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<p>Muancha Mesquita</p><p>AVALIAÇÃO GEOTÉCNICA DO MACIÇO ROCHOSO, DO POSTO</p><p>ADMINISTRATIVO DE MITEDA DISTRITO DE MUIDUMBE PARA A SUA</p><p>APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE BRITA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL</p><p>(Curso de Licenciatura em Geologia com Habilitação em Mineração)</p><p>Universidade Rovuma – Nampula</p><p>Campus de Napipine</p><p>2024</p><p>2</p><p>Muancha Mesquita</p><p>AVALIAÇÃO GEOTÉCNICA DO MACIÇO ROCHOSO, DO POSTO</p><p>ADMINISTRATIVO DE MITEDA DISTRITO DE MUIDUMBE PARA A SUA</p><p>APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE BRITA PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL.</p><p>(Curso de Licenciatura em Geologia com Habilitação em Mineração)</p><p>Supervisor: Msc Deocleciano Nhazilo</p><p>Universidade Rovuma – Nampula</p><p>Campus de Napipine</p><p>2024</p><p>Projecto de Pesquisa a ser entregue no Departamento</p><p>de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências da</p><p>Universidade Rovuma, como requisito parcial para a</p><p>obtenção do grau de licenciatura em Geologia com</p><p>habilitação em Mineração.</p><p>3</p><p>ÍNDICE</p><p>1.1. Contextualização ................................................................................................. 14</p><p>1.2 OBJECTIVOS DA PESQUISA .......................................................................... 15</p><p>1.2.1. Objetivo geral ....................................................................................................... 15</p><p>1.2.2. Objectivos específicos .......................................................................................... 15</p><p>1.3. JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 15</p><p>1.4. PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO DA PESQUISA .................................... 15</p><p>1.5. HIPÓTESE .......................................................................................................... 15</p><p>1.6. METODOLOGIA ................................................................................................ 16</p><p>1.6.1. Trabalho de Gabinete ....................................................................................... 16</p><p>1.6.2. Trabalho de Campo e Laboratório ................................................................... 16</p><p>1.6.3. Processamento, Análise e Interpretação .......................................................... 16</p><p>1.6.4. Compilação do Relatório .................................. Erro! Marcador não definido.</p><p>CAPITULO II: CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................ 17</p><p>2.1. Localização Geográfica ........................................................................................... 17</p><p>2.2. Vias de Acesso .................................................................................................... 18</p><p>2.3. Clima ................................................................................................................... 18</p><p>2.4. Relevo .................................................................................................................. 19</p><p>2.5. Fisiografia ............................................................................................................ 19</p><p>2.6. Solos .................................................................................................................... 19</p><p>2.7. ASPECTO GEOLÓGICO ................................................................................... 20</p><p>2.7.1. Geologia Regional ........................................................................................... 20</p><p>2.7.2. Geologia local .................................................................................................. 21</p><p>2.8. Geocronologia, metamorfismo e tectónica .......................................................... 21</p><p>CAPITLO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................... 21</p><p>3.1. Definições ............................................................................................................ 21</p><p>3.1.1. Maciço Rochoso .............................................................................................. 21</p><p>3.1.2. Descrição de Maciços Rochosos ...................................................................... 22</p><p>3.1.3.Parâmetros do maciço rochoso .............................................................................. 23</p><p>3.1.4.Características e parâmetros elementares para a classificação de maciços rochoso.26</p><p>4. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ................... Erro! Marcador não definido.</p><p>5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................... Erro! Marcador não definido.</p><p>4</p><p>5</p><p>Índice de Tabelas</p><p>6</p><p>Lista de Mapas</p><p>7</p><p>Lista de Figuras</p><p>8</p><p>Símbolos e Abreviaturas</p><p>9</p><p>Declaração de Honra</p><p>Eu Muanacha Mesquita, declaro por minha honra que esta Monografia é</p><p>resultado da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor. O</p><p>seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente</p><p>mencionadas no texto e nas referências bibliográficas. Declaro ainda que este</p><p>trabalho nunca foi apresentado em qualquer outra instituição para obtenção de</p><p>grau académico.</p><p>Nampula, Setembro de 2024</p><p>Muanacha Mesquita</p><p>Supervisor</p><p>_________________________</p><p>Msc Deocleciano Nhazilo</p><p>10</p><p>Dedicatória</p><p>Dedico este trabalho aos meus pais Mesquita Caetano e Nenita Gabriel “In</p><p>Memorian” que Deus os tenha, ao meu marido Dercio Colaço, as minhas filhas e a</p><p>todos os familiares, amigos, docentes, Professores e todos aqueles que cruzaram em</p><p>minha vida, participando de forma directa ou indirecta para a materialização e</p><p>construção deste grande sonho de subir um degrau na caminhada académica.</p><p>11</p><p>Agradecimentos</p><p>Como um ser humano temente a Deus, endereço os meus mais profundos e sinceros</p><p>agradecimentos a Deus pai todo poderoso, pela dádiva da vida que até então ele me</p><p>permite desfrutar e compartilhar cada rabisco dela ao lado daqueles que a mim tem apoiado</p><p>nesta minha longa caminhada. Agradeço aos meus pais (Mesquita Caetano e Nenita</p><p>Gabriel ‘‟In Memorian‟‟ ) que muito em mim plantaram para que eu não me desviasse da</p><p>meta, que tanto investiram com ensinamentos e princípios que me moldaram e moldam até</p><p>então a ter foco e paciência nos meus objetivos.</p><p>Agradeço ao meu Marido (Dercio Colaço) que em meio de tantas dificuldades, muito fez</p><p>por mim nesta jornada; aos meus irmãos que sempre estiveram aqui para manter o meu</p><p>psíquico estável.</p><p>Ao meu supervisor Msc Deocleciano Nhazilo, meu muito obrigado pelo suporte e</p><p>paciência na elaboração do meu trabalho de conclusão de curso.</p><p>Aos „‟amigos-irmãos-colegas‟‟ que a vida me ofereceu, os agradeço por os ter, pois com</p><p>eles enfrentamos de forma descontraída os obstáculos por nós encontrados nesta jornada,</p><p>Enfim, mais do que reticências, nada posso dizer em relação a todos acima citados, e aos</p><p>que não foram citados pelos seus feitos na contribuição direta e/ou indireta na realização</p><p>deste grande sonho.