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<p>CURSO EAD</p><p>CURSO LIVRE DE ATUALIZAÇÃO</p><p>DISPONÍVEL 24H</p><p>MELHOR CUSTO BENEFÍFIO</p><p>100% LEGALIZADO</p><p>FEITO PARA EDUCADORES!</p><p>WWW.NINPE.COM.BR</p><p>http://www.ninpe.com.br/</p><p>SUMÁRIO</p><p>PSICOMOTRICIDADE ................................................................................................ 4</p><p>História da Psicomotricidade no Brasil ......................................................................... 6</p><p>A evolução da Psicomotricidade.................................................................................... 7</p><p>A Psicomotricidade na organização funcional cerebral ............................................... 12</p><p>ORIGEM DA VIDA - GÊNESE ................................................................................. 16</p><p>Origem das Espécies - Filogênese ............................................................................... 17</p><p>Ontogênese................................................................................................................... 18</p><p>Sensação....................................................................................................................... 20</p><p>Percepção ..................................................................................................................... 20</p><p>Formação de Imagem................................................................................................... 21</p><p>Simbolização ................................................................................................................ 21</p><p>Relações Interpessoais ................................................................................................. 22</p><p>Elementos da psicomotricidade ................................................................................... 26</p><p>Esquema corporal ........................................................................................................ 26</p><p>A organização do corpo no espaço (organização espacial) ......................................... 27</p><p>A dominância lateral .................................................................................................... 27</p><p>O equilíbrio .................................................................................................................. 28</p><p>A organização latero-espacial ...................................................................................... 28</p><p>A coordenação dinâmica .............................................................................................. 29</p><p>DESENVOLVIMENTO MOTOR .............................................................................. 29</p><p>AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE ................................................................... 30</p><p>COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ............................................................................ 30</p><p>PERCEPÇÃO .............................................................................................................. 31</p><p>COORDENAÇÃO ....................................................................................................... 31</p><p>ORIENTAÇÃO ........................................................................................................... 32</p><p>CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE ............................................ 32</p><p>HABILIDADES CONCEITUAIS ............................................................................... 33</p><p>HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO ......... 34</p><p>Distúrbios Psicomotores .............................................................................................. 34</p><p>DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR ........................................................ 35</p><p>ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR................................ 36</p><p>Teorias e Exercícios em Psicomotricidade .................................................................. 37</p><p>ESQUEMA CORPORAL ............................................................................................ 37</p><p>COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL ..................................................................... 38</p><p>COORDENAÇÃO DINÂMICA GERAL ................................................................... 39</p><p>MOTRICIDADE FINA DAS MÃOS E DOS DEDOS ............................................... 40</p><p>CUIDANDO DAS MÃOS........................................................................................... 40</p><p>AMASSANDO A MASSA ......................................................................................... 40</p><p>ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL ............................................. 40</p><p>EXERCÍCIO DE ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL ................... 41</p><p>REFERÊNCIAS........................................................................................................... 41</p><p>4</p><p>PSICOMOTRICIDADE</p><p>A educação pelo movimento ao longo do tempo contribuiu para que cientistas e</p><p>precursores analisassem a evolução da motricidade humana como um todo. Os gregos</p><p>analisavam o corpo negligente em função da mente, acreditava-se que a mente não</p><p>tinha relação com o corpo e seus sentidos. Dessa forma, marcos históricos estimularam</p><p>profissionais ousados a novos desafios no século XIX.</p><p>A Psicomotricidade surgiu na França (1900-1940), em Paris, sendo Dupré o seu</p><p>precursor ao evidenciar a “Síndrome da Debilidade Motora”. Verificou que existia</p><p>uma estreita relação entre anomalias psicológicas e anomalias motrizes, levando em</p><p>consideração a recordação do corpo passado, a valorização do corpo presente e a</p><p>reabilitação do corpo futuro.</p><p>O corpo passa a ser estudo de profissionais das áreas: neurológica, psiquiátrica</p><p>e psicológica, na intenção de compreender o corpo e as estruturas cerebrais, na</p><p>necessidade de clarear os fatores patológicos, da síndrome de debilidades motrizes e</p><p>debilidades mentais.</p><p>Dupré integrou os movimentos às funções psicológicas superiores, à</p><p>inteligência e à afetividade. Ele estabeleceu uma relação entre o cérebro e o</p><p>comportamento sobre a debilidade motora, associado à lei do paralelismo psicomotor,</p><p>relacionado ao desenvolvimento motor e intelectual. (LOUREIRO, 2009).</p><p>Dupré (1913), contradiz a separação corpo – mente, estabelece seus conceitos</p><p>da Psicomotricidade: mente - movimento, dessa forma contribui para outros desafios</p><p>importantes no nível do desenvolvimento funcional cognitivo, motor e afetivo. A partir</p><p>5</p><p>dessa contradição, vários autores seguiram a etiologia de Dupré como HEAD,</p><p>Esquema Corporal; SHLIDER, imagem do corpo; Piaget, desenvolvimento das</p><p>crianças e Wallon (1925), emoções e tônus foi o pioneiro da Psicomotricidade.</p><p>(LOUREIRO, 2009).</p><p>Wallon como médico e psiquiatra, consolidou seu interesse em conhecer a</p><p>organização biológica do homem. A partir desse conceito fundou um laboratório de</p><p>pesquisa junto à escola francesa com o objetivo em atender crianças “anormais”,</p><p>localizada na periferia de Paris. Devido sua dedicação nos atendimentos clínicos e o</p><p>interesse pela psicologia da criança, em 1939 ele se muda para sua própria sede.</p><p>(WALLON, 1920 a 1937 in GALVÃO, 1995).</p><p>Wallon, ao longo de sua carreira analisou o estudo da criança como um recurso</p><p>para conhecer o psiquismo humano, debruçou com atenção e engajamento no processo</p><p>de desenvolvimento infantil. Dessa maneira, impulsionou médicos, neuropsiquiatras,</p><p>pedagogos, psicólogos e outros profissionais às primeiras tentativas de estudos da</p><p>reeducação psicomotora, na concepção de agregar como processo básico de</p><p>intervenção tônica, mental, motora e afetiva como meio de relação da ação com o</p><p>outro.</p><p>Os estudos consagraram importantes nomes como: Ajuriaguerra, Guilmain,</p><p>Erickson, Bérges, Soubiran e Stambak, envolvidos com o trabalho no hospital Henri</p><p>Rouselle, na França, onde contribuíram para os primeiros terapeutas psicomotores,</p><p>além de desenvolver uma intensa atividade científica propagada pelos projetos de</p><p>Wallon.</p><p>Na França, em 1967, pela equipe Ajuriaguerra</p><p>criança que a</p><p>parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins.</p><p>38</p><p>Exercício 5: Automatizando a</p><p>noção de direita e esquerda</p><p>Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é a</p><p>sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o</p><p>exercício em etapas:</p><p>- fechar com força a mão direita;</p><p>- depois a esquerda;</p><p>- Levantar o braço direito;</p><p>- depois o esquerdo;</p><p>- bater o pé esquerdo;</p><p>- depois o direito;</p><p>- mostrar o olho direito;</p><p>- depois o esquerdo;</p><p>- mostrar a orelha direita;</p><p>- depois a esquerda;</p><p>- levantar a perna esquerda;</p><p>- depois a direita.</p><p>Trabalhar com os olhos abertos, e quando a criança estiver dominando o</p><p>exercício trabalhar com os olhos fechados.</p><p>Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de</p><p>que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si mesma.</p><p>Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os braços, pois isso</p><p>dificulta sua orientação espacial.</p><p>COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL</p><p>A finalidade dos exercícios de coordenação óculo-manual tem como</p><p>finalidade o domínio do campo visual, associada a motricidade fina das mãos.</p><p>Exercício - Realizar este jogo em duas etapas:</p><p>A criança bate a bola no chão, apanhando-a inicialmente com as duas</p><p>mãos, e depois ora com a mão direita, ora com a mão esquerda. No início a criança</p><p>deverá trabalhar livremente. Numa segunda etapa o professor determinará previamente</p><p>com qual das mãos a criança deverá apanhar a bola.</p><p>39</p><p>A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as duas</p><p>mãos também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, apanhando-a com</p><p>uma só mão também.</p><p>Variar o uso das mãos. Ora com a direita ora com a esquerda.</p><p>Jogo de Pontaria no Chão - Desenhar um círculo no chão ou utilizar um arco.