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<p>Vista lateral</p><p>Vista posterior</p><p>• Face ínfero-laterais esquerda e direita</p><p>Vista superior</p><p>• O istmo fica localizado na frente da parte</p><p>prostática da uretra</p><p>Lobo médio</p><p>• O lobo médio fica localizado posterior a uretra e</p><p>anterior aos ductos ejaculatórios</p><p>Vascularização</p><p>Artérias: a próstata recebe irrigação de ramos da artéria</p><p>vesical inferior, ramos da ateria retal media e ramos da</p><p>artéria pudendo interna</p><p>Drenagem venosa: feita pelo plexo venoso prostático</p><p>que desemboca no sistema da veia ilíaca interna</p><p>• Esse plexo tambem se comunica com as veias</p><p>da parede da cavidade pélvica e estas com o</p><p>plexo venoso vertebral</p><p>Aspectos histológicos da próstata, bexiga e vias urinarias</p><p>• É uma glândula impar envolvida por capsula</p><p>fibroelástica rica em musculo liso</p><p>• Das capsulas partem pequenos filamentos</p><p>chamados de septos da capsula dividem a</p><p>próstata em lóbulos (no individuo adulto esses</p><p>lóbulos não são bem definidos)</p><p>• A próstata pode ser definida com um conjunto</p><p>de 30 a 50 glândulas tubuloalveolares ramificadas</p><p>distribuídas por toda a região da próstata</p><p>• Envolvem a porção prostática da uretra</p><p>• Glândulas formadas por epitélio cubico alto ou</p><p>pseudoestratificado colunar</p><p>• Além de encontramos as células epiteliais todas</p><p>essas glândulas então mergulhadas em um</p><p>estroma fibromuscular (constituído por tecido</p><p>conjuntivo e fibras de musculo liso)</p><p>Divisão</p><p>Ela pode ser dividida em três zonas contanto a partir da</p><p>posição da uretra</p><p>• Zona central (25% do volume da glândula) - ao</p><p>redor da uretra</p><p>• Zona de transição</p><p>• Zona periférica (70% do volume da glândula)</p><p>• Bexiga armazena a urina e a conduz para o</p><p>exterior pelas vias urinarias</p><p>• Cálice, pelve renal, ureter e bexiga possuem a</p><p>mesma estrutura básica com espessura da</p><p>parede aumentado ate chegar a bexiga urinaria</p><p>• A bexiga e as vias urinarias apresentam uma</p><p>organização tecidual semelhante</p><p>Mucosa</p><p>Tanto a bexiga como as vias urinarias apresentam uma</p><p>área de mucosa sendo representadas por um tipo de</p><p>tecido epitelial e pelo tecido conjuntivo</p><p>Epitélio de transição: quantidade significativa de células</p><p>que variam do formato pavimentoso para cubico e</p><p>cilíndrico</p><p>• A presença desse epitélio é importante pois</p><p>estas áreas aumentam de tamanho em curto</p><p>espaço de tempo (presença da urina) e evitam</p><p>possíveis lesões na mucosa</p><p>• Esse epitélio repousa sobre uma lâmina própria</p><p>de tecido conjuntivo que varia do frouxo ou</p><p>denso</p><p>• Associada a mucosa se pode encontrar uma</p><p>grande quantidade de feixes de tecido muscular</p><p>liso ao redor da mucosa</p><p>• As células superficiais desse epitélio de transição</p><p>apresentam uma barreira osmótica entre a urina</p><p>e fluidos teciduais evitando possíveis</p><p>complicações</p><p>Túnica muscular</p><p>Túnica muscular (musculo liso) – tanto a bexiga quanto</p><p>as vias urinais. Essa túnica é dividida em:</p><p>• Camada longitudinal interna</p><p>• Camada circular externa</p><p>Na bexiga essas camadas são mal definidas e não se</p><p>consegue perceber com clareza a delimitação entre elas</p><p>Esfíncter interno da uretra: A medida que estas camadas</p><p>se aproximam da região proximal da uretra, a</p><p>musculatura que está compondo estas camadas na</p><p>bexiga urinaria forma o esfíncter interno da uretra, muito</p><p>importante no controle de micção</p><p>Controle da musculatura: a musculatura lisa da bexiga</p><p>está sob o comando do sistema nervoso autônomo</p><p>• Tecido interfascicular: tecido conjuntivo entre os</p><p>feixes musculares da camada muscular é</p><p>chamado de tecido conjuntivo interfascicular</p><p>Membrana adventícia</p><p>A bexiga e as vias urinarias são envolvidas externamente</p><p>por membrana adventícia, com exceção da parte</p><p>superior da bexiga que é recoberta pelo folheto</p><p>peritoneal (esse folheto é constituído por um tecido</p><p>epitelial pavimentoso simples que repousa sobre tecido</p><p>conjuntivo)</p><p>O principal câncer que acomete a próstata é</p><p>adenocarcinoma acinar prostático (adenocarcinoma de</p><p>acinos prostáticos ou adenocarcinoma acinar usual)</p><p>• Adeno = glândula</p><p>• Carcioname = neoplasia maligna epitelial</p><p>Significa que o câncer é proveniente de um epitélio</p><p>glandular</p><p>• Circulados são acinos prostáticos neoplásicos</p><p>• É uma classificação morfológica do câncer de</p><p>próstata</p><p>• Tem relação com o prognóstico e ajuda a definir</p><p>conduta</p><p>• A escala varia de 3 a 5</p><p>• Gleason 3 é mais bem diferenciado (se</p><p>assemelha mais ao tecido original, que são</p><p>glândulas separadas/acinos separados) que o 4 e</p><p>5</p><p>• O Gleason 4 não se tem cada glândula</p><p>individualizada</p><p>• O Gleason 5 é o mais indiferenciado de todos</p><p>(muito diferente do tecido original, não forma</p><p>glândulas)</p><p>O Gleason é uma somatória de dois</p><p>valores</p><p>O primeiro é o padrão morfológico mais presente na</p><p>amostra (o padrão que predomina na amostra) e o</p><p>segundo é o outro padrão histológico presente</p><p>• A ordem dos fatores altera a nota da escala</p><p>• Um Gleason (4+3) é diferente de um Gleason</p><p>(3+4) - o prognostico será diferente</p><p>• Quando se tem uma neoplasia homogênea tem</p><p>que repetir o número (3+3, 4+4, 5+5)</p><p>Exemplos de nota</p><p>• 7 (3+4): tumor com muitas glândulas separadas</p><p>e algumas mal formadas</p><p>• 8 (5+3): maior parte da neoplasia é composto</p><p>por células soltas e alguns locais apresentam</p><p>glândulas separadas</p><p>• 6 (3+3): neoplasia homogênea.</p><p>• O primeiro corresponde ao Gleason 3 (melhor</p><p>diferenciado), o segundo ao 4 (padrão</p><p>cribriforme- uma única estrutura com a</p><p>presença de várias “luzes” dentro) e terceiro ao</p><p>5 (células soltas, menos diferenciado possível)</p><p>A metástase é a manifestação do tumor em um órgão</p><p>a distancia</p><p>• O padrão do Gleason 5 é o padrão que mais</p><p>gera metástases</p><p>A metástase é o processo pelo qual as células</p><p>cancerosas se desprendem do tumor primário, entram</p><p>na circulação sanguínea ou linfática, e se estabelecem</p><p>em locais distantes do corpo, formando novos focos de</p><p>tumor (metástases). Esse processo é mais complexo e</p><p>envolve várias etapas: descolamento das células do</p><p>tumor primário, invasão de vasos sanguíneos ou</p><p>linfáticos, sobrevivência na circulação, saída dos vasos no</p><p>local distante, e colonização desse novo local.</p><p>Em resumo, enquanto a invasão local é a expansão do</p><p>tumor para os tecidos próximos, a metástase é a</p><p>disseminação do tumor para locais distantes no corpo.</p><p>Ambos são indicativos de malignidade, mas a metástase</p><p>é particularmente associada a um pior prognóstico, pois</p><p>envolve a disseminação do câncer para órgãos vitais.</p><p>Sanguínea</p><p>O tumor em seu sitio primário (onde ele desenvolveu) e</p><p>a partir de um dado momento ele consegue invadir o</p><p>vaso sanguíneo e vai viajar (o nosso sistema imune</p><p>detecta a célula neoplasia quando ela caiu da corrente</p><p>sanguínea e tenta combate-la), chegando em um tecido</p><p>distante ele a célula neoplásica sai do vaso e se instala,</p><p>formando uma nova neoplasia (sitio secundário)</p><p>As células tumorais invadem os vasos sanguíneos</p><p>próximos ao tumor primário. Isso ocorre quando as</p><p>células cancerosas penetram as paredes dos capilares,</p><p>vênulas ou, em alguns casos, artérias. A invasão dos vasos</p><p>sanguíneos é facilitada pela produção de enzimas</p><p>proteolíticas que degradam a matriz extracelular e a</p><p>membrana basal.</p><p>Uma vez dentro da corrente sanguínea, as células</p><p>cancerosas são transportadas pelo sangue para várias</p><p>partes do corpo. No entanto, o ambiente circulatório é</p><p>hostil para as células tumorais, pois elas estão sujeitas a</p><p>forças mecânicas, ao ataque do sistema imunológico e à</p><p>falta de suporte de crescimento. Algumas células</p><p>conseguem sobreviver formando agregados com</p><p>plaquetas, que as protegem dos ataques imunológicos.</p><p>As células que sobrevivem na circulação podem se fixar</p><p>nas paredes dos vasos sanguíneos em locais distantes,</p><p>como nos capilares de outros órgãos. Elas então</p><p>atravessam a parede do vaso (um processo chamado</p><p>extravasamento) e invadem o tecido do órgão onde</p><p>podem começar</p><p>prostáticas por agulha.</p><p>Atrofia completa pode ser simples, hiperplásica</p><p>(hiperplasia pós-atrofia) e esclerosante. Na maioria dos</p><p>casos, os subtipos histológicos estão combinados,</p><p>corroborando a hipótese de que representam um</p><p>espectro morfológico de uma única lesão. É controverso</p><p>se atrofia prostática é lesão pré-cancerosa.</p><p>Hiperplasia nodular da próstata (HNP) consiste em</p><p>crescimento nodular do órgão por proliferação não</p><p>neoplásica das glândulas e do estroma prostáticos. No</p><p>mundo todo, a HNP é a afecção mais comum da próstata.</p><p>Em estudo de autópsias de homens acima de 40 anos</p><p>de idade realizado no Serviço do autor, a HNP foi</p><p>encontrada em 28,4% dos casos, com frequência</p><p>crescente com a idade: 7,7% em indivíduos de 40 a 54</p><p>anos; 31,3% entre aqueles de 55 a 69 anos; e 46,7%</p><p>naqueles com mais de 70 anos. A grande maioria dos</p><p>pacientes com sinais e sintomas de HNP está na 7ª e na</p><p>8ª décadas.</p><p>Os nódulos hiperplásicos originam-se nos lobos laterais e</p><p>médio, a partir do grupo glandular interno (glândulas</p><p>mucosas e submucosas); os lobos anterior e posterior</p><p>não são comprometidos. Considerando-se a divisão da</p><p>próstata em zonas, a HNP origina-se da zona de transição.</p><p>Aspectos clínicos- evolução</p><p>A hiperplasia nodular prostática (HNP) causa compressão</p><p>da uretra, resultando em retenção urinária e sintomas do</p><p>trato urinário inferior (aumento da frequência urinária,</p><p>noctúria, jato fraco, hesitação e esvaziamento</p><p>incompleto). A obstrução pode levar a infecções</p><p>urinárias, retenção urinária aguda, e, em casos</p><p>avançados, dilatação da bexiga e complicações renais</p><p>graves, como hidronefrose e pielonefrite.</p><p>Etiopatogênese:</p><p>A causa da HNP envolve dois principais mecanismos:</p><p>• Fatores de crescimento: Interações entre o</p><p>estroma e o epitélio glandular levam à formação</p><p>de nódulos, com o estroma periuretral</p><p>estimulando proliferação glandular.</p><p>• Fatores hormonais: A di-hidrotestosterona</p><p>(DHT), derivada da testosterona por ação da 5</p><p>α-redutase, tem papel central na proliferação</p><p>prostática. A DHT é mais potente que a</p><p>testosterona, promovendo a proliferação de</p><p>células estromais e glandulares por meio da</p><p>indução de fatores de crescimento (como FGF</p><p>e TGF-β).</p><p>Tratamento:</p><p>Cirúrgico: A prostatectomia aberta (retropúbica ou</p><p>suprapúbica) é usada em próstatas maiores, enquanto a</p><p>ressecção transuretral (RTU) é preferida para glândulas</p><p>menores. Alternativas incluem o uso de laser e</p><p>termoterapia.</p><p>Medicamentoso:</p><p>• Inibidores da 5α-redutase: Reduzem a DHT,</p><p>diminuindo o volume prostático e melhorando o</p><p>fluxo urinário, sem os efeitos colaterais da</p><p>redução da testosterona.</p><p>• Bloqueadores α1-adrenérgicos: Relaxam a</p><p>musculatura lisa da próstata, aliviando a obstrução</p><p>uretral.</p><p>A terapia combinada com α1-bloqueadores e inibidores</p><p>da 5α-redutase, como doxazosina e finasterida, é eficaz</p><p>no tratamento da HNP.ctos clínicos. Evolução</p><p>Adenocarcinoma da próstata origina-se nos ácinos e/ou</p><p>nos ductos da glândula. A neoplasia, que tem estrutura</p><p>morfológica, graus de diferenciação e comportamento</p><p>biológico variáveis, é o terceiro tumor maligno mais</p><p>frequente no sexo masculino e uma das principais causas</p><p>de morte por câncer no Ocidente. De acordo com o</p><p>comportamento biológico, o adenocarcinoma prostático</p><p>apresenta-se sob duas formas:</p><p>• Adenocarcinoma clínico. É o carcinoma que se</p><p>manifesta clinicamente e, se não tratado, evolui</p><p>com extensão extraprostática, infiltração de</p><p>órgãos vizinhos e metástases, como acontece</p><p>em neoplasias malignas de outros órgãos</p><p>• Adenocarcinoma latente. Também chamado</p><p>dormente ou indolente, é neoplasia apenas</p><p>histológica que não evolui necessariamente para</p><p>carcinoma clínico ou evolui de forma lenta. A</p><p>lesão é diagnosticada incidentalmente em</p><p>necrópsia, RTU ou prostatectomia aberta para</p><p>tratamento de HNP ou em biópsia por agulha</p><p>feita em indivíduos com PSA sérico elevado.</p><p>A existência de adenocarcinoma latente tem bases</p><p>epidemiológicas. Em necrópsias de indivíduos com mais</p><p>de 40 anos de idade sem distúrbios urológicos,</p><p>adenocarcinoma histológico é encontrado em 25 a 30%</p><p>dos casos; tal frequência aumenta com a idade, atingindo</p><p>50 a 60% dos homens acima de 65 anos.</p><p>Comparando-se a frequência de adenocarcinoma</p><p>histológico incidentalmente encontrado em necrópsias</p><p>com a prevalência e a taxa de mortalidade por câncer</p><p>clínico, nota-se uma grande discrepância. Um homem</p><p>com 50 anos e expectativa de vida de mais 25 anos tem</p><p>42% de risco de ter adenocarcinoma histológico,</p><p>enquanto o risco de ter um câncer clínico é de cerca de</p><p>10%, e o de morrer por câncer, de 3%. Depreende-se</p><p>desses dados que a maioria dos adenocarcinomas da</p><p>próstata não evolui para as formas clínicas ou, mais</p><p>provavelmente, evolui de forma mais lenta; os pacientes</p><p>morrem com o adenocarcinoma histológico, mas não do</p><p>adenocarcinoma clínico. Admite-se que o tempo de</p><p>duplicação tumoral do adenocarcinoma clínico seja de 1 a</p><p>2,4 anos, e do adenocarcinoma latente, mais de 4 anos.</p><p>Estima-se que, aos 75 anos de idade, um de cada cinco</p><p>pacientes com adenocarcinoma histológico evolua para</p><p>adenocarcinoma clínico.</p><p>Considerando-se que a carcinogênese ocorre por uma</p><p>sucessão de alterações celulares, admite-se que o</p><p>adenocarcinoma latente corresponde a uma neoplasia</p><p>que não atingiu todas as etapas necessárias para que as</p><p>células neoplásicas adquiram o potencial de infiltração</p><p>local e metastatização. A etapa 1 da carcinogênese</p><p>prostática corresponde ao surgimento das lesões pré-</p><p>cancerosas (NIP, ver adiante); a etapa 2, ao</p><p>adenocarcinoma histológico; a etapa 3, ao</p><p>adenocarcinoma clínico. Ao longo dessa sequência, atuam</p><p>vários elementos, entre os quais têm importância fatores</p><p>genéticos, ambientais, alimentares, idade, cor da pele e</p><p>hormônios (Figura 19.13).