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<p>Organização social e Estrutura Social</p><p>Chamamos organização social o fenômeno que permite diversos elementos distintos vivendo em comunidade. Para além da estrutura social básica, há a organização de um todo complexo (sociedade) dividido em partes distintas (indivíduos). A gestão dessas partes individuais e subjetivamente diferentes é a organização social. A organização social implica modelos políticos, econômicos e sociais que devem garantir o pleno funcionamento da ordem dentro de uma sociedade.</p><p>O que é organização social</p><p>Pense, primeiramente, no mundo animal: entre os animais não há lei (exceto a lei da natureza), ou seja, não há lei civil. Se não há lei civil, não há civilização. Não havendo civilização, tampouco racionalidade humana, também não há moral entre os animais. Não havendo todos esses elementos, não há sociedade e sim comunidade primitiva. Também não há economia, noções de valores, distinção, trocas etc. Não havendo esse conjunto de elementos no mundo animal, a comunidade primitiva na qual algumas espécies vivem é regida apenas pelos instintos e pela lei de natureza. O ser humano é diferente.</p><p>A organização social é o modo como a sociedade constitui-se para manter as suas instituições em funcionamento.</p><p>O ser humano desenvolveu a linguagem e o raciocínio. Com isso a vida em comunidade (as comunidades primitivas eram as famílias e os clãs) permitiu a quebra de barreiras naturais com o desenvolvimento de leis morais, de leis de convivência e da troca entre famílias. Para o antropólogo franco-belga Claude Lévi-Strauss, a troca mais antiga entre famílias que permitiu a formação de sociedades com mais de uma delas foi o casamento, pois as mais arcaicas sociedades já não consideravam o incesto como algo moralmente desejável.</p><p>Leia também: Diferenças entre o ser humano e os demais animais</p><p>Com base nessa formação mais complexa, os seres humanos começaram a desenvolver novas formas de convívio, o que necessitou de uma gradativa organização para gerir a sociedade na medida em que ela fosse crescendo. Na esteira desse desenvolvimento social, veio a política; as noções de governo, de Estado, de economia, de valor, e de moeda para facilitar as trocas comerciais; e todos os elementos que constituem a formação social atual.</p><p>A organização social é um complexo conjunto de fatores que constitui as sociedades em suas facetas: política, econômica e moral.</p><p>Formas de organização social e política e a noção de Estado</p><p>As sociedades organizaram-se de distintas maneiras ao longo dos séculos. A noção de Estado surgiu, ainda na Antiguidade, para suprir a necessidade de uma organização social que abarcasse um grande número de indivíduos e sofreu diversas modificações ao longo dos tempos. Ademais, antes do surgimento do Estado, havia outras organizações sociais menores que perduram até hoje, apesar de serem abarcadas pelo Estado, que é a organização maior.</p><p>No começo os seres humanos agrupavam-se por famílias, tendo em comum o laço sanguíneo que unia as pessoas em prol da proteção e alimentação. As famílias começaram a crescer, formando união de famílias, que eram os clãs. Começa aqui também a troca interfamiliar de membros para a instituição do matrimônio, pois o incesto passou a ser percebido como algo negativo nesse tipo de constituição.</p><p>A união de clãs formou as tribos. Das tribos vimos nascer as cidades, e, com as cidades, nasceu a noção de política e governo. Com elas também veio o sentimento de pertencimento nacional e patriótico com base na origem e na terra onde os cidadãos nascem. Percebemos que o sentimento de coesão e de organização evoluiu do simples laço sanguíneo para o sentimento de pertencimento ao mesmo local.</p><p>Mesmo com o desenvolvimento do Estado, a família não deixou de existir, sendo ela a primeira forma de socialização dos indivíduos existente. É no seio da família que surge a socialização primária, que é o ensinamento das primeiras leis morais e sociais que o indivíduo aprende pelo afeto. Na medida em que cresce, o indivíduo passa a ter contato com a socialização secundária, na qual ele conhece outras instituições sociais, como a escola, o trabalho e o Estado. Nessa forma de socialização, o afeto já não é mais suficiente, dando lugar ao ensinamento das leis civis e das normas da rígida estrutura social.