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<p>DESCRIÇÃO</p><p>Introdução à Imunologia: histórico, principais células, tecidos e órgãos que compõem o sistema imunológico e o</p><p>reconhecimento dos antígenos.</p><p>PROPÓSITO</p><p>Estudar o histórico da Imunologia, a composição e a resposta imune é importante para entender o funcionamento</p><p>fisiológico do sistema imunológico e compreender como ele age no combate às doenças.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Definir as funções do sistema imunológico e as principais características das respostas imunológicas</p><p>MÓDULO 2</p><p>Identificar os órgãos linfoides e as características das células que compõem o sistema imunológico</p><p>MÓDULO 3</p><p>Reconhecer o processamento dos antígenos e de que forma são apresentados e identificados</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Vamos iniciar nosso estudo sobre o sistema imunológico, explorando, desde o histórico dessa incrível ciência, até a sua</p><p>composição e funcionamento. Além disso, iremos abordar os principais conceitos, as células que compõem esse sistema,</p><p>assim como os órgãos que são responsáveis por proteger o nosso organismo contra possíveis invasores.</p><p>Antes de começar a explorar essa ciência, precisamos entender que as células que compõem o sistema imunológico são</p><p>formadas a partir de células precursoras.</p><p>Você sabe o que são células precursoras?</p><p>As células precursoras são “células-mãe”, ou seja, que sofrem o processo de diferenciação originando células</p><p>especializadas, como por exemplo, células da pele, dos ossos, do sangue, dos músculos, entre outros. Além disso,</p><p>é importante lembrar que os órgãos são estruturas que desempenham funções específicas no organismo, como a boca, os</p><p>pulmões, intestinos, vasos sanguíneos, medula óssea e muitos outros.</p><p>Para o bom funcionamento do sistema imunológico, a participação dos órgãos é fundamental.</p><p>E o que é imunologia?</p><p>É um ramo da ciência que estuda a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças e alergias. Um sistema</p><p>imunológico eficaz é essencial para que estejamos vivos.</p><p>A seguir, vamos juntos conhecer esse mundo extraordinário que é a Imunologia.</p><p>MÓDULO 1</p><p> Definir as funções do sistema imunológico e as principais características das respostas imunológicas</p><p>HISTÓRICO DA IMUNOLOGIA COMO CIÊNCIA</p><p>A palavra imunidade é derivada do latim immunis ou immunitas cujo significado é “isento de carga”. Na Antiguidade, ela</p><p>era empregada na política para designar a proteção oferecida aos senadores romanos durante seus mandatos contra</p><p>possíveis processos legais. Até hoje, a palavra tem esse uso.</p><p>Na área da saúde, imunidade é a proteção contra doenças, principalmente doenças infecciosas. Indivíduos que não</p><p>sucumbem a uma doença quando infectados são chamados de imunes, e a resistência específica a uma determinada</p><p>doença é chamada de imunidade. A Imunologia é um ramo da Biologia que tem como responsabilidade o estudo das</p><p>reações de defesa de um organismo que irão conferir resistência a uma determinada doença.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Fonte: Wellcomeimages / Wikimedia Commons / CC-BY-4.0</p><p> Edward Jenner.</p><p>A Imunologia é uma ciência relativamente nova. Sua origem foi datada no final do século XVIII, quando Edward Jenner</p><p>(naturalista e médico britânico) observou que a varíola bovina, que normalmente se manifestava de forma branda, parecia</p><p>conferir proteção contra a varíola humana, que era geralmente fatal. Isso porque ele notou que as pessoas que</p><p>ordenhavam vacas e tinham contraído a forma bovina da doença, não contraiam a varíola humana.</p><p>Em 1796, Edward Jenner coletou o pus de pústulas provenientes da mão da ordenhadora Sarah Nelmes, que havia</p><p>contraído a varíola bovina, e inoculou em um menino de oito anos saudável chamado James Phillips.</p><p>Após a inoculação, James adquiriu a forma branda da doença e logo ficou curado. Alguns meses depois, Jenner inoculou o</p><p>líquido extraído de uma pústula de varíola humana no mesmo menino e este não contraiu a doença. Dessa forma, Jenner</p><p>conseguiu demonstrar que a inoculação da varíola bovina poderia conferir proteção contra a varíola humana.</p><p>Fonte: Gastón Melingue / Wikimedia Commons / domínio público</p><p> Edward Jenner aplicando a primeira vacina em James Phillips.</p><p>Edward Jenner chamou esse procedimento de vacinação, termo que é utilizado até hoje, para descrever a inoculação de</p><p>amostras atenuadas ou enfraquecidas de agentes patológicos em indivíduos saudáveis, com a finalidade de</p><p>conferir proteção contra essas doenças. Quando Jenner introduziu o processo de vacinação, ele não conhecia os</p><p>agentes infecciosos que causam as doenças.</p><p>Fonte: Autor desconhecido / Wikimedia Commons / domínio público</p><p> Robert Koch (1843 -1910).</p><p>No final do século XIX, o alemão Robert Koch provou que microrganismos patogênicos eram os causadores de</p><p>doenças infecciosas, sendo cada microrganismo responsável por determinada patologia ou enfermidade. Atualmente, os</p><p>microrganismos patogênicos podem ser classificados em quatro grandes classes: os vírus, as bactérias, os</p><p>fungos patogênicos e protozoários. A partir das descobertas de Koch e de outros pesquisadores foi possível o</p><p>desenvolvimento da imunologia, por meio da vacinação para outras doenças.</p><p>Em meados de 1880, Louis Pasteur desenvolveu uma vacina contra a cólera aviária e uma vacina antirrábica, ambas</p><p>bem-sucedidas. Apesar de Pasteur ter tido sucesso no desenvolvimento das vacinas, ele tinha pouco conhecimento sobre</p><p>os mecanismos que estavam envolvidos no processo de imunização. Propôs que organismos presentes na vacina eram</p><p>capazes de remover nutrientes essenciais do corpo e, dessa forma, os agentes causadores das doenças não conseguiriam</p><p>crescer e proliferar. Esses vários acontecimentos práticos resultaram na busca pelo entendimento dos mecanismos de</p><p>proteção imunológica.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Louis Pasteur (1822 – 1895).</p><p>Fonte: Wellcomeimages / CC – BY – 4.0</p><p> Emil von Behring e Shibasaburo Kitaso.</p><p>Além desses marcos relacionados à vacinação, também é importante destacar que, no início da década de 1890, Emil von</p><p>Behring e Shibasaburo Kitaso demonstraram que a proteção exercida pela vacinação não era oriunda da remoção de</p><p>nutrientes, mas estava relacionada a fatores de proteção presentes no soro de indivíduos vacinados. Os dois cientistas</p><p>descobriram que o soro de animais imunes ao tétano e à difteria possuía uma “atividade antitóxica” específica que</p><p>poderia promover proteção a curto prazo contra os efeitos das toxinas dessas doenças. Esta atividade antitóxica era</p><p>desempenhada por substâncias que foram então chamadas de anticorpos, que são capazes de se ligar especificamente</p><p>às toxinas e as neutralizar. Em 1901, Emil von Behring recebeu o primeiro prêmio Nobel de Medicina por seu</p><p>trabalho sobre os anticorpos.</p><p>Fonte: Shuttestock.com</p><p>Processo de absorção de microrganismos pelos fagócitos.</p><p>Em 1882, a primeira grande controvérsia surgiu, quando Elie Metchnikoff demonstrou que algumas células eram</p><p>capazes de “comer” microrganismos. Isso foi primeiramente demonstrado em animais invertebrados, e, mais tarde, nos</p><p>mamíferos. Metchnikoff sugeriu que estas células faziam parte do principal mecanismo de defesa contra microrganismos —</p><p>a elas foi dado o nome de fagócitos – e que os anticorpos tinham pouca relevância no sistema imunológico.</p><p>Fonte: Shuttestock.com</p><p>No entanto, em 1904, Almroth Wright e Joseph Denys mostraram que os anticorpos eram capazes de se ligar às</p><p>bactérias e induzir a destruição delas pelos fagócitos, mostrando a importância dos anticorpos na defesa do organismo.</p><p>Descobertas sobre diferentes células, antígenos, estruturas moleculares, sistemas, entre outras tantas, foram fundamentais</p><p>para que chegássemos ao conhecimento que temos atualmente. Também abriram possibilidades para a evolução da</p><p>ciência.</p><p>FUNÇÃO DO SISTEMA IMUNOLÓGICO</p><p>Para entendermos melhor cada um dos elementos que compõem o sistema imunológico, é preciso compreendê-lo com</p><p>uma visão mais ampla. Vamos juntos?</p><p>HOMEOSTASIA</p><p>Processo de regulação pelo qual um organismo mantém constante o seu equilíbrio.</p><p>O sistema imunológico pode ser definido</p><p>na membrana das APC e aumentam a adesão entre</p><p>o linfócito T e a APC. Além disso, as moléculas acessórias podem apresentar outras funções como auxiliar na passagem</p><p>dos linfócitos para um tecido e na retenção dessas células no tecido. Podemos citar como exemplo de moléculas</p><p>acessórias das células T: CD4, CD8, CD28, CTLA-4, CD45R, CD2, LFA-1, L-selectina e CD44.</p><p>javascript:void(0)</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE MELHOR CORRESPONDE AO PROCESSAMENTO E</p><p>APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENOS NO INTERIOR DAS CÉLULAS APRESENTADORAS DE</p><p>ANTÍGENOS ÀS MOLÉCULAS DE MHC:</p><p>A) Os peptídeos antigênicos que são formados no interior de vesículas, são apresentados por MHC de classe I.</p><p>B) Os antígenos citosólicos sofrem proteólise em uma organela proteolítica chama de proteassoma.</p><p>C) As moléculas de MHC classe I produzidas em uma APC, irão carregar consigo uma proteína chamada de cadeia</p><p>constante (Ii).</p><p>D) As moléculas de MHC são sintetizadas no núcleo celular.</p><p>E) As proteínas extracelulares e as proteínas citosólicas normalmente utilizam a mesma via de processamento de</p><p>antígenos.</p><p>2. “RECONHECEM APENAS O COMPLEXO MHC-PEPTÍDEO E A LIGAÇÃO ESTABELECIDA COM</p><p>A CÉLULA APRESENTADORA DE ANTÍGENO POSSUEM UMA AFINIDADE RELATIVAMENTE</p><p>BAIXA”. A AFIRMAÇÃO ANTERIOR ESTÁ DESCREVENDO UMA CARACTERÍSTICA DE:</p><p>A) Receptores de células T (TCR).</p><p>B) Linfócitos T CD8.</p><p>C) Anticorpos de superfície da membrana dos linfócitos B.</p><p>D) Regiões constantes dos receptores antigênicos.</p><p>E) Microrganismos intracelulares.</p><p>GABARITO</p><p>1. Assinale a alternativa que melhor corresponde ao processamento e apresentação de antígenos no interior das</p><p>células apresentadoras de antígenos às moléculas de MHC:</p><p>A alternativa "B " está correta.