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<p>DESCRIÇÃO</p><p>As doenças do trabalho relacionadas aos agentes de riscos ocupacionais, desenvolvidas por trabalhadores em ambientes</p><p>laborais insalubres e sem segurança. O tratamento e a prevenção das doenças, bem como a promoção da saúde dos</p><p>trabalhadores.</p><p>PROPÓSITO</p><p>O entendimento entre a relação do adoecimento e o ambiente de trabalho é fundamental para que os profissionais de</p><p>segurança do trabalho possam elaborar o plano de gerenciamento de riscos e indicar os equipamentos de proteção</p><p>adequados.</p><p>OBJETIVOS</p><p>MÓDULO 1</p><p>Reconhecer os riscos químicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>MÓDULO 2</p><p>Identificar os riscos físicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>MÓDULO 3</p><p>Reconhecer os riscos biológicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>MÓDULO 4</p><p>Identificar os riscos ergonômicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>AS DEFINIÇÕES DE DOENÇAS RELACIONADAS AO</p><p>TRABALHO</p><p>MÓDULO 1</p><p> Reconhecer os riscos químicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>Os trabalhadores estão sujeitos a uma infinidade de substâncias no ambiente do trabalho, muitas das quais podem</p><p>ocasionar doenças ocupacionais. Todavia, nem sempre a correlação entre as substâncias e os efeitos é conhecida. O</p><p>engenheiro de Segurança do Trabalho deve ter conhecimento das principais substâncias presentes nos ambientes de</p><p>trabalho para subsidiar o trabalho das equipes de SESMT - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em</p><p>Medicina do Trabalho.</p><p>Dermatose ocupacional</p><p>JCS, 45 anos, pedreiro, procura o médico do trabalho com queixa de coceira intensa nas mãos, rachadura que sangra, que</p><p>o estão impedindo de trabalhar. Trabalha há três meses em uma construtora, como pedreiro de acabamento, assentando</p><p>azulejos e pisos, com registro na carteira profissional. Trabalha na construção civil desde os 18 anos, tendo começado</p><p>como ajudante. Sabe do problema causado pelo cimento, mas tem grande dificuldade para trabalhar com luvas, pois acha</p><p>que elas “atrasam o trabalho” e reduzem a produção. Já fez uso de muitas pomadas que, no início, melhoravam o quadro,</p><p>mas atualmente não observa mudança. Relatou também que, nesse novo emprego, recebeu treinamento sobre o uso dos</p><p>EPIs, mas não consegue se adaptar. O exame físico das mãos revela edema de ambas as mãos, espessamento da pele e</p><p>unhas, fissuras, suspeita de dermatose ocupacional.</p><p>Caso adaptado do Caderno de Atenção Básica (BRASIL, 2018)</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar os pontos?</p><p>3. NO CASO DE JCS, COMO A EQUIPE DE SEGURANÇA DO</p><p>TRABALHO PODE ATUAR PARA EVITAR QUE O TRABALHADOR FIQUE</p><p>EXPOSTO A SITUAÇÕES QUE POSSAM LEVÁ-LO A ADOECER. O QUE</p><p>PRECISA SER FEITO COM RELAÇÃO A JCS?</p><p>RESPOSTA</p><p>As equipes de segurança podem mapear as situações de risco e identificar trabalhadores nessas condições.</p><p>É preciso capacitação frequente que mostre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual.</p><p>Sobre JCS, ele precisará ser afastado do trabalho para tratamento e, em seu retorno, será preciso a equipe</p><p>conversar com ele, mostrando que, se ele continuar com o mesmo comportamento, a sua saúde poderá ficar</p><p>extremamente prejudicada.</p><p>RISCOS QUÍMICOS E O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES INICIAIS</p><p>javascript:void(0)</p><p>O trabalho é um dos fatores importantes para a saúde, que contribui para o bem-estar dos trabalhadores e de suas</p><p>famílias. Além de gerar renda, tem uma dimensão humanizadora que permite aos trabalhadores a inclusão em redes</p><p>sociais de apoio, relevantes para a saúde. O trabalho tem um efeito protetor para a saúde, mas também pode gerar danos</p><p>como adoecimento e morte, ou pode agravar algumas vulnerabilidades. Ademais, um processo de trabalho pode afetar</p><p>negativamente o meio ambiente, colocando a saúde da população em risco.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), anualmente, mais de 2,78 milhões de trabalhadores</p><p>morrem em acidentes de trabalho ou por doença ocupacional. Uma das causas do adoecimento é a falta de uma cultura de</p><p>segurança e de promoção da saúde. Quando não há programas de segurança adequados e plano de gerenciamento dos</p><p>riscos, trabalhadores ficam expostos a diversos agentes prejudiciais à saúde.</p><p>A seguir, vamos aprender como os trabalhadores adoecem estando expostos a agentes de riscos ocupacionais,</p><p>sem a devida segurança.</p><p>EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS ÀS SUBSTÂNCIAS</p><p>QUÍMICAS</p><p>Os produtos químicos são utilizados em toda a sociedade, tendo efeitos positivos e negativos na saúde, no bem-estar e no</p><p>meio ambiente. Apesar do progresso significativo, a gestão de riscos relacionados a produtos químicos ainda é deficiente.</p><p>Acidentes com substâncias químicas com repercussões graves para as pessoas e para o meio ambiente ainda acontecem</p><p>em grande quantidade, causando prejuízos não só para os envolvidos diretamente, como para famílias, sociedades e</p><p>nações.</p><p>EM SE TRATANDO DE EXPOSIÇÃO A AGENTES QUÍMICOS, HÁ TAMBÉM A</p><p>EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL.</p><p>Essa exposição é uma realidade em todo o mundo. Diversas são as indústrias que utilizam substâncias químicas como</p><p>matéria-prima para o desenvolvimento de seus produtos. Para a exposição às substâncias químicas, o ambiente de</p><p>trabalho precisa ser seguro, seguindo as normas nacionais e até mesmo Internacionais de proteção aos trabalhadores.</p><p>Quando esse ambiente não está seguro, há maior chance de ocorrerem diversas situações danosas para os trabalhadores,</p><p>como acidentes de trabalho, intoxicações e doenças. Infelizmente, apenas um número limitado de exposições ocupacionais</p><p>a produtos químicos é considerado, monitorado e regulamentado nos locais de trabalho. Em consequência dessa situação,</p><p>muitos casos de doenças provocadas por agentes químicos no trabalho são subnotificados, dificultando, assim, dados</p><p>estatísticos mais realistas.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Embora muitas substâncias químicas comprovadamente tóxicas e sem parâmetros de limites de exposição já tenham sido</p><p>banidas de alguns países, o Brasil e outros países mantêm a comercialização e a utilização de substâncias que poderiam</p><p>ser substituídas por outras, o que minimizaria os danos aos trabalhadores e à população de uma forma geral.</p><p>As exposições ocupacionais às substâncias químicas têm efeitos tóxicos em diferentes órgãos, causando danos</p><p>cardiovasculares, neurológicos, respiratórios, imunológicos, entre outros. Sobre as doenças, destacamos o câncer, uma</p><p>vez que mais de 200 substâncias foram identificadas como carcinogênicas e boa parte delas estão relacionadas ao</p><p>ambiente de trabalho, como veremos a seguir.</p><p>INTOXICAÇÃO EXÓGENA</p><p>A INTOXICAÇÃO EXÓGENA PODE SER ENTENDIDA COMO UMA ALTERAÇÃO</p><p>PATOLÓGICA QUE OCORRE EM PESSOAS EXPOSTAS ÀS SUBSTÂNCIAS</p><p>QUÍMICAS.</p><p>Essa manifestação ocorre por causa da interação das substâncias com o sistema biológico. Após ultrapassar as barreiras</p><p>protetoras do organismo, a ação do agente tóxico nos órgãos pode acarretar prejuízos seríssimos para as pessoas,</p><p>inclusive levando-as à morte. Anualmente, muitas pessoas sofrem de intoxicação exógena em razão da falta de</p><p>conhecimento e de proteção. Entre as pessoas que apresentam quadro de intoxicação exógena estão os trabalhadores.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Muitos trabalhadores, devido à atuação em ambientes de trabalho sem proteção, são expostos a produtos químicos,</p><p>sofrendo danos que podem ser irreversíveis, embora a OIT já tenha reconhecido que a proteção dos trabalhadores contra</p><p>produtos químicos perigosos é essencial para a garantia de populações saudáveis e ambientes sustentáveis.</p><p>As repercussões dessas exposições não só trazem prejuízos para os trabalhadores, como para as suas famílias, a</p><p>sociedade e o país. Ao serem expostos sem proteção aos produtos químicos, os trabalhadores podem se intoxicar,</p><p>causando assim efeitos diversos.</p><p>Os tipos de intoxicação são:</p><p>INTOXICAÇÃO AGUDA</p><p>Geralmente a intoxicação aguda acontece em curto período de tempo em razão da exposição a grande quantidade de</p><p>substâncias químicas, como em alguns acidentes de trabalho.</p><p>INTOXICAÇÃO CRÔNICA</p><p>Geralmente acontece após um tempo prolongado de exposição, principalmente a pequenas quantidades diárias.</p><p>Quanto à intensidade dos efeitos da intoxicação, temos:</p><p>LEVE</p><p>Mais fácil de tratar, geralmente é reversível ao afastar o agente.</p><p></p><p>MODERADA</p><p>As lesões podem ser reversíveis ou irreversíveis.