Prévia do material em texto
<p>APG 7 - Tronc� encefálic� � nerv� cranian�</p><p>Objetivos:</p><p>1. Conhecer a macroscopia e as funções do</p><p>tronco encefálico</p><p>2. Compreender o funcionamento dos 12</p><p>pares de nervos cranianos</p><p>a. Nervos cranianos que estão</p><p>envolvidos nos sentidos especiais</p><p>Tronco encefálico e nervos relacionados.......... 1</p><p>Bulbo.................................................................1</p><p>Ponte................................................................ 4</p><p>Mesencéfalo..................................................... 5</p><p>Nervos cranianos..................................................6</p><p>Nervo olfatório (I).............................................. 7</p><p>Nervo óptico (II)................................................ 8</p><p>Nervo oculomotor (III), troclear (IV) e</p><p>abducente (VI).................................................. 9</p><p>Nervo trigêmeo (V)......................................... 10</p><p>Nervo facial (VII)............................................. 12</p><p>Nervo vestibulococlear (VIII)...........................12</p><p>Nervo glossofaríngeo (IX)...............................13</p><p>Nervo vago (X)................................................14</p><p>Nervo acessório (XI)....................................... 15</p><p>Nervo hipoglosso (XII).................................... 15</p><p>APG 7 - Tronco encefálico e nervos</p><p>cranianos.............................................. 1</p><p>________________________________</p><p>Tronco encefálico e</p><p>nervos relacionados</p><p>A parte mais caudal do encéfalo é o tronco</p><p>encefálico, que possui três regiões, da posição</p><p>caudal para a rostral: bulbo, ponte e</p><p>mesencéfalo. Cada região tem</p><p>aproximadamente 2,5 cm de comprimento, e</p><p>juntas correspondem a apenas 25% da massa</p><p>encefálica total. Situado na fossa do crânio</p><p>posterior, na parte basilar do osso occipital, o</p><p>tronco encefálico desempenha quatro funções</p><p>gerais:- Marieb</p><p>1. Age como uma via de passagem para</p><p>todos os tratos fibrosos que vão do</p><p>cerebelo até a medula espinal.</p><p>2. Participa da inervação da face e da</p><p>cabeça, com 10 a 12 pares de nervos</p><p>cranianos conectando-se a ele.</p><p>3. Produz comportamentos rigidamente</p><p>programados e automáticos, necessários</p><p>para a sobrevivência.</p><p>4. Integra os reflexos auditivos e visuais.</p><p>O tronco encefálico apresenta o mesmo plano</p><p>estrutural da medula espinal, com substância</p><p>branca externa circundando uma região</p><p>interna de substância cinzenta. Os núcleos de</p><p>substância cinzenta também estão situados na</p><p>substância branca do tronco encefálico. -</p><p>Marieb</p><p>Bulbo</p><p>O bulbo raquidiano, ou bulbo, é a parte mais</p><p>caudal do tronco encefálico, contínuo com a</p><p>medula espinal ao nível do forame magno do</p><p>crânio. Uma parte do quarto ventrículo</p><p>localiza-se dorsalmente à metade superior do</p><p>bulbo. Os tratos fibrosos de substância branca</p><p>que conectam as regiões mais rostrais do</p><p>encéfalo com a medula espinal passam pelo</p><p>bulbo.- Marieb</p><p>Externamente, duas cristas longitudinais</p><p>chamadas pirâmides ladeiam a linha média</p><p>anterior do bulbo. Essas cristas são formadas</p><p>pelos tratos piramidais, que descem através do</p><p>tronco encefálico e da medula espinal,</p><p>transmitindo impulsos motores voluntários.</p><p>Na parte caudal do bulbo, 70%-90% dessas</p><p>fibras piramidais atravessam para o lado</p><p>oposto do encéfalo em um ponto chamado</p><p>decussação das pirâmides, resultando no</p><p>controle dos movimentos voluntários do lado</p><p>oposto do corpo por cada hemisfério cerebral.-</p><p>Marieb</p><p>Ao lado de cada pirâmide encontra-se a oliva,</p><p>que contém o núcleo olivar inferior, uma</p><p>prega de substância cinzenta. Esse núcleo é</p><p>uma estação retransmissora das informações</p><p>sensoriais que seguem para o cerebelo,</p><p>especialmente as informações proprioceptivas.</p><p>Outros núcleos, conhecidos como</p><p>retransmissores, também processam e editam</p><p>as informações antes de passá-las adiante. Os</p><p>pedúnculos cerebelares inferiores</p><p>conectam o bulbo ao cerebelo.- Marieb</p><p>Internamente, dois núcleos retransmissores</p><p>importantes na parte caudal, que são o núcleo</p><p>grácil e o núcleo cuneiforme. As fibras</p><p>ascendentes transmitem a sensibilidade geral</p><p>discriminativa da pele e os proprioceptores se</p><p>comunicam por sinapse nesses núcleos</p><p>bulbares até o cérebro. - Marieb</p><p>Substância Cinzenta Homóloga à da</p><p>Medula (Núcleos de Nervos Cranianos)</p><p>A seguir, estão as principais características dos</p><p>núcleos situados no bulbo:</p><p>a) Núcleo ambíguo - núcleo motor para a</p><p>musculatura estriada de origem branquial.