Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

<p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/21</p><p>ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A</p><p>PROFISSÃO</p><p>AULA 3</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/21</p><p>Prof.ª Dayse Mendes</p><p>CONVERSA INICIAL</p><p>Olá! Nesta aula, seguiremos conhecendo quais são as muitas áreas de atuação do Engenheiro de</p><p>Produção. Já sabemos que o Engenheiro de Produção, por suas competências diferenciadas, pode</p><p>resolver problemas, os mais diversos possíveis, tais como: o projeto e o desenvolvimento de novos</p><p>produtos (bens ou serviços); a gestão das organizações entendidas como sistemas produtivos; a</p><p>análise econômica da tomada de decisão nos sistemas produtivos; a gestão da segurança no trabalho,</p><p>assim como a engenharia de aspectos socioambientais de uma organização.</p><p>TEMA 1 – ENGENHARIA DO PRODUTO</p><p>Toda organização atende a algum tipo de necessidade da sociedade. Assim, precisa desenvolver</p><p>novos produtos que atendam a essas necessidades. Esse desenvolvimento é mais uma das atividades</p><p>que o Engenheiro de Produção pode exercer, já que ele pode se responsabilizar pelo</p><p>desenvolvimento e pela manutenção da operação do produto. Para tanto, ele precisa dominar as</p><p>ações relativas ao desenvolvimento de novos produtos, assim como o</p><p>conjunto de ferramentas e processos de projeto, planejamento, organização, decisão e execução</p><p>envolvidas nas atividades estratégicas e operacionais de desenvolvimento de novos produtos,</p><p>compreendendo desde a concepção até o lançamento do produto e sua retirada do mercado com a</p><p>participação das diversas áreas funcionais da empresa. (Abepro, 2019)</p><p>1.1 GESTÃO DO DESENVOLVIMENTO DE PRODUTO</p><p>Há uma grande demanda da sociedade pelo desenvolvimento de novos produtos, aumentando</p><p>assim a necessidade de se melhorar continuamente a eficácia dos processos para se desenvolver</p><p>esses novos produtos. Para se melhorar esse processo, é necessário gerenciá-lo. Mesmo com uma</p><p>gestão consistente, é possível que o novo produto não tenha o sucesso esperado inicialmente, seja</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 3/21</p><p>pelos custos elevados, seja pela demora em seu lançamento, seja pela falta de mercado (Amaral et al.,</p><p>2006).</p><p>Por outro lado, para as organizações, o desenvolvimento de um novo produto é fundamental, já</p><p>que assim a empresa pode alcançar novos níveis de vantagem competitiva e de lucratividade.</p><p>Figura 1 – Gestão de desenvolvimento de produto</p><p>Crédito: Rassco / Shutterstock.</p><p>O desempenho do PDP – Processo de Desenvolvimento de Produtos depende de como está</p><p>sendo gerenciado em termos de estratégias, de organização e de controle do processo. Os</p><p>responsáveis pelo PDP da empresa devem conhecer os objetivos estratégicos gerais da organização,</p><p>de forma a sustentá-los numa gestão estratégica de PDP e, ao mesmo tempo, transformar os grandes</p><p>objetivos organizacionais em ações operacionais, passando de planos e ideias para o produto real.</p><p>Assim, também há ações de gestão operacional do PDP, que se ocupa</p><p>do planejamento e controle das atividades rotineiras de desenvolvimento, tais como o</p><p>mapeamento dos requisitos dos clientes, os requisitos do projeto, a definição das especificações do</p><p>produto e dos materiais, a realização de avaliações, a construção dos protótipos, as análises de custos</p><p>e prazos, entre outras ações. (Amaral et al., 2006, p. 16)</p><p>1.2 PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO</p><p>Segundo Amaral et al. (2006), o PDP acontece por meio da realização de um conjunto de</p><p>atividades, o que envolve a análise das necessidades do mercado, das possibilidades