</p><p></p><p>GRAVE</p><p>As lesões serão irreversíveis, podendo levar à morte.</p><p>Ainda sobre os efeitos tóxicos, observamos dois tipos: local e sistêmico. O efeito local é aquele que se manifesta em um</p><p>local ou uma parte do corpo somente, como uma ferida na mão ou em um dedo causada pelo contato com um agente</p><p>químico. Já o efeito sistêmico é aquele que irá se manifestar em vários órgãos do corpo, quando, por exemplo, um agente</p><p>que é absorvido pela pele, inalado ou ingerido vai para a corrente sanguínea e, a partir dela, chega a outros órgãos,</p><p>causando danos.</p><p>Para facilitar nosso entendimento acerca do primeiro contato do agente com o organismo até as manifestações clínicas,</p><p>precisamos conhecer as quatro fases da intoxicação:</p><p>FASE I – EXPOSIÇÃO</p><p>Essa é a fase, como o nome já indica, do primeiro contato com o agente químico. Esse contato se dá pela superfície</p><p>externa (pele) ou interna (outros órgãos). Nessa etapa, é importante a observação da concentração da substância, ou seja,</p><p>da disponibilidade química do agente em condições de ser absorvido no organismo. Outras observações que precisam ser</p><p>feitas são sobre a duração da exposição, a frequência e as vias de entrada do agente no organismo, além da</p><p>suscetibilidade individual, ou seja, o fato de a pessoa ter uma sensibilidade maior a determinadas substâncias.</p><p>FASE II – TOXICOCINÉTICA</p><p>Essa é a fase na qual o organismo trabalha em sua defesa, ou seja, temos a ação do organismo sobre o agente tóxico,</p><p>buscando eliminá-lo ou pelo menos minimizar os seus efeitos nos órgãos.</p><p>FASE III – TOXICODINÂMICA</p><p>Caso o agente tóxico não seja eliminado, ele poderá permanecer no organismo, desencadeando alterações bioquímicas e</p><p>fisiológicas que acarretarão as manifestações clínicas no(s) órgão(s) alvo.</p><p>FASE IV – CLÍNICA</p><p>Essa é a fase das manifestações clínicas, isto é, quando aparecem sintomas e sinais da intoxicação ou alterações</p><p>laboratoriais causadas pela substância química.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Um mesmo órgão pode ser atingido por mais de um tipo de agente químico e um único agente químico pode causar danos</p><p>a vários órgãos.</p><p>DOENÇAS CAUSADAS PELA EXPOSIÇÃO A</p><p>SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS</p><p>Agora, conheceremos algumas doenças que são causadas pela exposição a substâncias químicas:</p><p>NEOPLASIAS RELACIONADAS AO TRABALHO</p><p>AS NEOPLASIAS, TAMBÉM CONHECIDAS COMO “CÂNCERES”, SÃO A SEGUNDA</p><p>MAIOR CAUSA DE MORTE NO MUNDO, DE ACORDO COM A ORGANIZAÇÃO</p><p>MUNDIAL DA SAÚDE. ENTRE AS CAUSAS DAS NEOPLASIAS, TEMOS AS</p><p>RELACIONADAS AO TRABALHO. ESSAS DOENÇAS PODEM ACOMETER</p><p>TRABALHADORES EXPOSTOS INDEVIDAMENTE A AGENTES QUÍMICOS E/OU</p><p>FÍSICOS.</p><p>De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que</p><p>têm em comum um crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Essas células, quando se dividem</p><p>descontroladamente, podem ser mais agressivas, determinando a formação de tumores que podem espalhar-se por</p><p>diversas regiões do corpo, o que é conhecido como metástase. Na imagem, temos uma ilustração em 3D de células</p><p>cancerosas em contexto científico.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>O câncer aparece a partir de uma mutação genética, uma alteração no DNA da célula, que passa a receber “informações</p><p>erradas” para suas atividades. Dependendo do câncer, seu processo de formação pode levar anos, devendo ser</p><p>consideradas as características individuais que facilitam ou dificultam a instalação do dano celular.</p><p>Como já mencionado, a exposição a agentes químicos em uma determinada frequência e em dado período de tempo</p><p>podem levar ao desenvolvimento de doenças, como um tipo de câncer.</p><p>As principais neoplasias relacionadas ao trabalho são:</p><p></p><p>ANGIOSSARCOMA DO FÍGADO</p><p>NEOPLASIA MALIGNA DO ESTÔMAGO</p><p></p><p></p><p>NEOPLASIA MALIGNA DO PÂNCREAS</p><p>NEOPLASIA MALIGNA DA LARINGE</p><p></p><p></p><p>NEOPLASIA MALIGNA DOS OSSOS E CARTILAGENS ARTICULARES</p><p>DOS MEMBROS (INCLUI SARCOMA ÓSSEO)</p><p>NEOPLASIA MALIGNA DA CAVIDADE NASAL E DOS SEIOS</p><p>PARANASAIS</p><p></p><p></p><p>NEOPLASIA MALIGNA DOS BRÔNQUIOS E DO PULMÃO</p><p>NEOPLASIA MALIGNA DA BEXIGA</p><p></p><p></p><p>OUTRAS NEOPLASIAS MALIGNAS DA PELE</p><p>LEUCEMIAS</p><p></p><p>OUTRAS PATOLOGIAS ASSOCIADAS A PRODUTOS QUÍMICOS</p><p>Além das neoplasias, outras doenças podem ser causadas pela exposição a agentes químicos. Vamos conhecer algumas</p><p>outras doenças a seguir!</p><p>CONJUNTIVITE</p><p>Existem vários tipos de conjuntivite, como viral, bacteriana, traumática, alérgica, tóxica, química, entre outros. Ela é</p><p>caracterizada pela inflamação da conjuntiva e pode causar sequelas e/ou a necessidade de um tratamento mais complexo.</p><p>As conjuntivites relacionadas ao ambiente de trabalho geralmente são provocadas pela exposição sem proteção da</p><p>conjuntiva a agentes químicos. Os sintomas mais frequentes são queimação, coceira, sensação de “peso” nos olhos, e, em</p><p>casos mais graves, dor e fotofobia.</p><p>DERMATITE ALÉRGICA DE CONTATO</p><p>Conhecidas como eczemas, as dermatites de contato são inflamações agudas ou crônicas da pele, caracterizadas por</p><p>eritema, edema e vesículas. Em alguns casos, é possível ocorrer uma coceira intensa e em outros, fissura da pele.</p><p>ENCEFALOPATIA TÓXICA AGUDA</p><p>É uma síndrome neuropsiquiátrica secundária à exposição a agentes tóxicos, caracterizada por sinais e sintomas</p><p>inespecíficos e danos cerebrais difusos. As manifestações clínicas dependem do agente envolvido, podendo comprometer</p><p>qualquer atividade encefálica, desde funções motoras, sensitivas, quanto complexas funções corticais (memória,</p><p>julgamento, abstração, cálculo, linguagem e juízo).</p><p>EPISÓDIOS DEPRESSIVOS</p><p>São caracterizados por humor triste, perda do interesse e do prazer nas atividades cotidianas, sendo comum uma</p><p>sensação de fadiga aumentada. Os trabalhadores acometidos por episódios depressivos também podem se queixar de</p><p>dificuldade de concentração, baixa autoestima, desesperança, pessimismo do futuro, ideias ou tentativa de suicídio.</p><p>SINUSITE</p><p>É uma inflamação dos seios paranasais devido a infecções causadas por vírus, bactérias ou fungos. Também pode ocorrer</p><p>por reações alérgicas a substâncias químicas. A exposição a agentes irritantes é a causa da sinusite crônica. Os principais</p><p>sintomas são cefaleia, dor facial, secreção nasal e congestão nasal.</p><p>PNEUMOCONIOSES</p><p>São doenças pulmonares crônicas causadas por depósitos de partículas no parênquima pulmonar. Em alguns casos,</p><p>recebem nomes específicos, de acordo com o tipo de partícula. Os principais sintomas são: dificuldade de respirar</p><p>principalmente em caso de esforços, perda da força física, tosse seca e, em alguns casos, febre e dor torácica.</p><p>SILICOSE</p><p>Juntamente com a asbestose (estudaremos a seguir), é uma das pneumoconioses mais conhecidas. É causada pela</p><p>inalação e depósito no pulmão de partículas de sílica livre. Por ser uma doença assintomática no início da exposição, os</p><p>trabalhadores não percebem que estão adoecendo. Mas com a exposição contínua, a doença progride e se torna mais</p><p>agressiva, causando até falta de ar aos pequenos esforços.</p><p>TRANSTORNO COGNITIVO LEVE</p><p>É caracterizado por alterações da memória, da orientação e da capacidade de aprendizado, bem como pela redução da</p><p>capacidade de concentração em tarefas prolongadas.</p><p>AGENTES QUÍMICOS TÓXICOS E SUAS</p><p>CONSEQUÊNCIAS</p><p>Os principais agentes químicos tóxicos são amianto, chumbo, benzeno e mercúrio. Vamos conhecer as respectivas</p><p>consequências desses agentes no organismo.</p><p>AMIANTO</p><p>CHUMBO</p><p>BENZENO</p><p>MERCÚRIO</p><p>AMIANTO</p><p>A asbestose é uma pneumoconiose causada pelo acúmulo de amianto no tecido pulmonar. A formação de tecido cicatricial</p><p>generalizada no pulmão provoca falta de ar e redução da capacidade de esforço físico. O diagnóstico geralmente é feito</p><p>com radiografia e tomografia computadorizada torácicas.</p><p>CHUMBO</p><p>O saturnismo é a intoxicação que ocorre em atividades laborais com elevada exposição</p><p>ao chumbo. Os sintomas incluem</p><p>atrasos de desenvolvimento, alterações neurológicas, irritabilidade e dor abdominal. Em níveis muito elevados, pode ser</p><p>fatal. Atualmente, é uma doença rara.</p><p>BENZENO</p><p>A intoxicação por benzeno é uma das intoxicações exógenas mais comuns no Brasil. A substância é encontrada</p><p>em vários produtos como a gasolina, e também na fabricação de produtos como plásticos, detergentes, medicamentos</p><p>lubrificantes, borrachas, tintas e agrotóxicos. A intoxicação aguda pode acometer especialmente o sistema nervoso central</p><p>e em altos níveis podem ser fatal. A intoxicação crônica está associada à ocorrência de leucemia mieloide aguda e</p><p>leucemia linfocítica crônica.