</p><p>As crianças deverão jogar a bola dentro do círculo. Aumentar gradativamente à</p><p>distância.</p><p>Variar jogando a bola na frente, atrás, do lado esquerdo, do lado direito do</p><p>círculo.</p><p>COORDENAÇÃO DINÂMICA GERAL</p><p>Estes exercícios possuem a função de equilíbrio que é a base essencial</p><p>da coordenação dinâmica geral que possuem a finalidade de melhorar o comando</p><p>nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos do corpo no tempo e</p><p>no espaço. Constituem-se de exercícios de marchas e saltos. Apresentamos exercícios</p><p>em que a criança a nível de experiências vividas, manipula conceitos espaciais</p><p>importantes para o seu preparo para a alfabetização.</p><p>Os conceitos espaciais: direita, esquerda, atrás, na frente, entre, perto, longe,</p><p>maior, menor; são vivenciados através de movimentos específicos. A partir daí</p><p>propomos exercícios com maior intensidade. Se coloca a medição de um raciocínio, de</p><p>uma reflexão sobre os dados vivenciados no primeiro nível. Dessa forma permite a</p><p>criança passar para a etapa de estruturação temporal requerida para o aprendizado da</p><p>leitura e da escrita.</p><p>Exercício: Andando saltando e equilibrando-se.</p><p>1. Andando de cabeça erguida</p><p>2. A criança anda com um objeto sobre a cabeça (pode ser um livro de</p><p>capa dura). Dominada esta etapa a criança para, levanta uma perna formando um</p><p>angulo de noventa graus e coloca-se lentamente no chão. O mesmo trabalho deverá ser</p><p>feito com a outra perna.</p><p>3. Quem alcança?</p><p>4. O professor segura um objeto a uma determinada altura (pode ser um</p><p>lápis, uma bola) a criança deverá saltar para alcança-lo . Inicialmente fazer o exercício</p><p>em pé, depois de cócoras.</p><p>40</p><p>MOTRICIDADE FINA DAS MÃOS E DOS DEDOS</p><p>Os exercícios de motricidade fina são muito importantes para a criança, na</p><p>medida em que educam é gesto requerido para a escrita, evitando a apreensão e a</p><p>prisão inadequados que tanto prejudicam o grafismo, tornando o ato de escrever uma</p><p>experiência aversiva a criança.</p><p>CUIDANDO DAS MÃOS</p><p>Exercício de Motricidade Fina :</p><p>Trabalhando só com os braços - Este exercício tem como objetivo desenvolver</p><p>a independência segmentar do braço em relação ao tronco, o que beneficia e facilita o</p><p>trabalho da mão no ato de escrever. Apresentamos uma série de gráficos (traçados) que</p><p>o professor deverá reproduzir em tamanho grande no quadro de giz ou programá-los</p><p>em cartões. As crianças por sua vez deverão reproduzi-los com gestos executados no</p><p>ar.</p><p>AMASSANDO A MASSA</p><p>Fazendo Bolas de Massa - O professor distribui a classe bolas de massa de</p><p>tamanhos variados (usar massa para modelar) sentada, com o cotovelo apoiado sobre a</p><p>carteira, a mão para o alto, a criança aperta as bolas de massa com força, amassando-</p><p>as. Orientar a criança para que trabalhe com dois dedos por vez. Trabalhar primeiro</p><p>uma das mãos, depois com a outra e, finalmente, com as duas juntas.</p><p>Fazendo as bolas de massa - Realizar o mesmo trabalho do exercício anterior,</p><p>neste caso, porém a massa é apresentada em forma de disco, com a qual a criança</p><p>deverá fazer uma bola.</p><p>ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL</p><p>Esse mediador trabalha com noções importantes para o aprendizado da escrita</p><p>e particularmente da leitura, favorecem o desenvolvimento da atuação da memória. A</p><p>estruturação temporal fornecerá as possibilidades de alfabetizar-se.</p><p>Exercício: Reproduzindo ritmos com as mãos. O professor executa um</p><p>determinado ritmo, seguindo algumas estruturas rítmicas (.. ... ...) por exemplo,</p><p>41</p><p>batendo a mão sobre a carteira, durante um certo tempo, a criança apenas escuta,</p><p>depois reproduz o rítmico executado pelo professor, batendo a mão sobre a carteira</p><p>também. Variar o ritmo. Lento, normal e rápido.</p><p>Fazer o exercício inicialmente com os olhos abertos e em seguida, de</p><p>olhos fechados.</p><p>EXERCÍCIO DE ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL</p><p>Deslocando um objeto no espaço, a criança coloca um objeto qualquer ora a</p><p>sua frente, ora atrás, ora a direita, ora a esquerda, segundo o comando do professor.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BOSCAINI, F.. Traço Psicomotor. AIFP Editora Lungadige Catena, 5 – 37138.</p><p>Verona, Itália, 2006.</p><p>COSTALLAT, M., D. La entidade Psicomotriz. Abordaje de su estúdio y</p><p>sueducación. Losada S.A. Buenos Aires, 1987.</p><p>FONSECA, V. Psicomotricidade perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2004.</p><p>FONSECA, V. Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem. Porto Alegre:</p><p>Artmed, 2008.</p><p>GALVÃO, I. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento</p><p>infantil. 13ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.</p><p>GONÇALVES, F.. Do andar ao escrever, um caminho psicomotor. São Paulo:</p><p>Ed. Cultural RBL, 2009.</p><p>GONÇALVES, F. Psicomotricidade &Educação Física – Quem quer brincar</p><p>põe o dedo aqui. Editora Cultural RBL, São Paulo/SP, 2010.</p><p>LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor – do nascimento até 6 anos.</p><p>Trad. de Ana G. Brizolara, 2ª ed., Porto Alegre. Artes Médicas, 1984.</p><p>LE BOULCH, Educação Psicomotora: A psicocinética na idade escolar. 1ª</p><p>edição. Editora Artmed. Porto Alegre 1987.</p><p>LOUREIRO, M. B. S. Psicomotricidade. São Paulo. 2009. (APOSTILA).</p><p>LOUREIRO, M. B. S. Sistema de Avaliação em Psicomotricidade (Faixa</p><p>Etária: 8 a 11 anos). São Paulo. 2009. (APOSTILA).</p><p>LOUREIRO, M. B. S. Sistema de Avaliação em Psicomotricidade Testes. São</p><p>42</p><p>Paulo. 2009. (APOSTILA).</p><p>LURIA, A. R. Fundamentos da neuropsicologia. São Paulo: Edusp, 1981.</p><p>______. Pensamento e linguagem: as últimas conferências de Luria. Porto</p><p>Alegre: Artes Médicas, 1985.</p><p>______. O desenvolvimento da escrita na criança. In: VIGOTSKII, L. S.,</p><p>LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. São Paulo: Ícone, 1988.</p><p>MORAES, A.,M.,P.. Distúrbios de Aprendizagem: uma abordagem</p><p>psicopedagógica. São Paulo: Edicon, 1997. (ESAP).</p><p>MORAES, L. P. Distúrbios da leitura e da escrita. São Paulo: Edicon, 1998.</p><p>(ESAP).</p><p>OLIVEIRA, C. G. Psicomotricidade – educação e reeducação num enfoque</p><p>psicopedagógico. 8ª edição. Petrópolis/RJ: Ed. Vozes, 2003 .</p><p>WAJNSTEJN. A. B. C. e WAJNSZTEJN, R. Dificuldades escolares: um</p><p>desafio superável – medicina/psicologia. 1ª ed., Artemis. São Paulo, 2005. LEVIN,</p><p>Esteban. A infância em cena. Petrópolis: Vozes, 1997.</p><p>FONSECA, Victor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 2004.</p><p>FONSECA, Vitor. Manual de Observação Psicomotora. Porto Alegre: Artmed,</p><p>1995.</p><p>GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento</p><p>infantil. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes,2004.</p><p>LE BOULCH, O desenvolvimento psicomotor. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 1992</p><p>LEVIN, Esteban. A clínica psicomotora: o corpo na linguagem. Petrópolis:</p><p>Vozes, 1995.</p><p>WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1981.</p><p>43</p><p>OBRIGADO POR ESTUDAR</p><p>COSNOSCO!</p><p>REALIZE A AVALIAÇÃO NO SITE</p><p>PARA OBTER O SEU</p><p>CERTIFICADO.</p><p>WWW.NINPE.COM.BR</p><p>http://www.ninpe.com.br/</p><p>com a proposta da Dra. Giselle</p><p>Soubiran, criou o primeiro ISRP (Instituto Superior Reeducação Psicomotor), assim</p><p>sendo, em 1974 houve o reconhecimento da saúde como profissão que culminou o</p><p>“Primeiro Diploma Estadual” – Psicorreducador, porém teve reconhecimento do</p><p>governo francês. Em 1985 foi substituído pelo “Diploma Estadual Psicomotricista” em</p><p>docência de formação. (LOUREIRO, 2009).</p><p>Em 1970, Simone Raiman chega ao Brasil, com suas experiências</p><p>psicocinéticas seguindo o mesmo intuito da escola francesa. No ano 1979 o Ministério</p><p>da Educação convida a Dra. Dalila Costallat e Dra. Gisele Soubiran para virem ao</p><p>Brasil divulgar sua pesquisa: a Psicomotricidade como processo de reabilitação em</p><p>pessoa com deficiência mental. (COSTALLAT, in LOUREIRO, 2009).</p><p>Por meio da Dra. Beatriz Loureiro, a Psicomotricidade conseguiu estabilidade</p><p>6</p><p>no Brasil, surgiu à fundação GAE - Grupo de Atividades Especializadas em São Paulo,</p><p>com o objetivo em atender crianças com dificuldade psicomotoras. Partindo do seu</p><p>empenho estabeleceu formação universitária pública e particular, cursos de Pós-</p><p>graduação, intercâmbio entre os países Brasil/França. A expansão da disciplina</p><p>progrediu na América do Sul, América do Norte, América Central e em outros países,</p><p>sendo hoje bem representada na França pelos presidentes das Delegações OIPR –</p><p>Organização Internacional da Psicomotricidade e Relaxação. No Brasil, a Dra. Beatriz</p><p>Loureiro postulou as formações e atuações de ontem, hoje e certamente de amanhã.</p><p>Desde 1996 foi criada em São Paulo a O.N.P - Ordem Nacional dos Psicomotricistas</p><p>de São Paulo. (LOUREIRO, 2009).</p><p>História da Psicomotricidade no Brasil</p><p>https://psicomotricidade.com.br/capitulominasgerais/historia-da-</p><p>psicomotricidade-no-brasil/</p><p>A história da Psicomotricidade no Brasil, segue os passos da escola francesa.</p><p>Era clara e nítida a influência marcante da Escola Francesa de Psiquiatria Infantil e da</p><p>Psicologia na época da 1ª guerra em todo mundo. O Brasil foi também invadido, ainda</p><p>que tardiamente, pelos primeiros ventos da Pedagogia e da Psicologia. Nos países</p><p>europeus, pesquisadores se organizavam em grupos de trabalho: era preciso responder</p><p>7</p><p>as aspirações e necessidades da sociedade industrial, que levava as mulheres ao</p><p>trabalho formal, deixando as crianças em creches.</p><p>Os franceses se conscientizavam sobre a importância do gesto e pesquisavam</p><p>profundamente os temas corporais. André Thomas e Saint-Anné Dargassie, iniciavam</p><p>suas pesquisas sobre tônus axial. A maturação, os reflexos tônicos arcaicos do</p><p>nascimento dos primeiros anos de vida, produziram as primeiras palavras-chave da</p><p>Psicomotricidade.</p><p>No entanto, Henri Wallon ousou falar em Tônus e Relaxamento e Dr.