de execução do</p><p>novo produto e das restrições tecnológicas envolvidas no processo. Também considera as estratégias</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 4/21</p><p>organizacionais e seus objetivos. Assim, após todas as análises necessárias, é possível chegar às</p><p>especificações do projeto e do processo de produção do novo produto. Outra atribuição do</p><p>desenvolvimento, para os autores, diz respeito às atividades de acompanhamento após o lançamento,</p><p>para assim analisar se o novo produto foi bem aceito pelo mercado, se é necessário realizar</p><p>modificações ou, até mesmo, descontinuar a oferta do produto no mercado.</p><p>O PDP situa-se na interface entre a empresa e o mercado. Daí a importância estratégica da</p><p>realização de certas atividades:</p><p>identificar as necessidades do mercado e dos clientes em todas as fases do ciclo de vida do produto;</p><p>identificar as possibilidades tecnológicas; desenvolver um produto que atenda as expectativas do</p><p>mercado, em termos da qualidade total do produto; desenvolver o produto no tempo adequado, ou</p><p>seja, mais rápido que os concorrentes, e a um custo competitivo. Além disso, também deve ser</p><p>assegurada a manufaturabilidade do produto desenvolvido, isto é, a facilidade de produzi-lo,</p><p>atendendo as restrições de custos e de qualidade na produção. (Amaral et al., 2006, p. 4)</p><p>Figura 2 – Desenvolvimento de produto</p><p>Crédito: Michael D Brown / Shutterstock.</p><p>Todas as ações relatadas funcionam bem para as organizações tradicionais. Mas o Engenheiro de</p><p>Produção também deve se preocupar com organizações menos tradicionais, como é o caso das</p><p>startups, em que outros modelos de desenvolvimento de produtos são necessários, em especial na</p><p>medida em que esse tipo de organização tem, por um lado, uma natural capacidade tecnológica e de</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 5/21</p><p>inovação, mas, por outro, mais dificuldade em atingir o mercado como suas ideias inovadoras e sua</p><p>tendência de entregar produtos em condição de extrema incerteza.</p><p>1.3 PLANEJAMENTO E PROJETO DO PRODUTO</p><p>O planejamento do produto pode ser definido como o processo estratégico que se inicia na</p><p>concepção da ideia do novo produto e vai até o seu lançamento no mercado. Um planejamento</p><p>sólido é crucial para a empresa, pois, se alguma etapa falhar, toda a iniciativa poderá não ser bem-</p><p>sucedida. Dessa forma, tudo se inicia com a procura sistemática, a seleção e o desenvolvimento de</p><p>ideias promissoras de produtos que possam ser percebidas no mercado (Bolgenhagen, 2003).</p><p>O planejamento de produto, assim como qualquer outro tipo de planejamento, tem por objetivo</p><p>desenvolver um plano de programação e alocação dos recursos necessários à execução do que foi</p><p>projetado para o desenvolvimento do novo produto, tais como tempo, dinheiro ou recursos humanos.</p><p>Feito o planejamento, é possível pensar no projeto do produto, etapa que demanda criatividade</p><p>e inovação. O projeto do produto é o momento em que o gestor transforma as ideias desenvolvidas</p><p>no planejamento em ação concreta. Para Slack et al. (2018), projetar é “conceber a aparência, o</p><p>arranjo e o funcionamento de algo. Um projeto deve apresentar uma solução que funcionará na</p><p>prática”. Nesse sentido, a gestão do projeto de um produto deve estar pautada na realização desse</p><p>produto, de forma que ele atenda às especificações para as quais foi planejado, trazendo assim uma</p><p>vantagem competitiva para a organização, ao satisfazer as necessidades do consumidor.