</p><p>Dele saem as fibras eferentes viscerais</p><p>especiais dos IX, X e XI pares cranianos,</p><p>destinadas à musculatura da laringe e da</p><p>faringe. Situa-se profundamente no interior do</p><p>bulbo.</p><p>b) Núcleo do hipoglosso - núcleo motor</p><p>onde se originam as fibras eferentes somáticas</p><p>para a musculatura da língua. Localiza-se no</p><p>trígono do hipoglosso, no assoalho do IV</p><p>ventrículo, e suas fibras dirigem-se</p><p>ventralmente para emergir no sulco lateral</p><p>anterior do bulbo, entre a pirâmide e a oliva.</p><p>c) Núcleo dorsal do vago - núcleo motor</p><p>pertencente ao parassimpático, onde estão os</p><p>neurônios pré-ganglionares, cujos axônios</p><p>saem pelo nervo vago. Corresponde à coluna</p><p>lateral da medula e localiza-se no trigono do</p><p>vago, no assoalho do IV ventrículo.</p><p>d) Núcleos vestibulares - núcleos sensitivos</p><p>que recebem as fibras que penetram pela</p><p>porção vestibular do VIII par. Localizam-se na</p><p>área vestibular do assoalho do IV ventrículo,</p><p>sendo apenas os núcleos vestibulares inferior e</p><p>medial que atingem o bulbo.</p><p>e) Núcleo do trato solitário - núcleo</p><p>sensitivo que recebe fibras aferentes viscerais</p><p>gerais e especiais que entram pelo VII, IX e X</p><p>pares cranianos. Antes de penetrar no núcleo,</p><p>as fibras têm um trajeto descendente no trato</p><p>solitário, que é quase totalmente circundado</p><p>pelo núcleo. As fibras aferentes viscerais</p><p>especiais relacionadas à gustação também</p><p>penetram neste núcleo.</p><p>f) Núcleo do trato espinhal do nervo</p><p>trigêmeo - este núcleo recebe fibras aferentes</p><p>somáticas gerais que trazem a sensibilidade de</p><p>quase toda a cabeça pelos nervos V, VII, IX e X.</p><p>Contudo, as fibras que chegam pelos nervos</p><p>VII, IX e X trazem apenas a sensibilidade geral</p><p>do pavilhão e conduto auditivo externo.</p><p>Corresponde à substância gelatinosa da</p><p>medula.</p><p>g) Núcleo salivatório inferior - origina</p><p>fibras pré-ganglionares que emergem pelo</p><p>nervo glossofaríngeo para a inervação da</p><p>parótida.</p><p>________________________________</p><p>Quatro pares de nervos cranianos se conectam</p><p>com o bulbo, cujos núcleos associados podem</p><p>ser sensitivos, que recebem informações, ou</p><p>motores, que iniciam uma resposta motora. Os</p><p>núcleos sensitivos e motores estão situados</p><p>perto do quarto ventrículo.- Marieb</p><p>● O nervo vestibulococlear (nervo</p><p>craniano VIII) emerge na junção do</p><p>bulbo e da ponte, sendo sensitivo da</p><p>audição e do equilíbrio. Os núcleos</p><p>vestibular e coclear retransmitem</p><p>informações sensoriais para outras</p><p>regiões do encéfalo, localizados na parte</p><p>dorsolateral do bulbo. - Marieb</p><p>● O nervo glossofaríngeo (nervo</p><p>craniano IX) inerva parte da língua e da</p><p>faringe, com os núcleos associados</p><p>sendo o núcleo ambíguo (motor) e o</p><p>núcleo do trato solitário (sensitivo). -</p><p>Marieb</p><p>● O nervo vago (nervo craniano X)</p><p>inerva muitos órgãos viscerais no tórax e</p><p>no abdome, com três núcleos</p><p>associados: o núcleo motor dorsal do</p><p>vago, o núcleo do trato solitário e o</p><p>núcleo ambíguo. - Marieb</p><p>● O nervo hipoglosso (nervo craniano</p><p>XII) inerva os músculos da língua, com</p><p>o núcleo do hipoglosso situado</p><p>dorsomedialmente, logo abaixo do</p><p>quarto ventrículo.- Marieb</p><p>Seguindo pelo centro do tronco encefálico, há</p><p>um agrupamento de pequenos núcleos que</p><p>constituem a formação reticular. Os núcleos</p><p>da formação reticular compõem três colunas</p><p>em cada lado, estendendo-se por todo o</p><p>comprimento do tronco encefálico: os núcleos</p><p>da rafe, adjacentes à linha média, ladeados</p><p>pelo grupo nuclear mediano e, em seguida,</p><p>pelo grupo nuclear lateral (coluna medial e</p><p>coluna lateral). Esses núcleos, agrupados em</p><p>torno dos núcleos motores dos nervos</p><p>cranianos, funcionam na coordenação dos</p><p>reflexos e comportamentos autônomos</p><p>relacionados a esses nervos. Os núcleos mais</p><p>importantes na formação reticular do bulbo</p><p>implicados nas atividades viscerais são:-</p><p>Marieb</p><p>● O centro vasomotor, que regula a</p><p>pressão arterial estimulando ou inibindo</p><p>a contração do músculo liso nas paredes</p><p>dos vasos sanguíneos.</p><p>● O centro respiratório, que controla o</p><p>ritmo básico e a frequência da</p><p>respiração.</p><p>● O centro do vômito, que controla o</p><p>reflexo do vômito.</p><p>Ponte</p><p>A segunda região do tronco encefálico, a ponte,</p><p>é uma saliência encravada entre o mesencéfalo</p><p>e o bulbo. Na face dorsal, ela é separada do</p><p>cerebelo pelo quarto ventrículo. Como seu</p><p>nome sugere, a ponte liga o tronco encefálico</p><p>ao cerebelo.