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<p>UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE</p><p>CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE</p><p>UNIDADE ACADÊMICA DE PSICOLOGIA</p><p>DOCENTE: TIAGO IWASAWA NEVES</p><p>COMPONENTE CURRICULAR: PSICANÁLISE I</p><p>DISCENTE: ALANA BRENA COSTA DOS SANTOS, PAULA DA NÓBREGA SANTIAGO E RAYANE GOMES DE OLIVEIRA.</p><p>SESSÃO TERAPIA: CASO GUILHERMINA</p><p>ANÁLISE CRÍTICA</p><p>CAMPINA GRANDE – PB</p><p>2023</p><p>Essa análise tem como objetivo apresentar aspectos sobre o conteúdo de psicanálise acerca da paciente Guilhermina, uma pré-adolescente que é atendida semanalmente às terças-feiras no horário das 16h pelo terapeuta Caio. Dessa forma, ao decorrer dos episódios é notório a lógica que é utilizada no tratamento psicanalítico no contexto em questão, dado que a partir das entrevistas preliminares que o terapeuta realizou, este começa a levantar suspeitas sobre a busca dos pais de Guilhermina pela terapia. Por se tratar de uma jovem pré-adolescente, observa-se um comportamento típico dessa etapa de transição entre infância e adolescência, a influência das tecnologias e redes sociais marcam substancialmente esta fase da nova geração.</p><p>Além disso, o fato da personagem Guilhermina estar passando pelo processo de transição da infância para a adolescência, no qual a subjetividade do indivíduo localiza-se em um conflito interno entre a questão do ser e do abandono, questões estas que estão relacionadas à incerteza de: ser ou não ainda criança, e também à dor do abandono da representação infantil, visto que a partir daquele momento os pais de Guilhermina iriam diminuir o cuidado tão confortável à ela, principalmente por parte da figura paterna. Assim, nota-se a grande dificuldade que o terapeuta Caio possui ao atender Guilhermina, tendo em vista que o manejo transferencial e o repetir, são elementos que são omitidos e rejeitados pela paciente, pelo fato dos seus relatos apresentarem histórias confusas.</p><p>Entretanto, é perceptível o papel do analista em levantar as questões da paciente de uma forma que o leve a concordar com as situações vividas pela paciente, a fim de causar a retificação subjetiva, dado que o problema dela em falar ou assumir seus problemas são elementos que dificultam a abordagem do terapeuta, incluindo seus rebates quando Caio confronta Guilhermina e ela se divide entre comportamentos infantis e atitudes de adolescentes, comportamentos que ela usa como forma de escape e proteção devido à seus traumas. Então, quando a demanda de Guilhermina começa a ser frustrada pelo analista, inicia-se um processo de evolução da análise devido a mudança na posição subjetiva da mesma, com efeito, surge uma desconstrução da normalidade que ela possuía, essencialmente, pelo fato de que a singularidade de Guilhermina começa a aparecer aos poucos e com isso Caio consiga fazê-la refletir sobre os diversos aspectos que estão ocorrendo em sua vida, como os porquês das mentiras, o motivo do seu nervosismo ao olhar para o celular, as suas fugas acerca da realidade, entre outros fatores.</p><p>Outrossim, é perceptível que a transferência é um requisito para a entrada e a saída da análise, pois é o mecanismo pelo qual o paciente desloca sua libido dos objetos antigos para o analista. Freud (1912/2010) explica que a transferência consiste na projeção dos afetos do paciente sobre o médico, que representa uma combinação de passado e presente, ou seja, o desejo do paciente se atualiza na figura do analista. A transferência é um fenômeno que tem dois aspectos, um positivo e um negativo. O aspecto positivo da transferência é o que sustenta o processo analítico nas situações de dificuldade e que favorece o progresso do analisando na análise. O aspecto negativo da transferência é o que serve à resistência, ou seja, à oposição ao trabalho analítico. Freud (1912/2010,p. 137), pontua que: “À primeira vista, parece uma imensa desvantagem metodológica da psicanálise o fato de nela a transferência, ordinariamente a mais forte alavanca do sucesso, tornar-se o mais poderoso meio de resistência”.