</p><p>MERCÚRIO</p><p>O mercurialismo ou hidrargismo é uma intoxicação causada pela exposição aos vapores de mercúrio presentes em</p><p>ambiente de trabalho no qual é usado o mercúrio metálico, como no garimpo ilegal. A intoxicação crônica pode causar</p><p>insônia, ansiedade, timidez, irritabilidade, alteração da sociabilidade, labilidade emocional e, nos casos mais graves,</p><p>diminuição da atenção e da memória.</p><p>Além das substâncias acima, podemos relacionar ainda: arsênio, cadmo, cromo, tolueno, zinco, níquel, lítio, bário,</p><p>berílio, entre outros, mas não serão objetos de nosso estudo.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 2</p><p> Identificar os riscos físicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>As doenças relacionadas ao trabalho estão ligadas às exposições anormais que os trabalhadores estão submetidos no</p><p>ambiente laboral. Em muitos casos, os acidentes de trabalho poderiam ser evitados, caso os riscos tivessem sido</p><p>identificados previamente. Um dos maiores desafios dos profissionais de segurança de trabalho é identificar, na vida real,</p><p>os riscos aprendidos teoricamente. O caso a seguir apresenta uma ocorrência real de acidente envolvendo a radiação.</p><p>Enfermeira que atendeu vítimas do césio deve ser indenizada, em Goiás</p><p>O acidente com o césio-137 ocorrido em Goiânia no ano de 1987 trouxe desdobramentos que transcendem a manipulação</p><p>inadequada do material na época. Segundo informações da reportagem do G1 em 2015, quase 30 anos após a ocorrência</p><p>inicial:</p><p>“O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) manteve a decisão de que o governo estadual deve indenizar a enfermeira</p><p>aposentada Celmiriam Corrêa, 52 anos, antiga servidora da Secretaria de Estado da Saúde, que teve câncer após atender</p><p>pacientes contaminados pelo césio-137, em Goiânia” (RESENDE, 2015, não paginado).</p><p>Essa ocorrência levou a uma indenização para a enfermeira que teve contato indireto com o material radioativo, ao fazer</p><p>atendimento às vítimas da ocorrência. O G1 informa que:</p><p>“Ela deve receber quase R$ 57,5 mil por danos morais e materiais. A decisão ainda cabe recurso. O acidente radiológico</p><p>aconteceu em setembro 1987, após catadores de papel abrirem um aparelho de radiologia que continha o material</p><p>radioativo” (RESENDE, 2015, não paginado).</p><p>A sequência da reportagem comenta sobre o despreparo e as consequências da não utilização de equipamentos de</p><p>proteção adequados, quando informa que:</p><p>“A enfermeira revela que não usou equipamentos de proteção durante o atendimento aos pacientes contaminados. ‘A gente</p><p>não teve opção. Era uma emergência e tinha que ser feito o atendimento. A gente não usou nada de proteção, quem usava</p><p>eram os técnicos que tinham contato direto’, disse em entrevista ao G1” (RESENDE, 2015, não paginado).</p><p>A reportagem também informa as consequências sofridas pela exposição ao césio-137.</p><p>“Celmiriam descobriu o câncer de mama dez anos após a tragédia. Ela retirou 40% da mama, passou por quimioterapia e</p><p>radioterapia. Após esses tratamentos, ela continuou com o uso de medicação, mas a doença retornou cinco anos depois.</p><p>Foi quando ela teve que se aposentar. De acordo com a enfermeira, ela entrou com pedido de pensão na Secretaria de</p><p>Saúde. No entanto, o recurso foi negado. Por isso, ela decidiu entrar com ação indenizatória na Justiça. Durante o</p><p>processo, a Junta Médica do TJ-GO concluiu que é impossível ‘estabelecer o nexo causal’ entre o atendimento a pacientes</p><p>e o surgimento do câncer” (RESENDE, 2015, não paginado).</p><p>Podemos verificar no texto da reportagem a importância da intervenção dos órgãos públicos, quando é informado que:</p><p>“No entanto, análise da Superintendência Leide das Neves Ferreira (Suleide), órgão público instituído para monitorar e</p><p>prestar assistência médica integral aos radioacidentados, concluiu que a enfermeira possui enfermidade crônica e grave</p><p>devido à radiação. Para Celmiriam, ‘não há dúvida’ de que o atendimento com vítimas da tragédia provocou o câncer. ‘Eu</p><p>nunca tive caso de câncer na família, não tinha idade que justificava, tive três filhos e os amamentei, ou seja, eu não</p><p>pertencia a nenhum grupo de risco se não fosse o contato com os pacientes’, defende.” (RESENDE, 2015, não paginado).</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?</p><p>3. O ACIDENTE COM O CÉSIO-137, EM GOIÁS/GO É MUITO</p><p>CONHECIDO. SERVE COMO UM ALERTA NÃO SÓ PARA AS</p><p>AUTORIDADES, MAS TAMBÉM PARA AS EMPRESAS QUE SÃO</p><p>RESPONSÁVEIS POR PRODUTOS RADIOATIVOS. ESSE ACIDENTE</p><p>GEROU MUITAS VÍTIMAS, MORADORES E PROFISSIONAIS DA SAÚDE,</p><p>COMO É O CASO DA ENFERMEIRA CELMIRIAM. QUAL PODERIA TER</p><p>SIDO A CONTRIBUIÇÃO DA EQUIPE SESMT PARA EVITAR QUE A</p><p>FUNCIONÁRIA FICASSE EXPOSTA COMO FICOU NA ÉPOCA EM QUE</p><p>ATENDEU OS MORADORES VÍTIMAS DO ACIDENTE?</p><p>RESPOSTA</p><p>A equipe poderia ter averiguado se os profissionais da saúde estavam devidamente paramentados para</p><p>receberem os pacientes. Ainda, a funcionária deveria ser monitorada ao longo dos anos, visto que foi exposta</p><p>à radiação e o câncer é uma doença que aparece em longo prazo.</p><p>RISCOS FÍSICOS E AS DOENÇAS RELACIONADAS AO</p><p>TRABALHO</p><p>javascript:void(0)</p><p>CONSIDERAÇÕES INICIAIS</p><p>De acordo com a Norma Regulamentadora nº 9 (NR-9), os agentes de riscos físicos são as diversas formas de energia às</p><p>quais possam estar expostos os trabalhadores. Essas energias são manifestadas em forma de:</p><p></p><p>RUÍDOS</p><p>VIBRAÇÕES</p><p></p><p></p><p>PRESSÕES ANORMAIS</p><p>TEMPERATURAS EXTREMAS</p><p></p><p></p><p>RADIAÇÕES IONIZANTES</p><p>RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES</p><p></p><p></p><p>INFRASSOM</p><p>ULTRASSOM</p><p></p><p>São muitas as doenças causadas pela exposição indevida a esses agentes. A perda auditiva induzida por ruído no</p><p>ambiente ocupacional é um dos maiores riscos no trabalho. O câncer, como já visto no módulo anterior, também pode ser</p><p>desenvolvido por exposição a agentes físicos.</p><p>Neste módulo, veremos como a exposição indevida a agentes físicos pode adoecer os trabalhadores.</p><p>RUÍDO EM AMBIENTES DE TRABALHO</p><p>Antes de abordarmos as condições de saúde e adoecimento relacionadas ao trabalho, precisamos falar um pouquinho do</p><p>ruído, por ser um dos agentes de risco físico que mais causam problemas para os trabalhadores.</p><p>RUÍDOS PODEM SER ENTENDIDOS COMO SONS DESARMÔNICOS PERCEBIDOS</p><p>PELOS OUVIDOS COMO DESAGRADÁVEIS.</p><p>Quando fora de controle, o ruído é um dos agentes físicos mais nocivos à saúde humana, podendo causar perda auditiva,</p><p>zumbidos ou surdez, bem como danos extra-auditivos, como distúrbio de ansiedade, estresse, insônia, entre outros.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Os ruídos são avaliados em decibéis (dB). De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, existem dois tipos de ruídos: o</p><p>contínuo ou intermitente e o de impacto. O contínuo ou intermitente é aquele considerado estável, sem grandes variações,</p><p>chegando no máximo a 3dB. O ruído de impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a 1</p><p>segundo, a intervalos superiores a 1 segundo. A exposição aos ruídos de forma inapropriada pode causar danos diversos</p><p>aos trabalhadores a depender do tempo de exposição.</p><p>DOENÇAS E CONDIÇÕES DE SAÚDE RELACIONADAS</p><p>AO RISCO FÍSICO</p><p>Agora, vamos conhecer um pouco desses danos aos trabalhadores que estão expostos a ruídos, sem proteção, em seus</p><p>ambientes de trabalho.</p><p>PERDA AUDITIVA INDUZIDA POR RUÍDO</p><p>A PAIR É A DIMINUI��ÃO DA ACUIDADE AUDITIVA PROVOCADA PELA</p><p>EXPOSIÇÃO POR TEMPO PROLONGADO AO RUÍDO.</p><p>Geralmente é bilateral,</p><p>irreversível e progressiva com o tempo de exposição ao ruído. Nem sempre ocorre uma surdez,</p><p>mas pode ocorrer uma redução significativa da audição. As máquinas são as fontes que mais apresentam ruídos nos</p><p>ambientes de trabalho, portanto, as indústrias são ambientes potencialmente perigosos.</p><p> ATENÇÃO</p><p>Alguns sinais e sintomas da perda auditiva são: aumento do volume da televisão e do rádio, tentativa de fazer leitura labial</p><p>durante as conversas, dificuldade de ouvir as pessoas ao telefone, zumbido nos ouvidos, entre outros. Essas situações</p><p>também podem levar os trabalhadores ao isolamento, podendo evoluir para depressão.</p><p>O diagnóstico da PAIR é estabelecido mediante um conjunto de procedimentos que envolvem anamnese ocupacional,</p><p>exame físico, avaliação audiológica e outros exames, quando necessário.</p><p>Embora aqui estejamos abordando a perda auditiva devido ao ruído, faz-se necessário alertar que as perdas auditivas de</p><p>origem ocupacional também podem acontecer pela exposição a agentes químicos tóxicos.