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<p>Você conhece os princípios</p><p>constitucionais do Processo Civil?</p><p>Professor Antonio CarlosProfessor Antonio Carlos</p><p>Direito Processual Civil</p><p>Princípios e conceitos básicos</p><p>O Direito Processual é o conjunto de normas e princípios que</p><p>regem o exercício da jurisdição.</p><p>Determina as bases para os procedimentos judiciais e</p><p>extrajudiciais.</p><p>Direito Processual Civil é a área do Direito que regula os</p><p>procedimentos de Direito Civil.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>O ordenamento jurídico, então, decorre da necessidade de</p><p>regular as relações sociais. Nesse conjunto de normas, o</p><p>sistema processual surge como a disciplina jurídica da</p><p>jurisidição e de seu exercício.</p><p>O processo é uma instrumento que visa a pacificação social.O processo é uma instrumento que visa a pacificação social.</p><p>Busca solucionar diferentes lides resultantes das relações</p><p>sociais. Demanda a existência de regras formais para que</p><p>possa prosseguir no tempo, sem cercear direitos das partes da</p><p>relação.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Os princípios do Direito Processual Civil podem ser tanto</p><p>de natureza constitucional (ou fundamental), previstos na CF</p><p>e aplicáveis, portanto, a todas as áreas do Direito, quanto de</p><p>natureza infraconstitucional e, portanto, previsto no CPC.</p><p>Busca proteger os direitos fundamentais do Direito brasileiro</p><p>e garantir o acesso à justiça a todos.e garantir o acesso à justiça a todos.</p><p>Garantia de que terão seus direitos tutelados.</p><p>Indica as diretrizes próprias do Processo Civil.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>São 4, os princípios constitucionais do Processo Civil:</p><p>1. Garantia de ingresso e acompanhamento em juízo:</p><p>1.1. Inafastabilidade da jurisdição;</p><p>1.2. Juiz natural; Professor1.2. Juiz natural;</p><p>1.3. Assistência jurídica integral e gratuita;</p><p>1.4. Indispensabilidade e inviolabilidade do advogado;</p><p>2. Garantia de celeridade: duração razoável do processo;</p><p>Professor</p><p>Antonio Carlos</p><p>3. Adequação dos procedimentos e prestação jurisdicional</p><p>3.1. Devido processo legal;</p><p>3.2. Isonomia;</p><p>3.3. Publicidade dos atos processuais;</p><p>3.4. Contraditório e ampla defesa;3.4. Contraditório e ampla defesa;</p><p>3.5. Licitude das provas;</p><p>3.6. Fundamentação das decisões judiciais;</p><p>3.7. Duplo grau de jurisdição;</p><p>4. Garantia de segurança jurídica processual: coisa julgada.</p><p>Professor</p><p>Antonio Carlos</p><p>Os princípios infraconstitucionais do Direito Processual Civil:</p><p>• Dispositivo;</p><p>• Persuasão racional;</p><p>• Boa-fé;</p><p>• Intrumentalidade.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>1.1. Princípio da inafastabilidade da jurisdição</p><p>Também é conhecido como princípio da inafastabilidade do</p><p>controle jurisidicional.</p><p>Visa a garantia do direito fundamental ao acesso à justiça no</p><p>Direito Processual Civil. Portanto, o direito de ação dos</p><p>cidadãos deve ser preservado.</p><p>Nenhum juiz pode se negar a solucionar uma lide, senão em</p><p>razão de impedimento e suspeição.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Desse modo, dispõe o art. 5º, XXXV, CF:</p><p>XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder</p><p>Judiciário lesão ou ameaça a direito;</p><p>Assim, também, dispõe o art. 3º do CPC, que afirma que não</p><p>se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão ase excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a</p><p>direito.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>1.2. Juiz natural</p><p>Visa garantir a legitimidade do órgão julgador.</p><p>A jurisdição exercida através do Direito Processual Civil não</p><p>pode ser arbitrária. É preciso que o legitimado para jugar seja</p><p>pré-estabelecido, independentemente das partes envolvidas</p><p>ou da causa.</p><p>Consequentemente, assegura a imparcialidade do juízo.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>O princípio do Juiz natural está consubstanciado nos incisos</p><p>XXXVII e LII do art. 5º, CF, que dispõem:</p><p>XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção;</p><p>LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão</p><p>pela autoridade competente;pela autoridade competente;</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>1.3. Assistência jurídica integral e gratuita</p><p>É também um dos princípios do Direito Processual Civil.</p><p>Como os demais princípios visa a garantia do acesso à justiça.</p><p>Assistência jurídica é diferente de assistência judiciária.