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<p>JENNIFER MOURA | 5º PERÍODO</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>CONCEITOS BÁSICOS:</p><p>INFECÇÃO X COLONIZAÇÃO: As bactérias, assim como outros microrganismos, não estão sempre associadas à infecção, mas podem colonizar transitória ou permanentemente vários sítios corporais. A diferença entre colonização e infecção leva em consideração não apenas o sítio corporal de onde o microrganismo foi isolado, mas também as condições clínicas do paciente. Resumidamente, pode-se dizer que colonização é a presença de microrganismos sem que ocorram alterações nas funções normais do órgão/tecido ou resposta imune inflamatória; já na infecção, os microrganismos estão se multiplicando em grande quantidade e provocam alterações orgânicas.</p><p>O QUE É DOENÇA INFECCIOSA: Doença causada por um agente infeccioso ou suas toxinas que ocorre através da transmissão direta ou indireta deste agente infeccioso ou de seus produtos, de uma pessoa infectada ou via um animal infectado, um vetor, ou através do meio ambiente inanimado até um animal susceptível ou hospedeiro humano.</p><p>TRANSMISSÃO DIRETA X INDIRETA: a direta é aquela que é feita através pelo contato direto com pessoas infectadas por meio de mãos contaminadas e contato de pessoas com animais. Já indireta, é aquela que é feita através do consumo de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados, como por exemplo, utensílios de cozinha, acessórios de banheiros, equipamentos hospitalares</p><p>Via de transmissão: aerógena, fecal-oral, sexual, vetorial, etc.</p><p>HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL: São indivíduos possuem algum grau de susceptibilidade, a depender das condições individuais e do tipo de patógeno. Para que uma pessoa fique doente, na verdade precisa-se de uma série de condições favoráveis, e nem sempre podemos estipular ou quantificar todas elas. Por exemplo: Pacientes imunossuprimidos, recém nascidos, queimados, idosos, pacientes recém operados.</p><p>MEDIDAS DE PREVENÇÃO PRIMÁRIA: vacinação, higiene pessoal, educação sanitária.</p><p>MEDIDAS DE PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: diagnóstico precoce, isolamento de pacientes.</p><p>RELAÇÃO ENTRE AGENTE INFECCIOSO, HOSPEDEIRO E PATOGENICIDADE NAS DOENÇAS INFECCIOSAS</p><p>A ação de um vetor depende:</p><p>· Do hospedeiro e sua susceptibilidade e resistência (fatores genéticos, sexo, estado nutricional, idade, comorbidades etc.) – se é um hospedeiro susceptível</p><p>· Adaptação desse vetor (se o vetor consegue sobreviver em resposta ao sistema imune)</p><p>· A patogenicidade do agente (capacidade de gerar a doença - virulência, dose infectante etc.)</p><p>· As condições socioeconômicas do ambiente (clima, temperatura, umidade, precipitação etc. – se o vetor não morre antes de infectar)</p><p>Havendo um desequilíbrio nessa tríade, é o ponto onde há manifestação da doença - qualquer ponto no hospedeiro ou do vetor como descrito acima, já causa a infecção</p><p>A relação entre esses três elementos é complexa e dinâmica. Alterações no meio ambiente podem afetar a frequência e a gravidade das doenças infecciosas, criando oportunidades para o surgimento de novas infecções ou para a reemergência de doenças previamente controladas. Além disso, a imunidade do hospedeiro desempenha um papel importante na dinâmica das doenças infecciosas. A imunidade adquirida por exposição prévia a um agente infeccioso pode afetar a suscetibilidade do hospedeiro e a gravidade da doença.</p><p>Fatores de risco para desenvolvimento de doenças infecciosas:</p><p>· Comprometimento do sistema imune (infecções oportunistas)</p><p>· Idade (recém-nascido e idosos)</p><p>· Cobertura vacinal incompleta ou ausente</p><p>· Más condições de higiene e saneamento básico</p><p>· Exposição a fontes de infecção (viagens, fator socioeconômico)</p><p>· Nutrição deficiente (subnutrição e desnutrição)</p><p>· Sexo desprotegido, uso de álcool e drogas</p><p>· Procedimentos invasivos (cirurgias, ventilação mecânica etc.)</p><p>· Tempo de internação estendido</p><p>· Presença de doenças de base</p><p>HOSPEDEIRO: É o organismo que pode ser infectado pelo agente infeccioso. Os hospedeiros podem ser humanos, animais ou até mesmo plantas, dependendo do agente infeccioso em questão. O hospedeiro fornece as condições para que o agente infeccioso se reproduza e se dissemine.</p><p>Precisamos entender como funciona o sistema imunológico desse hospedeiro</p><p>Dependendo da resposta do hospedeiro aquele agente, as doenças têm apresentações comuns como febre, linfadenomegalias, pus, abscesso etc.</p><p>Precisamos ter como base o sistema imunológico dele atuante com a presença dos linfócitos, macrófagos, anticorpos, neutrófilos (fagocitam) e células dendríticas (processam os antígenos e os apresentam as células T de defesa)</p><p>Infecção é diferente de inflamação: Infecção diz respeito a penetração, multiplicação e/ou desenvolvimento de um agente infeccioso no organismo humano, já a inflamação diz respeito a resposta do organismo aos danos causados por agentes químicos, físicos ou biológicos</p><p>AGENTE ETIOLÓGICO: Refere-se ao micro-organismo (vírus, bactéria, fungo, parasita, protozoários, helmintos) ou substância infecciosa (príon, por exemplo) que é capaz de causar uma doença infecciosa em um hospedeiro suscetível. O agente infeccioso é a causa direta da infecção.</p><p>ASPECTOS BÁSICOS DAS BACTÉRIAS</p><p>As bactérias podem ser esféricas ou elipsoidais, cilíndricas ou em bastonetes e espiralada</p><p>Quando são esféricas ou elipsoidais são chamadas de cocos</p><p>· Diplococos: cocos agrupados aos pares. Pode encontrar um ambiente bom e virar um estreptococo (parece um colar de pérola) ou virar um estafilococo</p><p>· Tétrades: agrupamentos de quatro cocos</p><p>· Sarcina: agrupamentos de oito cocos em forma cúbica</p><p>· Estreptococos: cocos agrupados em cadeias</p><p>· Estafilococos: cocos em grupos irregulares lembrando cachos de uvas</p><p>As bactérias cilíndricas ou em bastonetes também são chamadas de bacilos, comumente se apresentam isoladas e ocasionalmente ocorrem ao pares ou/e cadeias</p><p>· Diplobacilo: bastonetes agrupados aos pares</p><p>· Estreptobacilos: bastonetes agrupados em cadeias</p><p>· Paliçada: bastonetes alinhados lado a lado como palitos de fósforo. Ex: corynebacterium diphteriae, bacilo da difteria</p><p>· Tricomas: similares a cadeias de bastonetes, mas com uma área de contato muito maior entre as células adjacentes</p><p>Existem bacilos que são muito curtos e se assemelham a cocos, esses são chamados de cocobacilos.</p><p>Existem formas espiraladas que são muito curtas e assume o formato de uma vírgula, esses são chamados de vibriões</p><p>COLORAÇÃO DE GRAM:</p><p>Observamos formas, disposição e comportamento tintorial das bactérias</p><p>Classificamos as bactérias em dois grandes grupos: as que retem violeta genciana (gram positivas) e as que não retém violeta genciana (gram negativas)</p><p>Com essa coloração, determinamos as formas (cocos e bacilos) e o arranjo das células após divisão células (forma de cacho, cadeias, Sarcina etc.)</p><p>Gram positivas: espessa camada de peptideoglicano e ácido teicóico</p><p>Gram negativas: fina camada de peptideoglicano sobre a qual se encontra uma camada composta por lipoproteínas, fosfolipídedos, proteínas e lipopolissacarídeos</p><p>ESTRUTURA BACTERIANA:</p><p>A parede celular contém ácido diaminopimérico (DPA), ácido murâmico e ácido teicoico, além de aminoácidos, carboidratos e lipídeos. A estrutura peptideoglicana forma a estrutura rígida da parede que tem a função de proteger a célula, manter a pressão osmótica intracelular impedindo o rompimento da célula devido à entrada de água e funciona como suporte de antígenos bacterianos</p><p>COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN</p><p>É uma técnica que é mais ‘’agressiva’’, é usada para bactérias que são más coradas pela técnica de Gram</p><p>Nessa coloração, definimos os bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) porque na coloração nós usamos álcool e algumas bactérias como a Mycobacterium sp. (como o mycobacterium da tuberculose e lepra) tem uma parede mais complexa com uma grande quantidade de lipídeos e não conseguem ser facilmente coradas pelos métodos tradicionais como o de Gram por serem resistentes ao descoramento da fucsina por terem uma solução de álcool-ácido</p><p>Usados para bactérias que são resistentes à coloração, porém quando coradas, resistem fortemente à descoloração (pelo álcool), mesmo quando</p><p>· Alfa-hemolítico: Estreptococos viridans, enterococos</p><p>· Beta-hemolíticos (produzem zonas de hemólise clara ao redor de cada colônia): S. pyogenes, S. agalactiae</p><p>COCOS GRAM NEGATIVOS</p><p>Pensamos mais em condições clínicas que sugiram essa característica</p><p>Pensamos em cefalosporinas de 3 geração (ceftriaxona)</p><p>· Aeróbicos:</p><p>· Diplococos: N. meningiditis (mais comum e mais fatal), N. gonorrhoeae, moraxella catarrhalis</p><p>· Cocos-bacillos: Hemofilos influenza, acinetobacter spp., Hacek organisms (IPC – grupo de varios microorganismos)</p><p>· Anaeróbicos: Veillonella spp. Combatemos com Metronidazol ou Clindamicina ou Vancomicina</p><p>Diplococo gram positivo que causa meningite é pneumococo (p de positivo)</p><p>Diplococo gram negativo que causa meningite é o meningococo (N. meningitides) (n de negativo) – mais comum e mais fatal</p><p>As duas acima tratamos com ceftriaxona (cefalosporina de 3 geração)</p><p>Regrinha dos anaeróbios:</p><p>· Acima do diafragma: Peptococcus sp., peptostreptococus sp., Pprevotella, Veilonella e Actinomyces</p><p>· Abaixo do diafragma: clostridium perfringens, tetani, difficile, bacterioides fragilis, fusobacterium</p><p>Classificação dos antimicrobianos:</p><p>· Bactericidas: matam ou lesam irreversivelmente a bactéria. Usamos em infecções graves. Ex: beta-lactamicos, aminoglicosídeos, glicopeptídeos e quinolonas</p><p>· Bacteriostáticos: inibem o crescimento e a reprodução bacteriana sem provocar sua morte imediata, sendo reversível o efeito uma vez retirada a droga. Ex: Macrolídeos, Tetraciclinas, Sulfonamidas e Cloranfenicol</p><p>Na pratica clinica, quando falamos de gram positivos, focamos em stafilo e estreptococos</p><p>Mecanismos de ação dos antimicrobianos:</p><p>· Inibição da síntese de parede celular. Ex: Beta lactâmicos e glicopeptideos</p><p>· Inibição da síntese de proteínas (ribossomo) Ex: TAG e MELAO</p><p>· Alteração da membrana citoplasmática (alteram a permeabilidade da membrana citoplasmática bacteriana, causando vazamento de conteúdo celular) Ex: Polimixinas</p><p>· Inibidores da síntese de ácidos nucleicos (DNA/RNA). Ex: Puromicina, Norfloxacin, Rifampicina</p><p>· Alteração do metabolismo do ácido fólico (PABA). Ex: Trimetropim, Sulfonamidas</p><p>Conceitos basicos:</p><p>· Toxicidade seletiva: capacidade de lesa apenas o microrganismo, sem ser toxica para o hospedeiro</p><p>· Sinergismo: combinação de duas drogas que se potencializam</p><p>· Antagonismo: uma droga anula a outra. Ex: macrolídeo com tetraciclina porque os dois atuam no ribossomo e vão competir por ele</p><p>· Ponto crítico ou breakpoint: concentração de uma droga que alcança no soro, urina ou líquido cefaloraquidiano após adminitração do agente, com fins terapêuticos. Como se fosse a biodisponibilidade</p><p>Antibióticos mais usados:</p><p>· Quinolonas:</p><p>· 1ª geração: Ácido nalixídico</p><p>· 2ª geração: Ciprofloxacino, Norfloxacino, Ofloxacino</p><p>· 3ª geração: Levofloxacino</p><p>· 4ª geração: Moxifloxacino, Trovafloxacino</p><p>· Macrolídeos: Azitromicina, Eritromicina, Claritromicina</p><p>· Glicopeptideos: Vancomicina e Teicoplanina</p><p>· Aminoglicosídeos: Amicacina, Estreptomicina, Neomicina, Gentamicina, tobramicina</p><p>· Lincosamidas: Clindamicina, Lincomicina</p><p>· Oxazolidinonas: Linezolida</p><p>· Glicilciclinas: Tigeciclina</p><p>· Tetraciclina: Doxiciclina, Tetraciclina, Demecociclina</p><p>· Sulfonamidas e anti-fólicos: Cotrimoxazol ou Sulfametoxazol e Trimetoprima (Bactrim). Pirimetamina e Trimetoprima é uma combinação sinérgica que bloqueia a produção de ácido fólico e a síntese de ácido folínico</p><p>· Polimixinas: Colistina e Polimixina B</p><p>BETA LACTÂMICOS:</p><p>Atuam na parede celular</p><p>· Penicilinas naturais: Aminopenicilinas (ampicilina e amoxicilina)</p><p>· Penicilinas semi-sintéticas resistentes a beta-lactamase: Oxacilina</p><p>· Cefalosporinas</p><p>· Carbapenêmico</p><p>Ação bactericida</p><p>Atuam inibindo a síntese de parede celular bacteriana</p><p>PENICILINAS:</p><p>Há um anel Tiazolidínico ligado a um anel beta-lactâmico e ligados a uma cadeira lateral. Essas cadeias laterais que dizem qual é o tipo de penicilina seu espectro de ação</p><p>Sintéticas, semi sintéticas, naturais. Amplo Espectro.