das fragilidades e inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais</p><p>ausentes, da escola ausente, das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos,</p><p>dos maus-tratos, dos baratos, das baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar,</p><p>da doença mental vieram, da baixa estima, das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da</p><p>alma vieram... — e formaram essas multidões que nos assustam.</p><p>Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela</p><p>água envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cam-</p><p>buci, Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos</p><p>dos viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que</p><p>os caídos já amanhecem dormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódi-</p><p>cas das autoridades o que fizeram foi espalhá-los pela cidade.</p><p>Que fazer?</p><p>Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um</p><p>risco para a saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna,</p><p>micoses. Perguntam o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai</p><p>gerar propina, ou um maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer</p><p>isso,será levado para a delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor. Esses ban-</p><p>dos de crianças e adolescentes que perambulam pelas ruas praticando furtos e fumando crack</p><p>são as peças de reposição da malta de zumbis, advertem. Perguntam, punitivos: são infratores,</p><p>malfeitores, criminosos ou o quê? Em que lei se enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam:</p><p>estão sendo exportados para São Paulo, as autoridades devem mandá-los de volta, cuidar dos</p><p>nossos e mandar o resto de volta.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>102 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos</p><p>empurrar para o lado mais escuro de nós. Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procu-</p><p>rando seu menino desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecer-lhe um banho quente</p><p>entre uma queda e outra; há uma irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encon-</p><p>trar; há uma filha tentando salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura</p><p>do marido, ainda com esperança... Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados.</p><p>Considere o período e as afirmativas a seguir.</p><p>Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos já amanhecem dormindo na</p><p>porta dos seus prédios e casas.</p><p>I – A locução “de Perdizes” e o adjetivo “consternados” exercem a mesma função sintática.</p><p>II – O período é composto por subordinação.</p><p>Está correto o que se afirma em:</p><p>a) somente I</p><p>b) somente II</p><p>c) I e II</p><p>d) nenhuma</p><p>080. (IBFC/PERITO CRIMINAL/CONTABILIDADE/PC-RJ/2013)</p><p>O silêncio é um grande tagarela</p><p>Acredite se quiser. O silêncio tem voz. O silêncio fala. O que é perfeitamente normal no</p><p>universo humano. Ou você pensa que só o nosso falar, comunica? O silêncio também comu-</p><p>nica. E muito. O silêncio pode dizer muita coisa sobre um líder, uma organização, uma crise,</p><p>uma relação.</p><p>Mesmo que a mudez seja uma ação estratégica, não adianta. Logo mais, alguém vai</p><p>criar uma versão sobre aquele silêncio. Interpretá-lo e formar uma opinião. As percepções</p><p>serão múltiplas. As interpretações vão correr soltas. As opiniões formarão novas opiniões e</p><p>multiplicarão comentários. O silêncio, coitado, que só queria se preservar acabou alimentando</p><p>uma rede de conversas a seu respeito. Porque não adianta fingir que ninguém viu, que passou</p><p>despercebido. Não passou. Nada passa despercebido – nem o silêncio.</p><p>A rádio corredor então, é imediata. Na roda do café, no almoço, no happy-hour. Todos os</p><p>empregados vão comentar o que perceberam</p><p>com aquele silêncio oficial, com o que ficou sem</p><p>uma resposta. Com o que ficou no ar. Com a falta da comunicação interna.</p><p>E as redes sociais, com suas vastidões de blogs, chats, comunidades e demais canais</p><p>vão falar, vão comentar e construir uma imagem a respeito do silêncio. Porque o silêncio, que</p><p>não se defende porque não emite sua versão oficial – perde uma grande oportunidade de es-</p><p>clarecer, de dar a volta por cima e mudar percepções, influenciar. Porque se a palavra liberta,</p><p>conecta, une; o silêncio perde, esconde, confunde, sonega.</p><p>Afinal, não existem relações humanas sem comunicação. Sem conversa. São as pes-</p><p>soas que dão vida e voz às empresas, aos governos e às organizações. Mesmo dois mudos</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>103 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>se comunicam por sinais e gestos. Portanto, o silêncio também fala. Mesmo que não queira</p><p>dizer nada.</p><p>Por isso, é preciso conversar. Saber o quê, quando, como falar. Saber ouvir. Saber res-</p><p>ponder. Interagir. Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência. Assim</p><p>como os mercados, os clientes e os consumidores. Assim como os cidadãos e os eleitores,</p><p>mais do que nunca! E o silêncio é uma voz ruidosa. Nunca foi bom conselheiro. Desde a briga</p><p>de namorados. Até as suspeitas de escândalos financeiros, fraudes, desastres ambientais,</p><p>acidentes de trabalho.</p><p>O silêncio é um canto de sereia. Só parece uma boa solução, porque a voz do silêncio é</p><p>um grito com enorme poder de eco. E se você não gosta do que está ouvindo, preste atenção</p><p>no que está emitindo. Pois de qualquer maneira, sempre vai comunicar alguma coisa. Quer</p><p>queira, quer não. De maneira planejada, sendo previdente. Ou apagando incêndios, com enor-</p><p>mes custos para a organização, o valor da marca, a motivação dos empregados e o próprio</p><p>futuro do negócio.</p><p>Enfim, o silêncio nem parece, mas é um grande tagarela.</p><p>(Luiz Antônio Gaulia)</p><p>Disponível em http://www.aberje.com.br/acervo_colunas_ver.asp?ID_COLUNA=96&ID_COLUNISTA=27</p><p>Acesso em 19/07/2013</p><p>No trecho “Este é um mundo que clama por diálogo. Que demanda transparência.”, presente no</p><p>6º parágrafo, há duas ocorrências do vocábulo “que”. Sobre elas, é correto afirmar:</p><p>a) a primeira refere-se a “mundo” e a segunda, a “diálogo”.</p><p>b) ambas fazem referência a “mundo”.</p><p>c) ambas fazem referência a “diálogo”.</p><p>d) a primeira refere-se ao pronome “este” e a segunda, à transparência.</p><p>e) a primeira refere- se à “clama” e a segunda, à “demanda”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>104 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>GABARITO</p><p>1. d</p><p>2. a</p><p>3. b</p><p>4. d</p><p>5. e</p><p>6. d</p><p>7. b</p><p>8. d</p><p>9. a</p><p>10. b</p><p>11. d</p><p>12. a</p><p>13. a</p><p>14. b</p><p>15. b</p><p>16. c</p><p>17. e</p><p>18. d</p><p>19. a</p><p>20. a</p><p>21. e</p><p>22. e</p><p>23. a</p><p>24. c</p><p>25. c</p><p>26. c</p><p>27. a</p><p>28. e</p><p>29. d</p><p>30. b</p><p>31. d</p><p>32. a</p><p>33. a</p><p>34. e</p><p>35. a</p><p>36. c</p><p>37. e</p><p>38. a</p><p>39. c</p><p>40. c</p><p>41. b</p><p>42. e</p><p>43. d</p><p>44. c</p><p>45. a</p><p>46. b</p><p>47. a</p><p>48. c</p><p>49. b</p><p>50. b</p><p>51. b</p><p>52. d</p><p>53. d</p><p>54. d</p><p>55. d</p><p>56. a</p><p>57. b</p><p>58. b</p><p>59. b</p><p>60. b</p><p>61. b</p><p>62. e</p><p>63. d</p><p>64. a</p><p>65. d</p><p>66. c</p><p>67. a</p><p>68. a</p><p>69. c</p><p>70. b</p><p>71. e</p><p>72. e</p><p>73. a</p><p>74. e</p><p>75. b</p><p>76. c</p><p>77. c</p><p>78. c</p><p>79. b</p><p>80. b</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>105 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>GABARITO COMENTADO</p><p>001. (VUNESP/SECRETÁRIO DE ESCOLA/PREF. ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUE-</p><p>TÁ/2019) Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.</p><p>Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva, as evidências até aqui colhidas sugerem</p><p>que a proliferação dos meios digitais pode ter impactos sobre a formação do cérebro leitor.</p><p>A oração “Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” estabelece, em relação ao</p><p>restante do período, relação com sentido de</p><p>a) oposição.</p><p>b) condição.</p><p>c) explicação.</p><p>d) concessão.</p><p>e) comparação.</p><p>“Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” é uma oração subordinada adverbial</p><p>concessiva. O embora é uma conjunção muito usada nas construções adverbiais concessivas.</p><p>Outros exemplos de conectivos com valor de concessão: conquanto, ainda que, não obstante,</p><p>a despeito de, em que pese, malgrado</p><p>Letra d.</p><p>002. (VUNESP/AUXILIAR DE PROMOTORIA/MPE-SP/2019)</p><p>Um grande teste de sustentabilidade</p><p>Ao se considerar que a raça humana já está consumindo anualmente 50% a mais do que</p><p>a Terra produz nesse período, torna-se forçoso planejar como conseguiremos alimentar toda a</p><p>população prevista para o futuro – em 2050, de acordo com as estimativas, seremos mais de</p><p>9 bilhões. É quando pensamos nas variáveis envolvidas nessa questão que começamos a ter</p><p>uma ideia do desafio à nossa frente.</p><p>Não basta pensar simplesmente em produzir alimentos para essa enorme quantidade</p><p>de pessoas. A solução tem que levar em conta simultaneamente premissas como minimizar</p><p>as emissões de gases de efeito estufa, inibir a expansão de áreas cultivadas, impedir a extin-</p><p>ção de espécies animais e preservar a água. Além de aumentar o volume de alimentos produ-</p><p>zidos nas terras agrícolas existentes, é necessário reduzir à metade o desperdício de comida</p><p>registrado principalmente nas sociedades mais desenvolvidas.</p><p>Um fator comum aos estudos existentes, inclusive ao que deu origem à chamada “dieta</p><p>da saúde planetária”, é que a criação de bovinos para abate nas atuais proporções precisa ser</p><p>revista urgentemente. Esses animais realmente exercem uma pressão substancial sobre os</p><p>recursos naturais – boa parte da produção agrícola mundial, aliás, é destinada a alimentá-los.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>106 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>E, no balanço final, os bovinos são responsáveis por apenas 33% das proteínas e 17% das ca-</p><p>lorias consumidas ao redor do mundo.</p><p>Isso significa que todos devem pensar em consumir apenas produtos de origem ve-</p><p>getal? É prematuro dizer isso. Previsivelmente, não há como impor de cima para baixo uma</p><p>proposta como essa. Existem tradições, culturas, hábitos arraigados (o churrasco brasileiro é</p><p>um exemplo) que não serão abandonados de uma hora para outra. Existe também toda uma</p><p>cadeia econômica fundamentada na proteína animal que certamente vai lutar por sua sobrevi-</p><p>vência nos moldes atuais. Mais cedo ou mais tarde, porém, teremos que encarar esse assunto.</p><p>Em jogo está a nossa própria sobrevivência neste planeta.</p><p>(Eduardo Araia. Revista Planeta. Editorial, abril/maio, 2019. Adaptado)</p><p>Na frase “É quando se pensa nas variáveis envolvidas nessa questão...”, a palavra destacada</p><p>estabelece sentido de</p><p>a) tempo.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) condição.</p><p>d) comparação.</p><p>e) conclusão.</p><p>Quando expressa ideia de tempo. Outros exemplos de conectivos temporais: enquanto, logo</p><p>que, desde que, depois que, até que.</p><p>Letra a.</p><p>003. (VUNESP/AUXILIAR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE MONTE ALTO-SP/2019)</p><p>A frase</p><p>“Se eu resolver isso aqui...” expressa, em relação ao restante do enunciado do terceiro</p><p>quadrinho, ideia de</p><p>a) causa.</p><p>b) condição.</p><p>c) conclusão.</p><p>d) proporção.</p><p>e) comparação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>107 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>“Se eu resolver isso aqui...” é uma oração subordinada adverbial condicional.</p><p>“Resolver isso aqui” é a condição para “acabar com o suspense”.</p><p>Letra b.</p><p>004. (VUNESP/JORNALISTA/CÂMARA DE ITAQUAQUECETUBA-SP/2018)</p><p>Febre mundial, abacate ficou mais valioso que petróleo e gerou até tráfico</p><p>Você pode até não suspeitar, mas o abacate que amadurece na sua fruteira está valendo</p><p>mais do que petróleo. Na verdade, vive-se uma verdadeira obsessão mundial por ele. Há mais</p><p>de uma variação da fruta fazendo sucesso em cima da torrada dos hipsters¹, na sobremesa</p><p>das famílias tradicionais, sendo usado como condimento e indo parar em pratos requintados</p><p>nos restaurantes.</p><p>Segundo a avaliação de quem é da área, uma mudança em hábitos alimentares e em</p><p>maneiras de preparo ajudou a popularizar o abacate. Os preços dispararam, gerando lucros</p><p>para além de crises econômicas e sociais em todo o mundo.</p><p>Na Nova Zelândia e na Austrália, onde crimes beiram a zero, surgiram verdadeiras redes</p><p>de tráfico da fruta. No ano passado, as autoridades neozelandesas interferiram até mesmo em</p><p>um mercado paralelo.</p><p>Já no México, líder mundial na produção, a exportação da fruta já é mais lucrativa do</p><p>que o petróleo, com mais de 1 milhão de toneladas saindo do país, de acordo com o próprio</p><p>governo mexicano.</p><p>Mas, por quê? “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa, que engor-</p><p>dava. Hoje acontece uma desmistificação, que é uma fruta saudável”, analisa Jonas Octávio,</p><p>presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Abacate (ABPA). Segundo ele, além da</p><p>pegada fitness² que a fruta assumiu, o público passou a testar também versões salgadas do</p><p>abacate, como o guacamole.</p><p>(https://noticias.bol.uol.com.br. Adaptado)</p><p>¹ Hipster: Alguém que pensa e se veste diferentemente do que é moda dominante.</p><p>² Fitness: Relativo à boa condição física.</p><p>No trecho do último parágrafo – “Antes se entendia que o abacate era uma fruta gordurosa,</p><p>que engordava.” –, a oração destacada tem a função de</p><p>a) retomar a visão anterior que havia do abacate, justificando por que ele é tão comercializado</p><p>atualmente.</p><p>b) exemplificar a visão anterior que havia do abacate, reforçando a ideia de que seu consumo</p><p>sempre foi bem visto.</p><p>c) comentar a visão anterior que havia do abacate, a qual se mantém atualmente, já que ele</p><p>engorda as pessoas.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>108 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>d) explicar a visão anterior que havia do abacate, que era negativa para a comercialização</p><p>do produto.</p><p>e) enfatizar a visão anterior que havia do abacate, ironizando a ideia de que ele possa ser sau-</p><p>dável às pessoas.</p><p>“que engordava” é uma oração subordinada adjetiva explicativa. Uma forma de identificar uma</p><p>oração adjetiva é substituindo o que por o qual, a qual, os quais ou as quais. Assim, saberemos</p><p>que se trata de um pronome relativo, o qual é presença marcante nas adjetivas. Feito isso, a</p><p>dúvida seria entre o valor de explicação ou restrição. Em regra, as explicativas possuem pon-</p><p>tuação; as restritivas, não.</p><p>Letra d.</p><p>005. (VUNESP/MÉDICO JUDICIÁRIO/TJ-SP/2019)</p><p>Após avanços tecnológicos, medicina deve mirar empatia</p><p>Médicos sempre ocuparam uma posição de prestígio na sociedade. Afinal, cuidar do</p><p>maior bem do indivíduo – a vida – não é algo trivial. Embora a finalidade do ofício seja a mes-</p><p>ma, o modus operandi mudou drasticamente com o tempo.</p><p>O que se pode afirmar é que o foco da atuação médica deve ser cada vez menos o con-</p><p>trole sobre o destino do paciente e mais a mediação e a interpretação de tecnologias, incluindo</p><p>a famigerada inteligência artificial. Já o lado humanístico, que perdeu espaço para os exames</p><p>e as máquinas, tende a recuperar cada vez mais sua importância.</p><p>De meados do século 20 até agora, concomitantemente às novas especialidades, houve</p><p>avanço tecnológico e a proliferação de modalidades de exames. Cresceu o catálogo dos labo-</p><p>ratórios e também a dependência do médico em relação a exames. A impressão dos pacientes</p><p>passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não os solicite.</p><p>O tema é caro a Jayme Murahovschi, referência em pediatria no país. “Tem que haver</p><p>progressão tecnológica, claro, mas mais importante que isso é a ligação emocional com o pa-</p><p>ciente. Hoje médicos pedem muitos exames e os pacientes também.”</p><p>Murahovschi está entre os que acreditam que a profissão está sofrendo uma nova revi-</p><p>ravolta, quase que voltando às origens clássicas, hipocráticas: “Os médicos do futuro, os que</p><p>sobrarem, vão ter que conhecer o paciente a fundo, dar toda a atenção que ele precisa, usando</p><p>muita tecnologia, mas com foco no paciente.”</p><p>Alguns profissionais poderão migrar para uma medicina mais técnica, preveem analistas.</p><p>Esses doutores teriam uma função diferente, atuando na interface entre o conhecimento bio-</p><p>médico e a tecnologia por trás de plataformas de diagnóstico e reabilitação. Ou ainda atuariam</p><p>alimentando com dados uma plataforma de inteligência artificial, tornando-a mais esperta.</p><p>Outra tecnologia já presente é a telemedicina, que descentraliza a realização de consul-</p><p>tas e exames. Clínicas e médicos generalistas podem, rapidamente e pela internet, contar com</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>109 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>laudos de especialistas situados em diferentes localidades; uma junta médica pode discutir</p><p>casos de pacientes e seria possível até a realização, a distância, de consultas propriamente</p><p>ditas, se não existissem restrições do CFM nesse sentido.</p><p>Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. O tema continua</p><p>fascinando médicos e pacientes, mas, por enquanto, nada de droides médicos à la Star Wars</p><p>– quem controla o robô ainda é o ser humano.</p><p>(Gabriela Alves. Folha de S.Paulo, 19.10.2018. Adaptado)</p><p>Observe os trechos destacados nas frases do texto.</p><p>• A impressão dos pacientes passou a ser a de que o cuidado é ruim, caso o médico não</p><p>os solicite. (3º parágrafo)</p><p>• Até cirurgias podem ser feitas a distância, com o advento da robótica. (último parágra-</p><p>fo)</p><p>Nesses trechos, notam-se, correta e respectivamente, as ideias de</p><p>a) advertência e causa.</p><p>b) conclusão e concessão.</p><p>c) finalidade e oposição.</p><p>d) reiteração e simultaneidade.</p><p>e) condição e consequência.</p><p>Na primeira frase, caso é um conectivo condicional.</p><p>Na segunda frase, repare que “o advento da robótica” é a causa para que as cirurgias sejam</p><p>feitas a distância.</p><p>Letra e.</p><p>006. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/SEDUC-SP/2019)</p><p>Irmãos em livros</p><p>Outro dia, num táxi, o motorista me disse que “gostava de ler” e comprava “muitos li-</p><p>vros”. Dei-lhe parabéns e perguntei qual era sua livraria favorita. Respondeu que “gostava de to-</p><p>das”, mas, de há alguns anos, só comprava livros pela internet. Ah,</p><p>sim? Comentei que também</p><p>gostava de todos os táxis, mas, a partir dali, passaria a usar apenas o serviço de aplicativos.</p><p>Ele diminuiu a marcha, como se processasse a informação. Virou-se para mim e disse: “Enten-</p><p>di. O senhor tem razão”.</p><p>Tenho amigos que não leem e não frequentam livrarias. Não são pessoas primitivas ou</p><p>despreparadas – apenas não têm a bênção de conviver com as palavras. Posso muito bem</p><p>entendê-las porque também não tenho o menor interesse por automóveis, pela alta cozinha ou</p><p>pelo mundo digital – nunca dirigi um carro, acho que qualquer prato melhora com um ovo frito</p><p>por cima e, quando me mostram alguma coisa num smartphone, vou de dedão sem querer e</p><p>mando a imagem para o espaço. Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a eles.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>110 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>No entanto, quando entro numa livraria, pergunto-me que outro lugar pode ser tão fasci-</p><p>nante. São milhares de livros à vista, cada qual com um título, um design, uma personalidade.</p><p>São romances, biografias, ensaios, poesia, livros de história, de fotos, de autoajuda, infantis, o</p><p>que você quiser. O que se despendeu de esforço intelectual para produzi-los e em tal variedade</p><p>é impossível de quantificar. Cada livro, bom ou mau, medíocre ou brilhante, exigiu o melhor que</p><p>cada autor conseguiu dar.</p><p>Uma livraria é um lugar de congraçamento*. Todos ali somos irmãos na busca de algum</p><p>tipo de conhecimento. E, como este é infinito, não nos faltarão irmãos para congraçar. Aliás,</p><p>quanto mais se aprende, mais se vai às livrarias.</p><p>Lá dentro, ninguém nos obriga a comprar um livro. Mas os livros parecem saber quem</p><p>somos e, inevitavelmente, um deles salta da pilha para as nossas mãos.</p><p>(Ruy Castro, Folha de S.Paulo, 07.12.2018. Adaptado)</p><p>* Congraçamento: ato ou efeito de congraçar(-se); conciliação, reconciliação.</p><p>A expressão em destaque no trecho “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a livraria a</p><p>eles.” estabelece relação entre as orações com sentido de</p><p>a) proporção.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) causa.</p><p>d) comparação.</p><p>e) condição.</p><p>Assim como indica a ideia de comparação: “Nada disso me faz falta, assim como o livro e a</p><p>livraria (não fazem falta) a eles.”</p><p>Outros exemplos de conectivos comparativos: tanto...quanto, tão...como, mais/menos...do que</p><p>Letra d.