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<p>Universidade Católica de Moçambique</p><p>Instituto de Educação á Distância</p><p>O Jogo Cooperativo como ferramenta de inclusão de alunos com NEE</p><p>Nome: Gil Emilio Mpula – código: 708234143</p><p>Curso: Educação Física</p><p>Disciplina: Base de Educação Física Especial</p><p>Ano de frequência: 1°, Turma “G”</p><p>Cuamba, Setembro de 2023</p><p>Universidade Católica de Moçambique</p><p>Instituto de Educação á Distância</p><p>O Jogo Cooperativo como ferramenta de inclusão de alunos com NEE</p><p>Nome: Gil Emilio Mpula – código: 708234143</p><p>Trabalho da cadeira de Base de Educação Física Especial, para fins avaliativos a ser submetido no Centro de ensino a Distancia da Universidade Católica de Moçambique e orientado pelo: Tutor</p><p>Cuamba, Setembro de 2023</p><p>Folha de Feedback</p><p>Categoria</p><p>Indicadores</p><p>Padrões</p><p>Classificação</p><p>Pontuação máxima</p><p>Nota de tutor</p><p>Subtotal</p><p>Estrutura</p><p>Aspectos</p><p>Organizacionais</p><p>· Capa</p><p>0.5</p><p>· Índice</p><p>0.5</p><p>· Introdução</p><p>0.5</p><p>· Discussão</p><p>0.5</p><p>· Conclusão</p><p>0.5</p><p>· Bibliografia</p><p>0.5</p><p>Conteúdo</p><p>Introdução</p><p>· Contextualização (indicação clara do problema)</p><p>1.0</p><p>· Descrição dos</p><p>Objectivos</p><p>1.0</p><p>· Metodologia adequada ao objecto do trabalho</p><p>2.0</p><p>Analise</p><p>Discussão</p><p>· Articulação e domínio do discurso académico (expressão escrita coerência/coesão textual)</p><p>2.0</p><p>· Revisão discussão bibliográfica nacional e internacional na área</p><p>2.</p><p>· Exposição dos dados</p><p>2.0</p><p>Conclusão</p><p>· Contributo teórico e</p><p>Prático</p><p>2.0</p><p>Aspectos gerais</p><p>Formatação</p><p>· Paginação tipo e tamanho de letra, paragrafo, espaçamento entre linhas</p><p>1.0</p><p>Referencia bibliográfica</p><p>Normas APA 6a</p><p>edição em citação e bibliografia</p><p>· Rigor e coerência das</p><p>Citações/referências bibliográficas</p><p>4.0</p><p>Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor</p><p>_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________</p><p>Índice</p><p>1. Introdução 6</p><p>1.1. Objectivos do trabalho 6</p><p>1.1.1. Geral: 6</p><p>1.1.2. Específicos: 6</p><p>1.1.3. Metodologias 6</p><p>2. PARTE 1 - TEXTO ARGUMENTATIVO 7</p><p>2.1. A importância do jogo em geral, e do jogo cooperativo para o a inclusão de alunos com NEE 7</p><p>2.2. PARTE 2 8</p><p>2.2.1. Quatro jogos (recreativos ou tradicionais) de carácter cooperativo 8</p><p>2.2.2. Jogos Tradicionais 8</p><p>2.2.3. Jogo 1: Caneta na garrafa 8</p><p>2.2.4. Jogo - Infindável 9</p><p>2.2.5. Jogo da Velha 9</p><p>2.3. Conceito de jogos cooperativos 10</p><p>2.3.1. O poder de inclusão dos jogos cooperativos 11</p><p>2.3.2. O papel do professor e da escola diante da inclusão escolar 12</p><p>2.3.3. Jogos cooperativos na formação social 12</p><p>2.3.4. O trabalho cooperativo 13</p><p>3. Conclusão 15</p><p>4. Bibliografia 16</p><p>iii</p><p>1. Introdução</p><p>O presente trabalho surge no âmbito da disciplina de Base de Educação Física Especial, cujo tem como tema principal, o Jogo Cooperativo como ferramenta de inclusão de alunos com NEE. Um dos logros da Educação Física Inclusiva é conseguir que todos os alunos matriculados possam participar da aula. Neste sentido, as actividades cooperativas de carácter lúdico são tidas como um recurso fundamental para melhorar a aprendizagem e inclusão dos alunos durante as aulas. os jogos cooperativos tem coalizões, agrupamentos de jogadores que funcionam como um sistema. O sucesso da coalizão depende da cooperação de seus membros.</p><p>O presente trabalho compreende a seguinte estrutura: capa, folha de rosto, folha de feedback, folha de recomendação, índice, introdução, objectivos, metodologias usadas, desenvolvimento, conclusão e referencias Bibliográficas.