</p><p>Exemplos: Penicilina G, amoxicilina, ampicilina.</p><p>Indicações: Infecções bacterianas, como infecções estreptocócicas, estafilocócicas e pneumocócicas.</p><p>Associações: inibidores de beta lactamase</p><p>CEFALOSPORINAS:</p><p>Constituída por dois anéis, sendo um Di-hidrotiazina e o outro, o próprio anel beta-lactâmico</p><p>Apresenta atividade contra bactérias gram + e gram -, além de estabilidade na presença de IBL</p><p>Entre os antimicrobianos mais prescritos na prática clínica atual por conta de seu amplo espectro, baixa toxicidade, facilidade de administração e perfil farmacocinético favorável</p><p>Primeira geração preserva, ação contra cocos gram + como strepto e staphylo</p><p>Há ação contra diversos microrganismos gram – como Haemophilus influenza, Moraxella, catarrhalis, E. coli, K. pneumoniae etc</p><p>Nenhuma droga da classe apresenta ação contra Chlamydia Legionella e Mycoplasma (bactéria desprovida de parede celular)</p><p>3 geração especializado para gram – onde tem ceftriaxona (cocos gram negativos) e ceftazidima (pseudomonas)</p><p>O mecanismo de resistência das cefalosporinas está relacionada a ESBL (betalactamases de espectro estendido) – aquelas beta-lactamases que pegam também Cefalosporinas e ampC (gene que está presente no cromossomo de algumas bactérias, mas que também se apresenta, em menor frequência, em plasmídeos. É uma beta-lactamase do tipo ampC) que é produzida principalmente por eEnterobacter, Serratia, Citrobacter, Providencia e Morganella</p><p>Intercambialidade (oral e parenteral)</p><p>CARBAPENÊMICOS:</p><p>Se ligam a PBPs inibindo a formação do peptideglicano e consequentemente, impedindo a formação da prede celular bacteriana</p><p>São para bactérias gram negativas e aeróbias</p><p>· Imipenem: espectro amplo (gram +, - e anaeróbios)</p><p>· Meropenem</p><p>· Doripenem</p><p>· Ertapenem: sem ação contra pseudomonas</p><p>QUINOLONAS:</p><p>São bactericidas que inibem a ação das girases bacterianas. Inibem a replicação do DNA bacteriano, causando a morte celular.</p><p>É um medicamento indicado para infecções respiratórias, intestinais, urinárias, tecidos esqueléticos e moles. Não são boas para pneumonias, indicamos para ITU</p><p>O acido nalidíxico é menos eficaz e pela sua propriedade de se concentrar a urina, é usualmente utilizado no tratamento de infecções urinárias</p><p>· 1ª geração: Ácido nalixídico</p><p>· 2ª geração: Ciprofloxacino (anti-pseudomonas de comunidade), Norfloxacino, Ofloxacino (bom para tuberculose)</p><p>· 3ª geração: Levofloxacino</p><p>· 4ª geração: Moxifloxacino, Trovafloxacino – anti-pseudomonas, gram +, MRSA, facilidade posológica (1x ao dia)</p><p>Há possibilidade de intercambialidade</p><p>Facilidade em aumentar dose da droga por conta do MIC possivelmente ser alto =2</p><p>Bom para micobactérias (principalmente tuberculose – gram +)</p><p>Efeitos colaterais: delirium, não usar em menor de 18 anos porque inibe a cartilagem de crescimento) e gestantes, pode diminuir o limiar convulsivo e pode ocorrer a ruptura do tendão de bíceps</p><p>Não é dose dependente</p><p>AMINOGLICOSÍDEOS:</p><p>São bactericidas</p><p>Não são absorvidos no tubo digestivo e portanto, não devem ser administrados via oral</p><p>Se ligam as proteínas ribossomais 30S resultando na inibição da iniciação da síntese proteica ou na produção de proteínas defeituosas decorrente da leitura errada dos códons. Compete com outras drogas que atuam no mesmo sítio</p><p>· Amicacina</p><p>· Estreptomicina</p><p>· Neomicina</p><p>· Gentamicina</p><p>· Tobramicina</p><p>Intercambialidade</p><p>Há espectro de ação contra S. aureus (mas há rápida resistência), estreptococo e há excelente ação contra gram + e -, incluindo pseudomonas</p><p>Boa ação em associação com beta-lactâmicos</p><p>Podem causar ototoxicidade e nefrotoxicidade</p><p>MACROLÍDEOS:</p><p>Bacteriostático de amplo espectro</p><p>Adere a unidade 50S de maneira irreversível e bloqueia o deslocamento do RNAt após a formação da ponte peptídica</p><p>Possui toxicidade menor e é utilizada via oral nas infecções gastrointestinais</p><p>· Azitromicina</p><p>· Claritromicina</p><p>OXAZOLIDINONAS:</p><p>O fármaco dessa classe é a Linezolida</p><p>Inibe a síntese proteica</p><p>Não ocorre resistência cruzada com macrolideos</p><p>Excelente ação contra cocos gram + e não há atividade contra gram –</p><p>Podemos usar para pacientes resistentes</p><p>a Vancomicina, mas com ação bacteriostática</p><p>Utilizada em infecções graves por patógenos gram + multi R – bons resultados no tratamento de pneumonia hospitalar</p><p>Sem ação para urinário, SNC e ossos</p><p>Boa ação para vias aéreas superiores (otite, tonsilite, pneumonia, sinusite, uretrite por chlamydia</p><p>CLINDAMICINA:</p><p>Derivado da Lincomicina</p><p>Propriedade biológica semelhante a Eritromicina, incluindo resistência cruzada com este macrolídeo</p><p>Inibem a síntese de proteínas traves da ligação a subunidade 50S do ribossoma bacteriano</p><p>São bacteriostáticos</p><p>Atua predominantemente em bactérias gram + e anaeróbios (não tem ação contra gram – e aeróbios)</p><p>GLICOPEPTÍDEOS:</p><p>Atividade contra gram + aeróbias e anaeróbias</p><p>Usamos mais para infecções por MRSA e enterococcus resistentes a Oxacilina e Ampicilina</p><p>Tem resistência a ação das enzimas proteolíticas como beta-lactamases</p><p>· Vancomicina</p><p>· Teicoplanina</p><p>NITROIMIDAZÓLICOS:</p><p>Interfere no DNA celular</p><p>São drogas de baixo peso molecular com distribuição ótima em quase todos os tecidos e fluidos do organismo, com poder bactericida</p><p>Excreção renal e não há necessidade de ajuste de dose em pacientes com insuficiência renal pois são hemodialisáveis</p><p>Seu espectro de ação é contra protozoários e bactérias anaeróbicas (uso mais para amebíase, trimoníase e vaginose bacteriana)</p><p>É uma pró droga, ou seja, precisa ser metabolizada para conseguir agir, sendo que essa metabolização ocorre de maneira local no sítio de ação da droga (não é uma metabolização que ocorre no fígado)</p><p>Podemos usar em associação a aminoglicosídeos ou cefalosporinas</p><p>· Metronidazol</p><p>· Nitrofurantoína</p><p>Mecanismo de ação: causa dano oxidativo local ao DNA</p><p>CLORANFENICOL:</p><p>Largo espectro de ação (bactérias gram + e -)</p><p>Bacteriostático contra Salmonella, mas é bactericida contra Haemophylus influenza, Streptococus pneumoniae e Neisseria meningitidis</p><p>Age na subunidade 50S do ribossomo bacteriano, inibindo o alongamento da cadeia peptídica</p><p>ANTIBIÓTICOS POLIPEPTÍDICOS:</p><p>São bacitracina, colistina e polimixina B</p><p>Eles são capazes de romper as paredes celulares bacterianas</p><p>Escolha de ultima linha para infecções por bactérias gram -</p><p>Por exemplo, a Bacitracina é um poliptidico que inibe a parede celular e é ativo contra gram +. Usada, principalmente, como tratamento tópico para infecções cutâneas superficiais por S. aureus</p><p>A colistina (polimixina E) e a polimixina B são antibióticos polipeptídicos catiônicos que rompem as membranas externas das paredes bacterianas através da ligação a membrana aniônica externa, neutralizando assim a toxicidade da bactéria e causando morte celular bacteriana. A polimixina B tem atividade bactericida rápida, proporcionam concentração contra a maioria dos bacilos aeróbios gram – e facultativos incluindo Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter spp.</p><p>São usados para vários tipos de infecções</p><p>Não são ativos contra Proteus, Providencia, Burkholderia e Serratia spp e alguns anaeróbios obrigatórios</p><p>RIFAMPICINA:</p><p>Bloqueia a síntese de RNAm inibindo polimerase das bactérias e não das células humanas, apresentando também toxicidade seletiva</p><p>Inicialmente, é utilizada no tratamento da tuberculose em associação com outras drogas e na profilaxia de contactantes com indivíduos com meningite meningocócica ou por Haemophilus influenza (esquema RIPE para tuberculose: RIFAMPICINA + ISONIAZIDA + PIRAMICINA +ETAMBUTOL)</p><p>Usado em combinação com outros antimicrobianos contra bactérias mutantes</p><p>É uma droga de cor vermelha e portanto, um pigmento de cor laranja é eliminado no suor, saliva, urina de indivíduos medicados com este antimicrobiano</p><p>SULFONAMIDAS:</p><p>Ação: Inibem a síntese de ácido fólico bacteriano, essencial para o metabolismo celular</p><p>Exemplos: Trimetoprim-sulfametoxazol (TMP-SMX famoso Bactrim).</p><p>Indicações: Infecções do trato urinário, infecções respiratórias, Pneumocystis jirovecii (em pacientes com HIV).</p><p>PRINCIPAIS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA BACTERIANA:</p><p>Produção de enzimas como ESBL, KPC, AmpC, OXA e ERC</p><p>Beta-lactamases de classe A: são inibidores de lactamases, como o clavulanato e sulbactam. Na presença dessas enzimas, podemos usar Polimixinas, Tigeciclina e Aminoglicosídeos. A combinação de Aztreonam com Ceftazidima é uma ótima escolha porque a Ceftazidima consegue neutralizar as ESBL e Carbapenamases, enquanto Aztreonam neutraliza as MBL</p><p>Beta-lactamases de classe C: são as cefalosporinas AmpC que hidrolisa as Penicilinas incluindo inibidores de B-lactamase tradicionais e as cefalosporinas até terceira geração. Cefepime é uma boa opção nesses casos</p><p>Beta-lactamases de classe D: estrutura baseada em Serina e podem ser codificados por genes localizados em plasmídeos ou cromossomo bacteriano. São tradicionalmente conhecidas como Oxacilinases (OXA). Polimixina e Tigeciclina são ótimas opções</p><p>A ceftarolina é uma cefalosporina de nova geração (5 geração), é super eficiente contra S. aureus. Uma nova classe de Cefalosporinas que deixa de lado um pouco o espectro contra gram – e foca nas gram + como S. aureus.</p><p>Ceftolozana-Tazobactam é, também, um novo antibiótico que consiste na combinação de uma cefalosporina com inibidor de B-lactamase. Dessa maneira, conseguimos tratar ITU complicada, infecções intra abdominais etc. seu espectro de ação cobre Estreptococos, enterobactérias, inclusive as produtoras de ESBL e P. aeruginosa. Sem ação contra Staphylococcus ou Enterococcus ou Enterobactérias produtora de KPC ou MBL</p><p>USO DE ANTIBIÓTICOS NA PRÁTICA CLÍNICA</p><p>As principais recomendações para o uso de antibióticos são:</p><p>· Abdominal</p><p>· Pneumonia</p><p>· Adquirida na comunidade</p><p>· Hospitalar</p><p>· DPOC descompensado</p><p>· Infecções de pele</p><p>· ITU complicadas e não</p><p>· SNC (meningite)</p><p>COLECISTITE E COLANGITE:</p><p>Quando bastonetes gram -, pode ser E. coli, Klebsiella, Proteus, P. aeruginosa etc. quando pacientes já usaram ATB de largo espectro</p><p>Quando anaeróbios, pode ser bacterioides, geralmente em pacientes com quadros clínicos mais graves</p><p>Tratamento empírico:</p><p>· Ertapenem (se for alérgico a penicilina)</p><p>· Ciprofloxacino</p><p>· Piperacilin/tazobactam</p><p>Quando paciente é alérgico a Penicilina, podemos optar por um Cipro 400mg + Metronidazol 500mg</p><p>DIVERTICULITE:</p><p>Quando infecções leves a moderadas, podemos tratar com ATB via oral como por exemplo, Amox/clavulanato ou Ertapenem ou quando paciente for alérgico a penicilina, podemos optar por um Cipro + Metronidazol</p><p>Já para infecções graves, optamos por Piperacilin + tazobactam ou quando for alérgico a Penicilina, podemos dar um Cefepime + Metronidazol</p><p>PANCREATITE:</p><p>Se a pancreatite for leve a moderada, não precisamos tratar com ATB</p><p>Se ela for aguda grave, continuamos sem ATB</p><p>Agora, se o paciente apresentar uma pancreatite com necrose e infecção, precisamos entrar com meropenem ou pipe/tazo e se for alérgico a penicilina podemos administrar Cipro + Metronidazol</p><p>Sem necrose = sem antibiótico!!