</p><p>Ao analisarmos as formas de socialização e as organizações mencionadas, podemos perceber uma mudança de papéis ao longo da história, pois cada indivíduo deve desempenhar um papel social no modelo organizacional, e esses papéis mudam conforme o tempo e a sociedade. A criança, por exemplo, era vista, na Grécia Antiga, como um cidadão em potencial que deveria aprender toda a educação necessária para tornar-se um bom cidadão quando adulta.</p><p>Em Atenas esse aprendizado era político e filosófico, enquanto em Esparta era militar. Já na Idade Média e na Idade Moderna, a criança era vista como uma espécie de adulto em miniatura, devendo ser ensinada e comportar-se como um pequeno adulto. Somente as teorias educacionais, surgidas a partir de meados do século XIX e do século XX, entendem a criança como um ser singular, dotado de necessidades, direitos, deveres e vontades diferentes das necessidades, direitos, deveres e vontades dos adultos. Entende-se, portanto, que a organização social foi alterada e, com isso, alterou-se também o papel social desenvolvido pela criança na sociedade.</p><p>A inserção da mulher no mercado de trabalho alterou a configuração da organização social ocidental.</p><p>O papel das mulheres e dos homens e a concepção de gênero também sofreram modificações de acordo com o tempo e a sociedade analisada. Na sociedade patriarcal tradicional, o homem é o provedor de alimentos e protetor da família, enquanto à mulher é delegada a função do cuidado do lar. Durante milênios, as mulheres foram excluídas de qualquer atividade fora do lar, inclusive política. Essa situação começou a mudar no século XVIII, quando as mulheres de classes mais baixas começaram a trabalhar fora de casa, e a mudança tornou-se mais perceptível no século XIX, quando elas começaram a ter acesso à política.</p><p>A configuração social, sobretudo das sociedades ocidentais, também mudou com essa inserção da mulher no mercado de trabalho e na política, pois se antes o cuidado do lar e dos filhos era visto como papel exclusivo da mãe, agora deve ser visto como um papel da mãe e do pai.</p><p>A alteração da constituição familiar também é perceptível. Se antes a família era considerada a união por laço afetivo entre um homem, uma mulher e seus filhos, após o divórcio, a liberdade sexual e a possibilidade do casamento homoafetivo, a família pode ser composta por uma mãe solteira, um pai solteiro, dois pais, duas mães, um casal sem filhos, avós que cuidam dos netos, entre outras constituições possíveis.</p><p>Também é possível notar uma alteração na concepção de Estado, desde que ela surgiu na Antiguidade até os dias atuais. Quando surgiu, o Estado era essencialmente teocrático (modelo estatal que une política e uma crença religiosa como laços indissociáveis). Mesmo nos períodos de democracia na Grécia Antiga ou de república na Roma Clássica, o Estado greco-romano não era laico (quando há a separação entre governo e religião). Esse modelo perdurou até o início da Modernidade, tendo forte constituição na Idade Média, quando o clero católico e os senhores feudais nutriam fortes pactos.</p><p>A democracia, que é a forma de governo em que o povo tem participação direta por meio de votação, é uma forma de organização social.</p><p>A concepção de Estado como conhecemos hoje somente surgiu na Modernidade, quando o Antigo Regime (monarquia baseada nos Estados Nacionais e herdeira do feudalismo medieval) foi questionado, dando origem a uma nova concepção de Estado baseada na democracia e a uma nova noção de economia baseada no capitalismo industrial e no livre comércio.</p><p>A função do Estado mudou: se antes ele era justificado por divindades e o governo era uma representação de Deus na Terra, sua concepção moderna trouxe uma nova perspectiva, baseada na democracia estatal e na capacidade</p><p>individual de gerir-se um Estado, para os governantes. Essa nova configuração também resultou em novas formas de organização social.