</p><p>TEMA 2 – ENGENHARIA ORGANIZACIONAL</p><p>Ao exercer suas atividades em organizações, o Engenheiro de Produção deverá realizar uma série</p><p>de ações relacionadas à gestão organizacional. Ele deve dominar</p><p>um conjunto de conhecimentos relacionados à gestão das organizações, englobando em seus</p><p>tópicos o planejamento estratégico e operacional, as estratégias de produção, a gestão</p><p>empreendedora, a propriedade intelectual, a avaliação de desempenho organizacional, os sistemas</p><p>de informação e sua gestão e os arranjos produtivos. (Abepro, 2019)</p><p>Para Faé e Ribeiro (2005, p. 28), tradicionalmente o mercado tem buscado o engenheiro para a</p><p>resolução de problemas gerenciais. Isso se dá pela sua competência, em especial nas áreas de exatas,</p><p>que outros profissionais não apresentam. Nesse sentido, o Engenheiro de Produção se adequa</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/</p><p>engenheiro quanto às tecnologias de ponta disponíveis para uso é</p><p>importante, de forma que as empresas possam se programar para investir nessas tecnologias dentro</p><p>de suas necessidades e possibilidades. Assim, estudar sobre inteligência artificial, big data, IoT,</p><p>blockchain, realidade aumentada e realidade virtual, entre outros temas, é mais uma das tarefas do</p><p>Engenheiro de Produção.</p><p>Figura 5 – Gestão da tecnologia</p><p>Crédito: Poptika / Shutterstock.</p><p>2.8 GESTÃO DO CONHECIMENTO</p><p>O conhecimento é inerente ao ser humano. Nós recebemos informações e, por meio de sua</p><p>vivência, a transformamos em conhecimento. Ao observar que o conhecimento pertence às pessoas,</p><p>percebe-se que essa situação pode trazer problemas às organizações, já que elas ficariam</p><p>dependentes do conhecimento das pessoas para o andamento dos processos. No sentido de resolver</p><p>essa situação, surgem estudos acerca de Aprendizagem Organizacional (Organizational Learning), ou</p><p>seja, como as empresas poderiam aprender.</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 11/21</p><p>Com base nessa percepção – de que existe a possibilidade de um aprendizado organizacional –</p><p>iniciou-se o estudo dos tipos de conhecimento, e de como eles podem se transformar de</p><p>conhecimento do indivíduo para conhecimento organizacional. Estuda-se também como manter esse</p><p>conhecimento organizacional disponível e atual para os momentos em que é necessário utilizá-lo, e</p><p>como mantê-lo íntegro.</p><p>Os principais teóricos dessa abordagem são Nonaka e Takeuchi (1997), que na década de 1990 se</p><p>propuseram a estudar como algumas empresas japonesas estavam transformando o conhecimento</p><p>do indivíduo em conhecimento para a empresa. A essa transformação eles denominam de</p><p>“conversões” em uma “espiral do conhecimento”.</p><p>Ao engenheiro de produção cabe observar quais conhecimentos são necessários à empresa, e</p><p>como armazená-los e gerenciá-los para que a empresa possa sempre elevar o seu nível de</p><p>conhecimento. Nesse sentido, o engenheiro deve conhecer todas as funcionalidades de softwares que</p><p>possam auxiliar na gestão do conhecimento da empresa.</p><p>2.9 GESTÃO DA CRIATIVIDADE E DO ENTRETENIMENTO</p><p>A gestão da criatividade e do entretenimento é uma área que foi recentemente incorporada ao</p><p>escopo da Engenharia de Produção, estando voltada ao planejamento, à organização e ao controle</p><p>dos empreendimentos ligados a Cultura e Entretenimento.</p><p>A indústria do entretenimento é um importante setor de negócios, incluindo os mais diversos</p><p>nichos de atuação, tais como cinema, teatro, televisão, internet, games, esporte, música, todos</p><p>dedicados à oportunização de momentos de lazer e de bem-estar à sociedade de um modo geral. Ao</p><p>mesmo tempo, representa uma importante fonte de renda para os países onde se encontra mais</p><p>desenvolvida.