</p><p>12</p><p>Resumo</p><p>A presente Monografia para a obtenção do grau académico de Licenciatura em Geologia, apresenta</p><p>como tema a " Avaliação geotécnica do maciço rochoso, do posto administrativo de miteda distrito</p><p>de muidumbe para a sua aplicação na produção de brita para a construção civil " com o objetivo</p><p>central de avaliar geotecnicamente o maciço rochoso do posto Administrativo de Miteda para a</p><p>sua aplicação na construção civil. A área do projecto está localizada no distrito de Muidumbe,</p><p>concretamente no posto administrativo de Miteda, na parte Oeste do distrito de Muidumbe, e a</p><p>Norte da Província de Cabo Delgado, geologicamente esta instalado no complexo de Lalamo,</p><p>caracterizado localmente por gnaisse granítico a granodioritico e quartzito. Das duas áreas</p><p>visitadas, a área – II, apresenta um maciço rochoso de boa qualidade, composto por gnaisse</p><p>granítico</p><p>a granodioritico, de graus finos, não alterado e nem fracturado, pode ser utilizado para</p><p>fins de construção civil, como brita ou agregados. A área – I, é caracterizada por quartzito de grãos</p><p>finos, cor branco, alterado, muito fracturado, as zanas fraturadas estão preenchidas por argilas</p><p>expansivas e arbustos. O grande problema da Área – I, reside na qualidade, devido ao seu alto grau</p><p>de alterabilidade e fracturamento, que afecta a qualidade da mesma. Os custos operações serão</p><p>maiores, para extração de pedras e agregados este maciço rochoso, porque para detonação desta</p><p>área, terá como resultado um mau desmonte ou fragmentação da rocha, devido ao risco de</p><p>dissipação de energia durante o desmonte, por causa da existência das fracturas, que são zonas de</p><p>fraqueza. Em termo geomorfológico a área – II, apresenta uma altitude máxima de 550m. As</p><p>rochas neste ponto não afloram muito à superfície, isto quer dizer, que o corpo do gnaisse granítico</p><p>a granodioritico é profundo. No que tange a extração de pedras e agregado, está área oferece mais</p><p>segurança em comparação com área – I, visto que, a sua geomorfologia é favorável e possibilitará</p><p>uma boa circular de pessoas, equipamentos e bens. Com base nas observações do campo,</p><p>conjugadas com análise literária, a aconselhasse a licenciamento para pedreira a área – II.</p><p>Palavras-chave: Avaliação, Geotécnica, Maciço rochoso, Construção civil.</p><p>13</p><p>Abstract</p><p>The present monograph for obtaining the academic degree of Licentiate in Geology, presents as its</p><p>theme the "Hydrogeological potential of the district of Pebane: case study of Nagonha and Ilha de</p><p>Idugo" with the central objective of making a comparative analysis of the hydrogeological potential</p><p>of the locality from Nagonha and Idugo Island, Pebane district using the profiling technique and</p><p>SEV technique. In the studied areas, the morphological analysis of the curves obtained from the</p><p>VES's presented diversified models, being a probing curve that was obtained for a 5-layer model</p><p>corresponding to the HKQ type , a curve a sounding curve that was</p><p>obtained for a 4-layer model corresponding to the QH type , a sounding curve</p><p>that was obtained for a 4-layer model corresponding to the HK type at SEV's</p><p>01, 02, 05 of Idugo Island, respectively; in Nagonha (SEV do Furo), it presents a sounding curve</p><p>that was obtained for a 4-layer model corresponding to the AK type . Similar</p><p>curves were also obtained in Idugo (SEV's – 03 and 06) and Nagonha (SEV – 03), these present a</p><p>probing curve that was obtained for a 5-layer model, being ; a sounding</p><p>curve was also obtained for a 3-layer model corresponding to the Q type in SEV –</p><p>04 of Idugo and SEV – 02 of Nagonha. Based on the results, the occurrence of aquifer potentials in</p><p>the fourth horizon constituted by saturated sand with relatively low resistivities is verified for Idugo</p><p>(SEV's – 01; 02, 03 and 06) and Nagonha (SEV do Furo and SEV – 03), however, saturated sand is</p><p>also observed in the third layer of SEV - 02, followed by clay/salt water in the fifth layer of SEV -</p><p>03 to Nagonha, but saturated sand is also observed in the third layer of SEV - 05 and clay/salt water</p><p>layer in the fifth layer (SEV's 01, 03 and 06), in the third layer (SEV – 04) and in the fourth layer</p><p>(SEV – 05) for Idugo. As for the depth of the aquifers or the occurrence of groundwater, the</p><p>analysis and interpretation of the altimetry of the district of Pebane was used (map 4), where the</p><p>study areas were identified, and the Idugo Island is covered by the area with altimetry varying</p><p>between 50 – 100m, while the Locality of Nagonha is covered by the area with altimetry varying</p><p>between 100 – 200m; therefore, the aquifer of Nagonha is relatively shallower than the aquifer of</p><p>Idugo Island.</p><p>Keywords: SEV, resistivity, aquifer, depth</p><p>14</p><p>CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO</p><p>1.1.Contextualização</p><p>Numa perspetiva puramente geológica, as rochas são os materiais constituintes da litosfera ter</p><p>restre. Logo, nesta designação tão abrangente poderá considerar, quer os materiais superficiais</p><p>não consolidados quer os materiais num estado fluido (e.g., hidrocarbonetos). Dado ocarácter</p><p>lato da definição anterior,esta não poderá interessar ao Engenheiro.A primeira restrição a faze</p><p>r consiste em reservar a designação de rocha unicamente para os materiais sólidos com</p><p>ponentes da crusta terrestre (Mello Mende, 1967,68). É nestes materiais rochosos que o Hom</p><p>em tem de apoiar a maior parte das suas estruturas, tem de rasgar as suas escavações, para fin</p><p>s de construção civil ou de exploração mineira, tem que sondar para obter petróleo ou gás nat</p><p>ural, tem que fragmentar e moer para a abertura de obras subterrâneas ou para obter materiais</p><p>de construção, etc. Por fim, é o comportamento destas rochas que o Homem tem que compre</p><p>ender para poder interpretar a evolução geológica do planeta Terra (Mello Mendes, 1967‐</p><p>68; Rocha, 1981, 2013).</p><p>A descrição e caracterização de maciços rochosos com fins geotécnicos tem como objectivo</p><p>identificar e determinar as condições e propriedades, observáveis em trabalho de campo, que</p><p>posteriormente permitam com estudos adicionais prever o comportamento do material</p><p>rochoso Perante escavações, fundações ou qualquer outro fim construtivo ou extrativo que im</p><p>plique uma modificação ao estado natural dos maciços rochosos.O comportamento de um ma</p><p>ciço rochoso é definido em função das propriedades intrínsecas dos materiais que o constitue</p><p>m, assim como a estrutura e a resistência ao corte dos planos de descontinuidade que o afeta</p><p>m, bem como as condições geológicas, tectónicas e hidrogeológicas (Pereira, 1985).</p><p>Todos os maciços rochosos, para além de serem normalmente estruturas descontínuas e</p><p>heterogéneas, apresentam, em regra, uma evidente anisotropia. Esta é devida, por um lado à a</p><p>nisotropia do material rochoso e, por outro lado, às famílias de descontinuidades que co</p><p>mpartimentam os maciços. Esta última contribuição é, em geral, a mais relevante, não só no q</p><p>ue diz respeito à deformabilidade, mas também à resistência dos maciços rochosos.</p><p>15</p><p>1.2 OBJECTIVOS DA PESQUISA</p><p>1.2.1. Objetivo geral</p><p>Constitui objetivo geral desta pesquisa, avaliar geotecnicamente o maciço rochoso do posto</p><p>Administrativo de Miteda para a sua aplicação na construção civil.</p><p>1.2.2. Objectivos específicos</p><p> Efectuar o mapeamento Geológico na área de estudo;</p><p> Descrever as Litologias da área de estudo;</p><p> Analisar os parâmetros Geotécnicos;</p><p> Comparar os parâmetros geotécnicos com os valores de referência.