</p><p>Organização social e cultura</p><p>A cultura é o mote pelo qual a organização social é passada aos indivíduos. Numa sociedade patriarcal, por exemplo, a cultura machista e patriarcal é passada tradicionalmente como modo de aprendizado para as novas gerações. Numa sociedade democrática, a cultura deve enaltecer a democracia para que as novas gerações aprendam a conviver em ambientes democráticos.</p><p>Como a moral, o idioma, a religião e outros elementos culturais compõem a estrutura cultural de um determinado povo, esses mesmos elementos também são responsáveis por contribuir com a organização social de uma sociedade. Como a cultura não é algo fixo e rígido, modificando-se de acordo com o lugar e com o tempo, ela pode ser alterada, o que resulta na alteração da organização social das sociedades.</p><p>STATUS SOCIAL</p><p>O status social corresponde à posição que cada grupo ocupa na dinâmica social. A diferenciação geralmente implica algum grau de hierarquia e, mesmo que se dê na ordem social, impacta a ordem econômica e a jurídica, todas se influenciando mutuamente. Essa construção histórica muda ao longo do tempo, com maior ou menor intensidade. Quanto maior for a flexibilidade à mudança, maior será a possibilidade de que dentro dela se desenvolvam percursos de mobilidade social.</p><p>O que é status social?</p><p>O status social, como conceito sociológico, é uma posição ocupada por cada indivíduo na gama de relações da estrutura social em que ele vive. Essa posição pode ser elevada, mediana, desprestigiada. É, antes de tudo, uma classificação que delimita as expectativas da sociedade sobre uma pessoa e delineia para ela os caminhos possíveis de mobilidade social. Possui uma função organizacional baseada em uma hierarquia, mais ou menos rígida conforme o local e o período histórico.</p><p>Esse conceito é trabalhado por sociólogos que se dedicaram a estudar a estratificação social pela qual as sociedades são organizadas. A posição de cada indivíduo dentro dessa hierarquia é o seu status social, que determina não só seu repertório comportamental, o relacionamento com as outras pessoas, mas suas oportunidades, seu acesso a recursos culturais, materiais e sua capacidade decisória.</p><p>O status social está relacionado com as diferentes funções que desempenhamos na organização da sociedade da qual fazemos parte. Pode ser atribuído ou adquirido e determina nossa posição a partir da articulação de diversas características, como o posto de trabalho, o sexo, o nível de instrução formal, o núcleo familiar, a condição econômica, etc. Além disso, delineia papéis sociais pelos quais a conduta de cada pessoa será modulada. Não é rígido, mas mutável, assim como a cultura.</p><p>Max Weber e o status social</p><p>Max Weber foi um grande estudioso da estratificação social. A palavra estratificação deriva de estrato, que, por sua vez, quer dizer camada. Para visualizarmos o conceito, podemos imaginar uma pirâmide com faixas diferentes em sua base até o topo, cada uma representando uma camada social conforme sua concentração de ativos, como riqueza, conhecimento formal e capacidade de influência em decisões importantes. Portanto, o estudo da estratificação social no âmbito da Sociologia possibilita compreender como se configura a hierarquia social e como as desigualdades são estruturadas e reproduzidas.</p><p>Para Weber, a estratificação social é multidimensional, ou seja, envolve múltiplos aspectos, como renda, status e poder. Esses três mecanismos conformam o processo de dominação entre desiguais, socialmente diferenciados em classes, castas ou estamentos. Sua estruturação não se dá somente em termos econômicos, mas também em termos de poder, que ele define como sendo a capacidade de um indivíduo ou grupo de indivíduos impor sua vontade aos demais.</p><p>Weber cunhou o conceito de grupos de status ou estamentos. Esses constituem comunidades dentro da sociedade caracterizadas por respeitabilidade, honorabilidade e estima social. Diferentemente da classe social, sua legitimação não deriva do poder econômico, mas de educação, cultura própria e um estilo de vida específico de quem participa dessa comunidade por relações familiares, amizade, casamento ou atuação política. Os grupos de status distribuem o poder dentro de uma comunidade. Quanto mais estável for a estratificação econômica, maior será a preponderância da distinção a partir de honrarias sociais.