</p><p>As moléculas de MHC são produzidas no retículo endoplasmático e possui como função se unir a antígenos para</p><p>apresentá-los na superfície celular. O MHC de classe I apresenta peptídeos oriundos do espaço citosólico, enquanto o</p><p>MHC classe II apresenta peptídeos que estão no interior de vesículas, e carrega junto a si uma cadeia constante (Ii).</p><p>2. “Reconhecem apenas o complexo MHC-peptídeo e a ligação estabelecida com a célula apresentadora de</p><p>antígeno possuem uma afinidade relativamente baixa”. A afirmação anterior está descrevendo uma característica</p><p>de:</p><p>A alternativa "A " está correta.</p><p>Os receptores de células T, também chamados de TCR, ligam-se ao complexo MHC-peptídeo na superfície da membrana</p><p>de uma APC com uma afinidade baixa, e as moléculas acessórias são responsáveis por fortalecer essa ligação.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Como vimos, a Imunologia é uma ciência que continua evoluindo até hoje. O estudo do sistema imunológico é</p><p>fundamental para que outras áreas da ciência possam progredir. Vários recursos médicos utilizados nos dias de hoje</p><p>são fruto de pesquisas realizadas na área imunológica.</p><p>O conhecimento dos elementos formadores do sistema imunológico é de grande importância para a compreensão do seu</p><p>funcionamento. Esse sistema é composto por moléculas, células, tecidos e órgãos que trabalham juntos, com a finalidade</p><p>de proteger o organismo da invasão de patógenos que possam acarretar doenças e prejuízos para o indivíduo infectado.</p><p>Para que ocorra a proteção contra patógenos, o sistema imunológico utiliza mecanismos para reconhecê-los. Isso ocorre</p><p>pela identificação dos antígenos presentes na superfície dos microrganismos ou das proteínas microbianas. A identificação</p><p>é feita via receptores presentes nas células que compõem o sistema imunológico. A partir daí, é desenvolvida uma</p><p>resposta, desencadeada por vários elementos constituintes do sistema para promover a proteção.</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. Imunologia celular e molecular. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.</p><p>ABBAS, A. K.; LITCHMAN, A. H. Imunologia básica: funções e distúrbios do sistema imunológico. 3. ed. Rio de</p><p>Janeiro: Elsevier, 2009.</p><p>CRUVINEL, Wilson de Melo et al. Sistema Imunitário – Parte I: fundamentos da imunidade inata com ênfase nos</p><p>mecanismos moleculares e celulares da resposta inflamatória. Rev. Bras. Reumatologia, São Paulo, vol. 50, n. 04, p. 434-</p><p>436, 2010.</p><p>MARTÍNEZ, Alfredo Córdova; ALVAREZ-MON, Melchor. O sistema imunológico (I): conceitos gerais, adaptação ao</p><p>exercício físico e implicações clínicas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 5, 3, p. 120-125, 1999.</p><p>ROITT, I. M. & DELVES, P. J. Fundamentos de imunologia. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.</p><p>EXPLORE+</p><p>Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia o livro Imunologia básica: funções e distúrbios do</p><p>sistema imunológico, dos autores Abbas e Litchaman.</p><p>Pesquise o livro Conceitos e métodos para formação de profissionais em laboratórios de saúde, do IOC (instituto</p><p>Oswaldo cruz) /FIOCRUZ, o capítulo 01 é destinado a imunologia.</p><p>Pesquise na internet o site da Sociedade Brasileira de Imunologia. Ele traz diversas informações e eventos</p><p>relacionados à comunidade de estudos sobre imunologia no Brasil.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Thaíssa Queiróz Machado</p><p> CURRÍCULO LATTES</p><p>javascript:void(0);</p><p>javascript:void(0);</p><p>como um conjunto de moléculas, células e tecidos que medeiam a resposta</p><p>imunológica, a fim de reconhecer determinadas estruturas moleculares ou antígenos e promover uma resposta efetiva,</p><p>provocando a sua destruição ou inativação. Ou seja, o sistema imunológico é responsável por reconhecer e</p><p>desenvolver uma resposta contra antígenos potencialmente patogênicos. Ele possui importante papel na manutenção</p><p>da homeostasia, juntamente com os sistemas nervoso e endócrino, e é muito importante para a sobrevivência dos</p><p>animais.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Exemplos de agentes patogênicos.</p><p>Existe uma enorme variedade de componentes e mecanismos atuando no sistema imunológico. Alguns desses elementos</p><p>são responsáveis por defender o organismo contra um único invasor, enquanto outros são direcionados contra uma ampla</p><p>quantidade de agentes infecciosos. O sistema imune compreende as principais vias com as quais o ser humano responde</p><p>e se adapta aos desafios exógenos (Provocados por agentes externos) e endógenos (Provocados por agentes</p><p>internos) . Além disso, têm papel fundamental na defesa contra infecções e circunstâncias que comprometam a integridade</p><p>do organismo.</p><p>A principal função biológica executadas pelo sistema imunológico, é a capacidade de reconhecer e eliminar:</p><p>Moléculas alteradas e células lesadas ou mortas do próprio organismo.</p><p>Os agentes infecciosos, tais como vírus, bactérias, fungos, protozoários e helmintos.</p><p>As células tumorais.</p><p>Células, tecidos ou órgãos de origem genética diferente (como no caso de transplantas e enxertos).</p><p>Alguns dos elementos do sistema imunológico têm a capacidade de reconhecer de forma específica determinados</p><p>antígenos ou fragmentos celulares. A natureza dos antígenos é extremamente variável e sua origem pode ser tanto</p><p>javascript:void(0)</p><p>externa quanto interna. Com isso, são produzidas interações com outros sistemas, como os sistemas nervoso e</p><p>endócrino, de forma mais ou menos intensa, podendo acarretar alterações morfológicas e funcionais no organismo.</p><p>Várias funções executadas pelo sistema imunológico são consideradas redundantes, uma vez que diversos mecanismos</p><p>são ativados contra um único invasor.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Uma característica considerada fundamental para o sistema imunológico é a sua capacidade de aprendizagem e</p><p>memória. Ele é capaz de extrair informações dos agentes infecciosos e disponibilizá-las para utilização no futuro em novas</p><p>infecções ocasionadas pelos mesmos agentes ou por agentes similares.</p><p>Mas por que é importante estudar Imunologia?</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Para conhecer melhor as características antigênicas dos patógenos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Para desenvolver métodos imunológicos (diagnósticos sorológicos) mais eficazes na identificação de microrganismos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Para conhecer os fatores de virulência dos agentes infecciosos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Para o desenvolvimento de vacinas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Para entender como as respostas imunológicas atuam e, com isso, desenvolver métodos eficazes de detecção e</p><p>quantificação dessas respostas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Anticorpos atacando um vírus, um dos exemplos de respostas imunológicas.</p><p>PROPRIEDADES GERAIS DAS RESPOSTAS</p><p>IMUNOLÓGICAS</p><p>Como já vimos, a resposta imunológica é a reação desencadeada pelo sistema imunológico diante de um agente agressor</p><p>com o intuito de proteger o organismo contra os danos que esse agente possa promover. Há situações em que a resposta</p><p>imunológica pode ser considerada normal ou anormal.</p><p>Quando o sistema imunológico promove uma resposta considerada normal, podemos classificá-la em algumas etapas, de</p><p>forma simplificada:</p><p>O sistema imunológico reconhece um antígeno estranho potencialmente nocivo.</p><p></p><p>Ativa e mobiliza os componentes do sistema de defesa contra o antígeno.</p><p></p><p>Promove o ataque propriamente dito.</p><p></p><p>Controla e finaliza o ataque, ou seja, finaliza a resposta imunológica.</p><p>Infelizmente, a resposta imunológica pode ocasionar efeitos negativos, como: insucesso de transplantes, respostas</p><p>imunológicas anormais promovendo doenças com alto grau de morbidade e mortalidade, reações inflamatórias</p><p>exacerbadas e dano orgânico.</p><p>Vamos, agora, conhecer alguns casos em que a resposta imunológica se encontra anormal:</p><p>O ORGANISMO PRODUZ UMA RESPOSTA IMUNOLÓGICA CONTRA O</p><p>PRÓPRIO CORPO DO INDIVÍDUO, DESENVOLVENDO UMA DOENÇA</p><p>AUTOIMUNE</p><p>No caso de disfunção da resposta, o sistema imunológico confunde o próprio corpo como algo estranho, promovendo</p><p>ataque aos tecidos do próprio organismo e causando as famosas doenças autoimunes: artrite reumatoide, tireoidite de</p><p>Hashimoto, lúpus eritematoso sistêmico, esclerose múltipla, diabetes tipo 1, entre outras. Ainda não se sabe</p><p>exatamente o que leva o sistema imunológico a desencadear respostas contra as próprias células do indivíduo.</p><p>O ORGANISMO NÃO É CAPAZ DE GERAR RESPOSTAS</p><p>IMUNOLÓGICAS EFICIENTES CONTRA MICRORGANISMOS QUE O</p><p>INVADEM</p><p>Isto acontece em doenças decorrentes de imunodeficiência. Indivíduos com respostas imunológicas defeituosas se</p><p>tornam suscetíveis a uma série de infecções, que frequentemente os colocam em risco de vida. O crescimento da</p><p>síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), a partir dos anos 1980, mostrou de maneira trágica a importância de um</p><p>sistema imunológico eficiente para a saúde das pessoas. É importante destacar que a relevância da Imunologia vai</p><p>além das infecções.</p><p>O CORPO PROVOCA UMA RESPOSTA EXCESSIVA A ANTÍGENOS QUE</p><p>PREJUDICA TECIDOS NORMAIS</p><p>Pode ocorrer em situações como no caso de uma reação alérgica.</p><p>EXISTEM CASOS EM QUE O SISTEMA IMUNOLÓGICO DO INDIVÍDUO</p><p>ESTÁ FUNCIONAL, PORÉM NÃO CONSEGUE COMBATER DE FORMA</p><p>EFICAZ ALGUMAS ANORMALIDADES</p><p>Acontece em algumas doenças infecciosas ou no câncer. Nestes casos, a resposta imunológica específica leva tempo para</p><p>se desenvolver, e muitas vezes o agente agressor, tal como microrganismos ou mesmo células neoplásicas, desenvolve</p><p>mecanismos de evasão para fugir da resposta.</p><p>Em suma, as respostas imunológicas em indivíduos saudáveis são capazes de prevenir e controlar diversas infecções,</p><p>além de otimizarem as respostas contra diferentes tipos de microrganismos.