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Princípios Constitucionais no Processo Civil

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CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI - UNIASSELVI
CURSO DE DIREITO
ANA CAROLINE MARIANO - 2466326
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS NO PROCESSO
Fundamentos do Direito Processual - Marcelo dos Santos Longen
2º semestre - turma DIR354
BLUMENAU/ SC
2020
1. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
O princípio do devido processo legal é a garantia de um processo com todas as
etapas previstas em lei e todas as garantias processuais necessárias, visando assegurar uma
sentença justa e adequada. Ele é a base na qual os outros princípios constitucionais se
sustentam, com o objetivo de garantir às partes um processo onde todos são tratados de forma
igualitária, com direito ao contraditório e à ampla defesa, assim como a existência um juiz
competente que irá julgar o caso de forma justa e honesta.
Este princípio está disposto no artigo 5º, inciso LIV da Constituição Federal,
dizendo que “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo
legal”. Assim, sobre o princípio do devido processo legal, Ada Pellegrini Grinover, Cândido
Rangel Dinamarco e Antônio Carlos de Araújo Cintra dizem:
Entende-se, com essa fórmula, o conjunto de garantias constitucionais que, de um
lado, asseguram às partes o exercício de suas faculdade e poderes processuais e, de
outro, são indispensáveis ao correto exercício da jurisdição.
Dessa forma, é possível afirmar que o princípio do devido processo legal é um
instrumento indispensável para a aplicação do Direito, já que é por meio dele que é
assegurado a todos que procurarem o Judiciário, os procedimentos adequados a fim de obter
uma sentença justa, possibilitando ao Estado dar a cada um o que lhe pertence. Neste sentido,
a jurisprudência (grifado):
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. CITAÇÃO. NULIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DO DEVIDO
PROCESSO LEGAL. NÃO OCORRÊNCIA. OFENSA REFLEXA. AUSÊNCIA
DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Não há repercussão
geral quando a alegada ofensa aos princípios do devido processo legal, da ampla
defesa e do contraditório é debatida sob a ótica infraconstitucional. 2. Agravo
regimental a que se nega provimento.
(ARE 895581 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN, Primeira Turma, julgado em
01/03/2016, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-050 DIVULG 16-03-2016 PUBLIC
17-03-2016)
2. PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ NATURAL
O princípio da imparcialidade do Juiz Natural garante aos cidadãos um
julgamento justo por órgãos independentes e imparciais, isto é, o réu apenas pode ser julgado
por quem a Constituição houver dado este poder, sendo vedada a criação do Juízo ou Tribunal
de exceção em um momento posterior ao fato julgado.
1
Este princípio está presente em dois incisos do artigo 5º da Constituição Federal.
Assim, o inciso LIII diz que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela
autoridade competente”, e o inciso XXXVII expressa que “não haverá juízo ou tribunal de
exceção”. Dessa forma, Humberto Theodoro Júnior afirma que:
Só pode exercer a jurisdição aquele órgão a que a Constituição atribuiu o poder
jurisdicional. Toda origem, expressa ou implícita, do poder jurisdicional só pode
emanar da Constituição, de modo que não é dado ao legislador ordinário criar juízes
ou tribunais de exceção, para julgamento de certas causas, nem tampouco dar aos
organismos judiciários estruturação diversa daquela prevista na Lei Magna
Assim sendo, este princípio mostra-se de extrema relevância para o Direito, já que
é ele quem garante um julgamento justo por juízes que possuam competência para fazê-lo,
assegurando a imparcialidade e independência do julgador. Neste seguimento, a
jurisprudência (grifado):
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM
AGRAVO. ALEGAÇÃO DE QUEBRA DE IMPARCIALIDADE DO JUIZ
SINGULAR. OFENSA REFLEXA. MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA.
DESPROVIMENTO. 1. A jurisprudência desta Suprema Corte assentou que a
discussão acerca de eventual violação ao princípio do juiz natural, quando o exame
da pretensão recursal depender de prévia análise de normas infraconstitucionais, não
admite processamento extraordinário, eis que a ofensa, se existente, seria indireta à
Constituição Federal. 2. Conforme a Súmula 279/STF, é inviável, em recurso
extraordinário, o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos. 3.