</p><p>1.1. Objectivos do trabalho</p><p>1.1.1. Geral:</p><p>· Conhecer o Jogo Cooperativo como ferramenta de inclusão de alunos com NEE.</p><p>1.1.2. Específicos:</p><p>· Compreender o conceito o Jogo Cooperativo;</p><p>· Ser capaz de elaborar o texto argumentativo sobre a importância do jogo em geral, e do jogo cooperativo;</p><p>· Saber inventar quatro jogos (recreativos ou tradicionais) de carácter cooperativo;</p><p>· Identificar o papel do professor e da escola diante da inclusão escolar.</p><p>1.1.3. Metodologias</p><p>Para o alcance dos objectivos preconizados em torno do tema recorreu-se aos métodos bibliográfico e consulta documental que consistiram na leitura e interpretação de obras que abordam sobre o tema, bem como na consulta de diversos artigos providos da internet. E as obras consultadas estão devidamente mencionados na última página de trabalho.</p><p>2. PARTE 1 - TEXTO ARGUMENTATIVO</p><p>2.1. A importância do jogo em geral, e do jogo cooperativo para o a inclusão de alunos com NEE</p><p>Orlick (1978) assenta que, “os jogos cooperativos surgiram há milhares de anos, através de comunidades tribais que se reuniam para celebrar a vida”. Brotto (1997) afirma que, os jogos cooperativos surgiram a partir de preocupação com a excessiva valorização dada ao ego, ao individualismo e a competição exacerbada. Por contribuir na formação integral dos alunos, os jogos cooperativos foram criados com o foco de promover, nos envolvidos, a auto-estima, além de incentivar uma melhor convivência social, pois todos estão com o mesmo objectivo, assim valoriza o trabalho em equipe (Mendes et al; 2009). Têm como objectivo favorecer o aprendizado por meio da cooperação entre os envolvidos, favorecer a aproximação entre as pessoas, sem a existência da competição (Fonseca & Silva, 2013).</p><p>Segundo Silva et al (2012) o trabalho em equipe é mais produtivo, além de ter o seu carácter vantajoso e eficiente ao se comparar com o trabalho individualizado. Soler (2011) afirma que os jogos cooperativos apresentam características libertadoras, libertam da competição, da eliminação, libertam para</p><p>criar, além de libertar de agressões físicas, pois diminui as pressões existentes em competições. É comum, sejam em escolas públicas ou privadas, comportamento agressivo de alunos que se dá por meio de insultos, além de ameaças, acusações injustas, levando na maioria das vezes o agredido a problemas psíquicas e à exclusão escolar e social (Rosa, 2011). Portanto, tendo em vista as características libertadoras, os jogos cooperativos tornam - se relevantes para a mudança desse cenário.</p><p>“Nas aulas de Educação Física há uma predominância de um espírito competitivo através dos jogos que buscam um vencedor, portanto é de suma importância o rompimento disso buscando compreender a verdadeira vitória” (Correia, 2007). O professor de Educação Física tem o compromisso em disseminar os valores positivos para que os seus alunos possam compreender que a verdadeira vitória não depende da derrota do outro, mas sim, compreender que todos possuem habilidades e potenciais, todos têm importantes papéis na realização das tarefas conjuntas (Vieira, 2013).</p><p>De acordo com Almeida (2003), a ideia básica da proposta pelo jogo cooperativo é de permitir uma mudança no indivíduo, mudança de sentimentos, potencializar as Habilidades Humanas Básicas como, por exemplo, o amor, a alegria, a confiança, o respeito, a autonomia, entre tantas outras habilidades.</p><p>Por fim, os jogos cooperativos podem possibilitar vários resultados positivos no ambiente escolar, com a melhoria da relação existente entre os alunos, pois jogar sem competir há uma necessidade de colaboração, união entre os envolvidos.