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SPAS E QUALIDADE 
DE VIDA
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Profª Yolanda Flores e Silva
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Camila Roczanski
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2018
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
SI586s
 Silva, Yolanda Flores e
 Spas e qualidade de vida. / Yolanda Flores e Silva. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2018.
 114 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-283-5
1.Saúde. – Brasil. 2.Qualidade de Vida. – Brasil. II. Centro Univer-
sitário Leonardo Da Vinci.
CDD 610
Impresso por:
Yolanda Flores e Silva
Yolanda Flores e Silva é docente e 
pesquisadora com formação nas áreas da Saúde 
e Antropologia, possui mestrado em Antropologia 
e doutorado em Saúde pela Universidade Federal 
de Santa Catarina, realizou seu Estágio Sênior Pós-
Doutoral em 2013, na Universidade do Algarve (Faculdade 
de Economia/Programa de Doutorado em Turismo). 
Atua com pesquisas em comunidades tradicionais do 
Brasil e Portugal com temáticas acerca das populações 
e seus modos de vida, tradições, patrimônios, itinerários 
terapêuticos, alimentação orgânica, agroturismo, turismo de 
base comunitária, gastronomia étnica-cultural, segurança 
alimentar e sustentabilidade na escala humana, entre outras 
temáticas correlatas. 
Trabalha com pesquisas financiadas por instituições 
de renome, como o CNPq – Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico – onde atua como 
Bolsista Produtividade 2 desde 2017. Essas pesquisas 
têm como meta final a autonomia e a inclusão social das 
pessoas almejando saúde, bem-estar e qualidade de 
vida onde quer que elas estejam. 
Caso queira conhecer um pouco melhor da 
trajetória da docente, acesse o currículo lattes 
dela: <http://lattes.cnpq.br/5344296091176496> 
e acompanhe o percurso de caráter 
interdisciplinar que faz desde que se formou 
em Enfermagem em 1986.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Tipologias de Spas e Objetivos .................................................09
CAPÍTULO 2
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde
e Estética Saudável .....................................................................25
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial
e Corporal ...................................................................................53
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção
da Vida Saudável ..........................................................................83
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina, embora necessária para quem atua com a saúde e o bem-
estar, não é comum em cursos de graduação, especialização e/ou em cursos 
técnicos convencionais. Por que isto acontece? Atuando nesta área, é possível 
afirmar que o cuidado enquanto uma ‘arte’ por vezes é relegada a segundo plano, 
embora seja a base e a essência da prevenção e da promoção da saúde.
Falar de prevenção é assumir que se faz necessário ter o apoio de 
profissionais da saúde, terapias medicamentosas, como as vacinas, e de exames 
diagnósticos voltados ao cuidado corporal, de modo a se evitar as doenças. Já, 
tratar de promoção da saúde é entender que algumas escolhas realizadas no 
cotidiano produzem efeitos benéficos ao corpo e à mente, que ao longo da vida 
são fortes influenciadores na contenção de problemas de saúde e até doenças de 
distintas naturezas. 
Ao se escolher o melhor e o mais saudável modo de vida, considerando 
questões econômicas, ambientais, sociais e culturais, se está assumindo o 
‘Cuidado de Si’, atitude já colocada como positiva por filósofos como Sócrates.
Considerando esse contexto, o material aqui apresentado tem por objetivo 
ajudá-lo a compreender como cada pessoa pode ser auxiliada por um profissional 
de estética no sentido de apreender conhecimentos sobre diferentes itinerários 
terapêuticos voltados a cuidados corporais fundamentados em uma abordagem 
holística e transdisciplinar. 
No Capítulo 1, sobre Tipologias de Spa’s e Objetivos, você será apresentado 
a conceitos importantes relacionados ao que é um Spa, cuidado corporal e os 
conceitos mais importantes sobre vida saudável, bem-estar pessoal e qualidade 
de vida. Entender como atuar em Spa’s com ações e/ou atividades importantes 
para diminuição do estresse e a promoção da saúde é a intenção deste capítulo 
(Bem-Estar/Qualidade de Vida).
 
No Capítulo 2, sobre Práticas Terapêuticas Orientais de Promoção da Saúde 
e Estética Saudável, apresentamos algumas correntes terapêuticas orientais 
utilizadas no Ocidente no combate ao estresse cotidiano, promoção da saúde 
e estética saudável. Nossa ideia é que você possa analisar as escolhas mais 
saudáveis e adequadas para realização de técnicas junto a pessoas que poderá 
atender profissionalmente (Massagens/Yoga/Meditação).
No Capítulo 3, sobre Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal, 
queremos que apreenda conhecimentos e práticas terapêuticas cujas bases de 
aplicação são sensoriais (sentidos) e corporais (física). Nesse sentido, muito do 
aprendizado dessas práticas perpassa conhecimentos direcionados às ervas, 
plantas aromáticas e cores (Aromaterapia/Cromoterapia).
No Capítulo 4, sobre Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da 
Vida Saudável, o aprendizado ministrado visa colocá-lo diante de informações 
sobre a importância da alimentação para promoção da saúde, principalmente 
quando esta tem natureza orgânica/biológica com a finalidade de ofertar uma vida 
mais saudável e equilibrada (Alimentação Saudável).
CAPÍTULO 1
Tipologias de Spas e Objetivos
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer os espaços de cuidados terapêuticos e estéticos denominados SPAs.
�	Compreender os conceitos de qualidade de vida e bem-estar no cotidiano 
familiar, profissional e social.
10
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
11
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
1 Contextualização
Estamos iniciando uma caminhada juntos, chegando ao universo dos 
cuidados voltados ao bem-estar e a qualidade de vida, com novos olhares e 
perspectivas, algo diferenciado do que se fazia na época dos nossos pais e avós. 
E porque está diferenciado? O que mudou? Será que esta é uma necessidade 
apenas do mundo contemporâneo?
As conquistas associadas a uma vida com um acesso mais fácil aos serviços 
de saúde do que na época dos pais ou avós é uma realidade. Mesmo que as 
pessoas reclamem do que temos hoje, a história nos informa que houve sim uma 
mudança benéfica de acesso à prestação de assistência e tratamento as pessoas 
no meio urbano e rural a partir da metade do século XX. Como bem afirma Nossa 
e Caldeira (2014), seja na gestão ou nas estratégias preventivas e de promoção 
da saúde, desde os anos de 1980 por exemplo, temos na Europa e em vários 
lugares do mundo, suporte e novas políticas de saúde pública mais orientadas 
para nossos estilos de vida e a prevenção de riscos de distintas naturezas. 
Pessoas, grupos e comunidades, quando informados e com acesso a 
recursos e/ou estabelecimentos com uma série de estratégias e práticas capazes 
de melhorar as condições de vida, conseguem responder de forma positiva aos 
agravos possíveis no processo saúde-doença (SERAPIONI; MATOS, 2013). 
Nesse sentido, queremos que você veja que não é apenas o setor oficial de 
saúde que podeatuar na promoção da saúde, devemos pensar que nos cuidados 
individuais ou coletivos, necessitamos partilhar responsabilidades a diversos 
níveis, num contexto interdisciplinar, de modo que se favoreça o desenvolvimento 
de espaços para o cuidado considerando diferentes escolhas de práticas 
terapêuticas, profissionais e ambientes. 
Nessa perspectiva, temos com certeza uma mudança nos paradigmas 
vigentes na saúde, uma vez que saímos da ideia cartesiana e biomédica, para 
uma ideia holística, mais integral e com possibilidades de atuação com distintos 
modelos de cuidado a saúde realizados por profissionais das áreas da saúde e 
de outras áreas também, devidamente preparados para tal. Os spas, enquanto 
estabelecimentos voltados a um cuidado fora do sistema biomédico, mas, ao 
mesmo tempo com profissionais que podem ser deste sistema e de outros, passa 
a incorporar, de forma progressiva a substituição de uma atitude reativa aos 
episódios de agravos a saúde por atitudes proativas voltadas a condição de bem-
estar e uma vida de qualidade e saudável das pessoas que buscam seus serviços. 
12
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
2 Os Spas: Tipologias, Cuidados e 
Objetivos
Este capítulo vai tratar de alguns conceitos básicos relacionados ao que se 
entende como qualidade de vida e bem-estar, assim como o papel dos spas no 
processo de atendimento voltado às necessidades de um cliente estressado ou 
com cansaço crônico. Os spas são estabelecimentos que podem se vincular a 
uma clínica de estética direcionada a um público residente no lugar em que se 
estabelece ou ser um subproduto do Turismo de Saúde e se vincular a hotéis, 
clubes e/ou outros espaços idealizados para públicos internos ou externos à 
região em que está localizado (SILVA, 2016; ROSA; SILVA, 2011; BRASIL, 2010). 
Em Portugal e alguns países europeus, os spas são estabelecimentos que 
estão vinculados ao Turismo de Saúde, cujas atividades podem estar em dois 
segmentos deste modelo de turismo: o turismo médico e o turismo de bem-
estar, em ambos subprodutos, o spa é um estabelecimento sem vinculação com 
programas de saúde públicos ou privados de caráter médico-hospitalar (SILVA; 
BARRETO; FERREIRA, 2015). 
Spa é uma expressão cujo significado é ‘serviço personalizado de 
atendimento’, refere-se ao termo em latim Salut per Aqua, ou seja, saúde advinda 
da água e outras terapias corporais (SANTOS; CORREA; CARVALHO, 2016). 
O termalismo, ou a ida a localidades com águas termais, era uma prática 
entre romanos e gregos. Os romanos iam às águas termais e nelas, em 
ambientes masculinos, além dos banhos quentes e frios, era comum o uso de 
saunas, receber massagens, fazer exercícios e ao mesmo tempo tomar decisões 
relacionadas à vida pública e negócios. Estas práticas realizadas após conquistas 
de territórios ou grandes discussões políticas eram comuns entre os homens 
da aristocracia, alguns militares que estavam à frente de batalhas e sacerdotes 
(MEDEIROS; CAVACO, 2006).
Como estes espaços de cuidados corporais chegaram aos dias de hoje? Da 
mesma forma que na antiguidade, as pessoas sentem necessidade de buscar 
momentos para o cuidado de si ou autocuidado. Mesmo envolvidas com suas 
rotinas estafantes de trabalho, percebem os impactos de dias sem exercícios, 
alimentação desequilibrada e noites insones. Ramos (2005, p. 5) afirma ser um 
‘mantra’ da vida moderna e uma reflexão sobre a nossa saúde a necessidade de 
trabalharmos não a prevenção das doenças, mas a promoção da saúde “através 
de hábitos sadios, com exercícios, regimes alimentares, sentimentos positivos, 
evitando o estresse, a competição etc.”. 
13
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
Delinear e planejar momentos para o cuidado de si, numa perspectiva 
‘holística’, como afirma Ramos (2005), leva-nos a um equilíbrio em nossa rotina no 
aspecto social, profissional e/ou familiar. Esta perspectiva denominada de holística 
ou holismo é parte do que se denomina de novo paradigma contemporâneo, um 
modo de viver e ver a vida de forma integral. O que na prática isso significa? 
Significa aprender como se cuidar, se olhar numa perspectiva que está além do 
próprio corpo, se ver como parte do planeta, como parte de um todo maior que pode 
ser responsável pela saúde e/ou pela doença se não houver equilíbrio na vida de 
cada um de nós (ISELE, 2011). Nesse sentido, os spas e outros empreendimentos 
se organizaram como espaço terapêutico e de lazer, considerando como um de 
seus objetivos ofertar o que no passado era parte do que romanos e gregos tinham 
como um lugar de reencontro com o seu eu e espaço para retomar o equilíbrio 
perdido em guerras e discussões políticas (ZONTA; NOVAES, 2006). 
Hall (2011) categoriza os tipos de spas como: Spas Clube (+ fitness), Spas 
Cruzeiro (também fitness), Spas Médico (de caráter + curativo), Spas Termal 
(normalmente em cidades com fontes termais – pode estar vinculado a um clube, 
hotel, pousada) e Spas/Resort Hotel (direcionado aos hóspedes). Embora no 
passado a busca por espaços como spas se voltasse mais especificamente à cura 
de doenças respiratórias, no século XX, outras associações foram feitas. A mais 
conhecida envolve o emagrecimento, ou ainda a oferta de massagens em ambiente 
perfumado com aromatizantes como complemento a distintos tratamentos estéticos 
(CAMPOS, 2005). Neste milênio, ampliou-se mais ainda a oferta de cuidados 
realizados nos spas e apenas naqueles destinados a tratamentos é que se realizam 
procedimentos específicos de ‘cura’, nos demais, os procedimentos visam ao bem-
estar com cuidados que podem ser de natureza estética ou relaxantes. 
A questão que nos ocorre agora é: o Spa é um espaço para 
tratamento ou para cuidado? Embora existam espaços dirigidos por 
médicos e outros profissionais da saúde voltados ao tratamento e também 
ao cuidado (Spas Médicos), na maioria das vezes os demais tipos de 
spas se voltam ao cuidado especializado e não ao cuidado médico.
Agora, vamos ver qual a diferença entre tratamento e cuidado? Quando 
pensamos em tratamento, logo associamos à ideia de doença. E se é doença, 
precisamos de um profissional preparado para nos indicar medicamentos, exames 
clínicos, talvez uma cirurgia ou algo que deve ser acompanhado em uma unidade 
básica de saúde, uma clínica ou hospital, todos voltados a uma assistência 
14
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
médica, de enfermagem e/ou odontológica com preparação específica, por 
exemplo: especialista em acupuntura, cirurgia plástica, cosmetologia e estética, 
entre outras possibilidades. Boff (2005, p. 29) reflete no cuidado como:
Em latim, donde se derivam as línguas latinas e o português, 
Cuidado significa Cura. Cura é um dos sinônimos eruditos de 
cuidado, utilizado na tradução do famoso ‘Ser e Tempo’, de 
Martin Heidegger. Em seu sentido mais antigo, cura se escrevia 
em latim coera e se usava em um contexto de relações humanas 
de amor e de amizade. Cura queria expressar a atitude de 
cuidado, de desvelo, de preocupação e de inquietação pelo 
objeto ou pela pessoa amada.
Importante: o cuidado pode ser profissional ou leigo. Quando 
o cuidado é profissional e voltado para práticas terapêuticas, o 
profissional deve ser da área da saúde e/ou ter formação específica 
no que deseja trabalhar com certificação ou diploma reconhecido 
junto aos órgãos educacionais do país, de técnico, tecnólogo, 
bacharel ou especialista no domínio em que pretende atuar. No 
caso das práticas terapêuticas complementares e/ou alternativas, o 
profissional interessado em ofertar serviços e/ou produtos voltados 
às mesmas deve também, conforme a especificidade e complexidade 
da prática, receber uma formação específica também reconhecida 
pelo Conselho profissional em que está registrado. Essa é uma 
das exigências para atuar em órgãos públicos e que se deseja que 
também possa ser efetivada em entidades, empreendimentos e 
outras instituições e órgãos privados (BRASIL, 2010).
Atividade de Estudos:
1) Vamos vero que vocês guardaram de informações dos conteúdos 
apresentados. Com base no conteúdo, responda: 
 Como poderíamos chamar as ações e atividades que alguém 
pode receber em um spa? Seria tratamento ou cuidado? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
15
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
____________________________________________________
___________________________________________________ .
 Ao falarmos na possibilidade de alguém ser assistido para 
relaxar, descansar e diminuir as tensões de seu cotidiano, do 
que exatamente estamos falando, de um cuidado ou de um 
tratamento? Quais profissionais podem atuar neste sentido?
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________ .
2) Se o ‘CUIDADO’ não é tratamento e pode ser realizado por 
profissionais não vinculados à área da saúde, embora preparados 
para cuidar de pessoas, ele poderia ser realizado em um spa, um 
estabelecimento que não é uma unidade básica de saúde? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________ .
De acordo com Waldow e Borges (2011, p. 416), o termo cuidado e o termo 
humanização vêm sendo tratados e/ou conduzidos juntos. Para as autoras, a 
dificuldade em ver os dois termos de forma separada se deve ao fato de que 
“ambas as categorias englobam valores e enaltecem a dignidade humana”. 
Inclusive são usadas como termos sinônimos e se referem a uma série de ações 
realizadas com responsabilidade, compromisso e, como afirma Boff (2004), com 
amor e compaixão! 
16
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
 Amor e Compaixão, como você relacionaria estas categorias 
com os cuidados a serem realizados em um spa? O que compaixão 
tem a ver com uma massagem, uso de cores, luzes relaxantes, 
músicas, chás calmantes, cremes veganos, entre outros serviços 
e produtos que podem ser ofertados em um spa? E o que seria 
exatamente ter amor e compaixão por alguém? Se o spa está 
relacionado a um serviço considerado especial e voltado a um grupo 
com poder econômico de mediano a alto, como amor e compaixão se 
encaixam nesse universo? 
Conforme Boff (2005; 2004), amor e compaixão pelo ‘outro’ não deve ter um 
direcionamento que envolva sexo, idade, riqueza, pobreza, origens culturais ou 
outro qualitativo durante um cuidado terapêutico. O sentido de amor e compaixão 
leva em consideração a responsabilidade dos profissionais com o seu cliente, 
dando o melhor de si, atuando de acordo com a sua competência, ofertando um 
bom serviço em troca da confiança de alguém que entrega seu corpo para uma 
massagem, uma seção de aromaterapia ou uma instrução de yoga e/ou meditação. 
FIGURA 1 – AMOR E COMPAIXÃO X CONFIANÇA E COMPETÊNCIA
FONTE: Duarte (2015, s.p.)
Em consonância a tudo que disponibilizamos neste capítulo, convém 
evidenciar que o spa é um espaço de saúde, ainda que não seja uma unidade 
de tratamento médico, e pensa-se que em futuro próximo este tipo de 
estabelecimento possa ser disponibilizado para pessoas de qualquer classe 
17
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
social. Seja em um estabelecimento sofisticado ou em um lugar mais simples, 
se ali existem profissionais qualificados com objetivos de ofertar a possibilidade 
de alguém ser cuidado no sentido de relaxar e cuidar de si, ali temos um spa 
voltado ao cuidado humano. E este cuidado está provido de amor e compaixão 
porque envolve a responsabilidade por todas as pessoas que buscam cuidados 
corporais visando melhorar sua condição física e emocional, diferente de outros 
momentos da história dos spas. Neste milênio, pensamos nos spas como espaços 
profissionais em que pessoas devidamente habilitadas irão ofertar o melhor de 
suas competências para pessoas que buscam bem-estar e qualidade de vida.
3 Bem-Estar e Qualidade de Vida
Na sequência deste capítulo, e sabendo que um spa pode ofertar uma 
série de cuidados com técnicas variadas de natureza física, mas com objetivos 
que envolvem não apenas o corpo material das pessoas, mas também os seus 
sentidos (visão, olfato, odor, escuta e tato), as emoções, as percepções e as 
muitas subjetividades do viver humano, vamos apresentá-lo ao que consideramos 
qualidade de vida (QV) e bem-estar (BE).
Não existe dúvida de que é relevante falar de QV. É interessante verificar, nestes 
primeiros 18 anos do século XXI, que as Ciências da Saúde tomaram para si o conceito 
do termo qualidade de vida e raros são os trabalhos da área que não tratam desta 
questão. Nas Ciências Sociais não é diferente, mas a ótica e o tratamento dado 
buscam as distintas formas de olhar o que chamamos de qualidade de vida. O que 
será qualidade de vida para o agricultor? O empresário? O professor? Do ponto de 
vista cultural, a forma como percebemos o mundo, a construção de nossos valores e 
costumes, na maioria das vezes, assumem aspectos diferentes conforme o território de 
onde viemos, nossas comunidades de origens, ideias e socialização. Quando falamos 
em qualidade de vida, estamos falando de atitudes adotadas em nosso estilo de vida, 
ou seja, são hábitos e ações que representam o conjunto de ações conscientes que 
adotamos, considerando todo nosso arsenal cultural pessoal, familiar e comunitário. Se 
o estilo de vida que assumimos no cotidiano do trabalho e vida familiar nos permite 
alcançar bem-estar e qualidade de vida, significa, no mínimo, que temos energia 
equilibrada, alegria e disposição para as demandas de trabalho e de vida familiar. 
Cultura pode ser definida como um conjunto de elementos que 
medeiam e qualificam qualquer atividade física ou mental, que 
não seja determinada pela biologia, e que seja compartilhada por 
diferentes membros de um grupo social. Trata-se de elementos 
sobre os quais os atores sociais constroem significados para 
as ações e interações sociais concretas e temporais, assim 
como sustentam as formas sociais vigentes, as instituições e 
seus modelos operativos. A cultura inclui valores, símbolos, 
normas e práticas (LANGDON; WIIK, 2010, p. 3).
18
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Importante: Cultura não vem com a genética. Cultura é algo que 
aprendemos, compartilhamos e padronizamos enquanto uma criação 
humana que se espalha por vários grupos. Aqueles que adotam certos 
costumes e modos de pensar podem, a médio e longo prazo, mudar, 
transformar e mediar modos diferentes de viver certas experiências, e 
isto é importante porque torna a cultura dinâmica, o que para muitas 
pessoas demonstra a diversidade e capacidade humana de adequar-
se às circunstâncias boas e ruins do cotidiano (LARAIA, 2008).
Os itens elencados sobre CULTURA dizem muito da nossa vida e do que 
subjetivamente consideramos como importante para nos sentirmos bem, segundo 
aprendizados e/ou informações que adquirimos ao longo de nossa história cultural. 
Estudos clássicos que associam cultura com qualidade de vida 
(QV), como os de Day e Jankey (1996), descrevem quatro abordagens 
gerais para situarmos QV, que podem se relacionar com os arranjos 
produtivos de natureza econômica, com as nossas emoções e 
sentimentos, e neste caso se caracterizam como psicológicas, ou 
ainda, relacionam-se ao processo saúde edoença em um contexto 
biomédico, e por fim, podem ser aceitas em uma perspectiva geral 
ou holística ao considerar a QV de uma forma multidimensional, 
com componentes que diferem de pessoa a pessoa, conforme seus 
valores e costumes, ou seja, conforme sua cultura.
Para Minayo, Hartz e Buss (2000), para entendermos o que é QV se faz 
necessário considerarmos três referências: o momento histórico da sociedade 
em que estamos inseridos, com seus valores culturais e as estratificações 
sociais reconhecidas por essa sociedade em um espaço temporal e territorial. 
Isto significa, segundo Pereira, Teixeira e Santos (2012), que o conceito de QV 
não é uma unanimidade para as pessoas individualmente, para as comunidades e 
para as áreas que a estudam. Os autores sustentam que existem componentes e 
subcomponentes que são essenciais para que alguém se sinta com QV e que estes 
se relacionam muito com as referências citadas por Minayo, Hartz e Buss (2000). 
O que isto na prática ocasiona? A dificuldade em se ter um conceito definitivo. 