- Marieb</p><p>Os espessos tratos motores piramidais que</p><p>descem do córtex cerebral passam pela ponte,</p><p>em direção anterior. Entremeados nas fibras</p><p>desses tratos há muitos núcleos da ponte, que</p><p>são núcleos encefálicos retransmissores em</p><p>uma via que conecta uma parte do córtex</p><p>cerebral com o cerebelo, ligada à coordenação</p><p>dos movimentos voluntários. Os núcleos da</p><p>ponte enviam axônios para o cerebelo através</p><p>dos espessos pedúnculos cerebelares médios.-</p><p>Marieb</p><p>Vários nervos cranianos conectam-se à ponte:</p><p>● O trigêmeo (nervo craniano V), que</p><p>inerva a pele da face e os músculos da</p><p>mastigação.</p><p>● O abducente (nervo craniano VI),</p><p>que inerva um músculo que move o</p><p>olho.</p><p>● O facial (nervo craniano VII), que</p><p>inerva os músculos da face, entre outras</p><p>funções.</p><p>● O vestibulococlear (nervo</p><p>craniano VIII): Por meio destes</p><p>nervos, núcleos pontinos recebem</p><p>impulsos sensitivos e enviam impulsos</p><p>nervosos para o aparelho vestibular.</p><p>Estes nervos transmitem impulsos</p><p>relacionados com o equilíbrio.</p><p>Os núcleos da formação reticular na ponte,</p><p>visíveis no corte transversal, são anteriores em</p><p>relação aos núcleos dos nervos cranianos e</p><p>funcionam no controle dos reflexos</p><p>autônomos.- Marieb</p><p>Núcleos do Nervo Vestibulococlear</p><p>(VIII)</p><p>● Núcleos Cocleares: Dois núcleos</p><p>(dorsal e ventral) localizados próximos</p><p>ao pedúnculo cerebelar inferior. Fibras</p><p>da porção coclear terminam aqui,</p><p>cruzando para o lado oposto e formando</p><p>o corpo trapezoide. Essas fibras seguem</p><p>para o núcleo olivar superior, depois</p><p>para o lemnisco lateral, terminando no</p><p>colículo inferior e no corpo geniculado</p><p>medial. A via auditiva possui</p><p>componentes cruzados e não cruzados.</p><p>● Núcleos Vestibulares: Localizados no</p><p>assoalho do IV ventrículo (lateral,</p><p>medial, superior e inferior). Recebem</p><p>impulsos da parte vestibular do ouvido</p><p>interno e fibras do cerebelo, informando</p><p>sobre a posição e os movimentos da</p><p>cabeça. As fibras eferentes formam</p><p>tratos como o fascículo</p><p>vestibulocerebelar, o fascículo</p><p>longitudinal medial, o trato</p><p>vestibuloespinhal e as fibras</p><p>vestibulotalâmicas.</p><p>Núcleos dos Nervos Facial e Abducente</p><p>● Fibras do núcleo do nervo facial se</p><p>curvam e contornam o núcleo do</p><p>abducente, formando o colículo facial.</p><p>Lesões podem afetar ambos os núcleos</p><p>devido à proximidade.</p><p>Núcleos Salivatório Superior e Lacrimal</p><p>● Parte do sistema nervoso</p><p>parassimpático craniano, originam</p><p>fibras pré-ganglionares para inervar as</p><p>glândulas submandibular, sublingual e</p><p>lacrimal.</p><p>Núcleos do Nervo Trigêmeo</p><p>● Incluem o núcleo do trato espinhal, o</p><p>núcleo sensitivo principal, o núcleo do</p><p>trato mesencefálico e o núcleo motor,</p><p>responsável pelos músculos</p><p>mastigadores. Os núcleos sensitivos</p><p>recebem impulsos da sensibilidade</p><p>somática da cabeça e projetam-se para o</p><p>tálamo.</p><p>Mesencéfalo</p><p>O mesencéfalo é a menor porção do tronco</p><p>encefálico, localizado imediatamente superior</p><p>à ponte, e contém os núcleos dos nervos</p><p>cranianos III (oculomotor), IV (troclear) e V</p><p>(trigêmeo). - Seeley</p><p>A cavidade central do mesencéfalo é o</p><p>aqueduto do mesencéfalo, que divide o</p><p>mesencéfalo em teto, posteriormente, e</p><p>pedúnculos cerebrais, anteriormente. Os</p><p>tratos da substância branca e os núcleos</p><p>retransmissores no mesencéfalo conectam</p><p>regiões do SNC. - Marieb</p><p>Os pedúnculos cerebrais, na face anterior,</p><p>formam pilares verticais que parecem segurar</p><p>o cérebro; daí seu nome, que significa</p><p>“pequenos pés do cérebro”. Esses pedúnculos</p><p>contêm tratos motores piramidais que descem</p><p>do cérebro para a medula espinal. A parte</p><p>anterior de cada pedúnculo que contém esse</p><p>trato é a base do pedúnculo cerebral (“perna do</p><p>cérebro”). Os pedúnculos cerebelares</p><p>superiores, situados posteriormente, contêm</p><p>tratos que conectam o mesencéfalo ao cerebelo.</p><p>- Marieb</p><p>Em corte transversal, são visíveis dois núcleos</p><p>pigmentados mergulhados na substância</p><p>branca do mesencéfalo. A substância negra,</p><p>cujos corpos celulares neuronais contêm</p><p>pigmento escuro de melanina, está situada</p><p>profundamente aos tratos piramidais no</p><p>pedúnculo cerebral. Esse núcleo está unido</p><p>funcionalmente à substância cinzenta</p><p>profunda do cérebro, os núcleos da base, e ao</p><p>controle do movimento voluntário. A</p><p>degeneração dos neurônios na substância</p><p>negra é a causa do mal de Parkinson.