</p><p>Aspectos epidemiológicos</p><p>O adenocarcinoma da próstata é a segunda neoplasia</p><p>maligna mais comum em homens e a terceira causa de</p><p>morte por câncer em pessoas acima de 55 anos, após</p><p>câncer de pulmão e colorretal. Nos EUA, é mais</p><p>frequente em homens negros, que têm um risco 1,4</p><p>vezes maior de desenvolver a doença e de duas a três</p><p>vezes maior de falecer por ela, em comparação aos</p><p>brancos. No Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais</p><p>frequente, depois de neoplasias da pele e do estômago.</p><p>Há variações globais na incidência e mortalidade. Taxas</p><p>mais altas são vistas em países ocidentais e mais baixas</p><p>em países orientais, sugerindo fatores ambientais e</p><p>alimentares na gênese. Emigrantes de países com baixa</p><p>taxa de câncer de próstata, como Japão, têm risco</p><p>aumentado após se mudarem para os EUA, o que</p><p>reforça a influência ambiental.</p><p>Etiologia:</p><p>• Idade: Aumenta a frequência com o</p><p>envelhecimento, sendo mais comum em</p><p>homens nas sétima e oitava décadas.</p><p>• Cor da pele: Mais prevalente em brancos e</p><p>negros que em asiáticos, sendo o risco maior</p><p>para negros nos EUA.</p><p>• Fatores genéticos: Responsáveis por 90% dos</p><p>casos em homens abaixo de 55 anos, com</p><p>herança autossômica dominante em alguns</p><p>casos.</p><p>• Alterações genômicas: Incluem amplificação de</p><p>oncogenes (MYC), deleção de genes</p><p>supressores de tumor (RB, TP53, PTEN), fusão</p><p>de genes (TMPRSS2-ETS) e ativação da via</p><p>PI3K/AKT.</p><p>• Hormônios: Andrógenos são essenciais para o</p><p>desenvolvimento da próstata e do câncer</p><p>prostático, embora seu papel exato na</p><p>carcinogênese seja controverso. A castração</p><p>antes da puberdade minimiza o risco. Estrogênios</p><p>podem atuar indiretamente, influenciando os</p><p>níveis de andrógenos.</p><p>Lesões pré-cancerosas</p><p>A denominação neoplasia intraepitelial prostática (NIP) é</p><p>usada para designar lesões atípicas do epitélio de</p><p>revestimento de ductos e ácinos que apresentam, em</p><p>princípio, maior risco de evoluir para adenocarcinoma</p><p>histológico ou clínico. Tais lesões podem ser vistas em</p><p>necrópsias, material de RTU, prostatectomia aberta ou</p><p>radical ou biópsias por agulha.</p><p>Microscopicamente, a neoplasia intraepitelial prostática</p><p>caracteriza-se por células atípicas,</p><p>irregularmente</p><p>dispostas, com núcleos volumosos e nucléolos evidentes,</p><p>no epitélio de revestimento ductal ou acinar. Não há</p><p>desarranjo arquitetural, e as células basais estão</p><p>presentes (Figura 19.14). Existem quatro tipos arquiteturais</p><p>de NIP: plano, ondulado, micropapilar e cribriforme, este</p><p>último muito parecido com o adenocarcinoma de arranjo</p><p>cribriforme; o elemento mais importante nessa distinção</p><p>é a existência de células basais, cuja presença exclui o</p><p>diagnóstico de adenocarcinoma</p><p>➔ Neoplasia intraepitelial prostática (NIP). As células</p><p>são atípicas, mostrando núcleos volumosos e</p><p>nucléolos evidentes. As células basais (setas)</p><p>estão presentes.</p><p>➔ Neoplasia intraepitelial prostática (NIP). A camada</p><p>de células basais enfileiradas e demonstradas por</p><p>imuno-histoquímica afasta o diagnóstico de</p><p>malignidade.</p><p>A neoplasia intraepitelial prostática (NIP) é considerada</p><p>uma lesão precursora do adenocarcinoma invasivo da</p><p>próstata. As principais evidências incluem:</p><p>• Estudos de necrópsia: NIP é mais comum em</p><p>homens com adenocarcinoma histológico ou</p><p>clínico.</p><p>• Transição documentada: Em casos raros,</p><p>observa-se a progressão de NIP para</p><p>adenocarcinoma com interrupção da membrana</p><p>basal.</p><p>• Idade: Pacientes com NIP tendem a ser mais</p><p>jovens que aqueles com carcinoma, sugerindo</p><p>que NIP antecede o câncer.</p><p>• Frequência com idade: Embora a frequência de</p><p>NIP não aumente com a idade, lesões mais</p><p>extensas são mais comuns em idosos.</p><p>• Etnia: NIP é mais frequente e extensa em negros</p><p>e pardos, podendo explicar a maior prevalência</p><p>de carcinoma clínico nessas populações.</p><p>Apesar dessas evidências, há controvérsias. Alguns</p><p>estudos sugerem que a NIP apenas indica uma maior</p><p>probabilidade de adenocarcinoma concomitante, sem</p><p>necessariamente precedê-lo. Com as biópsias estendidas</p><p>(12 áreas), a presença de NIP isolada não é mais uma</p><p>indicação de rebiópsia, pois a chance de encontrar</p><p>adenocarcinoma em uma segunda biópsia é considerada</p><p>baixa.</p><p>Aspectos morfológicos</p><p>Macroscopicamente, o carcinoma clínico confinado à</p><p>próstata (estádio pT2) pode se apresentar em forma de</p><p>um nódulo endurecido detectado pelo toque retal; a</p><p>consistência dura, não raro pétrea, deve-se à presença</p><p>de estroma fibroso abundante (aspecto cirroso). Em</p><p>alguns casos, contudo, o componente fibroso pode faltar</p><p>(aspecto medular) e o nódulo não é endurecido. Por</p><p>outro lado, nódulos endurecidos nem sempre</p><p>correspondem a carcinoma, podendo ser causados por</p><p>cálculos, tuberculose, infarto e prostatite</p><p>xantogranulomatosa. Com a evolução do tumor, a</p><p>próstata normal é substituída progressivamente pela</p><p>neoplasia, observando-se na superfície de corte tecido</p><p>homogêneo e esbranquiçado ou branco-amarelado (pela</p><p>riqueza de lipídeos nas células). A lesão pode invadir</p><p>tecidos adjacentes, bexiga e vesículas seminais.</p><p>Histologicamente, encontra-se adenocarcinoma</p><p>constituído por pequenos ácinos que se infiltram</p><p>difusamente no estroma (Figura 19.16). Os núcleos das</p><p>células neoplásicas mostram-se em geral vesiculosos e</p><p>com nucléolos evidentes. Um dos aspectos peculiares e</p><p>frequentes é o arranjo cribriforme (Figura 19.17), em que</p><p>a neoplasia mostra glândulas no interior de glândulas,</p><p>conferindo aspecto crivado. Ao exame de uma neoplasia</p><p>metastática, o encontro de arranjo cribriforme em</p><p>indivíduos idosos do sexo masculino levanta a suspeita de</p><p>origem prostática.</p><p>➔ Biópsia transretal da próstata mostrando</p><p>adenocarcinoma. Notar microácinos neoplásicos</p><p>infiltrando-se difusamente no estroma da</p><p>glândula.</p><p>➔ Adenocarcinoma prostático com arranjo</p><p>cribriforme: glândulas no interior de glândulas,</p><p>conferindo aspecto crivado à neoplasia.</p><p>Aspectos clínicos</p><p>A maioria dos adenocarcinomas da próstata é</p><p>assintomática, já que a maior parte se origina na região</p><p>periférica da glândula, onde o comprometimento da</p><p>uretra ocorre tardiamente. Suspeita-se de tumor ao</p><p>encontrar um nódulo endurecido no exame de toque</p><p>retal ou diante de sintomas urinários como disúria,</p><p>dificuldade para iniciar ou terminar o jato urinário,</p><p>aumento da frequência urinária e hematúria. Metástases</p><p>ósseas causam dor, sendo lesões osteoblásticas em</p><p>ossos da bacia ou vértebras lombares sugestivas de</p><p>adenocarcinoma prostático.</p><p>O diagnóstico é confirmado por biópsia, sendo auxiliado</p><p>por exames de imagem e laboratoriais. A ultrassonografia</p><p>transretal identifica lesões, e o antígeno específico da</p><p>próstata (PSA) é útil na detecção precoce, estadiamento,</p><p>avaliação prognóstica e monitoramento da resposta ao</p><p>tratamento.</p><p>Embora a próstata normal produza pequenas</p><p>quantidades de PSA (cerca de 0,3 ng/mL/g), condições</p><p>como hiperplasia nodular prostática (HNP), prostatites e</p><p>procedimentos invasivos também elevam os níveis de</p><p>PSA, não sendo um indicador específico de câncer. No</p><p>entanto, níveis muito elevados de PSA (> 3 ng/mL/g de</p><p>tecido) sugerem carcinoma.</p><p>Para melhorar a especificidade do PSA, são usados</p><p>métodos complementares, como densidade de PSA</p><p>(PSA por volume prostático), velocidade de PSA</p><p>(variação do PSA ao longo do tempo), e relação PSA</p><p>livre/total. Relações menores que 0,15 favorecem o</p><p>diagnóstico de carcinoma. Pacientes com tumores</p><p>prostáticos indiferenciados ou de células pequenas</p><p>podem apresentar PSA normal, geralmente associado a</p><p>tumores avançados e agressivos (Gleason ≥ 7).</p><p>Disseminação- metástases</p><p>Por extensão local, podem ser atingidos uretra, colo</p><p>vesical, vesículas seminais e trígono vesical. A parede do</p><p>reto só é comprometida rara e tardiamente,</p><p>provavelmente por causa da existência da fáscia de</p><p>Denonvillier, entre a próstata e o reto. Metástases</p><p>linfáticas são comuns, sendo atingidos os linfonodos</p><p>obturadores, hipogástricos, pré-sacros e paraórticos.</p><p>Infiltração das vesículas seminais aumenta a probabilidade</p><p>de metástases linfonodais.</p><p>Metástases sanguíneas também são importantes.</p><p>Metástases ósseas ocorrem em cerca de 70% dos casos</p><p>e atingem, em ordem decrescente de frequência, ossos</p><p>da pelve, vértebras torácicas e costelas. Em alguns casos,</p><p>as primeiras manifestações do tumor devem-se a</p><p>metástases ósseas, em forma de dor ou de fraturas</p><p>patológicas. Na grande maioria dos casos, as metástases</p><p>são osteoblásticas. Fosfatase ácida prostática (PAP) e</p><p>PSA estão elevados em quase todos os casos com</p><p>metástases ósseas. Nas fases avançadas do tumor,</p><p>praticamente todos os órgãos podem ser acometidos</p><p>por metástases, notadamente os pulmões, o fígado, as</p><p>suprarrenais, a pleura e os rins. Metástases pulmonares</p><p>ocorrem em 25% dos pacientes que falecem por</p><p>carcinoma de próstata.</p><p>Tratamento</p><p>O tratamento do câncer da próstata pode ser feito de</p><p>várias formas. Prostatectomia radical ou irradiação podem</p><p>ser curativas em tumores confinados à próstata (estádio</p><p>pT2). Em prostatectomias radicais, a via de acesso mais</p><p>indicada é a retropúbica, que preserva os feixes</p><p>vasculonervosos, estes importantes para se evitar perda</p><p>da potência sexual. Essa via de acesso permite ainda</p><p>margens de ressecção mais amplas e a retirada de</p><p>linfonodos pélvicos para estadiamento.</p><p>Tratamento hormonal é empregado nos casos de</p><p>câncer avançado (estádio T3). Em estudo de 1941,</p><p>Huggins mostrou que o carcinoma prostático reage</p><p>favoravelmente à castração ou à administração de</p><p>estrógenos, os quais têm efeito paliativo favorável por</p><p>promover regressão tumoral em alguns pacientes e</p><p>eliminar a dor e as manifestações decorrentes da</p><p>obstrução urinária. Orquiectomia bilateral é ainda</p><p>considerada o tratamento endócrino principal no</p><p>carcinoma da próstata. O caráter mutilante da operação</p><p>pode ser reduzido por meio de orquiectomia</p><p>intracapsular com utilização de próteses. A castração</p><p>melhora a dor em 80 a 90% dos pacientes. Os efeitos</p><p>colaterais incluem perda da libido e da potência sexual, o</p><p>que ocorre também com os demais tratamentos que</p><p>diminuem os níveis de testosterona.</p><p>Além desses, podem ser usados competidores do LHRH</p><p>e antiandrógenos. Os primeiros são substâncias com</p><p>afinidade para os receptores</p><p>do LHRH na adeno-hipófise,</p><p>bloqueando a liberação do LH e, em consequência, a</p><p>produção de testosterona. Nessa situação, a fonte de</p><p>andrógenos passa a ser apenas as suprarrenais,</p><p>responsáveis por cerca de 10% dos andrógenos</p><p>circulantes. Os antiandrógenos atuam por ocupar os</p><p>receptores de todos os andrógenos, inclusive os</p><p>produzidos nas suprarrenais. Algumas vezes, são</p><p>utilizados em conjunto com a orquiectomia bilateral,</p><p>obtendo-se supressão ou bloqueio androgênico total.</p><p>Por último, na conduta de pacientes com carcinoma no</p><p>estádio T1c e ausência de achados clinicolaboratoriais</p><p>desfavoráveis, o acompanhamento vigiado deve ser</p><p>incluído nas opções terapêuticas. Os critérios de Epstein</p><p>em biópsias por agulha são os mais utilizados para</p><p>caracterizar carcinoma da próstata de baixo risco para</p><p>receber tratamento clínico: estádio T1c, densidade de</p><p>PSA < 0,15, contagem final de Gleason ≤ 6, câncer em</p><p>até dois fragmentos da biópsia e carcinoma ocupando</p><p>menos de 50% da extensão do fragmento.</p><p>–</p><p>A próstata é a maior glândula sexual acessória masculina,</p><p>com formato e tamanho semelhantes ao de uma noz,</p><p>localizada abaixo da bexiga, circundando a parte</p><p>prostática da uretra. Sua principal função é secretar um</p><p>líquido claro e ligeiramente alcalino (pH 7,29), que se</p><p>mistura ao sêmen. Estruturalmente, a próstata contém</p><p>30 a 50 glândulas tubuloalveolares, organizadas em três</p><p>camadas concêntricas:</p><p>• Camada mucosa interna: secretando</p><p>diretamente na uretra.</p><p>• Camada submucosa intermediária.</p><p>• Camada periférica: contendo as principais</p><p>glândulas prostáticas, cujos ductos abrem nos</p><p>seios prostáticos da uretra.</p><p>O parênquima prostático adulto está dividido em quatro</p><p>zonas anatômica e clinicamente importantes:</p><p>1. Zona central:</p><p>• Circunda os ductos ejaculatórios e representa</p><p>cerca de 25% do tecido glandular.</p><p>• É resistente ao carcinoma e à inflamação, o que</p><p>a torna uma área menos comum para o</p><p>desenvolvimento de patologias.</p><p>• Células dessa zona têm características</p><p>morfológicas distintas, como citoplasma mais</p><p>proeminente e núcleos grandes, que sugerem</p><p>origem embriológica diferente (possivelmente</p><p>das células do ducto mesonéfrico).</p><p>2. Zona periférica:</p><p>• Compreende cerca de 70% do tecido glandular</p><p>e envolve a zona central.</p><p>• A maioria dos carcinomas de próstata se origina</p><p>nesta zona, especialmente na parte posterior e</p><p>lateral, sendo essas áreas palpáveis no exame de</p><p>toque retal.</p><p>• É a mais suscetível à inflamação e ao</p><p>desenvolvimento de neoplasias.</p><p>3. Zona de transição:</p><p>• Circunda a uretra prostática e representa cerca</p><p>de 5% do tecido glandular.</p><p>• É a principal região afetada pela hiperplasia</p><p>prostática benigna (HPB), uma condição comum</p><p>em homens idosos. Nódulos de células epiteliais</p><p>aumentam de tamanho e comprimem a uretra,</p><p>dificultando a micção.</p><p>4. Zona periuretral:</p><p>Contém as glândulas mucosas e submucosas, e pode</p><p>sofrer crescimento anormal nos estágios mais avançados</p><p>da HPB, principalmente do estroma. Esse aumento, junto</p><p>com os nódulos da zona de transição, contribui para a</p><p>obstrução uretral e retenção urinária.</p><p>Estroma fibromuscular</p><p>Localizado na superfície anterior da próstata, é composto</p><p>por tecido conjuntivo denso não modelado e fibras</p><p>musculares lisas, contribuindo para a arquitetura e função</p><p>da glândula.</p><p>O crescimento do epitélio glandular prostático é regulado</p><p>pela di-hidrotestosterona (DHT), um metabólito da</p><p>testosterona. A DHT é responsável pela manutenção do</p><p>desenvolvimento prostático e também está envolvida no</p><p>crescimento patológico que ocorre na hiperplasia</p><p>prostática benigna.</p><p>➔ Em resumo, a próstata é uma estrutura</p><p>complexa dividida em zonas morfológicas com</p><p>diferentes susceptibilidades a doenças. O</p><p>adenocarcinoma de próstata geralmente se</p><p>origina na zona periférica, enquanto a HPB afeta</p><p>principalmente a zona de transição, comprimindo</p><p>a uretra e causando sintomas urinários. A</p><p>regulação hormonal, especialmente pela DHT,</p><p>desempenha um papel essencial tanto no</p><p>desenvolvimento normal quanto patológico da</p><p>glândula.