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<p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Expressos e Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 1 |</p><p>DIREITO ADMINISTRATIVO</p><p>Princípios Implícitos</p><p>Professor Luciano Franco</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Expressos e Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 2 |</p><p>Apresentação</p><p>Olá, cara aluna e caro aluno!</p><p>É com muito prazer que iniciamos mais uma aula de Direito Constitucional para o seu</p><p>concurso. Nesta aula, abordaremos Princípios Implícitos</p><p>O material complementar conta com a produção intelectual das aulas do professor</p><p>Luciano Franco, além das atualizações e revisões elaboradas pela nossa equipe</p><p>Pedagógica do Focus Concursos.</p><p> O Professor Luciano Franco é Graduado em Direito - Instituto Cenecista de</p><p>Ensino Superior de Santo Ângelo – IESA/RS e pós-Graduado em Direito Público</p><p>– Faculdade Anhanguera - SP. Atuo como professor de Direito Constitucional,</p><p>Administrativo e Eleitoral do Focus Concursos e Advogado na Ferreira Filho &</p><p>Advogados e palestrante em cursos para servidores e empresários.</p><p>Como servidor, tive o prazer de ser aprovado e nomeado para Técnico</p><p>Previdenciário do INSS 2003/2004, Sargento do Exército Brasileiro de</p><p>2005/2009 e Agente Penitenciário Federal- DEPEN em 2010/2014.</p><p>VAMOS NESSA!</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Expressos e Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 3 |</p><p>Conteúdo Programático</p><p>1 Princípios Expressos e Implícitos ............................................................................................ 4</p><p>2 Princípios Implícitos ............................................................................................................... 5</p><p>2.1 Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado ........................................................................ 6</p><p>2.2 Indisponibilidade do Interesse Público ......................................................................................... 9</p><p>2.3 Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade ................................................................... 10</p><p>2.4 Princípio da continuidade dos serviços públicos ......................................................................... 12</p><p>2.5 Princípio da Autotutela ............................................................................................................. 14</p><p>2.6 Princípio da segurança jurídica, da proteção à confiança e da boa-fé .......................................... 17</p><p>2.7 Princípio da motivação .............................................................................................................. 20</p><p>2.8 Princípio da especialidade ......................................................................................................... 23</p><p>2.9 Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório ............................................................................ 24</p><p>3 Outros princípios ................................................................................................................. 25</p><p>4 Anotações de Aula (Slide) .................................................................................................... 28</p><p>4.1 Princípios Explícitos .................................................................................................................. 32</p><p>Limpe ................................................................................................................................................................... 32</p><p>Participação Popular............................................................................................................................................. 33</p><p>Celeridade Processual .......................................................................................................................................... 33</p><p>Devido Processo Legal .......................................................................................................................................... 33</p><p>Ampla Defesa ....................................................................................................................................................... 34</p><p>Contraditório ........................................................................................................................................................ 34</p><p>4.2 Princípios Implícitos .................................................................................................................. 34</p><p>Finalidade ............................................................................................................................................................. 34</p><p>Razoabilidade ....................................................................................................................................................... 35</p><p>Proporcionalidade ................................................................................................................................................ 35</p><p>Segurança Jurídica ................................................................................................................................................ 35</p><p>Autotutela ............................................................................................................................................................ 35</p><p>5 Questões para treinar ......................................................................................................... 36</p><p>5.1 Gabarito ................................................................................................................................... 45</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Expressos e Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 4 |</p><p>1 Princípios Expressos e Implícitos</p><p>Os princípios da administração pública são classificados como princípios explícitos</p><p>(expressos) e princípios implícitos.</p><p>É importante apontar que não existe relação de subordinação e de hierarquia entre os</p><p>princípios expressos e os princípios implícitos.</p><p>Os princípios explícitos ou expressos são aqueles que estão descritos no caput do art.</p><p>37 da Constituição Federal, são eles:</p><p> Legalidade Mnemônico</p><p> Impessoalidade</p><p> Moralidade</p><p> Publicidade</p><p> Eficiência</p><p>Os princípios implícitos são aqueles que não estão necessariamente descritos</p><p>Constituição Federal, nem mesmo em outras normas jurídicas de caráter geral,</p><p>podendo ser extraídos de ensinamentos doutrinários e jurisprudencial.</p><p>Cuidado! Ainda que tais princípios sejam implícitos vinculam as</p><p>condutas e atos praticados pela Administração Pública.</p><p>São os seguintes princípios implícitos:</p><p> Supremacia do Interesse Público sobre o Privado</p><p> Indisponibilidade do Interesse Público</p><p> Motivação</p><p> Razoabilidade</p><p> Proporcionalidade</p><p> Autotutela</p><p> Continuidade dos Serviços Públicos</p><p> Segurança Jurídica, dentre outros.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 5 |</p><p>Em eventual colisão entre princípios não há hierarquia entre eles. Ou seja, os</p><p>princípios estão em mesmo patamar, sem se falar de que um princípio vale mais que</p><p>o outro. No caso de eventual colisão entre princípios deverá prevalecer aquele que</p><p>protege o bem jurídico mais sensível (ex. interesse público em mitigação ao interesse</p><p>particular). Você deve lembrar que que não existe princípio ou norma absolutos, todos</p><p>são relativos (característica da relatividade).