Prévia do material em texto
<p>Estudo Dirigido Imunologia Clínica</p><p>Prof. Leonardo Leonel</p><p>Nome: Milena Alvarenga Morais</p><p>Semestre: 3º semestre</p><p>1. Reações de hipersensibilidade são aquelas que ocorrem de forma exagerada ou de forma</p><p>inapropriada. São reações oriundas de uma resposta normal, mas que em algum momento se</p><p>processam de forma indevida e algumas vezes promovem um processo inflamatório ou causam</p><p>lesão tecidual. Descreva os diferentes tipos de reação de hipersensibilidade que são descritos</p><p>na literatura e cite 3 exemplos de patologias ligadas a cada tipo</p><p>2. Sabemos que muitas transfusões sanguíneas são rejeitadas, assim como transplantes de órgãos</p><p>apresentam uma alta taxa de rejeição ao longo de todo o globo. Com base nestas informações</p><p>explique o motivo de existir rejeições em procedimentos de transplantes e transfusões. Como</p><p>que os linfócitos T não reconhecem nossos antígenos próprios e em qual órgão eles maturam?</p><p>Qual a função do complexo de histocompatibilidade (MHC)?</p><p>3. Descreva passo a passo o caminho do linfócito T imaturo, desde sua origem até sua maturação.</p><p>Descreva os órgãos envolvidos neste processo e como o MHC contribui para essa maturação.</p><p>Explique o que é seleção positiva e seleção negativa e como ela acontece?</p><p>4. O que são doenças autoimunes e por que elas acontecem? Quais são os fatores que</p><p>predispõem o indivíduo? Descreva a fisiopatologia do lúpus eritematoso, tireoidite de</p><p>hashimoto e diabetes mellitus tipo I</p><p>5. Com relação às doenças autoimunes é muito comum confundir algumas doenças como a</p><p>doença de Graves e a Tireoidite de Hashimoto, Diabete Melitus tipo I e tipo II e etc. Para sanar</p><p>estas dúvidas, diferencie a doença de Graves da Tireoidite de Hashimoto. Diferencie a Diabete</p><p>Melitus tipo I da tipo II. Descreva também a fisiopatologia da artrite reumatoide e da esclerose</p><p>múltipla</p><p>6. O que são imunodeficiências primárias e secundárias? Cite pelo menos 3 exemplos de</p><p>imunodeficiências primárias e um exemplo de imunodeficiência secundária. Explique do que é</p><p>caracterizado cada exemplo dado nas imunodeficiências.</p><p>7. Explique a relação entre o HIV com imunodeficiências secundárias. Explique como o HIV age</p><p>dentro do organismo, quais células são infectadas e qual a consequência da morte destas</p><p>células pelo vírus?</p><p>8. Como acontece o fenômeno de diapedese? Quais são os receptores envolvidos neste processo?</p><p>O que são citocinas e quimiocinas? Quais são suas funções?</p><p>9. O que são alarminas? Qual a diferença entre PAMP e DAMP, cite 2 exemplos de cada caso. O</p><p>que são lisozimas e defensinas? Quais são suas funções e em qual local elas são encontradas?</p><p>10. Explique como ocorre o mecanismo de escape por parte da Mycobacterium tuberculosis? Cite</p><p>quais são as substâncias que permitem esta bactéria sobreviver após a fagocitose?</p><p>Respostas:</p><p>1- A hipersensibilidade do tipo 1 envolve produção preferencial de resposta a certos alérgenos e é</p><p>mediada por IgE, que ativa os mastócitos. Rinite alérgica, anafilaxia, asma e alergia alimentar são</p><p>exemplos de reação de hipersensibilidade do tipo 1. A hipersensibilidade do tipo 2 é mediada por IgG,</p><p>fagócitos e sistema complemento, resultando na destruição da célula na qual o antígeno está aderido.