</p><p>TRAUMA ACÚSTICO</p><p>PODE SER DEFINIDO COMO A PERDA SÚBITA DA AUDIÇÃO DECORRENTE DE</p><p>UMA ÚNICA EXPOSIÇÃO À PRESSÃO SONORA INTENSA OU DEVIDO A UM</p><p>TRAUMA FÍSICO DO OUVIDO, DO CRÂNIO OU DA COLUNA CERVICAL.</p><p> VOCÊ SABIA</p><p>No intuito de contribuir com as empresas, de modo a evitar danos à saúde auditiva dos trabalhadores, a Fundacentro</p><p>publicou, em 2018, um guia denominado Programa de Conservação Auditiva (PCA). Esse programa corresponde a um</p><p>conjunto de atividades que visam prevenir ou estabilizar as perdas auditivas ocupacionais por meio de um processo de</p><p>melhoria contínua, que requer conhecimento multiprofissional e se desenvolve por intermédio de atividades planejadas e</p><p>coordenadas entre diversas áreas das empresas.</p><p>OUTROS FATORES DE RISCO FÍSICO RELACIONADOS AO</p><p>ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES</p><p>UMA OUTRA CONDIÇÃO QUE PODE LEVAR OS TRABALHADORES AO</p><p>ADOECIMENTO É A VIBRAÇÃO.</p><p>Alguns distúrbios orgânicos podem acontecer a trabalhadores que são expostos a vibração ocupacional continuada. As</p><p>vibrações são divididas em localizadas, que atingem somente parte do corpo, como membros superiores, e as de corpo</p><p>inteiro, que atingem todo o corpo.</p><p>Dentre os efeitos que as vibrações causam no organismo, estão: fadiga, dor abdominal, irritação, náuseas, cefaleia,</p><p>contrações musculares excessivas, lesão na coluna cervical. A doença mais conhecida relacionada à vibração, e também</p><p>ao frio, é a síndrome de Raynaud.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Essa síndrome foi descrita em 1862 e era conhecida como a síndrome dos dedos brancos. Consiste em uma desordem</p><p>vascular nas extremidades dos dedos, sendo provocada por vibração excessiva, frio e tabagismo.</p><p>Sobre as radiações ionizantes e radiações não ionizantes, embora não estejam em todos os ambientes de trabalho, devem</p><p>ser prevenidas. É de fundamental importância que as empresas sigam corretamente as normas, principalmente para</p><p>ambientes em que os trabalhadores estão expostos às radiações ionizantes.</p><p>Essas radiações também são conhecidas por terem energia suficiente para alterar o estado físico de um átomo e causar</p><p>perda de elétrons, deixando-o eletricamente carregado. Já as radiações não ionizantes são uma modalidade de baixa</p><p>frequência e baixa energia, e não produzem ionizações, mas podem quebrar moléculas e ligações químicas.</p><p>De acordo com a Norma Regulamentadora nº 15, as operações ou as atividades que expõem os trabalhadores às</p><p>radiações não ionizantes, sem a proteção adequada, são consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção</p><p>realizada no local de trabalho.</p><p>Ainda sobre as radiações, existem os materiais radioativos de ocorrência natural, também conhecidos como NORM e</p><p>TENORM.</p><p>NORM</p><p>É a sigla para Naturally Occurring Radioactive Materials ou, em português, materiais radioativos de ocorrência natural. São</p><p>materiais radioativos que não sofreram nenhum tipo de manipulação humana.</p><p>TENORM</p><p>Designa materiais radioativos de ocorrência natural tecnologicamente concentrados (Technologically Enhanced Naturally</p><p>Occurring Radioactive Materials).</p><p>Embora sejam frequentes no dia a dia, configuram-se riscos para a saúde humana e para o meio ambiente. Nesse sentido,</p><p>em se tratando de ambientes de trabalho, práticas rígidas de segurança precisam ser adotadas para a proteção dos</p><p>trabalhadores.</p><p>ALGUNS EXEMPLOS DE INDÚSTRIAS GERADORAS DE RESÍDUOS E REJEITOS</p><p>NORM/TENORM SÃO AS LIGADAS À MINERAÇÃO, À PRODUÇÃO DE ENERGIA E</p><p>AO TRATAMENTO DE ÁGUA.</p><p>Quanto às doenças que acometem os trabalhadores, embora as radiações tenham características diferentes, ambas</p><p>podem causar danos à saúde dos trabalhadores, como veremos a seguir.</p><p>LEUCODERMIA OCUPACIONAL</p><p>A hipopigmentação da pele pode ser provocada por agentes físicos e químicos. Sobre os agentes físicos, os principais</p><p>responsáveis são as queimaduras térmicas e as radiações ionizantes, que podem causar uma radiodermite.</p><p>CATARATA</p><p>É a opacificação do cristalino, parte dos olhos que é responsável por filtrar e focar os raios de luz. Uma vez o cristalino</p><p>mais opaco, a luz não consegue penetrar nos olhos, tornando a visão e a percepção de cores alterada. Embora a catarata</p><p>seja mais frequente em idosos, também é possível ocorrer em pessoas mais jovens expostas à radiação não ionizante sem</p><p>proteção, como os raios solares.</p><p>CÂNCER</p><p>O câncer é uma doença que pode ser desenvolvida por diversos fatores. Em riscos físicos, destacamos a exposição sem</p><p>proteção às radiações. Os principais cânceres desenvolvidos são o câncer de pele e a leucemia.</p><p>PRESSÕES ANORMAIS</p><p>São consideradas pressões anormais aquelas comparadas à pressão atmosférica. Em determinados locais, a pressão</p><p>pode ser maior ou menor que a pressão atmosférica, sendo, então, considerada anormal. São necessários cuidados</p><p>especiais com trabalhadores que prestam serviços nesses locais.</p><p>Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, trabalhos sob ar comprimido são os efetuados em ambientes onde o</p><p>trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a atmosférica e onde se exige cuidadosa descompressão.</p><p>Ainda de acordo com a NR-15, antes da jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser inspecionados pelo médico, não</p><p>sendo permitida a entrada em serviço daqueles que apresentarem sinais de afecções das vias respiratórias ou outras</p><p>moléstias.</p><p>BAROTRAUMA</p><p>É uma lesão em decorrência de uma alteração da pressão do volume de ar de um compartimento do corpo. Pode ser</p><p>considerado um acidente em razão da incapacidade de se equilibrar a pressão no interior das cavidades pneumáticas do</p><p>organismo com a pressão ambiente em variação. As partes do corpo mais afetadas são os ouvidos, os seios da face e os</p><p>pulmões.</p><p>DOENÇA DA DESCOMPRESSÃO</p><p>É um distúrbio que acontece por uma rápida diminuição da pressão, formando bolhas de gás (principalmente de nitrogênio)</p><p>no sangue e nos tecidos. Quando essas bolhas bloqueiam os vasos sanguíneos ou contribuem para o rompimento ou a</p><p>compressão de tecidos, podem ocorrer: dores musculares, dores nas articulações, formigamento, fadiga, vertigem e</p><p>dificuldade respiratória.</p><p>Trabalhadores e empregadores também precisam estar atentos às condições extremas de temperatura nos ambientes de</p><p>trabalho. O corpo humano, para manter sua temperatura interna constante, compatível com a vida, utiliza um conjunto de</p><p>mecanismos denominado termorregulação, que evita grandes variações da temperatura interna. Essa capacidade pode ser</p><p>influenciada por fatores internos e externos.</p><p>A exposição a temperaturas externas extremas e de forma excessiva pode levar à sobrecarga do organismo, na tentativa</p><p>de se reequilibrar, nem sempre com sucesso, o que causa danos à saúde do trabalhador, como veremos a seguir.</p><p>INSOLAÇÃO</p><p>A insolação acontece quando há exposição a fontes de calor de forma excessiva. Quando a temperatura interna ultrapassa</p><p>40°C e os mecanismo de regulação não conseguem resfriar o corpo, a pessoa pode perder água, sais minerais e</p><p>nutrientes importantes. Os principais sintomas da insolação são: cefaleia, tontura, náuseas, temperatura corporal elevada,</p><p>pele quente e seca, e confusão mental. Se não tratado devidamente, pode levar à morte.</p><p>HIPOTERMIA</p><p>Com relação ao frio excessivo, sem proteção, é possível que haja uma hipotermia, ou seja, uma baixa da temperatura</p><p>corporal de forma anormal. Pode ser agravada se a pessoa estiver com roupas úmidas. Os principais sintomas são:</p><p>tremores, confusão mental, sonolência, pele fria e respiração lenta. Ao suspeitar de hipotermia, o trabalhador precisa ser</p><p>afastado imediatamente do ambiente e iniciar a reversão do quadro.</p><p>UMIDADE</p><p>Segundo a Norma Regulamentadora nº 15, as atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcados,</p><p>com umidade excessiva, capazes de produzir danos à saúde do trabalhador, serão consideradas insalubres em</p><p>decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Quando o trabalhador é exposto, sem a devida proteção,</p><p>a ambientes úmidos, algumas doenças podem ocorrer ou agravar, como as alergias respiratórias.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 3</p><p> Reconhecer os riscos biológicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>Os riscos biológicos envolvem agravos relacionados a microrganismos, seus produtos e toxinas. Em alguns casos,</p><p>podemos relacionar facilmente a doença ocupacional ao ambiente de trabalho. Todavia, quando uma doença é epidêmica,</p><p>estabelecer o nexo causal é uma tarefa mais difícil, bem como isolar a empresa de agentes externos.