</p><p>Alguns autores, corrente minoritária, afirmam que o Princípio da Supremacia do</p><p>Interesse Público sobre o interesse privado é o princípio fundamental do Direito</p><p>Administrativo. Devendo prevalecer este princípio em relação aos demais. Para sua</p><p>prova você só vai colocar essa ideia como verdadeira se for bastante específica a</p><p>questão, senão, vale teoria majoritária de que não existe hierarquia entre princípios.</p><p>2 Princípios Implícitos</p><p>Além dos princípios constitucionais expressos acima estudados, outros princípios</p><p>aplicáveis à Administração Pública são de extrema importância para nosso estudo.</p><p>Alguns princípios, apesar de ditos não expressos, podem ser extraídos de maneira</p><p>esparsa da CF de 88:</p><p>- Princípio da Participação Popular (art. 37, §3º);</p><p>- Princípio da Licitação (art. 37, inc. XXI);</p><p>- Princípio da Probidade (art. 37, §4º),</p><p>- Princípio do Concurso Público (art. 37, II), dentre outros.</p><p>Estes princípios acima elencados, dada a sua especificidade, estudaremos ao longo do</p><p>nosso curso, em conformidade com seu edital. Outros princípios residem na legislação</p><p>extravagante, ou como reflexo dos princípios gerais do direito, ou, ainda, face aos</p><p>deveres e à probidade administravas – que estudaremos a partir de agora.</p><p>Iniciaremos em com dois dos principais princípios não expressos na Constituição</p><p>Federal, que já vimos na aula instrutória, mas que merecem nossa atenção e</p><p>aprofundamento. São eles o da supremacia do interesse público sobre o privado e a</p><p>indisponibilidade do interesse público.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 6 |</p><p>2.1 Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado</p><p>Por tal princípio o Estado é o defensor dos interesses da sociedade, de modo que os</p><p>interesses públicos (da coletividade) se sobrepõem aos interesses privados. Assim,</p><p>para que os interesses públicos sejam atingidos é indispensável que o seu</p><p>representante (o Estado) tenha prerrogativas especiais.</p><p>Este princípio pode ser encontrado no artigo 2º da Lei 9.784/99 que trata do processo</p><p>administrativo no âmbito da Administração Pública Federal:</p><p>Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,</p><p>finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa,</p><p>contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.</p><p>Detalhe importante é que estamos diante de uma Lei Federal, assim, pode-se dizer</p><p>que o princípio em estudo somente pode ser considerado expresso em Lei Federal,</p><p>portanto para a Administração Pública Federal.</p><p>Dessa forma, a Administração Pública irá atuar com superioridade em relação aos</p><p>demais interesses existentes na sociedade. Você que já estudou na aula anterior vai</p><p>lembrar que é a chamada relação jurídica “vertical” entre o particular e a</p><p>Administração:</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 7 |</p><p>Já estudamos que os princípios não são absolutos, assim, a Supremacia do Interesse</p><p>Público pode ser mitigada (flexibilizada) pelo direito adquirido, ao ato jurídico perfeito</p><p>e à coisa julgada.</p><p>Esta exceção vem prevista no artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal: “a lei não</p><p>prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.</p><p>Questão 01 - Na administração pública encontramos alguns princípios básicos que</p><p>estão expressos previstos na Constituição Federal. Marque a alternativa que apresenta</p><p>exclusivamente princípios expressos no artigo 37 da Constituição Federal.</p><p>a) Legalidade, impessoalidade e eficácia.</p><p>b) Moralidade, supremacia do interesse público e eficiência.</p><p>c) Moralidade, legalidade e eficácia.</p><p>d) Publicidade, eficiência e moralidade.</p><p>e) Impessoalidade, publicidade e supremacia do interesse público.</p><p>Questão 02 - Leia texto a seguir.</p><p>As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da</p><p>coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim</p><p>último de sua atuação deve ser voltado para o atendimento das necessidades da</p><p>coletividade. Se, no entanto, não estiver presente esse objetivo, a atuação estatal</p><p>estará inquinada de desvio de finalidade. O texto refere-se ao princípio da</p><p>Administração Pública da</p><p>a) segurança jurídica.</p><p>b) continuidade do serviço público.</p><p>c) eficiência.</p><p>d) supremacia do interesse público.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 8 |</p><p>e) dignidade da pessoa humana.</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Questão 01 - D</p><p>Comentário:</p><p>Esta questão é uma das mais “batidas” em provas de concurso. Os princípios expressos</p><p>no art. 37 são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência</p><p>(LIMPE). A supremacia do interesse público não é considerada princípio expresso.</p><p>Outro cuidado que precisa ter é não confundir eficácia com eficiência. A eficácia está</p><p>relacionada ao alcance finalístico e eficaz dos objetivos do ato administrativo. Já a</p><p>eficiência relaciona-se com o caminho percorrido, de maneira eficiente, econômica,</p><p>célere. Resposta letra ‘d’.</p><p>Questão 02 - D</p><p>Comentário:</p><p>Na alternativa ‘a’ temos o princípio da segurança jurídica, segundo o qual proíbe a</p><p>aplicação retroativa de uma nova regra com interpretação deferente das anteriores</p><p>em atos jurídicos já consolidados. Isto pois, se cada nova regra tiver o condão de</p><p>causar mudança em situações já consolidadas, poderia gerar uma grande insegurança</p><p>jurídica. Na alternativa ‘b’ o princípio da continuidade do serviço público diz que o</p><p>serviço público deve ser prestado de maneira contínua. Na alternativa ‘c’ temos o</p><p>princípio da eficiência, que já estudamos. Nossa resposta está na alternativa ‘d’,</p><p>supremacia do interesse público, já que o caput da questão trata do benefício buscado</p><p>pelo estado como sendo o interesse público (da coletividade). Ora, é o interesse</p><p>público supremo que justifica todas as ações do Estado. Se não houver este objetivo</p><p>central, estaremos diante, sim, de desvio de finalidade. A alternativa ‘d’ trata do</p><p>princípio da dignidade da pessoa humana, muito estudado em Direitos Humanos,</p><p>define que o ser humano é razão final de todas as coisas. Uma vida digna, com</p><p>plenitude existencial, é a base de todos os demais princípios. Destaca-se que tal</p><p>princípio não está no rol de princípios da Administração Pública.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 9 |</p><p>2.2 Indisponibilidade do Interesse Público</p><p>O interesse público não só é supremo como também é indisponível. Não pode o</p><p>administrador deixar de aplicar o interesse público. Tal princípio soa como um dever</p><p>ao lado do poder de ser supremo. Ou seja, a supremacia do interesse público é</p><p>princípio elementar, mas ao lado dela convive sua necessária indisponibilidade.</p><p>O princípio da indisponibilidade do interesse público é o fundamento dos deveres</p><p>da Administração Pública, pois a Administração pública tem o dever de nunca</p><p>abandonar o Interesse Público e de sempre usar os seus poderes com a finalidade de</p><p>satisfazer este interesse.</p><p>O interesse público pertence à coletividade e não à administração pública e seus</p><p>agentes, sendo assim, o princípio da indisponibilidade através das chamadas sujeições</p><p>administrativas impedem que o administrador haja de maneira a impor suas opiniões</p><p>pessoais em detrimento à ordem pública e ao poder público.</p><p>A obrigatoriedade de concurso público para alguns cargos e a obrigatoriedade de</p><p>contratar mediante licitações para compras da administração pública são exemplos</p><p>das sujeições administrativas, ou seja, regras criadas que impõem restrições e limites</p><p>para o administrador e que visam o interesse público, a ordem pública.