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<p>5</p><p>FACULDADE LEGALE</p><p>CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO PÚBLICO</p><p>O DIREITO PÚBLICO: PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>SÃO PAULO - SP</p><p>2021</p><p>O DIREITO PÚBLICO: PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Trabalho apresentado a Faculdade Legale como requisito parcial para a obtenção do título de Pós Graduação em Direito Público.</p><p>Orientador: Equipe Legale.</p><p>SÃO PAULO - SP</p><p>2021</p><p>RESUMO</p><p>O presente trabalho pretende abordar “o direito público: princípio constitucional da eficiência na Administração Pública”, acrescido no ordenamento jurídico por meio da emenda constitucional n° 19/98. A melhoria da prestação dos serviços públicos, em nossa visão, é um tema relevante que precisa, a cada dia, ser lapidado. O objetivo deste trabalho é analisar a efetividade da aplicação de tal princípio, o qual foi inserido expressamente pelo legislador constituinte com a finalidade de melhorar a qualidade dos serviços públicos no Brasil, objetivando, na realidade, os resultados da ação do administrador e servidor públicos, ou seja, sua eficácia. Para tanto, em um primeiro momento, aborda-se a diferenciação jurídica entre regras e princípios. Em seguida, discorre sobre o princípio da eficiência. Em terceiro momento fala da aplicação do princípio da eficiência na Administração Pública. No quarto momento analisa-se a inserção do princípio da eficiência com a emenda constitucional n° 19/98. Por fim, busca-se fazer uma diferenciação entre eficácia e eficiência na luminosidade da Administração Pública moderna.</p><p>Palavras-chave: Princípios; Administração Pública; Eficiência; Eficácia.</p><p>ABSTRACT</p><p>The present work intends to approach “public law: constitutional principle of efficiency in Public Administration”, added to the legal system by means of constitutional amendment n° 19/98. The improvement in the provision of public services, in our view, is a relevant issue that needs to be refined every day. The objective of this work is to analyze the effectiveness of the application of such principle, which was expressly inserted by the constituent legislator with the purpose of improving the quality of public services in Brazil, aiming, in reality, the results of the action of the administrator and public servant, that is, its effectiveness. Therefore, at first, the legal differentiation between rules and principles is approached. It then discusses the principle of efficiency. Thirdly, he speaks of the application of the principle of efficiency in Public Administration. In the fourth moment, the insertion of the principle of efficiency with the constitutional amendment n° 19/98 is analyzed. Finally, it seeks to differentiate between effectiveness and efficiency in the light of modern Public Administration.</p><p>Key-words: Principles; Public administration; Efficiency; Efficiency.</p><p>.</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................5</p><p>2 A DIFERENCIAÇÃO ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS 7</p><p>3 O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 12</p><p>4 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 15</p><p>5 A INSERÇÃO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA COM A EMENDA CONSTITUCIONAL N° 19/98 18</p><p>6 DIFERÊNCIAÇÂO ENTRE EFICÁCIA E EFICIÊNCIA NÀ LUMINOSIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MODERNA 25</p><p>CONCLUSÃO 28</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 30</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>Tanto na Administração Pública como em outro conjunto de órgãos, possuem direitos e deveres que precisam ser considerados, respeitados e também compridos. E para ela funcionar carece ter alguma base. Igualmente como a Constituição Federal de 1988 tem nos artigos 1º a 4º seus princípios fundamentais que quadram como alicerce para toda organização legal presente nela e, também na Administração Pública apresenta seu conjunto de princípios.</p><p>Têm-se como princípios da Administração Pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal de 1988 a Legalidade, Moralidade, Impessoalidade, Eficiência e Publicidade. No presente trabalho trata-se apenas do princípio da eficiência. Onde esse princípio determina que o Estado cumpra uma boa administração.</p><p>O princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros (MEIRELLES, 2009, p.98).</p><p>Os serviços públicos sempre ocorreram inumeráveis críticas por parte de seus usuários. Isto porque a Administração Pública esteve relacionada por muitos anos definido em burocratização impedindo de agilizar o cumprimento de metas colocadas pelo respectivo administrador, que, ao se defrontar com regimentos, normas e circulares careciam segui-los à risca, para não enfrentar um processo e vir até a perder o cargo. E outro ponto é que o usuário de serviço público deparava com uma Administração Pública impossibilitada, em que os próprios funcionários públicos se habituaram à vagarosidade dependente à burocracia.</p><p>O presente trabalho tende, portanto, focalizar o princípio da eficiência na Administração Pública ressaltando a efetividade da aplicação de tal princípio e aspectos como o contentamento do usuário e a qualidade na prestação de seus serviços. Também visando explanar alguns assuntos sobre a eficácia e a eficiência na Administração Pública, conceitos parecidos ao simples visão de alguns, porém, na realidade, totalmente diferenciado.</p><p>O primeiro capítulo é destinado à compreensão da diferenciação entre princípios e regras, de modo a analisar a natureza dos princípios.</p><p>No segundo capítulo discorre sobre o princípio da eficiência, sendo considerada a relação do modo de atuação do agente público com o usuário.</p><p>E o terceiro capítulo fala da aplicação do princípio da eficiência na Administração Pública, sendo a ligação entre a eficiência e a qualidade na prestação do serviço público.</p><p>No quarto capítulo buscou-se uma visão a respeito da inserção do princípio da eficiência com a emenda constitucional n° 19/98. Também citado brevemente às várias fases por que passou a Administração Pública.</p><p>E no quinto capítulo foi discreto para a diferenciação entre eficácia e eficiência na luminosidade da Administração Pública moderna, no qual procurou através de definição de alguns estudiosos da Administração sobre o tema, deixando clara a diferenciação entre eficácia e eficiência.</p><p>Enfim, o objetivo deste trabalho é demonstrar a importância do princípio da eficiência na Administração Pública, sendo de suma relevância o tema, uma vez que a analogia entre a administração pública e o usuário dos serviços públicos, vem se justificar quando é atingida a finalidade maior, que é: a “finalidade pública”.</p><p>2 A DIFERENCIAÇÃO ENTRE REGRAS E PRINCÍPIOS</p><p>A diferenciação entre regras e princípios faz-se a ideia de que seja o fundamento para o estudo do começo da ação neste trabalho. E em razão disso, o direito seja controlada especialmente pela lei positivada, e o questionamento dos princípios vem sendo cada vez mais seguida pelo ordenamento jurídico brasileiro.</p><p>E em seu artigo 4°, a Lei de Introdução ao Código Civil, reconhece o uso dos princípios gerais do direito em casos de ocultação da lei. Dessa forma, carece o juiz determinar o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito, quando aquela for ocultada.</p><p>Constata-se, que os princípios conduzem os casos de ocultação, como também, são encontrados em toda a legislação, uma vez que do princípio transcursam várias leis infraconstitucionais, além de transpassar a própria Constituição Federal em diversos textos.