</p><p>1.3.JUSTIFICATIVA</p><p>A presente pesquisa surge pelo anseio da autora em fazer uma investigação aprofundada</p><p>sobre a qualidade de brita do posto administrativo de Miteda, uma vês que esta sendo</p><p>explorada para a construção civil. Como estudante que cursou geotecnia, sentio a</p><p>necessidade de trazer um contributo científico sobre analise geotécnica de rochas</p><p>industriais que trará mais valia para a comunidade académica assim como para a industria</p><p>da construção civil.</p><p>1.4.PROBLEMA/PROBLEMATIZAÇÃO DA PESQUISA</p><p>A utilização de brita para a construção civil, no distrito de Muidumbe tem se acentuado nos</p><p>últimos tempos. Muitas das vezes este material é usado sem ao menos ter se uma ideia das</p><p>suas características geotécnicas para o efeito, podendo resultar em acidente devido ao uso</p><p>sem se ter a ideia da qualidade do mesmo, diante deste cenário surge a seguinte questão:</p><p> Será que o maciço rochoso do posto administrativo de Miteda tem potencial</p><p>para sua aplicação na produção de brita para a construção civil?</p><p>1.5.HIPÓTESE</p><p> O maciço rochoso pode ter potencial para a sua aplicação na construção civil, uma</p><p>vez que na região existem empresas que exploram brita no mesmo maciço;</p><p> O maciço</p><p>rochoso pode não ter potencial para a sua aplicação na construção civil,</p><p>devidos as suas características geológicas que podem estar muito alteradas e</p><p>fracturadas.</p><p>16</p><p>1.6.METODOLOGIA</p><p>Tratando-se de um trabalho de Pesquisa Geológica, conforme exposto no tema, a pesquisa</p><p>será de natureza exploratória onde seguirá a sistemática básica de Pesquisa Geológica.</p><p>Portanto, a metodologia deste trabalho, foi dividida em 5 Etapas:</p><p> Trabalho de gabinete;</p><p> Trabalho de Campo;</p><p> Trabalho de Laboratório;</p><p> Processamento, Interpretação e Análise dos dados e;</p><p> Compilação do Relatório.</p><p>1.6.1. Trabalho de Gabinete</p><p>A primeira etapa do trabalho consistiu na realização de um levantamento de informações</p><p>bibliográficas da área em estudo, através de cartas geológicas, metalogenéticas e</p><p>topográficas do local, notícias explicativas da região, a consulta bibliográfica (a partir de</p><p>literaturas, de apostilas, teses, dissertações, monografias e artigos científicos) referente a</p><p>geologia do local em estudo. Inclui-se também nesta etapa a preparação dos equipamentos</p><p>para a pesquisa.</p><p>1.6.2. Trabalho de Campo e Laboratório</p><p>O trabalho de campo foi realizado no Posto Administrativo de Miteda, Esta etapa, consistiu</p><p>no levantamento de dados através do contacto directo com a área de estudo, durante os</p><p>trabalhos de campo, foi feito o levantamento de coordenadas geográficas utilizando GPS,</p><p>foi feita a medição de direcção, mergulho, e descrição das principais famílias de fracturas</p><p>de dobras utilizado Bússola, foi feita a caracterização dos Afloramentos (quartzito e</p><p>gnaisse granítico a granodioritico), foi feito o reconhecimento geológico-geotécnico dos</p><p>maciços rochosos e colecta de amostras e determinação das características da qualidade do</p><p>maciço rochoso (seu estado de alteração e de fracturação) segundo os seus parâmetros de</p><p>qualidade, As amostras colhidas no campo foram levadas ao laboratório em Maputo para a</p><p>determinação do índice de RQD (Rock Quality Designation).</p><p>1.6.3. Processamento, Análise e Interpretação</p><p>Nesta etapa os dados levantados foram tratados em programas computacionais como é o</p><p>caso de google earth para a visualização e captura de imagens de satélite, ArcGIS para a</p><p>17</p><p>produção de mapas de localização geográfica, estereonet para a projecção de</p><p>estereogramas, visando a análise rúptil e dúctil do afloramento,a interpretação das análises</p><p>laboratoriais das amostras sera por meio de graficos e nos parâmetros elementares para a</p><p>classificação de maciço rochoso (Atitude geológica, Estado de alteração, Fracturação e</p><p>Continuidade ou persistência).</p><p>CAPITULO II: CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO</p><p>2.1. Localização Geográfica</p><p>De acordo com o MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2014):</p><p>O distrito de Muidumbe está localizado na parte Norte da Província de Cabo Delgado,</p><p>confinando a Norte com os distritos de Mocímboa da Praia e Mueda, a Sul com os distritos</p><p>de macomia e Meluco, a este com os distritos de macomia e Mocímbua da Praia e a Oeste com</p><p>o distrito de Mueda.</p><p>Mapa 1: Mapa de localização geográfica da área de projecto.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>18</p><p>2.2.Vias de Acesso</p><p>De acordo com o MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2014):</p><p>O acesso a área do projecto pode ser através da estrada nacional número 380, que liga ao</p><p>posto administrativo de Miteda - Lyfete e Ngapa. A outra via de fácil acesso é a estrada</p><p>Mueda Muidumbe, que neste momento se apresenta em mínimas condições de</p><p>transitabilidade. A estrada asfaltada em boas condições parte de Mueda-Sede a aldeia de</p><p>Nimo, pertencente ao distrito de Mueda, dista aproximadamente 4Km da vila sede de</p><p>Mueda. De saliente que, de Nimo para Wavi a estrada é terraplanar, de Wavi para área</p><p>proposta para Área – I, dista cerca de 6km, apresenta-se em péssimas condições de</p><p>transitabilidade (figura 2).</p><p>Figura 1: O estado actual de estradas e vias de acesso à área do projecto.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>2.3.Clima</p><p>De acordo com o MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2014):</p><p>Climaticamente a região é dominada por climas do tipo semiárido e sub-húmido seco. A</p><p>precipitação média anual varia de 800 a 1200 mm, enquanto a evapotranspiração potencial</p><p>de referência (ETo) está entre os 1300 e 1500 mm. A precipitação média anual pode,</p><p>contudo, mais perto do litoral, por vezes exceder os 1500 mm, tornando-se o clima do tipo</p><p>sub-húmido chuvoso. Em termos da temperatura média durante o período de crescimento</p><p>das culturas, há regiões cujas temperaturas excedem os 25ºC, embora em geral a</p><p>temperatura média anual varie entre os 20 e 25ºC.</p><p>19</p><p>2.4.Relevo</p><p>De acordo com o MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2014):</p><p>Fisiograficamente a área é constituída por uma zona planáltica baixa que, gradualmente</p><p>passa para um relevo mais dissecado com encostas mais declivosas intermédias, da zona</p><p>subplanáltica de transição para a zona litoral. Uma parte considerável do interior é de</p><p>altitudes compreendidas entre os 200 e 750 metros, de relevo ondulado, interrompido de</p><p>quando em quando pelas formações rochosas dos “inselbergs”. Os dambos (ndabo nas</p><p>línguas locais) são formas especiais dos vales, não sendo exclusivos de uma zona agro-</p><p>ecológica estão presentes de uma forma considerável na zona R7. São depressões</p><p>hidromórficas suaves ou vales extensos, não profundos, sem escoamento de água na forma</p><p>de uma linha de drenagem ou mesmo leito de rio.</p><p>2.5.Fisiografia</p><p>De acordo com o MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2014):</p><p>A fisiografia é dominada pela alternância de interflúvios e os vales dos rios que, devido á</p><p>sua largura, profundidade e posição (em relação aos rios), poderão alternar com dambos.</p><p>Os vales dos rios são dominados por solos aluvionares (Fluvisols), escuros, profundos, de</p><p>textura pesada a média, moderadamente a mal drenados, sujeitos a inundação regular. Nos</p><p>dambos encontram-se solos hidromórficos de textura variada, desde arenosos de cores</p><p>cinzentas, arenosos sobre argila a solos argilosos estratificados, de côr escura (Mollic,</p><p>Gleyic e Dystric Gleysols, e Haplic e Luvic Phaeozems).