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<p>ANÁLISE DE</p><p>INVESTIMENTO E</p><p>FONTES DE</p><p>FINANCIAMENTO</p><p>Fabiane Padilha</p><p>Metodologia multi-índice</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>� Descrever o conceito de multi-índice e sua aplicação.</p><p>� Identificar os indicadores associados à rentabilidade e ao risco do projeto.</p><p>� Demonstrar a aplicabilidade da metodologia multi-índice, destacando</p><p>vantagens e desvantagens.</p><p>Introdução</p><p>Quando se fala em análise de projetos de investimentos, existem duas</p><p>possibilidades: ser bem-sucedido ou fracassar na escolha do investimento.</p><p>É permanente a dúvida nessa situação, pois, ao investir, pode-se estar</p><p>direcionando grandes quantias de recursos, inviabilizando outras ações,</p><p>além da incerteza de como o investimento escolhido se desenvolverá ao</p><p>longo do projeto. Diante de tal situação, é essencial que o tomador de</p><p>decisão tenha precaução quanto aos investimentos escolhidos.</p><p>Risco e incerteza são elementos presentes no contexto relativo a</p><p>investimentos e à escolha destes. Quanto mais desconhecidas forem as</p><p>variáveis envolvidas no projeto, maiores são as probabilidades de perdas.</p><p>E ninguém se planeja para o insucesso quando faz um investimento,</p><p>independentemente de seu tamanho ou abrangência.</p><p>Um bom ponto de partida para a análise de investimentos é o desen-</p><p>volvimento do fluxo de caixa desse projeto, que vai incluir as estimativas</p><p>de entradas e saídas pertinentes a ele, apresentadas em uma linha de</p><p>tempo. Ao estimar os ganhos e desembolsos, haverá uma visualização</p><p>mais coesa do projeto, detalhando de forma mais clara o que poderá</p><p>acontecer. Entretanto, sabe-se que sempre haverá riscos envolvidos em</p><p>uma perspectiva futura. Nesse sentido, torna-se ainda mais importante</p><p>conhecer metodologias diversas de análises de investimentos, pois é</p><p>necessário que esse risco esteja presente nas estimativas.</p><p>Este capítulo se propõe a um estudo da metodologia multi-índice</p><p>para análise de investimentos. Primeiro, será descrito o conceito e a apli-</p><p>cação da metodologia multi-índice; na sequência, serão identificados os</p><p>indicadores associados à rentabilidade e ao risco de um projeto, e, por</p><p>fim, se demonstrará a aplicabilidade da metodologia, destacando-se suas</p><p>vantagens e desvantagens.</p><p>Multi-índice: o que é e como é aplicado?</p><p>Ao se procurarem, na literatura, referências sobre metodologias de análise de</p><p>investimentos, é fácil deparar com os indicadores mais utilizados, que são valor</p><p>presente líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR) e prazo de retorno do in-</p><p>vestimento (payback). Nessa procura, a maior dificuldade é encontrar um método</p><p>que mostre os riscos inerentes à escolha do investimento e o retorno esperado.</p><p>Investir pressupõe assumir riscos. “Nenhum investimento está completa-</p><p>mente blindado contra os riscos, o que muda é o grau em que eles se mani-</p><p>festam, de modo que os fazem assumir uma característica inerente, inevitável</p><p>e peculiar a cada empreendimento” (HARZER, 2015, p. 72). Assim, cada</p><p>projeto, por mais semelhante que pareça, vai apresentar riscos específicos.</p><p>Incertezas e riscos estão sempre juntos, entretanto, possuem características</p><p>diferentes, pois o risco pode ser mensurado, já a incerteza é uma variável</p><p>que deixa em dúvida acontecimentos futuros. Andrade (2011) explica que a</p><p>incerteza está relacionada a fatores desconhecidos, inexistindo probabilidade</p><p>de estimativa de ocorrência. Os riscos, por outro lado, são fatores conhecidos,</p><p>sendo possível mensurar a probabilidade de ocorrência deles.