</p><p>O epitélio glandular da próstata é altamente influenciado</p><p>por hormônios sexuais como a testosterona e os</p><p>andrógenos suprarrenais. Nas células secretoras do</p><p>epitélio, esses hormônios são convertidos em di-</p><p>hidrotestosterona (DHT) pela enzima 5α-redutase. A</p><p>DHT é cerca de 30 vezes mais potente que a</p><p>testosterona e desempenha um papel crucial no</p><p>crescimento da próstata e em condições patológicas,</p><p>como hiperplasia prostática benigna (HPB) e câncer de</p><p>próstata.</p><p>A DHT se liga ao receptor de andrógeno (AR), que muda</p><p>sua conformação e se desloca para o núcleo da célula.</p><p>No núcleo, o complexo AR se liga ao elemento de</p><p>resposta a hormônios no DNA, regulando a expressão</p><p>de genes específicos. Esse processo é essencial para o</p><p>controle da proliferação celular na próstata e tem um</p><p>papel importante tanto no crescimento normal da</p><p>glândula quanto no desenvolvimento de neoplasias.</p><p>A próstata secreta várias substâncias que desempenham</p><p>papéis importantes na função reprodutiva e no</p><p>diagnóstico de doenças prostáticas:</p><p>Antígeno Prostático Específico (PSA):</p><p>• O PSA é uma serina protease de 33 kDa e um</p><p>importante marcador tumoral usado na</p><p>detecção e monitoramento do câncer de</p><p>próstata.</p><p>• Normalmente, o PSA é secretado nas glândulas</p><p>prostáticas e liberado no líquido seminal durante</p><p>a ejaculação. A contração do tecido</p><p>fibromuscular da próstata durante a ejaculação</p><p>bombeia essa secreção para a uretra.</p><p>• Em condições normais, apenas pequenas</p><p>quantidades de PSA circulam no sangue, com</p><p>níveis normais sendo inferiores a 4 ng/mL. No</p><p>entanto, no câncer de próstata, há um aumento</p><p>significativo na concentração sérica de PSA</p><p>devido à produção excessiva e incorreta</p><p>liberação para a corrente sanguínea pelo epitélio</p><p>prostático transformado.</p><p>• O PSA é utilizado como marcador clínico para a</p><p>progressão do câncer de próstata, mas também</p><p>pode estar elevado em condições benignas,</p><p>como prostatite (inflamação da próstata) ou</p><p>hiperplasia prostática benigna (HPB). Além disso,</p><p>tecidos não prostáticos, como as glândulas</p><p>mamárias, ovários, glândulas salivares e o fígado,</p><p>também podem produzir pequenas quantidades</p><p>de PSA, o que pode causar variações nos níveis</p><p>séricos.</p><p>Fosfatase Ácida Prostática (PAP):</p><p>• A PAP é uma enzima de 100 kDa responsável</p><p>por regular o crescimento e o metabolismo das</p><p>células epiteliais glandulares da próstata.</p><p>• Níveis elevados de PAP no sangue são</p><p>observados em pacientes com câncer de</p><p>próstata metastático, sendo usada como um</p><p>marcador alternativo ao PSA na avaliação do</p><p>prognóstico de tumores prostáticos.</p><p>• Tanto o PSA quanto a PAP são importantes no</p><p>diagnóstico e acompanhamento da evolução do</p><p>câncer de próstata.</p><p>Fibrinolisina:</p><p>A próstata também secreta fibrinolisina, uma enzima que</p><p>liquefaz o sêmen após a ejaculação, ajudando na</p><p>mobilidade dos espermatozoides.</p><p>Ácido Cítrico:</p><p>Outra substância importante secretada pela próstata, o</p><p>ácido cítrico, ajuda a manter o equilíbrio iônico e a acidez</p><p>do fluido seminal.</p><p>Relevância clínica:</p><p>O crescimento anormal das células epiteliais glandulares</p><p>da próstata, principalmente sob a influência da DHT, pode</p><p>levar a condições como:</p><p>• Hiperplasia Prostática Benigna (HPB): Na qual as</p><p>células epiteliais proliferam exageradamente,</p><p>formando nódulos que comprimem a uretra,</p><p>causando obstrução urinária.</p><p>• Câncer de Próstata: O adenocarcinoma de</p><p>próstata é frequentemente dependente de</p><p>andrógenos, e os níveis séricos de PSA e PAP</p><p>são usados para diagnóstico, acompanhamento</p><p>e monitoramento da resposta ao tratamento.</p><p>A secreção de PSA e outros componentes prostáticos</p><p>é essencial para a fertilidade, mas também tem papel</p><p>central na detecção precoce de doenças malignas da</p><p>próstata. O aumento do PSA no sangue é um dos</p><p>primeiros sinais de câncer de próstata, embora também</p><p>possa estar presente em outras</p><p>condições benignas.</p><p>Hiperplasia prostática benigna</p><p>A hiperplasia prostática benigna (HPB), também</p><p>conhecida como hiperplasia nodular, é uma condição que</p><p>afeta quase exclusivamente as zonas de transição e</p><p>periuretral da próstata, resultando em obstrução parcial</p><p>ou total da uretra. A principal teoria para sua patogenia</p><p>envolve a ação da di-hidrotestosterona (DHT), sintetizada</p><p>nas células do estroma prostático pela conversão da</p><p>testosterona pela enzima 5α-redutase. A DHT atua</p><p>como agente autócrino sobre as células estromais e</p><p>parácrino sobre as células epiteliais glandulares,</p><p>promovendo sua proliferação. A HPB tende a ocorrer</p><p>em quase todos os homens aos 80 anos.</p><p>Tratamento da HPB:</p><p>• Tratamento não invasivo: Uso de bloqueadores</p><p>dos receptores α para relaxar os músculos lisos</p><p>da próstata, aliviando a pressão sobre a uretra</p><p>comprimida. Inibidores da 5α-redutase também</p><p>são eficazes, pois reduzem a concentração de</p><p>DHT, diminuindo o tamanho da próstata e</p><p>aliviando a obstrução.</p><p>• Tratamentos minimamente invasivos: Incluem</p><p>tecnologias como laser, micro-ondas ou energia</p><p>de radiofrequência para destruir o tecido</p><p>prostático causador da obstrução.</p><p>Procedimentos como coagulação intersticial com</p><p>laser (ILC), hipertermia por micro-ondas, e</p><p>ablação transuretral com agulha (TUNA) são</p><p>alternativas.</p><p>• Tratamento cirúrgico: Procedimentos cirúrgicos</p><p>mais invasivos, como a incisão transuretral da</p><p>próstata (TUIP), ressecção transuretral da</p><p>próstata (TURP), e a vaporização com laser</p><p>(Green Light PVP), removem as regiões</p><p>hipertrofiadas da próstata.</p><p>Câncer de Próstata:</p><p>O câncer de próstata é um dos cânceres mais comuns</p><p>entre os homens, com um risco de 16,7% de</p><p>desenvolvimento ao longo da vida. A incidência aumenta</p><p>com a idade, sendo que até 70% dos homens entre 70</p><p>e 80 anos desenvolverão a doença. O câncer geralmente</p><p>surge na zona periférica da próstata e, historicamente,</p><p>era diagnosticado tardiamente, quando já havia atingido</p><p>estágios avançados e inoperáveis.</p><p>Desde o final da década de 1980, o rastreamento com o</p><p>teste de PSA (antígeno prostático específico),</p><p>combinado com o exame de toque retal, aumentou</p><p>significativamente a detecção precoce. Entretanto, a</p><p>triagem com PSA é controversa. Estudos indicam que</p><p>muitos homens diagnosticados com câncer de próstata</p><p>nunca desenvolveriam problemas clínicos. Assim, para</p><p>muitos, os riscos da triagem (exames repetidos,</p><p>tratamentos agressivos, ansiedade) superam os</p><p>benefícios.</p><p>Classificação de Gleason:</p><p>O sistema mais comum de classificação do câncer de</p><p>próstata é o escore de Gleason, que prediz o</p><p>comportamento do tumor e a taxa de sobrevida do</p><p>paciente. Baseia-se em biopsias de duas áreas principais</p><p>do tumor, que recebem pontuações de 1 a 5, onde 1</p><p>indica células bem diferenciadas (crescimento lento) e 5,</p><p>células pouco diferenciadas (crescimento agressivo). A</p><p>soma das pontuações gera um escore de Gleason entre</p><p>2 e 10, e quanto maior o escore, mais agressivo e rápido</p><p>é o crescimento e a disseminação do câncer.</p><p>Tratamento do Câncer de Próstata:</p><p>• Cirurgia e radioterapia para câncer localizado.</p><p>• Terapia hormonal para câncer metastático,</p><p>visando privar as células cancerosas de</p><p>testosterona, por meio de orquiectomia</p><p>(remoção dos testículos), administração de</p><p>estrógenos ou agonistas do GnRH para suprimir</p><p>a produção de testosterona. Apesar do</p><p>tratamento, pacientes com metástases</p><p>frequentemente têm prognóstico ruim.</p><p>–</p><p>• O excesso de peso corporal (sobrepeso e</p><p>obesidade) está associado ao maior risco de</p><p>câncer de próstata avançado. Alguns</p><p>mecanismos biológicos têm sido propostos para</p><p>explicar essa associação, como o metabolismo</p><p>esteroide sexual desregulado, a hiperinsulinemia</p><p>e níveis elevados de citocinas pró-inflamatórias.</p><p>No entanto, as evidências que ligam essas vias</p><p>especificamente ao câncer de próstata são</p><p>limitadas.</p><p>• Fatores genéticos como alteração nos genes</p><p>BRCA 1 e 2 e ATM estão associados ao</p><p>aparecimento da doença em fases mais</p><p>precoces da vida e com casos de pior evolução</p><p>prognóstica.</p><p>• Exposições a aminas aromáticas (comuns nas</p><p>indústrias química, mecânica e de transformação</p><p>de alumínio), arsênio (usado como conservante</p><p>de madeira e como agrotóxico), produtos de</p><p>petróleo, motor de escape de veículo,</p><p>hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA),</p><p>fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de</p><p>próstata.</p><p>As estratégias para a detecção precoce do câncer são</p><p>o diagnóstico precoce (abordagem de pessoas com</p><p>sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento</p><p>(aplicação de teste ou exame numa população</p><p>assintomática, aparentemente saudável, com o objetivo</p><p>de identificar lesões sugestivas de câncer e, a partir daí,</p><p>encaminhar os pacientes com resultados alterados para</p><p>investigação diagnóstica e tratamento)</p><p>Diagnostico precoce</p><p>A estratégia de diagnóstico precoce contribui para a</p><p>redução do estágio de apresentação do câncer (WHO,</p><p>2017). Nessa estratégia, destaca-se a importância de os</p><p>profissionais de saúde e a população estarem aptos a</p><p>reconhecerem os sinais e sintomas suspeitos de</p><p>câncer, bem como do acesso rápido e facilitado aos</p><p>serviços de saúde.</p><p>O diagnóstico do câncer de próstata se baseia na</p><p>pronta investigação dos seguintes sinais e sintomas</p><p>(NICE, 2015):</p><p>• Alteração na frequência e padrões urinários</p><p>• Hematúria visível</p><p>• Disfunção erétil</p><p>Rastreamento</p><p>O rastreamento do câncer é uma estratégia dirigida a</p><p>um grupo populacional específico no qual o balanço entre</p><p>benefícios e riscos dessa prática é mais favorável, com</p><p>maior impacto na redução da mortalidade e da incidência,</p><p>nos casos de existência de lesões precursoras. Os</p><p>benefícios são o melhor prognóstico da doença, com</p><p>tratamento mais efetivo e menor morbidade associada.</p><p>Os riscos ou malefícios incluem os resultados falso-</p><p>positivos, que geram ansiedade e excesso de exames;</p><p>os resultados falso-negativos, que resultam em falsa</p><p>tranquilidade para o paciente e profissional; e o</p><p>sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à</p><p>identificação de tumores de comportamento indolente</p><p>(diagnosticados e tratados sem que representem uma</p><p>ameaça à vida)</p><p>O Ministério da Saúde não recomenda o rastreamento</p><p>do câncer de próstata, pois não há evidência científica</p><p>até o momento de que essa prática traga mais benefícios</p><p>do que riscos. Os homens que solicitarem exames de</p><p>rastreio devem ser orientados pelos médicos sobre os</p><p>seus possíveis riscos e benefícios para a tomada de</p><p>decisão compartilhada</p><p>O Informativo Detecção Precoce abordou o câncer de</p><p>próstata em duas edições e trouxe informações</p><p>epidemiológicas sobre essa neoplasia, dados assistenciais</p><p>no Sistema Único de Saúde (SUS) e as recomendações</p><p>para detecção precoce no Brasil e em outros países</p><p>O câncer de próstata é uma enfermidade silenciosa na</p><p>maioria das vezes. Os sintomas locais podem acontecer</p><p>por obstrução uretral causada pelo crescimento do</p><p>tumor, com quadro parecido como o do crescimento</p><p>benigno da próstata (jato urinário fraco, hesitação,</p><p>intermitência, hidronefrose). Quando o tumor avança e</p><p>provoca metástases é quando os sintomas e sinais ficam</p><p>exuberantes. Geralmente isso se dá por dor óssea (sítio</p><p>mais comum de metástase), dificuldade de deambulação</p><p>por dor, anemia e caquexia.</p><p>Achados no exame clínico (toque retal) combinados com</p><p>o resultado da dosagem do antígeno prostático</p><p>específico (PSA, na sigla em inglês) no sangue podem</p><p>sugerir a existência da doença. Nesses casos, é indicada</p><p>a Ressonância Nuclear Magnética (RNM) multiparamétrica</p><p>da próstata com o intuito de visualizar lesões suspeitas na</p><p>próstata. O resultado da ultrassonografia, por sua vez,</p><p>poderá mostrar a necessidade de biópsia prostática</p><p>transretal. O diagnóstico de certeza do câncer é feito</p><p>pelo estudo histopatológico do tecido obtido pela biópsia</p><p>da próstata. O relatório anatomopatológico deve fornecer</p><p>a graduação histológica do sistema de Gleason, cujo</p><p>objetivo</p><p>é informar sobre a provável taxa de</p><p>crescimento do tumor e sua tendência à disseminação,</p><p>além de ajudar na determinação do melhor tratamento</p><p>para o paciente.</p><p>Estádio TNM</p><p>T- Tumor primário</p><p>➔ TX O tumor primário não pode ser avaliado.</p><p>➔ T0 Não há evidência de tumor primário.</p><p>➔ T1 Tumor clinicamente inaparente, não palpável nem</p><p>visível por meio de exame de imagem.</p><p>a- T1a Achado histológico incidental em 5% ou</p><p>menos de tecido ressecado.</p><p>b- T1b Achado histológico incidental em mais de</p><p>5% de tecido ressecado.</p><p>c- T1c Tumor identificado por biópsia por</p><p>agulha (por exemplo, devido a PSA elevado).</p><p>➔ T2 Tumor confinado à próstata. [Nota: Tumor</p><p>encontrado em um ou em ambos os lobos, por</p><p>biópsia por agulha, mas não palpável nem visível por</p><p>exame de imagem, é classificado como T1c.]</p><p>a- T2a Tumor que envolve uma metade de</p><p>um dos lobos ou menos.</p><p>b- T2b Tumor que envolve mais da metade</p><p>de um dos lobos, mas não ambos os lobos.</p><p>c- T2cTumor que envolve ambos os lobos.</p><p>Ministério da Saúde Secretaria de Atenção</p><p>à Saúde</p><p>➔ T3 Tumor que se estende através da capsula</p><p>prostática (Nota: a invasão do ápice prostático ou da</p><p>capsula prostática (mas não além desta) é classificada</p><p>como T2 e não como T3)</p><p>a- T3a Extensão extracapsular (uni ou bilateral)</p><p>incluindo envolvimento microscópico do colo</p><p>vesical.</p><p>b- T3b Tumor que invade vesícula(s)</p><p>seminal(ais).</p><p>➔ T4 Tumor que está fixo ou que invade estruturas</p><p>adjacentes que não as vesículas seminais: esfíncter</p><p>externo, reto, músculos elevadores do ânus e/ou</p><p>parede pélvica.</p><p>N – Linfonodos regionais</p><p>➔ NX Os linfonodos regionais não podem ser avaliados.</p><p>➔ N0 Ausência de metástase em linfonodo regional.</p><p>➔ N1 Metástase em linfonodo regional.</p><p>M – Metástase à distância (*)</p><p>➔ M0 Ausência de metástase à distância.