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<p>Fichamento do livro Economia do Setor Público no Brasil – Paulo Roberto Arvate</p><p>Uma interpretação equivocada da ‘mão invisível’ seria que o governo não tem razão de</p><p>existir, pois os indivíduos e empresas fazendo o que podem pelo seu bem-estar levariam a</p><p>sociedade à maximiza��ão do bem-estar coletivo; esse ponto de maximização do bem-estar é o</p><p>“Pareto eficiente”. A definição é: um determinado equilíbrio será considerado eficiente se não</p><p>for possível melhorar um agente sem piorar o outro, há infinitas possibilidades de se obter esse</p><p>equilíbrio.</p><p>Walras formula após dois teoremas do bem-estar social. O primeiro mostra que qualquer</p><p>economia competitiva é eficiente, pois os indivíduos, buscando seu bem-estar, garantem a</p><p>eficiência da economia; o governo se limitaria a garantir os contratos sociais. O segundo teorema</p><p>garante que qualquer equilíbrio eficiente pode ser alcançado por uma economia competitiva,</p><p>dadas as dotações iniciais apropriadas; as condições iniciais para competir no mercado. Porém,</p><p>se a economia estiver em equilíbrio não há nada que a tire desse ponto, ou seja, o mercado é</p><p>incapaz de distribuir renda ou riqueza. Apenas o governo é capaz de fazer isso.</p><p>No início do século XX a hipótese da concorrência perfeita passa a ser questionada, em</p><p>diversos serviços públicos a escala ótima de operação é muito elevada, fazendo com que haja</p><p>poucas empresas com grande poder de mercado, configurando o monopólio natural. Há maneiras</p><p>para solucionar essa questão, cobrando o preço marginal pelo serviço e financiando o prejuízo</p><p>através de impostos. O governo pode implementar isso: produzindo diretamente o bem ou serviço</p><p>ou regulamentando o setor.</p><p>Keynes propõe que o governo poderia ter a missão de suavizar o ciclo econômico,</p><p>principalmente na recessão, investindo diretamente em atividades econômicas; isso só ocorre se</p><p>houver falha de mercado, principalmente uma de assimetria de informação.</p><p>(...) Qualquer imposto gera distorções. Outra conclusão é que a perda de bem-estar não</p><p>pode ser minimizada reduzindo-se o número de distorções. Uma estrutura tributária Pareto</p><p>eficiente é aquela para a qual não existe outra estrutura na qual é possível melhorar um dos</p><p>indivíduos sem piorar outro.</p><p>(...) O que podemos chamar de Finanças Públicas Moderna apresenta três pressupostos.</p><p>O primeiro é que uma boa política pública deve ser guiada por princípios encontrados na análise</p><p>teórica. O segundo é que as escolhas de política pública devem ser avaliadas a partir da análise</p><p>cuidadosa de dados que determinem como os incentivos podem ser alterados e os impactos</p><p>distributivos das diferentes alternativas de política. Por último, a análise parte do princípio de que</p><p>as decisões políticas são tomadas com objetivos políticos e não com o objetivo de maximizar o</p><p>bem-estar.</p><p>Grande maioria dos modelos assume que o papel mais relevante do estado, além da</p><p>distribuição de renda, é corrigir falhas de mercado. A principal justificativa para uma economia</p><p>mista é que os agentes reagem ao sistema de preços o que gera um mecanismo de correção</p><p>automático de distorções; a economia de mercado fornece gratuitamente uma informação qie seria</p><p>extremamente custosa para se obter de outra forma.</p><p>Além da assimetria de informação e externalidade, outro bem que dificulta a produção</p><p>privada é o bem público. Onde o custo é alto e não se pode excluir as pessoas de utilizarem, outro</p><p>problema é o efeito carona. Assim, é natural que esse tipo de bem seja ofertado pelo governo.