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ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSORA Me. Mariane Helena Lopes Relações Trabalhistas e Pevidenciárias NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Tecnologia e Planejamento Educacional Tania C. Yoshie Fukushima Head de Recursos Digitais e Multimídias Franklin Portela Correia Gerência de Planejamento e Design Educacional Jislaine Cristina da Silva Gerência de Produção Digital Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Recursos Educacionais Digitais Daniel Fuverki Hey Supervisora de Design Educacional e Curadoria Yasminn T. Tavares Zagonel Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância. LOPES, Mariane Helena. Relações Trabalhistas e Previdenciárias. Mariane Helena Lopes. Maringá - PR.: UniCesumar, 2021. 152 p. “Graduação - EaD”. 1. Direito 2. Legislação 3. Trabalhista. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 344.81 CIP - NBR 12899 - AACR/2 ISBN 978-65-5615-443-5 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Coordenador(a) de Conteúdo Luciano Santana Pereira Projeto Gráfico e Capa André Morais, Arthur Cantareli e Matheus Silva Editoração Andre Bertogna de Toledo e Ellen Jeane da Silva Design Educacional Raysa Alves Mantovani e Rossana Costa Giani Curadoria Fernanda Feitoza de Brito Revisão Textual Anna Clara Gobbi dos Santos Ilustração Wellington Vainer Satin de Oliveira Fotos Shutterstock FICHA CATALOGRÁFICA A UniCesumar celebra os seus 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diaria- mente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, for- mando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio impor- tante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transforma- ção na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nos- sos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá), o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quin- tana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportu- nidade de fazer a sua mudança! Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Mariane Helena Lopes Olá! Tudo bem? Sou a professora Mariane e vou contar um pouquinho da minha história para você, como me apaixonei pelo Direito. Nasci na cidade de São Paulo e desde muito pequena via a dedicação da minha mãe, que trabalhava como servido- ra pública no Fórum João Mendes. Aquilo me encantava, quando via os grandes corredores, aqueles advogados sempre bem vestidos, andando apressados para atender seus clientes. Quando tinha 15 anos acabei mudando para Maringá em razão do trabalho do meu pai, mas na lembrança conti- nuava a paixão pelo Direito. Eis que, quando estava ainda no colégio, conheci a Uni- cesumar, que na época se chamava Cesumar, e eu falava que era ali que iria estudar e realizar o meu sonho. E foi o que aconteceu! Estudei na Unicesumar, me formando em 2007, onde consegui meu primeiro emprego, minha primeira oportunidade com pessoas que acreditavam no meu potencial, trabalhando por muitos anos no Núcleo de Práticas Jurídicas com atendimento à população carente e aos alunos que estavam no último ano da faculdade. Depois disso, resolvi começar o mestrado em Ciências Jurídicas e, ao mesmo tempo, me foi dada a oportunidade de começar a dar aulas para graduação. Eu digo que a minha profissão me encontrou, e de uma forma que fez com que me apaixonasse por ela. Não me imagino em outra atividade! Amo compartilhar meus conhecimentos, experiências, fazer com que os alunos vejam que o Direito pode sim ser uma ciência interessantíssima a ser estuda- da e que é importante para a nossa sociedade. Meus pais sempre falaram: faça o que você ama e não trabalhará um dia, mas sim se sentirá realizada! Estude tudo que puder e isso ninguém nunca irá lhe tirar! Seus conhecimentos lhe acompanharão para onde você for o resto da vida! E digo o mesmo a você! Busque sempre o conhecimento, pois ele não para! Cada dia podemos aprender mais! E vá atrás dos seus propósitos, pois eles podem se realizar! Basta acreditar! Desejo a você bons estudos e muito sucesso! . Apesar de termos tantas legislações, para muitos o Direito ainda aparece algo muito distante. Para Direito do Trabalho e também o Direito Previdenciário é necessário nos mantermos atentos aos acontecimentos em nossa sociedade, buscando assim sempre melhorar as relações existentes. Até 2016 e 2017, a legislação que tínhamos relacionado ao Direito do Trabalho tinha sido criada na década de 40. Ou seja, quanto a nossa sociedade não tinha mudado nesse período? A expectativa de vida aumentou? As atividades realizadas continuam mecanizadas? A partir desses questionamentos e das mudanças enfrentadas pela sociedade, conhe- cer com mais profundidade o que vem a ser o direito do trabalho e cada uma de suas características passa a ser de suma importância. Para você, que é um futuro gestor, a disciplina precisa fazer parte da sua leitura obri- gatória, do seu livro de cabeceira, onde dessa forma, você entenderá melhor como aplicar os conhecimentos adquiridos na prática. Objetivando que você conheça melhor a legislação trabalhista e previdenciária e que faça a aplicação no seu dia-a-dia, nos casos que forem levados a seu conhecimento para a sua resolução, é necessário manter-se atualizado. Para tanto, você pode ver sites do Planalto, dentre outros sites oficiais do governo federal, além do canal do Youtube do Instituto Nacional do Direito do Trabalho (INDT). É fundamental que você esteja atento a tudo que acontece para que possa fazer a associação com a sua atividade profissional. RELAÇÕES TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIAS Com o estudo do conteúdo relacionado ao Direito do Trabalho e ao Direito Previden- ciário, você consegue fazer a visualização deste conteúdo com o que encontrará no seu dia-a-dia? Você consegue entender por qual razão é importante que essas duas áreas do Direito sejam conhecidas e estudadas com mais profundidade, commais minúcias, possibilitando entender melhor a área estudada? Com o estudo realizado você consegue identificar a importância em se conhecer essas áreas do Direito? Pode-se dizer que um futuro gestor de Recursos Humanos necessita entender o conteúdo e sua aplicabilidade, pois seu superior hierárquico exigirá dele o conhecimento, não lhe trazendo respostas, mas sim problemas em busca de soluções. Apresentaremos a você, prezado(a) aluno(a), um conteúdo importante para ter conhe- cimento de como trabalhar com relações trabalhistas e previdenciárias. Inicialmente, a importância de estudar sobre a Legislação Trabalhista e Princípios. Você conhecerá seus conceitos, suas fontes e os princípios que fazem parte do direito do trabalho. E essa é uma das áreas mais significativas na sociedade brasileira e tem como princípio legitimar a relação entre empregados e empregadores, de forma jurídica, por meio de Contrato de Trabalho e Formalização e regras estabelecidas. Contamos ainda com contrato de trabalho pela CLT após a Reforma Trabalhista, bem como empregado e trabalhador, empregador e remuneração. Além de contratos de trabalho, temos baga- gem para entender sobre as Férias e Rescisão do contrato de trabalho, que abordará os tipos de jornadas de trabalho, as férias, a suspensão e a interrupção do contrato de trabalho. Após essa análise será necessária a compreensão para conhecer as for- mas de rescisão do contrato de trabalho formalizado. Após isso, vamos abordar o Direito Coletivo do Trabalho, que é um segmento do Direito do Trabalho. É um tema importante para destacar como esse conceito será utilizado em soluções de conflitos trabalhistas, como a liberdade sindical, os sindicatos e as greves. O último conceito que apresentaremos é a Legislação Previdenciária. Verificaremos as alterações que foram realizadas na Legislação Previdenciária e Constituição Federal, esclarecendo todos os planos de benefícios, as diferenciações entre previdência pública e privada e as normas previdenciárias, proporcionando-lhes compreensão do assunto proposto. Portanto, veja, prezado(a) aluno(a), que as relações trabalhistas e previdenciárias entre empresas, empregado e empregador estão regulamentadas por leis tanto do direito do trabalho, quanto do direito previdenciário. Conhecer as normas de Direito do Trabalho e de Direito Previdenciário é essencial para que as obrigações e direitos das empresas e dos empregados sejam cumpridos conforme determinação da Lei. Além disso, com o intuito de evitar qualquer futura ação judicial. Diante de todo o exposto, você, aluno de Gestão de Recursos Humanos, a partir do conteúdo adquirido na disciplina, se sente preparado para atuar com o conteúdo que foi aqui apresentado? Consegue enxergar as mudanças pelas quais os gestores preci- saram passar para tornar o processo de gestão mais eficaz e de forma que atendesse as necessidades de todos os envolvidos na relação? Nota-se que as áreas passaram por grandes mudanças por conta das alterações que as atividades sofreram e, consequentemente, precisaram se adaptar às mesmas. Veja que essas mudanças devem ser repassadas aos colaboradores a fim de motivá-los e torná-los cada vez mais profissionais competentes e conhecedores dos seus direitos e deveres na relação. Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convida- do(a) a refletir, questionar e trans- formar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS NOVAS DESCOBERTAS Enquanto estuda, você pode aces- sar conteúdos online que amplia- ram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tec- nologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experien- ce. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicada e veja os recur- sos em Realidade Aumentada. Ex- plore as ferramentas do App para saber das possibilidades de intera- ção de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o códi- go, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido. PÍLULA DE APRENDIZAGEM OLHAR CONCEITUAL Neste elemento, você encontrará di- versas informações que serão apre- sentadas na forma de infográficos, esquemas e fluxogramas os quais te ajudarão no entendimento do con- teúdo de forma rápida e clara Professores especialistas e convi- dados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discu- tido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 LEGISLAÇÃO TRABALHISTA E PRINCÍPIOS 12 31 APRENDIZAGEM CAMINHOS DE 1 2 CONTRATO DE TRABALHO E FORMALIZAÇÃO 73 FÉRIAS E RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO 3 4 99 DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 5 121 LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA 1Legislação Trabalhista e Princípios Me. Mariane Helena Lopes Olá! A primeira unidade é essencial para que você consiga compreen- der a evolução do direito do trabalho em nossa sociedade. Veja que, ao longo dos anos, as relações de trabalho foram se alterando, bem como a forma de se realizar as atividades e até mesmo a própria sociedade. Aqui você compreenderá como funciona o Direito do Trabalho e seus reflexos na nossa sociedade. UNIDADE 1 12 Iniciamos nossa disciplina de Relações Trabalhistas e Previdenciárias com o se- guinte caso para melhor compreensão e entendimento. Vamos lá? Andrei Camargo, brasileiro, com 57 anos, já acompanhou grandes mudanças na legislação trabalhista brasileira ao longo dos anos. Nos últimos 20 anos, tem desenvolvido a atividade laboral na mesma organização empresarial. A última atividade por ele realizada é a de gerente de produção e operações. E por conta de dificuldades econômicas, a empresa resolveu revisitar sua política salarial, reestruturando todos os cargos e salários. No caso de Andrei, que recebe o salário-base mensal de R$ 4.748,51 teria o mesmo reduzido para o piso salarial mínimo de R$ 2.753,10. Além dessa signi- ficativa alteração, também seria alterado o recebimento de adicional de pericu- losidade para insalubridade e não receberia adicional noturno, pois a empresa reduziu os turnos. Veja que no caso hipotético, a redução total que Andrei sofreria seria de, pelo menos, mais de R$ 4.000,00 mensal. Para aquele empregado que já está acostuma- do a um padrão de vida e também já tem um planejamento financeiro o impacto sofrido traria grandes consequências. A partir dos dados, pode-se perceber que o estudo da disciplina em questão é de grande relevância para um(a) gestor(a), e a problemática apresentada pode acontecer independente do período pelo qual a nossa sociedade vem passando, não sendo exclusivamente em um momento de dificuldade econômica, de pan- demia, dentre outros. Para iniciarmos nossa discussão, faça uma rápida pesquisa em sites confiáveis ou até mesmo no seu município com empresas que você conhece, identificando se em algum momento as mesmas já precisaram repensar na política salarial e repassaram aos empregados os desafios dessa reestruturação. O que se entende por Direito do Trabalho? Os princípios nele previstos são importantes? As fontes do Direito do Trabalho contribuem para a sua autonomia? DIÁRIO DE BORDO UNICESUMAR 13 Ao falarmos sobre a LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, esta merece o exame de vários institutos jurídicos, como a própria conceituação, a fim de entendermos o espaço que ocupa no universo do conhecimento e da realidade. Mas você sabe definir o que significa o conceito Trabalho? Trabalho é o conjunto de atividades, produtivas ou criativas (profissional regular, remunerada ou assalariada) mais importante que um homem pode exercer. Nas palavras daprofessora Vólia Bomfim Cassar, "o trabalho pressupõe ação, emissão de energia, desprendimento e desprendimento de energia humana, física e mental, com o objetivo de atingir algum resultado" (2018, p. 3). UNIDADE 1 14 O Direito do Trabalho está dividido em três correntes intituladas como sub- jetiva, objetiva e mista. Portanto, observe na figura 1: DIREITO DO TRABALHO Subjetiva Onde se prioriza os sujeitos da relação de emprego, que seriam empregado e empregador. Objetiva Onde se realça o conteúdo do direito do trabalho e não seus destinatários. Não se prioriza os sujeitos, mas sim a legislação. Mista Onde engloba as duas anteriores, valorizando tanto os sujeitos da relação de trabalho quanto o conteúdo do direito do trabalho. Figura 1 - Conceitos do Direito do Trabalho / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura 1 apresenta os três conceitos jurídicos do Direito do Trabalho. A primeira é a subjetiva, onde se prioriza os sujeitos da relação de emprego, que seriam empregado e empregador; a segunda, objetiva, onde se realça o conteúdo do Direito do Trabalho e não seus destinatários. Não se prioriza os sujeitos, mas sim a legislação; e a terceira é a mista, onde engloba as duas anteriores, valori- zando tanto os sujeitos da relação de trabalho quanto o conteúdo do Direito do Trabalho. Esta última, a mista, tem diversos adeptos, como os autores Sérgio Pinto Martins, Mauricio Godinho Delgado e Evaristo Moraes Filho. Todavia, devemos ter em mente que o CONCEITO DIREITO DO TRABALHO é muito mais amplo do que o tratado na corrente mista. Isso porque suas regras não se limitam apenas ao trabalhador subordinado, sendo aplicada também ao trabalhador não empre- gado, como o avulso, rural, eventual, meeiro. O Direito do Trabalho, na visão pós-moderna constitucional, nos mostra que não podemos considerar apenas como uma aplicação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e das demais leis extravagantes. Devemos ir além desses limites, superando a visão individualista e coletiva, passando a ter uma visão econômica, política e social. UNICESUMAR 15 NOVAS DESCOBERTAS Para conhecer mais sobre o Direito do Trabalho fica aqui a minha sugestão de leitura para se aprofundar ainda mais nessa natureza jurídica. Com isso, podemos conceituar o tema estudado como um sistema jurídico, for- mado por institutos, valores, regras e princípios dirigidos aos trabalhadores su- bordinados e assemelhados, aos empregadores, empresas coligadas, tomadores de serviço, para tutela do contrato mínimo de trabalho, das obrigações decor- rentes das relações de trabalho, das medidas que visam à proteção da sociedade trabalhadora, sempre ligado aos princípios constitucionais, especialmente o da dignidade da pessoa humana. Ainda possui normas destinadas aos sindicatos e associações representativas; resolução dos conflitos individuais, coletivos e di- fusos, existentes entre capital e trabalho; estabilização da economia social e, por fim, ocasionando assim a melhoria da condição social de todos os relacionados. A maior característica do Direito do Trabalho é a proteção do trabalhador, tendo como principal conteúdo o empregado e o empregador. No que diz respeito ao direito coletivo do trabalho é a busca de soluções e na pacificação dos conflitos coletivos do trabalho, bem como nas formas de representação pelos sindicatos. Assim, encerramos o conceito de direito do trabalho, em que analisamos as três teorias existentes para fazerem a formação do que temos hoje. Fica difícil aqui remetermos a posicionamentos jurisprudenciais pois as dis- cussões muitas vezes ainda não são pacificadas e exigiram um aprofundamento com relação ao mesmo. NOVAS DESCOBERTAS Saiba mais lendo aqui a aprovação da Consolidação das Leis do Trabalho pelo DECRETO-LEI Nº 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943. UNIDADE 1 16 A partir do momento que conhecemos a conceituação do direito do trabalho, veremos agora as fontes, ou seja, onde podemos localizar o direito do trabalho, de que forma saberemos o que é ou não lei ainda. Veja que com a Reforma Tra- balhista e com a pandemia do COVID 19 é preciso que você esteja em constante atualização. Para sabermos onde estão postos (colocados) nossos direitos precisamos con- sultar as FONTES DO DIREITO DO TRABALHO, que são "(...) elementos diretos e essenciais da formação das instituições jurídicas de uma nação ou do seu direito positivo" (NUNES, 1979, p. 459). É a partir da fonte que se cria o direito e, com este, a obrigação e a exigibilidade ao cumprimento desta. As fontes são de suma importância para que os sujeitos envolvidos (empregado e empregador) se conscientizem de que existem regras a serem cumpridas e que possuem o poder de coerção, devendo ser respeitados e cumpridos. UNICESUMAR 17 Observe só o esquema referente às fontes do direito do trabalho: Direito do Trabalho Doutrina Leis Costume Princípios Proteção Intangibilidade Irrenunciabilidade Primazia da realidade Continuidade da relação de emprego Jurisprudência Figura 2 - Fontes do Direito do Trabalho / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta um balão principal escrito Direito do Trabalho e, a partir dele, surgem todas as fontes dessa área. São elas: doutrina, jurisprudência; leis; costumes; princípios. Deste último tem-se proteção, intangibilidade, irrenunciabilidade, continuidade da relação de emprego e primazia da realidade. PÍLULA DE APRENDIZAGEM Vamos entender melhor as fontes do direito do trabalho? Acesse a nossa pílula de aprendizagem para que você pos- sa compreender melhor as principais fontes trabalhadas na unidade. A fonte mais importante é a Constituição Federal, que está localizada no ápice da hierarquia das normas jurídicas, conferindo fundamento e eficácia a todas as demais regras existentes no país. Nela temos estabelecidas regras de convívio social e regras jurídicas que asseguram liberdade, direitos e deveres aos cidadãos (BOMFIM, 2021). https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3704 UNIDADE 1 18 Ela é conhecida como Lei Maior, ou seja, está no topo da pirâmide, como ilustra Hans Kelsen, como pode-se observar na figura 3. Isso serve não apenas para o Direito do Trabalho, mas para todas as áreas do Direito. CONSTITUIÇÃO FEDERAL LEIS COMPLEMENTARES LEIS ORDINÁRIAS RESOLUÇÕES MEDIDAS PROVISÓRIAS E LEIS DELEGADAS Figura 3 - Pirâmide de Kelsen / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: apresenta uma pirâmide dividida em camadas onde cada uma retrata as principais fontes do Direito Constitucional, sendo elas: Constituição Federal, Leis Complementares, Leis Ordinárias, Medidas Provisórias e Leis Delegadas, por fim, Resoluções. Nossa Constituição tem como objetivo, além de trazer as regras que regulamen- tam todas as áreas do Direito, mas estrutura como funciona e funcionará toda a nossa sociedade. Por mais que ela já tenha mais de 30 anos, é a melhor Constitui- ção que tivemos ao longo da História e está extremamente atualizada. Os principais dispositivos constitucionais sobre Direito do Trabalho encon- tram-se no Capítulo II (Dos Direitos Sociais) de seu título II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais). O art. 7º da CF dispõe sobre direitos dos trabalhadores urbanos e rurais. O art. 8º trata de questões que são relacionadas ao Direito Coletivo do Trabalho, que será tratado na unidade quatro. O direito de greve também é assegurado pela Constituição em seu art. 9º. UNICESUMAR 19 Ainda dispõe no art. 10 a possibilidade de participação dos trabalhadores e empregadores nos colegiados dos órgãos públicos, em que seus interesses pro- fissionais ou previdenciários sejam objeto de discussão e deliberação. Por fim, o art. 11 traz sobre a eleição de representante de empregados nas empresas de mais de duzentos empregados. Quando se fala na criação de uma lei sobre Direito do Trabalho, esta é de competência exclusiva da União, ou seja, nem mesmo os municípios e os Estados poderão criar uma lei sobre o assunto. NOVASDESCOBERTAS A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é a lei suprema do Brasil. Para conhecer e saber o que é ou quais são os princípios da Constitui- ção Federal acesse o QR Code. Após a Constituição, temos as leis, que no sentido amplo da palavra significa o que está escrito. No conceito jurídico é a regra jurídica escrita, instituída pelo le- gislador por meio de um processo legislativo próprio, instituído pela Constituição Federal. Esse processo chama-se processo legislativo. “ Lei é toda regra escrita, abstrata, geral e permanente, com força coer-citiva sobre os agentes sociais, emanada do Poder Público compe-tente para produzi-la. Em sentido estrito, as leis emanam do Poder Legislativo e são san- cionadas e promulgadas pelo Presidente da República (BOMFIM, 2021, p. 58). O sistema jurídico brasileiro vigente possui uma extensa regulamentação legis- lativa do Direito do Trabalho, diferente do que se pode notar em outros países. UNIDADE 1 20 É tão importante e deve-se ficar atento a tal ponto, porque muitas pessoas que vão traba- lhar no Paraguai, por exemplo, acabam assinando seus contratos em território brasileiro, pois a legislação brasileira é muito mais vantajosa que a paraguaia. Isso é uma forma de burlar a legislação e, assim, conseguir obter vantagens sob o sistema. EXPLORANDO IDEIAS A Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-lei nº 5.452/1943) é o principal diploma legal que se tem em nosso país sobre o tema, Além dela existem outras leis esparsas (soltas) que regulamentam assuntos específicos. Podemos citar aqui como exemplos: a Lei nº 605/1949 (repouso se- manal remunerado e remuneração dos feriados); a Lei nº 4.090/1962 (gratificação natalina); a Lei nº 5.889/1973 (empregado rural), dentre outras. Já as leis comple- mentares sobre o Direito do Trabalho não são tão numerosas. Na sequência temos os decretos estes são expedidos pelo Poder Executivo (Presidente, governadores e prefeitos) enquanto as leis são emanadas do Poder Legislativo. O Executivo também pode emitir portarias, avisos, instruções nor- mativas, normas regulamentares e circulares (BOMFIM, 2021) Já as sentenças normativas são aquelas proferidas nos dissídios coletivos, onde a vigência máxima é de quatro anos (art. 868, parágrafo único da CLT). Elas criam normas genéricas, impessoais e abstratas para a categoria a que se destinam.Nor- malmente se aplicam apenas sobre a base territorial dos sindicatos dissidentes. As convenções e acordos coletivos são espécies de negócio jurídico de vigên- cia temporária máxima de dois anos, como traz o art, 614, parágrafo 3º da CLT. São pactos coletivos extrajudiciais que estabelecem normas de caráter abstrato e impessoal, efetuados entre o sindicato representativo da categoria econômica (empregadores) e o sindicato representativo da categoria profissional (emprega- dos) - convenção coletiva, ou entre o sindicato da categoria profissional e uma ou mais empresas (acordo coletivo), em que se estabelecem condições de trabalho que atingem os integrantes daquelas categorias convenentes, na base territorial dos respectivos sindicatos, durante o período de vigência nele ficado, limitado pela lei. UNICESUMAR 21 O costume é a adoção reiterada de uma determinada postura jurídica, em uma certa época, por um determinado grupo. Normalmente é um fenômeno que não tem a intervenção do Estado. Por fim, mas não menos importante, temos a jurisprudência, que são deci- sões reiteradas (repetidas) dos tribunais sobre determinado assunto e podem ser utilizadas como fundamento para ações que tenham o mesmo assunto. Cabe-nos ainda falar sobre a aplicabilidade da lei. Esta é entender onde e como a lei pode ser aplicada em sociedade. Esta pode ser de duas formas: no tempo e no espaço. A primeira diz respeito a conhecer se a lei já está em vigência ou se ela foi revogada, ou seja, se ela já nasceu digamos assim e se ela morreu. Já a segunda diz respeito aos lugares em que a lei poderá ser aplicada. No caso da lei brasileira, esta pode ser aplicada em todo o território nacional e também nas extensões do nosso território, que são, embaixadas, consulados, aeronaves e embarcações de nacionalidade brasileira. Finalizado o que são as fontes e sua aplicabilidade cabe-nos falar sobre um outro tema específico que, para alguns autores, que se dividem e, por isso, não nos cabe aqui nomear cada um deles, que são os princípios do Direito do Trabalho. UNIDADE 1 22 Visto isso, passamos para os PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO, e aqui nos atentamos exclusivamente aos que são relacionados ao Direito do Trabalho: 1º) Princípio da prevalência da condição mais benéfica ao trabalhador: toda circunstância mais vantajosa em que o empregado se encontrar habitual- mente prevalecerá sobre a situação anterior, seja oriunda de lei, do contrato, regi- mento interno ou norma coletiva. Se for concedido, de forma expressa, o requisito da habitualidade é desnecessário, pois a benesse é cláusula contratual ajustada pelas partes, não podendo o empregador descumprir o pacto. O Princípio da Prevalência da condição mais benéfica ao trabalhador, segundo o art. 486 da CLT: “ Art. 468. Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a altera-ção das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia (JUSBRASIL, online). UNICESUMAR 23 2º) Princípio da norma mais favorável ao trabalhador: deriva do princípio da proteção ao trabalhador e pressupõe a existência de conflito de normas apli- cáveis a um mesmo empregado. Assim, deve-se optar pela norma que for mais favorável ao obreiro, pouco importando sua hierarquia formal, ou seja, quando se notar a existência de mais de uma norma aplicável ao trabalhador, deve-se optar por aquela que for mais favorável a ele, sem considerar a hierarquia das normas. 3º) Princípio da primazia da realidade: neste princípio temos que prevalecer os fatos sobre os documentos apresentados. Importa o que de fato aconteceu e não o que está escrito. Este destina-se a proteger o trabalhador, visto que o empre- gador com uma considerável facilidade, poderia obrigá-lo a assinar documentos que são contrários aos fatos e aos seus interesses. Veja o exemplo: João Carlos trabalha na empresa X e recebe mensalmente R$ 3.200,00 por mês. Contudo, em seus contracheques consta apenas o valor do salário mínimo, e a diferença acaba sendo paga "por fora". Se for comprovado o valor do real salário pago, tal fato prevalecerá sobre os recibos salariais. 4º) Princípio da intangibilidade e da irredutibilidade salarial: tal princípio tem previsão na Constituição Federal em seu art. 7º, VI e no art. 468 da CLT. A intangibilidade significa uma proteção aos salários contra descontos não previs- tos em lei. Ela tem como fundamento a proteção do salário do trabalhador contra seus credores (BOMFIM, 2021). Suas exceções têm previsão legal, como, por exemplo: pagamento de pensão alimentícia, dedução do imposto de renda, con- tribuição previdenciária, empréstimos bancários, entre outros. Temos que lem- brar que o salário é irredutível, como dispõe o art. 7º, VI da CF, salvo convenção coletiva ou acordo coletivo que autorize a redução. Pode ser que a contraprestação recebida pelo empregado seja paga em pecúnia ou ainda in natura. Em nenhum dos casos podem ser reduzidas, a não ser por convenção ou acordo coletivo. Tal ponto tem como objetivo a estabilidade econômica do trabalhador, que não pode passar por oscilações e nem mesmo assumir o risco de realização da atividade. UNIDADE 1 24 Legislação trabalhista: as regras relacionadas ao direito do trabalho são criadas a partir de problemas enfrentados na própria relação de trabalho. Ou seja, identifica-se os pro- blemas no ambiente de trabalho, de forma genérica, a fim de possibilitar a criação de uma norma que evite problemas maiores. Intangibilidadeou irredutibilidade: o salário do empregado não pode ser reduzido por simples vontade do empregador. Ele não pode repassar aos empregados problemas fi- nanceiros pelos quais está passando, uma vez que ele resolveu ser empregador. EXPLORANDO IDEIAS 5º) Princípio da continuidade da relação de emprego: a regra geral é que o contrato de trabalho seja por tempo indeterminado e a exceção é o contrato por prazo determinado. Por essa razão, em seu art. 29 a CLT traz que o contrato por prazo determinado precisa ser expresso. Não havendo nenhuma comprovação do ajuste de vigência do pacto feito entre empregado e empregador, a presunção é que o contrato é indeterminado. A população em geral busca a segurança e a estabilidade econômica, o que acarreta a presunção de que todos desejam uma colocação no mercado para ter a oportunidade de trabalho. Isso porque o desem- prego assusta e traz instabilidade econômica (BOMFIM, 2021). 6º) Princípio da inalterabilidade contratual in pejus: o contrato faz lei entre as partes, ou seja, as partes estão obrigadas a cumprir o contrato, não podendo assim alterar suas cláusulas livremente no decorrer da relação. Além disso, no Direito do Trabalho o contrato faz lei entre as partes. Todavia, a livre manifestação de vontade é mitigada, pois a autonomia das partes está vinculada aos limites da lei. Assim verifica-se que as partes podem pactuar cláusulas iguais ou melhores para o empregado, do que a legislação, mas nunca contra a lei ou nas normas coletivas vigentes (art. 444 da CLT). A CLT veda a alteração, ainda que bilateral, quando prejudicial ao empregado (art. 468 da CLT). É válida qualquer alteração, seja ela unilateral ou bilateral, desde que não cause prejuízo ao trabalhador, como pode acontecer com a jornada de trabalho, por exemplo. Nesse caso não se deve levar em consideração as situações que ocorreram em virtude da pandemia do Covid-19. UNICESUMAR 25 Contudo, a Lei nº 13.467/2017 permitiu algumas alterações contratuais, mesmo que estas fossem prejudiciais ao empregado, como podemos citar: a) A possibilidade de alterar o contrato, que antes era executado de forma presencial para telepresencial, mediante um ajuste que deve ser feito por escrito, de acordo com o art. 75-C da CLT e a alteração unilateral do trabalho telepresencial para presencial, desde que haja um aviso prévio de 15 dias. b) Autorização indireta para alteração do trabalho contínuo para trabalho intermitente, desde que por ajuste escrito (art. 452-A da CLT). c) Redução ou supressão de direitos pela flexibilização dos direitos traba- lhistas por meio das normas coletivas (art. 611-A da CLT). d) Supressão da gratificação de função de confiança mesmo após dez anos, caso o empregado seja revertido ao cargo efetivo (art. 468, parágrafo 2º da CLT). e) Autorização de renúncia ou transação feita por empregado que ganhe salário igual ou maior que duas vezes o valor máximo do benefício pre- videnciário e possua diploma de curso superior em relação aos direitos previstos nas normas coletivas ou acerca dos direitos previstos no art. 611-A da CLT (art. 444, parágrafo único da CLT). f) Retirada da natureza salarial é permitida a supressão do auxílio-alimen- tação, do abono, das ajudas de custo, de diárias de viagem ou do prêmio por determinação do empregador que antes os concedida por liberalidade (art. 457, parágrafo 2º da CLT). g) Retirada da natureza salarial das gratificações, salvo a de natal (art. 457, parágrafos 1º e 2º da CLT), mas ainda é uma matéria controvertida (BRA- SIL, 2017). 7º) Princípio da irrenunciabilidade: pela regra geral o empregado não pode, antes de sua admissão, no decorrer do contrato ou após o seu término, renunciar seus direitos trabalhistas, seja de forma escrita ou expressa (BOMFIM, 2021). Isso porque as normas trabalhistas possuem natureza de ordem pública, cogentes, imperativas, sendo assim, irrenunciável pelo empregado. UNIDADE 1 26 8º) Princípio da boa-fé: ele pressupõe que todos devem se comportar de acordo com um padrão ético, moral, de confiança e lealdade que se espera de uma pessoa comum. Para Gustavo Garcia (2018) as partes contratantes devem se comportar de forma adequada, mesmo que isto não esteja previsto expressamente na lei ou no contrato. É considerada uma "norma de conduta", determinando como as partes devem agir. Essa boa-fé deve estar presente no ato da contratação, na execução e na extinção do contrato de trabalho. Com isso, todo ato praticado com má-fé deve ser punido pela abusividade (art. 187 do CC) e repelido pelo direito, sendo assim declarado nulo. Feito isso, visto os princípios que não são considerados fontes diretamente para alguns autores cabe-nos agora trazer uma grande e importante diferenciação entre trabalho e emprego, que muitas pessoas acreditam ser a mesma coisa, mas não são, possuindo assim características próprias, como veremos na sequência. Visto as fontes e os princípios do direito do trabalho, cabe-nos aqui falarmos também sobre a diferença entre relação de emprego e relação de trabalho para que as demais unidades fiquem claras e sejam de fácil compreensão a vocês. UNICESUMAR 27 A relação de trabalho é o gênero, sendo o grande círculo, ou seja, nele fazem parte todos os empregados e as espécies de trabalhadores. A relação de emprego é uma espécie, ou seja, dele fazem parte apenas as espécies de empregados.X Figura 4 - Relações de trabalho e Relações de emprego / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta dois círculos representando as diferenças entre a relação de emprego e relação de trabalho. A relação de trabalho é o gênero, sendo o grande círculo, ou seja, nele fazem parte todos os empregados e as espécies de trabalhadores. Já a relação de emprego é uma espécie, ou seja, dele fazem parte apenas as espécies de empregados. A reestruturação sofrida por uma organização empresarial pode ser repassada aos em- pregados que dela já fazem parte, reduzindo salários, retirando adicionais, impactando diretamente no rendimento das atividades por eles realizadas? PENSANDO JUNTOS UNIDADE 1 28 RODA DE CONVERSA Vamos conversar sobre a evolução do direito trabalhista. A origem, um resumo dessa história. Acesse o podcast para você ouvir como surgiu o direito do trabalho no mundo. Va- mos lá? Com os conteúdos que foram aqui tratados, verifique a situação do Andrei que apresentamos na problematização. Nos deparamos com dois problemas: 1º) alte- rou o adicional que ele recebia de periculosidade para insalubridade; 2º) diminuiu seu salário-base consideravelmente. Imagine que essa problemática acontece na empresa que você trabalha, ou seja, no seu ambiente profissional. A partir desse momento, 29 A partir do que foi apresentado na unidade elabore um mapa mental demonstrando como ficam os princípios do direito do trabalho e sua organização dentro deste ramo tão peculiar e que possui suas particularidades. Veja que em nosso material não esgotamos todos os princípios, sendo que você pode trazer outros diferentes do que estão postos aqui. Como palavras-chave você tem: inalterabilidade; contratual; lesiva. 2Contrato de Trabalho e Formalização Professor(a): Me. Mariane Lopes Nesta unidade, verificaremos como funciona o Contrato de Trabalho e como ele causou um grande impacto na sociedade e na forma de se comportar. Ao surgir na década de 40, serviu como uma forma de regu- lamentar as relações de trabalho e assim garantir melhores condições de trabalho para todos. Deve-se apenas lembrar que a sociedade naquela época tinha uma organização diferente, bem como os direitos que lhe foram proporcionados também eram diferentes. Aqui verificaremos as formas de contrato de trabalho e a diferença entre eles. Na sequência, passaremos a ver os requisitos que devem constar naqueles que entende- mos como empregado. Isso porque nem todo trabalhador é empregado, mas todo empregado é trabalhador. Por fim, veremos a diferença entreremuneração e salário e as verbas que compõem a mesma. 32 UNIDADE 2 Quando nos deparamos com as mudanças sofridas em sociedade, muitas foram as alterações com o passar dos anos e não seria diferente com o contrato de tra- balho. Em razão da evolução, mudanças no comportamento, alterações da forma de se prestar um serviço, o Direito do Trabalho precisou ser modificado. Imagine a seguinte situação: Carla Pelegrini trabalhou por 15 anos em uma empresa, desenvolvendo a atividade de gerente de relacionamento com o usuário. Após esse período a empresa identificou que não havia mais necessidade das ati- vidades desenvolvidas por Carla, considerando que o perfil de seus clientes agora era moderno, mais atualizado e precisaria de alguém que estivesse mais conectado com esse novo público, buscando atender mais prontamente suas necessidades e expectativas sobre a compra de um produto ou serviço. Com isso, Carla acabou dispensada das atividades até então desempenhadas na empresa. Devido a sua idade, se recolocar no mercado de trabalho não era algo tão sim- ples e também não estava fácil. Após inúmeras tentativas de emprego, por conta da idade avançada, não conseguiu uma recolocação no mercado de trabalho. Ao procurar uma atividade laboral viu uma oportunidade de emprego que di- zia: “Vaga aberta para realização de atividades ligadas a atendimento online para consumidores de produtos de beleza: CONTRATO INTERMITENTE”. Como não sabia o que era esse contrato intermitente, se candidatou a vaga, tendo sido aprovada. Neste momento, Carla acreditava que voltaria a ter um salário, ainda que fosse mínimo, que teria os benefícios de uma relação contratual, bem como todas as demais seguranças da relação de trabalho. Ao longo dos anos pode-se perceber que o contrato de trabalho teve grande impacto. Com a pandemia do COVID-19 e também o estado de calamidade pública que aconteceu no ano de 2020, as relações de trabalho foram diretamente impactadas, mas que já estavam na lista de alterações a serem realizadas pelo governo federal. O contrato intermitente é uma dessas novas modalidades que foi trazida pela Reforma. UNICESUMAR 33 Como se pode perceber, Carla desconhecia a existência dessa nova modali- dade e suas características. Ao se candidatar para a vaga, acreditava que teria os mesmos direitos que tinha na empresa anterior. Quando foi informada sobre o funcionamento da modalidade do contrato intermitente, tais mudanças acaba- ram sendo uma decepção a ela, que precisava de alguma forma para se manter, bem como sua família. Para iniciarmos então este assunto e, já que falaremos sobre contrato de tra- balho na unidade, proponho que faça uma pesquisa e levante dados entre as em- presas locais, verificando se o contrato intermitente vem sendo utilizado, e se ele se tornou uma realidade dentro das organizações, independente do seu tamanho. Neste momento te convido para refletirmos alguns pontos como: O contrato de trabalho trouxe mudanças significativas para a nossa sociedade? Trouxe mu- danças que eram necessárias e foram apenas aceleradas com a pandemia mun- dial? Registre suas opiniões no diário de bordo para que possa refletir sobre o assunto ao longo desta unidade. 34 UNIDADE 2 A partir do problema demonstrado abordaremos aqui os conceitos relacionados ao CONTRATO DE TRABALHO E FORMALIZAÇÃO e que merecem nossa atenção. A denominação que se utilizava antes da Legislação Trabalhista era Locação de Serviços. Contudo, com o nascimento do Direito do Trabalho, algumas expres- sões passaram a ser utilizadas como contrato de indústria e contrato operário e mais tarde para contrato de salário e ainda de contrato corporativo. Com a Lei nº 62, de 5 de junho de 1935 passou a se falar em contrato de trabalho, que é utilizado até hoje. Alguns autores como Orlando Gomes (2003), Martins Catharino (1972) e Sérgio Pinto Martins (2001) entendem que a expres- são correta a ser utilizada é contrato de emprego, sendo restrita a empregado e empregador, e não contrato de trabalho. O art. 442 caput traz que o contrato individual de trabalho é um acordo tácito ou expresso e que corresponde a relação de emprego. Contudo tal conceituação é incompleta, pois faltam detalhes de como realmente funciona essa relação entre as partes. UNICESUMAR 35 Nas palavras de Orlando Gomes (1995, p. 118) “ Contrato de trabalho é a convenção pela qual um ou vários em-pregados, mediante certa remuneração e em caráter não eventual, prestam trabalho pessoal em proveito e sob direção de empregador. Para Délio Maranhão (1993) o Contrato de Trabalho é todo aquele pelo qual uma pessoa se obriga a uma prestação de serviço em favor de outra. Ou seja, é o negó- cio jurídico de direito privado pelo qual uma pessoa física, que é o empregado, se obriga à uma prestação pessoal, subordinada e não eventual de serviço, onde sua força de trabalho acaba sendo colocada a disposição de outra pessoa, que pode ser física ou jurídica, e que assumirá os riscos do empreendimento econômico, que é o caso do empregador, ou ainda de quem é a este legalmente equiparado, obrigando-se assim ao pagamento de uma contraprestação, que é o salário. O que se pode concluir aqui é que o Contrato de Trabalho acaba resultando da soma dos requisitos caracterizadores da relação de emprego, ou seja, é uma convenção expressa ou tácita, pela qual uma pessoa física presta serviços a outra (pessoa física ou jurídica) de forma subordinada e não eventual, mediante o pa- gamento de um salário e sem correr os riscos do negócio, de forma continuada. Cabe mencionar que, em nossa legislação são encontradas tanto a expressão contrato de trabalho quanto contrato de emprego. Contudo, a primeira é geral e a segunda é específica, ou seja, o correto é que seja utilizado contrato de emprego e relação de emprego para nos referirmos às relações que envolvem empregado e empregador. Isso porque quando se fala em relação de trabalho envolve qualquer espécie de trabalhador. Cabe dizer que o Contrato de Trabalho segue o modelo do chamado Contrato de Adesão, ou seja, é um contrato de modelo fechado, com as regras já estipuladas, alterando apenas a figura do empregado. Você consegue identificar se na sua empresa o contrato que você entra é nesse modelo? PENSANDO JUNTOS 36 UNIDADE 2 O Contrato de Trabalho tem natureza contratual e, para que tenha validade, al- guns elementos devem ser observados. São eles: a) agente capaz; b) objeto lícito, possível, determinado e determinável; c) forma prescrita ou não defesa em lei; d) manifestação de vontade livre e de boa-fé. Contrato Forma prescrita ou não defesa em lei Manifestação de vontade livre e de boa-fé Objeto lícito, possível, determinado ou determinável Agente Capaz Figura 1 - Elementos essenciais do contrato / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: A figura apresenta um esquema a fim de demonstrar os elementos essenciais do contrato. Ao centro em tamanho maior está escrito “Contrato”, e ligado a ele estão quatro elementos: “agente capaz”, “manifestação de vontade livre e de boa-fé”, “forma prescrita ou não defesa em lei” e “objeto lícito, possível, determinado ou determinável”. Quando falamos em agente capaz é que para que o sujeito faça parte do contrato de trabalho ele precisa ter a chamada Capacidade Plena, que é a Capacidade de Fato e a Capacidade de Direito no mesmo sujeito. A capacidade de direito é genérica, já a capacidade de fato é aquela em sentido estrito. UNICESUMAR 37 CAPACIDADE DE FATO CAPACIDADE DE DIREITO CAPACIDADE PLENA+ = Figura 2 - Capacidade do indivíduo / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: A figura apresenta 3 ilustrações de triângulos representando as capacidades. Da esquerda para a direita temos o primeiro triângulo apontando para cima com a escrita “Capacidade de fato”, e a seguir o segundo triângulo apontando para baixo com a escrita “Capacidade de direito”. O terceiro é uma junção das duas capacidades representado pela sobreposição dos doistriângulos (o de baixo apontando para cima e sobre ele o outro apontando para baixo) com a escrita “Capacidade plena”. Contudo, existem situações em que temos uma incapacidade civil, podendo ser relativa ou absoluta, e que passou por alterações com a Lei nº 13.146 de 2015, que é o Estatuto da Pessoa com Deficiência, e que entrou em vigor em 2016. Vamos ver então as alterações por ela proporcionadas. A incapacidade é uma falta de aptidão para se praticar pessoalmente atos da vida civil, podendo se encontrar nessa situação a pessoa que falte capacidade de fato ou de exercício, ou seja, que esteja impossibilitada de manifestar real e juri- dicamente a sua vontade (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2021). O Código Civil de 1916, em seu art. 5º, trazia que os absolutamente incapazes eram: a) Menores de dezesseis anos; b) Loucos de todo o gênero; c) Surdos-mudos, que não puderem exprimir sua vontade; d) Os ausentes, declarados tais por ato do juiz. 38 UNIDADE 2 Proporcionando uma modernização da legislação, o Código Civil de 2002 trouxe os seguintes indivíduos como absolutamente incapazes: a) Os menores de dezesseis anos; b) Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário dis- cernimento para a prática desses atos; c) Os que, por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Veja que no Código de 2002 já foi retirada a expressão “loucos de todo o gênero”, que era duramente criticado. Além disso, a ausência passou a ser tratada em um capítulo específico. Com a Lei nº 13.146 de 2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência) houve uma verdadeira reconstrução jurídica. Ela retirou a pessoa com deficiência da categoria de incapaz. Ou seja, a pessoa com deficiência tem impedimento de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, mas a deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa. Assim ela passa a ser considerada legalmente capaz. Com isso, o art. 3º do Código Civil de 2002, que dispõe sobre os absolutamen- te incapazes, teve todos os seus incisos revogados, mantendo-se como única hi- pótese de incapacidade absoluta a do menor impúbere, que é o menor de 16 anos. Quando se fala na relação de emprego, essa é a possibilidade que a legislação não per- mite a realização de um contrato de trabalho, salvo na possibilidade do menor aprendiz, desde que observado os critérios exigidos pela legislação, onde o menor deve ser assisti- do por alguém a fim de garantir que seus direitos sejam preservados. EXPLORANDO IDEIAS Entre a incapacidade absoluta e a capacidade plena, existem pessoas situadas numa zona intermediária, pois não gozam de uma total capacidade de discerni- mento e autodeterminação (GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2021). São os chamados relativamente incapazes. UNICESUMAR 39 No Código Civil de 1916, em seu art. 6º, eram considerados relativamente inca- pazes: a) Os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos; b) Os pródigos; c) Os silvícolas. Com a vigência do Código Civil de 2002, passaram a ser considerados como relativamente incapazes: a) Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; b) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência men- tal, tenham o discernimento reduzido; c) Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; d) Os pródigos. Todavia, o Estatuto da Pessoa com Deficiência acabou suprimindo a menção à pessoa com deficiência mental, passando a prever somente “os ébrios habituais e os viciados em tóxico” e alterou também onde se disponha “os excepcionais, sem desenvolvimento men- tal completo”, passando a tratar exclusivamente das pessoas que, “por causa transitória ou permanente, não possam exprimir a sua vontade” EXPLORANDO IDEIAS 40 UNIDADE 2 São os sujeitos relativamente incapazes que podem se beneficiar com a emancipa- ção. Ela é possível em virtude de autorização dos representantes legais do menor ou do juiz, ou pela superveniência de fato a que a lei atribui força para tanto. Ela pode ser de três formas: 1ª) voluntária: que ocorre pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, inde- pendentemente de homologação judicial; 2ª) judicial: é aquela concedida pelo juiz, ouvido o tutor. Veja que nessa possibilidade pressupõe-se a falta de ambos os pais, motivo pelo qual a emancipação somente se dará pela via ju- dicial, diferente da modalidade anterior; e, por fim, 3ª) legal: esta pode ser pelo casamento, pelo exercício de em- prego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior; e pelo estabelecimento civil ou comercial, ou a exis- tência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. Nessa última possibilidade de emancipação é preciso deixar claro que, a existência de uma relação de emprego a partir dos dezesseis anos, apesar de ser proibida em trabalho noturno, perigoso ou insalubre, é possível faticamente, mesmo que ainda seja difícil imaginar que com essa idade alguém consiga um posto de trabalho que lhe permita economia própria. A emancipação não se adquire com a celebração do contrato de trabalho, devendo con- correr outro requisito, que é a existência de economia própria, o que faz com que os contratos de aprendizagem sejam descartados, bem como os de jornada a tempo parcial, que admitem contratação com remuneração por valores inferiores ao salário mínimo. EXPLORANDO IDEIAS UNICESUMAR 41 Uma questão que deve ser mencionada e é de suma importância diz respeito à prova da emancipação legal pela existência da relação de emprego. A celebração de um contrato de trabalho subordinado com um menor exige, para sua regula- ridade, alguns requisitos formais. Por ser menor, é necessário a assistência para a formalização do contrato. Nesse caso a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), devidamente assinada, seria o documento hábil para compro- vação da emancipação legal. Caso o contrato tenha sido celebrado sem a devida assistência ou sem a assinatura da CTPS o menor não deve ser considerado emancipado, exigindo-se a assistência de seus pais para a prática de atos jurídicos em geral ou, na falta destes, do Ministério Público do Trabalho, em eventuais reclamações trabalhistas. Com relação ao objeto do contrato de trabalho este não pode ser contrário à lei, à moral, aos princípios de ordem pública e aos bons costumes. Caso o objeto do contrato constitua uma atividade ilícita, criminosa ou contrária aos bons cos- tumes, será nulo de pleno direito, por falta de um dos requisitos essenciais para a validade do ato (art. 104 do Código Civil). 