</p><p>Assim, há a necessidade de gestão dessa indústria, para que continue sendo rentável, além de</p><p>apresentar crescente eficiência. Nesse sentido, o engenheiro de produção pode auxiliar a analisar e</p><p>planejar as ações dessa indústria, como uma coletânea de processos e projetos que devem apresentar</p><p>resultados satisfatórios e eficazes.</p><p>Figura 6 – Gestão do entretenimento</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 12/21</p><p>Crédito: Viaval / Shutterstock.</p><p>TEMA 3 – ENGENHARIA ECONÔMICA</p><p>Embora o Engenheiro de Produção não tenha a formação de um economista ou de um gestor</p><p>financeiro, por conta do desenvolvimento de competências na área de exatas, esse profissional tem a</p><p>condição de formular, estimar e analisar “resultados econômicos para avaliar alternativas para a</p><p>tomada de decisão”, utilizando para tanto de um conjunto de técnicas matemáticas que simplificam a</p><p>comparação econômica. (Abepro, 2019)</p><p>3.1 GESTÃO ECONÔMICA</p><p>Um aspecto importante para a sustentabilidade financeira de uma organização é que haja</p><p>preocupação com os resultados econômicos. Por resultado econômico, entende-se a busca pela</p><p>eficiência dos sistemas produtivos, por meio do aumento da produtividade e da melhoria das</p><p>operações da empresa.</p><p>Com uma gestão econômica adequada, aumenta-se, por consequência das análises e ajustes do</p><p>funcionamento do sistema produtivo, o patrimônio da organização. Como patrimônio, se entende o</p><p>conjunto de bens, direitos e obrigações dessa organização.</p><p>3.2 GESTÃO DE CUSTOS</p><p>Uma organização que pretende se manter no mercado, de forma sustentável, precisa conhecer</p><p>seus custos, pois é por meio de sua gestão que se estabelecem os preços dos produtos oferecidos.</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 13/21</p><p>Portanto, é preciso, inicialmente, compreender que existem dois tipos de custos: os custos fixos e os</p><p>custos variáveis.</p><p>Como custos fixos entende-se aqueles que não sofrem alteração por conta das quantidades</p><p>produzidas, tais como salário de funcionários, aluguel, entre outros. Já os custos variáveis são aqueles</p><p>que se modificam proporcionalmente à quantidade de produtos produzidos, tais como os custos de</p><p>matéria-prima, energia, impostos, entre outros.</p><p>Para se estabelecer o preço de um produto, utiliza-se uma fórmula bastante simples, que leva em</p><p>conta os custos e o lucro que se pretende obter com a venda daquele produto. Assim:</p><p>PREÇO = CUSTO + LUCRO</p><p>Embora a fórmula seja simples, a gestão dos custos não é. Muitas vezes as empresas</p><p>desconhecem a composição total de custos de seus produtos, e acabam ignorando aspectos</p><p>importantes para formular preços. Por outro lado, faz parte da gestão de custos um controle</p><p>adequado, com o uso rotineiro de planilhas e registros para auxiliar na análise e na tomada de</p><p>decisão financeira.</p><p>3.3 GESTÃO DE INVESTIMENTOS</p><p>É possível que em um determinado momento a empresa tenha um capital extra, além do</p><p>necessário para mantê-la em funcionamento. Nessa situação, cabe ao gestor tomar a decisão de</p><p>investir esse capital, já que mantê-lo parado significaria perda financeira para a empresa. O gestor</p><p>deve buscar uma forma de investir, garantindo assim a melhor utilização desse capital excedente.</p><p>Investir significa, de forma conceitual, aplicar dinheiro em um meio de produção com a</p><p>expectativa de obter retorno sobre o capital. Assim, cabe ao engenheiro de produção, como gestor de</p><p>investimentos, a análise e a tomada de decisão sobre quais são os investimentos mais adequados à</p><p>empresa, tanto no sentido da rentabilidade e do retorno esperado, como também do conhecimento</p><p>das regras de resgate, dos impostos e taxas, bem como dos riscos associados aos investimentos.