</p><p>2.2. PARTE 2</p><p>2.2.1. Quatro jogos (recreativos ou tradicionais) de carácter cooperativo</p><p>2.2.2. Jogos Tradicionais</p><p>Rodrigues et al (2012) registram que os Jogos Tradicionais, como cultura popular, devem ser utilizados pelos professores, pois fazem parte da cultura infantil, e influencia directamente na formação da identidade sociocultural, e a escola deve fazer parte dessa construção histórica do aluno, se comprometendo com o resgate dos valores culturais, com as nossas tradições, proporcionando a prática de actividades que levem os alunos a reflectirem sobre a cultura popular, vivenciando esses jogos para melhor compreensão dos saberes tradicionais.</p><p>Os hoje chamados Jogos Tradicionais, segundo Kishimoto (2009) são caracterizados pela transmissão oral, anonimato, conservação, tradicionalidade, universalidade e mudança, logo, nesses jogos se verifica a existência de certos padrões lúdicos universais, mesmo observando-se diferenças regionais, como variações nas designações, nas regras e nas suas formas de utilização.</p><p>2.2.3. Jogo 1: Caneta na garrafa</p><p>Objectivo geral: Exercitar a colaboração de todos para a resolução de uma tarefa comum.</p><p>Objectivo específico: Fazer com que a caneta entre no gargalo da garrafa.</p><p>Material necessário: Rolo de barbante, caneta e uma garrafa pet.</p><p>Descrição - o barbante deve ser dividido em pedaços iguais de, mais ou menos, dois metros de comprimento, um por participante.</p><p>As pontas dos pedaços devem ser unidas e amarradas no centro. Nessa junção entre as partes, deve ser amarrado um pequeno pedaço de barbante (de aproximadamente 30 cm) preso a uma caneta.</p><p>A garrafa deve ser posta no chão e com as cordas esticadas, a equipe deve colocar a caneta dentro da garrafa. O mesmo pode ser feito com os alunos de olhos fechados ou de costas para a garrafa. Nesse caso, as instruções para o movimento devem ser dadas por um dos colegas. (Menezes, Pedro, 2011).</p><p>2.2.4. Jogo - Infindável</p><p>Objectivo do jogo: estimular a participação colectiva.</p><p>Materiais necessários: bola de vôlei ou similar.</p><p>Descrição - a bola deve ser compartilhada entre todos os participantes da dinâmica, sendo passada por meio de toque e manchete (fundamentos do vôlei) ou outros movimentos, sem deixar a bola cair no chão. Podem ser contabilizados pontos conforme todos os integrantes passarem a bola. Também pode ser estabelecido um tempo limite para que todos a tenham passado aos demais. (Menezes, Pedro, 2011).</p><p>2.2.5. Jogo da Velha</p><p>Material utilizado: Papel e caneta (ou lápis)</p><p>Número de participantes: 2 ou mais</p><p>Objectivo: Conseguir formar uma sequência de três símbolos (X ou O) na vertical, horizontal ou diagonal.</p><p>Descrição - o jogo da velha é um dos jogos mais populares em todo o mundo. Chama a atenção por sua simplicidade.</p><p>O jogo consiste em um tabuleiro quadrado dividido em nove partes. Cada jogador é representado por "X" ou "O". Em geral, o "X" inicia a partida.</p><p>Em turnos alternados, os jogadores preenchem um dos espaços com seu símbolo. Vence quem alinhar três símbolos (na vertical, horizontal ou diagonal).</p><p>Quando há o empate e nenhum jogador consegue formar sua sequência, diz-se que "deu velha" e recomeça-se a partida. (Menezes, Pedro, 2011).</p><p>2.2.6. Jogo - Estátua</p><p>Material utilizado: Não necessita de nenhum material.</p><p>Número de participantes: 4 ou mais.</p><p>Objectivo: Permanecer imóvel (em posição de estátua).</p><p>Descrição - Estátua é uma brincadeira infantil em que seus participantes devem permanecer imóveis (como estátuas) por um tempo determinado.</p><p>Os participantes podem ser avaliados por sua criatividade e por sua capacidade de concentração durante a tarefa. (Menezes, Pedro, 2011).