- Marieb</p><p>O núcleo rubro, oval, está abaixo da</p><p>substância negra. Seu matiz avermelhado</p><p>deve-se à rica vascularização e à presença de</p><p>pigmento de ferro nos corpos celulares de seus</p><p>neurônios. Ele tem uma pequena função</p><p>motora: ajuda a realizar movimentos de flexão</p><p>dos membros. O núcleo rubro está</p><p>intimamente associado ao cerebelo.- Marieb</p><p>Os corpos celulares dos neurônios motores que</p><p>contribuem para dois nervos cranianos, os</p><p>núcleos oculomotor (nervo craniano III)</p><p>e troclear (nervo craniano IV), estão</p><p>situados na parte anterior da substância</p><p>cinzenta que circunda o aqueduto do</p><p>mesencéfalo, uma área chamada substância</p><p>cinzenta central (periaquedutal). Esses nervos</p><p>cranianos controlam a maioria dos músculos</p><p>que movem os olhos.- Marieb</p><p>A substância cinzenta central tem duas</p><p>funções um pouco relacionadas. Primeiro, ela</p><p>está implicada na reação de “lutar ou fugir”</p><p>(simpática), constituindo um meio de ligação</p><p>entre a parte do cérebro que percebe o medo e</p><p>a via autônoma que produz as reações</p><p>psicológicas associadas a esse sentimento:</p><p>aumento da frequência cardíaca, elevação da</p><p>pressão arterial, fuga frenética ou paralisação</p><p>defensiva e supressão da dor quando a pessoa</p><p>se machuca. Segundo, a substância cinzenta</p><p>central parece mediar a resposta à dor visceral</p><p>(por exemplo, náusea), durante a qual ela</p><p>aumenta a frequência cardíaca e a pressão</p><p>arterial, produz suor frio e desestimula o</p><p>movimento.- Marieb</p><p>Os núcleos que atuam nos reflexos autônomos</p><p>são visíveis em um corte transversal do</p><p>mesencéfalo. Os reflexos auditivos e visuais são</p><p>integrados pelos núcleos cerebrais nos</p><p>colículos (corpos quadrigêmeos) que</p><p>compõem o teto. Essas quatro protuberâncias</p><p>na superfície dorsal do mesencéfalo são</p><p>denominadas colículos superior e inferior. Os</p><p>dois colículos superiores atuam nos reflexos</p><p>visuais — por exemplo, quando os olhos</p><p>acompanham objetos em movimento mesmo</p><p>se a pessoa não estiver olhando para eles</p><p>conscientemente. Os dois colículos inferiores,</p><p>por outro lado, pertencem ao sistema auditivo.</p><p>Entre outras funções, eles agem nas respostas</p><p>reflexas aos sons. Por exemplo, quando você se</p><p>assusta com um som alto, sua cabeça e seus</p><p>olhos viram automaticamente para o som em</p><p>razão da função dos colículos inferiores.-</p><p>Marieb</p><p>Nervos cranianos</p><p>O restante deste capítulo é dedicado aos nervos</p><p>específicos do corpo, começando com 12 pares</p><p>de nervos cranianos que se conectam ao</p><p>encéfalo e passam por vários forames no</p><p>crânio. Esses nervos são numerados de I a XII</p><p>em uma direção craniocaudal. Os dois</p><p>primeiros pares se conectam ao prosencéfalo e</p><p>os demais ao tronco encefálico. Exceto o nervo</p><p>vago (X), que se estende para o abdome, os</p><p>nervos cranianos inervam apenas as estruturas</p><p>da cabeça e pescoço.- Marieb</p><p>Os 12 nervos cranianos e as origens de seus</p><p>nomes são descritos a seguir:- Marieb</p><p>I.Olfatório. Nervo sensitivo do olfato.</p><p>II. Óptico. Nervo sensitivo da visão,</p><p>desenvolve-se como um crescimento do</p><p>cérebro.</p><p>III. Oculomotor. Inerva quatro dos músculos</p><p>extrínsecos do olho.</p><p>IV. Troclear. Inerva um músculo extrínseco</p><p>do olho que passa por um ligamento em</p><p>forma</p><p>de polia.</p><p>V. Trigêmeo. Fornece inervação sensitiva</p><p>geral para a face e inervação motora para os</p><p>músculos da mastigação.</p><p>VI. Abducente. Inerva o músculo que abduz o</p><p>bulbo do olho.</p><p>VII. Facial. Inerva os músculos da face e</p><p>outras estruturas.</p><p>VIII. Vestibulococlear. Nervo sensitivo da</p><p>audição e do equilíbrio.</p><p>IX. Glossofaríngeo. Inerva a língua e a</p><p>faringe.</p><p>X. Vago. Nervo “vagabundo” que entra no</p><p>tórax e no abdome.</p><p>XI. Acessório. Origina-se na região cervical</p><p>da medula espinal e inerva os músculos</p><p>trapézio e esternocleidomastóideo.</p><p>XII. Hipoglosso. Inerva os músculos abaixo</p><p>da língua.</p><p>Os nervos cranianos contêm fibras nervosas</p><p>sensitivas e motoras que inervam a cabeça. Os</p><p>corpos celulares dos neurônios sensitivos estão</p><p>situados nos órgãos receptores ou dentro dos</p><p>gânglios sensitivos cranianos, que estão</p><p>situados ao longo de alguns nervos cranianos</p><p>(V, VII-X) imediatamente fora do encéfalo. Os</p><p>gânglios sensitivos cranianos são comparáveis</p><p>aos gânglios da raiz dorsal nos nervos espinais.</p><p>Os corpos celulares da maioria dos neurônios</p><p>motores cranianos ocorrem nos núcleos dos</p><p>nervos cranianos na substância cinzenta</p><p>ventral do tronco encefálico, assim como os</p><p>corpos celulares dos neurônios motores</p><p>espinais ocorrem na substância cinzenta</p><p>ventral da medula espinal.