</p><p>José dos Santos Carvalho Filho explica que os bens e interesses públicos não</p><p>pertencem à Administração nem a seus agentes. Ora, estes são responsáveis</p><p>pela gestão do interesse público. Em verdade, a coletividade é titular dos</p><p>direitos e interesses públicos. Por isso mesmo que a Administração Pública</p><p>não pode dispor a seu bel prazer.</p><p>Muito cuidado com a pegadinha de prova, pois podem existir atos realizados com o</p><p>objetivo de atender aos interesses privados, porém devem atender primariamente às</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 10 |</p><p>finalidades do ato administrativo visando o interesse público. Por exemplo, os atos de</p><p>permissão</p><p>e autorização de serviço público (atos negociais) atendem aos interesses</p><p>particulares, pois o particular irá lucrar com a exploração destes serviços.</p><p>Contudo somente serão válidos se satisfizer o interesse público.</p><p>Questão 03 - No que concerne aos poderes e deveres da administração pública e aos</p><p>princípios que regem o regime jurídico-administrativo, julgue o item que se segue.</p><p>Em razão do princípio do interesse público, não é possível que o poder público atenda</p><p>aos interesses privados não estatais.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Questão 03 - Errada</p><p>Comentário:</p><p>é possível sim, está errada a questão, como acabamos de comentar acima. Haverá</p><p>casos específicos em que o poder público irá atender ao interesse privado, desde que</p><p>coincidente com as necessidades da coletividade.</p><p>2.3 Princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade</p><p>O princípio da razoabilidade relaciona-se com a ideia de justiça, do justo, aceitável</p><p>e mediano. Assim, o ser humano médio consegue interpretar os valores do que é</p><p>razoável.</p><p>Neste sentido que todas as ações da Administração Pública respeitam a ideia central</p><p>da razoabilidade, pautando-se pelo bom senso daquilo que é aceitável e sensato para</p><p>o homem médio.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 11 |</p><p>Tal princípio se evidencia nos limites do que pode, ou não, ser considerado aceitável.</p><p>Destaca-se que se não for observado o respeito à razoabilidade resulta em vício do</p><p>ato administrativo, cabendo sua nulidade ou anulação.</p><p>Podemos citar um exemplo simples do que fere ao princípio da razoabilidade. Imagine</p><p>você recém aprovado no concurso para qual se prepara, dentro do número de vagas</p><p>e aguardando a tão sonhada convocação. Então a Administração Pública lança decreto</p><p>determinando que todos os aprovados devem apresentar-se em no máximo 40</p><p>minutos após o contato telefônico do órgão público indicado. Este ato, além de ilegal,</p><p>é totalmente desarrazoado, ferindo ao princípio em estudo.</p><p>Outro exemplo, este um pouco mais absurdo para te ajudar a lembrar, ferir o princípio</p><p>da razoabilidade seria o caso de um decreto da Prefeitura de determinado município</p><p>mandando que os limpadores de rua trabalhem de terno amarelo e engravatados.</p><p>Já princípio da proporcionalidade trata da adequação entre os meios e os fins.</p><p>Segundo os ensinamentos de Lúcia Valle Figueiredo: “só se sacrificam interesses</p><p>individuais em função dos interesses coletivos, de interesses primários, na medida da</p><p>estrita necessidade, não se desbordando que seja realmente indispensável para a</p><p>implementação da necessidade pública”.</p><p>Assim, para justificar o sacrifício de interesses individuais é porque os interesses</p><p>coletivos devem ser primários e estritamente necessários. Senão estaríamos diante de</p><p>uma atitude desproporcional da administração pública.</p><p>Por exemplo, imagine você que para satisfazer a necessidade pública de asfaltar uma</p><p>estrada de terra interligando dois munícipios, a Administração Pública resolva deslocar</p><p>recursos das obras de um hospital e de uma escola para construir a estrada. Contudo,</p><p>a sociedade entende que precisa mais da escola e do hospital do que da estrada</p><p>asfaltada. O ato em comento pode ser tido por desproporcional com base no interesse</p><p>público.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 12 |</p><p>Finalmente, convém observar que a proporcionalidade é compreendida pela doutrina</p><p>como a proibição do excesso pois visa a limitação das condutas administrativas.</p><p>Destacamos que princípio da razoabilidade, bem como o da proporcionalidade, são</p><p>princípios implícitos por não estarem previstos em uma norma jurídica de caráter</p><p>geral. Contudo, ambos os princípios estão previstos no artigo 2º da Lei 9.784/99,</p><p>podendo ser considerados expressos para a Administração Pública Federal.</p><p>2.4 Princípio da continuidade dos serviços públicos</p><p>O serviço público deve ser prestado de maneira contínua por conta de sua relevância</p><p>para a sociedade. Ou seja, os serviços públicos, em regra, não devem ser</p><p>interrompidos, destacando-se entre eles: segurança pública, saúde, limpeza,</p><p>abastecimento de água, energia, transporte público, dentre outros.</p><p>Contudo, a continuidade do serviço público é uma regra que comporta exceções. O</p><p>artigo 6º, § 3º, da Lei 8.987/1995, apresenta as situações excepcionais:</p><p>FIQUE LIGADO!</p><p>Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade servem ao controle de</p><p>legalidade, e não ao controle de mérito. Como é sabido, a análise quanto à conveniência</p><p>e oportunidade da adoção de uma entre duas condutas indiscutivelmente legais é juízo</p><p>que cabe exclusivamente ao gestor público, e não pode o Poder Judiciário substituí-lo</p><p>nessa função, sob pena de ferir o princípio da separação de poderes.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 13 |</p><p>Art. 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação</p><p>de emergência ou após prévio aviso, quando:</p><p>I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,</p><p>II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.</p><p>Veja o entendimento do STJ:</p><p>O STJ entende ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica, após aviso prévio,</p><p>quando inadimplente hospital, devido à prevalência do interesse público. Entende,</p><p>também, ilegítimo o corte no fornecimento de energia elétrica quando puder acarretar</p><p>lesão irreversível à integridade física do usuário.</p><p>Assim, notamos que as exceções perfazem a ideia de que em casos de emergência</p><p>poderá ocorrer a descontinuidade do serviço público. Os outros dois casos</p><p>excepcionais são em razão de ordem técnica ou segurança e em caso de</p><p>inadimplemento do usuário – casos em que haverá o aviso prévio da entidade</p><p>competente.</p><p>Questão 04 - A respeito dos serviços públicos e da responsabilidade civil do Estado,</p><p>julgue o próximo item.</p><p>O inadimplemento do usuário do serviço público não pode ensejar a interrupção da</p><p>prestação do serviço, sob pena de caracterizar a sua descontinuidade.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Questão 04 - Errada</p><p>Comentário:</p><p>está errada a assertiva acima, pois o inadimplemento do usuário, considerado o</p><p>interesse da coletividade, pode ensejar a descontinuidade do serviço público, como</p><p>vimos anteriormente. Portanto, errada a questão.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 14 |</p><p>2.5 Princípio da Autotutela</p><p>Autotutela significa que a Administração age sem provocação na fiscalização de seus</p><p>próprios atos. Não é necessário que os particulares provoquem a administração para</p><p>anular seus próprios erros, deverá fazê-lo de ofício sempre que identificados.