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<p>129</p><p>R</p><p>ep</p><p>ro</p><p>du</p><p>çã</p><p>o</p><p>pr</p><p>oi</p><p>bi</p><p>da</p><p>. A</p><p>rt.</p><p>1</p><p>84</p><p>d</p><p>o</p><p>C</p><p>ód</p><p>ig</p><p>o</p><p>Pe</p><p>na</p><p>l e</p><p>L</p><p>ei</p><p>9</p><p>.6</p><p>10</p><p>d</p><p>e</p><p>19</p><p>d</p><p>e</p><p>fe</p><p>ve</p><p>re</p><p>iro</p><p>d</p><p>e</p><p>19</p><p>98</p><p>.</p><p>129</p><p>Esparta</p><p>Entre os séculos VII a.C. e VI a.C., a pólis de Esparta exerceu</p><p>hegemonia sobre as demais cidades gregas e tornou-se mo-</p><p>delo para elas.</p><p>A pólis de Esparta tem sua origem com a chegada dos dó-</p><p>rios à península do Peloponeso. Eles dominaram toda a região,</p><p>apropriaram-se das melhores terras e fundaram a cidade de</p><p>Esparta. Seus descendentes, chamados de esparciatas, con-</p><p>trolavam as instituições políticas da cidade e se dedicavam às</p><p>atividades militares durante a maior parte da vida.</p><p>A educação em Esparta era mais rígida do que em outras po-</p><p>leis gregas. Os cidadãos eram submetidos às mais duras provas</p><p>desde a infância. Aos 7 anos de idade, os meninos espartanos</p><p>passavam a viver em quartéis. Lá se dedicavam ao exercício</p><p>militar e se habituavam a suportar a dor, a fome e o frio.</p><p>Após o período de treinos, os jovens espartanos eram sub-</p><p>metidos a um ritual de passagem. Os que não fossem conside-</p><p>rados aptos para a guerra eram rebaixados para uma condição</p><p>inferior. Voltados para a guerra, os cidadãos espartanos sobre-</p><p>viviam basicamente dos produtos cultivados em suas terras.</p><p>Você talvez se pergunte: se os esparciatas viviam para a</p><p>guerra, quem produzia alimentos e outros bens necessários</p><p>à sobrevivência da população?</p><p>Essa tarefa era exercida pelos</p><p>hilotas, antigos habitantes da</p><p>região que foram dominados</p><p>pelos dórios e despojados de</p><p>terras e direitos políticos. Ainda</p><p>que não fossem escravos, os hi-</p><p>lotas não eram livres, pois eram</p><p>obrigados a cultivar a terra dos</p><p>esparciatas e a entregar a eles</p><p>parte do que produziam.</p><p>Os habitantes dos arredo-</p><p>res de Esparta que não eram</p><p>descendentes dos dórios nem</p><p>hilotas formavam um grupo</p><p>de homens livres chamados</p><p>periecos. Eles se dedicavam à</p><p>agricultura, ao artesanato e ao</p><p>comércio e, como os hilotas, não</p><p>tinham direitos políticos.</p><p>Estátua de Leônidas. Rei de</p><p>Esparta entre 491 e a.C. 480 a.C.,</p><p>Leônidas morreu em uma batalha</p><p>no desfiladeiro das Termópilas, na</p><p>Grécia. Nesse local, há uma estátua</p><p>em homenagem a ele, como</p><p>vemos nesta fotografia.</p><p>AN</p><p>AS</p><p>TA</p><p>SI</p><p>O</p><p>S7</p><p>1/</p><p>SH</p><p>U</p><p>TT</p><p>ER</p><p>ST</p><p>O</p><p>C</p><p>K</p><p>Os esparciatas</p><p>Pertenciam ao grupo</p><p>dos esparciatas todos aque-</p><p>les que fossem filhos de pai</p><p>e mãe espartanos. Eram os</p><p>únicos a possuir direitos po-</p><p>líticos. Permaneciam à dis-</p><p>posição do exército ou das</p><p>atividades políticas da vida</p><p>pública de Esparta.</p><p>Orientações</p><p>A educação em Esparta é</p><p>um tema que possibilita a</p><p>comparação com a experiên-</p><p>cia escolar dos estudantes.</p><p>Trata-se, por isso, de uma ex-</p><p>celente oportunidade para</p><p>aprofundar os conhecimen-</p><p>tos sobre as cidades gregas</p><p>e sua organização política e</p><p>social.