</p><p>Ajuriaguerra combinou às suas pesquisas, a importância do tônus falada por Wallon</p><p>em seus escritos sobre o diálogo tônico. Dra. Giselle Soubiran iniciou sua prática de</p><p>relaxação psicotônica e fez seguidores. Empenhada cada vez mais em mostrar ao</p><p>mundo, a importância do tônus no dia a dia, ela apontou aos pesquisadores, caminhos a</p><p>serem seguidos e estudados e deixou clara a sintomatologia tônica corporal do século.</p><p>No Brasil, Antonio Branco Lefévre buscou junto às obras de Ajuriaguerra e Ozeretski,</p><p>influenciado por sua formação em Paris, a organização da primeira escala de avaliação</p><p>neuromotora para crianças brasileiras.</p><p>A evolução da Psicomotricidade</p><p>1790 – Maine de Brian, primeiro a valorizar o movimento como componente</p><p>essencial da estruturação do “eu”. Para ele, é na ação que o EU toma consciência de si</p><p>mesmo e do mundo. O “eu” não pensa, vive-se;</p><p>1874 – C. Koupernik foi o principal indicador do que poderíamos chamar de</p><p>Psicomotricidade do adulto;</p><p>1885 – Jean M. Charcot a partir do estudo sobre o membro fantasma, histeria,</p><p>evidência as interferências do psiquismo sobre o corpo e do corpo sobre o psiquismo,</p><p>encaminhando uma mudança progressiva da visão dualista;</p><p>1890 – Freud ressalta a noção do inconsciente, do corpo pulsão, do corpo</p><p>relação, ou seja, o corpo passa a desempenhar um papel importante nas formações</p><p>inconscientes;</p><p>1900– Karl Wernicke usou pela primeira vez o termo psico-motricidade;</p><p>1901– Phillipe Tisié falou que por Educação Física não se deve entender</p><p>apenas exercício muscular do corpo, mas também e principalmente o treinamento dos</p><p>centros psicomotores pelas associações múltiplas e repetidas entre movimento e</p><p>8</p><p>pensamento;</p><p>1906 – Dupré publicou na Revue de Neurologie o resultado dos estudos sobre a</p><p>Psicomotricidade, nos quais define a síndrome da debilidade motora, para evidenciar o</p><p>paralelismo psicomotor, ou seja, a associação estreita entre desenvolvimento da</p><p>motricidade, da inteligência e da afetividade;</p><p>1909 – Ajuriaguerra foi considerado o iniciador da psicomotricidade da criança</p><p>com o relatório sobre a debilidade motora. A psicomotricidade seria a experiência do</p><p>corpo, como diálogo tônico, podendo ser lida como uma linguagem. Ajuriaguerra que</p><p>afirmou que o papel da função tônica não é apenas o de servir de pano de fundo da</p><p>ação corporal, mas é também um modo de relação com o outro;</p><p>1925 – Dupré retoma o termo psicomotricidade na obra Pathologie de</p><p>l’imagination et de l’émotivité, empregado, também, na mesma época, por Wernicke;</p><p>Henri Wallon apresenta a famosa classificação das síndromes psico-motoras e sustenta</p><p>um paralelismo das manifestações motoras e psíquicas, impregnado do reducionismo</p><p>neurológico, fruto do dualismo corpo-alma;</p><p>1930 – H. Wallon distingue dois tipos de atividades motoras e faz uma escala</p><p>de desenvolvimento da criança, além de relacionar diretamente o movimento com o</p><p>desenvolvimento psíquico;</p><p>1935 – E. Guillmain, além de montar um teste psicomotor, analisou o</p><p>paralelismo entre o comportamento geral da criança e o teste psicomotor e descobre</p><p>três funções essenciais: atividades tônica, relacional e intelectual;</p><p>1937 – Jean Piaget demonstra a importância do movimento, com base de toda a</p><p>estruturação da inteligência humana. Reafirma que a atividade motora é o ponto de</p><p>partida para o desenvolvimento das inteligências. A partir daí a função tônica e a</p><p>coordenação dos esquemas serão reconhecidos pelas psicologias como objeto de</p><p>estudo;</p><p>1948 – Heuyer fala da psicomotricidade como a associação estreita entre o</p><p>desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade;</p><p>1960 – 1º edição da obra “Educação Psicomotora e Retardo Mental” de Picq e</p><p>Vayer, que significa o ponto em que a educação psicomotora ganha verdadeiramente</p><p>uma autonomia, e se converte em uma atividade educativa original e com objetivos</p><p>próprios;</p><p>1963 – No quadro universitário do Hospital Salpétrière, na França, expediu-se</p><p>um certificado de Reeducação da Psicomotricidade;</p><p>9</p><p>1963-1973 –Institucionalização e dispersão das doutrinas e do método;</p><p>1974 – Existe, na França, o diploma de Estado de Psicomotricista, obtido</p><p>através dos Ministérios da Saúde e da Família, envolvendo três anos de estudos, após o</p><p>Bacharelado;</p><p>1980 – Com o incentivo de Françoise Desobeau, foi criada a SOCIEDADE</p><p>BRASILEIRA DE TERAPIA PSICOMOTORA (SBTP), integrada à sociedade</p><p>Internacional de Terapia Psicomotora (SITP), num encontro em Araruama, onde</p><p>estiveram presentes 40 profissionais de oito profissões diferentes e de oito Estados do</p><p>Brasil.</p><p>1982 – I Congresso Brasileiro de Psicomotricidade; foram iniciadas as</p><p>primeiras publicações na área de Psicomotricidade através dos Anais do congresso, dos</p><p>exemplares IPERA, da própria Sociedade, além de revistas como CONTINUIDADE,</p><p>do CESIR e CORPO E LINGUAGEM, da Editora Jacobé, que era dirigida por um dos</p><p>membros da Sociedade;</p><p>1983 – Foram criados cursos de Pós-graduação de Psicomotricidade, na</p><p>Universidade Estácio de Sá e no Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação</p><p>(IBMR), constituindo um passo importante na história</p><p>da Psicomotricidade.</p><p>1985 – Decreto 85.188, de 7.02.1985, rebatizou o diploma de Estado de</p><p>Psicomotricidade.</p><p>1989 – Em Julho foi aberto, no IBMR, o curso de formação de</p><p>Psicomotricidade com duração de 4 anos, a nível de graduação.</p><p>Definição Psicomotricidade:</p><p>A Psicomotricidade é a</p><p>ciência que busca esclarecer o</p><p>organismo como condição primeira</p><p>do pensamento, afinal, toda função</p><p>psíquica supõe um equipamento</p><p>orgânico. Contudo, adverte que não</p><p>lhe constitui uma razão suficiente,</p><p>já que objetos da ação mental vêm</p><p>do exterior, isto é, do grupo ou ambiente no qual o indivíduo se insere. Os fatores de</p><p>natureza orgânica e social são uma complexa relação de reciprocidade que ao longo de</p><p>10</p><p>sua existência aborda as contradições. (WALLON, in GALVÃO, 1995).</p><p>Definição em Psicomotricidade (in LOUREIRO, 2009)</p><p>Conforme as informações abordadas na figura 1, a espécie humana é verificada</p><p>como uma perspectiva dialética da evolução do homem na sua atividade corporal,</p><p>conjunto de reações que constitui um processo de sensação privilegiada em relação</p><p>com o mundo exterior, interferindo em pontos positivos e negativos do indivíduo na</p><p>construção da sua consciência.</p><p>Psico é o conjunto de características psicológicas de um indivíduo, de</p><p>fenômenos psíquicos e processos mentais, que provêm do Psiquismo, é uma energia</p><p>inteligente, gerada pelo cérebro (espírito/alma), aleatória ou objetiva da força que a</p><p>gerou. Conforme pesquisadores no assunto, criar é conseguir aquilo que se deseja que</p><p>se tem como objetivo “ação e reação/ causa e efeito".</p><p>Motricidade é o conjunto de funções e relações asseguradas pelo esqueleto,</p><p>músculo e o sistema nervoso periférico, que permite o movimento e o deslocamento do</p><p>homem no ambiente que vive. (LOUREIRO, 2009).</p><p>Portanto, a somática do Psico/Motricidade da essência à Psicomotricidade é</p><p>que estimula a área psicomotora comentada por diversos estudiosos: saber fazer</p><p>(cognição/memória), querer fazer (motivação controle das emoções) e poder fazer</p><p>(atenção), visa a aprendizagem e adaptação holística do ser humano, que tem</p><p>finalidade de associar o pensamento, ato e o gesto. Estudando o desenvolvimento</p><p>cognitivo, afetivo e motor do indivíduo, podemos associar de forma coerente toda a</p><p>dimensão de uma rede interdisciplinar que veio dar estudo ao movimento.</p><p>O trabalho psicomotor beneficia a criança no controle de sua motricidade,</p><p>11</p><p>utilizando de maneira privilegiada a base rítmica associada a um trabalho de controle</p><p>tônico e de relaxação cautelosamente conduzido. (LE BOULCH, 1987).</p><p>Portanto, a Psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação afetiva, a</p><p>mediatização, disponibilidade tônica, segurança gravitacional e o controle postural, a</p><p>noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica, enquanto</p><p>componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante,</p><p>entre o corpo e a motricidade.</p><p>As evidências dos precursores estabelecidas acima demonstram a objetividade</p><p>da Psicomotricidade no meio social, na concepção de abordar critérios que beneficiem</p><p>o indivíduo no seu desempenho sobre suas próprias ações e reações.</p><p>O trabalho psicomotor pode dirigir-se tanto à melhoria de posturas, posições,</p><p>atitudes e atividades motoras, quanto para introduzir novas aprendizagens. O corpo</p><p>como porta de entrada e saída da aprendizagem expõe toda a transcendência de sua</p><p>experiência concreta ou sensorial, no contexto abstrato ou perceptivo, enfim para o</p><p>reprensetativo ou simbólico, melhorando a qualidade de vida. No entanto, ilustra a</p><p>importância que o movimento e a postura têm no processo contínuo de percepção do</p><p>mundo exterior na introdução do conhecimento. (GONÇALVES, 2010).</p><p>A Psicomotricidade é fundamentada na Ontogênese, (ciência que estuda a</p><p>evolução do homem) que, por sua vez, estrutura-se na Filogênese (ciência que estuda a</p><p>evolução da espécie). Dessa forma, acredita-se que a espécie humana progediu sobre</p><p>as bases de mutações, passando por todos os processos de diferenciação em relação aos</p><p>animais, até terem a possibilidade de desenvolverem um sistema de comunicação</p><p>simbólica, o qual, passa os conhecimentos a outros seres da mesma espécie. (QUIRÓS</p><p>apud GONÇALVES, 2010:87).</p><p>A Psicomotricidade é uma área do conhecimento que se ocupa do estudo e da</p><p>compreensão dos fenômenos relacionados com o movimento corporal, seu</p><p>desenvolvimento e integridade. (NUNES, 1995, in LOUREIRO, 2009).</p><p>Percebe-se a Psicomotricidade como orientação, direção e mediatização para o</p><p>processo de aprendizagem no plano corporal e gráfico, que gerou a possibilita avaliar e</p><p>elaborar um plano Terapêutico Psicomotor, visando oferecer cada vez mais</p><p>ferramentas para o corpo, buscando consciência corporal diante das experiências</p><p>adquiridas.