</p><p>Harzer (2015, p. 43) contribui no sentido de fazer a relação entre incerteza</p><p>e risco:</p><p>As incertezas podem diminuir à medida que o projeto amadurece por meio</p><p>da obtenção de mais informações, mas elas sempre tendem a permanecer</p><p>com um resíduo, deixando dúvidas quanto ao futuro do empreendimento em</p><p>análise. Os riscos são mais complicados, pois estes, sim, podem comprometer</p><p>o negócio e pouco pode ser feito para contê-los. Desse modo, tanto os riscos,</p><p>quanto as incertezas não só se manifestam de forma distinta, como também</p><p>produzem consequências nos resultados do empreendimento, podem inclusive,</p><p>retrair os planos de expansão dos investidores.</p><p>Segundo Gitman (2010), os principais riscos (que para ele são a chance de</p><p>perda financeira) existentes em um projeto de investimento são os riscos da</p><p>empresa, os riscos específicos do acionista e os riscos da empresa e do acionista.</p><p>Metodologia multi-índice2</p><p>Entre os riscos que a empresa pode apresentar está o risco operacional,</p><p>aquele em que a empresa não consegue arcar com seus custos operacionais,</p><p>e também o risco financeiro, aquele em que há possibilidade de a empresa</p><p>vir a se tornar insolvente.</p><p>Os riscos específicos do acionista são os riscos de taxa de juros (em que</p><p>há possibilidade que ela afete de forma negativa o valor do investimento),</p><p>risco de liquidez (em que há a possibilidade de que não ocorra a liquidação</p><p>do ativo), risco de mercado (em que fatores exógenos direcionam para um</p><p>cenário negativo inviabilizando o investimento).</p><p>Os riscos da empresa e do acionista são:</p><p>� risco de evento (quando há possibilidade de um imprevisto ocorrer</p><p>exercendo efeito negativo sobre a organização);</p><p>� risco de câmbio (quando há flutuação cambial indesejada);</p><p>� risco de poder aquisitivo (quando a possibilidade de mudanças nos</p><p>preços, como inflação e deflação, afeta negativamente o fluxo de caixa</p><p>da empresa);</p><p>� risco tributário (quando novos tributos ou mudanças na legislação</p><p>afetam a organização).</p><p>Lemes Júnior, Cherobim e Rigo (2010), por sua vez, classificam os riscos</p><p>em: risco do negócio ou risco econômico (aqueles relacionados às atividades</p><p>da empresa e que também afetam todas as empresas do mesmo setor), risco</p><p>financeiro (aquele relacionado às fontes de recursos que viabilizam o negócio</p><p>da empresa) e risco-país (relacionados às condições de nível nacional — ma-</p><p>croeconômicas — que possam impactar o empreendimento).</p><p>Risco-país é um conceito que busca expressar de forma objetiva o risco de crédito</p><p>a que investidores estão submetidos quando investem nos títulos públicos daquele</p><p>país. No mercado financeiro, os indicadores diários mais utilizados para essa finalidade</p><p>são o EMBI+Br e o Credit Default Swap (CDS) do Brasil. Também existem empresas</p><p>especializadas em analisar o risco de crédito dos países, as chamadas agências de</p><p>classificação de risco (ou agências de rating), que atribuem suas notas para cada país</p><p>em função da percepção de risco presente e futuro.</p><p>3Metodologia multi-índice</p><p>Na busca por informações adicionais que possam reduzir os riscos, de-</p><p>senvolveu-se uma metodologia de análise de investimentos complementar</p><p>à metodologia clássica, a chamada metodologia multi-índice. Harzer (2015,</p><p>p. 24) afirma: “O que a metodologia multi-índice procura fazer é gerar um</p><p>conjunto de informações de modo a clarificar os riscos frente aos retornos</p><p>das alternativas de investimentos disponíveis, melhorando, assim, o processo</p><p>decisório”.</p><p>A intenção de Souza e Clemente (2004), ao desenvolver o conceito da</p><p>metodologia multi-índice, era contribuir de forma mais objetiva para a aná-</p><p>lise das variáveis que estão implicitamente relacionadas ao risco e, também,</p><p>analisar risco e retorno conjuntamente. Dessa forma, ao se analisar risco e</p><p>retorno de maneira conjunta, pressupõe-se que haja melhor compreensão dos</p><p>riscos assumidos, de forma a proporcionar uma escala gradual que melhora</p><p>a qualidade da tomada de decisão.