</p><p>Jurídica: engloba outros procedimentos no universo jurídico.</p><p>Judiciária: restrita a um processo ou ato.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Dispõe, dessa forma, o art. 5º, LXXIV, CF:</p><p>LXXIV – o Estado prestará assistência jurídica integral e</p><p>gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;</p><p>Dentro dela, prevê-se também a assistência jurídica extrajudicial</p><p>do art. 134, CF (Defensoria Pública).</p><p>A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função</p><p>jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe, como expressão e instrumento</p><p>do regime democrático, fundamentalmente, a orientação jurídica, a</p><p>promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus, judicial</p><p>e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e</p><p>gratuita, aos necessitados, na forma do inciso LXXIV do art. 5°, CF.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>1.4. Indispensabilidade e inviolabilidade do advogado</p><p>Segundo o art. 133, CF:</p><p>O advogado é indispensável à administração da justiça,</p><p>sendo inviolável por seus atos e manifestações no</p><p>exercício da profissão, nos limites da lei.exercício da profissão, nos limites da lei.</p><p>O princípio comporta exceções: Juizado Especial Civil,</p><p>Habeas Corpus e Justiça do Trabalho. Mas, o</p><p>peticionamento é uma prerrogativa do advogado.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Estabelece o Estatuto da Advocacia e a OAB (Lei 8.906/94):</p><p>§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na</p><p>postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao</p><p>convencimento do julgador, e seus atos constituem</p><p>múnus público.</p><p>§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por</p><p>seus atos e manifestações, nos limites desta lei.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>2. Celeridade ou duração razoável do processo</p><p>O princípio está consubstanciado no art. 5º, LXXVIII, CF e no</p><p>art. 4º, CPC. Segundo eles, então:</p><p>LXXVIII – a todos, no âmbito judicial e administrativo, são</p><p>assegurados a razoável duração do processo e os meios</p><p>que garantam a celeridade de sua tramitação.</p><p>Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a</p><p>solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.1. Devido processo legal</p><p>É a necessidade das garantias da partes serem resguardadas</p><p>durante todo processo. Deve respeitar as etapas e os modo</p><p>previstos, para que não venha a prejudicar as partes da lide.</p><p>Dessa forma, estabelece o inciso LIV do art. 5º, CF:Dessa forma, estabelece o inciso LIV do art. 5º, CF:</p><p>LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens</p><p>sem o devido processo legal;</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.2. Isonomia ou igualdade de tratamento</p><p>Todas as partes devem ser tratadas de igual forma. Por essa</p><p>razão, também é conhecimento como o princípio da igualdade</p><p>de tratamento no Direito Processual Civl.</p><p>O art. 5º, caput, CF, dispõe que:O art. 5º, caput, CF, dispõe que:</p><p>“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer</p><p>natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros</p><p>residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à</p><p>liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.3. Publicidade</p><p>Corresponde ao princípio do julgamento público, exceto em se</p><p>tratando de defesa de intimidade ou se o interesse social assim</p><p>exigir. Do contrário, todos os atos serão públicos, sob pena de</p><p>nulidade.</p><p>Visa dar uma satisfação à própria sociedade através da</p><p>informação e permite a efetividade do contraditório.</p><p>Previso no art. 5º, inciso LX, CF:</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos</p><p>processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse</p><p>social o exigirem;</p><p>De igual forma, prevê, então, o art. 93, IX, CF:</p><p>IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serãoIX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão</p><p>públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade,</p><p>podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias</p><p>partes e a seus advogados, ou somente</p><p>a estes, em casos nos quais</p><p>a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não</p><p>prejudique o interesse público à informação;</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.4. Contraditório e ampla defesa</p><p>Tanto o princípio do contraditório quanto os princípio da</p><p>ampla defesa estão previstos no inciso LV do art. 5º, CF.