</p><p>➔ M1 Metástase à distância.</p><p>➔ M1a Linfonodo(s) não regional(ais).</p><p>➔ M1b Osso(s).</p><p>➔ M1c Outra(s) localização (ões).</p><p>(*) Nota: Usa-se a categoria mais avançada quando existe</p><p>metástase em mais de uma localização. A categoria mais</p><p>avançada é pM1c.</p><p>Graduação Histopatológica - G</p><p>➔ GX O grau de diferenciação não pode ser avaliado.</p><p>➔ G1 Bem diferenciado (anaplasia discreta) (Gleason 2-</p><p>4).</p><p>➔ G2 Moderadamente diferenciado (anaplasia</p><p>moderada) (Gleason 5-6).</p><p>➔ G3-4 Pouco diferenciado/indiferenciado (anaplasia</p><p>acentuada) (Gleason 7-10).</p><p>Estágios do câncer</p><p>Estágio I. cT1, N0, M0, grau grupo 1 (pontuação de</p><p>Gleason até 6), PSA menor que 10; ou cT2a, N0, M0,</p><p>grau grupo 1 (pontuação de Gleason até 6), PSA menor</p><p>do que 10; ou pT2, N0, M0, grau grupo 1 (pontuação de</p><p>Gleason até 6), PSA menor do que 10.</p><p>Estágio IIA. cT1, N0, M0, grau grupo 1 (pontuação de</p><p>Gleason até 6), PSA entre 10 e 20; ou cT2a ou pT2, N0,</p><p>M0, grau grupo 1 (pontuação de Gleason até 6), PSA</p><p>entre 10 e 20; ou cT2b ou cT2c, N0, M0, grau grupo 1</p><p>(pontuação de Gleason até 6), PSA até 20.</p><p>Estágio IIB. T1 ou T2, N0, M0, grau grupo 2 (pontuação</p><p>de Gleason 3+4=7), PSA até 20.</p><p>Estágio IIC. T1 ou T2, N0, M0, grau grupo 3 ou 4</p><p>(pontuação de Gleason 4+3=7 ou 8), PSA até 20.</p><p>Estágio IIIA. T1 ou T2, N0, M0, grau grupo 1 a 4</p><p>(pontuação de até 8), PSA até 20.</p><p>Estágio IIIB. T3 ou T4, N0, M0, grau grupo 1 a 4</p><p>(pontuação de até 8), qualquer PSA.</p><p>Estágio IIIC. Qualquer T, N0, M0, grau grupo 5 (pontuação</p><p>de Gleason 9 ou 10), qualquer PSA.</p><p>Estágio IVA. Qualquer T, N1, M0, qualquer grau grupo,</p><p>qualquer PSA.</p><p>Estágio IVB. Qualquer T, qualquer N, M1, qualquer grau</p><p>grupo, qualquer PSA.</p><p>O tratamento depende do estadiamento da doença, da</p><p>idade e do estado geral de saúde do paciente</p><p>(Performance Status). Ou seja, cada caso deve ser</p><p>analisado de forma individual. De uma maneira geral, a</p><p>cirurgia, a radioterapia e a terapia hormonal costumam</p><p>ser as opções mais comuns, isoladamente ou em</p><p>combinação.</p><p>Em pacientes com doença classificada como de baixo</p><p>risco (de acordo com níveis de PSA, estadiamento clínico</p><p>e escore histopatológico de Gleason) é possível fazer</p><p>apenas o monitoramento periódico do caso, sem precisar</p><p>de tratamento imediato. Essa estratégia, chamada</p><p>vigilância ativa, envolve a realização periódica dos exames</p><p>de PSA e toque retal, além de biópsias conforme</p><p>indicação médica. Nos casos de adultos jovens com</p><p>tumores que crescem rápido, isso não costuma ser</p><p>recomendado.</p><p>Prostatovesiculectomia</p><p>A cirurgia mais frequente é a prostatovesiculectomia</p><p>radical que inclui a ressecção total da próstata, vesículas</p><p>seminais ou outras estruturas pélvicas acometidas por</p><p>tumor maligno. Incontinência urinária e disfunção erétil</p><p>são efeitos colaterais possíveis. A cirurgia robótica</p><p>costuma ser mais precisa, com recuperação mais rápida</p><p>e menor risco de efeitos colaterais, mas ainda é feita em</p><p>poucas instituições públicas, pois envolve custo elevado</p><p>de implantação e exige alto nível de treinamento e</p><p>experiência, o que só se consegue em centros com</p><p>grande volume cirúrgico. O INCA possui mais de dez anos</p><p>de experiência em cirurgia robótica, sendo o primeiro</p><p>hospital público do Brasil a possuir uma unidade robótica,</p><p>tendo obtido o quinto robô cirúrgico comercializado no</p><p>Brasil no ano de 2012.</p><p>• A ressecção transuretral da próstata é indicada</p><p>apenas em caráter paliativo para alívio de</p><p>sintomas.</p><p>Radiação ionizante</p><p>O tratamento com radiação ionizante pode envolver a</p><p>teleterapia ou a braquiterapia. No primeiro caso, a</p><p>radioterapia é feita várias vezes por semana e os efeitos</p><p>colaterais mais comuns são diarreia, micção frequente,</p><p>ardor ao urinar, sensação de bexiga cheia e hematúria. O</p><p>risco de incontinência é menor do que na cirurgia, e</p><p>dificuldades de ereção podem surgir depois de um ano</p><p>ou mais, sendo que metade desses pacientes responde</p><p>bem aos medicamentos para disfunção erétil. Já a</p><p>braquiterapia envolve a aplicações de sementes radiativas</p><p>na próstata, de forma temporária ou permanente.</p><p>Hormonioterapia</p><p>A hormonioterapia tem como objetivo inibir os</p><p>hormônios masculinos (androgênicos), que estimulam o</p><p>crescimento do câncer. Em conjunto com a radioterapia,</p><p>proporciona a redução do volume tumoral. Também</p><p>recomendada nos casos de metástase ou nos casos de</p><p>recidiva.</p><p>Castração cirúrgica</p><p>A privação dos hormônios masculinos pode ser obtida</p><p>com a castração cirúrgica. O procedimento encontra</p><p>muita resistência entre os pacientes. Por isso, é mais</p><p>comum o uso da terapia com análogo de LHRH</p><p>(receptor do hormônio liberador do hormônio</p><p>luteinizante), que consiste em drogas injetáveis que</p><p>promovem castração química. Os efeitos colaterais, em</p><p>ambos os casos, são perda da libido, ondas de calor,</p><p>ginecomastia, osteoporose, fraqueza, perda de massa</p><p>muscular, depressão, aumento do peso e risco de</p><p>doenças cardiovasculares. Drogas antiandrogênicas (que</p><p>bloqueiam a capacidade de o corpo usar os hormônios</p><p>androgênicos) também podem ser indicadas.</p><p>Quimioterapia</p><p>Atualmente, a quimioterapia é utilizada nos casos</p><p>refratários aos hormônios e quando a hormonioterapia</p><p>sozinha não é capaz de conter a doença. Pode ser</p><p>utilizada também no inicio do tratamento, em pacientes</p><p>que se apresentam já com um grande volume de</p><p>doença metastática ao diagnóstico. Os efeitos colaterais</p><p>mais comuns são náuseas, vômitos, alopécia, anemia e</p><p>mucosite, além de risco maior de infecções, por conta</p><p>da neutropenia.</p><p>Medicação</p><p>Outros medicamentos são utilizados na terapia do câncer</p><p>de próstata, como corticosteroides e bisfosfonatos para</p><p>alívio das dores ósseas, nos casos de metástase para</p><p>esse tecido.</p><p>Novas terapias hormonais, como abiraterona e</p><p>enzalutamidaa, podem beneficiar significativamente os</p><p>pacientes com doença avançada, especialmente quando</p><p>ocorre resistência à terapia de privação androgênica.</p><p>Após o tratamento, seja após a cirurgia ou após a</p><p>radioterapia, o acompanhamento se dá pelas dosagens</p><p>do antígeno prostático específico (PSA) em amostras de</p><p>sangue a cada 3 ou 6 meses.</p><p>a formar um novo tumor (metástase).</p><p>Após extravasar, as células tumorais precisam se adaptar</p><p>ao novo microambiente para proliferar e formar uma</p><p>colônia tumoral. Esse processo é conhecido como</p><p>colonização e é uma das etapas mais críticas e</p><p>complexas da metástase.</p><p>Linfática</p><p>Células tumorais do tumor primário invadem os vasos</p><p>linfáticos próximos. Isso geralmente ocorre quando as</p><p>células cancerosas degradam a matriz extracelular e</p><p>invadem as estruturas adjacentes, incluindo os capilares</p><p>linfáticos.</p><p>As células cancerosas, uma vez dentro dos vasos</p><p>linfáticos, são transportadas através da linfa (fluido</p><p>linfático) para os gânglios linfáticos regionais. O sistema</p><p>linfático é uma rede de vasos e gânglios que ajuda a</p><p>drenar líquidos dos tecidos e desempenha um papel no</p><p>sistema imunológico.</p><p>As células cancerosas, uma vez dentro dos vasos</p><p>linfáticos, são transportadas através da linfa (fluido</p><p>linfático) para os gânglios linfáticos regionais. O sistema</p><p>linfático é uma rede de vasos e gânglios que ajuda a</p><p>drenar líquidos dos tecidos e desempenha um papel no</p><p>sistema imunológico.</p><p>• É utilizada para o estadiamento do câncer e tem</p><p>um papel no prognostico da doença</p><p>• Tumores como o câncer de mama, melanoma,</p><p>câncer de próstata, câncer de cólon e câncer</p><p>de pulmão frequentemente metastatizam via</p><p>linfática.</p><p>Por contato</p><p>Metástase por implantação ou transcelômica, é um tipo</p><p>de disseminação do câncer em que as células tumorais</p><p>se espalham diretamente para cavidades corporais</p><p>adjacentes. Este tipo de metástase ocorre principalmente</p><p>dentro das cavidades pleural (que envolve os pulmões),</p><p>peritoneal (que envolve os órgãos abdominais), e</p><p>pericárdica (que envolve o coração).</p><p>Processo</p><p>• Células do tumor primário se desprendem e se</p><p>soltam na cavidade corporal.</p><p>• Essas células sobrevivem dentro do fluido</p><p>presente na cavidade (como o líquido peritoneal).</p><p>• As células podem se implantar em superfícies</p><p>serosas (como o peritônio, pleura ou pericárdio),</p><p>formando novos focos tumorais</p><p>Essa via de disseminação é diferente da invasão local,</p><p>pois as células tumorais não invadem tecidos</p><p>circundantes diretamente, mas sim "semeiam" em</p><p>superfícies serosas distantes do tumor primário.</p><p>A metástase por contato pode resultar em complicações</p><p>significativas, como ascite (acúmulo de líquido no</p><p>abdômen), derrame pleural maligno ou obstruções</p><p>intestinais, dependendo da localização e extensão da</p><p>disseminação.</p><p>• Esse tipo de metástase é mais comum em</p><p>tumores que se originam em órgãos que estão</p><p>próximos a grandes cavidades corporais, como</p><p>o câncer de ovário, estômago e pâncreas</p><p>Metástase X invasão local</p><p>Não confundir metástase com invasão local. Invadir</p><p>localmente significa por contiguidade uma estrutura vai</p><p>acometendo a outra, para dizer que é metástase ela</p><p>precisa invadir um órgão a distancia por meio das vias</p><p>sanguíneas, linfática ou por contato</p><p>• Por exemplo: se o adenocarcinoma invade o</p><p>reto, a bexiga, não é considerado uma</p><p>metástase pois é estrutura adjacentes ao sitio</p><p>primário onde a neoplasia se desenvolveu</p><p>Invasão Local</p><p>A invasão local refere-se à capacidade das células</p><p>tumorais de crescer e infiltrar diretamente os tecidos</p><p>adjacentes ao tumor primário. As células cancerosas</p><p>perdem a adesão entre si e ganham a capacidade de</p><p>degradar a matriz extracelular e invadir o tecido</p><p>circundante. Esse processo pode envolver a penetração</p><p>de barreiras anatômicas, como a membrana basal, e a</p><p>invasão de estruturas próximas, como músculos, vasos</p><p>sanguíneos ou nervos.</p><p>Toda a neoplasia maligna é estadeada segundo esses</p><p>critérios</p><p>TNM</p><p>• T: característica da neoplasia (tamanho, local)</p><p>• N: comprometimento de linfonodos</p><p>• M: metástase a distância</p><p>Estadiamento do adenocarcinoma de próstata</p><p>O primeiro exame pedido quando se suspeita de alguma</p><p>alteração da próstata é a ultrassom de próstata que pode</p><p>ser feita de duas formas:</p><p>Via abdominal pélvico masculino (bexiga cheia-</p><p>usa a janela acústica da bexiga para acessar a próstata</p><p>da mesma forma que funciona para ver os ovários nas</p><p>mulheres)</p><p>• É um exame com baixa sensibilidade é mais</p><p>usado para ver e estimar as medidas prostáticas</p><p>e os pesos prostáticos</p><p>• É realizado em dois momentos com o paciente</p><p>com a bexiga cheia e com a bexiga vazia (para</p><p>ver o quanto sobrou de resíduo miccional)</p><p>Via ultrassom transretral de próstata</p><p>• Possui uma sensibilidade muito melhor das</p><p>detecções de lesões focadas na glândula</p><p>• Consegue identificar a região periférica e central</p><p>• Pode ser usado o recurso doppler para</p><p>identificar eventuais nódulos e alterações na</p><p>circulação como áreas suspeitas (o doppler</p><p>tambem pode ser usado na abdominal, mas o</p><p>transretal é melhor) - ver fluxo sanguíneo onde</p><p>não se é para ter é considerado uma área</p><p>suspeita</p><p>Biopsia próstata guiadas por USG</p><p>• A via do exame é a mesma, so que acopla com</p><p>o transdutor uma agulha para retirada do material</p><p>(fragmentos da glândula prostática)</p><p>• O exame é realizado da mesma forma</p><p>Retirada de 12 fragmentos glandulares</p><p>• Dois fragmentos de cada lado em cada um dos</p><p>polos basal, médio e apical</p><p>Ressonância magnética</p><p>Imagem muito condizente com a sua anatomia (fiel a</p><p>anatomia e as alterações que a próstata apresenta)</p><p>A zona periférica é a zona que devemos estar mais</p><p>atentos quando se trata de neoplasias</p><p>A vantagem da ressonância é conseguir avaliar não</p><p>somente a próstata, mas tambem outras lesões como</p><p>acometimento de linfonodos pélvicos, lesões ósseas</p><p>secundarias, metástases no geral</p><p>• Ajuda muito do estadiamento do câncer de</p><p>próstata</p><p>Espectroscopia</p><p>• A espectroscopia de prótons possibilita: avaliação</p><p>não invasiva de características anatômicas e</p><p>biológicas com importância na detecção,</p><p>localização e estadiamento</p><p>• Utiliza um potente campo magnético e ondas de</p><p>radiofrequência para obter informações</p><p>metabólicas, baseadas na concentração relativa</p><p>dos metabólitos prostáticos endógenos (através</p><p>dos metabolitos é possível dizer se há mais risco</p><p>ou não)</p><p>• Combinação com RM</p><p>• Junta na ressonância toda a propedêutica</p><p>armada que se tem</p><p>• Imagens em T2 (melhor forma de visualização</p><p>em um RM)</p><p>• Difusão (DWI) / ADC</p><p>• RDC: realce dinâmico pelo contraste</p><p>(permeabilidade)- evolução do contrate na</p><p>próstata (desde a entrada do contraste até a</p><p>saída)</p><p>• Espectroscopia</p><p>Funcionalidade</p><p>• Tais técnicas funcionais relacionam-se com</p><p>propriedades biológicas do tumor</p><p>• Difusão se relaciona com a celularidade e os</p><p>escores de Gleason</p><p>• Permeabilidade se relaciona com a angiogênese</p><p>• Espectroscopia de prótons se relaciona com o</p><p>metabolismo da membrana célula</p><p>1- Analise as afirmações seguintes.</p><p>I. A próstata é envolvida por uma cápsula</p><p>fibroelástica rica em fibras musculares lisas, que</p><p>se projeta para o interior do órgão criando</p><p>septos.</p><p>II. IO estroma da próstata é constituído por tecido</p><p>conjuntivo e tecido muscular liso, podendo ser</p><p>alvo de alterações celulares que promovem a</p><p>hiperplasia prostática.</p><p>III. O parênquima da próstata é composto por</p><p>células glandulares que, se apresentarem alguma</p><p>mutação, podem estar susceptíveis ao</p><p>desenvolvimento de neoplasias malignas.</p><p>É correto o que se afirma apenas em: I, II, III</p><p>Feedback</p><p>A próstata é revestida por uma cápsula fibroelástica</p><p>rica em fibras musculares lisas que emite septos para</p><p>o interior do órgão. O parênquima prostático é</p><p>composto por células glandulares, enquanto o estroma</p><p>é composto por tecido conjuntivo e células</p><p>musculares lisas.</p><p>2- O parênquima da próstata é formado por: tecido</p><p>conjuntivo e tecido muscular liso (estroma)</p><p>Feedback</p><p>O parênquima da próstata é formado por epitélio</p><p>glandular, enquanto o estroma é formado por tecido</p><p>conjuntivo e tecido muscular liso.