</p><p>Ao trabalhar com os es-</p><p>tudantes a ideia de que a</p><p>educação em Esparta era</p><p>voltada para a guerra, po-</p><p>de-se levantar, em sala de</p><p>aula, uma discussão acerca</p><p>da preparação de crianças e</p><p>adolescentes para a guerra</p><p>nos dias de hoje: as chamadas</p><p>crianças-soldados. Segundo</p><p>a ONU, são considerados</p><p>crianças-soldados os jovens</p><p>e as jovens de até 18 anos re-</p><p>crutados nas Forças Armadas</p><p>ou em qualquer outro grupo</p><p>armado.</p><p>Em 2015, cerca de 1 780</p><p>crianças foram resgatadas de</p><p>grupos armados em conflito</p><p>no Sudão do Sul. Segundo</p><p>a Unicef, o ano de 2017 foi</p><p>um dos piores para menores</p><p>(crianças e jovens) em áreas</p><p>de conflito, onde chegam</p><p>a ser usados como escudos</p><p>humanos ou como bombas</p><p>ambulantes. Conduza o de-</p><p>bate com base nas seguin-</p><p>tes questões: Qual seria a</p><p>perspectiva de vida de uma</p><p>criança-soldado? O que você</p><p>pensa sobre isso? Existe algu-</p><p>ma campanha para erradicar</p><p>o uso de jovens em conflitos</p><p>armados? Qual?</p><p>Observação</p><p>O conteúdo desta página</p><p>possibilita o trabalho com a</p><p>habilidade EF06HI10.</p><p>Sugestão para o professor:</p><p>MARTON, Fabio. Esparta: viver para a guerra. Aventuras na História, São Paulo, 5 out. 2019. Disponível em:</p><p>https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-esparta-viver-para-a-guerra.phtml.</p><p>Acesso em: 15 maio 2022.</p><p>Matéria sobre os espartanos, considerados os guerreiros mais poderosos da Antiguidade.</p><p>130</p><p>11</p><p>130</p><p>A oligarquia espartana</p><p>Como os espartanos governavam a cidade? Em Esparta,</p><p>apenas os esparciatas tinham direitos políticos, e somente os</p><p>membros das famílias mais importantes podiam ser eleitos para</p><p>as funções de comando. Por isso, o regime político de Esparta</p><p>é chamado de oligárquico (olígos, poucos; arkhé, governo).</p><p>Esparta, ao contrário de outras cidades gregas importantes,</p><p>preservou a monarquia. Na cidade, dois reis comandavam o</p><p>exército e cuidavam das tarefas sacerdotais. As leis eram for-</p><p>muladas pela Gerúsia, um conselho formado pelos dois reis</p><p>e por 28 cidadãos com mais de 60 anos. Um comitê de cinco</p><p>cidadãos, os éforos, era eleito todo ano pela assembleia para su-</p><p>pervisionar as atividades políticas e julgar crimes importantes.</p><p>Os cidadãos maiores de 20 anos podiam participar da Ápela,</p><p>assembleia que se reunia periodicamente para votar as leis pro-</p><p>postas pela Gerúsia. Mas o poder da assembleia era limitado;</p><p>quem comandava a cidade, de fato, eram os dois reis e os 28</p><p>anciãos da Gerúsia, que tinham o poder de rejeitar as decisões</p><p>da assembleia.</p><p>PORTAL Grécia Antiga.</p><p>Disponível em: https://</p><p>greciantiga.org/. Acesso</p><p>em: 10 jan. 2022.</p><p>Neste site, criado em</p><p>1997 e constantemente</p><p>renovado até os dias de</p><p>hoje, é possível encontrar</p><p>uma enorme variedade</p><p>de textos e imagens</p><p>sobre a Grécia Antiga.</p><p>A educação espartana</p><p>O historiador e biógrafo greco-romano Plutarco viveu no início da Era Cristã, quando a</p><p>Grécia já tinha sido conquistada por Roma. No texto a seguir, ele fala sobre a educação dos</p><p>meninos em Esparta.