</p><p>2.3. Conceito de jogos cooperativos</p><p>De acordo com o site (https://www.psicanaliseclinica.com/jogos-cooperativos/) os jogos cooperativos tem coalizões, agrupamentos de jogadores que funcionam como um sistema. O sucesso da coalizão depende da cooperação de seus membros. Pois, para uma pessoa atingir o objectivo, os demais desta associação também devem alcançá-lo.</p><p>Os Jogos Cooperativos é um processo de interacção social para unir as pessoas, para se divertir, ganhar a confiança de si mesmo e dos outros, é fazer amizades e gastar energia. Os jogos cooperativos são práticas que geram um ambiente de colectividade e ajuda entre os participantes. Seus objectivos focam na resolução de tarefas e desafios com a participação de todos.</p><p>Os jogos cooperativos cumprem um importante papel didáctico e servem como uma metáfora da vida, onde muitas vezes é necessário unir forças para alcançar uma determinada meta.</p><p>Barreto (2000) apud Soler, (2007) afirma que os jogos cooperativos são dinâmicas de grupo com o objectivo de despertar a consciência de cooperação e promover efectivamente a cooperação entre as pessoas, sendo que os próprios jogos são experiências cooperativas. Seu objectivo maior, de acordo com Soler (2007), "é a participação de todos por uma meta comum. A agressão física é totalmente eliminada, cada participante estabelece seu próprio ritmo, todos se enxergam como importantes e necessários dentro do grupo. Aumentando a confiança e auto-estima". (p.12).</p><p>Os jogos cooperativos podem levar uma criança a se despertar quanto às necessidades do colega ao lado, pois perceberá que jogando e cooperando foi possível se enriquecer muito mais. Assim, o psicólogo, inserido neste contexto, poderá conduzir as crianças a pensarem nas dificuldades que o colega apresenta e a transferir a técnica do jogo também para o aprendizado, ou seja, auxiliando seus colegas nas actividades de classe sem excluí-lo. Esta transformação é um processo difícil, pois as crianças vêm para a escola com características aprendidas e vivenciadas em sua própria casa. É por isso que este processo de inclusão deve envolver famílias, escolas, organizações, parcerias com a comunidade e com governos.</p><p>2.3.1. O poder de inclusão dos jogos cooperativos</p><p>“Os avanços na área da Educação Física escolar tem mostrado uma tendência em superar modelos competitivos e tecnicistas como conteúdo prático e curricular. Essa nova proposta traz consigo a valorização da cooperação ao invés da competição” (Correia et al, 2006).</p><p>Nesse contexto a educação física escolar baseada no cooperação propicia momentos de diversão, aceitação e elimina as características da exclusão. Para Orlick (1989), “o jogo cooperativo tem como objectivo criar oportunidades para a aprendizagem colectiva e interacção prazerosa”.</p><p>Para Oliveras (1998), o jogo não é somente um instrumento</p><p>capaz de diminuir atitudes agressivas, como também objecto de aproximação de pessoas com pessoas e pessoas com o meio. Segundo o autor, na cooperação não se ganha nem se perde, a eliminação dos participantes é “eliminada”, todos jogam até o fim, o jogo se torna mais criativo e flexível além de diminuir as manifestações de individualidade.(p.11).</p><p>Apesar dessa nova tendência e das mudanças que surgiram com o tempo, ainda há exclusão nas aulas de educação física. Os menos habilidosos, os “gordinhos”, deficientes, os que usam óculos e os meninos e meninas ainda encontram-se comummente divididos em grupos heterogéneos. Desta forma, entende-se que o papel dos jogos cooperativos o principio de inclusão para todos os grupos, adaptando as aulas de educação física para atender as necessidades individuais de cada aluno e superar os aspectos de exclusão (Darido et al, 2001).