19
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
VAo considerarmos as várias disciplinas das distintas áreas do conhecimento 
que estudam o conceito de QV, chegamos à conclusão do quanto é difícil 
realmente termos um conceito único que seja visto como o ‘melhor’ ou o mais 
‘adequado’ de ser utilizado como uma referência nas pesquisas realizadas. 
Seguindo esta premissa, o que vamos aconselhar a vocês é que vejam, nos 
distintos elementos que trazem satisfação às pessoas, o que mais se encaixa 
como um atributo de QV. Percebam que a QV tem diferentes significados para 
as pessoas e, portanto, não tem como ser dimensionado com um único conceito. 
Os elementos que podem atribuir a ideia de QV a uma pessoa podem mudar, 
dependendo da cultura ou ambiente.
O que denominamos de Vida Saudável em uma cultura pode não ser possível 
em função do clima (muito frio/muito quente), dos patrimônios alimentares e seus 
modos de cultivo (com agrotóxicos) e preparo (excesso de frituras), dos tabus e 
possibilidades de deslocamento (em países com proibições religiosas rígidas, as 
mulheres raramente saem de casa), entre outros elementos. 
Ainda que a globalização imponha uma série de trocas entre culturas distintas, 
alguns costumes e valores podem levar a conceitos e definições diferenciadas. Na 
Figura 2 temos um rol de elementos desejados pelas pessoas em vários lugares 
do mundo. O que eles significam, como as pessoas fazem para alcançá-los? As 
respostas têm a ver com a cultura das pessoas, não há unanimidade quanto aos 
significados e formas de se obter esses ‘desejos cotidianos’ (LARAIA, 2008).
FIGURA 2 – DESEJOS COTIDIANOS
Estilo de Vida
Saudável
Produtividade
Energia
Felicidade Equilíbrio
Desenvolvimento
Pessoal
Saúde
Bem-estar
FONTE: Pena (2015, s.p.)
Analisando a Figura 2, como você deve ter percebido, a palavra Bem-estar 
consta como um dos elementos que integram o que podemos considerar um 
atributo ou elemento para se ter QV. Ou será ao contrário? 
20
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Com algumas palavras da Figura 3 você poderia tentar elaborar 
uma ideia sobre bem-estar? A proposta é que você apresente o seu 
pensamento sem usar as mesmas palavras, elaborando algo novo. 
Vamos lá?
FIGURA 3 – NUVEM DO BEM-ESTAR
FONTE: Hennemann (2012, s.p.)
Bem-estar
Exemplo: bons relacionamentos, motivação e capacidade de resiliência 
aos problemas.
Atividade de Estudos:
1) Vamos lá? Coloque a sua ideia de bem-estar usando algumas 
das palavras da nossa nuvem (Figura 3) e acrescentando outras. 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
___________________________________________________ .
21
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
Ficha de Leitura
Título da Obra: Saber cuidar: ética do humano
Referência (norma ABNT): BOFF, L. Saber cuidar: ética do humano 
– compaixão pela terra. Petrópolis: Vozes, 2004.
Informações sobre a obra:
O cuidado é apresentado segundo conceitos filosóficos inerentes 
a todo ser humano, necessário à sobrevivência saudável e bem-estar 
individual e coletivo (p. 12).
O cuidado pode ser explicado nas perspectivas do ‘cuidar 
responsável’ e da ‘negligência do cuidar’ (p. 46).
O cuidado mais explícito em toda obra não é de natureza profissional, 
mas pode ser aperfeiçoado quando uma pessoa abraça uma profissão 
voltada ao cuidado em situações de doença, na infância, na velhice, nas 
calamidades e necessidades humanas (p. 60).
Comentários sobre a obra:
Importante como base para o estudo conceitual de cuidado leigo e 
cuidado profissional na perspectiva ética, responsável e solidária.
Ideias surgidas com a leitura:
Organizar um ensaio sobre o cuidado a partir de outras perspectivas 
e não apenas a filosófica.
Identificar artigos na área da saúde sobre o cuidado.
4 Algumas Considerações
E então, o que achou dos exercícios que realizamos ao longo do capítulo? 
Mais uma vez aproveitamos para dizer: não se preocupe com a sua resposta, ela 
é a sua resposta e não precisa ser classificada como errada ou certa. O que você 
precisa é refletir sobre seu conhecimento e atitude. As respostas que um cliente 
atendido por você pode ter podem ser outras, porque cada um de nós tem uma 
referência cultural de vida. 
Leituras, participação em rodas de conversa e debates relacionados 
às temáticas e conceitos tratados neste capítulo podem ser importantes e 
aconselhamos que sejam realizados. A especialização serve como base para 
novos estudos e buscas de aperfeiçoamento, mas as leituras e discussões que 
fizer é que o deixarão mais preparado. 
22
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Deixamos como exercício final a sugestão para que elabore um arquivo de 
novas referências com artigos, livros, teses e dissertações sobre spas. Leia cada 
referência identificada como importante e elabore uma ficha de leitura de cada 
texto, como a que colocamos na página anterior, esta é uma forma de iniciar o seu 
arquivo de estudo voltado para o trabalho final do curso. 
Referências
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Brasília, v. 1, n. 1, p. 28-35, out./mar., 2005.
–––––– . Saber cuidar: ética do humano – compaixão pela terra. Petrópolis: 
Vozes, 2004.
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2010.
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Papirus, 2005.
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Ciências Humanas. Universidade do Oeste Catarinense. Joaçaba, 2011.
23
Tipologias de Spas e Objetivos Capítulo 1 
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www.scielo.br/pdf/rlae/v18n3/pt_23>. Acesso em: 18 jul. 2018
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PENA, D. H. Saúde, bem-estar e qualidade de vida. 2015. Blog Saúde e Bem-
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24
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
SERAPIONI, M.; MATOS, A. R. Participação em Saúde: entre os limites e os 
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WALDOW, V. R.; BORGES, R. F. Cuidar e humanizar: relações e significados. 
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ZONTA, S.; NOVAES, M. H. Spa: oportunidade de negócio para os 
empreendimentos hoteleiros da região Sul através da inserção do conceito 
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Disponível em: <https://www.ucs.br/ucs/tplVSeminTur%20/eventos/seminarios_
semintur/semin_tur_5/trabalhos/arquivos/gt08-09.pdf>. Acesso em: 18 jul. 2018.
CAPÍTULO 2
práticas terapêuticas de Promoção 
da Saúde e Estética Saudável
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer as principais correntes e práticas terapêuticas orientais utilizadas 
no Ocidente no combate ao estresse cotidiano, promoção da saúde e estética 
saudável.
�	Analisar as diferentes possibilidades de uso das práticas orientais como parte 
de ações terapêuticas e de conforto voltadas ao controle do estresse, promoção 
da saúde e estética saudável.
26
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
27
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
1 Contextualização
Neste capítulo, descrevemos a partir de alguns autores citados ao longo de 
cada tópico como as práticas terapêuticas, denominadas no Brasil de práticas 
integrativas complementares, são a cada ano incorporadas a ações de cuidado 
em serviços de saúde e também em empreendimentos como os Spas, que são 
voltados ao descanso, lazer, estética e férias, entre outras possibilidades.
A concepção que adotamos de promoção da saúde perpassa o que refletimos 
sobre o processo saúde-doença, ou seja, vai além da área da saúde e chega a um 
componente que chamamos de social e político, por que na prática substitui a ideia 
de um trabalho apenas preventivo de natureza biomédica. Quando atuamos com as 
práticas terapêuticas originárias de uma outra cultura, como a oriental, assumimos uma 
visão mais ampliada de saúde, que está além do olhar psicofísico, porque entende 
que as influências do meio em que a pessoa vive com todas as suas dicotomias e 
problemas são também responsáveis pelas doenças e agravos da saúde.
Neste material que chega até você mostramos que mesmo para um órgão 
como o Ministério da Saúde não é fácil, diante de tantas correntes profissionais, 
assumir que a promoção da saúde passa por uma série de conteúdos não 
convencionais em meio a outros conteúdos que ressaltam uma tecnologia 
mais ‘pesada’, voltada para estudos epidemiológicos, equipamentos de ponta e 
exames minuciosos que podemos realizar auxiliados pela informática. Seguimos, 
neste sentido, a filosofia de Buss (2003), quando afirma que o conhecimento 
popular, a simplicidade de algumas práticas e a participação das pessoas são 
fundamentais na promoção da saúde, enquanto que a Carta de Ottawa expressa 
muito claramente que a qualidade de vida, o bem-estar e o viver saudável têm 
relação direta com os serviços de saúde, e conosco, também no que se refere 
ao autocuidado. Ter o controle deste processo inclui buscar serviços e produtos 
que ampliem nossa capacidade de ser saudável e viver feliz no sistema público e 
também no privado, onde incluímos os Spas. Boa leitura e aprendizado a todos!
2 Promoção da Saúde e Práticas 
Integrativas e Complementares
Um dos problemas que encontramos no Ocidente, entre alguns profissionais 
da saúde, é a aceitação de que existem outros modelos curativos para tratamento e 
cuidado de pessoas. No Brasil, a polêmica e os debates sobre os usos de práticas 
de cuidado oriundas de outros modelos de prestação de assistência à saúde através 
de tratamentos e cuidados fora do modelo biomédico tradicional sempre foram uma 
constante. A aceitação oficial da possibilidade de uso dessas alternativas ocorreu 
28
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
em 2006, quando o Ministério da Saúde, através da Portaria 971, de 3 de maio, 
aprovou a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), 
que depois passou a ser denominada de PICs (BRASIL, 2006). 
Na primeira fase dessa política se previa a utilização de alguns tratamentos e 
cuidados da Medicina Tradicional Chinesa, como a acupuntura. Importante lembrar 
que esta modalidade de tratamento foi iniciada no Brasil por fisioterapeutas e, anos 
depois, por médicos e enfermeiros que se qualificavam através de especializações 
(pós-graduação lato sensu). Com a acupuntura também se previu a permissão de 
tratamentos homeopáticos, fitoterapia (plantas e ervas medicinais) e termalismo. 
Em 2017, com as portarias 145, de 11 de janeiro, e 849, em março de 2017, são 
incorporadas as práticas de Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, 
Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, 
Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga (MEDEIROS, 2017; BRASIL, 2017).
Para saber um pouco mais sobre estasportarias e obter 
mais informações sobre as PICs, acesse o caderno explicativo 
com apresentação das práticas integrativas em documento de 
2013 do Ministério da Saúde, disponibilizado no site: <http://www.
agroecologia.gov.br/sites/default/files/publicacoes/politica_nacional_
praticas_integrativas_complementares.pdf>. 
FIGURA 1 – CADERNO PNPIC/PICS
FONTE: Brasil (2017)
29
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
O grande desafio no sistema de saúde público ou no setor privado sempre 
foi a implementação dessas práticas com aceitação das instituições, pessoas 
e profissionais. Também tem sido um desafio a qualificação adequada dos 
profissionais que atuam em unidades de saúde e nos estabelecimentos voltados 
mais para a promoção da saúde e não direcionados somente a tratamentos 
médicos (SIEGEL, 2010). Este formato de cuidado, que denominamos de 
promoção da saúde, pode ser realizado por você em um Spa. 
O que você entende por promoção da saúde? É prevenir doenças? É evitar 
doenças? E o que exatamente fazer a promoção da saúde tem a ver com esta 
disciplina que tem como foco o cuidado corporal em Spas?
Antes de tudo, vamos relembrar um conceito clássico da OMS sobre 
promoção, que foi alvo de discussão na 1ª Conferência Internacional de Promoção 
da Saúde que ocorreu em 1986 no Canadá. Em um documento chamado de 
‘Carta de Otawa’ se apresentou o conceito oficial de promoção da saúde:
Promoção de saúde é o processo de capacitação 
das pessoas para aumentar seu controle sobre 
e melhorar a sua saúde. Para atingir um estado 
de completo bem-estar físico, mental e social, um 
indivíduo ou grupo deve ser capaz de identificar 
e realizar aspirações, satisfazer necessidades 
e transformar ou lidar com os ambientes. Saúde 
é, portanto, vista como um recurso para a vida 
cotidiana, não o objetivo da vida. Trata-se de um conceito 
positivo enfatizando recursos sociais e pessoais, assim como 
capacidades físicas. Portanto, promoção de saúde não é 
apenas responsabilidade de um setor e vai além dos estilos de 
vida saudáveis para o bem-estar (WHO, 1986, p. 1).
Na frase grifada podemos observar a diferença básica entre prevenção e 
promoção. Na prevenção tomamos medidas relacionadas diretamente a situações 
patológicas ou o que consideramos ‘doença’. Na promoção não precisamos ter 
uma doença específica para o cuidado de si e/ou o autocuidado. Aprendemos 
sobre nossos corpos, nossas necessidades, e utilizando nossas competências e 
habilidades podemos ter um plano de cuidados pessoais realizados sem ajuda 
de terceiros (por exemplo: caminhadas na natureza, fazer ioga, alimentar-se com 
produtos orgânicos, dormir e/ou descansar de forma rotineira etc.), ou vamos a 
uma academia, SPA, clínica, ou qualquer outro estabelecimento em busca de 
um cuidado específico estimulado e orientado por um cuidador profissional. Isto 
significa não precisar dos serviços de saúde ou de uma clínica ou ainda de um 
espaço onde possamos buscar cuidados e terapêuticas que nos auxiliem neste 
processo? Não, significa que assumimos o controle de nossas vidas e, quando 
preciso e conforme a demanda, procuramos serviços ou produtos que possam 
auxiliar em todo o processo.
Processo de 
capacitação das 
pessoas para 
aumentar seu controle 
sobre e melhorar a 
sua saúde.
30
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
O conhecimento é importante no sentido de fazer com que percebamos a 
necessidade de apoio e auxílio para o cuidado de si ou o autocuidado. Como 
bem afirmam Fleury-Teixeira et al. (2011), ter consciência e conhecimento sobre 
nós não tira do Estado a responsabilidade de nos ofertar serviços de saúde, nem 
tira do setor privado a possibilidade de vender serviços e produtos que possam 
integrar uma agenda comum de promoção da saúde, com a oferta de terapias 
complementares com o compromisso de ofertar bem-estar e qualidade de vida às 
populações em suas distintas gerações.
Na história do processo de saúde-doença humana, os conceitos assumem os 
valores históricos da época em que são discutidos. Isto na prática significa que: 
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que as diferentes 
concepções de promoção da saúde não são formulações 
recentes, mas são construções cuja evolução histórica mostra 
momentos de aproximação e distanciamento com outros 
modelos do campo da saúde, como o modelo preventivo. 
Efetivamente, promoção da saúde não se apresenta como 
um conceito inédito, nem como uma estratégia desconhecida, 
mas tem estado presente em diversos estudos, ao longo do 
último século. Embora o termo seja o mesmo, seu significado 
tem mudado, conforme a estrutura conceitual e as estratégias 
operativas a que se liga, expressando uma verdadeira evolução 
do conceito (VERDI; CAPONI, 2011, p. 83).
Seguindo a lógica de Verdi e Caponi (2011), numa perspectiva bioética, a 
promoção da saúde traz como ênfase a melhoria e o desenvolvimento de políticas 
públicas saudáveis, ambientes favoráveis à saúde e o fortalecimento de ações 
comunitárias com redes de apoio que possam nos fortalecer e ensinar-nos 
algumas habilidades e cuidados importantes para a promoção pessoal de nossa 
saúde. Este modelo de pensamento na contemporaneidade está ligado ao que 
chamamos de Wellness. O Wellness é considerado um processo no qual as 
pessoas optam por cuidados que as levem a um estilo de vida saudável no seu 
dia a dia, com harmonia e equilíbrio para o corpo, a mente e o espírito através de 
exercícios, alimentação saudável, relaxamento, meditação, massagens, banhos 
e todo um conjunto de práticas terapêuticas realizadas conforme gosto e/ou 
necessidade ou ainda a indicação de um profissional (VILELA, 2011).
 
Bem, e onde entram as terapêuticas orientais e outras oriundas de 
conhecimentos também ocidentais nesse universo de Spas e espaços especiais, 
em sua maioria privados, voltados ao cuidado pessoal? O que tudo isto nos 
traz enquanto possibilidade de cuidado? Questões como estas sempre são 
importantes, porque tudo que faz parte de nosso cotidiano de vida tem uma 
história, um começo, uma origem! E daqui em diante vamos apresentar práticas 
que podemos realizar em Spas ou em nossos lares. Antes de darmos continuidade 
aos conteúdos, vamos fazer um pequeno exercício? 
31
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
Atividade de Estudos:
Leia o texto abaixo e responda às questões que se seguem:
“Os pré-requisitos e perspectivas para a saúde não podem ser 
assegurados de forma isolada pelo setor da saúde. Mais importante 
ainda, a promoção da saúde exige uma ação coordenada de todos 
os envolvidos: governos, organismos de saúde e outros setores 
sociais e econômicos, organizações não governamentais e grupos 
de voluntários, autoridades locais, indústria e mídia. Pessoas em 
todas as esferas da vida estão envolvidas como indivíduos, como 
famílias e como comunidades. Grupos profissionais e sociais, bem 
como a saúde têm grande responsabilidade para mediar interesses 
divergentes na sociedade para alcançar saúde” (WHO, 1986, p. 3).
1) Sabendo que um Spa não é um centro ou unidade de saúde 
pública governamental, assinale a alternativa que demonstra que 
este tipo de estabelecimento, direcionado ao cuidado corporal, é 
um espaço de promoção da saúde se:
a) ( ) Contar com profissionais médicos, enfermeiros e outros com 
formação universitária na área da saúde preocupados em 
assegurar os melhores cuidados corporais a pessoas que 
querem alcançar bem-estar e qualidade de vida.
b) ( ) Contar somente com profissionais qualificados da área de 
Estética preocupados em assegurar os melhores cuidados 
corporais a pessoas que querem alcançar bem-estar e 
qualidade de vida.
c) ( ) Contar com uma equipe interdisciplinar de profissionais 
qualificados preocupados em assegurar os melhores 
cuidados corporais a pessoas que querem alcançar bem-
estar e qualidade de vida.
d) ( ) Contar com uma equipe de pessoas leigas comautoformação 
em práticas de saúde complementares ou alternativas 
preocupadas em assegurar os melhores cuidados corporais a 
pessoas que querem alcançar bem-estar e qualidade de vida.
32
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
2) Ainda que os defensores da promoção da saúde defendam a 
ideia de que cabe a nós assumirmos o autocuidado enquanto 
uma responsabilidade pessoal, a Carta de Otawa deixa claro que:
a) ( ) O custo do cuidado sempre será caro e um dever de cada 
cidadão.
b) ( ) O custo do cuidado é uma responsabilidade de todos: 
cidadãos, ONGs, órgãos de saúde privados e públicos.
c) ( ) O custo do cuidado exige sacrifícios porque nem todas as 
pessoas estão envolvidas e têm obrigação com esta questão.
d) ( ) O custo do cuidado é obrigação exclusiva do poder público, 
com seus setores de saúde.
3 Técnicas Orientais: Origens e 
Correntes e Uso em Spas e Outros 
Estabelecimentos
As técnicas terapêuticas orientais chegaram ao Brasil talvez em seu período 
colonial, se pensarmos que os portugueses já viajavam ao Japão e outros países 
asiáticos comercializando especiarias, tecidos, alimentos secos, sementes e 
alguns conhecimentos acerca dos tratamentos e cuidados terapêuticos destes 
povos. Os jesuítas portugueses eram os que mais se interessavam em conhecer 
os costumes e valores dos povos contatados pelos navegadores. Eles também 
faziam o papel de médicos e terapeutas dos viajantes, por isto também tinham 
grande interesse pelos conhecimentos relativos ao uso de ervas, alimentos, 
preparo de remédios, entre outros elementos importantes voltados à prevenção, 
tratamentos e até reabilitação. A obra de Marco Polo e o interesse dos portugueses 
de comercializar e levar o cristianismo ao mundo oriental fizeram com que essas 
práticas chegassem à Europa, com algumas delas sendo adaptadas para o uso 
em nossa realidade ocidental (LEÃO, 2009; FROIO, 2006).
Os primeiros registros da entrada das técnicas orientais em nosso 
país ocorreram pelos anos de 1960, durante o movimento internacional de 
contracultura. Neste movimento, a discussão sobre os modos de vida das pessoas 
e a necessidade de incorporar costumes mais saudáveis relativos à alimentação, 
33
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
aos exercícios e até a forma de agradecermos a vida através de outros credos 
religiosos facilitaram a adesão a diversos cuidados denominados de alternativos 
(QUEIROZ, 2006). 
Tradições como o Taoísmo, o Zen-Budismo, a medicina Ayurveda, e o 
que denominamos hoje de Terapias Complementares e Integrativas na área da 
saúde, inicialmente eram considerados tratamentos de pessoas que estavam à 
parte do sistema público de saúde e até mesmo do sistema privado. As pessoas 
que buscavam esses cuidados terapêuticos eram vistas como hippies, e esses 
cuidados eram considerados quase uma afronta ao sistema biomédico vigente. A 
legitimação, seja no setor privado ou no público, foi sendo realizada no século XX 
após o período de governo militar no país. Embora ainda existam muitos debates 
sobre a legitimidade e segurança das terapias orientais, já temos aceitação e 
oficialidade dos usos desses recursos em spas e/ou outros estabelecimentos 
ligados aos setores da saúde, por exemplo (CINTRA; PEREIRA, 2012).
Muitas são as técnicas orientais terapêuticas utilizadas em variados 
estabelecimentos, mas são os spas, as clínicas voltadas à Cosmetologia e à 
Estética, aqueles que se especializam em tratamentos específicos corporais (para 
pré e pós-operatórios de cirurgias plásticas, por exemplo), os que mais valorizam 
técnicas como as voltadas a:
• Massagens Relaxantes (Reflexologia Podal, Shiatsu, Ayurveda, 
Com Pedras Quentes, Com Uso de Bambu, Tailandesa etc.).
• Hidroterapia (Banhos Quentes/Mornos e Frios, Com Essências 
Florais e Óleos Essenciais).
• Aromaterapia (Em Incensos, Velas, Águas, Óleos, Pomadas, 
Cremes e Cosméticos em Geral).
• Argiloterapia/Geoterapia.
• Meditação (Budista, Zen-Budista, Xintoísta).
• Yoga (Hatha Yoga).
• Acupuntura (Com Agulhas, Com Sementes, Com Toques – Do-In).
• Cromoterapia (Com Lâmpadas, Velas).
• Reiki.
• Iridologia.
• Moxibustão.
• Entre outras.