</p><p>DIARREIA INFECCIOSA:</p><p>Precisamos avaliar cuidadosamente o paciente antes de prescrever ATB, se for leve a moderada não precisamos tratar com ATB</p><p>É auto-limitada e só requer suporte</p><p>Patógenos virais: Norovírus e Rotavírus</p><p>Anti-diarreicos não devem ser usados em pacientes com diarréia sanguinolenta, febre ou leucocitose</p><p>Precisamos tratar com ATB quando a doença for grave, paciente tiver menos de 6 meses ou +50 anos, febre alta, agravamento ou recorrência dos sintomas, gravidez e imunocomprometidos</p><p>MENINGITE:</p><p>Os antibióticos devem ser iniciados assim que a possibilidade de ser uma meningite bacteriana se torne evidente, de preferência dentro de 30 minutos. Não da tempo de esperar tomografia computadorizada ou resultados da punção lombar, se atrasarmos a punção lombar, vamos realizar as hemoculturas e iniciar a terapia</p><p>O uso de Dexametasona tem sido recomendado nas diversas meningites por conta da tendência a redução da mortalidade, redução de perda auditiva e redução de sequelas neurológicas. A primeira dose deve ser administrada 30 minutos antes ou concomitantemente a primeira dose de antibióticos</p><p>DPOC:</p><p>Usamos ATB na exacerbação de DPOC</p><p>O tratamento empírico se da por Amox/clavulanato ou Azitromicina ou</p><p>Doxiciclina</p><p>ERISIPELA X CELULITE</p><p>Erisipela é mais superficial, consequentemente, celulite é mais profunda</p><p>Pensamos na maioria das vezes em Estreptococos e quando houver porta de entrada, pensamos em Estafilococos</p><p>ITU</p><p>Quando for baixa, podemos administrar Nitrofurantoína, Cefuroxima, Norfloxacino...</p><p>Quando alta, pensamos em Amicacina, Gentamicina, Cefuroxima, Ceftriaxona</p><p>INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS</p><p>Ceftriaxona e azitromicina – uso para corrimento uretral</p><p>HPV:</p><p>É a IST mais frequente no mundo</p><p>Papiloma vírus humano (HPV)</p><p>São agentes etiológicos da verruga cutânea (verruga vulgar) e genitais (condiloma acuminado), do câncer de colo uterino, bem como de outras localizações</p><p>Lesão verrucosa pode ser ou não contagiosa, pode não trazer muitos malefícios como oncogenicidade</p><p>A maior parte das HPV curam espontaneamente</p><p>As HPV genitais classificam-se por seu risco oncogênico, em alto e baixo risco</p><p>Câncer relacionado: colo de útero, ânus, colorretal, boca, língua, esôfago</p><p>Existem 12 tipos identificados como alto risco, mas os de número 16 e 18 são os responsáveis por 70% dos casos de câncer cervical em todo o mundo – existe vacina contra eles</p><p>Transmissão se da em geral pelas infecções sexuais, anais ou orais</p><p>O uso de preservativos reduz o risco de transmissão sexual, mas não o elimina, pois pode haver lesões pelo HPV em áreas não cobertas pelos preservativos.</p><p>Não existe um teste diagnóstico que possibilite saber o ‘’status de HPV” de um indivíduo</p><p>Através do exame citopatológico (Papanicolau) podemos ter um rastreamento populacional do câncer de colo do útero. O programa recomenda que priorize a faixa etária de 25-29 anos (maior frequência de lesões de alto grau passíveis de tratamento efetivo capaz de interromper a progressão para o câncer. Além disso, é recomendado dois exames com intervalo de 1 ano entre eles e depois, em casos de resultados normais, repetir de 3 em 3 anos</p><p>HERPES GENITAL:</p><p>Infecção sexualmente transmissível causada pelos herpesvirus tipo 1 ou tipo 2</p><p>Caracteriza-se por uma lesão primária localizada, latência e recorrência também localizada</p><p>A transmissão ocorre pelo contato com os HSV nas lesões herpéticas na superfície das mucosas e com as secreções orais ou genitais, pode haver transmissão mesmo na ausência das lesões. O uso de preservativo reduz, mas não elimina o risco de transmissão porque pode haver lesões em áreas não cobertas pelo preservativo</p><p>URETRITES:</p><p>É uma inflamação ou infecção da uretra com consequente surgimento de secreção e sintomas</p><p>Os agentes etiológicos mais frequentes das uretrites sexualmente transmissíveis são as bactérias N. gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, frequentemente há infecção simultânea pelos dois agentes</p><p>Gonorreia:</p><p>· No homem, há disúria (dor e ardor á micção), secreção uretral, frequentemente purulenta e dor nos testículos</p><p>· Na mulher, pode haver corrimento, dor a micção, sangramento durante relação sexual, porém a maioria das infecções são assintomáticas. Pode complicar com endometrite, salpingite e peritonite levando a gravidez ectópica ou infertilidade</p><p>Clamídia:</p><p>· Sintomatologia menos exuberante</p><p>· Frequentemente assintomáticas</p><p>· Linfogranuloma venéreo (infecção crônica causada pela clamídia que apresenta lesões cutâneas pequenas e muitas vezes assintomáticas em órgãos genitais)</p><p>SÍFILIS:</p><p>Infecção sistêmica pelo Treponema palidum (gram -), caracterizada por três fases clínicas e período de latência</p><p>A transmissão sexual requer existência de lesões, fricção e contato direto com essa lesão (cancro duro, condiloma plano, placas mucosas), sendo mais intensa nos períodos iniciais da doença. Pode ocorrer infecção vertical em qualquer fase da doença e qualquer fase da gestação</p><p>O contágio é maior nos estágios iniciais (primária e secundária) por conta da presença do treponema, sendo reduzido gradativamente à medida que ocorre a progressão da doença. No entanto, na maioria dos casos, essas lesões passam despercebidas, ou são confundidas com outras patologias.</p><p>Manifestações clínicas:</p><p>· Sífilis primaria: a primeira manifestação é caracterizada por úlcera (cancro duro) rica em treponemas, geralmente única e indolor que ocorre na entrada da bactéria, acompanhada de linfoadenopatia regional</p><p>· Sífilis secundária: há disseminação dos treponemas pelo organismo, há sintomatologia. Caracteriza-se por pápulas palmoplantares, placas de condilomas planos, acompanhados de micropoliadenopatia, alopecia e madarose. As lesões deparecem independentemente de tratamento, proporcionando falsa impressão de cura</p><p>· Sífilis latente: período em que não se observam sinais ou sintomas, temos o diagnóstico atráves de testes treponêmicos ou não treponêmicos</p><p>· Sífilis terciária: ocorre em 15-25% das infecções não tratadas, após um período variável de latência. É comum o acometimento do SNC e cardiovascular, verifica-se, também, a formação de gomas sifilíticas (tumorações com tendencia a liquefação)</p><p>· Neurosífilis: tabes dorsalis (lenta dismielinização dos tratos neurais principalmente nas colunas dorsais da medula espinhal e raízes dorsais. Esses nervos normalmente ajudam a manter a propriocepção, vibração e toque discriminativo. Está associada à ataxia e perda de propriocepção. Se não for tratada, tabes dorsalis pode levar à paralisia, demência e cegueira. Danos irreversíveis). Pode causar pupilas de Argyll Robertson (pupilas não se contraem quando expostas a luz forte, mas se contraem quando focalizadas em um objeto próximo)</p><p>Diagnóstico: através de testes treponêmicos e não treponêmicos.</p><p>Primeiros realizamos os não treponemicos que são os indiretos: VDRL (pode ter falso positivo por não ser específico para sífilis), RPR, USR E TRUST. Esses exames são indicadores de sífilis ativa, detectam IgG e IgM</p><p>Dando positivo, fazemos o teste treponêmico que é direto: são testes que detectam anticorpos específicos produzidos contra T. pallidum</p><p>● ("fluorescent treponemal antibody-absorption – FTA-abs;</p><p>● Treponema pallidum hemagglutination – TPHA;</p><p>● enzymelinked immunosorbent assay – ELISA e suas variações; (EM UMA FITA)</p><p>● micro-hemoaglutinação indireta – MHTP;</p><p>● teste eletroquimioluminescente – EQL; e teste rápido):</p><p>Importância de interpretar os resultados dos testes adequadamente, pois os falsos positivos e falsos negativos podem ocorrer.</p><p>Tratamento: geralmente penicilina G benzatina</p><p>image3.jpeg</p><p>image4.jpeg</p><p>image5.jpeg</p><p>image6.png</p><p>image7.png</p><p>image8.png</p><p>image9.png</p><p>image10.png</p><p>image11.png</p><p>image12.png</p><p>image13.png</p><p>image14.png</p><p>image15.png</p><p>image16.png</p><p>image17.jpeg</p><p>image18.png</p><p>image19.png</p><p>image20.png</p><p>image21.png</p><p>image22.png</p><p>image23.png</p><p>image24.png</p><p>image25.png</p><p>image26.png</p><p>image27.png</p><p>image28.png</p><p>image29.png</p><p>image30.png</p><p>image31.png</p><p>image32.png</p><p>image33.png</p><p>image34.png</p><p>image35.png</p><p>image36.png</p><p>image37.png</p><p>image38.png</p><p>image39.png</p><p>image40.png</p><p>image41.png</p><p>image42.png</p><p>image43.png</p><p>image44.png</p><p>image45.png</p><p>image46.png</p><p>image47.png</p><p>image48.png</p><p>image49.png</p><p>image50.png</p><p>image51.png</p><p>image52.png</p><p>image53.png</p><p>image54.png</p><p>image55.png</p><p>image56.png</p><p>image57.png</p><p>image58.png</p><p>image59.png</p><p>image60.png</p><p>image61.png</p><p>image62.png</p><p>image63.png</p><p>image1.png</p><p>image64.png</p><p>image65.png</p><p>image66.png</p><p>image67.jpeg</p><p>image68.jpeg</p><p>image69.png</p><p>image2.jpeg</p><p>submetidas a ácidos fortemente diluídos e ao álcool absoluto. Essas bactérias são denominadas de bacilos álcool-ácido-resistentes (BAAR), elas são resistentes dessa maneira a descoloração porque possuem alto teor de lipídeos estruturais na parede celular que causam uma grande hidrofobicidade que dificulta a ação de corantes aquosos</p><p>FLAGELOS:</p><p>São estruturas propulsoras semelhantes a cordas e responsáveis pela locomoção da célula, constituídas por subunidades proteicas denominadas flagelinas que formam longos filamentos delgados e ondulados que partem do corpo da bactéria e se estendem externamente</p><p>As bactérias recebem denominações especiais de acordo com a distribuição dos flagelos:</p><p>(-triquia = lembra cabelo/flagelo)</p><p>· Atriquias: sem flagelo</p><p>· Monotriquias: um flagelo em uma das extremidades</p><p>· Anfitriquia: um flagelo em cada extremidade</p><p>· Lofotriquia: tufo de flagelos em uma ou ambas as extremidades</p><p>· Peritríquias: cercadas de flagelos</p><p>PILI OU FRÍMBIAS:</p><p>Podem ser chamadas de pelo, são organelas filamentosas mais curtas e delicadas que os flagelos, constituídas por subunidades de proteínas chamadas pilina e presentes em muitas bactérias (especialmente as gram negativas)</p><p>Servem tanto para ajudarem as bactérias a se ancorarem onde precisam, como ajudam na conjugação (processo de transmissão de material genético a outra bactéria tornando-a mais resistente)</p><p>CULTIVO DE BACTÉRIAS:</p><p>O cultivo é realizado em meios de cultura, de acordo com sua aplicação ou função, podem ser classificados em:</p><p>· Meios enriquecidos: adição de sangue, soro ou extratos de tecidos animais ou vegetais ao caldo ou ágar que proporcionam nutrientes acessórios de modo que o meio possa permitir o crescimento de heterotróficos fastidiosos</p><p>· Meios seletivos: adição de certas substâncias químicas específicas ao ágar que previnem o crescimento de um grupo de bactérias sem agir sobre as outras</p><p>· Meios diferenciais: incorporação de certos reagentes ou substâncias químicas ao meio pode resultar num tipo de crescimento ou modificação que permite ao observador distinguir os tipos de bactérias</p><p>ENTEROBACTÉRIAS:</p><p>São chamadas de Enterobacteriaceae, são uma família de gram negativos</p><p>São responsáveis por abscessos, pneumonia, meningite, septicemias, infecções de feridas, trato urinário (E. Coli) e gastrointestinal (sua preferência)</p><p>Discutidas mais à frente...</p><p>DOENÇAS VIRAIS DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA</p><p>O que preciso saber de cada doença viral:</p><p>· Característica clínica</p><p>· Característica laboratorial</p><p>· Epidemiologia</p><p>· Sinais e sintomas</p><p>· Apresentações clássicas</p><p>Vírus a serem estudados:</p><p>· HIV (focar em CD4, ARV, esquemas, prevenção)</p><p>· HBV (diagnóstico, classificação, cronificação, cura)</p><p>· HCV (diagnóstico, classificação, carga viral, tratamento)</p><p>· Herpes simples tipo 1 e 2</p><p>· Herpes zoster</p><p>· CMV</p><p>· EBV</p><p>· HHV 6 E HHV8</p><p>· HPV</p><p>· HTLV 1 e 2</p><p>· Oncovirus</p><p>· Famílias virais</p><p>Doenças virais não tem tratamento, o que fazemos é um controle da sintomatologia</p><p>Mas, a maioria das doenças virais, podem ser prevenidas pela vacina porque ajudam o nosso organismo a combater o patógeno com uma resposta imunológica menos ruim</p><p>A imunidade humoral é aquela dependente da produção de anticorpos, enquanto a imunidade mediada por células depende da formação de linfócitos T que emitem respostas antivirais.