Agravo regimental desprovido. (ARE 1100658 AgR, Relator(a): EDSON FACHIN,
Segunda Turma, julgado em 23/03/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-066
DIVULG 06-04-2018 PUBLIC 09-04-2018)
3. PRINCÍPIO DA ISONOMIA
O princípio da isonomia significa a igualdade de todos perante a lei, isto é, a igual
aplicação da lei àqueles que a ela se submetem. Dessa maneira, o que é válido juridicamente
para um, é também válido para para todos aqueles que satisfizerem as condições de aplicação
daquela norma. No entanto, ao mesmo tempo que este princípio propõe a igual aplicação das
leis ao que preencham iguais condições, ele também sugere a desigual aplicação conforme as
desiguais condições. Este princípio está no caput do artigo 5º da Constituição Federal,
expressando que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Ele também está presente no
2
artigo 7º do Código de Processo Civil, mencionando que “é assegurada às partes paridade de
tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa,
aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório”. Referente a este princípio, Ada Pellegrini Grinover afirma que:
A igualdade perante a lei é premissa para a afirmação da igualdade perante o juiz: da
norma inscrita no art 5º, caput, da Constituição, brota o princípio da igualdade
processual. As partes e os procuradores devem merecer tratamento igualitário, para
que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões.
Logo, este princípio é fundamental ao Direito, pois é por meio dele que é possível
equilibrar as relações entre as partes em um processo, promovendo um tratamento de acordo
com os envolvidos nele. Ele não tem como finalidade acabar com todas as desigualdades entre
as pessoas, mas sim, identificar as diferenças existentes e proporcionar tratamentos
diferenciados de modo geral e impessoal. Assim sendo, a jurisprudência (grifado):
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. TELEFONIA. AÇÃO DE
ADIMPLEMENTO CONTRATUAL. RESÍDUO ACIONÁRIO. FASE DE
LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA. FIXAÇÃO DO VALOR DOS HONORÁRIOS
PERICIAIS: R$ 2.580,00. RECURSO. PLEITO DE REDUÇÃO. VIABILIDADE.
CASO QUE ENVOLVE UM ÚNICO CONTRATO DE PARTICIPAÇÃO
FINANCEIRA. QUANTIA FIXADA EM DESCONFORMIDADE COM O
VALOR PADRONIZADO POR ESTA CÂMARA CÍVEL EM CASOS
SIMILARES: R$ 1.500,00. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA:
SOLUÇÕES IGUAIS PARA CASOS IGUAIS. DECISÃO REFORMADA.
RECURSO PROVIDO. (TJPR - 6ª C.Cível - 0002922-95.2020.8.16.0000 - Curitiba
- Rel.: Juiz Horácio Ribas Teixeira - J. 09.09.2020)
4. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
Segundo o princípio do contraditório e ampla defesa, todas as provas apresentadas
no processo devem poder ser contestadas pela parte contrária, em outras palavras, é o direito
de que nenhum cidadão será julgado sem antes poder se defender. Ele está presente no inciso
LV do artigo 5º da Constituição Federal, determinando que “aos litigantes, em processo
judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla
defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Decorridos do princípio do processo legal, o contraditório refere-se a garantia que
as partes possuem de ter conhecimento sobre as alegações contrárias e de poder contestá-las, e
então, ser capaz de mudar o pensamento do juiz. Já a ampla defesa, concede aos litigantes o
3
direito de fazer alegações, sendo permitido o uso de todos os meios e recursos juridicamente
válidos, proibindo o cerceamentodo direito de defesa. Assim, o pensador Léo da Silva Alves
relata que:
O contraditório é o momento em que o acusado enfrenta as razões postas contra ele.
A ampla defesa, por sua vez, é a oportunidade que deve ter o acusado de mostrar
suas razões. No contraditório, o acusado procura derrubar a verdade da acusação e
na ampla defesa ele sustenta a sua verdade.
Assim sendo, este princípio torna-se imprescindível, pois é por meio dele que é
possível garantir a participação de ambas as partes no processo, contribuindo de forma efetiva
na tomada de decisão do julgador e buscando um equilíbrio a fim de que os resultados sejam
equânimes e justos. Sobre o assunto, a jurisprudência (grifado):
EMENTA: HABEAS CORPUS. PEDIDO DE EXTENSÃO DA ORDEM
CONCEDIDA A CORRÉU. ART. 580 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL.
