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Da Ação Rescisória (Arts. 966 a 975 do CPC) É a possibilidade dos legitimados do Art.967 de requerer o desfazimento da decisão judicial (rescisão) da coisa julgada, diante de uma das hipóteses do Art. 966. Se refere além de decisões como sentença e acordão que faz materialmente o trânsito em julgado, mas também de decisões interlocutórias de mérito, que tem como base o esgotamento de instrução de algum mérito, Art.966 §2º Inc I e II, que são decisões que embora não ocasionem o trânsito em julgado, mas decisões que impedem nova propositura de ação, ou admissibilidade de posterior recurso. Trata-se de uma nova ação, não se confundindo com o processo que se pretende rescindir, e muito menos com recurso, portanto deverá atender todos os critérios de validade e legitimidade assim como o processo anterior. Como dito anteriormente, as hipóteses, ou melhor, as causas de pedir dessa nova ação estão elencadas nos 8 incisos do art.966 são elas: Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando: I - Se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; · Quando houver a obtenção de alguma vantagem ilícita do magistrado por conta de sua função jurisdicional. Prevaricação – conduta de um funcionário público que, indevidamente, retarda ou deixa de praticar um ato de ofício, visando satisfazer interesses pessoais ou de terceiros. Concussão – crime que ocorrerá quando um funcionário público exige para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida. Corrupção – prática de atos ilícitos que envolvem a solicitação, oferecimento, aceitação ou obtenção de vantagens indevidas, seja por parte de agentes públicos ou indivíduos que buscam influenciar agentes públicos. II - For proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente; III - Resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei; · A segunda parte trata-se de conluio entre as partes para prejudicar terceiro ou fraudar a lei, nesse caso tanto o terceiro prejudicado quanto o ministério público terão legitimidade para instaurar ação rescisória. Inicia-se o prazo para instaurar ação a partir do momento que se tem ciência da colusão, até 2 anos de quando se teve conhecimento. Colusão – acordo ilegal ou conluio entre duas ou mais partes para prejudicar terceiros ou obter vantagens indevidas de forma fraudulenta. IV - Ofender a coisa julgada; · Quando ocorrer processo desrespeitando coisa julgada anterior ou a litispendência, num conflito de coisas julgadas, ocorrendo duas decisões diversas em processos semelhantes, que deveriam correr juntos. V - Violar manifestamente norma jurídica; · A mais comum causa de pedir de ação rescisória. Trata-se de quando a decisão rescindenda destoar do padrão interpretativo comum de determinada norma jurídica, ou seja, o juízo interpretar norma de forma diferente da normalmente utilizada. VI - For fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; · Quando a decisão se basear em prova falsa, sendo apurada em processo criminal ou na própria ação rescisória. VII - Obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável; · Prova nova ou que não poderia se fazer uso, que favorece o autor, nesse caso o prazo assim como no Inciso III, começa a correr a partir do conhecimento dessa nova prova. VIII - For fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. · É aquela que ocorre efetivamente através de erro admitindo fato inexistente ou considerar inexistente fato que realmente ocorreu. Não sendo incluso fato controvertido, debatido no processo que juiz deveria se manifestar. Deve-se interpretar esse inciso de fato como erro, não considerando os fatos debatidos e/ou que houve pronunciamento judicial. §3º Há a possibilidade da rescisória parcial, voltada a apenas 1 dos capítulos da decisão. LEGITIMIDADE ATIVA São legitimados para propor a ação, aqueles elencados no Art. 967 do cpc, são eles: I - Quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular; II - O terceiro juridicamente interessado; III - O Ministério Público: · Quando este não foi ouvido, quando era obrigatória sua manifestação · Quando a decisão rescindenda for ocasionada pelo Inc. III, de colusão das partes. · Outros casos que justifique sua atuação. IV - Aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção. Hipétese do art. 115 CPC. Ausência de citação