</p><p>Surto de covid-19 entre trabalhadores</p><p>O Serviço de Vigilância Epidemiológica de Curitiba interditou, em cumprimento às medidas previstas em decreto municipal,</p><p>uma empresa atacadista após surto de covid-19 entre funcionários. De 62 trabalhadores testados, 34 estavam</p><p>contaminados.</p><p>De acordo com a equipe de Segurança do Trabalho da empresa, são adotados todos os protocolos de segurança: uso de</p><p>máscaras, álcool em gel e distanciamento social. Segundo essa mesma equipe, a empresa forneceu máscaras de pano</p><p>com o logotipo da empresa aos funcionários e obrigou seu uso.</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?</p><p>3. SOBRE A EMPRESA DO CASO, O QUE É PRECISO SER FEITO PELA</p><p>EQUIPE DE SEGURANÇA PARA EVITAR QUE NOVOS CASOS</p><p>ACONTEÇAM?</p><p>RESPOSTA</p><p>javascript:void(0)</p><p>É preciso rever todo o processo de implantação dos protocolos de segurança e identificar em que fase houve</p><p>falha. A partir das falhas, elaborar uma nova proposta. É preciso redobrar a atenção quanto ao</p><p>comportamento dos trabalhadores, pois eles precisam estar devidamente instrumentalizados com os</p><p>equipamentos corretos e usando-os da forma adequada. Ainda, devem ser utilizadas máscaras adequadas</p><p>para proteção respiratória.</p><p>RISCOS BIOLÓGICOS E EPIDEMIAS</p><p>RISCO BIOLÓGICO</p><p>O RISCO BIOLÓGICO É A PROBABILIDADE DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A</p><p>AGENTES BIOLÓGICOS, QUE PODEM SER: MICRORGANISMOS</p><p>GENETICAMENTE MODIFICADOS OU NÃO; CULTURAS DE CÉLULAS;</p><p>PARASITAS; TOXINAS; E PRÍONS.</p><p>De acordo com a Norma Regulamentadora nº 32, estão expostos a esses agentes profissionais que exercem atividades de</p><p>promoção e assistência à saúde em geral, incluindo todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e</p><p>ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. A exposição de trabalhadores a esses agentes biológicos sem a</p><p>devida proteção aumenta a probabilidade do adoecimento.</p><p>De acordo com a Norma Regulamentadora nº 32, os agentes biológicos são classificados em:</p><p>CLASSE DE RISCO 1</p><p>Baixo risco individual para o trabalhador e para a coletividade, com baixa probabilidade de causar doenças ao ser humano.</p><p>CLASSE DE RISCO 2</p><p>Risco individual moderado para o trabalhador e com baixa probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem</p><p>causar doenças ao ser humano, para as quais existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.</p><p>CLASSE DE RISCO 3</p><p>Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade de disseminação para a coletividade. Podem causar</p><p>doenças e infecções graves ao ser humano, para as quais nem sempre existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.</p><p>CLASSE DE RISCO 4</p><p>Risco individual elevado para o trabalhador e com probabilidade elevada de disseminação para a coletividade. Apresenta</p><p>grande poder de transmissibilidade de um indivíduo a outro. Podem causar doenças graves ao ser humano, para as quais</p><p>não existem meios eficazes de profilaxia ou tratamento.</p><p>Conhecer as classes de risco dos agentes aos quais os trabalhadores estão expostos é fundamental para a elaboração do</p><p>programa de gestão de riscos do ambiente e para o fornecimento dos equipamentos de proteção adequados aos</p><p>trabalhadores. Diversas são as doenças que acometem trabalhadores que estão expostos aos agentes biológicos de forma</p><p>direta ou indireta, sem a devida proteção.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Além das doenças notificadas, também existe um número expressivo sobre acidentes de trabalho relacionados à</p><p>exposição a material biológico. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho e o Ministério Público do</p><p>Trabalho, de 2012 a 2018, a atividade que mais notificou acidentes de trabalho foi a Atividade de Atendimento Hospitalar,</p><p>sendo os maiores registros entre os técnicos de enfermagem.</p><p>Veremos a seguir como os trabalhadores adoecem e as possíveis repercussões desses acidentes e de outras condições</p><p>às quais os trabalhadores estão expostos.</p><p>RISCO BIOLÓGICO E OS AMBIENTES DE TRABALHO</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>javascript:void(0)</p><p>As consequências (para a saúde) da exposição do trabalhador a fatores de risco biológico presentes em situações de</p><p>trabalho incluem quadros de infecção aguda e crônica, parasitoses e reações alérgicas e tóxicas a plantas e animais. As</p><p>infecções podem ser causadas por bactérias, vírus e fungos. As parasitoses estão associadas a protozoários, helmintos e</p><p>artrópodes.</p><p>As doenças infecciosas e parasitárias relacionadas ao trabalho apresentam algumas características que as distinguem dos</p><p>demais grupos:</p><p>Os agentes etiológicos não são de natureza ocupacional.</p><p>A ocorrência da doença depende das condições ou circunstâncias em que o trabalho é executado e da exposição</p><p>ocupacional, que favorece o contato, o contágio ou a transmissão.</p><p>DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS</p><p>RELACIONADAS AO TRABALHO</p><p>Agora, vamos conhecer algumas doenças infecciosas e parasitárias relacionadas ao ambiente de trabalho.</p><p>TUBERCULOSE OCUPACIONAL</p><p>É uma doença causada pelo Mycobacteruimtuberculosis ou bacilo de Koch. É transmissível e acomete principalmente os</p><p>pulmões, mas pode ocorrer em outros órgãos também.</p><p>A forma pulmonar é a mais relevante para a saúde trabalhador. A forma extrapulmonar, que acomete outros órgãos que</p><p>não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas que vivem com o HIV, especialmente entre aquelas com</p><p>comprometimento imunológico. Alguns sinais e sintomas são: tosse produtiva, febre vespertina, sudorese noturna,</p><p>cansaço, fadiga, emagrecimento.</p><p>O tratamento dura no mínimo seis meses e pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde. Com o início do tratamento, a</p><p>transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento, já se encontra muito reduzida. Esse</p><p>é o momento de muita atenção, uma vez que muitos trabalhadores abandonam o tratamento com a melhora de sinais e</p><p>sintomas. A melhora não significa a cura, por isso, é preciso fazer o tratamento no tempo correto.</p><p>LEPTOSPIROSE RELACIONADA AO TRABALHO</p><p>É uma doença causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de ratos. A transmissão ocorre quando o trabalhador</p><p>entra em contato com a urina dos roedores, principalmente em ambientes alagados por ocasião de enchentes.</p><p>O período de incubação, ou seja, o tempo que a pessoa leva para manifestar os sintomas desde a infecção da doença,</p><p>pode variar de 1 a 30 dias e normalmente ocorre entre 7 a 14 dias após a exposição a situações de risco.</p><p>Pode haver a necessidade de hospitalização. Pode ocorrer febre, dores no corpo, cefaleia e também vômitos, diarreia e</p><p>tosse. Caso não tratada de forma correta e no tempo certo, a leptospirose pode</p><p>evoluir para um quadro mais grave. Casos</p><p>menos graves são tratados em ambulatório, e os mais graves precisam de internação.</p><p>TÉTANO OCUPACIONAL</p><p>Causado por uma neurotoxina produzida pelo Clostridium tetani, o tétano é uma doença grave que, se não tratada no</p><p>tempo correto, pode levar à morte. É uma doença que também pode ocorrer em animais. Não é transmitido de pessoa a</p><p>pessoa, mas sim no contato da neurotoxina com um ferimento no corpo da vítima. Alguns sinais e sintomas são contraturas</p><p>musculares, rigidez de braços e pernas, e rigidez abdominal.</p><p>O tétano é uma doença prevenível, por meio da vacinação, por isso é importante que as equipes do PCMSO, com o apoio</p><p>dos SESMT, incentivem os trabalhadores a tomar a dose reforço no tempo adequado e, caso seja necessário, façam</p><p>campanhas nas empresas para uma maior cobertura da imunização. É necessário atenção sempre aos equipamentos de</p><p>proteção individual.</p><p>HEPATITES RELACIONADAS AO TRABALHO</p><p>A hepatite é uma inflamação do fígado que pode ocorrer pela exposição ao vírus ou pelo uso de alguns remédios, álcool e</p><p>outras drogas. Geralmente as hepatites relacionadas ao trabalho são causadas por vírus e classificadas por letras A, B, C,</p><p>D e E.</p><p>De acordo com o Ministério da Saúde, em 2018, a hepatite B foi responsável por 32,8% dos casos de hepatites notificados</p><p>no Brasil. Essa hepatite geralmente não apresenta sintomas imediatos e, por isso, é possível de ser diagnosticada décadas</p><p>após a infecção. Já a hepatite C pode se manifestar de forma aguda ou crônica, sendo a crônica mais comum.</p><p>É uma doença de caráter silencioso e se caracteriza por um processo inflamatório persistente no fígado. Em média, 20%</p><p>dos casos podem evoluir para cirrose ao longo do tempo. Alguns sintomas são dor ou desconforto abdominal, fadiga, febre,</p><p>perda de apetite, náuseas, “amarelamento” da pele e dos olhos.