</p><p>Diante do que foi mencionado, podemos observar alguns indícios de transferência positiva e negativa por parte da Guilhermina em relação ao Caio. A transferência positiva se manifesta quando ela diz que o seu pai a adora e faz os seus gostos, sugerindo uma idealização do pai e uma projeção dessa imagem no psicanalista. A transferência negativa se manifesta quando ela diz que ele é chato, que terapia é um saco, que ele seria um péssimo pai, etc., sugerindo uma hostilidade e uma rejeição ao psicanalista. Esse tipo de resistência por parte de Guilhermina repercute na dinâmica da relação analítica, podendo gerar impasses, conflitos e rupturas. No texto Recordar, repetir e elaborar (FREUD, 1914/1996), Freud afirma que o sujeito encontra-se sob resistência quando ele paralisa suas associações porque seus pensamentos estão direcionados para a figura do analista.</p><p>Essas atitudes podem refletir os sentimentos ambivalentes que ela tem em relação ao seu pai e às figuras parentais em geral. Tais emoções são transferidas para o Caio, que passa a ocupar diferentes papéis na relação terapêutica, como o de pai e amigo. Nesse sentido, a transferência é o processo pelo qual Guilhermina projeta em Caio, sentimentos e expectativas que ela tem em relação a outras figuras significativas da sua vida, como o seu pai, por exemplo. Quando ela entrega o celular a Caio, ela demonstra uma ação de confiança e dependência nele, como se ele fosse um pai protetor que pudesse cuidar dela.</p><p>Essa dinâmica transferencial, também afeta Caio que reconhece a resistência existente entre ele e a paciente, mas entende que faz parte do processo analítico. O terapeuta confessa que tem um envolvimento emocional com Guilhermina, o que o faz questionar se pode seguir com o tratamento. A razão disso é que ele enxerga nela a sua filha, que faleceu junto com a sua esposa em um acidente de carro. Caio enfrenta questões pessoais não resolvidas, que são ativadas pela análise com a paciente. Ele transfere para a Guilhermina os seus sentimentos pela filha, ou seja, há uma contratransferência por parte do analista. ”A contratransferência é definida como um fenômeno relacional da clínica analítica, pois surge “como resultado da influência do paciente” e, portanto, está intimamente vinculada à transferência, aspecto central do método analítico”. (Zambelli et al., 2013, p.184).</p><p>Nas sessões terapêuticas de Guilhermina estão presentes perlaborações que se tornam evidentes quando Caio busca compreender o motivo de seus pais a terem colocado na terapia, e ela involuntariamente revela aspectos profundos de seu mundo interior. Um exemplo disso é quando compartilha uma experiência de bullying na escola envolvendo sua amiga Carol, na qual expressa sentimentos de abandono e desamparo. A intensidade com que Guilhermina narra essas histórias sugere uma estratégia de enfrentamento para lidar com sua transição da infância para a adolescência. Ela está navegando por uma fase de confusão de suas pulsões, tentando reconciliar seus desejos, gostos e independência com o controle rigoroso de seu pai. Com 12 anos, ela continua demonstrando apego à sua boneca, um símbolo de sua infância. No entanto, ao mesmo tempo, ela é ativa nas redes sociais e está enfrentando as mudanças que vêm com a nova fase. Suas repetições de comportamento podem ser vistas como um mecanismo de defesa contra o controle excessivo de seus pais, à medida que busca sua autonomia.</p><p>Outro ponto importante e até curioso, é deixar a boneca que seu pai lhe presenteou, no sofá de Caio. Isso demonstra uma recusa ao aceitar que está se tornando uma adolescente. A boneca "Laura" fica após a sessão e Guilhermina ao voltar, ao consultório indaga sobre ela. Uma interpretação possível é: o momento em que ela deixa a boneca simboliza o início do abandono em relação à sua infância, ao acariciá-la com ternura demonstra uma certa nostalgia e também um sentimento de identificação com os cuidados que ela recebe. Nesse sentido, suas ações parecem ser influenciadas pelo medo de ser rejeitada ou não amada por seus</p><p>pais, especialmente seu pai.