</p><p>Assim, verifica-se a necessidade de descrever resumidamente a diferenciação entre regras e princípios. Porém, primeiramente, compete acatar que, tanto as regras como os princípios apresentam caráter normativo, tal</p><p>como é anotado pelo Rothenburg (2003, p.48) em sua obra Princípios Constitucionais:</p><p>Antes de adentrar a discussão acerca da autonomia conceptual dos princípios, com detença em suas particularidades e distinções para com as demais normas jurídicas, mister se faz render homenagem ao muito que todos – princípios e regras – têm em comum, é dizer, do caráter normativo de ambos, a fazê-los espécies filiais de um mesmo gênero: a norma jurídica. “Tanto as regras como os princípios são normas porque ambos dizem o que deve ser. Ambos podem ser formulados com a ajuda das expressões deônticas básicas do mandamento, da permissão e da proibição. Os princípios, tal como as regras, são razões para juízos concretos de dever ser, ainda quando sejam razões de um tipo muito diferente. A diferenciação entre regras e princípios é pois, uma distinção entre dois tipos de normas” (ALEXY, 1993, p.83; também Lorenzetti (1998, p.286).</p><p>Miranda (1988, p.198) traduz na própria designação essa matriz comum, ao referir-se a “normas-princípios” e “normas disposições”. Sobre essa identidade básica é que se vão traçar diferenças, a respeito da diversa feição normativa que cada qual apresenta, justificando uma natureza peculiar tanto aos princípios quanto às regras, mas que não deve ocultar o que lhes é igual em essência.</p><p>E nas palavras de Espíndola (1999, p.64) em seu livro Conceito de Princípios Constitucionais ressalta as relevantes diferenciações entre princípio e regra. Assim, o autor frisa que:</p><p>A primeira acentuação distintiva entre princípios e regras, de valor teórico reconhecido, proposta por Boulanger, atentou para o predicado de generalidades dessas duas espécies de normas: “... a generalidade da regra jurídica não se deve entender da mesma maneira que a generalidade de um princípio”. Ele demonstrou “... que a regra é geral porque estabelecida para um número indeterminado de atos ou fatos. Isso não obstante, ela é especial na medida em que regula senão tais atos ou tais fatos: é editada para ser aplicada a uma situação jurídica determinada. Já o princípio é geral porque comporta uma série indefinida de aplicações.</p><p>Desenrola-se, à frente, que a regra, ainda que careça ser conduzida a todos, é empregada a uma ação ou determinado acontecimento. Sua obtenção, dessa maneira, é limitada, carecendo, de um acontecimento. O princípio, no que lhe diz respeito, pode ser empregado a diversas circunstâncias, sendo ilimitado.</p><p>E outra distinção citada pelo autor Espíndola profere a utilização das regras e princípios:</p><p>Mais tarde, Dworkin em Taking Rights Seriously, estabeleceu mais dois critérios, baseados em duas idéias: a primeira, a do tudo ou nada, e a segunda, a do peso ou da importância.</p><p>Pelo primeiro, “as regras jurídicas são aplicáveis por completo ou não são, de modo absoluto, aplicáveis. Trata-se de um tudo ou nada. Desde que os pressupostos de fato aos quais a regra se refira (...) se verifiquem, em uma situação concreta, e sendo ela válida, em qualquer caso há de ser aplicada. Já os princípios jurídicos atuam de modo diverso: mesmo aqueles que mais se assemelham às regras não se aplicam automática e necessariamente quando as condições previstas como suficientes para sua aplicação se manifestam. O segundo critério, decorrente do primeiro, acentua “... que os princípios possuem uma dimensão que não é própria das regras jurídicas: a dimensão do peso ou importância. Assim, quando se entrecruzam vários princípios, quem há de resolver o conflito deve levar em contra o peso relativo de cada um deles (...) as regras não possuem tal dimensão. Não podemos afirmar que uma delas, no interior do sistema normativo, é mais importante do que outra, de modo que, no caso de conflito entre ambas, deva prevalecer uma em virtude do seu peso maior. Se duas regras entram em conflito, uma delas não é válida (Idem, p.64-65).</p><p>Observa-se que na utilização dos princípios, “um não se sobrepõe ao outro, sendo perfeitamente possível a coexistência de mais de um princípio, ponderando-se em caso de conflito, o peso ou importância de cada um” (Idem, p.65).</p><p>Já nas regras, torna-se a invalidação jurídica, indo de encontro à outra, não consisti em provável coexistência de regras de acordo com a teoria conflitante entre si. “Nesse sentido, quando uma regra passa a contrariar outra anteriormente em vigência tem-se o fenômeno da revogação, tácito ou expresso” (Idem, p.66).</p><p>Observando o cenário do desenvolvimento da diferenciação entre regras e princípios em seu livro Teoria dos Princípios, Ávila (2006, p.35-36) explana que diversos são os autores que recomendaram significações para as espécies normativas, sendo que determinadas apresentaram amplo seguimento doutrinária. E olhando as colocações de alguns estudiosos, segundo tal autor, a iniciar por Esser:</p><p>Princípios são aquelas normas que estabelecem fundamentos para que determinado mandamento seja encontrado. Mais do que uma distinção baseada no grau de abstração da prescrição normativa, a diferença entre os princípios e as regras seria uma distinção qualitativa. O critério distintivo dos princípios em relação às regras seria, portanto, a função de fundamento normativo para a tomada de decisão.</p><p>Seguindo o mesmo caminho, Larez define os princípios como normas de grande relevância para o ordenamento jurídico, na medida em que estabelecem fundamentos normativos para a interpretação e aplicação do Direito, deles decorrendo, direta e indiretamente, normas de comportamento. Para esse autor, os princípios seriam pensamentos diretivos de uma regulação jurídica existente ou possível, mas que ainda não são regras suscetíveis de aplicação, na medida em que lhes falta o caráter formal de proposições jurídicas, isto é, a conexão entre uma hipótese de incidência e uma conseqüência jurídica. Daí por que os princípios indicariam somente a direção em que está situada a regra a ser encontrada, como que determinando um primeiro passo direcionador de outros passos a obtenção da regra (...).</p><p>Mais diante faz certo exposições sobre a colocação de outro autor a respeito desta diferenciação entre regras e princípios:</p><p>Para Canaris duas características afastariam os princípios das regras. Em primeiro lugar, o conteúdo axiológico: os princípios, ao contrário das regras, possuiriam um conteúdo axiológico explícito e careceriam, por isso, de regras para sua concretização. Em segundo lugar, há o modo de interação com outras normas: os princípios, ao contrário das regras, receberiam seu conteúdo de sentido somente por meio de um processo dialético de complementação e limitação. Acrescenta-se, pois, novos elementos aos critérios distintivos antes mencionados, na medida em que se qualifica como axiológica a fundamentação exercida pelos princípios e se predica como distintivo seu modo de interação (Idem, p.36).</p><p>Ávila, portanto, define sobre a colocação de Dworkin:</p><p>[...] Para ele, as regras são aplicadas ao modo tudo ou nada (all-ornothing), no sentido de que, se a hipótese de incidência de uma regra é preenchida, ou é a regra válida e a conseqüência normativa deve ser aceita, ou ela não é considerada válida. No caso de colisão entre regras, uma delas deve ser considerada inválida. Os princípios, ao contrário, não determinam absolutamente a decisão, mas somente contêm fundamentos, os quais devem ser conjugados com outros fundamentos provenientes de outros princípios. Daí a afirmação de que os princípios, ao contrário das regras, possuem uma dimensão de peso (dimension of weight), demonstrável na hipótese de colisão entre os princípios, caso em que o princípio com peso relativo maior se sobrepõe ao outro, sem que este perca a sua validade. Nessa direção, a distinção elaborada por Dworkin não consiste numa distinção de grau, mas numa diferenciação quanto à estrutura lógica, baseada em critérios classificatórios, em vez de comparativos, como afirma Alexy. [...] (Idem, p.36-37).