</p><p>O escoamento superficial é lento e difuso para além de poder ainda beneficiar da</p><p>contribuição do fluxo de água subterrânea, principalmente nas zonas cujos depósitos</p><p>apresentam texturas grosseira e arenosa. Estas unidades de terreno são ainda características</p><p>das áreas mais planas ao longo dos divisores de água dos rios.</p><p>2.6.Solos</p><p>De acordo com o MINISTÉRIO DE ADMINISTRAÇÃO ESTATAL (2014):</p><p>Os topos e encostas superiores dos interflúvios são dominados por complexos de solos</p><p>vermelhos e alaranjados (Rhodic Ferralsols, Chromic Luvisols), e amarelos (Haplic</p><p>Lixisols e Haplic Ferralsols). A maioria dos solos apresentam texturas média a pesada,</p><p>sendo profundos, bem a moderadamente bem drenados. Nas encostas intermédias dos</p><p>interflúvios os solos variam de cor, desde solos com cores pardo-acastanhada a castanho-</p><p>amareladas, moderadamente bem drenados, com textura argilosa.</p><p>20</p><p>2.7.ASPECTO GEOLÓGICO</p><p>2.7.1. Geologia Regional</p><p>Em termo geológico, área do projecto está assente no Complexo de Lalamo (figura 3),</p><p>situado a leste e norte do Complexo de Nairoto. O Complexo de Lalamo compreende</p><p>predominantemente várias rochas metasurpacrustais, tais como: Gnaisse biotítico,</p><p>metagrés, quartzito, mármore, anfibolito e rochas conglomeradas meta-ígneas de</p><p>composição granítica a ultrabásica, Norconsult, (2006).</p><p>As rochas do Complexo de Lalamo sofreram um metamorfismo de grau anfibolítico, com</p><p>base nas paragéneses encontradas e nos dados petrográficos. As litologias deste complexo</p><p>são bastante semelhantes às do Complexo de Montepuez, encontrando-se os dois</p><p>complexos separados pelo Complexo de Nairoto, excepto no extremo leste onde o contacto</p><p>entre eles é uma zona de cisalhamento. O contacto ocidental com o Complexo de Nairoto é</p><p>formado por uma zona de cisalhamento, ao longo da qual um movimento para</p><p>a direita</p><p>separou as várias unidades do Complexo de Lalamo, Norconsult, (2006).</p><p>Mapa 2: Mapa de geologia regional da área do projecto</p><p>Fonte: Autora,2023</p><p>21</p><p>2.7.2. Geologia local</p><p>Localmente as duas áreas visitadas são caracterizadas por quartzito e gnaisse granítico a</p><p>granodioritico, pertencem ao Complexo de Lalamo.</p><p>2.8.Geocronologia, metamorfismo e tectónica</p><p>Os Complexos de Lalamo e Montepuez incluem abundantes metas sedimentos e rochas</p><p>félsica meta vulcânicas. Dados disponíveis para o Complexo de Montepuez sugerem</p><p>depósito de unidades de mármore entre 1100 e 1050 Ma (datação quimio-estratigráfica) e</p><p>depósito de sedimentos clásticos após 942 ±14 Ma (idade de um zircão de detrito),</p><p>Norconsult, (2006).</p><p>CAPITLO III: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA</p><p>3.1.Definições</p><p>3.1.1. Maciço Rochoso</p><p>Os maciços rochosos são conjuntos de blocos de rocha intacta ou somente rocha intacta e</p><p>os planos de fraqueza que delimitam essa rocha, as descontinuidades. Os maciços possuem</p><p>diferenças relacionadas aos tipos de litologias, alterações e presenças de descontinuidades.</p><p>Essas heterogeneidades oferecem diversos tipos de comportamentos geomecânicos</p><p>(Mesquita, 2008).</p><p>Cada maciço rochoso reage de maneiras diferentes segundo o tipo de construção que será</p><p>estabelecida a sua estrutura. Dessa forma, segundo cada projeto, suas dimensões e</p><p>particularidades devem ser estudadas a fim de entender como o maciço e a obra se</p><p>comportarão um com relação ao outro (Vallejo et al., 2002).</p><p>Segundo a International Society of Rock Mechanics (ISRM) (1981), as principais</p><p>características das descontinuidades que interferem no comportamento dos maciços</p><p>rochosos são: espaçamento, rugosidade, orientação, preenchimento, persistência, abertura e</p><p>percolação de água (Figura 2).</p><p>22</p><p>Figura 2: Características das descontinuidades.</p><p>Fonte: Modificado e traduzido de ISRM, 2007.</p><p>3.1.2. Descrição de Maciços Rochosos</p><p>A descrição e caracterização de maciços rochosos em afloramentos é uma tarefa necessária</p><p>em todos os estudos de geologia de engenharia ou de geotecnia, cujo o objetivo m</p><p>aior é o conhecimento das propriedades e características geotécnicas dos materiais rochos</p><p>os. O desenrolar dos trabalhos de campo em afloramentos permite obter informação necess</p><p>ária para avaliar o comportamento geotécnico dos maciços rochosos, planificar as fases de</p><p>investigação mais avançadas e interpretar os resultados que se obtêm das mesmas. Devido</p><p>à grande variedade de condicionantes e propriedades, a caracterização dos maciços pode s</p><p>er uma tarefa complexa, sobretudo se se encontrarem conjuntamente materiais rochosos e t</p><p>errosos, zonas fraturadas, tectonizadas e/ou meteorizadas, (Segundo Dearman, 1991).</p><p>As descrições dos maciços rochosos com fins geotécnicos necessitam de atenções e medida</p><p>s adicionais às geológicas; assim se justifica a necessidade de estabelecer uma sistemática</p><p>que padronize critérios e facilite a comunicação entre todos os geo‐</p><p>profissionais que tenham de realizar trabalhos semelhantes. Estas descrições podem implic</p><p>ar um certo grau de subjetividade que se deve evitar, na medida do possível, realizand</p><p>o observações sistemáticas e utilizando uma terminologia.</p><p>A sistemática para a descrição dos afloramentos de maciços rochosos pode‐</p><p>se resumir nas seguintes etapas:</p><p> Descrição das características gerais do afloramento;</p><p> Divisão em zonas geotécnicas e descrição geral de cada zona;</p><p>23</p><p> Descrição pormenorizada de cada zona em termos da matriz rochosa e das desconti</p><p>nuidades;</p><p> Descrição dos parâmetros geológicos e geométricos do maciço rochoso;</p><p> Caracterização global e classificação geológico‐geotécnica do maciço rochoso.</p><p>O estudo geral do maciço deverá incluir a identificação, a descrição das condições gerais d</p><p>o afloramento e a caracterização dos vários aspetos geológicogeotécnicos, i.e., o tipo de lit</p><p>ologias e do materialrocha, o estado de alteração, o estudo das descontinuidades e a</p><p>s condições hidrogeológicas. A divisão em zonas geotécnicas mais ou menos homogéneas</p><p>realizasse a partir de critérios essencialmente litológicos e geológicoestruturais. A descriç</p><p>ão de cada zona deve ser o mais objetiva e clara possível, recorrendose, normalmente, a u</p><p>ma terminologia recomendada.</p><p>3.1.3.Parâmetros do maciço rochoso</p><p>Para a caracterização global do maciço rochoso a partir dos dados obtidos no estud</p><p>o dos afloramentos, juntamente com a descrição dos seus componentes, da matriz‐</p><p>rochosa e das descontinuidades, devem ser considerados outros aspetos representativos do</p><p>conjunto, tais como:</p><p> O número de descontinuidades e de famílias presentes no maciço;</p><p> Tamanho dos blocos e intensidade de fracturação;</p><p> Grau de alteração.</p><p>Família de descontinuidade como o conjunto de todas as descontinuidades que apresentam</p><p>idêntica orientação. De acordo com esta definição, uma falha, uma diaclase, uma microfis</p><p>sura, poderão ser englobadas na mesma família, o que terá a sua lógica se se admitir que p</p><p>or um lado todas elas podem ter resultado dos efeitos produzidos pelos mesmos campos de</p><p>tensão instalados no maciço, e por outro lado, que é no seu conjunto que elas influenciam o</p><p>maciço rochoso e, consequentemente, a obra de engenharia (Rocha, 1981; Pereira, 1985;</p><p>Gonzalez Vallejo & Ferrer, 2011). Contudo, existem descontinuidades que não poderão se</p><p>r agrupadas nas famílias, ou por serem erráticas ou aleatórias, não possuindo a mesma orie</p><p>ntação das restantes ou por apresentarem características físicas e mecânicas peculiares (Pe</p><p>reira, 1985). Nestes casos deverseá privilegiar o seu estudo individual de forma a analisar e</p><p>ter em conta as suas implicações para o maciço rochoso.