</p><p>A metodologia multi-índice foi proposta para avaliar riscos em suas dife-</p><p>rentes dimensões, preocupando-se em confrontar a expectativa de retorno com</p><p>a percepção dos potenciais riscos do empreendimento em análise. Entre as</p><p>características da metodologia multi-índice, encontra-se a utilização da análise</p><p>ambiental para entender de forma mais substancial os riscos envolvidos no</p><p>projeto. Dessa forma, ao estudar o panorama em que a empresa se encontra, os</p><p>riscos do investimento são extraídos das ameaças oferecidas por esse contexto</p><p>e, dessa forma, são muito mais tangíveis (SOUZA; CLEMENTE, 2008).</p><p>A metodologia clássica avalia o retorno usando VPL (quando ele é maior</p><p>que zero, aceita-se o projeto); o payback (quando ele for inferior ao período</p><p>máximo para a empresa recuperar o capital); e a TIR (se ela for maior que</p><p>a TMA, o projeto é viável). Desse modo, incorpora-se o risco em forma de</p><p>prêmio adicional sobre a TMA (que é o custo de oportunidade que o investidor</p><p>obtém ao optar por determinado investimento, abrindo mão de outros de baixo</p><p>risco) (HARZER, 2015).</p><p>A metodologia multi-índice não adiciona prêmio pelo risco, visto que a</p><p>TMA passa a ser o valor que o investidor deixa de ganhar nessa aplicação</p><p>em troca do investimento no projeto, devendo refletir a melhor alternativa no</p><p>momento. Nessa metodologia, os três indicadores clássicos são analisados</p><p>de maneira diferente: VPL positivo sinaliza que a análise deve prosseguir;</p><p>payback e TIR são assumidos como indicadores de risco. Além de entender</p><p>os indicadores clássicos em uma outra perspectiva, ainda avalia o risco por</p><p>meio de cinco dimensões: risco financeiro, risco de não recuperar o capital</p><p>investido, risco operacional, risco de gestão e risco de negócio.</p><p>Metodologia multi-índice4</p><p>De acordo com Souza e Clemente (2008), na análise das cinco dimensões</p><p>de risco, os indicadores são parametrizados em uma escala que vai de zero</p><p>(representando a ausência de risco) a um (representando risco máximo):</p><p>� Risco financeiro — Caracterizado pela probabilidade de se obter um</p><p>retorno melhor ao aplicar o capital disponível no mercado financeiro</p><p>e ganhar mais do que a TMA do projeto. Na metodologia multi-índice</p><p>(que avalia esse risco de zero a 1), o indicador equivalente ao risco</p><p>financeiro é o indicador TMA/TIR, no qual, quanto mais próximo de</p><p>1, maior o risco financeiro.</p><p>� Risco de não recuperar o capital investido — Se o VPL for menor</p><p>que zero, indicando que a soma dos retornos atualizados foi menor</p><p>que o valor investido, não haverá recuperação do capital investido. Na</p><p>metodologia multi-índice, esse risco é medido pelo payback/N, medindo</p><p>a proporção entre o tempo necessário para que os recursos gerados</p><p>pelo projeto superem o investimento inicial. Nesse caso, quanto mais</p><p>próximo de um, maior o risco de não recuperar o capital investido.</p><p>� Risco operacional — Caracteriza-se pela situação em que a empresa</p><p>não consegue cobrir seus custos operacionais. Na metodologia multi-</p><p>-índice, esse risco é medido por meio do indicador denominado Grau</p><p>de Comprometimento da Receita (GCR), em que o risco operacional</p><p>mostra-se alto quando a empresa apresenta lucro somente com elevado</p><p>nível de capacidade instalada. Nesse caso, quanto mais próximo de</p><p>um, maior o risco. Assim, quanto mais próximo do um, maior o risco</p><p>operacional.