</p><p>Neste sentido, conforme o princípio da autotutela a Administração deverá rever seus</p><p>próprios atos quando eivados de vícios.</p><p>O fato de a Administração dever decretar a nulidade de seus atos ilegais</p><p>não afasta a revisão judicial dos atos administrativos.</p><p>Pode acontecer de determinados atos administrativos incorrer em divergência sobre</p><p>sua ilegalidade perante a Administração Pública, ou ocorrer ilegalidades em que não</p><p>se adote as providências necessárias. Nestes casos poderão os particulares</p><p>procurarem “socorro” no Poder Judiciário para satisfazer direito lesado, ainda que a</p><p>Administração entenda que o ato tenha sido legal e sem vícios.</p><p>Além dos atos ilegais, a Administração Pública também poderá rever atos</p><p>inconvenientes ou inoportunos. A revogação será necessária, ainda que tais atos</p><p>sejam legais, por não mais satisfazerem ao interesse público.</p><p>A capacidade de autotutela está hoje consagrada, sendo, inclusive, objeto de firme</p><p>orientação do STF, que a ela faz referência nas clássicas súmulas 346 e 473:</p><p>Súmula 346: A Administração Pública pode declarar</p><p>a nulidade dos seus próprios atos.</p><p>Súmula 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios</p><p>que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revoga-los, por motivo de</p><p>conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos</p><p>os casos, a apreciação judicial”.</p><p>Logo, a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação administrativa:</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 15 |</p><p> aspectos de legalidade, em relação aos quais a Adm., de ofício, procede à</p><p>revisão de atos ilegais;</p><p> aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e</p><p>oportunidade de sua manutenção ou desfazimento</p><p>Em nome, porém, do princípio da segurança jurídica e da estabilidade das relações</p><p>jurídicas, vêm sendo criados limites ao exercício da autotutela pela Administração. A</p><p>Lei n. 9.784/99 consignou que o direito da Administração de anular atos</p><p>administrativos que tenham irradiado efeitos favoráveis ao destinatário decai em cinco</p><p>anos, salvo comprovada má-fé (art. 54).</p><p>Outro ponto digno de nota é que a jurisprudência do STF e STJ é pacífica no sentido</p><p>de que a anulação de atos administrativos ilegais pela Administração no exercício da</p><p>autotutela, quando puder resultar em prejuízos ao administrado, deve ser precedida</p><p>do devido processo administrativo, em que sejam asseguradas as garantias do</p><p>contraditório e da ampla defesa.</p><p>Ficou fácil entender a súmula depois de tudo o que “conversamos”? Vamos ver como</p><p>cai em prova!</p><p>Questão 05 - No que se refere à teoria do direito administrativo, julgue o item a</p><p>seguir, considerando o posicionamento majoritário da doutrina.</p><p>A autotutela é entendida como a possibilidade de a administração pública revogar</p><p>atos ilegais e anular atos inconvenientes e inoportunos sem a necessidade de</p><p>intervenção do Poder Judiciário.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 16 |</p><p>Questão 05 - Errada</p><p>Comentário:</p><p>Aqui houve uma inversão dos conceitos. Como vimos, na súmula 473, a Administração</p><p>deverá ANULAR atos ILEGAIS e REVOGAR atos por motivo de CONVENIÊNCIA ou</p><p>OPORTUNIDADE. A ressalva trazida pela súmula diz que não é necessária a</p><p>intervenção do Poder Judiciário, mas fica ressalvada em caso de sua necessidade.</p><p>Portanto, errada a questão.</p><p>Questão 06 - O princípio do controle ou tutela autoriza a administração a realizar</p><p>controle dos seus atos, podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou</p><p>inoportunos, independentemente de decisão do Poder Judiciário.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>IMPORTANTE!</p><p>Não confundir o princípio da autotutela com o princípio da tutela ou</p><p>controle. Este último obriga a Administração Pública Direta, por intermédio</p><p>dos entes federativos União, Estados, Municípios e Distrito Federal, a realizar</p><p>o controle de legalidade dos atos praticados pelas entidades integrantes da</p><p>Administração Pública Indireta (autarquias, fundações públicas, sociedades</p><p>de economia mista e empresas públicas). Assim, o controle ou tutela é</p><p>quando a Administração Direta fiscaliza a atividade da Administração Indireta</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 17 |</p><p>Questão 07 - Dado o princípio da autotutela, a administração exerce controle sobre</p><p>pessoa jurídica por ela instituída, com o objetivo de garantir a observância de suas</p><p>finalidades institucionais.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Questão 06 e 07 - Errada</p><p>Comentário:</p><p>O que aconteceu nas questões acima é uma tentativa de confundir o aluno, pois os</p><p>conceitos das assertivas I e II estão invertidos. Enquanto que o princípio do controle</p><p>ou tutela a administração exerce controle sobre pessoa jurídica por ela instituída, no</p><p>princípio da autotutela fica autorizada a administração a realizar controle dos seus</p><p>atos, podendo anular os ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos. Portanto,</p><p>estão incorretas ambas as assertivas.</p><p>2.6 Princípio da segurança jurídica, da proteção à confiança e da boa-fé</p><p>Existe grande aproximação entre o princípio da segurança jurídica e o princípio da</p><p>proteção à confiança e entre este e o princípio da boa-fé.</p><p>A segurança jurídica é um dos princípios fundamentais do direito e tem por funções</p><p>garantir a estabilidade das relações jurídicas consolidadas e a certeza das</p><p>consequências jurídicas dos atos praticados pelos indivíduos em suas relações sociais.</p><p>Por este princípio a Administração Pública fica vedada de aplicar de forma retroativa</p><p>uma nova regra com interpretação diferente das anteriores em atos jurídicos já</p><p>consolidados.</p><p>Não raro, ocorre mudança de interpretação das leis e, consequentemente, resulta em</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 18 |</p><p>mudança de orientação. Assim, se cada nova regra tiver o condão de causar mudança</p><p>em situações já consolidadas, poderia gerar uma grande insegurança jurídica.</p><p>O art. artigo 2º, XIII, da Lei 9.784/99 proíbe essa aplicação retroativa de nova</p><p>interpretação com base no princípio da segurança jurídica.</p><p>Art. 2º, parágrafo único: Nos processos administrativos, serão observados, entre outros, os</p><p>critérios de: XIII - interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o</p><p>atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova</p><p>interpretação.</p><p>A respeito do princípio da proteção à confiança, conforme ensina Di Pietro, “esse</p><p>princípio leva em conta a boa-fé do cidadão, que acredita e espera que os atos</p><p>praticados pelo Poder Público sejam lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e</p><p>respeitados pela própria Administração e por terceiros”.</p><p>Por sua vez, o princípio da boa-fé abrange um aspecto objetivo, que diz respeito à</p><p>conduta leal, honesta, e um aspecto subjetivo, que diz respeito à crença do sujeito de</p><p>que está agindo corretamente. Se a pessoa sabe que a atuação é ilegal, ela está agindo</p><p>de má-fé.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 19 |</p><p>Esquematizando:</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 20 |</p><p>2.7 Princípio da motivação</p><p>Por este princípio a Administração Pública deve demonstrar seus motivos para</p><p>qualquer conduta relacionada aos atos e contratos administrativos. Aqui deve-se</p><p>apresentar as razões de fato e de direito que justificam a prática do ato. A razões de</p><p>fato são a real circunstância que levou ao ato, já as razões de direito tratam do seu</p><p>enquadramento legal.