</p><p>Para Weber, o status social não envolve exclusivamente o fator econômico, mas a busca por honrarias, distinção e prestígios, que podem ser alcançados também pelo poder político, pelo estilo de vida, pelo arcabouço cultural. A maneira como as honras são distribuídas determina a ordem social e influencia a distribuição e utilização dos bens e serviços. Para saber mais informações sobre esse importante autor da</p><p>Tipos de status social</p><p>· Status social atribuído: independe da vontade de seu possuidor, é conferido a ele por circunstâncias alheias à sua vontade, como a família em que nasce, se é homem ou mulher, irmão mais velho ou mais novo. O status social atribuído é também anterior ao seu possuidor, ou seja, antes que ele nasça, essa valoração já está delegada à sua família, à região onde nasceu, à sua faixa econômica, por uma construção social e histórica pregressa a ele.</p><p>· Status social adquirido: por sua vez, depende da ação individual, dos esforços pessoais, para ser alcançado. Prosseguindo no paralelo feito acima, ser um filho obediente, ser uma mulher com formação superior, ser um político. Para esse status, é crucial a maneira como se desempenha o papel social para galgar e manter determinada posição. Portanto, o status social adquirido está diretamente relacionado com o desempenho dos papéis sociais de cada indivíduo.</p><p>Exemplos de status social</p><p>A partir da teoria weberiana, serão apontados três exemplos de grupo social e como o status social opera em cada um deles.</p><p>· Sociedades estamentais</p><p>Weber construiu seu conceito de grupos de status com base em sociedades estamentais, como as antigas sociedades feudais europeias. Aos estratos favorecidos, como a nobreza, além do monopólio da tradição cultural, era atribuído também o monopólio das oportunidades e dos privilégios, negados a quem não fizesse parte deles.</p><p>O estamento envolvia prestígio, poder, hábitos culturais considerados refinados, linhagem, pertencimento social, tradição, vassalagem. Esses ativos serviam para classificar as pessoas e arbitrar suas relações. O status social poderia ser modificado, porém as possibilidades de ascensão social eram bastante reduzidas. Os grupos que gozavam de prestígio consideravam-se dignos dele e atribuíam-no a um glorioso passado, enquanto os grupos menos prestigiados postergavam para um futuro determinado por Deus a honra que almejavam também possuir neste mundo ou após a morte.</p><p>· Sociedades de castas</p><p>Em sociedades de castas, como a indiana, os grupos de status são fechados com conjuntos de deveres e direitos definidos pelo hinduísmo. A posição social de cada casta está ligada a uma configuração histórica, que envolve elementos como linhagem, hereditariedade, função religiosa.</p><p>Na rigidez do sistema de castas, a distância social é praticada a partir da distinção entre puros e impuros, diferenciação válida para pessoas e também para alimentos, assim, determinada casta não pode se relacionar com pessoas consideradas impuras nem se alimentar dos alimentos considerados impuros, logo, desenvolvem-se hostilidades engendradas a partir da posição social.</p><p>Os casamentos só se realizam entre pessoas da mesma origem, isto é, pertencentes à mesma casta. A conduta dos integrantes de cada casta é prescrita pelos deuses, sendo assim, a vontade divina é determinante no processo de socialização. Os costumes são transmitidos de geração em geração e têm pouca variação ao longo do tempo. Não há mobilidade social, pois as posições da casta são determinadas pelo nascimento e não podem ser modificadas via casamento, estudo formal, ocupação</p><p>ou qualquer outro recurso.</p><p>· Classes sociais</p><p>As classes sociais, diferentemente das sociedades estamentais ou de castas, são definidas pelo componente econômico e suas variáveis, tais como renda, posse de propriedade, serviço ofertado no mercado de trabalho, capacidade de consumo. Aqui, não há fixidez de posição, é possível transitar entre as classes e mesmo pertencer a mais de uma.