Muitos outros cuidados poderiam ser citados, cada um deles destinado 
essencialmente à promoção da saúde, ao cuidado terapêutico voltado a uma 
condição corporal saudável, em um momento em que as pessoas precisam 
descansar, relaxar, desligar-se do seu cotidiano de estresse. É fundamental 
que se observe que, para orientarmos a realização de todos esses cuidados e/
34
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
ou terapêuticas, se faz necessário um aprendizado teórico-prático profundo, ou 
seja, não serão apenas as leituras de bons livros ou a observação de quem faz 
as técnicas que possibilitarão um aprendizado qualificado para a realização das 
mesmas. Você e qualquer pessoa que deseja trabalhar com essas terapêuticas 
deve praticar e adquirir a habilidade necessária à sua realização com segurança. 
Elencamos algumas destas terapêuticas para apresentação 
nesta apostila, aconselhamos, porém, que leiam as referências 
que apresentamos no final deste capítulo como leituras de 
aprofundamento. 
De acordo com Cassar (2001), as informações básicas sobre massagem são:
• Em uma massagem, alguns conhecimentos são muito importantes. 
Saber sobre anatomia do corpo e entender sua fisiologia e as 
condições normais e anormais que uma pessoa pode desenvolver 
ao longo da vida, considerando estilo de vida, ciclo etário e histórico 
familiar de saúde-doença, é essencial. As escolhas quanto ao tipo 
de massagem a ser realizada têm por base esses conhecimentos, 
além das técnicas manuais de aplicação das massagens.
• As técnicas mais importantes de massagem envolvem: 
deslizamento, percussão, fricção e vibração. Podem ser realizadas 
com as mãos limpas ou umedecidas com óleos e/ou cremes. 
Destinadas somente ao relaxamento ou a um cuidado estético, 
ou ainda voltadas a sintomas físicos específicos, como dores, 
entre outras possibilidades. No caso de massagens destinadas 
a cuidados estéticos, também existem aparelhos que podem ser 
associados ao trabalho realizado com as mãos. O uso de velas e/
ou pedras quentes [o calor deve ser adequado ao tecido da pele 
e não provocar queimaduras] tem sido bastante frequente em 
pessoas com musculaturas enrijecidas e dificuldades para relaxar.
• Também é importante que antes da massagem o profissional que 
irá aplicá-la conheça um pouco acerca do seu cliente. A anamnese 
com dados pessoais de identificação, sintomas que levaram a 
buscar a massagem, bem como um histórico de condições e 
estilo de vida, uso de medicamentos, tratamentos que realiza 
35
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
para alguma doença diagnosticada e detalhes como profissão, 
exercícios e dieta alimentar diária, é importante para a decisão 
quanto ao tipo de massagem que se vai realizar.
Lembrete! Não cabe ao massagista fazer diagnósticos sobre 
doenças, entretanto, é importante saber que algumas doenças e problemas 
específicos de saúde podem não ser indicativos do uso da massagem como 
cuidado corporal, seja para relaxar ou para ações de natureza estética. 
O quadro a seguir traz alguns princípios éticos importantes. Lembre-se: você 
vai realizar cuidados corporais em uma pessoa com pouca roupa em um ambiente 
privado. Além de primar pela qualidade de seus serviços, deve ter decoro e 
respeito por quem procura seus serviços.
QUADRO 1 – PRINCÍPIOS ÉTICOS
PRINCÍPIOS ÉTICOS SEGUIDOS NA MASSAGEM
 
• Respeito: qualificação e habilidade para realização da técnica, decoro ao tocar e se 
relacionar com o corpo e as emoções de quem recebe a massagem.
• Autodeterminação: aceitar as decisões do cliente, mas oferecer toda e qualquer infor-
mação pertinente à técnica realizada e seus efeitos.
• Veracidade: direito do cliente a respostas objetivas e científicas sobre o cuidado real-
izado e seus efeitos.• Beneficência: o tratamento se destina às necessidades do cliente e deve ser realizado 
em tempo adequado ao problema para que se alcance os resultados adequados à 
queixa principal.
• Confidencialidade: respeito à privacidade de informações sobre o cliente.
• Justiça: custos justos aos cuidados realizados.
• Proporcionalidade: indicar o tipo de massagem e tempo de realização proporcional à 
necessidade do cliente.
FONTE: Adaptado de Bassi (s.d.)
36
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Atividade de Estudos:
1) Leia o texto abaixo sobre a técnica apresentada anteriormente e 
depois assinale com verdadeiro (V) ou falso (F) os itens a seguir. 
A palavra massagem também vem do grego Masso, que 
significa “amassar”. Hipócrates (480 a.C.) usou o termo Anatripsis, 
que significa “friccionar pressionando o tecido”, e este foi traduzido, 
posteriormente, para a palavra latina Frictio, que significa “fricção” ou 
“esfregação”. Este termo prevaleceu por um longo tempo e ainda era 
usado nos Estados Unidos até 1870. A expressão para massagem 
na Índia era Shampoing; na China a massagem era conhecida como 
CongFou, no Japão, como Ambouk. A história da massagem em 
geral é registrada cronologicamente, mas, em vez de seguirmos 
esse rumo, é interessante considerar algumas de suas aplicações 
históricas como um recurso terapêutico (CASSAR, 2001, p. 22).
a) ( ) O relaxamento é uma das mais conhecidas e importantes 
razões para a aplicação da massagem, porque induz ao 
sono e combate a fadiga.
b) ( ) Unindo a massagem com exercícios físicos e uso de óleos à 
base de ervas e plantas aromáticas pode-se obter melhoras 
na circulação sanguínea com retorno venoso capaz de nutrir 
melhor os tecidos corporais.
c) ( ) A melhora no fluxo sanguíneo com movimentos apropriados e 
massagem na região abdominal pode estimular a eliminação 
de fezes e gases.
d) ( ) Como um complemento ao tratamento cirúrgico, a massagem 
pode ser empregada para aliviar a dor, reduzir edemas, 
auxiliar a circulação e promover a nutrição dos tecidos.
e) ( ) A massagem somente deve ser realizada após uma 
anamnese com todas as informações relevantes sobre o 
paciente no sentido de ajudar a revelar qualquer condição 
crucial que possa ser uma contraindicação.
37
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
Importante: uma massagem não é uma seção de tortura. A 
massagem não pode e não deve ser sentida no corpo após dois 
ou três dias de sua realização a ponto de dificultar as atividades 
físicas e o cotidiano de seu cliente. Por exemplo: a reflexologia podal 
pode ser dolorida na hora em que está sendo realizada, mas, se ao 
sair o cliente tiver dificuldades de andar, isto pode significar o uso 
de toques inadequados ou ainda a necessidade de uma avaliação 
médica quanto a outros problemas nos pés e pernas. 
A massagem associada a banhos quentes ou com água em temperatura mais 
alta do que a do ambiente onde está a pessoa a ser massageada ou levada a um 
banho de conforto, faz parte da história humana. Segundo Gracio (2016), Heródoto 
(485 a.C. e 425 a.C.), geógrafo e historiador grego, divulgava no mundo antigo 
as virtudes das águas, receitando tratamentos associando banhos e massagens 
por até três semanas para limpeza dos humores corporais. Vale mencionar que 
Hipócrates, considerado o médico mais notável do mundo antigo e o pai da 
medicina moderna, considerava o banho como primordial para a prevenção de 
doenças e algo mais do que uma simples medida de higiene. Para ele, a doença 
era um distúrbio provocado pela falta de equilíbrio de nossos ‘humores corporais’ 
e seu principal tratamento consistia na combinação de banhos quentes e frios, 
com o objetivo de ajudar a natureza a restabelecer o seu normal equilíbrio. 
A massagem, como colocada anteriormente, pode ser associada ao calor 
para auxiliar e potencializar seus efeitos terapêuticos. Furlan et al. (2015) 
recomendam a aplicação do calor local em casos de tensões musculares e crises 
de dores musculoesqueléticas. Os efeitos terapêuticos são a vasodilatação, 
aumento do fluxo sanguíneo, oxigenação dos tecidos com eliminação dos 
resíduos metabólicos. Este contexto de mudanças fisiológicas favorece a 
diminuição da dor, levando à analgesia – diminuição da rigidez nas articulações e 
redução das tensões musculares. Esta prática terapêutica, também denominada 
de termoterapia, tem a condução de calor transmitida ao corpo por meio de 
pedras vulcânicas, lavas basálticas ou pedras roladas do rio. Na atualidade, as 
massagens com pedras quentes são realizadas com pedras de várias origens e 
composição, contudo, “os tamanhos e formatos dessas pedras são escolhidos 
de acordo com a sua aplicação durante a massagem. Podem ser arredondadas, 
ovais, chatas, finas ou com outras espessuras e formatos” (POSSER, 2011, p. 
23). Este tipo de prática não é recomendado com pessoas que tenham:
 
38
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Patologia inflamatória ou traumática aguda, hemorragias 
ou alterações da coagulação, vasculopatia aterosclerótica, 
áreas isquêmicas, patologia cardiovascular descompensada, 
patologia neoplásica ou infecciosa, lesões dermatológicas, 
alterações da sensibilidade térmica, doentes sedados ou 
obnubilados, cartilagens de crescimento, útero grávido 
e cicatrizes ou feridas abertas (OLIVEIRA; ULLIANO; 
CARVALHO, 2017).
Em substituição às pedras, alguns terapeutas utilizam velas quentes no 
processo de massagens. Esta prática requer muito cuidado. A cera da vela 
deve estar em temperatura confortável para o massagista e o cliente, uma vez 
que a fricção na pele não deve provocar queimaduras e sim amassamento para 
redução da dor e, ao mesmo tempo, hidratação local. Pode ser associada também 
a essências florais e/ou óleos essenciais, conforme a demanda e necessidade 
do cliente. Sobre o uso de óleos essenciais, teremos no Capítulo 3 maiores 
informações no tópico sobre Aromaterapia.
4 Yoga
O Yoga foi apresentado ao Ocidente no século XIX. Com uma associação 
de exercícios físicos alinhados a distintas posturas e correntes filosóficas, muitas 
pessoas vêm adotando o Yoga como parte de uma série de cuidados voltadas ao 
corpo e à mente. Mesmo na Índia, esta prática com muitos seguidores prossegue 
ao longo dos séculos com várias transformações e adequações ao cotidiano das 
pessoas. Feuerstein (2013), um investigador do Yoga no Ocidente, afirma que muitas 
das modificações ocorridas nesta prática se devem à sua introdução nas Américas. 
A palavra Yoga tem origem sânscrita e possui vários significados. É escrita no 
masculino e, segundo Eliade (2009), suas práticas estão associadas não apenas 
ao corpo material, mas também ao corpo espiritual e, portanto, é também uma 
prática meditativa. Do ponto de vista etimológico, o Yoga, numa tradução livre, 
“refere-se à ação de “ligar”, “unir” ou “juntar” algo que está separado” (SANCHES, 
2014, p. 12).
39
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
FIGURA 2 – PRÁTICAS DE YOGA 1
FONTE: <https://www.canetenroussillon.fr/wp-content/uploads/
Fotolia-32701927-S-620x350.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Conforme o público atendido, o Yoga pode ser uma prática de autoconhecimento 
vinculado à espiritualidade e/ou para o bem-estar físico e emocional, principalmente 
em tempos de estresse relacionado ao trabalho, estudos e viver social do século 
XXI. Segundo Sanches (2014), o Yoga na Índia tradicionalmente foi uma prática 
voltada ao público masculino, somente por volta do ano de 1938 foi aceita a primeira 
praticante feminina, a estudante russa Indra Devi. 
As tradições de yoga mais conhecidas e difundidas por escolas de Yoga no Brasil, 
desde a década de 1960, são a Hatha-Yoga com algumas derivações ou subtipos, 
Ashtanga, Iyengar y Vinyasa; Kundalini, Yoga Integral também conhecida como Swasthya 
Yoga, e o Power Yoga. No Brasil, o Yoga e outras práticas, como a meditação, são 
reconhecidos como PráticasIntegrativas/Complementares de Saúde – PICs. Associado 
à meditação e alimentação (vegetariana, principalmente), auxilia na promoção da saúde e 
bem-estar saudável (SIEGEL; BARROS, 2013; 2007; BRASIL, 2006).
Como colocado no Capítulo 1, o turismo de saúde, com muitos spas alocados 
em grandes redes hoteleiras, pode ser categorizado ou classificado como “turismo 
médico” ou “turismo de saúde e bem-estar”. O relatório da Global Spa Summit faz 
a seguinte distinção para os dois segmentos do turismo de saúde:
O turismo médico envolve indivíduos que viajam para 
determinado local de modo a receberem tratamento para 
uma doença, para um problema físico ou mental ou para se 
submeterem a um procedimento cosmético; o turismo de saúde 
e bem-estar envolve indivíduos que viajam para determinado 
local de modo a participarem proativamente em atividades que 
mantenham ou melhorem preventivamente a saúde pessoal e 
o bem-estar (JOHNSTON et al., 2011, p. 20).
40
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
O Yoga fica alocado no turismo de saúde e bem-estar, mas não 
necessariamente realizado apenas para turistas. Hoje as academias voltadas para 
o Yoga são uma realidade, mas é no Spa que muitos (mesmo os moradores locais 
que os buscam) afirmam associar a prática a outras atividades lúdicas, tais como 
caminhadas na natureza a pé ou de bicicleta, banhos termais quentes naturais 
ou minerais, workshops e experiências gastronômicas, entre outras possibilidades 
(ESTEVES, 2017). Para muitas pessoas, o Yoga é a escolha, porque leva à 
autonomia, saúde, porque acalma e traz autoconhecimento.
FIGURA 3 – NUVEM DE PICS CENTRADA NO YOGA
FONTE: <https://saudenacomunidade.files.wordpress.com/2015/05/
ea_yoga-autonomia.png?w=545&h=249>. Acesso em: 15 ago. 2018.
No Brasil, temos muitos exemplos de espaços voltados para o Yoga que 
hoje são considerados spas importantes com oferta desta prática associada à 
hospedagem para descanso, férias ou realização de cursos de Yoga de natureza 
formativa ou informativa. Em todos os estados brasileiros existem locais destinados 
à prática, de academias a espaços para cursos com pousadas, é possível não 
apenas exercitar-se, mas também tornar-se um profissional da prática. Esses 
espaços atendem diferentes públicos e seus proprietários possuem formação em 
Yoga e muitos dos cursos realizados são ministrados por eles para públicos que 
buscam relaxar, trabalhar ou fazer formação.
A característica desses espaços mais voltados a cursos é que os mesmos 
ficam em meio à natureza, com diversas trilhas na mata e/ou nas praias. Oferecem 
serviços de pousada para os participantes de cursos e eventos que podem durar 
um final de semana ou até um mês. São locais propícios para a prática de Yoga e 
a realização de cursos, com refeitórios que na maioria das vezes ofertam comida 
vegetariana associando o Yoga a outros cuidados corporais. Contudo, as práticas 
e as formações se voltam mais para o próprio Yoga, com as técnicas de Asanas, 
41
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
Pranayamas, Chakras, Meditação, Mudras, dentre outras, voltadas a pessoas 
apenas interessadas ou como cursos profissionalizantes na área (QUADROS; 
SILVA; PAGNONCELLI, 2009). 
Qualquer que seja o curso, os ministrantes fazem questão de apresentar 
o Yoga clássico com suas oito práticas psicofísicas, que chegaram ao Ocidente 
como ‘Ashtanga Yoga’. Essas oito práticas estão descritas no Yoga Sutra de 
Patañjali, o compilador do Yoga no século I ou II a.C., através de uma linguagem 
bastante simbólica que descreve a filosofia e as técnicas que fazem parte da 
vivência dos praticantes. Essas práticas, também denominadas de ‘membros’, se 
compõem, segundo Deveza (2013, p. 208), de:
• Refreamento: com cinco ações – não violência, falar a 
verdade, não roubar, abstinência sexual e contenção de 
energia, e por fim, não cobiçar o que é dos outros.
• Observâncias: com cinco conselhos – pureza (cuidados 
corporais, mentais, boa alimentação e conduta social), 
contentamento (felicidade não condicionada a fatores 
externos), ascetismo (jejum, não consumismo), autoestudo 
(autodomínio das práticas do Yoga e os estudos relacionados 
ao espírito), entrega (não orgulho dos aprendizados).
• Posturas psicofísicas: estas são as Asanas, práticas que 
promovem alongamentos de grupos musculares, relaxamento 
físico com a associação de visualizações e movimentos 
respiratórios específicos que alteram estados de consciência.
• Controle da respiração (Pranayama): tem como componentes 
a inspiração e a expiração com ênfase na capacidade de 
reter a respiração, principal objetivo dessa prática.
• Bloqueio dos cinco sentidos e das ações físicas (Pratyahara): 
atenção total ao próprio eu e experiências psíquicas que isolam 
a mente da pessoa de qualquer contato com o meio externo.
• Concentração (Dharana): pensamento voltado para um único 
foco de atenção, bloqueando qualquer pensamento intrusivo.
• Meditação (Dhyana): concentração definitiva em único 
pensamento (Ekagrata).
• Estado de integração (Samadhi): anulação das experiências 
do corpo, dos cinco sentidos, de todo e qualquer pensamento 
da mente, das noções de individualidade e das memórias do 
Ego que levam o iogue ao isolamento completo.
Muitas pessoas que praticam o Yoga no Ocidente normalmente 
fazem apenas as Asanas ou posturas psicofísicas. O Yoga adaptado ao 
modo de pensar e viver dos ocidentais é visto como uma prática terapêu-
tica e não como uma prática de natureza espiritual. A Yogaterapia, como é 
denominada, realiza procedimentos visando à cura de doenças através de 
técnicas de purificação respiratórias, estomacais, intestinais, musculares e 
visuais (SOUTO, 2002).
42
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
FIGURA 4 – PRÁTICAS DE YOGA 2
FONTE: <http://blogdescalada.com/wp-content/uploads/2013/11/
asanas_yoga-1024x852.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
É importante lembrar que este Yoga Clássico era uma prática masculina 
realizada na Índia com propósitos voltados ao domínio do corpo e como uma 
forma de disciplinar o físico e o espírito. A vinda da prática para o Ocidente ocorreu 
durante os anos da contracultura, com a vinda de mestres e gurus budistas, entre 
outras denominações religiosas orientais. O budismo e o janaísmo, sistemas 
heréticos [não acreditam no Deus judaico-cristão], é que ajudaram a difundir a 
prática no Ocidente. Como esses movimentos ‘religiosos’ heréticos adotam uma 
alimentação vegetariana (ovo-lacto, lacto ou vegana – sem nenhum produto 
animal) é comum associar a prática a uma alimentação com mais vegetais, grãos, 
azeites especiais, entre outras possibilidades (SAIZAR, 2008). 
43
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
FIGURA 5 – ALIMENTAÇÃO VEGANA X ALIMENTAÇÃO VEGETARIANA
FONTE: <http://empauta.ufpel.edu.br/wp-content/uploads/2015/05/
IMAGEM-DOIS.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
A associação natureza, espaço relaxante, prática de Yoga (e de meditação 
também) mais a alimentação vegetariana faz dos espaços de Yoga modelos 
de busca do equilíbrio. Lembrando que muitos desses espaços comerciais são 
tão especializados e preocupados com a qualificação das pessoas que fazem 
formação também voltada à prática alimentar vegetariana. Por exemplo, hoje no 
mercado existem muitos cursos, como os de Alimentação Ayurvédica, que estão 
entre os mais procurados, em função dos trabalhos do médico indiano Chopra, 
hoje radicado nos Estados Unidos, famoso em função dos mais de 40 livros que 
tem escritos. 
Ministrantes que estudaram com Chopra, como María Zorrilla, médica 
formada em Ayurveda na Universidade Maimônides de Buenos Aires e na 
University de Haridwar (Índia), atraem público inclusive ligado à Nutrição e 
Gastronomia. No caso específico desta especialista em Yoga e alimentação, 
ela dirige o centro médico ayurvédico na Argentina, oferecendo tratamentos 
médicos individuais associados a cursos de culinária e formação emmassagens 
Ayurvédicas. Esta também é uma característica dos empreendedores de Yoga, 
mostrar uma alta qualificação para resguardar a marca que os acompanha e 
os serviços ofertados (QUADROS; SILVA; PAGNONCELLI, 2009). Nos cursos 
ministrados ou nas práticas em que se relaciona o bem-estar à alimentação, a 
tolerância à ingestão de produtos animais é restrita e diferencia os grupos de 
vegetarianos, como apresentado na figura a seguir.
44
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
FIGURA 6 – DIFERENÇAS ENTRE GRUPOS DE VEGETARIANOS
DIFERENÇAS ENTRE OS 
GRUPOS DE VEGETARIANOS OVOLACTOVEGETARIANOS LACTOVEGETARIANOS
VEGETARIANOS 
ESTRITOS VEGANOS
NÃO CONSOMEM CARNE
NEM PEIXE, FRANGO, 
CRUSTÁCEOS ETC.
NÃO CONSOMEM OVOS
NEM PRODUTOS COM OVOS E 
DERIVADOS
NÃO CONSOMEM 
LATICÍNIOS
LEITE, QUEIJOS, IOGURTES 
ETC.
NÃO CONSOMEM NADA 
DE ORIGEM ANIMAL NA 
ALIMENTAÇÃO
NÃO CONSOMEM NADA 
DE ORIGEM ANIMAL
ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO, 
BELEZA, ENTRETENIMENTO, 
ETC.
FONTE: <https://www.vista-se.com.br/wp-content/uploads/2012/10/
diferencas-vegetarianos1.gif>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Por que associar Yoga com alimentação? Segundo Aivanhov (2013), a 
alimentação menos tóxica junto com o yoga auxilia no processo de limpeza e 
desintoxicação corporal e espiritual. As carnes, de uma forma geral, segundo 
o autor, elevam as energias que promovem a doença, porque atuam como 
desintegradores de matéria saudável. Esta questão analisaremos no Capítulo 4.
Na seção a seguir, falaremos sobre meditação, um dos ‘membros’ ou práticas 
do Yoga que também está associada a outras filosofias de cuidado orientais. 
Porém, antes de continuarmos a caminhada, vamos a um exercício. Vamos lá?
Atividade de Estudos:
1) Com base nos conteúdos apresentados sobre o Yoga, assinale 
as alternativas corretas:
a) ( ) O Yoga é uma prática física moderna nascida no Ocidente 
após a Segunda Guerra Mundial. Seu objetivo é preparar 
o corpo para grandes demandas de trabalho que exijam 
caminhadas.
45
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
b) ( ) O Yoga tem uma história milenar e Patañjali, como seu 
compilador no século I ou II a.C., escreveu sobre os oito 
membros ou práticas importantes para se chegar ao Samadhi. 
c) ( ) O Yoga clássico, com suas oito práticas psicofísicas, chegou 
ao Ocidente com a denominação de ‘Ashtanga Yoga’.
d) ( ) O Yoga clássico se modernizou e tornou-se uma prática 
masculina desenvolvida para atletas de olimpíadas.
e) ( ) O Yoga é uma prática que pode ser realizada com fins 
psicofísicos e/ou espirituais. Em ambas as situações a 
pessoa pode se beneficiar física e mentalmente.
f) ( ) O Yoga é uma prática terapêutica que também é conhecida 
como Yogaterapia.
g) ( ) O Yoga é uma prática que pode atuar como tratamento e/ou 
cuidado quando temos problemas respiratórios, intestinais, 
musculares, entre outros.