</p><p>12</p><p>A Psicomotricidade na organização funcional cerebral</p><p>A motricidade tem a função de levar as experiências concretas ao cérebro, a</p><p>qual fará decodificação das informações sensoriais, perceptivas e afetivas vivenciadas</p><p>pela criança. O desenvolvimento neurológico da criança é informação resultante de</p><p>todas as aquisições registradas na sua maturação de comportamento e aprendizagem.</p><p>Sistema Nervoso Central – Sistema Límbico Fonte: (in GONÇALVES, 2010,</p><p>p. 89).</p><p>O Sistema Límbico é uma unidade responsável pelas emoções e certos</p><p>comportamentos necessários à sobrevivência do ser humano. Nos pilares da</p><p>Psicomotricidade significa “o querer fazer, o poder fazer, o saber fazer”, o qual</p><p>corresponde o processamento neural: processa, integra e age, a Figura – 2 é um</p><p>resumo simplicado de que forma o cérebro funciona no SNC e algumas estruturas que</p><p>participam do sistema límbico: Córtex pré-frontal – lida com o raciocínio; Corpo</p><p>caloso – divisão dos hemisférios; Tálamo – responsável por receber informações</p><p>sensorias do corpo; Hipotálamo – responsável pela homoestase corporal e controla da</p><p>temperatura e a emoção do corpo; Lobo temporal – é o centro cerebral da fala;</p><p>Amígdala – é uma coleção em forma de amêndoa, de núcleos localizados</p><p>profundamente no lobo temporal ; Hipocampo – é formado pelas substâncias cinzentas</p><p>e brancas na parte do lobo temporal; Vermis cerebelar; (GONÇALVES, 2010).</p><p>Luria, psicólogo russo, pioneiro dos estudos do funcionamento cerebral,</p><p>traduziu o mecanismo o cérebro em sistemas funcionais. A figura - 2 anatômica</p><p>13</p><p>resume as captações e funções sensoriais importantes no processo de informação</p><p>cérebro/corpo e corpo/cérebro decorrentes dos impulsos nervosos transmitidos pelas</p><p>sinapses elétricas e os transmissores dos mecanismos motor/movimento,</p><p>cognitivo/pensamento e afetivo/emoção na estrutura cerebral.</p><p>A maturação cerebral efetua-se, igualmente, através da emergência de sistemas</p><p>funcionais e em interação sistêmica, vários conjuntos de células neuronais específicas.</p><p>Portanto, a instalação de conexões neurais provocadas pela aprendizagem</p><p>sucessivamente vai permitir a integração complexa da informação multissensorial, a</p><p>qual ilustra a passagem da linguagem corporal, a linguagem falada e a linguagem</p><p>escrita. (FONSECA, 2008:405).</p><p>14</p><p>Localização das unidades funcionais cerebrais – modelo Luriano. Fonte:</p><p>(in GONÇALVES, 2010, p.93).</p><p>Cada unidade neurofuncional desempenha uma função específica no processo</p><p>funcional cerebral, estabelecendo o tempo e o modo em que o ser humano esteja apto a</p><p>um repertório de aquisições necessárias para maturação, organização e integração no</p><p>seu desenvolvimento e a novas aprendizagens.</p><p>Mediante competências psicomotoras agrupadas em neuroblocos.</p><p>1ª Unidade Neurobloco Funcional Postura – é composta pela Tonicidade e</p><p>Equilibração corresponde à aquisição da persistência motora “atenção” reguladorora</p><p>tônus, da vigília corporal e dos estados de alerta mental, sua função</p><p>reticular de regular</p><p>e modular o tônus do córtex, mantendo o cérebro em estado funcional de alerta.</p><p>2ª Unidade Neurobloco Funcional Somatognosia – corresponde à noção do</p><p>corpo esquema e imagem corporal, lateralização, estrutura espaço-temporal que</p><p>constituem na memória corporal “recepção, codificação e processamento sensorial,</p><p>está localizada na região lateral do córtex, na função de receptor dos lóbulos occiptal</p><p>(visão), temporal (auditivo) e parietal (sensorial tátil), analisando e armazendo as</p><p>informações no cérebro.</p><p>3ª Unidade Neurobloco Funcional Praxia - é responsável pela verificação,</p><p>correção e extratificação das formas das praxias global e distal que condizem à</p><p>capacidade de relacionar as ações globais e refinadas da conduta humana na</p><p>consciência e expressão voluntária. Estão associados aos lóbulos frontais do cérebro e</p><p>ao telencéfalo. Dentro da Psicomotricidade LURIA e COSTALLAT, são bases do</p><p>conhecimento para se entender as diversas manisfetações do ato psicomotor pela via</p><p>corporal e gráfica. LOUREIRO, (2009)</p><p>Os processos mentais do homem em geral, e a atividade consciente em</p><p>particular; sempre ocorrem com a participação das três unidades, cada uma das quais</p><p>tem o seu papel a desempenhar nos processos mentais e fornece a sua contribuição</p><p>para o desempenho dos referidos processos. (LURIA, 1981, in GONÇALVES, 2010)</p><p>Nessa dimensão de imagem as bases psicomotoras otimizam a estruturação</p><p>desse processo de aquisições, pois organizam, e pontuam o momento em que o ser</p><p>humano “a criança” está apta a integrar as suas competências seguidas por Luria.</p><p>15</p><p>Desenvolvimento Psicomtorde 0 a 7 anos.</p><p>Fonte: (In GONÇALVES, 2009, p.38).</p><p>Conforme o desenvolvimento da criança retratada nesta figura 4, ressalta um</p><p>caminho convergente destes estudiosos, a evolução da criança no sistema funcional</p><p>cerebral, se processa em várias inserções de aprendizagem e desenvolvimento.</p><p>Com base na figura - 4 Ajuriaguerra expõe, seu padrão de desenvolvimento</p><p>psicomotor no Corpo Agido, a criança é receptora no espaço subjetivo e evolui através</p><p>do diálogo tônico e o desaparecimento das reações primitivas. No Corpo Actuante, a</p><p>criança é espectadora a um espaço pré-representado, dialogo tônico, com mobilidade</p><p>espaço-temporal em reação a um plano gnósico e social progressivo. No Corpo</p><p>Práxico, a criança é vista como um ator no espaço, com o objetivo de processar o</p><p>diálogo consigo próprio, automatizando as aquisições com redução do tempo. “A</p><p>Psicomtricidade é a realização de um pensamento através de um ato motor, coeso,</p><p>harmonioso e preciso”. (AJURIAGUERRA, 1982 in LOUREIRO, 2009).</p><p>Com base na figura – 4, Wallon diz que a influência está caracterizada no</p><p>ambiente sobre a aprendizagem e o desenvolvimento psíquico da criança. A criança</p><p>exposta a uma linguagem tônica, facilitará seu ajuste ao ambiente, evidenciando a</p><p>motricidade como essência deste processo e a construção do eu corporal. CorpoVivido</p><p>– estágios impulsivos, tônico-emocional e sensório-motor. Corpo Percebido – estágios</p><p>projetivo e personalístico. Corpo Representado – estágio categorial. Dessa forma, a</p><p>16</p><p>criança evolui sua aprendizagem no mundo exterior em função da relação. “O</p><p>movimento não é um puro deslocamento no espaço nem uma adição pura e simples de</p><p>contrações musculares; o movimento tem um significado de relação e de interação</p><p>afetiva com mundo exterior”. (WALLON, in GONÇALVES, 2009:94).</p><p>Portanto, a Psicomotricidade mediatiza o ato psicomotor através das</p><p>intervenções psicomotoras que conduz, a organização e a vivência, a estimula a criar</p><p>relações infinitas conscientes que façam a criança ficar segura dos seus atos e ter</p><p>satisfação em realizá-las, pois estão integrados à linguagem da Psicomotricidade</p><p>“Querer Fazer, Saber Fazer e Poder Fazer não deixando de perder sua</p><p>oportunidade no mundo externo.</p><p>ORIGEM DA VIDA - GÊNESE</p><p>É evidente a diversidade da</p><p>origem da vida, a qual engloba a</p><p>evolução pré-orgânica e a evolução</p><p>orgânica da humanidade. Sendo assim,</p><p>resulta em mudanças contínuas que</p><p>ocorrem desde a concepção ao</p><p>nascimento, e do nascimento à morte,</p><p>este período de processos evolutivos,</p><p>maturacionais e hierarquizados</p><p>ocorre em um plano</p><p>biológico e social.</p><p>É óbvio que a definição de vida é sinônimo de energia. Esta visão idealista da</p><p>vida procede das explicações que vão de Platão a Aristóteles como um princípio</p><p>espiritual e sobrenatural determinada por uma força suprema e divina. Com isso,</p><p>permite reconhecer a noção de vida, a formação da matéria, resultante da combinação e</p><p>da constelação de fenômenos físico-químicos que originaram o aparecimento de vida</p><p>no planeta Terra. (FONSECA, 1998).</p><p>A matéria orgânica é a condição dos seres vivos, que por definição, são</p><p>organismos compostos de órgãos, que subentende um corpo que vive em permanente</p><p>troca de energia com o meio externo. Cadencia a transformação no aspecto</p><p>17</p><p>morfológico e comportamental que requer uma permanente adaptação ao meio</p><p>exterior, no processo de assimilação e acomodação. (FONSECA, 1998).</p><p>Origem das Espécies - Filogênese</p><p>http://filosofiacienciaevida.com.br/cosmorfologia-a-compreensao-das-</p><p>estruturas-do-universo/</p><p>Na teoria da evolução, a espécie é vista como uma continuidade biológica e</p><p>genética, ou seja, a criação, variabilidade, fertilidade e a reprodução natural de</p><p>indivíduo, que inclui uma noção de tempo e uma sequência.</p><p>A espécie passou a não ser explicada puramente por um simples ato de criação,</p><p>mas por um processo lento de transformação em longos períodos de tempo. Esta</p><p>concepção contemporânea categoriza um princípio evolutivo, onde todas as espécies</p><p>vivas evoluem a partir de formas simples.</p><p>As espécies mudam no espaço e no tempo conforme suas variações de</p><p>populações, adaptações, ecofenótipos, isolamentos, migrações, alterações do</p><p>envolvimento em um processo de seleção natural e luta pela sobrevivência.</p><p>(FONESCA, 1998).</p><p>Estes exemplos mencionados da genética humana servem para demonstrar que</p><p>a evolução da espécie não pode ser interpretada sem o esclarecimento necessário da</p><p>mudança de condições do meio, no processo bioquímico e fisiológico que determinam</p><p>aspectos comportamentais, presentes na diferença genética (genótipo) e naturalmente</p><p>no processo evolutivo do fenótipo. A mãe relatou que após a gravidez do primeiro</p><p>18</p><p>filho teve de tormar antedepressivo durante 4º (quatro) mês. Na segunda gestação</p><p>sofreu uma queda, caiu sentada no chão no 6º (sexto) mês de gravidez, mas não houve</p><p>trauma no feto.</p><p>No entanto, a Psicomotricidade otimiza os princípios importantes e</p><p>fundamentais no desenvolvimento da criança na evolução filogênica, na intenção de</p><p>reconhecer dados concretos e significaticos de forma reflexível.