</p><p>� Risco de gestão — Esse risco envolve o nível de conhecimento e</p><p>competência dos gestores em projetos similares (que criam vantagem</p><p>competitiva), de modo a avaliar a condução do negócio no que diz</p><p>respeito a fatos e atos cometidos pelos gestores que podem de alguma</p><p>forma impactar nos resultados do empreendimento. Entende-se que</p><p>os departamentos e a percepção relativa a eles contribui para a gestão.</p><p>Aqui, quanto mais próximo do um, maior o risco de gestão.</p><p>� Risco do negócio — Diz respeito a variáveis não controláveis pela</p><p>empresa e que se encontram no ambiente em que ela atua — também</p><p>chamado de macroambiente, onde se encontram as variáveis da Análise</p><p>PEST (política, econômica, social e tecnológica). As cinco forças de</p><p>Porter também auxiliam nesse indicador, assim como a Análise SWOT.</p><p>Fazendo a Análise SWOT (iniciais para forças, fraquezas, ameaças e</p><p>oportunidades) da empresa, consegue-se alinhar as forças internas</p><p>5Metodologia multi-índice</p><p>dela para se obter vantagem competitiva e minimizar o impacto das</p><p>ameaças. Nesse risco, quanto mais próximo do um for o resultado, mais</p><p>arriscado é o negócio.</p><p>Assim sendo, a metodologia multi-índice vai dividir risco e retorno em dois</p><p>conjuntos: indicadores associados à rentabilidade e indicadores associados</p><p>ao risco.</p><p>Indicadores associados à rentabilidade e</p><p>ao risco do projeto</p><p>A metodologia multi-índice apoia-se na análise de dois grupos de indicadores</p><p>(relacionados ao retorno e ao risco) com o objetivo de avaliar os projetos de</p><p>investimentos. A tomada de decisão se dará por meio do confronto entre o</p><p>retorno adicional do projeto e da percepção do risco oriunda da análise de cinco</p><p>indicadores: relação TMA/TIR; relação payback/N; grau de comprometimento</p><p>da receita (GCR); risco de gestão e risco do negócio.</p><p>Indicadores de retorno do projeto de investimento</p><p>Entre os indicadores de retorno do projeto, estão: valor presente (VP), valor</p><p>presente líquido (VPL), valor presente líquido anualizado (VPLa), índice</p><p>benefício-custo (IBC), retorno do investimento (ROI) e retorno adicional</p><p>sobre o investimento (ROIA).</p><p>Valor presente (VP)</p><p>Valor presente é um indicador que desconta determinado fluxo de caixa futuro</p><p>para a data atual, ou seja, transporta um valor futuro para o presente. Segundo</p><p>Gitman (2010, p. 154), “o valor presente é o valor atual em dinheiro de um</p><p>montante futuro”.</p><p>A taxa de desconto é inversamente proporcional ao valor presente, ou seja,</p><p>quanto maior a taxa de desconto, menor será o valor presente. Como esclarece</p><p>Puccini (2011, p. 165), “quanto maior for a taxa de juros, tanto menor será</p><p>o valor presente do fluxo de caixa e, consequentemente, maior o ‘desconto’</p><p>exigido na operação”. O cálculo do VP é dado pela seguinte equação:</p><p>Metodologia multi-índice6</p><p>VP =</p><p>FV</p><p>(1 – i)n</p><p>Valor presente líquido (VPL)</p><p>O valor presente líquido (VPL) ou net present value (NPV) é um cálculo que</p><p>transporta fluxos de caixas futuros até a data focal zero, considerando todas</p><p>as entradas e saídas de caixa no decorrer do período. O valor presente líquido</p><p>utiliza a TMA (taxa mínima de atratividade) como taxa de desconto dos fluxos</p><p>de caixa projetado.</p><p>Conforme Gitman (2010), os critérios de aceitação do VPL são bastantes</p><p>simples, e, para o investimento ser aceito, ele precisa ser maior que zero.</p><p>Caso não seja maior que zero, o projeto deverá ser rejeitado. Na metodologia</p><p>multi-índice, o VPL sinaliza que a análise deve continuar, não se definindo,</p><p>por meio desse indicador, se o projeto deverá ser aceito ou rejeitado. O cálculo</p><p>do VPL é dado pela seguinte equação:</p><p>VPL = –Fc0</p><p>(1 + TMA)0 + Fc1</p><p>(1 + TMA)1 + Fc2</p><p>(1 + TMA)2 + Fc3</p><p>(1 + TMA)3 ...