5 Meditação
A meditação tem uma história milenar de contemplação oriunda de religiões 
do Oriente (sufismo, hinduísmo, budismo, taoísmo, zen-budismo) e antigas 
correntes judaico-cristãs com foco na misticidade. Existem distintos usos para 
a meditação, inclusive a que se destina hoje a tratamentos relacionados com 
problemas cardíacos, psiquiátricos e psicológicos, além do cansaço físico e 
mental (MORAES, 2015).
A entrada da meditação no Ocidente ocorreu, segundo Prudente (2014), 
na década de 1950, com jovens artistas e intelectuais. De acordo com o autor, 
é a partir de fins dos anos de 1960, no advento da contracultura, com a vinda 
de muitos ‘mestres espirituais e sacerdotes’ de diversas linhagens indianas, 
tibetanas, zen-budistas e taoístas que migraram da Ásia em função da expansão 
do comunismo chinês, que a meditação se torna popular. 
Academicamente, a meditação inicialmente foi estudada por filósofos, 
psicólogos e teólogos. Contudo, é no campo da saúde que ocorreu a laicização 
da meditação, ou seja, esta sai do campo da espiritualidade e chega ao campo 
considerado mais concreto dos tratamentos e cuidados, com uso de diferentes 
técnicas em “hospitais, clínicas de psicoterapia, spas, escolas e empresas, ou 
praticadas mais independentemente por indivíduos não compromissados com 
nenhuma religião ou tradição espiritual” (PRUDENTE, 2014, p. 7). Estudos 
realizados por Peron et al. (2004) a partir de 2000 na USP, em São Paulo, 
46
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
demonstraram que a meditação é importante no controle da taquicardia, 
hipertensão, tensão pré-menstrual, sintomas da menopausa, insônia, fadiga e 
distúrbios psicológicos. Portella (2014) mostra como a meditação atua melhorando 
a vida de mulheres na menopausa que passam a ter insônia e outros sintomas, 
como ansiedade, em função das transformações hormonais nesta etapa da vida. 
Veja a importância da meditação! É fantástico sabermos que podemos, a 
partir de técnicas suaves (também denominadas de tecnologias leves), melhorar o 
bem-estar de uma pessoa, tornando-a mais equilibrada quanto a atitudes consigo 
própria. Segundo Cardoso, Souza e Camano (2009), a meditação é um estado 
autoinduzido obtido a partir de técnicas específicas voltadas a um ‘objeto’ foco 
para evitar a dispersão dos pensamentos. A realização sistemática leva a pessoa 
a descontrair e chegar a um relaxamento psicofísico e muscular. Lembram das 
práticas do Yoga que mostramos anteriormente?
Existem vários tipos de meditação, mas, uma das mais difundidas, que se 
volta à diminuição do estresse, é denominada de mindfulness. Sem uma tradução 
específica em nosso idioma, tem como representação básica para facilitar a 
compreensão as seguintes ações: atenção plena, consciência plena e estar 
atento. Para Demarzo (2011, p. 11): 
Trata-se de uma forma de intervenção estruturada, voltada 
para pessoas e para pacientes acometidos com condições 
clínicas associadas a níveis prejudiciais de estresse. 
Enraizado nas práticas budistas tibetanas, o MBSR é 
estruturado como um programa que comporta atividades 
presenciais (junto a um instrutor) e à distância, combinando 
técnicas simples de meditação.
As técnicas do mindfulness são muito semelhantes a outras empregadas 
em meditação com outras denominações. Com instrutores inicialmente e depois 
sozinhos, a pessoa que realiza a prática meditativa deve, em um primeiro 
momento, sentado de forma confortável, centrar-se em sua respiração, depois 
desta fase pode iniciar o relaxamento ou escaneamento corporal criando 
consciência de cada parte de seu corpo, após esta etapa passa a fazer a 
caminhada meditativa em um jardim ou espaço silencioso em que possa soltar 
os pensamentos. Por último, a partir de uma seleção prévia com o instrutor, 
selecionar posições leves do yoga que auxiliem no processo de consciência plena 
e relaxamento. A duração média desses momentos pode variar entre 45 minutos a 
duas horas, conforme o nível de introspecção, tempo e local em que a pessoa se 
encontra (CAMPAYO, 2008). 
47
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
Importante: A prática de meditação não é isenta de riscos. 
Existem restrições para a prática de meditação em portadores de 
esquizofrenia e epilepsia, por exemplo, e algum desconforto pode 
ocorrer entre pessoas com mobilidade reduzida e sedentarismo.
Atividade de Estudos:
Vamos nos exercitar um pouco? 
1) Sobre as origens e definições da meditação, marque a alternativa 
correta:
 
a) ( ) A meditação tem raízes no budismo e em diversas outras 
tradições culturais, religiosas e filosóficas orientais e se destina 
a fazer o praticante centrar-se em um foco e a partir deste 
momento isolar-se do que está externo à sua consciência.
b) ( ) A meditação é uma prática corporal baseada na vivência 
dos momentos do passado e do presente, tem por objetivo o 
controle do tempo de cada pessoa.
c) ( ) A meditação é uma prática mente-corpo baseada na vivência 
do momento presente, com controle e julgamentos dos 
nossos erros diários e da falta de focona vida cotidiana. 
d) ( ) A meditação tem raízes religiosas orientais e por isto não é 
recomendada a pessoas cristãs.
2) O Yoga tem uma forte ligação com a meditação e outras terapêuticas 
estudadas neste capítulo. No Brasil, estas práticas hoje fazem parte 
de políticas públicas oficiais que podem ser adotadas na assistência 
e promoção da saúde. Sobre esta questão, responda com verdadeiro 
(V) ou falso (F) as questões a seguir:
a) ( ) As portarias 145, de 11 de janeiro, e 849, de março de 2017, 
oficializaram a adoção das práticas da Arteterapia, Ayurveda, 
Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, 
Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, 
Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga em 
unidades de saúde pública do Brasil.
48
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
b) ( ) As Práticas Integrativas Complementares podem 
ser realizadas por pessoas leigas e/ou profissionais 
especializados.
c) ( ) A Massagem do tipo Shantala é a única aceita como PIC 
desde a primeira portaria, em 2012.
d) ( ) O Yoga é importante no processo de meditação e em quase 
todas as tradições é recomendado como uma prática ou 
técnica complementar à mesma.
3) O turismo de saúde pode ser categorizado ou classificado 
como “turismo médico” ou “turismo de saúde e bem-estar”. 
Considerando esta afirmação e os conteúdos deste capítulo, 
assinale as alternativas corretas:
a) ( ) O Yoga clássico e a meditação são práticas orientais milenares 
que podem ser feitas com propósitos físicos e/ou espirituais.
b) ( ) A massagem pode ser aplicada a qualquer pessoa, não há 
necessidade de termos preocupações éticas de qualquer natureza.
c) ( ) A alimentação vegetariana é a mais saudável, mesmo 
quando se usam tantos agrotóxicos como no Brasil no cultivo 
de frutas, verduras e cereais.
d) ( ) Yoga e meditação só trazem benefícios às pessoas e não 
existem contraindicações às suas práticas.
e) ( ) Yoga, meditação e massagens são práticas que diminuem o 
estresse e auxiliam no bem-estar e na promoção da saúde 
das pessoas.
6 Algumas Considerações
Muitos exemplos de estabelecimentos com práticas orientais podem ser 
visitados na net. Não deixe de procurar espaços que possam ajudá-lo com 
mais conhecimentos sobre tudo o que colocamos neste capítulo. Em spas, por 
exemplo, procure depois saber quais as práticas mais comuns e se eles associam 
massagens, yoga e meditação como parte de suas práticas de bem-estar e vida 
saudável. Faça uma visita aos mesmos e busque informações sobre a forma de 
funcionamento, equipe e qualificações, veja as diferenças e a tipologia do Spa 
(é voltada ao turismo médico ou bem-estar?). Não deixe de consultar também 
nossas referências, elas poderão ajudar a solucionar as dúvidas ou trazer novas 
informações!
49
práticas terapêuticas de Promoção da Saúde e Estética Saudável Capítulo 2 
Referências
AIVANHOV, O. M. O yoga da alimentação. 14. ed. São Paulo: Prosveta, 2013.
BASSI, J. A arte da massagem. [s.d.]. Disponível em <http://comsaudevi.
dominiotemporario.com/doc/Apostila_massagem.pdf>. Acesso em: 15 ago. 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 849, de 27 de março de 2017. Inclui 
a Arteterapia, Ayurveda, Biodança, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia, 
Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia 
Comunitária Integrativa e Yoga à Política Nacional de Práticas Integrativas e 
Complementares. 2017. Disponível em: <http://www.lex.com.br/legis_27357131_
PORTARIA_N_849>. Acesso em: 15 ago. 2018.
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complementares no SUS - PNPIC - 2006. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.
BUSS, P. M. Uma introdução ao conceito de promoção da saúde. In: 
CZERESNIA, D.; FREITAS, C. M. (ORG.). Promoção da Saúde: conceitos, 
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CAMPAYO, J. G. La práctica del “estar atento” (mindfulness) en medicina. 
Impacto en pacientes y profesionales. Atenc Prim, v. 40, n. 7, p. 363-366, 2008.
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operacionalização e técnica. In: ROSSI, A. M.; QUICK, J. C.; PERREWÉ, P. 
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CASSAR, M-P. Manual de massagem terapêutica. São Paulo: Manole, 2001.
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CAPÍTULO 3
Práticas Terapêuticas de Conforto 
Sensorial e Corporal
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Identificar os benefícios de algumas práticas terapêuticas de conforto sensorial e 
corporal, cuidado e tratamento holístico – natural para a saúde e a estética corporal.
� Examinar técnicas terapêuticas de conforto sensorial e corporal e seus benefícios 
para situações voltadas à promoção da saúde e estética saudável.
54
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
55
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
1 Contextualização
Técnicas corporais como a Aromaterapia e a Cromoterapia, ou outras já 
citadas neste manual, são destinadas basicamente ao conforto sensorial e 
corporal, com finalidade relaxante, mas também voltadas à estética. O uso, por 
exemplo, de óleos essenciais vem sendo praticado na estética em função da ação 
antimicrobiana, anti-inflamatória, adstringente e também cicatrizante nas peles 
em tratamento (NEUWIRTH; CHAVES; BETTEGA, 2008).
O lado terapêutico dos tratamentos estéticos também será bastante 
enfatizado neste capítulo. A função da estética vai muito além dos aspectos 
estéticos corporais. Os óleos, sozinhos ou associados com a Cromoterapia, 
por exemplo, ao levar as pessoas a um relaxamento mental, também auxiliam 
no equilíbrio das funções corporais, em que podemos incluir o melhoramento 
de uma pele cansada em função da poluição ambiental, do uso inapropriado de 
determinados produtos estéticos, ou ainda, se o cliente é fumante, se recebeu 
sol excessivo no rosto, se vive momentos de estresse no trabalho e na família 
etc. Todos os problemas citados podem levar ao envelhecimento precoce da pele, 
as indicações sugeridas neste capítulo são importantes cuidados que podem ser 
realizados em spas ou espaços estéticos (PAGANINI, 2013).
Todas as práticas de cuidados aqui apresentadas, neste e em outros 
capítulos, podem ser coadjuvantes ou complementares de vários outros cuidados 
de caráter tradicional ou de outros modelos terapêuticos considerados alternativos. 
O que procuramos enfatizar é que esses cuidados devem ser aplicados por 
um profissional qualificado que esteja preparado e tenha conhecimentos dos 
efeitos colaterais e do não uso desses cuidados em situações específicas, 
tais como alguns tipos de câncer, problemas respiratórios severos, problemas 
dermatológicos que exigem tratamentos biomédicos, entre outros (ANDREI; 
PERES; COMUNE, 2005).
Esperamos que essas informações possam fazê-lo entender a importância 
da preparação para qualquer atividade que envolva o cuidado a outro ser humano. 
Este curso é uma das muitas possibilidades de aquisição de conhecimentos 
teóricos voltados a um melhor exercício de cuidados práticos estéticos, numa 
perspectiva mais técnico-científica. 
Boa leitura, bom estudo!
56
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
2 Algumas Concepções 
Relacionadas ao Tema do Capítulo
E aqui estamos novamente a continuar nossas trocas acerca das terapêuticas 
que podemos utilizar em spas como fontes de cuidados que podem nos levar a um 
patamar de bem-estar e viver saudável. E para entender como essas terapêuticas 
sensoriais e corporais atuam em nossos corpos, vamos precisar explicar antes 
acerca dos sistemas sensoriais e corporais que ‘gerenciam’ a comunicação e a 
informação entre nós e o meio ambiente. 
A informação sensorial é que nos põe em contato com 
as sensações provenientes do ambiente externo. À medida que 
envelhecemos ou adquirimos algum problema de saúde, perdemos 
a possibilidade de, através das sensações, mantermos o equilíbrio 
necessário para evitarmos acidentes, como as quedas, por exemplo. 
E isto ocorre porque “os sistemas sensoriais (visual, somatossensitivo 
e vestibular) são responsáveis pelo início do processo de construção 
do equilíbrio corporal humano” (RICCI; GAZZOLA; COIMBRA, 2009, 
p. 94). Se adoecemos ou não cuidamos de nossos corpos para um 
envelhecimento equilibrado, enfraquecemos os sistemas sensoriais.
Importante: este sistema tão delicado é responsável por nossa 
postura e equilíbrio motor. Segundo Freitas Junior e Barela (2006, 
p. 96), “este controle ativo dos músculos é realizado com base nos 
estímulos sensoriais captados continuamente durante a manutenção 
da postura ereta [...] pelos sistemas vestibular, somatossensorial e 
visual”. Ora, isto significa que, além dos riscos de queda, à medida 
queenvelhecemos e não há uma manutenção contínua do nosso 
sistema sensorial, podemos perder a sensibilidade corpórea, e com 
esta perda, por exemplo, podemos facilmente nos cortar ou nos 
queimar sem sentirmos imediatamente.
57
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
O sistema relacionado com o que vemos, escutamos, cheiramos e sentimos, 
e outras tantas sensações, é que faz com que tenhamos uma contínua interação 
com o mundo que nos rodeia. As informações que chegam a nós do exterior são 
sempre encaminhadas ao nosso cérebro através do olfato, paladar, visão, audição 
e a sensibilidade corporal, que na sua superfície nos faz perceber o toque (tátil), a 
dor e/ou calor, ou podemos ter sensações mais profundas, tais como a capacidade 
de reagir a estímulos e sensações físicas e vibratórias. No meio intrauterino já 
utilizamos nossos sentidos, a visão é o único sentido que se desenvolve após 
o nascimento. Conforme nossas necessidades, podemos desenvolver mais um 
sentido do que outro (CALDAS, 2008), ou podemos nascer com uma desordem 
sensorial. Pessoas com autismo ou síndrome de Down podem ter vários 
comprometimentos sensoriais e, por isto, desenvolvem em algumas situações os 
sintomas apresentados na figura a seguir.
FIGURA 1 – COMPROMETIMENTOS SENSORIAIS
Posso ser ultrassensível
a sons como liquidificador
e buzinas de carro
Escondo meus olhos
de luzes fortes ou
fixo meus olhos nelas
Não gosto de cortar,
lavar ou pentear
os cabelos
Eu posso ser muito seletivo
com comida e resistir a
texturas e cheiros
Tenho dificuldades com
atividades de coordenação
motora fina (cortar, escrever etc)
Posso buscar o toque de
outras pessoas ou evitar
que me toquem
Posso tocar as pessoas
muito leve ou
muito bruscamente
Eu posso gostar de cheirar
pessoas, comida ou objetos.
Ou querer fugir destes aromas.
Eu não tolero alguns
tecidos e nem etiquetas
em minha roupa
Tenho dificuldades
com atividades de coordenação
motora grossa (escalar, subir escadas,
andar de bicicleta)
Posso ser meio desajeitado
e esbarrar e pisar nas coisas
Eu posso querer andar
na ponta dos pés
Eu posso querer andar
descalço ou usar
sempre o mesmo calçado
Tenho dificuldades
para me vestir sozinho
Gosto de mastigar
materiais com
texturas diferentes
FONTE: <https://2.bp.blogspot.com/-3INjqrP12OU/Vs85LGhN4lI/
AAAAAAAAWRE/95tQKx1_BKU/s400/palestra_GHEC_Educacao_
Especial_e_Homeschooling.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
58
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Os pilares sensoriais, ou cinco sentidos dos seres humanos, também podem 
ficar comprometidos em função de acidentes, problemas genéticos, estresse e 
o pouco uso de nossos órgãos do sentido. Por exemplo: tocar, sentir a textura 
de objetos, da própria pele, sentir os aromas do ambiente (quando não poluído), 
proteger os olhos do excesso de luminosidade, mas ao mesmo tempo aprender 
a ver e andar sem óculos escuro em ambientes protegidos etc. Como lidar com 
essas possibilidades? Como ampliar a capacidade fantástica de ver o mundo com 
todas as suas cores, sentir o cheiro do mato, dos alimentos crus e cozidos, o 
aroma das ervas, o canto dos pássaros e as sensações corpóreas de um toque 
amoroso? (SILVA, 2016). Os cuidados físicos e emocionais podem ser a porta 
de entrada para a manutenção (a mais íntegra possível) dos nossos pilares 
sensoriais, ou seja, precisamos continuamente incentivar as pessoas a se 
manterem alertas com relação às suas sensações. Quando cansados demais, por 
exemplo, perdemos muito da sensibilidade e conexões conosco mesmos.
FIGURA 2 – CINCO SENTIDOS
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/55/02/55020257db91a-
sentidos-do-corpo-humano-large.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Freitas (2011) afirma que nosso organismo tem inúmeras conexões e múltiplas 
redes de informações dispersas por todo o nosso corpo, levando e trazendo 
sensações para as regiões periféricas (pele, músculos, articulações e vísceras) 
e centrais (mielencefálicas, metencefálicas, mesencefálicas, diencefálicas e 
telencefálicas). Estas redes são as representantes de nosso sistema sensorial, 
que quando estimuladas ativam nossas sensações por todo o corpo. 
59
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
Do ponto de vista estético, a pele, nesta grande rede, é a nossa ‘base-mãe’ 
para os principais cuidados terapêuticos de natureza física e sensorial. Segundo 
Montagu (1988 apud MÜLLER; RAMOS, 2004), a pele possui uma variedade de 
células muito resistentes que protegem os tecidos do corpo, tendo várias funções, 
tais como ser a base dos receptores sensoriais enquanto fonte de informações, 
mediadora de sensações, fonte imunológica, camada protetora contra os efeitos 
da radiação e lesões mecânicas, materiais tóxicos, organismos estranhos, 
regulação da pressão e fluxo sanguíneo, regeneração, produção de queratina, 
secreção de substâncias nocivas, lubrificação, isolamento térmico, entre outras 
tantas possibilidades. 
Quanto mais ativamos as redes de informações sensoriais, mais estimulamos 
nossas células e nosso sistema sensorial. Esses estímulos são possíveis porque 
nossos corpos interagem constantemente com o meio em que estamos inseridos 
por meio de nossos órgãos do sentido (visão, vias cutâneas, auditivas, olfativas 
e gustativas). As interações são conduzidas por neurônios ao cérebro, em que 
após sua decodificação geram respostas ou reações em nosso corpo. Toda esta 
explicação nasce da possibilidade de estarmos sem disfunções. Quando temos 
alguma doença crônica ou mesmo em função do envelhecimento (ainda que 
saudável), podemos ter disfunções severas que podem diminuir e/ou encerrar as 
funções desse sistema (SCHUMM et al., 2009; CALDAS, 2008).
O que podemos fazer para evitar perdas nesse sistema? Através da 
estimulação? É possível fazê-la externamente? Alguns dos cuidados terapêuticos 
que recebemos em spas nos auxiliam nesse processo de estimulação e nos 
beneficiam e de certa forma rejuvenescem nossos corpos e regulam o complexo 
sistema sensorial – base de nossas organizações perceptivas corporais. Podemos 
não mudar todo um quadro degenerativo, mas podemos diminuir ou desacelerar 
o processo através de tratamentos e de cuidados como os apresentados neste 
capítulo (FREITAS, 2011).
Antes de apresentarmos alguns dos cuidados terapêuticos sensoriais, vamos 
fazer nosso primeiro exercício? Veja o enunciado e assinale as questões corretas. 
60
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Atividades de Estudos:
1) Os estímulos sensoriais são importantes na vida de todos os 
seres humanos, são eles que nos trazem equilíbrio em vários 
setores da vida. Se eles estão saudáveis, conseguimos viver 
com tranquilidade, uma vez que podem nos salvar a vida. 
Considerando esta apresentação, responda assinalando as 
afirmações corretas:
a) ( ) O envelhecimento e algumas doenças afetam profundamente 
nossos estímulos sensoriais e equilíbrio, por isto é comum as 
pessoas idosas caírem quando têm problemas de visão.
b) ( ) As informações do mundo exterior somente chegam a nós 
quando nossos estímulos sensoriais estão saudáveis.
c) ( ) Algumas doenças, como o autismo, alteram o processamento 
sensorial e por causa disto as pessoas podem ficar alteradas 
diante de luzes fortes, toques na pele e sons muito altos.
d) ( ) O sentido que nós humanos colocamos para funcionar após 
o nascimento é o do sabor, logo que começamos a ser 
amamentados.
e) ( ) O estresse pode comprometer a recepção sensitiva ligada 
ao equilíbrio motor, as lembranças passadas e presentes e a 
capacidade de relaxar.
f) ( ) Os pilares sensitivos são três, sem eles não conseguimos 
nos comunicar com o mundo exterior.
E então? Você percebeu como é importante cuidarmos de nosso corpo e de 
nossa mente de modo a mantê-los equilibrados e ativos, capazes de nos fazer 
viver uma vida saudável e de qualidade? O paradigma holístico nos mostra como 
é fundamental que vejamos nosso corpo comouma parte do universo e que, ao 
ser olhado de forma integral, apresenta-se em sua forma física, mental, espiritual 
e sociocultural. Somos mais do que matéria, somos sensibilidade e sentimentos, 
somos história e memória, somos seres inteiros (BOFF, 2008). Seres que agem e 
interagem com a natureza e/ou produtos que ela nos oferta, como a Aromaterapia, 
a primeira prática terapêutica que apresentaremos a você neste capítulo.