</p><p>Ontogênese</p><p>Decorre de um processo embrionário o qual visa compreender o sentido</p><p>biológico e dinâmico da filogenética à motricidade. Dessa maneira, os estudos da</p><p>concepção da fecundação e gestação do zigoto, caracteriza um ser humano, único e</p><p>determinado no início da sua vida. A ontogênese permite o estudo sistemático e</p><p>minucioso do desenvolvimento e crescimento humano nos aspectos morfológicos,</p><p>fisiológicos e químicos do ser humano, desde a fecundação até a maturidade para</p><p>reprodução do indivíduo.</p><p>O ciclo embrionário visa organização, estruturação e função da morfologia</p><p>somática e da energia dos agentes genéticos de crescimento, permite passo a passo do</p><p>comportamento neurofuncional e as escalas de desenvolvimento do embrião, feto,</p><p>prematuro e recém-nascido ao termo criança, dando começo às atividades motoras.</p><p>A ontogênese da motricidade aborda o desenvolvimento humano de forma</p><p>hierarquizada que leva tempo para atingir a maturação tônica e estruturas funcionais na</p><p>evolução do corpo.</p><p>Seguindo a lei céfalo-caudal (da cabeça para os pés) e a lei</p><p>próximo-distal (do eixo do corpo para extremidade), diante da tonificação tubo neural,</p><p>o embrião desenvolve processo muscular em termos evolutivos ao corpo: cabeça,</p><p>pescoço, tronco, braços, pernas, mãos, pés e dedos das mão e dedos dos pés,</p><p>obedecendo um processo dialético das vias corticais curtas a vias longas. Entretanto,</p><p>afirma que o sistema muscular não evolui biologicamente de uma forma diferente do</p><p>sistema neurológico, pois ambos comunciam ao nível do desenvolvimento motor</p><p>(ativo) e sensorial (reativo), um conjunto sinápticos no processo de mielinização.</p><p>(FONSECA, 1998).</p><p>A evolução do cérebro humano se processa à semelhança de uma casa, como</p><p>alas e superestrutura, no decorrer da filogênese, dando à homem herança considerada</p><p>19</p><p>ímpar a reposta somática e cognitiva cognição espaço-tempo-simbologia-</p><p>linguagememoção. (MACLEAN, in LOUREIRO, 2009).</p><p>Tendo como foco o estudo dificuldade aprendizagem – ortográfica na</p><p>Psicomotricidade, trabalhamos no tempo atencional na área psicomotora relacionada à</p><p>Tonicidade e Equilibração propondo atividades e técnicas nas leis do desenvolvimento,</p><p>partindo do global ao específico, e, do concreto ao abstrato.</p><p>Toda esta dimensão de expressão é possível por intermédio das aquisições</p><p>sociais, pois encaminham a criança para a sua autonomia. A criança começa pelo</p><p>espaço que não ultrapassa o alongamento de seus braços, inicia a modificação do</p><p>envolvimento e o espaço como autocriação da própria independência da pessoa</p><p>humana e isso permite à criança, a descoberta do seu mundo de criação e de satisfação.</p><p>Ontogênse: É o desenvolvimento do indivíduo desde a fecundação até a</p><p>20</p><p>maturidade para a reprodução Fonte: (in LOUREIRO, 2009, p.8).</p><p>Ontogênese refere-se ao amadurecimento e repete a gênese e a filogênese.</p><p>Neste momento o indivíduo está completo e estruturado, pronto para originar um novo</p><p>ser. As grandes conquistas da espécie humana, consideradas como produto final das</p><p>tendências filogenéticas, podem ser resumidas nos seguintes sistemas funcionais</p><p>ontogenéticas que constituem a hierarquia da motricidade humana à postura bípede, à</p><p>praxia e visão binocular, à linguagem falada, linguagem escrita e a cultura social.</p><p>(FONSECA, 1998).</p><p>A aprendizagem da leitura envolve diversas habilidades – linguísticas,</p><p>perceptivas, motoras, cognitivas – e por esta razão não se pode atribuir a nenhuma</p><p>delas isoladamente a responsabilidade pelas desadaptações da criança na escola. É</p><p>preciso, portanto, descobrir em qual área ela se encontra mais comprometida.</p><p>(MORAIS, 1986, in OLIVEIRA, 2003).</p><p>As dificuldades de aprendizagem escolar são percebidas no momento do</p><p>ingresso da criança no ensino formal. O conceito abrange 40% das crianças no Brasil,</p><p>as quais frequentam o sistema educacional, apresentam dificuldades de aprendizagem.</p><p>Tal incapacidade é influenciada por múltiplas causas como: visual perceptivo,</p><p>memória, atenção, linguagem, leitura/escrita ou problemas comportamentais e sociais.</p><p>(WAJNSZTEJN, 2005).</p><p>Sensação</p><p>É o nível de comportamento, que se refere somente à ativação de estruturas</p><p>senso neurais, a qual está presente na vida do ser humano antes mesmo de nascer,</p><p>dados exteroceptivos – vindos do meio exterior; proprioceptivos – vindos dos</p><p>músculos, tendões e articulações em movimento; interoceptivos – vindos dos órgãos</p><p>internos, levando-o a desenvolver uma capacidade de reconhecimento e decodificação</p><p>das informações relacionadas com seu meio.</p><p>Percepção</p><p>Os elementos de comportamento concomitantes ao funcionamento do SNC</p><p>começam com a percepção e é definida como déficit neurológico que pode consistir de</p><p>conversões inadequadas de sensações dos impulsos elétricos. Pressupõe a incapacidade</p><p>de uma criança perceber através da audição ou da visão a diferença de som das letras</p><p>“cold e coal; m e n; b e d”; e no corpo, a falta de percepção das partes corporais, são</p><p>21</p><p>sensações proprioceptivas que constituem a desordem da percepção. Segundo PIAGET</p><p>e HEAD, os aspectos psicomotores da Lateralidade estão ligados diretamente ao</p><p>Esquema e Imagem Corporal e estruturações temporal-espacial.</p><p>A criança após 7 (sete) anos de idade deve conseguir localizar, discriminar,</p><p>nomear e conceituar em si num primeiro plano e após 9 (nove) anos de idade</p><p>identificar no outro e no espaço gráfico, relacionando as noções tridimensional e</p><p>bidimensional. Dessa forma, a criança adquiriu noção proprioceptiva e orientação do</p><p>corpo, tempo e do espaço refletindo no plano gráfico. (LOUREIRO, 2009).</p><p>A percepção, como processo receptivo, não subentende somente a</p><p>discriminação, a capacidade de distinguir entre os sons ou estímulos visuais, mas</p><p>também a capacidade de organizar a sensação num todo significativo, a capacidade de</p><p>estruturar a informação que está sendo recebida. Pressupõe, além disso, a atenção. O</p><p>processo global de percepção é uma experiência que exige atenção, organização,</p><p>discriminação e percepção.</p><p>Formação de Imagem</p><p>Salienta o comportamento como aspecto funcional cognitivo, no que diz</p><p>respeito aos Distúrbios de Aprendizagem. Não é fácil desenvolver um quadro de</p><p>terapia sem incluir a formação de imagem, pois através da tomada de consciência</p><p>distingue-se o processo de percepção, memória e a capacidade de identificar,</p><p>reconhecer e apreender apresentando extraordinárias experiências conforme a</p><p>formação da imagem, que está ligada ao corpo, baseada nas experiências de sensações</p><p>auditivas, visuais, táteis, gustativas, cinéticas e tônicas, nas quais a criança pode ter</p><p>percepções no nível do próprio corpo ou vivida com uma outra pessoa que colabora</p><p>para definição desta imagem. As intervenções psicomotoras realizadas sucedem-se de</p><p>forma para direcionar o processo simbólico e intuitivo de organizar, reconhecer e</p><p>construir o próprio corpo. (BOSCANI, 2006).</p><p>Simbolização</p><p>É abrangente, englobando o tipo verbal e não verbal de aprendizagem e</p><p>recordação. Refere-se à capacidade de representar a experiência. Não se sabe se essa</p><p>capacidade é sinônimo do desenvolvimento da consciência. Entretanto, é discutido que</p><p>o comportamento simbólico é representativo e essencialmente exclusivo do ser</p><p>22</p><p>humano. O uso de palavras como um instrumento de pensamento ou raciocínio ou</p><p>resolução de problemas, significa as experiências vivenciadas de apreender, avaliar e</p><p>recordar “tempo, tamanho, distância, volume, forma, altura e velocidade”; portanto, é</p><p>importante para a criança conhecer, para dar condições de bem estar geral na</p><p>aprendizagem educacional. A criança que apresenta a dificuldade facilmente poderá</p><p>estar perturbada ou estar em carência do desenvolvimento gráfico. Nesse momento,</p><p>torna-se fundamental a vivência simbólica, específica da realidade humana, para</p><p>decodificar as imagens, de interpretar formas simples e complexas, que permitem à</p><p>criança, postura, uma analogia entre o traço e o objeto, dando base ao aprendizado da</p><p>escrita e da leitura que são simultâneas. A Psicomotricidade permite expressões,</p><p>percepções do corpo em diversas situações que procede no processo de</p><p>desenvolvimento de corpo não vivido nem globalizado, proporcionando uma</p><p>autonomia na comunicação corporal.</p><p>Relações Interpessoais</p><p>Enfatizam a atitude de que a criança não tem sentimento de relacionamento</p><p>com outras crianças e que antes era visto somente como Distúrbio Emocional. A</p><p>criança não tem a capacidade para reconhecer e identificar as atitudes e sentimentos</p><p>dos outros, mesmo quando vê suas expressões faciais, não conseguindo distinguir entre</p><p>manifestações de tristeza e felicidade, raiva e gentileza, delicadeza e indelicadeza, a</p><p>desobediência e ajuda.</p><p>Noção espacial gráfica: é analisado o ponto inicial do desenho, a noção</p><p>espacial do papel direita/esquerda, o domínio lateral destro/canhoto,</p><p>a</p><p>proporcionalidade simétrica acima/abaixo;</p><p>Qualidade do desenho: observa-se complementação das principais partes do</p><p>corpo, características e preenchimento corporal boca/olhos/nariz;</p><p>Proporcionalidade do desenho: o preenchimento corporal não pode ser maior</p><p>que as partes centrais: cabeça/tronco/braços/pernas;</p><p>O contexto do desenho – as correlações psicoemocionais: obedecem aos</p><p>aspectos afetivos ou omitem déficit intelectual, orgânico, motor ou neurológico,</p><p>sexualidade, diferenças sexuais, vestuário, expressões faciais</p><p>“agressivo/triste/alegre, olhar insinuante/ cílios roupas transparentes, devem ser</p><p>levados em consideração. Portanto, vale ressaltar que Avaliação Psicomotora procede</p><p>23</p><p>em observações à idade do sujeito, o nível do seu desenvolvimento motor, cognitivo e</p><p>afetivo. (SPITZ, WALLON, DI-LEO in LOUREIRO, 2009).</p><p>O desenvolvimento psicomotor da criança está intimamente relacionado à</p><p>evolução própria, o qual insere no seu contexto social e cultural, e o faz de forma</p><p>dinâmica e dialética através de rupturas e desequilíbrios provocados por contínuas</p><p>reorganizações que ocorrem dentro do seu ser total e completo. A aprendizagem é,</p><p>portanto considerada a condição necessária e fundamental no processo de</p><p>desenvolvimento de funções psicológicas, dessa maneira a Psicomotricidade implica a</p><p>uma organização neuropsicológica corporal e intelectual da criança. (FONSECA,</p><p>2008).