- Marieb</p><p>Com base nos tipos de fibras que contêm, os 12</p><p>nervos cranianos podem ser classificados em</p><p>três grupos funcionais:- Marieb</p><p>1. Nervos principalmente ou</p><p>exclusivamente sensitivos (I, II,</p><p>VIII), que contêm fibras sensitivas</p><p>especiais para olfato (I), visão (II) e</p><p>audição e equilíbrio (VIII).</p><p>2. Nervos principalmente motores</p><p>(III, IV, VI, XI, XII), que contêm</p><p>fibras motoras somáticas para os</p><p>músculos esqueléticos do olho, pescoço</p><p>e língua.</p><p>3. Nervos mistos (motores e</p><p>sensitivos) (V, VII, IX, X). Esses</p><p>nervos fornecem inervação sensitiva</p><p>para a face e para a boca e vísceras,</p><p>incluindo os calículos gustativos para o</p><p>paladar. Esses nervos também inervam</p><p>os músculos do arco faríngeo, como os</p><p>da mastigação (V) e da expressão facial</p><p>(VII).</p><p>Nervo olfatório (I)</p><p>O nervo olfatório é totalmente sensitivo e</p><p>contém axônios que conduzem impulsos</p><p>nervosos relacionados com o olfato. O epitélio</p><p>olfatório ocupa a parte superior da cavidade</p><p>nasal, cobrindo a face inferior da lâmina</p><p>cribriforme e se estendendo inferiormente ao</p><p>longo da concha nasal superior. Os receptores</p><p>olfatórios do epitélio são neurônios bipolares,</p><p>cada um apresentando um dendrito sensível a</p><p>odores que se projeta de um lado do corpo</p><p>celular e um axônio não mielinizado que se</p><p>projeta do outro lado.- Tortora</p><p>Feixes de axônios de receptores olfatórios</p><p>passam por cerca de vinte forames olfatórios</p><p>na lâmina cribriforme do etmoide, formando</p><p>os nervos olfatórios direito e esquerdo. Esses</p><p>nervos terminam no encéfalo em massas pares</p><p>de substância cinzenta conhecidas como bulbos</p><p>olfatórios, que repousam sobre a lâmina</p><p>cribriforme. Nos bulbos olfatórios, as</p><p>terminações axônicas fazem sinapse com os</p><p>dendritos e corpos celulares dos próximos</p><p>neurônios da via olfatória. Os axônios destes</p><p>neurônios formam os tratos olfatórios, que se</p><p>estendem posteriormente a partir dos bulbos</p><p>olfatórios e terminam na área olfatória</p><p>primária, localizada no lobo. - Tortora</p><p>Nervo óptico (II)</p><p>O nervo óptico (II) é totalmente sensitivo e</p><p>contém axônios que conduzem impulsos</p><p>nervosos relacionados com a visão. Na retina,</p><p>os bastonetes e os cones iniciam os sinais</p><p>visuais, transmitindo-os para as células</p><p>bipolares, que enviam esses sinais para as</p><p>células ganglionares. Os axônios de todas as</p><p>células ganglionares da retina de cada olho se</p><p>unem para formar o nervo óptico, que passa</p><p>pelo forame óptico.- Tortora</p><p>Cerca de 10 mm atrás do bulbo do olho, os dois</p><p>nervos ópticos se cruzam, formando o quiasma</p><p>óptico. No quiasma, os axônios da metade</p><p>medial de cada olho cruzam para o lado oposto,</p><p>enquanto os axônios da metade lateral</p><p>permanecem no mesmo lado. Posteriormente</p><p>ao quiasma, esses axônios reagrupados</p><p>formam os tratos ópticos. A maioria dos</p><p>axônios dos tratos ópticos termina no núcleo</p><p>geniculado lateral do tálamo, onde fazem</p><p>sinapse com neurônios cujos axônios se</p><p>estendem até a área visual primária no lobo</p><p>occipital. Alguns axônios passam pelo núcleo</p><p>geniculado lateral e se projetam para os</p><p>colículos superiores do mesencéfalo e para</p><p>núcleos motores do tronco encefálico, onde</p><p>fazem sinapse com neurônios motores que</p><p>controlam os músculos extrínsecos e</p><p>intrínsecos do bulbo do olho.- Tortora</p><p>Nervo oculomotor (III),</p><p>troclear (IV) e abducente (VI)</p><p>Os nervos oculomotor, troclear e abducente são</p><p>nervos cranianos responsáveis pelo controle</p><p>dos músculos que movem os bulbos oculares.</p><p>Todos são nervos motores e, ao saírem do</p><p>encéfalo, contêm apenas axônios. Os axônios</p><p>sensitivos dos músculos extrínsecos do bulbo</p><p>do olho começam seu percurso em direção ao</p><p>encéfalo em cada um desses nervos, mas se</p><p>juntam ao ramo oftálmico do nervo trigêmeo,</p><p>não chegando ao encéfalo por meio dos nervos</p><p>oculomotor, troclear ou abducente. Os corpos</p><p>celulares dos neurônios sensitivos unipolares</p><p>estão localizados no núcleo mesencefálico e</p><p>entram no encéfalo pelo nervo trigêmeo. Esses</p><p>axônios transmitem impulsos nervosos</p><p>relacionados à propriocepção dos músculos</p><p>extrínsecos do bulbo do olho, ou seja, a</p><p>percepção dos movimentos e da posição do</p><p>corpo independentemente da visão.- Tortora</p><p>O nervo oculomotor (III) possui seu núcleo</p><p>motor na parte anterior do mesencéfalo. Ele se</p><p>projeta anteriormente e se divide em ramos</p><p>superior e inferior, ambos passando pela</p><p>fissura orbital superior em direção à órbita. O</p><p>ramo superior inerva os músculos reto superior</p><p>e o levantador da pálpebra superior. O ramo</p><p>inferior inerva os músculos reto medial, reto</p><p>inferior e oblíquo inferior, todos extrínsecos do</p><p>bulbo do olho. Esses neurônios motores</p><p>somáticos controlam os movimentos do bulbo</p><p>ocular e da pálpebra superior.