</p><p>Enfim, o autor explana a colocação de Alexy sobre a distinção entre normas e princípios, especialmente no que se refere à colisão:</p><p>[...] Alexy, partindo das considerações</p><p>de Dworkin, precisou ainda mais o conceito de princípios. Para ele, os princípios jurídicos consistem apenas em uma espécie de normas jurídicas por meio da qual são estabelecidos deveres de otimização aplicáveis em vários graus, segundo as possibilidades normativas e fáticas. Com base na jurisprudência do Tribunal Constitucional Alemão, Alexy demonstra a relação de tensão ocorrente no caso de colisão entre os princípios: nesse caso, a solução não se resolve com a determinação imediata da prevalência de um princípio sobre o outro, mas é estabelecida em função da ponderação entre os princípios colidentes, em função da qual um deles, em determinadas circunstâncias concretas, recebe a prevalência. Os princípios, portanto, possuem apenas uma dimensão de peso e não determinam as conseqüências normativas de forma direta, ao contrário das regras. É só a aplicação dos princípios diante dos casos concretos que os concretiza mediante regras de colisão [...] (Idem, p.37).</p><p>Ávila adiciona em comparar os autores Alexy e Dworkin:</p><p>A distinção entre princípios e regras – segundo Alexy – não pode ser baseada no modo tudo ou nada de aplicação proposto por Dworkin, mas deve resumir-se, sobretudo, a dois fatores: diferença quanto à colisão, na medida em que os princípios colidentes apenas têm sua realização normativa limitada reciprocamente, ao contrário das regras, cuja colisão é solucionada com a declaração de invalidade de uma delas ou com a abertura de uma exceção que exclua a antinomia; diferença quanto à obrigação que instituem, já que as regras instituem obrigações absolutas, não superadas por normas contrapostas, enquanto os princípios instituem obrigações prima facie, na medida em que podem ser superadas ou derrogadas em função dos outros princípios colidentes (Idem, p.38).</p><p>Como se vê, são muitas as diferenciações entre princípios e regras, embora as duas sejam classificadas como normas jurídicas.</p><p>No que diz respeito à especificação dos princípios constitucionais, compete destacar o posicionamento de Barroso, o qual os qualifica como grau de importância e abrangência e, de acordo com a explicação de Rothenburg (2003, p.69) em sua obra Princípios Constitucionais:</p><p>Barroso (1991:26 e s.), tomando a Constituição brasileira de 1988 e levando em conta o grau de importância e abrangência dos princípios, triparte-os em:</p><p>- princípios fundamentais (“que contêm as decisões políticas estruturais do estado”): o republicano (Constituição brasileira, artigo 1°, caput), o federativa (artigo 1°, caput), o da separação dos Poderes (artigo 2°), o presidencialista (artigo 76) e o da livre iniciativa (artigo 1°, IV);</p><p>- princípios constitucionais gerais (desdobramentos menos abstratos dos princípios fundamentais, equivalendo aos “princípios garantia” de Canotilho): o da legalidade (artigo 5°, II), o da isonomia (artigo 5° caput e I), o da autonomia estadual e municipal (artigo 18), o do acesso ao Judiciário (artigo 5°, XXXV), o da irretroatividade das leis (artigo 5°, XXXVI), o do juiz natural (artigo 5° XXXVII e LIII) e o do devido processo legal (artigo 5°, LIV); - princípios setoriais ou especiais (“presidem um específico conjunto de normas afetas a um determinado tema, capítulo ou título da Constituição... Por vezes são mero detalhamento dos princípios gerais, como os princípios da legalidade tributária ou da legalidade penal. Outras vezes são autônomos, como o princípio da anterioridade em matéria tributária ou o do concurso público em matéria de administração pública”): relativos à Administração pública (o da legalidade administrativa, o da impessoalidade, o da moralidade e o da publicidade – artigo 37, caput; [...].</p><p>Examina-se que os princípios referentes à Administração Pública são identificados princípios setoriais ou especiais. E haja vista que a obra citada é datada de 1991, assim sendo, precedente à emenda que empregou a inclusão do princípio da eficiência na lista dos princípios administrativos constitucionais e, hoje em dia, este compõe uma das mais relevantes normas de direito público, uma vez que, ao lado dos demais princípios, dita normas de conduta a tornar-se exercitadas pelo agente ou administrador público em suas afinidades administrativas.</p><p>3 O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA</p><p>Neste ponto de vista, Di Pietro (2014, p.82), demonstra que: o princípio da eficiência apresenta, na autenticidade, dois aspectos:</p><p>Pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação de serviço público.</p><p>Com consequencia, cabe fazer citação de Gabardo (2002, p.146), que vem concluir o que se declara até o momento:</p><p>A expressão eficiência possui múltiplos sentidos, com semelhanças e afinidades, mantendo-se, contudo, suas diferenças, que variam conforme os autores e as teorias a serem considerados. Mas é a partir do ideal comum de racionalização que todos os conceitos afins são tomados pelas distintas racionalidades público-administrativas, com o objetivo de construírem seus modelos de gestão de Estado.</p><p>O princípio da eficiência é um dos mais respeitáveis para o desempenho da Administração Pública como um todo. Tendo afinidade direta com a gestão dos interesses públicos.</p><p>E segundo Moreira Neto, (2014, p.183):</p><p>Entendida, assim, a eficiência administrativa, como a melhor realização possível da gestão dos interesses públicos, posta em termos de plena satisfação dos administrados com os menores custos para a sociedade, ela se apresenta, simultaneamente, como um atributo técnico da administração, como uma exigência ética a ser atendida, no sentido weberiano de resultados, e, coroando a relação, como uma característica jurídica exigível, de boa administração dos interesses públicos. Embora já praticado no âmbito da proteção do consumidor, e doutrinariamente reconhecido nas obras dos administrativistas mais recentes, o certo é que, uma vez constitucionalmente consagrado este dever de eficiência do setor público, conotado aos interesses da sociedade, sempre que possa ser objetivamente aferível, passou a ser um direito da cidadania.</p><p>Importante salientar que mesmo não existindo hierarquia entre os princípios a eficiência carece ser empregada em todas as áreas da Administração Pública com limites legais incluídos e sendo determinados e aprimorados pelo princípio da legalidade.</p><p>Sob a visão do Direito, Torres (2004, p.175), traz apreciação para a área pública a eficácia:</p><p>Eficácia: basicamente, a preocupação maior que o conceito revela se relaciona simplesmente com o atingimento dos objetivos desejados por determinada ação estatal, pouco se importando com os meios e mecanismos utilizados para atingir tais objetivos. Eficiência: aqui, mais importante que o simples alcance dos objetivos estabelecidos é deixar explícito como esses foram conseguidos. Existe claramente a preocupação com os mecanismos utilizados para obtenção do êxito da ação estatal, ou seja, é preciso buscar os meios mais econômicos e viáveis, utilizando a racionalidade econômica que busca maximizar os resultados e minimizar os custos, ou seja, fazer o melhor com menores custos, gastando com inteligência os recursos pagos pelo contribuinte.