</p><p>3.4 GESTÃO DE RISCOS</p><p>Qualquer empresa atuante no mercado está sujeita a riscos. Em especial os riscos financeiros,</p><p>quando é possível que a empresa sofra prejuízos, perdas, levando até mesmo à suspensão de suas</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 14/21</p><p>atividades. Para evitar ou minimizar essas situações indesejadas, causadas pelo mercado, é necessário</p><p>gerenciar os riscos.</p><p>A gestão de riscos compreende prospectar as tendências do mercado, de maneira a identificar</p><p>possíveis situações indesejadas pela empresa. Para tanto, normalmente são usadas ferramentas de</p><p>probabilidade e estatística, de domínio do Engenheiro de Produção.</p><p>Figura 7 – Gestão de riscos</p><p>Crédito: Elnur / Shutterstock.</p><p>TEMA 4 – ENGENHARIA DO TRABALHO</p><p>Uma tarefa rotineira do Engenheiro de Produção em um sistema produtivo é projetar,</p><p>aperfeiçoar, implantar e avaliar “tarefas, sistemas de trabalho, produtos, ambientes e sistemas para</p><p>fazê-los compatíveis com as necessidades, habilidades e capacidades das pessoas visando a melhor</p><p>qualidade e produtividade, preservando a saúde e integridade física”. (Abepro, 2019)</p><p>4.1 PROJETO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO</p><p>O projeto e a organização do trabalho estão relacionados aos estudos da estruturação do</p><p>“trabalho de cada indivíduo, a equipe à qual pertence (se houver), seu local de trabalho e sua</p><p>interface com a tecnologia que usa”. (Slack et al., 2018). Projetar métodos de trabalho que auxiliem</p><p>nessa estruturação é papel do Engenheiro de Produção.</p><p>Cabe ainda ao engenheiro responsável por</p><p>esses estudos pensar na equilibrada divisão do trabalho e na especialização do operário.</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 15/21</p><p>Qualquer organização precisa de divisão do trabalho, na medida em que não há a possibilidade</p><p>de todos os funcionários da empresa realizarem as tarefas de forma global. É preciso cuidar, ao</p><p>mesmo tempo, para que esse funcionário não perca a visão total do sistema produtivo. Cabe também</p><p>encontrar equilíbrio entre a especialização e o enriquecimento da tarefa, em especial para que o</p><p>trabalhador possa, ao mesmo tempo, ser o mais produtivo possível, com sugestões de melhoria ao</p><p>sistema produtivo.</p><p>4.2 ERGONOMIA</p><p>No início do século XX, um engenheiro mecânico, Frederick Winslow Taylor, propôs o</p><p>estabelecimento de métodos de trabalho, em conformidade com o que ele chamou de Organização</p><p>Racional do Trabalho (ORT). Dentre os aspectos da ORT, Taylor sugere a melhoria das condições físicas</p><p>de trabalho, tais como ventilação, iluminação, cores do ambiente, ajuste de temperatura, além de</p><p>adequação de máquinas e equipamentos ao trabalhador. Taylor, com essa proposta, traz à tona a</p><p>importância dos aspectos ergonômicos.</p><p>Fica claro que, ao aumentar o conforto do trabalhador, sua produtividade aumenta na mesma</p><p>proporção. Assim iniciam-se os estudos de adaptação do local de trabalho ao trabalhador, e não o</p><p>oposto. Para que os estudos sejam corretos, é preciso usar de métodos científicos de análise.</p><p>Figura 8 – Ergonomia</p><p>Crédito: Codexserafinius / Shutterstock.</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 16/21</p><p>4.3 SISTEMAS DE GESTÃO DE HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO</p><p>A norma atual que regulamenta os sistemas de segurança e saúde do trabalho é a NBR ISO</p><p>45001. A ISO 45001 é uma norma internacional que tem por objetivo regular a gestão das empresas</p><p>em termos de Saúde e Segurança do Trabalho. A pretensão é melhorar a saúde física e mental dos</p><p>trabalhadores, evitando acidentes e afastamentos por conta de problemas de saúde ou por</p><p>inadequação nos procedimentos de segurança da empresa.