</p><p>O primeiro contato da célula com o vírus é pelo sítio de acoplamento, quando o vírus ‘’gruda’’ na parede da célula pelos linfócitos, ocasionando ativação do sistema imunológico e replicação viral dentro das células</p><p>SÍNDROMES DE MONONUCLEOSE:</p><p>O termo “síndrome de mononucleose”, ou “síndrome mononucleose-like” (SML) define um quadro caracterizado por linfadenopatia generalizada de instalação aguda ou subaguda (simétrica, moderadamente dolorosa, principalmente na cadeia cervical posterior; pode ser generalizada), que pode ser acompanhada por outros sinais e sintomas, dependendo de sua etiologia, tais como: febre, faringite dolorosa (pode ser acompanhada de exsudatos tonsilares e petéquias no palato), esplenomegalia, rash cutâneo, fadiga, anormalidades hematológicas que indicam um quadro infeccioso viral</p><p>Outras manifestações menos comuns são: esplenomegalia e ruptura esplênica, rash cutâneo (maculopapular, urticariforme ou petequial), sintomas neurológicos (síndrome de Guillain-Barré, paralisias de nervos cranianos, meningoencefalites, meningite asséptica, mielite transversa, neurite óptica e encefalomielite), hepatite, colestase, pneumonia, dentre outros. Alguns estudos demonstram que pacientes com EBV possuem risco aumentado de desenvolver esclerose múltipla, linfoma não-Hodgkin e lúpus eritematoso sistêmico.</p><p>O termo “síndrome mono-like” descreve quadros clínicos com sinais e sintomas muito semelhantes aos da mononucleose infecciosa (por Epstein-Bar), mas de etiologias diferentes e que representam um importante diagnóstico diferencial com ela.</p><p>Tríade clássica: faringoamigdalite dolorosa + linfadenopatia de cadeira cervical posterior + febre</p><p>O agente mais comum que causa a SML é o vírus Epstein-Bar, mas também há o CMV, HIV, Toxoplasmose, HBV, herpes simples tipo 1, sífilis, rubéola que na fase aguda da infecção podem provocar um quadro semelhante</p><p>Além dos sinais e sintomas típicos, a síndrome mono-like pode ser diagnosticada com a ajuda de exames laboratoriais. A alteração hematológica característica da mononucleose infecciosa e das síndromes mono-like é a linfocitose com presença de linfócitos atípicos: linfocitose absoluta (mais de 4500 linfócitos/mm³) ou relativa (maior que 50% da taxa normal) com presença de cerca de 10% de linfócitos atípicos no esfregaço periférico de sangue. Elevação de transaminases (AST / ALT ou TGO / TGP) pode ser vista na maioria dos pacientes e é fortemente sugestiva do diagnóstico de MI.</p><p>Esses achados podem não ser encontrados nos primeiros dias de infecção e, por isso, o hemograma deve ser repetido após alguns dias de febre.</p><p>Na maioria dos casos (quase a totalidade), as síndromes mono-like são auto resolutivas e a recuperação ocorre normalmente dentro de duas a quatro semanas podendo, em alguns casos mais raros, durar até 120 dias. Os cuidados terapêuticos devem ser dirigidos fundamentalmente aos sintomas e envolvem repouso, líquidos, analgésicos e antitérmicos.</p><p>RESFRIADO COMUM:</p><p>É ocasionado pelo Rinovírus - existem mais de 100 sorotipos desse vírus</p><p>Normalmente afebril que envolve sintomas respiratórios superiores como rinorreia, tosse e dor de garganta</p><p>Diagnóstico é clínico</p><p>GRIPE:</p><p>É o vírus Influenza pertencente a familia do Ortomixovírus, são divididos em 3 tipos (A, B e C) mas apenas os tipos A e B tem relevância clínica em humanos</p><p>O tipo A tem maior variabilidade e, portanto, são divididos em subunidades de acordo com a diferença de suas glicoproteínas (hemaglutinina (H) e neuraminidase (N):</p><p>· Hemaglutinina: soropartícula que liga o vírus ao receptor da célula hospedeira, faz penetração na célula da via aérea superior, age com mecanismo de camuflagem (modifica a hemaglutinina se escondendo do sistema imunológico) e estimula o aumento da vascularização local, edema etc. se liga as hemácias e aglutina-as</p><p>· Neuraminidase: clivam as ligações glisosídicas de ácido neuramínico que é uma estrutura na superfície da célula infectada, assim o vírus pode ser liberada e haver sua propagação</p><p>Como identificamos o vírus no nosso corpo: RT-PCR (reação de cadeia polimerase – identifica o material genético do vírus), FilmArray (pega a secreção, coloca no aparelho que é como uma impressora e identifica qual o vírus), imunofluorescência</p><p>Principal sintomatologia: rinorreia, dor de garganta, rouquidão, tosse e há presença de febre</p><p>HERPES:</p><p>Familia Herpes viridae</p><p>Tem a capacidade de se manter latente no organismo do hospedeiro e tendência de causar infecções recorrentes</p><p>A eliminação do vírus pode ser continua ou intermitente</p><p>A reativação esta associada a stress e imuno comprometimento</p><p>Há 8 tipos de vírus da herpes:</p><p>· Herpes simples 1</p><p>· Herpes simples tipo 2: herpes genital</p><p>· Varicela – zoster</p><p>· EBV</p><p>· CMV: tratamentos com canciclovir</p><p>· HHV 6</p><p>· HHV</p><p>8 (sarcoma de kaposi esta associado</p><p>HERPES SIMPLES TIPO 1 (HSV-1):</p><p>Conhecido por conta da herpes oral, muitas vezes chamado de ferida labial</p><p>Pode causar síndrome de mononucleose</p><p>Também pode causar infecções genitais e ocasionalmente manifestações mais graves, como encefalite</p><p>HERPES SIMPLES TIPO 2 (HSV-2):</p><p>Causa mais comum de herpes genital</p><p>Também pode causar herpes oral</p><p>Pode causar encefalite e outras complicações graves</p><p>Herpes oral pode misturar com herpes genital</p><p>Precisamos avaliar a via de parto por conta da passagem do bebê (pode causar herpes neonatal)</p><p>VARICELA ZOSTER (VZV):</p><p>Responsável pela catapora (varicela) em crianças e pelo herpes zoster em adultos</p><p>Herpes zoster é uma reativação do VZV após a infecção incial, geralmente em pessoas mais velhas ou com sistema imunológico enfraquecido</p><p>Causa inflamação do gânglio da raiz sensorial; da pele do dermátomo associado; e, algumas vezes, dos cornos posteriores e anteriores da massa cinzenta, das meninges e das raízes dorsais e anteriores. O herpes-zóster ocorre com frequência em idosos e pacientes infectados pelo HIV e é mais frequente e grave em pacientes imunocomprometidos porque a imunidade mediada por células nesses pacientes é reduzida. Não há qualquer fator desencadeante evidente.</p><p>Manifestações clínicas: Dor lancinante, disestésica ou de outro tipo se desenvolve no local envolvido, tipicamente seguida de exantema em 2 a 3 dias, geralmente com formação de vesículas em uma base eritematosa. O local geralmente é adjacente a um ou mais dermátomos na região torácica ou lombar, embora poucas lesões satélites possam também aparecer. As lesões são tipicamente unilaterais e não cruzam a linha média do corpo. Com frequência, o local é hiperestésico e a dor pode ser intensa. As lesões comumente continuam se formando durante cerca de 3 a 5 dias.</p><p>Vacina: para adultos acima de 50 anos imunocomprometidos, para diminuir a neuralgia (dor persistente por mais de três meses após a resolução das lesões de pele)</p><p>VÍRUS EPSTEIN-BAR (EBV):</p><p>Está associado a mononucleose infecciosa</p><p>É um onco vírus: linfoma de Burkitt e carcinoma nasofaríngeo</p><p>CITOMEGALOVÍRUS (CMV):</p><p>É um vírus que pode causar infecções assintomáticas ou leves em pessoas saudáveis, mas pode ser graves em bebês nascidos com a infecção congênita e em pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos</p><p>Pode causar síndrome de mononucleose</p><p>Pode causar infecções oportunistas</p><p>Muita relação com infecções neonatais</p><p>Doença febril aguda, denominada mononucleose por CMV, pode causar hepatite com aminotransferases elevadas (geralmente subclínicas sem icterícia) e linfocitose atípica semelhante à mononucleose infecciosa pelo vírus Epstein-Barr (EBV)</p><p>Canciclovir tratamos em imunodeficientes</p><p>HERPES VÍRUS HUMANO 6 E 7 (HHV 6 e HHV 7):</p><p>Estão relacionados ao HHV-8 que é o agente causador da doença de Castleman e sarcoma de Kaposi</p><p>HHV 6 é associado a doenças como exantema súbita infantil, enquanto HHV 7 pode estar envolvido com várias doenças como roséola infantum</p><p>HHV 6 causa infecção em crianças, recém nascidos</p><p>HERPES VÍRUS 8 (HHV 8):</p><p>Esta associado ao sarcoma de Kaposi, um tipo de câncer que pode ocorrer em pessoas com sistemas imunológicos comprometidos, como aquelas com HIV/AIDS</p><p>Tratamos com aciclovir ou valaciclovir herpes simples e zoster</p><p>Herpes gladiatorium: teve o contato com outra pessoa com herpes tipo 1 e teve herpes cutânea</p><p>RAIVA</p><p>Causa uma encefalite progressiva aguda e letal</p><p>É uma antropozoonose transmitida ao homem pela inoculação do vírus presente na saliva e nas secreções do animal infectado, principalmente por mordedura e lambedura</p><p>Esquema profilático: vacina ou vacina + soro antirrábico</p><p>DOENÇAS DIARREICAS AGUDAS VIRAIS</p><p>Caracterizado por diminuição da consistência das fezes, aumento do número de evacuações (mínimo 3 episódios em 24h) e presença de muco e sangue (disenteria). Pode ser acompanhado de dor abdominal, febre, náusea e/ou vômito</p><p>São autolimitadas podendo durar até 14 dias, se durar mais de 14 dias pode não ser viral</p><p>Agente etiológico: astrovírus, calicivírus, adenovírus entérico, norovírus, rotavirus grupos A, B e C</p><p>Ficar atenta a sinais como sangue nas fezes, hipotensão, desorientação e sinais de peritonite</p><p>Diagnóstico é clínico</p><p>HIV/AIDS</p><p>Vírus da imunodeficiência humana, com genoma de fita simples de RNA, da família Retroviridae. Ele ataca diretamente o sistema imune do hospedeiro atingindo diretamente o TCD4 destruindo-o e deixando o organismo a mercê de outras doenças e desenvolvimento da AIDS</p><p>O vírus faz linfadenopatia, assim como vírus que fazem transcriptase reversa – os sintomas parecem da síndrome de mononucleose</p><p>Devemos ficar atentos se o paciente chegar com uma perda de peso inexplicada, diarreia crônica por mais de um mês, febre persistente inexplicada por mais de um mês, candidíase oral persistente etc</p><p>Como é uma síndrome de imunodeficiência, pode ser que quando o paciente tenha AIDS, possa ter outras doenças cursando junto porque a imunidade fica baixa</p><p>Causa um infiltrado intersticial bilateral difuso de acometimento pulmonar onde não era comum ter esse tipo de infecção – pneumocistose</p><p>O vírus é composto por glicoproteína transmembrana (GP41 – faz a fusão da membrana do vírus com a membrana do hospedeiro) + glicoproteína de acoplamento (GP120 - acopla linfócito TCD4 e forma anticorpos) + membrana lipídica + transcriptase reversa</p><p>Se divide em HIV-1 e HIV-2. A HIV-1 é 90% das infecções e é o responsável pela epidemia de HIV e HIV-2 é encontrado na África e Oriente Médio</p><p>Os dois possuem o mesmo meio de transmissão. Porém, sabe-se que o HIV-2 é menos infeccioso que HIV-1 e está associado a menores níveis de viremia e, pacientes infectados por HIV-2 há uma menor liberação de vírus pela região genital tornando a infecção genital menos eficiente</p><p>Ciclo vital do HIV na célula humana: conhecer cada etapa do ciclo é importante porque existe um medicamento para cada etapa.