</p><p>007. (VUNESP/ENGENHEIRO CIVIL/PREFEITURA DE SERRANA-SP/2018)</p><p>Elas vão substituir você</p><p>Quando, em 1956, o cientista da computação americano John McCarthy cunhou o ter-</p><p>mo “inteligência artificial”, durante uma conferência na universidade de Dartmouth, nos Esta-</p><p>dos Unidos, a intenção já era desenvolver máquinas capazes de livrar os seres humanos de</p><p>tarefas de alguma complexidade, porém largamente enfadonhas.</p><p>“A proposta é usar todo o nosso conhecimento para construir um programa de compu-</p><p>tador que saiba e, também, conheça”, resumiu McCarthy, expressando uma ambição que vem</p><p>de muito antes de ele proferir tais palavras. Uma narrativa mitológica judaica, por exemplo, já</p><p>apresentava, milênios atrás, a ideia de um ser artificial pensante, o Golem, feito de barro e que</p><p>serviria os humanos. Na Idade Média, alquimistas chegaram a sonhar em dar vida à criatura</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>111 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>por eles batizada de Homunculus. Era apenas um devaneio que o tempo e a ciência se encar-</p><p>regaram de trazer para o plano das realidades.</p><p>E a inteligência artificial (IA) de hoje em dia, tal como foi formulada por McCarthy, é a</p><p>concretização dessa aspiração que se confunde com a história. No entanto, no momento em</p><p>que a humanidade parece estar perto de construir um robô capaz de substituir o homem em</p><p>um sem-número de atividades – o Golem do século XXI –, o que poderia ser motivo de unâ-</p><p>nime comemoração arrasta consigo o pavor de que tais softwares deixem milhões de seres</p><p>humanos desempregados. A preocupação é tamanha que o tema ganhou lugar de destaque</p><p>na agenda do Fórum Econômico Mundial – evento anual que reúne líderes políticos e empresa-</p><p>riais em Davos. Segundo levantamento feito pela organização do fórum, a soma de empregos</p><p>perdidos para a IA será de 5 milhões nos próximos dois anos. No estudo, as áreas de negócios</p><p>mais afetadas serão as administrativas e as industriais.</p><p>Um estudo publicado pela consultoria americana McKinsey avalia que em torno de 50%</p><p>das atividades tidas como repetitivas serão automatizadas na próxima década. Nesse período,</p><p>no Brasil, 15,7 milhões de trabalhadores serão afetados pela automação. Em todo o mundo,</p><p>o legado da mecanização avançada será de até 800 milhões de pessoas à procura de opor-</p><p>tunidades de trabalho. Desse total, boa parte terá de se readaptar, mas 375 milhões deverão</p><p>aprender competências inteiramente novas para não cair no desemprego.</p><p>Nem tudo, entretanto, é pessimismo. Os economistas ingleses Richard e Daniel Sus-</p><p>skind, ambos professores de Oxford, defendem a ideia de que quando atribuições são extintas,</p><p>ou modificadas, os seres humanos se transformam no mesmo ritmo. “O benefício é que os pro-</p><p>fissionais farão mais, em menos tempo”, defendem. Para eles, a bonança tecnológica levará à</p><p>criação de novos tipos de emprego.</p><p>(Veja, 31.01.2018. Adaptado)</p><p>O trecho iniciado pela conjunção “que”, destacado na passagem – A preocupação é tamanha</p><p>que o tema ganhou lugar de destaque na agenda do Fórum Econômico Mundial –, expressa,</p><p>em relação ao trecho que o precede, o sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) consequência.</p><p>c) modo.</p><p>d) lugar.</p><p>e) concessão.</p><p>O fato de a preocupação ser tamanha foi a causa para que o tema ganhasse lugar de destaque</p><p>na agenda do Fórum Econômico Mundial (consequência)</p><p>Exemplos de conectivos consecutivos: tão...que, tal...que, de modo que, de maneira que</p><p>Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>112 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>008. (VUNESP/OFICIAL ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO BERNARDO DO CAMPO-SP/2018)</p><p>Muita gente acha que rir no escritório pode dar a impressão de que está “faltando ser-</p><p>viço”. Discussões que até pouco tempo eram presenciais, realizadas na mesa de um colega,</p><p>acontecem cada vez mais por e-mail ou programas de troca de mensagens instantâneas. Nes-</p><p>se cenário, o bate-papo pode, muitas vezes, parecer prescindível. Contudo, e se, em vez de si-</p><p>nalizar ociosidade, rir com os colegas for algo que favoreça a colaboração da equipe e estimu-</p><p>le a inovação? Depois de anos sem dar muita atenção ao riso, os cientistas estão começando</p><p>a chegar a essa conclusão.</p><p>Nas últimas duas décadas, muitos estudos sobre o tema foram conduzidos pelo neuro-</p><p>cientista Robert Provine, professor de psicologia na Universidade de Maryland, em Baltimore,</p><p>nos Estados Unidos.</p><p>Uma de suas pesquisas mostrou que, no ambiente de trabalho, o riso é desencadeado</p><p>principalmente por conversas triviais a partir de comentários como “vamos dar um jeito nisso”,</p><p>“acho que já terminei” ou “pronto, aqui está”. Quem não se lembra de situações no trabalho</p><p>em que um simples bate-papo tenha acabado</p><p>em risada? Não são piadas, mas momentos de</p><p>conexão com os colegas.</p><p>O riso é um sinal subconsciente de que estamos em um estado de relaxamento e segu-</p><p>rança, afirma a professora Sophie Scott, da University College London (UCL), no Reino Unido.</p><p>Por exemplo, muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, mas podem ser</p><p>interrompidos por causa de certos estados emocionais. Em outras palavras, se os membros</p><p>de uma equipe estão rindo juntos, isso significa que eles baixaram a guarda. Isso é importante,</p><p>pois há pesquisas indicando que, quando nossos cérebros estão relaxados, conseguimos as-</p><p>sociar livremente as ideias com mais facilidade, o que pode potencializar a criatividade.</p><p>Os cientistas John Kounios, da Universidade Drexel, na Pensilvânia, e Mark Beeman, da</p><p>Universidade Northwestern, em Illinois, fizeram um experimento para ver se o riso ajudava um</p><p>grupo a resolver complicados testes de lógica. O estudo mostrou que uma breve gargalhada</p><p>aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes. Segundo Kounios e Beeman, a aparente</p><p>falta de concentração relacionada ao riso permite à mente manipular e conectar conceitos de</p><p>uma forma que a concentração estrita não conseguiria.</p><p>(Bruce Daisley. “Como o riso ajuda a melhorar o desempenho no trabalho”. www.bbc.com, 27.06.2018. Adap-</p><p>tado)</p><p>Assinale a alternativa em que a primeira parte da frase expressa, em relação à segunda, no-</p><p>ção temporal.</p><p>a) se rir com os colegas / for algo que favoreça a colaboração da equipe?</p><p>b) Muitos mamíferos manifestam reações semelhantes ao riso, / mas podem ser interrompi-</p><p>dos por causa de certos estados emocionais.</p><p>c) Isso é importante, / pois há pesquisas indicando que um cérebro relaxado associa livremen-</p><p>te as ideias com mais facilidade.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>113 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>d) Quando nossos cérebros estão relaxados, / conseguimos associar livremente as ideias com</p><p>mais facilidade.</p><p>e) Uma breve gargalhada / aumentava em 20% a taxa de resolução dos testes.</p><p>a) Errada. Noção condicional.</p><p>b) Errada. Noção concessiva.</p><p>c) Errada. Noção de explicação.</p><p>d) Certa. Noção temporal.</p><p>e) Errada. Noção de causa e consequência.</p><p>Letra d.</p><p>009. (VUNESP/PROFISSIONAL PARA ASSUNTOS ADMINISTRATIVOS/UNICAMP/2019)</p><p>Hostil mundo novo</p><p>Você já passou por isso. Nas últimas semanas, tenho sido torturado por computadores</p><p>que ligam e desligam sozinhos, mouses travados, “reiniciações” lentas e outras deliciosas ava-</p><p>rias. Ligo para o técnico e ele me instrui a ligar e desligar este ou aquele botão da torre, “usar o</p><p>aplicativo” ou ficar de quatro, meter-me debaixo da mesa e desplugar tudo da parede, esperar</p><p>cinco minutos e plugar de novo. Naturalmente, não dá certo.</p><p>Nem pode dar. Em jovem, sobrevivi aos zeros em matemática, física, estatística e outras</p><p>ciências do diabo, e me concentrei apenas no que me interessava: português, história e lín-</p><p>guas. Desde então, passei a vida profissional a bordo de um único veículo – a palavra. Com ela,</p><p>tenho me virado em jornais, revistas, editoras de livros, rádios, TVs, auditórios, salas de aula e</p><p>outros cenários onde a palavra seja chamada a dirimir dúvidas ou dinamitar certezas.</p><p>De repente, várias eras geológicas depois, em idade de não querer aprender mais nada,</p><p>a tecnologia exige que eu me torne engenheiro eletrônico.</p><p>Cada vez mais funções dispensam o papel, a ida pessoal ao banco ou a conversa “pre-</p><p>sencial”. Para reinstalar a internet no computador, tenho de ligar um cabo enfiado na televisão.</p><p>Desbloquear um cartão de crédito exige saber extrair uma raiz quadrada. A vida agora é online</p><p>e cabe no bolso, mas, diante daquele inferno de teclas, plugues e botões sem sentido, pode-se</p><p>perder tudo se digitar algo errado.</p><p>A tecnologia tornou o mundo hostil para os que não conseguem acompanhá-la. É ver-</p><p>dade que ela não pode parar por causa de meia dúzia de macróbios incapazes de se atualizar.</p><p>Acontece que, nós, os macróbios, não somos meia dúzia. Somos milhões e, graças à ciência e</p><p>a nós mesmos, estamos ameaçados de viver até os cem anos. Pois, se for para chegar lá, que</p><p>seja para continuar usando algo mais nobre do que apenas os polegares.</p><p>(Ruy Castro. Folha de S. Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ruycastro/ 2018/10/ hos-</p><p>til-mundo-novo.shtml. Publicado em 28.10.2018)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>114 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>O termo destacado na frase “Pois, se for para chegar lá, que seja para continuar usando algo</p><p>mais nobre do que apenas os polegares.” forma uma expressão com sentido de</p><p>a) finalidade.</p><p>b) origem.</p><p>c) modo.</p><p>d) meio.</p><p>e) causa.</p><p>O para remete à ideia de finalidade, objetivo, intuito.</p><p>Outros conectivos que indicam finalidade: a fim de que, de modo que, para que</p><p>Não confunda a fim de com afim.</p><p>A fim de é uma locução prepositiva que indica finalidade. Observe a frase: Maria estuda muito</p><p>a fim de fazer uma boa prova.</p><p>Afim é um adjetivo que significa semelhante, algo que possui afinidade. Observe o exemplo:</p><p>Maria e João se conheceram e logo perceberam que possuem interesses afins.</p><p>Letra a.</p><p>010. (VUNESP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA/PREF. RIBEIRÃO PRETO-SP/2019)</p><p>Leia o texto para responder a questão.</p><p>Saudáveis loucuras</p><p>São 22 contos curtos em que a principal característica é não se prender a nenhum pa-</p><p>drão da lógica. Assim, Dona Tinzinha vai a uma loja de armarinhos, onde pede meio litro de</p><p>botões amarelos para o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança</p><p>a parar de fazer xixi na cama. Ou então o irmão mais velho, ao ser questionado pelo mais novo</p><p>sobre o que vai ser quando crescer, conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.</p><p>São relatos assim que formam Tantãs, novo livro infantil de Eva Furnari, autora e ilustra-</p><p>dora exímia em atiçar a curiosidade das crianças por meio do inusitado e do bom humor. As-</p><p>sim, nenhum leitor deve se surpreender com a carta que uma bruxinha escreve ao Papai Noel</p><p>pedindo um vestido rosa; ou com o jovem advogado que defende um passarinho. Histórias</p><p>que não agridem a lógica dos pequenos que, justamente por falta de vivência, ainda não foram</p><p>contaminados pelas regras de convivência. Olham o mundo com frescor.</p><p>Tantãs apresenta uma linguagem artesanalmente construída, que não se atém a con-</p><p>venções gramaticais ou sociais – encontrar a simplicidade é sua meta. E, com mais de 60</p><p>livros publicados, Eva entende perfeitamente a lição passada pelo poeta Manoel de Barros que,</p><p>certa vez, disse: “A gente precisa se vigiar ao escrever. Não podemos, ao escrever, abandonar</p><p>o canto, a harmonia ‘letral’. Não podemos desprezar o gorjeio das palavras”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>115 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Eva mostra às crianças as possibilidades de jogo que separam a literatura da linguagem</p><p>comum: a liberdade de desmontar lógicas, dar espaço ao inusitado. Nem por isso as persona-</p><p>gens de Eva beiram a loucura. Ela garante que há loucuras e loucuras. Há aqueles que</p><p>são cha-</p><p>mados de loucos (mesmo sem ter doença mental) pelo simples fato de não corresponderem</p><p>ao modelo esperado pela sociedade. São os artistas, os criadores, as pessoas que pensam</p><p>fora dos padrões e do senso comum. Esses, diz ela, “acho que têm intuições lúcidas e trazem</p><p>reflexões que as pessoas sãs não costumam trazer. No caso dos tantãs do livro, é uma loucuri-</p><p>nha que vem do olhar ingênuo da criança. As pessoas gostam, têm saudade desse olhar puro,</p><p>inesperado e sem malícia. Talvez, essa seja uma das graças do livro.”</p><p>(O Estado de S.Paulo, 02.11.2019. Adaptado)</p><p>Considere o trecho para responder a questão.</p><p>Assim, Dona Tinzinha vai à loja de armarinhos, onde pede meio litro de botões amarelos para</p><p>o pijama novo de seu filho – ela descobriu que essa cor ajuda a criança a parar de fazer xixi na</p><p>cama. Ou então o irmão mais velho – ao ser questionado pelo mais novo sobre o que vai ser</p><p>quando crescer – conta estar dividido entre preguiçólogo ou dorminhólogo.</p><p>Ao se eliminar o primeiro travessão e substituí-lo por uma conjunção de causa, a frase seguinte</p><p>deve se iniciar por:</p><p>a) a fim de que ela descobrisse…</p><p>b) já que ela descobriu</p><p>c) logo que ela descobriu…</p><p>d) à medida que ela descobriu…</p><p>e) para que ela descobrisse…</p><p>a) Errada. a fim de indica finalidade.</p><p>b) Certa. já que indica causa.</p><p>c) Errada. logo que indica tempo.</p><p>d) Errada. à medida que indica proporção.</p><p>e) Errada. para que indica finalidade.</p><p>Letra b.</p><p>011. (FCC/AGENTE ESTADUAL DE TRÂNSITO/DETRAN-SP/2019) Texto associado:</p><p>Da alegria</p><p>Fico comovido toda vez que ouço o finalzinho da música que Chico Buarque escreveu</p><p>para a filha recém-nascida, dizendo o seu melhor desejo: “... e que você seja da alegria sempre</p><p>uma aprendiz...”</p><p>Haverá coisa maior que se possa desejar? Acho que não. E penso que Beethoven con-</p><p>cordaria: ao final de sua maior obra, a Nona Sinfonia, o que o coral canta são versos da “Ode</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>116 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>à alegria” de Schiller. Já o filósofo Nietzsche não se envergonhava de tratar desse assunto de</p><p>tão pouca respeitabilidade acadêmica (em nossas escolas a alegria não é tópico de nenhum</p><p>currículo), ele dizia que o nosso único pecado original é a falta de alegria.</p><p>(Adaptado de: ALVES, Rubem. Tempus fugit. São Paulo: Paulus, 1990, p. 41)</p><p>No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a mesma função</p><p>sintática que a oração grifada em:</p><p>a) Escreveria sobre a alegria se fosse capaz.</p><p>b) Mesmo que tente, não consigo ser alegre.</p><p>c) Eles resolveram se unir para compor uma grande sinfonia.</p><p>d) O compositor não previu que faria tanto sucesso.</p><p>e) Seria preferível que você continuasse a compor.</p><p>No período E penso que Beethoven concordaria, a oração sublinhada exerce a função sintática</p><p>de objeto direto. O “que” é uma conjunção integrante que introduz uma oração subordinada</p><p>substantiva objetiva direta.</p><p>a) Errada. O trecho sublinhado pode ser substituído por “caso fosse capaz”, que expressa uma</p><p>condição. Logo, é uma oração subordinada adverbial condicional.</p><p>b) Errada. O “mesmo que” é um conectivo que indica concessão. Logo, a frase sublinhada é</p><p>uma oração subordinada adverbial concessiva.</p><p>c) Errada. O “para” indica finalidade, ou seja, é um caso de oração subordinada adverbial final.</p><p>d) Certa. O verbo “previu” é VTD. O “que” introduz uma oração subordinada substantiva direta.</p><p>e) Errada. O trecho sublinhado exerce função de sujeito em relação à oração principal. Portan-</p><p>to, é um caso de oração subordinada substantiva subjetiva.</p><p>Letra d.</p><p>012. (FCC/TÉCNICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP</p><p>/2019) Atenção: Para responder a questão, considere o texto abaixo.</p><p>A comunicação pode ser entendida como o compartilhamento de um significado entre</p><p>dois ou mais indivíduos e, na maioria dos casos, não ocorre espontaneamente, sem qualquer</p><p>objetivo. Ela é iniciada por alguém que visa alcançar um determinado resultado.</p><p>No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a</p><p>sua cultura quanto a cultura de seu receptor. Do ponto de vista teórico, tais recomendações</p><p>não se distanciam muito do esquema elementar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm,</p><p>nos primórdios dos estudos da comunicação. Ao transmissor competia codificar uma ideia</p><p>e gerar um sinal − ou mensagem − através de um meio, de modo que o receptor pudesse de-</p><p>codificá-lo e absorver o seu significado. Esse processo desenrolava-se sobre um cenário, ou</p><p>contexto, e dizia-se que cabia ao transmissor dimensionar a mensagem no nível de percepção</p><p>e entendimento do receptor.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>117 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>São comuns, entretanto, as situações em que, em lugar de assumir esperadas posições</p><p>de competência na comunicação intercultural, vemos transmissores emitindo mensagens que</p><p>não são compreendidas pelos seus receptores, impossibilitando-os de produzir significados</p><p>próprios e transformando-os em meros repetidores do que ouvem − numa clara relação de</p><p>dominação. Os exemplos seriam muitos; para lembrar apenas um, no campo da comunicação</p><p>empresarial, podemos mencionar o grande número de empresas internacionais que utiliza, no</p><p>Brasil, slogans ou lemas publicitários em inglês − sem tradução − a despeito do fato de que</p><p>não mais do que dez por cento da população seja fluente nesse idioma.</p><p>(Adaptado de: PENTEADO, José Roberto Whitaker. “A comunicação intercultural: nem Eco nem Narciso”. In:</p><p>SANTOS, Juana Elbein dos</p><p>(org.). Criatividade: Âmago das diversidades culturais − A estética do sagrado. Salvador, Sociedade de Estudo</p><p>das Culturas e da Cultura</p><p>Negra no Brasil, 2010, p. 204-205)</p><p>Verifica-se uma relação de causa e consequência, nessa ordem, entre os enunciados separa-</p><p>dos pela vírgula no seguinte trecho:</p><p>a) transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores, im-</p><p>possibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em meros repetidores</p><p>do que ouvem (3º parágrafo)</p><p>b) em lugar de assumir esperadas posições de competência na comunicação intercultural, ve-</p><p>mos transmissores emitindo mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores</p><p>(3º parágrafo)</p><p>c) No processo de comunicação intercultural, ao comunicador compete conhecer tanto a sua</p><p>cultura quanto a cultura de seu receptor (2º parágrafo)</p><p>d) Do ponto de vista teórico, tais recomendações não se distanciam muito do esquema ele-</p><p>mentar desenvolvido pelo professor Wilbur Schramm (2º parágrafo)</p><p>e) não ocorre espontaneamente, sem qualquer objetivo (1º parágrafo)</p><p>A causa é: mensagens que não são compreendidas pelos seus receptores</p><p>A consequência é: impossibilitando-os de produzir significados próprios e transformando-os em</p><p>meros repetidores do que ouvem</p><p>Letra a.</p><p>013. (FCC/AGENTE CERIMONIAL/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção: Para</p><p>responder à questão considere a fábula abaixo.</p><p>Em Atenas, um devedor, ao ter sua dívida cobrada pelo credor, primeiro pôs-se a pedir-</p><p>-lhe um adiamento, alegando estar com dificuldade. Como não o convenceu, trouxe uma porca,</p><p>a única que possuía, e, na presença dele, colocou-a à venda. Então chegou um comprador e</p><p>quis saber se a porca era parideira. Ele afirmou que ela não apenas paria, mas que ainda o fazia</p><p>de modo extraordinário: para as festas da deusa Deméter, paria</p><p>fêmeas e, para as de Atena,</p><p>machos. E, como o comprador estivesse assombrado com a resposta, o credor disse: “Mas</p><p>não se espante, pois nas festas do deus Dioniso ela também vai lhe parir cabritos.”</p><p>(Esopo. Fábulas completas. Tradução de Maria Celeste Dezotti. São Paulo: Cosac Naify, 2013, p. 22)</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>118 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Como não o convenceu, trouxe uma porca, a única que possuía, e, na presença dele, colocou-</p><p>-a à venda.</p><p>Em relação ao trecho que o sucede, o trecho sublinhado tem sentido de:</p><p>a) causa.</p><p>b) consequência.</p><p>c) comparação.</p><p>d) oposição.</p><p>e) condição.</p><p>Neste caso, o “como” é um conectivo causal, o qual, no caso, inicia uma oração subordinada</p><p>adverbial causal.</p><p>Outros conectivos causais que poderiam ser substituídos e ajudar na identificação semântica:</p><p>já que, visto que, uma vez que</p><p>Letra a.</p><p>014. (FCC/ANALISTA DESENVOLVIMENTO GESTÃO JÚNIOR/METRÔ-SO/2019)</p><p>1 Sem deixar de reconhecer seus méritos, o crítico Richard Brody classificou “Parasita”,</p><p>do coreano Bong Joon-ho, como um filme conservador. Entre outras coisas, por expressar a</p><p>urgência de uma correção da ordem social e econômica, sem romper com as regras do entre-</p><p>tenimento comercial.</p><p>2. Já entendemos que as coisas perderam o rumo, mas continuamos caminhando para</p><p>o precipício. Bong se apoia nesse consenso para transmitir uma parábola admonitória que nos</p><p>faz rir ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio.</p><p>3. Ortega y Gasset dizia que a comédia era um gênero que confirmava o poder do que</p><p>já está estabelecido: o indivíduo que se encontra fora das estruturas torna-se ridículo, cômico.</p><p>Bong inverte a lógica. Ridículo é quem ainda acredita na normalidade das estruturas.</p><p>4. Já nos primeiros minutos, o protagonista, filho de uma família de párias, considera,</p><p>diante da miséria à sua volta, o quanto “tudo é metafórico”. Na comédia proposta por Bong,</p><p>para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo, as metáforas são evidentes.</p><p>Rimos do que já entendemos.</p><p>5. O filme opõe uma família de desempregados, condenados a viver como parasitas, a</p><p>uma família de ricos frívolos, enredados em pequenas neuroses e ambições previsíveis, entre</p><p>os muros que os separam da realidade.</p><p>6. Atentos às menores chances de sobrevivência, em pouco tempo pai, mãe e os dois</p><p>filhos da família pobre estarão ocupando cargos de confiança na casa dos ricos, graças a uma</p><p>série de circunstâncias.</p><p>7. A casa onde vivem os ricos, representativa de uma tradição moderna de elegância e</p><p>conforto minimalista, é mal-assombrada, a julgar pelas visões do filho menor.</p><p>8. O que se instila na parábola de Bong Joon-ho é um conservadorismo estético. É fato</p><p>que o estado político, social e econômico do mundo desautorizou as ambições da modernidade. A</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>119 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>casa da família rica, em seu empenho modernista, não só não resolve a desigualdade econô-</p><p>mica como a esconde, encobre, transforma-a em fantasma.</p><p>9. Mesmo ironizando o projeto modernista, o cineasta não rompe, por razões táticas,</p><p>com as regras do sistema de entretenimento que acompanha essa mesma ordem desigual.</p><p>É como se o discurso artístico também precisasse reduzir-se ao mais básico e consensual</p><p>entendimento das coisas (as metáforas imediatamente reconhecíveis por todos), evitando as</p><p>contradições e o mistério que são a matéria de uma arte de ruptura.</p><p>10. Em “Parasita” não há desejo de ruptura nem revolução. Com a ponderação típica de</p><p>um conto moral, ele nos exorta a salvar o que ainda não desmoronou.</p><p>(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. Disponível em: www.folha.uol.com.br)</p><p>No contexto, expressa noção de finalidade o seguinte trecho:</p><p>a) ao mesmo tempo que nos confronta com nosso próprio suicídio (2º parágrafo)</p><p>b) para falar do estado insustentável da desigualdade no mundo (4º parágrafo)</p><p>c) Mesmo ironizando o projeto modernista (9º parágrafo)</p><p>d) mas continuamos caminhando para o precipício (2º parágrafo)</p><p>e) Entre outras coisas, por expressar a urgência de uma correção da ordem social e econômica</p><p>(1º parágrafo)</p><p>Geralmente, as frases que indicam finalidade possuem os seguintes conectivos: Para, para</p><p>que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque</p><p>a) Errada. A frase passa ideia de tempo (simultaneidade).</p><p>b) Certa. O “para” é um conectivo que indica finalidade.</p><p>c) Errada. O “mesmo” indica concessão.</p><p>d) Errada. O “mas” indica adversidade.</p><p>e) Errada. O “por”, em alguns casos, pode indicar causa.</p><p>Letra b.</p><p>015. (FCC/CONSULTOR TÉCNICO LEGISLATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)</p><p>Texto associado</p><p>De todas as vilas e arraiais vizinhos afluíam loucos à Casa Verde. Eram furiosos, eram</p><p>mansos, eram monomaníacos, era toda a família dos deserdados do espírito. Ao cabo de qua-</p><p>tro meses, a Casa Verde era uma povoação. Não bastaram os primeiros cubículos; mandou-</p><p>-se anexar uma galeria de mais trinta e sete. O padre Lopes confessou que não imaginara a</p><p>existência de tantos doidos no mundo, e menos ainda o inexplicável de alguns casos. Um, por</p><p>exemplo, um rapaz bronco e vilão, que todos os dias, depois do almoço, fazia regularmente</p><p>um discurso acadêmico, ornado de tropos, de antíteses, de apóstrofes, com seus recamos de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>120 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>grego e latim, e suas borlas de Cícero, Apuleio e Tertuliano. O vigário não queria acabar de crer.</p><p>Quê! um rapaz que ele vira, três meses antes, jogando peteca na rua!</p><p>− Não digo que não, respondia-lhe o alienista; mas a verdade é o que Vossa Reverendís-</p><p>sima está vendo. Isto é todos os dias.</p><p>− Quanto a mim, tornou o vigário, só se pode explicar pela confusão das línguas na torre</p><p>de Babel, segundo nos conta a Escritura; provavelmente, confundidas antigamente as línguas,</p><p>é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...</p><p>− Essa pode ser, com efeito, a explicação divina do fenômeno, concordou o alienista,</p><p>depois de refletir um instante, mas não é impossível que haja também alguma razão humana,</p><p>e puramente científica, e disso trato...</p><p>− Vá que seja, e fico ansioso. Realmente!</p><p>(ASSIS, Machado de. O alienista. São Paulo: Companhia das Letras, 2014, p. 24-25)</p><p>confundidas antigamente as línguas, é fácil trocá-las agora, desde que a razão não trabalhe...</p><p>(3º parágrafo)</p><p>Em relação ao trecho anterior, o trecho sublinhado tem sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) condição.</p><p>c) concessão.</p><p>d) consequência.</p><p>e) oposição.</p><p>O “desde que” indica condição.</p><p>Outros conectivos que indicam condição: Se, caso, sem que, se não, a não ser que, exceto se,</p><p>a menos que, contanto que, salvo se, desde que</p><p>Letra b.</p><p>016. (FCC/TÉCNICO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIO/SEGEP-MA/2018)</p><p>Diógenes de Sínope viveu no ano 336 a.C., em Corinto. Alexandre Magno, rei da Macedô-</p><p>nia, foi ao seu encontro, para satisfazer o desejo de falar com o grande sábio. Ao encontrá-lo,</p><p>disse-lhe: − Sou Alexandre, rei da Macedônia.</p><p>E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra</p><p>a transmissão da dengue é a eliminação do mosquito transmissor da doença, combatendo-se</p><p>os focos de acúmulo de água — locais que propiciam sua criação.</p><p>As orações “que são extremamente resistentes” e “que propiciam sua criação”, embora se-</p><p>jam introduzidas pelo mesmo pronome relativo, denotam sentido explicativo e restritivo, res-</p><p>pectivamente.</p><p>A oração “que são extremamente resistentes” é adjetiva explicativa e faz referência ao subs-</p><p>tantivo “ovos”; já “que propiciam sua criação” é adjetiva restritiva e faz referência ao substan-</p><p>tivo “locais”.</p><p>Certo.</p><p>2.2. Função SIntátIca do Pronome relatIvo</p><p>Agora, precisamos entender que todo pronome relativo desempenha uma função sintática</p><p>na oração subordinada adjetiva. Analise comigo a seguinte construção:</p><p>4 Para saber mais ainda acerca do assunto, recomendo a você um episódio do meu programa, o Na ponta da Língua! O link é</p><p>este: bit.ly/explicativarestritiva.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>14 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Note que há dois períodos e, em cada um deles, há apenas uma oração. Na primeira, a ex-</p><p>pressão “sapatos novos” é o objeto direto de “comprei”. Na segunda, o sujeito do verbo “são”</p><p>é o pronome “eles”, que foi usado para retomar “sapatos novos”. Mas, se quisermos, podemos</p><p>relacionar as duas orações5 em um único período.</p><p>Entre as duas construções, há poucas diferenças: dois períodos foram transformados em</p><p>um só; o pronome pessoal do caso reto “eles” foi substituído pelo pronome relativo “que”, e eu</p><p>preciso que você coloque uma informação na sua cabeça: assim como “eles” retoma e substi-</p><p>tui “sapatos novos” na construção 15, “que” retoma e substitui “sapatos novos” na construção</p><p>16. Logo, se “eles” é sujeito em 15, “que” é sujeito em 16!</p><p>Há um passo a passo simples para descobrir a função sintática de um pronome relativo:</p><p>I – Identifique o pronome relativo e o referente dele.</p><p>II – Construa uma nova oração em que, no lugar do pronome relativo, você colocará o refe-</p><p>rente dele.</p><p>III – Faça a análise sintática da nova construção, com o objetivo de descobrir a função</p><p>sintática do referente.</p><p>IV – Pronto! Você identificou a função sintática do pronome relativo!</p><p>Veja comigo em alguns exemplos:</p><p>Na parte superior da oração, está a análise sintática da oração principal. Na parte inferior,</p><p>a análise sintática da oração subordinada adjetiva. Se você seguir esse passo a passo, nun-</p><p>ca errará! Com o passar do tempo (e com muito treino), esse processo vai se tornando mais</p><p>5 Por isso o nome do pronome é relativo. Ele serve para relacionar orações, fazendo com que a uma oração se torne adjetiva</p><p>de algum termo da outra.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>15 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>automático, e você conseguirá fazer a análise sintática de qualquer pronome relativo em um</p><p>piscar de olhos!</p><p>Vejamos mais duas construções:</p><p>009. (CESPE/AUDITOR FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2015) Para a surpresa de</p><p>muitas pessoas, acostumadas a ver em nosso país tantas leis que não saem do papel, a LRF,</p><p>logo nos primeiros anos, atinge boa parte de seus objetivos, notadamente em relação à obser-</p><p>vância dos limites da despesa com pessoal, o que permitiu uma descompressão da receita</p><p>líquida e propiciou maior capacidade de investimento público. O regulamento marca avanços</p><p>também no controle de gastos em fins de gestão e em relação ao novo papel que as leis de</p><p>diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar.</p><p>Os pronomes relativos “que” (R.9) e “que” (R.15), embora retomem elementos distintos do tex-</p><p>to, desempenham a mesma função sintática nos períodos em que ocorrem.</p><p>Primeiramente, note que o primeiro “que” retoma “leis”, ao passo que o segundo retoma “pa-</p><p>pel”. Faça as substituições e, em seguida, a análise sintática:</p><p>• Leis não saem do papel. (O primeiro pronome relativo é sujeito.)</p><p>• O novo papel as leis de diretrizes orçamentárias passaram a desempenhar. (O segundo</p><p>pronome relativo é objeto direto.)</p><p>Errado.</p><p>Como você pôde notar, sem sempre o pronome relativo desempenha a função de sujeito!</p><p>Em 19 e 20, ele funciona como objeto direto! Aliás, o pronome relativo que (assim como o qual,</p><p>a qual, os quais e as quais), pode desempenhar diversas funções sintáticas! É com base nisso</p><p>que passaremos à próxima seção!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>16 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>2.3. regêncIa do Pronome relatIvo</p><p>Como você sabe, existem funções sintáticas não preposicionadas (como sujeito e objeto</p><p>direto, apresentadas em 2.2, por exemplo) e outras preposicionadas. Veja comigo:</p><p>EXEMPLO</p><p>(21) As mudanças que o Brasil precisa são lentas. *</p><p>Sinto informar, mas a construção 21 está gramaticalmente incorreta! E ela passaria fácil,</p><p>sem qualquer reprovação, no nosso dia a dia – aliás, nem o Word identificou a agramaticalidade!</p><p>E o tudo pode ser resolvido se você souber identificar a função sintática do pronome relativo!</p><p>Como o pronome relativo desempenha a função de objeto indireto, ele obrigatoriamente</p><p>será preposicionado! E isso aparece demais em provas de concursos públicos! Vamos analisar</p><p>mais algumas orações:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>17 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Adendo: O pronome relativo e a crase.</p><p>No PDF sobre crase, eu disse que falaríamos mais sobre o assunto quando chegássemos</p><p>aos pronomes relativos. Veja a seguinte construção:</p><p>- A lei a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.</p><p>O pronome relativo está preposicionado, por desempenhar a função de objeto indireto do</p><p>verbo “se referiu”. Note que não há crase, uma vez que só estão presentes a preposição e</p><p>o pronome relativo (e o artigo é proibido antes de “que”). Mas podemos trocar “que” por “a</p><p>qual”. E o resultado será</p><p>- A lei à qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.</p><p>Agora, há a necessidade da crase, uma vez que foi realizada a fusão entre a preposição a e a</p><p>qual. Não há qualquer relação com o artigo! O pronome relativo é a qual (a parte sublinhada</p><p>integra o pronome relativo. Se trocarmos, por exemplo, “a lei” por “o regimento”, os resul-</p><p>tados seriam</p><p>- O regimento a que o deputado se referiu ainda não está em vigor.</p><p>- O regimento ao qual o deputado se referiu ainda não está em vigor.</p><p>Você deve estar atento à função sintática do pronome relativo, para saber se há ou não</p><p>a necessidade de haver preposição! Em geral, um pronome relativo preposicionado só pode</p><p>ser trocado por outro que possua a mesma preposição, assim como um pronome relativo não</p><p>preposicionado só pode ser trocado por outro que não possua preposição! Vamos analisar</p><p>algumas questões!</p><p>010. (CESPE/TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR/ANS/2013) Na</p><p>se projetou sobre ele.</p><p>Respondeu Diógenes: − Eu sou Diógenes, o cínico.</p><p>Alexandre, vendo o estado de fragilidade material do velho filósofo, que não acreditava</p><p>em bens materiais, disse-lhe: − Ó Diógenes, formula um desejo, e eu farei com que ele se cum-</p><p>pra, por mais difícil que seja!</p><p>Entre os dois, estabeleceu-se um silêncio. Diógenes encontrava-se na mesma posição,</p><p>à sombra do rei da Macedônia. E respondeu: − Afasta-te, não me tapes o sol.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>121 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Alexandre atendeu ao pedido e afastou-se rapidamente.</p><p>A resposta de Diógenes ficou para a história, como expressão de humildade, desapego</p><p>e desprendimento. Ele não queria mais do que a luz do sol, um bem que não precisava do poder</p><p>do rei para ser usufruído.</p><p>(Adaptado de: NETO, Aureliano. Sei lá, a vida tem sempre razão. www.oprogressonet.com)</p><p>E aproximou-se tanto do velho filósofo, que sua sombra se projetou sobre ele.</p><p>A atuação combinada dos vocábulos em destaque articula as orações, na ordem dada, numa</p><p>relação de</p><p>a) conformidade e proporção.</p><p>b) intensidade e condição.</p><p>c) causa e consequência.</p><p>d) proporção e conformidade.</p><p>e) condição e causa.</p><p>O fato de ter se aproximado do velho filósofo (causa) fez com que sua sobra se projetasse</p><p>sobre ele (consequência).</p><p>Outros conectivos consecutivos: tão (tamanho, tanto, tal)...que, de modo que, de maneira que</p><p>Letra c.</p><p>017. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/ALESE/2018) Para responder a questão abaixo, conside-</p><p>re o texto abaixo:</p><p>Um filme publicitário traz um ator interpretando um boçal no pavilhão de uma Bienal.</p><p>O almofadinha, vestindo pulôver escuro com gola rolê, cita autores como Nietzsche e Méliès,</p><p>entre outros, para compor um discurso afetado e vazio por meio do qual definia uma suposta</p><p>obra de arte. É o velho clichê do crítico intelectual.</p><p>Vi a propaganda no mesmo dia em que a Câmara Brasileira do Livro e a Amazon anun-</p><p>ciaram uma nova categoria do prêmio Jabuti: a dos melhores romances, contos, crônicas e</p><p>poesia, na opinião dos leitores.</p><p>O prêmio da Escolha do Leitor foi anunciado em tom de inovação democrática. O mes-</p><p>mo argumento tem sustentado algumas das estratégias de mercado draconianas de grandes</p><p>corporações de internet. Afinal, dá-se voz ao leitor, que agora pode pôr em xeque decisões</p><p>arbitrárias de um punhado de críticos que não representam a opinião da maioria.</p><p>Nesse sentido, a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência que já</p><p>coroava as edições anteriores do prêmio: o Livro do Ano. Escolhido pelos livreiros, ele contem-</p><p>pla os títulos com mais chances de corresponder às expectativas do mercado, muitas vezes</p><p>contrariando os resultados das categorias literárias.</p><p>A principal ressalva à inovação democrática do Jabuti, entretanto, é que já existe um</p><p>prêmio do leitor. Ele se chama lista dos mais vendidos e é outorgado no mundo inteiro. É claro</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>122 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>que há diferenças. A favor da nova categoria, deve-se dizer que o leitor elegerá títulos apenas</p><p>entre os finalistas. Ou seja, pela via do meio, o novo prêmio atenderia ao mercado sem exone-</p><p>rar a crítica.</p><p>Mas, então, por que prêmios literários prestigiados mundo afora ignoram a opinião da</p><p>maioria? A resposta é simples. A despeito de seus eventuais equívocos (e não são poucos), os</p><p>prêmios literários não foram criados para corresponder a critérios objetivos de mercado.</p><p>Os prêmios literários são asserções (com frequência, inerciais; às vezes, justas e cora-</p><p>josas - e a coragem não costuma ser fruto do consenso) sobre o que um grupo de pessoas,</p><p>selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados, acredita que deve ser defendido</p><p>em termos de subjetividade e exceção.</p><p>Ao atribuir o prêmio de literatura a Bob Dylan, por exemplo, o Nobel tomou uma decisão</p><p>idiossincrática, mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar</p><p>literatura.</p><p>Ao contrário, exceção e subjetividade não fazem parte do vocabulário das grandes cor-</p><p>porações de internet. É o que torna tanto mais curioso que um dos poucos prêmios literários</p><p>brasileiros de prestígio tenha incorporado a lógica pleonástica dos algoritmos que estruturam</p><p>a rede (o que mais se lê também é cada vez mais lido). Não é mais uma perspectiva subjetiva,</p><p>mas sim uma forma de endossar a premissa de que não se deve contrariar o gosto do “leitor”</p><p>(seja ele quem for, de preferência uma média que represente muitos).</p><p>Hoje, mais do que nunca, soa antipático e antidemocrático pôr em dúvida essa ideia ge-</p><p>neralizada de leitor. Mas fazer o indivíduo acreditar que não precisa se esforçar para entender</p><p>o que lhe escapa ou o que o contraria (como propõe a propaganda da Bienal) tem menos a ver</p><p>com o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo, reflexivo, do que com</p><p>a sua redução a potencial de lucro e com o estreitamento correlato de seus horizontes intelec-</p><p>tuais e subjetivos.</p><p>(Adaptado de: CARVALHO, Bernardo. “A opinião dos leitores e a crítica”. Disponível em: folha.uol.com.br. Acesso</p><p>em: 10/3/2018)</p><p>O segmento que assinala noção de finalidade está em:</p><p>a) selecionadas por motivos nem sempre claros ou acertados (7º parágrafo)</p><p>b) a Escolha do Leitor menos inova do que aperfeiçoa uma tendência (4º parágrafo)</p><p>c) mas que exalta o que há de subjetivo tanto em escrever como em ler e premiar literatura (8º</p><p>parágrafo)</p><p>d) o respeito pela formação de um leitor ou um espectador autônomo (último parágrafo)</p><p>e) para compor um discurso afetado e vazio (1º parágrafo)</p><p>Geralmente, as frases com noção de finalidade possuem os seguintes conectivos: Para, para</p><p>que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque.</p><p>Letra e.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>123 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>018. (FCC/FISCAL ESTADUAL AGROPECUÁRIO/MÉDICO VETERINÁRIO/SEGEP-MA/2018)</p><p>Explicar ou compreender?</p><p>Muitas coisas podemos explicar sem, propriamente, compreender. Mas a pessoa hu-</p><p>mana, em sua dimensão mais íntima e profunda, só pode ser compreendida, jamais explicada.</p><p>Posso explicar, segundo a lei da gravidade, a queda de uma pedra do décimo andar de um</p><p>edifício. A pedra está totalmente sujeita à lei da gravidade, que a determina por inteiro, de</p><p>modo a permitir uma explicação cabal desse fenômeno físico, dentro do princípio estrito da</p><p>causalidade mecânica. Se, entretanto, um homem desesperado atira-se desse mesmo andar,</p><p>o fato passa a pertencer a nível fenomênico inteiramente distinto. Posso explicar a queda do</p><p>seu corpo pela mesma lei da gravitação, mas, nessa medida, estou a assimilá-lo à pedra, e</p><p>meu juízo é apenas o de um físico interessado na queda dos corpos. Se quero interpretar o</p><p>seu gesto, tenho que compreendê-lo em seu significado, tenho que aceitá-lo em sua irredutível</p><p>integridade. Será sempre um ato significativo, pleno de interioridade; uma resposta criadora da</p><p>vontade, embora destrutiva, de uma liberdade pessoal acuada, frente a uma situação</p><p>interna</p><p>insuportável.</p><p>Se a pessoa humana é explicada, e não compreendida, destroem-se sua escolha e sua</p><p>liberdade e, assim, degrada-se a sua história existencial. Sem liberdade interior não há história</p><p>a ser compreendida, só fenômenos mecânicos. O homem, como pessoa, é um permanente</p><p>emergir da necessidade, e essa emergência transcendente constitui o seu projeto como ser-</p><p>-no-mundo − projeto que não se pode explicar, mas que se deve buscar compreender.</p><p>(Adaptado de: PELLEGRINO, Hélio. Lucidez embriagada. São Paulo: Planeta, 2004, p. 28-29)</p><p>Articulam-se como uma causa e seu efeito, nesta ordem, os seguintes segmentos:</p><p>a) Muitas coisas podemos explicar / sem, propriamente, compreender (1º parágrafo)</p><p>b) Posso explicar a queda do seu corpo / pela mesma lei da gravitação (1º parágrafo)</p><p>c) uma resposta criadora da vontade / de uma liberdade pessoal acuada (1º parágrafo)</p><p>d) destroem-se sua escolha e sua liberdade / degrada-se a sua história existencial (2º parágrafo)</p><p>e) projeto que não se pode explicar / mas que se deve buscar compreender (2º parágrafo)</p><p>A letra d indica causa e consequência.