</p><p>Weber tipifica a classe social, que é geracional, como a pequena burguesia e o proletariado; a classe lucrativa, cujos bens e serviços são valorizados, como profissionais liberais, banqueiros, comerciantes, industriais, empresários; e a classe proprietária, cujo prestígio depende do tamanho e importância da propriedade, desde monopolistas de serviços e donos de grandes patrimônios até endividados, que têm somente sua força de trabalho como objeto de propriedade.</p><p>A posição social invariavelmente é perpassada pelo mundo do trabalho. Assim, a hierarquização é definida a partir do mercado de trabalho. O status social aqui, entre outros fatores, entrelaça-se à instrução formal, a habilidades de trabalho que são valorizadas e à capacidade de influir em decisões importantes.</p><p>Nós, por exemplo, chamamos de doutores, em sinal de deferência, aqueles que estudam anos a fio nas instituições de ensino superior; chamamos de doutores os médicos, que têm por missão salvar vidas, e chamamos de doutores os juízes que desfrutam de uma posição de influência no Estado. Se quiser saber mais sobre esse importante conceito sociológico, acesse: classe social.</p><p>Diferenças entre status social e papel social</p><p>Como já vimos, o status social determina nossa posição dentro de uma sociedade. O papel social define nossos direitos e deveres, os quais demarcam a posição que ocupamos em relação às outras pessoas, em outras palavras, o que se espera de nós, que tipo de ações devemos tomar para corresponder àquele status, qual o comportamento adequado para a função que desempenhamos no grupo social do qual fazemos parte. Por exemplo: quais são os meus direitos e deveres como mulher? E como mãe? E como filha? E como socióloga? Cada uma dessas perguntas corresponde a um papel social. E o status social é composto pela soma dessas funções.</p><p>O papel social é um conceito que possui estreita relação com o teatro.</p><p>Papel social é uma expressão que alude ao teatro. Assim como personagens agem de acordo com cada cena e com seus interlocutores, os papéis sociais são desempenhados conforme a ocasião, o contexto e o interlocutor. Nossa conduta é diversa quando estamos em casa de quando estamos no trabalho, na escola, em um local público. Também muda conforme a pessoa com quem nos relacionamos e nossa posição em relação a ela: cônjuge, chefe, funcionário, pai, filho, líder religioso, professor, aluno, etc.</p><p>Somos socialmente constrangidos a seguir um padrão de conduta e, caso nos desviemos dele, haverá sanções, desde uma advertência até expulsão ou mesmo reclusão. Os direitos e deveres atribuídos a cada papel social acabam por formar padrões de comportamento que delimitam o que é aceitável ou não como atitude praticada.</p><p>O status e o papel social classificam, dentro de uma estrutura social, as funções de cada pessoa, de modo a organizar as relações conforme os conjuntos de ações esperadas, em um arranjo coeso, produtivo e com baixo potencial de conflito. Nas sociedades capitalistas, as profissões, conforme a valorização de sua função social e sua capacidade de produzir ganho material, estão diretamente relacionadas com o valor da posição que um indivíduo ocupa, portanto com o seu status social.</p><p>Controle social</p><p>Nossas sociedades dispõem de mecanismos para controlar nosso comportamento de acordo com as normas e valores estabelecidos no meio social.</p><p>A escola é uma das maiores instituições de controle de uma sociedade.</p><p>Entende-se por controle social o conjunto de mecanismos de intervenção que cada sociedade ou grupo social possui e que são usados como forma de garantir a conformidade do comportamento dos indivíduos. Além disso, esses mesmos mecanismos servem como forma de intervenção diante das possíveis mudanças que porventura venham a se desenrolar no meio social. Nesse caso, as ferramentas de controle social induzem a conformidade do sujeito com a sua nova realidade, seja de forma positiva, seja de forma negativa.