</p><p>Exemplos de patologias envolvendo hipersensibilidade do tipo 2 são eritroblastose fetal, pênfigo e</p><p>tireoidite de Hashimoto. A hipersensibilidade do tipo 4, também conhecida como hipersensibilidade</p><p>mediada por células, é mediada por células T. Após a ativação, as células T liberam citocinas, que levam</p><p>ao acúmulo e ativação de macrófagos, causando danos locais. Dermatite de contato, doença celíaca e</p><p>picadas de inseto são exemplos que envolvem hipersensibilidade do tipo 4.</p><p>2- O complexo principal de histocompatibilidade tem a função de apresentar peptídeos às células T. As</p><p>células T reconhecem porções de proteínas antigênicas que se ligam covalentemente a produtos dos</p><p>genes de MHC. As rejeições em transplantes e transfusões ocorrem pela diferença de MHC e pelo</p><p>antígeno leucocitário humano ou HLA. Os linfócitos T imaturos não são capazes de distinguir antígenos</p><p>próprios de não próprios antes da maturação no timo, onde passam por seleção positiva e negativa.</p><p>3- O linfócito T é formado na medula óssea e realiza sua maturação no timo. A seleção positiva ocorre</p><p>quando os linfócitos que conseguem se ligar ao MHC das células epiteliais do timo sobrevivem. Já a</p><p>seleção negativa ocorre quando os linfócitos T que conseguem limitar a interação com autoantígenos</p><p>sobrevivem.</p><p>4- As doenças autoimunes são aquelas nas quais o sistema imunológico ataca e destrói tecidos próprios.</p><p>Elas ocorrem quando existe falha na auto-tolerância dos linfócitos, o que ativa linfócitos autorreativos.</p><p>Os fatores que predispõem o indivíduo são: fatores genéticos, lesões teciduais, inflamações, infecções,</p><p>reações cruzadas entre antígenos próprios e microbianos, defeitos na regulação de linfócitos Th1 e Th2 e</p><p>falha do linfócito T supressor. O mecanismo de produção de anticorpos autorreativos observado em</p><p>pacientes com lúpus eritematoso sistêmico ocorre pelo reconhecimento de fragmentos apoptóticos pelo</p><p>receptor da célula B, que internaliza-os para o interior do linfócito B, formando complexos fragmento</p><p>apoptótico-MHC do tipo 2 que são apresentados ao linfócito CD4, que reconhece o antígeno e produz</p><p>citocinas. A tireoidite de Hashimoto se dá devido a um defeito na tolerância imunológica que leva a</p><p>destruição inflamatória e prejudica a função tireoidiana de produzir e secretar os hormônios T3 e T4</p><p>havendo infiltração linfocítica difusa, fibrose e atrofia parenquimatosa da glândula. A diabetes mellitus</p><p>tipo I ocorre quando anticorpos atacam e destroem as células beta do pâncreas, responsáveis pela</p><p>produção de insulina. Sem a produção de insulina, a glicose não consegue entrar nas células e se</p><p>acumula no sangue, provocando diversos problemas físicos.</p><p>5- Na doença de Graves, os linfócitos B sintetizam anticorpos contra receptor de TSH localizado na</p><p>superfície da membrana da célula folicular da tireoide, que bloqueiam a ação do receptor de TSH e</p><p>provocam aumento de função da glândula (hipertireoidismo). Já a tireoidite de Hashimoto ocorre por</p><p>um defeito na tolerância imunológica que leva a destruição inflamatória e prejudica a função tireoidiana</p><p>de produzir e secretar os hormônios T3 e T4; conforme o processo inflamatório evolui, os níveis de T4</p><p>livre decaem, por conta da ação dos anticorpos anti-tireoglobulina e anti-tireoperoxidase.</p><p>A diabetes mellitus tipo I é uma doença autoimune caracterizada pela destruição das células beta do</p><p>pâncreas, responsáveis pela produção de insulina. Já a diabetes mellitus tipo II é caracterizada pela</p><p>resistência das células à ação da insulina.