- Tortora</p><p>O ramo inferior do nervo oculomotor também</p><p>fornece axônios motores parassimpáticos para</p><p>os músculos intrínsecos do bulbo do olho, que</p><p>são músculos lisos, incluindo os músculos</p><p>ciliares e os músculos circulares da íris. Os</p><p>impulsos parassimpáticos são transmitidos de</p><p>um núcleo mesencefálico (núcleo oculomotor</p><p>acessório) para o gânglio ciliar, que é um</p><p>centro de transmissão sináptica para os</p><p>neurônios motores da parte parassimpática da</p><p>divisão autônoma do sistema nervoso. A partir</p><p>do gânglio ciliar, alguns axônios motores</p><p>parassimpáticos se projetam para o músculo</p><p>ciliar, responsável pelo ajuste da lente para a</p><p>visão de objetos próximos (acomodação).</p><p>Outros axônios motores parassimpáticos</p><p>estimulam os músculos circulares da íris a se</p><p>contrair em resposta à luz intensa, causando a</p><p>constrição da pupila.- Tortora</p><p>ARTIGO: Manifestações clínicas e</p><p>correlações anatomoclínicas das lesões</p><p>do terceiro nevo craniano, Brazilian</p><p>Journal of Health, 2023</p><p>A paralisia do nervo III, quando é completa,</p><p>pode causar ptose palpebral e diplopia, e a</p><p>paralisia incompleta causa deficit nos músculos</p><p>inervados pelo nervo. Quando acomete a</p><p>pupila, ocorre midríase, que é um sinal da</p><p>compressão desse nervo. Além disso, a</p><p>paralisia do oculomotor é um sinal de alerta</p><p>para um aneurisma da artéria comunicante</p><p>posterior.</p><p>O nervo troclear (IV) é o menor dos doze</p><p>nervos cranianos e o único que emerge da face</p><p>posterior do tronco encefálico. Os neurônios</p><p>motores somáticos se originam de um núcleo</p><p>mesencefálico (núcleo troclear), e os axônios</p><p>desse núcleo cruzam para o lado oposto ao</p><p>deixarem o encéfalo. O nervo então circunda a</p><p>ponte e sai pela fissura orbital superior em</p><p>direção à órbita. Esses axônios motores</p><p>somáticos inervam o músculo oblíquo superior,</p><p>um músculo extrínseco do bulbo do olho que</p><p>controla sua movimentação.- Tortora</p><p>Os neurônios do nervo abducente (VI) se</p><p>originam em um núcleo pontino (núcleo</p><p>abducente). Os axônios motores somáticos se</p><p>projetam desse núcleo em direção ao músculo</p><p>reto</p><p>lateral, também ummúsculo extrínseco do</p><p>bulbo do olho. O nervo abducente é</p><p>responsável pela abdução (rotação lateral) do</p><p>bulbo ocular.- Tortora</p><p>Nervo trigêmeo (V)</p><p>O nervo trigêmeo (V) é o maior dos nervos</p><p>cranianos e um nervo craniano misto. Ele</p><p>emerge a partir de duas raízes na face</p><p>anterolateral da ponte. A raiz sensitiva</p><p>apresenta uma protuberância conhecida como</p><p>gânglio trigeminal (semilunar), localizado em</p><p>uma fossa na face interna da parte petrosa do</p><p>temporal, contendo os corpos celulares da</p><p>maioria dos neurônios sensitivos primários. Os</p><p>neurônios da raiz motora se originam em um</p><p>núcleo pontino.- Tortora</p><p>O nervo trigêmeo apresenta três ramos:</p><p>oftálmico, maxilar e mandibular. O nervo</p><p>oftálmico, o menor dos ramos, passa pela</p><p>órbita na fissura orbital superior. O nervo</p><p>maxilar, de tamanho intermediário, passa pelo</p><p>forame redondo. O nervo mandibular, o maior</p><p>ramo, passa pelo forame oval.- Tortora</p><p>Os axônios sensitivos do nervo trigêmeo</p><p>transmitem impulsos de tato, dor e sensações</p><p>térmicas. O nervo oftálmico contém axônios</p><p>sensitivos da pele da pálpebra superior, da</p><p>córnea, das glândulas lacrimais, da parte</p><p>superior da cavidade nasal, da parte lateral do</p><p>nariz, da fronte e da metade anterior do</p><p>escalpo. O nervo maxilar contém axônios</p><p>sensitivos da mucosa nasal, do palato, de parte</p><p>da faringe, dos dentes superiores, do lábio</p><p>superior e da pálpebra inferior. O nervo</p><p>mandibular contém axônios dos dois terços</p><p>anteriores da língua (não relacionados à</p><p>gustação), da bochecha e sua mucosa, dos</p><p>dentes inferiores, da pele sobre a mandíbula e</p><p>anterior à orelha, e da mucosa do assoalho da</p><p>boca. Os axônios sensitivos dos três ramos</p><p>entram no gânglio trigeminal, onde estão</p><p>localizados os corpos celulares, e terminam em</p><p>núcleos pontinos.- Tortora</p><p>O nervo trigêmeo também recebe axônios</p><p>sensitivos de proprioceptores localizados nos</p><p>músculos da mastigação e extrínsecos do bulbo</p><p>do olho, com os corpos celulares desses</p><p>neurônios localizados no núcleo mesencefálico.