</p><p>Dificuldades de Aprendizagem Fonte: (Fonseca, 2008. p.39).</p><p>Devemos salientar que dificuldade de aprendizagem está relacionada ao</p><p>conjunto de fatores que sensibilizam a motricidade humana, tendo em vista</p><p>estabelecerem correlações múltiplas entre as avaliações psicomotoras, observadas</p><p>durante as sessões.</p><p>Conceitos da psicomotricidade segundos diversos autores:</p><p>Ajuriaguerra, médico psiquiatra, considerado pela comunidade científica</p><p>como o “Pai da Psicomotricidade”, define assim: “ Psicomotricidade se conceitua</p><p>como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas,</p><p>psicológica, condutista, evolutista, genética, e etc, ela visa a representação e a</p><p>24</p><p>expressão motora, através da utilização psíquica e mental do indivíduo. ”</p><p>Dalila M. M. de Costallat, “A Psicomotricidade como Ciência de Síntese,</p><p>que com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as</p><p>interrelações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência</p><p>com os demais. ”</p><p>Germaine Rossel, “A Educação Psicomotora é a educação de controle mental</p><p>e da expressão motora”.</p><p>Giselle B. Soubiran “Psicomotricidade e Relaxação, bases fundamentais da</p><p>estrutura psico corporal, estática e em movimento, precedente e condicionante a toda</p><p>atividade psíquica”.</p><p>Vítor da Fonseca, “A psicomotricidade visa privilegiar a qualidade da relação</p><p>afetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional e o controle</p><p>postural, à noção do corpo, sua lateralização e direcionalidade e a planificação práxica,</p><p>enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental</p><p>concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordados como unidade e totalidade</p><p>do ser. O seu enfoque é, portanto, psico somático, psico cognitivo, psiquiátrico,</p><p>somatoanalítico, psico neurológico e psico terapêutico”.</p><p>P. Vayer, “É a educação da integridade do ser, através do seu corpo”.</p><p>Beatriz Loureiro, “Psicomotricidade é a otimização corporal dos potenciais</p><p>neuro, psico- cognitivo funcionais, sujeitos às leis de desenvolvimento e maturação,</p><p>manifestadas pela dimensão simbólica corporal própria, original e especial do ser</p><p>humano.”</p><p>Hurtado (1983), diz que a psicomotricidade é a educação dos movimentos, ou</p><p>através dos movimentos, visando a melhor utilização das capacidades psicofísicas da</p><p>criança. Neste caso utiliza-se o movimento como meio e não como fim a ser atingida.</p><p>A Psicomotricidade é o suporte básico que auxilia a criança a adquirir tanto sensações</p><p>e percepções como conceitos, os quais lhe darão o conhecimento de seu corpo e,</p><p>através desse, do mundo que o rodeia.</p><p>Coste (1981), define a Psicomotricidade como uma técnica em que cruzam e se</p><p>encontram múltiplos pontos de vista, e que utiliza numerosas ciências constituídas,</p><p>entre a biologia, psicologia, psicanálise, sociologia e linguística. É considerada como</p><p>uma terapia, “a terapia psicomotriz” a qual desenvolve a capacidade de expressão do</p><p>indivíduo, fazendo com que haja um novo conhecimento do corpo.</p><p>Schinca (1992), o controle e conhecimento do próprio corpo são essenciais</p><p>25</p><p>para o estabelecimento da ligação entre o indivíduo e o meio externo. A relação entre</p><p>cada ser e o exterior se manifesta através de atos e comportamentos motores,</p><p>adaptados e ajustados mediante as sensações e percepções.</p><p>Meur e Staes (1984), relatam que o estudo da psicomotricidade é recente</p><p>sendo que só no início deste século abordou-o assunto ainda que superficialmente. Em</p><p>uma primeira fase, a pesquisa teórica fixou-se, sobretudo no desenvolvimento motor</p><p>da criança. Depois se estudou a relação entre o atraso no desenvolvimento motor e o</p><p>atraso intelectual da criança. Seguiram-se estudos sobre o desenvolvimento da</p><p>habilidade manual e aptidões motoras em função da idade. Hoje em dia os estudos</p><p>ultrapassam os problemas motores, pesquisando também as ligações com a</p><p>lateralidade, a estruturação espacial e a orientação temporal por um lado e, por outro,</p><p>as dificuldades escolares de crianças com inteligência normal. Faz também com que se</p><p>tome consciência das relações existentes entre o gesto e a afetividade.</p><p>Para De Meur (1984), a psicomotricidade quer justamente destacar a relação</p><p>existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da</p><p>criança por meio de uma técnica. A psicomotricidade baseia-se em princípios a partir</p><p>da vivência do corpo no espaço e no tempo, desenvolvendo a consciência de si mesmo,</p><p>como um ser capaz de sentir expressar e o mais importante, ser capaz de partilhar e</p><p>comunicar-se com os demais.</p><p>O estudo da psicomotricidade envolve cinco temas distintos: tomada de</p><p>consciência do corpo, a formação da personalidade da criança, isto é desenvolvimento</p><p>do esquema corporal, através do qual a criança toma consciência do seu próprio corpo</p><p>e das possibilidades de expressar-se por meio desse corpo; tomada de consciência da</p><p>lateralidade, a criança percebe que seus membros não reagem da mesma forma,</p><p>percebe uma maior dominância dos movimentos de um hemicorpo do que no outro</p><p>(assimetria funcional); tomada de consciência do espaço, tomada de consciência da</p><p>situação do seu próprio corpo em um meio ambiente, tomada de consciência da</p><p>situação das coisas entre si, possibilidade do sujeito se organizar perante o mundo que</p><p>o cerca, de organizar as coisas entre si; tomada de consciência do tempo, que diz</p><p>respeito a como a criança se localiza no tempo, capacidade de situar-se em função da</p><p>sucessão dos acontecimentos (antes, durante, após), da duração dos acontecimentos</p><p>(longo, curto), da sequência (dias da semana, meses ano), caráter irreversível do tempo</p><p>(ontem, hoje, amanhã) e renovação cíclica do tempo (orientação temporal); tomada de</p><p>consciência da relação corpo-espaçotempo, como a criança se expressa também através</p><p>26</p><p>do desenho, completa com o domínio progressivo do desenho e do grafismo.</p><p>Sociedade Brasileira de Psicomotricidade - “a ciência que tem como objeto</p><p>de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo</p><p>interno e externo”, a psicomotricidade é um assunto que todos os profissionais de</p><p>Educação Física devem tomar conhecimento. O site da SBP vale uma visita com calma</p><p>e atenção. A lista de cursos de formação, especialização e pós-graduação é bastante</p><p>detalhada, assim como a programação de eventos que acontecem em todo o Brasil.</p><p>Para quem</p><p>se interessar pelo assunto, antes de ir à livraria adquirir as</p><p>indicações da seção “publicações” deve visitar a seção “glossário”, para inteirar-se dos</p><p>termos técnicos mais usados.</p><p>Elementos da psicomotricidade</p><p>A psicomotricidade envolve os seguintes elementos: esquema e</p><p>imagem corporal, coordenação global, equilíbrio, dominância lateral, orientação</p><p>espacial e lateroespacial, orientação temporal, coordenação dinâmica das mãos.</p><p>Estes elementos são considerados básicos para o desenvolvimento global da</p><p>criança, são pré-requisitos necessários para a criança adquirir à aprendizagem da</p><p>leitura e da escrita; vivenciar a percepção do seu corpo com relação aos objetos, saber</p><p>discriminar partes do seu corpo e ter controle sobre elas e obter organização de espaço</p><p>e tempo.</p><p>Esquema corporal</p><p>É um elemento básica indispensável para a formação da personalidade da</p><p>criança. É a representação da imagem que a criança tem de seu próprio corpo. A</p><p>criança se sentirá bem na medida em seu corpo lhe obedece, em que o conhece bem,</p><p>em que pode utiliza-lo não somente para movimentar-se, mas também para agir. Uma</p><p>criança cujo esquema corporal é mal constituído não coordena bem os movimentos, na</p><p>escola a grafia é feia, e a leitura expressiva, não harmoniosa: a criança não segue o</p><p>ritmo da leitura ou então para no meio de uma palavra. Segundo De Meur (1989), uma</p><p>criança que se sinta à vontade significa que ele domina o seu corpo, utiliza-o com</p><p>desenvoltura e eficácia, proporcionando-lhe bem estar, tornando fáceis e equilibrados</p><p>27</p><p>seus contatos com os outros.</p><p>A organização do corpo no espaço (organização espacial)</p><p>É a capacidade de movimentar o próprio corpo de forma integrada, dentro de</p><p>um ambiente contendo obstáculos, passando por eles. Movimentos com rastejar,</p><p>engatinhar, e andar, irão propiciar a criança o desenvolvimento das primeiras noções</p><p>espaciais: perto, longe, dentro, fora. Para De Meur (1989), os problemas quanto à</p><p>orientação temporal e espacial, como por exemplo, com a noção “antes-depois”,</p><p>acarretam principalmente confusão na ordenação dos elementos de uma sílaba. A</p><p>criança sente dificuldade em reconstruir uma frase cujas palavras estejam misturadas,</p><p>sendo a analise gramatical um quebra-cabeça para ela. Uma má organização espacial</p><p>ou temporal acarreta fracasso em matemática. Com efeito, para calcular a criança deve</p><p>ter pontos de referência, colocar os números corretamente, possuir noção de “fileira”,</p><p>de “coluna”; deve conseguir combinar as formas para fazer construções geométricas.</p><p>Diante de problemas de percepção espacial uma criança não é capaz de distinguir um</p><p>“b” de um “d”, um “p” de um “q”, “21” de “12”, caso não perceba a diferença entre a</p><p>esquerda e a direita. Se não se distingue bem o alto e o baixo, confunde o “b” e o “p”,</p><p>o “n” e o “u”, o “ou” e o “on”.</p><p>A dominância lateral</p><p>Refere-se ao esquema do espaço interno do indivíduo, que o capacita utilizar</p><p>um lado do corpo com melhor desembaraço do que outro, em atividades que requeiram</p><p>habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional. A definição da lateralidade</p><p>ocorre à medida que a criança se desenvolve. A lateralidade na criança não deve ser</p><p>estimulada até que não tenha sido definida, quando a criança é forçada a usar um lado</p><p>do corpo torna-se prejudicial para a lateralidade, devido a fatores culturais os mais</p><p>28</p><p>antigos acham que não é correto a criança escrever com a mão esquerda, forçando-a a</p><p>utilizar a mão direita par tal ação, os pais devem favorecer a escolha feita pelas</p><p>crianças. Na idade onde ainda prevalece a bilateralidade, se ainda a criança tiver</p><p>tendência para o sinestrismo e os pais tentar fazer algo para que impeça, pode levar a</p><p>criança a apresentar danos na motricidade e contribuir para o surgimento de problemas</p><p>de aprendizagem.