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<p>Ana Luiza Dias Trindade Ferreira</p><p>Orientador: Luciana Tanabe</p><p>PORTFÓLIO DE CONSULTORIA AMBIENTAL</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O Município de Salvador, capital baiana, encontra-se situado na região nordeste do Brasil especificamente ao nordeste do Estado (Bahia). Em 2022, a área do município era de 693,442 km², o que o coloca na posição 225 de 417 entre os municípios do estado e 1937 de 5570 entre todos os municípios, com a população residente de 2.417.678 pessoas. (IBGE, Ano base 2022).</p><p>A cidade de Salvador possui doze bacias hidrográficas, são estas: Seixos-Barra/Centenário, Camaragipe, Cobre, Ipitange, Jaguaribe, Lucaia, Ondina, Paraguari, Passa Vaca, Pituaçu, Ilha de Maré e Ilha dos Frades. O recurso hídrico que abastece a capital não é capitado dentro da cidade, e sim proveniente da região metropolitana de Salvador: Barragem de Pedra do Cavalo (Cachoeira/BA e São Félix/BA), Rio Paraguaçu (Chapada Diamantina/BA), Rio Joanes (Candeias/BA), Rio Ipitanga (Simões Filho/BA).</p><p>Os rios urbanos estão dentre os grandes problemas ambientais da região, com a qualidade ambiental depreciada gradativamente, os corpos hídricos estão degradados, os montes de areias e manguezais sofrem impactos pelo crescimento imobiliário desordenado, consequentemente afetando a cobertura florestal que é suprimida, interferindo então na temperatura e umidade urbana local.</p><p>A maioria dos rios urbanos são tratados como condutores de esgoto, não possuindo um tratamento adequado, sem infraestrutura e as ações do Plano Municipal de Saneamento têm obstruído os rios, transformando-os em praças (seixos barra/centenário, Ondina) vias de transporte público (Rio Lucaia), frisando que as referidas ações não têm a participação social, que é de suma importância para tomadas de decisão.</p><p>Vale ressaltar sobre a coleta de resíduos sólidos sem a implementação do Plano Básico de Limpeza Urbana (PBLU), atual Plano de Resíduos Sólidos, referente a uma coleta seletiva. Bem como, redistribuição de áreas verdes e requalificação de espaços públicos perdidos pelo crescimento desenfreado de construções imobiliárias. Ambos os acontecimentos ambientais supracitados afetam direta e indiretamente os recursos hídricos da capital baiana, estabelecendo assim a necessidade de estudos para remediação destes.</p><p>OBJETIVO</p><p>Projeto: Recuperação de corpos hídricos degradados em Salvador - BA.</p><p>A restauração ambiental é um processo que auxilia o restabelecimento de um meio que foi degradado. Uma área é considerada recuperada quando ocorre o autodesenvolvimento contínuos dos recursos bióticos e abióticos, sem as contribuições antrópicas adicionais. Baseando-se no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA, 2024), trecho:</p><p>São consideradas “áreas passíveis de recuperação ambiental” as áreas degradadas ou alteradas, especialmente em ecossistemas terrestres e que sejam identificadas no campo das atividades de fiscalização ambiental, de licenciamento ambiental federal, de reparação direta ou indireta por danos ambientais ou de quaisquer outras origens relacionadas à competência do Ibama. Entre elas estão áreas de incêndios florestais, embargadas por desmatamento ou ocupação de área protegida, sem licença, sem autorização ambiental ou em desacordo com a autorização obtida, bem como áreas de plantio compensatório.</p><p>O objetivo do projeto se trata de uma iniciativa de restauração de grandes rios urbanos de extrema importância a qualidade de vida da cidade, resultando num equilíbrio ecológico de bem-estar ao meio ambiente e a sociedade.</p><p>A busca por soluções eficazes para a gestão das águas pluviais em Salvador exige medidas abrangentes que facilitem o escoamento livre das águas, prevenindo alagamentos e seus impactos negativos. Nesse contexto, a reestruturação de obras urbanas se configura como um passo fundamental, ainda que implique em investimentos consideráveis. A principal meta é criar áreas livres, desocupar habitações em áreas de risco à margem dos rios e córregos da cidade, ampliar as áreas verdes e optar por pavimentos permeáveis, como algumas das soluções viáveis.