</p><p>destroem-se sua escolha e sua liberdade é a causa</p><p>degrada-se a sua história existencial consequência</p><p>Letra d.</p><p>019. (FCC /TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRT-5ª REGIÃO-SP/2018) Atenção: Leia o texto a seguir</p><p>para responder a questão.</p><p>1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro</p><p>nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do</p><p>cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>124 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano.</p><p>Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as ques-</p><p>tões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de</p><p>determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.</p><p>2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que</p><p>a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à</p><p>própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que</p><p>encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e</p><p>somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a apa-</p><p>recer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem</p><p>construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossí-</p><p>vel à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser</p><p>posta por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não</p><p>tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas</p><p>que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu</p><p>cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O</p><p>fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é</p><p>necessariamente um empecilho.</p><p>3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no com-</p><p>portamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de</p><p>predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande</p><p>maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos</p><p>especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimen-</p><p>tos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria</p><p>bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências</p><p>do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencia-</p><p>lidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para</p><p>“montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células</p><p>nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.</p><p>4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que</p><p>seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generali-</p><p>zações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre</p><p>homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no</p><p>cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões</p><p>de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou</p><p>menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastan-</p><p>te precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do</p><p>que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>125 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da</p><p>psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espa-</p><p>ciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são</p><p>limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.</p><p>(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)</p><p>Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possí-</p><p>vel transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de</p><p>genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de</p><p>conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.</p><p>No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectiva-</p><p>mente a ideia de:</p><p>a) Condição − finalidade − consequência</p><p>b) Causa − conformidade − temporalidade</p><p>c) Concessão − finalidade − consequência</p><p>d) Conclusão − conformidade − causa</p><p>e) Conclusão − finalidade − causa</p><p>“Somadas” está no particípio (oração reduzida). Para transformá-la em desenvolvida, é preciso</p><p>colocar uma conjunção. Neste exemplo, poderíamos acrescentar “caso” e teríamos a seguinte</p><p>construção: “Caso fossem somadas a isso influências...”. Percebe-se, portanto, que o valor da</p><p>oração é condicional.</p><p>No caso do “para”, o sentido é de finalidade (a fim de).</p><p>O verbo “criando” está no gerúndio (oração reduzida de gerúndio). Para desenvolvê-la res-</p><p>peitando o sentido do texto, poderia ser colocado o conectivo “de modo que”, o qual indica</p><p>consequência.</p><p>Letra a.</p><p>020. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020)</p><p>Texto associado</p><p>Entrando na Câmara, verifiquei que a grandiosa representação que eu fazia do legislador,</p><p>não se me tinha diminuído com o exame da opaca figura do doutor Castro. Era uma exceção,</p><p>mas certamente os outros deviam ser quase semideuses, mais que homens, pois eu queria-os</p><p>com força e com faculdades capazes de atender e de pesar tão vários fatos, tão desencon-</p><p>tradas considerações, tantas e tão sutis condições da existência de cada e da de todos. Para</p><p>tirar regras seguras para a vida total</p><p>desse entrechoque de paixões, de desejos, de ideias e de</p><p>vontades, o legislador tinha que ter a ciência da terra e a clarividade do céu e sentir bem nítido</p><p>o alvo incerto para que marchamos, na bruma do futuro fugidio. Quanta penetração! Quanto</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>126 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>amor! Que estudo e saber não lhe eram exigidos! Era preciso tudo, tudo! A Teologia e a Física,</p><p>a Alquimia!... Era preciso saber tudo e sentir tudo! Era na verdade um vasto e alevantado ofício!</p><p>(Adaptado de: BARRETO, Lima. Memórias do escrivão Isaías Caminha. São Paulo: Editora Brasiliense, 1971, p.49)</p><p>Estabelece-se entre as ideias das orações Era uma exceção, mas certamente os outros deviam</p><p>ser quase semideuses (...) relação de</p><p>a) coordenação, articulada pelo emprego do sentido de adversidade do conectivo.</p><p>b) paralelismo, efetuado pela independência entre as orações.</p><p>c) subordinação, efetuada pelo sentido de oposição entre as orações.</p><p>d) situação, marcadamente designada pela presença de advérbios.</p><p>e) nominação, efetuada pelo emprego de substantivos.</p><p>a) Certa. As orações são coordenadas, ou seja, independentes entre si. Além disso, o “mas” é</p><p>um dos conectivos mais usados para indicar adversidade.</p><p>b) Errada. Não se nota paralelismo nas orações.</p><p>c) Errada. Na subordinação, uma oração depende da outra. As orações analisadas são coorde-</p><p>nadas, ou seja, independentes entre si.</p><p>d) Errada. Não é uma oração adverbial.</p><p>e) Errada. Não há relação de nominação nas orações.</p><p>Letra a.</p><p>021. (FCC/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO/SEAD-AP/2018) Atenção: Considere o texto</p><p>abaixo para responder à questão.</p><p>Contar histórias é o antecedente remoto da literatura, da história, das religiões e talvez,</p><p>indiretamente, a locomotiva do progresso. A oralidade contribuiu de maneira decisiva para im-</p><p>pulsionar a civilização da época das pinturas rupestres até a viagem dos homens às estrelas.</p><p>Oralidade quer dizer pré-literatura, aquela que existia apenas graças à voz humana, antes que</p><p>aparecesse a escrita.</p><p>Os contos, as histórias inventadas, davam mais vida aos nossos ancestrais, tiravam ho-</p><p>mens e mulheres das prisões asfixiantes que eram suas vidas e os faziam viajar pelo espaço</p><p>e pelo tempo e viver as vidas que não tinham nem nunca teriam em sua miúda e sucinta rea-</p><p>lidade. Sairmos de nós mesmos, sermos outros, graças à fantasia, nos entretém e enriquece.</p><p>Mas, além disso, nos ensina como é pequeno o mundo real comparado com os mundos que</p><p>somos capazes de fantasiar, e deste modo nos incita a agir para transformar nossos sonhos</p><p>em realidade. O progresso nasceu assim, da insatisfação e do mal-estar com o mundo real que</p><p>inspirava nos humanos a mesma ficção que os deleitava.</p><p>As histórias que inventamos constituem a vida secreta de todas as sociedades, aquela</p><p>dimensão da existência que, embora nunca tenha tido chance de se realizar, foi de alguma</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>127 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>forma vivida pelos seres humanos, na incerta realidade dos desejos, fantasias, pesadelos e</p><p>invenções, de toda essa projeção da vida que não tivemos e por isso devemos inventá-la. Ela</p><p>existiu sempre na memória das gentes, mas só a escrita a fixou e lhe deu permanência, mui-</p><p>tos séculos depois de que nascesse, ao redor das fogueiras, quando nossos antepassados</p><p>contavam-se histórias à noite para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de</p><p>perigos que os espreitavam em qualquer parte.</p><p>(Adaptado de VARGAS LLOSA, Mario. Disponível em: www.brasil.elpais.com)</p><p>...para esquecer o medo do trovão, as aparições e os milhares de perigos... (último parágrafo)</p><p>No contexto, o segmento acima assinala noção de</p><p>a) causa.</p><p>b) temporalidade.</p><p>c) oposição.</p><p>d) comparação.</p><p>e) finalidade.</p><p>Geralmente, as frases que indicam finalidade possuem os seguintes conectivos: para, para</p><p>que, a fim de que, de modo que, de forma que, de sorte que, porque.</p><p>Letra e.</p><p>022. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,</p><p>considere o texto a seguir:</p><p>ILUMINAÇÃO − 7:800$000</p><p>A Prefeitura foi intrujada quando, em 1920, aqui se firmou um contrato para o forne-</p><p>cimento de luz. Apesar de ser o negócio referente a claridade, julgo que assinaram aquilo às</p><p>escuras. É um BLUFF*. Pagamos até a luz que a lua nos dá.</p><p>*BLUFF expressão inglesa que foi aportuguesada como “blefe”: atitude enganadora, em jogo</p><p>de cartas, que busca iludir o adversário.</p><p>(RAMOS, Graciliano. O relatório do prefeito Graciliano Ramos. Brasília: Conselho Federal de Administração,</p><p>2018, p.13)</p><p>A expressão Apesar de estabelece entre as orações relação de</p><p>a) proporção.</p><p>b) consequência.</p><p>c) condição.</p><p>d) conformidade.</p><p>e) concessão.</p><p>“Apesar de” é uma locução que indica concessão.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>128 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Outros exemplos de conectivos concessivos: Embora, conquanto, não obstante, ainda que,</p><p>mesmo que, se bem que, posto que, por mais que, por pior que, apesar de que, a despeito de,</p><p>malgrado, em que pese.</p><p>Letra e.</p><p>023. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/2019)</p><p>Texto associado</p><p>Na história da humanidade, jamais se viveu um período de tão radical metamorfose, es-</p><p>pecialmente no campo das concretudes, materializadas sobretudo no cenário das máquinas.</p><p>Em velocidade vertiginosa, o mundo se reorganiza a partir da revolução científica e tecnológica</p><p>permanente, cuja influência se estende da biologia à engenharia da comunicação. Criam-se,</p><p>assim, diariamente, novas categorias para as coisas e para os fabulosos eventos a elas rela-</p><p>cionados. Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza.</p><p>Se resiste..I.. ilusão de que..II.. felicidade vem..III.. reboque dessas transformações, também é</p><p>fato que os homens frequentemente se desanimam com as próprias invenções.</p><p>(Adaptado de: MIRANDA, Danilo Santos de. “Mutações: caminhos sinuosos e inquietações na busca do futuro”.</p><p>In: Adauto Novaes (org.). Mutações. São Paulo: Edições SESC SP, 2008)</p><p>Em Trata-se de um momento de deslumbramento, mas também de dura incerteza. (1º parágra-</p><p>fo), a expressão destacada apresenta valor</p><p>a) aditivo.</p><p>b) adversativo.</p><p>c) conclusivo.</p><p>d) explicativo.</p><p>e) comparativo.</p><p>Não confunda: geralmente, o “mas” sozinho tem valor adversativo. No entanto, neste caso,</p><p>o “mas” está acompanhando do “também”. Os dois juntos formam a conjunção aditiva “mas</p><p>também”. Ao substituir pelo “e”, fica mais claro o valor aditivo da frase: “Trata-se de um momen-</p><p>to de deslumbramento e de dura incerteza.”.</p><p>Letra a.</p><p>024. (FCC/ESTAGIÁRIO ENSINO MÉDIO REGULAR/SABESP/2019) Atenção: Considere o</p><p>texto abaixo para responder a questão.</p><p>Alerta hídrico: demanda mundial por água deve crescer 40% até 2030</p><p>O elemento água está presente em quase tudo na Terra. Dois terços do planeta é com-</p><p>posto por água. No entanto, apenas 2,5% é doce, e a maior parte está presa nas geleiras das</p><p>calotas polares. A economia não gira e a sociedade não vive sem recursos hídricos, mas</p><p>é</p><p>preciso se contentar com 0,5% do suprimento disponível para uso. Contudo, a demanda</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>129 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>mundial deverá aumentar 40% até 2030 e 55% até 2050, ano no qual se estima que mais de</p><p>40% da população mundial viverá em áreas de grave estresse hídrico.</p><p>No Brasil, que tem a sorte de estar sobre o maior aquífero do globo, o Guarani, a de-</p><p>manda aumentou 80% nas últimas duas décadas, segundo dados da Agência Nacional de</p><p>Águas (ANA). A previsão do órgão é de que, até 2030, a retirada aumente 24%. “O histórico da</p><p>evolução dos usos da água está diretamente relacionado ao desenvolvimento econômico e</p><p>ao processo de urbanização do país”, diz estudo da agência. No entanto, o maior consumo de</p><p>água é na irrigação agrícola.</p><p>O uso da água no meio rural representa 83% da demanda de captação de água total bra-</p><p>sileira, dos quais 72% são destinados à irrigação, prática em franca expansão no Brasil. Passou</p><p>de 462 mil hectares em 1960 para 6,1 milhões de hectares em 2014, em especial por meio de</p><p>pivôs centrais. “Assim, uma necessidade para o presente e o futuro é tornar mais eficiente a</p><p>prática da irrigação. Estima-se hoje uma perda de 40% devido a sistemas inadequados de irri-</p><p>gação ou vazamentos nas tubulações”, diz o chefegeral da Embrapa Meio Ambiente, Marcelo</p><p>Augusto Boechat Morandi.</p><p>(Adaptado de: KAFRUNI, Simone. Disponível em: www.correiobraziliense.com.br. 04/03/2019)</p><p>Ao final do 2º parágrafo, a expressão No entanto sinaliza</p><p>a) a conclusão lógica formulada a partir da afirmação de que o desenvolvimento econômico</p><p>gerou maior consumo de água.</p><p>b) uma explicação acerca da quantidade de água gasta no processo de urbanização do Brasil.</p><p>c) a quebra da expectativa de que o maior consumo de água ocorra nas zonas urbanas.</p><p>d) uma comparação entre a quantidade de água necessária no processo de urbanização e na</p><p>irrigação agrícola.</p><p>e) uma exemplificação de um contexto em que o consumo de água ocorre em consonância</p><p>com a preservação ambiental.</p><p>“No entanto” é uma conjunção adversativa. Para entendê-la dentro do contexto, basta reler a</p><p>frase anterior à conjunção. Observe que a autora cita um estudo que aponta a relação do uso</p><p>da água e do processo de urbanização no país. Logo em seguida, a autora apresenta a infor-</p><p>mação de que o maior consumo de água é na irrigação agrícola. Portanto, temos uma quebra</p><p>de expectativa entre essas duas fases.</p><p>Letra c.</p><p>025. (FCC/AGENTE ADMINISTRATIVO/PREF. SÃO JOSÉ DO RIO PRETO-SP/2019) Atenção:</p><p>Para responder a questão, considere o texto abaixo.</p><p>1 Tenho um sonho que, acho, nunca realizarei: gostaria de ter um restaurante. Mais preci-</p><p>samente: gostaria de ser um cozinheiro. As cozinhas são lugares que me fascinam, mágicos: ali se</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>130 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>prepara o prazer. O cozinheiro deve ser psicólogo, conhecedor dos segredos da alma e do cor-</p><p>po. Mas não sei cozinhar. Acho que devido a isso que escrevo. Escrevo como quem cozinha.</p><p>2 A relação entre cozinhar e escrever tem sido frequentemente reconhecida pelos escri-</p><p>tores. É a própria etimologia que revela a origem comum de cozinheiros e escritores. Nas suas</p><p>origens, sabor e saber são a mesma coisa. O verbo latino “sapare” significa, a um só tempo,</p><p>tanto saber quanto ter sabor. Os mais velhos haverão de se lembrar que, num português que</p><p>não se fala mais, usava- -se dizer de uma comida que ela “sabia bem”.</p><p>3 Suponho que Roland Barthes também tivesse uma secreta inveja dos cozinheiros. Se</p><p>assim não fosse, como explicar a espantosa revelação com que termina um dos seus mais</p><p>belos textos, A lição? Confessa que havia chegado para ele o momento do esquecimento de</p><p>todos os saberes sedimentados pela tradição e que agora o que lhe interessava era “o máximo</p><p>possível de sabor”. Ele queria escrever como quem cozinha – tomava os cozinheiros como</p><p>seus mestres.</p><p>4 A leitura tem de ser uma experiência de felicidade. Por isso que Jorge Luis Borges</p><p>aconselhou aos seus estudantes que só lessem o que fosse prazeroso: “Se os textos lhes agra-</p><p>dam, ótimo. Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda</p><p>quanto a felicidade obrigatória”.</p><p>5 Esta é a razão por que eu gostaria de ser cozinheiro. É mais fácil criar felicidade pela</p><p>comida que pela palavra... Os pratos de sua especialidade, os cozinheiros os sabem de cor.</p><p>Basta repetir o que já foi feito. Mas é justamente isso que está proibido ao escritor. O escritor é</p><p>um cozinheiro que a cada semana tem de inventar um prato novo. Cada semana que começa</p><p>é uma angústia, representada pelo vazio de folhas de papel em branco que me comandam:</p><p>“Escreva aqui uma coisa nova que dê prazer!” Escrever é um sofrimento. A cada semana sinto</p><p>uma enorme tentação de parar de escrever. Para sofrer menos.</p><p>(Adaptado de: ALVES, Rubem. “Escritores e cozinheiros”. O retorno e terno. Campinas: Papirus, 1995, p. 155-158)</p><p>Caso contrário, não continuem, pois a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a feli-</p><p>cidade obrigatória. (4º parágrafo)</p><p>O termo sublinhado acima introduz, no contexto, noção de</p><p>a) finalidade.</p><p>b) consequência.</p><p>c) explicação.</p><p>d) concessão.</p><p>e) condição.</p><p>É preciso cuidado com o “pois”, pois ele pode aparecer em três sentidos: conclusivo, expli-</p><p>cativo e causal. No caso, poderíamos substituir por “porque”. Observe: “Caso contrário, não</p><p>continuem, porque a leitura obrigatória é uma coisa tão absurda quanto a felicidade obrigatória.”.</p><p>Letra c.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>131 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>026. (FCC/ASSISTENTE LEGISLATIVO/AL-AP/2020) Atenção: Para responder à questão,</p><p>considere o texto a seguir:</p><p>Nem Hazeroth nem Magog foram eleitos. As suas bolas saíram do saco, é verdade, mas</p><p>foram inutilizadas, a do primeiro por faltar a primeira letra do nome, a do segundo por lhe faltar</p><p>a última. O nome restante e triunfante era o de um argentário ambicioso, político obscuro, que</p><p>subiu logo à poltrona ducal, com espanto geral da república. Mas os vencidos não se conten-</p><p>taram de dormir sobre os louros do vencedor; requereram uma devassa. A devassa mostrou</p><p>que o oficial das inscrições intencionalmente viciara a ortografia de seus nomes. O oficial con-</p><p>fessou o defeito e a intenção; mas explicou-os dizendo que se tratava de uma simples elipse;</p><p>delito, se o era, puramente literário. Não sendo possível perseguir ninguém por defeitos de or-</p><p>tografia ou figuras de retórica, pareceu acertado rever a lei. Nesse mesmo dia ficou decretado</p><p>que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das quais as bolas pudessem ser lidas</p><p>pelo público, e, ipso facto, pelos mesmos candidatos, que assim teriam tempo de corrigir as</p><p>inscrições.</p><p>Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia. A mesma porta aberta à</p><p>lealdade serviu à astúcia de um certo Nabiga, que se conchavou com o oficial das extrações,</p><p>para haver um lugar na assembleia. A vaga era uma, os</p><p>candidatos três; o oficial extraiu as bo-</p><p>las com os olhos no cúmplice, que só deixou de abanar negativamente a cabeça, quando a bola</p><p>pegada foi a sua. Não era preciso mais para condenar a ideia das malhas. A assembleia, com</p><p>exemplar paciência, restaurou o tecido espesso do regime anterior; mas, para evitar outras</p><p>elipses, decretou a validação das bolas cuja inscrição estivesse incorreta, uma vez que cinco</p><p>pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.</p><p>Adaptado de: ASSIS, Machado de. A sereníssima república [Conferência do Cônego Vargas]. In: Papéis avulsos.</p><p>São Paulo: Penguin Classics/Companhia das Letras, 2011, p.204)</p><p>O emprego da conjunção como elemento coesivo, com efeito de estabelecer oposição entre</p><p>ideias, está presente em:</p><p>a)... uma vez que cinco pessoas jurassem ser o nome inscrito o próprio nome do candidato.</p><p>b) Nesse mesmo dia ficou decretado que o saco seria feito de um tecido de malhas, através das</p><p>quais as bolas pudessem ser lidas pelo público...</p><p>c) Mas os vencidos não se contentaram de dormir sobre os louros do vencedor;</p><p>d)... delito, se o era, puramente literário.</p><p>e) Infelizmente, senhores, o comentário da lei é a eterna malícia.</p><p>a) Errada. Há relação de causa.</p><p>b) Errada. Há relação de consequência.</p><p>c) Certa. Há relação de oposição (sentido adversativo).</p><p>d) Errada. Há relação condicional.</p><p>Letra c.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>132 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>027. (FCC/TÉCNICO LEGISLATIVO/TÉCNICO DE ARQUIVO E BIBLIOTECA/CÂMARA LE-</p><p>GISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL/2018) Atenção: Leia abaixo o Capítulo I do romance Dom</p><p>Casmurro, de Machado de Assis, para responder à questão.