</p><p>DENGUE</p><p>É uma doença febril grave causada por um arbovírus — vírus transmitidos por picadas de insetos, especialmente os</p><p>mosquitos. Existem quatro tipos de vírus de dengue (1, 2, 3 e 4). Cada pessoa pode ter os quatro tipos da doença, mas a</p><p>infecção por um tipo gera imunidade permanente para ele.</p><p>O transmissor (vetor) da dengue é o mosquito Aedes aegypti, que precisa de água parada para se proliferar. Lembrando</p><p>que embora a doença seja um problema de saúde pública, é possível que pessoas adoeçam devido à ocupação que</p><p>exercem.</p><p>As empresas precisam aderir a campanhas de prevenção e, caso tenha a possibilidade de foco da doença em seus</p><p>ambientes, é preciso eliminá-los. Os principais sinais e sintomas são: febre alta, dores musculares intensas, dores nos</p><p>olhos, falta de apetite, cefaleia, e em alguns casos, machas vermelhas pelo corpo.</p><p>AIDS/HIV</p><p>A AIDS é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Esse vírus ataca o sistema</p><p>imunológico, que é o responsável por defender o organismo contra doenças. Os principais sintomas são: febre, diarreia,</p><p>suores noturnos e emagrecimento.</p><p>Com a baixa imunidade, causada pela enfermidade, é possível que a pessoa adquira outras doenças, também chamadas</p><p>de oportunistas, como tuberculose e toxoplasmose. O tratamento da AIDS é gratuito, feito com antirretrovirais,</p><p>disponibilizados nas unidades de saúde do Sistema Único de Saúde.</p><p>RAIVA</p><p>A raiva é uma doença infecciosa viral aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma</p><p>encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, da</p><p>família Rabhdoviridae. A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da</p><p>mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.</p><p>Os principais sinais e sintomas são: anorexia, irritabilidade, mal-estar, náuseas, dor de garganta. Em caso de acidentes</p><p>com animais, os trabalhadores deverão ser encaminhados imediatamente a uma unidade de saúde, para os devidos</p><p>procedimentos.</p><p>COVID-19</p><p>Os coronavírus são um grupo de vírus comuns em diferentes espécies de animais. Raramente os vírus que infectam</p><p>animais podem infectar pessoas. Contudo, em dezembro de 2019, houve a transmissão de um novo coronavírus, o SARS-</p><p>CoV-2, que causou a doença covid-19. Essa doença apresenta manifestações clínicas, variando de infecções</p><p>assintomáticas a quadros graves.</p><p>Os principais sintomas são febre, tosse, coriza, perda de olfato, dificuldade para respirar, alteração de paladar, cansaço e</p><p>distúrbios gastrintestinais. É importante lembrar que nem todas as pessoas portadoras de covid-19 apresentam os mesmos</p><p>sintomas e que é possível novos sintomas, ou seja, diferentes dos já registrados, a partir da mutação do vírus.</p><p>Para a proteção dos trabalhadores, as instituições empregadoras precisam adotar medidas de segurança e protocolos</p><p>específicos para os ambientes de trabalho, além de oferecer os equipamentos de proteção individual adequados.</p><p>DOENÇA DA FOLHA VERDE DO TABACO</p><p>A doença da folha verde do tabaco (DFVT) é uma forma de intoxicação aguda causada pela absorção dérmica da nicotina</p><p>presente na folha do tabaco (Nicotiana tabacum). O suor, o orvalho e a chuva facilitam o contato da substância com a pele.</p><p>Entre os sinais e sintomas estão: dores de cabeça, tontura, náuseas e cólica. Os sintomas duram alguns dias e podem</p><p>afetar a mesma pessoa repetidas vezes. Essa doença acomete principalmente trabalhadores rurais que lidam com essa</p><p>cultura.</p><p>ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS</p><p>Os acidentes com animais peçonhentos são comuns entre trabalhadores da agricultura e de manipulação de alimentos. Os</p><p>mais comuns são o ofidismo (picada de cobra) e o escorpionismo.</p><p>A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano,</p><p>difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO. Sempre que houver vacinas eficazes contra outros agentes biológicos</p><p>aos quais os trabalhadores estão, ou poderão estar, expostos, o empregador deve fornecê-las gratuitamente. A vacinação</p><p>deve obedecer às recomendações do Ministério da Saúde.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>MÓDULO 4</p><p> Identificar os riscos ergonômicos e as doenças relacionadas ao trabalho</p><p>LIGANDO OS PONTOS</p><p>A relação entre a ergonomia e as doenças relacionadas deve ser objeto de intenso estudo, uma vez que o ambiente laboral</p><p>tem sido afetado continuamente com o desenvolvimento de novas tecnologias. Dessa forma, algo que a princípio não seria</p><p>fator determinante para as ocorrências de doenças, pode se mostrar desta maneira na prática diária.</p><p>Lesões por esforços repetitivos</p><p>DJS, 43 anos, viúva, mãe de dois filhos, procurou o médico do trabalho da empresa em que trabalha, queixando-se de dor</p><p>intensa no braço direito, contínua e persistente, com sensação de peso e diminuição de sensibilidade na mão direita, e</p><p>dificuldade para realizar qualquer movimento. Queixou-se, ainda, de insônia que, segundo ela, provoca cansaço e irritação</p><p>durante o dia. Relatou que vinha sentindo dor e limitações havia algum tempo, obtendo certo alívio com o uso de anti-</p><p>inflamatórios, mas com repercussões sobre sua produção diária e dificuldade para realização de horas extras, que</p><p>proporcionavam aumento na renda mensal da família.</p><p>Ao ser questionada se havia procurado o supervisor do setor que trabalha, DJS informou que não, porque ficou com medo</p><p>de ser punida. Ela trabalha há 25 anos como empacotadora na indústria alimentícia, em jornada de cerca de 9 horas</p><p>diárias (horas extras), 6 dias na semana, em posição sentada, em uma tarefa que exige movimentos repetitivos dos</p><p>membros superiores, sob grande pressão de tempo, para atender às metas de produção estabelecidas, o que a impede de</p><p>fazer as pausas recomendadas.</p><p>Informa haver outros(as) trabalhadores(as) com as mesmas queixas na empresa. O médico a diagnostica com uma doença</p><p>osteomuscular relacionada ao trabalho, prescreve anti-inflamatório e emite um atestado para afastamento por 10 dias.</p><p>Após sua saída do consultório, o médico marca uma reunião com a equipe</p><p>do SESMT para conversarem sobre o caso de</p><p>DJS e de outros possíveis casos.</p><p>Após a leitura do case, é hora de aplicar seus conhecimentos! Vamos ligar esses pontos?</p><p>3. DE ACORDO COM A SITUAÇÃO ANTERIOR, QUAL É O PAPEL DOS</p><p>ENGENHEIROS E TÉCNICOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO? QUAL</p><p>A INTERVENÇÃO QUE PRECISA SER FEITA NESSE AMBIENTE DE</p><p>TRABALHO PARA QUE OUTROS TRABALHADORES NÃO ADOEÇAM?</p><p>RESPOSTA</p><p>Compreender as demandas da trabalhadora, assim como o conhecimento sobre a atividade/ocupação</p><p>exercida e as condições em que é realizada. Implantar a Análise Ergonômica do Trabalho. Conversar com os</p><p>trabalhadores, mostrando que eles podem acessar qualquer membro das equipes sem medo das</p><p>repercussões negativas.</p><p>javascript:void(0)</p><p>O QUE É ERGONOMIA?</p><p>RISCOS ERGONÔMICOS</p><p>RISCO ERGONÔMICO É TODA SITUAÇÃO OU FATOR QUE POSSA INTERFERIR</p><p>NAS CARACTERÍSTICAS PSICOFISIOLÓGICAS DOS TRABALHADORES,</p><p>CAUSANDO DESCONFORTO OU AFETANDO SUA SAÚDE.</p><p>A exposição a essas situações pode gerar distúrbios fisiológicos e psicológicos e provocar sérios danos à saúde dos</p><p>trabalhadores. De acordo com a Secretaria de Previdência, as principais causas de afastamento do trabalho estão</p><p>relacionadas aos riscos ergonômicos e às doenças motivadas por esses fatores superam os afastamentos por</p><p>acidentes/traumas.</p><p> VOCÊ SABIA?</p><p>Os fatores de risco ergonômico podem gerar adoecimento físico e mental e provocar sérios comprometimentos, tanto na</p><p>saúde quanto na vida social e no trabalho. Situações de trabalho que envolvem monotonia, mobiliários inadequados,</p><p>posturas inadequadas, problemas organizacionais, jornada de trabalho muito longa, entre outros fatores, podem gerar</p><p>doenças.</p><p>As lesões por esforço repetitivo (LER) e as doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT) são os distúrbios</p><p>que mais acometem os trabalhadores. Além desses distúrbios, existem outras doenças que, caso não sejam prevenidas ou</p><p>tratadas no início do aparecimento, podem ser tornar incapacitantes, como veremos neste módulo.</p><p>LER e DORT são os danos que ocorrem pelo uso excessivo do sistema musculoesquelético, sem o tempo necessário para</p><p>o descanso. Inicialmente, os distúrbios osteomusculares foram considerados LER, e em 1998 a Previdência Social</p><p>substituiu LER por DORT.