</p><p>3- A próstata pode ser dividida e zonas</p><p>anatomofuncionais. A zona que apresenta</p><p>maior</p><p>quantidade de tecido glandular é denominada: zona</p><p>periférica</p><p>Feedback</p><p>A zona prostática com maior quantidade de glândulas</p><p>é a zona periférica, mais comumente acometida por</p><p>adenocarcinoma.</p><p>4- A próstata é um órgão pélvico que se relaciona</p><p>anteriormente com: a sínfise púbica</p><p>Feedback</p><p>A próstata é atravessada pela uretra e relaciona-se</p><p>anteriormente com a sínfise púbica, superiormente</p><p>com a bexiga urinária e posteriormente com o reto.</p><p>5- Analise as afirmações a seguir.</p><p>I. A conversão de testosterona em di-</p><p>hidrotestosterona ocorre nas células glandulares.</p><p>II. A enzima que realiza a conversão de</p><p>testosterona em di-hidrotestosterona é uma</p><p>redutase.</p><p>III. A atividade dos receptores androgênicos nas</p><p>células prostáticas estimula a síntese de fatores</p><p>de crescimento</p><p>É correto o que se afirma apenas em: II e III</p><p>Feedback</p><p>A conversão de testosterona em di-hidrotestosterona</p><p>ocorre nas células estromais.</p><p>Atividade 1 – Plataforma Lt KuraCloud</p><p>A- Histologia reprodutiva- Laboratório (1,2 e 4)</p><p>Estruturas</p><p>O sistema reprodutor masculino compartilha algumas das</p><p>mesmas estruturas que o sistema urinário. Estas incluem</p><p>a uretra e o pênis. Glândulas especializadas no sistema</p><p>reprodutor masculino ajudam a limpar a uretra para se</p><p>preparar para a ejaculação através do pênis</p><p>As células espermáticas se desenvolvem dentro dos dois</p><p>testículos, que estão ambos rodeados por um único</p><p>escroto. O esperma é armazenado e amadurece no</p><p>epidídimo antes da ejaculação. Ao ejacular, o esperma</p><p>viaja através do canal (ducto) deferente para a uretra</p><p>(que é parcialmente circundada pela glândula prostática)</p><p>onde sai do corpo através do pênis. Ao longo do trato,</p><p>os ductos secretam vários fluidos ejaculatórios que se</p><p>misturam com o esperma, formando o sêmen</p><p>Órgãos</p><p>• Os dois testículos (testículo, singular) são o local</p><p>de produção do esperma (espermatogênese).</p><p>• O escroto é o saco de tecido que envolve os</p><p>dois testículos.</p><p>• O pênis é o órgão que circunda a uretra.</p><p>Ducto</p><p>• O epidídimo é um tubo maior onde as células de</p><p>esperma são armazenadas e passam pelos</p><p>estágios finais de maturação para se tornarem</p><p>móveis antes da ejaculação. O epitélio colunar</p><p>pseudoestratificado (com estereocílios) do</p><p>epidídimo absorve o excesso de líquido, secreta</p><p>substâncias que nutrem os espermatozóides e é</p><p>capaz de realizar fagocitose para remover</p><p>detritos do lúmen do epidídimo.</p><p>• Os dois ductos deferentes permitem que os</p><p>espermatozóides sejam transportados dos</p><p>testículos para os ductos ejaculatórios. Cada</p><p>ducto deferente passa através da glândula</p><p>prostática, onde secreções adicionais de</p><p>vesículas seminais são adicionadas ao esperma</p><p>antes de deixarem o corpo através da uretra.</p><p>• A uretra é parte tanto do sistema reprodutor</p><p>masculino quanto do sistema urinário (às vezes</p><p>chamado coletivamente de sistema urogenital).</p><p>Glândulas</p><p>• As glândulas seminais (vesículas seminais) são</p><p>duas glândulas tubulares simples que secretam</p><p>o fluido que contribui para o sêmen.</p><p>• Glândula Bulbouretral (Cowper) são duas</p><p>pequenas glândulas exócrinas que produzem</p><p>pré-ejaculação, o que ajuda a neutralizar a</p><p>acidez da uretra antes da passagem do</p><p>esperma durante a ejaculação.</p><p>• A glândula prostática é uma glândula em forma</p><p>de noz que segrega o fluido que nutre e</p><p>protege os espermatozóides.</p><p>→ O epidídimo secrete fluido que nutre o esperma à</p><p>medida que ele amadurece e se desenvolve</p><p>→ As glândulas bulbouretrais produzem o pré-ejaculado</p><p>que ajuda a neutralizar a acidez da uretra antes que o</p><p>esperma passe durante a ejaculação</p><p>→ As vesículas seminais e a glândula prostática</p><p>produzem um fluido que contribui para o sêmen</p><p>→ O ducto deferente transporta os espermatozoides do</p><p>epidídimo para a uretra atras de contrações peristálticas</p><p>Visualização histológica</p><p>Uretra</p><p>Secção transversal da uretra</p><p>➔ A parte da uretra que passa através do pênis é</p><p>revestida por epitélio colunar</p><p>pseudoestratificada</p><p>Testículo</p><p>Ducto deferente: é uma das estruturas encontradas no</p><p>cordão espermático, junto com a artéria testicular, plexo</p><p>pampiniforme e nervos</p><p>➔ A linha rosa é um exemplo de um artefato</p><p>(efeitos inevitáveis do processo de coloração</p><p>histológica). Nesse caso o tecido se dobrou sobre</p><p>si mesmo</p><p>➔ Musculo liso é divido em 3 camadas</p><p>a. Vermelho: camada longitudinal externa</p><p>de musculo liso</p><p>b. Amarelo: camada circular de musculo</p><p>liso</p><p>c. Azul: cama longitudinal interna de</p><p>musculo liso</p><p>Epitélio do ducto (canal) deferente</p><p>Epitélio</p><p>Músculo liso</p><p>Epitélio do canal</p><p>deferente</p><p>Lâmina própria Estereocília</p><p>Epitélio colunar</p><p>pseudoestratificado</p><p>Membrana basal</p><p>➔ Epitélio colunar pseudoestratificado com alguns</p><p>estereocílios</p><p>➔ Estereocílios: os estereocílios são não moveis.</p><p>Elas aumentam a superfície para ajudar a</p><p>reabsorver a grade quantidade de fluido</p><p>produzido para transportar os espermatozoides</p><p>jovens que ainda não são capazes de que</p><p>propulsar</p><p>➔ Lâmina própria: este tecido conjuntivo ajuda a</p><p>suportar o epitélio. Eles contem muitas fibras</p><p>elásticas</p><p>Estereocílios</p><p>O epidídimo é um tubo donde os espermatozoides</p><p>(células espermáticas) amadurecem e se tornam moveis</p><p>antes da ejaculação. O epitélio colunar</p><p>pseudoestratificado no epidídimo contem projeções de</p><p>estereocílios, que são não moveis. Os estereocílios</p><p>aumentam a área de superfície dentro do tubo para</p><p>ajudar a reabsorver a grande quantidade de fluido</p><p>produzido para transportar os espermatozoides jovens</p><p>que ainda não são capazes de se impulsionar</p><p>Ductos deferente e ductos ejaculatórios</p><p>Característica do ducto deferente que lhe permite</p><p>impulsionar o esperma em direção aos ductos</p><p>ejaculatórios é que o ducto deferente é um tubo</p><p>muscular que contem musculo liso dispostos em três</p><p>camadas, uma media de musculo liso circular, e uma</p><p>camadas interna e externa de musculo liso longitudinal.</p><p>Essas camadas permitem que o ducto (canal) deferente</p><p>transporte o esperma do epidídimo para os ductos</p><p>ejaculatórios via peristaltismo</p><p>Uretra</p><p>A uretra esponjosa é amplamente revestida com epitélio</p><p>colunar pseudostratificado, exceto a extremidade distal</p><p>que é revestida com epitélio escamoso estratificado. (Por</p><p>que a extremidade distal da uretra poderia ser forrada</p><p>com este tipo de epitélio?)</p><p>• A uretra membranosa é revestida com epitélio</p><p>colunar pseudoestratificado. A uretra esponjosa</p><p>ou peniana também é revestida em grande</p><p>parte com epitélio colunar pseudoestratificado,</p><p>exceto pela extremidade distal que é revestida</p><p>com epitélio escamoso estratificado.</p><p>• O epitélio escamoso estratificado é composto de</p><p>muitas camadas de células, refletindo sua função</p><p>protetora. É encontrado ao redor de aberturas</p><p>do corpo em áreas que são contínuas com a</p><p>pele</p><p>B. Modelo de sistema reprodutor- Laboratório (4)</p><p>O sistema reprodutor masculino é responsável pela</p><p>espermatogênese e pelo transporte e ejaculação do</p><p>esperma para o trato reprodutor feminino.</p><p>Escroto</p><p>O escroto é um saco que contém os testículos e as</p><p>estruturas que os suportam para produzir esperma. O</p><p>músculo dartos é um músculo liso que se contrai para</p><p>diminuir a área de superfície, a fim de diminuir a perda</p><p>de calor. O músculo cremaster é um músculo</p><p>esquelético que se contrai para elevar os testículos</p><p>durante a excitação sexual ou exposição a temperaturas</p><p>frias.</p><p>Testículos</p><p>Os testículos são o local de produção de</p><p>espermatozoides (~300 milhões de espermatozoides por</p><p>dia). Os túbulos seminíferos são tubos enrolados</p><p>hermeticamente onde as células de esperma sofrem</p><p>divisão mitótica e diferenciação. Os espermatozoides</p><p>recém-formados movem-se através de túbulos retos até</p><p>o rete testis, que levam ao epidídimo. Os</p><p>espermatozoides começam a amadurecer à medida que</p><p>passam através do epidídimo enrolado. A extremidade</p><p>da</p><p>cauda do epidídimo torna-se menos enrolada e se torna</p><p>o ducto deferente.</p><p>Observação: no meio dos túbulos seminíferos e do septo</p><p>esta a seta que aponta para o lóbulo</p><p>Pênis</p><p>O pênis é uma massa cilíndrica de tecido erétil circundada</p><p>por tecido fibroso chamado túnica albugínea. Durante a</p><p>excitação sexual, os tecidos permeados do sangue</p><p>(corpo esponjoso e o corpo cavernoso pareado) se</p><p>enchem de sangue da artéria profunda para produzir</p><p>uma ereção. A uretra peniana (esponjosa) serve como</p><p>uma passagem para a ejaculação do esperma e a</p><p>excreção da urina. O nervo dorsal acompanha um feixe</p><p>neurovascular localizado acima do corpo esponjoso e do</p><p>corpo cavernoso</p><p>Glândulas Acessórias</p><p>As glândulas sexuais acessórias secretam fluidos que</p><p>contribuem para o volume do sêmen. Cada glândula</p><p>serve a um propósito específico para apoiar a motilidade</p><p>e a viabilidade do esperma durante o ato sexual. As</p><p>vesículas seminais neutralizam o ácido no trato</p><p>reprodutor feminino. A glândula prostática nutre os</p><p>espermatozóides. As glândulas bulbouretrais (Cowper)</p><p>neutralizam os ácidos na uretra peniana.</p><p>As vesículas seminais contribuem com cerca de 60% do</p><p>volume de fluido que passa pelo trato reprodutor</p><p>masculino durante a ejaculação. A glândula prostática</p><p>produz 25% e a glândula bulbouretral contribui com uma</p><p>quantidade muito pequena</p><p>É possível traçar a veia dorsal profunda e a artéria dorsal</p><p>ate a glande do pênis</p><p>Relembrando</p><p>➔ A estrutura responsável pela espermatogênese</p><p>são os tubos seminíferos (cerca de 300 milhões</p><p>de espermatozoides por dia são produzidos nos</p><p>túbulos seminíferos)</p><p>➔ Os espermatozoides passam pelos epidídimos</p><p>depois se serão produzidos, já o canal deferente</p><p>transporta o esperam para longe do epidídimo e</p><p>o rete testis transportam o esperam para longe</p><p>dos túbulos seminíferos</p><p>Diferença entre os músculos dartos e</p><p>cremaster</p><p>O músculo dartos é um músculo involuntário que se</p><p>prende à pele do escroto. Ele enruga a pele durante a</p><p>contração para aumentar a área da superfície para</p><p>aumentar a perda de calor. O músculo cremaster é um</p><p>músculo voluntário que envolve cada testículo individual.</p><p>Ele retrai os testículos mais próximos do corpo em</p><p>ambientes frios para regular a temperatura para a</p><p>produção e viabilidade do espermatozoide.</p><p>Percurso do esperma durante a</p><p>espermatogênese</p><p>Atividade 1: caso clínico</p><p>Paciente do sexo masculino, 65 anos, faz exames de</p><p>rotina para avaliação da próstata há 10 anos. Procurou o</p><p>médico de sua UBS, pois percebeu que seu jato urinário</p><p>estava mais fraco e queixava-se de levantar muitas vezes</p><p>à noite para urinar. Após a consulta, foi solicitado exames</p><p>laboratoriais e exame digital da próstata (toque retal). O</p><p>PSA apresentou elevação de 1,5 ng/mL para 2,8 ng/mL</p><p>em 6 meses e o exame de toque retal evidenciou a</p><p>próstata atrofiada (20 g), sem limites precisos e com área</p><p>nodular endurecida à direita</p><p>A. Analisando o caso apresentado, como a fisiopatologia</p><p>do adenocarcinoma de próstata pode ser diferenciada de</p><p>uma hiperplasia prostática benigna (HPB)?</p><p>A hiperplasia prostática benigna é uma condição em que</p><p>há aumento do número de células (hiperplasia) da</p><p>próstata, e é uma condição benigna, ou seja, não é uma</p><p>neoplasia, por exemplo. Por outro lado, o câncer de</p><p>próstata é uma neoplasia na próstata, uma doença</p><p>maligna.</p><p>A HPB é uma condição que afeta os homens a partir dos</p><p>40 anos, onde a próstata começa a aumentar seu</p><p>volume. Esse aumento acontece principalmente na zona</p><p>de transição, aquela zona da região periuretral. Nessa</p><p>zona, a próstata começa a aumentar o seu volume,</p><p>devido ao aumento do número de células</p><p>O que esse aumento provoca?</p><p>Um aumento de volume da região que circunda a uretra</p><p>leva a uma compressão da uretra, um estreitamento,</p><p>uma obstrução. Devido à obstrução, a eliminação de</p><p>urina é dificultada, o que ocasiona alguns dos sintomas</p><p>miccionais.</p><p>Diante de uma dificuldade em eliminar a urina, o músculo</p><p>detrusor que compõe a parede da bexiga, se hipertrofia</p><p>aumentando sua força de contração a fim de manter a</p><p>eliminação da urina.</p><p>Isso piora ainda mais o quadro, pois devido à hipertrofia</p><p>há redução da complacência e da capacidade da bexiga.</p><p>Tardiamente, essa hipertrofia não é observada, pois o</p><p>grande esforço e tensão do detrusor acaba provocando</p><p>lesão do músculo, e então, o que se pode observar é</p><p>uma redução da contratilidade muscular.</p><p>• Na primeira imagem uma próstata normal – a</p><p>urina flui normalmente pela uretra. Na segunda</p><p>imagem, temos a hiperplasia prostática benigna</p><p>– há um grande aumento de volume prostático,</p><p>o que comprime a uretra, impedindo a</p><p>passagem de urina, o que faz com que a urina</p><p>permaneça na bexiga.</p><p>Sintomas</p><p>Basicamente estão relacionados com duas coisas: a</p><p>obstrução e a reação do músculo detrusor a essa</p><p>obstrução.</p><p>Sintomas obstrutivos</p><p>Muitos dos sintomas surgem devido à obstrução. Um dos</p><p>sintomas que você deve buscar durante a anamnese é</p><p>o esforço miccional, ou seja, “fazer força” para urinar.</p><p>O esvaziamento incompleto também é comum. Outra</p><p>alteração que o paciente pode notar é jato de urina</p><p>fraco, e isso é bem simples de entender – a luz uretral</p><p>está reduzida, com isso o jato de urina torna-se mais</p><p>delgado também. Ao final da micção, é comum o</p><p>gotejamento terminal, “continua pingando urina”.</p><p>Dependendo do estágio da doença pode haver retenção</p><p>urinária e pode chegar a um quadro de incontinência</p><p>paradoxal, pois, o paciente não está urinando</p><p>adequadamente, ou seja, a urina está retida na bexiga,</p><p>até que chega o momento em que, a bexiga não cabe</p><p>mais, e começa então a transbordar urina, provocando</p><p>essa incontinência paradoxal.</p><p>Sintomas irritativos</p><p>Além dos sintomas obstrutivos, existem os sintomas</p><p>irritativos provocados pelas alterações do detrusor. Um</p><p>deles é a urgência – lembra que o músculo detrusor se</p><p>hipertrofia a fim de tentar manter o fluxo de urina?