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<p>Professor: Mestre e</p><p>Especialista Diogo Sandret da</p><p>Costa Fonseca</p><p>Aula 02 – Inquérito</p><p>policial e como elaborar</p><p>peça processual</p><p>E-mail: prof.sandret@gmail.com</p><p>2</p><p>§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de</p><p>abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de</p><p>Polícia.</p><p>§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento</p><p>da existência de infração penal em que caiba ação</p><p>pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la</p><p>à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das</p><p>informações, mandará instaurar inquérito.</p><p>§ 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública</p><p>depender de representação, não poderá sem ela ser</p><p>iniciado.</p><p>§ 5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial</p><p>somente poderá proceder a inquérito a requerimento de</p><p>quem tenha qualidade para intentá-la.</p><p>3</p><p>CPP - Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:</p><p>I - de ofício;</p><p>II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do</p><p>ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.</p><p>§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:</p><p>a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;</p><p>b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de</p><p>presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;</p><p>c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.</p><p>4</p><p>https://www.tiktok.com/@cortes_filmes1/video</p><p>/7068784948974505222?is_copy_url=1&is_fr</p><p>om_webapp=v1&q=inquerito%20policial%20fi</p><p>lme&t=1661462871404</p><p>CPP - Art. 16. O Ministério Público não poderá</p><p>requerer a devolução do inquérito à autoridade</p><p>policial, senão para novas diligências,</p><p>imprescindíveis ao oferecimento da denúncia.</p><p>CPP - Art. 17. A autoridade policial não poderá</p><p>mandar arquivar autos de inquérito.</p><p>5</p><p>CPP - Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade</p><p>judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a</p><p>novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.</p><p>Súmula relacionada:</p><p>Súmula 524-STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a</p><p>requerimento do Promotor Justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas</p><p>provas.</p><p>Dicas:</p><p>Arquivamento que faz coisa julgada material: (1) arquivamento por atipicidade da</p><p>conduta; (2) arquivamento por extinção da punibilidade; (3) excludentes de Ilicitude</p><p>(segundo o Superior Tribunal de Justiça). Obs.: O Supremo Tribunal Federal não</p><p>reconhece que excludente de ilicitude faça coisa julgada material.</p><p>6</p><p>SÚMULAS</p><p>IMPORTANTES</p><p>Súmula vinculante 14-STF: É direito do</p><p>defensor, no interesse do representado, ter acesso</p><p>amplo aos elementos de prova que, já</p><p>documentados em procedimento investigatório</p><p>realizado por órgão com competência de polícia</p><p>judiciária, digam respeito ao exercício do direito</p><p>de defesa.</p><p>Súmula 35, STF: A homologação da transação</p><p>penal prevista no art. 76 da lei 9099/1995, não</p><p>faz coisa julgada material e, descumpridas suas</p><p>clausulas, retorna-se a situação anterior</p><p>possibilitando o Ministério Público a</p><p>continuidade da persecução penal mediante</p><p>oferecimento da denúncia ou requisição de</p><p>inquérito policial.</p><p>SÚMULA - 444, STJ. É vedada a utilização de</p><p>inquéritos policiais e ações penais em curso para</p><p>agravar a pena-base.</p><p>7</p><p>8</p><p>COMO DESENVOLVER A PEÇA</p><p>PROCESSUAL?</p><p>9</p><p>1 Cliente 2 Crime 3 Peça</p><p>processual</p><p>4 Rito</p><p>processual</p><p>5</p><p>“SURSIS”/ANPP 6 Momento 7 Peça</p><p>8 Competência 9 Teses 10 Pedidos</p><p>IDENTIFICAÇÃO DA</p><p>PEÇA</p><p>Na hora da prova, para te ajudar</p><p>a localizar as informações e</p><p>ainda ter um “tempinho” para</p><p>controlar sua ansiedade, faça as</p><p>seguintes perguntas conhecidas</p><p>como o “esqueleto da peça” no</p><p>rascunho, isso é fundamental</p><p>para encontrar os fundamentos</p><p>necessários para a peça. Depois</p><p>de preenchê-lo, discorra a peça</p><p>na folha oficial. 10</p><p>1- Quem é o CLIENTE?</p><p>Certifique-se quem é o cliente, já ocorreu em provas</p><p>anteriores da OAB que os examinandos confundiram, pois o</p><p>enunciado se tratava do assistente de acusação (teria que</p><p>formular a peça para a acusação) e não sobre defesa.</p><p>2- Qual o CRIME e PENA?</p><p>Leia o artigo que prevê o crime, os incisos e parágrafos se</p><p>tiver, poderá encontrar muitas repostas no próprio</p><p>dispositivo.</p><p>3- Qual a AÇÃO PENAL?