</p><p>O filósofo político Noberto Bobbio, em sua definição de controle social, faz a distinção de dois tipos de forma de controle: as formas de controle externas e as formas de controle internas. A primeira forma de controle (externa) refere-se às ferramentas de intervenção direta que são acionadas quando o indivíduo não se dispõe à uniformidade do comportamento geral. Nesse ponto, são utilizadas sanções, punições ou outras formas de intervenção para garantir que o sujeito se submeta ao contexto. Como exemplo, podemos citar a polícia e as leis que ela deve garantir que sejam seguidas. Nesse sentido, a polícia tem o dever e o poder, legitimados pelo Estado, de garantir que as ações dos indivíduos não fujam às delimitações da lei.</p><p>Tendo isso em mente, podemos afirmar que a polícia é apenas uma ferramenta de aplicação dos mecanismos de controle externo. As sanções e as punições, por exemplo, podem ser aplicadas pelo próprio grupo social ou sociedade em que estamos inseridos. A exclusão social é o mais claro exemplo de sanção que uma sociedade pode infligir a alguém. Ao não nos vestirmos de acordo com o que se estabelece como aceitável, por exemplo, estamos todos sujeitos a julgamentos e podemos ser considerados agentes de subversão social. Ademais, a privação de direitos, interdições físicas ou mesmo a reclusão (aprisionamento) são todas formas de controle externas.</p><p>Em contrapartida, a área de controle interna está associada àquilo que o meio social consegue interiorizar, isto é, tornar uma ideia, pensamentos ou qualquer outra característica, parte da consciência de um indivíduo. Normas e valores específicos desse meio social, considerados indispensáveis para a própria ordem social, são introduzidos ao processo de construção da identidade do sujeito, que passa a delimitar suas ações de acordo com esse conjunto normativo. Como Bobbio esclarece, os controles internos são aqueles que não ameaçam uma pessoa externamente, mas agem por meio de sua própria consciência.</p><p>Esse tipo de controle, no entanto, é dependente de um processo de socialização bem construído. Sendo essa socialização realizada de forma suficiente, o indivíduo passa a tornar-se vigia de seus próprios comportamentos. O filósofo e teórico social Michel Foucault (1926-1984) dedicou sua obra “Vigiar e punir”(1999) para o entendimento das formas de controle social externas e internas. Segundo o autor, a construção do sujeito dócil, útil e submisso à ordem estabelecida é possível apenas por meio de processos “disciplinadores”, nos quais o corpo e a mente do sujeito são moldados de acordo com o que se pede no meio social. Para entender esse fenômeno, Foucault voltou-se para a observação de instituições disciplinadoras, como a escola e os quartéis, onde os indivíduos que ali permanecem vivem sob o controle da instituição. O produto desse processo, quando bem-sucedido, seria um sujeito dócil e “útil” ao seu contexto social.</p><p>O controle social é, portanto, um conjunto entre formas externas de intervenção no comportamento do sujeito desviante (como o criminoso que é detido pela polícia) e um processo de construção de uma consciência guiada pelas regras e normas de uma sociedade. Essas formas de controle exercem força sobre a nossa individualidade, de forma que quase sempre delimitamos nossas ações de acordo com o que aprendemos ser certo ou errado.</p><p>Tipos de Controle Social</p><p>Existem dois tipos de controle, o formal e o informal. O controle formal corresponde as leis e regras institucionalizadas, já o controle informal corresponde as normas de conduta social que são reconhecidas e compartilhadas em uma sociedade, como por exemplo crenças, costumes, valores e etc.</p><p>O filósofo Norbert Bobbio também faz a distinção de duas formas de</p><p>controle social que ele denomina como externas e internas. As formas de controle externas seriam as intervenções diretas no meio social coibindo os indivíduos que não seguem o padrão social estabelecido, sujeitos a sanções e punições que garantem o restabelecimento da ordem.