61
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
3 Aromaterapia
A Aromaterapia é uma das práticas terapêuticas complementares oficializadas 
pelo Ministério da Saúde através da Portaria nº 971, que incentiva e regulamenta 
a adoção dessas técnicas nas unidades de atendimento do SUS de todo o país 
(BRASIL, 2006). Esta prática:
Utiliza-se de óleos essenciais, compostos orgânicos de 
origem vegetal, formados por moléculas químicas de alta 
complexidade, que apresentam várias funções químicas, 
como álcoois, aldeídos, ésteres, fenóis e hidrocarbonetos, 
havendo sempre a prevalência de uma ou duas delas e, 
assim, caracterizarão seus aromas. São extraídos das plantas 
aromáticas pelo processo de destilação ou prensagem de 
partes desses vegetais, como flores, folhas, sementes, frutos 
ou raízes e diluídos em diversas concentrações, que dependem 
da intenção do uso (GNATTA et al., 2011, p. 258).
Enquanto uma prática terapêutica, a aromaterapia como a conhecemos 
hoje nasceu em 1910 com René-Maurice Gattefossé. Pode ser realizada com 
óleos aplicados diretamente na pele associados ao toque de uma massagem, ou 
ainda através do olfato com objetivos de prevenção, promoção da saúde, cura e 
diminuição de sintomas da ansiedade, cansaço, insônia e estresse (DOMINGO; 
BRAGA, 2013; HOROWITZ, 2011).
Como você imagina que a Aromaterapia atua realmente? 
Antes de tudo, temos que pensar na matéria-prima da Aromaterapia, que 
são as plantas aromáticas e medicinais que estão no planeta em florestas, que 
em função do desenvolvimento sem planejamento e sustentabilidade, podem 
desaparecer. Sim, temos que pensar nas florestas, nas águas dos rios e nos 
guardiães dessas maravilhas que são os grupos nativos que vivem nestes lugares: 
indígenas, extrativistas, agricultores familiares, povos ribeirinhos, entre outros. 
Estes grupos são importantes porque ainda precisamos deles para ‘cuidarem’ de 
nosso arsenal vegetal, uma vez que:
Das 250 mil espécies de plantas superiores existentes na 
Terra, mais de 80 mil apresentam características medicinais 
e, destas, até agora, apenas uma pequena percentagem foi 
investigada do ponto de vista fotoquímico e, menos ainda, 
quanto à sua atividade biológica e farmacológica. Embora a 
medicina tradicional esteja difundida por todo o mundo, sendo 
parte integrante da cultura de cada povo, infelizmente muito do 
conhecimento antigo e muitas plantas importantes começam 
a perder-se num grau preocupante. As florestas tropicais têm 
sido destruídas a uma velocidade de 50 hectares por minuto e, 
quem sabe, quantas potenciais drogas farmacêuticas têm sido 
perdidas desta forma (JOY et al., 2001, s.p.).
62
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Se já havia riscos no período em que Joy et al. escreveram o trecho citado 
acima, em 2018, no século XXI, temos mais problemas e muitos agravos que 
dificultam a preservação das florestas e a realização de cultivos protegidos que 
possam servir de base para a elaboração de remédios, medicamentos e óleos 
de qualidade. Para obtermos uma matéria-prima adequada, convém que se faça 
o cultivo de plantas medicinais em sistemas protegidos (ambiente fechado), em 
hortas biológicas (ou orgânicas) ou ainda nas próprias florestas (sistema de cultivo 
agroflorestal). Qualquer que seja a escolha, é importante que os responsáveis 
fiquem atentos ao clima e tipos de solo (CUNHA; ROQUE; GASPAR, 2013).
A Aromaterapia faz uso de óleos essenciais e carreadores. Os óleos 
essenciais são extraídos de uma ampla variedade de plantas e ervas 
consideradas aromáticas e/ou medicinais. Os óleos carreadores são óleos 
mais gordurosos, provenientes de amêndoas e sementes. Os lugares em 
que a matéria-prima desses óleos tem melhor qualidade são nos espaços que 
denominamos de Agroflorestas. Todas as plantas têm dois metabolismos, um 
primário e outro secundário. O primário é o que mantém a planta viva e ajuda 
no seu desenvolvimento e crescimento através da fotossíntese. O secundário 
dá origem a compostos específicos que ajudam na integração da planta com o 
meio em que se encontra e é responsável também pela proteção da planta. Este 
segundo metabolismo é importante para nós que apreciamos óleos essenciais, 
porque as substâncias que tornam possível a formação desses óleos são as 
responsáveis pelo afastamento de insetos indesejáveis, ou podem ser atraentes 
para insetos e animais que são polinizadores e ajudam a espalhar as sementes 
que irão gerar novas plantas no ambiente (GONÇALVES; GUAZZELLI, 2014).
Como a Aromaterapia utiliza principalmente óleos essenciais para efetivar 
os cuidados corporais e emocionais, é importante conhecer um pouco mais 
sobre eles. Os óleos essenciais são misturas vegetais muito complexas. Existem 
em pequena quantidade e normalmente são voláteis, ou seja, evaporam muito 
rapidamente. Outro detalhe que chama a atenção para este tipo de óleo são os 
aromas provenientes das plantas que se concentram nele. A sua extração pode ser 
realizada de diferentes partes das plantas e, dependendo da espécie, podemos 
extrair óleos de suas flores, folhas, raízes, frutos, grãos, madeira ou cascas. 
O rendimento e a composição dependem de vários fatores: solo, quantidade 
de água, altitude, clima, presença ou ausência de radiação solar. Documentos 
como o Dossiê Abrasco demonstram como o solo e a água ficam comprometidos 
com resíduos de agrotóxicos ou outros produtos prejudiciais aos seres humanos 
(CARNEIRO et al., 2015). A consequência é a diminuição ou a impossibilidade 
de produção dos efeitos benéficos das moléculas ativas dos óleos na promoção 
do bem-estar, diminuição do cansaço e esgotamentos emocionais (GONÇALVES; 
GUAZZELLI, 2014; POWER, 2009).
63
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
Ao atendermos à premissa de que os óleos utilizados na Aromaterapia 
serão de qualidade, teremos então produtos inócuos que poderão ser utilizados 
de distintas formas com os clientes que forem a um spa. Nas figuras a seguir 
apresentamos algumas práticas comuns que podem ser aplicadas por profissionais 
que tenham feito estudos com embasamento teórico sobre a Aromaterapia, seus 
usos, benefícios e contraindicações. Os comentários relacionados às figuras 
foram descritos considerando os referenciais de Curtis, Thomas e Johnson (2017); 
Bucker, Cunha e Machado (2013); e Paganini (2013), que descrevem ou apontam 
os benefícios citados da difusão, inalação, massagens, banho de imersão e o uso 
de cremes e cosméticos. 
 
• Difusão através da combinação de óleos essenciais no ar. Os óleos 
atuam como ‘limpadores’ ou purificadores ambientais e podem ser 
propulsores do relaxamento de uma pessoa cansada (óleo de lavanda) 
ou impulsionar a pessoa a realizar alguma tarefa, ficar mais ágil e 
dinâmico (óleo de alecrim), entre outras possibilidades. 
FIGURA 3 – DIFUSOR ELÉTRICO 
FONTE: <https://www.fisaude.pt/imagemagic.php?img=images/Difusor-Aromaterapia-
Ultrasonico.jpg&w=303&h=303&page=prod_info>. Acesso em: 15 ago. 2018.
• Inalação diretamente dos óleos pelas narinas: importante 
para quem tem problemas respiratórios ou para pessoas com 
enxaquecas. Uma avaliação médica antes de procurar um 
aromaterapeuta se faz necessário se a pessoa é asmática ou sofre 
de outros processos alérgicos.
64
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
FIGURA 4 – INALAÇÃO
FONTE: <http://2.bp.blogspot.com/-n0bcPj3jFfg/T-8Fyz_EYJI/
AAAAAAAABUk/5d3hyZdpw4s/s200/inalacao_caseira.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
• Massagens utilizando óleos são bastante comuns e existemmassagens para situações específicas, em que o terapeuta deve 
ter uma formação na técnica e nos óleos que irá utilizar. Massagem 
Shiatsu (Japonesa), Rítmica (Antroposofia de origem alemã) 
ou Ayurvédica (Indiana), ou qualquer que seja a denominação 
da massagem, deve ser realizada por pessoas qualificadas que 
saibam as indicações para a mesma. Embora o relaxamento e o 
descanso sejam benefícios inclusos em todas elas, algumas têm 
outras finalidades, com efeitos nas articulações, na musculatura 
ou outras partes de nosso corpo.
FIGURA 5 – MASSAGEM
FONTE: <https://toquevitalterapia.files.wordpress.com/2012/08/aromatherapy-
massage.jpg?w=683&h=270>. Acesso em: 15 ago. 2018.
• Banho de imersão infundido com óleos, normalmente realizado 
em banheiras com sais aromáticos, ervas medicinais in natura e 
óleos essenciais, são comuns em distintos tipos de spas ou em 
hotéis com termas. Práticas como essas são recomendadas para 
pessoas com estresse e cansaço crônico.
65
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
FIGURA 6 – BANHOS AROMÁTICOS
FONTE: <http://1.bp.blogspot.com/-eUD6H4wgPwQ/UFiuJRCVz-I/AAAAAAAAAO8/
mRfmYJ6OzQw/s200/banho.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
• Cremes e cosméticos com óleos à base de plantas e/ou ervas 
são bastante comuns em tratamentos no couro cabeludo, rosto 
e o corpo de uma forma geral. Nos tratamentos estéticos, são 
utilizados na limpeza, tonificação, hidratação e purificação da pele.
FIGURA 7 – BELEZA E ÓLEOS ESSENCIAIS
FONTE: <https://images.e-konomista.pt/repo/765_360_cosmeticos-
naturais_1515684764.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Que outros usos podemos dar à Aromaterapia? Em distintas situações, 
a Aromaterapia pode auxiliar nos tratamentos ou complementar cuidados 
relacionados a problemas como o estresse crônico e/ou ansiedade, depressão, 
insônia ou sono sem descanso e agitado, cansaço, dor muscular e articulações, 
infecções respiratórias, distúrbio digestivo, tensão pré-menstrual, menopausa, 
problemas na pele provocados por picadas, erupções cutâneas, hematomas, 
celulite ou acne, flutuações na glicemia e câncer (CURTIS; THOMAS; JOHNSON, 
2017; PAGANINI, 2013).
66
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Os benefícios da Aromaterapia podem ser observados nos problemas 
apontados acima, e isso ocorre porque é uma prática que faz uso de produtos 
cuja matéria-prima são as ervas e plantas medicinais. Os produtos oriundos 
da farmacopeia vegetal e seus respectivos extratos auxiliam ou proporcionam 
cuidados essenciais através da utilização por via externa e interna, conforme a 
necessidade e a não contraindicação do seu uso. No mundo, o consumo de óleos 
essenciais aumentou em diversos setores ligados à alimentação, perfumaria 
e cosméticos, higiene, limpeza e à indústria farmacêutica. A comercialização 
de produtos aromáticos é bastante diversificada e dentre eles estão os óleos 
essenciais, presentes em pomadas, extratos e infusões, tinturas, bálsamos e 
outros produtos usados para a difusão de aromas nos ambientes. É importante 
destacar que os óleos essenciais são os mais conhecidos para os que se 
utilizam da Aromaterapia, mas temos óleos vegetais e minerais com outras 
funções, utilizados na ativação de nosso sistema sensorial (CUNHA et al., 2010). 
Entretanto, “para além do uso terapêutico, os óleos essenciais são utilizados 
também no processamento e preservação de alimentos” (DIAS, 2013, p. 9). Vale 
recordar novamente o que eles são e como são definidos:
Os óleos essenciais são definidos como substâncias 
complexas voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e 
líquidas, oriundas do metabolismo secundário de vegetais. 
Essas substâncias residem em pequenas bolsas (tricomas) 
nas plantas, e são rompidas naturalmente por elas, liberando 
uma nuvem aromática ao seu redor, ou podem ser rompidas 
intencionalmente durante o processo de extração do óleo 
(MORETTO; BUENO; MORAIS, 2015, p. 16).
Os critérios de qualidade dos óleos essenciais envolvem vários elementos, tais 
como a sua procedência territorial e local de cultivo da planta que o originou e os 
métodos de extração, estocagem e conservação. É importante que se esclareça 
que de acordo com a técnica de aplicação e uso, um óleo proveniente da mesma 
planta e/ou erva pode variar as suas funções e benefícios, algo que não ocorre nos 
óleos sintéticos (AMARAL; BARROS, 2004). As categorias e/ou divisões quanto aos 
benefícios são três: os tonificadores que alteram o humor, os estimulantes que 
regulam nosso corpo de uma forma geral e os calmantes que relaxam e diminuem 
nosso ritmo corporal e mental (COELHO, 2009; SELLAR, 2002).
Os óleos essenciais à base de lavanda, melaleuca, eucalipto e citronela são 
bastante conhecidos do público brasileiro. Contudo, em 2009, entre os 18 óleos 
mais comercializados em nosso país e no mundo, figuravam o óleo à base de 
laranja [Citrus sinensis] e a menta japonesa [Mentha arvensis L. f. piperascens]. 
Outros óleos são citados, mas estes figuram como os mais fáceis de produzir 
em função da quantidade com que as plantas que os originam são cultivadas no 
mundo (BIZZO; HOVELL; REZENDE, 2009).
67
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
Recomendo como leitura de aprofundamento os livros 
da Fundação Calouste Gulbenckian de autoria de Cunha e 
colaboradores, que estão citados e apresentados em nossas 
referências. Os mesmos precisam ser adquiridos via site da 
fundação, não estão ofertados para reprodução gratuita, mas são 
importantes para entendermos as nuances acerca dos múltiplos usos 
das plantas medicinais e aromáticas. A recomendação de leituras é 
fundamental, porque o fato de estarmos lidando com produtos cuja 
matéria-prima são plantas não isenta de risco os seus usos. Também 
recomendamos a leitura da dissertação de Tatiana Paganini, cujos 
resultados apontam que: 
A Aromaterapia via uso dos óleos essenciais 
pode auxiliar nos sintomas relacionados ao es-
tresse, contribuindo para o equilíbrio corpóreo 
como um coadjuvante nos tratamentos biomédi-
cos. Esses estudos demonstram também que 
para uma pessoa alcançar bem-estar, muitos el-
ementos estão envolvidos, e para gerar equilíbrio 
corporal (físico, mental e espiritual) e qualidade 
de vida, muitos fatores são importantes e fun-
damentais. As práticas terapêuticas com uso da 
aromaterapia, embora com limitações, permitem 
que o profissional e/ou terapeuta tenha uma 
visão mais totalitária da pessoa no processo 
saúde-doença. No caso das pessoas estressa-
das num estado de maior vulnerabilidade para 
contrair doenças, a indicação da Aromaterapia 
pode ajudá-las a diminuir o processo de ansie-
dade e outros problemas desencadeados pelo 
estresse. Sobre esta questão, quase todos os 
autores são unânimes no sentido de dizer que o 
cuidado preventivo traz resultados importantes e 
impedem que a situação se agrave. Entretanto, 
recomendam que a Aromaterapia seja, quando 
necessário, associada a cuidados da biomedici-
na tradicional (PAGANINI, 2013, p. 6).
Na área da saúde, a Aromaterapia vem sendo amplamente utilizada como 
complemento a tratamentos estressantes ligados ao câncer, às depressões 
e ansiedade. Embora os profissionais ligados à Naturologia sejam bastante 
respeitados neste novo milênio, historicamente, a Medicina e a Enfermagem 
já trabalhavam com os óleos essenciais, matéria-prima da Aromaterapia. No 
cuidado de enfermagem, por exemplo, Marguerite Maury é vista como um ícone 
da Aromaterapia moderna. Nascida na Áustria, já formada em Enfermagem, foi 
68
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
para a França e, com seu marido, o médico Maurice Maury, estudaram juntos os 
efeitos do uso dos óleos essenciais. 
Marguerite é reconhecida como referência na Aromaterapia pelo 
fato de ter integrado os princípios holísticos da Enfermagem à 
elaboração de prescrições terapêuticas individuais de Óleos 
Essenciais (OE) para massagem e por desenvolver a ideia de 
que um blend (mistura) único de OE poderiaser desenvolvido 
para cada pessoa. Com seus estudos, Marguerite Maury 
tentou demonstrar a atuação dos OE sobre o sistema nervoso, 
sobretudo no sistema límbico, e ministrou cursos e palestras 
por toda a Europa sobre o mecanismo de ação dos OE. Abriu a 
primeira clínica aromaterápica em Londres e, posteriormente, 
outras unidades na França e Suíça. Pelo fato de Marguerite ter 
desenvolvido estudos sobre a ação dos OE no organismo, ela 
se tornou mais conhecida por sua atuação como bioquímica do 
que como enfermeira (GNATTA et al., 2016, s.p.). 
E então, o que acharam desses conteúdos? Vamos agora fazer um exercício 
sobre os temas tratados até o momento? Lembre-se: esperamos coerência nas 
respostas, que devem ser fundamentadas no que abordamos neste tópico e nas 
referências de apoio no final do capítulo. A ideia é associar o seu pensamento ao 
que se pesquisa sobre a Aromaterapia e seus usos. 
Atividade de Estudos:
1) “Baseada nos princípios holísticos, a aromaterapia moderna 
data de 1910, com René-Maurice Gattefossé. Trata-se de um 
processo terapêutico baseado no toque, na comunicação e na 
interação terapeuta-paciente” (DOMINGO; BRAGA, 2013, p. 74). 
Sobre a aromaterapia, coloque verdadeiro (V) ou falso (F) nas 
afirmações a seguir: 
a) ( ) A aromaterapia é definida como uma terapia que faz o 
uso intencional de óleos essenciais a fim de promover ou 
melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas.
b) ( ) A aromaterapia tem base biológica e faz uso de substâncias 
encontradas na natureza, como os óleos essenciais e os 
óleos carreadores.
c) ( ) A aromaterapia utiliza óleos essenciais que produzem 
estímulos nos neurotransmissores (encefalinas e endorfinas) 
e geram efeito analgésico e a sensação de bem-estar e 
relaxamento.
69
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
d) ( ) A aromaterapia só pode ser realizada por profissionais 
médicos e enfermeiros em ambiente hospitalar.
e) ( ) A aromaterapia é uma técnica da biomedicina convencional 
com ampla aceitação de todos os profissionais da saúde que 
atuam em estabelecimentos de saúde privados e públicos.
f) ( ) A aromaterapia é uma prática holística milenar que, através 
dos óleos essenciais, pode aliviar dores, fortalecer nossa 
imunidade, proporcionar relaxamento e equilíbrio.
2) Os óleos essenciais são bastante conhecidos em função da 
Aromaterapia e a comercialização e popularização dos usos 
dos óleos em massagens estéticas e terapêuticas. Levando em 
consideração este contexto, assinale as corretas nas afirmações 
a seguir:
a) ( ) Os óleos essenciais são extraídos de plantas e ervas 
medicinais e aromáticas. As flores, folhas, cascas, rizomas e 
frutos são matérias-primas para sua produção.
b) ( ) Os óleos essenciais possuem grande aplicação na 
perfumaria, cosmética, alimentos e como coadjuvantes em 
medicamentos.
c) ( ) Os óleos essenciais mais comercializados no mercado 
mundial, em 2009, foram os elaborados a partir da matéria-
prima da laranja [Citrus sinensis] e da menta japonesa 
[Mentha arvensis L. f. piperascens].
d) ( ) Os óleos essenciais não possuem contraindicação ao seu 
uso em quaisquer situações ou agravo de saúde.
e) ( ) Os óleos essenciais podem ser extraídos de qualquer planta 
e não existe situação de risco ao seu uso em função do solo 
e modo de cultivo.
f) ( ) Os óleos essenciais possuem três benefícios reconhecidos 
cientificamente: tonificação, estimulação e calmante.
g) ( ) Os óleos essenciais naturais se diferenciam dos óleos 
sintéticos porque podem ter, conforme a aplicação, vários 
benefícios para problemas diferentes. 
Para fecharmos esta seção, deixamos algumas informações importantes, 
levantadas por Curtis, Thomas e Johnson (2017, p. 20-21), sobre os óleos 
essenciais que podem ser fundamentais para atestarmos a qualidade deles, 
vejamos:
70
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
• Prefira os naturais e não os sintéticos, que, embora mais baratos, 
não apresentam os benefícios terapêuticos dos óleos essenciais 
e contêm misturas com outros ingredientes, tais como solventes, 
agentes espessantes, óleos vegetais fixos e minerais.
• Veja a empresa que oferta o óleo essencial, algumas atestam 
sua credibilidade através da participação em associações 
científicas, utilização de termos científicos para designar 
o tipo de planta ou erva utilizada, o quimiotipo (substância 
de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – 
ANVISA, no caso do Brasil) e a política de sustentabilidade 
(evitam o uso de plantas ou ervas com riscos de extinção).
• Observe se trabalham com a política de comércio justo nas 
comunidades em que colhem as plantas e/ou ervas.
• É essencial que as plantas e ervas não tenham resíduos 
tóxicos provenientes de pesticidas e fertilizantes químicos, 
como os agrotóxicos diversos que hoje são amplamente 
utilizados no Brasil. Infelizmente, estudos científicos realizados 
pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva que resultaram 
no DOSSIÊ ABRASCO, em 2015, confirmaram dados da 
Organização Mundial da Saúde sobre o uso no Brasil de 
produtos tóxicos proibidos no mundo, mas que são usados 
em quase todas as monoculturas do agronegócio brasileiro.
• O preço do óleo essencial sempre é mais caro em função 
da enorme quantidade de matéria vegetal necessária para 
produção de uma pequena quantidade de óleo.
Bem, se a Aromaterapia lhe chamou a atenção e você deseja se 
aprofundar, busque novas informações a respeito. Na internet é possível 
ter contato com associações, organizações científicas e estabelecimentos 
comerciais onde pessoas interessadas se encontram para discutir e/
ou demonstrar como atuar nesta prática terapêutica. Não esqueça: 
a Aromaterapia tem distintas formas de aplicação e muitas vezes a 
sua prática pode ser associada a outras, tais como a Musicoterapia, a 
Arteterapia, a Massagem, a Meditação e a Cromoterapia.
4 Cromoterapia: Cores e Luzes 
como Prática Terapêutica
Como estamos sempre lembrando a você, a busca pelo equilíbrio, bem-estar 
e saúde sempre foi o ideal dos seres humanos desde épocas antigas. Os banhos 
termais, o uso de ervas e óleos para diminuir ou eliminar sintomas indesejáveis, 
ou mesmo para se tornar mais belo, são parte dos desejos das pessoas em 
71
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
distintos contextos culturais. A utilização das cores como um dos elementos de 
nosso arsenal de práticas terapêuticas voltadas para a promoção da saúde é 
parte da história humana. O que denominamos de Cromoterapia é uma prática 
ou cuidado terapêutico que utiliza as cores para atuar contra vários problemas 
de caráter orgânico e emocional. Tem por base sete cores: vermelho, laranja, 
amarelo, verde, azul, índigo e violeta, com cada cor atuando especificamente na 
área de nosso corpo que precisa ser cuidada (SCHULKA; SOUZA, 2017).