42 UNIDADE 2 Quando se depara com uma situação em que o objeto da relação é ilícito, nada é devido ao empregado, nem mesmo os salários, pois não se pode “compen- sar” trabalho ilícito se o empregado dele participou diretamente. Veja o esquema abaixo que lhe auxiliará na compreensão: OBJETO ILÍCITO 1. Empregado não sabe e não contribui: tem todos os direitos 2. Empregado sabe, mas não contribui Só salários Nada recebe 3. Empregado sabe e contribui: nada recebe (nulo) 4. Empregado não sabe e contribui: todos os direitos Figura 3 - Objeto Ilícito / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: Na imagem traz um fluxograma com as situações que podem acontecer quando se tem, no contrato, um objeto ilícito. Ligados ao objeto ilícito saem quatro flechas com as seguintes situações: 1º) o empregado não sabe que o objeto é ilícito e não contribui na relação da ilicitude. Per- manece com todos os direitos trabalhistas; 2º) empregado sabe da atividade ilícita, mas não contribui para a mesma. Desta situação saem duas situações onde pode só receber salário ou então não recebe nada; 3º) empregado sabe e contribui. Nesse caso não recebe nada e o contrato é considerado nulo; 4º) o empregado não sabe e contribui. Nesse caso ele tem todos os direitos. UNICESUMAR 43 Para finalizarmos sobre o objeto do contrato, não se pode confundir trabalhoilícito, como no caso dos jogos de azar, de trabalho proibido. O primeiro não produz nenhum efeito, visto que viola os valores de moralidade, legalidade, con- trário ao direito e à ordem pública. O empregado não tem direito nem mesmo aos salários ainda não pagos. Já no trabalho proibido o contrato produz alguns efeitos. Alguns exemplos de contrato com objeto ilícito: o médico que faz o aborto ilegal em clínicas especializadas; o contrabandista de uma empresa de turismo ou de animais em extinção; os que trabalham em rinhas de galo com vendas de rifas; o trabalhador que exerce ilegalmente alguma profissão sem a necessária formação profissional ou administrativa. Visto toda essa parte introdutória com relação aos contratos, passaremos a fa- lar sobre os contratos de trabalho e suas espécies. Passaremos assim a compreen- der melhor a problematização tratada no início. Temos dois tipos de contratos: por tempo determinado e por tempo indeterminado. Por que não é correto dizer-se contrato por prazo determinado? A expressão ora em discussão pode ser encontrada no texto da CLT e, para além disso, é de uso muito frequente na linguagem forense. Apesar de todo o uso reiterado, se anali- sarmos cuidadosamente essa construção linguística, mesmo que você não seja do Direito, perceberá que há nela uma imensa redundância. Você perceberá que todo “prazo” é, em essência, um lapso temporal “determinado” quanto à sua extensão e que, em rigor, não há um “prazo determinado”, mas apenas um “prazo”. O pior é fazer a relação da palavra “prazo” com “indeterminado”. Quando há um prazo, haverá ali um tempo. Dessa forma, a expressão “contrato por PRAZO determinado” acaba pecando na redundância, enquanto “por PRAZO indeterminado” acaba sendo criticável por revelar uma contradição. Em ter- mos comparativos, a expressão “contrato por prazo determinado” seria algo como um “suba lá em cima” ou “desça lá embaixo”; e o “contrato por prazo indeterminado” seria o equivalente das incongruentes “suba lá embaixo” ou “desça lá em cima”... Assim, o melhor a se dizer é “contrato por TEMPO determinado” ou “contrato por TEMPO indeterminado”. Fonte: Gagliano; Pamplona Filho (2021). EXPLORANDO IDEIAS 44 UNIDADE 2 Em razão do princípio da continuidade da relação de emprego, que analisamos na unidade anterior, a regra geral é que, como o contrato não se exaure em uma única prestação, a regra geral é que o contrato seja por tempo indeterminado. Para Vólia Bomfim (2021) o contrato por tempo determinado seria prejudi- cial ao empregado, seja por impedir sua inserção na empresa de forma permanen- te, seja por discriminá-lo frente aos demais empregados “efetivos” pois normal- mente o empregador dispensa tratamento distinto aos efetivos e aos temporários. Quando o empregado é contratado por prazo determinado ou a termo traz a ele uma certa insegurança, pois sabe que seu contrato tem uma data final. Com isso ele acaba buscando o tempo todo uma nova colocação no mercado de trabalho. O contrato com tempo determinado deve ser feito de forma expressa, po- dendo assim ser escrito ou verbal. Deve ser comunicado ao empregado o tempo de duração, pois a finalidade é que as partes contratantes tenham conhecimento do prazo de vigência do contrato para não serem surpreendidas com o término, sem qualquer aviso prévio. UNICESUMAR 45 Para Valentin Carrion (2004) e Amauri Mascaro Nascimento (2005) o ajuste deve ser expresso sob a forma escrita, não sendo admitida a forma oral, sob o argumento de que qualquer cláusula especial do contrato deve obrigatoriamente ser anotada na CTPS, de acordo com o art. 29 da CLT. Já para Maurício Godi- nho Delgado (2004) alguns contratos devem ser celebrados de forma escrita, tais como o de atleta profissional (Lei nº 9.615/1998), artista profissional (Lei nº 6.533/78), trabalho temporário (Lei nº 6.019/74), contrato provisório (Lei nº 9.601/98), contrato intermitente (art. 452-A da CLT). O que não se admite aqui é o contrato a termo tácito, ou seja, aquele realizado entre as partes onde se presume confiança entre as partes, não há nada que com- prove essa relação. Isso porque pode ser prejudicial ao empregado. FORMA EXPRESSA ESCRITA OU ORAL ESCRITA EXPRESSA OU TÁCITA Figura 4 - Formas de realização do contrato / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: Na imagem tem-se as formas de realização do contrato dispostas em um fluxo- grama. Como ponto de partida temos a Forma, que pode ser dividida em duas: expressa ou tácita; e a expressa que subdivide-se em: escrita ou oral ou somente escrita. 46 UNIDADE 2 O contrato de trabalho por tempo determinado é “o contrato de trabalho cuja vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada” (§1º do art. 443 da CLT) (BRASIL, 1943). A CLT estabelece quais são as hipóteses em que é possível a celebração do contrato de trabalho por prazo determinado. Caso não seja cumprido o estabe- lecido, o contrato passará a ser por prazo indeterminado. Tal pacto laboral pode ser celebrado verbalmente. O ideal é que ele só fosse estabelecido por escrito, evi- tando, assim, fraudes na contratação. O término do pacto por tempo determinado pode ser medido em razão do número de dias, semanas, meses ou anos, ou em relação a certo serviço específico, como o término de uma obra ou, se for possível fixar aproximadamente, quando houver o término de uma colheita, que se realiza periodicamente em certas épocas do ano (MARTINS, 2011; BOMFIM, 2021). As possibilidades de realização do contrato por tempo determinado são: a) Serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo, b) Atividades empresariais de caráter transitório, c) Contrato de experiência (§2º do art. 443 da CLT). Serviço de natureza transitória é o que é breve, efêmero, temporário. Fala-se aqui em serviço transitório e não de atividade empresarial de caráter transitório. São considerados por tempo determinado os seguintes contratos: de safra (parágra- fo único do art. 14, da Lei nº 5.889/73); de atleta profissional (art. 30 da Lei nº 9.615/98); de artistas (art. 9º da Lei nº 6.533/78); de técnico estrangeiro (Decre- to-lei nº 691/69); de obra certa (Lei nº 2.959/56); de aprendizagem (art. 428 da CLT, da Lei nº 9.601/98, com alterações da Portaria nº 789/2014). Quando a data final do contrato por tempo determinado for feriado, do- mingo ou um dia não útil não poderá ser prorrogado para o dia seguinte. Caso isso seja feito, o contrato se tornará obrigatoriamente por tempo indeterminado. Sendo assim, fique atento aos contratos que são realiza- dos dentro da organização empresarial em que você trabalha. UNICESUMAR 47 O contrato por tempo determinado não pode ter um prazo superior a dois anos. Ainda que o trabalho seja prorrogado, não se pode exceder o prazo de dois anos, devendo ser observado o art. 451 da CLT. Quando se fala em prorrogação, nada mais é do que uma continuidade do contrato, não sendo um novo contrato. Logo, não poderia haver a prorrogação do contrato de trabalho por tempo deter- minado fixado em dois anos por igual período, ou seja, por mais dois anos. Nesse caso, teremos um contrato de trabalho por prazo indeterminado. Cabe falarmos aqui sobre o contrato de experiência, que pode ser chamado também de período de experiência. Há uma diferença entre esse tipo de contrato e o chamado contrato de aprendizagem. No primeiro é quando se testa o empre- gado naquela função, verificando se ele atenderá às expectativas do empregador. Já o segundo é quando o empregado busca fazer uma associação entre o que está aprendendo na teoria com a prática. Também é necessário diferenciar o contrato de experiência com o contrato temporário. No primeiro o prazo máximo de vigência é de 90 dias, enquanto no segundo são 3 meses. O primeiro é a verificação da possibilidade do empregado atender as necessidades do empregador para aquela função;já o segundo diz respeito à necessidade transitória de substituição regular e permanente do pessoal da tomadora ou a acréscimo extraordinário de serviços. Esse tipo de contrato também deve ser anotado na CTPS (Carteira de Tra- balho e Previdência Social) dando ao empregado todos os direitos e obrigações relacionados ao acordo realizado. Todavia, de acordo com o art. 456 da CLT a anotação na CTPS não é um requisito essencial, podendo assim o contrato ser celebrado de forma verbal e sendo provado por qualquer meio de prova. De acordo com o art. 451 da CLT, esse contrato também pode ser prorrogado uma única vez, não podendo exceder o prazo de 90 dias. Se ele for prorrogado, passará a ser um contrato por tempo indeterminado. Visto isso, passaremos a tratar do contrato intermitente, que foi acrescentado pela Lei nº 13.467/2017 ao art. 452-A e seguintes da CLT, alterando também o art. 443. Posteriormente, a MP nº 808/2017 alterou substancialmente esse contrato, mas a referida Medida Provisória perdeu sua eficácia em 23/04/2018, tendo pro- duzido efeitos no período de sua vigência. 48 UNIDADE 2 Esse tipo de contrato é aquele que alterna períodos de atividade e inatividade, ou seja, períodos de trabalho e períodos de não trabalho, sendo o último não computado e nem remunerado. A maior característica desse contrato é a impre- visibilidade do trabalho, dos períodos de serviço efetivo e de inação (BOMFIM, 2021). Esse tipo de contrato pode ser chamado também de contrato-zero, que é onde o empregado será admitido, com carteira assinada, para não trabalhar, até que, quem sabe um dia seja chamado para o trabalho. São esses pontos que Carla precisará compreender no momento em que se candidatou a vaga. De acordo com o art. 443, parágrafo 3º da CLT: “ Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é con-tínua, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do emprega- do e do empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação própria. O contrato intermitente foi replicado para a legislação brasileira de um modelo existente em outros países. PENSANDO JUNTOS UNICESUMAR 49 Pelo art. 452-A da CLT o contrato deve ser celebrado por escrito, anotado na CTPS, e deve garantir ao em- pregado o valor da hora de serviço nunca inferior ao salário mínimo-hora ou dia ou aquele que é pago aos demais empregados do estabelecimento que exercerem a mesma função, sejam intermitentes ou não. Essa nova modalidade gerou insegurança, pois não tem nenhuma garantia da quantidade mínima de tra- balho por mês o de quantos meses irá trabalhar no ano e, ainda que fique a disposição dos chamados do em- pregador, tal período não é computado como tempo de serviço, não sendo aplicada pelo período de inatividade o disposto no art. 4º da CLT, podendo ainda trabalhar para outros empregadores. Para que o empregado intermitente execute o servi- ço, basta que o empregador o convoque, por qualquer meio eficaz, para a prestação de serviços, noticiando a jornada, que não poderá ser superior à legal, sempre com uma antecedência mínima de 3 dias corridos (art. 452- A, parágrafo 1ª da CLT). Uma vez que a convocação é recebida, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder, presumindo o silêncio como uma recusa. A recusa não descaracteriza a subordinação inerente ao vínculo de emprego. Uma vez que a proposta for aceita, aquele que descumprir in- justamente pagará à outra parte, em trinta dias, a cláu- sula penal equivalente a 50% da remuneração que seria devida, permitida a compensação. (art. 452-B, CLT). Consumido o trabalho, o empregador fará o paga- mento de imediato, na data acordada das parcelas pre- vistas no parágrafo 6º do art. 452-B da CLT. 50 UNIDADE 2 O parágrafo 8º do art. 452-A da CLT prevê a obrigatoriedade do empregador em fornecer ao empregado intermitente o comprovante do recolhimento do FGTS e da Previdência Social. O empregador deverá conceder férias de um mês, ou seja, não deverá convo- car o empregado para trabalhar no período concessivo das férias. A questão aqui é que não se explicita como será computado o período aquisitivo. A sugestão dada por Vólia Bomfim (2021) é que a contagem se faça pela data de aniversário de vigência do contrato. O cálculo do valor do pagamento das férias proporcionais + ⅓ e do décimo terceiro proporcional deve ser efetuado de forma similar àquela aplicada aos trabalhadores avulsos, que também trabalham de forma intermiten- te, mas não são empregados. Daí surge a dúvida: o pagamento será feito no primeiro dia útil após o último dia da pres- tação de serviços ou dez dias depois? Quando se fala na periodicidade do pagamento esta não pode ser superior a 30 dias, na forma do art. 459 da CLT. Não se admite, de forma expressa na lei, o salário complessivo, que é aquele pago em uma única rubrica, ou seja, aquele que engloba diversas parcelas num único título, sem discriminar valores de cada parcela paga. PENSANDO JUNTOS UNICESUMAR 51 Além dos direitos previstos nos incisos I a V do parágrafo 6º do art. 452-A da CLT (pagamento das horas trabalhadas no período, férias proporcionais + ⅓ relativas ao tempo trabalhado, 13º proporcional dos dias trabalhados, RSR e adicionais), os demais direitos trabalhistas devem ser estendidos aos empregados intermitentes, apesar de não mencionados no parágrafo 6º, como vale-transporte, salário-família e benefícios estendidos aos demais empregados contínuos. Assim os incisos são exemplificativos e não taxativos. E no caso da empregada que engravida nesse período de inatividade? Terá estabilidade? Deverá ser convocada para o trabalho? Se ela engravidar no curso do trabalho efetivo, terá o direito a continuar trabalhando, mesmo que a convocação tenha sido expressa limitando o período de trabalho em apenas 10 dias? E no caso do empregado que registra sua candidatura a dirigente sindical no período de atividade ou inatividade é estável? Terá direito ao trabalho contínuo ou algum outro tipo de direito? PENSANDO JUNTOS 52 UNIDADE 2 Para esses questionamentos adotamos o posicionamento da professora Vólia Bomfim (2021) que recomenda que deve prevalecer a interpretação decorrente do PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR, ou seja, caso a nor- ma jurídica tenha mais de uma interpretação razoável, deverá optar por aquela que for mais favorável ao trabalhador. Podemos dizer que o período de inatividade é o intervalo temporal distinto daquele para o qual o empregado intermitente tenha sido convocado e tenha prestado serviços ao patrão, logo, inatividade é o período sem trabalho para aque- le empregador. Nas palavras de Vólia Bomfim (2021, p. 516), “por se parecer com um bisca- teiro, pode o intermitente trabalhar para outros tomadores, mesmo que atuem na mesma atividade econômica, isto é, que sejam concorrentes da empresa”. Acabou a regra imposta pelo revogado art. 452-G da CLT, que estabelecia até 31/12/2020 uma quarentena de 18 meses para que o empregador pudesse contratar ex-empregados como intermitentes, evitando assim a dispensa em massa para recontratação de forma precária. Após o fim da MP nº 808/2017, os empregadores podem demitir seus empregados e recontratá-los como intermi- tentes. O que se recomenda é que seja respeitado o prazo de 90 dias indicado pela Portaria nº 384/92 do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) para uma eventual contratação. Veja que aqui já destrinchamos os requisitos do contrato, que foram inclusive apresentados no case inicial da unidade. São eles: UNICESUMAR 53 Continuidade é aquela que o trabalho deve ser prestado de forma contínua, ou seja, aquele que realiza uma prestação de serviços de forma eventual não é empregado. O contrato de trabalho não é exaurido em uma única prestação de serviço. Isso porque há um trato sucessivo entre as partes, que irá perdurarpor um tempo. Onerosidade diz respeito ao contrato de trabalho não ser gratuito, mas sim oneroso. O empregado perceberá um salário pelos serviços prestados. Enquanto o empregado tem o dever de prestar o serviço o empregador tem de pagar os salários pelos serviços prestados. A única possibilidade da prestação de serviço de forma gratuita diz respeito ao trabalho voluntário, que não é foco do estudo. Subordinação é o requisito de maior relevância, pois o empregado deve seguir as determinações e orientações que são passadas pelo empregador. Estas devem ser dentro dos limites legais. Pessoalidade é que no caso do contrato de trabalho este será realizado com certa e determinada pessoa. O empregado não pode fazer a substituição por outra pessoa. Isso porque pode-se formar um novo vínculo. Além disso, não se pode falar em contrato de trabalho onde a figura do empregado seria de uma pessoa jurídica. Alteridade é que o empregado não assume os riscos da relação e por essa razão não pode ser repassado a ele os riscos de realização da atividade. C O S P A Figura 5 - Requisitos essenciais do contrato / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta um infográfico horizontal com os 5 requisitos essenciais do contrato. De cima pra baixo, são eles: Continuidade; Onerosidade; Subordinação; Pessoalidade; Alteridade. A continuidade é aquela que o trabalho deve ser prestado de forma contínua, ou seja, aquele que realiza uma prestação de serviços de forma eventual não é empregado. O contrato de trabalho não é exaurido em uma única prestação de serviço. Isso porque há um trato sucessivo entre as partes, que irá perdurar por um tempo. A onerosidade diz respeito ao contrato de trabalho não ser gratuito, mas sim oneroso. O empregado perceberá um salário pelos serviços prestados. Enquanto o empregado tem o dever de prestar o serviço o empregador tem de pagar os salários pelos serviços prestados. A única possibilidade da prestação de serviço de forma gratuita diz respeito ao trabalho voluntário, que não é foco do estudo. A subordinação é o requisito de maior relevância, pois o empregado deve seguir as determinações e orien- tações que são passadas pelo empregador. Estas devem ser dentro dos limites legais. A pessoalidade é que no caso do contrato de trabalho este será realizado com certa e determinada pessoa. O empregado não pode fazer a substituição por outra pessoa. Isso porque pode-se formar um novo vínculo. Além disso, não se pode falar em contrato de trabalho onde a figura do empregado seria de uma pessoa jurídica. A alteridade é que o empregado não assume os riscos da relação e por essa razão não pode ser repassado a ele os riscos de realização da atividade. 54 UNIDADE 2 Além dos requisitos essenciais citados, tem-se também a existência de dois re- quisitos não essenciais a serem observados. São eles: Exclusividade da prestação de serviços pelo empregado ao empregador é necessário proporcionar a ele uma contrapartida, ou seja, uma remuneração que lhe proporcione condições financeiras para que não procure outro emprego. A CLT possibilita que o empregado tenha mais de um emprego, visando assim o aumento de sua renda mensal. Grau de escolaridade é exigido pela atividade que será realizada pelo empregado, ou seja, a atividade que ele desenvolverá na empresa. Claro que o empregador poderá exigir também para a que melhor atender sua necessidade, mas não há nenhuma obrigatoriedade. E G Figura 6 - Requisitos não essenciais do contrato / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta os dois requisitos não essenciais do contrato. De cima para baixo: exclusividade da prestação de serviços pelo empregado ao empregador e grau de escolaridade. Depois de vermos a diferença entre cada uma das modalidades de contrato, bem como os requisitos que caracterizam essa relação, agora analisaremos as espécies de empregados: Caso se fale na existência de um trabalho subordinado, habitual, pessoal e oneroso, have- rá vínculo de emprego, mesmo contra a vontade das partes? PENSANDO JUNTOS UNICESUMAR 55 1º) Empregado urbano: é a maioria da população. São aqueles que não possuem nenhuma característica específica, a não ser que devem preencher os cinco requi- sitos: pessoalidade; subordinação; onerosidade; continuidade; alteridade. Por ser a regra geral acaba a ele sendo aplicada as regras existentes da relação de emprego. 56 UNIDADE 2 2º) Empregado rural: Essa espécie de empregado tem previsão na Lei nº 5.889 de 1973. Ele tem sua definição no art. 2º da mesma, que dispõe: “toda pessoa física que, em propriedade rural ou prédio rústico, presta serviços de natureza não eventual a empregador rural, sob a dependência deste e mediante salário” (BRASIL, 1973). Aqui devem ser aplicados os mesmos requisitos pessoalidade; subordinação; onerosidade; continuidade; alteridade. Todavia, fica evidente que o empregado rural e o empregado urbano não realizam a mesma atividade em sociedade. O primeiro presta serviços especificamente em propriedade rural ou prédio rústico. A propriedade rural é aquela situada na zona rural, enquanto o prédio rústico pode ser localizado tanto na zona urbana quanto na zona rural, sendo que o seu foco aqui é a destinação para a exploração de uma atividade agroeconômica. Assim uma horta localizada dentro da cidade tem os seus em- pregados classificados como rurais. 3º) Empregado em domicílio: também chamado de teletrabalho ou trabalho remoto. É aquele que trabalha na própria residência. Esse empregado tem assegu- rado pelo art. 83 da CLT o salário mínimo, e também diz que é aquele “executado na habitação do empregado ou em oficina de família, por conta de empregador que o remunere”. A atividade realizada pelo empregado precisa ser por conta do empregador, não podendo ser repassado o risco da atividade para o empregado. Veja que é preciso chamar a atenção para um ponto de suma importância e que foi trazido com a Lei nº 13.467 de 2017. Antes da lei não se falava em divisão das despesas para realização da atividade. Com o advento da lei, os empregados que forem contratados nessa modalidade passam a ter a possibilidade de realização de um acordo individual de trabalho, onde será definido entre ele e o emprega- dor a divisão das despesas para a execução do serviço. Veja bem, aqui se fala da contratação já ter sido iniciada nessa modalidade. No ano de 2020, em razão da pandemia do COVID 19 foi criada a Medida Provisória 927, em que falava da possibilidade do teletrabalho, visto que todos deveriam ficar em isolamento social como uma das formas de contenção do vírus. No corpo da MP trazia a possibilidade de realização do teletrabalho, mas foi omissa no que diz respeito à divisão das despesas entre empregado e empre- gador. Com isso, entende-se que não era aplicável nessas condições, pois é uma situação temporária e não permanente. A citada MP acabou sendo revogada ao final de seu prazo. UNICESUMAR 57 No ano de 2021, ainda em razão da pandemia do COVID 19 foi criada uma nova Medida Provisória, a 1.046/2021, que dispõe sobre medidas trabalhistas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância interna- cional decorrente do coronavírus. Aqui também foi trazida a possibilidade de realização da atividade pelo teletrabalho, e na MP não se fala em divisão de des- pesas entre empregado e empregador. Sendo assim, entende-se que tais condições também não são aplicáveis por ser uma situação temporária e não permanente. 4º) Empregado doméstico: Pela Lei nº 5.859 de 1972 é considerado empregado doméstico “aquele que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família no âmbito residencial destas”. Ou seja, é aquela pes- soa que presta serviços, de natureza não econômica, à pessoa física ou à família, para o âmbito residencial destas. Então para tanto ele precisa realizar atividades que sejam do dia-a-dia de uma pessoa ou família. Não pode, de forma alguma, realizar atividadesque gerem lucro, como por exemplo, ajudar a confeccionar roupas, auxiliar fazendo pães e bolos caseiros, bombons, pois desconfigurará de empregado doméstico e passará a ser um empregado urbano apenas. Podem entrar como empregado doméstico, o jardineiro, o vigia da casa, o motorista, o piloto de um avião ou helicóptero utilizado para transporte próprio. Outro ponto que deve ser considerado é que o empregado doméstico não pode ser registrado no quadro de empregados de uma empresa. Ele deve ter o seu próprio registro, onde irá configurar como empregador uma pessoa física. Também nessa modalidade deve ser feito um controle de sua jornada de trabalho a fim de se evitar qualquer tipo de problema entre as partes. 