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>O sistema imunológico também é capaz de avisar sobre a presença de uma infecção, acionando os mecanismos que irão</p><p>atuar contra os microrganismos causadores de doenças que conseguiram ultrapassar as respostas imunológicas iniciais.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>RECENTES AVANÇOS DA IMUNOLOGIA</p><p>Os estudos na área da Imunologia começaram no século XVIII, como vimos, e se estendem até os dias de hoje. Esses</p><p>estudos proporcionaram à área da saúde diferentes avanços, desde as vacinas, o diagnóstico sorológico e até mesmo a</p><p>possibilidade de transplantes entre indivíduos diferentes. Certamente, as pesquisas científicas continuarão a nos</p><p>surpreender. Vamos agora conhecer um pouco mais das recentes descobertas da ciência.</p><p>IMUNOTERAPIA</p><p>A imunoterapia consiste em um tratamento biológico que procura potencializar o sistema imunológico do indivíduo de forma</p><p>que ele consiga combater infecções e outras doenças. Esta modalidade de terapia pode agir estimulando o sistema</p><p>imunológico de uma forma geral, enquanto outras terapias auxiliam o sistema imunológico a agir de forma específica contra</p><p>células cancerosas, por exemplo.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Tratamento oncológico utilizando imunoterapia com células de defesa.</p><p>Nas últimas décadas, cresceu o número de pesquisas que visa o desenvolvimento de tratamentos imunoterápicos. Além</p><p>disso, essa terapia ganhou destaque e se tornou uma importante ferramenta para o tratamento de alguns tipos de câncer</p><p>como melanoma, câncer renal, câncer de pulmão, entre outros, podendo se associar a outras terapias, como a</p><p>quimioterapia tradicional, a fim de promover uma maior eficácia no tratamento.</p><p>TRANSPLANTES E DROGAS IMUNOSSUPRESSORAS</p><p>O transplante consiste na transferência de células, tecidos ou órgãos de uma pessoa doadora para outra pessoa receptora.</p><p>Um dos principais problemas deste</p><p>procedimento é a grande chance de rejeição pelo sistema imunológico do receptor.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Exemplo de droga imunossupressora.</p><p>Para contornar este problema, foram descobertos medicamentos que poderiam ser usados como imunossupressores.</p><p>Esses medicamentos, de uma forma geral, são capazes de driblar o sistema imunológico enfraquecendo-o,</p><p>minimizando os riscos de rejeição. Essa descoberta possibilitou que o transplante fosse viável entre indivíduos que não</p><p>fossem gêmeos idênticos.</p><p>Nos últimos dez anos, houve um avanço importante nos resultados dos transplantes, com o surgimento de novas e</p><p>poderosas drogas imunossupressoras. Muitas delas já estão liberadas para uso nas clínicas, enquanto outras ainda estão</p><p>na fase de estudo experimental e pré-clínica.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>VACINAÇÃO</p><p>De forma geral, a produção das vacinas atuais acontece da mesma forma que era produzida antigamente: a partir da</p><p>inoculação no corpo humano de bactérias ou vírus enfraquecidos (atenuados), mortos ou fragmentados que não são</p><p>capazes de causar infecções, mas desencadeiam uma resposta imunológica.</p><p>Existem vírus tão complexos, sobre os quais as vacinas convencionais não conseguem ter eficácia, como o vírus da</p><p>dengue e o da hepatite C. Como alternativa, os cientistas buscam novas técnicas para criação de vacinas, como por</p><p>exemplo a utilização de vírus modificados geneticamente.</p><p>Os vírus modificados carregam genes de vírus causadores de outras doenças e por isso são chamados de vetores virais.</p><p>Ao entrarem no organismo humano, esses vetores virais não causam infecções, mas produzem proteínas de vírus de</p><p>outras doenças, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos contra essas proteínas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Os vírus modificados estimulam a produção de anticorpos.</p><p>Mas por que escolher vírus como vetores?</p><p>A escolha dos vírus como vetores acontece porque já sabemos que eles evoluem e desenvolvem estratégias para penetrar</p><p>nas células-alvo, “sequestrar” a maquinaria celular e, a partir disso, produzirem suas progênies, ou seja, seus</p><p>descendentes virais.</p><p>Esse conhecimento é a base para o desenvolvimento e fabricação das vacinas utilizando vetores virais.</p><p> EXEMPLO</p><p>Para que cientistas criem uma vacina contra o vírus A, utilizam um vetor viral B geneticamente modificado. Neste caso, o</p><p>vírus B será modificado de forma que os genes essenciais à replicação e à patogenicidade sejam eliminados, assim ele</p><p>funcionará apenas como um transportador de material genético que, neste caso, é o material genético do vírus A. Sendo</p><p>assim, ao entrar no organismo, o vírus não causa doença, mas aumenta a síntese de proteínas do vírus A, estimulando</p><p>nosso organismo a reconhecer essas proteínas e produzir anticorpos contra elas.</p><p>Essas novas vacinas ainda estão em fase de estudo e precisam de novos testes até que possam ser aplicadas na</p><p>população.</p><p>POR QUE DESENVOLVER VACINAS É TÃO COMPLEXO?</p><p>Assista ao vídeo que apresenta os desafios e as etapas envolvidas no desenvolvimento de vacinas.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDA ÀS FUNÇÕES EXERCIDAS PELO SISTEMA</p><p>IMUNOLÓGICO.</p><p>A) O sistema imunológico é incapaz de reconhecer de forma específica algumas estruturas moleculares ou antígenos, e</p><p>desencadear uma resposta imunológica.</p><p>B) O sistema imunológico exerce apenas a função de defesa do organismo.</p><p>C) O sistema imune é capaz de orquestrar a resposta imunológica a partir unicamente de células, já que as moléculas e os</p><p>tecidos não são hábeis para participar das respostas imunes.</p><p>D) A capacidade de aprendizagem e memória é uma característica fundamental do sistema imunológico, pois essas</p><p>informações armazenadas podem ser utilizadas em uma futura reinfecção, ou infecção com patógenos similares.</p><p>E) Quando ocorre o reconhecimento de um elemento estranho, apenas um mecanismo do sistema imunológico é ativado</p><p>contra um único invasor.</p><p>2. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE REPRESENTA UMA CARACTERÍSTICA DAS RESPOSTAS</p><p>IMUNOLÓGICAS.</p><p>A) Quando o sistema imunológico está com a sua resposta considerada normal, ele consegue identificar o antígeno</p><p>estranho, desenvolver uma resposta contra este antígeno, controlar a resposta, mas não finaliza o ataque.</p><p>B) O sistema imunológico, quando desempenha sua resposta de forma anormal, pode produzir uma resposta imune contra</p><p>o próprio corpo do indivíduo, o que é definido como reação alérgica.</p><p>C) Podem existir situações em que o sistema imunológico do indivíduo está funcional, mas não é capaz de combater de</p><p>maneira eficaz algumas anormalidades, como é o caso do câncer, por exemplo.</p><p>D) Apesar do sistema imunológico ser de grande importância para a proteção do organismo, ele não é capaz de avisar</p><p>sobre a presença de uma infecção ocasionada por microrganismos patogênicos invasores.</p><p>E) As drogas imunossupressoras potencializam o sistema imunológico de maneira que este consiga combater doenças e</p><p>infecções.</p><p>GABARITO</p><p>1. Assinale a alternativa que corresponda às funções exercidas pelo sistema imunológico.</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>O sistema imunológico é responsável pela homeostasia e defesa do organismo, sendo capaz de reconhecer de forma</p><p>específica diversos antígenos e moléculas, e em seguida, produzir memória e aprendizagem. Quando a resposta é</p><p>desencadeada contra um único invasor, vários mecanismos do sistema imunológico são ativados.</p><p>2. Assinale a alternativa que representa uma característica das respostas imunológicas.</p><p>A alternativa "C " está correta.</p><p>O sistema imunológico com uma resposta normal, é capaz de iniciar e finalizar esta resposta. Já uma resposta anormal,</p><p>pode promover um ataque contra o próprio organismo, caracterizando muitas vezes uma doença autoimune. Além disso, o</p><p>sistema imunológico pode estar funcional, mas não consegue combater algumas alterações, como acontece no câncer.</p><p>MÓDULO 2</p><p> Identificar os órgãos linfoides e as características das células que compõem o sistema imunológico</p><p>PRINCIPAIS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO</p><p>Como aprendemos, o sistema imunológico executa sua função de proteção por meio de suas respostas imunológicas.</p><p>Essas respostas precisam distinguir o que é próprio do organismo e o que não é. Além disso, também precisam ser</p><p>capazes de identificar diferentes antígenos, mesmo quando suas estruturas são muito parecidas.</p><p>As respostas imunológicas podem ser divididas em dois tipos: a resposta imune inata e a resposta imune adquirida.</p><p>Não iremos abordá-las especificamente agora, pois, para entendê-las, precisamos conhecer os principais componentes</p><p>que fazem parte desse sistema tão complexo.</p><p>ORIGEM DAS CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO</p><p>As células do sistema imunológico são produzidas na medula óssea vermelha, que se localiza nas cavidades ósseas,</p><p>no interior do tecido ósseo esponjoso. Elas estão presentes no fêmur, nos ossos do crânio, na crista ilíaca, entre outros.</p><p>As células que compõem o sistema imunológico estão, normalmente, distribuídas em vários locais do organismo:</p><p>circulando no sangue e na linfa, presentes nos órgãos linfoides e dispersas em vários tecidos do corpo. A capacidade</p><p>das células de se deslocar entre sangue, linfa e tecidos representa uma grande importância para a geração das</p><p>respostas imunológicas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> A medula óssea é a origem das células imunológicas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Diferenciação de uma célula-tronco hematopoiética na medula óssea vermelha.</p><p>No caso das células do sistema imunológico, elas são chamadas células-tronco hematopoiéticas pluripotentes.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Processo de hematopoiese.