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>A diferença entre os dois grupos se encontra basicamente nas causas. Enquanto DORT está relacionada ao trabalho, LER</p><p>pode acometer qualquer pessoa, independentemente de sua condição de vida. Alguns autores também consideram</p><p>diagnósticos específicos da LER, por se tratar de doença do sistema nervoso e não do sistema osteomuscular, ou seja, ela</p><p>pode se tratar de uma lesão por esforço repetitivo, mas que não tenha acometido o sistema osteomuscular, como os</p><p>transtornos do plexo braquial, as mononeuropatias dos membros superiores e as mononeuropatias dos membros inferiores</p><p>(BRASIL, 2001).</p><p>Caracterizam-se pelo aparecimento de vários sintomas, mas que às vezes não são valorizados pelos próprios</p><p>trabalhadores e empregadores, que permanecem com as tarefas e as dores, fazendo com que a situação se agrave.</p><p>Geralmente, aparecem nos membros superiores, mas os membros inferiores também podem ser atingidos, dependendo</p><p>das ocupações.</p><p>As LER/DORT resultam do entrelaçamento do conjunto de fatores envolvidos na dor musculoesquelética, em que se</p><p>destacam dois fatores:</p><p>FATORES BIOMECÂNICOS PRESENTES NA ATIVIDADE</p><p>Exigências biomecânicas relacionadas à ocupação podem gerar problemas musculoesqueléticos quando não respeitados</p><p>os limites do corpo.</p><p>FATORES PSICOSSOCIAIS RELACIONADOS À ORGANIZAÇÃO DO</p><p>TRABALHO</p><p>Embora não esteja muito bem esclarecido, alguns estudos sugerem que exigências excessivas no trabalho podem gerar</p><p>dores devido à tensão e ao estresse.</p><p>As principais dores que acometem os trabalhadores são dores nos ombros e articulações de mãos e punhos. Agora, vamos</p><p>conhecer algumas LER/DORT.</p><p>TENDINITE</p><p>É a inflamação ou irritação de um tendão (parte final do músculo, que faz a fixação dos músculos aos ossos). Eles servem</p><p>para transmitir a força de contração muscular necessária para mover um osso. É uma doença que apresenta várias</p><p>manifestações clínicas que variam de acordo com o avanço da doença. Caso não seja tratada devidamente, é possível que</p><p>passe de uma condição leve para uma condição crônica e, dessa forma, os sintomas perduram por anos. O quadro clínico</p><p>irá variar de acordo com o tendão afetado, mas as principais queixas são: dor em tendão que pode irradiar para a</p><p>musculatura do entorno; sensação de que o tendão está crepitando quando se move; inchaço na região afetada;</p><p>vermelhidão e calor na área afetada e diminuição da força.</p><p>As tendinites mais comuns são:</p><p>Tendinite de Aquiles — tendão situado entre o calcanhar e o músculo da panturrilha.</p><p>Tendinite do manguito rotador — chamada de “ombro de tenista”.</p><p>Epicondilite lateral— conhecida como “cotovelo de tenista”.</p><p>Epicondilite medial — conhecida como “cotovelo de golfista”.</p><p>Tenossinovite estenosante de De Quervain — tendão entre o polegar e o pulso.</p><p>Dedo em gatilho — a bainha do tendão da palma da mão fica grossa e inflamada, formando nódulos.</p><p>BURSITE</p><p>É a inflamação ou irritação de uma “bursa”, uma pequena bolsa localizada entre o osso e outras estruturas móveis, como</p><p>músculos, pele ou tendões. Ela permite e facilita um melhor deslizamento entre as estruturas.</p><p>A bursite ocorre com mais frequência em articulações que realizam movimentos repetitivos frequentes, como ombro,</p><p>cotovelo, joelho e quadril. Quando não tratada devidamente, a bursite aguda pode ser tornar crônica. Os principais</p><p>sintomas e sinais são: dor na área da bursa, inchaço, pele avermelhada, diminuição dos movimentos próximos as</p><p>articulações.</p><p>A prevenção das tendinites e bursites envolve: evitar ficar muito tempo na mesma posição, realizar alongamentos</p><p>musculares e mobilização das articulações, usar mobiliários ergonômicos, realizar o descanso necessário entre tarefas.</p><p>Para o diagnóstico correto, os trabalhadores precisam agendar consulta médica e realizar os exames solicitados.</p><p>SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO</p><p>É a compressão, também conhecida como pinçamento do nervo mediado, quando este passa pelo punho para inervar a</p><p>mão. O principal sintoma é a sensação de formigamento, mas também pode ocorrer dormência e dores nos dedos.</p><p>HÉRNIA DE DISCO</p><p>É o resultado do desgaste dos discos intervertebrais, comprimindo as raízes nervosas que emergem da coluna,</p><p>provocando dor intensa. Os principais fatores de risco são atividade repetitiva, ferimentos, carregar peso maior do que o</p><p>corpo suporta e processo de envelhecimento. Se tratados devidamente, alguns casos não precisarão de intervenção</p><p>cirúrgica. Os principais sinais e sintomas que podem surgir são: dores no pescoço ou em outras partes da coluna; dores</p><p>nos braços devido a compressão dos nervos; dormência, formigamento e fraqueza muscular.</p><p>DESCONFORTO MUSCULAR</p><p>O desconforto muscular é uma condição, e não uma doença. São dores que podem ocorrer devido ao uso excessivo da</p><p>musculatura. Pode ser causado por problemas posturais, excesso de atividade física, entre outros.</p><p>ESTRESSE</p><p>Também contribui para as dores musculares, pois situações de estresse causam a liberação de hormônios que aumentam</p><p>a percepção da dor e também a tensão muscular. Um desconforto muscular bastante conhecido é a dorsalgia, ou seja,</p><p>dores nas costas, que podem decorrer de dores musculares, mas também de outras causas, como o comprometimento das</p><p>articulações da coluna vertebral, dos nervos e dos ossos. As dorsalgias estão entre as queixas mais frequentes da</p><p>população geral, sendo a lombalgia e a cervicalgia os principais tipos.</p><p>ARTROSES</p><p>Osteoartrose (artrose) é a doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, entre</p><p>elas os osteófitos, também conhecidos como "bicos de papagaio". Os sinais e sintomas mais comuns são dores nas</p><p>mãos, no pescoço, na região lombar, nos joelhos e quadris. Além das dores também é possível sentir crepitações, inchaço,</p><p>rigidez ou sensibilidade</p><p>nas articulações.</p><p>OSTEONECROSE RELACIONADA AO TRABALHO</p><p>Também conhecida como necrose asséptica ou avascular, ocorre devido à diminuição do suprimento sanguíneo ósseo</p><p>decorrente de um processo degenerativo local. É uma manifestação crônica que tem sido associada com diabetes,</p><p>alcoolismo, trauma e exposição à radiação ionizante. Em trabalhadores submetidos à vibração localizada, a ocorrência de</p><p>osteonecrose está associada a um acometimento neurovascular, levando à diminuição ou ao impedimento do suprimento</p><p>sanguíneo ósseo, como é o caso da síndrome de Raynaud.</p><p>A osteonecrose decorrente da intoxicação crônica pelo fósforo branco (ou amarelo) tem importância histórica e integrou a</p><p>primeira lista de doenças profissionais elaborada pela Organização Internacional do Trabalho. O primeiro caso da doença,</p><p>que era conhecida como desfigurante, foi registrado em 1845.</p><p>Para a prevenção das doenças ergonômicas relacionadas ao trabalho, destacamos a importância da realização da Análise</p><p>Ergonômica do Trabalho.</p><p>ESSE PROCEDIMENTO COLOCA EM EVIDÊNCIA AS TAREFAS QUE SÃO</p><p>VARIÁVEIS AO LONGO DA JORNADA DE TRABALHO E COMO AS EMPRESAS</p><p>PRECISAM TRABALHAR A FIM DE ATENDER AS NORMAS, EVITANDO ASSIM O</p><p>ADOECIMENTO DOS TRABALHADORES.</p><p>Para isso, os fatores de risco devem ser avaliados no contexto organizacional em que o trabalhador está inserido. Uma das</p><p>normas que podem e devem ser implementadas é a Norma Regulamentadora nº 17 – Ergonomia, que visa estabelecer</p><p>parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de</p><p>modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente.</p><p>RISCOS PSICOSSOCIAIS</p><p>Agora vamos abordar os riscos psicossociais. Esses fatores fazem parte do risco ergonômico, mas faremos aqui um</p><p>destaque, devido à importância da saúde mental dos trabalhadores e em razão do grande desafio que esses fatores</p><p>oferecem para a manutenção de um ambiente de trabalho seguro.</p><p>Os riscos psicossociais decorrem de deficiências na organização e na gestão do trabalho, bem como de um contexto social</p><p>de trabalho problemático, podendo ter efeitos negativos a nível psicológico, físico e social, tais como estresse relacionado</p><p>com o trabalho, esgotamento, depressão, entre outras sequelas. Os efeitos negativos atingem a todos: trabalhadores,</p><p>famílias, sociedade, empregadores.</p><p>Além das doenças em si, os trabalhadores podem ficar incapacitados e sem condições de retornar para o trabalho,</p><p>gerando também afastamento social. Para as famílias, há mudança na dinâmica, o que pode provocar desgastes</p><p>profundos, principalmente por causa das questões econômicas. Para as empresas, percebe-se aumento de gastos com</p><p>afastamentos, absenteísmo e mesmo o presenteísmo (o trabalhador está presente no ambiente de trabalho, porém não</p><p>tem produtividade), além de ficar com a imagem comprometida.