</p><p>É visto que antes de falar em organização é preciso demonstrar a ligação entre diferentes ideias desses critérios, como bem ilustra Santos (2003, p.189):</p><p>Seja no âmbito da administração privada, seja no da administração pública, eficiência e eficácia têm de andar juntas, significando que, em qualquer empreendimento ou organização, deve-se sempre buscar o melhor resultado, com o menor esforço e custos possíveis.</p><p>A ideia de eficiência pode discordar do entendimento em discussão. Onde alguns falam que ser eficiente é executar com qualidade, mesmo realizando os trabalhos com lentidão. Outros optam na defesa que é preciso ter mais agilidade para dar</p><p>atendimento em maior número de pessoas. E há quem resguarda somente na união da qualidade e celeridade obtém a eficiência.</p><p>Segundo Alexandre (2015, p.204):</p><p>O conteúdo do princípio da eficiência diz respeito a uma administração pública que prime pela produtividade elevada, pela economicidade, pela qualidade e celeridade dos serviços prestados, pela redução dos desperdícios, pela desburocratização e pelo elevado rendimento funcional. Todos estes valores encarnam o que se espera de uma administração eficiente, que em última análise pode ser resumida na seguinte frase: “fazer mais e melhor, gastando menos.</p><p>Mas é necessário advertir que a eficiência na Administração Pública não pode ser igualada a eficiência existente nas empresas privadas. Pelo motivo que os objetivos delas são em obter maiores lucrar e a Administração Pública tem seus objetivos maiores manter o Estado em funcionamento.</p><p>E nas palavras Di Pietro (2014, p.84-85):</p><p>O princípio da eficiência apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público.</p><p>Ficando claro que o Estado em seus interesses vão além da arrecadação. Dando prioridade no setor das necessidades sociais em servir a população.</p><p>E Mazza (2014, p.107-108) complementa o entendimento da função do princípio da eficiência ao pronunciar que:</p><p>É impossível deixar de relacionar o princípio da eficiência com uma lógica da iniciativa privada de como administrar. Porém, o Estado não é uma empresa; nem sua missão, buscar o lucro. Por isso, o princípio da eficiência não pode ser analisado senão em conjunto com os demais princípios do Direito Administrativo. A eficiência não pode ser usada como pretexto para a Administração Pública descumprir a lei. Assim, o conteúdo jurídico do princípio da eficiência consiste em obrigar a Administração a buscar os melhores resultados por meio da aplicação da lei.</p><p>O princípio da eficiência faz parte da lei de forma expressa e encontra-se agregado ao mais importante ordenamento jurídico nacional. Tanto que não foi colocado na Carta Magna de forma aleatória, pois veio surgir de uma necessidade do Estado.</p><p>Alexandre (2015, p.204) fala da colocação da palavra eficiência no caput do art. 37 da Constituição:</p><p>(...) a colocação da palavra eficiência no caput do art. 37 da Constituição como o ato de fincar uma bandeira naquele local, mas sem descuidar de espalhar no texto constitucional novos institutos, novas regras aptas a buscar a concretização real do princípio.</p><p>Assim, a apresentação desse princípio na listagem de princípios devendo ser respeitados pela Administração Pública na maneira de seus integrantes tendo o dever da Administração Pública de ser eficiente.</p><p>4 APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA</p><p>Afirmando a ligação entre a eficiência e a qualidade na prestação do serviço público, e Grotti (2003, p.298-299) apresenta uma definição próxima:</p><p>É um conceito econômico, que introduz, no mundo jurídico, parâmetros relativos de aproveitamento ótimo de recursos escassos disponíveis para a realização máxima de resultados desejados. Não se cuida apenas de exigir que o Estado alcance resultados com os meios que lhe são colocados à disposição pela sociedade (eficácia), mas de que os efetue o melhor possível (eficiência), tendo, assim, uma dimensão qualitativa.</p><p>[...]</p><p>A eficiência diz respeito ao cumprimento das finalidades do serviço público, de molde a satisfazer necessidades dos usuários, do modo menos oneroso possível, extraindo-se dos recursos empregados a maior qualidade na sua prestação.</p><p>Outro olhar importante no que se refere ao tema é dada por Moraes (2002, p.37), onde divulga que:</p><p>O administrador público precisa ser eficiente, ou seja, deve ser aquele que produz o efeito desejado, que dá bom resultado, exercendo suas atividades sob o manto da igualdade de todos perante a lei, velando pela objetividade e imparcialidade.</p><p>Assim, princípio da eficiência é aquele que impõe à Administração Pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir maior rentabilidade social.</p><p>É sensato entender que a aceitação da eficiência como princípio constitucional deriva da influência do citado padrão de Administração Pública no Estado brasileiro, como, aliás, pode ser averiguado na apresentação das explanações apontada por Fischer (2006, p. 262):</p><p>Devemos lembrar que a explicitação normativa do princípio da eficiência na Constituição de 1988, por meio da EC 19/1998, realizou-se em um momento que se pretendeu impor uma profunda transformação na estrutura e no funcionamento da Administração Pública brasileira. Estamos às voltas com uma nova (e, para muitos, brilhante) idéia, a de Administração Pública gerencial, na qual o papel do princípio da eficiência seria central, na medida em que ‘teria o condão de voltar-se contra a burocracia estatal, atenuando o formalismo exacerbado da Administração Pública brasileira.</p><p>Os princípios são normas jurídicas que determinam acautelamento, afinidade direta com a prática, aplicação precisamente dos princípios e complementação. Eles não são absolutos em sua utilidade, porém seus efeitos devem ser transmitidos nos serviços e trabalhos da Administração Pública.</p><p>E nas palavras do autor Fischer coloca que:</p><p>A existência desse princípio previsto na Constituição Federal não pode ser considerada de efeito meramente decorativo. Deve a Administração buscar formar de aplicar e fiscalizar a aplicação dele junto aos seus integrantes. A capacitação dos profissionais da Administração, a melhor organização de setores e distribuição de tarefas são exemplos de ações que podem ser tomadas pelo Estado para garantir o exercício da eficiência (Idem, p.263).</p><p>Tanto que há tempos existem muitas reclamações a respeito do péssimo atendimento nos órgãos da Administração Pública. E a má qualidade no atendimento origina-se nos profissionais, como no tempo de espera, no retorno muitas vezes inexistente quando se busca o serviço público.</p><p>Nesse enquadramento, Alexandre (2015, p.204-205) traz as seguintes regras inseridas no ordenamento jurídico com o objetivo de fazer-se mais eficiente à prestação de serviços públicos:</p><p>Para adquirir estabilidade o servidor público necessariamente terá que passar por uma avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade (CF, art. 41, § 4.º); Mesmo após a aquisição da estabilidade, o servidor não pode relaxar, estando sujeito a avaliação periódica de desempenho, podendo vir a perder o cargo, no caso de insuficiência, assegurada ampla defesa (CF, art. 41, § 1.º, III); A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ficaram obrigados a manter escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos em um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados; Passou a existir a possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta, mediante contrato de gestão, a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para órgão ou entidade.