</p><p>Cabe ressaltar que o Engenheiro de Produção não pode atuar como engenheiro de segurança do</p><p>trabalho. Para tanto, há a necessidade de o profissional realizar um curso de pós-graduação</p><p>(especialização) em Segurança do Trabalho para poder atuar na área.</p><p>TEMA 5 – ENGENHARIA DA SUSTENTABILIDADE</p><p>Um tema atual, e que deveria preocupar a todos, é a sustentabilidade, que diz respeito ao</p><p>desenvolvimento das empresas em um ambiente econômico complexo, em que se exige que sejam</p><p>sustentáveis em âmbito econômico, social e ambiental. Esses três pilares da sustentabilidade são</p><p>denominados Triple Bottom Line. Cabe ao Engenheiro de Produção atender às necessidades que as</p><p>empresas apresentam quanto ao planejamento e à implementação de ações relacionadas ao Triple</p><p>Bottom Line. Assim, o engenheiro trabalha sob a ótica da sustentabilidade, com o “planejamento da</p><p>utilização eficiente dos recursos naturais nos sistemas produtivos diversos, da destinação e</p><p>tratamento dos resíduos e efluentes destes sistemas, bem como da implantação de sistema de gestão</p><p>ambiental e responsabilidade social” (Abepro, 2019).</p><p>Figura 9 – Triple Bottom Line</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 17/21</p><p>Crédito: Desdemona72 / Shutterstock.</p><p>5.1 GESTÃO AMBIENTAL</p><p>A gestão ambiental diz respeito a ações para produzir insumos e produtos ambientalmente</p><p>compatíveis com as necessidades humanas, levando em consideração o fator ambiental. Conforme</p><p>Barbieri (2016, p. 18), ao estabelecer essas ações, a organização está em busca de “reduzir, eliminar ou</p><p>compensar os problemas ambientais decorrentes da sua atuação, e evitar que outros ocorram no</p><p>futuro”. As atividades realizadas no âmbito da gestão ambiental são muito variadas. Barbieri as</p><p>classifica em três dimensões, conforme a figura.</p><p>Figura 10 – Dimensões da gestão ambiental</p><p>Fonte: Barbieri, 2016, p. 20.</p><p>Para o autor, a dimensão temática diz respeito às ações específicas às quais a gestão ambiental</p><p>se volta. A dimensão espacial está relacionada à área física de alcance dessas ações. Já a dimensão</p><p>institucional demonstra quais as organizações responsáveis pelas iniciativas da gestão ambiental.</p><p>Ainda, conforme Barbieri (2016, p. 21), haveria uma dimensão filosófica, “que trata da visão de mundo</p><p>e da relação entre o ser humano e a natureza”. Ao analisar cada uma dessas dimensões, o engenheiro</p><p>deve perceber que a gestão ambiental deve, ao mesmo tempo, reconhecer o valor intrínseco da</p><p>natureza e admitir que essa mesma natureza será usada para atender as necessidades humanas. Com</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 18/21</p><p>base nesse entendimento, deve-se propor diretrizes para um cuidado com a natureza, sem deixar de</p><p>gerar valor para a organização e para a sociedade como um tudo.</p><p>5.2 SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL E CERTIFICAÇÃO</p><p>Ao buscar atuar em conformidade com as questões ambientais, a organização pode se basear na</p><p>norma NBR ISO 14001. A ISO 14001 tem por objetivo fazer com que a empresa consiga alcançar um</p><p>equilíbrio entre seus impactos negativos no ambiente, com a proteção ambiental necessária para a</p><p>conservação dos recursos naturais, por meios dos padrões estabelecidos em seu Sistema de Gestão</p><p>Ambiental. Ao assegurar conformidade com a política ambiental definida, a empresa pode se</p><p>submeter ao processo de certificação.</p><p>A certificação garante às partes interessadas que a empresa está adequada em suas ações de</p><p>prevenção e manutenção em relação ao meio ambiente.</p><p>5.3 GESTÃO DE RECURSOS NATURAIS E ENERGÉTICOS</p><p>Embora para algumas pessoas os recursos naturais possam parecer inesgotáveis, eles não são.