</p><p>O maciço pode classificarse pelo número de famílias, variando entre maciços rochosos co</p><p>mpactos com apenas uma família de descontinuidades, como é exemplo um maciço rochos</p><p>o, e maciços com três ou mais famílias de descontinuidades.</p><p>24</p><p>A ISRM (1978) recomenda que se considerem os seguintes nove casos para análise do núm</p><p>ero de famílias de descontinuidades que ocorrem em certa zona do maciço:</p><p> Caso 1: maciço compacto, com algumas descontinuidades ocasionais dispostas alea</p><p>toriamente.</p><p> Caso 2: uma família de descontinuidades.</p><p> Caso 3: uma família de descontinuidades e ainda algumas descontinuidades ocasion</p><p>ais dispostas aleatoriamente.</p><p> Caso 4: duas famílias de descontinuidades.</p><p> Caso 5: duas famílias de descontinuidades e ainda algumas descontinuidades</p><p>ocasionais dispostas aleatoriamente.</p><p> Caso 6: três famílias de descontinuidades.</p><p> Caso 7: três famílias de descontinuidades e ainda algumas descontinuidades o</p><p>casionais dispostas aleatoriamente.</p><p> Caso 8: quatro ou mais famílias de descontinuidades.</p><p> Caso 9: maciço de rocha muito esmagada, com o aspeto idêntico ao de um solo.</p><p>As famílias de descontinuidades podem ser representadas graficamente mediante a constru</p><p>ção de blocosdiagramas, permitindo assim a visualização espacial da sua orientação relativ</p><p>a e do tamanho e forma dos blocos de matriz rochosa.</p><p>As descontinuidades quando dispostas com uma certa regularidade designam‐</p><p>se por superfícies de compartimentação, i.e., são os planos de anisotropia planar de fraque</p><p>za estrutural . O tamanho do bloco unitário é, em muitos aspetos da geotecnia, um dos mais</p><p>críticos parâmetros determinados para os maciços rochosos. No entanto, em vários casos,</p><p>tornase um parâmetro difícil de quantificar, sendo por vezes impossível a sua determinaçã</p><p>o por métodos expeditos. Como consequência, a estimativa do bloco unitário é tipica</p><p>mente realizada e incorporada nas classificações dos maciços rochosos.</p><p>25</p><p>Figura 3: Exemplos de formas geométricas relacionadas com o padrão da fracturação</p><p>Fonte: Palmström,</p><p>1995.</p><p>Conceptualmente, a determinação deste parâmetro podese considerar como produto de três</p><p>parâmetros geotécnicos simples: a orientação dos sistemas de descontinuidades, o espaçam</p><p>ento real (espaçamento perpendicular entre diaclases de uma mesma família) e a pe</p><p>rsistência. Dependendo da variação destes parâmetros, são duas as soluções possíveis (Go</p><p>nzalez de Vallejo & Ferrer, 2011):</p><p>i) Verificase o aparecimento de famílias de descontinuidades que conseguem deli</p><p>mitar um bloco unitário;</p><p>ii) ii) em alternativa a massa rochosa não possui uma fracturação que possibilite o</p><p>aparecimento dos blocos. Dos três parâmetros referidos a orientação e o espaça</p><p>mento são, por isso, os mais fáceis de quantificar.</p><p>O tamanho dos blocos que formam o maciço rochoso condiciona de forma definitiva o seu</p><p>comportamento, suas propriedades geoestruturais e geomecânicas. A dimensão e forma dos</p><p>blocos estão definidas pelo número de famílias de descontinuidades, a sua orientação, o s</p><p>eu espaçamento e continuidade. Assim, a forma do bloco unitário é determinada a partir d</p><p>a orientação das descontinuidades e do número de famílias; enquanto que a dimensão do b</p><p>loco é determinada pelo seu espaçamento, continuidade e número de famílias das desconti</p><p>nuidades (ISRM, 1978; Gonzalez de Vallejo & Ferrer, 2011).</p><p>26</p><p>Tabela 1: Classificação de maciços rochosos em função do tamanho e forma dos blocos</p><p>Fonte :A daptado de González de Vallejo et al., 2002</p><p>3.1.4. Características e parâmetros elementares para a classificação de maciços roch</p><p>oso.</p><p> Atitude geológica</p><p>A orientação espacial de uma descontinuidade, considerando que se trata de uma superfície</p><p>que pode ser aproximada a um plano, é definida em geral, por dois parâmetros, a direção (</p><p>definida como a amplitude angular entre uma linha de pendente máxima pertencente</p><p>ao plano de descontinuidade e o Norte magnético) e a inclinação (definida como a ampl</p><p>itude angular entre a mesma pendente e a horizontal). A medição da orientação das descon</p><p>tinuidades é feita com uma bússola (munida de um clinómetro).</p><p>Ao analisar a distribuição das descontinuidades num maciço rochoso verificase que de um</p><p>modo geral elas apresentam uma certa regularidade, podendo, no entanto, existir vários co</p><p>njuntos com orientações distintas. Assim podemos agrupar as descontinuidades com orient</p><p>ações idênticas em famílias.</p><p> Estado de alteração</p><p>A alteração de uma rocha consiste na sua desagregação e decomposição levadas a cabo por</p><p>agentes físicos e químicos naturais, que transformam essa rocha noutro produto natural,</p><p>agora em equilíbrio físico‐químico com o meio ambiente onde se encontra.</p><p>A determinação do estado de alteração de um maciço rochoso ou do materialrocha é també</p><p>m um fator importante a considerar. Este aspeto pode ser determinado de uma maneira qua</p><p>ntitativa, recorrendo à medição de parâmetros como a resistência da rocha, a velocidade de</p><p>27</p><p>propagação de ultrasons (e.g., ensaios geofísicos de refração sísmica) ou outros. A ISR</p><p>M (1978, 1981) propôs que os graus de alteração a considerar fossem constituídos por 5 t</p><p>ermos; no entanto, considerase, frequentemente, a utilização de uma versão simplificada c</p><p>om 3 termos (Tabela 2).</p><p>Na versão simplificada, as três classes poderão ter as seguintes designações (ISRM, 1981):</p><p> W1‐2 – rocha sã a pouco alterada;</p><p> W3 – rocha medianamente alterada;</p><p> W4‐5 – rocha muito alterada a decomposta.</p><p>Tabela 2: Graus de alteração propostos pela ISRM (1981) e GSE (1995).</p><p>Fonte :A daptado de González de Vallejo et al., 2002</p><p> Fracturação</p><p>Quanto ao estado de fracturação de um maciço há vários critérios razoavelmente</p><p>semelhantes entre si que caracterizam em regra, o espaçamento entre diaclases. No geral</p><p>contêm igualmente 5 classes correspondendo cada uma às designações de muito próximas,</p><p>próximas, medianamente afastadas, afastadas e muito afastadas. Apresenta-se na Tabela 3</p><p>a classificação elaborada pela respectiva comissão da ISRM.</p><p>28</p><p>Tabela3: Classificação do espaçamento entre descontinuidades, segundo a ISRM (1978, 19</p><p>81).</p><p>Fonte :A daptado de González de Vallejo et al., 2002</p><p>O espaçamento entre descontinuidades possui um papel muito importante na permeabilidad</p><p>e do maciço rochoso. Em geral, podese afirmar que a condutividade hidráulica correspond</p><p>ente a uma determinada família de descontinuidades é inversamente proporcional ao espaç</p><p>amento.</p><p> Continuidade ou persistência</p><p>A continuidade ou persistência de um plano de descontinuidades expressa‐</p><p>se pelo seu comprimento, medida o seu traço no plano de observação. É um parâmetro de</p><p>grande importância (Tabela 4), mas de difícil quantificação a partir da observação do aflo</p><p>ramento, onde se conseguem visualizar os traços dos planos de descontinuidade segundo u</p><p>ma inclinação aparente. A medição da continuidade realizase mediante a utilização de uma</p><p>fita graduada. É importante destacar as famílias mais contínuas, uma vez que geralmente,</p><p>serão estas que condicionam os planos de rotura do maciço rochoso.