5º) Empregado aprendiz: este é aquele que tem vínculo de aprendizagem, ou seja, o empregado aprenderá uma atividade que, a princípio só tem na teoria. Esse contrato deve ser feito por escrito e com prazo determinado, não podendo ser superior a 2 anos. O empregado aprendiz é aquele que tem mais de 14 e menos de 24 anos, devendo ser inscrito no programa de aprendizagem de formação técnico-profissional. Veja que nessa atividade o empregado precisa realizar uma atividade que seja compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psico- lógico, a fim dele não ser prejudicado pela realização da atividade. Nesse ponto também deve se falar que o empregado aprendiz não pode realizar uma atividade perigosa nem insalubre, nem mesmo horas extraordinárias. Sobre a remuneração 58 UNIDADE 2 desse empregado deve ser garantido o salário mínimo por hora, como dispõe o art. 428, parágrafo 2º da CLT, em que deve ser pago de forma proporcional a carga horária trabalhada. Além dos empregados que foram mencionados acima, também temos os chamados trabalhadores, que se diferenciam, pois não apresentam todos os re- quisitos necessários para a caracterização de um contrato de trabalho. Dentre as modalidades de trabalhadores temos: MODALIDADES ESPECIAIS DE TRABALHADORES ATIVIDADES Avulso � Prestação de serviços a diversas empresas � Mais comum no âmbito portuário � Intermediação do sindicato ou do órgão de gestão de mão de obra � No caso das empresas tomadoras, estas respon- dem solidariamente pela efetiva remuneração do trabalho contratado � São assegurados igualdade de direitos entre o trabalhador avulso e o empregado. Autônomo � Realiza seu trabalho por conta própria � Não possui subordinação � Não transfere a outros o poder de organização de sua atividade Eventual � Não deve ser confundido com o empregado � Não possui diversos direitos trabalhistas UNICESUMAR 59 MODALIDADES ESPECIAIS DE TRABALHADORES ATIVIDADES Estagiário � É uma preparação para a realização de um traba- lho produtivo � Trabalha para aprender, ou seja, é uma forma de proporcionar ao estudante que seu trabalho seja mais produtivo, pois terá uma associação entre a teoria e a prática. � Caso acabe descumprindo as exigências dispostas na Lei nº 11.788/2008 deixará de ser um contrato de estágio para ser um contrato por tempo inde- terminado. Quadro 1 - Modalidades especiais de trabalhadores / Fonte: a autora. Após as modalidades de empregado e de trabalhador, não podemos deixar de falar do empregador e sobre ele vamos analisar as características que envolvem essa relação. 60 UNIDADE 2 Visto os empregados e trabalhadores, não podíamos deixar de falar do EM- PREGADOR, até porque ele faz parte da relação de emprego como dispõe os artigos 2º e 3º da CLT. O art. 2º da CLT dispõe: “Considera-se empregador a em- presa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.” Com essa disposição trazida pela legislação, cabe diferenciarmos estabele- cimento de empresa. O primeiro é o conjunto de bens corpóreos e incorpóreos que instrumentalizam e realizam a empresa (art. 1142 do CC); já o segundo é a unidade econômica produtiva organizada e como tal seu conteúdo é abstrato. No Código Civil atual, em seu art. 966, a empresa é a atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Assim, pode-se falar que o empregador é a própria empresa. Pode ser tanto uma pessoa jurídica, uma pessoa natural ou um ente despersonalizado, que con- trata um empregado e com ele mantém uma relação jurídica. Além disso, é ele empregador que pode também realizar a sucessão trabalhis- ta, que é a transferência de uma unidade econômico-jurídica. Quando ocorre essa situação o sucessor responderá pelos direitos trabalhistas do empregado, ainda que seja referente a um período anterior, ou seja, quando ele ainda não fazia parte da empresa. Até porque uma vez que ocorre a sucessão o novo empregador assume todas as obrigações advindas da relação. Uma vez que vimos quem é o empregador, passamos a falar sobre o que vem a ser remuneração e os valores que nela podem ser acrescentados. Visto isso, vamos para um dos pontos que mais interessa o empregado e que também acaba sendo um requisito essencial do contrato: a REMUNERAÇÃO. Esta é a soma do pagamento direto com o pagamento indireto, ou seja, é o total de proventos obtidos pelo empregado em função do contrato e da prestação de trabalho. (BOMFIM, 2021) Como pagamento indireto pode-se citar a gorjeta (art. 457, CLT), as gueltas, as comissões, as gratificações, taxa de serviço, os prêmios, os pontos e as utilidades. Não se pode confundir remuneração com salário. Esse segundo é uma con- traprestação ou vantagem em pecúnia ou em utilidade devida e paga diretamente pelo empregador ao empregado, em virtude do contrato de trabalho. Este pode ser fixo ou variável. O primeiro é aquele garantido e invariável, salvo faltas e atrasos do empregado; segundo é aquele submetido a uma condição, normalmente a produtividade do empregador. UNICESUMAR 61 O empregado também pode receber o chamado sobressalário, que são as parcelas que gravitam em torno do salário-base, pois dependem de implemento de condição legal ou contratual. Vejamos como pode ser dividido o pagamento ao empregado: Pagamentos efetuados pelo empregador Sobressalários Salário base Comissões, gratificações, adicionais, prêmios, ajuda de custos, diária de viagem, abono e complementação da aposentadoria Fixo, misto e variável Em utilidade e em dinheiro Figura 7 - Fluxograma do pagamento ao empregado / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta um fluxograma do pagamento ao empregado. De cima para baixo apresentamos o pagamento efetuado pelo empregador que se divide em dois salários: sobres- salários e salário base. Na parte do sobressalários apresenta-se as comissões, gratificações, adicionais, prêmios, ajuda de custos, diária de viagem, abono e complementação da aposentadoria e já no salário base que se divide em dois: fixo, misto e variável e em utilidade e em dinheiro. Cabe aqui mencionarmos as alterações trazidas com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017. Ela retirou do art. 457, parágrafo 1º as seguintes parcelas: abonos, diárias de viagem, porcentagens, e substituiu a expressão “gratificações ajusta- das” por “gratificações legais”. A natureza salarial dos abonos e diárias de viagens trazidos no citado artigo, parágrafo 2º também foi retirada, mesmo que esta seja superior a 50% do salário. Uma dúvida que ficou para o legislador agora é o significado de abono, pois antes da Lei nº 13.467/2017 significava adiantamento salarial e, como o nome diz, tinha natureza salarial. Com a lei não se tem mais o conceito de abono, pois ainda que seja pago de forma habitual não tem mais natureza salarial. 62 UNIDADE 2 Ao se falar em percentagem esta diz respeito às comissões, e sobre isso o legislador fez apenas uma adequação com relação à terminologia. Assim, não houve nenhuma alteração nesse ponto. As gratificações contratuais ou ajustadas não foram incluídas no art. 457 e parágrafos, o que faz com que fiquemos à mercê das jurisprudências,aguardando a interpretação dos tribunais se elas se mantêm de natureza salarial ou não. Para Vólia Bomfim (2021) permanece a natureza salarial, pois se o legislador de fato quisesse tirá-la, teria feito de forma expressa. Com a Lei nº 13.467/2017 as diárias para viagem, ainda que superiores a 50% do salário do empregado, deixam de ter natureza salarial, o que foi correto, pois na verdade sua natureza é ressarcitória. Mesmo que recebido todos os meses ou habitualmente, o auxílio-alimentação e os prêmios não têm natureza salarial. Com isso o empregador não precisará mais fazer adesão ao Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) para retirar a natureza salarial da alimentação, seja ela concedida in natura, como tíquete ou vale-alimentação. As ajudas de custo também sofreram alterações. Em regra elas seriam de natureza eventual. De acordo com a nova redação do art. 457, parágrafo 2º, ainda que habituais, não têm natureza salarial. O legislador deu a elas outro significado após a Lei nº 13.467/2017. Elas serão agora toda e qualquer parcela paga a título de ressarcimentos de gastos com o trabalho, estejam estes relacionados com ves- timentas, ferramentas, materiais, dentre outros. Com todas as mudanças que foram apresentadas até aqui o legislador ainda colocou a não incorporação de tais parcelas ao contrato de trabalho, o que signifi- ca dizer que poderão ser suprimidas, constituindo-se exceção ao art. 468 da CLT. Visto as alterações que foram trazidas pela Lei nº 13.467/2017 vamos enten- der as verbas que podem ser pagas ao empregado. A gratificação é um plus salarial pago pelo empregador para remunerar ou ainda estimular o exercício de determinada situação, função, um período especial ou uma função. Ela é uma parcela espontânea, visto que não tem uma previsão legal de quando de fato pode ser proporcionada e também não é imposta por lei. Pode ser criada pelo contrato, por normas coletivas ou internas. Em caráter de exceção que poderá ser criada por lei (exemplos: gratificação natalina ou décimo UNICESUMAR 63 terceiro salário; vendedor pracista quando acumula a função de vendedor com a fiscalização ou inspeção). Ela é utilizada para estimular o empregado. Antes da Lei nº 13.467/2017, o art. 457 da CLT determinava que a gratificação podia ser integrada ao salário. Com a nova redação foi autorizado a integração das gratificações legais ao salário para se fazer a base de cálculo para outras verbas. Por outro lado, o parágrafo 2º do mesmo artigo impediu a integração de outras parcelas, sem mencionar as demais gratificações contratuais ou ajustas. Ou seja, foi autorizado pelo legislador a inte- gração das gratificações legais ao salário, mas não incluiu as demais gratificações contratuais ou espontâneas nem como parcela que integra o salário nem como parcela que tem natureza indenizatória. Ou seja, ficará a critério do intérprete o posicionamento a ser adotado. É de suma importância falarmos aqui da gratificação de função, que é criada espontaneamente, ou seja, nenhum empregador está obrigado a pagá-la, a não ser que tenha ajustado por norma coletiva, interna ou por contrato. Essa gratificação quando era percebida por dez anos ou mais de serviço incorporava ao contrato de trabalho e não podia ser suprimida, ainda que o empregado deixasse de exercer a função gratificada neste período. As comissões são formas de contraprestação, exclusiva ou não, e que levam em conta o resultado ou o desempenho dos trabalhadores que exercem serviços vinculados à sua produção ou à do grupo e atividades afins (BOMFIM, 2021). É uma porcentagem ajustada sobre o valor do serviço ou do negócio. Sua natureza jurídica é de salário pago por unidade de obra de acordo com o art. 457, parágrafo 1º da CLT. Já os prêmios têm a finalidade de recompensar, estimular, agradar, presentear o empregado, possuindo caráter de liberalidade, ou seja, não obriga o empregador a pagá-lo repetidamente. Após a Lei nº 13.467/2017, o art. 457, parágrafo 2º da CLT expressamen- te retirou a natureza salarial do prêmio e autorizou a sua supressão, uma vez que determinou sua não integração ao contrato. Assim , além da liberalidade, os prêmios são eventuais, pois estão vinculados ao desempenho extraordinário, excepcional, incomum do empregado ou da equipe. Percebe-se que para que não tenha natureza salarial, seu pagamento deve ser esporádico. 64 UNIDADE 2 As ajudas de custo e as diárias de viagem não possuem natureza salarial, pois possuem natureza indenizatória de acordo com o art. 457, parágrafo 2º da CLT. Antes da Lei nº 13.467/2017, as diárias de viagem superiores a 50% do salário mensal do empregado tinham natureza salarial. As ajudas de custo se destinavam a ressarcir as despesas efetuadas pelo empregado em virtude de sua transferência (art. 469 e 470 da CLT) e eram pagas de uma única vez, ainda que ultrapassasse o salário do empregado naquele mês. Contudo, após a Reforma Trabalhista nos parece que a ajuda de custo mencionada no art. 457, parágrafo 2º da CLT não é mais a que se entendia, pois fala da possibilidade do pagamento habitual, ou seja, de parcelas mensais. As diárias de viagem se destinam ao ressarcimento das despesas decorrentes das viagens que o empregado realiza na execução do contrato, ou seja, são pagas de forma habitual e, antes da Lei nº 13.467/2017, quando excedia 50% do salá- rio-base mensal, tinham natureza salarial na sua totalidade, ou seja, integravam o salário. Com o art. 457, parágrafo 2º da CLT foi retirada a natureza salarial e permitiu a supressão da parcela. Ou seja, se o contrato prevê um salário de R$ 4.000,00 + ressarcimento das despesas com viagens que o empregado fizer a tra- balho, não poderá o empregador unilateralmente retirar a parcela, pois tornará o contrato extremamente oneroso ao empregado. Cabe mencionar que as diárias para viagem são espontâneas, ou seja, o empregador não está obrigado por lei a ressarcir o empregado das despesas que ele efetuou com a viagem a trabalho. Se ele tiver se obrigado a tanto deverá então ressarcir aquilo que ajustou. A complementação de aposentadoria pode ser chamada de implementação ou suplementação de aposentadoria. Ela é pactuada durante o contrato de tra- balho entre empregado e empregador ou entre empregado e empresa do grupo econômico do empregador, para surtir efeitos após a aposentadoria do empre- gado. Tem como objetivo garantir vantagens financeiras e/ou patrimoniais para complementar os proventos da aposentadoria paga pelo INSS. Normalmente o complemento é feito por empresa de previdência privada, criada, mantida, pa- trocinada ou gerida pelo empregador. Para exemplificar: se o último salário do empregado foi no valor de R$ 10.000,00 e ganha de previdência o valor de R$ 3.000,00, perceberá a diferença de R$ 7.000,00 do empregador se este lhe garantiu complementação de aposentadoria com o objetivo de manter assim 100% do seu último salário. UNICESUMAR 65 Passemos a falar dos adicionais. Estes se constituem em um sobressalário e possuem natureza salarial, apesar da finalidade precípua de indenizar a nocivida- de que é causada pela situação a que o empregado estava exposto ou submetido. Aqui teremos o trabalho realizado em local insalubre, perigoso, noturno, extraor- dinário e a transferência do empregado para outra localidade. Ele é compulsório, ou seja, o empregador efetua o seu pagamento em razão da legislação. ADICIONAL NOTURNO O trabalho quando realizado noturnamente tem remuneração superior ao diurno independentemente da atividade do empregador. A hora noturna é redu- zida a 52’30” para algumas categorias. Contudo, ainda assim, de acordo com o art. 71 da CLT, o intervalo intrajornada noturno não sofre essa redução. Enquanto o serviço for prestado noturnamente terá o obreiro direito a este adicional que integrará seu salário para todos os fins. Essas condições são estendidas ao empregado do- méstico de acordo com o art. 14 da Lei Complemen- tar nº 150/2015.É computado como horário noturno o serviço realiza- do das 22h às 5h para o empregado urbano, sendo 20% de adicional. Para o empregado rural é das 20h às 4h para atividades de pecuária e das 21h às 5h para atividades de agricultura. Nos dois casos a por- centagem é de 25%. ADICIONAL DE HORA EXTRA É devido quando o empregado labora além da jorna- da legal ou contratual. Também é devida quando não for concedido o intervalo intrajornada ou intervalo entre jornadas. A partir da Lei nº 13.467/2017 o inter- valo intrajornada suprimido não tem mais natureza salarial. O tempo em que o empregado fica à disposição do empregador também pode ser considerado como trabalho extra e deverá ser acrescido 50% sobre a hora normal (art. 4º da CLT). 66 UNIDADE 2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE Elas estão dispostas na Norma Regulamentadora nº 15, da Portaria nº 3.214/1978 do antigo Ministério do Trabalho, apontando quais são os agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde do trabalha- dor traçando os limites de tolerância do organismo a essas agressões. Ele é devido ao trabalhador que estiver exposto a situações nocivas à saúde no momento em que executa o serviço. Deve ser pago o adicional integral, independente do tempo que o empregado ficar ex- posto ao agente nocivo e é calculado sobre o salário mínimo. Ele corresponde a 10%, 20% e 40% sobre o salário mínimo ou sobre o salário profissional, quando este for devido por força de lei, convenção coletiva ou ainda sentença normativa. ADICIONAL DE PE- RICULOSIDADE É devido ao empregado que trabalhe diretamente com inflamáveis, explosivos, eletricidade, roubos ou outras espécies de violência física nas atividades pro- fissionais de segurança pessoal ou patrimonial (art. 193 da CLT c/c OJs nº 324 e 347 da SDI- do TST) e os trabalhadores com motocicletas. Esse adicional será indevido quando o contato com a atividade perigosa for eventual ou habitual, de forma extremamente reduzida (Súmula nº 364 do TST). É um direito indisponível do trabalhador, não poden- do ser flexibilizado por norma coletiva. Ele corresponde a 30% sobre o salário-base do empregado, excluído qualquer outra vantagem. Tem natureza salarial e, por isso, integra o salário para to- dos os fins, inclusive para fins de cálculo do adicional noturno e da hora extra. UNICESUMAR 67 ADICIONAL DE PENOSIDADE Tem previsão no art. 7º, XXIII da Constituição Federal, mas não possui nenhuma norma infraconstitucional que o regulamente. em razão disso, o entendimento majoritário (BOMFIM, 2021; GARCIA, 2018; MARTINS, 2018) é de essa norma é de aplicabilidade limitada, ou seja, é uma regra não autoaplicável. Ainda não há qualquer legislação que regulamente o trabalho penoso ao trabalhador urbano ou rural. ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA É devido apenas e enquanto durar a transferência do empregado para localidade diversa daquela contra- tada e desenvolvida, desde que importe em uma mudança de domicílio e de localidade. Assim, são requisitos para a aquisição do direito a esse adicional: 1º) transferência provisória, determi- nada pelo empregador, mesmo que bilateral; 2º) mudança de localidade; 3º) mudança de domicílio; 4º) transferência por real necessidade de serviço. Entende-se por transferência aquela determinada pelo art. 469 da CLT. Se for a pedido do empregado não é transferência, mas sim remoção e não é devido o respectivo adicional (MARTINEZ, 2020). Esse adicional corresponde a 25% do salário-base do empregado (art. 469, parágrafo 3º da CLT). ABONOS Foram criados para designar o chamado adiantamen- to salarial. Na prática acaba sendo um adiantamento do reajuste salarial a ser compensado quando da data base. Até a Lei nº 13.467/2017 eles tinham na- tureza salarial. Contudo após a citada lei foi retirada a sua natureza salarial. Contudo, a partir da MP nº 808/2017, os abonos não estavam mais nos parágra- fos 1º e 2º do art. 457 da CLT, ficando assim no limbo jurídico. Essa MP perdeu sua eficácia em 23/04/2018 e retornou a redação anterior, retirando a natureza da parcela, mesmo que habitual. 68 UNIDADE 2 VERBA DE REPRE- SENTAÇÃO Após a Lei nº 13.467/2017 a ajuda de custo mudou de característica e conceito, podendo agora ser habi- tual e, ainda assim suprimida (art. 457, parágrafo 2º da CLT). Assim, com a nova lei a ajuda de custo pode ser qualquer pagamento que vise o ressarcimento de despesas com o trabalho, entre elas aquelas que antes eram chamadas de verbas de representação. Quadro 2 - Adicionais / Fonte: a autora. Cabe dizer que é proibido o trabalho insalubre, perigoso e noturno para menor de 18 anos, de acordo com o art. 7º, XXXIII da Constituição Federal. O salário será fixado no momento da admissão do empregado, sendo ajustada a forma de remunerar o trabalho, tanto no que diz respeito ao valor do salário, quanto à época de pagamento (MARTINS, 2018). Independente da forma escolhida, o ajuste não pode infringir a lei. Assim, o salário pode ser fixado das seguintes formas: 1. salário por unidade de tempo: É um valor fixo pago em razão do tempo que o empregado trabalha ou permanece à disposição. Nesse caso não im- porta a produção individual do empregado e sim o tempo que permanece trabalhando ou à disposição do empregador. Pode ser por hora, por dia, por semana, por quinzena e por mês. 2. salário por unidade de obra: O valor varia de acordo com a quantida- de de serviço produzido. Será remunerada a produção, proporcionando assim um estímulo ao empregado, já que quanto mais ele produzir mais irá receber. Como exemplos temos por comissão, por peça, por produção. 3. salário por tarefa ou salário-tarefa: É um valor fixo ajustado em razão do tempo preestabelecido, desde que seja executado pelo empregado o mínimo predeterminado (art. 142, parágrafo 2º da CLT). 4. salário-prêmio (ou salário por prêmio): Para Arnaldo Sussekind (2005, p. 484) é classificado como uma “parcela complementar da remuneração principal paga em razão dos lucros, produção individual ou coletiva (...) UNICESUMAR 69 para incrementar a produtividade”. Já para Vólia Bomfim (2021) na ver- dade é uma gratificação, ou seja, um sobressalário sem natureza salarial. O que podemos concluir é que os prêmios são eventuais e não possuem natureza salarial. RODA DE CONVERSA Vamos entender mais como surgiu o contrato intermitente? Essa modalidade de contrato surgiu inspirado nos modelos que se tem em outros países com o intuito de possibilitar que aqueles que trabalhavam como freelancer tivessem um vínculo de contrato com alguém. Acesse o QR code para ouvir mais sobre esse assunto. Como visto anteriormente no início da unidade, a candidata Carla desconhecia a existência da nova modalidade para a vaga. Visto os contratos e os requisitos que foram aqui apresentados, observe no seu município, analise as organizações empresariais da sua cidade e identifique se o contrato intermitente vem sendo aplicado em sociedade. 70 A partir do que foi apresentado na unidade estruture um mapa conceitual, diferenciando os seguintes contratos: por prazo determinado, por prazo indeterminado e intermitente. Além disso, acrescente também quais os requisitos do contrato. Boa sorte! 3Férias e Rescisão do contrato de trabalho Me. Mariane Helena Lopes Nesta unidade você irá estudar sobre a rescisão do contrato. Iremos verificar alguns itens, como jornada de trabalho, férias, suspensão e interrupção do contrato de trabalho, que também têm grande im- portância na relação de trabalho. Falaremos sobre as férias, que é um direito de todos, visto que o empregado necessita descansar para repor suas energias e voltar ao ambiente de trabalho renovado. Verificaremos também a diferença entre suspensão e interrupção do contrato de trabalho. Aqui deve-se observar que é fundamental saber quando acontece cada um deles pois o impacto na relação é enorme. Por fim, falaremos sobre as formas de rescisão do contrato de trabalho e cada uma das possibilidadesprevistas em lei. UNIDADE 3 74 Como toda relação em sociedade, o contrato começa com um clima de bom re- lacionamento, encantamento e que, com o passar do tempo pode ser modificado brutalmente. Isso porque as vezes ambas as partes tinham expectativas que não foram cumpridas, tanto do empregador quanto às atividades desenvolvidas pelo empregado, como do empregado quanto às promessas do empregador. Sendo assim analise comigo este caso: Pedro Lacerda, que trabalha em uma organização, foi dispensado da mesma após trabalhar 5 anos, sem nenhum tipo de problema ou desacordo dentro da atividade. O motivo da dispensa se deu no momento em que a empresa começa a apresentar mudanças na relação de trabalho e ambas as partes compartilham de opiniões diferentes. Pedro começa a mudar suas atitudes, e tirar suas conclusões de que nem sempre as decisões que são passadas pelo empregador na realização da atividade serão as melhores. Dentro da empresa, ao realizar suas atividades Pedro começa a ter atitudes equivocadas, não acatando mais as ordens que são passadas por seus superiores. Tudo que lhe é dito é questionável, não está fazendo suas atividades como se espera, e deixando muito a desejar. Por conta de suas condutas desabonadoras no ambiente empresarial, Pedro não deixou outra escolha ao seu gestor, que acabou optando por dispensá-lo de suas atividades na empresa. Veja como toda conduta apresentada por um empregado durante a prestação do serviço pode, infelizmente, depor contra ele quando forem localizadas condu- tas desabonadoras e que não deveriam existir no ambiente empresarial, como, por exemplo, divulgar o segredo da empresa; não acatar as ordens que são dadas pelos superiores (insubordinação), dentre outros que veremos no decorrer da unidade UNICESUMAR 75 A partir do que foi apresentado e identificando sabemos que toda empresa acaba fazendo a rescisão do contrato de trabalho por inúmeros motivos. Neste momento, peço que identifique em uma rápida consulta pelas notícias, se houve um considerável aumento no número de ações judiciais após a chamada Reforma Trabalhista. Com a aprovação da Reforma muitas pessoas passaram a recorrer ao Poder Judiciário com o objetivo de terem seus direitos atendidos. Mas afinal, acelerar um processo que, mais cedo ou mais tarde aconteceria, trouxe vantagens para a legislação trabalhista? Anote suas reflexões no diário de bordo. UNIDADE 3 76 #Conceitualização# Inicialmente falaremos sobre a JORNADA DE TRABALHO. Você sabe o que é? E o que a Lei diz sobre ela? Então vamos conhecer esse conceito! Quando estamos iniciando um novo trabalho é uma das primeiras coisas a serem acertadas com o empregado. A jornada de trabalho é o tempo em que o empregado irá trabalhar na empresa para cumprir o expediente de trabalho. E você sabe me dizer como funciona a sua jornada de trabalho? Ela é mais tradicional ou trata-se de uma jornada flexível? PENSANDO JUNTOS Existem muitas respostas para essa pergunta, mas há dois tipos de jornadas de trabalho, vamos conhecer? UNICESUMAR 77 O trabalhador de regime celetista é aquele onde a empresa segue todas as regras estipuladas pela CLT. O empregado é registrado em sua carteira de tra- balho e constam todas as informações em relação ao empregador e a jornada de trabalho. A sua carga de trabalho é de 44 horas semanais e por isso, é comum que empresas liberem os sábados para que os funcionários trabalhem ou estendam seu expediente em 48 minutos durante a semana (para que possam cumprir as 44 horas semanais). Por exemplo, o empregado que trabalha por 8 horas em 5 dias da semana, no final o saldo será de 40 horas e ainda faltará 4 horas para cumprir. Certo? Dependendo do contrato de trabalho da empresa, essas 4 horas podem ser distribuídas durante a semana ou trabalhadas aos sábados. A outra jornada de trabalho é o estágio. Na lei trabalhista, esta modalidade possui uma carga menor do que a de um funcionário celetista. O estágio con- templa uma carga de trabalho em 3 formas: 4 horas diárias, 20 horas semanais; 6 horas diárias, 30 horas semanais e 40 horas semanais. Além disso, seu intervalo é acordado entre a empresa e o estagiário. E o que diz a CLT sobre a jornada de trabalho? “ Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite (JUSBRASIL, 1943) . Visto a importância da jornada de