</p><p>Assim, cabe a conscientização das organizações quanto ao uso dos recursos naturais e das fontes de</p><p>energia, de forma a garantir uma sociedade ambientalmente mais sustentável.</p><p>Cabe ao engenheiro de produção analisar e adotar as metodologias disponíveis, não só para</p><p>poupar recursos naturais e energia, como também para conscientizar as pessoas de que a exploração</p><p>excessiva da natureza pode resultar no esgotamento, em futuro próximo, dos recursos que ainda</p><p>estão disponíveis hoje.</p><p>5.4 GESTÃO DE EFLUENTES E RESÍDUOS INDUSTRIAIS</p><p>Qualquer organização terá um sistema produtivo que, naturalmente, gera resíduos. O</p><p>engenheiro, ao gerir esse tipo de situação, deve ter claro que os resíduos existem e que causam</p><p>impactos negativos no ambiente. Assim, ele terá uma posição mais real ao planejar ações que</p><p>minimizem o impacto desses resíduos e efluentes.</p><p>Para tanto, ele precisa conhecer as práticas de tratamento dos resíduos e efluentes, as</p><p>organizações parceiras que auxiliem nesse tratamento, a legislação pertinente ao tema, bem como</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 19/21</p><p>políticas e programas públicos, de forma a ter resíduos e efluentes com destinação correta,</p><p>promovendo ações mais sustentáveis.</p><p>5.5 PRODUÇÃO MAIS LIMPA E ECOEFICIÊNCIA</p><p>A produção mais limpa é a tradução prática da ecoeficiência, cujo objetivo é criar sistemas</p><p>produtivos que produzam em maiores quantidades, utilizando menos insumo e causando menos</p><p>poluição e menos impacto negativo ao meio ambiente. Para tanto, busca-se reduzir o uso de matéria-</p><p>prima e de energia, aumentar a vida útil dos produtos, e reaproveitar e reciclar resíduos, de forma a</p><p>tornar mais sustentável o futuro das pessoas e do planeta como um todo (Munhoz, 2019).</p><p>5.6 RESPONSABILIDADE SOCIAL</p><p>A responsabilidade social deve ser tratada pelas organizações não como um projeto de caridade</p><p>ou de redução de impostos, mas sim como a garantia de seu papel, frente à sociedade, de</p><p>proporcionar ações de cidadania. Ao sentir que suas ações em relação à comunidade e à sociedade</p><p>são consistentes, a empresa pode buscar certificação via NBR ISO 16001. A ISO 16001 tem por</p><p>objetivo assegurar que a empresa tem real preocupação com uma</p><p>sociedade mais igualitária, na qual</p><p>não se permita, por exemplo, trabalho escravo ou trabalho infantil, xenofobia, assédio moral, entre</p><p>outras práticas igualmente inadequadas na convivência em sociedade.</p><p>5.7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL</p><p>É necessário que as organizações, ao pensarem em seu futuro e no futuro das próximas gerações,</p><p>se atentem para um desenvolvimento sustentável em termos financeiros, ambientais e sociais. Nesse</p><p>sentido, seus sistemas produtivos devem continuar atuantes, mas gerando menos impactos negativos,</p><p>de forma a preservar nosso planeta e a vida que nele existe.</p><p>Figura 11 – Desenvolvimento sustentável</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/21</p><p>Fonte: Koya979/Shutterstock.</p><p>FINALIZANDO</p><p>Nesta aula, estudamos mais uma série de atribuições do Engenheiro de Produção. Como você já</p><p>sabe, o Engenheiro de Produção resolve problemas dos sistemas organizacionais. Assim, uma vasta</p><p>gama de tarefas será realizada por esse engenheiro. São tarefas como a gestão de projetos, a gestão</p><p>organizacional, a engenharia econômica, a engenharia do trabalho e a engenharia da</p><p>sustentabilidade.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção. A profissão. Disponível em:</p><p><http://portal.abepro.org.br/a-profissao/>. Acesso em: 13 dez. 2019.</p><p>AMARAL, D. C. et al. Gestão de desenvolvimento de produtos. São Paulo: Saraiva, 2006.