</p><p>Além disso, o jogo tem um importante factor social para os portadores de necessidades especiais, tais como o incentivo a prática da actividade física ou do desporto adaptado e voltada para a inclusão desses alunos . Desta forma, o professor não propiciará apenas a inclusão para o aluno, mas também uma melhor saúde física adaptada através de actividades lúdicas (Costa et al, 2004, p.11).</p><p>2.3.2. O papel do professor e da escola diante da inclusão escolar</p><p>Desde o século XIX, a escola foi pensada para ser a solução de um problema, porém foi se transformando em parte do problema no qual era seu objectivo resolver. A escola desenvolveu práticas e valores que contribuíram para aumentar a diferença entre os alunos. Entretanto, o papel real da escola, sempre foi homogeneizar os alunos em seus aspectos culturais, étnicos e financeiros (Rodrigues, 2003).</p><p>O Professor de educação física desenvolve atitudes mais positivas perante o aluno que os demais professores, demonstrando assim, ambientes mais favoráveis a inclusão. Além disso, entende-se que a disciplina Educação Física demonstra um grau maior de satisfação dos alunos por apresentar menor grau de rigidez que outras disciplinas e dispor de maior liberdade na participação das aulas ( Rodrigues, 2002).</p><p>A escola inclusiva é definida como uma comunidade que reflecte um todo, onde seus integrantes são abertos, positivos, diversificados. Esta abordagem não selecciona, exclui ou rejeita. Caracteriza-se por uma comunidade acessível a todos, tanto na parte física, quanto educativa, não é competitiva e pratica a democracia e equidade (Thomas et al, 1998).</p><p>Uma das ideias chave da escola inclusiva é justamente que a escola deve ser para todos os alunos, independentemente do seu sexo, cor, origem, religião, condição física, social ou intelectual. Com a escola inclusiva, os alunos, todos os alunos, estão na escola para aprender, participando. Não é apenas a presença física, é a pertença à escola e ao grupo, de tal maneira que a criança/o jovem sente que pertence à escola e a escola sente responsabilidade pelo seu aluno, não é uma parte do todo, faz parte do todo.</p><p>2.3.3. Jogos cooperativos na formação social</p><p>A sociedade apresenta um homem do mundo globalizado que está cada vez mais egoísta e materialista, em classes desiguais, de ordem financeira ou moral, o que torna a violência e a criminalidade um resultado natural. Tratando se da formação social na escola destaca-se que valores humanos devem ser trabalhados para que norteiem princípios educativos na escola familiarizados através de vivências lúdicas (Baliulevicius, 2006).</p><p>O ensino deverá levar a reforma do pensamento ao invés de ensinar uma grande variedade de jogos, o ideal seria pensar sobre as regras, entendê-las e agir sobre elas. Nesse sentido os jogos cooperativos estão directamente relacionados com o desafio cívico, percepção global, responsabilidade e solidariedade, mantendo um elo com os demais semelhantes (Martinelli, 1999,p.13).</p><p>Os jogos cooperativos atuam muito além do âmbito da diversão, sendo proposto acima de tudo a agregação de valores. O contexto em que vive o sujeito é exposto pela suas vivências , desta forma a proposta dos jogos cooperativos através do lúdico poderia ser concebida por relações socais, podendo se manifestar no jogo ou em brincadeiras. Adicionalmente, os jogos cooperativos nos remeteriam a valores que faltam na sociedade, como compartilhar, unir, coragem para assumir os riscos, pouca preocupação com o fracasso ou o sucesso em si. A cooperação entra como forma de socialização de um conhecimento, habilidades e qualidades, para que juntos realizem algo que o individuo sozinho teria dificuldade de realizar, reforçando assim a confiança pessoal e interpessoal ( Broto, 2001, p.13).