trabalho, cabe-nos passarmos a falar sobre o repouso semanal remunerado, que é fundamental na relação para que o empre- gado recupere suas energias. UNIDADE 3 78 Depois que vimos isso, falaremos do repouso semanal remunerado, que é um direito do empregado e deve ser a ele proporcionado. Ele é chamado de repouso semanal remunerado (RSR), descanso semanal remunerado (DSR), folga sema- nal, repouso dominical, descanso dominical, descanso semanal e repouso sema- nal (GARCIA, 2018). É um período de descanso, seja ele entre um dia e outro de trabalho, dentro da jornada, semanal ou anual, tendo a finalidade de proporcionar ao empregado uma folga para repor as energias que são gastas pela execução dos serviços, bem como para permitir a convivência do trabalhador com sua família e com a socie- dade e, por fim, aumentar o rendimento, já que o empregado estará descansado e assim produzirá mais. O descanso semanal remunerado tem a duração de 24 horas consecutivas, no sétimo dia, sendo um direito irrenunciável do trabalhador, por constituir norma de ordem pública, destinada a proteger a saúde física, mental e social do traba- lhador. É um direito do trabalhador e se caracteriza como uma interrupção do contrato de trabalho, visto que ainda que ele não esteja realizando atividade nesse dia será computado como tempo de serviço e terá direito a remuneração. Como se trata de uma norma de medicina e segurança do trabalho é um direito irrenunciável, sendo defeso à negociação coletiva reduzir ou excluir tal direito do trabalhador, art. 611-B, IX da CLT. Para ter direito ao RSR devem ser observadas a frequência (assiduidade) e pontualidade no serviço, na semana que antecede cada repouso, como traz o art. 6º, caput, da Lei nº 605/49. Ambos devem ser verificados ao mesmo tempo e não separadamente (GARCIA, 2018; BOMFIM, 2021). Se o repouso semanal ou o descanso do empregado for em dias de feriado, o empregador poderá dar outro dia de folga para compensar. Se assim não o fizer, a remuneração do repouso deverá ser paga em dobro de acordo com o art. 9º da Lei nº 605/1949 c/c art. 6º, parágrafo 3º, do Decreto nº 27.048/49 c/c Súmula nº 146 do TST c/c Súmula nº 461 do STF. Já que estamos falando de pausas na jornada de trabalho, temos mais duas situações que podem proporcionar paralisações na jornada de trabalho. Temos os chamados intervalos ou períodos de descanso, podendo ser dentro ou fora da jornada de trabalho. São eles intervalo intrajornada e intervalo interjornada, vejamos a seguir: UNICESUMAR 79 1. Intervalo intrajornada: este ocorre no meio da jornada, ou seja, é aquele descanso para ir no banheiro, fazer uma refeição, ou até mesmo fazer um descanso, repondo assim suas energias para que possa continuar reali- zando sua atividade. De acordo com o art. 71 da CLT: “ Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para re-pouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas. § 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas. § 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. Ou seja, quando o empregado trabalha menos de quatro horas diárias, não há obrigatoriedade na concessão de nenhum intervalo. Caso o empregado preste serviçosentre quatro e seis horas diárias, a obrigatoriedade de concessão de um intervalo de 15 minutos. E caso a duração da atividade exceda a seis horas diárias, deve ser concedido obrigatoriamente o intervalo intrajornada. Com a Lei nº 13.467/2017 o art. 611-A da CLT trouxe a seguinte alteração: “ Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho, têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (...) III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas. UNIDADE 3 80 Ou seja, com a chamada Reforma Trabalhista o intervalo agora pode ser menor, considerando que antes deveria ser concedido, obrigatoriamente, de uma hora, no mínimo, e duas horas no máximo. E caso o intervalo não seja concedido para o almoço ou tenha sido concedido parcialmente a indenização será de 50% do valor da hora normal de trabalho, apenas sobre o tempo não concedido em vez de todo o tempo de intervalo devido (BRASIL, 2017). 2. Intervalo interjornadas: este ocorre entre uma jornada e outra de tra- balho. Pelo art. 66 da CLT fica claro que o intervalo mínimo é de 11 horas consecutivas para descanso. Nesse caso ele não é computado como tempo de serviço, não sendo remunerado, caracterizando assim uma suspensão do contrato de trabalho. Caso o empregador não conceda esse intervalo na sua integralidade, o empregado terá direito ao recebimento do tempo de intervalo não usufruído como se fosse hora extra. Essas 11 horas precisam ser consecutivas, não podendo em hipótese alguma serem interrompidas. Se houver interrupção deverá ser considerado um novo período de 11 horas a contar do término do trabalho (GARCIA, 2018). Quando o empregado tem 2 empregos e consequentemente duas jornadas de trabalho é necessário que elas sejam conciliadas, ou seja, não pode existir conflito entre elas. Isso deve ser observado pelo empregado no momento em que ele faz o aceite pelas vagas de trabalho. Sempre é de responsabilidade do empregado observar as jornadas para que não haja conflito. NOVAS DESCOBERTAS Agora vamos dar uma pausa no estudo. Você gosta de filmes nacionais? Acesse esse QR code para conhecer a lista com os cinco filmes nacionais sobre relações de trabalho no Brasil. UNICESUMAR 81 Visto os intervalos, passemos a falar sobre as FÉRIAS. Estas são concedidas a todos os empregados e até a alguns trabalhadores não regidos pela CLT, mas sua aplicação se deve de forma subsidiária, ou ainda, quando a lei determinar: rurais, domésticos, avulsos, funcionários públicos civis e militares. As férias são um descanso anual remunerado, que tem como objetivo dimi- nuir todo o desgaste físico e intelectual, que acaba se acumulando com as preo- cupações, obrigações e outros fenômenos psicológicos e biológicos adquiridos em virtude dos problemas do cotidiano. Mozart Russomano (2005) aponta cinco fundamentos para as férias, mas além dessas podemos acrescentar também um sexto elemento trazido por Ar- naldo Sussekind (2010). Conheça na figura 1: UNIDADE 3 82 FISIOLÓGICO O excesso de trabalho acaba trazendo fadiga ao empregado e o repouso de 30 dias traz a ele a possibilidade de repor suas energias. 1º ECONÔMICO Um empregado descansado produz mais e com mais satisfação. 2º PSICOLÓGICO O afastamento do trabalho propicia momentos de relaxamento, diversão, viagens ou descanso. 3º CULTURAL Nesse período o empregado aproveita para conhecer e ver coisas alheias ao seu dia-a-dia, abrindo-se para outras culturas. 4º POLÍTICO É a utilização das férias como um mecanismo de equilíbrio da relação entre trabalhador versus empresário. 5º SOCIAL Aproxima o trabalhador de sua família, dos amigos e da sociedade nesse período de descanso. 6º Figura 1 - Os fundamentos das férias / Fonte: adaptado de Russomano (2005) Sussekind (2010). Descrição da Imagem: a figura apresenta os seis fundamentos para as férias. Sendo que cinco são os fundamentos de Russomano: fisiológico, econômico, psicológico, cultural e político e um que é o sexto, o fundamento de Sussekind: social. Primeiro iniciamos com o fisiológico que apresenta o excesso de trabalho acaba trazendo fadiga ao empregado e o repouso de 30 dias traz a ele a possibilidade de repor suas energias; o segundo fundamento é o econômico, onde um empregado descansado produz mais e com mais satisfação; já o terceiro fundamento é o psicológico, onde o afastamento do trabalho propi- cia momentos de relaxamento, diversão, viagens ou descanso; o quarto é o cultural e é nesse período que o empregado aproveita para conhecer e ver coisas alheias ao seu dia-a-dia, abrindo-se para outras culturas e o quinto fundamento é o político, que apresenta a utilização das férias como um mecanismo de equilíbrio da relação entre trabalhador versus empresário. E por último temos o sexto fundamento, que é o social que fará com que o trabalhador se aproxime de sua família, dos amigos e da sociedade no período de descanso. As férias são irrenunciáveis e classificadas como interrupção do contrato de tra- balho, pois o empregado tem direito a ficar 30 dias sem trabalhar, sendo remu- nerado por isso, como se estivesse trabalhando. Lembrando que nesse período o empregado tem o dever de não trabalhar para outro empregador nesse período, salvo se já estava obrigado a tanto, em razão de outro contrato de trabalho, como prevê o art. 138 da CLT. UNICESUMAR 83 Esse descanso de 30 dias é garantido apenas ao empregado que incorreu em até cinco faltas injustas no período aquisitivo, como prevê o art. 130 da CLT: “ Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes; II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas; III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas; IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas. Assim, como se pode concluir do artigo descrito acima, o empregado com mais de 32 faltas injustificadas ao trabalho, no período aquisitivo, perderá o direito ao gozo de férias. UNIDADE 3 84 A aquisição do direito às férias tem um período de 12 meses de vigência do ajuste contratual, seja por prazo determinado ou indeterminado (artigo 4º, 130 e 133 da CLT). Já o período de concessão serão os 12 meses subsequentes ao período aquisitivo, como dispõe o art. 134 da CLT. Para os empregados intermitentes, que muito se tinha dúvida quando essa modalidade foi criada pela Lei nº 13.467/2017, a regra da contagem do período aquisitivo, a época do pagamento e a quantidade de dias das férias é diversa da regra dos demais empregados (GARCIA, 2018). Suas férias serão de um mês, e não de 30 dias, o período aquisitivo será pela soma de dias trabalhados e não pela data de aniversário do contrato, como dos demais empregados. O pagamento das férias não se faz na ocasião do gozo, mas sim ao fim de cada período de trabalho. Com a Lei nº 13.467/2017 houve uma alteração significativa, onde as férias poderiam agora ser fracionadas como disposto no artigo abaixo: “ Art. 134. (...).§ 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (...) Claro que para que isso seja proporcionado dependerá da atividade realizada pelo empregado e também da possibilidade de viabilizar isso pelo empregador. NOVAS DESCOBERTAS Quando falamos em férias precisamos ter cuidado enquanto empregador no que fazemos com a mesma para não prejudicar o empregado e também não causar nenhum prejuízo para a empresa. Acesse o QR code para saber mais. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del5452.htm#art134%C2%A71.UNICESUMAR 85 Visto as férias, passaremos a falar sobre SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. A primeira é aquela que deixa de prestar ser- viços temporariamente ao empregador. Neste acontece a sustação do pagamento dos salários ou qualquer outra contraprestação ou vantagem ao trabalhador. As principais cláusulas ficam paralisadas, ou seja, não produzem os principais efeitos. Contudo, as obrigações acessórias continuam em vigor e, em caso de violação, cabe a rescisão por justa causa (BOMFIM, 2021). Nota-se assim que não é o contrato que fica suspenso, mas sim a sua execução. As hipóteses de suspensão do contrato são (BOMFIM, 2021): ■ Serviço militar obrigatório: o empregador não terá nenhum ônus sa- larial no período, contudo, o tempo de afastamento é computado para todos os efeitos, como dispõe o art. 4º da CLT. ■ Encargos civis públicos: a eleição ou designação de um empregado para um cargo público acarreta a suspensão do contrato, salvo ajuste ou lei em contrário. Por exemplo, no caso de membros eleitos do Congresso Nacional. UNIDADE 3 86 ■ Mandato sindical: o empregado eleito dirigente sindical tem seu con- trato suspenso durante seu mandato desde que a acumulação da função de dirigente com a de empregado seja compatível com o seu horário de trabalho. ■ Suspensão disciplinar: se caracteriza como uma punição aplicada pelo empregador ao empregado em virtude de uma falta de média gravidade por ele cometida como disposto no art. 474 da CLT. ■ Suspensão para responder a inquérito judicial: esta não se confun- de com a suspensão disciplinar, pois esta é a forma de punição e aquela é a faculdade legal que o empregador possui para afastar o empregado infrator do ambiente de trabalho, a fim de se permitir a investigação e consequentemente o ajuizamento da ação de inquérito (BOMFIM, 2021). ■ Diretor eleito de S/A: Ao ser eleito como diretor de uma S/A o contrato de trabalho do empregado foi suspenso. É necessário que tenha sido ad- mitido em outra função e, mais tarde, eleito diretor de S/A, quando seu contrato foi suspenso. ■ Greve - Lei nº 7.783/1989: o art. 7º prevê expressamente que a adesão à greve suspende o contrato durante o movimento, período em que não há pagamento de salários nem prestação de serviços. ■ Auxílio-doença: o emprego da palavra “auxílio-doença” já traz a denota- ção de que o empregado está recebendo o benefício previdenciário, logo, ele está doente há mais de 15 dias, ficando assim seu contrato suspenso. ■ Aposentadoria por invalidez: ela é provisória e, enquanto perdurar, o contrato permanece suspenso. ■ Licença-maternidade: ela tem duração de 120 dias e é prevista na Cons- tituição Federal em seu art. 7º, XVIII. O valor é pago diretamente pela Previdência Social no caso da empregada doméstica e pelo empregador para as demais empregadas, desde que preenchidos os requisitos, e de acordo com o valor do último salário da empregada (art. 37, XI da CF). UNICESUMAR 87 ■ Acidente de trabalho: a partir do 16º dia do acidente de trabalho sus- pende-se o contrato, apesar de o empregador continuar obrigado ao depó- sito do FGTS. O tempo de serviço do período de suspensão é computado para todos os efeitos (art. 4 da CLT). ■ Suspensão para curso: no período de dois a cinco meses o contrato poderá ser suspenso para que o empregado frequente curso profissional- mente custeado pelo empregador, desde que esta suspensão esteja prevista pela norma coletiva e autorizada por escrito pelo trabalhador, como prevê o art. 476-A da CLT. ■ Faltas injustificadas: estas são as não autorizadas pela lei, ou, mesmo quando autorizadas, quando a lei não determinar o pagamento dos res- pectivos salários. ■ Afastamento por até seis meses: para assegurar a integridade física da mulher vítima de violência. É um caso de suspensão, pois a lei não determina o pagamento dos salários do período. ■ Trabalho intermitente: quando o empregado deixa de prestar serviço e fica aguardando novas ordens do empregador. É um caso de suspensão do contrato. Com a decretação do estado de calamidade por conta da pandemia, o coronaví- rus (Covid-19) várias foram as medidas provisórias e leis editadas pelo governo federal com o objetivo de evitar grandes demissões em nossa sociedade. E nelas se envolve a possibilidade de suspensão do contrato de trabalho. UNIDADE 3 88 Até o momento tivemos as seguintes medidas provisórias: Medida Provisória nº 927/2020 – Esta dispôs sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do corona vírus (Covid-19), e dá outras providências. Sua vigência já foi encerrada. Medida Provisória nº 936/2020 – Essa instituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispôs sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do corona vírus (Covid-19), de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, e dá outras providências. Esta foi convertida na Lei nº 14.020/2020. Foi esta que proporcionou tanto a suspensão do contrato de trabalho, quanto a redução da jornada e consequentemente a redução do salário do empregado. No momento de sua criação foi um choque para todos, pois como ficariam os empregados? Como continuariam se mantendo? Isso poderia ser feito a partir do momento que ela entrou em vigor. No caso de suspensão do contrato, o empregado não teria nenhuma forma de receber qualquer valor por parte do governo. Já no caso de redução o valor que deixaria de ser pago pelo empregador passaria a ser pago pelo governo federal. Cabe ressaltar aqui que não seria qualquer empresa que poderia adotar essas medidas. Ela deveria fazer um cadastro junto ao governo federal e demonstrar que estaria passando por dificuldades em razão da pandemia do Covid-19. Lei nº 14.020/2020 – Essa institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda; dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do corona vírus, (Covid-19) de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020; altera as Leis nº 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.101, de 19 de dezembro de 2000, 12.546, de 14 de dezembro de 2011, 10.865, de 30 de abril de 2004, e 8.177, de 1º de março de 1991; e dá outras providências. Inicialmente foi criada com prazo de validade que iria até 31 de dezembro de 2020. Mas em razão da continuação da pandemia e das questões de isolamento social foi prorrogada para até 31 de dezembro de 2021. Medida Provisória nº 1.045/2021 – Essa instituiu o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas complementares para o enfrentamento das consequências da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do corona vírus (Covid-19) no âmbito das relações de trabalho. Essa Medida Provisória proporcionou novamente tanto a redução da jornada de trabalho e do salário, quanto a suspensão do contrato de trabalho. As condições aqui impostas são as mesmas. Veja que essas possibilidades são criadas pelo governo federal sempre com intuito de melhorar a economia e consequentemente reduzir o número de desempregados e, consequentemente, de pessoas que venham a depender do seguro-desemprego ou de outras medidas que sejam criadas por ele. Medida Provisória nº 1.046/2021 – Dispõe sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do corona vírus (Covid-19). Figura 2 – Medidas provisórias atualizadas / Fonte: a autora. UNICESUMAR 89 Descrição da Imagem:a figura apresenta cinco medidas provisórias atualizadas. São elas: Medida Provi- sória nº 927/2020: esta dispôs sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), e dá outras providências. Sua vigência já foi encerrada. Medida Provisória nº 936/2020: essa instituiu o Programa Emergencial de Manu- tenção do Emprego e da Renda e dispôs sobre medidas trabalhistas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19), de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, e dá outras providências. Esta foi convertida na Lei nº 14.020/2020. Foi esta que proporcionou tanto a suspensão do contrato de trabalho, quanto a redução da jornada e consequentemente a redução do salário do empregado. No momento de sua criação foi um choque para todos, pois como ficariam os empregados? Como continuariam se mantendo? Isso poderia ser feito a partir do momento que ela entrou em vigor. No caso de suspensão do contrato, o empregado não teria nenhuma forma de receber qualquer valor por parte do governo. Já no caso de redução o va- lor que deixaria de ser pago pelo empregador passaria a ser pago pelo governo federal. Cabe ressaltar aqui que não seria qualquer empresa que poderia adotar essas medidas. Ela deveria fazer um cadastro junto ao governo federal e demonstrar que estaria passando por dificuldades em razão da pandemia do Covid-19. Lei nº 14.020/2020: essa institui o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda; dispõe sobre medidas complementares para enfrentamento do estado de calamidade pública reconhecido pelo Decreto Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, (Covid-19) de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020; altera as Leis nº 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.101, de 19 de dezembro de 2000, 12.546, de 14 de dezembro de 2011, 10.865, de 30 de abril de 2004, e 8.177, de 1º de março de 1991; e dá outras providências. Inicialmente foi criada com prazo de validade que iria até 31 de dezembro de 2020. Mas em razão da continuação da pandemia e das questões de isolamento social foi prorrogada para até 31 de dezembro de 2021. Medida Provisória nº 1.045/2021: essa instituiu o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda e dispõe sobre medidas complementares para o enfrentamento das consequências da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do corona- vírus (Covid-19) no âmbito das relações de trabalho. Essa Medida Provisória proporcionou novamente tanto a redução da jornada de trabalho e do salário, quanto a suspensão do contrato de trabalho. As condições aqui impostas são as mesmas. Veja que essas possibilidades são criadas pelo governo federal sempre com intuito de melhorar a economia e consequentemente reduzir o número de desempregados e, consequentemente, de pessoas que venham a depender do seguro-desemprego ou de outras medidas que sejam criadas por ele. Medida Provisória nº 1.046/2021: Dispõe sobre as medidas trabalhistas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (Covid-19). NOVAS DESCOBERTAS Antes de conhecermos algumas medidas provisórias, convido você a assistir esse curto vídeo da Câmara dos Deputados. Ele explica de forma objetiva como acontece cada fase da tramitação de uma medida provisória e poste- riormente ser convertida definitivamente em lei ordinária. UNIDADE 3 90 A interrupção do contrato de trabalho ocorre quando o empregado deixa de prestar serviços, porém continua a receber a totalidade ou ao menos parte do seu salário. O contrato aqui permanece em vigor, mas algumas cláusulas ficam paralisadas. Para todos os efeitos será contado o tempo de serviço como se o empregado estivesse trabalhando. Durante esse período o empregador não pode demitir o empregado. As possibilidades de interrupção do contrato são (BOMFIM, 2021): ■ Ausências legais: são todas as possibilidades descritas no art. 473 da Consolidação das Leis do Trabalho: “ Art. 473 - O empregado poderá deixar de comparecer ao ser-viço sem prejuízo do salário:I - até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, decla- rada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica; II - até 3 (três) dias consecutivos, em virtude de casamento; III - por um dia, em caso de nascimento de filho no decorrer da primeira semana; IV - por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada; V - até 2 (dois) dias consecutivos ou não, para o fim de se alistar eleitor, nos termos da lei respectiva. VI - no período de tempo em que tiver de cumprir as exigên- cias do Serviço Militar referidas na letra “c” do art. 65 da Lei nº 4.375, de 17 de agosto de 1964 (Lei do Serviço Militar). VII - nos dias em que estiver comprovadamente realizando provas de exame vestibular para ingresso em estabelecimento de ensino superior. VIII - pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que comparecer a juízo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4375.htm#art65c http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4375.htm#art65c UNICESUMAR 91 IX - pelo tempo que se fizer necessário, quando, na qualidade de representante de entidade sindical, estiver participando de reunião oficial de organismo internacional do qual o Brasil seja membro. X - até 2 (dois) dias para acompanhar consultas médicas e exames complementares durante o período de gravidez de sua esposa ou companheira; XI - por 1 (um) dia por ano para acompanhar filho de até 6 (seis) anos em consulta médica. XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer devi- damente comprovada. ■ Ausências legais previstas no art. 131, IV, da CLT: é a possibilidade de que a empresa justifique a ausência entendendo-se como tal a que não tenha sido descontada do correspondente salário. ■ Professor: nove dias, por falecimento de pai, mãe ou filho ou casamento (art. 320 da CLT). ■ Em caso de aborto: duas semanas, conforme art. 392 e 395 da CLT é ape- nas no caso de aborto não criminoso que caracteriza essa possibilidade. ■ Domingos e feriados: cabe a Lei nº 605/1949, art. 1º todo emprega- do tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local. ■ Representante dos empregados nas Comissões de Conciliação Pré- via: estes terão direito ao salário integral quando estiverem no exercício da função de conciliadores das referidas entidades. ■ Aviso Prévio: indenizado ou não trabalhado de 30 dias proporcional: por todo período, inclusive o proporcional. ■ Testemunha ou parte: art. 822 da CLT, o comparecimento da mesma em juízo não importa em desconto salarial, motivo pelo qual o empregador deve pagar o salário dos respectivos dias. ■ Acidente de trabalho: os primeiros 15 dias, conforme art. 60 da Lei nº 8.213/1991 c/c os arts. 30 e 71 do Decreto nº 3.048/1999. UNIDADE 3 92 ■ Doença: os primeiros 15 dias, conforme art. 60 da Lei nº 8.213/1991. ■ Afastamento para inquérito por motivo de segurança nacional: art. 472, parágrafo 5º da CLT, interrupção apenas nos primeiros 90 dias de afastamento. No restante caracteriza-se como suspensão. ■ Comparecimento à sessão do júri: art. 441 do Código de Processo Penal. ■ Trabalho nas eleições: art. 98da Lei nº 9.504/1997. ■ Força maior: art. 61, parágrafo 3º da CLT, pode acarretar em cessação da atividade empresarial ou na interrupção da atividade econômica. ■ Lockout: art. 722, parágrafo 3º da CLT, no caso de paralisação da empre- sa, os empregados atingidos têm direito à integralidade salarial dos dias parados. ■ Amamentação: art. 396 da CLT, a lei garante à mãe dois intervalos de 30 minutos para amamentação de seus filhos até que eles completem seis meses. ■ Intervalos intrajornadas: computados no tempo de serviço. ■ Férias: art. 130 da CLT. ■ Repouso Semanal: Remunerado. ■ Dirigente sindical: art. 473, IX da CLT, quando tiver que se ausentar por motivo de viagem internacional representando o sindicato. ■ Falência convertida em recuperação judicial: art. 449, parágrafo 2º da CLT c/c o art. 50 da Lei nº 11.101/2005. ■ O parágrafo 6º do art. 3º da Lei nº 8.213/1991: As ausências ao traba- lho dos representantes dos trabalhadores em atividade, decorrentes das atividades do Conselho, serão abonadas, computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais. ■ Interdição do estabelecimento: art. 161, parágrafo 6º da CLT. NOVAS DESCOBERTAS O isolamento social trouxe para muitas pessoas e empresas a realidade do home office. Mas, passada a pandemia, como ficarão as relações de traba- lho? Com ajuda de especialistas assista o vídeo que fala sobre as expecta- tivas para a realização da atividade neste formato. Lembre-se que há dife- rença na atividade que já é contratada por essa modalidade daquela que se altera com o tempo para essa modalidade. UNICESUMAR 93 Visto a diferença entre suspensão e interrupção do contrato de trabalho, pas- saremos a falar sobre as FORMAS DE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO. Este é o término do contrato, ou seja, quando chega ao fim o relacionamento entre empregado e empregador. Vamos ver aqui cada uma delas: 1. Dispensa sem justa causa: ocorre quando o empregador decide pôr fim ao vínculo de emprego, ainda que o empregado não tenha cometido qualquer falta prevista na CLT. 2. Dispensa com justa causa: ocorre quando o empregador opta pelo término do vínculo de trabalho. Nesse caso o empregado cometeu uma falta prevista na CLT, que são: ato de improbidade; incontinência de conduta; condenação criminal do empregado transitada em julgado; desídia; embriaguez habitual; violação do segre- do da empresa; ato de indisciplina; ato de insubordinação; abandono de emprego; ato lesivo da honra ou boa fama em serviço; ofensas físicas em serviço; ato lesivo da honra ou boa fama; ofensas físicas contra o empregador; prática constante de jogos de azar e atos atentatórios à segurança nacional. 