</p><p>Uma noite destas, vindo da cidade para o Engenho Novo, encontrei num trem da Central</p><p>um rapaz aqui do bairro, que eu conheço de vista e de chapéu. Cumprimentou-me, sentou-se</p><p>ao pé de mim, falou da lua e dos ministros, e acabou recitando-me versos. A viagem era curta,</p><p>e os versos pode ser que não fossem inteiramente maus. Sucedeu, porém, que como eu estava</p><p>cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes; tanto bastou para que ele interrompesse a leitu-</p><p>ra e metesse os versos no bolso.</p><p>– Continue, disse eu acordando.</p><p>– Já acabei, murmurou ele.</p><p>– São muito bonitos.</p><p>Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, mas não passou do gesto; estava</p><p>amuado. No dia seguinte entrou a dizer de mim nomes feios, e acabou alcunhando-me Dom</p><p>Casmurro. Os vizinhos, que não gostam dos meus hábitos reclusos e calados, deram curso à</p><p>alcunha, que afinal pegou. Nem por isso me zanguei. Contei a anedota aos amigos da cidade,</p><p>e eles, por graça, chamam-me assim, alguns em bilhetes: “Dom Casmurro, domingo vou jantar</p><p>com você.” – “Vou para Petrópolis, dom Casmurro; a casa é a mesma da Renânia; vê se deixas</p><p>essa caverna do Engenho Novo, e vai lá passar uns quinze dias comigo.” – “Meu caro dom Cas-</p><p>murro, não cuide que o dispenso do teatro amanhã; venha e dormirá aqui na cidade; dou-lhe</p><p>camarote, dou-lhe chá, dou-lhe cama; só não lhe dou moça.</p><p>Não consultes dicionários. Casmurro não está aqui no sentido que eles lhe dão, mas no</p><p>que lhe pôs o vulgo de homem calado e metido consigo. Dom veio por ironia, para atribuir-me</p><p>fumos de fidalgo. Tudo por estar cochilando! Também não achei melhor título para a minha</p><p>narração; se não tiver outro daqui até ao fim do livro, vai este mesmo. O meu poeta do trem</p><p>ficará sabendo que não lhe guardo rancor. E com pequeno esforço, sendo o título seu, poderá</p><p>cuidar que a obra é sua. Há livros que apenas terão isso dos seus autores; alguns nem tanto.</p><p>(ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 79-80.)</p><p>...como eu estava cansado, fechei os olhos três ou quatro vezes... (1º parágrafo)</p><p>Em relação à oração que a sucede, a oração destacada expressa sentido de</p><p>a) causa.</p><p>b) comparação.</p><p>c) consequência,</p><p>d) proporção.</p><p>e) conclusão.</p><p>O fato de se estar cansado é a causa para se fechar os olhos.</p><p>Letra a.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>133 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>028. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO FAZENDÁRIO/PREF. MANAUS-AM/2019) Atenção: Con-</p><p>sidere a entrevista abaixo para responder à questão.</p><p>1. La Lettre − O centésimo aniversário de Claude Lévi-Strauss e a grande atenção que</p><p>suscita revelam a posição excepcional que ocupa o autor de Tristes trópicos, uma das grandes</p><p>figuras do pensamento do século XX. Qual é o papel de Lévi-Strauss?</p><p>2. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss é um intelectual que excede amplamente o</p><p>quadro de sua disciplina, embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo.</p><p>Lévi-Strauss é uma referência de seu tempo.</p><p>3. La Lettre − Tristes trópicos se apresenta como um testemunho nostálgico de um</p><p>mundo que está em via de desaparecer, uma vez que a assim chamada civilização destrói a</p><p>diversidade cultural e os biótopos.</p><p>4. Eduardo Viveiros de Castro − Lévi-Strauss parece pensar que a espécie está vivendo</p><p>seus últimos séculos, visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente. Nossa espécie</p><p>já enfrentou situações piores. Contudo, há motivo para inquietação. Como gerir a expansão</p><p>demográfica neste momento em que a superpopulação oferece um perigo para nós mesmos?</p><p>Talvez estejamos diante de um impasse antropológico, que é também biológico. A distinção</p><p>entre natureza e cultura se apagou: se havia dúvida sobre o fato de essas duas “ordens” esta-</p><p>rem imbricadas, agora não há mais. Vemos que a cultura é uma força natural, e que a natureza</p><p>está envolvida em redes culturais. Portanto, é absurdo tentar distingui-las.</p><p>Talvez sejamos a única espécie em risco de se extinguir sabendo disso de antemão.</p><p>Concomitantemente, no campo da ficção científica vai se desenvolvendo todo um imaginário</p><p>em torno da salvação da espécie. A ficção científica é a metafísica popular do nosso tempo,</p><p>nossa nova mitologia.</p><p>Lévi-Strauss insistia na convergência entre o pensamento selvagem e a vanguarda da ci-</p><p>ência. Parece que o mais primitivo e o mais avançado se juntam desde o auge da modernidade.</p><p>(Trecho adaptado de entrevista com Eduardo Viveiros de Castro. Disponível em: www.scielo.br)</p><p>Considerado o contexto, o segmento com valor concessivo está em:</p><p>a) visto que causa danos irreversíveis ao meio ambiente</p><p>b) uma vez que traz a ideia de que a assim chamada civilização destrói a diversidade cultural</p><p>c) Contudo, há motivo para inquietação</p><p>d) Portanto, é absurdo tentar distingui-las</p><p>e) embora tenha sempre se preocupado em só falar como antropólogo</p><p>a) Errada. O segmento tem valor de causa.</p><p>b) Errada. O segmento tem valor de causa.</p><p>c) Errada. O “contudo” tem valor adversativo.</p><p>d) Errada. O segmento tem valor conclusivo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>134 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>e) Certa. O “embora” tem valor concessivo.</p><p>Lembre-se de que as conjunções adversativas estão presentes nas orações coordenadas e as</p><p>conjunções concessivas estão presentes nas subordinadas.</p><p>Letra e.</p><p>029. (FCC/ASSISTENTE TÉCNICO DE DEFENSORIA/DPE-AM/2019)</p><p>O</p><p>inexpugnável mistério</p><p>Aceitemos de bom grado a tese formulada pelo físico nuclear dinamarquês Niel Bohr,</p><p>segundo a qual “a tarefa da ciência é reduzir todos os mistérios a simples trivialidades”. Aceite-</p><p>mos também a conjectura de que, com o tempo e com um trabalho sem tréguas, os cientistas</p><p>tenham conseguido levar a cabo essa tarefa da ciência, e todos os mistérios do mundo – da</p><p>origem da vida à relação entre a mente e o cérebro – tenham afinal rendido os seus segredos e</p><p>se revelado ao olhar humano naquilo que são: trivialidades perfeitamente inteligíveis na ordem</p><p>natural das coisas.</p><p>Pois bem. Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma diante do</p><p>qual ela não tem, nem poderá vir a ter, o que dizer: o mistério da trivialidade de tudo. Em outras</p><p>palavras: a ciência não saberá explicar a razão de ser de todas as trivialidades que compõem</p><p>o nosso misterioso mundo.</p><p>(Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 27)</p><p>Na frase Terminada a tarefa da ciência, restará ainda um derradeiro enigma, mantém-se o sen-</p><p>tido caso se substitua o segmento sublinhado por:</p><p>a) Ainda que a tarefa seja arrematada</p><p>b) À proporção que se finalize a tarefa</p><p>c) Conquanto se ultime a tarefa</p><p>d) Uma vez concluída a tarefa</p><p>e) À medida que se implemente</p><p>O verbo “terminada” está no particípio. A oração passa uma ideia de tempo. Portanto, temos</p><p>uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.</p><p>a) Errada. “Ainda que” tem valor concessivo.</p><p>b) Errada. “À proporção que” tem valor proporcional.</p><p>c) Errada. “Conquanto” tem valor concessivo.</p><p>d) Certa. “Uma vez”, neste caso, tem valor temporal.</p><p>e) Errada. “À medida que” tem valor proporcional.</p><p>Letra d.</p><p>030. (FCC/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ADMINISTRATIVA/TRF – 3ª REGIÃO/2019)</p><p>1 Existe uma enfermidade moderna que afeta dois terços dos adultos. Seus sintomas</p><p>incluem falta de apetite, dificuldade para controlar o peso, baixa imunidade, flutuações de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>135 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>humor, entre outros. Essa enfermidade é a privação de sono crônica, que vem crescendo na</p><p>esteira de dispositivos que emitem luz azul.</p><p>2 Por milênios, a luz azul existiu apenas durante o dia. Velas e lenha produziam luz ama-</p><p>relo-avermelhada e não havia iluminação artificial à noite. A luz do fogo não é problema porque</p><p>o cérebro interpreta a luz vermelha como sinal de que chegou a hora de dormir. Com a luz azul</p><p>é diferente: ela sinaliza a chegada da manhã.</p><p>3 Assim, um dos responsáveis pelo declínio da qualidade do sono nas duas últimas</p><p>décadas é a luz azulada que emana de aparelhos eletrônicos; mas um dano ainda maior acon-</p><p>tece quando estamos acordados, fazendo um malabarismo obsessivo com computadores e</p><p>smartphones.</p><p>4 A maioria das pessoas passam de uma a quatro horas diárias em seus dispositivos</p><p>eletrônicos - e muitos gastam bem mais que isso. Não é problema de uma minoria. Pesqui-</p><p>sadores nos aconselham a usar o celular por menos de uma hora diariamente. Mas o uso</p><p>excessivo do aparelho é tão predominante que os pesquisadores cunharam o termo “nomofo-</p><p>bia” (uma abreviatura da expressão inglesa no-mobile-phobiaj para descrever a fobia de ficar</p><p>sem celular.</p><p>5 O cérebro humano exibe diferentes padrões de atividade para diferentes experiências.</p><p>Um deles retrata reações cerebrais de um viciado em jogos eletrônicos. “Comportamentos</p><p>viciantes ativam o centro de recompensa do cérebro”, afirma Claire Gillan, neurocientista que</p><p>estuda comportamentos obsessivos. “Contanto que a conduta acarrete recompensa, o cére-</p><p>bro a tratará da mesma maneira que uma droga”.</p><p>(Adaptado de: ALTER, Adam. Irresistível. São Paulo: Objetiva, edição digital)</p><p>Sem prejuízo para o sentido, o trecho sublinhado em Contanto que a conduta acarrete recom-</p><p>pensa (último parágrafo) pode ser substituído por</p><p>a) Conforme</p><p>b) Desde que</p><p>c) Pois que</p><p>d) Ainda que</p><p>e) Conquanto</p><p>O “contanto que” indica condição.</p><p>Exemplos de outros conectivos com valor condicional: Se, caso, sem que, se não, a não ser</p><p>que, exceto se, a menos que, contanto que, salvo se, desde que</p><p>a) Errada. “Conforme” indica conformidade.</p><p>b) Certa. “Desde que” tem valor condicional.</p><p>c) Errada. O “pois”, dependendo do contexto e em que parte da frase ele aparece, pode assumir</p><p>valor conclusivo, explicativo ou causal.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>136 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>d) Errada. O “ainda que” tem valor concessivo.</p><p>e) Errada. O “conquanto” tem valor concessivo.</p><p>Letra b.</p><p>031. (IBFC/AGENTE DE EXECUÇÃO/TÉCNICO DE MANEJO E MEIO AMBIENTE/IAP-PR/2021)</p><p>Texto associado</p><p>Chão da infância. Algumas lembranças me parecem fixadas nesse chão movediço, as</p><p>minhas pajens. Minha mãe fazendo seus cálculos na ponta do lápis ou mexendo o tacho da</p><p>goiabeira ou ao piano, tocando suas valsas. E Tia Laura, a viúva eterna que foi morar na nos-</p><p>sa casa e que repetia que meu pai era um homem instável. Eu não sabia o que queria dizer</p><p>instável, mas sabia que ele gostava de fumar charutos e gostava de jogar. A tia um dia expli-</p><p>cou, esse tipo de homem não consegue parar muito tempo no mesmo lugar e por isso estava</p><p>sempre sendo removido de uma cidade para a outra como promotor. Ou delegado. Então mi-</p><p>nha mãe fazia os tais cálculos de futuro, dava aquele suspiro e ia tocar piano. E depois arru-</p><p>mar as malas.</p><p>- Escutei que a gente vai se mudar outra vez, vai mesmo? Perguntou minha pajem Mari-</p><p>cota. Estávamos no quintal chupando os gomos de cana que ela ia descascando. Não respon-</p><p>di e ela fez outra pergunta: Sua tia vive falando que agora é tarde porque Inês é morta, quem é</p><p>essa tal de Inês?</p><p>Sacudi a cabeça, não sabia. Você é burra, Maricota resmungou cuspindo o bagaço. Fi-</p><p>quei olhando meu pé amarrado com uma tira de pano, tinha sempre um pé machucado (corte,</p><p>espinho) onde ela pingava tintura de iodo (ai, ai!) e depois amarrava aquele pano. No outro pé,</p><p>a sandália pesada de lama.</p><p>[...]</p><p>(TELLES, Lygia Fagundes. Invenção e Memória. Rio de Janeiro. Rocco, 2000, p.9)</p><p>No período “Sacudi a cabeça, não sabia.” (3º§), a vírgula marca uma pausa entre as orações</p><p>que apresentam entre si um sentido implícito. A relação entre elas seria explicitada, adequada-</p><p>mente, através do emprego da seguinte conjunção:</p><p>a) contudo.</p><p>b) quando.</p><p>c) embora.</p><p>d) porque.</p><p>e) Conforme</p><p>A expressão indica uma situação de causa e consequência: “sacudi a cabeça, porque não sabia”.</p><p>A segunda oração representa o motivo pelo qual o sujeito sacudiu a cabeça. A conjunção</p><p>“porque” pode ser coordenada explicativa ou causal. Quando causal, indica motivo, e quando</p><p>explicativa, indica a evidência. Nesse caso, ele não saber a resposta do questionamento que</p><p>havia sido feito é a razão pela qual ele sacode a cabeça.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>137 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>A letra A não cabe nesse contexto, uma vez que é uma conjunção adversativa. A letra B é uma</p><p>conjunção temporal, que indica tempo. As letras C e E são conjunções</p><p>concessivas, equiva-</p><p>lentes a “apesar de”. Portanto, a única opção capaz de representar o contexto apresentado é</p><p>a letra D.</p><p>Letra d.</p><p>032. (IBFC/ARQUITETO/IAP-PR/2021)</p><p>Altos e baixos na política</p><p>(Milton Santos)</p><p>É pelo menos insólita a insistência dos nossos círculos oficiais em querer separar, de</p><p>modo absoluto, o que é político do que não é. Assim, toda a ação sindical, toda reclamação da</p><p>igreja, em suma, todo movimento social, ao postular mudanças, é criticado como inadequado</p><p>e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que chamam de política. Ao con-</p><p>trário, as atividades dos lobbies e as exigências de reforma do Estado feitas pelas empresas</p><p>não são tidas como atividades políticas. Essa parcialidade é tanto mais gritante quando todos</p><p>sabemos que o essencial na produção da política do Estado tem como atores principais as</p><p>grandes empresas, cabendo aos políticos propriamente ditos e ao aparelho do Estado um pa-</p><p>pel de figurantes secundários, quando não de meros porta– vozes.</p><p>A política se caracteriza como exercício de uma ação ou defesa de uma ideia destinada</p><p>a mudar o curso da história. No mundo da globalização, onde a técnica e o discurso são dados</p><p>obrigatórios das atividades hegemônicas, o induzimento à política é exponencial. O mundo da</p><p>técnica cientificizada é também o mundo das regras, de cujo uso adequado depende da maior</p><p>ou menor eficácia dos instrumentos disponíveis. [...]</p><p>(Folha de São Paulo, 1/10/2000)</p><p>Considere o fragmento abaixo para responder à questão.</p><p>“é criticado como inadequado e até mesmo hostil à democracia, já que não lhe cabe fazer o que</p><p>chamam de política.” (1º§)</p><p>A locução destacada no trecho cumpre papel coesivo e introduz o valor semântico de:</p><p>a) causa.</p><p>b) finalidade.</p><p>c) consequência.</p><p>d) conformidade.</p><p>e) condição.</p><p>A questão apresenta a relação de causa e consequência. Ser criticado como inadequado é</p><p>uma consequência, e não lhe caber fazer política é a causa. Essa expressão poderia, por exem-</p><p>plo, ser substituída por:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>138 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>“Não lhe cabe fazer o que chamam de política e, por isso, é criticado como inadequado”.</p><p>Causa</p><p>Consequência</p><p>Letra a.</p><p>033. (IBFC/ADMINISTRADOR/PREF. SÃO GONÇALO DO AMARANTE-RN/2021) Leia o texto</p><p>abaixo para responder à questão.</p><p>Guerra de narrativas (adaptado)</p><p>Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira ou de frente à telinha,</p><p>passamos a uma dimensão em que é tênue a fronteira entre o real e o imaginário, o território</p><p>dos mitos, as sutis engrenagens do nosso modelo social. Esse ritual repete-se há pelo menos</p><p>50 mil anos. E, como é da natureza do que é fundamental, histórias são simples. Todas têm</p><p>começo, meio e fim; personagens e protagonistas; um cenário e um tempo. E mais: toda trama</p><p>possui um narrador, alguém que escolhe que causo contar, onde o enredo começa e onde ter-</p><p>mina, o que entra e o que sai. Esse narrador nem sempre é visível, não há como apontar o autor</p><p>de um mito ou do que entendemos como senso comum.</p><p>Repetimos a balela do descobrimento da América sem pensar que aqui já viviam pes-</p><p>soas antes da invasão europeia. Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colabora-</p><p>ção, histórias determinam e influenciam o comportamento social. Se repetimos a narrativa de</p><p>opressão, perpetuamos sua essência.</p><p>A habilidade narrativa determina quem tem voz. A tensão entre grupos em disputa pela</p><p>narrativa é tão velha quanto a linguagem. Religiões e impérios sempre espalharam suas falas e</p><p>disputaram a atenção. Identificar essas narrativas e a quem servem é o caminho para delimitar</p><p>quem nos fala e inferir o que nos isola ou ajuda a colaborar.</p><p>Não existe narrador isento. Por mais cuidadoso que seja, cada um carrega seu conjunto</p><p>de valores e é perpassado pelos julgamentos e assunções que vêm com a cultura do grupo.</p><p>Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre parte de sua vi-</p><p>são de mundo.</p><p>https://vidasimples.co/conviver/guerra-de-narrativas/</p><p>Em relação à sintaxe da Língua Portuguesa avalie as afirmativas abaixo atribuindo-lhes valores</p><p>de Verdadeiro (V) ou Falso (F).</p><p>( ) No trecho “Quando o sol parte e ficamos entretidos ao redor da fogueira”, a oração destaca-</p><p>da é classificada como Subordinada Adverbial Temporal.</p><p>( ) No trecho “Se o uso da linguagem amplifica a capacidade de colaboração, histórias de-</p><p>terminam e influenciam o comportamento social.”, a oração destacada é classificada como</p><p>Subordinada Adverbial Concessiva.</p><p>( ) No trecho “A habilidade narrativa determina quem tem voz.”, a oração destacada é classifi-</p><p>cada como Subordinada Adjetiva Restritiva.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>139 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>( ) No trecho “Não existe narrador isento”, o verbo é impessoal, por isso nessa oração não</p><p>há sujeito.</p><p>( ) No trecho “Mesmo que não tenha mensagem específica, o contador de histórias sempre</p><p>parte de sua visão de mundo.”, a oração destacada é classificada como Subordinada Adverbial</p><p>Condicional.</p><p>Assinale a alternativa correta.</p><p>a) V, F, F, F, F.</p><p>b) F, V, V, V, F.</p><p>c) V, V, F, F, V.</p><p>d) V, F, V, V, F.</p><p>Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções, a par-</p><p>tir da qual se podem classificar as conjunções que introduzem as orações.</p><p>Na primeira oração, a conjunção “quando” introduz oração subordinada adverbial temporal</p><p>(questão certa).</p><p>Na segunda expressão, o “se” é uma conjunção condicional, e não concessiva (questão errada).</p><p>Na terceira opção, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva dire-</p><p>ta. Para exemplificar, pode-se substituir por “isso”: “a habilidade narrativa determina isso”. No</p><p>caso, determina “algo”: objeto direto (questão errada).</p><p>Na quarta opção, o verbo existir é pessoal. Ao colocar a oração em sua ordem direta, tem-se:</p><p>Narrador isento não existe, sendo que “narrador isento” é o sujeito da oração (questão errada).</p><p>Na quinta e última opção, a oração é introduzida por conjunção concessiva (mesmo que), que</p><p>é equivalente a “ainda que, apesar de, embora etc. (questão errada).</p><p>Letra a.</p><p>034. (IBFC/ENFERMEIRO/SEAP-PR/2021)</p><p>Antigamente a vida era outra aqui neste lugar onde o rio, dando areia, cobra-d’água ino-</p><p>cente, e indo ao mar, dividia o campo em que os filhos de portugueses e da escravatura pisaram.</p><p>Couro de pé roçando pele de flor. Mangas engordando, bambuzais rebentando vento, uma la-</p><p>goa, um lago, um laguinho, amendoeiras, pés de jamelão e o bosque de Eucaliptos. Tudo isso</p><p>do lado de lá. Do lado de cá, os morrinhos, casarões mal-assombrados, as hortas de Portugal</p><p>Pequeno e boiada pra lá e pra cá na paz de quem não sabe da morte.</p><p>Em diagonal, os braços do rio, desprendidos lá pela Taquara, cortavam o campo: o di-</p><p>reito ao meio; o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas e sobre o qual está a ponte por</p><p>onde escoa o tráfego da principal rua do bairro, na parte de baixo. E, como o bom braço ao rio</p><p>volta, o rio totalmente abraçado, ia ziguezagueando água, esse forasteiro que viaja parado,</p><p>levando íris soltas em seu leito, deixando o coração bater em pedras, doando mililitros para os</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se</p><p>aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>140 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>corpos que o ousaram, para as bocas que morderam seu dorso. Ria o rio, mas Busca-Pé bem</p><p>sabia que todo rio nasce para morrer um dia.</p><p>Um dia essas terras foram cobertas de verde com carro de boi desafiando estradas de</p><p>terra, gargantas de negros cantando samba duro, escavação de poços de água salobra, legu-</p><p>mes e verduras enchendo caminhões, cobra alisando o mato, redes armadas nas águas. Aos</p><p>domingos, jogo de futebol no campo do Paúra e bebedeira de vinho sob a luz das noites cheias.</p><p>[...]</p><p>Os dois filhos de portugueses tratavam das hortas de Portugal Pequeno nas terras her-</p><p>dadas. Sabiam que aquela região seria destinada à construção de um conjunto habitacional,</p><p>mas não que as obras estavam para começar em tão pouco tempo.