</p><p>Ainda que o efeito de ornamentar brasileiro cause a formula para a melhoria da efetividade da aplicação e fiscalização apresenta desempenho abaixo das expectativas. Mesmo a Administração Pública</p><p>não sendo uma empresa privada e preocupada com a concorrência careça buscar a todo o momento a evolução do seu serviço. E não se tratando apenas em observar os cuidados nas áreas de atendimento ao cliente, pois, os setores internos refletem nos setores externos, assim, havendo a necessidade maior na organização de maneira que possam ver o trabalho com metas de qualidade a cumprir.</p><p>E segundo Alexandre (2015, p.205):</p><p>A aplicação de metas no serviço público não seria para sobrecarregar o servidor. Teria como função desafogar a Administração de atividades acumuladas, retirar a sobrecarga de serviço de alguns setores e distribuir as funções de forma mais metódica. Além disso, o Estado também poderia buscar na iniciativa privada modelos positivos de eficiência. Não significaria que o Estado terá a se submeter ao setor privado, apenas estaria a se apropriar de algumas ideias que poderiam ser posteriormente aproveitadas de forma adaptada as necessidades do Estado.</p><p>É visto aparelhagem estatal ainda é muito burocrático, porém Moreira Neto (2014, P. 183) mostra que:</p><p>Não há nada errado em ser burocrático, até porque muitas fraudes e falhas são evitadas por conta da burocracia exigida em diversos serviços. O problema dela na Administração Pública é que muitas vezes não é aplicada de forma proveitosa. Muitas vezes as etapas burocráticas de um serviço ferem diretamente o princípio constitucional da Eficiência na Administração pública por não aplicar economia de recursos, celeridade no serviço e qualidade no serviço.</p><p>Como também o excesso de burocracia muitas vezes submete a sociedade a sentir indignação. “É esse tipo de ocorrência que faz a sociedade descontar as frustrações com o serviço nos agentes do Estado. O retorno disso são funcionários cada vez mais desmotivados e que acabam por refletir isso no serviço” (Idem, p.183). Assim, formando uma sucessão de serviço mal prestado.</p><p>E o mesmo autor coloca que:</p><p>Qualidades intrínsecas de excelência são, por certo, numerosas e diferenciadas, sendo, assim, imprescindível defini-las através de parâmetros objetivos previamente anexados, que se destinam à aferição dos resultados alcançados pela ação administrativa. Esses parâmetros tanto poderão ser fixados pela lei, como pelo ato administrativo, pelo contrato administrativo ou pelo ato administrativo complexo, sob critérios de tempo, de recursos utilizados, de generalidade do atendimento ou de respostas de usuários (feedback), tendo sempre em linha de conta que o conceito jurídico de eficiência jamais poderá ser subjetivo, pois de outro modo, chegar-se-ia ao arbítrio no controle (Idem, p.184).</p><p>Enfim, o Estado tem capacidade de impedir a continuação dessa etapa com o investimento na reforma da gestão pública. Ficando clara a importância de investir na profissionalização dos servidores, pois estudos mostram os impactos negativos por conta da ineficiência na administração, vindo assim, identificar rigorosamente as falhas para que se possa resolvê-las e exercer verdadeiramente o que a Constituição Federal exige da Administração Pública.</p><p>5 A INSERÇÃO DO PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA COM A EMENDA CONSTITUCIONAL N° 19/98</p><p>Verifica-se que a Constituição Brasileira que a eficiência dentre os princípios norteadores da Administração Pública veio estreitar os compromissos entre o Direito e a Economia. Porém, não o suficiente, pois a aplicação da eficiência é diversificada ao se tratar do âmbito público e do privado.</p><p>E Galdino (2005, p.260) aponta a eficiência perpassa todo o Direito através da necessidade em buscar a efetividade dos direitos fundamentais:</p><p>A eficiência promove a releitura da administração pública, passando a funcionar como parâmetro de legitimação do Estado de Direito – para ser realmente legítimo, um Estado e a sua respectiva agenda administrativa devem ostentar padrões de eficiência.</p><p>É preciso construir o significado e a aplicabilidade desse novo princípio constitucional, o qual, para falar a verdade, não é imposto unicamente ao administrador público, mas de um modo geral a todo o sistema jurídico e a seus operadores</p><p>Em fazer a declaração ao princípio da eficiência, Ferraz (2003, p.202), atesta que,</p><p>é conveniente ter em pensamento que na interpretação de um regramento constitucional deve-se sempre buscar preservar e extrair o que se tem de benéfico e intercalar tudo aquilo que possa dar efetividade àqueles pontos mais polêmicos. No seu dizer, é preciso dar “rentabilidade jurídica” aos novos instrumentos trazidos pela Emenda Constitucional 19 de 1998.</p><p>O princípio da eficiência, inserida na Carta Magna através da Emenda Constitucional n° 19/98 compõe hoje um das bases da Administração Pública e alega como de essencial relevância, uma vez que o legislador posicionou-o também no grau dos demais princípios constitucionais, explanando uma apreensão maior com o tributo dos serviços públicos. A admissão deste princípio na Constituição Federal mostra, ainda, que o compromisso de eficiência, o qual se apresentava obscura, passando a ter uma importância maior, isso não quer dizer que antes da emenda não era requerido. Acontece que, com sua integração, veio evidenciar qualquer atuação administrativa que estivesse de encontro a tal princípio, passaria a ferir uma norma constitucional.</p><p>Alem do mais, ocorreu-se a ter uma apreensão maior com os efeitos acontecidos da prática das ações administrativos. Assim, “não basta que a Administração Pública atue dentro da legalidade e atenda aos demais princípios de impessoalidade, moralidade e publicidade” (MORAES, 2001, p.31). E o empenho pela elevação e melhoria na qualidade em prestação de serviços demanda que o administrador necessita ser especialmente, competente. Sendo uma reivindicação abrangente não só o administrador público em si, o qual precisa apresentar uma melhoria na qualidade de sua gestão, como também dos servidores públicos em geral, os quais devem realizar e executar suas funções da melhor forma possível.</p><p>O autor em sua obra Reforma Administrativo, nomeia o princípio da eficiência como aquele:</p><p>Que impõe à administração pública direta e indireta e a seus agentes a persecução do bem comum, por meio do exercício de suas competências de forma imparcial, neutra, transparente, participativa, eficaz, sem burocracia e sempre em busca da qualidade, primando pela adoção dos critérios legais e morais necessários para a melhor utilização possível dos recursos públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade social (Idem, p.32).</p><p>Complementa o autor que:</p><p>Não se trata de consagração da tecnocracia, mas, muito pelo contrário, o princípio da eficiência dirige-se para a razão e fim maior do Estado, a prestação dos serviços sociais essenciais à população, visando à adoção de todos os meios legais e morais possíveis para satisfação do bem comum (Idem, p.32).</p><p>Verifica-se que a premissa do propósito, o qual determina que:</p><p>Toda a ação do Estado deve dirigir-se a um fim público, está intrinsecamente relacionado ao princípio da eficiência, uma vez que, sem a aplicação de tal princípio, o administrador não atinge por completo a finalidade pública. Em outras palavras, para se atingir o fim público deve o administrador praticar os atos de modo a não afastar-se do interesse público (Idem, p.33).