</p><p>O equilíbrio</p><p>É a função na qual os indivíduos mantêm sua estabilidade corporal durante os</p><p>movimentos e quando em estado de imobilidade (Masson,1985). Shinca (1992), relata</p><p>que o bom equilíbrio é essencial para a conquista da locomoção assim como a</p><p>independência dos membros superiores. A dificuldade de equilibrar-se produz estados</p><p>de ansiedade e insegurança, pois a criança não consegue manter um estado estático ou</p><p>de movimento e isto atrapalha a relação entre equilíbrio físico e psíquico. Picq e Vayer</p><p>(1985), diz que na presença de algum distúrbio do equilíbrio pode-se observar uma</p><p>indisponibilidade imediata dos movimentos, desequilíbrio corporal global, marcha não</p><p>harmoniosa, tensões musculares locais, desalinhamentos anatômicos e</p><p>imprevisibilidade de atitudes. Socialmente a criança pode apresentar tendência à</p><p>inibição ou desejo de esconder, e falta de confiança em si mesmo.</p><p>A organização latero-espacial</p><p>Desenvolve da seguinte maneira, aos 6 anos a criança tem conhecimento do</p><p>lado direito e esquerdo do seu corpo, aos 7 anos reconhece a posição relativa entre dois</p><p>objetos, aos 8 anos reconhece o lado direito e esquerdo em outra pessoa, aos 9 anos</p><p>consegue imitar movimentos realizados por outras pessoas com o mesmo lado do</p><p>corpo no qual a pessoa realiza o movimento, isto é transpõe o lado da pessoa para o</p><p>seu, aos 10 anos reproduz movimentos de figuras esquematizadas, e aos 11 anos</p><p>consegue identificar a posição relativa entre 3 objetos.</p><p>29</p><p>A coordenação dinâmica</p><p>A coordenação dinâmica geral da a criança um bom domínio do corpo</p><p>suprindo a ansiedade habitual, diminui as sincinesias e as tensões trazendo um controle</p><p>satisfatório e confiança com relação ao próprio corpo.</p><p>Com relação à coordenação dinâmica das mãos Le Boulch (1982) diz que a</p><p>habilidade manual ou destreza constitui um aspecto particular da coordenação global.</p><p>Reveste muita importância nas praxias, no grafismo, pelo que deve dar se muita</p><p>atenção particular. A criança quando apresenta algum distúrbio no desenvolvimento</p><p>da coordenação (tanto global como da dinâmica das mãos), poderá apresentar</p><p>dificuldades escolares com disgrafia, ultrapassa linhas e margens do caderno, pode ter</p><p>dificuldades na apreensão de dedos e nos gestos.</p><p>Os potenciais humanos, são apoiados nas</p><p>áreas básicas da Psicomotricidade, seu estudo e pesquisa constantes do</p><p>esquema e da imagem corporal, da lateralização, da tonicidade, da equilibração e</p><p>coordenação, são enriquecidos instrumentalmente, estimulando o sentimento de</p><p>competência, de auto-estima, entendendo o ser humano em constantes e complexas</p><p>adaptações, fazendo-o concluir que é amado e aceito, tornando-o transformador e</p><p>produtor social.</p><p>Sintetizando, a Psicomotricidade subtende uma concepção holística de</p><p>aprendizagem e de adaptação do ser humano, que tem por finalidade, associar</p><p>dinamicamente, o ato ao pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao conceito.</p><p>DESENVOLVIMENTO MOTOR</p><p>30</p><p>O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos</p><p>nervosos, aumento em tamanho e complexidade do sistema nervoso central,</p><p>crescimento dos ossos e músculos. São, portanto, comportamentos não aprendidos que</p><p>surgem espontaneamente desde que a criança tenha condições adequadas para</p><p>exercitar-se. Esses comportamentos não se desenvolverão caso haja algum tipo de</p><p>distúrbio ou doença. Podemos notar que crianças que vivem em creches e que ficam</p><p>presas em seus berços sem qualquer estimulação não desenvolverão o comportamento</p><p>de sentar, andar na época adequada que futuramente apresentarão problemas de</p><p>coordenação e motricidade.</p><p>As principais funções psicomotoras é um bom desenvolvimento da</p><p>estruturação do esquema corporal que mostre a evolução da apresentação da imagem</p><p>do corpo e o reconhecimento do próprio corpo, evolução de preensão e da coordenação</p><p>óculo-manual que nos proporciona a fixação ocular e prensão e olhar e</p><p>desenvolvimento da função tônico e</p><p>da postura em pé e reflexos arcaicos da</p><p>estruturação espaço-temporal (tempo, espaço, distância e retina).</p><p>Um perfeito desenvolvimento de nosso corpo ocorre não somente</p><p>mecanicamente, mas sim que são aprendidos e vivenciados junto a família, onde a</p><p>criança aprende a formar a base da noção de seu 'eu corporal'.</p><p>Não podemos esquecer de citar a importância dos sentimentos da criança na</p><p>fase do conhecimento de seu próprio corpo, pois um esquema corporal mal estruturado</p><p>pode determinar na criança um certo desajeitamento e falta de coordenação, se</p><p>sentindo insegura e isso poderá desencadear uma série de reações negativas como:</p><p>agressividade, mal humor, apatia que às vezes parece ser algo tão simples poderá</p><p>originar sérios problemas de motricidade que serão manifestados através do</p><p>comportamento.</p><p>AS ÁREAS DA PSICOMOTRICIDADE</p><p>Para fins didáticos subdividiremos a psicomotricidade em áreas que, embora</p><p>citadas isoladamente, agirão quase sempre vinculadas umas às outras; entenderemos</p><p>por "Prática Psicomotora" todas as atividades que visam estimular as várias áreas que</p><p>mencionaremos a seguir:</p><p>COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO</p><p>31</p><p>A linguagem é função de expressão e comunicação do pensamento e função de</p><p>socialização. Permite ao indivíduo trocar experiências e atuar - verbal e gestualmente -</p><p>no mundo.</p><p>Por ser a linguagem verbal intimamente dependente da articulação e da</p><p>respiração, incluem-se nesta área os exercícios fonoarticulatórios e respiratórios.</p><p>PERCEPÇÃO</p><p>Percepção é a capacidade de reconhecer e compreender estímulos recebidos. A</p><p>percepção está ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam</p><p>até nos provocam uma sensação que possibilita a percepção e a discriminação.</p><p>Primeiramente sentimos, através dos sentidos: tato, visão, audição, olfato e degustação.</p><p>Em seguida, percebemos, realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar. E, por</p><p>fim, discriminamos - reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e</p><p>percepções. A discriminação é que nos permite saber, por exemplo, o que é verde e o</p><p>que é azul, e a diferença entre o 1 e o 7. As atividades propostas para esta área devem</p><p>auxiliar o desenvolvimento da percepção e da discriminação.</p><p>COORDENAÇÃO</p><p>A coordenação motora é mais ou menos instintiva e ligada ao desenvolvimento</p><p>físico. Entendida como a união harmoniosa de movimentos, a coordenação supõe</p><p>integridade e maturação do sistema nervoso. Subdividiremos a coordenação motora em</p><p>coordenação dinâmica global ou geral, visomanual ou fina e visual. A coordenação</p><p>dinâmica global envolve movimentos amplos com todo o corpo (cabeça, ombros,</p><p>braços, pernas, pés, tornozelos, quadris etc.) e desse modo 'coloca grupos musculares</p><p>diferentes em ação simultânea, com vistas à execução de movimentos voluntários mais</p><p>ou menos complexos". A coordenação visomanual engloba movimentos dos pequenos</p><p>músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e pulsos. A</p><p>coordenação visual refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas</p><p>direções.</p><p>As atividades psicomotoras propostas para a área de coordenação estão</p><p>subdivididas nessas três áreas.</p><p>32</p><p>ORIENTAÇÃO</p><p>A orientação ou estruturação espacial/temporal é importante no processo de</p><p>adaptação do indivíduo ao ambiente, já que todo corpo, animado ou inanimado, ocupa</p><p>necessariamente um espaço em um dado momento. A orientação espacial e temporal</p><p>corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória a</p><p>às experiências vivenciadas pelo indivíduo.</p><p>CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE</p><p>A criança percebe seu próprio corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo</p><p>ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente</p><p>cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. A entidade corpo é centro, o referencial.</p><p>A noção do corpo está no centro do sentimento de mais ou menos disponibilidade e</p><p>adaptação que temos de nosso corpo e está no centro da relação entre o vivido e o</p><p>universo. É nosso espelho afetivo-somático ante uma imagem de nós mesmos, do outro</p><p>e dos objetos. O esquema corporal, da maneira como se constrói e se elabora no</p><p>decorrer da evolução da criança, não tem nada a ver com uma tomada de consciência</p><p>sucessiva de elementos distintos, os quais, como num quebra-cabeça, iriam pouco a</p><p>pouco encaixar-se uns aos outros para compor um corpo completo a partir de um corpo</p><p>desmembrado. O esquema corporal revela-se gradativamente à criança da mesma</p><p>forma que uma fotografia revelada na câmara escura mostra-se pouco a pouco para o</p><p>observador, tomando contorno, forma e coloração cada vez mais nítidos. A elaboração</p><p>e o estabelecimento deste esquema parecem ocorrer relativamente cedo, uma vez que a</p><p>evolução está praticamente terminada por volta dos quatro ou cinco anos. Isto é, ao</p><p>lado da construção de um corpo 'objetivo', estruturado e representado como um objeto</p><p>físico, cujos limites podem ser traçados a qualquer momento, existe uma experiência</p><p>precoce, global e inconsciente do esquema corporal, que vai pesar muito no</p><p>desenvolvimento ulterior da imagem e da representação de si. O conceito corporal, que</p><p>é o conhecimento intelectual sobre partes e funções; e o esquema corporal, que em</p><p>nossa mente regula a posição dos músculos e partes do corpo. O esquema corporal é</p><p>inconsciente e se modifica com o tempo.