VIOLAÇÃO DE DEVER FUNCIONAL COM O FIM DE LUCRO. ABSOLVIÇÃO
EM PRIMEIRA INSTÂNCIA. ACÓRDÃO DE APELAÇÃO QUE DEU NOVA
CAPITULAÇÃO LEGAL AO FATO, SEM OITIVA DO RÉU E COM BASE EM
ELEMENTOS NÃO CONSTANTES DA DENÚNCIA. NULIDADE. ART. 437 DO
CPPM. VIOLAÇÃO AOS POSTULADOS DA AMPLA DEFESA E DO
CONTRADITÓRIO. PEDIDO DE EXTENSÃO DEFERIDO. I – Viola os
princípios da ampla defesa e do contraditório o julgamento de apelação que, a partir
de elementos não constantes da denúncia e sem oitiva do réu, dá nova definição
jurídica ao fato. Art. 437 do Código de Processo Penal Militar. II - Requerente que
se encontra em situação fático-processual idêntica à do paciente beneficiado neste
writ. III – Extensão da ordem concedida para determinar ao Superior Tribunal
Militar que proceda a novo julgamento, observados os princípios da ampla defesa e
do contraditório, nos termos do voto.
(HC 116607 Extn, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda Turma,
julgado em 25/03/2014, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-073 DIVULG
11-04-2014 PUBLIC 14-04-2014)
5. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
O princípio da publicidade é o dever de tornar público os atos processuais,
possibilitando a livre acesso a informações por interessados, assim como a transparência na
atuação do Estado. Este princípio está enunciado no inciso XXXIII do artigo 5º da
Constituição Federal, que diz que “todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas
no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado”.
4
No entanto, o inciso LX do artigo 5º da Constituição menciona que “a lei só
poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
interesse social o exigirem”. Dessa forma, há situações em que se mantém sob sigilo os
processos judiciais, chamados de segredo de justiça, permitindo apenas às partes e seus
procuradores o direito de consultar os autos do processo. Os casos de segredo de justiça estão
expressos do artigo 189 do Código de Processo Civil, expondo que:
Art. 189. Os atos processuais são públicos, todavia tramitam em segredo de justiça
os processos:
I - em que o exija o interesse público ou social;
II - que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união
estável, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;
III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;
IV - que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral,
desde que a confidencialidade estipulada na arbitragem seja comprovada perante o
juízo.
Assim sendo, acerca do assunto, os pensadores Ada Pellegrini Grinover, Cândido
Rangel Dinamarco e Antônio Carlos de Araújo Cintra defendem que “o princípio da
publicidade do processo contribui uma preciosa garantia do indivíduo no tocante ao exercício
da jurisdição”. Portanto, este princípio é fundamental para garantir a imparcialidade e a
transparência das atividades jurisdicionais, garantindo a correta aplicação da justiça, pois
permite o controle de legalidade pela população por meio da divulgação dos atos processuais.
Isto posto, a jurisprudência (grifado):
EMENTA: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. RESTRIÇÕES
GENÉRICAS E ABUSIVAS À GARANTIA CONSTITUCIONAL DE ACESSO À
INFORMAÇÃO. AUSÊNCIA DE RAZOABILIDADE. VIOLAÇÃO AOS
PRINCÍPIOS DA PUBLICIDADE E TRANSPARÊNCIA. SUSPENSÃO DO
ARTIGO 6º-B DA LEI 13.979/11, INCLUÍDO PELA MP 928/2020. MEDIDA
CAUTELAR REFERENDADA. 1. A Constituição Federal de 1988 consagrou
expressamente o princípio da publicidade como um dos vetores imprescindíveis à
Administração Pública, conferindo-lhe absoluta prioridade na gestão administrativa
e garantindo pleno acesso às informações a toda a Sociedade. 2. À consagração
constitucional de publicidade e transparência corresponde a obrigatoriedade do
Estado em fornecer as informações solicitadas, sob pena de responsabilização
política, civil e criminal, salvo nas hipóteses constitucionais de sigilo. 3. O art. 6º-B
da Lei 13.979/2020, incluído pelo art. 1º da Medida Provisória 928/2020, não
estabelece situações excepcionais e concretas impeditivas de acesso à informação,
pelo contrário, transforma a regra constitucional de publicidade e transparência em
exceção, invertendo a finalidade da proteção constitucional ao livre acesso de
informações a toda Sociedade. 4. Julgamento conjunto das Ações Diretas de
Inconstitucionalidade 6.347, 6351 e 6.353. Medida cautelar referendada.
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(ADI 6347 MC-Ref, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno,
julgado em 30/04/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-202 DIVULG
13-08-2020 PUBLIC 14-08-2020)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, Léo da Silva. Prática de Processo Disciplinar. Brasília: Brasília Jurídica, 2005.
CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido
Rangel. Teoria geral do processo. 23. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. I, Teoria Geral
do Direito Processual Civil e Processo de Conhecimento, 15ª edição, editora Forense, pág. 38.
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