</p><p>(LINS, Paulo. Cidade de Deus. São Paulo.</p><p>Companhia das Letras, 2002. p.15)</p><p>Em todas as alternativas abaixo o vocábulo “que” encontra-se destacado. Assinale a opção em</p><p>que sua classificação morfológica é diferente da dos demais.</p><p>a) “dividia o campo em que os filhos de portugueses” (1º§).</p><p>b) “o esquerdo, que hoje separa os Apês das casas” (3º§).</p><p>c) “esse forasteiro que viaja parado,” (3º§).</p><p>d) “para as bocas que morderam seu dorso.” (3º§).</p><p>e) “Busca-Pé bem sabia que todo rio nasce para morrer um dia” (3º§).</p><p>Nas quatro primeiras opções, o vocábulo “que” é um pronome relativo. Apenas na letra E, é</p><p>uma conjunção integrante, que introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. A</p><p>questão pede que indique a classificação morfológica diferente, portanto, a alternativa correta</p><p>é a letra E.</p><p>Letra e.</p><p>035. (IBFC/EDUCADOR SOCIAL/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia o texto abaixo</p><p>para responder à questão.</p><p>Estudo associa câncer de mama a sedentarismo e alimentação</p><p>Pesquisa desenvolvida por meio do mestrado em Ciências da Saúde na Amazônia Oci-</p><p>dental, da Ufac, pretende avaliar a relação entre sedentarismo, nutrição e aparecimento de</p><p>câncer de mama em mulheres com mais de 40 anos no Estado do Acre. O estudo é conduzido</p><p>pelas mestrandas Carina Hechenberger e Ramyla Brilhante, com orientação do professor Mi-</p><p>guel Junior Sordi Bortolini.</p><p>O projeto de pesquisa “Avaliação do Nível de Atividade Física, Estado Nutricional e Quali-</p><p>dade de Vida de Mulheres Atendidas no Centro de Controle em Oncologia do Acre (Cecon)” foi</p><p>apresentado ao programa em 2018; atualmente, se encontra na fase de coleta de dados, atra-</p><p>vés da aplicação de questionários a usuárias do serviço de saúde. “São 13 tipos diferentes de</p><p>câncer altamente influenciados pelo sedentarismo; destes, o que sofre maior impacto é o de</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>141 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>mama”, destaca Miguel Bortolini. “Se você é uma pessoa ativa, a probabilidade de desenvolver</p><p>câncer de mama reduz drasticamente.”</p><p>Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neopla-</p><p>sia mais comum em todo o mundo, com 1,7 milhões de casos. A estimativa é que para o biênio</p><p>2018-2019, somente no Brasil, 60 mil novos casos entre mulheres sejam confirmados para</p><p>cada ano — um risco estimado de 57 casos a cada 100 mil brasileiras. “Fatores genéticoheredi-</p><p>tários são responsáveis por até 10% desses casos de câncer de mama. Os comportamentais e</p><p>ambientais, como alimentação e atividade física, respondem por até 30% dos casos”, enfatiza</p><p>Carina Hechenberger. [...]</p><p>A relação entre inatividade física e sedentarismo com pacientes do Cecon vai ser anali-</p><p>sada a partir de universo mínimo de 360 mulheres, conforme indicadores sociodemográficos,</p><p>históricofamiliar, nutricional e de qualidade de vida. Tudo a partir de questionários referenda-</p><p>dos internacionalmente. O objetivo é investigar se, pelo nível elevado da população com sobre-</p><p>peso e obesidade no Acre, há também uma maior influência de diagnóstico positivo para esse</p><p>tipo de câncer. [...]</p><p>Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regu-</p><p>lares com mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental. “Para evitar</p><p>o câncer de mama, é necessário realizar de 150 a 300 minutos de exercícios moderados por</p><p>semana ou de 75 a 150 minutos de exercícios vigorosos por semana”, recomenda. “Além disso,</p><p>é bom realizar duas sessões por semana de exercícios resistidos, como musculação; não se</p><p>deve esperar a doença se podemos preveni-la.”</p><p>“Segundo Miguel Bortolini, ainda não é uma realidade a realização de exercícios regulares com</p><p>mulheres com câncer no Estado do Acre, apesar de ser fundamental”. Quanto à classificação</p><p>sintática da expressão em destaque, assinale a alternativa correta.</p><p>a) Oração Subordinada Adverbial Concessiva.</p><p>b) Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal.</p><p>c) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.</p><p>d) Oração Coordenada Adjetiva Explicativa.</p><p>Para responder a essa questão, é necessário ter conhecimento da tabela de conjunções. A</p><p>conjunção que introduz a oração destacada é uma conjunção concessiva, equivalente a “em-</p><p>bora, ainda que, mesmo que etc.</p><p>Letra a.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>142 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>036. (IBFC/PSICÓLOGO/PREF. CRUZEIRO DO SUL-AC/2019) Leia a tira de “Hagar, o Horrí-</p><p>vel”, criada pelo cartunista estadunidense Dik Browne, para responder à questão seguir.</p><p>Analise o trecho destacado a seguir e assinale a alternativa que classifica corretamente a ora-</p><p>ção nele destacada: “Não diga à sua mãe que eu falei isso”.</p><p>Alternativas</p><p>a) Oração Subordinada Substantiva Subjetiva.</p><p>b) Oração Subordinada Adjetiva Explicativa.</p><p>c) Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta.</p><p>d) Oração Subordinada Adverbial de Companhia.</p><p>Na expressão, observam-se objeto indireto e objeto direto, respectivamente. Quem diz, diz algo</p><p>a alguém. No caso, diz “à mãe (alguém – objeto indireto) que eu falei isso (algo – objeto dire-</p><p>to)”. Como há um verbo no objeto direto, ele passa a ser uma oração, introduzida por conjun-</p><p>ção integrante. Isso faz com que ela seja uma oração subordinada substantiva objetiva direta.</p><p>Letra c.</p><p>037. (IBFC/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ-PE/2017)</p><p>Há algum tempo, venho estudando as piadas, com ênfase em sua constituição linguís-</p><p>tica. Por isso, embora a afirmação a seguir possa parecer surpreendente, creio que posso</p><p>garantir que se trata de uma verdade quase banal: as piadas fornecem simultaneamente um</p><p>dos melhores retratos dos valores e problemas de uma sociedade, por um lado, e uma cole-</p><p>ção de fatos e dados impressionantes para quem quer saber o que é e como funciona uma</p><p>língua, por outro. Se se quiser descobrir os problemas com os quais uma sociedade se debate,</p><p>uma coleção de piadas fornecerá excelente pista: sexualidade, etnia/raça e outras diferenças,</p><p>instituições (igreja, escola, casamento, política), morte, tudo isso está sempre presente nas</p><p>piadas que circulam anonimamente e que são ouvidas e contadas por todo mundo em todo o</p><p>mundo[...]</p><p>Mas as piadas também podem servir de suporte empírico para uma teoria mais apro-</p><p>fundada e sofisticada de como funciona uma língua, especialmente porque se trata de um</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada,</p><p>por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>143 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>corpus que, além de expor traços do que nela é sistemático (gramatical) e, paradoxalmente,</p><p>“desarrumado”, contribui para deixar muito claro que uma língua funciona sempre em relação</p><p>a um contexto culturalmente relevante e que cada texto requer uma relação com outros tex-</p><p>tos. [...] A conclusão óbvia é que uma língua não é como nos ensinaram: clara e relacionada</p><p>diretamente a um fato ou situação que ela representa como um espelho. Praticamente cada</p><p>segmento da língua deriva para outro sentido, presta-se a outra interpretação, por razões va-</p><p>riadas. Pelo menos, é o que as piadas mostram. E elas não são poucas. Ou, no mínimo, nós as</p><p>ouvimos muitas vezes.</p><p>(POSSENTI, Sírio. O humor e a língua. Ciência Hoje. Rio de Janeiro, SBPC, v.30, n.176, out. 2001)</p><p>A conjunção “Mas” que introduz o segundo parágrafo cumpre papel coesivo e tem seu empre-</p><p>go justificado pela seguinte razão:</p><p>a) introduz uma opinião contrária à do autor.</p><p>b) ratifica a informação imediatamente anterior.</p><p>c) contrapõe aspectos excludentes no estudo das piadas.</p><p>d) expõe a fragilidade da informação que a antecede.</p><p>e) desenvolve uma oposição já referida anteriormente.</p><p>Inicialmente, o autor disserta acerca das formas como, frequentemente, se observam as pia-</p><p>das no mundo geral, como sendo um retrato dos contextos sociais e culturas predominantes</p><p>na sociedade em que se inserem, porque trazem as temáticas com as quais essas sociedades</p><p>têm problemas ou preconceitos. No segundo parágrafo, introduzido por uma conjunção ad-</p><p>versativa (mas), apresentam-se argumentos que indicam também as contraposições acerca</p><p>dos argumentos que foram anteriormente apresentados, ou seja, as piadas não são somente</p><p>uma forma de explicitar irônica e superficialmente os problemas e preconceitos, mas também</p><p>podem proporcionar reflexões mais aprofundadas, capazes de direcionar a uma análise com-</p><p>preensiva acerca desses assuntos.</p><p>Letra e.</p><p>038. (IBFC/AGENTE ADMINISTRATIVO/CÂMARA DE ARARAQUARA-SP/2017)</p><p>O vencedor: uma visão alternativa</p><p>Nos sete primeiros assaltos, Raul foi duramente castigado. Não era de espantar: estava</p><p>inteiramente fora de forma. Meses de indolência e até de devassidão tinham produzido seus</p><p>efeitos. O combativo boxeador de outrora, o homem que, para muitos, fora estrela do pugilismo</p><p>mundial, estava reduzido a um verdadeiro trapo. O público não tinha a menor complacência</p><p>com ele: sucediam-se as vaias e os palavrões.</p><p>De repente, algo aconteceu. Caído na lona, depois de ter recebido um cruzado devas-</p><p>tador, Raul ergueu a cabeça e viu, sentada na primeira fila, sua sobrinha Dóris, filha do</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>144 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>falecido Alberto. A menina fitava-o com o olhos cheios de lágrimas. Um olhar que trespassou</p><p>Raul como uma punhalada. Algo rompeu-se dentro dele. Sentiu renascer em si a energia que</p><p>fizera dele a fera do ringue. De um salto, pôs-se de pé e partiu como um touro para cima do</p><p>adversário. A princípio o público não se deu conta do que estava acontecendo. Mas quando</p><p>os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram a incentivá-lo.</p><p>Depois de uma saraivada de golpes certeiros e violentíssimos, o adversário foi ao chão. O juiz</p><p>procedeu à contagem regulamentar e proclamou Raul o vencedor.</p><p>Todos aplaudiram. Todos deliraram de alegria. Menos este que conta a história. Este</p><p>que conta a história era o adversário. Este que conta a história era o que estava caído. Este que</p><p>conta a história era o derrotado. Ai, Deus.</p><p>(SCLIAR, Moacyr. Contos reunidos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.58-59)</p><p>Considere o trecho abaixo para responder à questão.</p><p>“Mas quando os fãs perceberam que uma verdadeira ressurreição se tinha operado, passaram</p><p>a incentivá-lo.” (2º§)</p><p>As duas conjunções destacadas no fragmento introduzem, respectivamente, as seguin-</p><p>tes orações:</p><p>a) subordinada adverbial e subordinada substantiva.</p><p>b) coordenada sindética e subordinada adjetiva.</p><p>c) subordinada substantiva e subordinada adjetiva.</p><p>d) subordinada substantiva e coordenada sindética.</p><p>A primeira oração, introduzida pela conjunção “quando”, classifica-se como oração subordina-</p><p>da adverbial temporal, em razão da presença da conjunção temporal. Na segunda oração, o</p><p>“que” constitui uma conjunção integrante, que é usada para introduzir as orações substantivas.</p><p>Nesse caso, a segunda oração é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.</p><p>Letra a.</p><p>039. (IBFC/GUARDA MUNICIPAL/PREF. VINHEDO-SP/2020) Texto associado</p><p>Naquele tempo o mundo era ruim. Mas depois se consertara, para bem dizer as coisas</p><p>ruins não tinham existido. No jirau da cozinha arrumavam-se mantas de carne-seca e pedaços</p><p>de toicinho. A sede não atormentava as pessoas, e à tarde, aberta a porteira, o gado miúdo</p><p>corria para o bebedouro. Ossos e seixos transformavam-se às vezes nos entes que povoavam</p><p>as moitas, o morro, a serra distante e os bancos de macambira.</p><p>Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, repetia as</p><p>sílabas, imitava os berros dos animais, o barulho do vento, o som dos galhos que rangiam na</p><p>catinga, roçando-se. Agora tinha tido a ideia de aprender uma palavra, com certeza importante</p><p>porque figurava na conversa de sinha Terta. Ia decorá-la e transmiti-la ao irmão e à cachorra.</p><p>Baleia permaneceria indiferente, mas o irmão se admiraria, invejoso.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>145 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>- Inferno, inferno.</p><p>Não acreditava que um nome tão bonito servisse para designar coisa ruim. E resolvera</p><p>discutir com sinha Vitória. Se ela houvesse dito que tinha ido ao inferno, bem. Sinha Vitória</p><p>impunha-se, autoridade visível e poderosa. Se houvesse feito menção de qualquer autoridade</p><p>invisível e mais poderosa, muito bem. Mas tentara convencê-lo dando-lhe um cocorote, e isto</p><p>lhe parecia absurdo. Achava as pancadas naturais quando as pessoas grandes se zangavam,</p><p>pensava até que a zanga delas era a causa única dos cascudos e puxavantes de orelhas. Esta</p><p>convicção tornava-o desconfiado, fazia-o observar os pais antes de se dirigir a eles. Animara-</p><p>-se a interrogar sinha Vitória porque ela estava bem-disposta. Explicou isto à cachorrinha com</p><p>abundância de gritos e gestos.</p><p>(RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro/São Paulo: Record, 2009, p. 59-60)</p><p>Em “Como não sabia falar direito, o menino balbuciava expressões complicadas, (...)” (2º§),</p><p>o vocábulo destacado é uma conjunção que estabelece relação entre orações no período em</p><p>que está inserida e possui um valor semântico de:</p><p>a) concessão.</p><p>b) condição.</p><p>c) causa.</p><p>d) comparação.</p><p>A conjunção “como” pode introduzir ideia de causa ou de comparação. No caso da oração</p><p>acima, exprime ideia de causa, e equivale a “já que”. A relação de causa e consequência pode</p><p>ser observada na medida em que se percebe a seguinte situação: o menino balbuciava expres-</p><p>sões complicadas porque não sabia falar direito. Causa indica motivo, ou seja, em razão de</p><p>não saber falar direito (causa), o</p><p>menino balbuciava expressões complicadas (consequência).</p><p>Letra c.</p><p>040. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2019) Para responder à questão, leia com aten-</p><p>ção partes do artigo escrito por Luciana Alvarez sobre a educação a distância.</p><p>A discussão sobre ensino a distância na educação básica</p><p>(adaptado)</p><p>As formas como a tecnologia deve ser usada na educação básica atiçam polêmicas que</p><p>parecem longe de terminar. Recentemente, o Conselho Nacional de Educação estudou uma</p><p>proposta para estabelecer um limite da carga horária da etapa do ensino médio que poderia</p><p>ser oferecida a distância (EAD). [...]</p><p>Betina von Staa, responsável pelo CensoEad.Br da Associação Brasileira de Educação</p><p>a Distância (Abed), é uma das vozes a criticar com veemência esse tipo de regulamentação.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>146 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>“No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialogar. Iniciativas</p><p>para estudar de casa só devem ser cogitadas em casos de necessidade absoluta e para alunos</p><p>mais velhos, do EJA (educação de jovens e adultos)”, afirma. Ela, contudo, é uma entusiasta do</p><p>uso da tecnologia na escola. “O modelo que precisamos adotar é o híbrido, usando o suporte</p><p>que faça sentido para cada ação, sem tentar separar o que é presencial e o que é a distância.”</p><p>Segundo Betina, o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20%</p><p>da carga horária em EAD, foi extremamente prejudicial para o ensino presencial, que acabou</p><p>estagnado. Ela teme que o ensino médio siga pelo mesmo caminho. [...]</p><p>“Tecnologia educacional a gente usa de acordo com a situação, caso a caso. Não se</p><p>pode colocar todo mundo na frente de uma tela, porque não funciona. Mas tampouco existe</p><p>um número mágico do quanto de estudo pode ser feito em casa”, diz Betina. [...] Mas, se o</p><p>objetivo é apenas decorar conceitos e regras, basta um aplicativo e o estudante pode ficar em</p><p>casa mesmo, ironiza. “Mas não é isso que a gente quer”, diz em seguida. [...] Em compensação,</p><p>um projeto colaborativo de geografa pode ganhar mais diversidade se, por meio da tecnologia,</p><p>envolver estudantes de várias partes do país.</p><p>Fonte: Revista Educação, por Luciana Alvarez</p><p>De acordo com a leitura atenta do artigo anterior e com a Gramática Normativa da Língua Por-</p><p>tuguesa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>I – No trecho “No ensino médio, os alunos têm de estar juntos, na escola, aprendendo a dialo-</p><p>gar.”, a acentuação do verbo destacado tem a função de indicar que ele está no plural, concor-</p><p>dando com o sujeito composto pelos núcleos “ensino médio” e “escola”.</p><p>II – No trecho “o limite legal para cursos presenciais, que podem oferecer no máximo 20% da</p><p>carga horária em EAD,” a expressão destacada é classificada como Oração Subordinada Adje-</p><p>tiva Explicativa.</p><p>III – No trecho “foi extremamente prejudicial para o ensino presencial”, a expressão destacada</p><p>é classificada sintaticamente como Objeto Indireto.</p><p>IV – No trecho “se, por meio da tecnologia, envolver estudantes de várias partes do país.”, o</p><p>termo destacado é uma Conjunção Subordinativa Condicional.</p><p>a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas</p><p>b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas</p><p>c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas</p><p>d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas</p><p>As alternativas II e IV estão corretas. Na opção II, percebe-se que a oração subordinada é</p><p>introduzida por pronome relativo – que retoma a expressão “cursos presenciais” - e possui a</p><p>presença de vírgulas, o que faz que seja classificada como oração subordinada adjetiva explicativa.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>147 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Na opção IV, a oração subordinada é introduzida pela conjunção “se”, o que faz com que seja</p><p>classificada como oração subordinada adverbial condicional. Nas opções incorretas, a alter-</p><p>nativa I tem como sujeito “os alunos”, e a alternativa III não pode ser objeto direto, uma vez que</p><p>apresenta preposição (a expressão, nesse caso, é um objeto indireto).</p><p>Letra c.</p><p>041. (IBFC/PROFESSOR/PREF. VINHEDO-SP/2017) Leia com atenção a tira abaixo de “Ha-</p><p>gar, o Horrível” do cartunista Dik Browne.</p><p>De acordo com a leitura atenta da tira acima e com a Gramática Normativa da Língua Portugue-</p><p>sa, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.</p><p>I – No primeiro balão do primeiro quadrinho, na expressão entre aspas, a expressão “você” é</p><p>classificada sintaticamente como um vocativo, pois refere-se diretamente ao interlocutor.</p><p>II – O verbo “dar” no segundo balão é um Verbo Transitivo Direto e Indireto.</p><p>III – A oração “Quando eu nasci” deve ser classificada como uma Oração Adjetiva Restritiva.</p><p>IV – A expressão “duas semanas depois”, no segundo quadrinho, é um Adjunto Adverbial.</p><p>a) Apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas.</p><p>b) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.</p><p>c) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.</p><p>d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.</p><p>A alternativa I não se refere a um vocativo, que constitui um chamamento. O vocábulo “você”,</p><p>nesse caso, é o sujeito da oração. Na alternativa III, o erro está na classificação da oração, que</p><p>não é adjetiva como afirma a questão, pois as orações subordinadas adjetivas são introduzi-</p><p>das por pronome relativo. Deve-se observar a presença da conjunção subordinativa temporal</p><p>“quando”, que é usada para iniciar a oração subordinada adverbial temporal.</p><p>Letra b.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>148 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>042. (IBFC/FARMACÊUTICO/EBSERH/2020) Leia com atenção a reportagem abaixo para</p><p>responder à questão.</p><p>A terceira edição da pesquisa Nossa Escola em (Re)Construção ouviu estudantes dos</p><p>ensinos fundamental e médio e mostrou que 64% deles “consideram importante” ter psicólogo</p><p>na escola para atendê-los.</p><p>Os jovens querem profissionais de psicologia na escola “tanto no apoio para lidar com</p><p>sentimentos, quanto para orientar sobre o que venham a fazer no futuro”.</p><p>“Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do futuro</p><p>deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de apoio</p><p>a educadores, que também esteve à frente da pesquisa.</p><p>A atuação permanente de psicólogos nas escolas está prevista em projeto de lei (PL)</p><p>aprovado pelo Congresso Nacional.</p><p>A pesquisa ouviu 258.680 estudantes, de 11 a 21 anos, de todo o Brasil. A maior parti-</p><p>cipação na pesquisa foi de estudantes da Região Sudeste (63,5%). A maioria passou a maior</p><p>parte da vida escolar em escolas públicas (93,4%), tinha de 15 a 17 anos (58%), é formada de</p><p>meninas (52%) e se define de cor parda (42%).</p><p>Fonte: https://www.metrojornal.com.br/foco/2019/11/30/maioriaestudantes-psicologo-escolas.html</p><p>Leia o trecho: “Há uma preocupação entre os alunos de que as escolas apoiem no desenho do</p><p>futuro deles”, destaca Tatiana Klix, diretora da Porvir, uma plataforma que produz conteúdos de</p><p>apoio a educadores,</p><p>fase</p><p>do acasalamento, em que as fêmeas precisam de sangue para garantir o desenvolvimento dos</p><p>ovos, ocorre a transmissão da doença.