</p><p>As células-tronco hematopoiéticas pluripotentes são responsáveis pela formação das células e derivados celulares</p><p>circulantes do sangue, originando variáveis tipos de células sanguíneas.</p><p>HEMATOPOIESE</p><p>Nome dado ao processo de formação, desenvolvimento e maturação dos elementos do sangue a partir de um</p><p>precursor celular comum.</p><p>As células-tronco hematopoiéticas originam os eritrócitos (Hemácias) , os leucócitos</p><p>e os megacariócitos (Células que</p><p>dão origem às plaquetas) pelo processo chamado Hematopoiese.</p><p>Os eritrócitos, também conhecidos como glóbulos vermelhos do sangue, não participam do sistema imunológico. Eles</p><p>apresentam como principal função o transporte de gases no sangue. Já as plaquetas são fragmentos celulares que</p><p>participam da coagulação sanguínea.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Origem das plaquetas.</p><p>DIFERENCIAÇÃO CELULAR</p><p>Também conhecida como “especialização celular”, é um processo que torna as células especializadas em</p><p>determinada função, ou seja, é gerada uma diversidade celular com funções específicas.</p><p>Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, compõem nosso sistema imunológico. Mas como isso acontece?</p><p>As células-tronco hematopoiéticas pluripotentes são células menos diferenciadas responsáveis pela formação das células</p><p>do sangue. Elas sofrem sucessivas mitoses e participam do processo de diferenciação celular que origina duas principais</p><p>e importantes linhagens celulares: a mieloide e a linfoide.</p><p>LINHAGEM MIELOIDE</p><p>Linhagem celular que origina os neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e mastócitos, que são as células que</p><p>compõem a imunidade. Além disso, também origina eritrócitos e plaquetas.</p><p>LINHAGEM LINFOIDE</p><p>Linhagem celular que origina os linfócitos T, linfócitos B e células NK.</p><p>Esse processo é altamente regulado e controlado por fatores de crescimento, hormônios e moléculas sinalizadoras que</p><p>estimulam a diferenciação das células-tronco.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Células do sistema imunológico divididas em linhagem mieloide e linhagem linfoide.</p><p>Em resumo, podemos entender o processo de origem das células da seguinte forma:</p><p>Células-tronco hematopoiéticas recebem estímulos para produção celular.</p><p></p><p>Realizam sucessivas mitoses e se multiplicam.</p><p></p><p>Promovem a diferenciação em células de duas linhagens diferentes: linhagem mieloide e linhagem linfoide.</p><p>CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO – LINHAGEM MIELOIDE</p><p>Veja a seguir as características das células da linha mieloide:</p><p>NEUTRÓFILOS</p><p>Os neutrófilos apresentam o núcleo segmentado (de três a cinco lóbulos) e seu citoplasma contém grânulos específicos</p><p>repletos de enzimas, que podem ser divididos em grânulos primários (Azurófilos) e grânulos secundários (Específicos) .</p><p>Os grânulos primários participam da digestão celular, enquanto os secundários agem principalmente no combate a</p><p>patógenos e proteção celular. Constituem a população mais abundante entre os leucócitos circulantes e representam o</p><p>principal tipo de célula que atua nas reações inflamatórias agudas. Atuam na defesa do organismo contra processos</p><p>infecciosos bacterianos e apresentam importante capacidade fagocítica. A capacidade fagocítica, também chamada de</p><p>fagocitose, é um processo em que a célula engloba e destrói partículas sólidas, como bactérias e restos celulares, com a</p><p>intenção de promover proteção ao organismo. Isso é feito a partir dos seus grânulos citoplasmáticos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Neutrófilo (esquerda) e esfregaço sanguíneo contendo neutrófilos e hemácias (direita).</p><p>EOSINÓFILOS</p><p>Os eosinófilos apresentam núcleo bilobulado e são células que apresentam grânulos citoplasmáticos com enzimas</p><p>nocivas às paredes celulares de parasitas. Os eosinófilos circulam no sangue e podem ser recrutados para os tecidos.</p><p>Alguns eosinófilos podem estar presentes nos tecidos periféricos, especialmente nos revestimentos de mucosa dos tratos</p><p>respiratório, geniturinário e gastrointestinal. O número de eosinófilos pode aumentar em determinado tecido por conta</p><p>do recrutamento a partir do sangue, que ocorre no caso de inflamação e presença de parasitas alojados no tecido.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Eosinófilo (esquerda) e um esfregaço sanguíneo (direita) contendo eosinófilos, hemácias e um neutrófilo (seta).</p><p>BASÓFILOS</p><p>Os basófilos apresentam núcleo volumoso, irregular e muitas vezes está encoberto por grânulos abundantes que</p><p>preenchem o citoplasma. São granulócitos sanguíneos que constituem menos de 1% dos leucócitos do sangue.</p><p>Embora essas células estejam normalmente ausentes nos tecidos, podem ser recrutadas para locais inflamatórios.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Basófilo (esquerda) e um esfregaço sanguíneo (direita) contendo um basófilo e hemácias.</p><p>MASTÓCITOS</p><p>Os mastócitos apresentam núcleo redondo ou ovalado, com grânulos no citoplasma. São células que se encontram nos</p><p>epitélios da pele e das mucosas. Quando são ativadas, liberam seus potentes mediadores inflamatórios que promovem</p><p>defesa contra infecções por parasitas; também produzem os sintomas das doenças alérgicas.</p><p>Esses mediadores inflamatórios, como por exemplo a histamina, são capazes de promover alterações nos vasos</p><p>sanguíneos causando a inflamação. Os mastócitos maduros são normalmente encontrados na circulação sanguínea, mas</p><p>também podem estar nos tecidos em condições normais, próximos a pequenos vasos sanguíneos e nervos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Um mastócito (esquerda) e esfregaço sanguíneo (direita) contendo um mastócito degranulando o seu conteúdo (células</p><p>maiores).</p><p>MONÓCITOS</p><p>Os monócitos são células que apresentam núcleo ovoide em forma de rim e seu citoplasma possui grânulos pouco</p><p>visíveis.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Monócito (esquerda) e um esfregaço sanguíneo (direita) contendo um monócito, hemácias e um neutrófilo (seta).</p><p>Essas células estão circulantes no sangue e, quando são recrutadas e migram para os tecidos, principalmente em reações</p><p>inflamatórias, se diferenciam em macrófagos. Além disso, os monócitos são precursores das células dendríticas, que</p><p>compõem o sistema imunológico, e dos osteoclastos, células que compõem a matriz óssea.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Diferenciação de monócitos.</p><p>MACRÓFAGOS</p><p>Os macrófagos, por sua vez, são fagócitos que estão amplamente distribuídos nos tecidos do organismo</p><p>(pulmão (Macrófagos alveolares) , fígado (Células de Kupffer) , rins (Células mesenquimais) , sistema</p><p>nervoso (Micróglias) e tecido conjuntivo (Histiócitos) ) e atuam na defesa desses tecidos. Em contato com o agente</p><p>agressor, os macrófagos apresentam uma enorme capacidade fagocítica. Ele funciona tanto na resposta imune inata</p><p>(inicial) quanto é capaz de estimular a resposta imune adaptativa (mais especializada), pois apresenta antígenos aos</p><p>linfócitos T.</p><p>Devido a essa função de apresentar antígenos a outras células do sistema imunológico, podemos chamá-las de “células</p><p>apresentadoras de antígenos”, mas isso vamos entender depois.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Macrófagos</p><p>CÉLULA DENDRÍTICA</p><p>As células dendríticas são originadas a partir de monócitos. Elas são células circulantes e residentes nos tecidos que</p><p>percebem e iniciam reações contra patógenos. Também são apresentadoras de antígenos aos linfócitos T. Seu nome</p><p>“dendríticas” refere-se às inúmeras projeções membranares longas (ou dendritos) que possuem.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Formação das células dendríticas.</p><p>CÉLULAS DO SISTEMA IMUNOLÓGICO – LINHAGEM LINFOIDE</p><p>Linfócitos T e B são células muito importantes no sistema imunológico. São capazes de reconhecer moléculas</p><p>estranhas de diversos agentes infecciosos e combatê-las a partir de respostas imunológicas. Seu núcleo é redondo com</p><p>cromatina condensada e o citoplasma é escasso. Apesar de sua semelhança morfológica, os linfócitos T e B apresentam</p><p>funções diferentes: Os linfócitos B são responsáveis pela produção de anticorpos e desencadeam uma resposta chamada</p><p>de humoral. Os linfócitos T, por sua vez, são divididos em linfócitos T CD4 (auxiliares) e T CD8 (auxiliares) que são</p><p>responsáveis pela reposta imune celular. Vamos entender um pouco mais sobre essas células no próximo módulo.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Linfócito rodeado por hemácias (esquerda) e esfregaço sanguíneo com linfócito ativado.</p><p>APOPTOSE</p><p>Processo de “autodestruição” celular, pela ativação de uma cascata enzimática que culmina na morte da célula.</p><p>LISE</p><p>Rompimento da membrana plasmática, que leva a destruição ou morte celular.</p><p>As células NK, também chamadas de células natural killer, apresentam morfologia semelhante aos linfócitos T e B, mas</p><p>são células maiores. Apresentam função citotóxica conferindo defesa inicial contra patógenos infecciosos,</p><p>reconhecendo células do hospedeiro que se encontram lesadas e ajudando a eliminá-las. Também influenciam na resposta</p><p>imune adaptativa.</p><p>Essas células citotóxicas possuem pequenos grânulos citoplasmáticos compostos por proteínas chamadas granzimas. As</p><p>granzimas compreendem perforinas e proteases. Após serem liberadas, as perforinas formam poros na membrana</p><p>plasmática da célula-alvo. São por esses poros que os demais grânulos penetram na célula, induzindo à apoptose e à lise</p><p>da célula infectada.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Ilustração de célula NK destruindo célula cancerosa.</p><p>ENTENDENDO AS CÉLULAS APRESENTADORAS DE</p><p>ANTÍGENOS</p><p>O vídeo apresenta uma abordagem detalhada sobre este grupo de células.</p><p>PLASMÓCITOS</p><p>Células derivadas do linfócito B.</p><p>TECIDOS LINFOIDES ASSOCIADOS À MUCOSA</p><p>Diversos patógenos que atingem o organismo humano, a partir da ingestão de alimentos contaminados, inalação de</p><p>patógenos ou pela transmissão sexual, infectam as mucosas.