</p><p>Ao aumentar a sua força de contração ele gera a</p><p>urgência miccional pois o esfíncter uretral não consegue</p><p>conter por muito tempo a urina que foi ejetada com uma</p><p>pressão maior. Pode acontecer também a polaciúria,</p><p>paciente urina mais vezes que o normal. E pode ter até</p><p>a necessidade de acordar a noite para urinar – nictúria.</p><p>Alterações decorrentes da HPB</p><p>Uma alteração que pode acontecer é o aumento do</p><p>PSA, pois a região que sofreu hiperplasia é uma região</p><p>formada por tecido glandular, sendo assim essa produção</p><p>aumenta.</p><p>Por isso, o PSA pode ser dosado, e provavelmente</p><p>estará elevado, acima de 4ng/ml. Mas isso não confirma</p><p>o diagnóstico de HPB, pois outras doenças também</p><p>elevam o PSA.</p><p>O toque retal pode revelar uma próstata com volume</p><p>aumentado, mas sua consistência permanece normal</p><p>(fibroelástica). Uma grande importância do toque retal é</p><p>para rastrear o câncer de próstata.</p><p>O câncer de próstata, uma doença maligna e invasiva, é</p><p>uma outra doença que pode acometer a glândula</p><p>prostática. O tipo mais frequente de câncer de próstata,</p><p>cerca de 95%, é o adenocarcinoma.</p><p>• É o segundo tipo de câncer mais comum entre</p><p>os homens</p><p>Essa doença, afeta principalmente homens de “idade</p><p>avançada”, com mais de 65 anos. Essa faixa etária é</p><p>referente a população geral, mas um paciente com</p><p>outros fatores de risco, como por exemplo, história</p><p>familiar, pode apresentar a doença mais precocemente.</p><p>Alterações genéticas também podem predispor a</p><p>doença, principalmente mutações nos genes BRCA-1 e</p><p>BRCA-2.</p><p>Ao contrário da HPB que acomete a zona de transição,</p><p>o câncer de próstata acomete predominantemente a</p><p>zona periférica – maior zona da próstata, localizada</p><p>posterolateralmente. Assim, no câncer de próstata, em</p><p>um estágio inicial, todos aqueles sintomas de obstrução</p><p>e os sintomas irritativos não estão presentes. Mas eles</p><p>podem vir a aparecer.</p><p>Sintomas</p><p>Esse é um grande problema dessa doença – o “silêncio”.</p><p>É</p><p>uma doença que inicialmente pode ser assintomática.</p><p>E com isso, a doença continua se desenvolvendo</p><p>despercebidamente.</p><p>Quando surgem os sintomas, geralmente já se trata de</p><p>uma doença avançada. Na doença localmente avançada</p><p>pode haver invasão da uretra e assim surgem os</p><p>sintomas do trato urinário inferior (obstrutivos e</p><p>irritativos), sendo muito importante a diferenciação com</p><p>a HPB. Além desses sintomas, a hematúria pode estar</p><p>presente, sendo um importante sintoma para essa</p><p>diferenciação.</p><p>Quando a doença já chegou à disseminação linfática, nos</p><p>linfonodos da região, pode ser notado o edema nos</p><p>membros inferiores.</p><p>E, em quadros ainda mais avançados, onde a doença já</p><p>está em fase de metástase, aparecem sintomas</p><p>relacionados ao local de metástase. Os mais comuns são</p><p>dor óssea – decorrente de metástase óssea, e em casos</p><p>de envolvimento da coluna podem surgir também</p><p>sintomas de compressão medular (paraplegia, distúrbio</p><p>esfincteriano – incontinência fecal e incontinência</p><p>urinária).</p><p>Diagnostico</p><p>Para investigação, alguns exames podem ser realizados:</p><p>PSA e toque retal.</p><p>PSA: o PSA pode ser dosado, ele não é específico para</p><p>o câncer, mas indica uma possibilidade. Valores de PSA</p><p>acima de 10 ng/ml são mais indicativos de câncer.</p><p>Toque retal: o toque retal também deve ser realizado,</p><p>pois, por meio dele é possível avaliar a zona periférica da</p><p>próstata – você se lembra que a zona periférica está</p><p>situada posterolateralmente? Com isso, por meio do</p><p>toque retal é possível avaliar justamente essa região mais</p><p>acometida pelo adenocarcinoma de próstata.</p><p>• Essa avaliação se dá por vários aspectos como</p><p>tamanho, contorno, consistência, sensibilidade,</p><p>mobilidade e presença de nódulos. Em situações</p><p>de doença maligna, o tamanho pode estar</p><p>aumentado, a forma e os contornos irregulares,</p><p>a consistência da glândula se encontra</p><p>endurecida, sem dor ao toque, com mobilidade</p><p>reduzida ou até ausente, e nódulos podem estar</p><p>presentes.</p><p>Caso alguma alteração sugestiva seja notada, no PSA e</p><p>no toque retal, para confirmar o diagnóstico, deve ser</p><p>realizado uma biópsia – biópsia transretal da próstata</p><p>guiada por ultrassonografia.</p><p>No caso apresentado, o paciente de 65 anos apresentou</p><p>sintomas urinários e exames indicativos de alterações</p><p>prostáticas. A fisiopatologia do adenocarcinoma de</p><p>próstata pode ser diferenciada da Hiperplasia Prostática</p><p>Benigna (HPB) com base em alguns fatores-chave,</p><p>incluindo os achados clínicos, laboratoriais e de imagem.</p><p>Hiperplasia Prostática Benigna (HPB)</p><p>Fisiopatologia: A HPB é caracterizada pelo crescimento</p><p>benigno das células epiteliais e estromais da zona de</p><p>transição da próstata. Esse crescimento resulta em</p><p>compressão da uretra, o que leva a sintomas obstrutivos,</p><p>como fluxo urinário fraco, hesitação, noctúria e sensação</p><p>de esvaziamento incompleto da bexiga.</p><p>• Exame de toque retal: Na HPB, a próstata é</p><p>tipicamente aumentada, com uma consistência</p><p>elástica e bordas bem definidas. (no paciente a</p><p>próstata se encontra atrofiada, sem limites</p><p>precisos e com área nodular endurecida a</p><p>direita)</p><p>• PSA: O PSA pode estar levemente elevado na</p><p>HPB devido ao aumento do volume prostático,</p><p>mas a elevação costuma ser gradual. (o paciente</p><p>teve um aumento rápido de 1,5ng/mL para</p><p>2,8ng/mL)</p><p>Portanto, o quadro dele não é sugestivo de HPB</p><p>Adenocarcinoma de Próstata</p><p>Fisiopatologia: O adenocarcinoma de próstata é um</p><p>tumor maligno originado nas células glandulares,</p><p>tipicamente na zona periférica da próstata. Ao contrário</p><p>da HPB, o adenocarcinoma tende a invadir tecidos</p><p>adjacentes e pode metastatizar. O crescimento</p><p>neoplásico não causa obstrução uretral até estágios mais</p><p>avançados.</p><p>• Exame de toque retal: No adenocarcinoma, a</p><p>próstata pode ser palpada com áreas</p><p>endurecidas (nodulares) e sem limites precisos. A</p><p>próstata pode não estar necessariamente</p><p>aumentada e, em alguns casos, pode até estar</p><p>atrofiada, como no caso descrito, o que é</p><p>incomum na HPB.</p><p>• PSA: Uma elevação rápida ou significativa do</p><p>PSA, como a observada no paciente (de 1,5</p><p>ng/mL para 2,8 ng/mL em 6 meses), é mais</p><p>sugestiva de malignidade. Além disso, o</p><p>adenocarcinoma pode ser associado a um</p><p>aumento na relação PSA total/PSA livre, com</p><p>uma maior proporção de PSA ligado.</p><p>O paciente apresenta uma elevação significativa do PSA</p><p>em um curto período, além de um exame de toque retal</p><p>que revela uma próstata atrofiada com uma área nodular</p><p>endurecida. Esses achados são mais sugestivos de</p><p>adenocarcinoma de próstata do que de HPB. Na HPB,</p><p>esperar-se-ia uma próstata aumentada e com limites</p><p>bem definidos, sem nodulações endurecidas.</p><p>Portanto, a combinação de aumento rápido do PSA,</p><p>presença de nódulos endurecidos na próstata e limites</p><p>imprecisos na palpação sugere fortemente</p><p>adenocarcinoma de próstata, diferenciando-o de uma</p><p>HPB, que tipicamente apresenta um crescimento</p><p>benigno e sintomas mais relacionados à obstrução uretral</p><p>do que à invasão tecidual.</p><p>Parece ser um quadro sugestivo de câncer, entretanto</p><p>para o diagnóstico definitivo é necessário realizar uma</p><p>biópsia transretal da próstata guiada por ultrassonografia.</p><p>Câncer de próstata</p><p>Atividade 1: microscópio virtual</p><p>1- Selecione a lâmina “Sistema Genital Masculino e lâmina</p><p>da próstata” e identifique:</p><p>A prostara é composta de epitélio glandular, arranjado</p><p>em acinos e ductos, e de estroma, constituído por tecido</p><p>fibromuscular (capsula de tecido conjuntivo) e uma matriz</p><p>proteica</p><p>• Secreções: a próstata secreta fosfatase ácida</p><p>prostática (PAP), fibrinolisina, ácido cítrico e</p><p>antígeno prostático específico (PSA).</p><p>• Parênquima: o parênquima da próstata é</p><p>constituído de 30 a 50 glândulas tuboalveolares,</p><p>sendo composto pelo epitélio glandular (celulas</p><p>epiteliais colunares simples e cuboides, mas pode</p><p>ter regiões de epitélio coluna</p><p>pseudoestratificado), celulas basais (células-</p><p>tronco pequenas que repousam sobre a</p><p>membrana basal) e dos corpos amilaceos</p><p>(concreções liquido prostático no lúmen de</p><p>algumas glândulas em homens idosos, tem a</p><p>aparência lamelar concêntrica e aumenta em</p><p>numero e tamanho com a idade)</p><p>• Estroma: o estroma é composto pela capsula e</p><p>pela lâmina própria (tecido conjuntivo</p><p>perioalveolar)</p><p>a- Capsula de tecido conjuntivo</p><p>A glândula prostática é envolvida por uma capsula de</p><p>tecido conjuntivo denso não modelado, tambem</p><p>conhecido como tecido ferroelástico rico em musculo liso</p><p>e altamente vascularizado contendo septos que</p><p>penetram na glândula e a dividem em lóbulos ou zonas</p><p>• Envolve externamente a próstata, oferecendo</p><p>suporte estrutural e proteção ao órgão.</p><p>• Internamente, a cápsula se estende formando</p><p>septos de tecido conjuntivo que penetram no</p><p>tecido glandular da próstata, dividindo-a em</p><p>lóbulos menores.</p><p>→(1): capsula fibroelastica (rica em musculo liso)</p><p>→(2): septos intersticiais (oriundos da capsula)</p><p>→(*): alvéolos glandulares</p><p>→(Seta curta): uretra prostática (com urotelio)</p><p>b- Epitélio glandular</p><p>As glândulas prostáticas estão organizadas em três</p><p>regiões distintas: glândulas da mucosa, glândulas da</p><p>submucosa, e glândulas ramificadas compostas periféricas</p><p>denominadas glândulas principais</p><p>• As glândulas da mucosa são as curtas, estão</p><p>associadas a mucosa uretral e são as únicas que</p><p>comumente crescem, causando a HPB</p><p>• As glândulas da submucosa são intermediarias e</p><p>estão dispostas perifericamente a glândulas da</p><p>mucosa</p><p>• As glândulas principais, por sua vez, são maiores</p><p>e as mais numerosas e te maior probabilidade de</p><p>transformação maligna</p><p>Zonas: a zona periférica representa 70% do tecido</p><p>glandular da próstata. Esta circunda a zona central e</p><p>ocupa as partes posterior e lateral da glândula. A zona de</p><p>transição circunda a parte prostática da uretra,</p><p>corresponde cerca de 5% do tecido glandular prostático</p><p>e contém as glândulas mucosas. A zona periuretral</p><p>contém glândulas mucosas e submucosas</p><p>O epitélio glandular é influenciado</p><p>pelos hormônios</p><p>sexuais, como a testosterona e os andrógenos</p><p>suprarrenais. Esses hormônios entram nas células</p><p>secretoras do epitélio glandular e são convertidos em di-</p><p>hidrotestosterona (DHT) pela enzima 5α-redutase.</p><p>• A ligação da DHT ao receptor de andrógeno</p><p>resulta em mudança na conformação do</p><p>receptor e sua relocação do citosol para o</p><p>núcleo da célula. Nesse local, os dímeros</p><p>fosforilados do complexo AR ligam-se a uma</p><p>sequência específica do DNA, conhecida como</p><p>elemento de resposta a hormônios, que reside</p><p>nas regiões promotoras dos genes-alvo. A</p><p>principal função do AR consiste em direcionar a</p><p>suprarregulação ou a infrarregulação dos genes</p><p>específicos.</p><p>• A estimulação por DHT é um fator na</p><p>proliferação e no crescimento da HPB e do</p><p>câncer de próstata dependente de andrógeno.</p><p>c- Estroma- Estroma musculo- conjuntivo</p><p>Contribui com 45 a 54% do peso da próstata. É</p><p>composto por tecido conjuntivo com fibras elásticas e</p><p>fibroblastos, celulas musculares lisas, vasos linfáticos e</p><p>nervos.</p><p>• Constituído por colágeno tipo I e III, matriz</p><p>proteica e celulas especializadas (fibroblastos,</p><p>celulas musculares e neuroendócrinas). Os</p><p>fibroblastos e as celulas musculares lisas são os</p><p>tipos celulares predominantes</p><p>Membrana basal: As celulas epiteliais dos acinos e ductos</p><p>apoiam-se sobre uma membrana basal formada por</p><p>colágeno do tipo IV e V, glicosaminoglicanos,</p><p>polissacarídeos e glicolipídios</p><p>• A membrana basal representa uma interface</p><p>entre as celulas epiteliais e o estroma</p><p>propriamente dito</p><p>2- Em qual das zonas funcionais da próstata (periférica,</p><p>central e fibromuscular anterior) está a maior quantidade</p><p>de tecido epitelial glandular?</p><p>Zona periférica- A ZP constitui 70% de todo o tecido</p><p>glandular e esta situada na face posterolateral da prostara,</p><p>além de ser o local onde cerca de 70% dos carcinomas</p><p>acontecem</p><p>–</p><p>Atividade 1: medroom histology</p><p>1- Lâmina Carcinoma de próstata</p><p>a- Adenocarcinoma: células indiferenciadas, pequenas,</p><p>claras e aspectos cribriforme.</p><p>Adenocarcinoma com Aspectos</p><p>Cribriformes</p><p>• Morfologia: O termo "cribriforme" refere-se à</p><p>aparência de "peneira" ou "rede" das estruturas</p><p>glandulares, onde as glândulas tumorais formam</p><p>um padrão de orifícios. Essas glândulas</p><p>geralmente são preenchidas por células</p><p>tumorais, resultando em áreas com múltiplas</p><p>pequenas cavidades, que dão esse aspecto</p><p>cribiforme.</p><p>• Células tumorais: As células são pequenas, claras</p><p>e indiferenciadas, o que significa que perderam</p><p>suas características normais de células epiteliais</p><p>maduras. Essas células muitas vezes têm um</p><p>citoplasma claro e núcleos hipercromáticos,</p><p>indicando alta atividade mitótica.</p><p>• Comportamento: Essa variante do</p><p>adenocarcinoma, embora anômala e maligna,</p><p>ainda mantém a arquitetura glandular a certa</p><p>medida, o que pode indicar que o tumor está</p><p>mais confinado às glândulas. A forma cribriforme,</p><p>apesar de organizada de modo patológico,</p><p>muitas vezes é menos invasiva que as formas</p><p>infiltrativas, ao menos nas fases iniciais.</p><p>Adenocarcinoma da próstata.</p><p>O tumor é constituido por células pequenas e claras com</p><p>discreto pleomorfismo nuclear. Podem estar em arranjo</p><p>sólido (sem formar glândulas) ou formar microácinos</p><p>glandulares dispostos muito proximamente entre si</p><p>(chama-se a isto caráter medular). O carcinoma infiltra a</p><p>próstata, da qual ainda se observam algumas glândulas</p><p>remanescentes e feixes de músculo liso.</p><p>b- Adenocarcinoma infiltrativo: área de invasão do</p><p>estroma pelo adenocarcinoma.</p><p>Adenocarcinoma Infiltrativo (ou</p><p>invasivo):</p><p>• Morfologia: No adenocarcinoma infiltrativo, o</p><p>tumor perde completamente a arquitetura</p><p>glandular normal e as células tumorais invadem o</p><p>estroma, que é o tecido conjuntivo de suporte</p><p>ao redor das glândulas. Isso significa que as células</p><p>tumorais não permanecem confinadas às</p><p>estruturas glandulares, mas estão se espalhando</p><p>diretamente pelo tecido adjacente.