</p><p>Os neurônios motores branquiais do nervo</p><p>trigêmeo, que fazem parte do nervo</p><p>mandibular, suprem os músculos da</p><p>mastigação (masseter, temporal, pterigoide</p><p>medial, pterigoide lateral, o ventre anterior do</p><p>músculo digástrico e o músculo milohióideo,</p><p>além dos músculos tensor do véu palatino e</p><p>tensor do tímpano). Esses neurônios motores</p><p>controlam principalmente os movimentos</p><p>mastigatórios.- Tortora</p><p>Nervo facial (VII)</p><p>O nervo facial (VII) é um nervo craniano</p><p>misto. Seus axônios sensitivos se projetam a</p><p>partir dos calículos gustatórios dos dois terços</p><p>anteriores da língua, entrando no temporal</p><p>para se unir ao nervo facial. Os axônios</p><p>sensitivos passam pelo gânglio geniculado, que</p><p>contém os corpos celulares dos neurônios</p><p>sensitivos do nervo facial, e terminam na</p><p>ponte. A partir da ponte, os axônios se</p><p>estendem até o tálamo e, dali, para as áreas</p><p>gustativas do córtex cerebral. A parte sensitiva</p><p>do nervo facial também apresenta axônios da</p><p>pele do meato acústico externo, que</p><p>transmitem sensações táteis, álgicas e térmicas,</p><p>além de proprioceptores de músculos da face e</p><p>do escalpo que enviam informações ao núcleo</p><p>mesencefálico.- Tortora</p><p>Os axônios dos neurônios motores branquiais</p><p>se originam de um núcleo pontino e saem pelo</p><p>forame estilomastóideo para inervar músculos</p><p>da orelha média, da face, do escalpo e do</p><p>pescoço. Os impulsos nervosos que se</p><p>propagam por esses axônios causam a</p><p>contração dos músculos da mímica facial, do</p><p>músculo estilohióideo, do ventre posterior do</p><p>músculo digástrico e do músculo estapédio. O</p><p>nervo facial inerva mais músculos do que</p><p>qualquer outro nervo do corpo.- Tortora</p><p>Axônios de neurônios motores percorrem</p><p>ramos do nervo facial e terminam em dois</p><p>gânglios: o gânglio pterigopalatino e o gânglio</p><p>submandibular. Por meio de transmissões</p><p>sinápticas nesses gânglios, os axônios motores</p><p>parassimpáticos se projetam para as glândulas</p><p>lacrimais (que secretam lágrimas), as glândulas</p><p>nasais, as glândulas palatinas, as glândulas</p><p>sublinguais e as glândulas submandibulares</p><p>(produtoras de saliva). - Tortora</p><p>Nervo vestibulococlear (VIII)</p><p>O nervo vestibulococlear (VIII), anteriormente</p><p>conhecido como nervo acústico ou auditivo, é</p><p>um nervo sensitivo que possui dois ramos: o</p><p>vestibular e o coclear. O ramo vestibular</p><p>transmite impulsos relacionados ao equilíbrio,</p><p>enquanto o ramo coclear está associado à</p><p>audição.- Tortora</p><p>Na orelha interna, os axônios sensitivos do</p><p>ramo vestibular se projetam a partir dos canais</p><p>semicirculares, do sáculo e do utrículo para os</p><p>gânglios vestibulares, onde estão localizados os</p><p>corpos celulares desses neurônios. Esses</p><p>axônios se terminam nos núcleos vestibulares</p><p>da ponte e do cerebelo, com alguns entrando</p><p>no cerebelo via pedúnculo cerebelar inferior.-</p><p>Tortora</p><p>Os axônios sensitivos do ramo coclear se</p><p>originam no órgão espiral (órgão de Corti),</p><p>localizado na cóclea, e os corpos celulares</p><p>desses neurônios estão no gânglio espiral da</p><p>cóclea. A partir daí, os axônios se projetam até</p><p>os núcleos bulbares e terminam no tálamo.-</p><p>Tortora</p><p>O som, então, passa a ser a interpretação</p><p>cerebral de determinada amplitude, frequência</p><p>e duração das ondas sonoras que atingem as</p><p>orelhas humanas, as quais percebem o som</p><p>como graves, os de baixa frequência, ou</p><p>agudos, os de alta frequência - Artigo (Vias</p><p>especiais)</p><p>A energia liberada pela onda sonora é</p><p>convertida em energia mecânica vibracional,</p><p>que se tornará ondas no líquido da cóclea e,</p><p>posteriormente, abrirá canais iônicos nas</p><p>células ciliadas pertencentes ao órgão de Corti.</p><p>- Artigo (Vias especiais)</p><p>O nervo vestibulococlear contém algumas</p><p>fibras motoras que, em vez de inervarem</p><p>tecidos musculares, modulam as células</p><p>ciliadas da orelha interna.- Tortora</p><p>Fisiologia Neurossensorial: uma revisão</p><p>sistemática do trajeto neuronal nas</p><p>principais vias sensoriais - XIX</p><p>CONGRESSO DA ACADEMIA</p><p>BRASILEIRA DE NEUROCIRURGIA,</p><p>2022</p><p>Nervo glossofaríngeo (IX)</p><p>O nervo glossofaríngeo (IX) é um nervo</p><p>craniano misto. Os axônios sensitivos deste</p><p>nervo se originam: (1) dos calículos gustatórios</p><p>do terço posterior da língua; (2) de</p><p>proprioceptores de alguns músculos de</p><p>deglutição; (3) de barorreceptores do seio</p><p>carótico que monitoram a pressão sanguínea;</p><p>(4) de quimiorreceptores nos glomos caróticos,</p><p>próximos às artérias carótidas, e nos glomos</p><p>paraórticos, perto do arco da aorta; e (5) da</p><p>orelha externa para transmitir impulsos táteis,</p><p>álgicos e térmicos. Os corpos celulares destes</p><p>neurônios sensitivos estão localizados nos</p><p>gânglios superior e inferior. Os axônios</p><p>sensitivos passam pelo forame jugular e</p><p>terminam no bulbo.