</p><p>As mucosas dos tratos gastrointestinal, respiratório e geniturinário precisam de uma proteção imunológica para combater</p><p>possíveis patógenos. Essa proteção é obtida a partir de células e de tecidos linfoides presentes na própria mucosa.</p><p>Estes tecidos linfoides podem ser coleções difusas de células, como fagócitos, plasmócitos e linfócitos, ou um tecido</p><p>linfoide associado a mucosa (MALT).</p><p>O tecido linfoide associado à mucosa é um microambiente antigênico com características imunológicas que o torna único,</p><p>já que ele é capaz de desenvolver respostas imunológicas especializadas para a mucosa em que está contido. Ele</p><p>apresenta como função geral a capacidade de desenvolver uma defesa primária na superfície mucosa.</p><p>MALT é um tecido povoado por macrófagos, células dendríticas e linfócitos, que em seres humanos compreende as</p><p>tonsilas, as placas de Peyer do intestino delgado e o apêndice.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Micrografia mostrando Placas de Peyer no íleo distal (parte do intestino delgado).</p><p>FUNÇÕES FISIOLÓGICAS</p><p>Absorção de alimentos (intestino), troca de gases (pulmões), atividade sensorial (olhos, nariz, boca e orofaringe) e</p><p>função reprodutiva (vagina e útero).</p><p>As mucosas são sítios frágeis devido às suas funções fisiológicas. Por conta dessa fragilidade, é necessária a presença</p><p>de mecanismos de defesa como o MALT. No entanto, é importante destacar que ele não é a única forma de defesa</p><p>existente nas mucosas do organismo.</p><p>Outras formas de defesa, que não são o MALT:</p><p>Barreiras mecânicas (exemplo: integridade do epitélio).</p><p>Barreiras químicas (exemplos: HCl presente no suco gástrico no estômago, lágrima, bile etc.).</p><p>Barreira biológica (exemplo: microbiota).</p><p>Resposta imunológica inata (exemplos: sistema complemento, células fagocíticas etc.).</p><p>O MALT é um tecido responsável pela modulação da resposta imunológica diante do número de antígenos com que o</p><p>organismo entra em contato. Contudo, ele detecta esses patógenos que penetram no intestino e os destrói.</p><p>ÓRGÃOS LINFOIDES E REDES LINFOCITÁRIAS</p><p>O sistema imunológico é constituído por vários órgãos linfoides, que possuem como principal função a produção</p><p>de linfócitos. Essas células são derivadas das células-tronco hematopoiéticas da medula óssea e desempenham</p><p>importante papel no desenvolvimento das respostas imunológicas e na produção de anticorpos.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Os linfócitos podem ser divididos em linfócitos B e linfócitos T. Os linfócitos B começam a amadurecer na medula óssea,</p><p>entram na circulação e migram para o baço, onde completam sua maturação. No entanto, os precursores dos linfócitos T</p><p>precisam sair da medula óssea, seguir pela corrente sanguínea e chegar ao timo, local onde essas células realizam a sua</p><p>maturação. Apenas depois de maduros os linfócitos T migram para outros órgãos.</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p> Processo de maturação dos linfócitos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Anatomia dos órgãos linfoides.</p><p>Os órgãos linfoides podem ser divididos em primários e secundários. Os órgãos linfoides primários ou centrais possuem</p><p>função de produção de linfócitos, ou seja, são órgãos geradores. São exemplos de órgãos linfoides primários: a medula</p><p>óssea, responsável pela hematopoiese (processo de produção e renovação celular do sangue; e o timo, onde ocorre o</p><p>desenvolvimento das células T.</p><p>Já os órgãos linfoides secundários ou periféricos são os locais onde se desenvolvem respostas imunológicas em nosso</p><p>organismo: os linfonodos, o baço e o MALT. Eles são povoados por diferentes células do sistema imunológico.</p><p>Podemos organizar os órgãos linfoides primários e secundários e suas funções conforme os quadros a seguir:</p><p>Órgão linfoide primário Timo Quadro Medula óssea</p><p>Função: Produção e</p><p>amadurecimento</p><p>Amadurecimento de</p><p>linfócitos T</p><p>Produção celular e amadurecimento de</p><p>linfócitos B</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Quadro 1 – Órgãos linfoides primários.</p><p>Órgão linfoide</p><p>secundário</p><p>Linfonodos Baço MALT</p><p>Função: Resposta</p><p>imunológica</p><p>Contra antígenos nos</p><p>tecidos</p><p>Contra antígenos no</p><p>sangue</p><p>Contra antígenos na</p><p>superfície mucosa</p><p> Atenção! Para visualização completa da tabela utilize a rolagem horizontal</p><p> Quadro 2 – Órgãos linfoides secundários.</p><p>Os órgãos linfoides secundários têm localização anatomicamente estratégica no organismo, pois facilitam as</p><p>interações celulares para o desenvolvimento da resposta imunológica. Basicamente, os linfonodos são responsáveis</p><p>por drenar os antígenos diretamente dos tecidos ou que são transportados por células do sistema imunológico. O baço é</p><p>responsável por monitorar o sangue e o MALT, que está localizado estrategicamente nas mucosas do corpo, funciona como</p><p>um sistema de defesa avançado.</p><p>Vamos agora conhecer um pouco mais os órgãos linfoides:</p><p>MEDULA ÓSSEA</p><p>A medula óssea, como já aprendemos, é o local responsável pela geração de células do sangue. Após o nascimento, a</p><p>hematopoiese acontece em todos os ossos do nosso corpo, porém, com o passar dos anos, ela vai se tornando restrita aos</p><p>ossos chatos.</p><p>Na puberdade, a hematopoiese acontece principalmente no esterno, vértebras, ossos ilíacos e costelas. A medula óssea</p><p>vermelha encontrada nesses ossos é formada por uma estrutura esponjosa reticular situada entre as trabéculas dos ossos</p><p>longos. Se ocorrer uma lesão na medula óssea ou se houver uma demanda excepcional pela produção de células</p><p>sanguíneas, o baço e o fígado geralmente se tornam locais de hematopoiese extramedular.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Localização anatômica do Timo.</p><p>TIMO</p><p>O timo é onde ocorre a maturação das células T. É um órgão bilobado que involui após a puberdade. Cada lobo do timo</p><p>é dividido em múltiplos lóbulos, e cada lóbulo é constituído por um córtex externo e uma medula interna. O córtex é</p><p>formado por uma densa coleção de linfócitos T, enquanto a medula mais clara é povoada por poucos linfócitos maduros.</p><p>Além de linfócitos, a medula do timo também contém macrófagos, células dendríticas, entre outras células. As células T do</p><p>timo também podem ser chamadas de timócitos, que são células T em estágios de maturação diferentes.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Localização anatômica do Timo.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Para que um linfócito T maduro seja considerado adequadamente funcional, ele precisa se ligar à molécula do complexo de</p><p>histocompatibilidade — MHC (seleção positiva) e não reagir contra antígenos próprios (seleção negativa). No córtex</p><p>acontece a seleção positiva, e na medula do timo ocorre a seleção negativa. Após esse processo, as células T maduras e</p><p>com funções adequadas deixam o timo, entram na corrente sanguínea e chegam aos tecidos.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Anatomia 3D de secção de um linfonodo.</p><p>LINFONODOS</p><p>Os linfonodos são órgãos linfoides secundários, encapsulados</p><p>e vascularizados, que possuem características anatômicas</p><p>favoráveis para a iniciação das respostas imunológicas contra antígenos que foram transportados dos tecidos pelos vasos</p><p>linfáticos. Esses órgãos estão localizados no corpo inteiro, ao longo dos canais linfáticos, e por esse motivo têm acesso</p><p>facilitado aos antígenos originários da maioria dos tecidos, que são drenados pelos vasos linfáticos.</p><p>Existem aproximadamente 500 linfonodos no corpo humano e estes são circundados por uma cápsula fibrosa. Abaixo</p><p>desta cápsula, existe um sistema sinusal repleto de linfócitos, macrófagos, células dendríticas e outros tipos celulares.</p><p>BAÇO</p><p>O baço é um órgão extremamente vascularizado que possui como funções principais remover células sanguíneas</p><p>envelhecidas e danificadas da circulação e iniciar respostas imunológicas a antígenos que são transportados pelo sangue.</p><p>Situa-se no quadrante superior esquerdo do abdome.</p><p>O baço é dividido em polpa vermelha, formada principalmente por sinusoides vasculares cheios de sangue, e polpa branca,</p><p>que é rica em linfócitos T e B. Os macrófagos que estão presentes na polpa vermelha funcionam como um filtro do sangue,</p><p>removendo microrganismos, células danificadas (como eritrócitos velhos) e células ou microrganismos que estão cobertos</p><p>por anticorpos (opsonizados).</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Ilustração 3D do baço.</p><p>OPSONIZAÇÃO</p><p>Mecanismo de facilitação da fagocitose, em decorrência de uma opsonina (anticorpo ou proteínas que participam da</p><p>resposta imunológica) se ligar a um receptor na superfície do fagócito.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>As pessoas que não possuem baço são suscetíveis a infecções. Isso acontece porque os microrganismos responsáveis</p><p>por infecções, como as bactérias, por exemplo, são normalmente depurados através da opsonização e fagocitose. Essa</p><p>função fica defeituosa na ausência do baço.</p><p>MALT</p><p>MALT, além de ser associado a mucosa também são órgãos linfoides secundários. E, como já vimos, é um componente do</p><p>sistema imunológico que está associado às mucosas, envolvido nas respostas imunológicas contra antígenos e</p><p>microrganismos ingeridos e inalados.</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>REDE LINFOCITÁRIA</p><p>O sistema linfático é formado por vasos especializados (que podem ser chamados somente de linfáticos) e por linfonodos.</p><p>Os vasos linfáticos associados aos linfonodos formam uma impressionante rede, responsável pela drenagem de líquido</p><p>(chamado de linfa) dos tecidos e o reconduz para o sangue. Os vasos linfáticos são indispensáveis para a homeostasia</p><p>dos fluidos teciduais e para o desenvolvimento de respostas imunológicas.</p><p>O líquido intersticial é formado a partir do movimento de um filtrado do plasma para fora dos capilares e esse movimento</p><p>acontece constantemente em tecidos vascularizados. A velocidade de formação desse líquido intersticial pode aumentar de</p><p>forma significativa caso o tecido seja lesado ou infectado.