</p><p>Tabela 4 :Descrição da continuidade (ISRM, 1981).</p><p>Fonte :A daptado de González de Vallejo et al., 2002</p><p>29</p><p>A avaliação do grau de fracturação de um maciço pode ser igualmente feita através da</p><p>contagem do número de diaclases por metro. É evidente que embora exista uma</p><p>relação entre este índice e os valores anteriores, a extrapolação dos resultados só será</p><p>aceitável se o afastamento entre descontinuidades for idêntico.</p><p>Relacionado com os estados de alteração e fracturação, Deere (1967) desenvolveu um</p><p>sistema de classificação baseado num índice que designou por RQD (“Rock Quality</p><p>Designation”), indicativo da qualidade de maciços rochosos, definido a partir dos</p><p>testemunhos de sondagens realizadas com recuperação contínua de amostra.</p><p>Este índice, que tem vindo a ser muito utilizado internacionalmente, é definido como a</p><p>percentagem determinada pelo quociente entre o somatório dos troços de amostra com</p><p>comprimento superior a 10 cm e o comprimento total furado em cada manobra. Em</p><p>função dos valores do RQD, são apresentadas na Tabela 5 as designações propostas</p><p>por Deere para classificar a qualidade dos maciços rochosos. Em princípio, a</p><p>determinação do RQD deve ser feita apenas em sondagens com diâmetro superior a 55</p><p>mm, cuidadosamente realizadas em que sejam utilizados amostradores de parede dupla</p><p>ou tripla.</p><p>Tabela 5 : classificação da qualidade dos maciços rochosos.</p><p>RQD Qualidade do Maciço Rochoso</p><p>0 - 25% muito fraco</p><p>25 - 50% fraco</p><p>50 - 75% razoável</p><p>75 - 90% bom</p><p>90 - 100% excelente</p><p>Tabela 5− Classificação dos maciços com base noRQD.</p><p>Exemplo1.</p><p>30</p><p>Quando não haja amostragem obtida por sondagens mas sejam identificáveis os</p><p>traços das descontinuidades em afloramentos rochosos ou em escavações, poder-se-á</p><p>estimar o valor do RQD recorrendo à relação proposta por Palmström (1982):</p><p>onde Jv representa o índice volumétrico (somatório do número de descontinuidades por</p><p>unidade de comprimento, para o conjunto das famílias). De notar que o RQD é um</p><p>parâmetro dependente da direcção de amostragem podendo o seu valor variar</p><p>significativamente em função da orientação das sondagens. O uso do índice volumétrico,</p><p>para estimar o valor do RQD, pode apresentar-se como benéfico por reduzir tal</p><p>dependência.</p><p>31</p><p>O parâmetro RQD deve representar a qualidade do maciço rochoso “in situ”. Quando se</p><p>realizam sondagens em maciços com forte anisotropia, nos quais se incluem muitas das</p><p>formações xistentas que ocorrem em Portugal, é frequente o desenvolvimento de novas</p><p>fracturas no material das amostras, segundo os planos de fraqueza, resultantes da</p><p>descompressão que se regista em consequência da sua retirada do maciço. Quando da</p><p>observação de amostras obtidas por furação, deverá ter-se cuidado</p><p>de distinguir as</p><p>fracturas naturais das decorrentes do processo de furação ou daquelas que foram causadas</p><p>quer pelo manuseamento do equipamento, devendo estas últimas ser ignoradas na</p><p>determinação do RQD.</p><p>Do mesmo modo, quando se recorra à observação de superfícies escavadas tendo em vista</p><p>a utilização da relação devida a Palmström, as fracturas provocadas pelo uso de explosivos</p><p>devem ser ignoradas. A classificação dos maciços rochosos baseada nos valores do RQD,</p><p>embora útil, é bastante limitada. De facto, além das fracturas, outras descontinuidades que</p><p>caracterizam a estrutura geológica das formações, podem, de forma idêntica, imprimir um</p><p>dado comportamento a um maciço. Estão neste caso, por exemplo, as superfícies de</p><p>estratificação e de xistosidade.</p><p>32</p><p>CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS</p><p>RESULTADOS</p><p>4.1. Descrição de campo</p><p>O trabalho de reconhecimento geológico ou observações de campo tiveram o seu inicio no</p><p>dia 13 de agosto de 2023 e duram 3 dias. Os mesmos consistiram em reconhecimento</p><p>geológico-geotécnico dos maciços rochosos, colecta de amostras para análises de futuras</p><p>de qualidade, descrição litológicas, identificação de estruturas, com principal destaque as</p><p>falhas, e dobras, cujo as sua orientação preferencial observada da maioria das estrituras é a</p><p>de NE-SW, com frequência de deformações caracterizadas pelo regime rúptil e por fraca</p><p>deformação dúctil, as fracturas estudadas na área I encontram se preenchidas por argilas</p><p>expansivas e arbustos, as passo que o afloramento da Área II é caracterizado por falhas</p><p>horizontais originadas devido o alivio de pressão e verticais devido a força tectónica.</p><p>Mapa 3: Mapa da área da pedreira.</p><p>Fonte: Autora,2023</p><p>33</p><p>Tabela 6: Descrições observadas no campo.</p><p>Pontos de</p><p>amostragem</p><p>Tipo de rocha Estruturas formas Descrição</p><p>Area I</p><p>Quartzítico</p><p>Formaram se as falhas</p><p>normais, dobras de</p><p>parasitas e de fluxo</p><p>Neste afloramento é caracterizado</p><p>principalmente pela orogenia Pan-</p><p>Africana, dando N-S como a</p><p>orientação das grandes e maiores</p><p>estruturas la presentes.</p><p>Area II</p><p>gnaisse</p><p>granítico a</p><p>granodioritico</p><p>Com principal destaque</p><p>das falhas normais,</p><p>cavernas, dobras do</p><p>tipo S em zona de</p><p>cisalhamento</p><p>Ao passo que este afloramento se</p><p>caracteriza principalmente pelo</p><p>empurrão do Lúrio, dando como</p><p>orientação WSW-ENE</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>4.1.2. A avaliação geológica</p><p>E termo geológico as duas áreas visitadas são caracterizadas por quartzito e gnaisse</p><p>granítico a granodioritico.</p><p>Tabela 7 : Coordenadas geográficas da área - I.</p><p>Coordenadas Geograficas da Area - I</p><p>(Datum:Tete)</p><p>Vertices Longetude Latitude</p><p>1 39.6083 -11.7833</p><p>2 39.6194 -11.7833</p><p>3 39.6194 -11.7889</p><p>4 39.6083 -11.7889</p><p>Fonte: Autora,2023</p><p>Área – I é caracterizada por quartzito de grãos finos, cor branco, alterado, muito</p><p>fracturado, as zanas fraturadas estão preenchidas por argilas expansivas e arbustos (figura</p><p>4).</p><p>Tabela 8: Coordenadas geográficas da área - II.</p><p>Coordenadas Geograficas da Area - II</p><p>(Datum:Tete)</p><p>Vertices Longetude Latitude</p><p>1 39.6010 -11.7970</p><p>2 39.6070 -11.7970</p><p>3 39.6070 -11.8020</p><p>4 39.6010 -11.8020</p><p>Fonte: Autora,2023</p><p>34</p><p>Área -II é caracterizada por gnaisse granítico a granodioritico, não apresenta nenhum</p><p>índice de meteorização e nem fracturamento (figura 5). O gnaisse granítico a</p><p>granodioritico, segundo a estimativa da análise macroscópica é constituído por 45% de K-</p><p>feldspato, 30% de quartzo, 25% de plagióclase, 4-5% de minerais opacos. O mesmo</p><p>gneisse forma pequenas colinas e grandes afloramentos superficiais na área - II. As rochas</p><p>são de grão fino, de cor branca rosada a acinzentada e ricas em biotite (4-5%).</p><p>Figura 4: Maciço rochoso quartzítico (Area – I).</p><p>Fonte: (Autora, 2023)</p><p>Figura 5:Maciço rochoso gnaisse granítico a granodioritico (Area – II).</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>35</p><p>4.1.3.Descrição pedológica e hidrológica</p><p>Os afloramento em descrição é caracterizado por solos que são o resultado da deposição</p><p>mecânica dos agentes da geodinâmica externa, que são eruditos das zonas mais altas e são</p><p>depositados nas zonas mais baixas no afloramento, resultando dessa forma solos com</p><p>características diferentes dos demais ao seu redor, desde escuros á brancos.