</p><p>Portanto, hoje uma boa administração requisita os melhores resultados, de maneira em atender o interesse dos usuários dos serviços públicos, ou sendo, as relevâncias da própria população.</p><p>Averigua-se que a Administração Pública “baseia-se no princípio da legalidade estrita, devendo realizar somente o que está previsto em lei” (Idem, p.33). Portanto, não pode o administrador ou agente público, com argumento de ser competente, vir exceder os limites previstos em lei para sua ação dentro da legalidade.</p><p>Segundo Meirelles (2002, p.62) o dever de eficiência,</p><p>é o que se impõe a todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas</p><p>com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros.</p><p>O princípio da eficiência, como informado, transcorre da correta finalidade do legislador em regressar à situação do serviço público, o qual se encontrava abstruído e burocratizado.</p><p>Para tal,</p><p>A inserção do princípio da eficiência no caput do artigo 37 da Constituição Federal denota uma preocupação com a gestão estratégica dos serviços públicos, consubstanciando um ideal de celeridade, qualidade, eficácia, enfim, busca pelo bem comum (Idem, p.62).</p><p>É visto que, o administrador público carecerá prevalecer pela boa administração favorecendo aspectos de desburocratização do serviço, resultando um atendimento melhor às finalidades da população, como também, o servidor público encarregado de suas funções precisa atuar de maneira prestativa e com qualidade no seu serviço com seus usuários.</p><p>Pereira (2001, p.241) explana que:</p><p>A administração pública burocrática foi adotada em substituição à administração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas e na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. Nesse tipo de administração, o Estado era entendido como propriedade do rei. O nepotismo e o empreguismo, senão a corrupção, eram a norma. Esse tipo de administração revelar-se-ia incompatível com o capitalismo industrial e as democracias parlamentares que surgiram no século XIX [...] Tornou-se assim necessário desenvolver um tipo de administração que partisse não só da clara distinção entre o público e o privado, mas também da separação entre o político e o administrador público. Surgiu então a administração burocrática moderna, racional-legal.</p><p>Assim, com o surgimento um novo modelo de administração, a chamada administração pública burocrática, mostra que:</p><p>A administração pública burocrática clássica foi adotada porque era uma alternativa muito superior à administração patrimonialista do Estado. Entretanto, o pressuposto de eficiência em que se baseava não se mostrou real. No momento em que o pequeno Estado liberal do século XIX cedeu definitivamente lugar ao grande Estado social e econômico do século XX, verificou-se que ela não garantia nem rapidez, nem boa qualidade, nem custo baixo para os serviços prestados ao público. Na verdade, a administração burocrática é lenta, cara, auto-referido, pouco ou nada orientado para o atendimento das demandas dos cidadãos (Idem, p.241).</p><p>Percebe-se então que esse modelo tomado não era satisfatório para atender às perspectivas dos cidadãos. Pois, se representava pela concepção de domínios sobre a atuação dos agentes, e como resultado, girava suas condutas progressivamente sem iniciativas.</p><p>Logo após, a administração pública burocrática aparece a chamada administração pública gerencial, resultante de maiores preocupações com a própria eficácia dos serviços.</p><p>Pereira descreve que:</p><p>Após a II Guerra Mundial houve uma reafirmação dos valores burocráticos, mas ao mesmo tempo, a influência da administração de empresas começou a se fazer sentir na administração pública. As idéias de descentralização e de flexibilização administrativa ganharam espaço em todos os governos. Entretanto, a reforma da administração pública só ganharia força a partir dos anos 70, quando teve início a crise do Estado, que levaria à crise também sua burocracia. Em conseqüência, nos anos 80 iniciou-se uma grande revolução na administração pública dos países centrais em direção a uma administração gerencial (Idem, 242).</p><p>Enfim, os ensaios de mudança na Administração Pública do Brasil alcançaram em duas reformas: “O decreto-lei n° 200/67 e a emenda constitucional n° 19/98” (Idem, 242).</p><p>E nas palavras de Pereira,</p><p>A reforma iniciada pelo Decreto-lei n° 200 foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Colocou-se toda a ênfase na descentralização, mediante a autonomia da administração indireta, a partir do pressuposto da rigidez da administração direta e da maior eficiência da administração descentralizada. O Decreto-lei promoveu a transferência das atividades de produção de bens e serviços para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, consagrando e racionalizando uma situação que já se delineava na prática [...] O momento era de grande expansão das empresas estatais e das fundações. [...] (Idem, 244).</p><p>Contudo, a primeira reforma administrativa, não alcançou efeito, como bem apontado pelo referido autor:</p><p>O Decreto-lei n° 200 teve, porém, duas conseqüências inesperadas e indesejáveis. De um lado, por permitir a contratação de empregados sem concurso público, facilitou a sobrevivência de práticas patrimonialistas e fisiológicas. De outro, por não se preocupar com mudanças no âmbito da administração direta ou central, que era vista pejorativamente como “burocrática” ou rígida, deixou de realizar concursos e de se desenvolver carreiras de altos administradores. O núcleo estratégico do Estado foi, na verdade, enfraquecido indevidamente através da estratégia oportunista do regime militar, que, ao invés de se preocupar com a formação de administradores públicos de alto nível selecionados através de concursos públicos, preferiu contratar escalões superiores da administração através das empresas estatais. Dessa maneira, a reforma administrativa embutida no Decreto-lei n° 200 ficou pela metade e fracassou. [...] (Idem, p.244).</p><p>E a segunda reforma administrativa aconteceu com a nomeada emenda constitucional 19/98, a qual, como já citado, transportou em sua base o princípio constitucional da eficiência.</p><p>E segundo o mesmo autor,</p><p>Dentre outras inovações, a emenda constitucional 19/98 inseriu no artigo 37 o parágrafo 8°, o qual trata da possibilidade de ampliação da autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da administração direta e indireta mediante contrato a ser firmado entre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho (Idem, p.245).</p><p>Desta maneira, veio possibilitar a concepção dos chamados contratos de gestão.</p><p>Mas sem dúvida a mais importante inovação da emenda constitucional no âmbito da administração pública foi à inserção, no caput do art. 37 do princípio da eficiência, o qual, segundo Moraes (2001, p.34) compõe-se das seguintes características: “direcionamento, imparcialidade, neutralidade, transparência, participação e aproximação dos serviços públicos da população, eficácia, desburocratização e busca da qualidade”. Assim, o sentido da atividade e dos serviços públicos à existência real do bem comum deriva de um dos propósitos principais da Constituição Federal, assim como aponta Moraes,</p><p>... a Constituição Federal prevê no inciso I, do art. 3, que constitui um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, ração, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de discriminação. Ressalta-se que, ao legislador ordinário e ao intérprete, em especial às autoridades públicas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e da Instituição do Ministério Público, esse objetivo fundamental deverá servir como vetor de interpretação, seja na edição de leis ou atos normativos, seja em suas aplicações (Idem, p.34).