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>Aproximadamente dois litros de linfa são devolvidos à circulação por dia. Dessa forma, uma desorganização do sistema</p><p>linfático por infecções ou tumores pode gerar um grave inchaço tecidual.</p><p>VASOS LINFÁTICOS CONVERGENTES</p><p>São aqueles que se unem e se dirigem para o mesmo ponto ou mesmo lugar.</p><p>VASOS LINFÁTICOS AFERENTES</p><p>Drenam a linfa dos tecidos para o interior dos linfonodos.</p><p>VASOS LINFÁTICOS EFERENTES</p><p>Drenam a linfa dos linfonodos em direção a circulação sanguínea.</p><p>DUCTO TORÁCICO</p><p>Vaso linfático amplo, resultado da união de vasos linfáticos eferentes.</p><p>Os capilares linfáticos são canais vasculares revestidos por células endoteliais sobrepostas, sem as junções</p><p>comunicantes e sem a membrana basal, que são características típicas dos vasos sanguíneos. Eles absorvem o excesso</p><p>de líquido intersticial acumulado nos tecidos, que é bombardeado para o interior dos vasos linfáticos convergentes que</p><p>vão se tornando maiores. Estes, por sua vez, se fundem aos vasos linfáticos aferentes que irão drenar a linfa para o</p><p>interior dos linfonodos. De forma diferente, os vasos linfáticos eferentes drenam a linfa para fora dos linfonodos e se</p><p>unem para formar um vaso calibroso, chamado de ducto torácico. A linfa oriunda do ducto torácico se esvazia na veia cava</p><p>superior e, dessa forma, devolve o líquido para a corrente sanguínea.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Sistema linfático.</p><p>A comunicação estabelecida entre os órgãos linfoides e o restante do corpo é mantida por linfócitos que são circulantes e</p><p>passam do sangue para os linfonodos, para o baço e para outros tecidos; depois voltam ao sangue pelos canais linfáticos,</p><p>como o ducto torácico.</p><p>É importante ressaltar que, nos vasos linfáticos, também é possível o desenvolvimento de respostas imunológicas, pois</p><p>esses vasos coletam antígenos microbianos e os distribuem aos linfonodos, onde serão estimuladas as respostas</p><p>imunológicas.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Agora que conhecemos as principais funções do sistema imunológico e as células que o compõem, como será que o nosso</p><p>organismo reconhece as substâncias estranhas? Como se inicia a resposta imune? Vamos entender tudo isso no próximo</p><p>módulo.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CORRESPONDE A CARACTERÍSTICAS DAS CÉLULAS QUE</p><p>COMPÕEM O SISTEMA IMUNOLÓGICO:</p><p>A) As células do sistema imunológico estão distribuídas em diferentes locais do organismo e não possuem um precursor</p><p>celular menos diferenciado comum.</p><p>B) As células tronco hematopoiéticas pluripotentes são capazes de se diferenciar e originar diversas células, exceto as que</p><p>compõem o sangue.</p><p>C) Os linfócitos são células que compõem a linhagem mieloide e são muito importantes no reconhecimento e no combate a</p><p>moléculas estranhas através da resposta imunológica.</p><p>D) Os leucócitos e eritrócitos possuem funções primordiais ao sistema imunológico, como por exemplo, a defesa contra</p><p>microrganismos.</p><p>E) A mobilidade que as células possuem entre sangue, linfa e tecidos, auxilia na geração das respostas imunológicas, já</p><p>que várias células podem migrar para locais infectados ou lesados.</p><p>2. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA SOBRE OS ÓRGÃOS LINFOIDES.</p><p>A) Os órgãos linfoides primários e secundários são responsáveis pela produção e renovação celular.</p><p>B) Os órgãos linfoides secundários são capazes de desenvolver uma resposta imunológica apenas contra os antígenos no</p><p>sangue.</p><p>C) O timo é um órgão importante na remoção de células sanguíneas envelhecidas e danificadas da circulação.</p><p>D) Os linfonodos estão distribuídos pelo corpo ao longo dos canais linfáticos, e são responsáveis por desenvolver</p><p>respostas contra antígenos transportados dos tecidos pelos vasos linfáticos.</p><p>E) Os vasos linfáticos atuam na drenagem da linfa dos tecidos, mas não possuem papel contribuinte no desenvolvimento</p><p>de respostas imunológicas.</p><p>GABARITO</p><p>1. Assinale a alternativa que corresponde a características das células que compõem o sistema imunológico:</p><p>A alternativa "E " está correta.</p><p>As células do sistema imunológico possuem as células-tronco hematopoiéticas pluripotentes como precursores comuns.</p><p>Após a diferenciação dessas células tronco, origina-se duas linhagens importantes, são elas a mieloide e a linfoide (como</p><p>linfócitos). As células sanguíneas possuem mobilidade, assim podem ser recrutadas para um determinado local que fora</p><p>infectado ou lesado, a fim de auxiliar no combate a um patógeno.</p><p>2. Assinale a alternativa correta sobre os órgãos linfoides.</p><p>A alternativa "D " está correta.</p><p>Somente os órgãos linfoides primários apresentam a função de produção e renovação celular. Já os órgãos linfoides</p><p>secundários promovem resposta imunológica contra antígenos do sangue, tecidos e superfícies mucosas. O baço é um</p><p>órgão importante na remoção de células sanguíneas envelhecidas e danificadas da circulação, já o timo é onde ocorre a</p><p>maturação das células T. Os linfonodos são órgãos linfoides secundários que estão distribuídos pelo corpo ao longo dos</p><p>canais linfáticos, e que são responsáveis pelo desenvolvimento de respostas contra antígenos</p><p>transportados dos tecidos</p><p>pelos vasos linfáticos.</p><p>MÓDULO 3</p><p> Reconhecer o processamento dos antígenos e de que forma são apresentados e reconhecidos</p><p>ANTÍGENO E ANTICORPOS</p><p>Os anticorpos são proteínas que ficam circulantes no corpo, produzidas em resposta a estruturas estranhas que foram</p><p>reconhecidas. Os anticorpos são muito variados e específicos na sua capacidade de reconhecer estruturas estranhas. Já</p><p>as substâncias que estimulam a produção de anticorpos (ou são reconhecidas por eles) chamamos de antígenos.</p><p>É importante ressaltar que outras moléculas são capazes de se ligar aos antígenos (como os receptores de células T),</p><p>mas os anticorpos foram o primeiro tipo de molécula descoberta com essa capacidade. Os anticorpos reconhecem</p><p>uma enorme variedade de estruturas antigênicas, possuem uma grande capacidade de reconhecer diferentes antígenos e</p><p>realizam ligações fortes com eles.</p><p>Os anticorpos, também chamados de imunoglobulinas, são glicoproteínas do tipo gamaglobulina, produzidas por</p><p>plasmócitos (células derivadas de linfócitos B diferenciados). As moléculas de anticorpos compartilham as mesmas</p><p>características básicas, porém possuem uma gigantesca variabilidade nas regiões que se ligam ao antígeno.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Estrutura básica do anticorpo.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Estrutura detalhada dos anticorpos.</p><p>As imunoglobulinas são formadas por quatro subunidades unidas entre si que conferem aos anticorpos uma estrutura</p><p>semelhante a um Y. Essas quatro subunidades são divididas em cadeias leves e pesadas. Dessa forma, o anticorpo é</p><p>constituído por duas cadeias pesadas e duas cadeias leves. Na estrutura de Y, os “braços” do Y são chamados de</p><p>fragmento Fab, que é a porção que se liga ao antígeno; e o “pé” do Y é chamado de fragmento Fc.</p><p>Existem tipos diferentes de anticorpos de acordo com a forma que apresentam sua cadeia pesada. São conhecidos como</p><p>classes de isótipos, desempenham funções diferentes e contribuem para dirigir a resposta imunológica de acordo com</p><p>cada tipo de antígeno encontrado. As cinco classes de anticorpos são: IgA, IgD, IgE, IgG e IgM.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> As cinco classes de anticorpos.</p><p>AS PRINCIPAIS CLASSES DE ANTICORPOS</p><p>Assista ao vídeo para conhecer as classes de anticorpos.</p><p>Embora os anticorpos possuam uma estrutura geral muito semelhante, existe no ápice da proteína uma pequena região</p><p>variável chamada de região hipervariável. Ela permite que existam em nosso organismo muitos tipos de anticorpos. Essa</p><p>grande variedade de anticorpos possibilita ao sistema imunológico reconhecer uma elevada diversidade de antígenos.</p><p>Os anticorpos são produzidos somente pelos linfócitos B e podem existir de duas formas diferentes:</p><p>Anticorpos ligados à superfície dos linfócitos B que atuam como receptores antigênicos e ativam esses linfócitos que</p><p>iniciam uma resposta imune.</p><p>Anticorpos secretados para atuar na proteção contra microrganismos.</p><p>Quando os anticorpos são secretados na circulação e nas mucosas, eles são capazes de neutralizar e eliminar</p><p>microrganismos e toxinas que podem estar presentes no sangue e no lúmen de órgãos mucosos, como trato respiratório e</p><p>trato gastrointestinal.</p><p>Uma das principais funções dos anticorpos é impedir que patógenos (presentes no sangue ou nas mucosas) tenham</p><p>acesso e colonizem células e tecidos do indivíduo. Dessa forma, os anticorpos impedem que infecções se estabeleçam.</p><p>Os anticorpos não conseguem acessar microrganismos que se multiplicam e vivem no interior de células infectadas. Você</p><p>imagina como esses microrganismos são reconhecidos? Já, já vamos entender como isso acontece.</p><p>LINEARES</p><p>Resíduos dispostos de maneira linear em um antígeno que pode ser proteico ou polissacarídico; a estrutura</p><p>tridimensional desses epítopos não sofrem alterações.</p><p>CONFORMACIONAIS</p><p>Formados por uma proteína que se apresenta na estrutura secundária, terciária ou quaternária, esses epítopos</p><p>perdem suas funções quando são desnaturados.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Imunidade humoral, reconhecimento de antígenos pelos anticorpos.</p><p>ANTÍGENOS</p><p>Antígeno é qualquer substância a que o anticorpo ou o receptor de célula T pode se ligar especificamente. Os antígenos</p><p>não são reconhecidos em sua totalidade pelos anticorpos, mas apenas uma parte deles, chamada de epítopo ou</p><p>determinante antigênico. Um único antígeno pode apresentar múltiplos epítopos em sua superfície. Os epítopos</p><p>interagem com os anticorpos ou receptores de células T e essa interação é altamente específica, apresentando</p><p>características físicas e químicas que auxiliam nesse reconhecimento. Existem dois tipos de epítopos, os lineares ou</p><p>conformacionais.