</p><p>A area II, Os solos com coloração escura são resultantes da decomposição mecânica das</p><p>rochas e posterior alteração da composição química devido a acção biológica local, por</p><p>esta razão é região com mais plantas relativamente mais desenvolvidas, sendo este um</p><p>indicador de um solo de produtivo para a agricultura.</p><p>A area I, Os solos com coloração mais clara, são relativamente recéns decompostos e ainda</p><p>não sofreram grandes transformações químicas, como pode se observar na figura 6 e 7.</p><p>Estas encontram na camada mais superficial e relativamente são os últimos a serem</p><p>depositados na escala estratigráfica.</p><p>A área em estudo apresenta nascentes de rios com um padrão de direcção Noroeste,</p><p>apresenta uma nascente com coordenada 11º 02‟ 25‟‟ de latitude e 39º 06‟ 13‟‟de</p><p>longitude, que desagua numa bacia hidrográfica que dista a 200m da nascente.</p><p>Figura 6 :solos escuros Figura 7: Nascente de um rio (afloramento da area I)</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>Em zonas de cisalhamento em ambos o afloramento observa-se a formação de estruturas</p><p>como dobras em zonas dúcteis e falhas em ambientes rúpteis em um mesmo corpo rochoso</p><p>resultantes de forças direccionais na rocha.</p><p>As imagens acima (figura 8 e 9) são ilustradas de acordo com a frequência das estruturas</p><p>observadas, ou seja, na area I apresenta com maior frequência falhas em zonas de</p><p>cisalhamento relativamente com o mesmo ambiente que apresenta dobras de arrasto para o</p><p>Area II.</p><p>36</p><p>�⃑̀�</p><p>�⃑̀�</p><p>�⃑̀�</p><p>𝑭</p><p>Observa-se que o plano de falha e apresenta com uma direcção padrão N-S. Para a melhor</p><p>compreensão desta orientação os dados colectados das direcções de orientação são</p><p>ilustrados em um diagrama de roseta.</p><p>As zonas de cisalhamento simples são caracterizadas por dobras do tipo S e dobras de</p><p>Fluxo, devido a actuação a combinação do tectonismo e o metamorfismo de alto grau no</p><p>mesmo corpo rochoso. Acredita se que o evento responsável para a formação dessas</p><p>estruturas acima descritas é o pan-africano, no acorreu na idade Neoproterozóica a</p><p>Câmbrico.</p><p>Figura 8: falhas (Area I) Figura 9: dobras (Area II)</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>As estruturas lá presentes fazem parte das rochas do meso – proterozóico (1095MA), sendo</p><p>corpos intrusivos plutónicos, pela idade podem ter sido formados durante o ciclo orogénico</p><p>Greviliano, apresentam mineralizações de quartzo e feldspato (minerais félsicos) em forma</p><p>de diques, filões, veios que podem ter se formado durante o pan-africanismo onde</p><p>verificou-se muitas orogenias e grande tectónica no período Neoproterozóica a Câmbrico</p><p>(750 – 490MA). No apanhado geral do afloramento da area I pode se notar a partir das</p><p>estruturas afloradas, duas famílias de fracturas NE-SW e NW-SE, sendo a primeira</p><p>apresentada um número elevado de fracturas com esta direcção. Este comportamento pode</p><p>se verificar também no afloramento da area II, porem este último, apresenta falhas</p><p>tectónicas (verticais) e de alívio de pressão (horizontais) observadas em zonas mais baixas</p><p>37</p><p>é também caracterizado por forte influencia dos agentes da geodinâmica externa, havendo</p><p>dessa forma blocos dispersos ao longo do afloramento.</p><p>E fácil compreender a direcção das fracturas com maior frequência e assim perceber os</p><p>eventos que originou os padrões das fracturas da Area I, este apresenta um padrão principal</p><p>com orientação NE-SW resultante da orogenia pan-africana, e a faixa do empurrão do</p><p>Lúrio</p><p>menos abrangente que tem como direcção NW- SE. Importa referir que após a</p><p>orogenia pan-Africana ocorreu o evento tecto termal pois pan- Africano que levou o</p><p>metamorfismo das rochas da area I e II , e de seguida ocorreu o cisalhamento que culminou</p><p>na formação de falhas como ilustrado na figura abaixo.</p><p>Figura 10: Ilustra o registro dos eventos tectónicos</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>4.1.4. Amostragem</p><p>No âmbito deste trabalho, foram colhidas no total 4 amostras, duas para cada área, com um</p><p>peso total de 4.795kgs, conforme a tabla 9 e figura 11.</p><p>Tabela 9: Lista de amostras, com respectivos pesos.</p><p>Lista de amostras</p><p>N° de Amostra Litologia Peso (kg)</p><p>SA1_1 Quartzito 1.760</p><p>SA1_2 Quartzito 0.155</p><p>SA2_1 Gnaisse granitico a granodiorito 1.380</p><p>SA2_2 Gnaisse granitico a granodiorito 1.500</p><p>Total 4.795</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>38</p><p>Figura 11: As imagens das quatro amostras colhidas nas duas áreas.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>4.1.5.A avaliação geotécnica</p><p>As características de qualidade de maciços rochosos são fundamentalmente consequência</p><p>do seu estado de alteração e de fracturação. A ocorrência de água percolando nos maciços</p><p>actua também, com frequência, na respectiva estabilidade, Luís I. G. de Vallejo, et. al.</p><p>(2002). Importa desde já referir, que os dois primeiros parâmetros considerados (estado de</p><p>alteração e grau de fracturação).</p><p>O estado de alteração é vulgarmente indicado à custa da sua descrição baseada em métodos</p><p>expeditos de observação. Em solos, por exemplo, é de grande utilidade a indicação da</p><p>facilidade com que se desmonta o material com determinados tipos de ferramentas. Em</p><p>rochas é costume referir-se a maior ou menor facilidade com que se parte o material,</p><p>utilizando um martelo de mão, ou a sua coloração e brilho como consequência da alteração</p><p>de certos minerais como feldspatos e minerais ferromagnesianos, Luís I. G. de Vallejo, et.</p><p>al. (2002).</p><p>Segundo as observações do campo a área – I apresenta um grande e alto grau de</p><p>alterabilidade e fracturamento, onde as fracturas estão preenchidas por argilas expansivas e</p><p>arbustos, que de certa forma afecta a qualidade (figura 12), e quanto que a área -II o</p><p>maciço rochoso se encontra em boa qualidade se nenhuma alteração ( figura 13).</p><p>39</p><p>Figura 12: Maciço rochoso quartzítico, com alto grau de alterabilidade e fracturamento.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>Figura 13: Maciço rochoso gnaisse granítico a granodioritico, sem indicio de</p><p>alterabilidade e fracturamento.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>4.1.6. A avaliação geomorfológica</p><p>Em termo geomorfológico, a área – II apresenta uma altitude máxima de 550m (Mapa 4).</p><p>As rochas neste ponto não afloram muito a superfície, isto quer dizer, que o corpo de</p><p>gnaisse granítico a granodioritico é profundo. No que tange a extração de pedras e</p><p>agregado, está área oferece mais segurança em comparação com área – I, visto que, a sua</p><p>40</p><p>geomorfologia é favorável e possibilitará uma boa circular de pessoas, equipamentos e</p><p>bens. Todavia, o avanço do processo mineração será seguro. A distância da área – II para a</p><p>área – I é aproximadamente cerca de 1.377 km.</p><p>Mapa 4: Mapa geomorfológico da área do projecto.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>4.2. Discussão dos Resultados</p><p>As feições estruturais predominantes nas áreas estudadas representam falhas, dobras, zona</p><p>de cisalhamento, fracturas, que ocorrem no Quartzito e gnaisse granítico a granodiorito,</p><p>com orientação preferencial NE-SW. Contudo as formações dos afloramento da área de</p><p>estudo são Caracterizadas por Deformações estruturais de regime Rúptil (Área I) e Dúctil</p><p>(Área II).