</p><p>Mantém-se a correção gramatical do período ao se substituir “em que” por na qual.</p><p>O pronome relativo está acompanhado da preposição por exercer a função de adjunto adver-</p><p>bial de tempo (as fêmeas precisam de sangue na fase do acasalamento). A substituição suge-</p><p>rida mantém a preposição e estabelece a concordância com o substantivo “fase”.</p><p>Certo.</p><p>011. (CESPE/ TÉCNICO EM REGULAÇÃO DE SAÚDE SUPLEMENTAR/ANS/2013) Uma vez</p><p>imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente em larvas, que dão origem às pupas, das quais</p><p>surge o adulto.</p><p>O emprego de preposição em “das quais” é exigido pela regência de “origem”.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>18 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>A preposição que acompanha um pronome relativo sempre é exigida por um termo posposto</p><p>a ele. No caso, é o verbo “surge”</p><p>Errado.</p><p>012. (CESPE/ASSISTENTE EM ADMINISTRAÇÃO/FUB/2013) A educação superior no Brasil</p><p>não pode ser discutida sem que se tenha presente o cenário e o contexto em que ela surgiu.</p><p>Caso expressão “em que” fosse substituída por o qual, seriam mantidas a correção e a coerên-</p><p>cia do texto.</p><p>A preposição “em” anteposta ao pronome relativo “que” é obrigatória, uma vez que, se substi-</p><p>tuirmos o pronome pelo referente, o resultado é ela surgiu no contexto. Sem a preposição, a</p><p>construção ficaria sem sentido.</p><p>Errado.</p><p>013. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013) “Pois há uma única coisa de que o próprio</p><p>Deus está privado: fazer que o que foi não tenha sido”.</p><p>A correção gramatical do texto seria preservada caso se eliminasse a preposição ‘de’.</p><p>A preposição anteposta ao pronome relativo é exigida pelo vocábulo “privado”. Se substituirmos</p><p>o pronome pelo referente, o resultado será o próprio Deus está privado de uma única coisa.</p><p>Errado.</p><p>2.4. uSo doS PronomeS “onde” e “cujo”</p><p>Vamos começar o estudo sobre o onde com duas questões:</p><p>014. (IADES/ANALISTA-DIREITO/SEAP-DF/2014) No período “Teodoro Freire punha o pilão</p><p>na rede em que dormia para disfarçar”, “em que” não poderia ser substituído por onde.</p><p>I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).</p><p>II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.</p><p>Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez</p><p>que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>19 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>estar no referente do pronome. Na questão, “em que” retoma “rede”, que é um lugar. A troca</p><p>por onde é permitida, e, por isso, o item é ERRADO (porque a questão afirma que a substituição</p><p>não pode ocorrer).</p><p>Errado.</p><p>015. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/MJ/2013) Marilena Chaui, filósofa</p><p>brasileira, afirma que, para a classe dominante brasileira (os “liberais”), democracia é o regime</p><p>da lei e da ordem. Para a filósofa, no entanto, a democracia é “o único regime político no qual</p><p>os conflitos são considerados o princípio mesmo de seu funcionamento”.</p><p>A expressão ‘no qual’ poderia ser substituída pelo vocábulo onde, sem prejuízo para a correção</p><p>e para as ideias do texto.</p><p>Com essas duas questões, você aprenderá duas lições ao mesmo tempo:</p><p>I – O pronome relativo “onde” é equivalente a em que (e a no qual, na qual, nos quais e nas quais).</p><p>II – O pronome relativo “onde” só pode retomar lugares.</p><p>Se você observar apenas a troca de um pronome por outro, ambas seriam possíveis, uma vez</p><p>que “onde” é equivalente a outro pronome relativo dotado da preposição em. Mas você precisa</p><p>estar no referente do pronome. Na questão, “no qual” retoma “regime político”, que não é um</p><p>lugar. A troca por onde é proibida e, por isso, o item é ERRADO.</p><p>Errado.</p><p>Veja outra questão:</p><p>016. (CESPE/ANALISTA TÉCNICO-ADMINISTRATIVO/MI/2013) Esse volume de investi-</p><p>mentos estrangeiros tende a permanecer forte com a aproximação de eventos internacionais</p><p>sediados no Brasil — como a Copa do Mundo (2014) e as Olimpíadas (2016) — e a exploração</p><p>do pré-sal, a faixa litorânea de oitocentos quilômetros entre o Espírito Santo e Santa Catarina</p><p>onde estão depositados petróleo (mais fino, de maior valor agregado) e gás a seis mil metros</p><p>abaixo de uma camada de sal no Oceano Atlântico.</p><p>Sem prejuízo gramatical ou alteração de sentido, o pronome “onde” (R.29) poderia ser substi-</p><p>tuído por no qual.</p><p>O pronome “onde” retoma “faixa litorânea”, que é feminino e singular. A correta substituição,</p><p>portanto, seria na qual.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>20 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Sabendo disso, você precisa, agora, conhecer a diferença entre as variações do pronome onde.</p><p>Esqueça aquele papo de parado/movimento. Você conhece a lógica da gramática! Basta ra-</p><p>ciocinar qual preposição cada verbo exige quando se quer incluir uma circunstância de lugar!</p><p>(4) A casa onde moramos será reformada. (o verbo morar pede a preposição em)</p><p>(5) A praia aonde ele vai está interditada. (o verbo ir pede a preposição a)</p><p>(6) O parque onde corro é arborizado. (o verbo correr pede a preposição em)</p><p>(7) A cidade de onde (ou donde) eles vêm possui 5 mil habitantes. (o verbo vir pede a preposição de)</p><p>(8) A estrada por onde passo está esburacada. (o verbo passar pede a preposição por)</p><p>Vamos falar agora sobre cujo. Você precisa reconhecer as características necessárias para o</p><p>uso deste pronome. Vou usar uma construção já citada neste PDF.</p><p>(9) O carro cujas portas estão amassadas é dele.</p><p>Características:</p><p>I – Sempre exprime a ideia de posse entre os termos anteposto e posposto ao pronome (basta</p><p>notar que a as portas são do carro). Por isso, o cujo sempre vem entre substantivos (ou termos</p><p>de natureza substantiva).</p><p>II – Por ser pronome relativo, retoma o termo anterior, mas sempre concorda com o termo pos-</p><p>terior (“cujas” concorda com “portas”).</p><p>III – Jamais pode ser seguido por artigo (o carro cujas as portas)</p><p>IV – Não possui substituto. A frase que recebe o pronome cujo é configurada para essa finalidade!</p><p>V – O cujo também pode ser preposicionado! Tudo depende da regência (assim como para</p><p>outros pronomes relativos). Veja exemplos:</p><p>(10) Esse é o país de cujas praias falamos. (falamos das praias do país)</p><p>(11) O seriado a cujos episódios me referi foi cancelado. (referi-me aos episódios do seriado).</p><p>Errado.</p><p>017. (IDECAN/PROFESSOR/SEARH-RN/2016) “Esse algo é a obra de arte cuja função não vai</p><p>ser apenas a de agradar, mas a de transmitir a mensagem daquela conivência”. Constituiria um</p><p>ERRO se o autor substituísse o excerto grifado por:</p><p>a) Esse algo é a obra de arte cujas as funções precisam ser estabelecidas.</p><p>b) Esse algo é a obra de arte em cuja função de agradar deve se crer.</p><p>c) Esse algo é a obra de arte por cujos caminhos deve se passar o artista incipiente.</p><p>d) Esse algo é a obra de arte a cuja função de agradar não se deve dar exclusiva preferência.</p><p>A presença do artigo após “cujas” constitui erro</p><p>que também esteve à frente da pesquisa. Assinale a alternativa incorreta.</p><p>a) O verbo “haver é impessoal.</p><p>b) A palavra “entre” é, morfologicamente, uma preposição.</p><p>c) A expressão “uma plataforma” é composta, respectivamente, por um artigo indefinido e um</p><p>substantivo.</p><p>d) Em “apoio a educadores”, a palavra “a” é uma preposição.</p><p>e) Em “que também esteve”, a palavra “que” é uma conjunção.</p><p>A questão pede a alternativa incorreta: letra E. O vocábulo “que”, nesse caso, é um pronome re-</p><p>lativo, usado para retomar “Tatiana Klix, diretora da Porvir”. Reescrevendo a oração, obtém-se:</p><p>Tatiana Klix, diretora da Porvir, também esteve à frente da pesquisa”.</p><p>Letra e.</p><p>043. (IBFC/SOLDADO/SAEB-BA/2020) Leia o texto abaixo para responder à questão.</p><p>Segurança</p><p>O ponto de venda mais forte do condomínio era a sua segurança. Havia as mais belas</p><p>casas, os jardins, os playgrounds, as piscinas, mas havia, acima de tudo, segurança. Toda a</p><p>área era cercada por um muro alto. Havia um portão principal com muitos guardas que controlavam</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>149 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>tudo por um circuito fechado de TV. Só entravam no condomínio os proprietários e visitantes</p><p>devidamente identificados e crachados. Mas os assaltos começaram assim mesmo. Os la-</p><p>drões pulavam os muros. Os condôminos decidiram colocar torres com guardas ao longo do</p><p>muro alto. Nos quatro lados. [...] Agora não só os visitantes eram obrigados a usar crachá. Os</p><p>proprietários e seus familiares também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar</p><p>para a guarda. Nem as babás. Nem os bebês. Mas os assaltos continuaram. Decidiram ele-</p><p>trificar os muros. Houve protestos, mas no fim todos concordaram. O mais importante era a</p><p>segurança. Quem tocasse no fio de alta tensão em cima do muro morreria eletrocutado. Se não</p><p>morresse, atrairia para o local um batalhão de guardas com ordens de atirar para matar. Mas</p><p>os assaltos continuaram.</p><p>Grades nas janelas de todas as casas. Era o jeito. Mesmo se os ladrões ultrapassassem</p><p>os altos muros, [...] não conseguiriam entrar nas casas. Todas as janelas foram engradadas.</p><p>Mas os assaltos continuaram. Foi feito um apelo para que as pessoas saíssem de casa o míni-</p><p>mo possível. Dois assaltantes tinham entrado no condomínio no banco de trás do carro de um</p><p>proprietário, com um revólver apontado para a sua nuca. Assaltaram acasa, depois saíram no</p><p>carro roubado, com crachás roubados. [...]</p><p>Foi reforçada a guarda. Construíram uma terceira cerca. As famílias de mais posses,</p><p>com mais coisas para serem roubadas, mudaram-se para uma chamada área de segurança</p><p>máxima. E foi tomada uma medida extrema. Ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém.</p><p>Visitas, só num local predeterminado pela guarda, sob sua severa vigilância e por curtos perío-</p><p>dos. E ninguém pode sair. Agora, a segurança é completa. Não tem havido mais assaltos. Nin-</p><p>guém precisa temer pelo seu patrimônio. Os ladrões que passam pela calçada só conseguem</p><p>espiar através do grande portão de ferro e talvez avistar um ou outro condômino agarrado às</p><p>grades da sua casa, olhando melancolicamente para a rua. [...]</p><p>Luis Fernando Veríssimo</p><p>Observe o enunciado extraído do texto: “Nem as babás. Nem os bebês”. Assinale a alternativa</p><p>que apresenta a correta classificação da conjunção em destaque.</p><p>a) coordenativa negativa.</p><p>b) coordenativa explicativa.</p><p>c) coordenativa conclusiva.</p><p>d) coordenativa aditiva.</p><p>e) coordenativa causal.</p><p>Os vocábulos apresentados apresentam ideia de adição: “Os proprietários e seus familiares</p><p>também. Não passava ninguém pelo portão sem se identificar para a guarda. Nem as babás.</p><p>Nem os bebês. Ao reescrever a expressão, pode-se obter, por exemplo, a oração: “Os proprietários</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>150 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>e seus familiares, as babás e os bebês não podiam passar pelo portão sem se identificar para</p><p>a guarda.”</p><p>Letra d.</p><p>044. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)</p><p>No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma</p><p>de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcio-</p><p>nário-autoridade e a lei universal. Geralmente, isso se dá quando as motivações profundas de</p><p>ambas as partes são conhecidas; ou imediatamente, quando ambos descobrem um elo em co-</p><p>mum banal (torcer pelo mesmo time) ou especial (um amigo comum, uma instituição pela qual</p><p>ambos passaram ou o fato de se ter nascido na mesma cidade). A verdade é que a invocação</p><p>da relação pessoal, da regionalidade, do gosto, da religião e de outros fatores externos àquela</p><p>situação poderá provocar uma resolução satisfatória ou menos injusta. Essa é a forma típica</p><p>do “jeitinho”. Uma de suas primeiras regras é não usar o argumento igualmente autoritário, o</p><p>que também pode ocorrer, mas que leva a um reforço da má vontade do funcionário. De fato,</p><p>quando se deseja utilizar o argumento da autoridade contra o funcionário, o jeitinho é um ato</p><p>de força que no Brasil é conhecido como o “Sabe com quem está falando?”, em que não se</p><p>busca uma igualdade simpática ou uma relação contínua com o agente da lei atrás do balcão,</p><p>mas uma hierarquização inapelável entre o usuário e o atendente. De modo que, diante do “não</p><p>pode” do funcionário, encontra-se um “não pode do não pode” feito pela invocação do “Sabe</p><p>com quem você está falando?”. De qualquer modo, um jeito foi dado. “Jeitinho” e “Você sabe</p><p>com quem está falando?” são os dois polos de uma mesma situação. Um é um modo harmo-</p><p>nioso de resolver a disputa; o outro, um modo conflituoso e direto de realizar a mesma coisa. O</p><p>“jeitinho” tem muito de cantada, de harmonização de interesses opostos, tal como quando uma</p><p>mulher encontra um homem e ambos, interessados num encontro romântico, devem discutir a</p><p>forma que o encontro deverá assumir. O “Sabe com quem está falando?”, por seu lado, afirma</p><p>um estilo em que a autoridade é reafirmada, mas com a indicação de que o sistema é escalo-</p><p>nado e não tem uma finalidade muito certa ou precisa. Há sempre outra autoridade, ainda mais</p><p>alta, a quem se poderá recorrer. E assim as cartas são lançadas.</p><p>(DAMATTA, Roberto. O modo de navegação social: a malandragem e o “jeitinho”. O que faz o brasil, Brasil? Rio de</p><p>Janeiro: Rocco, 1884. P79-89, (Adaptado).</p><p>No trecho “A verdade é que a invocação da relação pessoal”, aponta-se uma “verdade” que se</p><p>propõe inquestionável. Esse sentido é atribuído em função do seguinte recurso linguístico:</p><p>a) a conjunção “que”.</p><p>b) a ausência de vírgulas.</p><p>c) o primeiro artigo definido.</p><p>d) a omissão do sujeito.</p><p>A presença do artigo definido “A” indica que há uma verdade já determinada.</p><p>Letra c.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>151 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>045. (IBFC/SOCIÓLOGO/PREF. DIVINÓPOLIS-MG/2018)</p><p>No Brasil, entre o “pode” e o “não pode”, encontramos um “jeito”, ou seja, uma forma</p><p>de conciliar todos os interesses, criando uma relação aceitável entre o solicitante, o funcio-</p><p>gramatical. Nas demais alternativas, a presen-</p><p>ça da preposição anteposta ao pronome relativo é exigida por verbos pospostos (na letra b, a</p><p>preposição “em” é exigida pelo verbo “crer”; na letra c, a preposição “por” é exigida pelo verbo</p><p>“passar”; na letra d, a preposição “a” é exigida pelo verbo “dar”).</p><p>Letra a.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>21 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>3. aS oraçõeS reduzIdaS</p><p>Na língua portuguesa, existem as famosas orações reduzidas. Duas características funda-</p><p>mentais as marcam:</p><p>I – A presença de uma forma nominal do verbo (infinitivo, particípio ou gerúndio);</p><p>II – Não são iniciadas por conjunções ou pronomes relativos.</p><p>As orações subordinadas substantivas se reduzem apenas com verbos no infinitivo. Veja:</p><p>Já as orações adjetivas podem se reduzir com verbos no infinitivo, no particípio ou</p><p>no gerúndio.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>22 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>4. Bloco II: adverBIaIS x coordenadaS</p><p>Nesta seção, fecharemos o período composto da língua portuguesa! Claro que, nas gramá-</p><p>ticas, há muito mais acerca do assunto. Todavia, você não adquiriu este material para aprender</p><p>tudo, mas para aprender o que cai. Você se lembra das nossas primeiras conversas? Meu pri-</p><p>meiro objetivo não é ensinar a você gramática, mas ensinar a você como resolver questões de</p><p>gramática! Eu quero que você se torne uma máquina de destruição em massa de itens e ques-</p><p>tões! Eu quero que língua portuguesa deixe de ser seu entrave, e passe a ser seu diferencial.</p><p>Sabe por que eu quis relembrar toda essa conversa inicial? Porque vamos, agora, falar so-</p><p>bre orações subordinadas adverbiais e orações coordenadas. Eu poderia passar o PDF inteiro</p><p>ensinando como identificar e classificar orações (o que ensinarei), mas preciso dar prioridade</p><p>ao que aparece em provas. O assunto deste módulo é muito importante, mas o seu principal</p><p>foco será:</p><p>• Identificação de conjunções.</p><p>• Semântica oracional.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>23 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Essa é a parte que despenca em provas (em todas as bancas). E, para começar, já preciso</p><p>fazer um alerta: se você ainda não leu esta tabela.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>24 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Obs.: � Parte escura: conjunções coordenativas.</p><p>� Parte clara: conjunções subordinativas adverbiais.</p><p>� 1: é muito comum em provas que conjunções causais sejam usadas em orações com</p><p>semântica explicativa, e vice-versa.</p><p>� 2: sempre estudar as semânticas causais, consecutivas e concessivas juntas!</p><p>�� e : Comparar (adversativas com concessivas; condicionais com temporais)</p><p>� Conjunções em negrito: estudar com atenção! Costumam confundir, por serem seme-</p><p>lhantes.</p><p>Pare tudo, volte ao PDF 1 (também vou colocar outra ao fim deste) e faça uma leitura aten-</p><p>ta dela! Sem ela, seu caminho ao longo do PDF 10 será árduo (em alguns casos, impossível);</p><p>com ela, tudo será muito mais fácil! Você tem a responsabilidade de memorizá-la, tudo bem?</p><p>No PDF anterior, uni as orações subordinadas substantivas às adjetivas, pois elas possuem</p><p>algo em comum: o que. Por trás deste também há uma justificativa didática: tanto as orações</p><p>subordinadas adverbiais quanto as coordenadas são classificadas de acordo com critérios</p><p>semânticos (o sentido que elas oferecem ao período), e ambas apresentam conjunções do-</p><p>tadas de sentido. Por esse motivo, as questões sobre esses dois tipos de oração são muito</p><p>semelhantes.</p><p>018. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-ES/2013) De acordo com o estudo A Cor</p><p>dos Homicídios no Brasil, desenvolvido pelo coordenador da área de estudos da violência da</p><p>Faculdade Latino-Americana no Rio de Janeiro, de 2001 a 2010, enquanto o índice de mortali-</p><p>dade entre jovens brancos no país caiu 27,1%.</p><p>O termo “enquanto”, que expressa, no texto, circunstância de conformidade, poderia ser subs-</p><p>tituído, coerentemente, por como.</p><p>Veja que a banca nem faz questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordina-</p><p>da. Você precisa saber o sentido da oração e a conjunção adequada. A questão está errada,</p><p>pois “enquanto” é uma conjunção temporal (e não conformativa) e não poderia ser substituída</p><p>por “como”.</p><p>Errado.</p><p>019. (CESPE/ANALISTA ADMINISTRATIVO/TCE-SC/2016) O fenômeno da corrupção, em</p><p>virtude de sua complexidade e de seu potencial danoso à sociedade, exige, além de uma atu-</p><p>ação repressiva, também uma ação preventiva do Estado. Portanto, é preciso estimular</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>25 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>a integridade no serviço público, para que seus agentes sempre atuem, de fato, em prol do</p><p>interesse público.</p><p>Seria mantida a correção gramatical do texto se o vocábulo “Portanto” fosse substituído por</p><p>Por conseguinte.</p><p>Você notou o quanto a estrutura das duas questões é parecida? Veja que a banca nem faz</p><p>questão de que você saiba se a oração é coordenada ou subordinada. Você precisa saber o</p><p>sentido da oração e a conjunção adequada. A questão está certa, pois tanto a conjunção “por-</p><p>tanto” quanto “por conseguinte” possuem valor conclusivo. Se você fez uso da tabela, notou</p><p>pelas cores que a primeira diz respeito às orações subordinadas adverbiais, ao passo que a</p><p>segunda, às coordenadas. Aqui comparei duas questões do Cespe, mas é assim que cai em</p><p>praticamente todas as bancas. Lógico que nem todas serão fáceis assim – ainda mais com a</p><p>tabela na mão –, mas essa é a essência do assunto em provas de concursos.</p><p>Certo.</p><p>Além disso, neste PDF também discutirei como funciona a pontuação nesses dois grupos</p><p>oracionais (assim como fiz no PDF anterior), mas, novamente, vamos retornar ao que vimos</p><p>em pontuação do período simples. Você se lembra de que estudamos a pontuação dos adjun-</p><p>tos adverbiais? O que ocorre com as orações subordinadas adverbiais é semelhante. Já a pon-</p><p>tuação das coordenadas apresenta algumas novidades, mas nada que você não vá aprender</p><p>com facilidade. Vamos juntos?</p><p>4.1. oraçõeS SuBordInadaS adverBIaIS</p><p>As orações subordinadas adverbiais se comportam como adjuntos adverbiais oracio-</p><p>nais. Quando desenvolvidas, apresentam conjunções subordinativas adverbiais. A estrutura</p><p>do período é</p><p>ORAÇÃO PRINCIPAL + ORAÇÃO SUBORDINADA ADVERBIAL __________________6.</p><p>Existem nove tipos de orações subordinadas</p><p>adverbiais. Vamos a elas.