</p><p>Outro traçado considerável mostrado pelo autor é a própria equidade:</p><p>Como ressalta Maria Teresa de Melo Ribeiro, “a afirmação do princípio da imparcialidade na Administração Pública surgiu, historicamente, de necessidade, de por um lado, salvaguardar o exercício da função administrativa e, consequentemente, a prossecução do interesse público da influência de interesses alheios ao interesse público em concreto prosseguido, qualquer que fosse a sua natureza, e por outro, da interferência indevida, no procedimento administrativo, em especial, na fase decisória, de outros sujeitos ou entidades, exteriores à Administração Pública”, concluindo que a atuação eficiente da administração</p><p>pública exige atuação imparcial e independente, e imparcialidade (Idem, p.34).</p><p>A neutralidade e a translucidez também surgem como essenciais ao princípio da eficiência:</p><p>Neutralidade: a idéia de eficiência está ligada à neutralidade, no sentido empregado por João Baptista Machado de que “há um outro plano de sentido em que se fala de neutralidade do Estado: o da Justiça (...) Nesse sentido o Estado é neutro se, na resolução de qualquer conflito de interesse, assume uma posição valorativa de simultânea e igual consideração de todos os interesses em presença. A neutralidade não impõe aqui ao Estado atitudes de abstração, mas mais propriamente atitudes de isenção na valoração de interesses em conflito. O Estado é neutro quando faz vingar a Justiça e estabelece regras de jogo justas (Idem, p.35).</p><p>E Moraes contempla à transparência nas atividades dos órgãos e agentes públicos como uma premência, a qual se depara dentro da convicção de eficiência formal:</p><p>Transparência: dentro da idéia de eficiência formal da administração pública, encontra-se a necessidade de transparência das atividades dos órgãos e agentes públicos. O princípio da eficiência da administração pública pretende e combate à ineficiência formal, inclusive com condutas positivas contra a prática de subornos, corrupção e tráfico de influência. Essa transparência no intuito de garantir maior eficiência à administração pública deve ser observada na indicação, nomeação e manutenção de cargos e funções públicos, exigindo-se a eficiência da prestação de serviços, e, consequentemente, afastando-se qualquer favorecimento ou discriminação (Idem, p.35).</p><p>No que instiga o conhecimento dos serviços públicos da população, o mesmo autor redige que,</p><p>... deverá existir participação e aproximação dos serviços públicos da população dos interessados na gestão efetiva dos serviços administrativos, de acordo com o princípio da gestão participativa, como verdadeiro desmembramento do princípio da soberania popular e da democracia representativa, previstos no parágrafo único do art. 1° da Constituição Federal. [...] A EC n° 19/98 trouxe a nova redação do parágrafo 3°, do art. 37, a previsão de que a lei disciplinará as formas de participação dos usuários na administração pública direta e indireta (Idem, p.36).</p><p>No ponto de vista de Moraes, a eficácia tem a visibilidade como outro destaque característico da eficiência, possibilitando em classificar como eficácia material e eficácia formal:</p><p>A eficácia material da administração traduz-se no adimplemento de suas competências ordinárias e na execução e no cumprimento dos entes administrativos dos objetivos que lhe são próprios, enquanto a eficácia formal da administração é aquela que se verifica no curso de um procedimento administrativo, ante a obrigatoriedade do impulso ou a resposta do ente administrativo a uma petição formulada por um dos administrados. Assim, deverá a lei, como nos ensina Tomás-Ramón Fernández, conceder à Administração – nos limites casuisticamente permitidos pela Constituição – tanta liberdade quanto necessite para o eficaz cumprimento de suas complexas tarefas (Idem, p.37).</p><p>A simplificação dos trâmites burocráticos é também mais um atributo do princípio da eficiência e se unir no emprego de intermédio para ocasionar o caminho da administração pública,</p><p>... uma das característica básicas da eficiência é evitar a burocratização da administração pública, no sentido apontado por Canotilho e Moreira de burocracia administrativa, considerada como entidade substancial, impessoal e hierarquizada, com interesses próprios, alheios à legitimação democrática, divorciados dos interesses da população, geradora dos vícios imanentes às estruturas burocráticas, como mentalidade de especialistas, rotina e demora na resolução dos assuntos dos cidadãos, compadrio na seleção de pessoal [...] (Idem, p.38).</p><p>E segundo Moraes a última peculiaridade da eficiência, é a investigação da qualidade, simulada pelo melhoramento dos resultados e satisfação dos usuários,</p><p>... ressalte-se a definição dada pela Secretaria Geral da Presidência, qualidade de serviço público é, antes de tudo, qualidade de um serviço, sem distinção se prestado por instituição de caráter público ou privado; busca-se a otimização dos resultados pela aplicação de certa quantidade de recursos e esforços, incluída, no resultado a ser otimizado, primordialmente, a satisfação proporcionada ao consumidor, cliente ou usuário. (...) Outra característica básica da qualidade total é a melhoria permanente, ou seja, no dia seguinte, a qualidade será ainda melhor [...] (Idem, p.38).</p><p>O desenvolvimento da atividade administrativa, a verdade é que a utilidade na inserção deste preceito reside na valorização da busca pela eficiência do gestor público, efetuada pelo próprio texto constitucional, norma superior que deve orientar toda a Administração Pública.</p><p>6 DIFERÊNCIAÇÂO ENTRE EFICÁCIA E EFICIÊNCIA NÀ LUMINOSIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA MODERNA</p><p>Várias vezes confundem-se os conceitos de eficiência e eficácia. Na autenticidade, os dois termos têm significados diferentes e inexplorados por alguns, que os abordam como sinônimos. Nesta percepção institui a necessidade a verificação a diferenciação entre os conceitos de eficiência e eficácia.</p><p>Como é visto nos dicionários brasileiros a classificação da eficácia como “qualidade do que é eficaz, que produz efeito, que produz muito, que dá bom resultado” (HOLANDA, 2021, p.01) enquanto que a eficiência é representada “ação, força, virtude de produzir efeito; eficácia” (Idem, p.01).</p><p>Constata-se que eficácia e eficiência, são vistas, gramaticamente como sinônimos. Entretanto, estudiosos de administração apresentam ambos de aspecto diferenciado, sendo que cada qual, no domínio da gestão administrativa com sentidos completamente diferentes. E em um artigo descrito por Krieser (2021, p.01), localiza-se a seguinte diferenciação entre eficácia e eficiência:</p><p>Assim, o propósito da coluna desta semana é explicar e diferenciar os conceitos de eficácia e eficiência. Eficiência trata de como fazer, não do que fazer. Trata de fazer certo a coisa, e não fazer a coisa certa. Quando se fala em eficiência, está se falando em produtividade, em fazer mais com o mínimo de recursos possíveis. Já a eficácia trata do que fazer, de fazer as coisas certas, da decisão de que caminho seguir. Eficácia está relacionada à escolha e, depois de escolhido o que fazer, fazer esta coisa de forma produtiva leva à eficiência. A eficácia é o grau em que os resultados de uma organização correspondem às necessidades e aos desejos do ambiente externo.Tratando-se dos níveis de decisões da empresa, a eficácia está relacionada ao nível tático (gerencial, logo abaixo do estratégico), e a eficiência ao nível operacional (como realizar as operações com menos recursos - menos tempo, menor orçamento, menos pessoas, menos matéria-prima, etc.). Para fins de analogia e exemplificação, podemos dizer que a eficiência é cavar, com perfeição técnica, um poço artesiano; eficácia é encontrar a água [...].