</p><p>Modalidades: iniciativa incondicionada, condicionada,</p><p>privada. No silêncio a regra aplicada é de iniciativa pública</p><p>incondicionada, salvo se o legislador ou jurisprudência</p><p>dispor de forma específica, exemplo: Súmula 542 do STJ - A</p><p>ação penal relativa ao crime de lesão corporal resultante de</p><p>violência doméstica contra a mulher é ação penal pública</p><p>incondicionada.</p><p>11</p><p>4- Qual o RITO processual?</p><p>Exemplo: Procedimento especial do júri para os</p><p>crimes dolosos contra a vida, que sejam tentados ou</p><p>consumados e os crimes que tiverem conexão (art. 5º,</p><p>XXXVIII, da CF e art. 78, III, do CPP).</p><p>5- Cabe “SURSIS” ou ANPP?</p><p>SURSIS, art. 89, lei 9099/95</p><p>ANPP, art. 28 -A, CPP</p><p>12</p><p>6- Qual o MOMENTO processual?</p><p>Identificar o momento processual, faça uma linha do tempo.</p><p>• Citação (que possivelmente pode ser uma resposta a acusação</p><p>art. 396 e art. 396- A, CPP);</p><p>• Audiência de instrução (que possivelmente pode ser memorias</p><p>art. 403 §3º ou 404 parágrafo único, CPP);</p><p>• Condenação (que possivelmente poder ser apelação art. 593, I</p><p>ou II, CPP);</p><p>• Não receber a denúncia ou queixa (que possivelmente pode ser</p><p>recurso em sentido estrito art. 581, I, do CPP); •Decisões do</p><p>juízo da execução (que possivelmente pode ser agravo em</p><p>execução art. 197, lei 7210/1984).</p><p>• Condenação (que possivelmente poder ser apelação art. 593, I</p><p>ou II, CPP);</p><p>• Não receber a denúncia ou queixa (que possivelmente pode ser</p><p>recurso em sentido estrito art. 581, I, do CPP);</p><p>• Decisões do juízo da execução (que possivelmente pode ser</p><p>agravo em execução art. 197, lei 7210/1984). 13</p><p>14</p><p>7- Qual a PEÇA cabível?</p><p>Essa vai ser sua maior ansiedade, faça uma</p><p>linha do tempo com base no item 6 e verifique</p><p>qual será o próximo “passo” antes de decidir</p><p>qual peça entende ser.</p><p>8- Qual a COMPETÊNCIA?</p><p>Analise a comarca competente, veja a peça</p><p>se há razões para ser remetidas para a 2ª</p><p>instância, vale ressaltar se o enunciado</p><p>“mostrar” que já manifestou o interesse de</p><p>recorrer, terá que fazer petição de juntada +</p><p>razões e não interposição + razões, pois já foi</p><p>interposto o recurso.</p><p>7- Qual a PEÇA cabível?</p><p>Essa vai ser sua maior ansiedade,</p><p>faça uma linha do tempo com</p><p>base no item 6 e verifique qual</p><p>será o próximo “passo” antes de</p><p>decidir qual peça entende ser.</p><p>8- Qual a COMPETÊNCIA?</p><p>Analise a comarca competente,</p><p>veja a peça se há razões para ser</p><p>remetidas para a 2ª instância, vale</p><p>ressaltar se o enunciado</p><p>“mostrar” que já manifestou o</p><p>interesse de recorrer, terá que</p><p>fazer petição de juntada + razões</p><p>e não interposição + razões, pois</p><p>já foi interposto o recurso. 15</p><p>9- Quais as TESES? Veja as nulidades, as mais comuns estão</p><p>previstas no art. 564 do CPP. Atente-se a extinção de</p><p>punibilidade, antijuricidade e culpabilidade. As teses de</p><p>mérito: Existência do crime ou a imposição da pena. As teses</p><p>subsidiárias de mérito: Desclassificação, dosimetria da pena,</p><p>regime inicial de cumprimento de pena.</p><p>10- Quais os PEDIDOS?</p><p>Os pedidos se moldam ao item anterior, para cada tese</p><p>encontrada faça os seus pedidos referentes. Nulidade: se</p><p>alegou nulidade, ela pode ser anulação “a partir de” ou</p><p>anulação “ab initio” (desde o início do processo), depende do</p><p>momento processual que o ato que causou a nulidade ocorreu.</p><p>Teses de mérito: Resposta à acusação no pedido deve</p><p>fundamentar a absolvição se for sumária no art. 397 do CPP,</p><p>entretanto, nas peças como memorias, apelação, revisão</p><p>criminal se deve fundamentar a absolvição com base no art.</p><p>386 do CPP, e no procedimento do júri deve fundamentar a</p><p>absolvição no art. 415 do CPP.</p><p>16</p><p>17</p><p>DIFERENÇAS ENTRE RA E MEMORIAIS</p><p>MEMORIAISRESPOSTA À ACUSAÇÃO</p><p>5 DiasPrazo10 DiasPrazo</p><p>Art. 403, § 3º, CPP ou Art. 404,</p><p>Parágrafo Único, CPP</p><p>FundamentaçãoArt. 396, CPP c/c Art. 396-A, CPPFundamentação</p><p>Último ato é a audiência de instruçãoIdentificaçãoCitaçãoIdentificação</p><p>Nulidades e Causas de extinção da</p><p>punibilidade</p><p>Preliminares</p><p>Incompetência, Rejeição da Denúncia e</p><p>nulidade</p><p>Preliminares</p><p>Art. 386, CPP - Abordar de forma</p><p>subsidiária sobre a dosimetria</p><p>Teses de MéritoArtigo 397, CPP Tese de Mérito</p><p>Absolvição com base no art. 386, CPP</p><p>Pedido</p><p>Absolvição Súmaria com base no art. 397,</p><p>CPP</p><p>Pedido</p><p>Pedir tudo que foi alegado nas tesesPedir tudo que foi alegado nas teses</p><p>Trabalhar os pedidos subsidiáriosA produção de provas</p><p>Não tem rol de testemunhasRol de testemunhas</p><p>18</p><p>19</p>