</p><p>Quando tratamos de conhecimento corporal, inserimos a lateralidade, já que é</p><p>33</p><p>a bússola de nosso corpo e assim possibilita nossa situação no ambiente. A lateralidade</p><p>diz respeito à percepção dos lados direito e esquerdo e da atividade desigual de cada</p><p>um desses lados visto que sua distinção será manifestada ao longo do desenvolvimento</p><p>da experiência. Perceber que o corpo possui dois lados e que um é mais utilizado do</p><p>que o outro é o início da discriminação entre a esquerda e direita. De início, a criança</p><p>não distingue os dois lados do corpo; num segundo momento, ela compreende que os</p><p>dois braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam</p><p>"direito" e "esquerdo". Aos cinco anos, aprende a diferenciar uma mão da outra e um</p><p>pé do outro. Em seguida, passa a distinguir um olho do outro. Aos seis anos, a criança</p><p>tem noção de suas extremidades direita e esquerda e noção dos órgãos pares,</p><p>apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ouvidos, sobrancelhas, mamilos,</p><p>etc.). Aos sete anos, sabe com precisão quais são as partes direita e esquerda de seu</p><p>corpo. As atividades psicomotoras auxiliam a criança a adquirir boa noção de espaço e</p><p>lateralidade e boa orientação com relação a seu corpo, aos objetos, às pessoas e aos</p><p>sinais gráficos.</p><p>Alguns estudiosos preferem tratar a questão da lateralidade como parte da</p><p>orientação espacial e não como parte do conhecimento corporal.</p><p>HABILIDADES CONCEITUAIS</p><p>A matemática pode ser considerada uma linguagem cuja função é expressar</p><p>relações de quantidade, espaço, tamanho, ordem, distância, etc.</p><p>A medida em que brinca com formas, quebra-cabeças, caixas ou panelas, a</p><p>criança adquire uma visão dos conceitos pré-simbólicos de tamanho, número e forma.</p><p>Ela enfia contas no barbante ou coloca figuras em quadros e aprende sobre sequência e</p><p>ordem; aprende frases: acabou, não mais, muito, o que amplia suas ideias de</p><p>quantidade. A criança progride na medida do conhecimento lógico-matemático, pela</p><p>coordenação das relações que anteriormente estabeleceu entre os objetos. Para que se</p><p>construa o conhecimento físico (referente a cor, peso, etc.), a criança necessita ter um</p><p>sistema de referência lógico-matemático que lhe possibilite relacionar novas</p><p>observações com o conhecimento já existente; por exemplo: para perceber que um</p><p>peixe é vermelho, ela necessita um esquema classificatório para distinguir o vermelho</p><p>de todas as outras cores</p><p>e outro esquema classificatório para distinguir o peixe de todos</p><p>os demais objetos que conhece.</p><p>34</p><p>HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO</p><p>As habilidades psicomotoras são essenciais ao bom desempenho no processo</p><p>de alfabetização. A aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades tais como:</p><p>• dominância manual já estabelecida (área de lateralidade);</p><p>• conhecimento numérico suficiente para saber, por exemplo, quantas</p><p>voltas existem nas letras m e n, ou quantas sílabas formam uma palavra (área de</p><p>habilidades conceituais);</p><p>• movimentação dos olhos da esquerda para a direita, domínio de</p><p>movimentos delicados adequados à escrita, acompanhamento das linhas de uma página</p><p>com os olhos ou os dedos, preensão adequada para segurar lápis e papel e para folhear</p><p>(área de coordenação visual e manual);</p><p>• discriminação de sons (área de percepção auditiva);</p><p>• adequação da escrita às dimensões do papel, reconhecimento das</p><p>diferenças dos pares b/d, q/d, p/q etc., orientação da leitura e da escrita da esquerda</p><p>para a direita, manutenção da proporção de altura e largura das letras, manutenção de</p><p>espaço entre as palavras e escrita orientada pelas pautas (áreas de percepção visual,</p><p>orientação espacial, lateralidade, habilidades conceituais);</p><p>• pronúncia adequada de vogais, consoantes, sílabas, palavras (área de</p><p>comunicação e expressão);</p><p>• noção de linearidade da disposição sucessiva de letras, sílabas e palavras</p><p>(área de orientação têmporo-espacial);</p><p>• capacidade de decompor palavras em sílabas e letras (análise);</p><p>• possibilidade de reunir letras e sílabas para formar novas palavras</p><p>(síntese).</p><p>Distúrbios Psicomotores</p><p>35</p><p>"O que não percebeu, negais que exista; o que não calculastes, é mentira; o que</p><p>vós não pensastes, não tem peso, metal que não cunhais, dizeis que é falso." (Goethe)</p><p>Que há com ela? O que acontece com essa criança desajeitada? Porque,</p><p>apesar de sua aparência cheia de torpor e inabilidade, quando consegue aproximar-se,</p><p>mostra-se com encanto e interesse?</p><p>O que há com ela? Andou tarde, caiu quantas vezes... precipitava-se pelas</p><p>escadas ao invés de desce-las, ou morria de medo como se fosse um grande</p><p>empreendimento... escalá-las e não apenas subi-las. E vestir-se. O que seria a manga,</p><p>onde estariam os braços, as pernas das calças? Enfiam-se pela cabeça? Por que</p><p>existem laços de sapato? Para atormentar crianças? Ou talvez, a sua mãe que,</p><p>desoladamente, contempla sua dificuldade? E um caderno? Começa-se de que lado?</p><p>Por que as coisas são assim? Que estranho é este mundo de lados que não tem lados...</p><p>O que há com esta criança?</p><p>Seus movimentos são desajeitados, lentos e pesados. Quando andam, apoiam</p><p>duramente o calcanhar no solo. Quando crianças custam a aprender a subir e descer</p><p>escadas, nas escolas, evitam participar de jogos, nas quais geralmente são</p><p>ridicularizadas e afastadas: tê-las como parceiras é perder na certa.</p><p>Tal ser é uma questão e uma dificuldade para seus pais, para seus mestres, para</p><p>todos nós. Como entendê-lo. Como ajudá-lo?</p><p>DEFINIÇÃO DE DISTÚRBIO PSICOMOTOR</p><p>A criança descrita na</p><p>história acima apresenta um distúrbio de motricidade:</p><p>uma dispraxia.</p><p>Praxias: São sistemas de movimentos coordenados em função de um</p><p>resultado ou de uma intenção. Não são nem reflexos, nem automatismos, nem</p><p>movimentos involuntários. O estudo sobre os distúrbios das praxias foram</p><p>primeiramente, sistematizados em adultos. Estas perturbações consistiam em perda ou</p><p>alterações do ato voluntário, como de lesão no sistema nervoso central. São as</p><p>apraxias.</p><p>Pesquisas foram desenvolvidas com crianças que mostraram serem algumas</p><p>delas portadoras de um determinado distúrbio cujos sintomas assemelhavam-se aos</p><p>36</p><p>adultos. Por outro lado mesmo existindo a lesão, ela incidia sobre um cérebro ainda em</p><p>desenvolvimento e portanto em condições diferentes a dos adultos.</p><p>A partir destas considerações e da preocupação em estabelecer-se uma</p><p>psicopatologia diferencial da criança e do adulto passa-se a encontrar, na literatura, a</p><p>denominação de dispraxia ou apraxia de evolução quando se trata de distúrbios das</p><p>praxias na criança.</p><p>Apraxia aparece referindo-se ao distúrbio infantil.</p><p>Classificação das apraxias. Distinguem três variedades:</p><p>a) Apraxia sensório-cinética - que se caracteriza pela alteração da síntese</p><p>sensório-motora como a desautomatização do gesto. Não há nela distúrbios de</p><p>representação do ato.</p><p>b) Apracto-somato-gnosia espacial - caracterizada por uma desorganização</p><p>do esquema corporal e do espaço.</p><p>c) Apraxia de formulação simbólica que se caracteriza por uma</p><p>desorganização da atividade simbólica e da compreensão da linguagem.</p><p>A finalidade é de estabelecer os</p><p>diferentes tipos de distúrbios.</p><p>ESTUDOS INICIAIS SOBRE O DISTÚRBIO PSICOMOTOR</p><p>Debilidade Motora é uma condição patológica da mobilidade, às vezes</p><p>hereditária e familiar, caracterizada pela exageração dos reflexos tendinosos, uma</p><p>perturbação do reflexo plantar, um desajeito dos movimentos voluntários intencionais</p><p>que levam a impossibilidade de realizar voluntariamente a ação muscular.</p><p>Distúrbio Psicomotor: significa um transtorno que atinge a unidade</p><p>indissociável, formada pela inteligência, pela afetividade e pela motricidade.</p><p>Paratonia: É a possibilidade que apresentam certas crianças de relaxar</p><p>voluntariamente um músculo.</p><p>Sincinesias: São fenômenos normais em crianças.</p><p>Catalepsia: É uma aptidão anormal para a conservação de uma atitude.</p><p>Outros sinais são marcados como certas epilepsias, espasmos dos</p><p>músculos lisos, alguns estados de excitação e de agitação e a instabilidade.</p><p>Assim muitos anos, os distúrbios de psicomotricidade e portanto, as dispraxias,</p><p>foram vistos sob o nome de debilidade motora que é uma insuficiência de imperfeição</p><p>37</p><p>das funções motoras consideradas do ponto de vista da sua adaptação.</p><p>Os distúrbios da Psicomotricidade são definido sob o nome de Disfunções</p><p>Psicomotoras.</p><p>Pesquisas feitas com crianças deficientes mentais focalizando os processos que</p><p>estariam na base das deficiências da aprendizagem. Adotaram a classificação das</p><p>deficiências mentais, proposta por Straus (1933) em endógenas aquelas crianças com</p><p>antecedentes familiares de distúrbios mentais; em exógenas as crianças portadoras de</p><p>lesão cerebral.</p><p>Teorias e Exercícios em Psicomotricidade</p><p>ESQUEMA CORPORAL</p><p>Conhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo,</p><p>conhecimento capaz de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as partes do</p><p>seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam.</p><p>Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional</p><p>diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços,</p><p>pernas, pés, explorando uma parte por vez.</p><p>A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional,</p><p>respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser realizado</p><p>de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados. Olhos abertos: Aprendizado.</p><p>Olhos fechados: Quando dominar</p><p>as partes do corpo.</p><p>Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz,</p><p>olhos, boca, queixo, sombrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão</p><p>apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo</p><p>menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um</p><p>dizendo os respectivos nomes dos dedos.</p><p>Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança acompanha</p><p>com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se desloca no espaço.</p><p>Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos sobre</p><p>os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a</p>