</p><p>Consegue constatar que a eficiência resulta “o modo como deve ser feito”, estendendo-se à volta da produtividade, ao passo que a eficácia evidencia uma apreensão com a devida decisão do que deve ser feito. Nota-se que a eficácia consiste na decisão de fazer ou não fazer, ao passo que a eficiência considera o fazer de modo correto.</p><p>Deste modo examinam-se duas vertentes:</p><p>Uma que se preocupa com a produtividade (eficiência) e outra que almeja os resultados obtidos (eficácia). Vale ressaltar que a eficiência não implica necessariamente a eficácia e vice-versa. Isto porque, um agente público ou administrador pode ser eficiente, realizando suas tarefas com afinco e dedicação, porém não ser eficaz, ou seja, não conseguir atingir os resultados previstos para determinada função. Da mesma forma, um administrador eficaz pode não ser eficiente se, embora escolha a melhor maneira de realizar determinada tarefa, não a conclui porque não agiu com o devido empenho, ou seja, não</p><p>foi eficiente (Idem, p.01).</p><p>A eficiência, desse modo, está inteiramente referida aos efeitos de “um fazer correto”, ao passo que a eficácia declara-se à escolha certa de se fazer algo.</p><p>O autor Saute (2021, p.01) descreve um artigo que aponta importantes diferenças entre os dois conceitos:</p><p>A eficiência é a capacidade do administrador de obter bons produtos (produtividade, desempenho, etc.) utilizando a menor quantidade de recursos (tempo, mão-de-obra, material, etc.) possíveis; ou mais produtos utilizando a mesma quantidade de recursos. Um gerente eficiente é aquele que realiza uma tarefa da melhor forma possível. Já a eficácia é a capacidade de fazer aquilo que é preciso, que é certo para se alcançar determinado objetivo. É escolher os melhores meios e produzir um produto adequado ao mercado. A eficiência envolve a forma com que uma atividade é feita, enquanto a eficácia se refere ao resultado da mesma. Uma atividade pode ser desempenhada com eficácia, porém sem eficiência e vice-versa. Pode-se produzir algo interessante ao mercado, mas, se a produção deste produto não for feita com eficiência, muitas vezes o resultado final não será apropriado. Assim como se pode produzir um produto com eficiência, isto é, rapidamente, com baixos custos, etc., mas que não é adequado, por exemplo, ao contexto e à situação econômica das pessoas. Nesse caso, temos eficiência, mas não eficácia. Uma organização consegue atingir plenamente seus objetivos quando as tarefas que a mesma tem que desempenhar são realizadas com eficácia e com eficiência. Paulo Sandroni, em 1996, resume bem essa idéia: “Fazer a coisa certa de forma certa é a melhor definição de trabalho eficiente e eficaz”. Por isso, é necessário que o administrador conheça profundamente os melhores métodos de produção, as atuais condições de mercado, do que a população está precisando, onde estão os funcionários mais competentes, enfim, aquilo que é essencial para que se produza com eficiência e eficácia.</p><p>Portanto, eficácia e eficiência são na veracidade conceitos integrantes entre si. E sabe-se que não é suficiente que o administrador ou agente público venham executar suas tarefas com eficiência. Pois, a eficácia, a qual demonstra a ideia de procurar resultados, além disso, carece ser aplicada às tarefas atingidas com eficiência. Mesmo sendo diferentes ambas têm seu valor, pois mesmo uma tarefa atingida com eficiência pode, entretanto não ser eficaz: por isso, o valor da eficácia também na Administração Pública.</p><p>Constata-se que o que se busca na Administração Pública acima de tudo o bom atendimento, à agilidade na prestação de serviços, afinal é a satisfação do usuário. Hoje em dia esta satisfação só será efetuada, se existir por parte do administrador um olhar não apenas de meio, mas também de fim.</p><p>Ou seja, o administrador público na procura por uma gestão eficiente e os agentes públicos em realizarem suas tarefas, conseguindo objetivo prenunciado no artigo 37 da Constituição Federal se empregar de modo conjunto os conceitos de eficácia e eficiência.</p><p>CONCLUSÃO</p><p>É visto que a Administração Pública ainda não incutiu na prática a eficiência enquanto princípio básico e fundamental em todas as suas atividades, porém seu ato de prever legalmente teve um salto grande e de suma importância para sua aplicação efetiva.</p><p>E o previsto na Constituição Federal do princípio da eficiência na Administração Pública, apresenta garantia ao cidadão o seu direito de exigir e questionar frente ao Estado. E a sociedade espera que o Estado venha atuar com mais qualidade e responsabilidade perante de suas ações, buscando assim, uma Administração harmoniosa e satisfatória e resultando o bem comum.</p><p>O legislador ao editar a emenda constitucional n° 19/98, procurou dar destaque a um princípio mesmo não mencionando terminantemente antes da citada emenda, sempre esteve subentendido, pois já havia a subsistências em ter compromisso de eficiência pelo agente ou administrador público.</p><p>No entanto com edição da emenda, este compromisso se tornou explicito e claro pelo adicionamento do princípio da eficiência, o qual, ao lado dos demais princípios que estão previstos no artigo 37 da Constituição Federal, vem formar os pilares da Administração Pública moderna.</p><p>No entanto, vem ocorrer que o termo ou expressão eficiência esteja incompletude ou falha para consentir à expectativa do constituinte, visto que, o legislador, ao empregar o termo, possivelmente tinha em pensamento também os resultados da ação do servidor público, sendo hoje a qualificada de eficácia.</p><p>Perante do trabalho aqui explícito, demonstrou ainda que muitas vezes abordados como sinônimos, os termos eficácia e eficiência têm significados diferenciados.</p><p>Podendo ser concluído desta forma, que a eficácia, a qual não é de forma terminante mencionada no artigo 37 da Constituição Federal, se aborda de um princípio subentendido e buscando por resultados eficazes não só na gestão privada, como na gestão pública é imprescindível atualmente, especialmente no que se refere à Administração Pública.</p><p>Assim, o legislador constituinte ao inserir no artigo 37 da Constituição Federal a palavra eficiência, não o fez aleatório. Buscou originar a ela o significado complementado que a palavra eficiência pôde ter, havendo uma preocupação maior com a qualidade dos serviços públicos e buscando um sentido em alcançar a satisfação do usuário de serviço público em seu acolhimento amplamente.</p><p>A admissão da palavra eficiência na listagem dos princípios previstos no artigo 37 da Constituição Federal não abrange só o ato de oferecer o serviço público da melhor modo possível, mas sim, o bem estar de todo à sociedade, a qual tem o direito de existir eficácia no prestamento dos serviços prestados pela Administração Pública.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>ALEXANDRE, Ricardo. Direito administrativo esquematizado. 1ª ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2015.</p><p>ÁVILA, Humberto. Teoria dos princípios. Da definição à aplicação dos princípios jurídicos. 5ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006.</p><p>DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27ª ed. 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