- Tortora</p><p>Os axônios dos neurônios motores do nervo</p><p>glossofaríngeo partem de núcleos bulbares e</p><p>saem do crânio pelo forame jugular. Os</p><p>neurônios motores branquiais inervam o</p><p>músculo estilofaríngeo, que auxilia na</p><p>deglutição. Os axônios dos neurônios motores</p><p>parassimpáticos estimulam a secreção de saliva</p><p>pela glândula parótida, com os corpos celulares</p><p>pós-ganglionares localizados no gânglio ótico.-</p><p>Tortora</p><p>Nervo vago (X)</p><p>O nervo vago (X) é um nervo craniano misto</p><p>que passa pela cabeça e pelo pescoço até o</p><p>tórax e o abdome. Ele é medial e posterior à</p><p>veia jugular interna e à artéria carótida</p><p>comum.- Tortora</p><p>Os axônios sensitivos do nervo vago se</p><p>originam da pele da orelha externa, enviando</p><p>informações sensitivas táteis, álgicas e</p><p>térmicas; de receptores gustativos na epiglote e</p><p>na faringe; de proprioceptores em músculos do</p><p>pescoço e da faringe; de barorreceptores no</p><p>seio carótico; e de quimiorreceptores nos</p><p>glomos paraórticos. A maior parte dos</p><p>neurônios sensitivos se origina de receptores</p><p>da maioria dos órgãos nas cavidades torácica e</p><p>abdominal, transmitindo sensações como</p><p>fome, plenitude e desconforto. Os corpos</p><p>celulares destes neurônios estão localizados</p><p>nos gânglios superior e inferior; seus axônios</p><p>passam pelo forame jugular e terminam no</p><p>bulbo e na ponte.- Tortora</p><p>Os neurônios motores branquiais, que</p><p>percorrem</p><p>uma curta distância junto com o</p><p>nervo acessório, se originam de núcleos</p><p>bulbares e suprem músculos da faringe, da</p><p>laringe e do palato mole, utilizados na</p><p>deglutição, vocalização e tosse. Essas fibras</p><p>pertencem ao nervo vago (X), apesar de</p><p>historicamente terem sido chamadas de nervo</p><p>acessório craniano. - Tortora</p><p>Os axônios de neurônios motores</p><p>parassimpáticos do nervo vago se originam de</p><p>núcleos bulbares e inervam os pulmões, o</p><p>coração, glândulas do trato gastrintestinal</p><p>(TGI) e músculos lisos das vias respiratórias,</p><p>esôfago, estômago, vesícula biliar, intestino</p><p>delgado e parte do intestino grosso. Esses</p><p>axônios estimulam a contração dos músculos</p><p>lisos do TGI, auxiliando na motilidade, na</p><p>secreção das glândulas digestórias, e ativam</p><p>músculos lisos das vias respiratórias para</p><p>diminuir seu calibre, além de reduzir a</p><p>frequência cardíaca.- Tortora</p><p>Nervo acessório (XI)</p><p>O nervo acessório (XI) é um nervo craniano</p><p>branquial. Historicamente, ele foi dividido em</p><p>duas partes: o nervo acessório craniano e o</p><p>nervo acessório medular. Atualmente, o nervo</p><p>acessório craniano é classificado como parte do</p><p>nervo vago (X). O "antigo" nervo acessório</p><p>medular é o foco desta discussão. - Tortora</p><p>Os neurônios motores do nervo acessório se</p><p>originam dos cornos anteriores dos primeiros</p><p>cinco segmentos da parte cervical da medula</p><p>espinal. Seus axônios deixam a medula espinal</p><p>lateralmente, sobem pelo forame magno e</p><p>saem pelo forame jugular, acompanhando os</p><p>nervos vago e glossofaríngeo. O nervo</p><p>acessório transmite impulsos motores para os</p><p>músculos esternocleidomastóideo e trapézio,</p><p>coordenando os movimentos da cabeça. -</p><p>Tortora</p><p>Os axônios sensitivos deste nervo,</p><p>provenientes de proprioceptores dos músculos</p><p>esternocleidomastóideo e trapézio, iniciam seu</p><p>percurso no nervo acessório, mas se juntam a</p><p>nervos do plexo cervical. A partir do plexo</p><p>cervical, esses axônios entram na medula</p><p>espinal por meio das raízes posteriores dos</p><p>nervos cervicais, com seus corpos celulares</p><p>localizados nos gânglios sensitivos desses</p><p>nervos. Na medula espinal, os axônios</p><p>ascendem em direção a núcleos bulbares.-</p><p>Tortora</p><p>Nervo hipoglosso (XII)</p><p>O nervo hipoglosso (XII) é um nervo craniano</p><p>motor. Seus axônios motores somáticos se</p><p>originam de um núcleo bulbar (núcleo do</p><p>nervo hipoglosso), saem do bulbo pela face</p><p>anterior e passam pelo canal do nervo</p><p>hipoglosso para inervar os músculos da língua.</p><p>Esses axônios conduzem impulsos nervosos</p><p>relacionados com a fala e a deglutição.-</p><p>Tortora</p><p>Os axônios sensitivos que se originam de</p><p>proprioceptores dos músculos da língua</p><p>iniciam seu percurso no nervo hipoglosso, mas</p><p>não voltam ao encéfalo por ele. Em vez disso,</p><p>esses axônios se juntam a nervos espinais</p><p>cervicais e terminam no bulbo, entrando na</p><p>parte central do sistema nervoso pelas raízes</p><p>posteriores dos nervos espinais cervicais.-</p><p>Tortora</p><p>Vias sensoriais especiais</p>