</p><p>2.3.4. O trabalho cooperativo</p><p>De modo a adequar as estratégias no sentido de facilitar a inclusão e aprendizagem dos alunos com NEE, o trabalho cooperativo insere-se numa metodologia de trabalho que contribui para a utilização de estratégias de cooperação e entreajuda para se alcançar um determinado fim, possibilitando um maior desenvolvimento pessoal e social dos alunos envolvidos.</p><p>Nos últimos anos Freitas e Freitas (2003) começou a ser usado o termo trabalho colaborativo como análogo ao trabalho cooperativo, sendo que à primeira vista podem ser considerados sinónimos. Considero ser importante esclarecer e fundamentar a diferença entre trabalho cooperativo e colaborativo de modo a clarificar o conceito orientador adotado para a realização deste trabalho.</p><p>Como trabalho cooperativo refiro-me à distinção descrita por Damon e Phelps 1989 (cit., in Fernandes, 1997), entre trabalho cooperativo e colaborativo. Estes autores caracterizam o trabalho colaborativo como sendo aquele em que os alunos assumem diferentes papéis na resolução de uma tarefa comum, sendo que cada um fica encarregue de uma certa parte da tarefa. O facto de se subdividir o trabalho implica que os alunos trabalham individualmente na tarefa comum, permitindo a existência de competição entre alunos do mesmo grupo de trabalho.</p><p>O trabalho cooperativo é descrito como um tipo de trabalho em que os alunos trabalham sempre em conjunto na resolução da mesma tarefa Fernandes, (1997) citando Damon e Phelps (1989) em vez de se separar a tarefa em diversas componentes. Esta maneira de trabalhar permite a criação de um ambiente rico em descobertas mútuas, partilha reciproca e frequente.</p><p>3. Conclusão</p><p>Após abordagem feita verificou – se que, afirma que, os jogos cooperativos surgiram a partir de preocupação com a excessiva valorização dada ao ego, ao individualismo e a competição exacerbada. Por contribuir na formação integral dos alunos, os jogos cooperativos foram criados com o foco de promover, nos envolvidos, a auto-estima, além de incentivar uma melhor convivência social, pois todos estão com o mesmo objectivo, assim valoriza o trabalho em equipe.</p><p>Portanto o professor de Educação Física tem o compromisso em disseminar os valores positivos para que os seus alunos possam compreender que a verdadeira vitória não depende da derrota do outro, mas sim, compreender que todos possuem habilidades e potenciais, todos têm importantes papéis na realização das tarefas conjuntas</p><p>Jogos Tradicionais, como cultura popular, devem ser utilizados pelos professores, pois fazem parte da cultura infantil, e influencia directamente na formação da identidade sociocultural, e a escola deve fazer parte dessa construção histórica do aluno, se comprometendo com o resgate dos valores culturais, com as nossas tradições, proporcionando a prática de actividades que levem os alunos a reflectirem sobre a cultura popular, vivenciando esses jogos para melhor compreensão dos saberes tradicionais.</p><p>Os Jogos Cooperativos é um processo de interacção social para unir as pessoas, para se divertir, ganhar a confiança de si mesmo e dos outros, é fazer amizades e gastar energia. Os jogos cooperativos são práticas que geram um ambiente de colectividade e ajuda entre os participantes. Seus objectivos focam na resolução de tarefas e desafios com a participação de todos.</p><p>Contudo o Professor de educação física desenvolve atitudes</p><p>mais positivas perante o aluno que os demais professores, demonstrando assim, ambientes mais favoráveis a inclusão. Além disso, entende-se que a disciplina Educação Física demonstra um grau maior de satisfação dos alunos por apresentar menor grau de rigidez que outras disciplinas e dispor de maior liberdade na participação das aulas. A escola inclusiva é definida como uma comunidade que reflecte um todo, onde seus integrantes são abertos, positivos, diversificados.