</p><p>• Área de invasão do estroma: O principal critério</p><p>para definir a invasividade é a capacidade das</p><p>células tumorais de ultrapassar a membrana basal</p><p>das glândulas e penetrar no estroma</p><p>fibromuscular. Essa invasão é indicativa de um</p><p>comportamento mais agressivo, já que as células</p><p>malignas podem infiltrar vasos sanguíneos e</p><p>linfáticos, facilitando a disseminação metastática.</p><p>• Comportamento: O adenocarcinoma infiltrativo é</p><p>mais agressivo do que o adenocarcinoma de</p><p>aspecto cribriforme, devido à sua capacidade de</p><p>invadir os tecidos vizinhos e potencialmente se</p><p>espalhar para outras partes do corpo. Ele</p><p>costuma ser menos organizado e tem uma</p><p>aparência mais desordenada sob o microscópio,</p><p>com células tumorais espalhadas no tecido</p><p>conjuntivo, em vez de permanecerem</p><p>confinadas dentro de estruturas glandulares.</p><p>• Adenocarcinoma da próstata infiltrando a</p><p>musculatura lisa da própria glândula.</p><p>Diferenças principais:</p><p>→ Adenocarcinoma com aspecto cribriforme: Células</p><p>tumorais ainda organizadas em padrões glandulares,</p><p>embora anômalas. O aspecto de "peneira" reflete essa</p><p>organização ainda preservada, mas com células</p><p>indiferenciadas.</p><p>→ Adenocarcinoma infiltrativo: Células tumorais perdem</p><p>completamente a arquitetura glandular normal, invadindo</p><p>o estroma circundante, sugerindo um comportamento</p><p>mais agressivo e uma maior capacidade de</p><p>disseminação.</p><p>–</p><p>Atividade 1- aplicativo e-anatomy</p><p>1- Selecione a imagem RM da pelve masculina e</p><p>identifique na próstata as seguintes estruturas</p><p>a- Posição na pelve e relação com órgãos</p><p>vizinhos</p><p>Posição anatômica da próstata: está localizada abaixo da</p><p>bexiga urinaria e a frente do reto, na parte inferior da</p><p>pelve, logo acima do diafragma urogenital. A uretra</p><p>prostática passa através dela, transportando tanto a urina</p><p>quanto o sêmen</p><p>Relações anatômicas da próstata com</p><p>órgãos vizinhos</p><p>Superior: bexiga urinaria, a próstata esta diretamente</p><p>abaixo da base da bexiga. A junção entre a bexiga e a</p><p>próstata é importante, pois a uretra atravessa ambos</p><p>Inferior: Diafragma urogenital (músculos do assoalho</p><p>pélvico): A próstata repousa sobre essa camada de</p><p>músculos que dá suporte aos órgãos pélvicos.</p><p>• Esfíncter externo da uretra: Uma parte dos</p><p>músculos do assoalho pélvico envolve a uretra</p><p>logo abaixo da próstata, ajudando no controle da</p><p>micção.</p><p>Posterior: Reto – a próstata está diretamente em frente</p><p>ao reto, separada dele pela fáscia retoprostática (fáscia</p><p>de Denonvilliers). Isso permite que a próstata seja</p><p>examinada pelo toque retal, uma técnica comum para a</p><p>avaliação de problemas prostáticos.</p><p>Anterior: Sínfise púbica - entre a próstata e a sínfise</p><p>púbica (estrutura óssea anterior da pelve) há um espaço</p><p>preenchido por tecido conjuntivo e tecido adiposo</p><p>chamado de espaço retropúbico (espaço de Retzius).</p><p>Laterais: Músculos elevadores do ânus- são os músculos</p><p>que fazem parte do assoalho pélvico e estão</p><p>lateralmente à próstata. Eles ajudam a sustentar o</p><p>conteúdo da cavidade pélvica.</p><p>Posterossuperior: ductos deferentes e vesículas seminais:</p><p>Posterior à próstata e logo acima dela, encontram-se as</p><p>vesículas seminais e os ductos deferentes. Esses ductos</p><p>conduzem os espermatozoides dos testículos até a</p><p>uretra prostática, onde se misturam às secreções da</p><p>próstata e vesículas seminais para formar o sêmen.</p><p>b- Faces da próstata (anterior, posterior e faces</p><p>inferolaterais);</p><p>Face anterior da prostata: A face anterior da próstata é</p><p>voltada para a sínfise púbica, a articulação óssea da parte</p><p>anterior da pelve.</p><p>• É mais plana e menor em relação as outras</p><p>faces</p><p>• Está separada da sínfise púbica pelo espaço</p><p>retropúbico (espaço de Retzius), que é</p><p>preenchido por tecido conjuntivo frouxo e</p><p>gordura.</p><p>Face posterior da prostata: esta voltada para o reto</p><p>• É a maior de todas as faces</p><p>• A próstata está separada do reto pela fáscia</p><p>retoprostática (fáscia de Denonvilliers).</p><p>• É a</p><p>áreas palpável durante o exame digital retal</p><p>• Esta face é também a mais importante na</p><p>identificação de tumores prostáticos,</p><p>especialmente adenocarcinomas, já que</p><p>tumores na região posterior são geralmente</p><p>detectáveis mais precocemente nesse exame</p><p>Faces inferolaterais da próstata: tem duas faces</p><p>inferolaterais, que sã voltadas para as laterais e para baixo</p><p>• Estas faces estão em contato com os músculos</p><p>elevadores do ânus, que fazem parte do</p><p>assoalho pélvico e ajudam no suporte dos</p><p>órgãos pélvicos.</p><p>• Estas faces têm uma relação íntima com as</p><p>estruturas de suporte pélvico e estão envolvidas</p><p>na continência urinária e no suporte dos órgãos</p><p>genitais.</p><p>• As faces inferolaterais ficam adjacentes ao</p><p>músculo pubococcígeo (parte do músculo</p><p>elevador do ânus), que está lateralmente à</p><p>próstata.</p><p>c- Lobos anatômicos (direito, esquerdo, médio e istmo);</p><p>d- Zonas anatomofuncionais (periférica, central, de</p><p>transição e fibromuscular anterior);</p><p>e- Vascularização</p><p>Artérias prostáticas e plexo venoso</p><p>prostático</p><p>Relação desse plexo com o plexo venoso vertebral</p><p>interno – Batson, para relacionar com as possíveis</p><p>metástases por vias hematogênicas</p><p>• Artérias: A próstata é principalmente irrigada</p><p>pelas artérias vesical inferior e retal média, que</p><p>são ramos da artéria ilíaca interna.</p><p>• Veias: A drenagem venosa ocorre pelo plexo</p><p>venoso prostático, que tem conexões com o</p><p>plexo venoso vertebral interno de Batson,</p><p>criando uma rota direta para a disseminação</p><p>hematogênica de metástases para a coluna</p><p>vertebral.</p><p>• Implicações clínicas: A relação anatômica entre o</p><p>plexo venoso prostático e o plexo de Batson</p><p>explica a alta incidência de metástases ósseas no</p><p>câncer de próstata, e essa rota hematogênica</p><p>deve ser considerada no estadiamento e</p><p>tratamento do adenocarcinoma prostático.</p><p>Irrigação arterial da próstata</p><p>A irrigação arterial da próstata é fornecida principalmente</p><p>pelas artérias prostáticas, que são ramos das artérias</p><p>ilíacas internas.</p><p>Artérias principais:</p><p>• Artéria vesical inferior: A principal artéria que</p><p>irriga a próstata. Ela é um ramo da artéria ilíaca</p><p>interna e fornece sangue para a bexiga, próstata,</p><p>vesículas seminais e uretra prostática.</p><p>• Artéria retal média: Outra artéria que contribui</p><p>para a vascularização da próstata. Também é um</p><p>ramo da artéria ilíaca interna e fornece sangue</p><p>para a porção inferior do reto e adjacente à</p><p>próstata.</p><p>• Artéria pudenda interna: Essa artéria irriga</p><p>principalmente os órgãos genitais externos e</p><p>tecidos do períneo, mas pode enviar pequenos</p><p>ramos à próstata.</p><p>Essas artérias formam uma rica rede vascular ao redor e</p><p>dentro da próstata, fornecendo sangue tanto para o</p><p>tecido glandular quanto para o estroma fibromuscular.</p><p>Drenagem venosa da próstata</p><p>A drenagem venosa da próstata ocorre através do plexo</p><p>venoso prostático, uma rede venosa ao redor da glândula</p><p>que é crítica tanto em condições normais quanto</p><p>patológicas.</p><p>• Plexo venoso prostático (plexo de Santorini):</p><p>Este plexo envolve a próstata e recebe sangue</p><p>de várias partes do órgão, além das vesículas</p><p>seminais e da uretra prostática. Ele drena o</p><p>sangue venoso para as veias ilíacas internas.</p><p>• Relação com o plexo venoso vertebral interno</p><p>(Plexo de Batson): O plexo venoso prostático</p><p>tem conexões importantes com o plexo venoso</p><p>vertebral interno, também conhecido como</p><p>plexo de Batson. Este é um sistema venoso sem</p><p>válvulas que se estende ao longo da coluna</p><p>vertebral e conecta as veias da pelve, abdômen</p><p>e a região vertebral.</p><p>Plexo de Batson permite a comunicação direta entre a</p><p>pelve e as vértebras sem o fluxo ser controlado por</p><p>válvulas, o que facilita o retorno venoso sob diferentes</p><p>pressões. Isso permite que as células tumorais do</p><p>adenocarcinoma prostático entrem facilmente nesse</p><p>plexo e migrem para a coluna vertebral, explicando a</p><p>predileção do câncer de próstata por metástases ósseas,</p><p>especialmente nas vértebras.</p><p>→ Metástase por vias hematogênicas e o papel do plexo</p><p>de Batson:</p><p>O plexo venoso vertebral interno (de Batson)</p><p>desempenha um papel crucial na disseminação do</p><p>câncer de próstata. Como é um sistema venoso sem</p><p>válvulas, ele permite o fluxo retrógrado de células</p><p>tumorais, especialmente em situações de aumento de</p><p>pressão intra-abdominal e intrapélvica (como durante</p><p>esforços físicos).</p><p>• Metástase óssea: A ausência de válvulas no</p><p>plexo de Batson facilita a disseminação das</p><p>células tumorais da próstata para os ossos da</p><p>coluna vertebral e a pelve. Essa é uma das</p><p>razões pelas quais o câncer de próstata</p><p>frequentemente metastatiza para a coluna</p><p>vertebral, bacia e fêmur.</p><p>• Rota hematogênica: Além da drenagem venosa</p><p>local (para as veias ilíacas internas), essa conexão</p><p>com o plexo de Batson proporciona uma rota</p><p>alternativa, não filtrada pelo fígado ou pulmões,</p><p>para que células tumorais viajem diretamente</p><p>para o esqueleto axial, facilitando as metástases</p><p>ósseas comuns no câncer de próstata avançado.</p><p>RM magnética da pelve masculina</p><p>Atividade 2: exercício</p><p>1- Observe os parâmetros de normalidade no exame e</p><p>RM da próstata abaixo.</p><p>Trata-se de uma RM de próstata normal; T2WI no plano</p><p>axial mostra a cápsula prostática (cabeça de seta branca),</p><p>a zona periférica (ZP), a cápsula cirúrgica (cabeça de seta</p><p>preta) e a glândula interna (asterisco).</p><p>a- Identifique nas imagens abaixo, em quais regiões</p><p>prostáticas o tumor está presente</p><p>• Aspecto típico de CaP na zona periférica em</p><p>imagens de RM ponderadas em T2, mostrando-</p><p>se como lesão nodular hipointensa à direita,</p><p>marcada por pontas de seta nos planos axial (A)</p><p>e sagital (B).</p><p>• Aspecto do CaP na glândula interna em imagens</p><p>de RM ponderadas em T2 no plano axial.</p><p>Destaca-se área hipointensa na glândula interna</p><p>esquerda (seta), com contornos indistintos, e</p><p>sinais de ruptura da cápsula cirúrgica (ponta de</p><p>seta) estendendo-se para a zona periférica</p><p>adjacente.</p><p>→Diferenciar os tipos celulares da próstata e relacionar</p><p>com o desenvolvimento do adenocarcinoma de próstata</p><p>A próstata é formada por duas grandes categorias de</p><p>tecidos: epitélio glandular e estroma. Cada uma dessas</p><p>categorias contém diferentes tipos de células com</p><p>funções específicas.</p><p>Células epiteliais glandulares</p><p>O epitélio glandular da próstata é a parte secretora da</p><p>glândula e inclui três principais tipos de células:</p><p>Células basais:</p><p>• Localizadas na base do epitélio glandular, essas</p><p>células são células-tronco e progenitoras. Elas</p><p>são responsáveis pela regeneração do epitélio</p><p>prostático e pela reposição das células luminais.</p><p>• Características: São pequenas e têm pouca</p><p>atividade secretora, com uma função de suporte</p><p>estrutural e regenerativa. Elas expressam</p><p>citoqueratinas 5 e 14.</p><p>Células luminais:</p><p>• As células luminais revestem as glândulas da</p><p>próstata e estão diretamente envolvidas na</p><p>secreção do fluido prostático, que constitui parte</p><p>do sêmen.</p><p>• Características: Essas células são maiores,</p><p>cúbicas ou colunares, e possuem grande</p><p>atividade secretora. Expressam marcadores</p><p>como citoqueratinas 8 e 18, e o receptor de</p><p>andrógeno (AR), o que as torna dependentes de</p><p>andrógenos (testosterona) para sua manutenção</p><p>e função.</p><p>Células neuroendócrinas:</p><p>• As células neuroendócrinas são menos</p><p>numerosas e estão dispersas entre as células</p><p>luminais. Elas desempenham um papel regulador,</p><p>liberando peptídeos e aminas que podem</p><p>influenciar tanto a função das células glandulares</p><p>quanto o microambiente local</p><p>• Características: Elas não expressam receptores</p><p>de andrógenos e são resistentes à terapia de</p><p>privação de andrógenos. Produzem moléculas</p><p>bioativas como serotonina e hormônio liberador</p><p>de gonadotrofina (GnRH).</p><p>Células do estroma</p><p>O estroma prostático é composto por células e tecido</p><p>conjuntivo que fornecem suporte estrutural à próstata.</p><p>Células musculares lisas:</p><p>• As células do estroma prostático incluem</p><p>principalmente</p><p>células musculares lisas. Elas</p><p>formam a porção fibromuscular da próstata e</p><p>ajudam na contração das glândulas durante a</p><p>ejaculação.</p><p>• Características: Essas células respondem a</p><p>estímulos hormonais e são envolvidas no tônus</p><p>prostático e na expulsão do fluido secretório.</p><p>Fibroblastos: São responsáveis pela síntese e</p><p>manutenção da matriz extracelular, que proporciona</p><p>suporte estrutural à próstata.</p><p>Matriz extracelular: A matriz extracelular é composta por</p><p>fibras colágenas e componentes proteicos, que dão</p><p>sustentação à glândula e contribuem para sua integridade</p><p>estrutural.</p><p>O adenocarcinoma de próstata é o tipo mais comum de</p><p>câncer de próstata e se origina nas células epiteliais</p><p>luminais do epitélio glandular. O processo de</p><p>carcinogênese envolve a transformação progressiva das</p><p>células normais em células malignas, influenciada por</p><p>fatores genéticos, hormonais (dependência de</p><p>andrógenos), e o microambiente prostático.</p><p>Células luminais e o adenocarcinoma</p><p>• Células luminais: A maior parte dos</p><p>adenocarcinomas de próstata se desenvolve a</p><p>partir das células epiteliais luminais. Essas células</p><p>expressam receptores de andrógenos (AR), e o</p><p>crescimento do adenocarcinoma depende</p><p>inicialmente da presença de testosterona e</p><p>dihidrotestosterona (DHT). A regulação hormonal</p><p>é um fator crítico no desenvolvimento inicial do</p><p>câncer.</p><p>• Desdiferenciação: Durante o processo</p><p>carcinogênico, as células luminais normais podem</p><p>sofrer mutações genéticas (como no gene</p><p>PTEN, TP53 ou fusões gênicas envolvendo</p><p>TMPRSS2-ERG). Essas mutações alteram a</p><p>proliferação celular, aumentando a divisão</p><p>descontrolada, levando à formação de tumores.</p><p>• Dependência de andrógenos: O adenocarcinoma</p><p>prostático, na sua fase inicial, é dependente de</p><p>andrógenos, por isso, tratamentos de privação</p><p>androgênica (castração química ou cirúrgica) são</p><p>eficazes para controlar o crescimento tumoral.</p><p>Contudo, com o tempo, o câncer pode se</p><p>tornar resistente à privação de andrógenos,</p><p>evoluindo para um câncer resistente à castração.