de litisconsorte necessário. · Quando o MP não atuar como parte, será convocado para atuar como fiscal da ordem jurírica. LEGITIMIDADE PASSIVA Não está disposto na lei, mas logicamente presume-se: no caso do Inciso I do 967, será réu a parte contrária da decisão rescindenda, no inciso II e III serão legitimados passivos as duas partes, pois terceiro que atuará como autor. PETIÇÃO INICIAL ( Art. 968) · A ação poderá englobar toda a decisão anterior, ou apenas um de seus capítulos · Quando se tratar de acordão competente será o tribunal que proferiu a decisão. · Tratando-se de decisões de 1ª instância (Sentença ou Interlocutórias) será competente o mesmo tribunal que julgaria o recurso. Na hipótese de acórdão, será o mesmo Tribunal, mas o julgamento por outro órgão. Exemplo: Para rescindir acórdão proferido por 3 Desembargadores, a ação rescisória será julgada por uma Turma composta de 5 Desembargadores. Se 5, será julgada por 7 Desembargadores. · Havido recurso, será competente o tribunal que o apreciou, independente se o recurso foi ou não provido. · Pedido: O autor poderá cumular ao pedido de rescisão o de novo julgamento da causa, requerendo ao tribunal competente ao julgamento da rescisória julgue também o mérito, ocorrendo na maioria dos casos sobre o inciso V do 966, tratando de violação manifesta da norma jurídica. Diferentemente do que ocorreria caso seja sob o inc. II, da incompetência absoluta, sendo o processo enviado ao juízo competente para que o processo tenha regular andamento. · É obrigatório que o primeiro pedido seja: a rescisão da decisão transitada em julgado, pois é isso que configura uma ação rescisória. · O segundo pedido pode ou não ser consoante ao pedido principal. –– Para evitar o abuso no exercício da ação rescisória, cabe ao autor, ao menos em regra, deverá caucionar o juízo em 5% do valor da causa, caução que será perdida para o réu na hipótese de decisão colegiada ser unânime, de inadmissibilidade ou de improcedência. · Limitados a 1000 salários-mínimos (Art.968 §2º), sendo dispensado ao caucionamento as empresas, autarquias e fundações de direito público, tais quais o MP a defensoria pública e beneficiário da gratuidade de justiça. Valor da Causa: Corresponderá ao proveito econômico que se obterá com a desconstituição do provimento judicial. Exemplo 1 Pretensão de rescindir integralmente uma decisão condenatória, o valor da causa será o da condenação corrigida. 2 Se for apenas a condenação em honorários fixados na decisão, o valor será esse. Indeferimento da petição inicial (Art.968 §3º e 4º) §3- Hipóteses do art. 330 (indeferimento da petição inicial) e quando não houver sido feito a caução exigido pelo Inc. II §4º- Hipóteses prevista no Art. 332 (Improcedência liminar do pedido) · Pelo silêncio do disposto nos artigos, é irrecusável a aplicação do art. 321, que possibilita a emenda a inicial. A propositura de ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, exceto quando for concedida tutela provisória, dependendo do caso podendo ser cautelar ou antecipada, de urgência e de evidência e incidental e antecedente. PROCEDIMENTO Ocorrendo o juízo de admissibilidade da petição inicial, o réu será citado para apresentar a resposta no prazo estipulado pelo relator,<p>autônomo de impugnação de decisões judiciais. Natureza jurídica de ação. Cria um novo processo.</p><p>✓ Competência: Tribunal, qualquer que seja o Tribunal, cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.</p><p>✓ Finalidade: cassar a decisão reclamada, e não anulá-la ou reformá-la.</p><p>✓ Qualquer das partes do processo em que proferida a decisão, poderão propor a reclamação, bem como o Ministério Público.</p><p>✓ Sujeito passivo: a parte beneficiária da decisão reclamada.</p><p>✓ Petição inicial: requisitos do art. 319 do CPC. E, dirigida ao Presidente do Tribunal, que mandará autuar e distribuir ao Relator, preferencialmente o mesmo da causa principal.</p><p>Procedimento – (arts. 989 a 993)</p><p>O procedimento é sumário documental, a exemplo do mandado de segurança.</p><p>Com a procedência do pedido formulado em sede de reclamação, o Tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à preservação de sua competência.</p><p>A reclamação pode ter natureza rescisória?</p><p>Art. 988, § 5º, inciso I.</p><p>É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada.</p><p>Desta forma, a reclamação não possui natureza rescisória.</p><p>A parte poderá interpor recurso e reclamação contra a mesma decisão?</p><p>Sendo meios de impugnação de diferentes naturezas, não há qualquer vedação à concomitância de recurso e reclamação contra a mesma decisão.</p><p>Pode-se afirmar que, seria postura conservadora da parte, pois afastaria qualquer discussão a respeito do trânsito em julgado da decisão, causa de inadmissão da reclamação, nos termos do art. 988, § 5º, inciso I, do CPC.</p><p>Existe réu na reclamação?</p><p>O inciso I, do art. 989, do CPC, prevê que o Relator requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará em 10 dias.</p><p>A autoridade não é ré na reclamação, conforme inciso III, do art. 989, que dispõe determinação para que o Relator determine a citação do beneficiário da decisão impugnada.</p><p>O réu, com direito à contestação, é o beneficiário da decisão impugnada pela reclamação.</p><p>Caberá tutela de urgência na reclamação?</p><p>Nos termos do inciso II, do art. 989, ao despachar a reclamação, o Relator, se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável.</p><p>Temos aqui, se preenchidos os requisitos do caput do art. 300, a possibilidade de concessão de tutela de urgência.</p><p>Qual a participação do Ministério Público na reclamação?</p><p>O Ministério Público poderá figurar na reclamação como reclamante e naquelas que não tiver formulado, deverá ser intimado para manifestação no prazo de 5 dias após o decurso do prazo para informações e para oferecimento da contestação, nos termos do art. 991 do CPC.</p><p>Desta forma, terá participação como parte ou como fiscal da ordem jurídica, a depender do caso concreto.</p>autônomo de impugnação de decisões judiciais. Natureza jurídica de ação. Cria um novo processo. ✓ Competência: Tribunal, qualquer que seja o Tribunal, cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir. ✓ Finalidade: cassar a decisão reclamada, e não anulá-la ou reformá-la. ✓ Qualquer das partes do processo em que proferida a decisão, poderão propor a reclamação, bem como o Ministério Público. ✓ Sujeito passivo: a parte beneficiária da decisão reclamada. ✓ Petição inicial: requisitos do art. 319 do CPC. E, dirigida ao Presidente do Tribunal, que mandará autuar e distribuir ao Relator, preferencialmente o mesmo da causa principal. Procedimento – (arts. 989 a 993) O procedimento é sumário documental, a exemplo do mandado de segurança. Com a procedência do pedido formulado em sede de reclamação, o Tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à preservação de sua competência. A reclamação pode ter natureza rescisória? Art. 988, § 5º, inciso I. É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada. Desta forma, a reclamação não possui natureza rescisória. A parte poderá interpor recurso e reclamação contra a mesma decisão? Sendo meios de impugnação de diferentes naturezas, não há qualquer vedação à concomitância de recurso e reclamação contra a mesma decisão. Pode-se afirmar que, seria postura conservadora da parte, pois afastaria qualquer discussão a respeito do trânsito em julgado da decisão, causa de inadmissão da reclamação, nos termos do art. 988, § 5º, inciso I, do CPC. Existe réu na reclamação? O inciso I, do art. 989, do CPC, prevê que o Relator requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará em 10 dias. A autoridade não é ré na reclamação, conforme inciso III, do art. 989, que dispõe determinação para que o Relator determine a citação do beneficiário da decisão impugnada. O réu, com direito à contestação, é o beneficiário da decisão impugnada pela reclamação. Caberá tutela de urgência na reclamação? Nos termos do inciso II, do art. 989, ao despachar a reclamação, o Relator, se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável. Temos aqui, se preenchidos os requisitos do caput do art. 300, a possibilidade de concessão de tutela de urgência. Qual a participação do Ministério Público na reclamação? O Ministério Público poderá figurar na reclamação como reclamante e naquelas que não tiver formulado, deverá ser intimado para manifestação no prazo de 5 dias após o decurso do prazo para informações e para oferecimento da contestação, nos termos do art. 991 do CPC. Desta forma, terá participação como parte ou como fiscal da ordem jurídica, a depender do caso concreto.