</p><p>A artrite reumatoide ocorre quando o sistema imune ataca a cartilagem sinovial. As alterações gênicas</p><p>no HLA são consideradas a principal característica relacionada à evolução da doença. Os fatores que</p><p>contribuem na fisiopatologia podem ser genéticos, hormonais ou ambientais, mas geralmente sua</p><p>etiologia é desconhecida.</p><p>A esclerose múltipla é uma doença autoimune caracterizada por uma reação inflamatória que afeta a</p><p>bainha de mielina, destruindo-a parcial ou totalmente. A causa geralmente é desconhecida, mas os</p><p>mecanismos que envolvem a doença são. Acredita-se que a causa pode ser: genética, infecciosa e</p><p>imunológica.</p><p>6- As imunodeficiências primárias envolvem a ausência ou deficiência de elementos do sistema</p><p>imunológico determinada geneticamente. Já as secundárias são aquelas que se dão em consequência de</p><p>outras doenças ou fatores externos.</p><p>Exemplos de imunodeficiência primária:</p><p>● Agamaglobulinemia ligada ao X: Afeta majoritariamente o sexo masculino. As células pré-B não</p><p>passam pelo processo de maturação na medula óssea, o que provoca a ausência de células B e</p><p>consequentemente de IgG no soro.</p><p>● Deficiência de IgA: É o distúrbio de imunodeficiência mais comum, caracterizado pelo</p><p>comprometimento da diferenciação em plasmócitos IgA.</p><p>● Imunodeficiência severa combinada: As</p><p>células tronco linfóides da medula óssea não sofrem</p><p>maturação, não existem células T, somente corpúsculos de Hassal.</p><p>Um exemplo de imunodeficiência secundária é a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida ou AIDS, que</p><p>ocorre quando o vírus HIV infecta e destrói os linfócitos T CD4, impedindo apresentação de antígeno aos</p><p>linfócitos T CD8 e B, o que deixa o organismo mais suscetível a infecções oportunistas.</p><p>7- O HIV infecta e mata os linfócitos T CD4, o que impede a apresentação de antígenos aos linfócitos T</p><p>CD8 e B, provocando deficiência imunológica.</p><p>8- A diapedese ocorre quando os glóbulos brancos migram da corrente sanguínea para os tecidos, graças</p><p>ao aumento da permeabilidade vascular. Os receptores envolvidos nesse processo são a selectina e a</p><p>integrina. Citocinas são proteínas que regulam a resposta imunológica, tanto inata quanto adaptativa e</p><p>que tem função de sinalização. As quimiocinas são responsáveis pelo movimento dos leucócitos nos</p><p>diferentes sítios tissulares e possuem função de adesão, quimiotaxia e ativação de leucócitos.</p><p>9- Alarminas são um grupo de moléculas multifuncionais endógenas estruturalmente diversas que</p><p>possuem funções fisiológicas dentro da célula, mas quando liberadas de células que estão morrendo ou</p><p>de células sob estresse, ou de certas células do sistema imunitário, atuam ativando a imunidade inata. O</p><p>PAMP é responsável pelo reconhecimento de microorganismos como vírus e bactérias. O DAMP é</p><p>responsável por reconhecer células danificadas ou mortas e suas partículas, como DNA de fita dupla e</p><p>proteínas nucleares.</p><p>As lisozimas se encontram nas secreções de mucosas, lágrimas e saliva. Elas têm a função de romper a</p><p>camada de peptideoglicano da parede celular.</p><p>As defensivas estão presentes nos epitélios e rompem a membrana plasmática de bactérias e fungos e o</p><p>envelope de alguns vírus.</p><p>10- O mecanismo de escape da Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch) ocorre através da inibição</p><p>da formação do fagolisossomo, pelo recrutamento da coronina 1, que ativa a calcineurina, que bloqueia</p><p>a fusão do lisossomo ao fagossomo.</p>