</p><p>Quanto ao país, a grande demanda de atendimento das Unidades de Saúde pode gerar sobrecarga do sistema de saúde,</p><p>comprometendo a qualidade dos atendimentos. Em relação aos benefícios previdenciários, também se considera o</p><p>aumento da demanda e a necessidade de concessão de um número maior de benefícios, impactando na saúde econômica</p><p>do país, além das possíveis repercussões negativas a nível internacional, comprometendo as possibilidades de</p><p>investimentos.</p><p>As principais condições de trabalho que contribuem para o aumento dos fatores de riscos psicossociais e adoecimento dos</p><p>trabalhadores são:</p><p>Cargas de trabalho excessivas.</p><p>Exigências contraditórias e falta de clareza na definição das funções.</p><p>Falta de participação na tomada de decisões que afetam o trabalhador e falta de controle sobre a forma como ele</p><p>executa o trabalho.</p><p>Má gestão de mudanças organizacionais, insegurança laboral.</p><p>Comunicação ineficaz e violenta, falta de apoio por parte de chefias e colegas.</p><p>Assédio psicológico ou sexual, violência de terceiros.</p><p>Alguns ambientes de trabalho contribuem para o desenvolvimento de doenças mentais nos trabalhadores. Os transtornos</p><p>mentais e comportamentais relacionados ao trabalho são a terceira maior causa de afastamento do trabalhador no Brasil e</p><p>uma das principais causas de adoecimento no mundo.</p><p> SAIBA MAIS</p><p>Esses transtornos não resultam de fatores isolados, mas de contextos de trabalho sem interação entre corpo e aparato</p><p>psíquico dos trabalhadores. Se, por um lado, o trabalho pode gerar esses distúrbios, a falta dele também gera os mesmos</p><p>problemas e, por medo de perder o trabalho, muitas pessoas se submetem a situações desumanas em troca do salário.</p><p>OS FATORES RELACIONADOS AO TEMPO E AO RITMO DE TRABALHO SÃO</p><p>MUITO IMPORTANTES NA DETERMINAÇÃO DO SOFRIMENTO PSÍQUICO</p><p>RELACIONADO AO TRABALHO.</p><p>Jornadas de trabalho longas, com poucas pausas destinadas ao descanso e/ou refeições de curta duração, em lugares</p><p>desconfortáveis, turnos de trabalho noturnos, turnos alternados ou turnos iniciados muito cedo pela manhã; ritmos intensos</p><p>ou monótonos; submissão do trabalhador ao ritmo das máquinas, sob as quais não se tem controle; pressão de</p><p>supervisores ou chefias por mais velocidade e produtividade causam, com frequência, quadros ansiosos, fadiga crônica e</p><p>distúrbios do sono.</p><p>Além do ambiente de trabalho em si, outras situações envolvendo os trabalhadores podem levá-los a desenvolver doenças</p><p>mentais e comportamentais, tais como acidente de trabalho e doenças incapacitantes relacionadas ao trabalho. Muitos</p><p>trabalhadores, devido às grandes exigências do trabalho sem o tempo adequado para as resoluções, se sentem cansados,</p><p>desanimados, podendo inclusive desenvolver depressão, crises de ansiedade, síndrome de burnout, entre outros.</p><p>Em situações de pandemia, a tendência é que esses problemas se agravem. Vamos conhecer um pouco sobre essas</p><p>doenças que podem acometer os trabalhadores:</p><p>DEPRESSÃO</p><p>É uma doença psiquiátrica crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza</p><p>profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim</p><p>como a distúrbios do sono e do apetite.</p><p>É uma doença incapacitante, e seus quadros variam de intensidade e duração, podendo ser classificada como leve,</p><p>moderada ou grave. Os principais sintomas são sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa.</p><p>Quem está passando por uma depressão acredita que perdeu, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou</p><p>alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Lembrando que, para o correto</p><p>diagnóstico, é preciso uma consulta com um médico especialista.</p><p>ANSIEDADE</p><p>É um termo geral para vários distúrbios que causam nervosismo, medo, apreensão e preocupação. A ansiedade pode ser</p><p>normal e é um indicador de doença somente quando os sentimentos se tornam excessivos, obsessivos e interferem na</p><p>vida cotidiana.</p><p>A ansiedade pode ser generalizada, associada ao medo e/ou ataques de pânico. Sobre a ansiedade excessiva, é possível</p><p>observar: preocupação excessiva; ver perigo em tudo; emoções afloradas; sintomas físicos como problemas com o sono,</p><p>dores musculares, taquicardia e falta de ar.</p><p>SÍNDROME DE BURNOUT OU SÍNDROME DO ESGOTAMENTO</p><p>PROFISSIONAL</p><p>É um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de</p><p>trabalho desgastantes, que demandam muita competitividade ou responsabilidade.</p><p>A principal causa da doença é justamente o excesso de trabalho. A síndrome, se não tratada, pode evoluir para a</p><p>depressão. Os principais sinais e sintomas são nervosismo, sofrimento psicológico, problemas físicos, desesperança,</p><p>insônia, fadiga, sensação de fracasso, sentimento de incompetência.</p><p>TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO</p><p>É um distúrbio caracterizado pela dificuldade em se recuperar depois de vivenciar ou testemunhar um acontecimento</p><p>assustador. A condição pode durar meses ou anos, com gatilhos que podem trazer de volta memórias do trauma</p><p>acompanhadas por intensas reações emocionais e físicas.</p><p>Nesses casos, quando a pessoa se recorda do trauma, ela</p><p>revive o episódio, como se o fato estivesse ocorrendo naquele momento.</p><p>Sobre o tratamento para as doenças mentais e comportamentais relacionadas ao trabalho, em primeiro lugar precisamos</p><p>entender a gravidade dessas doenças. Muitos trabalhadores ainda têm vergonha de procurar ajuda com medo dos</p><p>estigmas, por isso as empresas precisam abordar o assunto com muita seriedade. Todos os diagnósticos e tratamentos só</p><p>podem ser realizados por profissionais especialistas.</p><p>VERIFICANDO O APRENDIZADO</p><p>CONCLUSÃO</p><p>CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Como vimos, as doenças relacionadas ao trabalho são um grave problema para os trabalhadores, podendo afetar as</p><p>famílias, os empregadores e a sociedade em geral. Manter ambientes de trabalho seguros e trabalhadores capacitados</p><p>diminui a possibilidade de exposição a situações que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças.</p><p>Além dos ambientes físicos, é importante que as organizações fiquem atentas às questões subjetivas, de relacionamento,</p><p>e às grandes demandas de trabalho, que também são fatores geradores de adoecimento. Repensar práticas de trabalho,</p><p>ouvir os trabalhadores e compreender que o ambiente de trabalho deve ser o promotor de saúde, e não da doença, são</p><p>passos fundamentais para a mudança nas formas e nas relações de trabalho.</p><p>É preciso o desenvolvimento de uma cultura de segurança e valorização dos trabalhadores, além dos incentivos por meio</p><p>das políticas públicas de segurança e saúde dos trabalhadores.</p><p> PODCAST</p><p>Confira o conteúdo preparado especialmente para você enriquecer o seu conhecimento!</p><p>AVALIAÇÃO DO TEMA:</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria de Trabalho. Normas regulamentadoras.</p><p>Brasil. Ministério da Saúde do Brasil. Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil. Doenças relacionadas ao</p><p>trabalho: manual de procedimentos para os serviços de saúde. Brasília: Ministério da Saúde do Brasil, 2001.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Para saber as coisas: falando da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e doenças</p><p>relacionadas ao trabalho. São Paulo: Hemeroteca Sindical Brasileira, 2006.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças relacionadas ao trabalho. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e</p><p>Saúde do Trabalhador. Atlas do câncer relacionado ao trabalho no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Saúde do trabalhador e</p><p>da trabalhadora. Cadernos de Atenção Básica, n. 41. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.</p><p>INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. INCA. Diretrizes para a vigilância do câncer</p><p>relacionado ao trabalho. Organização de Fátima Sueli Neto Ribeiro. Rio de Janeiro: Inca, 2012.</p><p>MARANO, V P. Doenças ocupacionais. 2 ed. São Paulo: Editora LTr, 2007.</p><p>MORAES, M. V. G. Doenças ocupacionais - agentes: físico, químico, biológico, ergonômico. 1 ed. [S. l.]: Editora Látria,</p><p>2010.</p><p>REDE NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO TRABALHADOR – RENAST. Consultado na internet em: ago.</p><p>2021.</p><p>RESENDE, P. Enfermeira que atendeu vítimas do césio deve ser indenizada, em Goiás. G1, 19 jul. 2015. Consultado</p><p>na internet em: ago. 2021.</p><p>EXPLORE+</p><p>No Manual de procedimentos para os serviços de saúde, você conhecerá mais sobre as doenças relacionadas ao</p><p>trabalho. Procure na internet pelo site da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde.</p><p>No YouTube, assista ao interessante vídeo Entre o pó e fôlego da vida, da Fundacentro.</p><p>CONTEUDISTA</p><p>Ismael da Silva Costa</p>

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