Atividade de Estudos:
1) E então, em algum momento você pensou nas cores como um 
elemento importante no cuidado às pessoas no sentido de lhes 
melhorar a saúde e o bem-estar? Pense a respeito um pouco e 
aproveite para refletir sobre as cores que fazem parte da sua vida. 
Que cores lhe atraem mais? Que cores lhe deixam cansado e 
agitado? Que cores chamam sua atenção e você as quer sempre 
em sua casa, nos objetos que lhe rodeiam? Parece que é muito 
cedo para iniciar com um exercício? Nem tanto... vejamos... cada 
indivíduo tem as preferências, e você?
a) Minhas cores preferidas são:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
b) Minhas cores preferidas para roupas são:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________
c) Minhas cores preferidas para objetos pessoais são:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
72
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
d) As cores de que não gosto são:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
e) As cores que me cansam são:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
f) As cores que me relaxam são:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
Como colocado anteriormente, esta não é uma prática qualquer, assim como 
não é algo novo ou um modismo do século XXI. Entre os chineses, egípcios e 
indianos já se usava as cores para tratamentos e cuidados. Entre os filósofos 
gregos já havia pesquisa para saber os efeitos das cores sobre o corpo humano 
e suas mazelas. Contudo, foi no século XX que, na Índia, o cientista Ghadiali 
explicou cientificamente como as cores atuavam em nossos corpos. É dele a 
primeira publicação sobre Cromoterapia, no ano de 1933, e sobre a simbologia e 
os significados possíveis para o uso das cores, como exemplificado na figura a 
seguir (SILVA, 2012).
73
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
FIGURA 8 – AS CORES: SIMBOLOGIA E SIGNIFICADOS
Azul
tranquilidade,
serenidade e 
harmonia
Azul
tranquilidade,
serenidade e 
harmonia
Verde
esperança,
liberdade, saúde 
e vitalidade
Amarelo
luz, calor,
descontração,
otimismo e
alegria
Roxo
espiritualidade,
magia e
mistério
Rosa
romantismo,
ternura,
ingenuidade
Vermelho
paixão, energia e
excitação
Laranja
alegria, vitalidade,
serenidade e 
harmonia
Marrom
seriedade e
 integridade
Cinza
neutrabilidade
e estabilidade
Branco
paz, pureza
e limpeza
Preto
respeito, morte,
isolamento,
medo, solidão
FONTE: <http://www.big1news.com.br/wp-content/uploads/2017/01/Cromoterapia-
%E2%80%93-Benef%C3%ADcios-e-Significado.jpg>. Acesso em: 15 ago. 2018.
Veja as cores apresentadas na figura, a partir dos significados retratados, 
você conseguiria traçar um roteiro de cuidados a uma pessoa que fosse ao 
SPA onde você atua como esteticista e terapeuta? Como colocado antes, ao se 
trabalhar com a Cromoterapia ou qualquer das práticas que já apresentamos a 
vocês, é sempre bom, após uma avaliação do cliente, selecionar as práticas mais 
indicadas ao problema. 
As cores possuem aspectos e efeitos diferentes e cada cor pode ter uma 
infinidade de aplicações. A escala cromática atua em diversas condições, 
modificando o campo magnético e atuando em tratamentos específicos de saúde 
ou, como ocorre nos tratamentos estéticos, uma luz colorida pode ser aplicada 
como emoliente e cicatrizante ou para permitir a absorção do produto e facilitar a 
extração de impurezas. Para cada procedimento utiliza-se a cor apropriada para 
obter melhor resultado. Podemos utilizar várias fontes de luzes: luz solar, luzes 
emitidas por lâmpadas coloridas comuns, lâmpadas brancas e filtros coloridos, 
água solarizada e roupas nas cores necessárias ao tratamento específico, 
na alimentação e ambiente, pelas cores nas paredes, pela decoração ou uso 
de objetos nas cores mais recomendadas a cada caso (BUCKER; CUNHA; 
MACHADO, 2013; CAPELLI, 2007).
74
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
A seguir, apresentamos um relato e o plano de cuidados, tendo por base 
um SPA fictício no litoral com cuidados estéticos e relaxantes. Detalhe: o plano 
de cuidado apresentado vai demonstrar como usar a Cromoterapia associada a 
outras práticas terapêuticas.
“Sou Diana, microempresária, atuo como gestora de uma 
pousada em uma praia bastante movimentada. Acordo sempre cedo 
e vou tomar um café preto com um ou dois biscoitos e em seguida 
vou para minha sala de trabalho ver a agenda da semana. Nunca 
consigo deitar antes das 23h e muitas vezes, mesmo deitada, não 
consigo dormir antes da meia-noite. Acordo seguidamente à noite, 
seja porque estou preocupada ou em função de algum barulho na 
rua. Atualmente, desenvolvi dores de cabeça quase diariamente, 
minha vista está cansada e tenho palpitações no peito se resolvo 
caminhar. Tonturas, cansaço constante e dores corporais fazem 
parte também de minha rotina. O que posso fazer para ficar bem e 
trabalhar com tranquilidade e de forma saudável?”
• Nosso Plano de Cuidados:
Um roteiro básico de atendimento se inicia com uma anamnese prévia pela 
internet (E-mail, Messenger, Telefone, Whatsapp), com perguntas gerais sobre 
idade, sexo, problemas de saúde, uso ou não de medicamentos, rotina alimentar 
e de exercícios, rotina profissional e/ou escolar e/ou familiar, férias, lazer, redes e 
laços de amizade. Estes itens dão uma panorâmica do dia a dia da pessoa e suas 
necessidades.
Se a pessoa em particular deseja criar uma rotina de cuidados em nosso SPA 
urbano que tem, entre outros ambientes, um pequeno parque de caminhadas, 
pode-se propor uma tarde ou uma manhã semanal com: alguns exercícios leves 
de yoga com objetivos de levar a um relaxamento corporal inicial dos músculos do 
corpo. Este momento deve ter a duração de 20 minutos no máximo [no primeiro 
mês] e deve ser uma atividade realizada preferencialmente após refeições leves à 
base de frutas e sucos em pequena quantidade. 
Após esta etapa, sugere-se uma caminhada meditativa de 30 minutos 
no parque do SPA. Usando roupas leves, caminhando lentamente, parando em 
alguns momentos para escutar os sons locais, mas sempre centrado em si e 
75
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
nas sensações corporais estimuladas pelo ambiente. A luz solar será parte desta 
prática com sua luminosidade em tons amarelos.
O momento seguinte pode ser com um banho de ducha morna com ervas 
ou banho em banheira com óleos essenciais relaxantes, como a cidreira, a 
lavanda ou essências de flores de laranjeiras em um tempo que não ultrapasse 
20 minutos. Luzes em tons azuis em cima da banheira ou no teto do espaço com 
duchas são as indicações. Terminado o banho, existem opções variadas, mas 
todas de caráter tranquilizador, voltadas para o descanso. 
Uma massagem relaxante, seja de corpo integral ou em lugares como rosto, 
mãos e pés (reflexologia) pode ser realizada com uso de óleos essenciais com 
essência cítrica ou de lavanda/alfazema. Esta massagem pode ser realizada 
[conforme a abordagem e tipo] de 40–60 minutos. Luzes em tom azul, roxo e cinza 
são indicadas e podem ser modificadas durante a massagem. Nunca colocar as 
luzes de forma direta nos olhos da pessoa que está sendo atendida, e sempre 
branda, bem suave!
Esse plano, conforme os custos e o tempo do cliente, pode ser realizado 
semanalmente, quinzenalmente ou apenas uma vez por mês. O importante é que 
a pessoa do nosso relato possa ter, em algum momento, um tempo para si com 
profissionais que entendam seu problema e saibam o que indicar, considerando 
segurança e atendimento de qualidade.
Sobre cada item do plano, vejamos agora suas funções, com 
base nos materiais elaborados por Lyra, Nakai e Marques (2010); 
Caldas (2008); e Coelho (2009):
• Anamnese: conhecer o cliente e suas de-
mandas, bem como os cuidados que poderá 
receber a partir de seu históricode problemas, 
angústias, doenças, medicamentos que usa, 
seu cotidiano pessoal e profissional.
• Yoga: para ter contato com o corpo e através 
das sensações, perceber os pontos que pre-
cisam ser trabalhados para diminuir o can-
saço, melhorar o sono e iniciar esse cliente em 
uma rotina de exercícios corporais suaves de 
autoconhecimento.
• Caminhada meditativa: esta escolha é dire-
cionada na etapa inicial de um programa de 
cuidados, tendo como objetivo o aprendizado 
76
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
do calar-se, do sentir, do ouvir os barulhos da 
natureza e do próprio corpo. O propósito é in-
duzir o descanso através de caminhadas que 
fortaleçam o corpo gradativamente. Também é 
um momento [se realizado em meio à nature-
za] de contato com o verde das plantas [esper-
ança e saúde], o azul do firmamento [tranqui-
lidade e serenidade] e os raios amarelados 
do Sol [otimismo, alegria, energia].
• Banho de imersão [banheira] com óleos ou 
o banho de ducha com ervas tem o propósito 
da limpeza, da recepção de produtos equil-
ibrantes e desintoxicantes, sempre muito 
bons para quem está com cansaço crônico. O 
uso de luzes azuis ou brancas serve de orien-
tação para o corpo, de modo que este possa 
preparar-se para o descanso que vem com a 
etapa seguinte, que é a da massagem.
• Massagem corporal completa ou apenas de 
partes do corpo pode ser realizada com ou 
sem óleos essenciais. Nossa sugestão, a partir 
do histórico deste relato de experiência, é que 
se faça uso de óleos essenciais relaxantes e 
luzes suaves nos tons de azul, roxo e cinza, 
que são apropriados a pessoa que precise ficar 
equilibrada, serena, relaxada e pronta para uma 
rotina mais saudável, feliz e com bem-estar. 
Importante: um espaço bonito, limpo e decorado é atraente e 
proporciona bem-estar visual e espacial.
77
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
FIGURA 9 – ESPAÇOS DE CUIDADO
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/32/49/8f/32498f61fffd3067e41c3b359895f988.
gif>. Acesso em: 16 ago. 2018.
Atividades de Estudos:
E então, o que você achou do exemplo? Tente pensar um pouco 
sobre cada cuidado que apresentamos até o momento. Desenvolva 
o exercício a seguir para fixação dos conteúdos oferecidos neste e 
outros capítulos (Gabarito no final do capítulo).
a) Sobre massagens [capítulo 2]: faça uma busca sobre alguns tipos 
de massagens e liste-os aqui:
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
b) Pesquise entre familiares e amigos quais os óleos essenciais 
mais conhecidos deles. Veja quais os problemas mais comuns 
que levam as pessoas a buscarem os óleos essenciais. Veja os 
benefícios da utilização desses óleos.
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
78
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
c) Banhos de imersão com uso de óleos essenciais e luzes suaves 
são recomendados a todas as pessoas? Por que um banho de 
imersão não deve ultrapassar 20 minutos? 
 ____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
____________________________________________________
5 Algumas Considerações
No final do século XX, profissionais que atuavam na saúde, com foco 
na prevenção e tratamento com uso de tecnologias ‘duras’, ou seja, com 
equipamentos modernos associados a medicamentos de tarja preta [comprados 
exclusivamente com prescrição médica], tiveram que se render ao retorno de 
práticas complementares conhecidas desde os primórdios da história humana 
ocidental ou trazidas para cá no auge dos movimentos sociais e questionamentos 
dos velhos paradigmas. 
Essas práticas, agora bastante usadas, chegam até nós quando percebemos 
que falhamos com o planeta no que se refere à sua sustentabilidade e preservação, 
e quando também concluímos que falhamos conosco mesmos e com nossos 
corpos, mentes e espírito. Retomar práticas que se utilizam de aromas, de toques, 
cores, luzes e um cuidado cuja base se centra em um paradigma holístico, é 
também uma forma de lutar contra velhos modelos que aumentam os prejuízos 
humanos, materiais, sociais e ambientais. 
Nesse sentido, as pessoas começam a perceber que a inovação tecnológica, 
quando utilizada sem critérios, não é a fonte privilegiada da revolução científica 
e cultural. As práticas terapêuticas que focamos neste capítulo, que podem 
também ser denominadas de tecnologias suaves ou doces, de certa forma é a 
nossa resposta às ideias e sonhos sobre um mundo mais livre, igualitário, criativo 
e saudável para todos nós que fazemos parte deste planeta chamado Terra.
79
Práticas Terapêuticas de Conforto Sensorial e Corporal Capítulo 3 
Referências
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CAPÍTULO 4
Práticas Terapêuticas Alimentares 
na Promoção da Vida Saudável
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Conhecer a importância da alimentação para a promoção da saúde, bem-estar 
e qualidade de vida.
�	Apreender informações sobre as práticas terapêuticas alimentares mais 
importantes para o cuidado físico e psicossensorial.
�	Constatar como o ciclo de cultivo dos alimentos pode influenciar no processo 
de adoecimento das pessoas e do planeta.
�	Valorizar os patrimônios alimentares locais de base agroecológica e os 
benefícios que os mesmos trazem às pessoas e à biodiversidade do planeta.
84
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
85
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
1 Contextualização
Este capítulo vai apresentar a alimentação como uma prática terapêutica voltada 
à promoção da saúde. Nosso objetivo, considerando tudo o que foi apresentado até 
o momento, remonta a práticas terapêuticas não ocidentais, é mostrar inicialmente os 
modos de cultivos saudáveis, comuns em países como o Butão, que prima por um 
modelo de cultivo sustentável e agroecológico em 100% da sua produção. Para tratar 
do modelo agrícola deste pequeno país asiático, teremos que falar um pouco sobre 
o conceito de ‘decrescimento’, cujo objetivo é “mudar os hábitos de uma sociedade 
consumista que cobiça o crescimento com a simples justificativa de crescimento 
infinito para o consumo infinito” (PAPIN-LEAL, 2017, p. 19). 
Teremos, portanto, um tópico para discutir esse e outros conceitos e como, 
a partir das ideias trazidas de alguns países orientais, desde a década de 1960, 
estamos de forma gradativa assumindo, em alguns lugares do planeta, que a 
promoção da saúde passa não apenas pelo cuidado corporal considerando 
exercícios e práticas terapêuticas psicofísicas e sensoriais, mas, também, pelas 
escolhas alimentares. E estas escolhas devem ser realizadas apostando na 
sustentabilidade do planeta com toda a sua biodiversidade e, claro, a saúde de 
todos os envolvidos com a alimentação. A cadeia produtiva é ampla e o cuidado 
com a nossa saúde se inicia com a saúde dos que plantam, comercializam, 
preparam o alimento e o consomem (COSTA et al., 2016).
Esperamos, com os conteúdos aqui apresentados, despertá-lo para uma 
nova consciência acerca da importância dos alimentos e de como estes nos 
afetam de forma positiva e/ou negativa. Quando não nos alertamos para os riscos 
que podemos enfrentar, quando adotamos modelos alimentares que do ponto de 
vista ético matam o planeta e os humanos que nele habitam, estamos entrando 
em um caminho que diminui as possibilidades de bem-estar e qualidade de vida.
Os Spas e outros estabelecimentos voltados ao cuidado com práticas 
terapêuticas oriundas do continente asiático,principalmente, entendem que a 
alimentação adequada a cada situação, gostos e hábitos de cada pessoa, deve 
fazer parte do ‘pacote’ de serviços e produtos ofertados a quem os procura. 
2 A Alimentação e seu Ciclo de 
Produção e Consumo
Um alimento saudável gera alimentação também saudável. No mundo, 
considerando nossa história de vida no planeta, os seres humanos passaram, 
conforme o território ocupado, por vários ciclos alimentares. Em alguns lugares 
86
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
FIGURA 1 – ALIMENTAÇÃO ‘VEGETARIANA’
os carnívoros e onívoros eram mais abundantes e em outros lugares os 
vegetarianos. Os carnívoros, como o próprio nome acentua, têm na carne de 
animais diversos a sua principal, e as vezes única, fonte de alimentos. É uma 
alimentação extremamente proteica, que exige da pessoa que adota este 
modelo alimentar uma vida sem sedentarismo, que favoreça a digestão das 
fibras animais transformando-as em energia. Os grupos humanos onívoros, por 
sua vez, em função da adoção de uma ampla gama de alimentos como fonte 
alimentar, ao longo da trajetória humana na Terra, conseguiram sobreviver melhor 
aos problemas relacionados à falta de algum alimento no local onde estivessem, 
ou seja, se faltava carne, eles substituíam por vegetais. Em alguns lugares do 
mundo, alguns desses grupos iniciaram, inclusive, as primeiras hortas e muitos 
deles deixaram de ser nômades e começaram os primeiros espaços de fixação 
humana. O vegetariano, como o próprio nome sugere, se alimenta principalmente 
de vegetais em todas as suas formas: frutas, flores, sementes, grãos e folhosos. 
Embora ao longo da história humana eles tenham adotado adaptações nesse 
modelo alimentar, como é possível perceber na figura a seguir, neste milênio, 
algumas pessoas estão retomando a sua gênese sem muitas associações com 
proteína animal (MAZOYER; ROUDART, 2010).
FONTE: Sacramento (2015, p. 3)
87
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
No Ocidente, as práticas alimentares sempre foram mais onívoras e 
carnívoras, com pouca ou nenhuma adesão a uma alimentação cuja base mais 
importante fosse os vegetais. Isso porque nos países do Ocidente sempre houve 
maior incentivo aos grandes latifúndios voltados para a pecuária e as monoculturas 
(arroz, soja, milho, café etc.), sem uma preocupação com a diversidade alimentar, 
a sustentabilidade da terra e da água, os trabalhadores do campo e o consumidor. 
A pobreza associada a um capitalismo sem ética e preocupações com o futuro 
trouxe ao mundo várias carências, guerras e a consequente migração não 
planejada de muitos povos (SANTOS, 2002). 
Mesmo entre pessoas com poder econômico estável, a falta de uma 
educação alimentar que descreva os benefícios de uma alimentação com base 
na sustentabilidade planetária leva-as a uma alimentação com sérias deficiências 
relativas à segurança alimentar de natureza nutricional, por exemplo. Quando os 
seres humanos fazem este caminho, tornam-se os agressores do planeta e de 
seus semelhantes e ao mesmo tempo são vítimas, porque suas ações os deixam 
mais doentes e vulneráveis (VEYRET, 2007).
O que podemos fazer? 
Na figura a seguir vemos o modelo atual agrícola, e a partir de nosso 
cotidiano e experiências, sabemos que esse modelo esgota e maltrata a terra e as 
pessoas. A fome e a miséria permanecem fortes e o cuidado pessoal de uma boa 
parte das pessoas não existe, porque elas não têm tempo e nem como pagar por 
um serviço de qualidade que as ajude no processo de autocuidado. Mais uma vez 
perguntamos: o que podemos fazer?
88
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
FIGURA 2 – MODELO AGRÍCOLA MUNDIAL
MODELO DE PRODUÇÃO INSUSTENTÁVEL
Monocultura para exportação,
uso intensivo de máquinas, fertilizantes e agrotóxicos
Trabalho precarizado
Domínio de sementes e recursos genéticos
Pactuam com esse modelo:
Mídia, pesquisa e extensão
Exaustão da terra
Dificuldades econômicas
Êxodo
Rural
FONTE: UNESCO (2005 apud SILVA, 2018, p. 4)
Para pensarmos em mudar algo, Gadotti (2008) sugere uma grande 
mobilização em todos os continentes de modo que possamos, a partir da Carta 
de Direitos Humanos, Carta da Terra e o Tratado da Educação Ambiental para 
as Sociedades Sustentáveis e a Responsabilidade Global, empreender esforços 
educacionais que demonstrem que a saúde e a qualidade de vida dos povos 
passam por vários elementos, mas é com iniciativas sustentáveis (inclusive 
alimentares) que podemos salvar os povos da Terra.
De 2008 a 2016, vários fóruns de discussão nos remetem a uma grande 
mobilização humana no sentido de melhorar a vida das pessoas, seja no Oriente 
ou no Ocidente (SILVA, 2018):
• 2008: QUESTÕES AMBIENTAIS GLOBAIS E SOLUÇÕES ATUAIS
• 2010: AQUECIMENTO GLOBAL, SOCIEDADE
 E BIODIVERSIDADE
• 2012: CIDADES, NATUREZA E BEM-ESTAR/QUALIDADE DE 
VIDA, MOBILIDADE E SEGURANÇA NAS CIDADES
• 2014: SAÚDE AMBIENTAL E SOBERANIA ALIMENTAR/
AGRICULTURA FAMILIAR E SEGURANÇA ALIMENTAR
89
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
• 2015: PAISAGENS, SOLOS, BIODIVERSIDADE E OS DESAFIOS 
PARA O BEM VIVER
• 2016: NATUREZA, SOCIOBIODIVERSIDADE E
 SUSTENTABILIDADE.
Esses eventos nasceram da necessidade de aprendermos mais sobre o 
planeta que hoje nos abriga. Nesse sentido, Brandão (2008) trata que a educação 
para a sustentabilidade passa pela redução do consumismo, pelo conhecimento 
das nossas riquezas e limitações, pelo diálogo entre os povos e a construção 
de uma ética que nos faça perceber que somos parte do planeta e que a Terra 
é o único lar possível neste momento. A Terra é nosso mundo e nossa casa. 
E esta casa, além de ser nossa morada, é também o lugar onde cultivamos 
nossos alimentos, os elementos capazes de nos fazer sobreviver com energia e 
capacidade de criação cotidianamente.
Quais alimentos podem nos ser mais favoráveis? E como cultivá-los de modo 
saudável, seja para quem planta e/ou para quem consome? Aqui, poderia citar 
várias abordagens alimentares, e todas, de uma forma ou de outra, conforme a 
cultura alimentar ou a demanda, podem ser boas para distintos grupos. Entretanto, 
sabemos que em função das transformações ocupacionais e modo de viver das 
pessoas, hoje, muitas das doenças e problemas generalizados de saúde têm uma 
relação direta com o alimento que chega à nossa mesa.
A educação pode ser a ‘chave’ para a reflexão e a discussão dos problemas 
que se fazem sentir no mundo, e a nossa alimentação está inclusa nessas 
demandas planetárias. Nos países da Europa, nas Américas, Oceania e Ásia 
existem propostas de uma educação sustentável para as crianças, no lar e 
nas escolas. Uma educação transdisciplinar, ou seja, uma educação para a 
sustentabilidade distribuída em todas as disciplinas escolares. Como reafirma 
Gadotti (2008, p. 92-93):
A educação é fundamental para alcançar a sustentabilidade, 
para criar um futuro mais sustentável. Todas as disciplinas 
e todos os docentes podem contribuir para a educação para 
a sustentabilidade: as matemáticas podem trabalhar com os 
dados referentes à contaminação ambiental e ao crescimento 
da pobreza e da desigualdade social; as disciplinas linguísticas 
podem analisar o papel dos meios de comunicação e dos 
anúncios publicitários na formação de hábitos de consumo; a 
história e as ciências sociais podem discutir o etnocentrismo, 
o racismo e a desigualdade de gêneros. O que a Unesco 
poderia fazer, além de promover a difusão, a aprendizagem 
e a mudança cultural por meio da EDS, seria ainda fortalecer 
os mecanismos de avaliação e de monitoramento, fazendo 
balanços anuais, divulgando as boas experiências etc. A 
sociedade civil é uma forte aliada desse compromisso.