</p><p>As Leis e o Controle Social</p><p>Nestes casos pode-se pensar nas leis e na polícia. O não cumprimento das leis pode levar o indivíduo a pagar multas ou mesmo ao encarceramento. A polícia, legitimada pelo Estado, tem o poder simbólico, e se necessário, a força bruta, que garante que as ações dos indivíduos não extrapolem as normas.</p><p>Existem ainda outras formas de controle externo que ocorrem no próprio meio social e que geram determinadas punições sociais, como por exemplo exclusão social, maneiras de se vestir, gostos e etc.Polícia: forma de controle externo ou formal</p><p>As formas de controle internas são aquelas que fazem parte da consciência dos indivíduos, regras que estão interiorizadas. Trata-se de normas e valores que acabam por fazer parte da identidade dos indivíduos, e que regulam suas ações de acordo com o conjunto de regras estabelecidas pelo grupo ou sociedade.</p><p>Esse tipo de controle ocorre a partir do processo de socialização, que inicia-se na infância, com a família e a escola, e que faz com que o próprio indivíduo controle seu comportamento a partir de sua convicção do que é certo ou errado, normal ou anormal.Escola como forma de controle social interno ou informal. Fonte: www.pragmatismopolitico.com.br</p><p>O pensador francês Michael Foucault estudou as formas de controle social e segundo sua teoria a construção de um indivíduo dócil, útil e submisso se dá por meio de processos e instituições disciplinadoras, como a escola e o quartel.</p><p>Os indivíduos moldados por estas formas de controle social seriam aqueles dóceis e úteis ao meio social.</p><p>De modo geral, podemos falar de três funções do Controle Social:</p><p>- a de ordem social</p><p>- a de proteção social</p><p>- a de eficiência social</p><p>Desde o instante que veio ao mundo você já faz parte de um grupo social: sua família. A família é a primeira instituição socializadora, que transmite ao indivíduo os padrões seguidos socialmente. A família portanto é a primeira agência de controle social, que molda, orienta e controla o comportamento de seus membros. Veja como acontece o jogo das Instituições e o Controle Social</p><p>Ao longo de sua vida, por meio das experiências cotidianas, você foi assimilando a cultura transmitida por uma variedade de grupos e instituições sociais. Você aprendeu a se alimentar, a se vestir, a se portar, a se relacionar e, até mesmo, seus gostos, preferências, sentimentos e ideais estão relacionados aos valores e padrões transmitidos por grupos e instituições sociais, mesmo que muitas vezes não nos damos conta que isto ocorre.</p><p>Instituições e o Controle Social</p><p>O controle social são formas pelas quais a sociedade inculca os valores na mente de seus membros, para evitar que adotem comportamentos divergentes.</p><p>Os valores, crenças e hábitos passados por gerações por meio dos grupos e organizações que influenciam o comportamento dos indivíduos no sentido de continuarem a perpetuar os padrões socialmente aceitos de uma determinada época e evitá-los em outra. Desta forma é que operam as Instituições e o Controle Social exercido por elas.</p><p>Ocorrem mudanças de tempos em tempos, padrões sociais e morais aceitos hoje não eram bem vistos a tempos atrás. Pode-se observar, por exemplo, que em tempos atrás as mulheres não eram socialmente aceitas em círculos sociais ou no trabalho fora do lar, e atualmente, é aceitável e mesmo recomendado o trabalho fora do lar a fim de contribuir no orçamento familiar.</p><p>As formas de controle social desempenham algumas funções que são o de ordenamento social, de eficiência e proteção social. A sociedade para funcionar precisa seguir um determinado sistema, com normas e padrões, caso contrário, não seria possível viver todos em um mesmo espaço.</p><p>Veja nesta charge uma forma de representar as Instituições e o controle social sobre os indivíduos:</p><p>Em sociedades mais complexas, algumas instituições sociais tem como finalidade a manutenção de uma certa eficiência econômica e social, como é o caso do Estado, do ordenamento jurídico e etc, que garantem uma sociedade organizada e oferecem certa proteção.</p><p>image1.jpeg</p><p>image2.jpeg</p><p>image3.jpeg</p>

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