</p><p>Células basais e o adenocarcinoma</p><p>• As células basais não estão envolvidas</p><p>diretamente no adenocarcinoma, mas sua</p><p>ausência é um marcador importante do câncer</p><p>prostático. Em condições normais, as células</p><p>basais atuam como uma barreira entre as células</p><p>luminais e a lâmina basal.</p><p>• No adenocarcinoma de próstata, observa-se a</p><p>perda de células basais, sendo um dos principais</p><p>critérios histológicos para o diagnóstico do</p><p>câncer. Essa ausência de células basais é um</p><p>indicativo da desregulação do crescimento</p><p>celular e da progressão do tumor.</p><p>Células neuroendócrinas e</p><p>adenocarcinoma avançado</p><p>• Durante o desenvolvimento de adenocarcinomas</p><p>avançados, especialmente após a terapia de</p><p>privação androgênica, as células</p><p>neuroendócrinas podem se expandir. O câncer</p><p>neuroendócrino prostático é raro, mas pode se</p><p>desenvolver como uma forma de</p><p>adenocarcinoma resistente a tratamentos</p><p>hormonais.</p><p>Progressão para adenocarcinoma invasivo</p><p>À medida que o adenocarcinoma progride, ele pode</p><p>invadir o estroma e se infiltrar nos tecidos circundantes.</p><p>As células cancerosas invadem o estroma fibromuscular</p><p>prostático, quebrando a integridade da glândula e</p><p>invadindo estruturas adjacentes, como a cápsula</p><p>prostática, vesículas seminais, e eventualmente órgãos</p><p>pélvicos próximos.</p><p>A progressão do câncer pode ser acompanhada por</p><p>características como arquitetura glandular irregular, perda</p><p>de diferenciação celular e invasão do espaço perineural,</p><p>um achado comum em cânceres avançados.</p><p>Resumo:</p><p>• Células luminais são as principais responsáveis</p><p>pelo adenocarcinoma de próstata, pois</p><p>expressam receptores de andrógenos e são</p><p>altamente secretoras.</p><p>• A perda das células basais é um marcador</p><p>histológico importante no diagnóstico do</p><p>adenocarcinoma.</p><p>• O câncer de próstata pode evoluir de um estado</p><p>dependente de andrógenos para um câncer</p><p>resistente à privação androgênica, com potencial</p><p>progressão para formas mais agressivas</p><p>envolvendo células neuroendócrinas.</p><p>→Correlacionar os aspectos macroscópicos da próstata</p><p>com a ocorrência de metástases por via hematogênica</p><p>a partir de um adenocarcinoma de próstata</p><p>A ocorrência de metástases hematogênicas no</p><p>adenocarcinoma de próstata está fortemente relacionada</p><p>com a anatomia vascular da próstata e as características</p><p>de invasão do tumor.</p><p>Aspectos macroscópicos da próstata e a</p><p>disseminação tumoral</p><p>Localização e tamanho da próstata:</p><p>• A próstata é uma glândula que está localizada</p><p>abaixo da bexiga e na frente do reto. Ela circunda</p><p>a uretra prostática, o que permite que</p><p>adenocarcinomas que se desenvolvem no</p><p>interior da glândula tenham proximidade com</p><p>várias estruturas vasculares importantes.</p><p>• Em casos avançados de adenocarcinoma, a</p><p>próstata pode aumentar de tamanho, distorcer</p><p>sua anatomia e perder os limites claramente</p><p>definidos de sua cápsula fibrosa. Isso facilita a</p><p>invasão dos tecidos circundantes e estruturas</p><p>vasculares adjacentes, permitindo que o câncer</p><p>se dissemine.</p><p>Invasão local:</p><p>• O adenocarcinoma, à medida que progride,</p><p>tende a invadir o estroma prostático e se espalha</p><p>além da cápsula prostática, atingindo órgãos</p><p>pélvicos próximos, como as vesículas seminais, a</p><p>bexiga e o reto.</p><p>• Quando o tumor invade além da cápsula</p><p>prostática, ele frequentemente ganha acesso</p><p>aos vasos sanguíneos e linfáticos, que são vias</p><p>importantes para a disseminação das células</p><p>tumorais.</p><p>Vascularização da próstata e metástases</p><p>hematogênicas</p><p>A próstata é suprida principalmente pelas artérias</p><p>prostáticas (ramos das artérias vesicais inferiores e</p><p>artérias pudendas internas), e sua drenagem venosa se</p><p>dá através do plexo venoso prostático, que é uma rede</p><p>densa de veias localizadas em torno da glândula.</p><p>Plexo venoso prostático e plexo venoso de Batson</p><p>• O plexo venoso prostático tem conexão com o</p><p>plexo venoso vertebral interno (também</p><p>conhecido como plexo de Batson), uma rede</p><p>venosa que não contém válvulas. Isso significa</p><p>que o sangue pode fluir em várias direções,</p><p>dependendo da pressão, permitindo que células</p><p>tumorais da próstata viajem de forma retrógrada</p><p>até a coluna vertebral e ossos pélvicos.</p><p>• A ausência de válvulas nesses plexos cria uma</p><p>rota direta para a disseminação de células</p><p>tumorais pela circulação venosa, favorecendo a</p><p>ocorrência de metástases ósseas, que são as</p><p>mais comuns no adenocarcinoma de próstata.</p><p>Disseminação hematogênica: metástases ósseas e além</p><p>• A metástase óssea é uma característica</p><p>dominante do adenocarcinoma de próstata</p><p>avançado, e ocorre principalmente nos ossos da</p><p>coluna vertebral, fêmur, pelve, e costelas. Essa</p><p>rota é favorecida pela conexão entre o plexo</p><p>venoso prostático e o plexo de Batson.</p><p>• Mecanismo de invasão: À medida que o tumor</p><p>invade os vasos venosos, as células malignas</p><p>podem entrar na circulação sanguínea e se</p><p>disseminar pelo corpo, alcançando outros órgãos</p><p>além dos ossos, como os pulmões e o fígado,</p><p>embora estas metástases sejam menos</p><p>frequentes do que as ósseas.</p><p>• O marcador clínico da disseminação óssea é</p><p>frequentemente a dor óssea, especialmente na</p><p>coluna lombar e pélvica, e a detecção de lesões</p><p>líticas ou blásticas nos exames de imagem.</p><p>Aspectos macroscópicos relacionados à</p><p>progressão do adenocarcinoma e</p><p>metástase</p><p>• Macroscopicamente, a próstata com</p><p>adenocarcinoma avançado pode apresentar</p><p>áreas endurecidas ou nodulares que se</p><p>diferenciam do tecido glandular normal. Essas</p><p>áreas correspondem a regiões de proliferação</p><p>celular neoplásica.</p><p>• Infiltração vascular: A invasão de vasos</p><p>sanguíneos e linfáticos, visível em análises</p><p>histopatológicas, facilita a disseminação</p><p>hematogênica. Quando isso acontece, o tumor</p><p>pode não apenas invadir o estroma, mas</p><p>também migrar diretamente para as veias</p><p>maiores, como a veia ilíaca interna, que drena o</p><p>plexo venoso prostático.</p><p>Fatores que influenciam a disseminação</p><p>hematogênica</p><p>• Grau de diferenciação do tumor:</p><p>Tumores mal</p><p>diferenciados são mais propensos a invadir</p><p>estruturas vasculares e disseminar</p><p>hematogenicamente.</p><p>• Estágio do tumor: Tumores avançados, além da</p><p>cápsula prostática, apresentam maior risco de</p><p>metástase devido à maior chance de invasão</p><p>vascular.</p><p>• Microambiente prostático: Alterações no</p><p>microambiente prostático, como a produção de</p><p>fatores de crescimento e angiogênese tumoral,</p><p>também favorecem a invasão das células</p><p>malignas aos vasos sanguíneos.</p><p>Ramos da Artéria Ilíaca Interna:</p><p>• Vesical Inferior -> A. Prostática -> Ramos Capsulares</p><p>e Ramos Uretrais;</p><p>• A. Pudenda Interna;</p><p>• A. Retal Média</p><p>• Plexo venoso prostático → drena para as veias</p><p>ilíacas internas.</p><p>• Esse plexo é continuo com o plexo venoso</p><p>vesical e comunica- se com o plexo venoso</p><p>vertebral interno</p><p>Dividido em quatro zonas anatômica e clinicamente</p><p>distintas:</p><p>• Zona central (25% do tecido glandular da</p><p>próstata) –</p><p>• Zona periférica (70% do tecido glandular da</p><p>próstata) –</p><p>• Zona de transição (5% do tecido glandular</p><p>prostático e contém as glândulas mucosas) –</p><p>• Zona periuretral (contém glândulas mucosas e</p><p>submucosas).</p><p>• Septos da cápsula que dividem a próstata em</p><p>lóbulos;</p><p>• Conjunto de 30 à 50 glândulas tubuloalveolares</p><p>ramificadas;</p><p>• Epitélio glandular geralmente é simples colunar,</p><p>mas podem ser observadas placas constituídas</p><p>por epitélio simples cuboide, pavimentoso ou,</p><p>em certas ocasiões, pseudoestratificado.</p><p>• Estroma: tecido conjuntivo denso não modelado,</p><p>com grandes quantidades de fibras musculares</p><p>lisas.</p><p>Camadas</p><p>Composta por 3 camadas concêntricas:</p><p>• Camada mucosa interna</p><p>• Camada submucosa média</p><p>• Camada periférica contendo as glândulas</p><p>prostáticas principais</p><p>Neoplasia intraepitelial prostática (NIP)</p><p>Lesões atípicas do epitélio de revestimento de ductos e</p><p>ácinos que apresentam, em princípio, maior risco de</p><p>evoluir para adenocarcinoma histológico ou clínico.</p><p>O elemento mais importante na distinção de NIP é a</p><p>existência de células basais, cuja presença exclui o</p><p>diagnóstico de adenocarcinoma</p><p>As glândulas são geralmente menores que as benignas</p><p>e são revestidas por uma única camada uniforme de</p><p>epitélio cúbico ou colunar baixo, perdendo a camada de</p><p>células basais. As glândulas malignas estão mais</p><p>aglomeradas e caracteristicamente não apresentam</p><p>ramificação e projeção papilar. O citoplasma das células</p><p>tumorais varia de uma aparência pálida-clara (como nas</p><p>glândulas benignas) à anfofílica distinta (roxo-escuro).</p><p>Estadiamento e graduação do câncer de</p><p>próstata</p><p>• Sistema de Gleason, criado em 1967 e atualizado</p><p>em 2014.</p><p>• Relação com a gravidade e prognóstico. Quanto</p><p>mais baixa a classificação, menos agressivo e</p><p>invasivo é o tumor e mais favorável é o</p><p>prognóstico.</p><p>• Baseia-se no grau de diferenciação glandular e</p><p>no padrão de crescimento em relação ao</p><p>estroma.</p><p>• Estratificados em cinco graus com base nos</p><p>padrões glandulares de diferenciação.</p><p>• Um grau primário é atribuído ao padrão</p><p>dominante, e um grau secundário ao segundo</p><p>padrão mais frequente. Os dois graus numéricos</p><p>são então somados, a fim de se obter uma</p><p>pontuação combinada do sistema Gleason.</p><p>Classificação morfológica do câncer de</p><p>próstata</p><p>5 graus de diferenciação:</p><p>• Graus 1 e 2, a neoplasia mostra apenas</p><p>desarranjo arquitetural;</p><p>• Grau 3 há infiltração do estroma;</p><p>• Grau 4, fusão entre os ácinos;</p><p>• Grau 5 o tumor é sólido (não forma glândulas).</p><p>Graus histológicos: Grau 1 representa os tumores mais</p><p>bem diferenciados, ao passo que os tumores grau 5 não</p><p>exibem qualquer diferenciação glandular.</p><p>Um grau primário é atribuído ao padrão dominante, e um</p><p>grau secundário ao segundo padrão mais frequente. Os</p><p>dois graus numéricos são então somados, a fim de se</p><p>obter uma pontuação combinada do sistema Gleason.</p><p>→Exemplos: 6 (3+3), 7 (3+4), 7 (4+3), 9 (4+5)</p><p>Escala de classificação de Gleason</p><p>A Escala de Classificação de Gleason (Gleason Grade</p><p>Group) é uma classificação mais recente para ajudar a</p><p>comunicar isso aos pacientes, e também para simplificar</p><p>a classificação patológica. Esse novo sistema de</p><p>classificação foi aceito pela Organização Mundial da</p><p>Saúde (OMS) em 2016:</p><p>• Grupo de grau 1 = Escore de Gleason 6 (3+3)</p><p>• Grupo de grau 2 = Escore de Gleason 7 (3+4)</p><p>• Grupo de grau 3 = Escore de Gleason 7 (4+3)</p><p>• Grupo de grau 4 = Escore de Gleason 8</p><p>• Grupo de grau 5 = Escore de Gleason 9 e 10</p><p>➔ Moore: 589-592 (achei sem sentido)</p><p>➔ Ross: 855-858 e boxe 22.4</p><p>➔ Bogliolo: 661-671</p><p>➔ Lâmina patologia Unicamp (já tem nas</p><p>respostas do roteiro)</p><p>➔ GOV</p><p>–</p><p>Localizada na pelve, a próstata envolve o colo vesical e</p><p>a uretra e fica em contato com o reto. No período</p><p>embrionário, é dividida em lobos laterais, anterior e</p><p>posterior. Em adultos, o limite entre os lobos é impreciso,</p><p>não existindo feixes de tecido conjuntivo que os</p><p>delimitem. O único que pode ser mais ou menos bem</p><p>delimitado é o lobo posterior, que corresponde ao</p><p>parênquima situado posteriormente a um plano indicado</p><p>pela direção dos ductos ejaculadores.</p><p>A próstata pode ser dividida também em grupos</p><p>glandulares interno e externo. No grupo interno, estão as</p><p>glândulas mucosas e as submucosas e, no externo, as</p><p>glândulas externas ou prostáticas propriamente ditas. Há</p><p>ainda uma outra designação topográfica em três zonas.</p><p>A zona de transição corresponde à região que envolve</p><p>a uretra proximal; a zona central, à porção que</p><p>acompanha os ductos ejaculadores; a zona periférica</p><p>(maior), à parte que envolve a uretra distal e que</p><p>corresponde à região posterior da próstata (Figura 19.1). A</p><p>divisão em zonas é a mais utilizada no estudo</p><p>ultrassonográfico da próstata.</p><p>As glândulas prostáticas são constituídas de ácinos e</p><p>ductos excretores revestidos por células cúbicas ou</p><p>cilíndricas altas. Os núcleos dessas células são basais, e o</p><p>citoplasma mostra, à imuno-histoquímica, forte</p><p>positividade para o antígeno específico da próstata (PSA).</p><p>Abaixo destas, há uma camada contínua ou descontínua</p><p>de células basais positivas para ceratinas de alto peso</p><p>molecular. Ao contrário do que ocorre na mama e nas</p><p>glândulas salivares, parece que as células basais da</p><p>próstata não têm função mioepitelial, atuando apenas</p><p>como células de reserva e diferenciando-se em células</p><p>epiteliais secretoras. Próximo à uretra prostática, o</p><p>epitélio de revestimento dos ductos excretores é do tipo</p><p>urotelial. O estroma, constituído por fibras elásticas e</p><p>tecidos conjuntivo e muscular liso, tem importante</p><p>função na regulação da proliferação e diferenciação do</p><p>epitélio glandular por meio da síntese e liberação de</p><p>fatores de crescimento (IGF, FGF, VEGF e TGF).</p><p>A próstata está sob influência hormonal (Figura 19.2). O</p><p>hormônio luteinizante (LH), produzido na adeno-hipófise</p><p>por ação do hormônio liberador do LH (LHRH) sintetizado</p><p>no hipotálamo, estimula as células de Leydig do testículo</p><p>a produzir testosterona (T). O epitélio glandular prostático</p><p>responde à ação da di-hidrotestosterona (DHT), que</p><p>resulta da ação da enzima 5α-redutase sobre a</p><p>testosterona nas células estromais. A testosterona tem</p><p>função na libido e na potência sexual, enquanto a di-</p><p>hidrotestosterona atua na proliferação e na função do</p><p>epitélio glandular da próstata.</p><p>A atrofia prostática ganhou maior importância pelo uso</p><p>cada vez maior de biópsias da próstata por agulha, uma</p><p>vez que é a lesão que histologicamente mais se confunde</p><p>com o câncer da glândula; na atrofia, os ácinos são</p><p>pequenos e simulam adenocarcinoma microacinar</p><p>(Figura 19.3). A lesão pode ser difusa ou focal. Atrofia</p><p>difusa resulta de radioterapia ou terapêutica hormonal;</p><p>inflamação e isquemia crônica por aterosclerose causam</p><p>atrofia focal, cuja frequência aumenta com a idade.</p><p>Morfologicamente, a atrofia focal pode ser completa ou</p><p>parcial. A última é a lesão benigna que mais se confunde</p><p>com adenocarcinoma em biópsias</p>