</p><p>Valor presente líquido anualizado (VPLA)</p><p>O método de valor presente líquido anualizado visa agrupar investimentos de</p><p>períodos diferentes em um montante equivalente. “O VPLA converte o valor</p><p>presente líquido de projetos de duração diferentes em um montante equivalente</p><p>(em termos de VPL), que pode ser usado para selecionar o melhor projeto”</p><p>(DAL ZOT; CASTRO, 2015, p. 118).</p><p>Souza e Clemente (2008) afirmam que é mais fácil pensar em termos de</p><p>ganho por período de tempo do que em termos de ganho acumulado. Dessa</p><p>forma, como explica Dal Zot e Castro (2015), para calcular o VPLA, primeiro</p><p>se calcula o VPL de cada projeto, em seguida se calcula uma prestação poste-</p><p>cipada usando como principal o VPL de cada um dos projetos. O maior VPLA</p><p>será o escolhido. Assim, primeiro, usamos a equação do VPL e depois usamos</p><p>a equação do PV para encontrar a prestação:</p><p>7Metodologia multi-índice</p><p>VPL = –Fc0</p><p>(1 + TMA)0 + ..Fc1</p><p>(1 + TMA)1</p><p>PV = PMT</p><p>(1 + i)n – 1</p><p>(1 + i)n ∙ i[ ]</p><p>Índice custo-benefício (IBC)</p><p>O índice de custo-benefício visa mensurar o retorno por unidade de capital</p><p>investido, levando em consideração que os recursos financeiros do projeto</p><p>sejam reaplicados com a rentabilidade da TMA.</p><p>Conforme Harzer (2015, p. 115), “o IBC é medido pela razão entre o valor</p><p>presente dos fluxos líquidos e benefícios e o valor presente dos fluxos de</p><p>investimentos”. O cálculo do IBC é dado pela seguinte equação:</p><p>IBC = Somatório do VP dos benefícios</p><p>Somatório do VP dos investimentos</p><p>Retorno sobre investimento (ROI)</p><p>O return over investment</p><p>ou retorno sobre investimento (ROI) é um indicador</p><p>que visa quantificar o percentual de ganho sobre uma determinada aplicação.</p><p>Possui um método de cálculo bastante simples, o que o tornou uma ferramenta</p><p>bastante difundida no mundo da análise de investimentos. Um dos principais</p><p>pontos fracos do ROI é não considerar o tempo, e sim somente o ganho, exi-</p><p>gindo que, para uma melhor análise, sejam utilizados outros métodos, como</p><p>o payback. O cálculo do ROI é dado pela seguinte equação:</p><p>ROI =</p><p>(Ganho obtido – investimento inicial)</p><p>Investimento inicial</p><p>ROIA</p><p>Conforme Harzer (2015, p. 116), “O ROIA é uma medida de rentabilidade</p><p>além da TMA, mensurada em unidade de tempo do projeto”. Em geral, o</p><p>ROIA é bem semelhante ao EVA (economic value added ou valor econômico</p><p>agregado), que, segundo Gitman (2010, p. 446), é “uma medida popular que</p><p>as empresas podem usar para determinar se um investimento — proposto</p><p>Metodologia multi-índice8</p><p>ou existente — contribui positivamente para a riqueza dos proprietários”. O</p><p>cálculo do ROIA é dado pela seguinte equação:</p><p>ROIA = ( n√IBC – 1) × 100</p><p>Indicadores de risco do projeto de investimento</p><p>Os indicadores de risco são risco financeiro, risco de não recuperar o capital,</p><p>risco operacional, risco de gestão e risco do negócio.</p><p>Risco financeiro (TMA/TIR)</p><p>O indicador de risco TMA/TIR calcula a proximidade entre a TMA e a TIR</p><p>(taxa interna de retorno) a fim de quantificar o risco do projeto. Quanto mais</p><p>próxima a TMA estiver da TIR, maior será o risco de perda financeira no</p><p>projeto, pois a TIR é a taxa que leva o VPL para zero. Conforme Dal Zot e</p><p>Castro (2015, p. 115), “aceita-se o projeto quando a taxa de retorno for maior</p><p>do que a taxa mínima de atratividade (TIR > TMA) e rejeita-se quando ela</p><p>for menor (TIR < TMA)”.</p><p>A divisão entre a TMA/TIR para que o projeto seja aceito deve ser sempre</p><p>abaixo de um. Quanto mais próximo o indicador chegar do número um, haverá</p><p>mais chance de perda financeira. Conforme Harzer (2015, p. 117), “na escala</p><p>de risco, quanto mais próximo de um essa relação, a tendência é de que o risco</p><p>de se perder dinheiro seja maior, caso se invista no projeto”.