3. Culpa recíproca: aqui acontecem condutas faltosas por ambas as partes. Estas são simultâneas, graves e conexas. Essa forma de rescisão não é muito comum na prática. 4. Demissão: é quando o empregado não tem mais interesse em continuar naquela relação. Com isso ele avisa o empregador sem necessidade de justificativa para tal medida. 5. Despedida indireta: é caracterizada pela decisão do empregado em não con- tinuar com aquele vínculo de trabalho, mas em ocorrência de justa causa pra- ticada pelo empregador, que acabou tornando a relação inviável ou até mesmo indesejada. 6. Cessação do contrato por falecimento do empregado: quando o empregado faleceu ocorre a cessação do contrato. Se houver herdeiros, estes receberão o valor da rescisão do contrato. 7. Cessação do contrato por falecimento do empregador pessoa física: quan- do o empregador falecer o empregado pode pedir demissão, sem precisar con- ceder aviso prévio. 8. Extinção da empresa pelo falecimento do empregador: com o falecimento do empregador a empresa encerra suas atividades. UNIDADE 3 94 9. Cessação do contrato de trabalho por consentimento das partes: é feito um acordo judicial que homologa a extinção do vínculo empregatício. 10. Cessação do contrato de trabalho por força maior: O caso fortuito é um ato imprevisível, ou seja, que não conseguia imaginar sua existência. A força maior é um fato inevitável e que advém da natureza. 11. Cessação do contrato de trabalho por tempo determinado: nesse caso são os contratos que possuem um dia certo para começar, mas não tem um dia certo para terminar. O Direito do Trabalho vem passando por uma série de mudanças. Você acredita que, a partir do que foi apresentado, elas estão acompanhando a evolução da sociedade? PENSANDO JUNTOS Veja que são várias as possibilidades de rescisão do contrato. E estas devem ser observadas no momento em que a relação entre empregado e empregador não possui mais um bom relacionamento. Por qual razão se posterga algo que não está bem? Roda de Conversa - Podcast Neste podcast vou falar sobre a Lei nº 14.151/2021 que foi editada em razão da pandemia do Covid-19. Essa lei obriga- va o empregador a manter suas empregadas grávidas em trabalho home office como forma de protegê-las e também ao feto. Ouça agora o meu podcast e saiba mais sobre esse assunto. Veja que nesta unidade temos inúmeras situações às quais você pode se deparar no dia a dia da empresa que trabalha, seja como empregado, seja como gestor. Existem situações às quais você enquanto gestor precisará tomar decisões, de- monstrando a importância em se ter regras e obedecer a legislação vigente. É fundamental que você sempre esteja atualizado de acordo com a legislação. UNICESUMAR 95 Para finalizarmos a unidade, pensando nos principais itens estudados te pro- ponho a elaborar um mapa mental que traz a estrutura de funcionamento da suspensão do contrato de trabalho com todas as medidas provisórias criadas pelo governo nos últimos anos. Como ponto de partida para construção de seu mapa sugiro que utilize as palavras-chave: estado de calamidade pública, empregado, diferença salarial. 96 Para finalizarmos a unidade, pensando nos principais itens estudados te proponho a ela- borar um mapa mental que traz a estrutura de funcionamento da suspensão do contrato de trabalho com todas as medidas provisórias criadas pelo governo nos últimos anos. Como ponto de partida para construção de seu mapa sugiro que utilize as palavras-chave: estado de calamidade pública, empregado, diferença salarial. 4Direito Coletivo do Trabalho Me. Mariane Helena Lopes Nesta unidade, verificaremos como funciona o direito coletivo do tra- balho e o que essa área estuda. Cabe diferenciar que, enquanto nas três primeiras unidades estudamos aqueles itens que são relacionados com o contrato de trabalho, aqui estudaremos aquelas relações que dependem de entidades sindicais para aplicar na relação contratual. UNIDADE 4 100 Quando se fala em Direito Coletivo, tem-se aqui toda a estrutura da entidade sindical para proteção daqueles que dele necessitam. Por essa razão vamos ana- lisar um caso hipotético. A empresa Antemão é uma metalúrgica que desenvolve suas atividades no mercado há, pelo menos, 30 anos. Em razão da pandemia da Covid-19 no Brasil suas atividades ficaram paralisadas, pois a ordem das três esferas do poder era de que todo comércio ficasse em isolamento social. Depois de 3 meses fechados, contando com 2 meses como paralisação da empresa e 1 mês como férias cole- tiva, José das Dores, proprietário e empregador na empresa Antemão, se utilizou Medida Provisória nº 936/2020 para suspender o contrato de trabalho de seus empregados, até porque as atividades paradas fizeram com que o empregador contraísse uma dívida e começasse a enfrentar dificuldades financeiras. Por conta disso seus empregados começaram a ficar preocupados com in- certezas, medos, e até mesmo sem saber se a empresa conseguiria se manter em funcionamento. Depois de dois meses de contratos suspensos, José das Dores demitiu 100 funcionários. Um ponto que chamou a atenção deles aqui é que o Sindicato dos Trabalhadores a qual fazem parte não interferiu e nem tentou nenhuma negocia- ção com a empresa, para que isso fosseresolvido de outra forma, sem a demissão em massa. Por essa razão os empregados acabaram entrando com uma ação judicial contra a empresa a fim de retomar seus cargos e também de impedir a demissão em massa que não pode ser feita pela empresa sem intervenção do Sindicato, algo que não foi feito por ele. E você, o que acha deste caso? Isso realmente pode acontecer ou não? UNICESUMAR 101 Bom, sabemos que o Direito Coletivo é uma estrutura da entidade sindi- cal para proteção daqueles que necessitam, certo? É um direito do trabalhador. Você consegue perceber que aqui nessa história temos vários fatores para serem analisados? A participação do Sindicato dos Trabalhadores no caso de demissão em massa; como ficaram as atividades do Sindicato durante a pandemia e como poderia a empresa mandar embora após a suspensão do contrato? São essas e outras perguntas que iremos resolver durante nossa temática. Depois de conhecer essa história do Direito do Trabalhador, te desafio para que faça uma busca em sua região e observe se houve casos de demissão em massa sem a participação do Sindicato. Faça essa pesquisa e liste os sindicatos que se aliaram em defesa ou não dos trabalhadores. Além disso, verifique também quais foram as consequências dessas demissões em massa. EXPLORANDO IDEIAS A entidade sindical faz parte do direito coletivo do trabalho, com o intuito de se fazer presente perto daqueles que dela fazem parte. Aqui ele busca melhorias para a maioria, proporcionando assim melhores condições de trabalho. UNIDADE 4 102 E aí? O que você achou desse desafio? Consegui chegar a alguma conclusão? Peço para que deixe aqui suas impressões, este campo do Diário de Bordo é realmente para isso. Vamos aqui discutir o papel do Sindicato na atuação em defesa dos empregados. Podemos dizer que o DIREITO COLETIVO DO TRABALHO é um ramo do direito público que tutela as relações advindas do trabalho, que começa a ser instituído por volta do século XIX, por consequência dos relacionamentos entre os empregados e empregadores, que por meio de contratos (verbais ou não) ad- quiriam deveres e direitos (GARCIA, 2018). O ambiente de trabalho é pautado em contratos e negociações, que podem ser individuais ou coletivas. Sendo assim, verifica-se a necessidade de diferenciar as relações individuais do trabalho e das relações coletivas do trabalho, para ve- rificar as peculiaridades das subdivisões do Direito Trabalhista. Neste contexto, conforme Nascimento (2014, p. 122): “ No direito do trabalho há dois tipos fundamentais, embora não apenas esses, de relações jurídicas, assim entendidas as relações sociais disciplinadas pelo Direito: as relações coleti- vas e as relações individuais de trabalho. Estas diferem pelos sujeitos e pelos interesses que as caracterizam. Destaca-se ainda que o Direito Coletivo se distingue do Direito Individual nas normas, regras, institutos e princípios. Sobre as relações individuais do trabalho é importante destacar que seu mar- co foi em 1943, com a publicação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que tinha como objetivo regular as relações individuais, quanto as coletivas do trabalho. Todavia, sobre as normas do direito coletivo observa-se que se refere às relações entre o empregado e o empregador de forma específica, que estão elencadas nos contratos ou acordos entre estas partes, de maneira individual, que tem como escopo o salário, horas de trabalho, função, entre outros. Na visão de Delgado (2017, p. 79) “toda a estrutura normativa do Direito In- dividual do Trabalho constrói-se a partir da constatação fática da diferenciação social, econômica e política básica entre os dois sujeitos da relação jurídica central desse ramo jurídico específico” - a relação de emprego. UNICESUMAR 103 Em suma, o Direito Individual refere-se às normas que pautam a relação indi- vidual de trabalho, logo os sujeitos deste sub-ramo são: empregado e empregador. Conforme Delgado (2017, p. 211) “ toda a estrutura normativa do Direito Individual do Trabalho constrói-se a partir da constatação fática da diferenciação so-cial, econômica e política básica entre os sujeitos da relação jurídica central desse ramo jurídico específico. Em tal relação, o empregador age naturalmente como ser coletivo, isto é, um agente socioeconômico e político cujas ações — ainda que in- traempresariais — têm a natural aptidão de produzir impacto na comunidade mais ampla. Em contrapartida, no outro pólo da relação inscreve-se um ser individual, consubstanciado no trabalhador que, como sujeito desse vínculo sócio jurídico, não é capaz, isoladamente, de produzir, como regra, ações de impacto comunitário. Outro ponto tão importante quanto é o Direito Individual do Trabalho. Este direito é pautado pela proteção do empregado, visto que seus princípios são: princípio da proteção, princípio norma mais favorável, princípio condição mais benéfica, princípio primazia da realidade, dentre outros. Sobre as relações coletivas do trabalho é importante observar que existe uma mudança de sujeitos, visto que agora as partes são os Sindicatos de Trabalhadores e Sindicatos Patronais ou Empresariais, e não mais os empregadores e de traba- lhadores. Esse sub-ramo do direito do trabalho tem como finalidade os direitos coletivos de categorias de trabalho. Neste contexto, verifica-se a diferença entre esses dois sub-ramos o sujeito que é tutelado pelas normas jurídicas. NOVAS DESCOBERTAS Sindicatos são pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos. E para você conhecer mais das mudanças da nova Reforma Trabalhista leia esse artigo que está bem explicado também. Você vai gostar! UNIDADE 4 104 Percebe-se que o escopo da proteção jurídica se torna mais abrangente, como a alíquota de reajuste para uma determinada categoria, o material de segurança para os trabalhadores de um determinado grupo, jornadas visando a saúde de trabalhadores que devido ao seu trabalho estão em situação de risco, entre outros. Em suma, as normas do direito coletivo do trabalho têm a coletividade como finalidade de proteção. É válido mencionar que, embora o direito sindical seja também conceituado como direito coletivo do trabalho, nem toda relação coletiva será composta por parte do sindicato. Antes de falar sobre o conceito do Direitos Coletivo do Trabalho, propria- mente dito é importante destacar que na história jurídica esse ramo do direito foi denominado por vários termos entre eles, conforme Delgado (2017, p. 1454) formam Direito Industrial, Direito Operário e Direito Corporativo, todavia essas nomenclaturas não se mantiveram. Hoje, existem alguns juristas, como Maurício Godinho Delgado, Antônio Álvares da Silva e Octávio Bueno Magano que chamam esse ramo do direito de Direito Coletivo do Trabalho, afirmando que, tal nomenclatura é adotada pelo Direito Internacional do Trabalho, além de também contemplar trabalhadores que não estão organizados em sindicatos e regulamentar interesses de uma cate- goria, no sentido de coletividade. Enquanto, doutrinadores como Amauri Mascaro Nascimento, José Carlos Arouca e José Cláudio Monteiro de Brito Filho utilizam-se da nomenclatura Direito Sindical, visto que esses autores entendem que esse ramo do direito tem como objeto do direito tutelado o sindicato e as ações sindicais. Dito isso, observa-se que para o nosso estudo será utilizado o termo Direito Coletivo do Trabalho, que predomina entre os juristas nacionais. Neste contexto, é importante mencionar que o conceito de Direito Coletivo do Trabalho é o ramo do direito que regula as relações jurídicas oriundas das organizações coletivas de empregados e empregadores, ou ainda das relações advindas das organizações de obreiros e empregados. Sendo assim, o Direito Coletivo do Trabalho, se difere do Direito Individual do Trabalho, visto que as normas, princípios e leis são estabelecidas para nortear as relações que envolvem uma pluralidade de trabalhadores. Logo, é necessário queexista um elemento qualitativo, bem como o interesse comum entre as pes- soas que se unem. UNICESUMAR 105 Esse rol de normas que compõem o Direito Coletivo do Trabalho tem algu- mas funções particulares, que podem ser separadas em 2 grandes grupos, funções gerais e funções específicas. Podemos observar na figura 1: Funções gerais Delgado (2017, p. 1460) tem como foco “melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica”. E as funções modernizadora e progressista, que se estabelece ao longo da história do Direito do Trabalho. Funções específicas Criação de normas: respeitando os limites legais, as manifestações sindicais geram novas normas estatais ou entre as partes. Pacificação de conflitos: por meio dos sindicatos ocorre a resolução de conflitos, normalmente pela autocomposição. Função social e política: visto que pode ser um mecanismo de democratização do poder. Função econômica: a negociação coletiva auxilia no mercado laborativo, conferindo a este dinamismo econômico. Figura 1 - Funções Particulares do Direito Coletivo do Trabalho / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta um infográfico com duas imagens e suas respectivas funções. De cima para baixo apresentamos uma mulher segurando a carteira nacional de trabalho, correlacionada com as funções gerais que tem como foco a frase de Delgado (2017, p. 1460) “melhoria das condições de pactuação da força de trabalho na ordem socioeconômica”. Além desta função, apresentamos a função modernizadora e progressista, que se estabelece ao longo da história do Direito do Trabalho. A segunda imagem a imagem do povo brasileiro em manifestação, se relaciona com as funções específicas, que dentro desta encontra-se a criação de normas, respeitando os limites legais, as manifestações sindicais geram novas normas estatais ou entre as partes; pacificação de conflitos, por meio dos sindicatos ocorre a resolução de conflitos, normalmente pela autocomposição; função social e política, visto que pode ser um mecanismo de democratização do poder; função econômica, a negociação coletiva auxilia no mercado laborativo, conferindo a este dinamismo econômico. UNIDADE 4 106 Saindo deste pressuposto pode-se entender que o Direito Coletivo do Traba- lho estabelece novas normas que abrange um grupo de empregados, em conso- nância com situações reais do cotidiano destes trabalhadores, que se compõem de pôr direitos e deveres, tanto para os envolvidos quanto para terceiros. Logo, muitas vezes, os indivíduos que não necessariamente precisam dar anuência para serem associados ao resultado da negociação. Sobre o conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho pode-se entender que se refere às relações coletivas do trabalho. É importante observar que esse conteúdo é um resultado das transformações históricas sociais, que vêm se desenvolvendo a partir dos conflitos das relações coletivas do trabalho, e até mesmo das relações individuais. Sendo assim, os elementos que compõem esse ramo do Direito do Trabalho, são resultado das relações coletivas, que geram as leis (estatais ou não), logo temos os elementos que são a organização sindical, a convenção coletiva de trabalho (direito normativo); os conflitos coletivos de trabalho; e a solução dos conflitos coletivos de trabalho. O conteúdo do Direito Coletivo do Trabalho conforme Delgado (2017, p. 1459) são “ os princípios, regras e institutos que regem a existência e de-senvolvimento das entidades coletivas trabalhistas, inclusi-ve suas inter-relações, além das regras jurídicas trabalhistas criadas em decorrência de tais vínculos. São os princípios e normas reguladores dos sindicatos, da negociação coletiva, da greve, do dissídio coletivo, da mediação e arbitragem coletivas, ao lado dos dispositivos criados pela negociação coletiva e dissídios coletivos, por exemplo. UNICESUMAR 107 Outro ponto importante a ser observado é que as regras que compõem o Direito Coletivo do Trabalho se ordenam da seguinte forma: 1. Organização Sindical, conforme Bomfim (2021, p. 853) refere-se “aos ti- pos de entes sindicais existentes previstos pelo ordenamento jurídico, ao critério de agrupamento dos representados, às formas e à base geográfica de representação, à estrutura interna e ao funcionamento dos entes sindi- cais”. Logo pode se entender que a organização sindical são as instituições sindicais que são criadas em consonância com a legislação pátria. 2. Ação e funções dos entes sindicais, em especial a negociação coletiva trata das ações concretas que os entes sindicais realizam para atingir sua fina- lidade principal e essencial, ou seja efetuar a negociação coletiva, visando obter direitos ao grupo de trabalhadores, que representa. 3. Conflitos coletivos de trabalho e suas formas de solução, trata, conforme Bomfim (2021, p. 853) “ao estudo das disputas decorrentes das relações coletivas de trabalho, entre as quais a greve é a principal, e das formas de solução estabelecidas pelo ordenamento jurídico. 4. Representação não sindical dos trabalhadores na empresa, são as formas de comunicação elencadas no ordenamento jurídico, que tem a finalidade de obter um melhor diálogo entre os empregados e empregadores. Um ponto que merece atenção são os princípios do Direito Coletivo que possuem particularidades, ou seja, são específicos desse segmento do Direito. Veja que aqui quando se fala em princípios pensa-se no coletivo e não mais no indivíduo como aconteceu no início do nosso estudo. Dessa forma, podemos destacar: UNIDADE 4 108 PRINCÍPIO DA LIBERDADE ASSOCIATIVA E SINDICAL Observe que aqui pode parecer uma falsa liberdade a que se proporciona aos sindicatos e demais entidades. Esse princípio se divide em dois: 1. Liberdade Sindical: permite que o sindicato tenha o direito de ser criado, bem como se auto extinguir; 2. Liberdade Associativa: refere-se à possibilidade do indivíduo se associar a um sindicato, seja de forma permanente ou não. Esse princípio está elencado no artigo 5º, XVI e XVII da Constituição Federal. Princípio da autonomia sindical: tem como objetivo assegurar a autogestão dos sindicatos dos empregados, logo, esses institutos têm sua organização e funcionamento sem a influência estatal ou empresarial. Esse princípio está estabelecido na Constituição de 1988, sem nenhuma restrição. Em outras palavras, o Estado não pode interferir no funcionamento do sindicato. Figura 2 - Princípios do Direito Coletivo / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta um infográfico com o punho levantado segurando uma chave mecânica, sobre fundo vermelho que se refere ao conceito de greve e reivindicações sociais da classe trabalhadora. Dentro desta imagem os textos com os princípios do Direito Coletivo, De cima para baixo apresentamos o princípio da autonomia sindical tem como objetivo assegurar a autogestão dos sindicatos dos empregados, logo, esses institutos têm sua organização e funcionamento sem a influência estatal ou empresarial. Esse princípio está estabelecido na Constituição de 1988, sem nenhuma restrição. Em outras palavras, o Estado não pode interferir no funcionamento do sindicato. E depois vem o princípio da liberdade associativa e sindical: Observe que aqui pode parecer uma falsa liberdade a que se propor- ciona aos sindicatos e demais entidades. Esse princípio se divide em dois: primeiro, a Liberdade Sindical: permite que o sindicato tenha o direito de ser criado, bem como se auto extinguir e segundo, a Liberdade Associativa: refere-se à possibilidade do indivíduo se associar a um sindicato, seja de forma permanente ou não. Esse princípio está elencado no artigo 5º, XVI e XVII da Constituição Federal. Outro tema importante são as Contribuições Sindicais, que são as principais fontes de custeio do sindicato e do sistema confederativo. Desde a Constituição de 1988, em seu art. 8º, IV, pode-se perceber que a LIBERDADE SINDICAL preconizada não estava completa, pois a imposiçãode contribuição compulsória, que hoje foi revogada, para todos os trabalhadores associados ou não, importava em controle ao sistema sindical que feria a liberdade do trabalhador. UNICESUMAR 109 Vamos conhecer as Contribuições Sindicais conforme a CLT: a. Contribuição Anual: era compulsória para toda categoria. Sua obrigato- riedade foi revogada pela Lei nº 13.467/2017, mas o imposto foi mantido. b. Contribuição Estatutária: art. 548, b, da CLT. Geralmente são mensais e atingem apenas os associados. c. Contribuição Confederativa: art. 8º, IV da CF. Só para associados. d. Contribuição Assistencial ou Quota Solidariedade: prevista nas nor- mas coletivas. Apenas para associados (art. 545 da CLT c/c OK nº 17 do SDC (Seção de Dissídios Coletivos) c/c Precedente nº 119 do SDC do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Sindicatos de Trabalh adores e Sindicato s Patronai s ou Empres as Visto isso, passaremos a falar sobre os SINDICATOS, a organização das entida- des sindicais. Estas organizações surgiram com a finalidade de obter, por meios conflituosos, a melhoria das condições de trabalho e, por via de consequência, de vida. As conquistas são conseguidas por meio de negociações coletivas inter- mediadas ou deflagradas pelos sindicatos. UNIDADE 4 110 Nas palavras de Vólia Bomfim (2021, p. 1266): “ Sindicato são associações para fins de estudo, defesa e coorde-nação de interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalha- dores autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respec- tivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas. Os sindicatos que representam os interesses dos trabalhadores se organizam, em sua maioria, por categoria e não por profissão. De acordo com os artigos 511 e 513 da CLT, categoria é o conjunto de pessoas que exerce sua atividade num determinado setor. Em nosso país preferiu-se adotar o sistema de categoria, em face de sua inspiração no direito italiano. No art. 534 da CLT temos a composição do Sistema Sindical sob a forma de uma pirâmide como pode-se observar na figura 3: Confederações Federações Sindicatos Centrais Sindicais Figura 3 - Estrutura Sindical Brasileira / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a figura apresenta a estrutura sindical brasileira composta por uma pirâmide dividida em três partes, de cima para baixo, confederações, federações e sindicatos. Ao lado direito há um círculo representando as centrais sindicais. UNICESUMAR 111 NOVAS DESCOBERTAS De acordo com o Ministério do Trabalho, há neste momento no Brasil apro- ximadamente um total de 16431 sindicatos, sendo 11257 de trabalhadores e 5174 de empregadores, fora as confederações, federações e centrais sin- dicais. E você me pergunta o que é um sindicato e como ele pode ser considerado? Bem, o Sin- dicato pode ser considerado uma associação de trabalhadores, que tem a finalidade de defender os direitos dos seus associados, no âmbito do trabalho. Ou seja, o sindicato é uma associação que tem a coletividade dos trabalhadores como finalidade, porém é de natureza privada. Logo, o sindicato é uma pessoa jurídica de direito privado, cuja finalida- de é proteger os interesses dos trabalhadores que estão associados. PENSANDO JUNTOS A natureza jurídica pode variar conforme o Estado Soberano que o sindicato está inserido, bem como as leis que regem esse instituto, como por exemplo o sindicato americano, que é uma pessoa jurídica de direito privado. No Brasil, o sindicato é uma associação sui generis, pautada pela CLT, e pela Constituição Federal de 1988 nos artigos 8º a 11ª, bem como pelas Convenções da OIT - Organização