</p><p>4. Bibliografia</p><p>BALIULEVICIUS, N. L. P., MACÁRIO, N. M. (2006) Jogos cooperativos e valores humanos: perspectiva de transformação pelo lúdico. Fitness & performance journal, n. 1, p. 50-56.</p><p>BROTTO, F. O.(2001). Jogos Cooperativos – O jogo e o esporte como um exercício de convivência – Santos: Ed. Projecto Cooperação.</p><p>BROUGÉRE, G. (1991). Jogo e educação. Porto Alegre: Editora Artes Médicas.</p><p>CORREIA, M. M. (2006). Jogos cooperativos: perspectivas, possibilidades e desafios na educação física escolar. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Campinas, v. 27, n. 2, p. 149-164.</p><p>COSTA, A. M., SOUSA, S. B. (2004). Educação física e exporte adaptado: história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e perspectivas para o século XXI. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, v. 25, n. 3.</p><p>DARIDO, S. C. (2001). Os conteúdos da educação física escolar: influências, tendências, dificuldades e possibilidades. Perspectivas em Educação Física Escolar, 2 (supl. 1), p. 5-25.</p><p>FERNANDES, E. (1997). O trabalho cooperativo num contexto de sala de aula, Análise Psicológica, 4 (XV): pp.563-572</p><p>FERREIRA, M. S. (2007). Educação Regular, Educação especial – Uma história de Separação: Edições Afrontamento.</p><p>FONSECA, Fernando Richardi da; SILVA, E. A. P. C. Os jogos cooperativos na Educação Física escolar: favorecimento das relações interpessoais. ConScientiae Saúde (Online), v. 12, p. 588-597, 2013.</p><p>https://www.psicanaliseclinica.com/jogos-cooperativos/ acesso em 04/09/2023.</p><p>KISHIMOTO, M. T. (Org.). (2009). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo. 12.ed.: Cortez.</p><p>MARTINELLI, M. (1999). Conversando sobre educação em valores humanos. Editora Peirópolis.</p><p>MENDES, L. C.; PAIANO, R.; FILGUEIRAS, I. P. (2009). Jogos cooperativos: eu aprendo, tu aprendes e nós Cooperamos. Revista Mackenzie de Educação física e Esporte. São Paulo. V. 8, n. 2.</p><p>MENEZES, Pedro. (2011). https://www.todoestudo.com.br/educacao-fisica/jogos-cooperativos acesso em 14/09/2023.</p><p>OLIVERAS, E. P. (1998). Juegos Cooperativos: Juegos para el Encuentro. Lecturas: Educación Física y Desportes. Buenos Aires, ano 3, n. 9. Revista digital.</p><p>ORLICK, T. (1989). Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do Livro.</p><p>RODRIGUES, D. (2003). Educação inclusiva. As boas e as más notícias. In David Rodrigues (org.), Perspectivas sobre a inclusão. Da educação à sociedade. Porto: Porto Editora.</p><p>ROSA, M. J. A. (2011). A violência no ambiente escolar: diferenças e preconceitos refletindo no processo ensino aprendizagem. In: V Fórum Identidades e Alteridades – I Congresso Nacional Educacional e Diversidade, , Itabaiana/Se. V Fórum Identidade e Alteridades. São Cristovão/Se: UFS, 2011. V. I. P. 1-31.</p><p>SILVA, J. K. F; DOHMS, F. C.; CRUZ, L. M.; TIMOSSI, L. S. (2012). Jogos Cooperativos: contribuição na escola como meio socializador entre crianças do Ensino Fundamental. Motrivivência, ano 24, n. 39, p. 195-205.</p><p>SOLER, R. Jogos cooperativos. Disponível em: < http://api.ning.com/files/B6rZm9oOrGtF*srCHFlSGIy5hwSwSlbBjJIXlCqTukfw8ukEMmFmOJZUgUO89xgcjkG8n5Dul28JDGgkiUuqgvSMUGRIWh3/APOSTILAJOGOSCOOPERATIVOSUberlndia2007.pdf >. Acesso em: 04 Sept. 2023.</p><p>THOMAS, G., Walker, D. & Webb, J. (1998). The making of the inclusive school. London: Routledge.</p><p>VIEIRA, M. B. (2013). A importância dos jogos cooperativos como conteúdo de ensino nas aulas de Educação Física infantil. Lecturas Educación Física y Deportes (Buenos Aires), v. 01, p. 1-15.</p>