</p><p>Na CF, a exigência de motivação consta expressamente apenas para as decisões</p><p>administrativas dos Tribunais e do Ministério Público (art. 93, X, e 129, § 4.º), não</p><p>havendo previsão semelhante no art. 37, que trata da Adm. Pública. Porém, mesmo</p><p>não estando expresso o dever de motivação para as decisões da Administração</p><p>Pública, trata-se de conduta a ser observada pelos agentes públicos.</p><p>Na Lei n. 9.784/99, o princípio da motivação é previsto no artigo 2.º, caput, havendo,</p><p>no parágrafo único, inciso VII, exigência de “indicação dos pressupostos de fato e de</p><p>direito que determinarem a decisão”. Não bastasse, o artigo 50 estabelece a</p><p>obrigatoriedade de motivação, com indicação dos fatos e fundamentos jurídicos,</p><p>quando:</p><p>I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;</p><p>II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;</p><p>III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;</p><p>IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;</p><p>V - decidam recursos administrativos;</p><p>VI - decorram de reexame de ofício;</p><p>VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem</p><p>de pareceres, laudos, propostas e relatórios</p><p>oficiais;</p><p>VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato</p><p>administrativo.</p><p>Motivo do ato e sua motivação não se confundem. O motivo como requisito do</p><p>ato administrativo é a situação de fato ou de direito que autoriza a prática do ato. Por</p><p>sua vez, a motivação do ato é a justificação de sua prática, ou seja, apontar as razões</p><p>que levaram a autoridade administrativa a realizar o ato.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 21 |</p><p>Em razão de motivo e motivação terem essa íntima relação, temos a teoria dos motivos</p><p>determinantes. Significa que quando a administração indica os motivos que a levaram</p><p>a praticar o ato, este só será válido se os motivos forem verdadeiros. Ou seja: a</p><p>validade de um ato depende de sua motivação. Se for apresentada uma motivação</p><p>inexistente, falsa ou incompatível com o ato praticado, será um ato ilegal.</p><p>O CEBRASPE já considerou correta a seguinte assertiva: Não se decreta a</p><p>invalidade de um ato quando um, entre os diversos motivos determinantes, não</p><p>está adequado à realidade fática.</p><p>A motivação, que consiste em declaração de concordância com fundamentos de</p><p>anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas que serão parte integrante</p><p>do ato é denominada motivação aliunde e tem fundamento no art. 50, § 1.º, da Lei</p><p>n. 9.784/99.</p><p>O administrador deve apresentar detalhadamente todos os objetivos que</p><p>perseguiu de modo que os administrados possam exercer o controle sobre o</p><p>ato praticado. A pergunta que se busca responder é “o porquê do ato</p><p>administrativo?”</p><p>Na resposta do questionamento acima a Administração vai apresentar o conteúdo</p><p>completo do ato administrativo. Assim, quando o faz o administrador está</p><p>apresentando a sua motivação.</p><p>Importante destacar que na motivação o administrador não pode limitar-se a indicar</p><p>o dispositivo legal que serviu de base para a sua edição. Deve apresentar o caminho</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 22 |</p><p>percorrido que justifica suas atitudes e o objetivo que pretende alcançar.</p><p>Nem todos os atos administrativos precisam ser motivados. Existem atos</p><p>chamados que não ensejam motivação. Ex. a nomeação e exoneração de</p><p>servidores ocupantes de cargos em comissão / cargos de confiança.</p><p>Estudaremos mais detalhadamente esta matéria quando o objeto de</p><p>estudo forem os atos administrativos (vinculados ou discricionários).</p><p>Neste mesmo sentido, importante o aluno saber que dispensam motivação os atos</p><p>administrativos que certifiquem a constatação de determinado fato e apliquem</p><p>jurisprudência firmada sobre determinada questão. Bastante atenção neste ponto pois</p><p>isso cai muito em provas. Significa dizer que diante de uma constatação sobre</p><p>determinado fato e diante da aplicação jurisprudencial que vincula a Administração</p><p>Pública, não será necessária a motivação.</p><p>Questão 08 - Considerando os caracteres dos atos administrativos, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>a) Os atos discricionários não precisam ser motivados.</p><p>b) Os atos vinculados não precisam ser motivados.</p><p>c) Tanto os atos administrativos discricionários como os atos administrativos</p><p>vinculados precisam ser motivados.</p><p>d) Os atos administrativos discricionários não podem ser revogados.</p><p>e) Os atos administrativos discricionários não podem ser anulados.</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Questão 08 - C</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 23 |</p><p>Comentário:</p><p>O gabarito da questão é a letra ‘c’ já que o examinador exigiu o conhecimento do</p><p>aluno quanto à regra geral de que “tanto os atos administrativos discricionários como</p><p>os atos administrativos vinculados precisam ser motivados”. Existe sim exceções como</p><p>vimos, mas a regra geral é a motivação. Quanto às alternativas ‘d’ e ‘e’ a anulação ou</p><p>revogação do ato administrativo ocorrerá independente se ato é discricionário ou</p><p>vinculado, desde que por motivos de ilegalidade ou conveniência/oportunidade,</p><p>respectivamente. Portanto, resposta alternativa ‘c’.</p><p>2.8 Princípio da especialidade</p><p>O princípio da especialidade é formado pela noção de descentralização</p><p>administrativa. Trata-se da busca pela eficiência ao tornar um ente administrativo (da</p><p>administração indireta) especializado em determinado assunto de interesse público.</p><p>As pessoas jurídicas criadas pelo próprio Estado visam administrar de forma mais</p><p>eficiente o interesse da coletividade. Sempre que criado um ente da Administração</p><p>Indireta - autarquias, por exemplo - elas são limitadas a sua especialidade com a</p><p>finalidade de especialização das funções do Estado.</p><p>De acordo com o princípio da especialidade, as entidades estatais não podem</p><p>abandonar, alterar ou modificar as finalidades para as quais foram constituídas.</p><p>Atuarão sempre vinculadas e adstritas aos seus fins que motivaram sua criação.</p><p>Algumas bancas de concurso já questionaram sobre a origem do princípio da</p><p>especialidade. Sua base preliminar é a própria legalidade que justifica que os entres</p><p>da Administração Indireta visam a alcançar os objetivos legais para os quais foram</p><p>criados. Por outro lado, a supremacia do interesse público também justifica a ideia da</p><p>especialidade, já que os objetivos específicos devem ser rigorosamente seguidos no</p><p>exercício da função para qual o ente foi criado.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Princípios Implícitos</p><p>www.focusconcursos.com.br | 24 |</p><p>Questão 09 - O princípio da especialidade decorre dos princípios da:</p><p>a) Legalidade e da impessoalidade.</p><p>b) Publicidade e da eficiência.</p><p>c) Moralidade e da publicidade.</p><p>d) Isonomia e da impessoalidade.</p><p>e) Legalidade e da indisponibilidade do interesse público.</p><p>Gabarito comentado:</p><p>Questão 09 - E</p><p>Comentário:</p><p>Como vimos, o princípio da especialidade decorre dos princípios da Legalidade e da</p><p>Indisponibilidade do interesse público. Gabarito assertiva ‘e’.</p><p>2.9 Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório</p><p>Trata-se de exigência constitucional, prevista no art. 5º, inciso LV: "aos litigantes,</p><p>em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados</p><p>o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". Então SIM,</p><p>estes princípios TAMBÉM estão expressos na CF/88, não no art. 37, mas sim no art. 5º</p><p>e são aplicados no Direito Administrativo.