</p><p>LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo,</p><p>e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e aos acusados em geral são assegurados o contraditório</p><p>e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;</p><p>Também dispõem os arts. 9º e 10º do Novo CPC:</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem</p><p>que ela seja previamente ouvida.</p><p>Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:</p><p>à tutela provisória de urgência;à tutela provisória de urgência;</p><p>às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;</p><p>à decisão prevista no art. 701.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição,</p><p>com base em fundamento a respeito do qual não se tenha</p><p>dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se</p><p>trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.</p><p>A garantia do contraditório (ou do princípio da dialeticidade) no</p><p>Direito Processual Civil dá ao processo uma estrutura dialética,Direito Processual Civil dá ao processo uma estrutura dialética,</p><p>ao oportunizar que as partes se oponham as alegações da</p><p>outra, contradizendo seus argumentos e apresentando sua</p><p>perspectiva e justificativa em todas as fases do processo.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>O princípio à ampla defesa, por sua vez, visa proteger o direito</p><p>de, em resposta às alegações da parte contrária, a parte</p><p>demandada possa utilizar-se das formas processuais cabíveis</p><p>de recurso, entre provas e procedimentos.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.5. Licitude das provas (art. 5º, LVI, CF)</p><p>LVI – são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas</p><p>por meios ilícitos;</p><p>Pelo princípio da licitude das provas, apenas prova lícitasPelo princípio da licitude das provas, apenas prova lícitas</p><p>serão consideradas na decisão do juízo.</p><p>Condutas ilícitas empregadas para obtenção de provas que</p><p>favorecem uma das partes.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.6. Fundamentação das decisões judiciais</p><p>A fundamentação das decisões judiciais, visava desde os</p><p>tempos de colônia, garantir que a lei fosse cumprida e a</p><p>arbitrariedade do Poder Judiciário fosse afastada do processo,</p><p>garantindo a imparcialidade do juízo, bem como se evitasse o</p><p>abuso do subjetivismo.</p><p>Art. 93, IX, CF: todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário</p><p>serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de</p><p>nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às</p><p>próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos</p><p>quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não</p><p>prejudique o interesse público à informação.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>3.7. Duplo grau de jurisdição</p><p>No exercício da jurisdição, é possível que o juiz cometa erros e</p><p>propicie injustiças na aplicação do Direito. Na tentativa de</p><p>minimizar esse risco (inerente à atividade humana), a legislação</p><p>estabelece mecanismos que possibilitam o reexame e a</p><p>revisão das decisões judiciais.revisão das decisões judiciais.</p><p>O princípio do duplo grau de jurisdição confere à parte</p><p>vencida ou insatisfeita a possibilidade de que</p><p>determinada decisão seja revista por meio de um novo</p><p>julgamento (geralmente por um órgão colegiado,mas que</p><p>também pode ser feito por um julgador singular).</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Em regra, é por meio dos recursos que esse princípio se faz</p><p>presente.</p><p>Segundo CF/88, há previsão para o princípio do duplo grau de</p><p>jurisdição, quando se estabelece que os tribunais do país</p><p>terão competência para julgar causas originariamente e em</p><p>grau de recurso.grau de recurso.</p><p>Esse posicionamento está no art. 102, incisos II e III, CF/88.</p><p>Professor Antonio Carlos</p><p>Professor Antonio Carlos Gomes Ferreira</p><p>Doutorando em Educação e Mestre em Direito. Graduado em</p><p>Direito, em Teologia e em Filosofia; graduando em História.</p><p>Pós-Graduado lato sensu em Direito do Trabalho e Processo</p><p>do Trabalho; em Direito Constitucional e Político; em Ciência</p><p>Apresentação</p><p>do Trabalho; em Direito Constitucional e Político; em Ciência</p><p>Política; em Filosofia Contemporânea e em Sociologia.</p><p>Advogado, filósofo, escritor e professor universitário.</p><p>Membro do Conselho Internacional de Altos Estudos em</p><p>Direito (CAED-Jus) e membro efetivo da Comissão de Ciência</p><p>e Tecnologia da OAB-SP.</p><p>Autor de obras na área da Filosofia, Política e do Direito.</p><p>Professor Antonio Carlos Gomes Ferreira</p><p>Antonio Carlos Gomes Ferreira II</p><p>@Professoracgf</p><p>11 98918-6808</p><p>professor_antoniocarlos</p>