</p><p>Nos últimos anos se incorporou as falhas de governo na análise, pois governos estão</p><p>sujeitos aos interesses do grupo no poder, nas instituições públicas também há menor incentivo à</p><p>produtividade individual.</p><p>CAPÍTULO 4: REGULAÇÃO</p><p>Fundamentos da Regulação</p><p>Em uma sociedade democrática, o direito de empreender faz parte do direito à cidadania</p><p>e o Estado deve intervir apenas tendo em vista outros imperativos. A regulação previne o abuso</p><p>de poder econômico em setores caracterizados por terem empresa com notável poder de mercado.</p><p>A literatura identifica dois tipos de causas econômicas para a regulação: 1) Elementos</p><p>relacionados com a existência de características de um dado mercado que o torna, diferente do</p><p>modelo de concorrência perfeita tradicional. Nesse caso, a ação estatal pode aumentar o bem-</p><p>estar de parte da sociedade sem reduzir o de outros. O principal exemplo é o monopólio natural,</p><p>em que a quantidade demandada em um mercado deveria ser produzida, dadas as economias de</p><p>escala, para atingir o menor custo possível, por somente uma firma, outro exemplo é situação de</p><p>externalidades; 2) Relacionado com as características do processo de regulação, a ação</p><p>governamental não teria apenas objetivo de corrigir eventuais falhas de mercado, mas também</p><p>gerar maior grau de apoio político para o agente responsável pela intervenção.</p><p>Teoria positiva da Regulação</p><p>Inicialmente precisamos caracterizar uma situação de mercado denominada monopólio</p><p>natural. Isso ocorre quando a produção do setor – se realizada por uma única empresa – é feita ao</p><p>menor custo possível; ou seja, se para ofertar um volume dado de produção tivéssemos várias</p><p>empresas, a soma dos custos de produção delas seria superior aos custos que uma eventual firma</p><p>monopolista incorreria.</p><p>Supondo C(q) o custo médio associado com a produção de uma certa quantidade q, esse</p><p>mercado se caracteriza como monopólio natural se:</p><p>Q1 e q2 representam dois volumes dados do produto. Graficamente:</p><p>A função de custo mostra a existência de economia de escala significativa. Em um</p><p>mercado assim, a adoção de preços iguais aos custos marginais implica prejuízos para uma firma</p><p>monopolista.</p><p>Se P= Cmg, a receita será EDXc0 e o custo será CMe2CXcc0, sendo o custo > receita.</p><p>Por outro lado, se a empresa operar sem regulação, ela reduz a quantidade ofertada até igualar</p><p>receita e custo marginal, as transações mutuamente benéficas iguais à distância Xm – Xc não</p><p>seriam realizadas, gerando ineficiência alocativa.</p><p>Teoria econômica da regulação</p><p>1) Teoria da Captura: a regulação é o resultado dos interesses do setor a ser regulado. A</p><p>possibilidade da regulação governamental com efeitos benéficos em termos de eficiência</p><p>econômica é reduzida</p><p>2) Stigler-Peltzman-Olso: o poder coercitivo do Estado é utilizado por indivíduos que</p><p>possuem seus próprios objetivos. Policymakers agem de forma a maximizar seu apoio</p><p>político e a regulação é estruturada a partir disso.</p><p>Nesta seção desenvolve-se o modelo para o caso da regulação da entrada de novas firmas e de</p><p>preço. Nesse modelo existem 3 agentes: 1) Consumidores: beneficiam-se com os menores preços,</p><p>apoiam esse tipo de política. 2) Empresário monopolista: quanto maior o lucro, mais disposto a</p><p>apoiar o formulador de política. 3) Formulador de política: possui uma função que relaciona o</p><p>lucro e o preço de mercado, M(π, P). Essa função é crescente em relação ao lucro (π) e decrescente</p><p>em relação a P.</p><p>As curvas M representam diferentes combinações de preços e lucros do monopolista que</p><p>implicam os mesmos graus de apoio político. M1< M2 < M3.</p><p>70 do adobe.</p>

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