</p><p>Risco de não recuperar o capital — Payback/N</p><p>O payback/N é um indicador de risco que visa quantificar se existe risco de</p><p>não recuperar o valor investido, sendo N o prazo total do projeto. Conforme</p><p>Harzer (2015) explica, seu conceito é bastante simples, pois projetos que</p><p>possuem payback em que os retornos só aconteceram muito próximos ao final</p><p>do projeto tendem a ser mais arriscados que aqueles que aconteçam próximos</p><p>ao começo. O cálculo do payback/N é dado pela seguinte equação:</p><p>Payback/N =</p><p>Payback do projeto</p><p>Prazo do projeto</p><p>9Metodologia multi-índice</p><p>Risco operacional — Grau de comprometimento da receita (GCR)</p><p>O GCR é um indicador que tem por objetivo medir o risco operacional do</p><p>projeto. Conforme Harzer (2015), seu cálculo é a divisão da receita de equilíbrio</p><p>pela receita no nível máximo de atividade. A escala de risco é semelhante à</p><p>do indicador TMA/TIR, em que resultados próximos a um tendem ser mais</p><p>arriscados. O cálculo do GCR é dado pela seguinte equação:</p><p>GCR =</p><p>Receita de equilíbrio</p><p>Receita do nível máximo de atividade</p><p>Risco de gestão e risco de negócio</p><p>O risco de gestão parte da premissa de que os gestores devem possuir conhe-</p><p>cimentos básicos, experiência e habilidades para melhor cumprir sua função.</p><p>Harzer (2015) explica que, para quantificar o risco de gestão, deve-se realizar</p><p>um levantamento sobre todas as competências que a equipe gestora possui, no</p><p>qual scores maior que zero significam que a equipe possui alguma ou bastante</p><p>competência e o score 0 significa que não possuem nenhuma competência.</p><p>Podem ser realizadas análises em todos os departamentos da empresa.</p><p>O risco de negócio envolve uma série de fatores exógenos, e a organização</p><p>não pode interferir. Nessa avaliação, utiliza-se a percepção de elementos que</p><p>constam na análise PEST (na qual as variáveis consideradas são a Política-legal,</p><p>Econômica, Sociocultural e Tecnológica), junto com a percepção das Cinco</p><p>Forças de Michael Porter (novos entrantes, produtos substitutos, poder de</p><p>barganha dos fornecedores, poder de barganha dos clientes e concorrentes), e</p><p>a percepção tendo em vista os elementos da Análise SWOT (forças, fraquezas,</p><p>ameaças e oportunidades).</p><p>Vantagens e desvantagens da metodologia</p><p>multi-índice</p><p>A integração entre a análise quantitativa e a perspectiva qualitativa faz com</p><p>que a metodologia multi-índice tenha como objetivo contribuir de forma mais</p><p>Metodologia multi-índice10</p><p>objetiva para identificar as variáveis que estão implicitamente relacionadas</p><p>ao risco e também analisar risco e retorno conjuntamente. Como afirmam</p><p>Sousa et al. (2017, p. 69):</p><p>A vantagem da utilização da metodologia multi-índice, portanto, reside na</p><p>padronização das diversas formas de análise em indicadores e a decomposição</p><p>do risco em cinco dimensões: Risco Financeiro (TMA/TIR), Risco da não</p><p>recuperação do capital investido (Payback/N), Risco Operacional (Grau de</p><p>Comprometimento da Receita – GCR), Risco de Gestão e Risco de Negócio.</p><p>Esta decomposição permite a comparação dos fatores de risco e da própria</p><p>rentabilidade do projeto. Além disso, a utilização de um conjunto de indica-</p><p>dores possibilita uma análise mais completa, resultando em informações mais</p><p>seguras e precisas do que o uso isolado de cada técnica.</p><p>Percebe-se que, ao analisar as variáveis de risco e retorno em grupos</p><p>separados, existe uma maior probabilidade de entender a viabilidade de uma</p><p>forma mais ampla, pois são variáveis que darão as informações necessárias à</p><p>continuidade do projeto de investimento. Assim, a metodologia multi-índice</p><p>mostra-se como uma importante alternativa técnica de análise de investimentos,</p><p>além das que já existem nessa seara.