</p><p>➢ Contraditório – é a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas</p><p>as provas e alegações produzidas pela parte contrária. Apresentar a contradita, o</p><p>contraposto, falar nos autos, isso é princípio do contraditório.</p><p>➢ Ampla Defesa – é a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais</p><p>para provar a sua inocência ou para defender as suas alegações. É ter acesso ao</p><p>processo, é saber toda a acusação, é estar ciente dos atos processuais, enfim, se</p><p>defender.</p><p>Aspecto Formal: direito/garantia de participação no processo. (audiência;</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Outros princípios</p><p>www.focusconcursos.com.br | 25 |</p><p>comunicação; ciência) e possibilidade de influência na decisão. A garantia da</p><p>participação é a dimensão formal do princípio do contraditório. Trata-se do poder de</p><p>ser ouvido, de participar do processo, de ser comunicado, poder falar no processo.</p><p>Aspecto Material ou Substancial: Poder de influenciar a decisão do magistrado.</p><p>Corresponde a atuação do indivíduo no processo, de forma a ter a oportunidade de</p><p>defender-se e influenciar na decisão do magistrado. Fazer-se representar por</p><p>advogado. (ampla defesa)</p><p>3 Outros princípios</p><p>PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE OU DE VERACIDADE: Significa que</p><p>todo ato administrativo vem ao mundo jurídico com presunção relativa de que é ato</p><p>legal. Mesmo que seja ato eivado de ilegalidade, nascerá, produzirá efeitos e</p><p>permanecerá com essa presunção, até que seja declarada a ilegalidade.</p><p>REALIDADE: os atos praticados pela Adm.</p><p>Pública devem ter sujeito, motivo, objeto e</p><p>resultado real. Ou seja, devem reunir todas as condições objetivas para que</p><p>efetivamente se obtenham resultados para a sociedade.</p><p>RESPONSABILIDADE: diz respeito ao dever que a Adm. Pública tem de indenizar</p><p>quando algum de seus agentes, no exercício da função pública, causar mal a alguém.</p><p>Ademais, utiliza-se o princípio da responsabilidade para aludir ao poder-dever de agir</p><p>do agente público, o qual é uma imposição legal de agir.</p><p>RESPONSIVIDADE: constitui um princípio instrumental da democracia, de forma a</p><p>salvaguardar a expressão da vontade popular expressa na lei, e do princípio</p><p>republicano, com o efeito de exigir de quem administra interesses que não são seus</p><p>que preste as devidas contas da maneira mais ampla possível.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Outros princípios</p><p>www.focusconcursos.com.br | 26 |</p><p>SINDICABILIDADE: diz respeito à possibilidade jurídica de submeter qualquer lesão</p><p>ou ameaça a direito a algum mecanismo de controle.</p><p>SUBSIDIARIEDADE: O Estado não deve atuar em atividades em que o particular tenha</p><p>condições de exercer por conta própria e com seus recursos. Representa um limite à</p><p>atuação do poder público ou impulso à sua ação subsidiária em atenção às áreas</p><p>sociais não desenvolvidas pelo particular.</p><p>SANCIONALIBILIDADE: diz respeito à instituição de estímulos para reforçar o</p><p>cumprimento de comandos jurídicos, o que pode ser feito por meio de sanções</p><p>premiais (para encorajar) ou sanções aflitivas (para desestimular).</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Outros princípios</p><p>www.focusconcursos.com.br | 27 |</p><p>Questão 01 - Acerca da Administração Pública e dos princípios que a regem, julgue o</p><p>item.</p><p>Princípios administrativos são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo</p><p>de agir da Administração Pública.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Questão 02 - De acordo com o enunciado da súmula nº 473 do STF, a administração</p><p>pública pode anular e revogar os seus atos, independentemente de solicitação ao</p><p>Poder Judiciário, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, ou revogá-los, por</p><p>motivo de conveniência e oportunidade. Tal ação por parte da Administração decorre</p><p>do princípio da:</p><p>A) Supremacia do interesse público.</p><p>B) Autotutela.</p><p>C) Eficiência.</p><p>D) Legalidade.</p><p>E) Indisponibilidade do interesse público.</p><p>Questão 03 - Acerca dos princípios constitucionais e gerais do processo civil, julgue</p><p>o item.</p><p>A dimensão formal do contraditório é o fundamento para que se considere como</p><p>fundamental o direito de ser acompanhado por um advogado.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>Gabarito: 01 C 02 B 03 Errado</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 28 |</p><p>4 Anotações de Aula (Slide)</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 29 |</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 30 |</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 31 |</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 32 |</p><p>Os princípios são considerados explícitos ou implícitos com base na Constituição</p><p>Federal: aqueles que estão expressos (escritos) na CF são considerados explícitos,</p><p>enquanto aqueles que não constam são considerados implícitos. Em seguida, você</p><p>encontra uma lista dos principais destes princípios, com os quais vamos trabalhar</p><p>nesta aula. Confira:</p><p>Figura 1 – Princípios explícitos e implícitos.</p><p>Fonte: Núcleo Editorial Focus.</p><p>4.1 Princípios Explícitos</p><p>São todos aqueles expressos na Constituição Federal.</p><p>Limpe</p><p>Prevista na CF, no caput do art. 37</p><p>Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos</p><p>Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,</p><p>impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)</p><p>A eficiência, como vimos na aula passada, NÃO ERA EXPLÍCITA na CF, mas já existia</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 33 |</p><p>antes disso, sendo aplicada de independentemente de ser ou não explícita.</p><p>Participação Popular</p><p>Prevista na CF, no §3º do art. 37</p><p>§3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e</p><p>indireta (...)</p><p>É, portanto, um DIREITO e um DEVER do cidadão exercer a sua participação na gestão</p><p>pública.</p><p>Celeridade Processual</p><p>Prevista na CF, no inciso LXXVIII do art. 5º</p><p>LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do</p><p>processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação.</p><p>Este princípio assegura que todo processo, seja ele administrativo ou judicial, DEVE</p><p>ser célere, ou seja, deve ter uma duração razoável e rápida. Nos processos</p><p>administrativos, a duração NÃO PODE durar mais de 1 ano.</p><p>Devido Processo Legal</p><p>Previsto na CF, no inciso LIV do art. 5º</p><p>IV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;</p><p>Este princípio defende o direito a que toda e qualquer demanda siga um rito pré-</p><p>definido, chamado de processo ou procedimento.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 34 |</p><p>Ampla Defesa</p><p>Prevista na CF, no inciso LV do art. 5º</p><p>LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são</p><p>assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;</p><p>Este princípio defende o acesso do indivíduo à informação, ao procedimento e à</p><p>acusação, o que pode ser resumido ao ACESSO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO,</p><p>permitindo ao sujeito saber o que ocorre.</p><p>Contraditório</p><p>Previsto na CF, no inciso LV do art. 5º</p><p>LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são</p><p>assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;</p><p>Este princípio garante ao sujeito que, uma vez tendo acesso às informações referentes</p><p>ao processo, pode exercer do direito de contradizê-las.