90
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
E então, vocês se sentem compromissados com a missão e aliança pela 
sustentabilidade mundial? Conseguem também perceber a ligação entre esta 
temática e a promoção da saúde? Agora, vamos nos exercitar com uma atividadeque reforce alguns dos novos conhecimentos que trouxemos para você? Ao final, 
não se esqueça de ver se suas respostas estão corretas.
Atividades de Estudos:
1) Os seres humanos, nos distintos territórios do planeta, criaram e 
assumiram mais de um modelo alimentar para sua sobrevivência. 
Sobre esta questão, marque com verdadeiro (V) ou falso (F) os 
itens a seguir:
a) ( ) O modelo alimentar de base onívora se caracteriza pela ingestão 
de carne unicamente. É a base alimentar dos povos árabes.
b) ( ) O modelo alimentar de base vegetal foi ao longo dos tempos 
a única possibilidade de sobrevivência dos povos europeus.
c) ( ) O modelo alimentar de base carnívora associa legumes, 
hortaliças, grãos e carnes vermelhas à sua dieta.
d) ( ) O modelo alimentar de cada povo tem a ver com o território 
ocupado e o que existe de oferta animal e vegetal.
e) ( ) O modelo alimentar mais sustentável é aquele que preserva 
as paisagens, o solo, água, plantas, animais e pessoas.
2) A alimentação vegetariana, bastante defendida pelos orientais 
cujas crenças religiosas evitam a morte de outros animais para 
consumo, no Ocidente sofreu várias adaptações, como sugere a 
Figura 1 (Alimentação Vegetariana). Considerando a figura e o 
que foi discutido até agora, assinale os itens corretos:
a) ( ) O vegetarianismo verdadeiro, também denominado de 
estrito (também pode ser chamado de vegano), utiliza para a 
alimentação somente produtos vegetais.
b) ( ) O vegetarianismo verdadeiro, conforme as circunstâncias e 
lugar, admite que se use mel e ovos na alimentação.
c) ( ) O vegetarianismo verdadeiro não admite em nenhuma 
circunstância o uso de produtos animais.
d) ( ) O vegetarianismo pode admitir uma alimentação com vegetais, 
ovos e mel (ovovegetarianismo); com mel (vegetarianismo 
semiestrito); com mel e lacticínios (lactovegetarianismo) e 
peixe e lacticínios (pescatarianos).
91
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
e) ( ) O vegetarianismo enfraquece as pessoas e por isto é uma 
alimentação considerada ruim e prejudicial a todas as pessoas.
f) ( ) O vegetarianismo é bastante comum entre pessoas que 
seguem o budismo e outras religiões orientais.
3) A alimentação tem uma relação direta com a sustentabilidade do 
planeta e a educação dos povos. Sobre esta afirmação, responda 
com verdadeiro (V) ou falso (F):
a) ( ) O planeta Terra continua seu crescimento populacional e, 
infelizmente, em muitos países, o capitalismo na sua versão 
unicamente econômica, sem avaliar outros parâmetros de 
crescimento e desenvolvimento, tem levado os povos à fome, 
a guerras e destruição ambiental.
b) ( ) O planeta Terra, com a Revolução Verde e a alta tecnologia, 
resolveu todos os problemas alimentares do mundo. Estamos 
hoje vivendo momentos de grande abundância e poucos 
povos passam fome.
c) ( ) O planeta Terra precisa urgentemente que medidas sejam 
tomadas com relação à educação para a sustentabilidade, 
uma vez que continuamos a cultivar em grandes extensões 
de terra no modelo de monoculturas.
d) ( ) O planeta Terra, através de órgãos ligados às Nações 
Unidas, vem realizando várias conferências para discutir o 
futuro da Terra, considerada o lar e a moradia de todos nós.
e) ( ) O planeta Terra pode ser salvo se nos educarmos para tal. 
Precisamos conhecer mais sobre a nossa biodiversidade para 
saber como usá-la sem prejuízo para a Terra e nós mesmos.
3 O Cultivo Sustentável
Como um grande ‘mantra’, estaremos durante todo este capítulo consolidando 
as palavras de Rodrigues, Zanetti e Laranjeira (2013, p. 2): “a Segurança Alimentar 
e Nutricional (SAN) e a promoção da alimentação saudável são essenciais para 
a saúde e qualidade de vida”. Para as autoras, promover a alimentação saudável 
significa promover a alimentação sustentável. Na prática, é utilizar de forma 
moderada os produtos industrializados e valorizar os patrimônios alimentares 
regionais com suas memórias e receitas tradicionais. Significa ter consciência 
acerca da cadeia produtiva, observando aspectos da gestão ambiental, uso e 
92
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
qualidade da água, uso de agrotóxicos na produção de alimentos e o destino dos 
resíduos tóxicos.
Santos (2005) afirma que não basta pensar no alimento segundo seu valor 
nutricional, temos que pensar de forma sustentável e responsável e analisar o 
ciclo da alimentação humana desde a plantação até a sua transformação e 
consumo. Esta afirmação foi dita muitos anos antes da divulgação do Dossiê 
ABRASCO, por pesquisadores da Fiocruz e de outras universidades que nos 
mandam refletir sobre essas questões a partir das pesquisas realizadas sobre o 
uso de agrotóxicos perigosos nas plantações brasileiras. 
CARNEIRO, F. F. et al. (Orgs.). Dossiê ABRASCO: um alerta 
sobre os impactos dos agrotóxicos na saúde. Rio de Janeiro: EPSJV; 
São Paulo: Expressão Popular, 2015.
Esta obra recomendamos com ênfase, porque ela aponta 
os problemas de saúde da população brasileira – consumidores e 
agricultores – provenientes do uso de agrotóxicos nos cultivos e de 
outros aditivos nos alimentos de porcos, gado e galinhas, ou seja, 
sendo vegetariano, onívoro ou carnívoro, corremos sérios riscos de 
saúde se consumirmos alimentos com agrotóxicos, outros aditivos 
químicos ou do tipo transgênicos, sem estudos suficientes quanto às 
reações que provocam em nossos corpos (CARNEIRO et al., 2015; 
PESSANHA; WILKINSON, 2005).
O debate sobre riscos alimentares e o direito humano a uma alimentação 
saudável e de qualidade é de longa data, não é uma novidade, uma vez que o uso 
de produtos tóxicos para supostamente proteger os cultivos alimentares no Brasil 
e no mundo se intensificou com a Revolução Verde. Esta ‘revolução’ tinha vários 
atores sociais envolvidos (governo, indústria, bancos, agrônomos, entre outros) e 
o discurso predominante era da necessidade de se fazer grandes produções de 
alimentos para salvar o mundo da fome com a introdução de maquinário agrícola 
na produção extensiva e latifundiária e a produção com uso de insumos químicos 
(pesticidas, repelentes e aditivos), patrocinados pelas indústrias farmacêuticas e 
químicas. Estas foram “construções históricas, frutos de decisões tomadas pelas 
elites econômica e política de nosso país, seduzidas por promessas de lucro farto 
e cúmplices de interesses internacionais” (CASEMIRO; VALLA; GUIMARÃES, 
2010, p. 2086).
93
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
Para fazer frente a este movimento, vários grupos se organizaram para 
mostrar que um alimento saudável é mais importante do que grandes toneladas 
de alimentos ‘doentes’. Nos eventos organizados pela ONU com a sociedade civil 
de diversos países, foi elaborada a Carta do Direito Humano a uma Alimentação 
Adequada (DHAA) e esta tinha e tem como premissa que o Estado e a sociedade 
promovam, de acordo com Casemiro, Valla e Guimarães (2010, p. 2086):
• Acesso físico e econômico a uma alimentação saudável e 
diversificada de forma sustentável. 
• Condições que propiciem um cuidado adequado na escolha, 
preparação e ministração do alimento.
• Condições de vida que promovam a saúde.
• Atenção integral à saúde.
Como ter atendidos esses itens diante da maciça vulnerabilidade de nossas 
populações? Esse é o grande desafio. É difícil e injusto que, mesmo quando 
temos acesso ao alimento, não possamos confiar na sua procedência quanto às 
condições de cultivo, conservação e preparo. O que fazer é a grande questão que 
nos impacta! Nesse sentido, Azevedo e Peliconi (2011) apostam na Agroecologia.
Um movimento sociopolítico de fortalecimento do agricultor 
em busca de sua identidade e raízes culturais e, principalmente, de 
sua autonomia, poder de decisão e participação ativa no processo 
produtivo, favorecendo o local como foco de ação. A Agroecologia, 
mais do que tratar do manejo ecologicamente responsável dos 
recursos, constitui-seem um campo do conhecimento científico 
que pretende estudar a atividade agrária, partindo de um enfoque 
holístico e de uma abordagem sistêmica. Tal ideário se ajusta às 
questões sociais que permeiam a realidade rural brasileira; enquanto 
a Agricultura Orgânica é considerada um sistema produtivo que 
trabalha com diferentes segmentos sociais, a Agroecologia tem a 
agricultura familiar como foco de seu campo de estudos e clama 
para ser compreendida não apenas como um sistema produtivo, mas 
como uma nova ciência em construção. Entretanto, quando se aborda 
especificamente o padrão produtivo assumido pela Agroecologia, 
reporta-se ao termo “Agricultura Ecológica” e os alimentos produzidos 
nesse padrão são chamados de “alimentos ecológicos”. 
FONTE: AZEVEDO, E.; PELICONI, M. C. F. Promoção 
da Saúde, Sustentabilidade e Agroecologia: uma discussão 
intersetorial. Saúde Soc. São Paulo, v. 20, n. 3, p. 720, 2011.
94
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Em meio a toda essa discussão, sabemos que existem diversos sistemas 
produtivos sem uso de agrotóxicos oficializados pelo Ministério da Agricultura 
(BRASIL, 2007), estes sistemas são reconhecidos pela maioria das pessoas apenas 
como Agricultura Orgânica. Contudo, o que chamam de agricultura orgânica ou 
com as denominações de agricultura biológica, agricultura biodinâmica, agricultura 
natural e/ou permacultura são ciclos de produção que se tornam propostas 
agroecológicas quando organizados, visando à aprendizagem de saberes e fazeres 
populares e científicos, participação ativa das pessoas que plantam e consomem 
os alimentos, busca pela sustentabilidade dos recursos naturais, diminuição da 
pobreza, melhoria das condições de saúde, bem-estar e qualidade de vida das 
pessoas e do planeta – isto é trabalhar e fazer Agroecologia. 
FIGURA 3 – AGROECOLOGIA
agricultura
orgânica e
biológica
agricultura
biodinâmica
agricultura
natural permacultura
FONTE: Disponível em: <http://4.bp.blogspot.com/-mi5RI9t1GXQ/T5lWNvoOhcI/
AAAAAAAAXUQ/q1Td6cHfY9I/s400/AGROECOLOGIA.gif>. Acesso em: 31 ago. 2018.
Para Caporal, Costabeber e Paulus (2005), a Agroecologia é uma ciência 
integradora que foi constituída como um modelo de organização do ciclo produtivo 
rural a partir dos conhecimentos e experiências dos povos tradicionais brasileiros 
(agricultores, povos indígenas, povos da floresta, pescadores artesanais, 
comunidades quilombolas, e outros atores sociais) que conhecem e aplicam sua 
força de trabalho no meio rural. Este enfoque é voltado para o saber e fazer local 
e é fundamental para que se possa realizar qualquer atividade agroecológica. 
Respeitar e utilizar o conhecimento desses grupos constitui as bases estratégicas 
das iniciativas de desenvolvimento de agroecossistemas cujos objetivos sejam a 
sustentabilidade ambiental e humana.
Na prática, estamos tratando de um modelo de ciclo produtivo voltado 
para a saúde do ambiente e das pessoas, colocando-as no mesmo patamar de 
importância, uma vez que uma não vive sem a outra. Quando temos uma pousada, 
um Spa ou um espaço de lazer e descanso em meio natural e/ou rural, do ponto 
95
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
de vista da justiça social e dos direitos humanos, esperamos que as pessoas e o 
ambiente que estamos visitando sejam respeitados e não destruídos com a nossa 
presença. O interessante é pensarmos que a Agroecologia nos auxilia colocando 
à nossa disposição alimentos saudáveis, espaços naturais para caminhadas, 
apreciação da natureza e a obtenção de serviços e produtos com preços justos, 
sem que se precise escravizar ou prejudicar pessoas que estão no ambiente onde 
vamos descansar. Como bem afirma Carlo Petrini, idealizador do Slow Food – um 
movimento nascido na Itália cujas bases são a busca e a divulgação de alimentos 
tradicionais –, a boa comida não tem venenos, está perto de você porque envolve 
os saberes tradicionais e à medida que a memória local a reconhece como uma 
boa comida, passa a ser vendida com preço justo.
FIGURA 4 – PRINCÍPIOS DO SLOW FOOD
FONTE: Adaptado de <http://vanguardiasustentable.com/wp-content/
uploads/2014/09/slow-food.010.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2018.
Recomendamos para leitura os livros de Petrini, uma vez que 
graças ao trabalho que ele realiza, hoje temos grupos em todo o país 
mostrando os benefícios dos alimentos tradicionais e dos alimentos 
que são produzidos pela agroecologia.
 
PETRINI, C. Comida e liberdade. Slow food: histórias de 
gastronomia para a libertação. São Paulo: SENAC, 2017.
96
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Agroecologia e Slow Food, o que exatamente estas propostas de reconhecer 
no alimento o caminho para uma vida saudável têm a ver com nossa temática? 
Ambos disseminados principalmente no mundo ocidental, através de trabalhos 
científicos (vejam as referências no final do capítulo!), eventos e mídias 
sociais, nos põem frente a frente com a realidade das doenças e agravos à saúde 
produzidos por agrotóxicos.
Importante: nos dois movimentos se trabalha a ideia do 
desenvolvimento agrícola acontecendo de forma justa, ética e 
limpa. Nenhum dos movimentos é uma técnica agrícola ou criou 
uma técnica para se fazer uma agricultura sem veneno. No entanto, 
através de debates que promovem a discussão sobre a qualidade 
de vida humana e do planeta com foco na alimentação, discutem 
as técnicas agrícolas, por exemplo, que tornam alimentos como a 
soja, o feijão e o arroz alimentos inadequados e tóxicos ao consumo 
humano. Também apresentam e discutem o papel dos insumos 
agrícolas nos agravos à saúde do trabalhador rural e os problemas 
a médio e longo prazo que teremos no meio ambiente (CARNEIRO 
et al., 2015; AZEVEDO, 2012; BENBROOK et al., 2008). Ainda que 
os herbicidas e agrotóxicos possam eliminar insetos que afetam a 
agricultura, estes mesmos produtos contaminam a planta cultivada, 
a terra e a água. Se estes produtos ampliam as possibilidades de 
obtenção de grandes safras, do que adianta ter tanto alimento se 
este irá nos fazer mal? 
Algumas das dietas orientais adotadas como requisito da alimentação 
saudável, que citaremos no próximo tópico, por exemplo, utilizam vegetais e grãos 
in natura, e embora esses alimentos sejam fontes ricas de nutrientes, se estão 
contaminados, como fica o organismo de quem se alimenta desses produtos? 
Nesses casos, fica óbvia a nossa adoção por produtos orgânicos, visto serem uma 
garantia de obtermos alimentos mais limpos e adequados ao nosso organismo e, 
portanto, capazes de nos levar a uma vida com mais qualidade (AZEVEDO, 2004). 
97
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
FIGURA 5 – UMA QUESTÃO... UMA INDAGAÇÃO
FONTE: Disponível em: <https://psecarioca.files.wordpress.
com/2016/03/20160328110716.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2018.
 Atividades de Estudos:
1) A partir do comentário a seguir, assinale as alternativas 
corretas: Segundo o que foi descrito até o momento, uma 
alimentação saudável envolve uma série de elementos bem mais 
qualitativos do que quantitativos.
a) ( ) Uma boa base alimentar envolve alimentos que estejam 
livres de insetos e doenças comuns nas plantações de 
hortaliças e legumes. Para evitar pragas, é importante o uso 
maciço de insumos químicos, como herbicidas e pesticidas.
b) ( ) Uma boa base alimentar envolve alimentos pesquisados em 
laboratórios, que sejam plantados em grandes extensões de 
terra de modo a diminuir a fome no mundo.
c) ( ) Uma boa base alimentar envolve alimentos que sejam parte 
de um ciclo de cultivos intensivos de uma única espécie 
(monocultura) e com proteção à base de insumos químicos.
d) ( ) Uma boa base alimentar envolve conhecimentos de saberes 
e fazeres científicos e populares das populações tradicionais 
que vivem em territórios onde a cultura local ainda se faz 
presente nas memórias ligadas ao cultivo e à culinária.
e) ( ) Uma boa base alimentar envolve a sustentabilidadedos 
territórios cultivados, das pessoas envolvidas com o cultivo e 
também das populações consumidoras destes alimentos.
98
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
2) Sobre a afirmação a seguir, coloque verdadeiro (V) ou falso 
(F). A segurança alimentar e nutricional é um direito humano e 
alimentar porque:
a) ( ) Todas as pessoas têm o direito a uma alimentação saudável, 
acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo 
permanente.
b) ( ) Todas as pessoas devem ter uma alimentação totalmente 
baseada em práticas alimentares promotoras da saúde sem 
que isto comprometa pessoas e meio ambiente.
c) ( ) Todas as pessoas devem ter o direito à alimentação, que é 
parte dos direitos fundamentais da humanidade, que foram 
definidos por um pacto mundial, do qual o Brasil é signatário.
d) ( ) Todas as pessoas que atuam em grandes empresas e com 
grandes responsabilidades têm o direito a uma alimentação 
de qualidade, uma vez que pagam altos impostos e garantem 
empregos a várias outras pessoas.
e) ( ) Todas as pessoas têm o direito a uma alimentação 
padronizada e de acordo com as suas funções, poder 
aquisitivo e conhecimentos.
3) No Brasil, a Lei Federal nº 7.802, de 11 de julho de 1989, 
regulamentada por meio do Decreto 4.074, de 4 de janeiro de 
2002, no seu artigo 2º, inciso I, define agrotóxicos como 
produtos e componentes de processos físicos, químicos 
e biológicos destinados ao uso nos setores de produção, 
armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas 
pastagens, na proteção de florestas nativas ou implantadas e de 
outros ecossistemas, ambientes urbanos, hídricos e industriais, 
cuja finalidade seja alterar a composição da flora e da fauna, a 
fim de preservá-la da ação danosa de seres vivos considerados 
nocivos (FIOCRUZ, 2001). 
 Dito isto, analise a seguinte asserção-razão:
 Se um agrotóxico é utilizado em todo o ciclo de produção e este 
é capaz de penetrar nas sementes, na terra e na água alterando 
a composição química e biológica dos seres vivos considerados 
nocivos ao cultivo dos alimentos, isto significa que ele também 
pode penetrar nos corpos dos seres humanos com prejuízos à 
saúde individual e coletiva.
99
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
PORQUE
 Os comprometimentos à saúde, com o contato continuado aos 
agrotóxicos, podem variar intensamente, dependendo das 
características de cada pessoa: estado nutricional, idade e 
sexo. Existem agravos de saúde intensos e crônicos que podem 
levar ao suicídio, mal de Parkinson e diversos tipos de câncer. 
Em função dessa realidade, os estudos realizados pelo Dossiê 
ABRASCO apontam como solução para esses problemas a 
adoção de uma agricultura limpa, sem uso de agrotóxicos.
Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta:
a) ( ) As duas afirmações são verdadeiras e estabelecem relação 
entre si.
b) ( ) As duas afirmações são verdadeiras, porém não estabelecem 
relação entre si.
c) ( ) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda afirmação é falsa.
d) ( ) A primeira afirmação é falsa, e a segunda afirmação é 
verdadeira.
4 Alguns Modelos Alimentares
Do ponto de vista cultural, a formação de hábitos alimentares que sejam 
saudáveis não é uma tarefa simples. As concepções acerca do que seja um bom 
alimento muitas vezes entram em choque com os valores culturais globalizados 
relacionados às indústrias de alimentos industrializados, as muitas publicidades 
em torno de alimentos que estão na ‘moda’ ou aqueles preparados em larga 
escala para consumo rápido, do tipo Fast food. 
Quando uma pessoa busca um Spa para diminuir seu estresse ou iniciar um 
programa de cuidados físicos e psicossensoriais mais saudáveis, a alimentação 
normalmente é parte das práticas a serem indicadas como elemento importante 
para auxiliar em todo o processo de revitalização e promoção da saúde. Parte 
do que pode ser indicado como uma dieta equilibrada e saudável pode ser de 
caráter permanente ou não. E isto vai depender da aceitação, da disponibilidade, 
dos conhecimentos e informações que esta pessoa pode receber e das 
condições possíveis para obtenção dos produtos a serem utilizados como 
matéria-prima da dieta.
100
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
A alimentação, segundo Fox e Ward (2008), faz parte de um momento de 
socialização em todos os povos do mundo. No horário das refeições promovemos 
tradições, usos e costumes que nos identificam culturalmente. Soma-se a isso 
o prazer sensorial marcadamente apresentado através do visual dos pratos, 
dos elementos que fazem parte, com um colorido que nos traz lembranças e 
memórias. Esse ritual pode ser deliberadamente mais simples ou mais pomposo, 
mas é essencialmente marcado por escolhas. 
E que escolhas são as mais saudáveis? Qual a melhor escolha? 
Ser um adepto do vegetarianismo estrito? Alimentar-se seguindo 
preceitos da macrobiótica? Adotar a dieta onívora? Qual a mais 
saudável? Falaremos de duas, apenas, não porque as consideramos 
as mais corretas, mas porque elas foram as primeiras utilizadas 
como prática alimentar terapêutica em clínicas e Spas voltados à 
desintoxicação de pessoas com agravos de saúde.
• Alimentação Macrobiótica 
Este sistema dietético de natureza terapêutica e filosófica, cuja denominação/
palavra ‘macrobiótica’ tem origem grega: macro = grande, e biótica está 
relacionada a bios = vida, já era utilizado por pensadores gregos, como Hipócrates, 
tendo por significado ‘longa vida’. Varatojo (2004) afirma que a divulgação desse 
sistema ocorreu no Japão no final do século XIX pelo médico do exército japonês 
Sagen Ishizuka, que fundou a primeira organização macrobiótica voltada para 
discussão de problemas sociais e de saúde relacionados à má alimentação. 