</p><p>Embora a personagem apresente regressões à sua infância, como se deitar no sofá e ser coberta e dormir com seus pais, ela também começa a ter comportamentos que não correspondem ao status de criança. Ainda assim, no desenvolver de suas perlaborações, ao falar do seu namorado, ela diz sentir que seu pai não gostaria de saber disso, já que sua única proibição é que ela namorasse. Sua relação com sua mãe é um tanto conflituosa pela presença de seu pai, na ausência dele ela demonstra se sentir bem em compartilhar momentos com a mãe. Possivelmente a personagem age dessa maneira pelo seu estado latente, reprimindo suas pulsões adolescentes ao mesmo tempo em que quer senti-las, compartilhando sua vida nas redes sociais. Engatar um namoro que ela se sente desconfortável é um ato de rebeldia contra seu pai, uma estratégia para enfrentar sua autoridade. Quando ela se vê enclausurada em um relacionamento mas não sabe como sair dele, pois teme que o namorado Pedro conte sobre eles para seu pai, decide permanecer com ele para que isso não aconteça. Considerando sua situação, é como se Guilhermina tivesse agido sem medir as consequências da situação, desafiar as figuras de autoridade é comum nos adolescentes, é uma das maneiras que eles encontram para lidar com seus conflitos. A problemática é o fato dela se culpar pelas ações negativas de Pedro, quando na verdade é vítima dele.</p><p>Portanto, a análise na terapia é de extrema importância, pois permite ao paciente revisitar e elaborar experiências dolorosas guiadas pelo terapeuta. Através das sessões de psicanálise, Guilhermina tem a oportunidade de conhecer a si mesma, compreender seus medos e inseguranças, e transformar seus padrões de comportamento. Ademais, a obra em si é muito boa e aborda questões pertinentes sobre a análise psicanalítica. Através da história de Guilhermina, é possível observar como a transferência é necessária para o sujeito se abrir e se relacionar com o terapeuta de forma mais profunda. A transferência positiva e negativa que ela desenvolve em relação a Caio revelam suas necessidades e desejos mais profundos, o que permite ao terapeuta trabalhar de forma mais efetiva em seu tratamento. Em suma, a análise de Guilhermina nas sessões de psicanálise com Caio revela a complexidade da transição da infância para a adolescência, abordando questões como a influência das tecnologias e redes sociais, os conflitos internos entre ser criança ou adolescente, o medo do abandono e a resistência aos processos terapêuticos. Através da transferência e da contratransferência, o terapeuta busca compreender a subjetividade da paciente e auxiliá-la em sua jornada de transformação e amadurecimento. Mais do que uma simples história, a análise de Guilhermina nos convida a refletir sobre questões profundas da condição humana e a importância da psicanálise como ferramenta para a compreensão e cura dos traumas emocionais.</p><p>Referências:</p><p>FREUD, S. (1912) A Dinâmica da Transferência. In: Observações psicanalíticas sobre um caso de paranoia relatado em autobiografia (“o caso Schreber”) : artigos sobre técnica e outros textos. Tradução Paulo César De Souza. São Paulo: Companhia Das Letras, 2010.</p><p>FREUD, S. Recordar, repetir e elaborar (1914) In: Edição Standard das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, v. 12. Rio de Janeiro: Imago, 1996.</p><p>SESSÃO de Terapia. Selton Mello. GNT, 2012-2021. Globoplay.</p><p>ZAMBELLI, Cássio Koshevnikoff et al. Sobre o conceito de contratransferência</p><p>em Freud, Ferenczi e Heimann. Psic. Clin., Rio de Janeiro, vol. 25, n.1, p. 179-195, 2013. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pc/v25n1/12.pdf>. Acesso em: 13/10/2023.</p><p>image1.png</p>

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