</p><p>Como desvantagem, pode-se citar a ampla gama de dados que devem ser</p><p>buscados para que se tenha em mãos material para a elaboração da análise.</p><p>A aplicabilidade dessa ferramenta de análise de investimentos requer tempo</p><p>e disponibilidade para a busca das variáveis que integrarão os indicadores.</p><p>Esse é um trabalho árduo, mas de extrema importância se a intenção é usar</p><p>essa ferramenta.</p><p>Para mais informações sobre a aplicabilidade da metodologia multi-índice, consulte a</p><p>tese de Doutorado de Jorge Harry Harzer (HARZER, 2015), intitulada Avaliação do risco</p><p>financeiro em projetos de investimento a partir da relação TMA/TIR: uma contribuição da</p><p>metodologia multi-índice.</p><p>11Metodologia multi-índice</p><p>ANDRADE, R. P. A construção do conceito de incerteza: uma comparação das con-</p><p>tribuições de Knight, Keynes, Shackle e Davidson. Nova economia, Belo Horizonte, v.</p><p>21, n. 2, p. 171-195, maio/ago. 2011. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/S0103-</p><p>63512011000200001>. Acesso em: 25 jun. 2018.</p><p>DAL ZOT, W.; CASTRO, M. L. Matemática financeira: fundamentos e aplicações. Porto</p><p>Alegre: Bookman, 2015.</p><p>GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice</p><p>Hall, 2010.</p><p>HARZER, J. H. Avaliação do risco financeiro em projetos de investimento a partir da relação</p><p>TMA/TIR: uma contribuição da metodologia multi-índice. 2015. 242 f. Tese (Doutorado</p><p>em Administração) – Escola de Negócios, Pontifícia Universidade Católica do Paraná,</p><p>Curitiba, 2015. Disponível em: <http://www.biblioteca.pucpr.br/pergamum/biblioteca/</p><p>img.php?arquivo=/00005a/00005a7a.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2018.</p><p>LEMES JUNIOR, A. B; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. Administração financeira: princípios,</p><p>fundamentos e práticas. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.</p><p>PUCCINI, E. C. Matemática financeira e análise de investimentos. Florianópolis: Departa-</p><p>mento de Ciências da Administração/UFSC; Brasília: CAPES: UAB, 2011.</p><p>SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos: fundamentos,</p><p>técnicas e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004.</p><p>SOUZA, A.; CLEMENTE, A. Decisões financeiras e análise de investimentos: fundamentos,</p><p>técnicas e aplicações.</p><p>6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.</p><p>SOUZA, S. L. C. et al. Metodologia multi-índice na análise da viabilidade de criação de</p><p>tilápias em tanques rede. Caderno Profissional de Administração da UNIMEP, Piracicaba,</p><p>v. 7, n. 2, p. 62-81, 2017. Disponível em: <http://www.cadtecmpa.com.br/ojs/index.php/</p><p>httpwwwcadtecmpacombrojsindexphp/article/view/151/136>. Acesso em: 25 jun. 2018.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>COSTA, J. E. N. et al. Expectativa de retorno e de risco: um estudo dos custos de be-</p><p>neficiamento do mel no Estado do Rio Grande do Norte. In: CONGRESSO BRASILEIRO</p><p>DE CUSTOS, 21., 2014, Natal. Anais eletrônicos... São Leopoldo: Associação Brasileira</p><p>de Custos, 2014. Disponível em: <https://anaiscbc.emnuvens.com.br/anais/article/</p><p>view/3754>. Acesso em: 25 jun. 2018.</p><p>JOHANN, E. R. et al. Metodologia clássica e método multi-índice na avaliação fi-</p><p>nanceira de projetos de investimento: um estudo de caso na empresa Alfa. Gestão</p><p>e Desenvolvimento, Novo Hamburgo, v. 11, n. 1, p. 91-112, jan. 2014. Disponível em:</p><p><http://periodicos.feevale.br/seer/index.php/revistagestaoedesenvolvimento/article/</p><p>view/73>. Acesso em: 25 jun. 2018.</p><p>Metodologia multi-índice12</p><p>Conteúdo:</p>

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