</p><p>É importante ressaltar que a efetivação dessas ações exige um compromisso amplo e articulado entre diferentes setores da sociedade, indo além de medidas puramente técnicas. Envolvendo órgãos competentes, bem como governantes, urbanistas, engenheiros, ambientalistas e a própria população devem unir forças para o planejamento e a implementação de soluções eficazes e sustentáveis. Se as ações forem tomadas de forma eficaz, com presteza e em conjunto, o atual cenário da cidade de Salvador será diferente em relação aos corpos hídricos da cidade.</p><p>Paralelamente, criar políticas ambientais através de audiências públicas em programas de conscientização ambiental, sendo este um processo inclusivo, democrático e aberto, com a participação da sociedade baiana, considerando e garantindo a elaboração dos anseios desta, para elaborar, discutir, capacitar, executar ações em prol dos corpos hídricos, a fim de recuperá-los.</p><p>JUSTIFICATIVA</p><p>O objetivo proposto referente aos corpos hídricos do município de Salvador foi direcionado para o Poder Público Municipal, em conjunto com os órgãos competentes das vertentes supracitadas. Faz-se necessário que medidas sejam tomadas urgentemente para erradicar o problema, bem como medidas preventivas para que o mesmo não seja recorrente. Com esse estudo, propõe-se identificar as causas e sugerir possíveis meios de sanar a degradação dos corpos hídricos.</p><p>Além disso, é de conhecimento geral que há na cidade diversas ocupações irregulares do solo, em áreas de risco e sem o mínimo acesso ao saneamento básico. É de suma importância o conhecimento de tais áreas para que haja a fiscalização correta dessas ocupações com a avaliação de impactos, riscos e danos para essas pessoas, interdições e desocupação, além do correto direcionamento dessas famílias alocadas em ambientes de alta periculosidade para um local seguro.</p><p>Com a indicação de compromissos que beneficiam o objetivo principal de requalificação dos Rios do município baiano, como:</p><p>· Revisar e elaborar um novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental (PDDUA) com participação da sociedade em audiências públicas, para desenvolver em conjunto os anseios sociais;</p><p>· Criar um Plano de Resíduos Sólidos para a qualidade da coleta seletiva de resíduos no município em questão;</p><p>· Fortalecer e implantar o reflorestamento, corredores ecológicos, bolsões de vegetação, reservas verdes;</p><p>· Revisão das Licenças Ambientais – LA nos bairros do entorno dos corpos hídricos de Salvador, concedidas em desconformidade com a Legislação Ambiental vigente.</p><p>A urbanização, saneamento básico, coleta de resíduos sólidos, bem como obras de engenharia urbanas de todo porte não deve ser vista como gastos, mas sim como investimentos a médio e longo prazo, afinal, além dos transtornos causados no âmbito econômico, também representam riscos à saúde pública. Logo, os órgãos competentes, vinculados ao Poder Público, devem planejar ações mitigadoras para executar e implementar projetos que tratem desse problema social, trazendo uma solução eficaz são órgãos responsáveis juntamente com governantes adotar ações, por exemplo, aeradores, programas de saneamento que colaborem com a qualidade do corpo hídrico, esgotamento, do lixo e drenagem fluvial e pluvial. Afinal, todo o planejamento urbano público deve haver esta correlação.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>· IBAMA, 2024. Instrução Normativa que institui a Plataforma de Acompanhamento da Recuperação Ambiental (Recooperar) foi publicada nesta terça-feira (2/4) no Diário Oficial da União. Disponível em: https://www.gov.br/secom/pt-br/assuntos/noticias/2024/04/nova-ferramenta-do-ibama-permite-criar-banco-de-dados-de-areas-degradadas-passiveis-de-recuperacao#:~:text=S%C3%A3o%20consideradas%20%E2%80%9C%C3%A1reas%20pass%C3%ADveis%20de,danos%20ambientais%20ou%20de%20quaisquer . Acesso em: 25 de junho de 2024.</p><p>· IBGE, 2022. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Censo Brasileiro de 2022. Salvador: IBGE,</p><p>2022. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ba/salvador.html. Acesso em: 25 de junho de 2024.</p><p>· Rocha J.C.S. – Rede de Profissionais Solidários pela cidadania (REDE) – Situação atual de Salvador do ponto de vista ambiental e de uso do solo. Disponível em: https://redeprofissionaissolidarios.objectis.net/salvador/texos/situacao-atual-de-salvador-do-ponto-de-vista-ambiental-e-de-uso-do-solo#:~:text=A%20qualidade%20ambiental%20da%20capital,na%20temperatura%20e%20umidade%20urbana. Acesso em: 25 de junho de 2024.</p><p>4</p>