</p><p>Os anciãos vigiavam os jogos das crianças. Não perdiam uma ocasião para suscitar entre eles</p><p>brigas e rivalidades. Tinham, assim, meios de estudar, em cada um, as disposições naturais para a</p><p>audácia e a intrepidez na luta. Ensinavam a ler e escrever apenas o estritamente necessário. O res-</p><p>to da educação visava acostumá-los à obediência, torná-los duros à adversidade e fazê-los vencer</p><p>no combate. Do mesmo modo, quando cresciam, eles recebiam um treinamento mais severo [...].</p><p>Quando completavam doze anos, não usavam mais camisa. Só recebiam um agasalho por ano. [...].</p><p>PLUTARCO. A vida de Licurgo. In: PINSKY, Jaime. 100 textos de História Antiga. São Paulo: Contexto, 2009. p. 108-110.</p><p>1. De acordo com Plutarco, qual era o principal objetivo da educação dos meninos espartanos?</p><p>2. Você considera correto estimular a rivalidade ou a cooperação na educação das crianças?</p><p>Documento</p><p>Orientações</p><p>A Gerúsia podia rejeitar as</p><p>decisões da assembleia caso</p><p>decidisse que os cidadãos</p><p>haviam votado de forma in-</p><p>correta. Mas como determi-</p><p>nar se uma decisão do povo</p><p>era incorreta? Na verdade, a</p><p>assembleia popular era sobe-</p><p>rana enquanto não ameaças-</p><p>se os interesses das famílias</p><p>mais poderosas da cidade ou</p><p>desrespeitasse tradições. Se</p><p>uma votação colocasse em</p><p>risco os privilégios do grupo</p><p>dirigente, os reis e o conselho</p><p>de anciãos podiam invalidar a</p><p>decisão da assembleia.</p><p>Respostas</p><p>1. A finalidade da educação</p><p>espartana era formar bons</p><p>guerreiros, o que exigia mui-</p><p>ta disciplina, força, agilidade,</p><p>audácia e obediência.</p><p>2. Resposta pessoal. Se pos-</p><p>sível, estimule o debate de</p><p>opiniões sobre essa questão.</p><p>O importante é que os estu-</p><p>dantes apresentem suas po-</p><p>sições e as defendam com ar-</p><p>gumentos coerentes. Se julgar</p><p>conveniente, pode explicar a</p><p>eles que os documentos e as</p><p>publicações oficiais que regu-</p><p>lamentam ou orientam a edu-</p><p>cação no Brasil pregam uma</p><p>ação pedagógica voltada pa-</p><p>ra a formação integral do ci-</p><p>dadão, que garanta, na escola</p><p>e fora dela, o respeito à diver-</p><p>sidade e a valorização de ati-</p><p>tudes de solidariedade, justi-</p><p>ça e compromisso social. Tudo</p><p>isso não garante, no entanto,</p><p>que as escolas brasileiras es-</p><p>tejam tendo êxito no projeto</p><p>de educar nossos jovens pa-</p><p>ra a prática da cidadania, da</p><p>cooperação e da</p><p>verdadeira</p><p>solidariedade. A própria exis-</p><p>tência dos vestibulinhos e dos</p><p>vestibulares pode estimular o</p><p>espírito competitivo e o indi-</p><p>vidualismo. Além disso, o mer-</p><p>cado de trabalho está cada vez</p><p>mais competitivo. Vivemos</p><p>em uma sociedade que valo-</p><p>riza os “vencedores”, os “bem-</p><p>-sucedidos”, que tolera o des-</p><p>caso com os idosos e aplica</p><p>justiças diferentes para ricos</p><p>e pobres. Por isso, é difícil di-</p><p>mensionar o poder efetivo da</p><p>escola em fazer frente às pres-</p><p>sões do mundo globalizado.</p><p>O conteúdo abordado nesta seção favorece o trabalho com o tema contemporâneo Direitos da criança</p><p>e do adolescente.</p><p>Observação</p><p>O estudo sobre a oligarquia espartana e o funcionamento da Gerúsia constitui uma oportunidade para</p><p>se contemplar o desenvolvimento da habilidade EF06HI12.</p>