</p><p>1. Ligação de glicoproteínas virais pelo GP120 ao receptor específico da superfície celular principalmente linfócitos TCD-4 (adsorção)</p><p>2. Fusão do envelope do vírus com a membrana da célula hospedeira – fusão das membranas pela GP41</p><p>3. Liberação do ‘’core’’ (núcleo) do vírus para o citoplasma da célula hospedeira (linfócito) - desnudamento</p><p>4. Transcrição do RNA viral em DNA complementar pela transcriptase reversa porque o RNA viral tem fita simples e para entrar nas nossas células, precisa ter fita dupla como o DNA complementar</p><p>5. Transporte do DNA complementar formado para o núcleo da celula onde pode haver integração no genoma celular (provírus) pela enzima integrase ou a permanência em forma circular, isoladamente – integra o DNA viral com DNA do hospedeiro</p><p>6. O provírus é reativado e produz RNA mensageiro viral indo para o citoplasma da célula</p><p>7. Proteínas virais são produzidas e quebradas em subunidades por intermédio da enzima protease</p><p>8. As proteinas virais produzidas regulam a sintese de novos genomas virais, e formam a estrutura externa de outros vírus que serão liberados pela celula hospedeira</p><p>9. o vírion recém formado pela enzima protease é liberado para o meio circundante da célula hospedeira podendo permanecer no fluído extracelular ou infectar novas células</p><p>RESUMO DO CICLO: O vírus chega na célula humana e se encontra com o receptor linfócito TCD4 na superfície pela GP120 (faz adsorção), se conecta a membrana celular do hospedeiro pela GP41 (fusão) e é ‘’desmontado’’ liberando a transcriptase reversa e seu RNA viral no citoplasma do hospedeiro. A transcriptase reversa pega o RNA viral e transcreve em DNA complementar para entrar no núcleo da célula humana. Lá dentro, encontra uma enzima chamada integrase que integra o DNA viral com DNA humano e ele começa a dominar o local, e o DNA da célula infectada agora produz RNA viral, assim como proteínas que são necessárias para formar um novo HIV. Forma-se um novo vírus chamado provírus a partir do RNA e de segmentos curtos de proteína que é, posteriormente, liberado através da membrana celular envolvendo-se em um fragmento desta e apertando</p><p>a célula infectada (brotamento). Porém, para ser capaz de infectar novas células, esse vírus recém formado precisa amadurecer (virar um vírion) e so consegue amadurecer quando outra enzima do HIV (a protease) corta as proteínas estruturais dentro do vírus, fazendo com que estas se reorganizem (reorganizando as proteínas para que ela amadureça) e virem um vírus ‘’maduro’’</p><p>Transmissão: sexual, ocupacional, acidental, transfusional e vertical</p><p>Testes diagnósticos: para detectarmos anticorpos podemos usar ELISA, Western-blot, imunofluorescência indireta e radioimunopreciptação, pode ser pela detecção de antígenos pela pesquisa de antígeno p24, pela carga viral ou amplificação do genoma do vírus pelo PCR</p><p>O exame padrão-ouro para o diagnóstico de HIV é o teste imunoenzimático (ELISA) combinado com o teste confirmatório de Western blot (Imunoblot), sendo altamente sensíveis e específicos para detectar anticorpos anti-HIV ou proteínas virais em uma amostra de sangue.</p><p>Nesses testes, não existe falso negativo, se der negativo é porque realmente não existe o vírus ali, mas se der positivo recomenda-se realizar um segundo teste, se os dois derem positivo fechamos diagnostico. Quando fizermos o segundo teste, esse precisa ser de outro laboratório, por exemplo. Se o segundo que fizer der negativo, fazemos Western Blot para entender essa discordância</p><p>A infecção pelo HIV pode ser dividida em quatro fases clínicas:</p><p>1. Infecção aguda: ocorre a incubação do HIV (tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença). Esse período varia de três a seis semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV, dessa maneira, não da para identificarmos através de ELISA ou Western Blot, apenas por PCR pela carga viral específica. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.</p><p>2. Fase assintomática que também é conhecida como latência clínica: Há forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas isso não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Pode durar anos. Como já há interação do vírus com as células do hospedeiro, já há produção de anticorpos que podem ser identificados por ELISA e Western Blot</p><p>3. Fase sintomática inicial ou precoce: Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4+ (glóbulos brancos do sistema imunológico) que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Os sintomas mais comuns nessa fase são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.</p><p>· Aids (doença causada pelo HIV): Quem chega a essa fase, por não saber da sua infecção ou não seguir o tratamento indicado pela equipe de saúde, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer como o sarcoma de Kaposi. Nascemos com 2.000 celulas TCD4 e com o HIV vai decaindo 100-150 por ano. Abaixo de 500 células, já começamos a ter doenças oportunistas. Abaixo de 250 já temos AIDS</p><p>A quantificação dos linfócitos T CD4+ é obtida por volume de sangue e os valores abaixo de 500 células/ mm³, ou inferiores a 24%, são considerados alterados. Paciente com contagem de células abaixo de 200 células/mm³ estão suscetíveis a doenças oportunistas, como pneumocistose e a toxoplasmose</p><p>Prevenimos a HIV porque a AIDS está um pouco fora de controle nosso</p><p>A sintomatologia é variável, a maioria dos pacientes apresentam febre, fadiga, exantema etc mas pode ser que tenham outros sintomas como cefaleia, linfadenopatia occipital etc</p><p>Como a AIDS é uma doença de imunodeficiência, há algumas doenças que podem se apresentar durante esse momento como pneumonia bacteriana, candidíase, herpes, tuberculose, sarcoma de Kaposi</p><p>Infecções oportunistas mais comuns: meningite, candidíase, toxoplasmose cerebral e pneumocistose</p><p>O HIV pode acarretar algumas manifestações clínicas diretamente como a nefropatia (proteinúria intensa e hipoalbunemia), alterações neurológicas (perda de memória, lentificação psicomotora e deficit de atenção em fase inicial a demência causada pelo HIV) e cardiomiopatia (pericardite ou HAP)</p><p>Medicamentos antirretrovirais:</p><p>· Existem medicamentos inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa (ITRN): atuam na enzima, incorporando-se na cadeia de DNA formada por ela tornando essa cadeia defeituosa impedindo que o vírus se reproduza. Dessa maneira, ele não consegue adentrar ao núcleo da célula humana e contaminar. Ex: Didanosina, Estavudina etc</p><p>· Existem medicamentos inibidores não nuclesídeos da transcriptase reversa (ITRNN): bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. Ex: Efavirenz, Nevipina etc.</p><p>· Inibidores de protease (IP): atuam na enzima bloqueando-a e impedindo a produção de novas cópias de células infectas</p><p>· Inibidores de fusão: impedem a entrada do vírus na célula do hospedeiro (gp41)</p><p>· Inibidores da integrase (INI): bloqueiam a ação da enzima integrase responsável pela inserção do DNA do HIV no DNA humano. Ex: Raltegravir</p><p>Tratamento: Na terapia inicial, devemos sempre incluir combinações de três antirretrovirais sendo dois ITRN (inibidor da transcriptase reversa análogo de nucleotídeo) como Lamivudina (3TC) e Tenofovir (TDF) associados a uma outra classe de antirretrovirais como INI (inibidor da integrase)– essa combinação é o que chamamos de coquetel</p><p>Esquema padrão HIV-1: Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Dolutegravir (DTG)</p><p>TDF e 3TC são inibidores da transcriptase reversa nucleosídeos (ITRN) e Dolutegravir é inibidor da integrase (INI)</p><p>DRV é inibidor da protease (IP) já que é sensível a alguns</p><p>Janela imunológica: é o intervalo de tempo decorrido entre a infecção pelo HIV até a primeira detecção de anticorpos anti-HIV produzidos pelo sistema de defesa do organismo. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias.</p><p>Carga viral: exame realizado em laboratório, onde se monitora a quantidade de vírus presente no sangue do paciente infectado. O procedimento é obtido por uma técnica chamada PCR-RT a fim de orientar o tratamento.</p><p>RETROVIROSES</p><p>CASO REAL: Paciente HIV+, CD4 alto, lesões de pele há cerca de 3 anos (xerodermia com dermatite), paraparesia espástica, bexiga neurogênica, insuficiência renal crônica, necessidade de terapia dialítica. Solicitado HTLV1/2 (retrovírus) que deu positivo.</p><p>HTLV é um retrovírus da família Retroviridae e está distantemente relacionado ao vírus HIV. Ao contrário do HIV que é citopático para as células TCD4, o HTLV imortaliza as células T do sangue periférico humano</p><p>São vírus de RNA que possuem uma enzima transcriptase reversa que converte RNA viral em RNA/DNA compatível com a célula hospedeira - O fluxo normal de informações genéticas flui do DNA para o RNA e para a proteína; ao inverter esse processo, a transcriptase reversa faz uma cópia de um DNA de fita dupla (DNA complementar) do genoma do RNA viral de fita dupla. O DNA viral recentemente criado se integra ao genoma da célula hospedeira infectada.</p><p>As retroviroses são HTLV 1 e 2 e HIV</p><p>O HTLV-I e o HTLV-II são copatógenos frequentes em indivíduos infectados pelo HIV, principalmente nas grandes áreas metropolitanas onde o uso de drogas injetáveis é um modo comum de transmissão. Em um estudo, inexplicavelmente, verificou-se que a coinfecção por HTLV melhorou a sobrevida e retardou a progressão da AIDS. Entretanto, ficou evidente que houve um aumento na frequência de complicações associadas ao HTLV, incluindo PET/MAH e neuropatia periférica. A dinâmica das coinfecções retrovirais é complexa. Embora o HIV-1, o HTLV-I e o HTLV-II compartilhem um tropismo preferencial por células T, os efeitos virológicos são distintos em cada um desses vírus. O HIV-1 é altamente citopático para as células T CD4+, enquanto</p><p>HTLV-I e o HTLV-II não são citopáticos e têm um grande potencial para provocar proliferação clonal e transformação de células T.</p><p>HTLV 1 implica em doenças como:</p><p>· Linfoma cutâneo de células T do adulto chamado de micose fungoide</p><p>· Linfomas/leucemia de células T do adulto</p><p>· Doença de Sezary que é um linfoma não Hodgkin de células T</p><p>· Síndrome neurodegenerativa sendo manifestações neurológicas como paraparesia espástica tropical (TST) ou mielopatia associada ao HTLV (HAM)</p><p>Já HTLV 2 está pouco evidenciado como causador de doença</p><p>O gênero masculino, geralmente, faz as neoplasias relacionadas a HTLV (linfoma de células T adultas – ATLL e linfoma não Hodgkin (doença de Sezarry) e as mulheres fazem HAM/TST (alterações neurológicas como mielopatia associada ao HTLV e a paraparesia espástica)</p><p>Japão é o país mais endêmico para os casos de HTLV, mas ocorre, também, no caribe, américa do sul e ilhas da melanésia</p><p>Transmissão:</p><p>· Vertical (a mais comum)</p><p>· Relação sexual</p><p>· Transfusões de sangue</p><p>A transmissão de retrovírus para os seres humanos se caracteriza pela exposição parenteral ou íntima das membranas mucosas ao vírus. A transmissão por fômites é improvável levando-se em conta que, logo após a saída do corpo humano, o invólucro lipídico dos retrovírus é facilmente danificado pela exposição a temperaturas elevadas, detergentes, desinfetantes químicos e através da secagem. Em resumo, O HTLV-I e HTLV-II (assim como o HIV-1) são transmitidos através dos líquidos genitais; através do sangue (por meio de transfusões, transplantes de órgãos ou por agulhas contaminadas); ou de mães para os filhos através do leite materno, em que há uma quantidade abundante de células T CD4+ infectadas pelo HTLV-I. Existem relatos de casos raros de transmissão in útero.</p><p>Fisiopatologia: uma vez infectadas, as células CD4+ produzem CCL22 que atrai mais células CD4+ que expressam CCR4. Preferencialmente, o HTLV-I infecta as células T, principalmente as células T CD4+. Aparentemente, o HTLV-II tem preferência pelas células T CD8+, embora o cDNA viral integrado também possa ser encontrado nas células T CD4+. Entretanto, a entrada de HTLV-I e HTLV-II no interior das células T CD8+ e T CD4+ não depende do receptor de CD4 ou CD8. O HTLV-I e o HTLV-II compartilham o tropismo para uma variedade de células não linfoides, sugerindo a possibilidade de que esses vírus utilizem um receptor celular mais amplamente distribuído para ligação e penetração na célula de hospedeiro. A replicação eficiente do HTLV-I e do HTLV-II no interior das respectivas células-alvo segue o paradigma da retrovirologia dos mamíferos. Após a penetração do vírus na célula T, o RNA viral de fita única é copiado no híbrido RNA/DNA por meio da enzima transcriptase reversa viral. A seguir, após a degradação do modelo de RNA, a transcriptase reversa copia o DNA de fita única no interior de um híbrido RNA/DNA em diversas etapas. Na sequência, o DNA completo de fita dupla circula e se manifesta em uma forma epissomal não integrado ou é transportado para o interior do núcleo da célula e se torna integrado dentro do genoma do hospedeiro em sítios aleatórios</p><p>https://www.youtube.com/watch?v=eS1GODinO8w</p><p>Tem alta estabilidade genética por conta do seu modo de replicação</p><p>Diagnostico: ELISA, Western Blot (não da para saber qual é o tipo viral, apenas se há anticorpos) e PCR (método de preferência porque determinar o estado infeccioso, distingue entre HTLV1 e 2)</p><p>Tratamento: não há tratamento específico. Mas, há um ‘’tratamento’’ chamado pulsoterapia com corticoide para paraparesia espástica com metilpredinisona que é para evitar o progresso da doença, ai fazemos 1g 1x ao dia por 3 dias e depois, predinisona ou predinisolona 5mg 1x ao dia pelo resto da vida. Para HAART, tratamos com terapia antiretroviral de alta atividade, mas não tem ação contra HTLV. Em casos de linfoma/leucemia, tratamos com quimio. HAM/TSP fazemos fisioterapia</p><p>(Pulsoterapia com corticoide para paraparesia espástica: metilpredinisolona + predinisona ou predinisolona pelo resto da vida)</p><p>Além do HTLV 1 e 2, tem outros tipos de retrovírus humanos como o HTLV 3 e 4, mas esses são contaminados em pessoas que invadem florestas e tem contato com símios (um tipo de macaco), mas são retrovírus recém descobertos e não conhecemos eles a fundo, ainda não foram associados a alguma doença. Ademais, há o vírus espumoso humano que induzem efeitos citopáticos típicos em células cultivadas, com formação de sincícios, ainda não foi detectada nenhuma ligação causativa entre o vírus espumoso e doenças em seres humanos</p><p>https://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/6574/outras_infeccoes_retrovirais_humanas_alem_da_infeccao_por_hiv.htm</p><p>SEPSE</p><p>Também conhecida como septicemia ou infecção generalizada</p><p>É definida como disfunção orgânica ameaçadora a vida, secundária a resposta desregulada do hospedeiro perante uma infecção. É uma resposta exacerbada do sistema imune para com aquela infecção no corpo</p><p>Sepse é diferente de choque séptico. Choque séptico é uma sepse que evoluiu com hipotensão não corrigida com reposição volêmica e sepse é uma infecção suspeita associada a disfunção orgânica</p><p>É importante destacar que o novo conceito de sepse (Sepse 3), além de caracterizá-la como infecção acompanhada de disfunção orgânica, antes considerada sepse grave (Sepse 2), alterou os critérios para reconhecimento do paciente séptico, sendo necessários dois dos seguintes critérios: alteração do estado mental, elevação de frequência respiratória e queda da pressão arterial sistólica (qSOFA). Da mesma maneira, e conforme comentado anteriormente, choque séptico seria a combinação de hipotensão refratária à reposição volêmica com necessidade do uso de substâncias vasopressoras e elevação de lactato.</p><p>Existem triagens através de variáveis clínicas que são usadas para o rastreamento da sepse como critério de SIRS (síndrome da resposta inflamatória sistêmica), sinais vitais, sinais de infecção, critérios do escore avaliação sequencial da disfunção orgânica rápida etc.</p><p>A infecção pode se dar de algumas maneiras:</p><p>Essas funções orgânicas dizem respeito a disfunção de órgãos como febre, função cardíaca comprometida, baixa saturação, hipotensão, perfusão renal etc</p><p>O critério SIRS se dá pela observação de alguns sinais clínicos no paciente caracterizadas como disfunções orgânicas como:</p><p>· Hipotensão</p><p>· Oligúria (<0,5ml/Kg/h)</p><p>· Relação PaO2/FiO2 <300mmHg</p><p>· Contagem de plaquetas <100.000/mm3</p><p>· Acidose metabólica inexplicável</p><p>· Rebaixamento do nível de consciência</p><p>· Aumento significativo de bilirrubinas</p><p>Porém, a ausência dos critérios SIRS não exclui o diagnóstico de sepse porque alguns pacientes como idosos e imunossuprimidos podem não apresentar esses sinais (IPC)</p><p>A SIRS se caracteriza pela presença de ao menos dois dos seguintes critérios clínicos:</p><p>· Temperatura corporal > 38 °C (febre) ou <36 °C (hipotermia)</p><p>· Frequência respiratória > 20 incursões respiratórias/minuto (taquipnéia) ou uma pressão parcial de CO2 no sangue arterial < 32mmHg.</p><p>· Frequência cardíaca > 90 batimentos cardíacos/minuto.</p><p>· Aumento ou redução significativos do número de células brancas (leucócitos) no sangue periférico (>12.000 ou <4.000 células/mm3), ou presença de mais 10% leucócitos jovens (bastões).</p><p>Protocolo: dosagem do lactato (é um marcador complementar que ajuda no diagnóstico e gestão da sepse e choque séptico – quando paciente está tendo sepse, aumenta o lactato por baixa oferta de O2) + verificar PAM + ressuscitação inicial (com líquidos IV, as vezes vasopressores para otimizar a saturação venosa central e pre carga para diminuir os níveis séricos de lactato) + verificar a infecção para escolha de antibióticos dependendo da patologia do paciente que causou a sepse, tempo para início da dosagem de antibióticos é até 1h, biomarcadores para iniciar antibiótico</p><p>Tem escalas como NEWS, MEWS, qSOFA que dizem a gravidade da sepse do paciente</p><p>Os autores propõem como critério operacional de disfunção orgânica para definir sepse a mudança maior ou igual a 2 pontos no escore SOFA. Choque</p><p>séptico passa a ser considerado um subgrupo de pacientes com sepse, nos quais as anormalidades circulatórias e celulares/metabólicas são importantes o suficiente para elevar substancialmente a mortalidade. Em termos operacionais, choque séptico seria o quadro de sepse com necessidade do uso de fármacos vasopressores para manter a pressão arterial média (PAM) maior ou igual a 65 mmHg e lactato acima de 2 mmol/l (18 mg/dl) apesar de adequada reposição volêmica.</p><p>NEWS: escala sensível para tomada de decisão. Verificamos as disfunções do paciente de acordo com a tabela e temos uma noção da gravidade dele</p><p>Como critério para identificação do paciente com suspeita de sepse e choque séptico é proposto o Quick SOFA (qSOFA), composto de elevação de frequência respiratória, alteração do estado mental e queda da pressão arterial sistólica.</p><p>É importante a ressuscitação volêmica com fluidos sendo crucial para estabilização da hipoperfusão tecidual induzida pela sepse e no choque séptico. Sugerimos que pelo menos 30ml/kg seja administrado por via intravenosa nas primeiras 3h de ressuscitação</p><p>A PAM é recomendada uma meta inicial de 65mmHg em relação as metas de PAM mais altas</p><p>;</p><p>O que precisamos saber sobre sepse: mecanismos da sepse + resposta exacerbada + resposta inflamatória + mecanismos que levam exacerbação</p><p>ENTEROBACTÉRIAS</p><p>São bacilos gram negativos não esporulados, maioria possui flagelo fermentadores de glicose</p><p>A maioria dos gêneros têm em comum, além da morfologia, características como motilidade peritríquia (presença de flagelos), com exceção de alguns representantes que são imóveis (Shigella spp., Klebsiella spp., Yersinia spp., por exemplo), não formam esporos, crescem bem em ágar MacConkey, tanto em ambiente aeróbio como anaeróbio; são catalase-positivos (são capazes de transformar peróxido de orcigênio em 02 e H20 porque o peróxido é toxico para essas células), oxidase-negativos e reduzem nitrito a nitrato.</p><p>As enterobactérias podem causar síndromes específicas no ambiente comunitário como disenteria (Shigella spp.), colite hemorrágica (E. coli O157:H7), febre tifoide (Salmonella sorotipo Typhi), salmonelose (Salmonella spp.), peste negra (Yersinia pestis), infecções do trato urinário baixo (E. coli uropatogênica; UPEC) e pneumonia aspirativa associada ao alcoolismo (K. pneumoniae). Além dessas síndromes, o acometimento do trato gastrintestinal é uma característica peculiar de alguns representantes desse grupo.</p><p>É da familia Enterobacteriaceae</p><p>Tem propriedades bioquímicas, estruturas antigênicas, hibridização e sequenciamento de ácidos nucleicos</p><p>Patógenos primários: são aqueles que normalmente não fazem parte da nossa microbiota</p><p>Oportunistas: são aqueles já convivem na nossa microbiota, mas que são presentes onde normalmente não ocorrem ou também quando coloniza indivíduos imunocomprometidos ou em idades extremas</p><p>Esta diretamente relacionada a microbiologia clínica, isso porque +/- 20 especieis estão associadas a 95% das infecções, cerca de 35% das septicemias, 70% das ITUs, infecções gastrintestinais e meningite</p><p>São bactérias chamadas de ubiquitários porque vivem no solo, agua vegetal e microbiota do trato intestinal de animais e homem</p><p>FATORES DE VIRULÊNCIA:</p><p>São estruturas, produtos ou estratégias que as bactérias utilizam para “driblar” o sistema de defesa do hospedeiro e causar uma infecção</p><p>Endotoxina ou lipopolissacarídeo (LPS) é uma forma de um açúcar. É uma substância ligada à parede celular das bactérias gram-negativas com o propósito de manter a integridade das suas paredes celulares. A endotoxina é o principal componente da parede celular e é extremamente importante para a sobrevivência celular das bactérias.</p><p>O nome endotoxinas se dá pelo efeito tóxico que provocam em outros organismos. Ao entrarem na corrente sanguínea causam reações no sistema imune e a ativação de diferentes cascatas de reações não celulares em seus hospedeiros como febre, franqueza, dores e choque; todas produzem os meios efeitos</p><p>Características endotoxinas:</p><p>a) São parte integral da parede bacteriana</p><p>b) Liberadas na morte bacteriana</p><p>c) Estão presentes apenas em bactérias Gram-negativas</p><p>d) Tem natureza lipopolissacarídica (lipídeo A)</p><p>e) Fracamente imunogênicas e não são convertidas a toxóides</p><p>Todas as gram negativas têm endotoxinas (ou lipopolissacarídeos) que é um fator de virulência responsável por muitas manifestações sistêmicas das infecções por gram negativas, são capazes de ativar o complemento liberando citocinas, leucocitose, trombocitopenia, coagulação intravascular disseminada, febre, diminuição da circulação periférica, choque e morte</p><p>Uma vez dentro do corpo humano, as células de defesa natural, como os macrófagos e os monócitos, reconhecem as bactérias como corpos estranhos. Este processo de reconhecimento é mediado pelos antígenos das bactérias, que incluem os antígenos O dos LPS. Em determinadas ocasiões, as bactérias conseguem evitar de ser destruídas, mas, geralmente, são degradadas pelas células de defesa do corpo humano. Uma vez degradadas, as endotoxinas armazenadas dentro da bactéria entram na circulação e produzem efeitos prejudiciais. As células de defesa do corpo humano também liberam substâncias que bloqueiam os efeitos negativos das endotoxinas.</p><p>A cascata de complemento, através de substâncias como C3a e C5a, produz a liberação de histamina, substância responsável pela resposta alérgica. A cascata de complemento, em geral, produz vasodilatação e inflamação.</p><p>Lipopolissacarídeos (LPS): é a endotoxina mais clássica. Produzem febre, alterações vasculares e ação direta sobre os mecanismos das reações de hipersensibilidade não específica. Sabe-se que os LPS podem levar a pessoa que contrai a infecção, num curto espaço de tempo, a um choque séptico.</p><p>Quando uma bactéria Gram-negativa invade o tecido e libera quantidades moderadas de endotoxinas, a formação de produtos de macrófagos pode ajudar a erradicar a infecção imediata, gerando uma resposta localizada e controlada que serve para o restabelecimento e ajuda a proteger o organismo hospedeiro contra outros ataques microbianos. Contudo, geralmente ocorrem efeitos letais quando a bactéria entra na corrente circulatória. Neste meio, elas se multiplicam rapidamente e, quando a infecção é severa, acumula grande quantidade de endotoxinas no sangue, induzindo macrófagos por todo o organismo. Assim, há uma liberação maciça de mediadores que dão início à hipotensão, hipóxia tissular e morte, caracterizando o choque séptico.</p><p>Fimbrias: Tem a função de ligar a bactéria a célula infectada através de adesinas (adesinas bacterianas)</p><p>Existem sistemas de secreção nas bactérias que são responsáveis por secretar enzimas hidrolíticas e proteínas de patogenicidade como T1SS, T2SS, T3SS, T4SS, T5SS e T6SS. Na ausência da T3SS, a bactéria perde sua virulência</p><p>Ilhas de patogenicidade constituem segmentos de DNA inseridos no cromossomo bacteriano, que atribuem uma variedade de características de virulência aos microorganismos que a possuem. Dentre as propriedades conferidas pelas PAIs destacam-se a capacidade de aderir e invadir o epitélio da célula hospedeira, produzir toxinas, captar ferro do meio ambiente e sintetizar o sistema de secreção tipo III, dispositivo molecular que permitem a translocação de moléculas efetoras para o interior da célula hospedeira. A capacidade de adquirir propriedades patogênicas em um único evento genético permite a evolução, bem como o surgimento de microorganismos patogênicos</p><p>Sideróforos: são quelantes de ferro do hospedeiro. São substâncias bacterianas que retiram o ferro necessário as bactérias, de complexos do organismo como a ferritina, lactoferrina, transferrina e hemina. Promovem esse sequestro e aquisição através da remoção do ferro de proteínas carreadoras</p><p>Hemosilinas: causam ruptura de células do hospedeiro. Capturam ferro obtido da lise de eritrócitos</p><p>Variação de fase antigênica: a expressão dos antígenos capsulares K e flagelares H estão sob controle genético do micro-organismo. Cada um deles pode ser alternadamente expresso</p><p>ou não (variação de fase), é uma característica que protege a bactéria da morte mediada pelo anticorpo. O anticorpo vai até a bactéria achando que o antígeno capsular é o K, mas na verdade é H (ou vice versa) e acaba não podendo atingir sua função deixando a bactéria escapar</p><p>Exotoxinas: Na sua larga maioria, as exotoxinas são liberadas pela maioria das bactérias dos géneros Gram positivos. Exceção a esta regra são as bactérias da espécie Listeria monocytogenes que produz endotoxinas. Algumas bactérias Gram-negativas como as das espécies Vibrio cholerae, Escherichia coli, entre outras deste grupo, também são produtoras de exotoxinas. Se divide em 3 grupos de acordo com suas interações com a célula do hospedeiro: superantígenos e toxinas ST, toxinas que danificam a membrana do citoplasma, toxina diftérica, toxina colérica, LT, Shiga, botulínica, tetânica, pertussis etc. Afetam as funções celulares, células nervosas e trato gastrointestinal</p><p>As exotoxinas são substâncias de natureza proteica que são produzidas por microrganismos e excretadas para o exterior da bactéria, ao invés das endotoxinas que fazem parte do corpo celular da própria bactéria, mais precisamente na constituição da parede celular.</p><p>ESCHERICHIA COLI:</p><p>É a espécie mais importante do gênero das enterobactérias e mais versátil também porque possui outras espécies como hermannii, vulneris etc</p><p>Ela é tanto comensal quanto oportunista:</p><p>· Comensal: faz parte da nossa microbiota normal, do cólon, e sua presença no intestino contribui para o seu normal funcionamento. Se observarmos a presença dela na agua, é um indicador de contaminação fecal</p><p>· Oportunista: quando ela vira um patógeno potencial para humanos por ser capaz de propagar inúmeras doenças e para quase todas as espécies animais</p><p>Embora E. coli seja capaz de habitar o trato gastrintestinal de mamíferos sem causar-lhes danos, existem isolados patogênicos que apresentam fatores de virulência específicos.</p><p>Quando crescida em MacConkey, observamos uma colônia seca, rosa (por conta da lactose positiva) com área rosa ao redor</p><p>Capaz de causar septicemias, mastite, abortamentos, endometrite, cistite, nefrite, osteomielite, artrite, endocardite, pneumonia, conjuntivite etc.</p><p>Existem tipos de E. coli especializadas, chamadas de patótipos que causam infecções gastrintestinais, como:</p><p>· Enterotoxigênica (ETEC): a conhecida diarreia do viajante, geralmente ocorre em viajantes que consomem água ou alimentos contaminados em áreas onde a água não é adequadamente purificada. A E. coli se adere aos enterócitos do intestino delgado e induz diarreia aquosa pela secreção das enterotoxinas Lt1 e LT2 e Sta e STb. Causa desidratação, acidose metabólica e morte.</p><p>· Enteropatogênica (EPEC): mais frequente. Acomete lactentes e crianças, tem surtos em berçários de hospitais e creches. Causam fezes com muco, mas sem sangue. Aderem aos enterócitos do intestino delgado e destroem a arquitetura das microvilosidades, induzindo a formação de lesões do tipo attaching/effacing, causando assim a resposta inflamatória e diarréia. Destaca-se pela gravidade da doença e pela complexidade de sua patogenicidade. Esse patógeno foi inicialmente identificado como causador de surtos devastadores de gastroenterites em neonatos e ainda permanece como principal agente causador de diarreia em crianças nos países em desenvolvimento</p><p>· Enteroagregativa (EAEC): adere ao epitélio do intestino delgado e grosso em um biofilme espesso e elabora enterotoxinas e citotoxinas secretoras, causando diarreia aquosa persistente por mais de 2 semanas.</p><p>· Enterohemorrágica (EHEC): também conhecida como E. coli produtora de toxina Shiga. causa uma diarreia hemorrágica e síndrome hemolítico-urêmica. Induz a lesão do tipo attaching and effacing no cólon. Elabora a toxina de Shiga</p><p>· Enteroinvasiva (EIEC): invade a célula epitelial do cólon, lisa o fagossomo e se move através das células por nucleação microfilamentos de actina. Produz disenteria (diarreia aquosa com sangue) devido a invasão e destruição da mucosa intestinal. Não é capaz de fermentar lactose</p><p>COLISEPTICEMIA: presença de E. coli no sangue. A patologia dessa doença ainda não é elucidada, mas acredita-se que a endotoxina desempenha um papel importante</p><p>SALMONELLA</p><p>Produz infecções clínicas pelas salmoneloses</p><p>Acomete o trato gastrointestinal e pode causar sepse, gastroenterite aguda ou intoxicação alimentar, febre tifóide (salmonella Typhi) e outras febres entéricas, bacteremia, envolvimento do sistema RE particularmente no fígado, baço, intestino, mesentério. Todas as espécies causam disenteria bacilar (fezes com sangue, muco e numerosos leucócitos)</p><p>Fonte = animais de estimação, ovos e carne de frango mal cozidos, utensílios de cozinha contaminados</p><p>Ocorre de 8 a 36h após a ingestão</p><p>Requer uma alta carga microbiana para infecção</p><p>Tem duas espécies de salmonella (entérica e bongori) e mais de 2501 sorotipos</p><p>Os fatores de virulência da salmonella são os flagelos, T3SS-1 e T3SS-2 que são capazes de invadir o epitélio e sobreviver nas células mononucleares. São capazes de sequestrarem ferro da célula hospedeira</p><p>A vesícula biliar é o local de refúgio dos organismos da salmonella. Dessa maneira, a remoção dela pode ser a única solução para o estado de portador</p><p>SHIGELLA sp</p><p>São microrganismos não móveis, não produz gás através da fermentação da glicose</p><p>É responsável por infecções caracterizadas pela presença de muco e sangue nas fezes acompanhada de dor e febre.</p><p>Diagnostico laboratorial das enterobactérias: a maioria dos laboratórios utilizam Agar sangue + um meio seletivo/diferencial podendo ser o MacConkey (é um ágar seletivo e diferenciador que cultiva apenas espécies bacterianas gram-negativas). Para exame de fezes, podemos usar meios altamente seletivos como Hektoen Entérico (HE), XLD ou SS juntamente a MacConkey. Podemos usar, também, testes bioquímicos como sistema de identificação miniaturizado (API)</p><p>https://www1.ibb.unesp.br/Home/Departamentos/MicrobiologiaeImunologia/5_aula_enterobacteriaceae.pdf</p><p>COCOS GRAM NEGATIVOS DE INTERESSE MÉDICO</p><p>FAMÍLIA NEISSERIACEAE</p><p>Composto pelos gêneros Neisseria (neisseria gonorrhoea e neisseria meningitidis), Moraxella, Kinglla e Acinetobacter</p><p>São em pares e imóveis</p><p>São cocos gram negativos patogênicos para o homem e encontrados no interior de PMN (leucócitos polimorfonucleares), possuem capsula polissacarídica</p><p>Os gonococos (infecção pelo gênero gonorrhoeae que causa gonorreia) tem plasmídeos e os meningococos raramente tem – vantagem para mutação e transferência de material genético</p><p>Fermentam carboidratos produzindo ácido sem gás e produzem oxidase</p><p>Neisseria gonorrhoeae:</p><p>· Gono = semente e rhoia = fluxo (fluxo de esperma) – é uma doença que apenas acomete humanos, pélvica inflamatória que pode causar uretrite aguda e purulenta. Se propaga pelo ato sexual e transmissão vertical</p><p>· São oxidase positiva = usam o oxigênio como aceitador de elétrons na respiração aeróbica</p><p>· Sensíveis a penicilina</p><p>· Tem nutrição completa, utilizam carboidratos e fermentam somente glicose</p><p>· Diplococo gram negativo microaerófilo</p><p>· Utilizam as fímbrias como adesinas, são produtoras de beta lactamase (o que pode dificultar o trabalho das Penicilinas), produzem proteases e resistentes ao soro</p><p>· Fatores de virulência: fimbrias, proteínas, LPS (atigênicas e tóxicas) e proteases que degradam as mucosas humanas</p><p>· Afetam o trato genitourinário, olhos, reto e garganta podendo produzir supuração aguda com invasão tecidual, inflamação e fibrose</p><p>· Em homens podem causar micção dolorosa com pus cremoso amarelado, em mulheres infecção primária endocervical com corrimento muco-purulento e em neonatos podem causar oftalmia neonatal gonocócica, infecção ocular do recém-nascido (produz conjuntivite e até mesmo levar a cegueira)</p><p>· O diagnostico se da pela amostra (pus e secreção), bacterioscopia (cultura é o meio de Thayer-Martin) e na sorologia mostrando anticorpos contra fímbrias e proteínas de membrana externa detectados por immunoblotting, radio-imunoensaio e ELISA</p><p>Neisseria meningitidis:</p><p>·</p><p>Tem 13 sorotipos identificados e cada um associado a uma doença</p><p>· Encontramos os antígenos no sague e/ou líquido cefalorraquidiano</p><p>· Humanos são os únicos hospedeiros naturais, podem fazer parte da microbiota transitória sem produzir sintomas</p><p>· Nasofaringe corrente sanguíneoa bacteremia (similar a infecção VAS com febre alta e erupção cutânea hemorrágica, rigidez de nuca, vômitos, meninges inflamadas, trombose e coma)</p><p>· Todas as cepas apresentam proteínas II ou III que são análogas a proteína I dos gonococos</p><p>· Fatores de virulência: capsula polissacarídica, proteases como IgA, pili, LPS toxigênico</p><p>· Diagnóstico laboratorial: amostras de sangue e liquor, coloração de gram (cultura de agar chocolate com vancomicina, colistina ou anfotericina)</p><p>· Existe vacina (univalente é boa para tipo A e C mas é fraca para tipo B e vacina tetravalente é para os tipos A, C Y, W-135). Elaboradas do material capsular</p><p>Tratamos cocos gram negativos com cefalosporina de 3 geração (ceftriaxona)</p><p>FAMÍLIA VEILLONELLACEAE</p><p>Gênero Veillonella</p><p>· Cocos anaeróbios gram-negativos</p><p>· Microbiota residente bucal, trato respiratório superior, trato gastrointestinal e vaginal</p><p>· Tem 8 subespécies (veillona parvula associada com processos infecciosos)</p><p>· Diplococos ou formando pequenas cadeias</p><p>· Não fermentam carboidratos e produzem ácido acético e propiônico</p><p>· Podem ou não produzir catalase</p><p>· Reduz nitrato a nitrito</p><p>· Seu papel como patógeno ainda não está definido</p><p>· Fatores de virulência pouco definidos</p><p>· Observados em abscessos, pneumonias e sinusites</p><p>· Tratamento é a penicilina, mas há produção de beta-lactamases</p><p>· Resistente a vancomicina, ciprofloxacina e tetraciclina</p><p>HEPATITES</p><p>O maior causador de danos no fígado é o álcool e mais acomete homens que mulheres, mas em mulheres a progressão da doença é pior pela sua menor tolerância ao álcool</p><p>Da classe medicamentosa, os que mais causam lesão hepáticas fulminantes são Paracetamol e Acetaminofeno</p><p>Estudaremos em infectologia, as hepatites virais</p><p>Temos marcadores hepáticos como: AST (TGO) e ALT (TGP) que são chamadas de aminotransferases. ALT é mais específica para o fígado, e detecta de maneira mais sensível qualquer tipo de lesão por ser superficial, que AST que pode estar presente no músculo esquelético, cardíaco etc. Em casos de hepatite viral, o VR das aminotransferases que é normalmente de 30-50, há um aumento de +1.000x esse valor. Acima de 3-5x já percebemos um problema no tecido hepático como doença hepática, uso de medicamentos, doença de Wilson, hemocromatose</p><p>Podemos fazer um exame chamado hepatograma que é capaz de nos dizer sobre o funcionamento do fígado e as vias biliares. Nós dosamos:</p><p>· AST e ALT</p><p>· Fosfatase alcalina</p><p>· GGT ou Gama GT: se eleva quando há lesão das vias biliares. Quando há elevação da FA juntamente a GGT, indica lesão das vias biliares, podendo ser obstrução das vias biliares, cirrose biliar primária, colangite, uso de medicamentos etc. Tanto FA quanto GGT, são enzimas que são encontradas em outros órgãos, porém, quando há elevação das duas concomitantemente, pensamos em vias biliares comprometidas. Doenças do fígado que causem lesão das vias biliares intra-hepáticas podem cursar com elevação da TGO, TGP e de GGT e FA. Do mesmo modo, obstruções das vias biliares que cursem com lesão do fígado também podem se apresentar com elevação dessas 4 enzimas. O consumo de bebida alcoólica é a forma mais comum de aumento de GGT</p><p>· Bilirrubinas</p><p>· TAP (tempo de protrombina ativada) ou TP (tempo de protrombina) e INR: fala sobre coagulação sanguínea</p><p>· Albumina</p><p>· 5’ nucleotidase (5’NTD): presente nas vias biliares, semelhante a GGT</p><p>· LDH (lactato desidrogenase): uma enzima encontrada em vários tecidos do corpo responsável pela oxidação do piruvato em lactato, em casos de lesão hepática seus valores aumentam. Mas, é muito menos específica para o fígado do que TGP e TGO, mas é sempre um dado a ser considerado</p><p>Em pacientes assintomáticos e sem doença no fígado conhecida, geralmente pedimos até o GGT. Já em pacientes com problemas hepáticos conhecidos, é necessário a dosagem de todos os itens para uma melhor avaliação da função do fígado</p><p>Hoje em dia, sabe-se que hepatites B e C correspondem a 90% das mortes por hepatites virais e suas infecções crônicas podem causar danos ao fígado como fibrose hepática, cirrose, carcinoma hepatocelular e características de hipertensão portal</p><p>Sintomatologia é muito inespecífica, varia desde mal-estar, astenia, anorexia, vômitos a hepatomegalia dolorosa</p><p>Icterícia pode estar ou não associada, pode haver colúria e hipocolia ou acolia fecal</p><p>HEPATITE A</p><p>Faz parte da família Picornaviridae (pequeno RNA vírus - IPC). Vírus de RNA positivo – HAV</p><p>Acomete mais crianças abaixo de 10 anos (pico de incidência entre 5-6 anos)</p><p>São vírus muito estáveis, resistentes a pH ácido, temperaturas elevadas e densidade flutuante. O vírus acaba penetrando na mucosa intestinal por não ‘’morrer’’ no ácido gástrico, chega na circulação porta acometendo o fígado. Sua replicação viral ocorre apenas nos hepatócitos, induzindo resposta imune no hospedeiro levando a lesão hepatocelular – lesão hepatocelular que causa lesão nos ductos biliares intra-hepáticos</p><p>Rinovírus, Enterovírus e Poliovírus são vírus da mesma família</p><p>Sintomatologia: em crianças, principalmente, pode ser assintomática, seu quadro é leve, icterícia so ocorre em 5-10% das crianças, é mais comum em adultos (70-80%). Relacionada a síndrome colestática intra-hepática. Causa prurido intenso, colúria, acolia fecal, elevação de FA, GGT, bilirrubina direta, ALT e AST</p><p>Transmissão: via fecal-oral pelo contato com alimentos, água ou objetos contaminados por matéria fecal de um indivíduo infectado</p><p>Associado a baixas condições sanitárias. É encontrado em maiores concentrações nas fezes de indivíduos infectados, com maior eliminação de carga viral ocorrendo durante o final do período de incubação</p><p>Mais encontrado em países em desenvolvimento</p><p>Diagnóstico: anti-HAV IgM no soro – mostra a fase aguda da doença. Pode ser encontrado na mucosa etc, mas so pode ser detectado no soro</p><p>Não cronifica</p><p>Prevenção: vacinação (para crianças de 1 a 2 anos – dose única aos 12 meses de vida) e saneamento básico</p><p>HEPATITE B</p><p>Da família Hepadnaviridae. É um vírus DNA</p><p>A composição do núcelo viral é o nucleocapsídeo, o antígeno central da hepatite B é o HBcAg (córion=núcleo=central) que envolve o DNA do vírus e DNA polimerase e o nucleocapsídeo é revestido com o antígeno de superfície HBsAg (s=superfície)</p><p>Pode causar cronificação</p><p>Transmissão: via parenteral (modo dominante) e sexual quando indivíduos entram em contato com membranas, mucosas ou fluidos corporais de indivíduos infectados</p><p>Tem tropismo pela célula hepática e ao se ligar aos receptores presentes na superfície celular, é internalizado perdendo seu envoltório. Em seguida, o conteúdo viral migra para o núcleo e replica-se por meio de um sistema semelhante ao dos retrovírus</p><p>É considerado um vírus oncogênico (carcinoma hepatocelular) e apresenta dez genótipos</p><p>Pode causar hepatite aguda ou crônica habitualmente, ambas as formas são oligossintomáticas. 90% dos casos há cura espontânea e a evolução para infecção crônica ocorre em menor proporção (é definida pela persistência do vírus ou a presença de HBsAg por mais de seis meses, detectada por meio de testes sorológicos.</p><p>Sintomatologia: astenia, prostração, icterícia pode estar ou não presente, dor por distensão do parênquima hepático, sintomatologia de mononucleose, plaquetopenia e AST/ALT maior que 1000x</p><p>Antígenos do HBV:</p><p>· HBsAg: proteína do envelope (superficial). Indica presença do vírus B no organismo. Sua presença por mais de 6 meses indica cronificação da infecção. Anti-HBs positivo e HbsAg indica cura da hepatite B</p><p>· HBcAg: antígeno interno (capsídeo). Não é detectada no sangue porque faz parte da estrutura interna do vírus. Anti-HBc é o principal marcador de infecção pelo vírus B – indica infecção recente, pode ser usado para verificar cura. O encontro de anti-HBc IgM fecha o diagnóstico de hepatite B aguda, quaisquer</p><p>que sejam os resultados dos outros marcadores</p><p>· HBeAg: proteína secretada, não estrutural, função desconhecida – marcador de replicação viral, sua positividade indica alta infecciosidade. Como tem alta infectividade, pode ser marcador da agudização da hepatite B crônica. Anti-HBe indica baixa infectividade</p><p>HBsAg positivo + Anti-HBs IgM negativo + Anti-HBs IgG positivo = Hepatite crônica</p><p>HBsAg negativo + Anti-HBs IgM negativo + Anti-HBs IgG positivo = HBsAg falso-negativo ou infecção por hepatite B já antiga e curada. Podemos fazer pesquisa de DNA viral para esclarecer a dúvida</p><p>HBsAg Negativo + Anti-HBc (IgM) Negativo – (IgG) Negativo + Anti-HBs Positivo = Imunização vacinal</p><p>Diagnóstico: clínico + provas de função hepática + laboratoriais como ELISA e anti proteínas virais.</p><p>Classificação da cirrose hepática: Metavir (para doença hepática viral) + elastografia hepática (para qualquer doença hepática – exame ultrassonográfico onde o médico rastreia o fígado inteiro). Child-pugh. Baseado em exames laboratoriais, exame clínico e IRN</p><p>Prevenção: vacinação (vacina HbsAg recombinante)</p><p>Tratamento: O tenofovir é um medicamento largamente utilizado no tratamento da hepatite B e do HIV / AIDS</p><p>HEPATITE C</p><p>Família Flaviridae</p><p>Gênero Orthoflavivirus – é o mesmo gênero da febre amarela, dengue, Nilo ocidental, encefalite japonesa etc.</p><p>É um vírus RNA</p><p>Tem tipos de 1 a 6 e vários subtipos (1a, 1b etc.)</p><p>Não existe vacinação porque há uma grande variabilidade genética desse vírus</p><p>Alto índice de cronificação que pode levar ao desenvolvimento de cirrose ou carcinoma hepatocelular que podem necessitar de transplante (principal causa de transplante hepático atualmente)</p><p>Transmissão: parenteral, perinatal e sexual – não tão comum quanto na hepatite B. Mas, hoje a principal forma de transmissão é pelo uso de drogas ilícitas injetáveis</p><p>A presença de HCV-RNA no soro ou plasma pode ocorrer cerca de duas semanas após a exposição ao agente infeccioso. A partir de 6 semanas já podemos identificar anticorpos anti-HCV de hepatite C crônica. Mas, o age, o melhor momento, para identificar é a partir da 12 semana. Quando percebemos anti-HCV reagente por mais de seis meses, é sinal de hepatite C crônica</p><p>Os sintomas da infecção pelo HCV estão presentes na minoria dos casos e geralmente são inespecíficos como anorexia, astenia, mal-estar e dor abdominal</p><p>Apenas 10-15% dos pacientes infectados pelo VHC apresentam infecção autolimitada, em todos os outros a infecção é progressiva podendo evoluir para cirrose e/ou câncer hepático (a progressão da doença é mais comum em usuários de álcool, cirróticos e aqueles com infecção coexistente pelo VHB). Há cura espontânea em apenas 10-20%</p><p>Diagnóstico: anti HCV + fazemos carga viral. Não é feito durante a fase aguda da doença porque a maioria é assintomático</p><p>Como essa doença há grandes chances de desenvolver cirrose etc, precisamos ter um controle desses pacientes e podemos usar métodos como APRI ou FIB4, biópsia hepática ou elastografia hepática</p><p>HEPATITE D</p><p>Vírus RNA – HDV</p><p>Necessita da presença/associação com o vírus da hepatite B para a sua sobrevivência</p><p>Tem citopatia com o hepatócito. É o único vírus dentre as hepatites que ataca diretamente o hepatócito na fase aguda</p><p>Pode ser por coinfecção (HDV infecta indivíduo de forma simultânea ao HBV - é uma doença severa aguda com baixo risco de infecção crônica) ou superinfecção (HDV infecta o indivíduo cronicamente afetado pelo HBV - desenvolvem HD crônica mais usualmente, alto risco de doença crônica severa e pode se apresentar como hepatite aguda. Mais frequente que a coinfecção)</p><p>A infecção pelo vírus da hepatite D causa hepatite apenas em pessoas com infecção aguda ou crônica pelo vírus da hepatite B. Os sintomas são semelhantes aos da infecção aguda pelo vírus da hepatite B, mas os pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite B e infecção pelo vírus da hepatite D tendem a progredir mais rapidamente para cirrose do que aqueles pacientes com infecção crônica pelo vírus da hepatite B isoladamente.</p><p>Transmissão: percutânea como uso de drogas injetáveis ou exposição permucosas como contato sexual</p><p>Diagnóstico: anticorpo IgM Anti-Delta no soro e/ou Ag Delta no soro ou fígado</p><p>HEPATITE E</p><p>Vírus RNA não envelopado</p><p>Família Hepeviridae. Única espécie do gênero Hepevírus</p><p>Transmissão: oro fecal – agua contaminada com fezes é o meio mais comum, mas também pode ocorrer de maneia vertical, infecção de carne suína mal cozida</p><p>É uma doença aguda auto-limitante</p><p>Pode causar hepatite fulminante em gestantes</p><p>Sua patogenia é similar a hepatite A</p><p>Não cronifica</p><p>Necessita de muita carga viral para infecção e transmissão</p><p>Pode ser causada, ocasionalmente, por outros vírus como HSV, EBV, febre amarela, rubéola etc</p><p>ESTREPTOCOCOS E ESTAFILOCOCOS:</p><p>TESTE DE CATALASE: adicionados peróxido de oxigênio (água oxigenada) em um meio de bactérias, se ‘’borbulhar’’ verificamos a presença de Staphylococcus (presença de bolhas). Esse teste serva para diferenciar se é Staphylo ou Strepto</p><p>· Catalase positivo: Staphylococcus (principalmente S. aureus)</p><p>· Catalase negativo: Streptococcus</p><p>TESTE DE COAGULASE: é uma enzima coagulase, ela quem converte fibrinogênio em fibrina que forma coágulos no plasma. Colocamos as bactérias em um teste de ensaio com sangue e observamos a formação ou não de coágulos. Pode ser coagulase positivo tanto strepto quanto staphylo. Está relacionado a formação de abscessos</p><p>· Coagulase positivo: S. aureus. Geralmente relacionado a infecções por dispositivos (valva, prótese etc.)</p><p>· Coagulase negativo: Outros Staphylococcus (S. epidermidis e S. saprophyticus). Geralmente são menos agressivos.</p><p>PADRÃO DE HEMÓLISE: para grupo de estreptococcus. Causa lise das hemácias que podem ser observadas nos resultados do teste com bactérias</p><p>· Alfa-hemolítico (incompleta): grupo viridans (Streptococcus viridans) e Streptococcus pneumoniae</p><p>· Beta-hemolítico (completa – deixa a área transparente, chega e PA): S. pyogenes (pode estar relacionado a glomerulonefrite e febre reumática, pneumonie, entérico) e S. agaltactiae</p><p>· Delta-hemolítico: enterococccus</p><p>Staphylococcus: a penicilina continua sendo o medicamento de escolha se os isolados forem sensíveis (MSSA ou cepas de S. aureus sensíveis à meticilina) e a vancomicina para cepas de MRSA. Podemos desconfiar de MRSA adquirido em comunidade quando paciente refere falha na monoterapia com oxacilina ou penicilina, nesses casos de MRSA adquirido em comunidade damos como primeira escolha clindamicina ou bactrim. Sendo MRSA hospitalar, optamos por vancomicina ou teicoplanina (porque são drogas de uso hospitalar)</p><p>Streptococcus: Streptococcus pneumoniae é uma bactéria Gram-positiva em forma de lanceta e causa de pneumonia adquirida na comunidade (PAC). Pacientes com PAC de baixo risco são normalmente tratados ambulatorialmente com monoterapia com macrolídeos. As fluoroquinolonas respiratórias são usadas em pacientes ambulatoriais de maior risco. Pacientes internados fora da UTI são tratados com terapia dupla de b-lactâmicos mais monoterapia com macrolídeo ou fluoroquinolona respiratória. Os pacientes internados na UTI devem ser tratados com terapia dupla de b-lactâmico mais um macrólido ou b-lactâmico mais fluoroquinolona respiratória.</p><p>As duas bactérias podem causar celulite e erisipela, mas em 80% dos casos o agente causador é Estreptococcus. Havendo porta de entrada, pode ser Sthapylo. Celulite é mais profunda e mais grave e erisipela é mais superficial. Tratamos com penicilina, oxacilina, cefalosporina de 1 geração (cefazolina ou cefalexina) e se for alérgico a penicilina, podemos dar clindamicina (macrolídeos)</p><p>ANTIMICROBIANOS USADOS NA PRÁTICA MÉDICA</p><p>COCOS GRAM POSITIVOS</p><p>Acomete mais lesões de pele</p><p>Pensamos em tratar com cefalosporinas e penicilinas</p><p>Aeróbicos em cachos:</p><p>· Coagulase (+): S. aureus (e catalase + também) (coagulam fibrinogênio no sangue)</p><p>· Coagulase (-): S. epidermidis, S. lugdunensis, S. hominis</p><p>Só a aureus é coagulase positiva!!</p><p>Em pares ou cadeias (estreptococos):</p><p>· Diplococos: S. pneumoniae (causa meningite)</p>