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>A ligação realizada entre antígeno-anticorpo é do tipo chave-fechadura, em que a chave é o antígeno e a fechadura é</p><p>o anticorpo, pois o epítopo se alinha em uma fenda formada pelo sítio de combinação do anticorpo. A união do antígeno e</p><p>anticorpo é feita por ligações múltiplas não covalentes que garantem ao antígeno se ligar fortemente ao anticorpo. Por</p><p>serem ligações não covalentes, essas reações entre antígeno-anticorpo são reversíveis.</p><p>A capacidade de um sítio de um anticorpo específico reagir com apenas um antígeno é chamada de especificidade. O</p><p>grau de especificidade das reações antígeno-anticorpo é geralmente elevado. No entanto, pode acontecer de um anticorpo</p><p>reagir com mais de um antígeno, e a esse fenômeno damos o nome de reatividade cruzada ou reações cruzadas. Isto é</p><p>possível pois diferentes antígenos podem apresentar epítopos semelhantes. Dessa forma, o anticorpo desencadeia um</p><p>reconhecimento a um antígeno para o qual não foi especificamente produzido.</p><p>Quando um anticorpo reconhece determinado epítopo, ele o deixa “marcado” para que outros componentes do sistema</p><p>imunológico realizem também o ataque. Além disso, os anticorpos também podem neutralizar o antígeno através da</p><p>ligação a uma porção necessária para que este seja capaz de provocar infecção.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Anticorpos combatendo um patógeno, neutralizando-o.</p><p>LOCUS</p><p>Lugar específico em que um gene se localiza no cromossomo.</p><p>COMPLEXO DE HISTOCOMPATIBILIDADE PRINCIPAL</p><p>(MHC)</p><p>As moléculas do MHC são proteínas que se localizam na membrana de células apresentadoras de antígenos (APC), que,</p><p>como o próprio nome diz, possui a função de apresentar antígenos peptídicos para os linfócitos T, que irão realizar o</p><p>reconhecimento desses antígenos.</p><p>O MHC foi descoberto com um grande locus do DNA, onde os produtos eram responsáveis pela rejeição dos transplantes.</p><p>Dessa forma, podemos entender que o MHC é uma região genômica grande, possui papel fundamental no sistema</p><p>imunológico e apresenta capacidade de provocar intensa rejeição entre indivíduos da mesma espécie.</p><p> EXEMPLO</p><p>Indivíduos que possuem o loci do MHC idêntico (gêmeos idênticos) aceitarão os enxertos uns dos outros; por outro lado,</p><p>os indivíduos com o loci do MCH diferente terão seus enxertos rejeitados.</p><p>Fonte: Emw / Wikimedia Commons / licença (CC BY-SA 3.0)</p><p> Estrutura de proteína HLA.</p><p>As proteínas humanas codificadas a partir do gene MHC são chamadas de antígenos leucocitários humanos ou HLA</p><p>(sigla de human leukocyte antigens). Essas proteínas receberam esse nome, porque foram descobertas como antígenos</p><p>dos leucócitos que podiam ser identificados por anticorpos específicos.</p><p>POLIMÓRFICOS</p><p>Gene polimórfico é quando ocorre mais de uma forma diferente de um gene específico. Cada variante de um gene</p><p>polimórfico é chamada de alelo.</p><p>O locus do MHC possui dois conjuntos de genes extremamente polimórficos que são chamados de MHC de classe I e</p><p>MHC de classe II. Além dos genes polimórficos, o locus do MHC possui diversos genes não polimórficos, que são</p><p>responsáveis pela produção de proteínas envolvidas na apresentação de antígenos.</p><p>O MHC de classe I e o de classe II são proteínas da membrana que possuem uma porção aminoterminal, e nela há</p><p>uma fenda que irá se ligar a peptídeos. A estrutura geral dos MHC de classe I e II é muito</p><p>semelhante, apesar de haver</p><p>diferença na composição das subunidades das moléculas.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>MHC DE CLASSE I</p><p>Possui uma cadeia alfa ligada de forma não covalente a uma proteína chamada β2-microglobulina. Os domínios</p><p>aminoterminais α1 e α2 do MHC formam uma fenda de ligação de peptídeos, que é grande o bastante para acomodar</p><p>peptídeos de 8 a 11 resíduos de comprimento.</p><p>Os resíduos polimórficos são os aminoácidos que se diferem entre as moléculas de MHC de indivíduos diferentes. Esses</p><p>resíduos do MHC de classe I estão localizados nos domínios α1 e α2. A variação desses resíduos na fenda de ligação</p><p>peptídica permite reconhecer uma diversidade de peptídeos. O domínio α3 é constante, ou seja, não ocorre variação</p><p>nesses aminoácidos, e este domínio é local onde o receptor do linfócito T (CD8) liga seu correceptor. É importante saber</p><p>que o MHC de classe I se expressa na superfície de todas as células nucleadas.</p><p>Fonte: Atropos235 / Wikimedia commons / licença (CC BY 2.5 …).</p><p> Estrutura do MHC de classe I.</p><p>Fonte: nagualdesign / wikimedia commons / licença (CC BY-SA 4.0…).</p><p> Linfócito T CD8 combatendo uma célula infectada pelo reconhecimento por MHC de classe I.</p><p>RESÍDUOS POLIMÓRFICOS</p><p>Significa dizer que naquela região os aminoácidos estão variando.</p><p>MHC DE CLASSE II</p><p>Apresenta duas cadeias, uma α e a outra β. As regiões aminoterminais das duas cadeias (domínio α1 e domínio β1)</p><p>possuem resíduos polimórficos e formam uma fenda maior que a fenda de MHC de classe I, que acomoda e reconhece</p><p>peptídeos que podem ter entre 10 a 30 resíduos de comprimento. O domínio β2 do MHC de classe II não é polimórfico e</p><p>possui um local onde o correceptor do linfócito T (CD4) se liga.</p><p>As moléculas de MHC de classe II se expressam principalmente na superfície das células dendríticas, nos</p><p>macrófagos e nos linfócitos B. Esta classe também é expressa nas células endoteliais e nas células epiteliais</p><p>tímicas e podem ser induzidas em outros tipos celulares.</p><p>Fonte: Atropos235 / Wikimedia commons / licença (CC BY 2.5…).</p><p> Estrutura de MHC de classe II.</p><p>Como já vimos, os genes do MHC de classe I e II são extremamente polimórficos, isto é, existem diversos alelos</p><p>diferentes entre os indivíduos de uma população. A quantidade de polimorfismos nos genes do MHC é tão grande que dois</p><p>indivíduos de uma mesma população provavelmente não terão o mesmo conjunto de genes e moléculas do MHC.</p><p>Essa enorme variabilidade de polimorfismos garante que os indivíduos sejam capazes de lidar com ampla diversidade de</p><p>microrganismos e que pelo menos alguns desses indivíduos irão desencadear uma resposta imunológica eficaz contra os</p><p>peptídeos antigênicos desses microrganismos.</p><p>O MHC se liga somente a peptídeos e não a outros tipos de antígenos. Isso porque apenas os peptídeos possuem as</p><p>características estruturais e a carga necessária para se ligar às fendas das moléculas de MHC. É exatamente por isso que</p><p>javascript:void(0)</p><p>os linfócitos T (CD4 e CD8) só conseguem reconhecer e responder a antígenos proteicos.</p><p>Em relação à ligação dos antígenos às moléculas do MHC, cada molécula do MHC apresenta somente um peptídeo por</p><p>vez, isso porque o MHC dispõe apenas de uma fenda de ligação (local de ligação). Após esta ligação, o complexo MHC +</p><p>peptídeo será reconhecido e apresentado ao linfócito T, veremos isso no próximo tópico.</p><p>Fonte: ABBAS, A. K.; LITCHMAN, A. H, 2009.</p><p> Receptor de linfócito T reconhecendo peptídeo apresentado via molécula de MHC.</p><p>Porém, cada molécula de MHC possui a capacidade de apresentar diferentes tipos de antígenos. Isso porque as</p><p>moléculas de MHC apresentam uma grande especificidade para ligação peptídica, ou seja, um único alelo de MHC pode</p><p>apresentar diversos peptídeos diferentes às células T, no entanto, apenas um peptídeo por vez.</p><p>É importante destacar que as moléculas de MHC possuem uma incapacidade de discriminar antígenos estranhos</p><p>(antígenos microbianos) e antígenos próprios (do próprio indivíduo). Isso nos leva a alguns questionamentos:</p><p>A QUANTIDADE DE PROTEÍNAS PRÓPRIAS É EXTREMAMENTE MAIOR</p><p>QUE A DE ANTÍGENOS MICROBIANOS, POR QUE OS MHC</p><p>DISPONÍVEIS NÃO ESTÃO OCUPADOS CONSTANTEMENTE POR</p><p>PEPTÍDEOS PRÓPRIOS?</p><p>A resposta mais provável é que as moléculas do MHC são sintetizadas constantemente, possibilitando que elas estejam</p><p>prontas para reconhecer um peptídeo.</p><p>ENTÃO, SE A MOLÉCULA DO MHC PODE SE LIGAR A ANTÍGENOS</p><p>PRÓPRIOS, POR QUE NÃO DESENVOLVEMOS CONSTANTEMENTE</p><p>RESPOSTAS CONTRA ANTÍGENOS PRÓPRIOS, QUE SERIA A</p><p>CHAMADA RESPOSTA IMUNOLÓGICA AUTOIMUNE?</p><p>Os linfócitos T que reconhecem antígenos próprios são destruídos ou desativados.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>O MHC foi descoberto a partir de estudos sobre transplante de tecido em camundongos. Somente depois de vários anos</p><p>de pesquisa, a estrutura e a função do MHC foram definidas. Os cientistas da época verificaram que os transplantes de</p><p>tecidos entre indivíduos não idênticos eram rejeitados. No entanto, quando o transplante era realizado entre gêmeos</p><p>idênticos, os tecidos eram aceitos. Isso mostrou que o processo de rejeição tecidual estava determinado pelo DNA dos</p><p>indivíduos.</p><p>APC</p><p>Células dendríticas, macrófagos e linfócitos B.</p><p>ORGANELAS</p><p>Proteassomas e retículo endoplasmático.</p><p>PROCESSAMENTO DE ANTÍGENOS E APRESENTAÇÃO</p><p>DE ANTÍGENOS AOS LINFÓCITOS T</p><p>O processamento de antígenos acontece por meio de duas vias quem envolvem organelas e proteínas celulares diferentes.</p><p>Quando as APC internalizam proteínas extracelulares, essas proteínas são processadas no interior de vesículas</p><p>endocíticas e apresentadas por MHC de classe II. Enquanto isso, as proteínas que estão no citosol das células nucleadas</p><p>são processadas pelas organelas e apresentadas por MHC de classe I.</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Fonte: ABBAS, A. K.; LITCHMAN, A. H, 2009.</p><p> Funcionamento de vias de processamento de antígenos proteicos.