Internacional do Trabalho. É importante observar que os sindicatos não têm apenas a função de ações oriun- das das relações coletivas de trabalho, visto que existem entidades profissionais que realizam atividades com finalidade assistencial. Por óbvio que a atividade negocial é preponderante, conforme o artigo 511 da CLT. Sendo assim, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no artigo 513 esta- belece as funções do sindicato, que de forma resumida pode ser: “ Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos: a) representar, pe-rante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos á atividade ou profissão exercida; b) celebrar contratos coletivos de trabalho; c) ele- UNIDADE 4 112 ger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal; d) colaborar com o Estado, como órgãos téc- nicos e consultivos, na estudo e solução dos problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal; e) impor contribuições a todos aqueles que participam das cate- gorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas (JUSBRASIL, ONLINE). Dito isso, é importante observar que os sindicatos têm uma estrutura própria, que consiste, no mínimo em: “ Art. 522. A administração do sindicato será exercida por uma diretoria constituída no máximo de sete e no mínimo de três membros e de um Conselho Fiscal composto de três membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. § 1º A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o presidente do sindicato. § 2º A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscaliza- ção da gestão financeira do sindicato. § 3º Constituirão atribuição exclusiva da Diretoria do Sin- dicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com po- deres outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei (JUSBRASIL, ON- LINE). Todavia, observa-se que os sindicatos podem criar seus próprios organogramas, logo sua estrutura pode ser desenvolvida em conformidade com seus estatutos, que será aprovado por assembleia. Todavia, devem ser observados os artigos art. 511, §§ 2º e 3º, e art. 577 da CLT. Destaca-se ainda que, para um sindicato poder realizar suas atividades, é necessário que a instituição sindical faça um pedido formal de reconhecimento da entidade sindical, em conformidade com a Portaria 186/08, do Ministro do Trabalho e Emprego. UNICESUMAR 113 Todavia, antes deste pedido, é necessário que o sindicato realize alguns pro- cedimentos como por exemplo convocar a Assembleia geral para definir algumas formalidades, entre elas: o estatuto, os dirigentes, a base sindical. Esse ato deve ser registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas, em conformidade com o artigo 512 da CLT. Outro ponto importante sobre os sindicatos, no Brasil, refere-se a norma estabelecida na Constituição que prevê que os sindicatos são autônomos (não sofrem interferência estatal) e têm liberdade. Entretanto, estabelece também que o sindicalismo deve ser único, ou seja, só pode ter apenas um sindicato represen- tando os trabalhadores, em conformidade ao artigo 8º inciso II que estabelece: “ vedada à criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou eco-nômica, na mesma base territorial, que será definida pelos tra- balhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município (BRASIL, 1988). Neste contexto, verifica-se que o Brasil segue o princípio da unicidade. Logo, o Estado Brasileiro não permite a pluralidade, ou seja, não pode ter mais de uma associação sindical dentro de uma mesma base territorial, se por categoria eco- nômica, seja por categoria profissional. Como vimos, os sindicatos sofreram intervenção estatal, bem como muitas vezes dependiam do Estado. Todavia, com a Constituição de 1988 eles consegui- ram sua autonomia. A Constituição ainda trouxe de que forma deve funcionar o sistema sindical. Aqui veremos como dá a sua criação, que de acordo com o art. 511 da CLT pode ser detrês formas: por categoria econômica (empregadores), por categoria profissional e por categoria diferenciada, que acaba sendo utilizado de forma ex- cepcional. E diante da legislação brasileira, Delgado (2017), esclarece que existem quatro formas de sindicatos, que são: UNIDADE 4 114 Sindicato por ofício ou profissão: esse sindicato é formado por trabalhadores que têm a mesma profissão, ou ainda, pela similaridade de emprego. Está prevista na CLT, art. 511, § 3º, trazendo que nesta instituição se reúne empregados que são diferenciados, como por exemplo: professores, motoristas, que possuem uma legislação própria. Sindicato por categoria profissional: conforme o 511, § 2º, CLT, é formado por obreiros com a mesma profissão ou trabalho, na mesma atividade econômica ou similar. Percebe-se que esse tipo de sindicato não se vincula a profissão do obreiro como o sindicatos por profissão, mas sim, pelo empregador, ou seja, pela atividade produtiva que a empresa executa. Sindicato por empresa: esse tipo de sindicato não é adotado no Brasil, mas sim, nos Estados Unidos. Neste sindicato os trabalhadores se reúnem conforme a empresa que tem vínculo. Sindicato por ramo empresarial de atividades: esse sindicato agrupa os trabalhadores conforme o segmento da organização que eles prestam serviço. FORMAS DE SINDICATOS Figura 4 - Formas de Sindicatos / Fonte: adaptado de Delgado (2017). Descrição da Imagem: a figura apresenta uma imagem com silhuetas de várias pessoas com os punhos para cima e segurando bandeiras para ilustrar os quatros tipos de sindicatos: por ofício ou profissão, por categoria profissional, por empresa e por ramo empresarial de atividades. Cada um com seu significado: o sindicato por ofício ou profissão é formado por trabalhadores que têm a mesma profissão, ou ainda, pela similaridade de emprego. Está prevista na CLT, art. 511, § 3º, trazendo que nesta instituição se reúne empregados que são diferenciados, como por exemplo: professores, motoristas, que possuem uma legislação própria. Já o sindicato por categoria profissional, conforme o 511, § 2º, CLT, é formado por obreiros com a mesma profissão ou trabalho, na mesma atividade econômica ou similar. Percebe-se que esse tipo de sindicato não se vincula a profissão do obreiro como os sindicatos por profissão, mas sim, pelo empregador, ou seja, pela atividade produtiva que a empresa executa. O sindicato por empresa não é adotado no Brasil, mas sim, nos Estados Unidos. Neste tipo de sindicato os trabalhadores se reúnem conforme a empresa que tem vínculo. E o sindicato por ramo empresarial de atividades, agrupa os tra- balhadores conforme o segmento da organização que eles prestam serviço. UNICESUMAR 115 NOVAS DESCOBERTAS Conheça o longa-metragem Abraço, um filme sindical que narra a mobilização de 30 mil professores sergipanos, que, em 2008, decidi- ram juntos travar uma batalha jurídica e política por seus direitos. É um marco histórico para o movimento sindical: é a primeira vez que um filme de ficção é realizado com recursos da classe trabalhado- ra, e que chega aos cinemas para o grande público. Está em cartaz nas plataformas virtuais www.cinemavirtual.com.br e na www.looke. com.br. Visto o que é um sindicato e compreendendo melhor a sua organização, passemos a falar sobre as entidades sindicais de grau superior. Tal estrutura tem previsão nos artigos 511 a 539 da CLT. A federação (art. 534 da CLT) pode existir sempre que houver mais de 5 sindi- catos no território nacional, representando a maioria absoluta dos trabalhadores de um grupo de atividades ou profissões. Já a confederação só pode ser instituída quando tiver no território nacional mais de 3 federações e sua sede é na capital do país, como disposto no art. 535 da CLT. As federações têm sua representatividade a nível estadual, enquanto as con- federações estão no âmbito federal, sendo considerado um órgão de cúpula. Per- cebe-se que apesar destas duas instituições estarem acima dos sindicatos, todavia, não tem legitimidade para uma negociação coletiva, visto que a função destas instituições de cúpula é subsidiária. Existe uma exceção, conforme o art. 611, § 2º que estabelece que na falta de um sindicato no território que será realizado a negociação coletiva, a federação pode realizar, logo verifica-se o princípio da complementaridade nas negociações coletivas. Destaca-se ainda, que os empregados que solicitarem ao seu sindicato uma negociação coletiva, e tiveram seu pleito negado sem justificativa plausível, po- dem em conformidade com o artigo 617, § 1º, da CLT, solicitar, primeiramente para a federação a sua solicitação, e em caso de negativa novamente, pode ser solicitado à confederação. UNIDADE 4 116 Sobre as centrais sindicais é importante observar que em 2008, pela Lei 11.648, o Poder Legislativo as introduziu, na estrutura sindical do Brasil, que já existiam na prática, por meio de algumas instituições como a Central Única dos Trabalhadores. Sendo assim, a lei citada traz de forma explícita o conceito de central sindical, que prevê no artigo 1°, caput que estabelece como sendo “a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais de trabalhadores”. Para Nascimento (2000) essas centrais são entidades de cúpula, acima das confederações, federações e sindicatos. São intercategorias, abrangem diversas instituições, representam os sindicatos como um todo, e no âmbito ter- ritorial atuam em todo o país. A função destas centrais sindicais está definida na Lei 11.648/2008, artigo 1, sendo suas atribuições: “I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores” (BRASIL, 2008). UNICESUMAR 117 Para que uma central sindical seja formada alguns requisitos, que devem neces- sariamente ser observada, conforme o artigo 2 da Lei 11.648/2008: 1. se filiem a ela no mínimo, 100 sindicatos, que estejam em 5 regiões dife- rentes do Brasil; 2. que se filiem pelo menos 20 sindicatos em pelo menos 3 regiões do País. 3. filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 setores de atividade econômica; e 4. ter no mínimo, 7% do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional (BRASIL, 2008). Por fim, mas não menos importante, cabe-nos falar da GREVE. Esta é a cessação coletiva e voluntária do trabalho, e deve ser decidida por sindicatos de trabalha- dores assalariados de modo a se obter ou manter benefícios ou para protestar contra algo. O art. 2º da Lei nº 7.783/1989 traz o conceito de greve: “ Art. 2º. Para fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador (BRASIL, 1989). A titularidade do direito de greve é dos trabalhadores, pois somente a eles com- pete decidir sobre a oportunidade, a conveniência e os interesses que, por meio da greve, devem ser defendidos. Ou seja, eles não podem iniciar uma greve so- zinhos, necessitam do sindicato para começá-la corretamente e de acordo com o que está previsto na CF. Durante o período de greve os contratos de trabalho são suspensos (art. 7º da Lei nº 7.783/1989). A lógica é a proibição do empregador em despedir, sem justa causa, os empregados que aderiram ao movimento. Também durante esse período o empregador não poderá contratar substitutos, salvo as hipóteses trazidas no art. 9 da Lei nº 7.783/1989. Há limitações no direito de greve, que são para os serviços considerados es- senciais. No caso destes devem ser observados os artigos 9º, parágrafo 1º da CF c/c art. 11 da Lei nº 7.783/1989 c/c art. 12 da CF. UNIDADE 4 118 Vamos aproveitar o tema dessa unidade e entender melhor sobre os acontecimentos que acarretaram o direito sindical nos últimos anos.Várias foram como a retirada da contribuição sindical, a enti- dade que não teve uma apresentação eficaz no período de calam- idade pública, protegendo assim a população, dentre outras. Aqui você enquanto gestor(a) e até mesmo enquanto empregado(a) deve se per- guntar quais são os tipos de greve? De qual delas posso participar caso se depare com essa situação? Ou ainda, o que devo fazer com meus empregados caso eles resolvam parar suas atividades no ambiente empresarial? 119 Construa um mapa mental que traz toda a estrutura das entidades sindicais, bem como de suas contribuições e para onde elas são direcionadas quando arrecadas por essas entidades. Para tanto você tem as seguintes palavras-chave: sindicato, central sindical e federação. 5Legislação Previdenciária Me. Mariane Helena Lopes Nesta unidade verificaremos como funciona o Direito Previdenciário. Aqui entenderemos de que forma ele é estruturado, como ele se divide e se organiza. Ao longo dos anos, pode-se observar uma necessidade de mudança desse ramo com o intuito de acompanhar a evolução da sociedade e suas mudanças de organização. UNIDADE 5 122 Vimos que até aqui muita coisa aconteceu com a Reforma da Previdência, não é mesmo? Agora é hora de experimentarmos e pôr a mão na massa. Te desafio para uma atividade: faça uma busca rápida pela internet, pesquise e leia sobre os impactos causados pela reforma da previdência em todo o país. EXPLORANDO IDEIAS Chegamos a nossa última unidade, que abordará o tema Legislação Previden- ciária. É, com certeza, uma das legislações importantes para o futuro do cidadão. Então vamos imaginar a seguinte situação: Maristela e Jonatas Pedroca estão casados há 10 anos. Depois de muito tenta- rem ter um filho e passarem por vários médicos em busca de tratamento, eis que finalmente conseguem realizar seu sonho de serem pais. O filho do casal nasceu em tempo normal com 39 semanas, mas após inúmeros exames, foi detectado com uma doença rara. Para surpresa e preocupação do casal, o tratamento do filho seria muito caro e precisaria desembolsar uma quantia equivalente a, apro- ximadamente, R$ 400.000,00. Em desespero, o casal não possui essa quantia, nem mesmo vendendo todo seu patrimônio, visto que fizeram tratamento por muitos anos. Além disso, mes- mo se tivessem tal quantia colocaria sua manutenção em risco, pois eles neces- sitam do valor para conseguir se manter e pagar suas contas. Procuraram um advogado e o mesmo orientou que entrassem com uma ação judicial contra o Município, Estado e União solicitando todo o custeio pelo tratamento, visto que, de acordo com a Constituição Federal, todos têm direito à saúde, ou seja, qualquer pessoa pode e deve ter seu tratamento custeado pelo Poder Público quando houver necessidade. O Direito Previdenciário é uma questão importante para a sociedade, pois é esta a legislação que representa pontos importantes e significativos em nossa sociedade. Um dos casos é o direito à saúde, pelo qual aquele que não tem como realizar aquele tratamento ou um procedimento cirúrgico. Aqui fala-se no pro- cesso de judicialização. E este é permitido pela Constituição Federal de ser feito por aquele que dela necessita. UNICESUMAR 123 E aí, conseguiu chegar em alguma conclusão? Você acha que era necessária uma reforma da previdência? Nossa sociedade mudou muito nos últimos anos para que tais mudanças acontecessem? Reflita sobre essas perguntas e escreva aqui no Diário de Bordo, no final do estudo você volta para ler se as respostas finais irão coincidir com as respostas iniciais. UNIDADE 5 124 São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados. Constituição da República Federativa do Brasil (2020). PENSANDO JUNTOS Chegamos na nossa última unidade e iniciaremos nosso estudo tratando da LE- GISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Com essa breve análise conseguiremos conhecer melhor o sistema previdenciário que temos hoje. As normas estabelecidas que regulam a aposentadoria dos trabalhadores é um assunto muito importante para você adquirir conhecimento e para todos os cidadãos do Brasil. Diante disso, me acompanhe para estudarmos em nossa última unidade, vamos lá! O art. 6º da Constituição Federal (2020) traz os Direitos Sociais, aos quais todos têm direito. Eles têm como objetivo a redução das Desigualdades Sociais e Regionais. Dentre eles está a Seguridade Social, que é composta por três pilares: Direito à Saúde, Assistência Social e Previdência Social, como você pode conferir na figura 1. E no art. 194 da Constituição (2020) o conceito da Seguridade Social: “conjun- to integrado de ações de iniciativa dos Poder Públicos e da sociedade, destinados a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. No- ta-se aqui que a solidariedade é o fundamento da seguridade social. De fato, pela previsão constitucional a Seguridade Social traz normas de proteção social, que são destinadas a prover o necessário para a sobrevivência com dig- nidade, que se concretizam quando o indivíduo estiver acometido por alguma doença, invalidez, desemprego, ou outra causa, não tendo condições de prover seu sustento ou o de sua família. A partir da proteção que se tem por um dos institutos mencionados anterior- mente que se garante o mínimo necessário para que se sobreviva com dignidade, efetivação do bem-estar, redução das desigualdades, conduzindo assim à justiça social. UNICESUMAR 125 A Constituição (2020) espera que todos em sociedade estejam protegidos pela seguridade social. Tal proteção se fixa em dois fatores: custeio e necessidade. Com isso, se o necessitado for segurado da previdência social, ou seja, contri- bui para a mesma, sua proteção acontecerá por meio da concessão do benefício previdenciário correspondente à contingência-necessidade que o atingiu. Se ele não for segurado de nenhum dos regimes disponíveis na seguridade social, sua proteção acontecerá pela concessão de um benefício previdenciário correspon- dente à contingência-necessidade. Com relação ao Direito à Saúde, todos, independente de sua classe social, de seu poder aquisitivo, de contribuição para o custeio, têm o mesmo direito à saúde (art. 196, CF). Quando se fala nesse direito, como podemos acompanhar pelo que se é amplamente divulgado nos veículos de comunicação, são pessoas necessitando de atendimento, mas não conseguindo por conta dos valores altos dos tratamentos. Cabe aqui mencionarmos que há a possibilidade de judicialização dos pe- didos em que se necessita de algum tipo de cirurgia, medicamento, algo neces- sário para a sua manutenção ou para a sua sobrevivência mesmo. Esses pedidos necessitam de um pedido judicial e este pode ser feito contra todas as esferas do Poder Executivo, ficando a critério do Poder Judiciário decidir qual deles será o responsável. UNIDADE 5 126 ASSISTÊNCIA SOCIAL É uma política pública da Secretaria Nacional de Assistência Social. Esse direito é destinado para todo cidadão que dela necessitar. Está organizada por meio do SUAS - Sistema Único de Assistência Social presente em todo o Brasil. A quem necessitar (SUAS) SAÚDE É um um direito referente à lei do artigo 196 da Constituição Federal. A saúde passou a ser considerada como direito de todos, para qualquer cidadão. Está organizada pelo Sistema Único de Saúde - SUS presente em todo o Brasil. Para qualquer cidadão (SUS) PREVIDÊNCIA SOCIAL É um seguro que garante a renda dos cidadãos com carteira assinada na aposentadoria. Os trabalhadores autônomos e contribuintes individuais também podem contribuir com o regime. Todas as pessoas que têm carteira assinada automaticamente estão filiadas ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. A quem contribuir (INSS) Figura 1 - Tripé de Seguridade Social / Fonte: a autora. Descrição da Imagem: a imagem apresentaum fluxograma com o tripé da seguridade social. De cima para baixo está a Seguridade Social e suas três participações sociais: a assistência social, a quem necessitar (SUAS); a saúde, para qualquer cidadão (SUS) e a previdência social, a quem contribuir (INSS). Assistência Social: é uma política pública da Secretaria Nacional de Assistência Social. Esse direito é destinado para todo cidadão que dela necessitar. Está organizada por meio do SUAS - Sistema Único de Assistência Social presente em todo o Brasil. Saúde: é um um direito referente à lei do artigo 196 da Constituição Federal. A saúde passou a ser considerada como direito de todos, para qualquer cidadão. Está organizada pelo Sistema Único de Saúde - SUS presente em todo o Brasil. Previdência Social: é um seguro que garante a renda dos cidadãos com carteira assinada na aposentadoria. Os trabalhadores autônomos e contribuintes individuais também podem contribuir com o regime. Todas as pessoas que têm carteira assinada auto- maticamente estão filiadas ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. . Conseguindo visualizar o tripé da previdência social, assistência social e direito à saúde, precisamos entender quem são os sujeitos que dela fazem parte. São eles o sujeito ativo, de quem dela necessita e o sujeito passivo são os poderes públicos e a sociedade. O objeto dessa relação jurídica, como bem diz Marisa dos Santos (2018) não é o risco, mas sim a contingência que gera a contingência-necessidade, que é o UNICESUMAR 127 objeto da proteção. Ou seja, o importante aqui são as consequências que o fato produz. Essas contingências estão previstas na Constituição Federal e são conhe- cidas como prestações de seguridade social. A seguridade social é financiada por toda a sociedade, de forma direta e indi- reta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios (art. 195 da Constituição) e pelas contribuições sociais que estão previstas nos incisos I a IV do citado artigo. A Lei nº 8.212/1991 (Plano de Custeio) dispõe no seu artigo 11 que, no âm- bito federal o orçamento da seguridade social é composto por receitas da União, receitas das contribuições sociais e receitas de outras fontes. Como se sabe, nos últimos anos a Previdência Social também passou por uma reforma, e vem sendo atualizada constantemente, buscando assim deixá-la mais próxima do que se tem em sociedade. Por mais que muitos digam que a previdência não precisava de uma reforma, a verdade é que a sociedade brasileira se modificou e muito e a legislação não estava acompanhando essas mudanças. Por isso tantas alterações aconteceram nos últimos anos. A nova previdência entrou em vigor na emenda constitucional nº 103 no Diário Oficial da União, em 13 de novembro de 2019. Com as devidas alterações sofridas em 2019. UNIDADE 5 128 Conhecido previamente o histórico da legislação previdenciária, passaremos a falar sobre os PLANOS DE BENEFÍCIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. A Constituição Federal prevê um sistema previdenciário que tem dois regi- mes: o público e o privado. São regimes públicos: o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o regime previdenciário próprio dos servidores públicos civis e o regime previdenciário próprio dos militares. Estes são de caráter obrigatório, ou seja, a filiação independe da vontade do segurado. Já o regime privado é a previdência complementar, prevista no Art. 202 da Constituição Federal. É de caráter facultativo, no qual se ingressa por manifestação expressa da vontade do interessado. Sob o ponto de vista financeiro, os regimes previdenciários podem ser de dois tipos: de capitalização ou de repartição simples. No regime de capitalização, adotam-se técnicas financeiras de seguro e poupança. A capitalização pode ser individual ou coletiva. Na capitalização individual, as contribuições se creditam na conta de cada segurado, e, com os rendimentos desse capital, por longo perío- do, será possível o pagamento das prestações devidas. Já na capitalização coletiva, as contribuições, em seu conjunto, são consideradas em favor da coletividade segurada (COIMBRA, 1999). No regime de repartição simples, que é baseado na solidariedade entre indi- víduos e entre gerações, as contribuições dos que podem trabalhar são imedia- tamente empregadas ao pagamento das prestações dos que não podem exercer a atividade laboral (COIMBRA, 1999). Nos dizeres de Rodrigues (2002, p. 10): “ É um sistema de custeio em regime de caixa, pelo qual o que se arrecada é imediatamente gasto, sem que haja, obrigatoria-mente, um processo de acumulação. Este regime de custeio, também conhecido como pay-as-you-go (PAYG), pressupõe que um grupo de indivíduos mais jovens arcará com os custos da aposentadoria dos mais velhos; e os mais jovens, acreditam que o mesmo será feito ao se tornarem idosos, montando-se aí o que se denominou ‘pacto entre gerações’, de forma que a geração anterior custeia os benefícios previdenciários da se- guinte. UNICESUMAR 129 A Constituição Federal garante regime público de previdência social, de caráter obrigatório, para os segurados da iniciativa privada, ou seja, que não estejam submetidos à disciplina legal dos servidores públicos civis e militares. Tal con- ceito é dado pelo Art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional n. 20, de 15-12-1998: “a previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observa- dos critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial” (BRASIL, 1998). As contingências que têm cobertura previdenciária pelo RGPS estão rela- cionadas no Art. 201 da Constituição Federal: cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; proteção à maternidade, especialmente à ges- tante; proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; salário- -família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes (BRASIL, 1988). O RGPS está regulado pela Lei n. 8.212 (Plano de Custeio da Seguridade Social - PCSS) e Lei n. 8.213 (Plano de Benefícios da Previdência Social - PBPS), ambas regulamentadas pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.1999 (Regulamento da Previdência Social - RPS). O regime é de caráter contributivo porque a cobertu- ra previdenciária pressupõe o pagamento de contribuições do segurado para o custeio do sistema. Somente quem contribui adquire a condição de segurado da Previdência Social e, cumpridas as respectivas carências, tem direito à cobertura previdenciária correspondente à contingência-necessidade que o acomete. A filiação é obrigatória porque quis o legislador constituinte, de um lado, que todos tivessem cobertura previdenciária e, de outro, que todos contribuís- sem para o custeio. A cobertura previdenciária garante proteção ao segurado e desonera o Estado de arcar com os custos de atendimento daquele que não pode trabalhar em razão da ocorrência das contingências-necessidade enumeradas na Constituição Federal e na lei. Em verdade, a Constituição Federal quis que os critérios de organização do RGPS preservassem o equilíbrio financeiro e atuarial UNIDADE 5 130 Você acredita que a reforma da previdência foi essencial para a sociedade brasileira? Você espera que, quando chegar a sua hora, consiga se aposentar de forma digna como prevê a Constituição Federal? Seria possível que a Previdência tenha passado por uma reforma desnecessária e num momento errôneo? Seria melhor fazer uma previdência privada ou ficar ape- nas com a pública? Esses questionamentos são de suma importância para que se conheça mais a área estudada. RODA DE CONVERSA UNICESUMAR 131 Visto os tipos de previdência e benefícios passaremos a falar sobre as DIFEREN- ÇAS ENTRE PREVIDÊNCIA PÚBLICA E PRIVADA. Quando falamos em aposentadoria uma discussão que existe é sobre a complementaçãoda nossa aposentadoria, possibilitando, assim, que consigamos manter o mesmo padrão de vida quando resolvermos não desenvolver mais nenhuma atividade laboral. Quem está vinculado à Previdência Oficial (INSS) possui um teto máximo a que terá direito caso cumpra todos os requisitos para obtenção desse benefício. Esse valor pode variar de ano para ano. Por essa razão, as pessoas buscam opções de investimento para que complemente essa diferença ou que, simplesmente, ofereça uma renda, caso a pessoa não seja segurado da Previdência Oficial, visto que, no Brasil, ainda temos um número considerável de pessoas na informalidade. Alguns desses produtos são: 1. FUNDO DE APOSENTADORIA PROGRAMADA INDIVIDUAL (FAPI): Foi instituído pela Lei n. 9.477 de 1997, com a intenção de formar uma reserva em dinheiro para o trabalhador no momento de sua aposentadoria. Ele tem a ideia de um condomínio, ou seja, é a somatória de todos os participantes que reside a força do fundo em relação aos rendimentos que podem ser obtidos Nesta Lei, foi prevista também a possibilidade de o empregador fazer contribui- ções para o funcionário, por meio do Plano de Incentivo à Aposentadoria Progra- mada Individual. Os recursos do FAPI podem ser aplicados em papéis de renda fixa ou variável, porém o administrador do fundo deve, por força de lei, oferecer todas as informações relacionadas à política de aplicação da carteira do fundo. Todo o rendimento obtido na carteira do fundo é repassado aos participantes, ou condôminos. A vantagem desse fundo é que ele pode proporcionar a renda complementar desejada, de acordo com o volume de recursos que o trabalhador depositou e será tanto maior quanto mais recursos tenham sido depositados no Fundo. De acordo com Lamberti e Pardo (2017), será possível, nesse caso, abater de sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física até 12% da renda bruta anual tributável, a título de depósitos no FAPI. O imposto de renda será cobrado de duas formas (AGOSTINHO, 2021): UNIDADE 5 132 a) No resgate antecipado: o aplicador terá incidência de 20% de IR sobre o montante acumulado. Então, não é negócio resgatar antes do prazo. Além disso, se você resgatar nos 12 primeiros meses de contribuição, também haverá incidência de 5% de IOF. b) No recebimento da renda: quando o participante começa a receber sua renda mensal, esse valor deve ser declarado como rendimento tributável, que comporá a base de cálculo na tabela progressiva do IRPF (Impos- to de Renda Pessoa Física) para incidência da alíquota correspondente. Dependendo do valor final composto, ainda é um bom negócio para o participante. 2. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR PRIVADA Aqui temos o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). Na sequência, falaremos sobre cada um deles: a) Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL): é um plano que visa com- por uma reserva matemática para benefício futuro. Ele é oferecido pela maioria dos grandes bancos. Você precisa estar atento à instituição fi- nanceira que vai contratar para isso, pois, se a instituição entrar em difi- culdades, pode ser que o plano seja contaminado pela falta de confiança dos investidores. Há possibilidade de fazer a portabilidade, ou seja, de você migrar sua aplicação para outra instituição financeira sem nenhum prejuízo. As contribuições são individuais, ou seja, cada participante tem o seu plano que: 1. É destinado a quem declarar IRPF no formulário com- pleto e que utilizará os pagamentos ao plano para abatimento de Imposto de Renda. 2. Para ter esse benefício, o participante do plano também preci- sa contribuir para a Previdência Social. 3. Caso o plano seja para um filho menor, o responsável poderá abater os valores pagos na sua declaração. Deve-se atentar que, somando todas as contribuições para o PGBL, seja próprio ou para filhos menores, o teto máximo de abatimento é de 12% da renda bruta tributável anual. Se o filho menor tiver mais de 16 anos de idade, será preciso que este menor também contribua para a Previdência Social para poder contar com o benefício do abatimento de IR. 4. Em caso de saque antecipado, o valor sacado será tributado de acordo com a UNICESUMAR 133 NOVAS DESCOBERTAS Conheça os reajustes que ocorreram de forma retroativa em 1° de janeiro de 2021. A nova tabela de INSS e o reajuste dos benefícios pagos pelo Ins- tituto Nacional do Seguro Social (INSS) e dos demais valores constantes do regulamento da Previdência Social (RPS). tabela progressiva do IRPF. 5. Em caso de recebimento do valor na forma de renda mensal, o valor recebido entrará como rendimento tributável e deverá ser somado a outras rendas tributáveis para compor a base de cálculo do IRPF (AGOSTINHO, 2021). Assim, se você não se enquadrar na regra número 1 apresentada, ou, ainda, se já atingiu o teto máximo de abatimento de 12% a título de Previdência Complemen- tar, mas deseja contribuir além desse teto, o ideal para você não é este formato. b) Vida Gerador de Benefício Livre VGBL (VGBL): essa regra guarda todas as características do PGBL, o que diferencia é que, ao contrário do PGBL, não há benefício fiscal algum. Não se pode abater, assim, os valores pagos nesse plano na declaração de IRPF. A vantagem é que se você pre- cisar resgatar o valor total ou parcial antes da época prevista para recebi- mento de benefícios, o Imposto de Renda a ser cobrado incidirá somente nos rendimentos, como acontece em qualquer outra aplicação financeira. UNIDADE 5 134 Vamos conhecer cada uma das NORMAS PREVIDENCIÁRIAS. As formas de pensão e benefícios são proporcionados pela Seguridade Social, tais como aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de contribuição por pon- tos, aposentadoria especial, aposentadoria por incapacidade permanente (an- tiga aposentadoria por invalidez), auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença), salário-maternidade, auxílio acidente, auxílio reclusão, pensão por morte. Conheça cada plano a seguir: APOSENTADORIA POR IDADE É destinada a quem contribuiu pouco no INSS ou começou a trabalhar tarde. Média de todos os seus salários: o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. Homens: 65 anos de idade (20 anos de contribuição) Mulheres: 62 anos de idade (15 anos de contribuição) REQUISITOS PARA SE APOSENTAR POR IDADE URBANA FORMA DE CÁLCULO Figura 2 - Aposentadoria por idade Descrição da Imagem: a figura apresenta os dados da aposentadoria por idade. É destinada a quem contribuiu pouco no INSS ou começou a trabalhar tarde. Requisitos: para se aposentar por idade urbana. Homens: 65 anos de idade (20 anos de contribuição). Mulheres: 62 anos de idade (15 anos de contribui- ção). Forma de cálculo: média de todos os seus salários; o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e +2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. UNICESUMAR 135 APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO POR PONTOS É destinada para quem já contribui para o INSS antes da Reforma. Média de todos os seus salários. O valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens e +2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. REQUISITOS FORMA DE CÁLCULO Homens 35 anos de tempo de contribuição, 96 pontos (soma da idade com o tempo de contribuição) + 1 ponto a cada ano, a partir de 2020, até atingir 105 pontos, em 2028. Mulheres 30 anos de tempo de contribuição, 86 pontos (soma da idade com o tempo de contribuição) + 1 ponto a cada ano, a partir de 2020, até atingir 100 pontos em 2033. Figura 3 - Aposentadoria por tempo de contribuição por pontos Descrição da Imagem: a figura apresenta a aposentadoria por tempo de contribuição por pontos. É destinado para quem já contribui para o INSS antes daReforma. Requisitos: Homens: 35 anos de tempo de contribuição; 96 pontos (soma da idade com o tempo de contribuição) +1 ponto a cada ano, a partir de 2020, até atingir 105 pontos, em 2028. Mulheres: 30 anos de tempo de contribuição; 86 pontos (soma da idade com o tempo de contribuição) +1 ponto a cada ano, a partir de 2020, até atingir 100 pontos em 2033. Forma de cálculo: média de todos os seus salários; o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens e +2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. UNIDADE 5 136 APOSENTADORIA ESPECIAL REQUISITOS É destinada para quem tem requisito mínimo para esse tipo de aposentadoria. • No mínimo 55 anos de idade e 15 anos de contribuição nos casos de trabalho em minas subterrâneas; • No mínimo 58 anos de idade e 20 anos de contribuição no casos de trabalho em contato com amianto ou trabalho em minas não subterrâneas; • No mínimo 60 anos de idade e 25 anos de contribuição no demais casos de trabalho com agentes prejudiciais à saúde e trabalhos perigosos. FORMA DE CÁLCULO Média de todos os seus salários. O valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. Para quem trabalha em minas subterrâneas, será 60% da média + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição, seja homem ou mulher. Descrição da Imagem: a figura apresenta aposentadoria especial. É destinado para quem tem requisito mínimo para esse tipo de aposentadoria. Requisitos: no mínimo 55 anos de idade e 15 anos de contribui- ção nos casos de trabalho em minas subterrâneas; no mínimo 58 anos de idade e 20 anos de contribuição no casos de trabalho em contato com amianto ou trabalho em minas não subterrâneas; no mínimo 60 anos de idade e 25 anos de contribuição no demais casos de trabalho com agentes prejudiciais à saúde e trabalhos perigosos. Forma de cálculo: média de todos os seus salários; o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres; para quem trabalha em minas subterrâneas, será 60% da média + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição, seja homem ou mulher. Figura 4 - Aposentadoria especial UNICESUMAR 137 APOSENTADORIA POR INCAPACIDADE PERMANENTE (Antiga aposentadoria por invalidez) REQUISITOS É destinada para aqueles que, quando há algum tipo de doença que incapacita o trabalhador para exercer suas atividades, ele entra com um requerimento de perícia médica para comprovar essa incapacidade. Na perícia, o médico pode atestar a incapacidade para o trabalho de forma temporária, sendo concedido o auxílio-doença; atestar a incapacidade total e permanente para o trabalho, sendo concedido a Aposentadoria por Incapacidade Permanente e/ou atestar a capacidade e o trabalhador deve retornar ao trabalho. • Cumprir carência mínima de 12 meses; • Estar contribuindo para o INSS no momento em que a doença incapacita o trabalhador ou estar no período de graça de manutenção de qualidade de segurado; • Ter incapacidade total e permanente para o trabalho. Isto é, a pessoa precisa estar incapaz para o trabalho habitual e insuscetível de pode ser recuperar para o exercício de suas atividades laborais. (*) Há uma exceção: se a incapacidade do trabalhador for decorrente de acidente de trabalho, doenças profissionais ou do trabalho, o cálculo do benefício será de 100% da média dos salários de contribuição. Assim há um acréscimo de 25% em cima do valor desse tipo de aposentadoria. FORMA DE CÁLCULO A média de todos os seus salários. O valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. Descrição da Imagem: a figura apresenta a aposentadoria incapacidade permanente (antiga aposen- tadoria por invalidez). É destinado para aqueles que quando há algum tipo de doença que incapacita o trabalhador para exercer suas atividades, ele entra com um requerimento de perícia médica para comprovar essa incapacidade. Na perícia, o médico pode atestar a incapacidade para o trabalho de forma temporária, sendo concedido o auxílio-doença; atestar a incapacidade total e permanente para o trabalho, sendo concedido a Aposentadoria por Incapacidade Permanente e/ou atestar a capacidade e o trabalhador deve retornar ao trabalho. Requisitos: cumprir carência mínima de 12 meses; estar con- tribuindo para o INSS no momento em que a doença incapacita o trabalhador ou estar no período de graça de manutenção de qualidade de segurado; ter incapacidade total e permanente para o trabalho. Isto é, a pessoa precisa estar incapaz para o trabalho habitual e insuscetível de pode ser recuperar para o exercício de suas atividades laborais. Forma de cálculo: a média de todos os seus salários; o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres. Há uma exceção: se a incapacidade do trabalhador for decorrente de acidente de trabalho, doenças profissionais ou do trabalho, o cálculo do benefício será de 100% da média dos salários de contribuição. Assim há um acréscimo de 25% em cima do valor desse tipo de aposentadoria. Figura 5 - Aposentadoria por incapacidade permanente (antiga aposentadoria por invalidez) UNIDADE 5 138 AUXÍLIO POR INCAPACIDADE TEMPORÁRIA (Antigo auxílio-doença) REQUISITOS Destina-se para aquele que comprovar a incapacidade laboral, que causou impedimento do trabalhador em exercer sua função. Comprovação da incapacidade laboral, que causou impedimento ao trabalhador em exercer sua função. 12 meses de carência. FORMA DE CÁLCULO Média de todos os seus salários. O valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder. Figura 6 - Auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) Descrição da Imagem: a figura apresenta o auxílio por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença). Destina-se para aquele que comprovar a incapacidade laboral, que causou impedimento do trabalhador em exercer sua função. Requisitos: comprovação da incapacidade laboral, que causou impedimento ao trabalhador em exercer sua função; 12 meses de carência. Forma de cálculo: média de todos os seus salários; o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder. UNICESUMAR 139 SALÁRIO MATERNIDADE REQUISITOS Destina-se para aqueles que se afastaram da atividade por motivo de nascimento do filho, aborto não-criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Solicitar o salário maternidade até 5 anos após as datas dos eventos acima; comprovar a carência mínima de 10 meses de contribuições para o contribuinte individual (que trabalha por conta própria), facultativo e segurado(a) especial (rural). Estão isentos de carência: empregado(a), inclusive doméstico(a) e trabalhador(a) avulso(a). Para desempregados(as), é necessário comprovar a manutenção da qualidade de segurado do INSS. Para a empregada ou trabalhadora avulsa, a Lei determina que o valor do benefício seja no mesmo valor da sua remuneração integral equivalente a um mês de trabalho. O valor máximo a ser pago deverá obedecer o limite fixado no artigo 37, XI da Constituição Federal, nos termos do artigo 248 do mesmo diploma legal. Para a empregada doméstica (em atividade), a Lei determina que o valor do benefício seja no mesmo valor do seu último salário de contribuição. Neste caso, deverão ser observados o limite mínimo e máximo do salário de contribuição ao INSS. Para a segurada especial será o valor de 01 salário mínimo por mês de benefício. Caso efetue contribuições facultativamente, será o valor de 1/12 avos da soma dos 12 últimossalários de contribuição apurados em um período não superior a 15 meses. Para os demais casos como contribuinte individual, facultativo e desempregado em período de graça, em 1/12 avos da soma dos últimos 12 últimos salários de contribuição apurados em período não superior a 15 meses. FORMA DE CÁLCULO Figura 7 - Salário maternidade Descrição da Imagem: a figura apresenta o salário maternidade. Destina-se para aqueles que se afasta- ram da atividade por motivo de nascimento do filho, aborto não-criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. Requisitos: solicitar o salário-maternidade até 5 anos após as datas dos eventos acima; comprovar a carência mínima de 10 meses de contribuições para o contribuinte individual (que trabalha por conta própria),facultativo e segurado(a) especial (rural). Estão isentos de carência: empregado(a), inclusive doméstico(a) e trabalhador(a) avulso(a). Para desempregados(as), é necessário comprovar a manutenção da qualidade de segurado do INSS. Forma de cálculo: para a empregada ou trabalhadora avulsa, a Lei determina que o valor do benefício seja no mesmo valor da sua remuneração integral equi- valente a um mês de trabalho. O valor máximo a ser pago deverá obedecer o limite fixado no artigo 37, XI da Constituição Federal, nos termos do artigo 248 do mesmo diploma legal. Para a empregada doméstica (em atividade), a Lei determina que o valor do benefício seja no mesmo valor do seu último salário de contribuição. Neste caso, devem ser observados o limite mínimo e máximo do salário de contribuição ao INSS. Para a segurada especial será o valor de 01 salário mínimo por mês de benefício. Caso efetue contribuições facultativamente, será o valor de 1/12 avos da soma dos 12 últimos salários de contribuição apurados em um período não superior a 15 meses. Para os demais casos como contribuinte individual, facultativo e desempregado em período de graça, em 1/12 avos da soma dos últimos 12 últimos salários de contribuição apurados em período não superior a 15 meses. UNIDADE 5 140 AUXÍLIO ACIDENTE REQUISITOS Destina-se para Empregado urbano/rural, prestador de serviço de natureza urbana ou rural, contínuo e subordinado ao empregador. É considerado também empregado o Microempreendedor Individual (MEI); Empregado doméstico (para acidentes ocorridos a partir de 01/06/2015); Trabalhador avulso: prestador de serviços a diversas empresas, sem que haja relação de vínculos empregatícios e Segurado especial: pessoa física que exerça sozinha ou em regime de economia familiar atividades como artesanato, pesca, produtor e seringueiro. Ser segurado do INSS, ou seja, estar contribuindo regularmente, ou estar no período de graça; ter sofrido um acidente, ou ter adquirido uma doença (não precisar estar diretamente relacionada à atividade laboral); ter adquirido sequela permanente e redução parcial ou permanente da capacidade para o trabalho; o acidente ou a doença devem estar relacionados à redução da capacidade laborativa, ter nexo causal. Média de todos os seus salários. O valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres; para quem trabalha em minas subterrâneas, será 60% da média + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição, seja homem ou mulher. FORMA DE CÁLCULO Figura 8 - Auxílio acidente Descrição da Imagem:a figura apresenta o auxílio acidente. Destina-se para Empregado urbano/ rural: prestador de serviço de natureza urbana ou rural, contínuo e subordinado ao empregador. É considerado também empregado o Microempreendedor Individual (MEI); Empregado doméstico (para acidentes ocorridos a partir de 01/06/2015); Trabalhador avulso: prestador de serviços a diversas empresas, sem que haja relação de vínculos empregatícios; Segurado especial: pessoa física que exerça sozinha ou em regime de economia familiar atividades como artesanato, pesca, produtor e seringueiro. Requisitos: ser segurado do INSS, ou seja, estar contribuindo regularmente, ou estar no período de graça; ter sofrido um acidente, ou ter adquirido uma doença (não precisar estar diretamente relacionada à atividade laboral); ter adquirido sequela permanente e redução parcial ou permanente da capacidade para o trabalho; o acidente ou a doença devem estar rela- cionados à redução da capacidade laborativa, ter nexo causal. Forma de cálculo: média de todos os seus salários; o valor da aposentadoria será 60% dessa média + 2% ao ano que exceder 20 anos de contribuição para os homens, e + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição para as mulheres; para quem trabalha em minas subterrâneas, será 60% da média + 2% ao ano que exceder 15 anos de contribuição, seja homem ou mulher. UNICESUMAR 141 AUXÍLIO RECLUSÃO REQUISITOS É destinado para os dependentes do segurado de baixa renda que foi preso. Comprovar a prisão do segurado; qualidade de segurado do preso; possuir dependentes; o segurado preso ser de baixa-renda; segurado não deve receber nenhuma categoria de remuneração, nem recebendo auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; o segurado ter cumprido uma carência mínima de 24 meses para prisões ocorridas a partir de 18/06/2019 (não há carência para prisões ocorridas antes desta data). Terá como base a quantia que o segurado preso receberia caso fosse aposentado por invalidez. FORMA DE CÁLCULO Figura 9- Auxílio reclusão Descrição da Imagem: a figura apresenta o auxílio reclusão. É destinado para os dependentes do segurado de baixa renda que foi preso. Requisitos: comprovar a prisão do segurado; qualidade de segurado do preso; possuir dependentes; o segurado preso ser de baixa-renda; segurado não deve receber nenhuma categoria de remuneração, nem recebendo auxílio-doença, pensão por morte, salário-maternidade, aposentadoria ou abono de permanência em serviço; o segurado ter cumprido uma carência mínima de 24 meses para prisões ocorridas a partir de 18/06/2019 (não há carência para prisões ocorridas antes desta data). Forma de cálculo: terá como base a quantia que o segurado preso receberia caso fosse aposentado por invalidez. UNIDADE 5 142 Você conhece a importância do Direito Previdenciário para a atividade do Gestor de Re- cursos Humanos? Venha saber mais sobre o assunto acessando o QR code. PÍLULA DE APRENDIZAGEM PENSÃO DE MORTE REQUISITOS Destina-se aos dependentes do falecido, seja ele aposentado ou não na hora do óbito. O óbito ou morte presumida do segurado; a qualidade de segurado do finado na época do falecimento; qualidade de dependente. O valor que o finado recebia de aposentadoria; ou o valor que ele teria direito, caso fosse aposentado por invalidez. FORMA DE CÁLCULO Figura 10 - Pensão por morte Descrição da Imagem: a figura apresenta a pensão de morte. Destina-se aos dependentes do fa- lecido, seja ele aposentado ou não na hora do óbito. Requisitos: o óbito ou morte presumida do segurado; a qualidade de segurado do finado na época do falecimento; qualidade de dependente. Forma de cálculo: o valor que o finado recebia de aposentadoria ou o valor que ele teria direito, caso fosse aposentado por invalidez. Veja que aqui são tratados os tipos de benefícios e de previdência que o empre- gado poderá receber e dele usufruir ao longo de sua vida enquanto empregado É importante que se saiba esse conteúdo também pois muitas vezes, você enquanto gestor precisará fazer uso do mesmo. 143 Escolha uma forma de aposentadoria ou um benefício. Faça um mapa mental se colocan- do no lugar de quem necessita do benefício e como deveria ser o cálculo. Caso o cálculo, qual o tempo que você precisaria esperar para que finalmente conseguisse se aposentar? Para fazer seu mapa mental observe as palavras: benefício, aposentadoria, contingência. 144 UNIDADE 1 Aqui você tem liberdade para construir seu mapa mental seja apenascom os princí- pios que foram aqui mencionados, seja com outros princípios existentes e que você encontra na literatura. Veja que na elaboração você deve deixar no centro, como principal a palavra princípio. UNIDADE 2 A partir do que foi apresentado na unidade estruture um mapa conceitual, diferencian- do os seguintes contratos: por prazo determinado, por prazo indeterminado e intermi- tente. Além disso, acrescente também quais os requisitos do contrato. Boa sorte! UNIDADE 3 A partir do que foi apresentado na unidade o aluno terá que fazer um mapa conceitual e apresentar a estrutura de funcionamento da suspensão do contrato de trabalho com todas as medidas provisórias criadas pelo governo nos últimos anos utilizando as palavras-chave: estado de calamidade pública, empregado, diferença salarial. UNIDADE 4 Aqui você deve colocar além da estrutura do sindicato, as receitas que fazem parte, ou seja, como funciona agora a contribuição dos empregados e empregadores a cada um dos sindicatos. 145 UNIDADE 5 Aqui você deve escolher um dos tipos de aposentadoria ou benefício apresentado an- teriormente e fazer uso dele para elaborar o seu mapa mental. Veja que você precisará desenvolver o cálculo de como seria o valor que teria direito a receber de acordo com as alterações da Reforma da Previdência. 146 UNIDADE 1 BRASIL. Lei Nº 605, de 5 de janeiro de 1949. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/leis/l0605.htm. Acesso em 18 jun. 2021. ______. Lei Nº 5.889, de 8 de junho de 1973. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/leis/l5889.htm. Acesso em 18 jun. 2021. ______. Lei Nº 4.090, de 13 de julho de 1962. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/leis/l4090.htm. Acesso em 18 jun. 2021. ______. DECRETO-Lei Nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov. br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em 18 jun. 2021. ______. Lei Nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/cci- vil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em 17 jun. 2021. ______. Consolidação das Leis do Trabalho. Mini Código Saraiva: Acadêmica e Constituição Federal. 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Ensino e Aprendizagem e o Contexto Hospitalar: Reflexões e Prática do Psicopedagogo Atuação Psicopedagógica com Pacientes no Ambiente Hospitalar Trabalho do Psicopedagogo Projeto Político Pedagógico, _heading=h.gjdgxs Button 8: Button 13: Página 9: Botão 15: