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<p>Crescimento e desenvolvimento da criança e do adolescente</p><p>Para iniciarmos esse tópico, vamos fazer uma análise dos termos crescimento e desenvolvimento. Para Collet e Oliveira (2002), crescimento e desenvolvimento são fenômenos distintos em sua concepção fisiológica, porém paralelos em seu curso e mantendo significados integrados, o que permite dizer que são dois fenômenos em um só. Para melhor entendimento, vamos esclarecer um pouco mais: Quando se fala em crescimento, lembramo-nos de aumento e, nesse caso, é aumento de massa corpórea, ao ocorrer divisão celular. Há um aumento de massa em determinada unidade de tempo. Já o desenvolvimento, tem relação com o ganho de capacidade, sendo, portanto, mais abrangente que o crescimento. O desenvolvimento inclui a divisão celular, as alterações da composição e do funcionamento das células, a dimensão dos membros, a maturação dos órgãos e a aquisição de novas funções por meio de aprendizagem. Determinantes sociais, econômicos e culturais promovem ou anulam o desenvolvimento da criança, no aspecto psicológico e biológico, dimensões essas que são diferentes, mas paralelas e integradas.</p><p>O crescimento, globalmente falando, segundo Collet e Oliveira (2002, p. 12) é o conjunto dos fenômenos celulares, bioquímicos, biofísicos e morfogenéticos, cuja integração é feita segundo um plano predeterminado pela herança e modificado pelo ambiente. Para avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança, foram criadas categorias em estágios aproximados que, de forma geral, descrevem, de acordo com cada idade, as características associadas à maioria das crianças, isto é, são categorias gerais onde não são consideradas diferenças individuais. São chamados princípios de desenvolvimento. Em cada estágio, é possível observar, de forma nítida, as alterações de desenvolvimento apresentadas em atitudes e ações (habilidades e competências peculiares que são esperadas que as crianças realizem e dominem, em cada um dos estágios).</p><p>Os padrões definidos e previsíveis no crescimento e no desenvolvimento são universais e básicos para todos os seres humanos, mas são realizados de maneira única e em momentos únicos. São padrões contínuos, ordenados e progressivos. E são chamados padrões de maturação. Por exemplo: O primeiro padrão é o desenvolvimento na direção céfalo-caudal, como o próprio nome diz: o controle estrutural dos bebês se dá na direção da cabeça aos pés. Com um ano de idade, o cérebro tem 70% do peso da criança, mas o resto do corpo tem apenas de 10 a 20% do peso. A cabeça torna-se proporcionalmente menor, à medida que a criança cresce em altura e as partes inferiores do corpo desenvolvem-se. Os bebês fazem o controle da cabeça antes do controle do tronco e das extremidades, sustentando as costas eretas antes de ficarem de pé. Usam os olhos antes das mãos e ganham o controle das mãos antes do controle dos pés. O segundo padrão de desenvolvimento é o próximo-distal: ou de perto para longe ou centro, para fora do corpo. Durante os primeiros anos de vida, os membros como o braço e as pernas continuam crescendo mais rápido do que as mãos e os pés. Por exemplo, há o controle do ombro antes do domínio das mãos, e o controle da mão como um todo, antes de se manipular cada dedo da mão; o sistema nervoso central desenvolve-se mais rapidamente que o periférico. Esse padrão é bilateral e simétrico, ambos os lados se desenvolvem na mesma direção, na mesma velocidade. Um terceiro padrão é a diferenciação, também chamado padrão simples-complexo, que descreve o desenvolvimento a partir das operações simples até atividades mais complexas, incluindo todas as áreas de desenvolvimento (físico, mental, social e emocional). Padrões mais específicos surgem a partir de padrões mais globais e amplos do comportamento como, por exemplo: o movimento muscular grosso precede o movimento muscular fino, ou seja, primeiro a criança engatinha, em seguida anda e, depois, aprende a saltar (Feldman; Olds; Papalia, 2006; Schmitz apud Collet; Oliveira, 2002).</p><p>A progressão do crescimento geral da criança é mensurável, sendo o crescimento físico o mais evidente na infância e na adolescência. O crescimento linear ou altura é a consequência do crescimento esquelético, que cessa quando a maturação está completa. Já o peso, é mais variável que a altura e aumenta constantemente, durante o crescimento (Collet; Oliveira, 2002).</p><p>Referências:</p><p>COLLET, N. OLIVEIRA, B.R. G. de. Manual de Enfermagem em Pediatria. Goiânia: AB. 2002.</p><p>FELDMAN, R. D.; OLDS, S. W.; PAPALIA, D. E. Desenvolvimento Humano. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed. 2006. Tradução Daniel Bueno.</p><p>Este material foi baseado em:</p><p>SÁ, Rosimeire Aparecida de. Saúde da Criança e do Adolescente. Instituto Federal Norte de Minas Gerais/Rede e-Tec Brasil, Montes Claros: 2015.</p><p>Crescimento e desenvolvimento da</p><p>criança e do adolescente</p><p>Para iniciarmos esse tópico, vamos fazer uma análise dos termos crescimento e</p><p>desenvolvimento. Para Collet e Oliveira (2002), crescimento e</p><p>desenvolvimento são</p><p>fenômenos distintos em sua concepção fisiológica, porém paralelos em seu curso e</p><p>mantendo significados integrados, o que permite dizer que são dois fenômenos em um</p><p>só. Para melhor entendimento, vamos esclarecer um pouco mais: Quando se</p><p>fala em</p><p>crescimento, lembramo</p><p>-</p><p>nos de aumento e, nesse caso, é aumento de massa corpórea, ao</p><p>ocorrer divisão celular. Há um aumento de massa em determinada unidade de tempo. Já</p><p>o desenvolvimento, tem relação com o ganho de capacidade, sendo, portanto, mais</p><p>abrangente que o crescimento. O desenvolvimento inclui a divisão celular, as alterações</p><p>da composição e do funcionamento das células, a dimensão dos membros, a maturação</p><p>dos órgãos e a aquisição de novas funções por meio de aprendizagem. Determinantes</p><p>soci</p><p>ais, econômicos e culturais promovem ou anulam o desenvolvimento da criança, no</p><p>aspecto psicológico e biológico, dimensões essas que são diferentes, mas paralelas e</p><p>integradas.</p><p>O crescimento, globalmente falando, segundo Collet e Oliveira (2002, p. 12) é o</p><p>conjunto dos fenômenos celulares, bioquímicos, biofísicos e morfogenéticos, cuja</p><p>integração é feita segundo um plano predeterminado pela herança e modificado pelo</p><p>ambiente. Para avaliar o crescimento e o desenvolvimento da criança, foram criadas</p><p>categoria</p><p>s em estágios aproximados que, de forma geral, descrevem, de acordo com</p><p>cada idade, as características associadas à maioria das crianças, isto é, são categorias</p><p>gerais onde não são consideradas diferenças individuais. São chamados princípios de</p><p>desenvolvim</p><p>ento. Em cada estágio, é possível observar, de forma nítida, as alterações de</p><p>desenvolvimento apresentadas em atitudes e ações (habilidades e competências</p><p>peculiares que são esperadas que as crianças realizem e dominem, em cada um dos</p><p>estágios).</p><p>Os padrões</p><p>definidos e previsíveis no crescimento e no desenvolvimento são universais</p><p>e básicos para todos os seres humanos, mas são realizados de maneira única e em</p><p>momentos únicos. São padrões contínuos, ordenados e progressivos. E são chamados</p><p>padrões de maturaçã</p><p>o.</p><p>Por exemplo: O primeiro padrão é o desenvolvimento na</p><p>direção</p><p>céfalo</p><p>-</p><p>caudal</p><p>, como o próprio nome diz: o controle estrutural dos bebês se dá</p><p>na direção da cabeça aos pés. Com um ano de idade, o cérebro tem 70% do peso da</p><p>criança, mas o resto do corpo tem</p><p>apenas de 10 a 20% do peso. A cabeça torna</p><p>-</p><p>se</p><p>proporcionalmente menor, à medida que a criança cresce em altura e as partes inferiores</p><p>do corpo desenvolvem</p><p>-</p><p>se. Os bebês fazem o controle da cabeça antes do controle do</p><p>tronco e das extremidades, sustentando</p><p>as costas eretas antes de ficarem de pé. Usam os</p><p>olhos antes das mãos e ganham o controle das mãos antes do controle dos pés. O</p><p>segundo padrão de desenvolvimento é o</p><p>próximo</p><p>-</p><p>distal:</p><p>ou de perto para longe ou</p><p>centro, para fora do corpo. Durante os primeiros</p><p>anos de vida, os membros como o</p><p>braço e as pernas continuam crescendo mais rápido do que as mãos</p><p>e os pés. Por</p><p>exemplo, há o controle do ombro antes do domínio das mãos, e o controle da mão como</p><p>um todo, antes de se manipular cada dedo da mão; o sistema n</p><p>ervoso central</p><p>desenvolve</p><p>-</p><p>se mais rapidamente que o periférico. Esse padrão é bilateral e simétrico,</p><p>ambos os lados se desenvolvem na mesma direção, na mesma velocidade. Um terceiro</p>