</p><p>BARBIERI, J. C Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 4. ed. São</p><p>Paulo: Saraiva, 2016.</p><p>BOLGENHAGEN, N. J. O processo de desenvolvimento de produtos: proposição de um modelo</p><p>de gestão e organização. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto</p><p>Alegre, 2003. Disponível em:</p><p><http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/NilsonJairBolgenhagen.pdf>. Acesso em: 13</p><p>dez. 2019.</p><p>FAÉ, C. S.; RIBEIRO, J. L. D. Um retrato da Engenharia de Produção no Brasil. Revista Gestão</p><p>Industrial, v. 1, n. 3, 2005. Disponível em:</p><p><https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/151/147>. Acesso em: 13 dez. 2019.</p><p>26/02/2024, 05:50 UNINTER</p><p>https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/21</p><p>KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Elsevier,</p><p>1997.</p><p>MUNHOZ, D. Ecoeficiência: Produção limpa e Ecodesign. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE QUÍMICA, 3.,</p><p>2019. Anais... Disponível em: <http://www.crqmg.org.br/ecoeficiencia.php>. Acesso em: 13 dez. 2019.</p><p>NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.</p><p>SLACK, N. et al. Administração da produção. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018.</p>sociedade mais igualitária, na qual
não se permita, por exemplo, trabalho escravo ou trabalho infantil, xenofobia, assédio moral, entre
outras práticas igualmente inadequadas na convivência em sociedade.
5.7 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
É necessário que as organizações, ao pensarem em seu futuro e no futuro das próximas gerações,
se atentem para um desenvolvimento sustentável em termos financeiros, ambientais e sociais. Nesse
sentido, seus sistemas produtivos devem continuar atuantes, mas gerando menos impactos negativos,
de forma a preservar nosso planeta e a vida que nele existe.
Figura 11 – Desenvolvimento sustentável
26/02/2024, 05:50 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 20/21
Fonte: Koya979/Shutterstock.
FINALIZANDO
Nesta aula, estudamos mais uma série de atribuições do Engenheiro de Produção. Como você já
sabe, o Engenheiro de Produção resolve problemas dos sistemas organizacionais. Assim, uma vasta
gama de tarefas será realizada por esse engenheiro. São tarefas como a gestão de projetos, a gestão
organizacional, a engenharia econômica, a engenharia do trabalho e a engenharia da
sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção. A profissão. Disponível em:
<http://portal.abepro.org.br/a-profissao/>. Acesso em: 13 dez. 2019.
AMARAL, D. C. et al. Gestão de desenvolvimento de produtos. São Paulo: Saraiva, 2006.
BARBIERI, J. C Gestão ambiental empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. 4. ed. São
Paulo: Saraiva, 2016.
BOLGENHAGEN, N. J. O processo de desenvolvimento de produtos: proposição de um modelo
de gestão e organização. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto
Alegre, 2003. Disponível em:
<http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/NilsonJairBolgenhagen.pdf>. Acesso em: 13
dez. 2019.
FAÉ, C. S.; RIBEIRO, J. L. D. Um retrato da Engenharia de Produção no Brasil. Revista Gestão
Industrial, v. 1, n. 3, 2005. Disponível em:
<https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/view/151/147>. Acesso em: 13 dez. 2019.
26/02/2024, 05:50 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 21/21
KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. Rio de Janeiro: Elsevier,
1997.
MUNHOZ, D. Ecoeficiência: Produção limpa e Ecodesign. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE QUÍMICA, 3.,
2019. Anais... Disponível em: <http://www.crqmg.org.br/ecoeficiencia.php>. Acesso em: 13 dez. 2019.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
SLACK, N. et al. Administração da produção. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2018.

Mais conteúdos dessa disciplina