</p><p>4.2 Princípios Implícitos</p><p>São todos aqueles previstos em lei e não explícitos na CF.</p><p>Finalidade</p><p>É dividida em mediata ou geral, onde a finalidade busca o interesse público, e</p><p>imediata ou específica, onde a finalidade busca aquilo previsto em lei.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Anotações de Aula (Slide)</p><p>www.focusconcursos.com.br | 35 |</p><p>Razoabilidade</p><p>É o princípio que garante uma atuação moderada, racional, equilibrada, coerente e</p><p>com bom senso por parte dos agentes públicos.</p><p>Proporcionalidade</p><p>É um princípio derivado da razoabilidade, por meio do qual se busca a ADEQUAÇÃO</p><p>entre meios e fins, ou seja: uma medida que seja justa e proporcional, PROIBINDO o</p><p>exagero e o excesso.</p><p>Segurança Jurídica</p><p>É o princípio da estabilidade social, também chamado de BOA-FÉ ou PROTEÇÃO DA</p><p>CONFIANÇA, por meio do qual se PROÍBE O RETROCESSO e a mudança de decisões</p><p>administrativas sem devida fundamentação.</p><p>Autotutela</p><p>É o princípio que garante à administração pública a sua independência do judiciário,</p><p>podendo revogar seus próprios atos. É a noção de uma “autoadministração”, que</p><p>impermite que o poder judiciário adentre no mérito administrativo, SALVO nos casos</p><p>em que o gestor fira a princípios por meio de suas decisões.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 36 |</p><p>5 Questões para treinar</p><p>QUESTÃO 01 - Os princípios fundamentais informadores da Administração Pública</p><p>encontram-se, implícita ou explicitamente, na Constituição Federal. Há um princípio</p><p>que autoriza o controle, pela Administração, dos atos por ela praticados, sob os</p><p>aspectos da legalidade e de mérito. Há outro princípio</p><p>que diz que os bens não</p><p>pertencem à Administração nem a seus agentes públicos, cabendo-lhes apenas a sua</p><p>gestão, em benefício da coletividade. Trata-se dos seguintes princípios:</p><p>a) presunção de legitimidade / supremacia do interesse público.</p><p>b) supremacia do interesse público / autotutela.</p><p>c) indisponibilidade / proporcionalidade.</p><p>d) autotutela / indisponibilidade.</p><p>e) supremacia do interesse público / indisponibilidade.</p><p>QUESTÃO 02 - Sem ter sido aprovado em concurso público, um indivíduo foi</p><p>contratado para exercer cargo em uma delegacia de polícia de determinado</p><p>município, por ter contribuído na campanha política do agente contratante.</p><p>Nessa situação hipotética, ocorreu, precipuamente, violação do princípio da</p><p>a) supremacia do interesse público.</p><p>b) impessoalidade.</p><p>c) eficiência.</p><p>d) publicidade.</p><p>e) indisponibilidade.</p><p>QUESTÃO 03 - Secretário de justiça e direitos humanos de determinado estado da</p><p>Federação que publicar uma portaria e, na semana seguinte, revogá-la, em nova</p><p>publicação, terá praticado ato revogatório com base no princípio da</p><p>a) indisponibilidade.</p><p>b) moralidade.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 37 |</p><p>c) autotutela.</p><p>d) eficiência.</p><p>e) supremacia do interesse público.</p><p>QUESTÃO 04 - Se um ministro de Estado, após editar e publicar ato administrativo</p><p>que conceda benefícios aos servidores públicos, resolver anulá-lo, por entender ser o</p><p>ato ilegal, esse ministro terá praticado conduta com base no princípio da</p><p>a) autotutela.</p><p>b) moralidade.</p><p>c) indisponibilidade.</p><p>d) supremacia do interesse público.</p><p>QUESTÃO 05 - “Este princípio, juntamente com o de controle da Administração pelo</p><p>Poder Judiciário, nasceu com o Estado de Direito e constitui uma das principais</p><p>garantias de respeito aos direitos individuais. Isto porque a lei, ao mesmo tempo em</p><p>que os define, estabelece também os limites da atuação administrativa que tenha por</p><p>objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade. É aqui que</p><p>melhor se enquadra aquela ideia de que, na relação administrativa, a vontade da</p><p>Administração Pública é a que decorre da lei”. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito</p><p>Administrativo. 30.ed. rev., atual. E ampl. São Paulo: Forense, 2017, p.75).</p><p>Esse excerto refere-se ao princípio da</p><p>a) legalidade.</p><p>b) impessoalidade.</p><p>c) moralidade.</p><p>d) supremacia do Interesse Público.</p><p>e) proporcionalidade</p><p>QUESTÃO 06 - Em importante julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal,</p><p>considerou a Suprema Corte, em síntese, que no julgamento de impeachment do</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 38 |</p><p>Presidente da República, todas as votações devem ser abertas, de modo a permitir</p><p>maior transparência, controle dos representantes e legitimação do processo. Trata-se,</p><p>especificamente, de observância ao princípio da</p><p>a) publicidade.</p><p>b) proporcionalidade restrita.</p><p>c) supremacia do interesse privado.</p><p>d) presunção de legitimidade.</p><p>e) motivação</p><p>QUESTÃO 07 - Considere a seguinte citação:</p><p>Um problema subjacente ao denominado orçamento baseado em desempenho</p><p>envolve o desafio da clareza. O termo é um dos muitos descritores diferentes (e o mais</p><p>comum) utilizados para descrever a conexão entre informações sobre desempenho,</p><p>por um lado, e recursos governamentais, por outro. Em alguns círculos, entretanto,</p><p>esse termo passou a conotar a substituição da alocação ‘política’ de recursos por</p><p>algum algoritmo mágico que aloca recursos com base nos dados sobre desempenho.</p><p>(Hilton, RM e Joyce, PG. Informações sobre desempenho orçamentário em perspectiva</p><p>histórica e comparativa. In: Administração Pública: coletânea. ENAP, Brasília: 2010,</p><p>382).</p><p>O uso da palavra "desempenho" no trecho acima remete o leitor ao princípio</p><p>constitucional da Administração pública da:</p><p>a) Presunção de Legitimidade.</p><p>b) Supremacia do Interesse Público.</p><p>c) Impessoalidade.</p><p>d) Legalidade.</p><p>e) Eficiência.</p><p>QUESTÃO 08 - O posicionamento consagrado em Direito Administrativo de que é</p><p>defeso ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrativo, cabendo-lhe</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 39 |</p><p>examiná-lo</p><p>apenas sob o aspecto da legalidade, decorre do princípio da:</p><p>a) impessoalidade.</p><p>b) proporcionalidade.</p><p>c) supremacia do interesse público.</p><p>d) separação de poderes.</p><p>e) indisponibilidade.</p><p>QUESTÃO 09 - Na Administração Pública, quanto à atuação administrativa, a revisão</p><p>de ofício de atos ilegais e o reexame quanto ao mérito são integrantes do princípio</p><p>da</p><p>a) legalidade.</p><p>b) indisponibilidade.</p><p>c) supremacia do interesse público sobre o privado.</p><p>d) autotutela.</p><p>e) segurança jurídica.</p><p>QUESTÃO 10 - O diretor-geral da polícia civil de determinado estado exarou um ato</p><p>administrativo e, posteriormente, revogou-o, por entender ser inconveniente sua</p><p>manutenção.</p><p>Nessa situação hipotética, o princípio em que se fundamentou o ato de revogação foi</p><p>o princípio da</p><p>a) segurança jurídica.</p><p>b) especialidade.</p><p>c) autotutela.</p><p>d) supremacia do interesse público.</p><p>e) publicidade.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 40 |</p><p>QUESTÃO 11 “Esse princípio acaba completando a ideia já analisada de que o</p><p>administrador é um executor do ato, que serve de veículo de manifestação da vontade</p><p>estatal e, portanto, as realizações administrativo-governamentais não são do agente</p><p>político, mas da entidade pública em nome da qual atuou” (José Afonso da Silva).</p><p>O autor, na conceituação supra, está tratando do princípio constitucional da</p><p>Administração Pública denominado de princípio da</p><p>a) eficiência</p><p>b) identidade física do administrador.