</p><p>Em termo geológico, área com o potencial para licenciamento de uma pedreira é a Área-</p><p>II, visto que, o gnaisse granítico a granodioritico apresenta-se geralmente em camadas</p><p>numa escala de decímetros a metros e localmente inclui pequenas lentes ou faixas de</p><p>biotite. As faixas de cores que caracterizam este maciço tornam a rocha muito decorativa, e</p><p>a sua granulação fina não cria problemas no que se refere ao seu polimento. Esta área tem</p><p>grande potencial para a exploração desta rocha para fins de construção Civil. De salientar</p><p>que, as rochas maciças e decorativas, no entanto, a sua exploração em larga escala depende</p><p>grandemente do desenvolvimento de infraestruturas e do potencial do mercado Norconsult,</p><p>(2006).</p><p>Com base no que foi explanado nos parágrafos anteriores, conjugados com as observações</p><p>do campo, a aconselhasse a licenciamento de pedreira na área – II. Porquê</p><p>41</p><p>geotecnicamente o maciço rochoso desta área apresenta boa qualidade para o seu uso como</p><p>material de construção e agregados em relação a área - I.</p><p>A área – I é devido o seu alto grau de alterabilidade e fracturamento, onde as fracturas</p><p>estão preenchidas por argilas expansivas e arbustos, que de certa forma afecta a qualidade,</p><p>não Serve para o licenciamento porque a exploração deste maciço (como brita e</p><p>agregados), os custos operações serão maiores, visto que, para desmonte de uma área</p><p>muito fracturada, terá como resultado um mau desmonte ou fragmentação da rocha, devido</p><p>ao risco de dissipação de energia durante o desmonte, por causa da existência dessas zonas</p><p>de fraqueza.</p><p>As rochas do Afloramento da Área- II neste ponto não afloram muito a superfície, isto</p><p>quer dizer, que o corpo de gnaisse granítico a granodioritico é profundo. No que tange a</p><p>extracção de pedras de construção Civil e agregado, está área oferece mais segurança em</p><p>comparação com área – I, visto que, a sua geomorfologia é favorável e possibilitará uma</p><p>boa circular de pessoas, equipamentos e bens. Todavia, o avanço do processo mineração</p><p>será seguro.</p><p>42</p><p>CAPITULO V: CONCLUSÕES E SUGESTÕES</p><p>Conclusão</p><p>Conforme as observações de campo, combinadas com análise literária, conclui-se que:</p><p> Das duas áreas visitadas a área – II, é caracterizada por um maciço rochoso de boa</p><p>qualidade, composto por gnaisse granítico a granodioritico, de graus finos, não</p><p>alterado e nem fracturado, que pode ser utilizado para fins de construção civil,</p><p>como brita ou agregados.</p><p> Área – I, pré-definida pelo proponente, é caracterizada por quartzito de grãos</p><p>finos, cor branco, alterado, muito fracturado, as zanas fraturadas estão preenchidas</p><p>por argilas expansivas e arbustos. O grande problema da Área – I, reside na</p><p>qualidade, devido o seu alto grau de alterabilidade e fracturamento, que afecta a</p><p>qualidade da mesma, e os custos operações relacionados com desmonte serão</p><p>maiores, e terá como resultado um mau desmonte ou fragmentação da rocha,</p><p>devido ao risco de dissipação de energia durante o desmonte, por causa da</p><p>existência das fracturas, que são zonas de fraqueza.</p><p> Em termo geomorfológico, a área – II apresenta uma altitude máxima de 550m. As</p><p>rochas neste ponto não afloram muito à superfície, isto quer dizer, que o corpo de</p><p>gnaisse granítico a granodioritico é profundo. No tange a extração de pedras e</p><p>agregado, está área oferece mais segurança em comparação com área – I, visto que</p><p>a sua geomorfologia é favorável e possibilitará uma boa circular de pessoas,</p><p>equipamentos e bens.</p><p>43</p><p>Sugestões</p><p>Chegado no final da pesquisa e de acordo com os resultados obtidos no campo sugere-se</p><p>que:</p><p>A comunidade científica em particular a universidade Rovuma realize as aulas de</p><p>campo naquelas áreas, pois estes apresentam vias de fácil acesso e conteúdo</p><p>científico que merece a utilização para questões pedagógicas, pelo facto de este</p><p>apresentar marcas tectónicas e estruturas formadas para a compreensão do</p><p>conhecimento científico.</p><p>Recomenda-se a licenciamento da área – II. De saliente que, todos os aspectos</p><p>observados no campo, devem ser combinados com os resultados de caracterização</p><p>petrográficas e ensaios dos índices físicos ou tecnológico, que podem ser feitos em</p><p>Maputo, no laboratório da Faculdade de</p><p>Engenharias e de Geologia, da UEM, visto</p><p>que, estes estudos são ferramentas muito importante para a avaliação da</p><p>durabilidade das rochas como material de construção Civil.</p><p>A realização de Analises Laboratoriais das Amostras colhidas no campo para se</p><p>determinar o indice RQD (“Rock Quality Designation”) das rochas.</p><p>44</p><p>Referências Bibliográfica</p><p>Ministério de Administração Estatal-MAE, Perfil do distrito de Muidumbe, edição 2014.</p><p>Norconsult, (2006). Notícia explicativa, República de Moçambique, Ministério dos</p><p>Recursos Minerais, Direcção Nacional de Geologia. Maputo, Moçambique.</p><p>ISRM International Society for Rock Mechanics (1987). Suggested methods for determinin</p><p>g hardness and abrasiveness of rocks. Int. J. Rock Mech. Min. Sci. & Geomech. Abstr.,15:</p><p>89‐97.</p><p>Dearman W.R. (1991). Engineering geological mapping. ButterworthHeinemann, Oxfd</p><p>Mello Mendes F. Mecânica das rochas. Instituto Superior Técnico. Lisboa. 541 p. (1967-</p><p>68).</p><p>Palmström A. (1995). RMi a rock mass characterization system for rock engineering purp</p><p>oses. University of Oslo, 400 p. (PhD Thesis).</p><p>Rocha M. (2013). Mecânica das Rochas. Edição no âmbito das comemorações do centenári</p><p>o do nascimento do Engenheiro Manuel Rocha ‐ 1913‐</p><p>2013. LNEC ‐ Laboratório Nacional de Engenharia Civil, Lisboa, 436 p</p><p>Pereira J.C.P. (1985). Caracterização geotécnica de maciços rochosos. Universidade Nova</p><p>de Lisboa. 404 p. (dissertação de mestrado).</p><p>Vallejo L., Ferrer M., Ortuno L., Oteo C. 2002. Ingeniería Geológica. Madrid, Prentice</p><p>Hall Pearson Educación, 750p</p><p>Mesquita J.B. 2008. Maciços rochosos em projetos hidroelétricos: proposta de</p><p>classificação geomecânica. Tese de Doutorado, Universidade Estadual Paulista, Instituto</p><p>de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro, 269 p.</p><p>Ferrer M., González de Vallejo L. [eds.] (2007). Manual de campo para la descripc</p><p>ión y caracterización de macizos rocosos en afloramientos. 2 Edición. Publicaciones ITG</p><p>E, Madrid.</p><p>Gonzalez de Vallejo L.I. & Ferrer M. (2011). Geological engineering. CRC Press, Taylor‐</p><p>Francis group, 725 p</p><p>Luís I. Gonzalez de Vallejo, et. al. (2002). Ingeniería geológica, Prentice Hall. Madrid</p><p>[etc.]. pp.25.</p><p>45</p><p>Apêndices</p><p>46</p><p>Apêndice 1. Representação de Diagrama de estrituras dúcteis e Rúpteis da área de estudo.</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>Apêndice 2. Coordenadas geográficas dos pontos visitados</p><p>Coordenadas Geograficas dos pontos visitados</p><p>(Datum:Tete)</p><p>Vertices Longetude Latitude</p><p>1 39.6467 -11.6633</p><p>2 39.6156 -11.7978</p><p>3 39.6156 -11.7858</p><p>4 39.6792 -11.7353</p><p>5 39.6061 -11.7935</p><p>6 39.6104 -11.7967</p><p>7 39.6038 -11.7985</p><p>8 39.6792 -11.7983</p><p>9 39.6156 -11.7848</p><p>10 39.6154 -11.7858</p><p>11 39.6010 -11.7970</p><p>12 39.6070 -11.7970</p><p>13 39.6070 -11.8020</p><p>14 39.6010 -11.8020</p><p>Fonte: Autora, 2023</p><p>47</p><p>Anexos</p><p>48</p><p>49</p>