</p><p>4.1.1. Causais: Expressam uma Causa em Relação à OP</p><p>6 A classificação de uma oração subordinada adverbial está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>26 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>4.1.2. Consecutivas: Expressam uma Consequência em Relação à OP</p><p>Obs.: � Você precisa ter algo em mente: causa e consequência são relações complemen-</p><p>tares! Onde há causa, há consequência (e vice-versa). A oração que é classificada</p><p>como subordinada adverbial é a que possui a conjunção subordinativa adverbial (ou</p><p>a que está reduzida por alguma forma nominal, conforme veremos adiante), ao passo</p><p>que a outra é a oração principal. Não pense, por favor, que há duas subordinadas ao</p><p>mesmo tempo!</p><p>4.1.3. Concessivas: Expressam uma Concessão em Relação à OP</p><p>Obs.: � Você sabe o que é uma concessão? Gramaticalmente falando, significa que algo acon-</p><p>tecerá, independentemente de haver uma causa para isso. Na oração acima, podemos</p><p>perceber isso. Por uma lógica simples, pensamos que se alguém estuda muito, em</p><p>algum momento, saberá tudo. Mas a concessão representa essa ruptura da lógica.</p><p>Por isso, aconselho que você estude a causa, a consequência (lógicas) e a concessão</p><p>(ruptura da lógica) juntas! Assim, é mais fácil entender e memorizar!</p><p>4.1.4. Comparativas: Oferecem uma Comparação em Relação à OP</p><p>Obs.: � Notou que há apenas um verbo no período 4? Nas comparativas, o segundo verbo vem</p><p>implícito (aquele servidor trabalhou menos do que este trabalhou). Além disso, cabe</p><p>ressaltar que a contração “do” é facultativa!</p><p>4.1.5. Condicionais: Oferecem uma Condição em Relação à OP</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>27 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Obs.: � Cuidado para não confundir uma causal com uma condicional. Nas causais, apresen-</p><p>ta-se um fato que gerou outro (como, por exemplo, em ele não poderá dirigir porque</p><p>bebeu demais). Em uma condicional, não há ainda um fato consumado, mas uma situ-</p><p>ação hipotética.</p><p>4.1.6. Conformativas: Oferecem uma Conformidade em Relação à OP</p><p>4.1.7. Finais: Oferecem uma Finalidade em Relação à OP</p><p>4.1.8. Proporcionais: Oferecem uma Proporção em Relação à OP</p><p>4.1.9. Temporais: Oferecem o Tempo em Relação à OP</p><p>020. (CESPE/TÉCNICO/MPU/2013) Uma legislação que tenha hoje 70 anos de vigência en-</p><p>trou em vigor muito antes do lançamento do primeiro computador pessoal e do início da his-</p><p>tórica revolução imposta pela tecnologia digital. Isso não seria problema se esse não fosse o</p><p>caso da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destinada a regular um dos universos mais</p><p>impactados por esta revolução, o das relações trabalhistas.</p><p>A conjunção “se” tem valor condicional na oração em que está inserida.</p><p>É uma questão que envolve a análise do texto. Ele fala que o fato de uma legislação vigorar há</p><p>70 anos não seria um problema, mediante uma condição: desde que não fosse a Consolidação</p><p>das Leis de Trabalho (CLT).</p><p>Certo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>28 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>021. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJDFT/2013) Mesmo com os avanços na área de segu-</p><p>rança, os crimes virtuais, ou cibercrimes, continuam causando muitos problemas financeiros,</p><p>como mostrou um estudo feito pela empresa de segurança Norton no ano de 2012.</p><p>O sentido original e a correção gramatical do texto seriam mantidos, caso a expressão “Mes-</p><p>mo com os” fosse substituída por A despeito dos.</p><p>Essa é uma questão que quer avaliar seu conhecimento acerca das conjunções. Primeiramen-</p><p>te, é preciso entender que o trecho “mesmo com os avanços na área de segurança” possui va-</p><p>lor concessivo, pois, se considerarmos os critérios lógicos, o ideal seria que, com avanços na</p><p>área de segurança, os crimes virtuais diminuíssem. Logo, notamos a ruptura da lógica. Agora,</p><p>recorra à tabela: a despeito dos também possui valor concessivo. Faço uma pergunta: alguma</p><p>vez na vida você já usou um a despeito dos? Boa parte das pessoas responderão que não. E</p><p>essa questão caiu em uma prova de nível médio. Então, decore as conjunções!</p><p>Certo.</p><p>022. (CESPE/ANALISTA/MPU/2013) Essa blasfêmia contra a razão e a fé, contra a civiliza-</p><p>ção e a humanidade, é a filosofia da miséria; executada, não faria senão inaugurar a organiza-</p><p>ção da miséria.</p><p>Não haveria prejuízo para o sentido original nem para a correção gramatical do texto caso se</p><p>inserisse quando ou se for imediatamente antes de “executada”.</p><p>MUITO CUIDADO COM ESSA QUESTÃO! Gramaticalmente, quero que você perceba que tanto</p><p>quando como se for se encaixam perfeitamente na sentença. O problema está no sentido.</p><p>Compare comigo esses dois períodos:</p><p>• Se você vier, ganhará um presente.</p><p>• Quando você vier, ganhará um presente.</p><p>O sentido é bem diferente, né? Na primeira, ir é uma possibilidade. Na segunda, ir é uma certe-</p><p>za, é só uma questão de tempo. Nesses exemplos simples, é fácil enxergar. Mas, em um texto</p><p>de Ruy Barbosa, isso não é mais tão evidente. Por isso, saiba: essa troca de conjunções de</p><p>semânticas diferentes altera o sentido do texto, mesmo que não prejudique a correção.</p><p>Errado.</p><p>023. (CESPE/ANALISTA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/TCE-RO/2013) É assim que</p><p>funciona o Square, sistema de pagamentos em uso nos Estados Unidos da América. Ele, hoje, é</p><p>uma das maiores referências em pagamentos por celular. É aceito em 200 mil estabelecimen-</p><p>tos, entre restaurantes, bares, cafés, salões de beleza, spas, lojas e até agências funerárias.</p><p>Para usá-lo, o cliente precisa instalar um programa no celular.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>29 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Sem prejuízo para o sentido original do texto, o vocábulo “Para” poderia ser corretamente subs-</p><p>tituído por Caso, se o trecho “usá-lo” fosse, por sua vez, substituído por o usasse.</p><p>No trecho original, é possível entender que é preciso instalar um programa no celular se al-</p><p>guém tiver a finalidade de usar o Square. Caso possui valor condicional.</p><p>Errado.</p><p>024. (CESPE/ASSISTENTE SOCIAL/SUFRAMA/2014) Com efeito, a habitação em cidades é</p><p>essencialmente antinatural, associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida</p><p>em que esses se opõem à natureza.</p><p>Sem prejuízo do sentido original do texto, a expressão “na medida em que” poderia ser substi-</p><p>tuída por à medida que.</p><p>Faça uma visita à tabela de conectivos. “Na medida em que” é uma conjunção causal, equi-</p><p>valente a porque, pois. “À medida que” possui valor proporcional. Cotidianamente, é muito</p><p>comum ouvir pessoas empregando uma em vez da outra. Tome muito cuidado!</p><p>Errado.</p><p>025. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TJDFT/2013) O problema é que, na transmissão, pode</p><p>haver um espião conectado</p><p>à rede, interessado em bisbilhotar a comunicação para obter os</p><p>dados pessoais e, principalmente, o número do cartão de crédito do comprador. Para evitar a</p><p>espionagem, as lojas virtuais utilizam a criptografia por meio de um método conhecido como</p><p>protocolo de chave pública.</p><p>A oração “Para evitar a espionagem” denota a finalidade da utilização do protocolo de chave</p><p>pública pelas lojas virtuais.</p><p>Pelos sentidos do texto, é possível entender que se usa o protocolo de chave pública (um mé-</p><p>todo de criptografia) com um objetivo, finalidade: evitar a espionagem.</p><p>Certo.</p><p>4.1.10. A Pontuação nas Orações Subordinadas Adverbiais</p><p>Cunha (2008) diz que se emprega a vírgula “para separar orações subordinadas adverbiais,</p><p>principalmente quando estão antepostas à principal”. De fato, há consenso entre os gramáti-</p><p>cos quanto à obrigatoriedade da vírgula quando a oração adverbial está deslocada (conforme</p><p>vimos nos exemplos 3, 5, 6, 8 e 9). Quando não estão deslocadas, a vírgula é, para alguns gra-</p><p>máticos, facultativa (os mais modernos); para outros, obrigatória (os mais antigos). Apesar da</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>30 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>polêmica, sugiro que você acompanhe os modernos. Detalhe importante: consecutivas (como</p><p>em 2) e comparativas (como em 4) não costumam receber vírgulas (basta experimentar para</p><p>sentir a estranheza).</p><p>4.1.11 As Orações Subordinadas Adverbiais Reduzidas</p><p>As orações subordinadas adverbiais podem se reduzir em infinitivo, particípio ou gerúndio.</p><p>Nesses casos, nem sempre haverá o auxílio da conjunção para que você defina a classificação</p><p>da oração. Sua obrigação será identificar a relação semântica entre as partes.</p><p>• Infinitivo</p><p>− De tanto dormir, ele perdeu o ônibus. (causal)</p><p>− Aquela cena emocionou a ponto de arrancar lágrimas do público. (consecutiva)</p><p>− Apesar de gastar muito, ele consegue economizar. (concessiva)</p><p>− Sem comer, você não melhorará. (condicional)</p><p>− Ela malha para ficar com a saúde perfeita. (final)</p><p>− Antes de comer, lave as mãos. (temporal)</p><p>• Particípio</p><p>− Chocado com a notícia, ele começou a gritar. (causal)</p><p>− Mesmo vencido, comi o queijo. (concessiva)</p><p>− Terminado o jogo, a torcida comemorou. (temporal)</p><p>• Gerúndio</p><p>− Ela não saiu de casa, temendo um temporal. (causal)</p><p>− Mesmo ganhando pouco, conseguiu comprar a casa própria. (concessiva)</p><p>− Falando com carinho, ele aceitará. (condicional)</p><p>− Fui assaltado, saindo de casa. (temporal)</p><p>4.2. oraçõeS coordenadaS</p><p>As orações coordenadas são entendidas como sintaticamente independentes entre si (por</p><p>isso, não há mais uma oração principal). Essa independência entre elas permite, por exemplo,</p><p>o emprego de ponto final ou ponto e vírgula entre elas (o que não ocorre nas subordinadas).</p><p>As orações coordenadas se conectam exclusivamente por semântica. A estrutura do período é</p><p>ORAÇÃO COORDENADA ASSINDÉTICA + ORAÇÃO COORDENADA SINDÉTICA ____________7.</p><p>As palavras “sindética” e “assindética” são originárias de síndeto, que quer dizer conectivo.</p><p>Portanto, as assindéticas são as orações desprovidas de conectivos, ao passo que as sindé-</p><p>ticas, não.</p><p>Existem cinco tipos de orações coordenadas sindéticas. Vamos a eles.</p><p>7 A classificação de uma oração coordenada sindética está baseada na carga semântica oferecida por ela ao período.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>31 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>4.2.1. Aditivas</p><p>Obs.: � As orações aditivas, via de regra, não podem ser separadas por vírgula. Todavia, se as</p><p>orações ligadas por conjunção aditiva apresentarem sujeitos diferentes, uma vírgula</p><p>pode ser inserida.</p><p>EXEMPLO</p><p>Ele chegou, e ela se jogou no sofá.</p><p>4.2.2. Adversativas</p><p>Obs.: � Você percebeu a semelhança entre os períodos 3 e 11? Cuidado! Os sentidos são pare-</p><p>cidos, mas as estruturas gramaticais são diferentes! E isso já foi assunto de prova!</p><p>026. (CESPE/PROFESSOR/SEE-AL/2013) Segundo a avaliação do movimento Todos pela</p><p>Educação, o PNE a ser aprovado perpassa os pontos principais da educação no país, mas</p><p>ainda deixa arestas.</p><p>A forma “mas” poderia ser substituída por embora, sem prejuízo para a correção gramatical e</p><p>para os sentidos originais do texto.</p><p>As conjunções pertencem a estruturas oracionais diferentes. Para que houvesse correção gra-</p><p>matical, ao trocar o “mas” por embora, seria necessário alterar o verbo, de “deixa” para deixe.</p><p>Obs.: � A conjunção “e” pode ser usada como adversativa!</p><p>EXEMPLO</p><p>Ele correu, e não cansou.</p><p>Isso também já apareceu em prova.</p><p>Errado.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>32 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>027. (CESPE/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/PRF/2013) Leio que a ciência deu agora</p><p>mais um passo definitivo. É claro que o definitivo da ciência é transitório, e não por deficiência</p><p>da ciência (é ciência demais), que se supera a si mesma a cada dia... Não indaguemos para</p><p>que, já que a própria ciência não o faz — o que, aliás, é a mais moderna forma de objetividade</p><p>de que dispomos.</p><p>Mantendo-se a correção gramatical e a coerência do texto, a conjunção “e”, em “e não por de-</p><p>ficiência da ciência”, poderia ser substituída por mas.</p><p>Note que, pela semântica textual, podemos entender que a informação “e não por deficiência</p><p>da ciência” é adversa ao fato de o definitivo da ciência ser transitório (isso ocorre porque existe</p><p>ciência demais, “que se supera a si mesma a cada dia”. A conjunção “e”, nesse caso, é adver-</p><p>sativa, e pode ser substituída por mas.</p><p>Obs.: � A conjunção “mas” é adversativa; no entanto, mas também é aditiva!</p><p>EXEMPLO</p><p>Ele ouviu mas também copiou tudo.</p><p>Certo.</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>33 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Adendo: é preciso ter muito cuidado com o esquema de pontuação das orações adversativas!</p><p>Caso 1: com a conjunção “mas”, existem as seguintes possibilidades:</p><p>P1: Você estuda muito, mas nunca saberá tudo.</p><p>P2: Você estuda muito; mas nunca saberá tudo.</p><p>P3: Você estuda muito. Mas nunca saberá tudo.</p><p>Obs.: � Não é permitida a colocação de uma vírgula após “mas”. Porém, tenha atenção para</p><p>construções como “você estuda muito, mas, definitivamente, nunca saberá tudo”, pois</p><p>a vírgula após “mas” foi empregada para isolar o adjunto adverbial, e não para separar a</p><p>conjunção.</p><p>Caso 2: com as demais conjunções adversativas:</p><p>Nos três primeiros casos, a conjunção está em sua posição original. Nos três últimos,</p><p>deslocada.</p><p>4.2.3. Alternativas</p><p>EXEMPLO</p><p>(2) Ora você estuda, ora você trabalha.</p><p>Veja que as duas orações apresentam conjunção alternativa. Portanto, as duas são classi-</p><p>ficadas como sindéticas. Além disso, neste tipo de período, o emprego da vírgula é obrigatório.</p><p>4.2.4. Conclusivas</p><p>EXEMPLO</p><p>(3) Ela possui boa formação, por conseguinte conseguirá um bom emprego.</p><p>Obs.: � A pontuação das orações coordenadas conclusivas segue o mesmo esquema apre-</p><p>sentado sobre o caso 2 das orações coordenadas adversativas.</p><p>� A conjunção “pois”, quando deslocada, é conclusiva!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>34 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>4.2.5. Explicativas</p><p>EXEMPLO</p><p>(4) Pratique o amor, porque ele é a cura.</p><p>Obs.: � As orações subordinadas explicativas são sempre separadas por vírgula.</p><p>ADENDO: A diferença entre orações subordinadas adverbiais causais e orações coordena-</p><p>das sindéticas explicativas.</p><p>Essa é uma parte do assunto que costuma assustar quem estuda língua portuguesa.</p><p>Antes de traçarmos as diferenças, quero que você tenha duas informações em mente:</p><p>• Essa diferença cai pouco em provas.</p><p>• As orações causais e explicativas compartilham praticamente das mesmas conjun-</p><p>ções.</p><p>028. (CESPE/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/ANS/2013) A fiscalização do cumprimento das</p><p>garantias de atendimento é uma forma eficaz de se certificar o beneficiário da assistência por</p><p>ele contratada, pois leva as operadoras a ampliarem o credenciamento de prestadores e a me-</p><p>lhorarem o seu relacionamento com o cliente.</p><p>Mantêm-se a correção gramatical do período e suas informações originais ao se substi-</p><p>tuir o termo “pois” por qualquer um dos seguintes: já que, uma vez que, porquanto.</p><p>A sua missão em uma questão assim não é diferenciar se a conjunção empregada é causal</p><p>ou explicativa. Tentar fazer essa descoberta, nesta situação, é perda de tempo! Quando uma</p><p>questão vier assim, olhe, simultaneamente, para as conjunções causais e explicativas da tabe-</p><p>la. Trate-as como se fosse um grupo só, tudo bem?</p><p>Certo.</p><p>Mas, na questão que acabei de apresentar, a oração iniciada por “pois” é coordenada expli-</p><p>cativa. Chegou a hora de entender o porquê.</p><p>Veja a estrutura abaixo:</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>35 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Eu lhe faço uma pergunta bem direta: em qual das duas possibilidades você consegue</p><p>perceber que algo aconteceu primeiro, e outra coisa depois? Apenas na primeira! Note que, pri-</p><p>meiro, ela estudou com antecedência e, em seguida, foi aprovada no concurso. Logo, estudar é</p><p>a causa. O mesmo não se nota na segunda possibilidade. Aliás, se analisarmos em uma lógica</p><p>temporal, a aprovação veio primeiro, e o ato de trabalhar naquele órgão é posterior e serve</p><p>apenas como uma confirmação, uma explicação para a aprovação dela. Assim, sabemos que</p><p>a primeira possibilidade representa uma oração subordinada adverbial causal, ao passo que a</p><p>segunda é uma oração coordenada sindética explicativa.</p><p>O maior erro que você pode cometer é comparar causa com explicação (e é o que a maioria</p><p>faz). Você deve analisar causa com consequência, buscando entender se há um evento que</p><p>provoca outro. Se não houver, a tendência é que seja uma explicação.</p><p>Serei ainda mais objetivo:</p><p>Quando há causa: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta algo que, temporal-</p><p>mente, aconteceu primeiro e provocou ou deu origem o que está na oração principal.</p><p>EXEMPLO</p><p>A rua está interditada, porque as obras começaram hoje cedo.</p><p>Quando há explicação: quando a oração iniciada pela conjunção apresenta uma confirma-</p><p>ção, um esclarecimento (que, temporalmente, aconteceu depois do que está na outra oração)</p><p>ou é usada para justificar uma ordem (verbos no imperativo).</p><p>EXEMPLO</p><p>As leis brasileiras são frágeis, porque muitos delinquentes estão nas ruas.</p><p>Estude, porque seu futuro depende disso.</p><p>Por isso, a conjunção apresentada na questão acima introduz uma oração de natureza</p><p>explicativa, pois a fiscalização é uma forma eficaz, pois, posteriormente, leva as operadoras a</p><p>ampliarem o credenciamento. Viu como é simples?</p><p>Uma informação importante: enquanto as orações subordinadas adverbiais causais po-</p><p>dem ser separadas por vírgula, as orações explicativas devem.</p><p>Último ponto: esse quadro sintetiza o que é a diferença entre causa e explicação (e como</p><p>isso aparece em provas, quando aparece). Mas saiba que esse assunto é muito mais extenso e</p><p>gera muitos estudos acadêmicos (eu mesmo tive a oportunidade de pesquisar sobre em meus</p><p>percursos universitários). Mas recomendo a você que se atenha ao que cai em provas!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>36 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>Adendo: a conjunção “pois”.</p><p>Já falamos um pouco sobre isso, mas não custa frisar:</p><p>Quando a conjunção “pois” aparece no início da oração, possui valor causal ou explicativo.</p><p>EXEMPLOS</p><p>Trabalhe com seriedade, porque o desemprego está crescendo.</p><p>Quando a conjunção “pois” estiver deslocada dentro da oração, possui valor conclusivo.</p><p>Está muito frio; vista, pois, um casaco.</p><p>029. (CESPE/SECRETÁRIO ESCOLAR/SEE-AL/2013) Às vezes, esse profissional é a ponte</p><p>entre aqueles que tomam decisões gerenciais e os que executarão tais decisões; muitas vezes,</p><p>porém, ele toma decisões e executa tarefas relevantes e decisivas. É, pois, nesse momento,</p><p>verdadeiro assessor, função que exige competências básicas bem específicas e formação vol-</p><p>tada essencialmente para questões educacionais.</p><p>O termo “pois” explicita uma relação sintática de conclusão.</p><p>Você percebeu que a conjunção está deslocada? Logo, possui valor conclusivo.</p><p>Certo.</p><p>030. (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/STF/2013) O passado jamais pode ser objeto de esco-</p><p>lha: ninguém escolhe ter havido o saque de Troia; com efeito, a deliberação não se refere ao</p><p>passado, mas ao futuro e ao contingente, pois o passado não pode não ter sido.</p><p>Seriam mantidos o sentido e a correção gramatical do texto, caso o termo portanto substitu-</p><p>ísse “pois”.</p><p>“Portanto” é uma conjunção conclusiva, mas o “pois” que aparece no texto não está deslocado.</p><p>Por isso, a substituição é proibida.</p><p>Errado.</p><p>O que cai, Elias?</p><p>Minhas recomendações para você arrebentar na prova:</p><p>• DECORE AS CONJUNÇÕES (e as semânticas associadas a elas);</p><p>• Cuidado com o QUE;</p><p>• Veja com amor os casos de pontuação.</p><p>Com essas ideias na cabeça, você não perderá nenhuma questão!</p><p>O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para FRANCISCO HELDER CRUZ DE SOUSA - , vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,</p><p>a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>https://www.grancursosonline.com.br</p><p>37 de 187www.grancursosonline.com.br</p><p>Morfossintaxe do Período Composto</p><p>GRAMÁTICA</p><p>Elias Santana</p><p>QUESTÕES DE CONCURSO</p><p>001. (VUNESP/SECRETÁRIO DE ESCOLA/PREF. ESTÂNCIA TURÍSTICA DE GUARATINGUE-</p><p>TÁ/2019) Considere a seguinte passagem do texto para responder à questão.</p><p>Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva, as evidências até aqui colhidas sugerem</p><p>que a proliferação dos meios digitais pode ter impactos sobre a formação do cérebro leitor.</p><p>A oração “Embora seja cedo para qualquer conclusão definitiva…” estabelece, em relação ao</p><p>restante do período, relação com sentido de</p><p>a)</p>