</p><p>c) supremacia do interesse público.</p><p>d) moralidade</p><p>e) impessoalidade.</p><p>QUESTÃO 12 - A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios</p><p>atos (Súmula STF 346).</p><p>a Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os</p><p>tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de</p><p>conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em</p><p>todos os casos, a apreciação judicial (Súmula STF 473).</p><p>O princípio de que tratam as Súmulas acima é o princípio da</p><p>a) legalidade.</p><p>b) supremacia do interesse público.</p><p>c) continuidade do serviço público.</p><p>d) impessoalidade.</p><p>e) autotutela.</p><p>QUESTÃO 13 - Com relação ao princípio que garante à administração pública a defesa</p><p>da legalidade e eficiência dos respectivos atos, assinale a alternativa correta.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 41 |</p><p>a) Supremacia do interesse público.</p><p>b) Legalidade.</p><p>c) Finalidade.</p><p>d) Presunção de legitimidade.</p><p>e) Autotutela.</p><p>QUESTÃO 14 - Sempre que em matéria administrativa se verificar que o</p><p>comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona</p><p>juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes,</p><p>as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum</p><p>de honestidade, estará havendo ofensa a qual princípio do Direito Administrativo?</p><p>a) Moralidade Administrativa.</p><p>b) Autotutela.</p><p>c) Razoabilidade e proporcionalidade.</p><p>d) Motivação.</p><p>e) Supremacia do interesse público.</p><p>QUESTÃO 15 - Ao instituir novos critérios para a concessão de aposentadoria e</p><p>pensões para os servidores públicos e dependentes de servidores públicos estaduais,</p><p>o Governador do Estado Alfa estabeleceu regras de transição, abrangendo os</p><p>servidores e pensionistas que ainda não haviam preenchido todos os requisitos</p><p>legalmente estabelecidos para a concessão da aposentadoria e pensão.</p><p>Sobre o tema, aponte o princípio do Direito Administrativo que rege o</p><p>estabelecimento das regras de transição na concessão da aposentadoria e pensão.</p><p>a) Princípio da proteção</p><p>à confiança.</p><p>b) Princípio da autotutela.</p><p>c) Princípio da indisponibilidade.</p><p>d) Princípio da supremacia do interesse público.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 42 |</p><p>e) Princípio da precaução.</p><p>QUESTÃO 16 - Leia texto a seguir.</p><p>As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da</p><p>coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim</p><p>último de sua atuação deve ser voltado para o atendimento das necessidades da</p><p>coletividade. Se, no entanto, não estiver presente esse objetivo, a atuação estatal</p><p>estará inquinada de desvio de finalidade.</p><p>O texto refere-se ao princípio da Administração Pública da</p><p>a) segurança jurídica.</p><p>b) continuidade do serviço público.</p><p>c) eficiência.</p><p>d) supremacia do interesse público.</p><p>e) dignidade da pessoa humana.</p><p>QUESTÃO 17 - O indivíduo em si não é o destinatário da atividade administrativa, as</p><p>sim o grupo social como um todo. Portanto, as relações sociais ensejam, em</p><p>determinados momentos, um conflito de interesses, no qual o coletivo prevalece.</p><p>Nessa situação, o princípio que proporciona tal possibilidade é o da</p><p>a) mutabilidade.</p><p>b) supremacia do interesse público.</p><p>c) ambiguidade nula.</p><p>d) anulabilidade dos atos administrativos.</p><p>e) continuidade do serviço público de interesse coletivo</p><p>QUESTÃO 18 - Os princípios que regem a Administração Pública podem ser divididos</p><p>em dois grupos: os expressos e os implícitos ou reconhecidos. A propósito desse</p><p>assunto, assinale a alternativa que apresenta apenas princípios expressamente</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 43 |</p><p>previstos na Constituição Federal de 1988 (CF).</p><p>a) legalidade, moralidade, eficiência e continuidade dos serviços públicos</p><p>b) legalidade, moralidade, impessoalidade, eficiência e supremacia do interesse</p><p>público</p><p>c) legalidade, moralidade, eficiência, continuidade dos serviços públicos e</p><p>supremacia do interesse público</p><p>d) legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade, proporcionalidade e</p><p>autotutela</p><p>e) legalidade, publicidade, moralidade, eficiência e impessoalidade.</p><p>QUESTÃO 19 - Acerca dos servidores públicos, dos poderes da administração pública</p><p>e do regime jurídico-administrativo, julgue o item que se segue.</p><p>A supremacia do interesse público sobre o interesse particular, embora consista em</p><p>um princípio implícito na Constituição Federal de 1988, possui a mesma força dos</p><p>princípios que estão explícitos no referido texto, como o princípio da moralidade e o</p><p>princípio da legalidade.</p><p>( ) Certo</p><p>( ) Errado</p><p>QUESTÃO 20 - O regime jurídico administrativo é formado por princípios explícitos e</p><p>implícitos.</p><p>Oferecendo unidade a esse regime jurídico temos, como ponto de partida, o texto da</p><p>Constituição Federal de 1988. São elementos do regime jurídico administrativo</p><p>reconhecidos pela doutrina nacional e não positivados no texto constitucional</p><p>a) a supremacia e a indisponibilidade do interesse público sobre o privado.</p><p>b) a presunção de inocência e a defesa do meio ambiente ecologicamente</p><p>equilibrado.</p><p>c) o in dubi pro reu e a soberania.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 44 |</p><p>d) o devido processo legal e a livre concorrência.</p><p>QUESTÃO 21 - A respeito dos princípios da administração pública, assinale a opção</p><p>correta.</p><p>a) Em decorrência do princípio da autotutela, apenas o Poder Judiciário pode revogar</p><p>atos administrativos.</p><p>b) O princípio da indisponibilidade do interesse público e o princípio da supremacia</p><p>do interesse público equivalem-se.</p><p>c) Estão expressamente previstos na CF o princípio da moralidade e o da eficiência.</p><p>d) O princípio da legalidade visa garantir a satisfação do interesse público.</p><p>e) A exigência da transparência dos atos administrativos decorre do princípio da</p><p>eficiência.</p><p>QUESTÃO 22 - O regime jurídico-administrativo caracteriza-se por</p><p>a) priorizar o interesse do governante sobre a vontade dos governados, em proteção</p><p>às minorias.</p><p>b) princípios específicos, como a supremacia e a indisponibilidade do interesse</p><p>público.</p><p>c) um conjunto de normas e princípios próprios de direito público e de direito privado,</p><p>considerando que a Administração Pública também celebra contratos típicos de</p><p>direito privado.</p><p>d) estabelecer as prioridades da Administração Pública, de acordo com a plataforma</p><p>política do eleito.</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 45 |</p><p>5.1 Gabarito</p><p>01 D 17 B</p><p>02 B 18 E</p><p>03 C 19 C</p><p>04 A 20 A</p><p>05 A 21 C</p><p>06 A 22 B</p><p>07 E</p><p>08 D</p><p>09 D</p><p>10 C</p><p>11 E</p><p>12 E</p><p>13 E</p><p>14 C</p><p>15 A</p><p>16 D</p><p>Caro aluno e aluna, finalizando por aqui o conteúdo sobre os princípios</p><p>administrativos, note que falamos sobre o que define um princípio como explícito ou</p><p>implícito, e compreendemos quais são os principais princípios que adentram nestas</p><p>caracterizações.</p><p>Aproveite então para fazer boas anotações sobre o conteúdo e não deixe de revisar o</p><p>material! Mantenha-se firme nos estudos e siga comigo para a nossa próxima aula.</p><p>Faça uma breve pausa e volte logo!</p><p>Estou em seu aguardo para o nosso próximo encontro!</p><p>Direito Administrativo |</p><p>Questões para treinar</p><p>www.focusconcursos.com.br | 46 |</p><p>VAMOS COMEÇAR!</p>