A continuidade deste trabalho fora do Japão ocorreu nos anos de 1930 
na França e Bélgica através de George Ohsawa, que orientava uma dieta 
alimentar muito restritiva. No Brasil, com Tomio e Bernadete Kikuchi, em 1955, a 
macrobiótica e outras práticas de natureza filosófica foram disseminadas em solo 
sul-americano, contudo, foi Michio Kushi, nos Estados Unidos, que desenvolveu 
um modelo alimentar mais adequado aos hábitos alimentares ocidentais 
(AZEVEDO, 2012).
 
Esse sistema, quando apresentado à Europa por George Ohsawa, já trazia 
como um dos seus princípios que o ser humano tem livre escolha, que não 
existem alimentos proibidos, mas, cada pessoa, conforme o território (localização 
geográfica) e clima, deve selecionar os produtos alimentares de acordo com as 
101
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
duas forças motrizes do universo, que segundo a cosmologia oriental é o yin e 
o yang. A Figura 6 traz uma ideia acerca desta dieta e de alguns alimentos que 
podem servir de alimento em maior ou menor quantidade segundo a adaptação 
realizada nos Estados Unidos por Kushi (2001). No Quadro 1 são apresentados 
grupos de alimentos segundo o modelo divulgado na Europa por Ohsawa (1985).
FIGURA 6 – PIRÂMIDE ALIMENTAR MACROBIÓTICA DE MICHIO KUSHI
FONTE: Kushi (2001, p. 1)
QUADRO 1 – DIETA MACROBIÓTICA DE GEORGE OHSAWA 
DIETA MACROBIÓTICA
YIN INTERMEDIÁRIOS
YIN
EQUILIBRADOS
OU NEUTROS
INTERMEDIÁRIOS
YANG
YANG
Consumo restrito Consumo moderado Consumo livre Consumo moderado Consumo restrito
Álcool Frutas frescase secas Cereais integrais Carnes brancas
Carnes 
vermelhas
Açúcar branco Algas Sementes Frutos do mar Ovos
Mel Cogumelos Legumes Queijos frescos Queijos curados
Café Iogurtes Leite e natas Sal refinado
Chá preto Legumes defolhas verdes
Óleos Leguminosas
Vinagre
www.dicasdemulher.com.br
FONTE: Disponível em: <https://www.dicasdemulher.com.br/wp-content/
uploads/2015/04/alimentos-dieta-macrobiotica-2.jpg>. Acesso em: 31 ago. 2018.
102
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
Como é possível perceber, o consumo de carnes não está proibido nessas 
adaptações, embora seja recomendado com limitações. Opeixe, colocado em 
uma posição intermediária entre o consumo mensal e o semanal na pirâmide 
alimentar de Kushi, hoje talvez fosse até retirado da dieta face aos problemas 
de radiação existentes nos mares do planeta na atualidade e particularmente no 
Japão, onde a dieta nasceu (SANTOS; SOUZA, 2013). Para Amon e Menasche 
(2008), a comida pode contar histórias, e a questão que neste momento colocamos 
é: qual a história contada por uma comida que segue parâmetros orientais com 
base nas forças do yin e do yang?
 
Nos spas e/ou outros estabelecimentos, quando uma pessoa busca cuidados 
com a inclusão da alimentação macrobiótica, a ingestão dos produtos à base de 
cereais, sementes e legumes atua como elemento desintoxicante. Todavia, existe 
a necessidade de uma adaptação da dieta a cada país do Ocidente. O Brasil, por 
exemplo, não tem as mesmas tradições do Japão com relação ao consumo do 
arroz e da soja. Para nós, o milho, o feijão e o arroz branco é que são parte da 
nossa memória patrimonial brasileira. Saber usá-los para sermos mais saudáveis 
é o segredo da macrobiótica brasileira, segundo Tomio Kikuchi (AZEVEDO, 2012). 
Esta é uma dieta saudável e também sustentável? Se avaliarmos que uma dieta 
sustentável deve ter elevado poder nutricional aliado ao respeito à biodiversidade, 
ecossistemas e pessoas, então, com certeza, se os grãos e demais matérias-
primas desta dieta forem produzidas com este olhar e perspectiva, então SIM! 
É isto mesmo. Se observarmos, essa é uma dieta que ainda tem como padrão 
o uso de produtos orientais [temperos, tipos de arroz, algas] e que tem preços 
elevados porque uma boa parte vem de São Paulo, território que recebeu o maior 
contingente de migrantes japoneses no mundo ou do Japão. Se assim for, essa 
dieta, embora possa ser preparada de forma especial em um spa, pode ficar 
inviável no cotidiano das pessoas.
Ainda assim, pratos com arroz integral e shoyo de boa qualidade (de soja não 
transgênica) temperado apenas com sal marinho acompanhado de saladas de 
folhosos escuros e claros com picles de pepinos, algas, palmitos, passas de uva, 
sementes de girassol, são boas pedidas e podem ser acompanhados de peixe de 
boa qualidade, que no Brasil pode ser a sardinha, o pargo, o olhete, a pescadinha 
branca ou amarela, anchovas, entre outros pescados da fauna marinha brasileira. 
Pensando em termos de alimentação saudável, deve-se evitar o salmão, por 
exemplo, que em muitos lugares do mundo vem de criadouros (tanques/viveiros), 
onde o peixe é alimentado com ração cujas bases químicas podem ser prejudiciais 
ao organismo humano. Como nossos mares estão bastante contaminados, uma 
dieta saudável, preferencialmente, não deve conter peixes e frutos do mar que 
não estejam próximos a uma costa sem muitas habitações com seus esgotos e 
detritos. Quando comprar peixes de criadouros, verificar se a ração utilizada é 
preparada com produtos biológico-orgânicos (FAO, 2010).
103
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
• Alimentação Vegetariana e Crudivorismo
Como chegamos à alimentação vegetariana? Você, em algum momento, 
pensou em adotar esta prática alimentar? Bem, se somos todos onívoros, a 
incorporação de alguma dieta ou prato diferente do que comemos normalmente 
ocorre em função das memórias identitárias que todos construímos ao longo de 
nossa história pessoal e familiar. Segundo Canesqui e Garcia (2005), o ato de 
nos alimentarmos será sempre uma ação que nos levará aos valores culturais 
identitários conhecidos por nós. Mesmo quando alguém precisa retomar o 
equilíbrio de seu corpo através da alimentação, se esta foge ao padrão cultural 
reconhecido pelo sabor, odores e receitas oriundas de uma memória cultural, 
pode ocorrer de a pessoa não reconhecer como ‘comida’ o que terá que consumir. 
Não reconhecer como ‘comida’ pode significar vê-la como ‘remédio’ ou um 
auxiliar deste. Lembram das famosas canjinhas da mamãe? Ou outra comida que 
era ofertada a vocês quando estavam com algum problema de saúde? No caso 
da alimentação vegetariana, no Ocidente, mais especificamente, durante muito 
tempo foi considerada uma comida sem sabor, feia no seu visual e que deixava as 
pessoas fracas (FOX; WARD, 2008). Pensando nisso, por que as pessoas estão 
adotando uma alimentação vegetariana, seja ocasionalmente, como produto 
desintoxicante ou de forma permanente no dia a dia? 
 Lewgoy e Sordi (2012) descrevem como as escolhas e debates sobre a 
alimentação tornaram-se um espaço de reflexão importante neste milênio, em 
função dos riscos que todos temos de termos graves problemas de saúde em 
função dos estilos de vida que adotamos. O sedentarismo e a falta de conexão 
sadia com o mundo urbano industrializado têm sido uma das razões pelas quais 
as pessoas buscam spas ou serviços de saúde especializados (nas situações 
mais graves) para resolver ou diminuir as reações adversas à saúde que podem 
ser agravadas com as doenças de caráter nutricional, tais como a obesidade 
mórbida, a bulimia, a anorexia, entre outros males.
Profissionais tentam se especializar não apenas em dietas especiais, como 
o vegetarianismo, mas nas suas distintas modalidades, como também divulgam 
novos sistemas alternativos alimentares, como o crudivorismo, por exemplo, 
mostrando como estas novas opções podem auxiliar no emagrecimento saudável 
ou na recuperação de determinados elementos importantes para quem vai fazer 
uma cirurgia ou se recupera de alguma doença aguda, ou precisa ficar forte para 
o enfrentamento de doenças crônicas.
A opção pela alimentação vegetariana não nasceu no Oriente, 
especificamente, embora o movimento de contracultura ocidental tenha trazido 
para nós por volta dos anos de 1960 os discursos e a prática vegetariana na 
104
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
perspectiva filosófica budista, hinduísta, zen-budista, xintoísta, entre outras 
crenças filosóficas e religiosas. Entretanto, este discurso no Ocidente e mais 
especificamente na Europa se inicia com Pitágoras de Samos no século VI 
a.C., quando ele fundou uma comunidade de matemáticos místicos que não se 
alimentavam de animais por considerarem que estes tinham o mesmo direito à vida 
que os humanos. Como Pitágoras e outros filósofos neoplatonistas acreditavam 
na migração das almas, e por isso não comiam carne, na Idade Média muitos de 
seus seguidores recuaram nessas crenças porque eram consideradas heresias 
(PLUTARCO, 2012).
Em nosso mundo contemporâneo, a adoção de uma dieta vegetariana tem 
sido determinada por motivos religiosos, por questões de saúde e por questões 
filosóficas voltadas à reflexão acerca do sofrimento dos animais. Contudo, a base 
de adoção mais evidente deste padrão alimentar vem sendo construída como uma 
oposição ao consumo de carne associada às vantagens de consumir produtos de 
origem vegetal, quando estes são cultivados segundo sistemas agroecológicos 
voltados à sustentabilidade humana, animal e ambiental. 
Alguns movimentos cristãos, e não apenas os movimentos religiosos 
orientais, também começaram a refutar a alimentação com carnes. Um desses 
movimentos está ligado à Igreja Adventista do Sétimo Dia, com John Harvey 
Kellogg, seu divulgador mais forte e inventor dos populares cereais Kellogg e de 
várias receitas voltadas para a alimentação sem carnes (JORGE, 2010). 
No século XXI, independentemente das questões morais e religiosas, a opção 
pela alimentação vegetariana é associada cada vez mais à proteção ambiental e 
biodiversidade, ao bem-estar animal e pelas questões de saúde. Embora sofra com 
as ‘adaptações’ que fazem, na sua essência é um padrão de consumo alimentar 
que utiliza, predominantemente, produtos de origem vegetal na composição de 
seus pratos, e embora exclua sempre a carne e o pescado, inclui ovos ou laticínios, 
principalmente quando as pessoas estão na transição entre a dieta onívora e a 
vegetariana (SOCIEDADE BRASILEIRA VEGETARIANA, 2012).Essa dieta aceita que os alimentos sejam cozidos, enquanto que o 
Crudivorismo, que trabalha essencialmente com vegetais, não aceita nada animal 
como parte da dieta, e devem ser comidos totalmente crus. O crudivorismo, embora 
seja um tipo de vegetarianismo, na prática é visto como um sistema diferente dada 
esta especificação, assim como a macrobiótica já citada neste capítulo. Ambos os 
sistemas têm sido utilizados porque auxiliam no processo de cuidados e tratamentos 
relacionados a doenças oncológicas, cardiovasculares (hipertensão), endócrinas 
(obesidade mórbida, diabetes, hipo e hipertireoidismo, entre outras), emocionais/
mentais (insônias, depressão). Essas formas alimentares são apontadas como 
parte do tratamento que, conforme o cliente, pode ocorrer com a inclusão do 
105
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
vegetarianismo do tipo crudivorismo ou o frutivorismo etc. (ROLA, 2016; CALADO, 
2012). A longevidade e a diminuição da ansiedade em função do estresse também 
são razões que as pessoas apontam para a escolha por este tipo de alimentação 
(BRASIL, 2014; SOCIEDADE BRASILEIRA VEGETARIANA, 2012; FAO, 2010; 
INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER, 2007). 
Mesmo com várias vantagens do sistema alimentar com base nos produtos 
vegetais, a adoção de uma dieta vegetariana não implica ter mais saúde. A 
maioria das pessoas precisa ainda de muitas leituras acerca de suas escolhas 
alimentares, principalmente se levarmos em consideração a questão dos 
agrotóxicos presentes nos vegetais, as combinações erradas que podem levar 
à desnutrição, problemas de obesidade ou ainda agravos à saúde mais sérios. 
Uma dieta vegetariana mal planejada, com déficit de nutrientes ou excesso de sal 
ou gordura, pode ser tão prejudicial à saúde quanto comer carnes em excesso 
(TEIXEIRA et al., 2014; FAO, 2010), ou ainda porque:
A industrialização e o desenvolvimento de práticas agrícolas 
intensivas têm desenvolvido a possibilidade do aparecimento 
de resíduos perigosos na carne, como antibióticos, anti-
helmínticos, hormônios, substâncias parecidas com 
hormônios, pesticidas, tranquilizantes e metais tóxicos. Alguns 
componentes da alimentação animal ou contaminantes do 
pasto, como também agentes terapêuticos ou de promoção 
de crescimento, podem permanecer nos tecidos após o abate, 
constituindo perigo para o consumidor (NACMCF, 1993 apud 
BORGES; FREITAS, 2002, p. 7).
Para Regitano e Leal (2010), a produtividade e a competitividade no setor de 
produção de carnes estão asseguradas com a utilização de medicamentos para 
fins terapêuticos e de profilaxia. Os antibióticos correspondem a uma das classes 
mais prescritas e:
Muitos dos antibióticos administrados não são plenamente 
metabolizados no organismo animal, sendo excretados na 
urina e nas fezes, tanto na forma do composto original ou já 
parcialmente metabolizados (HALLING-SØRENSEN et al., 
1998; SARMAH et al., 2006; KEMPER, 2008). A utilização de 
excretos animais e do lodo de esgoto para fins de adubação 
consiste numa das principais vias de disseminação desses 
compostos no ambiente (CHRISTIAN et al., 2003). Uma vez 
no ambiente, os resíduos de antibióticos podem acumular-
se no solo, sofrer lixiviação ou, ainda, ser transportados, via 
escoamento superficial, para os corpos hídricos (DÍAZ-CRUZ 
et al., 2003). Além disso, alguns desses resíduos no solo 
podem ser absorvidos e se acumular nos tecidos vegetais, 
resultando em risco à saúde humana quando da colheita e 
consumo de alimentos de origem vegetal (REGITANO; LEAL, 
2010, p. 602).
106
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
É importante que sempre conheçamos a forma como o alimento é produzido 
e elaborado. Ainda que um alimento possa ser benéfico, as condições como 
estes (animais e vegetais) são preparados para nosso consumo podem fazer 
toda a diferença para a saúde humana e ambiental. Mesmo que o Ministério da 
Saúde controle e regulamente os produtos que trazem riscos à saúde humana, 
a exposição direta aos resíduos de antibióticos em alimentos de origem animal 
ainda não é totalmente conhecida (PALERMO-NETO, 2007). 
Retomando a temática acerca da dieta vegetariana, vejam os alimentos que a 
compõem. Conforme os valores e costumes culturais, a pessoa interessada nesta 
forma de construir sua dieta vai adequá-la aos produtos de sua região. Também 
é fundamental que fique claro que, assim como os alimentos de origem animal, 
esta dieta somente é válida para a saúde quando não há a presença de insumos 
tóxicos ao organismo humano que possam levar a doenças e/ou problemas de 
saúde crônicos.
QUADRO 2 – ALIMENTOS HABITUALMENTE 
PRESENTES NUMA DIETA VEGETARIANA
De forma a ser completa e equilibrada, a alimentação vegetariana poderá incluir os se-
guintes grupos de alimentos:
Fruta
Hortícolas
Laticínios ou alternativas vegetais** – leite* bebida vegetal, iogurte*, queijo* (ou as 
suas alternativas vegetais), leite fermentado*
Leguminosas e derivados, algas – leguminosas (feijão, grão, ervilhas, lentilhas, favas), 
derivados (tofu, missô), algas
Cereais e tubérculos** – arroz, trigo, centeio, milho, quinoa, aveia e produtos derivados 
(pão, tortas, bolachas, massas, flocos de cereais), de preferência, integrais e batata 
Frutos gordos e sementes – amendoim, frutos gordos (noz, amêndoa, caju), creme de 
frutos gordos (“manteiga” de amendoim e de amêndoa), sementes (chia, linhaça, papou-
la, sésamo)
Gorduras - azeite e óleos vegetais, creme vegetal e manteiga*
Ovo* / ** – ovo, clara, gema de ovo, produtos com ovos, e ovos de outras espécies de 
aves que não as galinhas
*Não incluído numa dieta vegana
** Não incluído numa dieta crudívora.
FONTE: Gomes Silva et al. (2015, p. 18)
107
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
Como é possível perceber, ainda que a prática alimentar vegetariana pareça 
simples (talvez mais do que a crudívora), nossos costumes e hábitos culturais 
alimentares tornam esta possibilidade de mudança um grande desafio quando 
se fala em mudar de carne para só vegetais ou fazer todo o alimento à base 
de produtos crus. Quando a pessoa busca um spa ou outro espaço voltado ao 
cuidado é possível, no tempo em que ali se encontra, aceitar e até mesmo tentar 
em sua residência manter o aprendizado e as informações importantes com 
relação à alimentação adotada como base de suas refeições diárias, mas, na 
prática, sabemos que o abandono é mais comum. 
Figueira, Lopes e Modena (2016) mostram como não é fácil esta questão. 
Em pesquisa realizada em seis polos de Minas Gerais sobre as barreiras para 
consumo de frutas e verduras [as autoras nem especularam sobre a possibilidade 
de os informantes tornarem-se vegetarianos], elas viram que existem barreiras e 
fatores promotores e muitos deles estão relacionados a estilos de vida e tomada 
de decisão. 
As principais barreiras identificadas foram: comércio 
inadequado, baixo poder aquisitivo, preço, carência de iniciativas 
públicas, falta de tempo, preguiça, fruta ser considerada 
apenas uma alternativa alimentar e não realizar o jantar. Os 
fatores promotores mais citados foram: saúde, prevenção/
controle de doenças, gostar, hortaliça ser considerada como 
parte da refeição, criação e origem familiar, melhoria da 
situação financeira, comércio próximo e estratégias de compra 
(FIGUEIRA; LOPES; MODENA, 2016, p. 85).
A questão que nos vem à mente neste momento é: podemos, 
no atendimento em spas, diminuir as barreiras culturais e aumentar 
os fatores promotores que aumentassem a aderência a uma 
alimentação vegetariana ou crudívora em prol da saúde de quem 
busca este serviço, da sustentabilidade ambiental e animal? O que 
você pensa sobre isto? Para estudos sobre esta questão, leia:
GRAÇA, A. et al. Programa Nacional Para Promoção da 
Alimentação Saudável. Lisboa: Direção-Geral da Saúde, 2017. Disponível 
em: <https://www.alimentacaosaudavel.dgs.pt/activeapp/wp-content/files_
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3%A3oparaumaAlimenta%C3%A7%C3%A3oVegetarianaSau
d%C3%A1vel.pdf>. Acesso em: 31 ago. 2018.
Atividades de Estudos:
1) A promoção do consumo de frutas e hortaliças é indicada pela 
Organização Mundial de Saúde como prioridade nas políticas 
nutricionais, alimentares e agrícolas, pelo potencial em diminuir 
o risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (FAO, 2010; 
WHO, 2004). Opções alimentares como a macrobiótica talvez 
possam ser adotadas como uma possibilidade para atender 
a esta premissa da OMS. Diante dessa afirmativa, assinale a 
alternativa correta: 
a) ( ) A alimentação macrobiótica inclui como alimento principal de 
seu sistema alimentar as frutas frescas e estas estão na lista 
de prioridades da OMS.
b) ( ) A alimentação macrobiótica inclui como alimentos principais 
aqueles derivados de leite e ovos e estes estão na lista de 
prioridades da OMS.
c) ( ) A alimentação macrobiótica inclui como alimentos principais 
os grãos cozidos em baixas temperaturas e por isto é 
bastante recomendada pela OMS.
d) ( ) A alimentação macrobiótica, bastante adaptada no mundo 
ocidental, em função do pouco consumo de frutas e hortaliças 
frescas, não é recomendada pela OMS.
109
Práticas Terapêuticas Alimentares na Promoção da Vida Saudável Capítulo 4 
2) Uma das principais motivações para o consumo de alimentos 
mais saudáveis, como cereais, frutas, legumes e hortaliças, é a 
promoção da saúde com consequente diminuição dos agravos. 
Nesse sentido, o vegetarianismo é uma opção interessante e 
bastante promissora. Sobre o vegetarianismo, responda com 
verdadeiro (V) ou falso (F) as afirmações a seguir:
a) ( ) O vegetarianismo estrito é uma opção alimentar que não 
permite o consumo de qualquer produto animal.
b) ( ) O vegetarianismo estrito tem por base o preparo de alimentos 
totalmente crus, todos do tipo vegetais e leguminosas.
c) ( ) O vegetarianismo estrito busca nos alimentos à base de ovos e 
leite uma compensação nutricional da falta de carne vermelha.
d) ( ) O vegetarianismo estrito não tem riscos e pode ser adotado 
por qualquer pessoa, seja qual for a sua condição de saúde.
e) ( ) O vegetarianismo estrito é a mesma coisa que crudivorismo, 
não há diferenças entre esses sistemas alimentares.
f) ( ) O vegetarianismo estrito é facilmente adotado por qualquer 
pessoa, em função das similaridades com o sistema onívoro.
5 Algumas Considerações
E eis que concluímos o capítulo que encerra esta disciplina. Não esgotamos 
as informações possíveis sobre a temática que apresentamos ao longo deste 
material e a ideia não era esta, realmente. Como vocês puderam perceber, 
tivemos, ao longo de todos os tópicos, alguns exercícios que serviram de apoio no 
processo de recordação dos conteúdos apresentados.
As referências, em sua maioria, foram retiradas de base de dados científicos, 
como o SCIELO, Google Acadêmico, Bireme, Latindex, IBICT e Rede Sibiun de 
Bibliotecas Universitárias. Contudo, também fizemos uso em menor montante de 
livros clássicos (com mais de 20 anos de publicação, porém reimpressos em função 
de sua importância), blogs informativos (principalmente por causa do banco de 
imagens) e livros e relatórios impressos que fazem parte de minha biblioteca pessoal.
Sabemos que os spas são estabelecimentos que às vezes não têm 
profissionais preparados, segundo o que preconizam os textos sobre promoção 
da saúde. As informações aqui colocadas e outras que podem vir com novas 
leituras, farão de vocês pessoas mais preparadas para sugerir, recomendar e 
aplicar práticas terapêuticas de excelência no local onde atuarem!
110
 SPAS E QUALIDADE DE VIDA
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