</p><p>O processamento de antígenos por MHC classe II ocorre após a ingestão do antígeno, a proteólise deste antígeno nas</p><p>vesículas endocíticas e uma associação dos peptídeos do antígeno com as moléculas de classe II. As proteínas</p><p>microbianas ou os microrganismos extracelulares podem ser internalizados pelas células dendríticas e macrófagos a partir</p><p>de alguns mecanismos, como fagocitose, endocitose e pinocitose, formando as vesículas intracelulares. Essas</p><p>vesículas podem se fundir com os Lisossomos. Então, as proteínas microbianas serão digeridas no interior dessas</p><p>vesículas pelas enzimas proteolíticas, resultando em diferentes peptídeos de comprimentos e sequências variáveis que</p><p>serão associadas ao MHC.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p> Mecanismo de apresentação de antígeno pelas APC com microrganismos extracelulares.</p><p>PROTEÓLISE</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>Processo de degradação/digestão de proteínas.</p><p>ENDOCITOSE</p><p>É o processo em que a célula realiza a absorção de partículas através de vesículas (endossomos).</p><p>PINOCITOSE</p><p>Englobamento de partículas na forma de partículas líquidas.</p><p>LISOSSOMOS</p><p>Organelas responsáveis pela degradação de partículas.</p><p>As novas moléculas de MHC de classe II produzidas em uma APC irão carregar consigo uma proteína chamada de cadeia</p><p>constante (Ii). Essa cadeia constante possui uma sequência chamada CLIP, que é peptídeo de cadeia constante classe</p><p>II. CLIP se liga fortemente à fenda da molécula de MHC de classe II recém-formada. Dessa forma a molécula classe II fica</p><p>ocupada e isso impede que ela se ligue a peptídeos no retículo endoplasmático (RE), já que as moléculas classe II são</p><p>sintetizadas no RE. Assim, a molécula de MHC de classe II associada a Ii será direcionada para as vesículas que estão</p><p>com os peptídeos microbianos recém-processados em seu interior.</p><p>É importante ressaltar que essas vesículas possuem dentro delas um outro tipo de MHC classe II, que é o chamado</p><p>DM. A função do MHC-DM (ou também chamado de HLA-DM) é de trocar o CLIP do MHC de classe II por peptídeos que</p><p>podem estar disponíveis neste compartimento. Assim que</p><p>o MHC de classe II se liga firmemente a um dos peptídeos</p><p>gerados, a partir das proteínas microbianas, esse complexo do MHC + peptídeo se torna estável e será direcionado à</p><p>superfície celular. Caso a molécula de MHC não encontre um peptídeo no qual ela possa se ligar, a molécula ficará vazia e</p><p>instável, com isso será degradada na vesícula por proteases.</p><p>Fonte: ABBAS, LICHTMAN e PILLAI, 2019.</p><p> Processo de apresentação de antígenos através de moléculas MHC II.</p><p>Um único antígeno, que sofreu proteólise, pode originar vários peptídeos, porém somente alguns poucos deles ligam-se às</p><p>moléculas de MHC.</p><p>O processamento de antígenos por MHC de classe I pode ser dividido em algumas etapas:</p><p>Fonte: EnsineMe.</p><p>Vamos agora entender cada uma dessas etapas?</p><p>No citoplasma da célula ocorre a produção das proteínas antigênicas, que podem ser oriundas de vírus que vivem</p><p>nessa célula infectada, de alguns microrganismos que foram fagocitados e que saíram dos fagossomas, e de genes do</p><p>próprio hospedeiro que sofreram mutações ou que foram modificados e codificam proteínas nucleares ou citosólicas,</p><p>como no caso dos tumores. Todas essas proteínas sofrem proteólise por uma organela proteolítica chama de</p><p>proteassoma. Essa organela cliva as proteínas em peptídeos de tamanho que possibilitam que se liguem bem às</p><p>moléculas de MHC de classe I.</p><p>Fonte: Mario Schubert / Wikimedia commons / licença (CC BY-SA 2.5…).</p><p> Linfócito T CD8 (citolítico) reconhecendo peptídeo antigênico apresentado por uma APC através de MHC classe I.</p><p>Como os peptídeos estão no citosol e as moléculas de MHC são sintetizadas no retículo endoplasmático em dois</p><p>compartimentos separados, elas precisam se encontrar. Assim uma molécula transportadora chamada transportador</p><p>associado ao processamento antigênico (TAP) resolve esse problema. Isso porque TAP irá se ligar aos peptídeos que</p><p>foram produzidos no proteassoma, e irá os bombeá-los ativamente para o interior do RE. Uma molécula chamada tapasina</p><p>irá ligar os MHC de classe I com as moléculas TAP na membrana do RE. Dessa forma, conforme os peptídeos vão</p><p>entrando no RE, eles podem ser capturados pelas moléculas de MHC classe I. Quando ocorre a ligação do MHC classe I</p><p>com o peptídeo com o ajuste certo, o complexo será estabilizado e TAP liberará esse complexo, que será transportado</p><p>para a superfície celular.</p><p>Fonte: Scray / Wikimedia Commons / licença (CC BY-SA 3.0…).</p><p> Processamento de antígenos e apresentação por MHC de classe I.</p><p>APRESENTAÇÃO DE ANTÍGENO ASSOCIADO AO MHC</p><p>As células T são restritas ao reconhecimento de peptídeos associados ao MHC e isso garante que elas só reconhecerão e</p><p>responderão a antígenos que estejam associados a uma célula. Dessa forma, as células T podem reconhecer os antígenos</p><p>de microrganismos intracelulares, que requerem mecanismos de resposta mediados pelas células T, assim como</p><p>microrganismos extracelulares que geram respostas mediadas pelos Linfócitos B (anticorpos).</p><p>Com a separação das vias de MHC classe I e classe II de processamento antigênico, é possível que o sistema imunológico</p><p>responda aos microrganismos intracelulares e extracelulares da melhor forma para combatê-los.</p><p>Fonte: ABBAS, A. K.; LITCHMAN, A. H, 2009.</p><p> Células APC apresentando peptídeos antigênicos via MHC de classe II.</p><p>As APC, incluindo linfócitos B e macrófagos, capturam e ingerem os microrganismos extracelulares e são apresentados por</p><p>MHC de classe II. Os linfócitos T são divididos em linfócitos T CD4 (conhecidos como auxiliares) e em linfócitos T CD8</p><p>(conhecidos como efetores ou citolíticos).</p><p>As células T CD4 são específicas para reconhecimento do MHC classe II, e essas células auxiliam os linfócitos B a</p><p>produzir anticorpos e os fagócitos a destruir os microrganismos ingeridos. Dessa forma, as células T CD4 ativam os dois</p><p>mecanismos efetores mais favoráveis para eliminar os microrganismos que foram internalizados do ambiente extracelular.</p><p>No caso dos microrganismos citosólicos, como vírus, os antígenos são processados e apresentados pelo MHC classe I,</p><p>e esses antígenos ficam expressos na superfície de todas as células nucleadas. Eles serão reconhecidos pelos linfócitos T</p><p>CD8 que irão se diferenciar em células citotóxicas (CTL). As CTL combatem e destroem essas células nucleadas que estão</p><p>infectadas, dessa maneira erradicando a infecção. Esse mecanismo é o mais eficaz para destruir e eliminar os</p><p>microrganismos citoplasmáticos.</p><p>Fonte: ABBAS, A. K.; LITCHMAN, A. H, 2009.</p><p> Células nucleadas apresentando peptídeos antigênicos via MHC de Classe I.</p><p>Portanto, as respostas imunológicas contra antígenos proteicos dos microrganismos dependem de um sistema organizado</p><p>e específico de captura e apresentação desses antígenos para serem reconhecidos pelas células T. Os microrganismos</p><p>que entraram no organismo são capturados pelas células apresentadoras de antígenos. Logo depois, esses antígenos</p><p>proteicos são apresentados pelas APC às células T que estão circulando pelos órgãos linfoides. As APC são ativadas pelos</p><p>microrganismos e induzidas a expressar proteínas de membrana (chamadas de coestimuladores) e a secretar citocinas</p><p>que irão estimular as células T específicas. Esses sinais de coestimulação e de citocinas garantem que as células T</p><p>respondam a antígenos microbianos e não a substâncias inofensivas não microbianas.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>LINFÓCITOS VIRGENS</p><p>Aqueles que ainda não reconheceram nenhum antígeno.</p><p>RECEPTORES DE ANTÍGENOS E MOLÉCULAS</p><p>ACESSÓRIAS DOS LINFÓCITOS T</p><p>Os receptores de antígenos possuem funções muito importantes na maturação dos linfócitos e nas respostas imunes. Os</p><p>linfócitos virgens, quando reconhecem um antígeno, iniciam respostas e com isso as células T efetoras e os anticorpos</p><p>são capazes de desempenhar suas funções.</p><p>Os linfócitos B e T expressam vários receptores que possuem a função de reconhecer os antígenos: os anticorpos ligados</p><p>à superfície da membrana dos linfócitos B; e os receptores de células T (TCR) nos linfócitos T.</p><p>Esses receptores apresentam características essenciais para a função das células diante das respostas imunológicas.</p><p>Apesar de estes receptores apresentarem estruturas muito semelhantes, também possuem diferenças fundamentais</p><p>relacionadas aos tipos de estruturas antigênicas reconhecidas pelas células B e T.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Nos receptores antigênicos, existem regiões (domínios) que estão relacionadas ao reconhecimento do antígeno</p><p>propriamente, e assim essas regiões variam entre os linfócitos. Já as regiões que estão relacionadas à integridade</p><p>estrutural e às funções efetoras são conservadas em todos os clones (cópias de linfócitos). Dessa forma, os locais de</p><p>reconhecimento também são chamados de regiões variáveis (V), e as porções preservadas são chamadas de regiões</p><p>constantes (C).</p><p>Os anticorpos que estão na superfície da membrana plasmática dos linfócitos B funcionam como receptores e são capazes</p><p>de reconhecer uma variedade muito maior de estruturas químicas do que os receptores antigênicos de células T.</p><p>As células T normalmente só reconhecem peptídeos apresentados pelas APC, enquanto os anticorpos dos linfócitos B</p><p>reconhecem várias formas e conformações de macromoléculas, como: proteínas, lipídeos, carboidratos, ácidos nucleicos,</p><p>entre outros.</p><p>AFINIDADE</p><p>javascript:void(0)</p><p>Força de ligação resultante entre um anticorpo e um único epítopo do antígeno.</p><p>Os receptores de células T (TCR) são capazes de reconhecer somente o complexo formado por MHC e peptídeo. O TCR</p><p>se liga ao complexo MHC-peptídeo com uma afinidade relativamente baixa e, para que essa ligação seja fortalecida,</p><p>ocorre a junção de moléculas acessórias. Essas moléculas não apresentam regiões variáveis, não são polimórficas e</p><p>estão envolvidas no processo de sinalização, ativação e regulação da resposta imunológica.</p><p>Fonte: Shutterstock.com</p><p>Fonte: ABBAS, A. K.; LITCHMAN, A. H, 2009.</p><p> Moléculas envolvidas na apresentação de antígenos à célula T.</p><p>As moléculas acessórias se ligam especificamente a outras moléculas</p>